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AULA 6

O IMPACTO DA COVID-19 NA SAÚDE MENTAL

Apresentação da aula

Olá a todos! Sejam bem-vindos a nossa aula sobre os impactos da COVID-19 na saúde
mental.
Essa jornada será muito interessante e informativa!!
Que tal iniciarmos essa aula??
Bom estudo a todos! Leiam atentamente a aula, consultem, pesquisem arquivos e se
ainda persistir qualquer dúvida, entrem em contato conosco através do quadro de avisos
na nossa plataforma Unigran Net.
Grande abraço,
Profa. Walkiria

Objetivos de aprendizagem

Entender as consequências da COVID-19 para a saúde mental, e conhecer estratégias que


foram adotadas para o enfrentamento da doença na época, além dos desafios e
perspectivas pós pandemia e assim estimular o acadêmico a pensar em estratégias e
contribuições para o trabalho da Psicologia em Saúde no cenário pós COVID-19.

Ao término desta aula vocês serão capazes de:

● Compreender como a COVID-19 surgiu e disseminou;


● Identificar as consequências da doença para a saúde mental;
● Definir como a Psicologia da Saúde pode colaborar para amenizar os impactos
negativos que a COVID-19 deixou.

Seções de estudo

SEÇÃO 1 – A PANDEMIA DE COVID-19, O ISOLAMENTO SOCIAL,


CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE MENTAL E ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.
A COVID-19 foi identificada inicialmente em dezembro de 2019 em Wuhan, na
China quando um surto de pneumonia de causa desconhecida atingiu pessoas que
frequentavam um mercado atacadista de frutos do mar na região (SIFUENTES-
RODRÍGUEZ; PALACIOS-REYES, 2020, apud PEREIRA et al, 2020).

Figura 1.1 - O vírus que parou o mundo.


Fonte: https://coronavirus.msf.org.br/o-que-e-covid-19/ Acesso em 18 jun. 2023.

A doença foi oficialmente declarada pandemia pela OMS – Organização Mundial


de Saúde, em 11 de março de 2020, visto que se propagava mundialmente muito rápido
com altas taxas de transmissão. No Brasil, o Ministério da Saúde notificou o primeiro
caso em 25 de fevereiro de 2020 (WHO, 2020).
Ao redor do mundo, 180 países registraram que a COVID-19 avançava
rapidamente, preocupando as autoridades que imediatamente adotaram diversas
estratégias para sua contenção. A doença é transmitida através do contato, seja através do
contato humano até objetos e superfícies (WHO, 2020).
Entre as estratégias adotadas para evitar o contágio, estão o distanciamento social,
proibição de eventos que promovam a aglomeração de pessoas, como escolas, shoppings,
academias, eventos, dentre outros (REIS-FILHO; QUINTO, 2020 apud PEREIRA et al,
2020).
Outra medida adotada foi que as pessoas que estivessem sob suspeita de estarem
contaminadas, deveriam permanecer em quarentena por 14 dias, pois este é o período de
incubação do SARS-CoV-2, portanto o tempo para que o vírus se manifeste no corpo
(OLIVEIRA, 2020 apud PEREIRA et al, 2020).
Figura 1.2 – Imagens da Times Square, em NY, antes e durantes o lockdown
ANTES DURANTE

https://www.fredtour.com.br/conheca-algumas- https://www.tecmundo.com.br/ciencia/151266-5-
curiosidades-sobre-a-times-square/ Acesso em 18 fotos-nova-york-deserta-durante-pandemia-
jun. 2023 coronavirus.htm Acesso em 18 jun. 2023

É importante salientar que devido ao avanço extremamente rápido da doença houve


um excesso de informações que muitas vezes discordantes, e nesse sentido tornou-se um
ambiente favorável ao desenvolvimento de comportamentos alterados, podendo refletir e
estimular o adoecimento psicológico (C. K. T. LIMA et al., 2020 apud PEREIRA et al,
2020).

Assim, a SM é primordial para nossa habilidade coletiva e individual, pois


as pessoas pensam, se emocionam, interagem entre si, ganham e desfrutam
a vida. Deste modo, a promoção, proteção e restauração da SM são
consideradas vitais aos indivíduos, comunidades e sociedades ao redor do
mundo (WHO, 2018). Nessa perspectiva, pode-se afirmar que juntamente
com a pandemia de COVID-19 surge um estado de pânico social em nível
global e a sensação do isolamento social desencadeia os sentimentos (e. g.,
de angústia, insegurança e medo), que podem se estender até mesmo após
o controle do vírus. (HOSSAIN et al. 2020, apud PEREIRA et al, 2020).

Segundo Ramírez-Ortiz et al. (2020 apud PEREIRA et al, 2020), “Nesse cenário,
durante uma pandemia, o medo intensifica os níveis de estresse e ansiedade em pessoas
saudáveis e aumenta os sintomas daquelas com transtornos mentais pré-existentes”. E
ainda segundo Shigemura et al. e Brooks et al. (2020 apud PEREIRA et al, 2020, p. 12),

Pacientes diagnosticados com COVID-19 ou com suspeita de infecção


podem experienciar emoções intensas e reações comportamentais, além, da
culpa, medo, melancolia, raiva, solidão, ansiedade, insônia etc. Estes
estados podem evoluir para transtornos como ataques de pânico,
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), sintomas psicóticos,
depressão e suicídio. Sobretudo preponderantes em pacientes, no qual o
estresse tende a ser o mais prevalente.

Nesse sentido, o fato de não poder estar com pessoas queridas, familiares etc. e dar
apoio em um momento de grandes desafios mesmo diante da gravidade da situação pode
gerar sentimento de culpa e tristeza. Em outros casos, existem pessoas que sentem
dificuldades em expressar sentimentos, o que também é preocupante, pois ao deixar de
verbalizar, os níveis de estresse podem ser elevados a ponto de surgir um Transtorno do
Estresse Pós-traumático, podendo evoluir para depressão (BORTEL at al, 2020 apud
PEREIRA et al, 2020).

Conforme Gagliato (2020 apud PEREIRA et al, 2020),

O guia preliminar de como lidar com os aspectos Psicossociais e de SM


referente ao surto da COVID-19, é um documento governamental
específico para área de SM que aborda orientações, com base na OMS e de
agências locais ou governamentais de saúde pública, que elucidam como
lidar com aspectos psicossociais e da SM, alusivo ao surto de COVID-19,
por se tratar de uma emergência comunitária.

Segundo Pimentel; Silva e Gagliato (2020 apud PEREIRA et al, 2020, p. 13-14),
este guia está dividido entre 3 pontos relevantes, são eles:

Tabela 1.1 - Guia preliminar sobre como lidar com aspectos psicossociais e de SM
1 Questões relacionadas à SM em ● salientando o estresse e a
emergências comunitárias da preocupação, em trabalhadores da linha
COVID-19 de frente, o estigma e vulnerabilidades
sociais;
2 Atuação nos contextos de atenção ● rede de atenção psicossocial;
em SM, tais como ● estruturas locais de condução e
apoio;
● ambientes protetivos;
● tratamentos para sociedade em
geral; e
● perspectivas a longo prazo;
3 Ênfase para intervenções ● ajudar no estresse em idosos,
● fornecer apoio às pessoas com
deficiência,
● ajudar as crianças e adultos a lidar
com o isolamento social,
● apoiar os pesquisadores da área de
saúde e os agentes comunitários
Fonte: Silva e Gagliato (2020 apud PEREIRA et al, 2020, p. 13-14),
Pimentel e Silva (2020 apud PEREIRA et al, 2020, p. 13), trazem outro ponto
importante a ser levado em consideração,

[...] é preciso realçar às primordialidades de separar os efeitos psicológicos


produzidos na situação de pandemia de COVID-19, das dimensões
relacionadas ao sofrimento humano, isto é, entendê-la e contextualizá-la,
além de prover políticas de redução de vulnerabilidades e discernir as
demandas particulares de cada população.

Outros pesquisadores, Kentish-Barnes et al. (2015 apud PEREIRA et al, 2020), nos
pontuam que devemos estar atentos a outros fatores que se configuram como risco que
podem influenciar o grau de vulnerabilidade do indivíduo no âmbito psicossocial, que
são: baixa autoestima, baixo poder aquisitivo, diagnóstico de distúrbio mental, falta de
suporte social, condições dignas de trabalho, dentre outras.

Conforme Johnson et al. (2020 apud PEREIRA et al, 2020), foi realizado um estudo
sobre a importância de se conhecer os riscos para o surgimento de transtornos mentais,
além de disponibilizar programas de intervenções psicoterapêuticas adaptáveis e
dinâmicas ao longo da pandemia.

Segundo Pereira et al (2020), observa-se que os sintomas psicológicos mais comuns


ressaltados por este estudo foram principalmente, o estresse, medo, pânico, ansiedade,
culpa e tristeza que geram sofrimento psíquico e podem ocasionar o surgimento de
transtornos de pânico, transtornos de ansiedade, TEPT e depressão.

Pereira et al (2020, p. 22), salienta ainda que,

Nota-se que os profissionais de SM podem contribuir com a realização de


intervenções psicológicas no decorrer da vigência da pandemia, para
minimizar impactos negativos e promover a SM, como também em
momentos posteriores, quando os indivíduos necessitarem se readaptar e
lidar com perdas e mudanças”.

Quando ações são adotadas em conjunto, elas podem ser de grande valia a
população, podendo reduzir as consequências sofridas pelo isolamento social na saúde
mental do indivíduo, atuando como promotor da prevenção de transtornos mentais
futuramente (Pereira et al, 2020).

SEÇÃO 2 – INTERVENÇÕES EM SAÚDE MENTAL PARA PROFISSIONAIS


DE SAÚDE FRENTE A PANDEMIA POR CORONAVÍRUS

Ao iniciar seu artigo, Saidel et al (2020, p. 2), nos traz a seguinte informação:
Países como China, Alemanha e Estados Unidos têm divulgado suas
experiências ao enfrentamento da saúde mental dos profissionais de saúde
oferecendo um panorama relacionado ao sofrimento psíquico daqueles que
estão na linha de frente do atendimento. Autoridades de saúde informaram,
em artigo do dia 15 de março de 2020, que 3.019 profissionais de saúde
chineses foram infectados com o COVID19, dentre esses, dez morreram
incluindo o primeiro médico que alertou sobre a doença. Na Itália, até o
começo de abril do ano de 2020, mais de 6.000 profissionais de saúde
tinham sido contaminados pelo vírus, aproximadamente 20%, e não há o
número exato de mortes até o momento. No Brasil, há óbitos também entre
profissionais de saúde envolvidos neste contexto.

Diante da pandemia, é inevitável que profissionais que atuam na linha de frente


no tratamento a COVID-19, se sintam apreensivos, e vulneráveis as questões emocionais,
pois suas vidas estão em risco, convivem com situações ainda desconhecidas e instáveis,
como o medo de contrair e transmitir a doença, lidando incansavelmente no combate à
doença com grandes jornadas de trabalho , muitas vezes com o sentimento de fracasso
quando perdem um paciente, preocupados com seus familiares, dentre outras
preocupações (Saidel et al, 2020).

Saidel et al (2020, p. 2), traz ainda que,


Estudo desenvolvido na China observou que vários profissionais de saúde
ficaram traumatizados pela epidemia de SARS e sofrem de sintomas
psiquiátricos persistentes mesmo após a pandemia, como estresse pós-
traumático, mostrando que o cuidado em saúde mental a esses profissionais
teve e deve ter início imediato, sem data para terminar. Outro estudo com
1.563 profissionais, mostrou que 50,7% relataram sintomas depressivos,
44,7% ansiedade e 36,1% distúrbios do sono13. Carga de trabalho
excessiva, isolamento e discriminação foram questões relatadas como
agravantes do sofrimento psíquico, tornando-os altamente vulneráveis a
sofrer exaustão física e psíquica, medo, distúrbios emocionais e problemas
de sono.

Outras pesquisas, que também trazem dados importantes sobre a saúde de


profissionais da área da saúde de países como a China e Alemanha, que identificaram
altos índices de ansiedade, sintomas depressivos, distúrbios do sono, angústia, medo de
infectar a si e seus familiares, não ter clareza do diagnóstico, preocupações com saúde
física e mental especialmente daqueles profissionais que fazem parte do grupo de risco
(Saidel et al, 2020).
Imagem 1.3 – Face de enfermeiros machucados devido uso prolongado de EPIs.
Fonte: https://portalhospitaisbrasil.com.br/saiba-como-prevenir-lesoes-na-pele-por-uso-
prolongado-de-epis/ Acesso em 18 jun. 2023

No Brasil, Saidel et al, (2020, p. 2), traz a seguinte informação:


Estudo recente no Brasil, independentemente da situação pandêmica atual,
aponta as pressões vivenciadas de diferentes maneiras por profissionais de
enfermagem, duplas jornadas de trabalho, baixa remuneração e violência
laboral, levando ao estresse e transtornos mentais. Pode-se predizer que tais
condições se somam às dificuldades vivenciadas pelos profissionais, diante
da escassez de recursos hospitalares e equipamentos de EPI, tão propaladas
em meios de comunicação em todo o mundo, em particular neste momento.

Nesse sentido, os autores Saidel et al (2020), informam que cotidianamente os


profissionais de saúde, enfrentam desafios que se relacionam com a lida e manutenção da
saúde mental independente da pandemia, e em razão dela, é possível que haja uma
intensificação desses agravos, é essencial que sejam feitos planejamentos no sentido de
pensar em estratégias para diminuir o impacto das consequências vindouras.

Dentre as medidas que Saidel et al (2020, p. 3) sugerem estão:


1) Informação fidedigna com fontes indicadas oficialmente e proteção para
os profissionais são estratégias prioritárias que podem reduzir aspectos de insegurança do
cotidiano e auxiliar na disseminação de boas práticas.

2) A maioria dos profissionais ainda que escolheram prestar o cuidado, não


participaram de treinamentos rotineiros para enfrentar situações de crise em pandemias,
e podem não ter preparo nem tempo disponível para acompanhar a grande quantidade de
trabalhos científicos publicados atualmente.
3) Mediante estratégias que facilitem a comunicação das informações para
esses profissionais, por meios oficiais e com ampla divulgação, minimizando e
esclarecendo notícias falsas, espera-se que se sintam mais seguros, contribuindo para a
prevenção de sintomas psíquicos como medo e ansiedade. Nesse sentido, as universidades
e setores de educação continuada têm papel primordial para a translação do
conhecimento, podendo inclusive criar aplicativos de celular para facilitar atualização e
acesso a informações em base única.

4) Outra medida eficaz seria investimento do Estado nas universidades para


estas fazerem pesquisa ou o Estado promover pesquisa para mapear a população dos
profissionais de saúde para identificar os que estão em maior vulnerabilidade psíquica, a
fim de incluí-los em ações específicas de cuidado e autocuidado-cuidado de si em saúde
mental. É preciso levar em consideração as singularidades de cada localidade, no sentido
da oferta possível e assertiva dos cuidados em saúde mental.

Conforme Saidel et al (2020), “É sabido que a enfermagem trabalha em um certo


limite de disponibilidade psíquica, com uso frequente de medicação controlada, e um
evento como esta pandemia tem poder de disparar crises até quiçá controladas”.

Tabela 1.2 - Saidel et al (2020, p. 3), complementa, trazendo um estudo que traz uma
estrutura para criação de intervenções relacionadas à saúde mental com 3 pontos
principais, são elas:
1. Compreensão do estado de saúde mental das diferentes populações
influenciadas pela pandemia;
2. Identificação precoce de pessoas ou grupos com alto risco de suicídio e
agressão;
3. Providenciar intervenções psicológicas para os que precisam.

Sobre os níveis da população, Saidel et al (2020, p. 3) traz que:


Tabela 1.3
Nível 1 Pessoas com alta vulnerabilidade para problemas de saúde mental;
Nível 2 Pessoas em isolamento doméstico;
Nível 3 Pessoas em contato com a população do nível 1 e 2 e nível 4.
Nível 4 Pessoas afetadas pelas medidas de prevenção e controle e suscetível ao
vírus.
Segundo Saidel et al (2020, p. 3), “Há a recomendação de que os profissionais que
apresentarem sinais precoces de desgaste, identificados por si e por outros, ansiedade e
depressão devem receber intervenções imediatas, para minimizar os riscos do
desenvolvimento de morbidades psiquiátricas”.

Os autores, destacam que algumas das intervenções descritas, podem conter


desafios, dentre eles estão a escassez de tempo do profissional de saúde que está no
atendimento direto aos pacientes; a falta de priorização de autocuidado, mesmo diante da
necessidade, dentre outros (Saidel et al, 2020).

Figura 1.4 – Profissionais da saúde esgotados durante pandemia Covid-19


Fonte: https://www.canalsaude.fiocruz.br/noticias/noticiaAberta/covid-19-estudo-avalia-
condicoes-de-trabalho-na-saude22032021 Acesso em 18 jun. 2023.

Sobre o atendimento on-line, o qual abordaremos em nossa próxima aula, os


autores citam aspectos a serem considerados como, a falta de acesso ou acesso de baixa
qualidade a computadores, internet, garantia de sigilo, além do preparo de profissionais
que podem realizar este tipo de atendimento (Saidel et al, 2020).

SEÇÃO 3 – DESAFIOS E PERSPECTIVAS PÓS PANDEMIA DE COVID-


19
Diante de tantas divergências, informações desencontradas e demais pontos de
incongruência, uma coisa todos devem concordar – existe um antes e depois da pandemia
de Covid-19. De uma forma ou de outra, arriscamos dizer que ninguém saiu ileso, nossas
vidas pararam, vivemos a angústia de dias de incertezas, perdemos pessoas próximas e
fomos consumidos pelo sentimento de impotência diante de algo invisível e tão letal.
Embora tenhamos a sensação de que tudo passou, ainda temos pela frente o desafio de
compreender os impactos, avaliar as sequelas deixados e repensar novos caminhos.
À medida que avançamos para uma fase pós-pandemia, torna-se
fundamental refletir sobre as perspectivas e lições aprendidas com a crise.
A gestão em saúde precisa se adaptar a um novo contexto, considerando as
mudanças nas necessidades da população e as transformações ocorridas nos
sistemas de saúde. (SILVEIRA et al, 2023, p. 143)

Acerca disso, Pires et al. (2023) complementa que a Covid-19 expôs a realidade
da vulnerabilidade humana e chamam atenção para um olhar voltado para os impactos da
pandemia não apenas para esta geração, mas para as próximas também, pois, acreditam
que haverá sequelas fisiopatológicas e psicoemocionais.

Outrossim, é importante destacar que durante esse período, as condições


sociais oriundas da COVID-19 tornaram-se um fator desencadeante para
situações que vão além da área fisiopatológica, permitindo o
desenvolvimento de distúrbios psicoemocionais, mesmo em populações
que, em outras situações, não teriam fatores predisponentes a elas. Nesse
sentido, é coerente afirmar que os problemas psicoemocionais foram
agravados e são uma grande preocupação no contexto pandêmico e pós-
pandêmico, já que, mesmo após o fim da pandemia, a população ainda terá
que conviver com os problemas oriundos dela, como a depressão, que é
uma condição crônica, sem cura, na qual os pacientes apresentam melhora
do quadro e aprendem a conviver com essa comorbidade, contudo nada
impede uma recorrência do quadro.

Se as comorbidades psicoemocionais já eram consideradas o mal do século XXI,


segundo Pires et al. (2023), em decorrência dos eventos que aconteceram, como o
isolamento social, as catástrofes econômicas e a exposição a informações negativas da
doença, acabaram por favorecer o desenvolvimento de doenças psicoemocionais.
Observa-se também que “a sociedade tornou-se cada vez mais refém de si mesma, dando
espaço para o desenvolvimento de doenças oportunistas, como por exemplo a psoríase,
que surge em momentos de imunodepressão” (PIRES et al., 2023, p. 29).

Assim, fica o desafio para os profissionais da saúde, em particular nos cuidados


com a saúde mental, não apenas avaliando e tratando sequelas, mas investindo em
pesquisas e desenvolvimento de ações que fortaleçam e promovam a saúde.

Chegamos, assim, ao final da quinta aula. Espera-se que agora tenha


ficado mais claro o entendimento de vocês sobre os impactos que a
pandemia e o isolamento social causaram na saúde mental. Vimos
também as estratégias de enfrentamento adotados. Vamos, então,
recordar:
SEÇÃO 1 – TEMA: “A PANDEMIA DE COVID-19, O ISOLAMENTO
SOCIAL, CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE MENTAL E ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA”

Esse artigo traz um estudo acerca de como foi a pandemia por COVID-19, analisa
as consequências na saúde mental advindas do isolamento social e discute estratégias para
o enfrentamento. Ao longo do estudo percebe-se que houve um aumento de sofrimento
psíquico relacionado ao a privação no contexto social.

SEÇÃO 2 – TEMA: “INTERVENÇÕES EM SAÚDE MENTAL PARA


PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE A PANDEMIA POR CORONAVÍRUS”

Durante a pandemia por COVID-19, os profissionais da área da saúde que estiveram


na linha de frente enfrentaram desafios diversos na tentativa de conter a doença, ficando
expostos a consequências referentes a saúde mental, o esse estudo aponta estratégias para
enfrentamento e manutenção da saúde mental, como mapeamento de profissionais mais
vulneráveis e ações que foram assertivas naquele momento.

SEÇÃO 3 – TEMA: “DESAFIOS E PERSPECTIVAS PÓS PANDEMIA


DE COVID-19”

À medida que avançamos para uma fase pós-pandemia, torna-se fundamental


refletir sobre as perspectivas e lições aprendidas com a crise. A gestão em saúde precisa
se adaptar a um novo contexto, considerando as mudanças nas necessidades da
população e as transformações ocorridas nos sistemas de saúde.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES:

Leitura:
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
“Brasil vive uma segunda pandemia, agora na Saúde Mental - Quadros de ansiedade e
depressão aumentam após a pandemia de covid-19”.
Disponível em: – Brasil vive uma segunda pandemia, agora na Saúde Mental Conselho
Federal de Enfermagem - Brasil (cofen.gov.br)

Filme:
Esta série documental acompanha quatro médicos do Hospital Lenox Hill de Nova York
e suas rotinas. O interessante é que nos últimos episódios você poderá compreender como
a Covid-19 impactou a rotina do hospital e a vida dos profissionais da saúde no início da
Pandemia.

GLOSSÁRIO
Endemia: doença infecciosa que ocorre habitualmente e com incidência significativa em
dada população e/ou região.

Epidemia: doença de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número de


indivíduos em uma determinada localidade; surto periódico de uma doença infecciosa em
dada população e/ou região.

Incubação: Desenvolver ou desenvolver-se de forma lenta e latente até se manifestar.

Pandemia: é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado
quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes
com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

REFERÊNCIAS

PEREIRA, M. D.; OLIVEIRA, L. C. de; COSTA, C. F.T.; BEZERRA, C. M. de O.;


PEREIRA, M. D.; SANTOS, C. K. A. dos; DANTAS, E. H. M. A pandemia COVID-
19, o isolamento social, as consequências sobre a saúde mental e as estratégias de
enfrentamento: uma revisão integrativa. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.],
v. 9, n. 7, p. e652974548, 2020. DOI: 10,33448/rsd-v9i7.4548. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4548 . Acesso em: 18 jul. 2022.
PIRES, Italo M. Covid-19 e saúde mental: o desafio de uma década. Saúde Mental:
desafios, perspectivas e análises pós-isolamento social - ISBN 978-65-5360-258-8 -
Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
Disponível em: https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/220809847.pdf
Acesso em: 19 jul. 2023
SAIDEL, Maria Giovana Borges et al. Intervenções em saúde mental para profissionais
de saúde frente a pandemia de Coronavírus [Mental health interventions for health
professionals in the context of the Coronavirus pandemic] [Intervenciones de salud
mental para profesionales de la salud ante la pandemia de Coronavírus]. Revista
Enfermagem UERJ, [S.l.], v. 28, p. e49923, maio 2020. ISSN 2764-6149. Disponível
em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/49923 .
Acesso em: 18 jul. 2022. doi:https://doi.org/10.12957/reuerj.2020.49923.

SILVEIRA, Rodrigo E. Gestão em saúde: desafios e perspectivas pós pandemia de


Covid-19 - REFAG – Revista FACTHUS de Administração e Gestão, Uberaba/MG, v.
6, n. 1, p. 141-155, 2023. Disponível em: file:///C:/Users/andre/Downloads/430-1408-1-
PB.pdf Acesso em 19 jul. 2023.

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