Aula 02
Aula 02
RADIOATIVIDADE
AULA 02
Radioatividade
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Prof. Thiago Cardoso
Sumário
Apresentação da Aula 5
1. Estrutura do Núcleo 5
2. Estabilidade Nuclear 10
3. Equações Nucleares 16
4. Decaimentos Radioativos 19
4.3. Isomerização 24
4.5. Captura K 27
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8. Gabarito 95
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Apresentação da Aula
Olá, Alunos, sejam bem-vindos a mais uma aula de Química. Nessa aula, vamos falar sobre o
Núcleo Atômico, com foco especial na Radioatividade.
Os processos radioativos podem ser naturais ou artificiais. Embora a palavra “radiação” seja muito
associada a contaminação e a transmutações genéticas provocadas pela exposição à energia associadas a
esses processos, a Radioatividade tem inúmeras aplicações práticas. Por exemplo, tratamentos médicos,
como o raio-X, e a produção de energia por meio dos processos de Fissão Nuclear.
A Radioatividade foi observada pela primeira vez pelo francês Henri Becquerel em 1896 quando
estudava sobre a possibilidade de o sol provocar a emissão de raios X pelos cristais.
Ele colocava cristais de urânio perto de placas fotográficas envoltas em um papel escuro, tendo
uma tela composta de fios de cobre entre os dois. Becquerel percebeu que havia uma impressão da tela
de cobre. Porém, se tal fenômeno fosse causado pela luz solar, os raios X deveriam penetrar no papel
escuro, e não nos fios de cobre da tela.
Sua conclusão foi a de que a radiação emitida pelo cristal de urânio não havia sido provocada pelo
Sol, mas sim por alguma propriedade desse cristal. Para averiguar isso, Becquerel repetiu a experiência
colocando o cristal e a placa fotográfica dentro de uma caixa blindada. Ao obter o mesmo resultado, ele
conclui que sua hipótese a respeito da radiação do urânio estava correta.
O termo Radioatividade foi dado pelo casal Marie e Pierre Curie, que descobriram elementos que
liberavam partículas beta (elétrons), como o rádio (Ra). Observando que a radiação emitida por esse
elemento era maior que a do urânio, batizaram o fenômeno de Radioatividade.
1. Estrutura do Núcleo
Ainda se conhece pouco a respeito do núcleo atômico. Muitas pesquisas recentes estão sendo
realizadas, porém, você não precisa ficar saber dos mínimos detalhes que estão sendo revelados nos
últimos anos.
Convém ressaltar que esse assunto nunca foi cobrado pelas provas do ITA e IME. Porém, como
está presente em qualquer livro de Ensino Médio, não seria absolutamente nenhuma surpresa se viesse
a ser.
Nessa seção, vamos explorar o que, na minha visão, faz mais sentido de vir a ser cobrado em uma
eventual questão de prova sobre o assunto.
Caso você esteja com pressa, você pode pular essa seção. Porém, é bastante recomendável que
você a leia, tendo em vista que as provas do ITA e IME são bastante inovadoras.
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Um problema que pode ser elaborado por um examinador mais maldoso é a respeito da primeira
estimativa para o raio de um núcleo. Esse cálculo foi realizado pela primeira vez por Rutherford no seu
clássico experimento em que bombardeou uma folha de ouro com partículas alfa.
Rutherford estimou o raio do núcleo como sendo a distância mais próxima ao núcleo atingida por
uma partícula alfa. Quando esta partícula é lançada frontalmente contra o núcleo, a interação elétrica faz
que sua energia cinética seja transformada em energia potencial eletrostática. Nesse momento, a
partícula para. Portanto, toda a sua energia cinética foi convertida em energia potencial.
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𝑟𝑁 = 𝑘𝐴1/3
Esse é um resultado que pode ser utilizado para estimar os raios de diversos núcleos.
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Up Up Down Próton
(+2/3) (+2/3) (-1/3) (+1)
Até o momento, acredita-se que não é possível observar quarks isolados. Segundo a doutrina de
Robby Fritszch, uma vez que eles sejam separados de uma pequena distância, a força de atração entre
eles atinge a magnitude suficiente para erguer o peso de uma tonelada. [1]
Essa força é tão grande comparativamente ao tamanho dos quarks que a energia necessária para
separá-los é suficiente para criar um novo par de quarks.
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Os prótons são todos de carga positiva. Sendo assim, em qualquer núcleo que tenha dois ou mais
prótons, haverá repulsão eletrostática entre essas partículas.
Em um núcleo estável, deve haver algum tipo de força de atração entre os prótons e nêutrons que
seja capaz de equilibrar essa repulsão. Caso contrário, o núcleo se partiria espontaneamente.
É importante destacar que as forças de atração no interior do núcleo não podem ter natureza
eletrostática, já que não existem partículas com cargas de sinais opostas nessa região.
Dois átomos se ligam formando uma ligação química quando compartilham elétrons.
Analogamente, os nucleons podem se ligar por meio do compartilhamento de uma partícula. Nesse caso,
a partícula é conhecida como méson-ϖ (ou múon), que possui três versões com cargas diferentes: ϖ+, ϖ-
e ϖ0 .
O méson, quando compartilhado entre dois nucleons, provoca uma transmutação entre eles.
Antigamente, a interação entre prótons e nêutrons era entendida como a força nuclear forte
devido a essa formação de mésons opostos. Porém, essa hipótese foi superada.
A teoria mais moderna é que a força nuclear forte une os quarks, que são as partículas que
compõem os prótons e nêutrons, dentro desses nucleons. Muito cuidado com isso na hora da prova.
Aualmente, vigora a teoria de que as forças nucleares entre próton-próton, próton-nêutron e
nêutron-nêutron são da mesma ordem de grandeza.
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2. Estabilidade Nuclear
Entre dois prótons, existe sempre a força de repulsão de natureza eletrostática que tende a partir
o núcleo.
Em contrapartida, existem as forças nucleares de atração entre próton-próton, próton-nêutron e
nêutron-nêutron. Porém, essas forças possuem um alcance muito pequeno de cerca de 2-3 fm.
Devido a essa limitação de alcance, os núcleos maiores tendem a ser instáveis. Não se conhecem
elementos estáveis com número atômico maior que o urânio (Z = 92). Todos os elementos acima desse
número atômico são artificiais, conhecidos como transurânicos.
Existem também outros elementos artificiais, de número atômico menor que o do urânio,
conhecidos como cisurânicos, que são o tecnécio (Z = 43) e o promécio (Z = 61).
Transurânicos
Cisurânicos (Z <92):
(Z > 92): todos são
Tecnécio e Promécio
artificiais
Hoje em dia, a teoria mais pesquisada a respeito da estabilidade nuclear é a teoria de camadas,
semelhante ao que acontece com os elétrons em torno do núcleo.
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Nos elementos de baixo número atômico (até Z = 20, ou seja, cálcio), os isótopos mais estáveis dos
elementos seguem as regras gerais:
• Quando o número atômico é par, o número de nêutrons é igual ao número de prótons, sendo o
berílio e o argônio as únicas exceções (não creio que você precisa decorá-los);
• Quando o número atômico é impar, o número de neutros é uma unidade superior ao número de
prótons, sendo o hidrogênio e o nitrogênio as únicas exceções.
A Tabela 2 é uma versão especial da Tabela Periódica em que apresentamos os isótopos mais
estáveis dos 20 primeiros elementos, com seus respectivos números de prótons e de nêutrons.
Tabela 2: Isótopos mais estáveis dos Elementos de menor Número Atômico
0 2
1𝐻 2𝐻𝑒
4 5 6 6 7 8 10 10
3𝐿𝑖 4𝐵𝑒 5𝐵 6𝐶 7𝑁 8𝑂 9𝐹 10𝑁𝑒
12 12 14 14 16 16 18 22
11𝑁𝑎 12
𝑀𝑔 13𝐴𝑙 14𝑆𝑖 15𝑃 16𝑆 17𝐶𝑙 18𝐴𝑟
20 20
19𝐾 20𝐶𝑎
Dessa maneira, os isótopos mais estáveis dos primeiros elementos da Tabela Periódica
apresentam a razão N/P igual a aproximadamente 1.
Uma observação interessante é que é muito raro que um núcleo seja estável com número de
prótons e nêutrons simultaneamente ímpares. O nitrogênio-14, que possui 7 prótons e 7 nêutrons, um
dos raros casos.
À medida que o número atômico do elemento cresce, a razão N/P começa a ficar
significativamente mais alta.
Figura 5: Relações entre Número de Prótons e Número de Nêutrons nos Isótopos mais estáveis de cada elemento
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Para quebrar o núcleo de hélio-4, seria necessário fornecer exatamente essa energia 28,3 MeV.
Essa energia é muito alta em relação a praticamente todos os processos que ocorrem na
eletrosfera. Por exemplo, a energia de ionização do hélio – que é a energia necessária para remover
completamente um de seus elétrons – é 24,6 eV.
Como a energia de ligação nuclear é de ordem de grandeza de cerca de 1 milhão de vezes maior
que as energias envolvidas nos fenômenos da eletrosfera, como ligações químicas, forças
intermoleculares, ionizações, afinidades eletrônicas, os processos da eletrosfera não interferem no
núcleo.
Pelo mesmo motivo, as propriedades radioativas do núcleo de um átomo não são influenciadas
pela sua eletrosfera. Sendo assim, pouco importa se o átomo está formando um composto ou se está
isolado, ele fará suas emissões radioativas exatamente da mesma forma.
A propriedade da eletrosfera mais intrigante é a temperatura. A temperatura mede o grau de
agitação térmica das partículas. Em temperaturas inferiores a milhões de graus Celsius, a agitação térmica
não afeta o núcleo, apenas a distância entre duas moléculas ou átomos e suas interações
intermoleculares.
Sendo assim, a radioatividade não é influenciada pela temperatura.
Pouco importa, inclusive, o estado físico do elemento. Por exemplo, a emissão radioativa do
urânio-235 presente em uma amostra de U2O3, que é sólido, e em outra amostra de UF6, que é gasoso, é
exatamente igual.
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2
1,5. 10−10 𝐽 1,493.10−10 . 1 𝑒𝑉 9
𝑒𝑉 931,9.106 𝑒𝑉
𝑐 = = = 0,9319.10 = = 931,9 𝑀𝑒𝑉/𝑢
𝑢 1,602.10−19 𝑢 𝑢 𝑢
Chegamos bem próximos do valor tabelado. Para calcular exatamente 931,5 MeV/u, basta utilizar
valores mais precisos para a velocidade da luz no vácuo, para o número de Avogadro e para a carga
eletrônica fundamental. No entanto, considero que tanto preciosismo não se faria necessário nesse curso
e atrapalharia mais o seu entendimento do que traria alguma informação relevante.
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O número de elétrons dos gases nobres é referenciado como um número mágico. É como se os
átomos que tivessem essa quantidade de elétrons seja particularmente estável.
Tabela 3: Configurações Eletrônicas dos Gases Nobres
Elemento Número Mágico Configuração Eletrônica
do Último Nível
Hélio 2 1s²
Neônio 10 2s²2p6
Argônio 18 3s²3p6
Criptônio 36 4s²4p6
Xenônio 54 5s²5p6
Radônio 86 6s²6p6
Os números de elétrons 2, 10, 18, 36, 54 e 86 são os números
mágicos da eletrosfera. Átomos que possuem essa quantidade de elétrons
seriam particularmente estáveis. Nesse caso, os gases nobres possuem a
sua última camada preenchida exatamente ns²np6, exceto o hélio.
Acredita-se que o núcleo deve ter algum tipo de distribuição de
camadas de prótons e nêutrons que faz que algumas quantidades de
nucleons o tornem particularmente estáveis.
A ideia da ilha de estabilidade foi proposta originalmente por Glenn
T. Seaborg (foto ao lado). Os níveis de energia do núcleo também seriam
quantizados e existiria uma certa configuração de camadas que tornaria o
núcleo particularmente estável.
Os núcleos que tivessem esse tipo de configuração seriam as Figura 8: Glenn T. Seaborg (fonte:
[3])
chamadas ilhas de estabilidade.
Essa hipótese é coerente com alguns fatos experimentais que são conhecidos:
• Existe uma quantidade muito maior de núcleos com números de prótons e nêutrons pares
estáveis;
Tabela 4: Quantidade de Núcleos Estáveis Conhecidos
• Núcleos contendo 2, 8, 20, 28, 50, 82 e 126 prótons ou nêutrons são especialmente estáveis. Por
exemplo, o núcleo 208
82𝑃𝑏 é o isótopo de maior número atômico estável conhecido, e ele possui
exatamente 82 prótons e 126 nêutrons (208 – 82 = 126).
É interessante observar que o isótopo mais estável a natureza é o 56
26𝐹𝑒 que possui 26 prótons e 30
nêutrons, portanto, foge aos números mágicos propostos atualmente.
Um importante teste para essa hipótese será quando o elemento de número atômico 126 for
sintetizado. Será que é possível obter um isótopo estável desse elemento?
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3. Equações Nucleares
Um processo radioativo é aquele em que ocorrem transformações nos núcleos dos átomos. Assim,
o átomo de um elemento se transforma em um átomo de outro. São representados por meio de Equações
Nucleares.
235 231
92𝑈 → 42𝛼 + 90𝑇ℎ
Nessa equação, o átomo de urânio decai, se transformando em um átomo de tório (Th) e liberando
uma partícula alfa.
Nos processos radioativos, as partículas subatômicas (prótons, neutrôns e elétrons) podem se
transformar em outras partículas. Portanto, não é possível falar em conservação dessas espécies químicas.
No entanto, existem dois princípios gerais que podemos aplicar.
Para aprendermos esse princípio, primeiramente, vamos nos lembrar da representação geral de
um isótopo químico, que é representado pelo seu número atômico e pelo número de massa.
Em uma equação nuclear, não há necessidade de representar os elétrons. Elas tratam apenas das
transformações que acontecem no interior do núcleo.
Como a carga elétrica não pode ser criada nem destruída, a soma dos números atômicos inicial
deve ser igual à soma dos números atômicos finais.
𝑍1 + 𝑍2 = 𝑍3 + 𝑍4
É importante observar que, no caso dos processos radioativos, a carga não é exclusiva dos prótons.
Algumas outras partículas subatômicas também apresentam carga, em especial, os pósitrons e os
elétrons.
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𝐴1 + 𝐴2 = 𝐴3 + 𝐴4
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Equações Nucleares
Conservação da
Z1 + Z2 = Z3 + Z 4
Carga
Conservação do
A1 + A2 = A3 + A4
Número de Massa
Comentários
Para resolver esse problema, devemos aplicar as leis das equações nucleares. Vamos completa-las
com um núcleo incógnita ZXA.
14
a) 7𝑁 + 𝐴𝑍𝑋 → 17
8𝑂 + 11𝑝
7+𝑍 =8+1 ∴𝑍 =2
14 + 𝐴 = 17 + 1 ∴ 𝐴 = 4
? = 42𝐻𝑒
249
b) 𝐴
𝑍𝑋 + 10𝑛 → 97𝐵𝑘 + −10𝑒
𝑍 + 0 = 97 − 1 ∴ 𝑍 = 96
𝐴 + 1 = 249 ∴ 𝐴 = 248
248
?= 96𝐶𝑚
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1
c) 1𝐻+ 11𝑝 → 21𝐻 + 𝐴𝑍𝑋
1+1=1+𝑍 ∴𝑍 =1
1+1=2+𝐴 ∴𝐴=0
0
?= +1𝑒 (𝑝ó𝑠𝑖𝑡𝑟𝑜𝑛)
20
d) 10𝑁𝑒 + 20
10𝑁𝑒 →
16
8𝑂 + 𝐴𝑍𝑋
10 + 10 = 8 + 𝑍 ∴ 𝑍 = 12
20 + 20 = 16 + 𝐴 ∴ 𝐴 = 24
24
?= 12𝑀𝑔
4. Decaimentos Radioativos
O decaimento radioativo é o processo espontâneo, por meio do qual a estrutura de um núcleo se
altera, com a emissão de partículas, que serão estudadas nessa seção.
É importante que o decaimento deve ser necessariamente espontâneo. É muito comum em
aceleradores de partículas bombardear um núcleo com nêutrons, partículas alfa ou até mesmo núcleos
inteiros. Esses processos são provocados, portanto, não são decaimentos radioativos. Em vez disso, eles
devem ser chamados de transmutações artificiais.
8 0
É decaimento 3𝐿𝑖 → 84𝐵𝑒 + −1𝛽
O primeiro processo não é um decaimento, porque o núcleo de bismuto foi bombardeado com
núcleos de ferro-58. Logo, o processo foi provocado, não foi espontâneo. Trata-se de uma transmutação
artificial.
O segundo processo é um decaimento, porque o isótopo lítio-8 espontaneamente emitiu
partículas beta, transformando-se em outro núcleo.
Ao olhar uma equação nuclear, podemos dizer, de forma simples, que um decaimento radioativo
tem um único reagente. Caso contrário, será uma transmutação artificial.
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Espontâneo
Decaimento Exotérmico
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Portanto, ainda que haja a emissão de outras partículas, os decaimentos radioativos quase sempre
liberam raios gama.
Os raios X, que encontram muitas aplicações na Medicina, são partículas de comprimento de onda
muito superior aos raios gama, da ordem de 10 picometros a 10 nanômetros.
Essas radiações menos
energéticas, em especial os chamados
“raios X moles”, que são os menos
energéticos, com comprimento de onda Eletrosfera Raios-X
superior a 100 picometros, são
produzidas a partir de transformações
na eletrosfera.
Portanto, os raios gama são
Núcleo
Raios
Gama
produzidos a partir de transformações
nucleares e os raios X a partir de
transformações da eletrosfera.
Uma classificação importante que precisamos conhecer são as radiações ionizantes. Como o
próprio nome diz, elas podem induzir à quebra de moléculas, com formação de íons ou radicais livres.
Elas trazem sérios riscos aos seres vivos, pois podem afetar o seu metabolismo de diversas formas:
• Pode incidir diretamente sobre uma molécula importante, como o DNA, provocando alterações
genéticas em algumas células do indivíduo;
• Pode incidir sobre alguma molécula, como a água, que compõe cerca de 70% das células,
induzindo a produção de íons livres, que podem ser transformados em outros produtos, como o
peróxido de hidrogênio (H2O2), que é fortemente oxidante. Esse tipo de composto é muito reativo
e pode atacar outras moléculas que sejam importantes no metabolismo do ser vivo, como o
próprio DNA.
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Note que, nas escritas de ambas as equações, foram conservadas tanto a soma das cargas como a
soma dos números de massa.
As partículas alfa correspondem ao núcleo do isótopo mais estável do hélio. São representadas
4
por 2𝛼.
Um fato interessante é que as partículas alfa diminuem o tamanho do núcleo, portanto, são
normalmente emitidas por radioisótopos de número atômico mais elevado, que se transformam em
isótopos de menor núcleo.
Como já falamos, os núcleos de muito atômico muito elevado dificilmente são estáveis, porque
eles já comecem a exceder o raio de atuação das forças nucleares. Portanto, eles tendem a sofrer
decaimento por emissão de partículas alfa.
É muito raro que nuclídeos com Z < 83 emitam partículas alfa.
Como são núcleos relativamente pesados, as partículas alfa são lentas e possuem baixo poder de
penetração, podendo ser facilmente detidas por uma folha de papel ou mesmo pela pele humana. Por
conta disso, essa radiação não provocará sérios danos em seres pluricelulares, como o ser humano.
Elas são emitidas apenas com dois prótons e dois nêutrons. Mas, assim que encontram algum
átomo pelo seu caminho, roubam-lhe dois elétrons, formando um átomo de hélio. A propósito, a maior
parte do hélio encontrado na superfície da Terra é proveniente de decaimentos radioativos com emissão
de partículas alfa.
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14 0 14
6𝐶 → −1
𝛽 + 7𝑁 + 00𝑣
40 0 40
19𝐾 → −1
𝛽 + 20𝐶𝑎 + 00𝑣
132 0 132
53𝐼 → −1
𝛽 + 54𝑋𝑒 + 00𝑣
Mais uma vez, foram respeitadas as duas regras que aprendemos sobre as equações nucleares.
Tanto a carga nuclear como o número de massa foram conservados.
Há muito pouco a se falar a respeito dos neutrinos e antineutrinos que acompanham as partículas
beta. Eles são extremamente leves (algumas centenas de vezes mais leves que os elétrons) e
extremamente abundantes (são as segundas partículas mais abundantes do Universo, perdendo apenas
para o fóton).
Porém, eles interagem muito pouco com a matéria, pois não possuem carga elétrica, nem massa.
Somente interagem por meio da força nuclear fraca e por força gravitacional. Eles foram postulados pelo
físico austríaco Wolfgang Pauli em 1930 para explicar o fato de o espectro de energia da radiação beta é
contínuo, como foi confirmado experimentalmente por James Chadwick em 1914.
Já, a respeito da própria partícula beta negativa, ela nada mais é do que um elétron, que possui
número de massa nulo e carga negativa. Porém, no âmbito da Radioatividade, prefere-se falar em
partícula beta, representada por −10𝛽, do que em elétron, que é representado por 𝑒− . Essa preferência é
apenas uma forma de escrever melhor as equações nucleares.
As partículas beta são muito leves, por conta disso, são emitidas a uma velocidade bem superior à
velocidade das partículas alfa. Isso se reflete no seu poder de penetração, que é bem superior. Essas
partículas são capazes de atravessar a pele humana, mas podem ser detidas por uma chapa de alumínio.
Como são partículas carregadas, elas interagem com campos elétricos, sendo, inclusive, bem mais
susceptíveis que as partículas alfa, já que são muito mais leves e possuem uma relação carga/massa mais
elevada.
A partícula beta também é considerada uma radiação ionizante. Como é carregada, pode induzir
a formação de íons no corpo humano, causando danos biológicos.
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Além disso, na maioria das emissões de partículas beta, é formado inicialmente uma versão
instável do nuclídeo final. Esse nuclídeo sofre o processo de isomerização, com liberação de raios gama,
que será comentado na próxima seção.
4.3. Isomerização
Dois núcleos isômeros são aqueles formados pela mesma quantidade de prótons e nêutrons,
porém, possuem energias diferentes.
Não se sabe ao certo o que faz que dois núcleos formados pela mesma quantidade de partículas
sejam diferentes, mas a hipótese das camadas nucleares traz uma luz para essa explicação desse
fenômeno.
Por analogia, considere a eletrosfera de um átomo de hélio, que é estável, em seu estado excitado.
Figura 13: Transformação de um Núcleo Instável em outro Estável pela Emissão de uma Partícula Gama
Nesse processo, não há alteração no número atômico nem no número de massa do isótopo,
porém, houve liberação de energia, já que o núcleo passou de um estado excitado para o estado
fundamental. Essa energia é liberda na forma de uma partícula gama.
4
2𝐻𝑒
∗
→ 42𝐻𝑒 + 00𝛾
Nesse decaimento, o núcleo instável é assinalado com um asterisco para indicar que se trata de
um estado excitado do núcleo de hélio-4.
As partículas gama são radiações eletromagnéticas, portanto, se movem na velocidade da luz. Seu
comprimento de onda é muito pequeno, podendo atingir alguns picometros (1 pm = 10 -12 m), mas
também podem apresentar comprimentos de onda muito menores, até mesmo próximos do
comprimento de Planck (1,6.10-35 m) – que é o menor comprimento de onda possível para uma onda.
Lembrando-nos da Equação de Planck:
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ℎ𝑐
𝐸=
𝜆
Como o comprimento de onda dos raios gama é muito pequeno, essas ondas são muito
energéticas, sendo sua energia na casa Megaelétron-volts (MeV). Por conta disso, elas são muito
perigosas, pois podem ocasionar facilmente o rompimento de ligações químicas nas moléculas de seres
vivos.
Seu poder de penetração é muito grande, somente podendo ser detidos por placas de chumbo.
É importante destacar, ainda, que, nas emissões de partículas alfa e beta, é comum ocorrer a
liberação de energia. E essa energia é liberada geralmente na forma de raios gama.
O maior perigo, portanto, das emissões alfa e beta não são essas partículas propriamente, mas
sim, a grande quantidade energia que é liberada na forma de raios gama.
A Figura 14 resume o poder de penetração das partículas estudadas e também inclui os nêutrons.
Quando liberados, os nêutrons são partículas de altíssima penetração, porém, não causam muita
preocupação, pois eles não interagem com elétrons, somente com núcleos.
Estudaremos mais adiante alguns processos radioativos envolvendo nêutrons. Por hora, o que
você precisa saber é que, por não serem radiações ionizantes, eles tendem a ser menos agressivos para
os seres vivos. Preocupe-se mais, portanto, com as partículas alfa, beta, gama e com os raios X.
Outro ponto a se comentar sobre os raios gama é que eles não possuem carga nem massa, por
isso, não interagem com campos elétricos ou magnéticos.
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Como os elétrons são bastante abundantes, o pósitron é também considerada uma radiação
ionizante, já que tem facilidade em aniquilar esses elétrons, provocando sensíveis alterações na matéria.
4.5. Captura K
O núcleo pode capturar um elétron da camada mais internas da eletrosfera (a camada K ou nível
1 de energia) e, assim, converter um próton em um nêutron.
O efeito da Captura K é o mesmo da emissão de pósitrons. Sinteticamente, elas podem ser
resumidas como:
𝟏 𝟏 0
Emissão de Pósitrons: 𝟏
𝒑 → 𝟎𝒏 + +1
𝛽
𝟏 0 𝟏
Captura K: 𝟏
𝒑 + −1
𝛽 → 𝟎𝒏
Algumas transformações podem acontecer tanto pela emissão de pósitrons como pela captura K.
Por exemplo, a conversão de vanádio-48 em titânio-48. Segundo dados de J. D. Lee
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48 0 48 (58%)
Emissão de Pósitrons: 23𝑉 + −1
𝛽 → 22𝑇𝑖
48 48 0 (42%)
Captura K: 23𝑉 → 22𝑇𝑖 + +1
𝛽
Após a captura K, os elétrons das camadas acima vão passar para o nível fundamental, o que
provoca a emissão de raios-X. Sendo assim, é bastante comum que a captura K seja acompanhada pela
emissão de raios-X.
Por fim, podemos sintetizar o tipo de partícula emitido pelo radioisótopo, de acordo com a
quantidade prótons e nêutrons presentes no seu núcleo.
A captura K é classificada como um decaimento radioativo, porque o elétron não foi bombardeado
no núcleo. O que aconteceu é que o próprio núcleo absorveu o elétron do átomo a fim de aumentar a sua
estabilidade.
Tipo de Decaimento
Número Atômico
Partículas Alfa
Elevado
É importante ressaltar que existem exceções à Figura 17. Por exemplo, é comum que alguns
elementos de número atômico elevado emitam partículas beta. Vamos ver alguns casos ao estudar as
Séries Radioativas.
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Sendo assim, em uma série radioativa, o número de massa sempre decai de um fator de quatro
unidades. Portanto, a redução de número de massa deve ser sempre um múltiplo de 4 (0, 4, 8, 12, 16…).
Um tema que pode ser cobrado em questões de prova é saber qual isótopo do chumbo será o
resultante da série radioativa. Para isso, basta você dividir o número de massa inicial e registrar o resto
da divisão por 4. O número de massa do isótopo final deve apresentar o mesmo resto da divisão.
Para isso, já vamos registrando os restos das divisões dos números de massa dos isótopos estáveis
do chumbo.
=2 =3 =0
Existem três séries radioativas naturais e uma artificial. Cada uma delas tem um elemento
principal, que é o radioisótopo mais abundante na Terra, sendo o elemento que possui o maior tempo de
meia-vida, ou seja, o que demora mais para decair.
Marcamos em vermelho o radioisótopo característico da série e em azul o isótopo estável em que
a série termina. Eu não considero que você precise realmente saber qual elemento característico nem o
nome de cada série.
• Série do Tório (4n): inicia-se com o 90Th232. Como 232 dividido por 4 é igual a 58 e deixa resto 0,
essa série termina no isótopo 82Pb208. Essa série é chamada 4n, porque todos os isótopos a ela
pertencentes possuem números de massa múltiplos de 4.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 29
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Um fato interessante sobre essa série é que ela produz o isótopo chumbo-209, que não é estável,
porque apresenta excesso de nêutrons. Então, esse isótopo faz a última emissão da série, transformando-
se em bismuto-209.
• Série do Urânio (4n + 2): inicia-se com o 92U238. Como 238 dividido por 4 é igual a 59 e deixa resto
2, essa série termina no isótopo 82Pb206. Essa série é chamada 4n + 2, porque todos os isótopos a
ela pertencentes possuem números de massa que deixam resto 2 na divisão por 4.
• Série do Actínio (4n + 3): essa série, na verdade, se inicia com o 92U239 e seu elemento característico
é o urânio-235. Porém, como já existe uma série com o nome de “Série de Urânio”, preferiu-se
chamá-la de “Série de Actínio”. Mas há os que chamam essa série de “Série do Urânio-235”. Ambas
as denominações devem ser consideradas corretas.
Como 239 dividido por 4 é igual a 59 e deixa resto 3, essa série termina no isótopo 82Pb207. Essa
série é chamada 4n + 3, porque todos os isótopos a ela pertencentes possuem números de massa
que deixam resto 3 na divisão por 4.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 30
Prof. Thiago Cardoso
O que é mais importante de você saber é, dado um radioisótopo qualquer, determinar qual o
isótopo estável em que terminará a sua série radioativa. Para isso, basta utiliza a regra do resto da divisão
por 4.
E, agora, vamos praticar com alguns exercícios.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 31
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Comentários
Nessa questão, o aluno não precisa simplesmente fazer o trabalho braçal de determinar o núcleo
resultante, mas também precisa entender qual tipo de partícula o núcleo deve emitir.
a) O meitnério-266 é um núcleo muito grande, portanto, é necessariamente instável e sobre
decaimento de partículas alfa a fim de reduzir seu número atômico.
266 262
109𝑀𝑡 → 42𝛼 + 107𝐵ℎ
O bário-140 possui 56 prótons e 84 nêutrons, portanto, ainda possui uma relação N/P muito
elevada.
c) O núcleo de berílio-7, por sua vez, possui 4 prótons e 3 nêutrons, portanto, ele possui poucos
nêutrons. Logo, deve emitir partículas beta positivas
7
4𝐵𝑒 → +10𝛽 + 73𝐿𝑖
d) O núcleo de urânio-238, assim como o meitnério-266, é muito grande e, por isso, deve emitir
partículas alfa a fim de reduzir seu número atômico, ele emite partículas alfa. O núcleo sofre
decaimento até chegar ao isótopo chumbo-208.
238 234
92𝑈 → 42𝛼 + 90𝑇ℎ
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 32
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e) O núcleo de potássio-40, por sua vez, possui 19 prótons e 21 nêutrons, portanto, ele possui muitos
nêutrons. Logo, deve emitir partículas beta positivas ou pósitrons. Nessa emissão, basicamente,
um nêutron é transformado em um próton, o que diminui a relação N/P.
40
19𝐾 → +10𝛽 + 40
20𝐶𝑎
Comentários
Nessa questão, você deve aplicar a regra do resto da divisão por 4 do número de massa.
=3 =2 =1
Vamos nos lembrar dos restos das divisões dos números de massa dos isótopos estáveis do
chumbo, que são 206, 207 e 208.
=2 =3 =0
a) O berquélio-247 deixou resto 3, portanto, pertence à série 4n +3, que termina no chumbo-207. É
interessante observar que, bastam dois decaimentos alfas para que esse isótopo caia no neptúnio-
239, que é o segundo da Série do Actínio, conforme desenhamos na Figura 21.
247 243 239
97𝐵𝑘 → 42𝛼 + 95𝐴𝑚 → 42𝛼 + 93
𝑁𝑝
b) O metinério-266 deixou resto 2, portanto, sua série radioativa termina no chumbo-206, que
encerra a série 4n + 2. Esse radioisótopo é bastante instável e decai muito rápido chegando na
Série do Urânio em poucas horas.
c) O Bóhrio-265 é um radioisótopo teórico que inventei somente para essa questão. Se produzido,
decairia em frações de segundo. O fato é que, como deixou resto 1, ele não pode terminar a sua
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 33
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série em nenhum dos isótopos do chumbo, pois só existem três estáveis, cujos números de massa
são 206, 207 e 208.
209
82𝑃𝑏 → −10𝛽 + 209
83𝐵𝑖
Comentários
O cobalto decai por partículas beta, o que aumenta o seu número atômico, seguindo a equação
nuclear.
60 0 60
27𝐶𝑜 → −1
𝛽 + 28𝑁𝑖
As partículas gama 00𝛾 possuem poder de penetração maior, porque elas não possuem massa nem
carga elétrica. Elas são compostas somente de energia, o que faz que tenham maior poder de penetração
e de causar danos ao corpo humano.
Gabarito: discursiva
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 34
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Comentários
Questão bastante interessante. O que acontece é um caso de isomerização do gálio-67.
67 ∗ 67
31𝐺𝑎 → 31𝐺𝑎 + 00𝛾
Nesse processo, há apenas uma alteração na configuração nuclear, sem modificar o número
atômico ou de massa do núcleo. Ocorre liberação de energia, porque o estado Ga* é um estado excitado,
já o estado Ga é o estado fundamental. Com base nisso, vamos analisar as afirmativas.
a) As radiações gama são bastante energéticas e, por isso, possuem elevado poder ionizante em
relação às partículas alfa e beta. Afirmativa errada.
b) Se os radionuclídeos apresentassem meia-vida longa, eles poderiam trazer efeitos nocivos ao ser
humano depois de algum tempo.
c) As propriedades químicas são exatamente as mesmas, porque o Ga* e Ga pertencem ao mesmo
elemento químico.
d) O gálio-67 tem 31 prótons e 36 nêutrons. Portanto, a razão é
31
≅ 0,86
36
e) Pelo contrário, o nuclídeo Ga* é metaestável e, após emitir os raios gama, passa a ser estável.
Ocorreu uma desexcitação com consequente liberação de energia.
Gabarito: D
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 35
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Comentários
Vamos analisar item por item.
a) Um decaimento radioativo deve ser necessariamente um processo espontâneo. Ele não pode
ser induzido pelo bombardeamento de nenhuma partícula. Nesse caso, tem-se uma transmutação
artificial. Item errado.
b) Quando o núcleo atômico emite uma partícula alfa, ele perde dois prótons e dois nêutrons. Item
errado.
c) A partícula gama não apresenta carga nem massa, por isso, não é uma partícula propriamente
dita. Ela é, de fato, uma onda eletromagnética. E todas as ondas eletromagnéticas são transversais – esse
é um assunto estudado em física. As ondas longitudinais só podem ser mecânicas, como é o caso do som.
Item correto.
d) O período de semidesintegração ou tempo de meia-vida é o tempo necessário para que a
atividade da amostra se reduza à metade da inicial. Teoricamente, a atividade radioativa nunca se esgota
completamente – ela apenas vai se reduzindo à metade a cada período de semidesintegração. Item
errado.
e) O início traz uma excelente definição de radioatividade. Porém, é muito comum que os núcleos
atômicos precisem de vários decaimentos sucessivos para atingir a estabilidade. É o caso das séries
radioativas. Item errado.
Gabarito: C
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 36
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AULA 02 – RADIOATIVIDADE 37
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Substância
não
Estado Físico
influenciam a
velocidade de
decaimento
Temperatura
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 38
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A quantidade de núcleos pode ser expressa em número de mols, mas muitas vezes é expressa
diretamente em número de átomos. Você só precisa se lembrar que a taxa de conversão de número de
átomos para número de mols é o Número de Avogadro (6,02 x 1023).
É também possível escrever essa equação em função da constante de decaimento radioativo.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 39
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Nesse gráfico, podemos visualizar o tempo de meia-vida. No início, a quantidade de núcleos era
100. Ela se reduz à metade depois de 10 unidades de tempo. Vejamos.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 40
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Ao observar o terceiro tempo de meia vida, ou seja, em 30 (3x10 = 30), concluímos que, mais uma
vez, a amostra se reduziu à metade.
É interessante observar que também podemos calcular o número de mols presentes do nuclídeo
filho. Para isso, devemos saber que a soma dos números de mols de ambos os nuclídeos deve ser mantida
constante. Isso acontece, porque todo o nuclídeo B que nasceu veio a partir do decaimento de um
nuclídeo A.
𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 = 𝑛0
Substituindo a expressão conhecida para o decaimento do nuclídeo pai, temos.
𝑛0 𝑒−𝑘𝑡 + 𝑛𝐵 = 𝑛0
∴ 𝑛𝐵 = 𝑛0 − 𝑛0 𝑒 −𝑘𝑡 = 𝑛0 (1 − 𝑒 −𝑘𝑡 )
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 41
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Figura 27: Quantidades do Nuclídeo Pai e do Nuclídeo FIlho pelo Tempo em um Decaimento Radioativo
Vale ressaltar que o número de mols pode ser substituído tanto pela atividade radioativa como
pela massa do radioisótopo na equação acima, porque todas essas grandezas são diretamente
proporcionais. Portanto, podemos dizer também que:
𝑡
1 𝑡1/2
𝐴(𝑡) = 𝐴0 . ( )
2
𝑡
1 1/2
𝑡
𝑚(𝑡) = 𝑚0 . ( )
2
A atividade radioativa é medida geralmente em Becquerel (Bq), que significa desintegrações por
segundo. Já a massa é medida normalmente em gramas. Por isso, é muito comum que as questões
forneçam uma determinada massa e peçam a sua atividade.
Para isso, você deverá fazer a conversão de número de mols em número de átomos multiplicando
pelo número de Avogadro (NAV = 6,02.1023).
Vale ressaltar que a velocidade de desintegração igual a 1 Bq corresponde à desintegração de
apenas um único átomo por segundo. Trata-se de uma taxa extremamente baixa, por isso, outras
unidades podem ser utilizadas.
Por exemplo, o Curie (1 Ci) corresponde à radiação de uma fonte de 1 g de rádio-226, que foi o
isótopo estudado por Marie e Pierre Curie nos seus primeiros traalhos sobre radioatividade. O fator de
conversão é que 1 Ci = 3,7.1010 Bq.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 42
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AULA 02 – RADIOATIVIDADE 43
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ln 2 0,693
𝑡1/2 = ≅
𝑘 𝑘
Na equação acima, o termo ln 2, se você ainda não viu em Matemática, representa o logaritmo
natural de 2. Esse logaritmo é tomado na base e, que é o número de Euler.
Com base nessa equação, podemos calcular a constante de decaimento do carbono-14.
ln 2 ln 2 0,693
𝑡1/2 = ∴𝑘= = ≅ 1,24.10−4 𝑎𝑛𝑜−1
𝑘 𝑡1/2 5600
Podemos ir além. Como sabemos a atividade dessa amostra, podemos calcular a massa de
carbono-14 que apresenta a atividade exatamente igual a 1 Bq.
Para isso, devemos nos lembrar que a atividade se relaciona com o número de mols presentes na
amostra através da constante de decaimento.
𝐴 = 𝑘𝑛
Como a atividade está em Becquerel (desintegrações por segundo), é conveniente obter a
constante de decaimento em segundo também.
ln 2 0,693
𝑘= = = 3,9.10−12 𝑠 −1
𝑡1/2 5600.365.24.3600
1 = 3,9.10−12 . 𝑛
1
∴𝑛= = 2,55.1011 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠
3,9.10−12
Vale ressaltar que, como o Becquerel equivale ao número de desintegrações por segundo, o
resultado obtido não foi em número de mols, mas em número de átomos. Podemos converter dividindo
pelo Número de Avogadro, que corresponde ao número de átomos que compõem um mol.
2,55.1011
𝑛= = 4,2.10−13 𝑚𝑜𝑙
6,02.1023
Para obter a massa de carbono presente em 4,2 x 10-13 mol, precisamos multiplicar esse valor pela
massa molar, que é 14 g/mol, tendo em vista que não estamos falando do elemento carbono, mas sim do
isótopo 14C.
𝑚 = 4,2.10−13 . 14 ≅ 59.10−13 = 5,9.10−12 𝑔 = 5,9.10−6 𝜇𝑔
Trata-se, portanto, de uma massa ínfima de carbono-14 que já é suficiente para ter uma
desintegração por segundo.
Outro ponto a se comentar é que, como o tempo de meia-vida depende exclusivamente da
constante de decaimento, os fatores que não afetam essa constante k também não afetam o tempo de
meia-vida.
Portanto, o tempo de meia-vida também é independente de todo e qualquer fenômeno da
eletrosfera.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 44
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Substância
não
Estado Físico
influenciam
no tempo de
meia-vida
Temperatura
Figura 29: Fatores que não influenciam nem a atividade nem o tempo de meia-vida
Com base nisso, apresentamos, a seguir, um conjunto de três radioisótopos. Qual deles você
acredita que ofereçam um maior risco à população, caso venham a ser jogados na natureza?
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 45
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Sendo assim, os radioisótopos mais perigosos ao ser humano são aqueles que possuem tempo de
meia-vida intermediários.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 46
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Os materiais de tempo de meia-vida muito curto rapidamente dispersam sua atividade e ela se
reduz a frações insignificantes em pouco tempo. Já os materiais de tempo de meia-vida muito longo
apresentam atividades muito baixas devido ao seu baixo valor de constante de decaimento.
Os radioisótopos de tempo meia-vida relativamente curto encontram bastante aplicações na
Medicina. Por exemplo, o iodo-131, cuja meia-vida é de 8 dias, é um radioisótopo muito utilizado para o
tratamento de hipertireoidismo e câncer na tireóide.
A tireóide é uma glândula que tem grande afinidade pelo iodo, pois consome o elemento para a
produção de seus hormônios. O tratamento consiste em injetar o iodo radioativo no corpo, que vai ser
absorvido por essa glândula.
As partículas gama emitidas por sua radiação eliminam as células cancerígenas e o excesso de
produção de hormônios. O interessante é que ele somente é absorvido pela tireóide, portanto, não
provoca efeitos em outras partes do corpo humano.
Considerando um prazo de 10 meias-vidas, a sua atividade se reduz significativamente somente
após 80 dias. Porém, como esse elemento é eliminado pelo metabolismo normal do corpo, é comum que
o paciente tenha alta em algumas semanas após o tratamento. Recomenda-se apenas o cuidado com a
urina e fezes, pois elas podem conter traços do elemento radioativo.
É interessante observar que o iodo-123, cuja meia vida é de apenas 13 horas, é também utilizado
na Medicina, mas com o propósito de diagnóstico. No caso de tratamento de câncer, como sua atividade
se esgotaria em 130 horas (ou pouco mais de 5 dias) e esse período não seria suficiente para eliminar as
células cancerígenas, ele teria que ser administrado várias vezes no paciente.
1 𝑡/𝑡1/2
𝑁 = 𝑁0 ⋅ ( )
2
Na expressão acima:
• N: é o número de radioisótopos presentes ao final;
• N0: é a quantidade inicial de radioisótopos;
• t: é o tempo passado desde o início do decaimento;
• t1/2: é o tempo de meia-vida.
A razão t/t1/2 pode ser expressão como a quantidade de meias-vidas que já se passaram desde o
início do decaimento radioativo.
𝑡
𝑛=
𝑡1/2
Outro ponto interessante que podemos comentar é que seguem a mesma lei de decaimento
radioativo com o mesmo tempo de meia-vida todas as medidas que são diretamente proporcionais ao
número de radioisótopos. Entre elas, podemos destacar:
• A massa do radioisótopo;
• A atividade do radioisótopo.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 47
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Portanto, podemos escrever as mesmas equações de decaimento tanto para a massa como para
a atividade.
1 𝑡/𝑡1/2
𝑚 = 𝑚0 ⋅ ( )
2
1 𝑡/𝑡1/2
𝐴 = 𝐴0 ⋅ ( )
2
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 48
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𝑛(𝑡) = 𝑛0 𝑒 −𝑘𝑡
Já conseguimos provar a relação por meio da constante de decaimento “k”. Agora, podemos
calcular o tempo de meia-vida, impondo que, para t = t1/2, a amostra se reduziu à metade da amostra
inicial, ou seja, n(t) = n0/2.
𝑛(𝑡1/2 ) = 𝑛0 . 𝑒 −𝑘𝑡1/2
𝑛0
= 𝑛0 . 𝑒−𝑘𝑡1/2
2
Podemos simplificar n0 em ambos os lados da equação.
1
= 𝑒−𝑘𝑡1/2
2
Aplicando o logaritmo na base Euler, temos:
1
ln ( ) = −𝑘𝑡1/2
2
Aplicando as propriedades do logaritmo, temos:
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 49
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− ln(2) = −𝑘𝑡1/2
ln(2) 0,693
∴ 𝑡1/2 = ≅
𝑘 𝑘
Comentários
Essa questão é bastante direta. Basta aplicar a expressão para o cálculo do tempo de meia-vida
em função da constante de decaimento.
ln(2)
𝑡1/2 =
𝑘
a)
0,69
𝑡1/2 = −10 = 1,3.109 𝑎𝑛𝑜𝑠
5,3.10
b)
0,69
𝑡1/2 = = 5,23𝑎𝑛𝑜𝑠
0,132
c)
0,69
𝑡1/2 = = 179𝑠
3,85.10−3
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 50
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A atividade de uma fonte de estrôncio-90 é 3,29.108 Bq. Sabendo que sua meia-vida é de 29 anos:
Comentários
A atividade de uma amostra radioativa decai exponencialmente, de acordo com a equação:
a)
𝑡
1 𝑡1 8
1 50/29
𝐴𝑡𝑣(50) = 𝐴𝑡𝑣0 . ( ) 2 = 3,29.10 . )
(
2 2
50
𝐴𝑡𝑣(50) = 3,29.108 . (10−0,30.29 ) = 3,29.108 . (10−0,517 )
1
𝐴𝑡𝑣(50) = 3,29.108 . ≅ 1.108 𝐵𝑞
3,29
Perceba que, mesmo após o período de 50 anos, a atividade da amostra radioativa ainda se situa
em cerca de 30% da amostra original.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 51
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Comentários
A atividade de uma amostra radioativa é proporcional ao número de nuclídeos presentes na
amostra.
𝐴𝑡𝑣 = 𝐶𝑁
A constante de decaimento radioativo, por sua vez, pode ser calculada pelo tempo de meia vida.
ln 2 0,69
𝐶= = = 4,3.10−4 𝑎𝑛𝑜𝑠 −1
𝑡1/2 1600
Agora, precisamos calcular o número de nuclídeos presentes na amostra de 1 g de rádio-226.
Primeiramente, podemos calcular o número de mols pela razão entre a massa presente e a massa molar
do radioisótopo.
𝑚 1
𝑛= = = 4,4.10−3 𝑚𝑜𝑙
𝑀 226
Agora, podemos converter para número de átomos multiplicando pelo Número de Avogadro.
𝑁 = 4,4.10−3 . 6.1023 = 2,64.1021 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠
Agora, podemos calcular
𝐴𝑡𝑣 = 2,64.1021 . 4,3.10−4 = 1,13.1018 𝑑𝑒𝑠𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜
1,13.1018
𝐴𝑡𝑣 = = 3,6.1010 𝐵𝑞
365.24.3600
Vale ressaltar que a atividade radioativa calculada é definida como 1 Ci (Curie), que é muito
utilizado como unidade de medida de radiação.
Gabarito: 3,6.1010 Bq
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 52
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As águas termais são fontes de águas aquecidas pela energia liberada no decaimento do isótopo 238U.
Comentários
O número de meias-vidas que decorram é obtido dividindo a idade das fontes termais pela meia-
vida do radioisótopo.
3,5 7
𝑡= = ≅ 0,78
4,5 9
Agora, vamos olhar no gráfico para ter um valor aproximado do estágio do decaimento.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 53
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Pelo gráfico, temos que a massa restante de 238U é aproximadamente 60 % da massa inicial.
Gabarito: A
Comentários
Vamos analisar separadamente cada uma das afirmações.
a) Mais uma questão de Física. De fato, em uma colisão qualquer, é liberada energia. Afirmação
correta.
b) O ser humano absorve o carbono naturalmente como parte do seu metabolismo. Como o
radioisótopo 14C apresenta as mesmas propriedades químicas dos demais isótopos, nós o
absorvemos na mesma proporção em que ele existe no ambiente. Portanto, o nosso corpo, de
fato, emana radioatividade. Afirmação correta.
c) Pelo contrário, essas partículas são as que possuem maior poder de penetração. Os raios gama
somente podem ser detidos por uma parede de chumbo. Já os nêutrons são ainda mais
penetrantes que os raios gama. Afirmação errada.
d) Esse é o grande perigo das radiações. Quando atingem a matéria, podem ionizar e provocar
alterações estruturais em moléculas vitais ao metabolismo celular. Afirmação correta.
Gabarito: C
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 54
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Comentários
A curva de decaimento mostra a quantidade de iodo-132 presente pelo tempo. Portanto, traz
informações sobre a cinética, o que inclui o tempo de meia-vida. Notamos que 8 dias após a emissão,
restou 50% da amostra inicial, portanto, esse é o período de meia-vida. Logo, a letra C está correta.
Na curva de decaimento, não há nenhuma informação sobre as partículas liberadas. Porém, é de
se esperar que ele emita partículas beta, pois possui muitos nêutrons – o único isótopo estável do iodo é
o 127. Logo, a letra A está errada.
A radiação não para depois dos 32 dias. Ela continua. Enquanto houver iodo presente, ele
continuará decaindo. Portanto, está errada a letra B.
As letras D e E trazem informações relevantes sobre o tempo de meia-vida. Devemos registrar que:
• O tempo de meia-vida não depende da quantidade inicial do radioisótopo. Ele é constante em
todo o processo radioativo;
• O tempo de meia-vida não depende da temperatura.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 55
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Comentários
O decaimento do césio é exponencial, portanto, podemos
1 𝑡/𝑡1/2
𝑚 = 𝑚0 . ( )
2
1 𝑡/𝑡1/2
1 = 32. ( )
2
𝑡/𝑡1/2
1 1
=( )
32 2
Vamos extrair a potência.
𝑡
=5
𝑡1/2
Agora, basta calcular o tempo.
𝑡
∴ = 5 ∴ 𝑡 = 5. 𝑡1/2 = 5.30 = 150 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑡1/2
Gabarito: C
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 56
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No gráfico a seguir, foram desenhadas curvas que representam as variações das massas desses
radioisótopos ao longo das duas horas de duração do experimento.
Comentários
Vamos traçar no gráfico o momento em que a massa do bismuto-214 se reduz à metade.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 57
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Para converter de mol por hora em partícula por hora, devemos multiplicar pelo Número de
Avogadro.
𝑣 = 0,176.10−3 . 6.1023 = 1,06.1020 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎. ℎ−1
Gabarito: 20 minutos; 1,06.1020
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 58
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É importante esclarecer que a fissão nuclear não envolve somente a quebra do núcleo de urânio-
235. Quando falamos em quebrar um núcleo, falamos em afastar completamente os prótons e nêutrons
que o compõem. Esse processo é sempre bastante endotérmico, ou seja, requer muita energia.
Considere, por exemplo, a quebra do núcleo de hélio-4. Esse núcleo possui energia de ligação de
28,3 MeV. Isso significa que é necessário fornecer essa quantidade imensa de energia para romper o
núcleo.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 59
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AULA 02 – RADIOATIVIDADE 60
Prof. Thiago Cardoso
Esses nêutrons podem colidir com outros núcleos de urânio-235, provocando a sua fissão. E, assim,
serão liberados novos nêutrons que vão colidir novos núcleos de urânio. O processo gerará um ciclo.
235U recebe
nêutron
236Use decompõe
em núcleos
menores
Figura 34: Fissão do 235U é uma reação em cadeia
Dessa maneira, podemos concluir que a parte difícil de acontecer em uma fissão nuclear é a quebra
do primeiro núcleo de urânio-235. Uma vez quebrado o primeiro núcleo, ele liberará energia e nêutrons
que serão suficientes para quebrar os próximos núcleos.
Portanto, o estudo da fissão nuclear passa por entender o que é necessário para iniciar a reação,
tendo em vista que, uma vez iniciada, o processo se alimenta.
O primeiro ponto é a energia necessária para começar a fissão de um núcleo pesado, que é da
ordem de 7 a 8 MeV.
Essa quantidade de energia é inferior ao que é necessário para quebrar completamente um núcleo
– por exemplo, a quebra do hélio-4 requer 28,3 MeV. Porém, é muito superior à quantidade de energia
que é liberada nas reações químicas, que são fenômenos da eletrosfera.
Por esse motivo, a fissão nuclear é muito difícil de ser detonada. Se o isótopo não se fissionar
espontaneamente, não será possível processar a transmutação.
É por isso que o urânio-238, que é o isótopo mais abundante desse elemento, não fissiona. Embora
ele possa absorver um nêutron, formando o isótopo instável urânio-239, a energia de excitação é de
apenas 5 MeV, não sendo suficiente para iniciar a fissão.
238 239 ∗
92𝑈 + 10𝑛 → 92𝑈
Como não há energia suficiente para fissionar o núcleo de 239U*, esse núcleo atinge a estabilidade
por meio da simples emissão de partículas gama ou pela emissão de partículas alfa, formando núcleos
menores.
Um problema que pode acontecer nos processos de fissão nuclear é que, como o movimento dos
núcleos é aleatório, eles podem simplesmente escapar sem colidir com outros núcleos de urânio.
Como já foi visto no Experimento de Rutherford, a grande maioria das partículas alfa atravessa o
átomo sem colidir com o núcleo. Imagina o que acontece com os núcleos, que são ainda menores que
elas.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 61
Prof. Thiago Cardoso
Dessa maneira, é preciso haver uma quantidade mínima do material fissionável para que haja
uma probabilidade grande de que os nêutrons gerados fiquem realmente aprisionados dentro da
amostra. Essa quantidade mínima é denominada massa crítica.
A massa crítica depende não só do isótopo fissionável, mas também da forma geométrica em que
ele está arranjado. É muito mais fácil o nêutron escapar de uma barra reta do que de uma esfera, pois, na
barra, ele pode atravessar a espessura, que tem um comprimento bem inferior às demais dimensões.
A título de ilustração, trazemos as massas críticas dos principais isótopos fissionáveis quando eles
se encontram na forma esférica.
Tabela 6: Massa Crítica dos Principais Isótopos Fissionáveis
Isótopo Massa Crítica
Urânio-233 15 kg
Urânio-235 50 kg
Neptúnio-236 7 kg
Neptúnio-237 60 kg
Plutônio-238 9 kg
Plutônio-239 10 kg
Plutônio-240 40 kg
Plutônio-242 100 kg
Amerício-241 60 a 100 kg
Amerício 242 9 a 18 kg
Amerício 243 50 a 150 kg
Califórnio-249 6 kg
Califórnio-251 5 kg
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 62
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segundos, enquanto que o bário-142 apresenta 8,3 minutos. Além disso, o bário é um sólido com alto
ponto de fusão, portanto, não se dispersa na atmosfera.
Isso significa que, em pouco mais de 18 segundos e 83 minutos, a radiação emitida por esses
radioisótopos já é praticamente nula.
Os radioisótopos preocupantes são o césio-137 (30 anos) e o iodo-131 (8 dias).
O primeiro apresenta uma meia-vida média – sua radiação permanece no local em foi aplicada por
mais de 100 anos em níveis acima do tolerável pelo ser humano. É perigoso também por ser volátil, com
ponto de fusão de 28°C, o que significa que, apesar de ser sólido, ele pode se dispersar pela atmosfera.
Já o iodo-131, apesar de sua meia-vida relativamente curta, é facilmente absorvido pelo corpo
humano, tendo em vista que o iodo faz parte do metabolismo da glândula tireóide.
235 𝟏𝟑𝟖 95
92𝑈 + 10𝑛 → 𝟓𝟑𝑰 + 39𝑌 + 3. 10𝑛
235 𝟏𝟒𝟎 92
92𝑈 + 10𝑛 → 𝟓𝟓𝑪𝒔 + 37𝑅𝑏 + 4. 10𝑛
É interessante observar que o urânio-235 possui uma relação N/P muito elevada em relação aos
núcleos menores. Por isso, quando ele se parte, é natural que os isótopos formados tenham mais nêutrons
do que seriam necessários para estabilizar o núcleo. Por exemplo, os isótopos mais abundantes do iodo e
do césio são, respectivamente 127I e 133Cs. Ambos são bastante estáveis.
O iodo-138, por exemplo, emite uma série partículas beta para se transformar no núcleo estável
de bário-138.
𝛽 𝛽 𝛽
138
53𝐼 → 138 138 138
54𝑋𝑒 → 55𝐶𝑠 → 56𝐵𝑎
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 63
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9
4𝐵𝑒 + 42𝛼 → 12
6𝐶 + 10𝑛
Esse processo é de bastante importância, pois o berílio é uma das principais fontes de nêutrons
para o processo de fissão nuclear.
De maneira geral, as reações nucleares são bastante exotérmicas, por isso, os nêutrons emitidos
costumam ser bastante rápidos, tendo energia superior a 2 MeV. São tão rápidos que escapam com
facilidade do reator de fissão.
Portanto, nos reatores térmicos, é muito comum utilizar um moderador para desacelerar alguns
nêutrons muito rápidos. A ideia é que se utiliza um isótopo, cujos núcleos possam ser atingidos pelos
nêutrons, porém, esse isótopo deve ter baixa afinidade por essas partículas.
Vale ressaltar que o elemento utilizado deve ser leve, pois os elementos mais pesados podem
absorver nêutrons mais facilmente. Porém, o ideal é que eles tenham a maior densidade possível, pois
maior densidade é sinal da maior proporção de núcleos por volume possível. Sendo assim, substâncias no
estado gasoso devem ser evitadas.
Sucessivas colisões com os núcleos do moderador diminuem a energia cinética dos nêutrons,
tornando-os aptos a participar da fissão nuclear.
Podemos resumir as características de um bom moderador de velocidade.
Nêutrons
têm sua
Baixa velocidade
Afinidade reduzida
por
Nêutrons
Átomos
Leves e Alta
Densidade
Os materiais mais utilizados como moderadores são a água pesada (D 2O), que é a molécula de
água formada por dois átomos de deutério, em vez de hidrogênio leve, e o carbono grafite, que é formado
principalmente por átomos 12C, isótopo que é bastante estável.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 64
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1
𝑈𝑂2 + 𝑂2 → 𝑈𝑂3(𝑠)
2
3
𝑈𝑂3 + 3𝐹2 → 𝑈𝐹6(𝑔) + 𝑂2(𝑔)
2
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 65
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2
1𝐻 + 31𝐻 → 42𝐻𝑒 + 10𝑛
2
1𝐻 + 21𝐻 → 31𝐻 + 11𝐻
2
1𝐻 + 21𝐻 → 32𝐻𝑒 + 10𝑛
Chama a atenção que, ao contrário do processo de fissão nuclear, os produtos formados não
representam riscos radioativos. Por conta disso, a fusão nuclear é considerada uma fonte limpa de
energia, o que faz que seja estudada em laboratórios do mundo inteiro.
Outro ponto a se comentar é que a energia liberada é muito superior. Enquanto que fissão
completa de 1 g de urânio leva à liberação de energia correspondente a 18 toneladas de TNT, a fusão
completa de 1 g de deutério leva à liberação da mesma quantidade de energia corresponde a incríveis 58
toneladas de TNT.
Vale ressaltar, ainda, que o hidrogênio é muito mais abundante na Terra do que o urânio, portanto,
o combustível seria praticamente ilimitado.
A grande dificuldade para iniciar essa reação é vencer a forte repulsão entre os núcleos de dois
átomos de hidrogênio, quando aproximados.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 66
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É importante observar que já comentamos que a temperatura não influencia nos processos
radioativos, tendo em vista que a agitação térmica comum somente influencia a distância entre duas
eletrosferas, o que altera apenas propriedades, como as forças intermoleculares, que nada influenciam o
núcleo.
Porém, no estado de plasma, a milhões de graus Celsius, as temperaturas são tão elevadas que a
energia cinética dos átomos é suficiente para desafia a repulsão eletrostática entre os prótons, o que
começa a influenciar os fenômenos nucleares, entre os quais, se inclui a fusão nuclear.
Devido às alturas temperaturas necessárias para iniciar o processo de fusão nuclear, não se
conhece ainda atualmente um modo de se processar essa transmutação de modo controlado.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 67
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A fusão não poderia acontecer dentro de um recipiente sólido, por exemplo, um reator de aço,
pois, ao entrar em contato com esse material, o plasma provocaria a sua rápida vaporização, sendo
impossível de controlá-lo. Um dos principais métodos a respeito de que se pesquisa é o confinamento
magnético. Nessa técnica, o plasma poderia ser confinado no interior de um campo magnético
extremamente elevado.
O estudo mais aprofundado da fusão até construir um reator de fusão em que a reação poderia
acontecer de maneira controlada é uma das invenções mais aguardadas pela Ciência. Considero também
que será uma grande revolução na produção de energia no mundo inteiro, tendo em vista o seu leque de
vantagens.
Comentários
Para resolver essa questão, devemos
239 98
a) 94𝑃𝑢 + 10𝑛 → 42𝑀𝑜 + 138
52𝑇𝑒 +?
94 + 0 = 42 + 52 + 𝑍 ∴ 𝑍 = 0
239 + 1 = 98 + 138 + 𝐴 ∴ 𝐴 = 4
Portanto, foram expelidos quatro núcleos. Podemos escrever a equação nuclear completa para a
fissão nuclear desse isótopo.
239 98
94𝑃𝑢 + 10𝑛 → 42𝑀𝑜 + 138 1
52𝑇𝑒 + 4 0𝑛
239 100
b) 94𝑃𝑢 + 10𝑛 → 1
43𝑇𝑐 +? +4 0𝑛
94 + 0 = 43 + 𝑍 + 0 ∴ 𝑍 = 51
239 + 1 = 100 + 𝐴 + 4 ∴ 𝐴 = 136
Olhando na Tabela Periódica, encontramos que o elemento, cujo número atômico é igual a 51 é o
antimônio (Sb). Assim, podemos escrever a equação nuclear completa.
239
94𝑃𝑢 + 10𝑛 → 100
43𝑇𝑐 + 136 1
51𝑆𝑏 + 4 0𝑛
239
c) 94𝑃𝑢 + 10𝑛 → ? + 139 1
49𝐼𝑛+? +3 0𝑛
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 68
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94 + 0 = 49 + 𝑍 + 0 ∴ 𝑍 = 45
239 + 1 = 139 + 𝐴 + 3 ∴ 𝐴 = 98
Olhando na Tabela Periódica, encontramos que o elemento, cujo número atômico é igual a 45 é o
ródio (Rh). Assim, podemos escrever a equação nuclear completa.
239 139 98
94𝑃𝑢 + 10𝑛 → 49𝐼𝑛 + 45𝑅ℎ + 3 10𝑛
(TFC – Inédita)
A respeito dos processos de fissão e fusão nuclear, assinale a alternativa correta.
a) Na fusão nuclear, núcleos atômicos menores formando núcleos atômicos maiores, absorvendo uma
grande quantidade de energia.
b) A fissão nuclear é o processo utilizado na produção de energia nas usinas atômicas, porque apresenta
baixo impacto ambiental, sendo considerada uma energia limpa e sem riscos.
c) A energia liberada pelo Sol se deve às reações de fissão nuclear que ocorrem na estrela.
d) A equação: 0n1 + 92U235 → 56Ba140 + 36Kr93 + 3. 0n1 representa uma reação de fissão nuclear.
e) O processo de fusão nuclear foi primeiramente dominado pelos americanos para a construção das
bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Comentários
A questão busca confundir os conceitos de fissão e fusão nuclear.
a) A fusão libera energia, não absorve. Por isso, a letra A está errada.
b) A fissão nuclear, de fato, é utilizado nas usinas atômicas. Mas a sua grande desvantagem reside
no fato de que possui elevado impacto ambiental, pois pode gerar isótopos radioativos, como
césio-140 e iodo-131. Alternativa errada.
c) A energia do Sol é liberada por fusão nuclear. Alternativa errada.
d) A equação representada representa a fissão do núcleo de urânio. Alternativa correta.
e) A bomba atômica se baseia em um processo de fissão nuclear, não fusão. Alternativa errada.
Gabarito: D
Finalizamos aqui a nossa teoria por hoje. Agora, você terá uma bateria de exercícios.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 69
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Os núcleos a seguir são radioativos e podem emitir partículas alfa, beta ou pósitrons. Determine qual o tipo de
partícula emitido e o nuclídeo resultante. Esse nuclídeo deve ser estável ou ainda sofrerá novos decaimentos?
a) 266109Mt
b) 14055Cs
c) 74Be
d) 23892U
e) 4019K
Dados alguns isótopos radioativos, em qual núcleo estável termina a sua série radioativa?
a) 24797Bk
b) 266109Mt
c) 265107Bh
4. (TFC – Inédita)
Um tratamento para câncer utiliza radioisótopos que emitem radiações de alta energia, como a gama,00γ,
eficientes na destruição de células cancerosas que são mais susceptíveis à radiação, por se reproduzirem
rapidamente. Entretanto, durante a terapia, é impossível evitar que células saudáveis também recebam parte
da radiação.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 70
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Isso ocasiona diversos efeitos colaterais, entre eles: náusea, fadiga e perda de cabelos. A fonte de radiação é
projetada para o uso das radiações gama, já que as radiações alfa, 2α4, e beta, -1β0, são menos penetrantes nos
tecidos e nas células. Um dos radionuclídeos usados na radioterapia é o cobalto, 27Co60.
b) Explique por que as radiações gama possuem maior poder de penetração em relação às radiações alfa e
beta.
c) Sabendo que o 27Co60 sofre decaimento por meio de emissão de uma partícula beta, escreva a sua equação
de decaimento e determine o nuclídeo resultante.
O radionuclídeo 6731Ga*, cuja meia-vida é igual a três dias, é utilizados na Medicina Nuclear no tratamento de
tumores linfáticos. Uma vez introduzido no corpo, as emissões de radioisótopos emitem raios gama por meio
do seguinte decaimento:
67
31Ga* → 6731Ga + 00γ
a) As radiações gama, 00γ, são mais penetrantes, porém menos ionizantes que as partículas alfa, 2α4, e
beta, -1β0.
6. (TFC – Inédita)
a) Quando um átomo é bombardeado com partículas α e/ou partículas β, sofrendo uma desintegração nuclear,
diz-se que ele sofreu um decaimento radioativo.
b) Quando um núcleo atômico emite uma partícula α, ele perde um próton e um nêutron.
c) A radiação gama não é uma partícula propriamente dita, mas sim uma onda eletromagnética transversal.
d) O período de semidesintegração é o tempo necessário para que todos os átomos radioativos existentes em
uma certa amostra transmutem-se em átomos estáveis.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 71
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Marie e Pierre Curie descobriram que a radiação proveniente de uma fonte de rádio-226 era bem mais intensa
do que a do urânio. Por causa disso, eles aprofundaram seus estudos no elemento. Determine a atividade de
1,0 g em Becquerel de uma amostra de rádio-226, sabendo que o seu tempo de meia-vida 1600 anos. Considere
que a massa atômica do nuclídeo seja igual a seu número de massa.
As águas termais são fontes de águas aquecidas pela energia liberada no decaimento do isótopo 238U. Estima-se
que elas tenham surgido há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Sabendo que a meia-vida do 238U é 4,5 bilhões de anos e que esse isótopo é utilizado para datação da idade da
Terra, a porcentagem de 238U atual, considerando a época de formação das fontes de águas termais,
corresponde a, aproximadamente,
a) 60,0%
b) 75,0%
c) 12,5%
d) 30,0%
e) 50,0%
b) A radioatividade está presente em todos os seres humanos, como por exemplo, o isótopo radioativo
carbono-14.
c) Os raios gama e os nêutrons não apresentam efeitos graves nos seres humanos, por conta de sua
pequena capacidade de penetração.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 72
Prof. Thiago Cardoso
d) As radiações nucleares provocam ionização com alterações moleculares, formando espécies químicas
que causam danos às células.
O iodo-132 sofre decaimento com liberação de partículas beta. De acordo com observações laboratoriais,
traçou-se a seguinte curva de decaimento para o radioisótopo.
Um dos maiores acidentes com o isótopo 137Cs aconteceu em setembro de 1987, na cidade de Goiânia, Goiás,
quando um aparelho de radioterapia desativado foi desmontado em um ferro velho. O desastre fez centenas
de vítimas, todas contaminadas através de radiações emitidas por uma cápsula que continha 137Cs, sendo o
maior acidente radioativo do Brasil e o maior ocorrido fora das usinas nucleares. O grande risco das emissões
radioativas do césio-137 é que, mesmo após vários anos, a atividade do material continua significativamente
elevada. Considere que uma amostra radioativa tinha 32 g de 137Cs e que o seu tempo de meia vida é 30 anos.
Com base nessa informação, depois de quantos anos, teremos 1 g de 137Cs?
a) 90
b) 120
c) 150
d) 180
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 73
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e) 210
Em um experimento, foi utilizada uma amostra de 100 mg contendo partes iguais dos radioisótopos bismuto-
212 e bismuto-214. Suas respectivas reações nucleares de decaimento estão indicadas abaixo:
Bi →
212 212
Po +
Bi →
214 210
Tl +
No gráfico a seguir, foram desenhadas curvas que representam as variações das massas desses radioisótopos
ao longo das duas horas de duração do experimento.
a) Na fusão nuclear, núcleos atômicos menores formando núcleos atômicos maiores, absorvendo uma
grande quantidade de energia.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 74
Prof. Thiago Cardoso
b) A fissão nuclear é o processo utilizado na produção de energia nas usinas atômicas, porque apresenta
baixo impacto ambiental, sendo considerada uma energia limpa e sem riscos.
c) A energia liberada pelo Sol se deve às reações de fissão nuclear que ocorrem na estrela.
d) A equação: 0n1 + 92U235 → 56Ba140 + 36Kr93 + 3. 0n1 representa uma reação de fissão nuclear.
e) O processo de fusão nuclear foi primeiramente dominado pelos americanos para a construção das
bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
A partir do isótopo xyA ocorrem três processos sucessivos de decaimento radioativo que levam à formação do
isótopo final D. A partir de xyA há emissão de uma partícula beta, produzindo o nuclídeo B. Este, por sua vez,
libera uma partícula beta formando o nuclídeo C. O nuclídeo D é produzido a partir de C por meio de emissão
de uma partícula alfa. Escreva as equações nucleares dessas etapas, fornecendo os números de massa e
atômico dos nuclídeos B, C e D em função de x e y. Esboce um gráfico da quantidade de cada nuclídeo em
função do tempo até a produção de D e o consumo de todos os demais nuclídeos. Considere que a constante de
velocidade é a mesma em todas as etapas.
Sabe-se que 22Ti48 e 23V51 são, respectivamente, isóbaro e isótono de um nuclídeo X, determine para o íon
hipotético X-1:
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 75
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a) a configuração eletrônica;
b) a camada de valência;
Sabe-se que um determinado nuclídeo, estável ou instável, em seu estado fundamental é designado por X e,
em seu estado excitado, por X*. Considere o bombardeamento do átomo estável de cobalto no estado
fundamental por um nêutron. O nuclídeo gerado por essa reação sofre três decaimentos radioativos
consecutivos, liberando, respectivamente, uma partícula beta e 0,31 MeV de energia, uma partícula gama e
1,17 MeV de energia, e uma partícula gama e 1,33 MeV de energia. Com base nessas informações, assinale a
opção que apresenta os nuclídeos formados em cada um dos três decaimentos, respectivamente:
a) Co*, Co*, Co
b) Co*, Co, Ni
c) Co*, Ni*, Ni
d) Ni*, Co*, Co
e) Ni*, Ni*, Ni
I. Massa crítica representa a massa mínima de um nuclídeo físsil em um determinado volume necessária para
manter uma reação em cadeia.
II. Reações nucleares em cadeia referem-se a processos, nos quais elétrons liberados na fissão produzem nova
fissão em, no mínimo, um outro núcleo.
III. Os núcleos de 226Ra podem sofrer decaimentos radioativos consecutivos até atingirem a massa de 206
(chumbo), adquirindo estabilidade.
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 76
Prof. Thiago Cardoso
e) apenas I e III.
Águas termais, exploradas em diversos destinos turísticos, brotam naturalmente em fendas rochosas. O
aquecimento natural dessas águas, na sua grande maioria, deve-se ao calor liberado em processos radioativos
de elementos presentes nos minerais rochosos que são transferidos para a água no fluxo pelas fendas. O gás
radônio (222Rn) é o provável responsável pelo aquecimento de diversas águas termais no Brasil. O 222Rn se
origina do rádio (226Ra), na série do urânio (238U), naturalmente presente em granitos. O tempo de meia vida
(t1/2) do 222Rn é de 3,8 dias, e esse se converte em polônio (218Po), que por sua vez possui um t1/2 de 3,1 minutos.
Considerando as informações dadas, considere as seguintes afirmativas:
4. Após 3,8 dias da extração da água termal, a concentração de 218Po atingirá a metade do valor da
concentração inicial de 222Rn.
O nêutron foi descoberto por James Chadwick. Em laboratório, ele utilizou a seguinte reação nuclear
envolvendo núcleos de berílio e partículas alfa:
9
4Be + 42α → X + 10n
b) Os nêutrons podem ser desviados por campos elétricos, pois são partículas que apresentam massa.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 77
Prof. Thiago Cardoso
c) Quando submetida a um campo elétrico, a partícula alfa sofre desvios mais significativos do que uma
partícula beta.
Em um experimento de laboratório, utilizou-se plutônio como fonte emissora de partículas alfa, que foram
bombardeadas contra uma finíssima camada de uma substância X. A respeito desse experimento, pode-se
afirmar que:
III – O carbono grafite poderia ser utilizado como substância X, pois é um material bastante maleável.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
Um vinho pode ser datado por meio da atividade radioativa do trítio (31H), radioisótopo cujo tempo de meia
vida é igual a 12 anos. Uma marca de vinho alega ter envasado um rótulo há 30 anos. Para que isso seja,
assinale a alternativa que apresenta o valor aproximado da razão percentual entre a atividade radioativa atual
encontrada no vinho e a atividade radioativa na fonte.
Dado: 𝟐 = 1,4
a) 14%
b) 16%
c) 18%
d) 20%
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 78
Prof. Thiago Cardoso
e) 22%
A energia gerada pela fissão de 1 g de U-235 é igual a 8,0 x 1010 J. Sabendo disso, quantas lâmpadas de 25 W
podem ser mantidas acesas pelo período de 1 ano com a energia liberada na fissão de 1 g de U-235.
a) 25
b) 50
c) 75
d) 100
e) 150
Os principais produtos da fissão nuclear do urânio são: o criptônio-92 (92Kr) e o bário-141 (141Ba). Sabendo
disso, podemos afirmar sobre o processo de fissão nuclear que:
a) O criptônio-92 e o bário-141 são nuclídeos estáveis, portanto, não sofrem novos processos de desintegração
radioativa.
b) Os núcleos de tempo de meia-vida muito curto (alguns segundos) são considerados pouco perigosos em
processos radioativos.
c) Os radioisótopos do iodo são muito perigosos para o ser humano, porque o nosso corpo absorve, mas não
consegue constituir suas proteínas com os isótopos radioativos, apenas pelos isótopos estáveis.
d) A fissão nuclear é uma propriedade intensiva do urânio-235, portanto, pode ser iniciada com qualquer
amostra de urânio-235 pura, ainda que tenha massa muito pequena.
e) O urânio-238 não sofre fissão nuclear, mas apenas uma série de decaimentos radioativos, que termina no
isótopo 208Pb.
Em 1974, o governo francês tomou a decisão de expandir a capacidade de produção de energia nuclear na
França logo após a primeira crise do petróleo. Sabendo que os principais produtos da fissão nuclear do urânio e
seus respectivos tempos de meia-vida são:
92
Kr: 1,8 s;
141
Ba: 8,3 min;
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 79
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131
I: 8 dias
137
Cs: 30 anos.
A respeito do processo de fissão nuclear, pode-se afirmar, com base nos produtos que:
I – A fissão nuclear pode acontecer com qualquer quantidade de 235U, desde que o material tenha uma pureza
mínima, denominada massa crítica.
II – O grande risco ambiental da fissão nuclear do urânio é a emissão de gases radioativos que podem
permanecer por meses ou anos na atmosfera.
III – Os nêutrons liberados no processo de fissão nuclear podem provocar danos ao DNA de células humanas.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
O tetraetilchumbo era adicionado à gasolina na maioria dos países até cerca de 1980.
b) O 238U decai a 206Pb com tempo de meia-vida de 4,5 x 109 anos. Uma amostra de sedimento colhida em 1970
continha 0,119 mg de 238U e 2,163 mg de 206Pb. Assumindo que todo o 206Pb é formado somente pelo
decaimento do 238U e que o 206Pb não sofre decaimento, estime a idade do sedimento.
c) Justifique o resultado obtido no item b) sabendo que a idade do Universo é de 13,7 bilhões de anos.
a) A diferença entre os números de massa de X e de Y será igual à diferença entre o dobro do número de
partículas α emitidas e o número de partículas β emitidas.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 80
Prof. Thiago Cardoso
d) X e Y são isótonos.
e) A diferença entre os números de nêutrons de X e de Y será igual à soma do dobro do número de partículas α
emitidas com o número de partículas β emitidas.
a) O número de massa, A, de um isótopo é um número inteiro positive adimensional que corresponde à soma
do número de protons e neutrons no núcleo daquele isótopo.
b) Massa atômica refere-se à massa de um único átomo, e é invariante para átomos de um mesmo isótopo.
Quando medida em unidades padrão de massa atômica, ela nunca é um número inteiro, exceto para o 12C.
c) A soma do número de prótons e nêutrons em qualquer amostra de matéria cuja massa é exatamente 1 g vale
exatamente 1 mol.
d) A massa molar de um dado elemento químico pode variar em diferentes pontos do Sistema solar.
e) Multiplicando-se a unidade padrão de massa atômica pela constante de Avogadro, obtém-se exatamente 1
g/mol.
I – A massa crítica depende não somente do isótopo físsil, mas também da forma geométrica em que está
organizado o material.
II – Os produtos radioativos da fissão nuclear mais perigosos possuem tempo de meia vida longa.
235
92U + 10n → 14055Cs + Z + 4 10n
a) Apenas I.
b) Apeans I e II.
c) Apenas II.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 81
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d) Apeans II e III.
e) I, II e III.
Suponha que um metal alcalino terroso se desintegra radioativamente emitindo duas partículas alfa e uma
partícula beta. Após essas desintegrações sucessivas, em qual grupo (família) da tabela periódica deve-se
encontrar o elemento resultante deste processo?
a) 13 (III A).
b) 14 (IV A).
c) 15 (V A).
d) 16 (VI A).
e) 17 (VII A).
Um núcleo de Tório (228Th), inicialmente em repouso, se desintegra com a emissão de uma partícula . Na
desintegração, a partícula α é emitida com uma energia cinética de igual a 3 × 10–13 J. Qual é a energia cinética
aproximada do nuclídeo filho?
a) 5,4 × 10–15 J.
b) 8,4 × 10–15 J.
c) 9,0 × 10–15 J.
d) 6,0 × 10–14 J.
e) 3,0 × 10–13 J.
b) As partículas alfa possuem elevado poder de penetração e podem ser usados no tratamento de tumores.
c) Os raios X são as ondas eletromagnéticas que se enquadram no espectro ultravioleta e podem ser produzidas
por transições eletrônicas.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 82
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d) Os raios gama não causam danos aos tecidos humanos, porque não possuem carga nem massa.
e) As partículas beta são partículas pesadas formadas por dois prótons e dois nêutrons.
b) A massa nuclear de todos os átomos é menor que a soma das massas dos seus prótons e nêutrons isolados.
d) O módulo da energia do orbital 3s do átomo de hidrogênio é maior que o módulo da energia do orbital 3p.
II – 5928Ni + 0–1e → ?
Cientistas ficaram impressionados ao descobrir que, nas ruínas do Reator IV em Chernobyl, havia uma espécie
extraordinária de fungos que se alimentam da radiação, por um processo conhecido como radiossíntese.
Sabendo que a energia liberada pela emissão de uma partícula alfa por um núcleo de 234Th é igual a 9,9.10–13 J e
que a radiação é emitida na faixa de 20 nm, determine o número de raios gama que são liberados na
decomposição de um átomo de 234Th.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 83
Prof. Thiago Cardoso
a) 101
b) 10²
c) 10³
d) 104
e) 105
Uma usina nuclear utiliza água como fluido de resfriamento de um reator que contém 23,4 g de 234Th, cuja
emissão de partículas alfa libera 6.1013 J/mol e tem tempo de meia-vida igual a 23 dias. Sabendo que o calor
específico da água é igual a 4,2 J.g–1.K–1 e que a água deve entrar no reator a uma temperatura de 0 °C e sair de
lá com uma temperatura inferior a 80 °C, determine o fluxo de água que deve atravessar o reator.
Dado: ln 2 = 0,69.
a) 3,0 kg/s.
b) 6,2 kg/s.
c) 9,5 kg/s
d) 12,8 kg/s
e) 14,0 kg/s.
A emissão radioativa do polônio-218 (A = 218 e Z = 84), diante de um campo elétrico e/ou campo magnético,
forma partículas α e β.
a) A reação de decaimento do átomo de 84Po218 se transforma na espécie estável 82Pb206. Calcule quantas
partículas α e β são emitidas nesse processo.
b) Calcule a quantidade residual de polônio-218 após 15 minutos de reação, partindo de uma massa inicial
de 3,2 g desse isótopo radioativo. Considere que o tempo de meia-vida do polônio-218 é de 3,0 minutos.
c) Ernest Rutherford e colaboradores, em seus experimentos com partículas α, incidiram um feixe dessas
partículas sobre uma lâmina de ouro e observaram que a maior parte delas atravessava diretamente a lâmina,
sem sofrer desvios, e algumas sofriam grandes desvios ou até mesmo retrocediam. Explique se é correto
afirmar que Ernest Rutherford descobriu, com esses experimentos, a existência tanto do elétron quanto do
núcleo atômico.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 84
Prof. Thiago Cardoso
Em relação ao tempo de meia-vida do césio-137, livre ou combinado, são feitas as afirmações abaixo.
Observação: (tempo de meia-vida é o tempo necessário para que a metade dos átomos de césio sofram
desintegração radioativa).
IIIa – Ele é o mesmo tanto no césio elementar como em todos os compostos de césio.
IIIb – Ele varia se são mudando os outros átomos ligados ao átomo de césio.
Um amostra de 30 g de cobalto foi mantida por 10 anos em um laboratório, onde sua atividade radioativa foi
monitorada. Após passados os 10 anos, descobriu-se que a amostra continha 0,35g do radioisótopo cobalto-67.
Sabendo que a meia-vida do cobalto-67 é 5 anos, qual era a percentagem em massa desse radioisótopo na
amostra original?
Uma amostra recente de 1,00g de carbono mostra 900 desintegrações por hora, principalmente devidas ao
isótopo 14, que possui meia-vida de 5730 anos. No estudo de um fóssil, foi recolhida uma amostra que
continha aproximadamente 1,00g do fóssil que apresentava 6000 desintegrações em 24 horas, qual é a idade
da amostra de carvão?
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 85
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As vítimas do acidente radioativo de Goiânia, que ingeriram césio-137, foram tratadas com um composto
químico chamado “azul-da-prússia”. O objetivo era provocar a troca do césio por um elemento não-radioativo,
de propriedades químicas muito semelhantes, contido naquele composto. Qual é esse elemento?
a) Ra
b) Ca
c) K
d) I
e) Fr
a) Radioatividade
b) Molaridade
c) Acidez
d) Pressão
e) Temperatura
O iodo-125, variedade radioativa do iodo, com aplicações medicinais, tem meia-vida de 60 dias. Quantos
gramas de iodo-125 irão restar, após 6 meses, a partir de uma amostra contendo 4,00g do radioisótopo?
a)1,50 g
b) 0,75 g
c) 0,66 g
d) 0,25 g
e) 0,10 g
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 86
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a)
b)
c)
d)
e)
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 87
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I – A massa crítica para um radioisótopo físsil depende da geometria da amostra do material, sendo menor
possível quando o material está na forma de uma esfera.
II – Durante o processo de fissão nuclear, a maior parte dos nêutrons simplesmente escapa do meio reacional
sem provocar a continuidade da reação.
III – O radioisótopo 238U não é físsil, porém, sofre uma série de decaimentos radioativos que termina em 206Pb.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
A desintegração radioativa do césio-140 tem tempo de meia-vida igual a 30 anos. Assinale a alternativa que
apresenta a atividade (em desintegrações por ano) de uma amostra de 1,4 gramas pura do metal:
a) 4,5.1013
b) 6,5.1013
c) 9,0.1013
d) 4,5.1014
e) 6,5.1014
O thório, cujo isótopo mais abundante é o 23290Th, se decompõe radioativamente formando o isótopo estável
208
82Pb com liberação de:
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 88
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O 82Pb214 desintegra-se por emissão de partículas Beta, transformando-se em 83Pb214 que, por sua vez, se
desintegra também por emissão de partículas Beta, transformando-se em 84Po214. A figura abaixo mostra como
varia, com o tempo, o número de átomos, em porcentagem de partículas, envolvidos nestes processos de
desintegração. Admita ln2 = 0,69. Considere que, para estes processos, sejam feitas as seguintes afirmações:
a) apenas I, II e III.
b) apenas I e IV.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 89
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e) apenas IV e V.
Qual o gráfico que apresenta a curva que melhor representa o decaimento de uma amostra contendo 10,0 g de
um material radioativo ao longo dos anos?
a)
b)
c)
d)
e)
O acidente nuclear ocorrido em Chernobyl (Ucrânia), em abril de 1986, provocou a emissão radioativa
predominantemente de Iodo-131 e Césio-137. Assinale a opção CORRETA que melhor apresenta os respectivos
períodos de tempo para que a radioatividade provocada por esses dois elementos radioativos decaia para 1%
dos seus respectivos valores iniciais. Considere o tempo de meia-vida do Iodo-131 igual a 8,1 dias e do Césio-
137 igual a 30 anos. Dados: ln 100 = 4,6; ln 2 = 0,69.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 90
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O elemento Plutônio-238 é utilizado para a geração de eletricidade em sondas espaciais. Fundamenta-se essa
utilização porque esse isótopo tem
Considere o decaimento radioativo do 24Na como um processo cinético de primeira ordem, conforme mostrado
no gráfico abaixo.
a) a constante de decaimento, k; e
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 91
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Uma amostra de massa de 1 g de determinado elemento radioativo ZQ100 (meia-vida 23,0 anos) decai, por meio
de uma emissão alfa, gerando o elemento R (meia-vida 34,5 anos). Este, por sua vez, emite uma partícula beta,
dando origem ao elemento estável S.
Sabe-se que as frações molares dos elementos Q e S são funções do tempo de decaimento, expressas,
respectivamente, por:
𝑋𝑄 = 𝑒 −𝑘 1 𝑡
𝑘2 𝑘1
𝑋𝑆 = 1 − 𝑒 −𝑘 1 𝑡 − 𝑒 −𝑘 2 𝑡
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
Os isótopos do urânio 238U e 235U aparecem na natureza sempre juntos. Como o 235U não é gerado a partir do
238
U por desintegração e admitindo que não há razão para privilegiar um em relação ao outro, podemos supor
que o Criador os tenha colocado em proporções iguais no momento da formação da Terra. Considerando válida
tal hipótese, calcule a idade que nosso planeta teria.
Dados:
log 2 = 0,30
log 3 = 0,48
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 92
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ln 2 = 0,69
ln 3 = 1,1
ln 137,9 = 4,9
51/2 = 2,24
O urânio possui dois isótopos naturais: o urânio-235 e o urânio-238. Ambos os isótopos são radioativos. Na
detonação de uma bomba de hidrogênio, observou-se a formação desses dois isótopos na proporção molar de
70% do urânio-238. Supondo que, na formação da Terra, eles foram colocados na mesma proporção observada
na bomba de hidrogênio, determine a idade do planeta.
log 2 = 0,30; log 3 = 0,48; log 7 = 0,845; log (0,0072) = – 2,143; log (0,9928) = – 0,0031
O oxigênio 15, um isótopo radioativo, é utilizado na tomografia por emissão de pósitrons para avaliar a
perfusão sanguínea e o consumo de oxigênio em distintas regiões do cérebro. Sabendo que um amostra com
7,5 g desse isótopo radioativo (8O15) produz 1,0 x 1023 emissões de radiação por minuto, determine o tempo
para que essa amostra passe a produzir 2,5 x 1022 emissões de radiação por minuto.
O tempo de meia-vida (t1/2 ) do decaimento radioativo do potássio 40 (19K40) é igual a 1,27 x 109 anos. Seu
decaimento envolve os dois processos representados pelas equações seguintes:
I. 19K40→ 20Ca
40
+ -1e0
O processo representado pela equação I é responsável por 89,3 % do decaimento radioativo do 19K40, enquanto
que o representado pela equação II contribui com os 10,7 % restantes. Sabe-se, também, que a razão em
massa de 18Ar40 e 19K40 pode ser utilizada para a datação de materiais geológicos. Determine a idade de uma
rocha, cuja razão em massa de 18Ar40/19K40 é igual a 0,95. Mostre os cálculos e raciocínios utilizados.
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 93
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O trítio é produzido na atmosfera por raios cósmicos. Ao combinar-se com o oxigênio e o hidrogênio, precipita-
se sob a forma de chuva. Uma vez que a incidência de raios cósmicos varia com a região da Terra, as águas
pluviais de regiões diferentes terão diferentes concentrações de trítio.
Os dados abaixo correspondem às concentrações de trítio (expressas em número de desintegrações por minuto
por litro) em águas pluviais de diferentes regiões do Brasil:
Um antigo lote de garrafas de vinho foi encontrado sem rótulos, mas com a data de envasamento na rolha,
conferindo ao vinho uma idade de 16 anos. Uma medida atual da concentração de trítio neste vinho indicou 6,5
desintegrações/min.L
Considerando que a concentração de trítio no momento do envasamento do vinho é igual à das águas pluviais
de sua região produtora, identifique o local de procedência deste vinho, justificando sua resposta.
3
1H =12,32 anos ; ln 2 = 0,693; ln 1,105 = 0,1; e = 2,72
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 94
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8. Gabarito
1.
2. a) 2He4; b) 96Cm248; c) 18. discursiva 41. discursiva
0 24
+1e ; d) 12Mg 19. E 42. E
3. a) 107Bh262; b) 56Ba140; 20. discursiva 43. 4,7%
c) 3Li7; d) 90Th234; e) 21. E 44. 4,7%
40
39K 22. E 45. C
4. a) chumbo-207; b) 23. C 46. A
chumbo-206; c) 24. E 47. D
bismuto-209 25. A 48. C
5. discursiva 26. C 49. E
6. D 27. D 50. A
7. C 28. B 51. E
8. a) 1,3.109 anos; b) 5,32 29. E 52. A
anos; c) 179 s 30. b) 20 bilhões de anos; 53. B
9. a) 1,3.109 anos; b) 5,32 c) discursiva 54. B
anos; c) 179 s 31. E 55. C
10. 3,6.1010 Bq 32. C 56. a) 0,046 h-1; b) 15 h
11. A 33. E 57. 0,43 g
12. C 34. E 58. 5,97 bilhões de anos
13. C 35. A 59. discursiva
14. C 36. C 60. 4,16 min
15. 20 minutos; 1,06.1020 37. A 61. 4,2 bilhões de anos
16. a) 4 0n1; b) 51Sb136; c) 38. A 62. São Joaquim
98
45Rh 39. E
17. D 40. B
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 95
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Comentários:
O decaimento por partícula beta provoca aumento do número atômico, mas preserva o número
de massa.
𝑦 0 𝑦
𝑥𝐴 → −1
𝛽 + 𝑥+1𝐵
𝑦 0 𝑦
𝑥𝐵 → −1
𝛽 + 𝑥+2𝐶
A partícula alfa, por sua vez, corresponde ao núcleo do átomo de hélio, com número atômico igual
a 2 e número de massa igual a 4.
𝑦 𝑦−4
𝑥𝐶 → 42𝛼 + 𝑥𝐷
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 96
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O nuclídeo B inicialmente terá uma alta taxa de produção. Mas, à medida que ele é produzido, sua
taxa de consumo aumenta. É importante observar que o ponto de máximo no número de mols do nuclídeo
B acontece em:
𝛥𝑛𝐵
= 𝑘. 𝑛𝐴 − 𝑘. 𝑛𝐵 = 0
𝛥𝑡
∴ 𝑘. 𝑛𝐴 − 𝑘. 𝑛𝐵 = 0
𝑘. 𝑛𝐴 = 𝑘. 𝑛𝐵
∴ 𝑛𝐴 = 𝑛𝐵
Portanto, o número de mols do nuclídeo B será máximo exatamente no ponto em que o número
de mols de B se igualar ao número de mols de A. Podemos ver isso no gráfico.
A mesma situação acontecerá com C. O número de mols do nuclídeo C será máximo exatamente
no ponto em que esse número se igualar ao número de mols do nuclídeo B.
Por fim, o nuclídeo D terá uma taxa de produção inicialmente muito lenta, pois haverá pouco do
nuclídeo C. À medida que for aumenta a quantidade de nuclídeos C, a taxa de produção de D aumenta
significativamente.
Esse gráfico foi construído com uma simulação computacional considerando k = 1 e variações de
unidade de tempo equivalentes a t = 0,01.
Gabarito: discursiva
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 97
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Comentários
(A) – A reação I é, de fato, uma reação de transmutação artificial, visto que, no processo descrito,
o núcleo de um átomo é bombardeado por uma partícula para ser transformado em outro
átomo.
(B) – A reação II é de fissão nuclear pois ela apresenta um núcleo pesado que se desmembra
formando núcleos mais leves e mais estáveis. Essa quebra ocorre, regra geral, a partir do
bombardeamento de nêutrons.
(C) – A reação III é de fusão nuclear pois ela apresenta dois núcleos leves que se juntam para
formar núcleos mais pesados e mais estáveis.
(D) – Em uma reação nuclear, devemos ter a conservação do número de massa, bem como a
conservação do número de prótons. Assim, conservando o número de massa na reação II,
temos:
𝐴𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
1 + 235 = 142 + 𝑥 + 3 ⋅ 1
236 = 145 + 𝑥
𝑥 = 236 − 145
𝑥 = 91
Por sua vez, conservando o número de prótons, temos:
𝑍𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑍𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
0 + 92 = 56 + 𝑦 + 3 ⋅ 0
𝑦 + 56 = 92
𝑦 = 92 − 56
𝑦 = 36
Ora, o número de massa de um núcleo é dado por:
𝐴=𝑍+𝑁
Logo:
𝑥 =𝑦+𝑁
91 = 36 + 𝑁
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 98
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𝑁 = 91 − 36
𝑁 = 55
Assim, a afirmativa está correta.
(E) – A afirmativa possui dois erros.
Além disso, vemos que x é o número de massa do criptônio. Como já calculado no item “d”,
teríamos x = 91 e não 93 como sugerido pela afirmativa. Portanto, afirmativa incorreta.
Gabarito: E
Comentários
O nuclídeo X tem o mesmo número de massa do titânio-48 e o mesmo número de nêutrons do
vanádio-51. Portanto, já sabemos que o número de massa de X é 48.
O número de nêutrons do vanádio-51 pode ser calculado pela diferença entre o número de
massa e o número atômico.
𝑁 = 𝐴 − 𝑍 = 51 − 23 = 28
𝑍 = 𝐴 − 𝑁 = 48 − 28 = 20
O íon hipotético X-1 tem um elétron a mais que o número de prótons, portanto, tem 21 elétrons.
Lembrando-nos que o gás nobre anterior é o Argônio, cujo número atômico é igual a 18. Portanto, a
configuração eletrônica do íon é.
𝑋 − : [𝐴𝑟]4𝑠 2 3𝑑1
AULA 02 – RADIOATIVIDADE 99
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A camada de valência é a quarta. O elétron mais energético está no subnível 3d. Seus números
quânticos são:
• Principal: n = 3
• Secundário: l = 2 (d)
Não é possível afirmar categoricamente quais os números quânticos magnético e de spin, porque
variar o orbital dentro do mesmo subnível ou mudar o número de spin não afeta a energia da
configuração. Porém, do jeito que representamos a configuração eletrônica de X -, temos:
• Magnético: m = -2
• Spin: -1/2
Gabarito: discursiva
Comentários
Inicialmente, um átomo estável de cobalto é bombardeado por um nêutron, tornando-se um
nuclídeo instável.
𝐴 1 𝐴+1 ∗
27𝐶𝑜 + 0𝑛 → 27𝐶𝑜
Muito cuidado, porque, até o presente momento, não houve nenhum decaimento. Houve apenas
a formação de um nuclídeo instável. Por conta disso, não podemos marcar nenhuma das letras de “a” a
“c”.
Esse nuclídeo sim é que irá sofrer decaimento. Primeiramente é liberada uma partícula beta.
𝐼 − 𝐴+1 ∗
27𝐶𝑜 →
𝐴+1 ∗ 0
28𝑁𝑖 + −1𝛽 + 0,31 𝑀𝑒𝑉
O nuclídeo de níquel formado nesse primeiro decaimento é instável, por isso, deve ser marcado. A
prova de que o nuclídeo formado é instável é justamente que ele sofre outros decaimentos.
O segundo decaimento corresponde à emissão de partícula gama, que não altera nem o número
atômico nem o número de massa do nuclídeo.
𝐼𝐼 − 𝐴+1 ∗ 𝐴+1 ∗ 0
28𝑁𝑖 → 28𝑁𝑖 + 0𝛾 + 1,17 𝑀𝑒𝑉
Como o nuclídeo formado também sofre um terceiro decaimento, ele é instável e deve ser
marcado.
Esse terceiro decaimento também é de uma partícula gama, que, portanto, não altera nem o
número atômico nem o número de massa. O nuclídeo resultante não sofre novos decaimentos, portanto,
é um nuclídeo estável.
𝐼𝐼𝐼 − 𝐴+1 ∗ 𝐴+1 0
28𝑁𝑖 → 28𝑁𝑖 + 0𝛾 + 1,33 𝑀𝑒𝑉
Diante do exposto, a sequência de nuclídeos formados nos três decaimentos é Ni*, Ni*, Ni. Não se
pode marcar as alternativas com Co* porque esse elemento não foi formado em um decaimento
radioativo, mas sim em um processo de excitação do átomo que foi anterior aos decaimentos.
Gabarito: E
(ITA – 2018)
Considere as seguintes proposições:
I. Massa crítica representa a massa mínima de um nuclídeo físsil em um determinado volume necessária
para manter uma reação em cadeia.
II. Reações nucleares em cadeia referem-se a processos, nos quais elétrons liberados na fissão
produzem nova fissão em, no mínimo, um outro núcleo.
III. Os núcleos de 226Ra podem sofrer decaimentos radioativos consecutivos até atingirem a massa de
206 (chumbo), adquirindo estabilidade.
Das proposições acima, está(ão) CORRETA(S):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas I e III.
Comentários
Vamos analisar isoladamente cada uma das proposições.
I – Na fissão nuclear, a massa crítica é a mínima porção necessária para manter os nêutrons dentro
do sistema reacional, evitando que eles escapem. Item correto.
II – Na fissão nuclear, nêutrons são liberados. São eles que colidem com os novos núcleos para
provocar o encadeamento da reação.
III – O rádio-226 é radioativo e sofre desintegração até atingir um isótopo estável do chumbo. Note
que a diferença de números de massa é igual a 20, que é múltiplo de 4. Portanto, foram feitas 5 emissões
de partículas alfa para atingir o chumbo-206.
226 4 0 206
88𝑅𝑎 → 5. 2𝛼 + −1𝛽 + 82𝑃𝑏
Vale ressaltar que o rádio possui mais de 25 isótopos diferentes, sendo apenas 4 encontrados na
natureza, sendo o rádio-226 o mais comum e que possui o tempo de meia-vida mais longo (1600 anos).
Esse isótopo é produto do decaimento do urânio-238.
Gabarito: E
Comentários
Vamos analisar as alternativas.
1 – Os decaimentos radioativos espontâneos são processos exotérmicos e liberam bastante
energia. Afirmação verdadeira.
2 – Como ocorreu uma redução do número de massa, concluímos que houve emissão de partícula
alfa.
226 222
86𝑅𝑛 → 84𝑃𝑜 + 42𝛼
Houve também uma redução no número atômico. Para seguir ao isótopo 22686Rn, será necessário
aumentar o número atômico em duas unidades, o que pode ser feito pela emissão de partículas.
222
84𝑃𝑜 → 222
86𝑅𝑛 + 2 ⋅ −10𝛽
Ocorre, portanto, a emissão de duas partículas beta, não quatro, como afirmado pelo enunciado.
Afirmação falsa.
3 – Cada emissão de partícula alfa causa redução do número de massa em 4 unidades. Assim,
podemos calcular a quantidade de partículas alfa emitidas dividindo-se a redução do número de massa
por 4.
238 − 218 20
𝑛= = =5
4 4
Afirmação verdadeira.
4 – De fato, a concentração de 222Rn se reduzirá à metade e todo esse isótopo se transformará em
218Po.Porém, o 218Po também é radioativo e apresenta um tempo de meia-vida muito curto, portanto,
após 3,8 dias, não restará praticamente nenhum nuclídeo 218Po.
Vale ressaltar, ainda, que, se o isótopo 218Po fosse estável, a afirmação seria verdadeira. Afirmação
falsa.
Gabarito: C
Comentários
Vamos analisar as afirmações.
a) Na reação citada, ocorre o bombardeamento de partículas alfa em um núcleo de berílio.
Portanto, não é um decaimento radioativo natural, mas sim uma transmutação artificial. Afirmação
errada.
b) Os nêutrons são partículas de carga neutra, portanto, não interagem com campos elétricos.
Afirmação errada.
c) A partícula alfa é mais pesada que a partícula beta, portanto, sofre menos desvios. Afirmação
errada.
d) Vamos obter o número atômico e o número de massa de X, usando os princípios da conservação
da carga nuclear e do número de massa.
4+2=𝑍+0∴𝑍 =6
9 + 4 = 𝐴 + 1 ∴ 𝐴 = 12
Portanto, o átomo X é o 126C, que possui 6 prótons e 6 nêutrons. X não é isóbaro do 94Be, pois eles
possuem números massa diferentes. Afirmação errada.
e) O núcleo 9 9 Be.
4Be possui 4 prótons e 5 nêutrons. Logo, X possui um nêutron a mais que 4
Afirmação correta.
Gabarito: E
Comentários:
Vamos analisar as afirmações.
I – As partículas alfa correspondem ao núcleo do átomo de hélio (42α). Elas são compostas por dois
prótons e dois nêutrons, portanto, são partículas carregadas positivamente. Afirmação correta.
II – Como o núcleo é oco, a maior parte das partículas alfa o atravessará, sem colidir ou sofrer
desvios. Essa foi uma das constatações mais importantes do Experimento de Rutherford. Afirmação
errada.
III – A maleabilidade é uma característica de metais, portanto, o carbono grafite não é maleável.
Afirmação errada.
Portanto, apenas a afirmação I está correta.
Gabarito: A
Comentários
Vamos empregar a equação do decaimento radioativo.
1 𝑛
𝐴 = 𝐴0 ⋅ ( )
2
Vamos calcular o número de meias vidas que se passaram.
𝑡 30
𝑛= = = 2,5
𝑡1/2 12
Vamos jogar esse valor na equação do decaimento radioativo.
1 𝑛
𝐴 = 𝐴0 ⋅ ( )
2
1 2,5 𝐴0 0,25𝐴0
𝐴 = 𝐴0 ⋅ ( ) = = = 0,178𝐴0 = 17,8% 𝑑𝑒 𝐴0 ≅ 18%
2 2.2.1,4 1,4
Gabarito: C
Comentários
Vamos calcular a quantidade de energia que uma lâmpada de 25W precisa para se manter acesa
pelo período de 1 ano. Para isso, devemos lembrar que:
• 1 ano tem 365 dias;
• 1 dia tem 24 horas;
• 1 hora tem 60 minutos;
• 1 minuto tem 60 segundos.
𝐸 = 𝑃𝑡 = 25.60.60.24.365 = 78840000 ≅ 7,9.108 𝐽
A energia liberada na fusão nuclear do urânio-235 é igual a 8.1010 g. Essa energia é suficiente para
manter acesas um total de:
8.1010
𝑁= ≅ 101
7,9.108
Gabarito: D
Comentários
Vamos analisar as afirmações.
a) Podemos consultar os dados de massas atômicas fornecidos no começo da lista. Temos que:
𝐾𝑟 = 84 𝑢
𝐵𝑎 = 137 𝑢
Logo, podemos concluir que os isótopos 92Kr e 141Ba possuem uma massa bem superior à massa
atômica dos elementos, logo, eles não devem ser os isótopos mais estáveis. Portanto, é bastante provável
que eles sejam radioativos. Afirmação errada.
b) Se um radioisótopo tem um tempo de meia-vida muito curto, de apenas alguns segundos, em
poucos minutos, a sua atividade se reduzirá a uma porcentagem ínfima da original. Portanto,
esses radioisótopos não tendem a ser perigosos, pois eles rapidamente se dissipam. Afirmação
correta.
c) As propriedades químicas de todos os isótopos de um elemento são iguais. Portanto, o corpo
humano será capaz de utilizar o iodo radioativo da mesma forma que utiliza o iodo estável na
constituição das proteínas da tireóide. Afirmação errada.
d) É preciso uma quantidade mínima do isótopo físsil em massa para produzir a fissão nuclear.
Essa quantidade é denominada massa crítica. Afirmação errada.
e) De fato, o isótopo 238U não sofre fissão nuclear, mas sim uma série de decaimentos por emissão
de partículas alfa e beta. Nesse tipo de decaimento, a variação do número de massa é
necessariamente um múltiplo de 4.
Δ𝑛 = 238 − 208 = 30 ≠ 4𝑛
Gabarito: B
Comentários
Vamos analisar as afirmações.
I – Houve uma confusão de conceitos. A massa crítica não é a pureza, mas sim a menor massa de
urânio necessária para dar início à fissão nuclear em cadeia. Essa massa é influenciada por diversos
fatores, inclusive, a pureza. Portanto, a fissão nuclear não pode acontecer com qualquer quantidade de
urânio-235. Afirmação incorreta.
II – O único gás emitido na fissão nuclear foi o criptônio-92, que tem um tempo de meia-vida muito
curto (apenas 1,8 s). Em 10 tempos de meia-vida, portanto, 18 segundos, a atividade radioativa teria se
reduzir a 1/1024 da atividade original. Logo, o criptônio-92 não ficará por muito tempo na atmosfera.
Os demais materiais são sólidos: bário, iodo e césio. Afirmação incorreta.
III – Os nêutrons realmente podem se chocar com qualquer núcleo atômico presente no corpo
humano, induzindo-a a sofrer transmutações radioativas. Portanto, podem causar danos ao DNA de
células humana ou, na verdade, a qualquer célula humana. Afirmação correta.
Gabarito: E
(ITA – 2016)
O tetraetilchumbo era adicionado à gasolina na maioria dos países até cerca de 1980.
b) O 238U decai a 206Pb com tempo de meia-vida de 4,5 x 109 anos. Uma amostra de sedimento colhida
em 1970 continha 0,119 mg de 238U e 2,163 mg de 206Pb. Assumindo que todo o 206Pb é formado somente
pelo decaimento do 238U e que o 206Pb não sofre decaimento, estime a idade do sedimento.
c) Justifique o resultado obtido no item b) sabendo que a idade do Universo é de 13,7 bilhões de anos.
Dados: ln 2 = 0,693; ln 22 = 3,091
Comentários
Vamos calcular o número de mols presente de cada um dos isótopos de urânio-238 e chumbo-206
presentes na amostra. Para isso, consideraremos que o número de massa é aproximadamente igual à
massa atômica.
0,119
𝑛𝑈 = = 0,0005 𝑚𝑜𝑙
238
2,163
𝑛𝑃𝑏 = ≅ 0,0105 𝑚𝑜𝑙
206
Supondo que o sedimento continha apenas urânio-238 no início de sua formação, o número de
mols inicial desse isótopo presente é igual à soma do que restou com o que decaiu.
𝑛0 = 0,0005 + 0,0105 = 0,011
Aplicando a Equação de Decaimento Exponencial, temos:
𝑛𝑈 = 𝑛0 . 𝑒 −𝑘𝑡
0,0005 = 0,011. 𝑒 −𝑘𝑡
0,0005 5 10 1
∴ 𝑒 −𝑘𝑡 = = = =
0,0110 110 220 22
Tirando o logaritmo natural, temos:
ln(22)
𝑘𝑡 = ln(22) ∴ 𝑡 =
𝑘
Usando a relação entre constante de desintegração e tempo de meia-vida, temos:
ln(2)
𝑘=
𝑡1/2
ln(2)
𝑘=
𝑡1/2
Sendo assim, o tempo gasto
ln(22) ln(22) 3,091 3,091
𝑡= = . 𝑡1/2 = . 𝑡1/2 = . 4,5.109 ≅ 20.109 = 20 𝑏𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑜𝑠
ln(2) ln(2) 0,693 0,693
𝑡1/2
Como o tempo decorrido foi superior à Idade do Universo, podemos concluir que a suposição
inicial era falsa. Ou seja, nem todo o chumbo-206 presente no sedimento se originou do decaimento de
urânio-238.
Comentários
A questão fala sobre uma série de desintegrações radioativas. Para saber a influências das
partículas alfa e beta sobre o isótopo formado, devemos nos lembrar da composição dessas partículas,
que é 42𝛼 e −10𝛽. As partículas beta, portanto, não influenciam a variação do número de massa.
a) O número de massa decresce 4 unidades a cada emissão de partículas alfa. A emissão de
partículas beta não exerce nenhuma influência, portanto, a alternativa está incorreta.
b) A radiação gama é composta unicamente por energia, logo, não exerce qualquer influência
sobre o número atômico do elemento. Alternativa incorreta.
c) O número de massa, e não o número atômico, é que decresce 4 unidades a cada partícula alfa.
Alternativa incorreta.
d) O número de nêutrons é modificado tanto pela emissão de partículas alfa como de partículas
beta. Portanto, X e Y não são isótonos. Alternativa incorreta.
e) O gabarito é mais profundo. Já vimos que a emissão de uma partícula beta corresponde à
transformação de um nêutron em um próton.
1 1
0𝑛 → −1
𝛽 + 11𝑝
Sendo assim, o número de nêutrons diminui 1 unidade a cada emissão de partícula beta.
A partícula alfa, por sua vez, é formada por 2 prótons e 2 nêutrons. Portanto, cada emissão de
partícula alfa diminui em 2 unidades o número de nêutrons no isótopo.
Sendo assim, a redução do número de nêutrons na série radioativa é, de fato, a soma do dobro das
partículas alfa com o número de partículas beta.
Gabarito: E
(ITA – 2016)
Assinale a opção que apresenta a afirmação ERRADA.
a) O número de massa, A, de um isótopo é um número inteiro positive adimensional que corresponde
à soma do número de protons e neutrons no núcleo daquele isótopo.
b) Massa atômica refere-se à massa de um único átomo, e é invariante para átomos de um mesmo
isótopo. Quando medida em unidades padrão de massa atômica, ela nunca é um número inteiro, exceto
para o 12C.
c) A soma do número de prótons e nêutrons em qualquer amostra de matéria cuja massa é exatamente
1 g vale exatamente 1 mol.
d) A massa molar de um dado elemento químico pode variar em diferentes pontos do Sistema solar.
e) Multiplicando-se a unidade padrão de massa atômica pela constante de Avogadro, obtém-se
exatamente 1 g/mol.
Comentários
Questão muito boa, totalmente dentro do estilo do ITA. Vamos analisar isoladamente cada uma
das afirmativas.
a) Definição exata do número de massa. Como esse número é uma contagem, ele é, de fato,
adimensional. Afirmativa correta.
b) Muito interessante. De fato, todos os átomos de um mesmo isótopo apresentam exatamente a
mesma massa atômica. Afirmativa correta.
c) A massa dos prótons e dos nêutrons é ligeiramente diferente de 1 g/mol. Além disso, a massa
de um núcleo é ligeiramente menor que a soma das massas dos prótons e dos nêutrons, o que se chama
defeito de massa.
O defeito de massa é diferente em cada núcleo, portanto, 1 g de uma massa de matéria tem uma
quantidade diferente de prótons e nêutrons. O número de prótons e nêutrons presentes só é exatamente
igual a 1 mol no caso do 12C. Afirmativa errada.
d) Muito interessante essa afirmativa. A massa do elemento químico é dada pela média ponderada
das massas de seus isótopos. Como o teor de cada isótopo pode variar em diferentes pontos do Sistema
Solar, então, a massa molar do elemento químico também pode variar.
Por exemplo, o Sol tem um teor de deutério diferente da Terra, pois lá acontece o processo de
fusão nuclear com mais intensidade. Por exemplo, certamente, no Sol, a massa do hidrogênio é diferente
da massa do hidrogênio na Terra. Portanto, uma afirmativa correta.
e) O número de Avogadro é a conversão entre unidade de massa atômica e o grama. De fato, basta
multiplicar. Afirmativa correta.
Gabarito: C
Comentários
Vamos analisar as afirmações:
I – É isso mesmo. A massa crítica depende do material e da sua forma geométrica. A menor massa
crítica acontece quando o material está organizado na forma de uma esfera.
A explicação para isso é que os nêutrons escaparão com maior facilidade de uma barra, pois ela
tem uma das dimensões menores. A esfera é o mais uniforme possível, logo, ela não tem um caminho
mais curto que facilitará o escape dos nêutrons liberados na fissão nuclear. Afirmação correta.
II – É verdade. Pense, por exemplo, no césio-140, cujo tempo de meia-vida é igual a 30 anos. Esse
isótopo demoraria 300 anos (10 vezes o tempo de meia-vida) para ter sua atividade reduzida à metade.
Dessa forma, o tempo que o radioisótopo demoraria exercendo efeitos danosos por conta de sua
radioatividade.
Por outro lado, um radioisótopo de tempo de meia-vida curto, como o lítio-8, cujo tempo de meia-
vida é igual a 838 milissegundos não seria um problema. Depois de 8,38 segundos, a radioatividade da
amostra já teria se reduzido a 0,1% da atividade inicial. Ainda que você realmente quisesse ser
contaminado pelo vazamento desse radioisótopo, você não conseguiria. Afirmação correta.
Gabarito: E
Comentários:
Seja X o metal alcalino terroso, de número atômico Z e número de massa A. Vamos escrever as
reações de desintegração radioativa sucessivas descritas no enunciado da questão:
𝐴 𝐴−8
𝑍𝑋 → 𝑍−4
𝑌 + 2 42𝛼
𝐴−8
𝐴−8
𝑍−4𝑌 → 𝑊 + −10𝛽
𝑍−3
O elemento final formado (W), possui número atômico Z-3, ou seja, 3 prótons a menos que o
elemento X. Como X é um metal alcalino terroso (família 2/II A), cada unidade de número atômico a menos
do elemento W em relação ao elemento X representa uma família à esquerda da família do elemento X.
Portanto, devemos “retornar 3 famílias para a esquerda” para encontrar a família do elemento W:
2 (𝐼𝐼 𝐴) → 1 (𝐼 𝐴) → 18 (𝑉𝐼𝐼𝐼 𝐴) → 17 (𝑉𝐼𝐼 𝐴)
Logo, a família do elemento W é a família 17 (VII A).
Gabarito: E
Comentários
Na verdade, é uma questão de Física que foi cobrada na prova de Química. Na desintegração do
nuclídeo, devemos considerar a Conservação da Quantidade de Movimento.
𝑄𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑄𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠
Para facilitar o estudo da questão, vamos convencionar que a velocidade seja positiva para a
direita e negativa para a esquerda.
Na situação inicial, havia somente o núcleo de thório, que estava parado (v = 0). Na situação final,
havia a partícula alfa com velocidade para a direita (positiva) e o núcleo de rádio com velocidade para a
esquerda (negativa). Logo, temos:
𝑚𝑇ℎ . 𝑣𝑇ℎ = −𝑚𝑅𝑎 . 𝑣𝑅𝑎 + 𝑚𝛼 . 𝑣𝛼
Vamos usar que as massas atômicas são aproximadamente iguais ao número de massa.
4𝑣𝛼 𝑣𝛼
0 = −224. 𝑣𝑅𝑎 + 4. 𝑣𝛼 ∴ 𝑣𝑅𝑎 = =
224 56
A velocidade da partícula alfa pode ser calculada pela sua energia cinética. Para isso, devemos
utilizar que a massa de 1 mol de partículas alfa é igual a 4 gramas, mas a massa de uma única partícula é
dada pela massa molar dividida pelo número de Avogadro.
𝑣2𝛼 4 𝑣2𝛼
𝐸𝛼 = 𝑚𝛼 . = ⋅ = 3.10−13
2 6.1023 2
2.3.10−13 . 6.1023
∴ 𝑣𝛼2
= = 9.1010 ∴ 𝑣𝛼 = √9.1010 = 3.105
4
Com isso, podemos calcular a velocidade do rádio.
𝑣𝛼 3.105
𝑣𝑅𝑎 = = = 0,054.105 = 5,4.103 𝑚/𝑠
56 56
Portanto, a energia cinética do átomo de rádio é dada por:
1 1 224 2
𝐸𝑅𝑎 = 𝑚𝑅𝑎 . 𝑣2𝑅𝑎 = ⋅ 23 ⋅ (5,4.103 )
2 2 6.10
Note que usamos que a massa do átomo de rádio é igual ao número de massa dividido pelo
Número de Avogadro.
A forma mais simples de fazer a conta é separando as potências de 10 dos demais termos. Temos
o seguinte:
224. (5,4)2
𝐸𝑅𝑎 = ⋅ 106−23
2.6
𝐸𝑅𝑎 ≅ 544.10−17 = 5,4.10−15
Gabarito: A
Comentários:
Comentários:
a) A massa atômica do elemento depende dos teores relativos de cada isótopo. No Sol, por exemplo,
há um teor maior de deutério (21H) do que na Terra. Portanto, a massa atômica do hidrogênio no Sol
é diferente da massa atômica do hidrogênio na Terra. Afirmação correta.
b) Há uma exceção: o átomo de hidrogênio leve (11H) tem a massa exatamente igual à massa de um
próton. Nesse caso, não há defeito de massa, porque não há ligação entre prótons e nêutrons nesse
núcleo. Afirmação incorreta.
c) O único átomo que possui massa atômica é igual ao número de massa é o carbono-12 (126C).
Afirmação incorreta.
d) No átomo de hidrogênio, os subníveis de energia são degenerados. Portanto, a energia dos orbitais
3s e 3p possuem a mesma energia. Afirmação incorreta.
Isso acontece, porque o átomo de hidrogênio tem níveis de energia quantizados, como mostrado
acima.
Gabarito: A
Comentários
Vamos analisar as afirmações.
a) Vamos utilizar a conservação da carga nuclear e a conservação do número de massa para
descobrir o número atômico e o número de massa do segundo nuclídeo produzido na reação.
92 + 0 = 37 + 𝑍
∴ 𝑍 = 92 − 37 = 55
Observe que o níquel tem 21 nêutrons, enquanto o cobalto tem 22. Portanto, não são isótonos.
Afirmação incorreta.
Gabarito: A
Comentários
Vamos calcular a energia do fóton liberado na transição.
ℎ𝑐 (6,6.10−34 ). 3.108 6,6.3
𝐸= = = ⋅ 10−34+8−1+9 = 9,9.10−18 𝐽
𝜆 20.10−9 2
Agora, basta calcular o número de fótons pela razão entre a energia total liberada e a energia
individual do fóton.
9,9.10−13
𝑁= = 10−13+18 = 105 𝑓ó𝑡𝑜𝑛𝑠
9,9.10−18
Gabarito: E
Comentários
Primeiramente, vamos calcular o número de mols de thório presentes no reator como a razão
entre a massa da amostra e a massa molar do isótopo.
𝑚 23,4
𝑛𝑇ℎ = = = 0,1 𝑚𝑜𝑙
𝑀 234
A constante de meia vida para essa desintegração pode, então, ser obtida pela expressão:
ln 2 0,69 0,03
𝑘= = = ≅ 3,5.10−7
𝑡 23.24.60.60 24.60.60
Na equação acima, convertemos o tempo de meia vida do thório para segundos. Para isso,
observamos que 1 dia tem 24 horas; 1 hora tem 60 minutos; e 1 minuto tem 60 segundos.
𝐴 = 𝑘. 𝑛𝑇ℎ = 3,5.10−7 . 0,1 = 3,5.10−8 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
A seguir, vamos calcular a potência liberada pela atividade do thório-234. Para isso, devemos
multiplicar a atividade pela energia liberada na emissão.
𝑃 = 𝐴. 𝐸 = 3,5.10−8 . 6.1013 = 21.105 𝑊
O calor liberado pela emissão pode ser obtido como o produto da potência pelo tempo e é igual
ao calor necessário para aquecer a água.
𝑄 = 𝑃. 𝑡 = 𝑚. 𝑐. Δ𝑇
Então, podemos obter o fluxo de água, que corresponde à razão m/t, pela seguinte equação:
𝑚 𝑃 21.105
∴ = = = 0,0625.105 = 6,25.103 𝑔/𝑠 = 6,25 𝑘𝑔/𝑠 ≅ 6,2 𝑘𝑔/𝑠
𝑡 𝑐. Δ𝑇 4,2.80
Vale notar que, se tivéssemos utilizado 3,47222.10–7 como um valor mais preciso para a constante
de decaimento, teríamos chegado ao fluxo da água como 6,200 kg/s.
Gabarito: B
(UFES – 2016)
A emissão radioativa do polônio-218 (A = 218 e Z = 84), diante de um campo elétrico e/ou campo
magnético, forma partículas α e β.
a) A reação de decaimento do átomo de 84Po218 se transforma na espécie estável 82Pb206. Calcule quantas
partículas α e β são emitidas nesse processo.
b) Calcule a quantidade residual de polônio-218 após 15 minutos de reação, partindo de uma massa
inicial de 3,2 g desse isótopo radioativo. Considere que o tempo de meia-vida do polônio-218 é de 3,0
minutos.
c) Ernest Rutherford e colaboradores, em seus experimentos com partículas α, incidiram um feixe
dessas partículas sobre uma lâmina de ouro e observaram que a maior parte delas atravessava
diretamente a lâmina, sem sofrer desvios, e algumas sofriam grandes desvios ou até mesmo
retrocediam. Explique se é correto afirmar que Ernest Rutherford descobriu, com esses experimentos,
a existência tanto do elétron quanto do núcleo atômico.
Comentários
a) A diferença entre os números de massa do polônio-218 e do chumbo-206 é igual a 12. A redução
do número de massa se deve apenas às partículas alfa, pois a emissão de partículas beta não o modifica.
Como o número de massa das partículas alfa é igual a 4, foram emitidas exatamente 3 partículas. Vamos
calcular, agora qual nuclídeo X seria obtido pelo decaimento do polônio somente com 3 partículas alfa.
218
84𝑃𝑜 → 3 ( 42𝛼 ) + 206𝑍𝑋
Pela Conservação da Carga, temos:
84 = 3.2 + 𝑍 ∴ 𝑍 = 84 − 6 = 78
Ainda é preciso aumentar o número atômico do elemento em 4 unidades. Para isso, precisamos da
emissão de 4 partículas beta.
218
84𝑃𝑜 → 3 ( 42𝛼 ) + 4( −10𝛽) + 206𝑍𝑋
Portanto, são emitidas 3 partículas alfa e 4 partículas beta.
b) Passaram-se, portanto, 5 tempos de meia-vida. Logo, a massa residual do isótopo pode ser
calculada pela equação de decaimento radioativo.
1 5 1
𝑚 = 𝑚0 . ( ) = 3,2. ( ) = 0,1 𝑔
2 32
c) No Experimento de Rutherford, as partículas alfa sofrem desvios quando encontram uma massa
mais densa. Ao descobrir que a maioria delas atravessava, Rutherford concluiu sobre a existência do
núcleo atômico.
Nesse experimento, não há nenhum indício sobre a existência do elétron, tendo em vista que não há
nenhuma interação das partículas alfa com eles. Portanto, Rutherford só pode ser capaz de concluir sobre
a existência do núcleo.
O elétron havia sido descoberto anteriormente por Thomson com o experimento da Ampola de Crookes.
Gabarito: discursiva
(ITA – SP)
Em relação ao tempo de meia-vida do césio-137, livre ou combinado, são feitas as afirmações abaixo.
Observação: (tempo de meia-vida é o tempo necessário para que a metade dos átomos de césio sofram
desintegração radioativa).
Ia – Ele decresce com o aumento da temperatura.
Ib – Ele independe da temperatura.
Ic – Ele cresce com o aumento da temperatura.
IIa – Ele decresce com o aumento da pressão.
IIb – Ele independe da pressão.
IIc – Ele cresce com o aumento da pressão.
IIIa – Ele é o mesmo tanto no césio elementar como em todos os compostos de césio.
IIIb – Ele varia se são mudando os outros átomos ligados ao átomo de césio.
Dessas afirmações, são corretas:
a) Ib; IIc; IIIa.
b) Ic; IIa; IIIa.
c) Ia; IIb; IIIb.
d) Ic; IIc; IIIb.
e) Ib; IIb; IIIa.
Comentários
Nessa questão, o aluno deve saber que a atividade radioativa independe dos fenômenos da
eletrosfera, como temperatura, pressão e ligações químicas.
Portanto, o tempo de meia-vida independe da temperatura (Ib), independe da pressão (IIb) e é o
mesmo tanto no césio elementar como em todos os compostos do metal (IIIa).
Gabarito: E
Comentários
Primeiramente, vamos escrever que a massa decai exponencialmente em um processo radioativo.
1 𝑡/𝑡1/2
𝑚 = 𝑚0 . ( )
2
Podemos passar a potência para o outro lado, invertendo numerador e denominador.
𝑡 10
+
𝑡1/2
𝑚0 = 𝑚. 2 = 0,35.2 5 = 0,35.4 = 1,4 𝑔
𝑚0 = 1,4 𝑔
Chegamos à conclusão que a amostra inicial continha 1,4 g de cobalto-60. Portanto, a fração do
radioisótopo na mistura é:
𝑝𝑜𝑟çã𝑜 𝑑𝑒 60𝐶𝑜 1,4
𝜏= = = 0,047 ≅ 4,7%
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 30
Gabarito: 4,7%
Comentários
O processo de datação por 14C pressupõe que o teor desse isótopo na Terra sempre foi constante.
A atividade radioativa desse isótopo decai exponencialmente com o tempo.
Uma amostra recente de fóssil sofre as 900 desintegrações por hora (dph). Por outro lado, a
atividade radioativa da amostra de fóssil é:
6000
𝐴(𝑡) = = 250 𝑑𝑝ℎ
24
Agora, devemos utilizar o fato de que a atividade radioativa decai exponencialmente com o tempo.
Considerando que a atividade inicial da amostra era exatamente igual à atividade de uma amostra
recente, que foi de 900 dph, temos que:
𝑡
1 𝑡1
𝐴𝑡𝑣(𝑡) = 𝐴𝑡𝑣0 . ( ) 2
2
𝑡
1 5730
∴ 250 = 900. ( )
2
𝑡/5730
1 250 25
∴( ) = =
2 900 90
90
∴ 2𝑡/5730 = = 3,6
25
(PUC – RJ)
As vítimas do acidente radioativo de Goiânia, que ingeriram césio-137, foram tratadas com um
composto químico chamado “azul-da-prússia”. O objetivo era provocar a troca do césio por um
elemento não-radioativo, de propriedades químicas muito semelhantes, contido naquele composto.
Qual é esse elemento?
a) Ra
b) Ca
c) K
d) I
e) Fr
Comentários
O elemento que apresenta as mesmas propriedades do césio é aquele que pertence à sua mesma
família. Lembrando-nos da frase dos metais alcalinos (família I-A).
Hoje Li Na Karas que Roberto Carlos está na França
Dessa maneira, o césio (Cs) é um metal alcalino e deve ser substituído por outro metal alcalino,
com o potássio (K).
Gabarito: C
Comentários
O Contador Geiger é um importante instrumento de laboratório, utilizado para a medida dos nívis
de radioatividade de uma amostra, como visto nesse cap´tulo
Gabarito: A
Comentários
A atividade radioativa segue o decaimento exponencial.
1 𝑡/𝑡1/2
𝑚 = 𝑚0 ( )
2
Vamos calcular o número de meias vidas que se passaram:
𝑡 6
= =3
𝑡1/2 2
Como a amostra inicial era de 2,0g, temos que a amostra final será:
1 𝑡/𝑡1/2 1 3 1 1
𝑚 = 𝑚0 ( ) = 2. ( ) = 2. ( ) = = 0,25 𝑔
2 2 8 4
Gabarito: D
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários
No início do processo, não existe polônio, pois ele é formado a partir do bismuto-210. Sendo assim,
a massa de polônio parte do zero e vai crescendo até que a desintegração desse elemento comece a ser
mais significativa que a sua produção por chumbo.
À medida que o tempo passa, a atividade de chumbo diminui, o que gera menos polônio. Mas esse
elemento vai começando a ser cada vez mais consumido, se transformando no chumbo-206. A situação
que condiz que o foi apreentado é a letra C.
O erro da letra a) é que ela parte de uma situação em que se tem muito polônio no início, o que
não é verdade, pois esse isótopo precisa ser primeiro formado pelo decaimento do bismuto. O erro das
letras b), d) e e) é considerar que a quantidade de polônio sempre aumenta, o que não é verdade, porque
esse isótopo também é radioativo.
Gabarito: C
Comentários
Vamos analisar as afirmações.
I – Verdadeiro. A massa crítica depende da forma do material e a forma com a menor massa crítica é a
esfera, visto que a massa crítica é inversamente proporcional ao quadrado da densidade e geometrias
esféricas apresentam alta concentração de massa por unidade de volume.
II – Verdadeiro. A cada reação de fissão, no mínimo dois nêutrons são liberados, sendo que apenas um é
necessário para dar continuidade ao processo, o que faz com que a maior parte deles simplesmente
escape.
III – Verdadeiro. No decaimento de uma série radioativa, a diferença entre o número de massa
inicial e o final é sempre múltiplo de 4. Observe que 238 – 206 = 32 que é múltiplo de 4. Portanto,
realmente, o urânio-238 e o chumbo-206 fazem parte da mesma série radioativa. Logo, o decaimento do
urânio-238 realmente termina em chumbo -206.
Gabarito: E
Comentários
𝐴 = 𝑘. 𝑁
Primeiramente, vamos calcular o número de nuclídeos. O número de mols pode ser calculado pela
estequiometria.
ln 2 0,693
𝑘= = ≅ 0,0231 𝑎𝑛𝑜𝑠 −1
𝑡1/2 30
Podemos converter para segundo. Para isso, vamos nos lembrar que 1 ano tem 365 dias e que 1
dia tem 24 horas e que 1 hora tem 60 minutos que tem 60 segundos.
1,4.1021 1,4.1021 1,4.1021
𝐴= = ≅ = 0,44.1021−7 = 0,44.1014 = 4,4.1013
365.24.60.60 31536000 3,15.107
Gabarito: A
Comentários
(ITA – 2004)
O 82Pb214 desintegra-se por emissão de partículas Beta, transformando-se em 83Pb214 que, por sua vez,
se desintegra também por emissão de partículas Beta, transformando-se em 84Po214. A figura abaixo
mostra como varia, com o tempo, o número de átomos, em porcentagem de partículas, envolvidos
nestes processos de desintegração. Admita ln2 = 0,69. Considere que, para estes processos, sejam feitas
as seguintes afirmações:
Comentários
I – O tempo de meia vida do chumbo-214 é o tempo necessário para que a quantidade de núcleos
seja reduzida à metade. Podemos olhar no gráfico fornecido.
Observe que, no período de 27 minutos, o bismuto de decaiu de 20% para aproximadamente 10%,
ou seja, o seu tempo de meia-vida é aproximadamente o mesmo do chumbo. Portanto, o item IV está
errado.
(ITA – 2009)
Qual o gráfico que apresenta a curva que melhor representa o decaimento de uma amostra contendo
10,0 g de um material radioativo ao longo dos anos?
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários
Questão muito direta. O decaimento da massa deve seguir o gráfico exponencial em um processo
radioativo, exatamente como consta na letra B.
Gabarito: B
(ITA – 2015)
O acidente nuclear ocorrido em Chernobyl (Ucrânia), em abril de 1986, provocou a emissão radioativa
predominantemente de Iodo-131 e Césio-137. Assinale a opção CORRETA que melhor apresenta os
respectivos períodos de tempo para que a radioatividade provocada por esses dois elementos
radioativos decaia para 1% dos seus respectivos valores iniciais. Considere o tempo de meia-vida do
Iodo-131 igual a 8,1 dias e do Césio-137 igual a 30 anos. Dados: ln 100 = 4,6; ln 2 = 0,69.
a) 45 dias e 189 anos.
b) 54 dias e 201 anos.
c) 61 dias e 235 anos.
d) 68 dias e 274 anos.
e) 74 dias e 296 anos.
Comentários
Devemos nos lembrar que a atividade radioativa decai exponencialmente com o tempo. Portanto,
podemos escrever:
𝐴(𝑡) = 𝐴0 . 𝑒 −𝑘𝑡
𝐴0
𝐴(𝑡) =
100
Substituindo, temos:
𝐴0
= 𝐴0 𝑒−𝑘𝑡
100
Simplificando a atividade inicial (A0) de ambos os lados da equação, temos:
1
= 𝑒−𝑘𝑡 ∴ 𝑒𝑘𝑡 = 100
100
Tomando o logaritmo natural de ambos os lados, temos:
𝑘𝑡 = ln 100 = 4,6
A constante de desintegração pode ser calculada em função do tempo de meia-vida:
ln 2
( ) . 𝑡 = 4,6
𝑡1/2
4,6 4,6 460
∴𝑡=( ) 𝑡1/2 = ( ) 𝑡1/2 = .𝑡
ln 2 0,69 69 1/2
Observe que é possível simplificar por 23 a fração.
20
𝑡=
.𝑡
3 1/2
Agora, basta substituir para cada elemento. Para o iodo-131, temos:
20 162
𝑡𝐼 = . 8,1 = = 54 𝑑𝑖𝑎𝑠
3 3
Para o césio-137, cujo tempo de meia-vida é igual a 30 anos, temos:
20
𝑡𝐶𝑠 = . 30 = 20.10 = 200 𝑎𝑛𝑜𝑠
3
Gabarito: B
(ITA – 2015)
O elemento Plutônio-238 é utilizado para a geração de eletricidade em sondas espaciais. Fundamenta-
se essa utilização porque esse isótopo tem
a) longo tempo de meia-vida e é emissor de partículas beta.
b) longo tempo de meia-vida e é emissor de partículas gama.
c) longo tempo de meia-vida e é emissor de partículas alfa.
d) longo tempo de meia-vida e é emissor de partículas delta.
e) tempo de meia-vida curto e é emissor de partículas alfa.
Comentários
Acredito que essa questão pode trazer bastante confusão, mas você precisa se preparar para lidar
com questões desse tipo. O polônio apresenta um núcleo muito grande, portanto, deve ser um emissor
de partículas alfa.
Porém, você deve avaliar se ele possui um tempo de meia-vida curto ou longo. Note que, se o
tempo de meia-vida for muito curto, rapidamente, a sua capacidade de gerar energia vai ser esgotada.
Por exemplo, é comum que alguns elementos transurânicos muito pesados apresentem tempo de
meia-vida de alguns segundos. Se esse fosse o caso do polônio, em poucos minutos, sua capacidade de
gerar energia teria sido esgotada.
Portanto, é preciso que o radioisótopo utilizado na geração de eletricidade apresente tempo de
meia-vida relativamente longo. No caso, o plutônio-239 apresenta tempo de meia-vida de 87,7 anos.
Vale ressaltar que não existem as partículas delta, como escrito na letra D. O plutônio não é um
emissor de partículas beta, mas sim de partículas alfa, como explicado na resolução, portanto, a letra A
está errada.
É interessante o que foi afirmado na letra B, pois os raios gama acompanham a maioria dos
decaimentos radioativos com intensa liberação de energia. A meu ver, poderia caber um recurso para
considerar correto esse item, pois é justamente esses raios que são absorvidos na forma de energia pelas
sondas especiais.
Porém, como técnica de resolver provas, o aluno deve identificar a emissão principal do plutônio,
que é a partícula alfa, com objetivo de diminuir o tamanho do seu núcleo. Os raios gama são apenas
acessórios e, por isso, não devem ser marcados.
238 234
94𝑃𝑢 → 42𝛼 + 92𝑈
Gabarito: C
(IME – 2013)
Considere o decaimento radioativo do 24Na como um processo cinético de primeira ordem, conforme
mostrado no gráfico abaixo.
Comentários
O decaimento do sódio é exponencial, como em qualquer processo radioativo. Podemos escrever
que a quantidade de sódio remanescente na amostra é dada por:
𝑛(𝑡) = 𝑛0 . 𝑒 −𝑘𝑡
Depois de 46 horas, podemos escrever:
𝑛(46) = 𝑛0 . 𝑒 −46𝑘
0,12𝑛0 = 𝑛0 . 𝑒 −46𝑘
Podemos simplificar a quantidade inicial de sódio.
12
0,12 = 𝑒 −46𝑘 =
100
Podemos aplicar o logaritmo natural de ambos os lados.
12
−46𝑘 = ln ( ) = ln(12) − ln(100)
100
Os logaritmos naturais de 12 e 100 podem ser calculados a partir de suas fatorações. Vejamos.
12 = 3.4 = 3.22 ∴ ln(12) = ln 3 + 2 ln 2 = 1,099 + 2.0,693 = 2,485
100 = 4.25 = 22 . 52 ∴ ln(100) = 2. ln(2) + 2. ln(5) = 2.0,693 + 2.1,609 = 4,604
Agora, podemos substituir os valores encontrados na equação original.
−46𝑘 = 2,485 − 4,604 = −2,119
2,119
∴𝑘= = 0,046 ℎ−1
46
O tempo de meia vida pode ser obtido a partir da constante de desintegração.
ln 2 0,693 690 30
𝑡1/2 = = ≅ = = 15 ℎ
𝑘 0,046 46 2
(IME – 2009)
Uma amostra de massa de 1 g de determinado elemento radioativo ZQ100 (meia-vida 23,0 anos) decai,
por meio de uma emissão alfa, gerando o elemento R (meia-vida 34,5 anos). Este, por sua vez, emite
uma partícula beta, dando origem ao elemento estável S.
Sabe-se que as frações molares dos elementos Q e S são funções do tempo de decaimento, expressas,
respectivamente, por:
𝑋𝑄 = 𝑒 −𝑘 1 𝑡
𝑘2 𝑘1
𝑋𝑆 = 1 − 𝑒 −𝑘 1 𝑡 − 𝑒 −𝑘 2 𝑡
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
onde k1 e k2 são as constantes de velocidade da primeira e da segunda reação de decaimento,
respectivamente. Sabendo que o máximo de uma função da forma f(t) = e at – ebt , b < a < 0, t > 0, é
obtido quando aeat – bebt = 0, determine a máxima quantidade, em massa, que é atingida pelo elemento
R.
Dado: log2 = 0,30; ln2= 0,69; ln3 = 1,10.
Comentários
Essa questão tive o prazer de resolver ao vivo na prova do IME – 2009. Apesar do enunciado
gigante, do ponto de vista químico, não é uma questão difícil, porém, requer muito trabalho matemático
por parte do aluno. E essa é uma característica da prova IME.
Basta ter em mente que a fração molar corresponde ao teor de determinado elemento em uma
mistura. Por exemplo, a fração molar de Q corresponde à porção de Q dentro o total de núcleos.
𝑛𝑄 𝑝𝑜𝑟çã𝑜 𝑑𝑒 𝑄
𝑥𝑄 = =
𝑛𝑄 + 𝑛𝑅 + 𝑛𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜𝑠
Dessa maneira, a soma das frações molares dos três compostos é igual a 1.
𝑥𝑄 + 𝑥𝑅 + 𝑥𝑆 = 1
𝑘2 𝑘1
𝑒−𝑘1𝑡 + 𝑥𝑅 + (1 − 𝑒−𝑘1𝑡 − 𝑒−𝑘2 𝑡 ) = 1
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
Podemos simplificar o 1 dos dois lados e agrupar os termos com 𝑒−𝑘1𝑡 .
𝑘2 𝑘1
𝑒−𝑘1𝑡 [1 − ] + 𝑥𝑅 − 𝑒−𝑘2𝑡 = 0
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
(𝑘2 − 𝑘1 ) − 𝑘2 𝑘1
𝑒−𝑘1𝑡 [ ]− 𝑒−𝑘2𝑡 + 𝑥𝑅 = 0
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
𝑘1 𝑘1
− 𝑒 −𝑘1𝑡 − 𝑒 −𝑘2𝑡 = −𝑥𝑅
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
Trocando o sinal de todos os termos, temos:
𝑘1 𝑘1
𝑥𝑅 = 𝑒−𝑘1𝑡 + 𝑒−𝑘2𝑡
𝑘2 − 𝑘1 𝑘1 − 𝑘2
Podemos ver que conseguimos deixar na forma f(t) = eat – ebt fornecida no enunciado.
𝑘1 𝑘1 𝑘1
𝑥𝑅 = − 𝑒−𝑘1𝑡 + 𝑒−𝑘2𝑡 = [𝑒−𝑘2𝑡 − 𝑒−𝑘1𝑡 ]
𝑘1 − 𝑘2 𝑘1 − 𝑘2 𝑘1 − 𝑘2
Nesse momento, podemos calcular os tempos de meia-vida para substituir na expressão a que
chegamos:
0,69 69 3
𝑡1 = 23 𝑎𝑛𝑜𝑠 ∴ 𝑘1 = = =
= 0,03
23
2300 100
0,69
𝑡2 = 34,5 𝑎𝑛𝑜𝑠 ∴ 𝑘2 = = 0,02
34,5
Temos, portanto, que k1 > k2.
0,03
𝑥𝑅 = [𝑒−0,02𝑡 − 𝑒−0,03𝑡 ]
0,02 − 0,03
𝑥𝑅 = 3(𝑒−0,02𝑡 − 𝑒−0,03𝑡 )
Podemos calcular o ponto de máximo da função entre parênteses pela técnica ensinada pelo
enunciado.
Temos uma função
𝑓(𝑡) = 𝑒 𝑎𝑡 − 𝑒 𝑏𝑡 , 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑎 = −0,02 𝑒 𝑏 = −0,03
Portanto, fazendo a conta
𝑎𝑒 𝑎𝑡 − 𝑏𝑒 𝑏𝑡 = 0
(−0,02)𝑒−0,02𝑡 − (−0,03). 𝑒−0,03𝑡 = 0
(0,03). 𝑒−0,03𝑡 = 0,02. 𝑒−0,02𝑡
Isolando o t do lado esquerdo, temos:
𝑒 −0,03𝑡 0,02 2
∴ = =
𝑒 −0,02𝑡 0,03 3
2
𝑒−0,03𝑡+0,02𝑡 =
3
2
𝑒−0,01𝑡 =
3
Aplicando o logaritmo natural de ambos os lados, temos:
2
−0,01𝑡 = ln ( ) = ln(2) − ln(3) = 0,69 − 1,10 = −0,41
3
−0,41
∴ 𝑡𝑚𝑎𝑥 = = 41
−0,01
Sendo assim, o máximo da fração molar de R é obtida em t = 41 anos. Agora, basta substituir:
𝑥𝑅 = 3(𝑒−0,02.41 − 𝑒−0,03.41 ) = 3. (𝑒−0,82 − 𝑒−1,23 )
As potências podem ser calculadas, se nós notarmos que tanto 0,82 como 1,23 são múltiplos de
0,41, que é igual à diferença 1,10 – 0,69 = 0,41.
−0,41
𝑒0,69 2
𝑒 = =
𝑒1,10 3
2
2 4
𝑒−0,82 = ( ) =
3 9
3
−1,23
8 2
𝑒 =( ) =
3 27
Substituindo os valores calculados na expressão da fração molar, temos:
4 8 12 − 8 3.4 4
𝑥𝑅 = 3. (𝑒−0,82 − 𝑒−1,23 ) = 3 ( − ) = 3 ( )= =
9 27 27 27 9
Agora que já calculamos a fração molar de R, podemos obter o seu número de mols e,
consequentemente, a sua massa obtida.
Para isso, precisamos calcular a quantidade inicial em mols de Q presentes na amostra. Da
Estequiometria:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑄 1
𝑛𝑄 = = = 0,01 𝑚𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑄 100
Havia 0,01 mol de Q antes do início do decaimento. No instante em que a fração molar de R era
máxima, o número de mols desse isótopo equivalia a 4/9 de 0,01 mol. Com isso, podemos escrever:
4 1 4
𝑛𝑅 = . =
9 100 900
Finalmente, podemos calcular a massa multiplicando o número de mols obtido pela massa molar
do isótopo, que pode ser considerada numericamente como aproximadamente igual ao seu número de
massa, que 96.
4
𝑚𝑅 = . 96 ≅ 0,43 𝑔
900
Gabarito: 0,43 g
(IME – 2011)
Os isótopos do urânio 238U e 235U aparecem na natureza sempre juntos. Como o 235U não é gerado a
partir do 238U por desintegração e admitindo que não há razão para privilegiar um em relação ao outro,
podemos supor que o Criador os tenha colocado em proporções iguais no momento da formação da
Terra. Considerando válida tal hipótese, calcule a idade que nosso planeta teria.
Dados:
Comentários
Consideremos que, no momento da criação da Terra, as abundâncias dos isótopos eram iguais a
n0. Podemos escrever as suas equações de decaimento.
238
U 𝑛1 (𝑡) = 𝑛0 . 𝑒−𝑘1 𝑡 𝑡1 = 7,07.108
235
U 𝑛2 (𝑡) = 𝑛0 . 𝑒−𝑘2 𝑡 𝑡2 = 7,07.108
log 2 log 2
∴( − ) 𝑡 = log(0,9928) − log(0,0072)
𝑡2 𝑡1
Podemos calcular o logaritmo natural de 0,0072 pelos dados fornecidos do enunciado notando
que:
72 8.9 23 . 32
0,0072 = = =
10000 10000 104
Tirando o logaritmo dessa decomposição, temos:
log(0,0072) = 3. log(2) + 2. log(3) − 4 = 3.0,30 + 2.0,48 − 4 = 0,90 + 0,96 − 4 = −2,14
Substituindo esse logaritmo na equação previamente encontrada, temos:
log 2 log 2
( − ) 𝑡 = log(0,9928) − log(0,0072)
𝑡2 𝑡1
0,30 0,30
∴( − ) 𝑡 = log(0,9928) − log(0,0072) = −0,0031 + 2,14 = 2,1369
𝑡2 𝑡1
Agora, basta substituir os tempos de meia-vida.
1 1
0,30𝑡. ( − ) = 2,1369
7,07.108 4,5.109
Multiplicando por 109 ambos os lados, temos:
10 1
0,30𝑡. ( − ) = 2,1369.109
7,07 4,5
45 − 7,07
0,30𝑡. ( ) = 2,1369.109
7,07.4,5
37,93
0,30𝑡. ( ) = 2,1369.109
7,07.4,5
Fazendo o meio pelos extremos.
2,1369.109 7,07.4,5
∴𝑡= . ≅ 5,97.109 = 5,97 𝑏𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑜𝑠
0,30 37,93
Comentários:
Vamos escrever as leis de decaimento dos dois radioisótopos.
𝑡
1 𝑡238
𝑛238 = 𝑛0238 ⋅ ( )
2
𝑡
1 𝑡235
𝑛235 = 𝑛0235 ⋅ ( )
2
Podemos dividir as duas equações.
𝑡 𝑡
𝑛238 𝑛0238 1 𝑡238 −𝑡235
= ⋅( )
𝑛235 𝑛0235 2
Agora, vamos utilizar que, no início da formação da Terra, a proporção do isótopo 238 era igual a
70%. Portanto, o 235 correspondia a 30% do número de mols total de urânio inicial.
𝑡 𝑡
0,9928 0,70. 𝑛0 1 𝑡238 −𝑡235
= ⋅( )
0,0072 0,30. 𝑛0 2
𝑡 𝑡
0,9928 7 1 𝑡238 −𝑡235
= ⋅( )
0,0072 3 2
𝑡 𝑡
1 𝑡238 −𝑡235 0,9928 3
∴( ) = ⋅
2 0,0072 7
Aplicando o logaritmo na base 2, temos:
𝑡 𝑡 0,9928 3
− = − log 2 [ ⋅ ]
𝑡238 𝑡235 0,0072 7
Vamos trabalhar o logaritmo à direita.
0,9928 3
0,9928 3 log [0,0072 ⋅ 7] log(0,9928) + log(3) − log(0,0072) − log(7)
log 2 [ ⋅ ]= =
0,0072 7 log 2 0,30
0,9928 3 −0,0031 + 0,48 − (−2,143) − 0,845 1,7749
log 2 [ ⋅ ]= = ≅ 5,92
0,0072 7 0,30 0,30
(IME – 2015)
O oxigênio 15, um isótopo radioativo, é utilizado na tomografia por emissão de pósitrons para avaliar a
perfusão sanguínea e o consumo de oxigênio em distintas regiões do cérebro. Sabendo que um amostra
com 7,5 g desse isótopo radioativo (8O15) produz 1,0 x 1023 emissões de radiação por minuto, determine
o tempo para que essa amostra passe a produzir 2,5 x 1022 emissões de radiação por minuto.
Dados: ln 2 = 0,693; Número de Avogadro = 6.1023
Comentários
Devemos nos lembrar que a atividade do isótopo se relaciona com o número de núcleos presentes
na amostra através da constante de decaimento radioativo.
𝐴 = 𝑘𝑁
O número de núcleos radioativos pode ser calculado pela Estequiometria, dividindo a massa
fornecida pela massa molar do isótopo.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑂15 7,5 1
𝑛= = = = 0,5 𝑚𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑂15 15 2
O número de núcleos pode ser obtido multiplicando o número de mols pelo número de Avogadro.
𝑁 = 0,5.6.1023 = 3.1023 𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜𝑠
Agora, podemos obter a constante de decaimento radioativo.
𝐴
𝐴 = 𝑘𝑁 ∴ 𝑘 =
𝑁
1.1023 1
𝑘= = 𝑚𝑖𝑛−1
3.1023 3
Com base na constante de decaimento, podemos calcular o tempo de meia-vida do 15O.
ln 2 0,693
𝑡1/2 = = = 0,693.3 ≅ 2,08 𝑚𝑖𝑛
𝑘 1/3
Por fim, podemos calcular o tempo necessário para a redução na atividade desejada na questão
levando em conta que o decaimento é exponencial.
1 𝑡/𝑡1/2
𝐴(𝑡) = 𝐴0 . ( )
2
𝑡/𝑡1/2
22 23
1
2,5.10 = 1,0.10 ( )
2
𝑡
1 𝑡1/2 2,5.1022 1 1 2
∴( ) = = = ( )
2 1,0.1023 4 2
Dessa forma, temos:
𝑡
= 2 ∴ 𝑡 = 2𝑡1/2 = 2.2,08 = 4,16 𝑚𝑖𝑛
𝑡1/2
Gabarito: 4,16 min
(ITA – 2003)
O tempo de meia-vida (t1/2 ) do decaimento radioativo do potássio 40 (19K40) é igual a 1,27 x 109 anos.
Seu decaimento envolve os dois processos representados pelas equações seguintes:
I. 19K40→ 20Ca
40 + -1e0
II. 19K40 + -1e0→18Ar40
O processo representado pela equação I é responsável por 89,3 % do decaimento radioativo do 19K40,
enquanto que o representado pela equação II contribui com os 10,7 % restantes. Sabe-se, também, que
a razão em massa de 18Ar40 e 19K40 pode ser utilizada para a datação de materiais geológicos. Determine
a idade de uma rocha, cuja razão em massa de 18Ar40/19K40 é igual a 0,95. Mostre os cálculos e raciocínios
utilizados.
Comentários
É interessante notar os tipos de decaimento sofridos pelo potássio-40. Esse isótopo pode tanto
emitir como absorver um elétron. O segundo processo é conhecido como captura K.
A massa de potássio-40 presente na amostra é dada pela equação de decaimento exponencial.
𝑛𝐾 = 𝑛0 . 𝑒−𝑘𝑡
Observe que essa foi a quantidade de mols de potássio-40 que restaram. A quantidade de mols
que se transformaram é dada pela diferença entre o número de mols inicial e o final.
𝑛𝑑𝑒𝑐𝑎í𝑑𝑜𝑠 = 𝑛0 − 𝑛𝐾 = 𝑛0 − 𝑛0 𝑒−𝑘𝑡 = 𝑛0 (1 − 𝑒−𝑘𝑡 )
Desses átomos que decaíram, 10,7% se transformaram em argônio-40. Portanto, o número de
mols desse isótopo é:
𝑛𝐴𝑟 = 0,107. 𝑛𝑑𝑒𝑐𝑎í𝑑𝑜𝑠 = 0,107. 𝑛0 (1 − 𝑒−𝑘𝑡 )
Portanto, a razão entre o número de mols de argônio e potássio é dada por:
𝑛𝐴𝑟 0,107. 𝑛0 . (1 − 𝑒−𝑘𝑡 )
= = 0,107. 𝑒𝑘𝑡 (1 − 𝑒−𝑘𝑡 ) = 0,107. (𝑒𝑘𝑡 − 1)
𝑛𝐾 𝑛0 𝑒−𝑘𝑡
Considerando que a massa atômica é aproximadamente igual ao número de massa, como os dois
isótopos possuem o mesmo número de massa, temos que a razão calculada acima é igual à razão de
massas.
𝑚𝐴𝑟
= 0,107. (𝑒𝑘𝑡 − 1) = 0,95
𝑚𝐾
0,95
∴ 𝑒 𝑘𝑡 − 1 = = 8,9 ∴ 𝑒 𝑘𝑡 = 9,9
0,107
Infelizmente, a questão não forneceu uma tabela de logaritmos. Por isso, o aluno pode deixar em
função do ln.
ln(9,8) ln(9,8)
𝑘𝑡 = ln(9,8) ∴ 𝑡 = = . 𝑡1/2
𝑘 ln 2
Aplicando a propriedade da mudança de base, temos:
𝑡 = log 2 (9,8) . 1,27.109 𝑎𝑛𝑜𝑠
Como não foi fornecido nenhum logaritmo, esse era o máximo que você poderia fazer.
Consultando o Excel, podemos obter que o logaritmo em questão é aproximadamente igual a 3,3.
𝑡 = 3,3.1,27.109 ≅ 4,2 𝑏𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
Obs.: Considero essa questão, no mínimo estranha. Como o argônio é gás, ele não ficaria preso na rocha,
mas sim passaria para a atmosfera. Faria muito mais sentido que a rocha fosse datada pelo teor de cálcio-
40 em relação ao potássio-40.
Nesse caso, teríamos outro problema, tendo em vista que o cálcio-40 é o isótopo mais estável do
cálcio e é bastante comum que as rochas naturais apresentem cálcio na sua composição. Portanto, é
pouco provável que todo o cálcio na rocha tenha se originado da decomposição do potássio-40.
Gabarito: 4,2 bilhões de anos
(IME – 2016)
O trítio é produzido na atmosfera por raios cósmicos. Ao combinar-se com o oxigênio e o hidrogênio,
precipita-se sob a forma de chuva. Uma vez que a incidência de raios cósmicos varia com a região da
Terra, as águas pluviais de regiões diferentes terão diferentes concentrações de trítio.
Os dados abaixo correspondem às concentrações de trítio (expressas em número de desintegrações por
minuto por litro) em águas pluviais de diferentes regiões do Brasil:
Um antigo lote de garrafas de vinho foi encontrado sem rótulos, mas com a data de envasamento na
rolha, conferindo ao vinho uma idade de 16 anos. Uma medida atual da concentração de trítio neste
vinho indicou 6,5 desintegrações/min.L
Considerando que a concentração de trítio no momento do envasamento do vinho é igual à das águas
pluviais de sua região produtora, identifique o local de procedência deste vinho, justificando sua
resposta.
Dados: Tempos de meia vida:
3=12,32
1H anos ; ln 2 = 0,693; ln 1,105 = 0,1; e = 2,72
Comentários
Para obter a origem do vinho, devemos calcular a sua atividade há 16 anos. Utilizando a equação
de decaimento exponencial.
𝐴(𝑡) = 𝐴0 . 𝑒 −𝑘𝑡
A constante de decaimento pode ser obtida a partir do tempo de meia vida que foi fornecido.
ln 2 0,693 693
𝑘= = =
𝑡1/2 12,32 12320
Podemos fazer algumas simplificações.
693 𝑝𝑜𝑟 7 99 𝑝𝑜𝑟 11 9
𝑘= → →
12320 1760 160
Agora, podemos aplicar esse valor calculado na equação de decaimento.
𝐴(𝑡) = 𝐴0 . 𝑒 −𝑘𝑡
9
6,5 = 𝐴0 . 𝑒 −160.16 = 𝐴0 𝑒 −0,9 ∴ 𝐴0 = 6,5. 𝑒 0,9
A exponencial encontrada pode ser calculada com base nos dados fornecidos no enunciado.
Vejamos:
𝑒 2,72
𝑒0,9 = 𝑒1−0,1 = =
𝑒0,1 1,105
Sendo assim, a atividade inicial do trítio no vinho era.
6,5.2,72
𝐴0 =
1,105
Quando o denominado termina em 5, é interessante multiplicar por 2 para facilitar as contas.
13.2,72 13.272
𝐴0 = =
2,21 221
Felizmente, 221 pode ser simplificado por 13.
272
𝐴0 =
= 16
17
Como a atividade inicial no vinho era de 16 desintegrações/min.L, esse vinho é proveniente de São
Joaquim.
Gabarito: São Joaquim