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Filosofia Medieval

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Filosofia

Medieval
Patrística e Escolástica
Introdução
A filosofia medieval, como aponta o nome, é toda a produção
filosófica que ocorreu durante a Idade Média. Nesse momento, os
questionamentos racionais tornaram-se mais evidentes na
sociedade, e muitos estudiosos se dedicaram a entender a vida e
suas nuances (comparação), sem abandonar os preceitos
religiosos.
As explicações mais tradicionais, como os mitos, não satisfaziam
mais os pensadores. Aqui, o ser humano sofre um crescimento
exponencial do senso crítico argumentativo, com o desejo de
entender o que está por trás dos fenômenos cotidianos.
O que é filosofia
medieval?
O fazer filosófico da Idade Média é uma junção entre os
conhecimentos da Antiguidade, como Platão e Aristóteles, com
as teorias religiosas, tão difundidas pela Igreja Católica. Vale
lembrar que na Europa medieval, a religião cristã católica tinha
grande influência sobre a sociedade.
Afinal, o povo estava organizado em feudos. O feudalismo é um
sistema social em que a maior posição hierárquica é ocupada
pelos membros do clero, pessoas de alta patente religiosa.
Assim, todas as decisões e pensamentos passavam, antes de
tudo, pelo poder do catolicismo.
Em meio a esse cenário, então, a filosofia medieval surge como
uma sistematização dos conhecimentos teológicos. Agora, os
estudiosos queriam unir a razão com as crenças religiosas.
Características da filosofia medieval
Em geral, os filósofos medievais utilizaram a filosofia greco-romana como pontapé inicial nos
seus estudos e teoria. Então, consideramos que a Antiguidade Clássica é uma grande
referência e característica para a disciplina.

Grande parte dos pensadores eram membros do clero ou tinham algum vínculo com a Igreja
Católica. Nesse sentido, os temas abordados norteiam questões bíblicas, como a fé, a
salvação, o pecado, a redenção, a existência de Deus, o livre-arbítrio, as visões de bem e
mal, a ética cristã e etc.
Para alguns, os conhecimentos clássicos eram aplicados para unir razão e fé.
Diferentemente do que vivenciamos atualmente, os dois conceitos eram aplicados de
maneira simultânea. Estudiosos acreditavam, por exemplo, que a razão era uma forma dos
humanos alcançarem a verdade divina.

Outros filósofos da mesma época se opunham à ideia de união entre a fé e a lógica,


justificando uma completa separação entre as duas vertentes, só assim a vontade divina
poderia ser completamente respeitada.
Perceba, portanto, que a filosofia medieval não é uma ciência homogênea, mas um
conjunto de saberes desenvolvidos no mesmo período. As teorias tinham o mesmo
enfoque, porém com interpretações diferentes sobre um mesmo assunto. Vamos
conhecer as duas principais divisões que ocorreram na época.
Divisões e pensadores da filosofia
medieval

Patrística Escolástica
Agostinho de Hipona.
São Tomás de Aquino
Patrística
A primeira fase da filosofia medieval é a patrística, em que ocorre uma estruturação da
fé cristã, com maior elaboração dos dogmas católicos e intensificação da perseguição
aos pagãos, ou seja, aos não cristãos.
A ideia principal dos patrísticos era de que a união da fé com a lógica humana
fornecem a realidade. Note, então, que eles apoiam uma crença racional: a fé é
construída a partir de mecanismos lógicos.
O pensador mais conhecido foi o padre filósofo Santo Agostinho, também conhecido
como Agostinho de Hipona.
Em sua teoria, ele defendia que o mal é a ausência do bem. Assim, todas as coisas da
vida são baseadas em escolhas, para o bem ou para a falta dele. Em termos religiosos,
isso significa que o Sto. Agostinho acreditava no livre arbítrio.
Em relação às decisões erradas, ele considera que as confissões são uma forma do
indivíduo se responsabilizar por suas ações e consequências. No momento de falar
sobre suas falhas, o cidadão teria a capacidade de entender e raciocinar sobre elas e,
então, assumir um papel ético.
Patrística
Envolvido nessa relação igreja e sociedade, Santo Agostinho criou a
teoria de que existe uma cidade de Deus, onde há harmonia, consciência
e serenidade divina. Ao mesmo tempo, a cidade dos homens é marcada
por conflitos, disputa de poderes e falta de consenso nas decisões.
Acredita-se também que essa teoria tinha influência dos poderes
eclesiásticos, pois justificava a unificação entre o clero e a sociedade,
afinal, um povo de harmonia só poderia ser estabelecido em união com
Deus.
Existe ainda a Teoria da Iluminação, que afirma que “Deus é a luz e o
caminho para a razão”, ou seja, o conhecimento só pode ser
racionalmente acessado se Deus iluminar esse processo.
Todas essas ideias têm um fundamento na filosofia platônica,
principalmente, pela divisão do mundo entre duas categorias distintas.
"Biografia de Santo
Agostinho”
Santo Agostinho nasceu Aurélio Agostinho,
em 354 d.C. Seu local de nascimento foi a
cidade de Tagaste, no território atualmente
composto pela Argélia, na época sob
domínio do Império Romano. O pai de
Agostinho era pagão (algo comum na
época, pois o cristianismo era recente e
tinha deixado marcas problemáticas no
império por conta da imagem subversiva de
Jesus Cristo). Sua mãe, Mônica (mais tarde
canonizada como Santa Mônica), era cristã
devota.
"A verdade da fé de Santo
Agostinho”
Agostinho cresceu no caminho considerado pelo cristianismo como pecaminoso
e pagão, por conta da influência de seu pai. As biografias de Agostinho e de
Mônica afirmam que a mãe viveu muito angustiada pela conduta do filho e
sempre rezou por sua conversão. No entanto, ela sabiamente nunca forçou ou
impôs a religião ao filho, mesmo quando ele era criança.
Agostinho estudou lógica, filosofia e retórica. Tornou-se um grande professor de
retórica, sendo reconhecido no Império Romano. Ele procurou, com base em
seus estudos, vários modos de encontrar um certo conforto espiritual. Agostinho
aproximou-se do maniqueísmo, doutrina religiosa com base sincrética (cristã e
pagã, advinda do zoroastrismo), que enxergava um dualismo moral no mundo, o
qual seria dividido apenas entre duas forças em equilíbrio: o bem e o mal. Além
disso, Agostinho aproximou-se de doutrinas filosóficas gregas antigas, como o
hedonismo e o ceticismo.
Escolástica
A segunda fase da filosofia medieval é
contemporânea ao nascimento das
universidades na Europa, na época do Império
Carolíngio. Essas escolas eram voltadas para o
estudo teológico e relacionadas com a Igreja.
Diferentemente do que vimos na patrística, a
escolástica teve maior influência dos
conhecimentos aristotélicos.
A principal marca dessa influência foi o
desenvolvimento de argumentos que defendem a
religião cristã. Esse trabalho esteve nas mãos de
São Tomás de Aquino, que utilizou a razão para
justificar a fé, como uma forma de unificar as
duas ideias.
O pensador desenvolveu muitas ideias, como a
Teoria das Quatro Causas e da Ato-potência e a
Teoria das Cinco Vias.
Escolástica
Ele acreditava que, para todo efeito, existe uma causa. Nesse
sentido, tudo que foi criado no mundo é um efeito (humanos, animais,
plantas e etc). Para que isso acontecesse, era necessário a
existência de uma causa primeira, que surgiu antes de tudo. Para ele
e outros escolásticos, o motor para todos os efeitos é Deus.
Tomás de Aquino ainda reúne informações para afirmar que Deus é
perfeito, e quem define os propósitos de vida de cada um, além de
ser capaz de transformar todas as coisas.
Dessa forma, ele acredita que Deus permite que os humanos
acessem algumas verdades, como a afirmativa de que Deus existe e
é único. Algumas outras verdades, como as questões da trindade,
estão fora do alcance humano e precisam ser aceitos por nós.
"Biografia de Biografia
de Tomás de Aquino”
Tomás de Aquino foi um padre e professor católico medieval, representante
do período escolástico da Filosofia. Aquino foi aluno de Alberto Magno,
escolástico que o apresentou à Filosofia de Aristóteles. Alberto Magno era
defensor da união entre fé e razão para a construção do saber católico,
defendendo veementemente o papel das disciplinas
do trivium (Gramática, Lógica e Retórica) e do quadrivium (Aritmética,
Geometria, Astronomia e Música) na formação dos teólogos cristãos.
Chamado por alguns de “o príncipe da Escolástica”, Tomás de Aquino foi o
principal representante desse período. Foi ele quem, de fato, introduziu
Aristóteles na Filosofia medieval, pois o autor não foi tão explorado pelos
patrísticos e escolásticos (anteriores a Aquino), como aconteceu com Platão. O
aristotelismo, ao contrário do neoplatonismo que dominou a Filosofia europeia,
ficou por conta dos filósofos árabes, como Al-Farabi e Averróis.
"Biografia de Biografia
de Tomás de Aquino”
Nascido no Castelo de Roccasecca, situado na Itália, em 1225, o filósofo teve
contato, desde criança, com uma educação católica e erudita promovida por
monges beneditinos. Aos 19 anos de idade, Aquino entrou para a Ordem dos
Dominicanos como seminarista, iniciando a sua carreira eclesiástica e
intelectual. Tomás de Aquino estudou e ensinou Teologia e Filosofia,
participando ativamente de pesquisas e debates teológicos em sua época.
Em 1245, um ano após o início do seminário, Aquino mudou-se para Paris para
continuar os seus estudos. Nesse período, ele conheceu Alberto Magno, padre
e filósofo alemão, um frade da ordem dominicana, defensor da intelectualidade
proporcionada pelas ciências e pela Filosofia como alicerce para se entender a
razão divina.
Entre 1245 e 1248, Aquino viveu na província de Colônia, na Alemanha,
estudando com Alberto Magno. Entre 1248 e 1252, o filósofo retornou a Paris,
retomando seus estudos iniciais de Teologia. Em 1259, o filósofo conquistou o
título de Doutor em Teologia, passando a lecionar nos monastérios.
Tomás de Aquino lecionou em várias universidades cristãs até o fim de sua
vida, em 1274, e escreveu várias obras teológicas e filosóficas. Ao todo, foram
deixadas mais de 60 obras escritas pelo pensador medieval.
"Biografia de Biografia
de Tomás de Aquino
” Nascido no Castelo de Roccasecca, situado na Itália, em 1225, o filósofo teve contato, desde
criança, com uma educação católica e erudita promovida por monges beneditinos. Aos 19 anos
de idade, Aquino entrou para a Ordem dos Dominicanos como seminarista, iniciando a sua
carreira eclesiástica e intelectual. Tomás de Aquino estudou e ensinou Teologia e Filosofia,
participando ativamente de pesquisas e debates teológicos em sua época.
Em 1245, um ano após o início do seminário, Aquino mudou-se para Paris para continuar os
seus estudos. Nesse período, ele conheceu Alberto Magno, padre e filósofo alemão, um frade
da ordem dominicana, defensor da intelectualidade proporcionada pelas ciências e pela Filosofia
como alicerce para se entender a razão divina.
Entre 1245 e 1248, Aquino viveu na província de Colônia, na Alemanha, estudando com Alberto
Magno. Entre 1248 e 1252, o filósofo retornou a Paris, retomando seus estudos iniciais de
Teologia. Em 1259, o filósofo conquistou o título de Doutor em Teologia, passando a lecionar
nos monastérios.
Tomás de Aquino lecionou em várias universidades cristãs até o fim de sua vida, em 1274, e
escreveu várias obras teológicas e filosóficas. Ao todo, foram deixadas mais de 60
obras escritas pelo pensador medieval.
“Tomás de Aquino “as Cinco Vias que Provam
a Existência de Deus”
Para Aquino, a identidade (princípio fundamental da lógica aristotélica) era o elo fundamental que, ao conectar a existência e a essência,
mostrava o toque divino. A perfeição divina era capaz de alcançar e de explicar essa relação tão obscura e intrigante.
Baseado na filosofia aristotélica, Tomás de Aquino desenvolveu as Cinco Vias que Provam a Existência de Deus, uma espécie de
regressão causal que, em todos os casos (nos cinco argumentos), Deus é o princípio. As cinco vias são dispostas desta maneira:
O movimento do motor primeiro: em todo o universo, há movimento. Aristóteles propõe que para o movimento, existe um movente
(motor), que dá a propulsão e o movimento ao corpo movido. Se fôssemos procurar cada movente de cada movimento, sem conjecturar a
existência de um primeiro motor que não foi movido por ninguém, faríamos um movimento ad infinitum e não encontraríamos a causa
primeira. Portanto, é necessário pensar que há uma causa primeira (motor imóvel) que colocou o primeiro movimento em tudo.
A causa não causada, ou a primeira causa eficiente: partindo da mesma reflexão que foi desenvolvida na primeira via, é necessário
entender que tudo foi causado no mundo, exceto uma primeira causa. Essa é a causa prima e ela não teve evento anterior. Foi um
primeiro momento em que uma primeira coisa aconteceu. Essa causa não causada é Deus.
Ser necessário e seres possíveis: os conceitos de necessidade e possibilidade estão em jogo. Existem seres possíveis, que podem ou
não existir. Existem os seres necessários, que, independentemente das contingências, existem. Os seres contingentes são gerados,
existem e são extintos (deixam de existir). Eles estão em transformação contínua. Porém, existe um ser que é. Do mesmo modo que é,
sempre foi e sempre será. Esse é o ser necessário e Ele é Deus.
Graus de perfeição: baseando-se na filosofia platônica, Aquino classifica diferentes graus de perfeição existente entre os seres. Existe
uma espécie de hierarquia entre os graus de perfeição que pode classificar seres entre a bondade e a nobreza, por exemplo. Para Tomás
de Aquino, se há essa hierarquia, deve haver um padrão de excelência que serve para a correção dos seres mais evoluídos. Esse padrão
é Deus.
Governo supremo: há uma organização das coisas e dos seres materiais. Os corpos, mesmo que inconscientemente, orientam-se para
um fim. Essa ordenação é um governo supremo, ordenado por Deus.
São Tomás de Aquino
Bons estudos!!!

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