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Aula Exame Microscópico Da Urina

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09/11/2024

Exame do sedimento Exame do sedimento


Exame Microscópico da  Contagem entre lâmina e lamínula ▪ Elementos que devem ser contados:
leucócitos, eritrócitos e cilindros (cada tipo
Urina ▪ Centrifugar o tubo contendo a urina a 1.500-2.000 rpm, durante 5
minutos. separadamente). Observar toda a lâmina para
contar os cilindros.
▪ Passar o sobrenadante para outro tubo e diluir o sedimento até 0,5 ml
com o próprio sobrenadante ou com solução fisiológica.
▪ Resultado: expressar os resultados como
Homogeneizar o sedimento.

número de elementos por campo microscópico
▪ Colocar 20 l do sedimento entre lâmina e lamínula (20x20). (por campo):
▪ Observar ao microscópio inicialmente em pequeno aumento (100x) para
observar a distribuição dos elementos e visualizar cilindros. • < 1 por campo = Raros
▪ Realizar a contagem em 400x.
• 1 a 39 por campo = Contar
• 40 a 100 por campo = Muitos
Contar no mínimo 10 campos microscópicos.

• > 100 por campo = Numerosos

Cilindros Cilindros Cilindros


 Os cilindros são os únicos elementos exclusivamente renais  A largura do cilindro depende do tamanho do túbulo em que  Quaisquer elementos presentes no filtrado tubular - células, bactérias,
grânulos, pigmentos e cristais podem prender-se à matriz do cilindro.
encontrados no sedimento urinário. foi formado.
 O principal componente dos cilindros é a glicoproteína de Tamm-
Horsfall, excretada pelas células dos túbulos renais.
 Formam-se principalmente no interior da luz do túbulo  Os largos podem ser devidos à distensão tubular ou, no caso de
contorcido distal e do ducto coletor, possibilitando a visão extrema estase urinária, à formação no interior dos ductos  Encontrada na urina normal e na anormal, não é detectável pelos métodos
microscópica das condições existentes no interior dos néfrons. coletores. de tira reativa; portanto, não é responsável pelo elevado nível de
proteínas urinárias freqüentemente relacionado com presença de
cilindros.
 Suas formas representam a luz do túbulo: geralmente têm  A aparência dos cilindros também é influenciada pelos  A proteína de Tamm-Horsfall é excretada em velocidade relativamente
lados paralelos e extremidades arredondadas, mas podem ser materiais presentes no filtrado no momento de sua formação e constante pelas células tubulares e constituem uma proteção imunológica
enrugados ou contorcidos, dependendo da sua idade. pelo período de tempo em que eles permaneceram no túbulo. contra infecções.

 Gelifica-se em condições de estase urinária e em presença de sódio e


cálcio. Também é importante a magnitude da glicosilação dessa proteína.

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Cilindros hialinos Cilindros hialinos Cilindros hialinos


 Os cilindros mais freqüentes são de tipo hialino, constituídos  Os cilindros hialinos são incolores nos sedimentos
quase inteiramente por proteína de Tamm- Horsfall. não-corados e têm um índice de refringência
semelhante ao da urina; portanto, podem facilmente
 A presença de 0 a 2 desses cilindros por campo de pequeno passar despercebidos se as amostras não forem
aumento é considerada normal, assim como o achado de examinadas com pouca luminosidade.
quantidade elevada após exercício físico intenso, desidratação,
exposição ao calor e estresse emocional.
 A morfologia dos cilindros hialinos é variável:
formas normais, enrugadas e contorcidas; o
 Assumem significado clínico quando seu número é elevado: enrugamento e a contorção parecem ser devidos ao
glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e envelhecimento do cilindro. Cilindro hialino e pseudocilindros de uratos amorfos (200 x).
insuficiência cardíaca congestiva.

Cilindros hemáticos Cilindros hemáticos Cilindros leucocitários


 Podem conter células claramente identificáveis ou  O aparecimento de cilindros leucocitários na urina
 Enquanto o achado de hemácias na urina indica
sangramento de alguma área do sistema urogenital, a fortemente agrupadas, ligadas à matriz protéica. significa infecção ou inflamação no interior dos
existência de cilindros hemáticos é muito mais néfrons.
específica, indicando que o sangramento provém do
interior do néfron.
 São observados com mais freqüência na pielonefrite,
 Sua presença relaciona-se principalmente com a mas ocorrem em qualquer doença que cause
glomerulonefrite, mas qualquer quadro clínico capaz inflamação dos néfrons, acompanhando também os
de lesar os glomérulos, os túbulos ou os capilares cilindros hemáticos na glomerulonefrite.
renais pode produzir cilindros hemáticos.
Cilindro hemático: observe a presença de hemácias hipocrômicas
e dismórficas (400 x).

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Cilindros leucocitários Cilindros de células epiteliais Cilindros de células epiteliais


 Os cilindros leucocitários são refringentes, têm  As fibrilas da proteína de Tamm-Horsfall prendem-se  Eles podem ser distinguidos dos cilindros leucocitários pela existência de
núcleo redondo.
grânulos e, a menos que sua desintegração tenha às células tubulares; se assim não fosse, passariam  A identificação é facilitada pela coloração.
começado, serão visíveis os núcleos multilobulados. para a urina antes da formação do cilindro.

 O desligamento pode ocorrer em vários estágios do


processo de formação.

 Considerando sua íntima aderência às células


tubulares, é previsível a ligação de células epiteliais Cilindro de células epiteliais tubular renal:
Cilindro leucocitário corado (400 x). aos cilindros hialinos. observe a inserção superficial das células
na matriz do cilindro (400 x).

Cilindros granulares Cilindros céreos Cilindros adiposos


 É preciso que haja estase urinária e que os cilindros celulares permaneçam  Representam a destruição final dos grânulos que aderem à  São ligeiramente refringentes e contêm gotículas
nos túbulos para que a sua desintegração produza grânulos. matriz do cilindro. gordurosas de cor marrom-amarelada.
 A presença de cilindros céreos indica extrema estase urinária.

Cilindro céreo corado: observe as extremidades irregularmente quebradas Cilindro adiposo: observe as gotículas de gordura refringentes na
Cilindro granuloso fino e cristais de ácido úrico (ampliação de 400x)
(ampliação de 100 x) matriz do cilindro (ampliação de 400 x).

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Cilindros largos Bactérias Bactérias


 Todos os tipos de cilindros podem ser largos (alteração nos  Normalmente a urina não tem bactérias.
túbulos renais), e a presença de muitos cilindros céreos largos
sugere prognóstico desfavorável.
 No entanto, se as amostras não forem colhidas em
condições estéreis, pode ocorrer contaminação
bacteriana sem significado clínico.

 As amostras que ficam à temperatura ambiente por


muito tempo também podem conter quantidades
detectáveis de bactérias, que representam apenas a
multiplicação dos organismos contaminantes. A maioria dos laboratórios registra a presença de bactérias só quando estas
forem observadas em amostras recém-colhidas e em conjunto com
Grande cilindro granuloso em vias de tomar-se céreo (ampliação de 400 x). leucócitos.

Leveduras Leveduras Parasitas


 As leveduras, geralmente Candida albicans, podem Leucócito  O parasita encontrado com mais freqüência na urina é o
Trichomonas vaginalis, devido à contaminação por secreções
ser observadas na urina de pacientes com diabetes Brotamento vaginais.
melito e de mulheres com candidíase vaginal.  Esse organismo é flagelado, sendo facilmente identificado por
seu movimento rápido no campo microscópico.
 Contudo, quando não se move, o Trichomonas pode parecer
 São facilmente confundidas com hemácias e por isso um leucócito.
deve-se observar atentamente se há brotamentos.  Por vezes são observados ovos de oxiúros (Enterobius
vermicularis) e outros parasitas intestinais na urina, resultado
de contaminação fecal.

Leveduras e um leucócito: formas em brotamentos ajudam a distingui-las das hemácias


(ampliação de 400 x).
Cândida sp.

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Parasitas Espermatozóides
 Por vezes encontram-se espermatozóides na urina após
relações sexuais ou ejaculação noturna; não têm significado
clínico.

Presença de Trichomonas vaginalis íntegro em amostra com conservante


químico após 24 horas em temperatura ambiente. Há preservação da
estrutura celular e motilidade. (aumento de 400x, coloração de
Sternheimer-Malbin). Espermatozóide normal (ampliação de 400 x)

Muco Muco Cristais


 O muco é um material protéico produzido por  É comum encontrar cristais na urina.
glândulas e células epiteliais do sistema urogenital.
 Embora raramente tenham qualquer significado clínico, deve
se proceder à sua identificação para se ter certeza de que não
 Não é considerado clinicamente significativo e sua representam anormalidades.
quantidade é maior quando há contaminação vaginal.
 Os cristais são formados pela precipitação dos sais da urina
submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, o
 Microscopicamente, é visto como estruturas que afeta sua solubilidade.
filamentosas com baixo índice de refração, o que
Filamentos de Muco
exige observação em luz de baixa intensidade.  Os sais precipitados aparecem na urina na forma de cristais
A análise imunológica demonstrou que um dos principais componentes do muco verdadeiros ou de material amorfo, que também se inclui na
é a proteína de Tamm-Horsfall. categoria de cristais urinários.

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Cristais Cristais Cristais


 A urina normal recém-eliminada pode conter cristais formados  A principal razão para a identificação dos cristais  O recurso mais útil na identificação dos cristais é o
nos túbulos ou, com menos freqüência, na bexiga. conhecimento do pH da urina, pois ele determinará o tipo de
urinários é detectar a presença de alguns tipos
substâncias químicas precipitadas.
 A grande concentração de solutos geralmente é responsável relativamente anormais, que podem representar certos
por essa precipitação in vivo, encontrada, na maioria das vezes, distúrbios, como doenças hepáticas, erros inatos do
na urina concentrada. metabolismo ou lesão renal causada pela cristalização  Os cristais geralmente são classificados não só como normais
ou anormais, mas também segundo a urina em que está
de metabólitos de drogas nos túbulos. presente: ácida ou alcalina.
 A maior parte da formação de cristais ocorre em amostras que
foram deixadas em temperatura ambiente ou que foram
refrigeradas.
 Os mais comumente encontrados têm formas ou cores muito
 Os cristais são extremamente abundantes em amostras características, mas na verdade ocorrem variações, o que pode
refrigeradas e muitas vezes causam problemas porque causar problemas de identificação.
mascaram outros componentes de maior significado clínico.

Cristais normais Cristais normais Cristais normais


 Urina ácida.  A identificação é melhor pela cor que pela forma.  Os cristais de oxalato de cálcio também são freqüentes na urina ácida,
podendo ser vistos na urina neutra, mas raramente na alcalina.

 Os cristais mais comumente encontrados na urina ácida são os


uratos, constituídos por ácido úrico, uratos amorfos e urato de
sódio.

 Microscopicamente, a coloração de todos os cristais de urato


vai do amarelo ao castanho-avermelhado, sendo os únicos
cristais normais coloridos em urina ácida.

Cristais de oxalato de cálcio: Cristais de oxalato de


 São várias as suas formas: losangular, rosetas, cunhas e Observe a aparência clássica cálcio ovais
agulhas. Cristais de ácido úrico: observe a variedade de formas (ampliação
de 400 x). Quando presentes em grande quantidade, podem de “envelope” (ampliação (ampliação de 400x)
transmitir cor rosada à urina, particularmente ao sedimento. de 400x)

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Cristais normais Cálculos Renais Cálculos Renais


 Urina alcalina.  São numerosos os estudos de correlação entre a presença de  A análise dos cálculos renais excretados é importante
cristalúria e a formação de cálculos renais, com resultados
 A maioria dos cristais observados na urina alcalina é formada por fosfatos, variáveis. no tratamento do paciente.
como o fosfato triplo, o fosfato amorfo e o fosfato de cálcio. Os cristais de
fosfato triplo são talvez os mais facilmente identificáveis porque costumam
ser constituídos por prismas incolores denominados "tampa de caixão".  O achado de grumos de cristais em urina quente recém
eliminada indica que existem condições para a formação de  Aproximadamente 75% deles contêm oxalato de
cálculos, tendo-se observado aumento da cristalúria nos meses cálcio, sendo possível evitar formações futuras
Cristais de fosfato triplo:
observe a clássica aparência
de verão em pessoas que formam cálculos renais.
através de mudanças na dieta.
de “tampa de caixão”.
 Contudo, devido à variação nas condições que afetam a urina
no organismo e no recipiente de amostra e ao fato de que ainda
não se conhecem realmente os mecanismos da formação de  Sua análise pode ser bioquímica.
cálculos, atribui-se pouca importância ao papel dos cristais no
diagnóstico dos cálculos renais.

Artefatos Exame do sedimento Exame do sedimento


 Podem ser encontrados contaminantes de todos os tipos na urina, Demais elementos, em ambas as contagens,  Células escamosas, pavimentosas ou planas.
principalmente nas amostras colhidas em condições impróprias ou em expressar da seguinte forma:
recipientes sujos.
 O que mais confunde os estudantes são as gotículas de óleo e os grânulos
de amido (pó de talco), por se parecerem com hemácias.  Células epiteliais: três tipos de células são
encontrados no trato urinário:
Grânulos de
amido:
observe a  Células escamosas, pavimentosas ou planas
refringência que cobrem a vagina, a uretra e o trígono vesical.
(ampliação
de 400x)
Caracterizam-se pelo grande tamanho, núcleo
pequeno e citoplasma com pequenos grânulos.
Sua presença não tem maior significado, podendo
Células epiteliais escamosas (400x) - trato urinário inferior.
indicar contaminação vaginal da amostra.

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Exame do sedimento Exame do sedimento Exame do sedimento


 Células de transição cobrem a pelve renal, ureter e bexiga. Sua presença,  Células tubulares renais: são células oriundas do
em grande número, pode indicar inflamação da via urinária descendente, se
associada a leucocitúria. Frequentemente são redondas, com núcleo também epitélio tubular que aparecem ocasionalmente no
redondo e relativamente grande. É difícil sua separação do epitélio renal. sedimento urinário normal.
 São um pouco maiores do que os leucócitos e
apresentam um núcleo grande, geralmente excêntrico,
muitas vezes com membrana nuclear espessada e com
inclusões citoplasmáticas.
 Como representa esfoliação renal, a presença de mais
do que uma dessas células por campo de grande
Células epiteliais de transição (azul) - bexiga - e leucócitos (verde) Células epiteliais transicionais aumento (400x) sugere dano tubular renal.
(400x). Corado (STERNHEIMER-MALBIN)

Exame do sedimento Exame do sedimento


 Resultado:

▪ Células epiteliais pavimentosas e de transição: poucas,


moderadas e muitas. Células epiteliais tubulares e
corpúsculos gordurosos ovais: resultado por campo ou ml,
de acordo com a metodologia empregada.

▪ Cristais: identificar e quantificar como poucos, moderados


e muitos.

▪ Muco: pouco, moderado e muito. (desidratação, inflamação dá muco


elevado)

▪ Microrganismos, parasitas e espermatozóides (relatar


Células epiteliais tubulares apenas em urinas masculinas): poucos, moderados e
muitos.

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