Gastos Públicos e Economia em SC
Gastos Públicos e Economia em SC
Resumo
Este estudo objetiva analisar a influência dos gastos públicos no crescimento e desenvolvimento
econômico nos municípios de Santa Catarina. Para tanto, a amostra foi composta por 291
municípios, em que o intervalo de análise confere a períodos anuais de 2013 a 2016. Realizou-se
a análise por meio de modelos multivariados em painel pelo método Pooled Ordinary Least
Squares (POLS). Os resultados revelam que as despesas municipais com as funções de saúde e
saneamento; educação, e; urbanismo e habitação não estão relacionadas com a variação do
produto interno bruto. Por outro lado, a despesa corrente total está negativamente relacionada
com a variação do produto interno bruto. Ainda, constatou-se relação negativa entre as despesas
com a função de educação e o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM).
Diferentemente, os achados demonstram que as despesas com a função de urbanismo e habitação
estão positivamente relacionadas com o IFDM. Cabe ressaltar que foi encontrada relação
negativa entre a despesa corrente total e o IFDM. De outra forma, verifica-se relação positiva
entre o número de habitantes e o IFDM. Como implicações desta pesquisa, destaca-se os reflexos
das despesas municipais de diferentes funções no crescimento econômico, assim como, no
desenvolvimento econômico.
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1 Introdução
A alocação dos gastos públicos tem como objetivo atender diferentes áreas que de
interesse público e que impacta diretamente a sociedade. Sobre isto, a alocação dos gastos
públicos na promoção de bens e serviços públicos pode incentivar o crescimento econômico
(Barro, 1990). O incentivo governamental também pode ser uma forma de aumentar a
produtividade nas operações econômicas (Aschauer, 1989). Isto pode ser uma forma de também
incentivar o setor privado quanto ao aquecimento da economia e, por sua vez, aumento dos
índices relacionados ao crescimento econômico (Ram, 1986, Cashin, 1995). Neste sentido, os
gastos do governo em diferentes funções da despesa podem suscitar a economia, ao considerar o
aumento de índices de curto prazo como o crescimento econômico.
A partir disto, diferentes estudos analisaram como diferentes funções dos gastos do
governo influenciam o crescimento econômico. Alguns destes se dedicaram a examinar a
influência dos gastos do governo, em diferentes funções, como os gastos com saúde (Crémieux,
Ouellette & Pilon, 1999; Chaabouni & Saidi, 2017; Zaidi & Saidi, 2018; Facchini & Seghezza,
2018), educação (Lucas, 1988; Cohen & Soto, 2007; Annabi, Harvey & Lan, 2011; Voyvoda &
Yeldan, 2015; Dissou, Didic & Yakautsava, 2016; Ifa & Guetat, 2018) e infraestrutura
(Devarajan, Swaroop & Zou, 1996; Butkiewicz & Yanikkaya, 2011; Kodongo & Ojah, 2016;
Neduziak & Correia, 2017; Shi, Guo & Sun, 2017).
Complementarmente, a alocação destes recursos pode não afetar apenas as medidas
macroeconômicas de curto prazo, mas também as ligadas a qualidade de vida da população,
como explicitado por Bloom, Canning e Sevilla (2004), que demonstram que quando a população
apresenta condições mais saudáveis, no que lhe concerne a saúde física e mental, os indivíduos
tendem a apresentar maior produtividade e, por consequência, suscitar o crescimento econômico.
Ainda, Lewis (1954) e Lucas (2004) destacam que com a mudança da população do meio rural
para o urbano fez com que houvesse maior alocação de recursos públicos com urbanismo e
infraestrutura. Estes gastos, de acordo com Liang e Yang (2019), interagem com o crescimento
econômico. Com base nesta lógica, estes fatores não influenciam apenas o crescimento
econômico, mas também pode implicar em aspectos que correspondem a qualidade de vida da
população.
Esta lógica foi empregada no estudo de Edney et al. (2018), em que os autores destacam
que o maior montante em alocação de gastos públicos com saúde está relacionado com a
diminuição da mortalidade infantil. Também, a alocação com investimentos em bens públicos
implica na melhora da qualidade de vida da população (Flavin, 2019). Além disso, os
investimentos em serviços básicos, como construção de estradas, saneamento básico e habitação
são relevantes em combater um aspecto relevante para o desenvolvimento econômico, a pobreza
(McKay, 2002, Paternostro, Rajaram & Tiongson, 2007, Anderson et al., 2018). Com base nisto,
pesquisas analisaram a relação do desenvolvimento econômico e da alocação dos gastos públicos
ao considerar diferentes funções, como, saúde (Hochman, 1996; Steffen et al., 2015; Dieleman et
al., 2017) infraestrutura (Kumar, 2002; Fan & Chan-Kang, 2008; Maparu & Mazumder, 2017;
Marinho et al, 2017) e educação (Jia-feng, 2007; Obasuyi, Chenayah & Piaw, 2018; Patel &
Annapoorna, 2019).
Embora se tenham diversos estudos sobre a relação entre o gasto público com o
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crescimento ou desenvolvimento econômico, não se tem evidências de que estudos analisaram a
influência dos gastos públicos de diferentes funções da despesa pública (educação, saúde,
urbanismo e habitação) no crescimento e desenvolvimento econômico, de forma conjunta, o que
incentiva a presente pesquisa. Ademais, Skull (2010) discorre que as economias emergentes
tiveram um substancial crescimento econômico após a crise de 2008 (diferentemente de
economias desenvolvidas), o que foi importante para o crescimento da economia mundial. Assim,
torna-se uma ótima oportunidade contribuir com evidências sobre estas economias quanto aos
reflexos dos gastos públicos no crescimento e desenvolvimento econômico.
Ao considerar um país emergente, como o Brasil, poucos são os trabalhos que discutem
a influência dos gastos públicos no crescimento e desenvolvimento econômico em que os
trabalhos que mais se aproximam disto são os de Neduziak e Correia (2017) e Avelino, Bressan e
Cunha (2013). O primeiro apresentou o impacto da alocação de diferentes gastos do governo no
crescimento econômico em diferentes estados. Já o segundo, demonstra a relação da alocação de
diferentes funções da despesa pública com o desenvolvimento econômico nas capitais dos
estados brasileiros. No entanto, o estudo de Avelino et al. (2013) apresenta uma limitação a
impossibilidade de comparar com os demais municípios brasileiros, uma vez que contemplou
apenas capitais, o que suscita a presente pesquisa.
Desta forma, estes trabalhos não se concentraram no aspecto regional ao contemplar a
peculiaridade de cada município, quanto ao seu tamanho, número de habitantes e onde está
localizado. Estes aspectos podem interferir na economia local e, consequentemente, na demanda
da população por políticas públicas. Além disso, pode influenciar na qualidade de vida e outros
aspectos que fazem parte dos índices que capturam o desenvolvimento econômico. Desta forma,
abre-se espaço em examinar como os gastos do governo afetam o crescimento e o
desenvolvimento econômico. A partir disto, esta pesquisa objetiva analisar a influência dos
gastos públicos no crescimento e desenvolvimento econômico nos municípios de Santa Catarina.
Esta pesquisa se justifica ao contribuir com evidências de qual o reflexo da alocação dos
gastos públicos de diferentes funções da despesa do governo no crescimento e desenvolvimento
econômico, especialmente as investigações que tratam sobre o tema, como as de Kumar (2002),
Annabi, Harvey e Lan (2011), Kodongo e Ojah (2016), Chaabouni e Saidi (2017), Neduziak e
Correia (2017), Ifa e Guetat (2018) e Zaidi e Saidi (2018), Patel e Annapoorna (2019), Flavin
(2019). Também, demonstra uma nova perspectiva em um ambiente regional, desta forma,
apresenta uma contribuição teórica sobre o tema e com os estudos de Avelino, Bressan e Cunha
(2013), Silva e Triches (2014) e Neduziak e Correia (2017).
No âmbito prático esta pesquisa apresenta contribuições, por exemplo, que nenhuma das
funções analisadas (saúde e saneamento básico; educação, e; urbanismo e habitação) tem reflexos
no crescimento econômico. Isso, pode evidenciar que a alocação destas despesas não influencia a
variação do produto interno bruto na esfera municipal, mas pode ocorrer nas outras esferas do
governo brasileiro. Outra contribuição consiste no fato de que tange na relação de duas funções
da despesa municipal (educação, e; urbanismo e habitação) apresentam relação com o
desenvolvimento econômico dos municípios.
Além disso, outra implicação compreende o impacto negativo da despesa corrente total
no crescimento e desenvolvimento econômico, o que contribui para a discussão sobre o tamanho
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ótimo do governo, que consta em trabalhos como o de Makin, Pearce e Ratnasiri (2019). Desta
forma, a partir destas evidências espera-se contribuir com diferentes grupos de interesse (gestores
municipais, população e o setor privado) que são impactados pela alocação das despesas públicas
de diferentes funções do governo, bem como, os reflexos da alocação desses recursos no
crescimento e desenvolvimento econômico.
2 Fundamentação Teórica
Os gastos dos recursos públicos em algumas áreas especificas podem incitar o
crescimento econômico, tais como os gastos com saúde, educação, habitação, saneamento e entre
outras. Ao considerar os recursos alocados na função de saúde Bloom, Canning e Sevilla (2004),
demonstraram, em termos empíricos, que quando a população apresenta condições mais
saudáveis, quanto a saúde física e mental, as pessoas apresentam maior produtividade e, por
consequência, suscitar o crescimento econômico. Deste modo, evidências demonstram que
maiores montantes alocados com a saúde está positivamente relacionado com o crescimento
econômico [ ver Crémieux, Ouellette e Pilon (1999), Chaabouni e Saidi (2017) e Zaidi e Saidi
(2018) ].
Diante disto, o investimento em saúde por parte do governo pode fazer com que haja
melhora em aspectos econômicos de curto prazo na economia local. Contudo, outra vertente
complementar ao tema, destaca que maior volume dos gastos com saúde faz com que haja
aumento em aspectos ligados a qualidade de vida da população. Isto, porque de acordo com
Gupta, Verhoeven e Tiongson (2003), a despesa com saúde vai além de meras consequências
econômicas, dado que envolve questões sociais mais abrangestes e pode ser crucial para aliviar a
pobreza da população. Já Edney et al. (2018) abordam que a despesa com saúde diminui a
mortalidade infantil, em uma análise com 51 países.
Com base nisto, entende-se que as despesas com saúde estão relacionadas a diferentes
aspectos do desenvolvimento econômico, em que Dieleman et al. (2004) discorrem que ocorrem
em diferentes localidades do mundo. Investigações sobre o tema corroboram com a visão destes
autores, como as investigações de Razmi, Abbasian e Mohammadi (2012) e Fadilah, Ananda e
Kaluge (2013), na qual encontraram esta relação na região caribenha e, nos municípios de um
país asiático, respectivamente.
Além disso, os gastos com infraestrutura relacionado ao saneamento básico também são
benéficos a saúde, uma vez que gastos nesta área tem reflexos positivos na qualidade de vida
(Augsburg & Rodríguez-Lesmes, 2018). Os autores destacam que maior alocação dos gastos em
saneamento básico influenciou positivamente na estatura das crianças da Índia. Outras pesquisas,
como a de Prüss‐ Ustün et al. (2014) e Dickin, Bisung e Savadogo (2017), destacam que a falta
de saneamento básico, devido à falta de investimentos, pode causar males a saúde.
Nesta perspectiva, a falta de saneamento básico pode influenciar na qualidade de vida da
população e, por sua vez, nos índices de desenvolvimento humano. Ademais, ressalta-se ainda
que o gasto em saneamento básico não influencia apenas o desenvolvimento econômico, mas
também pode suscitar o crescimento econômico a partir do aquecimento da economia devido a
geração de empregos e circulação da renda, devido a construção de estruturas e serviços ligados
ao saneamento básico. Nesta linha, o gasto com infraestrutura, em que se enquadra o
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investimento com saneamento básico, está positivamente relacionado com o crescimento
econômico (Devarjan, Swaroop & Zou, 1996; Dabla-Norris et al., 2012). A partir destas
evidências com achados relacionados a alocação dos gastos com governo com saúde e
saneamento básico, apresenta-se as seguintes hipóteses.
H1: Existe uma relação positiva entre o os gastos com saúde e saneamento básico com o
crescimento econômico.
H2: Existe uma relação positiva entre o os gastos com saúde e saneamento básico com o
desenvolvimento econômico.
H3: Existe uma relação positiva entre o os gastos com educação com o crescimento
econômico.
H4: Existe uma relação positiva entre o os gastos com educação com o desenvolvimento
econômico.
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Os gastos do governo relacionados a infraestrutura, da mesma forma que saúde,
saneamento básico e educação, podem influenciar o crescimento econômico. Aschauer (1989),
como um dos estudos precursores sobre o tema, constatou que os gastos do governo em
infraestrutura estão positivamente associados ao crescimento econômico. Por outro lado, os
resultados do trabalho de Holtz-Eakin e Schwartz (1994) apresentam que estas duas variáveis não
estão relacionadas.
A discussão sobre o tema continuou ao longo do tempo, em que estudos recentes ainda
são divergentes sobre o reflexo dos gastos em infraestrutura no crescimento econômico. Os
achados do trabalho de Kodongo e Ojah (2016) demonstram que a alocação de recursos com
infraestrutura está positivamente relacionada com o crescimento econômico. Resultado similar
foi encontrado por Neduziak e Correia (2017), em uma análise com municípios brasileiros. De
outra forma, ao considerar a economia chinesa, Shi, Guo e Sun (2017) evidência que a alocação
de gastos públicos com infraestrutura está negativamente relacionada com o crescimento
econômico. Contudo, os gastos com infraestrutura pelo governo impactam não apenas o
crescimento econômico, mas também na qualidade de vida da população.
Nesta linha, Flavin (2019) discorre que o investimento em bens públicos é uma forma
eficaz de implicar na melhora na qualidade de vida da população. Estes bens públicos, segundo o
autor, estão relacionados a infraestrutura investida. A qualidade de vida dos habitantes é um
aspecto do desenvolvimento econômico. Neste sentido, o desenvolvimento econômico é
impactado pela alocação de gastos públicos em infraestrutura, como evidênciado no trabalho de
Kumar (2002). O autor demonstra que o investimento em infraestrutura pelo governo influencia
positivamente o desenvolvimento econômico em diferentes regiões.
Ademais, as diferentes regiões devem receber investimentos em diferentes formas de
infraestrutura para diminuir as disparidades de desenvolvimento entre as regiões (Kumar, 2002).
O estudo de Maparu e Mazumder (2017) demonstra que os gastos públicos em infraestrutura
contribuem positivamente para o desenvolvimento econômico. Com base nestas evidências com
resultados relacionados a alocação do governo com infraestrutura, tem-se as seguintes hipóteses.
H5: Existe uma relação positiva entre o os gastos com habitação e urbanismo com o
crescimento econômico.
H6: Existe uma relação positiva entre o os gastos com habitação e urbanismo com o
desenvolvimento econômico.
3 Procedimentos Metodológicos
O presente estudo pode ser classificado como descritivo, analítico e com abordagem
quantitativa. Os dados são secundários e foram obtidos por de diferentes bases, sendo: Finanças
do Brasil (FINBRA) [ utilizada para captar informações sobre a despesa corrente total e por
função dos períodos anuais dos municípios], Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) [fonte das informações sobre o produto interno bruto e população dos municípios] e
Firjan [base que engloba as informações sobre o índice de desenvolvimento municipal]. Para
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análise dos dados, recorreu-se a técnicas multivariadas em painel. Quanto ao intervalo analisado,
escolheu-se períodos anuais de 2013 a 2016. Este período escolhido diante dos dados disponíveis
sobre as despesas por função, população, produto interno bruto, índice de desenvolvimento dos
municípios analisados nesta pesquisa.
A população confere a todos os municípios do estado de Santa Catarina, localizado na
região sul do Brasil. Assim, a população corresponde 295 municípios. Contudo, alguns destes
não apresentaram informações necessárias para a realização da análise, como os municípios de
Apiúna e Aurora (não apresentam informações sobre as despesas totais com a função de
urbanismo e habitação em todo o período da análise), além dos municípios de Balneário Rincão e
Pescaria Brava (não tem informações sobre o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal). Com
base nisto, o recorte final dos municípios que compõem a amostra consiste em 291 de 6
mesorregiões do estado de Santa Catarina, de acordo com a classificação do IBGE. Este total de
municípios compreende a 98,64% da população deste estudo. Na Tabela 1, apresenta-se as
variáveis dependentes e independentes do modelo multivariado.
Tabela 1
Variáveis dependentes e independentes
Variáveis Dependentes
Variável Descrição Operacionalização Referências
Variação do produto Serve para demonstrar (Produto Interno Bruto
Neduziak e Correia (2017),
interno bruto a variação do PIB do Municipalit/Produto Interno Bruto
Obasuyi et al. (2018)
(VARPIB) período Municipalit-1) -1
Captura o nível de Avelino, Bressan e Cunha
Índice Firjan de
desenvolvimento Índice Firjan de Desenvolvimento (2013), Sousa et al. (2013)
desenvolvimento
econômico dos Municipal Oliveira, Calia e Liboni
municipal (IFDH)
municípios (2014) e Silva et al. (2015)
Variáveis Independentes
Variável Descrição Operacionalização Referências
Devarjan et al. (1996), Bloom
et al. (2004) Dieleman et al.
Demonstra a (2004), Razmi et al. (2012),
Despesa com saúde e Despesa com saúde e saneamento
proporção da despesa Fadilah et al. (2013),
saneamento básico básico paga no exercício/Despesa
corrente do município Chaabouni e Saidi (2017),
(SAUDESAN) Corrente Total paga no exercício
paga com saúde Zaidi e Saidi (2018),
Augsburg e Rodríguez-
Lesmes (2018)
Lucas (1988), Vandenbussche
Mostra a proporção da
Despesa com educação paga no et al. (2006), Dissou et al.
Despesa com educação despesa corrente do
exercício/Despesa Corrente Total (2016), Ifa e Guetat (2018),
(EDUC) município paga com
paga no exercício Obasuyi et al. (2018), Patel e
educação
Annapoorna (2019)
Despesa com Apresenta a proporção Despesa com urbanismo e Kumar (2002), Kodongo e
Urbanismo e da despesa corrente do habitação paga no Ojah (2016), Neduziak e
Habitação município paga com exercício/Despesa Corrente Total Correia (2017), Maparu e
(URBHABIT) urbanismo e habitação paga no exercício Mazumder (2017), Flavin
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(2019)
Tabela 2
Estatística descritiva
Desvio-Padrão
Variáveis Média Mínimo Máximo Observações
Overall Between Whithin
VARPIB 0,032 0,288 0,144 0,249 -0,990 1,388 1043
IFDM 0,745 0,058 0,054 0,021 0,484 1,366 1043
SAUDESAN 0,276 0,049 0,045 0,021 0,099 0,497 1043
EDUC 0,297 0,059 0,056 0,018 0,113 0,509 1043
URBHABIT 0,094 0,062 0,055 0,029 0,000 0,373 1043
DTOTAL 0,113 0,058 0,055 0,016 0,024 0,328 1043
POPUL 9,113 1,163 1,176 0,014 7,201 13,252 1043
Com base nos resultados da Tabela 2, verifica-se que a variação do produto interno bruto
apresentou média de 3,2% durante o período. Este resultado demonstra que os municípios do
estado de Santa Catarina tiveram, em média, obtiveram um crescimento no seu produto interno
bruto, mesmo em um período de queda deste índice a nível nacional, uma vez que o PIB do
Brasil teve retração acima de 3% nos anos de 2015 e 2016.
Em uma análise com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), verifica-se
que esta variável apresentou média de 0,745, o que demonstra que os municípios analisados
podem ser considerados de desenvolvimento moderado. Este resultado difere das evidências
apresentadas no trabalho de Sousa et al. (2013). Uma justificativa para isto compreende ao
período e os municípios analisados por estes autores, dado que analisaram o intervalo anual de
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2005 a 2009. Assim, indica que houve aumento do desenvolvimento econômico dos municípios
ao comparar o lapso temporal do trabalho de Sousa et al. (2013) e a presente pesquisa.
Ao considerar as despesas com saúde e saneamento básico, percebe-se que os
municípios alocam em média 27,6% do total das despesas correntes nestas funções da despesa do
governo. Outra função da despesa pública que recebe relevante proporção da despesa corrente é a
educação, uma vez que recebe 29,7% dos valores referentes as despesas correntes pagas no
período, em média. Adicionalmente, percebe-se que este montante corresponde a 3,27% do PIB
dos municípios. Resultado que é diferente do estudo de Obasuyi et al. (2018) e pode ser
justificado, pois, no Brasil existe a alocação com despesa em educação nos três níveis de governo
(federal, estadual e municipal), em que na presente pesquisa a proporção se refere apenas aos
municípios.
Outra evidência que se destaca corresponde a alocação de recursos com urbanismo e
habitação, que em média, é inferior a 1%. Além disso, as despesas correntes correspondem a
11,4% do PIB dos municípios. Este resultado demonstra que os governos municipais têm baixo
valor do produto interno bruto que é alocado nas despesas correntes, em que isto pode ser em
decorrência da distribuição da arrecadação dos impostos. Isto porque o Senado Federal (2019),
está concentrado no nível federal.
Em momento posterior a análise descritiva das variáveis, todas estas (de escala métrica)
foram submetidas ao teste de correlação de Pearson, em que os resultados são apresentados na
Tabela 3.
Tabela 3
Matriz de correlação de Pearson
Variáveis VARPIB IFDM SAUDESAN EDUC URBHABIT DTOTAL POPUL
VARPIB 1
IFDM 0,054 1
SAUDESAN 0,031 0,253*** 1
EDUC 0,134*** -0,023 -0,084*** 1
URBHABIT 0,072** 0,163*** 0,117*** 0,143*** 1
DTOTAL -0,164*** -0,451*** -0,237*** -0,358*** -0,173*** 1
POPUL 0,131*** 0,507*** 0,356*** 0,316*** 0,203*** -0,667*** 1
Nota. */**/*** denotam significância estatística nos níveis bi-caudais de 10%, 5% e 1% respectivamente.
Tabela 4
Análise multivariada
VARPIB IFDM
Modelo 1 Modelo 2
Variáveis Independentes
Modelo Completo Stepwise Modelo Completo Stepwise
Coef. Est T Coef. Est T Coef. Est T Coef. Est T
SAUDESAN -0,013 -0,10 0,025 0,55
EDUC 0,172 1,13 -0,174 -3,63*** -0,169 -3,63***
URBHABIT -0,039 -0,35 0,069 2,06** 0,070 2,12***
DTOTAL -0,692 -3,71*** -0,687 -5,72*** -0,195 -3,74*** -0,022 -3,90***
POPUL -0,007 -0,93 0,021 8,76*** 0,021 10,69***
Constante -0,039 -0,30 0,054 -1,32 0,592 17,12*** 0,608 18,43***
Controle de Mesorregião Sim Sim Sim Sim
Controle de Período (Ano) Sim Sim Sim Sim
R2 0,1088 0,1062 0,4637 0,4594
Root MSE 0,2737 0,2733 0,0431 0,0431
Teste F 13,92*** 23,87*** 40,35*** 56,43***
Observações 1043 1043 1043 1043
Notas. * significância ao nível de 10%; **significância ao nível de 5%; ***significância ao nível de 1%. As
regressões acima foram estimadas por meio do método OLS com erros padrão robustos clusterizados nos indivíduos.
A constante do modelo completo absorveu a seguintes variáveis: MESOREGIÃO = Grande Florianópolis e ANO =
2013. Os modelos foram obtidos fundamentados a partir das seguintes equações:
VARPIBit = SAUDESANit + EDUCit + URBHABITit + DTOTALit +POPit + NCATARINENSEit +
7OCATARINENSEit + 8SERRANAit + 9SCATARINENSEit 10VAITAJAÍit 112014it 122015it
132016itit
IFDMit = SAUDESANit + EDUCit + URBHABITit + DTOTALit +POPit + NCATARINENSEit +
7OCATARINENSEit + 8SERRANAit + 9SCATARINENSEit 10VAITAJAÍit 112014it 122015it
132016itit
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produto interno bruto. Desta forma, a H1 deste estudo foi rejeitada. Este resultado contrasta com
os achados de Chaabouni e Saidi (2017) e Zaidi e Saidi (2018), em que isto pode ser justificado a
partir da linha que a despesa com saúde e a despesa com saneamento estão associadas a políticas
de longo prazo e não afetam o crescimento econômico no mesmo exercício.
Os achados também demonstram que as despesas com educação não têm impacto na
variação do produto interno bruto, o que implica na rejeição da H3. Esta evidência que difere do
trabalho de Annabi, Harvey e Lan (2011) e Ifa e Guetat (2018), uma vez que pode ser justificado
devido a esta despesa atravessa gerações de forma cumulativa, na qual as despesas pagas com
esta função podem apenas serem benéficos a longo prazo. Complementarmente, constata-se que
as despesas com habitação e urbanismo não tem efeito na variação do produto interno bruto.
Assim, esta evidência contraria os achados apresentados nas investigações de Kodongo e Ojah
(2016) e Neduziak e Correia (2017).
Outra evidência corresponde na relação negativa entre a despesa corrente total e a
variação do produto interno bruto. Resultado que diverge do estudo de Neduziak e Correia
(2017). Com isso, o aumento das despesas correntes totais dos municípios de Santa Catarina
implica na diminuição da variação do produto interno bruto anual, ou seja, no desaquecimento da
economia municipal. Este resultado pode contribuir com a investigação de Makin, Pearce e
Ratnasiri (2019), uma vez que neste trabalho é discutido aspecto sobre o tamanho ótimo. Além
disso, ao considerar o modelo multivariado 1, em stepwise, (fatores associados a variação do
produto interno bruto), verifica-se que este apresenta R2 de 0,1062. Desta forma, demonstra que
as variáveis independentes do modelo têm poder de predição de 10,79% da variação do produto
interno bruto.
Na análise do modelo 2, em stepwise, verifica-se que a alocação com despesas em saúde
e saneamento dos municípios não está relacionada com o IFDM, o que implica na rejeição da H2
desta pesquisa. Cabe ressaltar que este resultado não está de acordo com os achados que constam
nos trabalhos de Razmi, Abbasian e Mohammadi (2012) e Fadilah, Ananda e Kaluge (2013). Isto
pode ter ocorrido, pois os gastos com saúde no Brasil são efetuados pelos três níveis do governo
e, desta forma, apenas as despesas com saúde e saneamento a nível municipal não contribui com
o aumento do desenvolvimento econômico.
Por outro lado, constata-se que a despesa com educação está negativamente relacionada
com a IFDM, o que leva a rejeição da H4. Achado que contrasta com as evidências apresentadas
no trabalho de Patel e Annapoorna (2019). Uma justificativa para isso pode ser em decorrência da
correlação positiva encontrada entre as despesas com educação e o número de habitantes. Este
resultado demonstra que os municípios com maior número de habitantes têm maior proporção de
despesas em educação frente as despesas correntes totais. O que pode servir de alerta quanto a
eficiências dos gastos em educação nos municípios que tem maior proporção de gastos em
educação.
Outro resultado consiste no impacto positivo das despesas com urbanismo e habitação
no IFDM, o que confirma a H6. Achado que está em consonância com o trabalho de Kumar
(2002) e Flavin (2019), uma vez que os autores apontam que os gastos com infraestrutura
melhoram o desenvolvimento. Isto ocorre, pois, o maior investimento em estrutura influencia
positivamente a qualidade de vida da população. Além disso, ressalta-se que a despesa corrente
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total está negativamente associada com o IFDM. Isto, porque, os municípios que apresentam os
menores IFDM, em geral, são os com menor número de habitantes, em que pode ser em
decorrência da menor presença do mercado privado na economia destes municípios (em
comparação com as cidades mais populosas), que leva ao maior índice da razão entre despesas
correntes totais e produto interno bruto do município.
Complementarmente, constata-se relação positiva entre o número de habitantes e o
IFDM. Além disso, o R2 do modelo multivariado 2, em stepwise, (fatores associados ao IFDM) é
de 0,4594; em que isto demonstra que as variáveis independentes do modelo explicam 45,94% da
variação do IFDM.
5 Considerações Finais
A alocação de recursos do governo tem como finalidade atender diferentes áreas do
interesse público. O governo pode ser uma fonte, a partir da alocação de suas despesas de acordo
com cada função, de incentivo da economia. Ainda, o governo pode influenciar não apenas no
crescimento econômico, mas também na promoção de políticas públicas de longo prazo que
impactam na qualidade da vida da população e, por sua, vez no desenvolvimento econômico.
Nesta perspectiva, este estudo objetiva analisar a influência dos gastos públicos no crescimento e
desenvolvimento econômico nos municípios de Santa Catarina.
As evidências apontam que a alocação das despesas com as funções de saúde e
saneamento; educação, e; urbanismo e habitação não impactam no crescimento econômico.
Evidência que destoa das discussões que tratam sobre o tema que constam nas investigações de
Annabi, Harvey e Lan (2011), Kodongo e Ojah (2016), Chaabouni e Saidi (2017), Neduziak e
Correia (2017), Ifa e Guetat (2018) e Zaidi e Saidi (2018). Mesmo assim, estas evidências têm
implicações práticas, uma vez que a alocação destas despesas pela esfera municipal não tem
reflexos no crescimento econômico, em que essa influência pode ocorrer apenas nas outras
esferas (estadual e federal).
Outro resultado corresponde a influência da proporção da despesa corrente total em
relação ao produto interno bruto exerce influência negativa no crescimento econômico. Resultado
que apresenta uma ótica particular (da esfera municipal) sobre o tamanho do estado na influência
do crescimento econômico e pode contribuir com as discussões estabelecidas no trabalho de
Makin, Pearce e Ratnasiri (2019). Ainda, esta evidência tem contribuições práticas, dado que o
controle dos gastos do governo em relação ao produto interno bruto, uma vez que isto pode
suscitar o aumento do endividamento no longo prazo e pode ser prejudicial ao crescimento
econômico.
No que tange ao desenvolvimento econômico, os achados demonstram que a despesa em
educação está negativamente relacionada com o desenvolvimento econômico. O que diverge do
abordado por Patel e Annapoorna (2019), mas pode contribuir com a esta discussão, dado que
isto pode ocorrer devido a diminuição da eficiência das despesas em educação. Com isso, esta
evidência tem contribuições a sociedade, dado que esta pode realizar maior pressão em seus
governantes municipais para o aumento da eficiência dos gastos em educação com objetivo do
aumento do desenvolvimento econômico a longo prazo.
Complementarmente, a proporção das despesas em urbanismo e habitação tem reflexo
13
positivo no desenvolvimento econômico dos municípios. Evidência que complementa as
discussões que constam nas investigações de Kumar (2002) e Flavin (2019), haja vista que os
autores discorrem que o aumento das despesas em infraestrutura propicia o aumento dos índices
de desenvolvimento econômico. Além disso, este achado tem implicações aos participantes da
gestão pública, uma vez que pode ser relevante para as decisões dos governantes em melhorar a
infraestrutura do município em prol do aumento da qualidade de vida da população.
Esta pesquisa não foi isenta de limitações, em que a amostra é não probabilística. Isto
implica em não generalização dos resultados, uma vez que existem características econômicas e
aspectos do desenvolvimento econômico distintas entre os municípios em localizados em
diferentes estados brasileiros, assim como, em outros países. Outra limitação corresponde em não
considerar outras funções da despesa pública municipal ligadas a geração de emprego,
distribuição de renda e sustentabilidade e gestão ambiental. Isto, porque, gastos relacionados a
estas funções podem estar pulverizados em outras funções da despesa orçamentária dos
municípios.
A partir disto, abre-se espaço para investigar em pesquisas futuras as despesas nesta
pesquisa da mesma maneira que os gastos relacionados a geração de emprego, distribuição de
renda e gestão ambiental. Desta maneira, pode-se continuar novas investigações neste sentido
com outros municípios a nível nacional.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
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