MEDICAÇÃO INTRACANAL
Profa Ms Liziane Vasconcelos Carneiro
MEDICAÇÃO INTRACANAL
“A medicação intracanal consiste na aplicação de um
medicamento no interior do canal radicular por um período
geralmente mais longo do que de uma consulta e que visa exercer
algum efeito terapêutico.”
MEDICAÇÃO INTRACANAL
A presença de bactérias no sistema de canais radiculares é
essencial para o desenvolvimento da periodontite apical e
sua eliminação é o objetivo do tratamento endodôntico.
O objetivo de um curativo intracanal é reduzir o número
de microrganismos para níveis mais baixos do que
aqueles obtidos por processos mecânicos de
instrumentação, impedindo a reinfecção do canal
radicular.
MEDICAÇÃO INTRACANAL
O ideal seria que o tratamento endodôntico
esterilizasse o canal radicular, porém , diante da
complexa anatomia do sistema de canal,
instrumentos, técnicas e substâncias disponíveis,
este objetivo torna-se utópico. A alternativa
mais viável é reduzir as populações bacterianas
a um nível inferior ao necessário para induzir ou
perpetuar doenças .
OBJETIVOS DA MIC:
◌ Promover a eliminação de bactérias que sobreviveram ao PQM;
◌ Atuar como barreira físico-química;
◌ Reduzir a inflamação perirradicular;
◌ Solubilizar a matéria orgânica e neutralizar produtos tóxicos;
◌ Controlar a exsudação persistente;
◌ Controlar reabsorção inflamatória externa;
◌ Estimular a reparação por tecido mineralizado.
Indicação da MIC
• Tempo maior para eliminação de microrganismos;
• Não se consegue secar o conduto. Ex: Sangramento, exsudato persistente;
• Dor, edema, fístula;
• Quando não der tempo concluir naquela sessão.
Tempo de ação da MIC
“O medicamento deve permanecer ativo durante
todo o período entre as consultas do tratamento
endodôntico.”
A ação da MIC está condicionada:
• Ao veículo utilizado (aquoso, viscoso ou oleoso);
• A concentração;
• A tensão superficial no canal radicular ;
• A duração entre as sessões durante a terapia endodôntica.
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS
MEDICAMENTOS INTRACANAIS
Classificação química dos MIC
o Derivados fenólicos;
o Aldeídos;
o Halógenos;
o Bases ou hidróxidos;
o Corticosteróides;
o Antibióticos.
Classificação química dos MIC
Derivados Fenólicos
• São potentes agentes antimicrobianos
• Agem a distância e por contato
Ex: eugenol
paramonoclorofenol
paramonoclorofenol canforado(PMCC)
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Aldeídos
• São fixadores teciduais
• Potentes agentes antimicrobianos
• Agem por contato e a distância
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Aldeídos
tricresol formalina
• Formaldeído
formocresol
(usado em combinação com o cresol)
• Glutaraldeído
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Halógenos
• São representados pelos compostos que contêm cloro ou iodo
• Apresentam efeitos destrutivos sobre vírus e bactérias
Ex: NaOCl, Iodofórmio
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Bases ou Hidróxidos
São compostos inorgânicos que possuem como ânions exclusivamente os
radicais hidroxila (OH − )
Ex: hidróxido de cálcio - Ca(OH)₂
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Corticosteróides
- São substâncias derivadas do córtex suprarrenal.
- Agem por contato
- Atua no controle da exsudação e da vasodilatação
associadas à inflamação.
Ex: hidrocortisona, a prednisolona e a dexametasona.
Lopes e Siqueira, 2017.
Classificação química dos MIC
Antibióticos
São pouco empregados como medicamento intracanal
Indicação para casos de revascularização ou revitalização em dentes
com polpa necrosada.
Ex: Pasta tri-antibiótica (ciprofloxacino, metronidazol e minociclina)
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
Atividade Antimicrobiana
• INERTES
• BIOLOGICAMENTE ATIVOS
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Antimicrobiana)
Água destilada
biocompatíveis soro fisiológico
INERTES não influenciam nas
soluções anestésicas
óleo de oliva
propriedades
propilenoglicol
polietilenoglicol
Lopes e Siqueira, 201
2017.
Veículos das MIC
(Antimicrobiana)
BIOLOGICAMENTE ATIVOS PMCC
Clorexidina
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Físico-químico)
• HIDROSSOLÚVEIS
• OLEOSOS
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Físico-químico)
Aquosos Água destilada
HIDROSSOLÚVEIS Soro fisiológico
Viscosos Soluções anestésicas
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Físico-químico)
Glicerina
HIDROSSOLÚVEIS Viscosos Polietilenoglicol (CALLEN)
pesos moleculares elevados Propilenoglicol
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Fisico-químico)
• OLEOSOS Pouco solúveis em água
Lopes e Siqueira, 2017.
Veículos das MIC
(Físico-químico)
ácidos oleico
linoleico
• OLEOSOS isosteárico
alguns ácidos graxos óleo de oliva
óleo de papoula-lipiodol
silicone
cânfora-óleo essencial do
paramonoclorofenol
Lopes e Siqueira, 2017.
Medicações intracanais que
usaremos na clínica
ALDEÍDOS
(Formocresol e Tricresol)
Formaldeído e cresol
Ação: Germicida
Fixador celular
Neutralizadora
Mario Leonardo, 2008
ALDEÍDOS
(Formocresol e Tricresol)
Potencial:
Carcinogênico
Mutagênico
Citotóxico
Mario Leonardo, 2008
TRICRESOL FORMALINA
Alto poder antomicrobiano (age tanto por contato
qto á distância);
Composta á base de formol e cresol;
Lopes e Siqueira, 2017.
TRICRESOL FORMALINA
Tricresol foi adicionado ao formol para diminuir suas
propriedades irritantes;
Inativa produtos gerados da necrose pulpar.
Lopes e Siqueira, 2017.
FORMALINA
❖Altamente irritante aos tecidos vivos;
❖Causa dano ou perda de atividade;
Lopes e Siqueira, 2017.
TRICRESOL FORMALINA
Técnica:
- Seleciona-se uma bolinha de algodão seca e estéril;
- Molhe levemente o algodão na medicação;
-Deixar um espaço de 3 a 5mm para o material selador.
Lopes e Siqueira, 2017.
TRICRESOL FORMALINA
Lopes e Siqueira, 2017.
TRICRESOL FORMALINA
➢Tem sido sugerido que o tricresol formalina pode neutralizar o conteúdo tóxico do
canal radicular e assim, quando utilizado antes do preparo químico/mecânico, reduzir
o risco de flare-ups.
Medicação utilizada quando os canais não estão instrumentados.
Lopes e Siqueira, 2017.
BASES OU HIDRÓXIDOS
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
(Forma de apresentação)
• pó branco
• alcalino (pH 12,8) COMPOSIÇÃO
• inodoro
• pouco solúvel em água
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Lopes e Siqueira, 2017.
Efeito antimicrobiano
Mecanismo de ação
pH ± 12,8
Perda da integridade da membrana citoplasmática bacteriana:
peroxidação lipídica
Lopes e Siqueira, 2015
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Indutor de Reparo por Tecido Mineralizado
• Quando em contato direto com um tecido conjuntivo organizado com
memória genética para produção de tecido mineralizado.
✓ capeamento pulpar direto
✓ pulpotomia
✓ tratamento de perfurações
✓ apicificação
✓ reabsorções radiculares
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
VEÍCULO
PMCC
SORO FISIOLÓGICO
CLOREXIDINA
SOL. ANESTÉSICA
ÁGUA DESTILADA
PROPILENOGLICOL
GLICERINA
ÓLEO DE OLIVA
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Limitações do hidróxido de cálcio
“À medida que se aproxima da área mais apical, a compactação do
hidróxido de cálcio se torna maior e, consequentemente, a sua remoção é
menos eficaz.
Nenhuma das técnicas de remoção do hidróxido de cálcio apresentadas
removeu por completo a medicação do interior do canal radicular.”
Silva et al. Rev Odontol UNESP. 2009; 38(1): in press
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Técnica de preenchimento
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Técnica de preenchimento
Lopes e Siqueira, 2017.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Lopes e Siqueira, 2017.
OBRIGADA
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