Curso 314527 Aula 23 Prof Diego Tassinari A8a7 Completo
Curso 314527 Aula 23 Prof Diego Tassinari A8a7 Completo
Diego
Tassinari
ADAGRI-CE (Agente Fiscal
Agropecuário) Conhecimentos
Específicos - 2024 (Pós-Edital)
Autor:
Nicolle Fridlund, Cristhian dos
Santos Teixeira, Diego Tassinari
23 de Setembro de 2024
Sumário
1 - OLERICULTURA ......................................................................................................................................... 3
1.1 - OLERICULTURA GERAL .................................................................................................................... 3
1.1.1 - Características da olericultura ................................................................................................... 3
1.1.2 - Classificação das hortaliças ....................................................................................................... 6
1.1.3 - Fatores ambientais na olericultura ......................................................................................... 10
1.1.4 - Planejamento da olericultura................................................................................................... 13
1.1.5 - Pós-colheita e comercialização ............................................................................................... 15
1.2 - PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS ...................................................................................................... 19
1.2.1 - Propagação ................................................................................................................................ 19
1.2.2 - Implantação das lavouras......................................................................................................... 21
1.2.3 - Práticas de manejo .................................................................................................................... 22
1.3 - HORTALIÇAS HERBÁCEAS ............................................................................................................ 30
1.3.1 - Alface .......................................................................................................................................... 30
1.3.2 - Brássicas...................................................................................................................................... 33
1.4 - HORTALIÇAS TUBEROSAS ............................................................................................................ 34
1.4.1 - Batata .......................................................................................................................................... 34
1.4.2 - Cebola ......................................................................................................................................... 37
1.4.3 - Cenoura ...................................................................................................................................... 40
1.5 - HORTALIÇAS-FRUTO ...................................................................................................................... 43
1.5.1 - Solanáceas .................................................................................................................................. 43
1.5.2 - Cucurbitáceas ............................................................................................................................ 48
1.6 - CULTIVO PROTEGIDO .................................................................................................................... 50
1.6.1 - Cultivo em ambiente protegido ............................................................................................. 50
1.6.2 - Instalações para cultivo protegido ......................................................................................... 52
1.6.3 - Manejo do ambiente em cultivo protegido .......................................................................... 54
2 - QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 58
RAIO-X ESTRATÉGICO
Colega Estrategista,
Bom estudo!
Prof. Diego Tassinari
1 - OLERICULTURA
Dentro da Horticultura, a Olericultura (do latim oleris = hortaliça; colere = colher) é o tópico mais
abundante em provas de concursos na área de Agronomia/Engenharia Agronômica. Aspectos gerais da
exploração olerícola são bastante cobrados, assim como características das principais hortaliças
comercializadas no país (alface, tomate, batata, cenoura e cebola).
A atividade olerícola tem diversas particularidades, tanto pelas características das plantas cultivadas
(hortaliças) quanto do sistema de produção. Dentre essas, podemos destacar:
● As hortaliças geralmente são plantas herbáceas, com tecidos tenros e não lenhosos (não
lignificados).
● O ciclo das hortaliças é relativamente curto, o que propicia vários ciclos de cultivo ao
longo do ano.
● Permite uso mais intensivo do solo, inclusive possibilitando a ocupação de terrenos sem
aptidão para culturas e até mesmo áreas urbanizadas.
● O retorno econômico por unidade de área cultivada é bastante expressivo (maior renda
bruta e líquida por unidade de área).
● Não comercial: sua principal função não é econômica, tendo como finalidades a produção de
subsistência, a suplementação alimentar, além de funções educativa e recreativa. Praticada em hortas
domésticas, escolares e de diversas instituições. Para implantação dessas hortas, deve-se ter em mente a
necessidade de uso intensivo de mão-de-obra, evitar o uso de agrotóxicos e evitar espécies de cultivo mais
difícil e complicado. O fornecimento de água pode ser oneroso pelo uso de água tratada para irrigação. Nesse
sistema, o ideal é a produção constante, sem grandes excessos e sem períodos improdutivos.
● Comercial diversificada: tem finalidade comercial, sendo praticada em pequenas áreas onde são
cultivadas várias espécies. Foi a primeira forma de exploração olerícola que surgiu nos cinturões verdes ao
redor das grandes cidades. De modo geral, a diversificação da produção não permite que seja adotado o
melhor manejo possível para cada cultura. Assim, essa forma de exploração faz menor uso de tecnologia e
apresenta menor eficiência dos recursos empregados. Quando os produtores efetuam a venda direta aos
consumidores, como em feiras livres, o retorno econômico é vantajoso, já que não existem intermediários.
Com isso, essa modalidade de produção se localiza em áreas mais próximas dos centros urbanos.
● Comercial especializada: tem finalidade comercial, porém são cultivadas menos espécies de
hortaliças (em geral, de uma a três espécies). As áreas para cada cultura são maiores e a tecnologia de
produção empregada é mais avançada. A comercialização é comumente feita por intermediários, o que
dilui os ganhos. Contudo, ainda que o produtor receba menos por unidade produzida, a quantidade
produzida é bem maior. Como a distribuição é realizada por intermediários, a produção pode estar em locais
mais distantes dos consumidores. A especialização ´possibilita maior adoção de tecnologia, o que requer
também escala de produção, pois geralmente são inovações de custo elevado.
● Comercial com destinação industrial: tem finalidade comercial, tendo como objetivo o
fornecimento de matéria-prima para agroindústrias. As lavouras são implantadas em grandes áreas
(produção extensiva) e manejadas com elevado grau de mecanização, o que reduz a demanda por mão-de-
obra. Com isso, o custo de produção por unidade de área é menor. Em geral, a comercialização é feita
diretamente com a indústria mediante contrato, oferecendo garantia de preço ao produtor. São cultivadas
nesse sistema, por exemplo, ervilha (enlatada, congelada), milho doce e verde (enlatado), alface americana
(para redes de fast food) e tomate (fabricação de extrato e molho).
(IBFC - IDAM - 2019) A produção de hortaliças no Brasil representa grande importância social e econômica.
A cadeia produtiva gira cerca de US$19 bilhões anuais, e produz direta ou indiretamente, mais de 10
milhões de empregos (CNA, 2017. Mapeamento e quantificação da cadeia produtiva das hortaliças -
https://www.cnabrasil.org.br). Em relação ao setor de olericultura, assinale a alternativa correta.
(A) O setor de olericultura é um segmento da horticultura que lida com a produção econômica de espécies
denominadas hortaliças. As hortaliças são espécies normalmente de ciclo curto, que apresentam elevada
demanda em insumos, entretanto, com baixas produtividades em área produzida.
(B) A maior parte do número de propriedades de produção de hortaliças no Brasil é representada por
pequenos produtores, geralmente em sistema familiar. A maior movimentação financeira é observada no
setor de produção especializada.
(C) As hortaliças se apresentam como potenciais espécies indicadas para uma produção familiar
diversificada, onde o produtor cultiva uma espécie em várias épocas do ano.
(D) Embora sejam muitos os sistemas de produção de hortaliças disponíveis a olericultura é uma atividade
que não é indicada para produtores orgânicos.
Comentário: a alternativa A está errada, pois a Olericultura se caracteriza por elevadas produtividades.
A alternativa B está correta, pois as hortas comerciais especializadas apresentam maior escala de produção
e respondem pela maior parte da movimentação financeira do setor.
A alternativa C está errada, pois produção diversificada se refere ao cultivo de diferentes espécies na
propriedade.
A alternativa D está errada, pois a olericultura é uma atividade econômica compatível com sistemas
orgânicos de produção.
Gabarito: alternativa B.
As hortaliças podem ser classificadas de diferentes maneiras, sendo as mais comuns a classificação
popular, a classificação técnica pelas partes comestíveis e a classificação botânica.
Classificação popular
A classificação popular é empregada na linguagem cotidiana, sendo feita a distinção entre verduras
e legumes. O grupo das verduras engloba as plantas herbáceas, geralmente consumidas como folhas ou
inflorescências. Os legumes incluem as hortaliças que podem ser acondicionados e transportados em
caixotes de madeira ("caixa K") ou engradados plásticos, incluindo frutos, raízes e caules.
Classificação técnica
A classificação técnica se baseia nas partes comestíveis das hortaliças. Apesar de não ter rigor
científico, é largamente empregada na olericultura e na comercialização (utilizada pelo sistema de Centrais
de Abastecimento-CEASA). Essa classificação é vantajosa por reunir plantas com características comuns
quanto a aspectos agronômicos e quanto à pós-colheita. Na classificação técnica, as hortaliças são divididas
em:
● Hortaliças herbáceas: as partes comestíveis são tenras e com alto teor de água, podendo
ser folhas (alface, almeirão, acelga, chicória, couve, repolho, espinafre, taioba), talos e
hastes (aspargo, aipo) ou flores e inflorescências (couve-flor, brócolis, alcachofra).
(VUNESP - Prefeitura de Buritizal, SP - 2018) Dentro da Olericultura, existem três grupos bem diferentes
de hortaliças identificadas. São eles:
(A) hortaliças herbáceas, leguminosas e frutíferas.
(B) hortaliças lenhosas, tuberosas e hortaliças-frutos.
(C) hortaliças herbáceas, tuberosas e hortaliças-frutos.
(D) hortaliças herbáceas, leguminosas e hortaliças-frutos.
(E) hortaliças lenhosas, tuberosas e leguminosas.
Comentário: os grupos de hortaliça são: herbáceas, tuberosas e hortaliças-fruto.
Gabarito: alternativa C.
Classificação botânica
Veja a seguir a classificação botânica de diversas hortaliças de acordo com a família, o gênero e a
espécie (também subespécie e variedade em alguns casos).
Apiaceae
Cenoura Daucus carota
Mandioquinha Arracacia xanthorrhiza
Amaranthaceae
Acelga Beta vulgaris var. cicla
Beterraba Beta vulgaris var. conditiva
Espinafre Spinacia oleracea
Araceae
Inhame (ou cará) Dioscorea trifida
Taioba Xanthosoma sagittifolium
Taro (ou inhame) Colocasia esculenta
Asparagaceae
Aspargo Asparagus officinalis
Asteraceae
Alcachofra Cynara cardunculus
Alface Lactuca sativa
Almeirão Cichorium intibus
Chicória Cichorium endivia
Brassicaceae
Brócolis Brassica oleracea var. italica
Couve Brassica oleracea var. acephala
Couve-flor Brassica oleracea var. botrytis
Repolho Brassica oleracea var. capitata
Rabanete Raphanus sativus
Rúcula Eruca vesicaria ssp. sativa
Convolvulaceae
Batata-doce Ipomea batatas
Cucurbitaceae
Abobrinha Cucurbita pepo
Abobrinha-italiana Cucurbita pepo var. melopepo
Abóbora Cucurbita moschata
Abóbora-gigante Cucurbita maxima
Abóbora híbrida Cucurbita maxima x Cucurbita moschata
Chuchu Sechium edule
Maxixe Cucumis anguria
Melão Cucumis melo
Pepino Cucumis sativus
Melancia Citrullus lanatus
Fabaceae
Ervilha Pisum sativum
Feijão-vagem Phaseolus vulgaris
Malvaceae
Quiabo Abelmoschus esculentus
Rosaceae
Morango Fragaria x ananassa
Solanaceae
Batata Solanum tuberosum
Berinjela Solanum melongena
Jiló Solanum gilo
Pimenta Capsicum spp.
Pimentão Capsicum annuum
Tomate Lycopersicon esculentum
(CEC - Prefeitura de Piraquara, PR - 2014) Relacione a primeira coluna com a segunda, e marque a
alternativa que apresenta, de cima para baixo, a sequência correta:
(A) 1 – 5 – 8 – 9 – 7 – 4 – 6 – 2 – 3
(B) 4 – 8 – 7 – 6 – 1 – 5 – 2 – 3 – 9
(C) 4 – 6 – 8 – 9 – 2 – 5 – 3 – 1 – 7
(D) 6 – 1 – 3 – 7 – 2 – 5 – 4 – 8 – 9
(E) 9 – 6 – 1 – 3 – 4 – 5 – 2 – 8 – 7
Comentário: Lactuca sativa é o nome científica da alface (lactuca → latescente, sativa → cultivada) (4).
Beta vulgaris é o nome científico da beterraba (vulgaris → comum) (6).
Solanum tuberosum é o nome científico da batata (tuberosum → com tubérculos), que só é inglesa no nome,
já que é originário da região dos Andes na América do Sul e foi domesticada por povos andinos (8).
Fragaria x ananassa é o nome científico do morango (o "x" indica hibridação entre diferentes espécies) (9).
Beta vulgaris var. cicla é o nome científico da acelga, que pertence à mesma espécie que a beterraba, mas
constitui uma variedade distinta (2).
Sechium edule é o nome científico do chuchu (edule → comestível) (5).
Eruca sativa é o nome científico da rúcula (3).
Ipomea batatas é o nome científico da batata-doce (1).
Daucus carota é o nome científico da cenoura (7).
Gabarito: alternativa C.
Temperatura
A temperatura é um dos fatores climáticos mais importantes para a produção de hortaliças. Cada
espécie tem uma faixa de temperatura mais adequada ao seu desenvolvimento, que pode variar em função
das diferentes fases do ciclo (germinação e emergência, crescimento, florescimento e frutificação).
Diferentes cultivares de uma mesma espécie podem ter respostas bastante distintas ao efeito da
temperatura, sendo diferenciadas em cultivares de verão e cultivares de inverno.
Essa diferença entre cultivares de verão e inverno é bastante evidente para cenoura,
couve-flor e alface:
● Alface: cultivares de inverno plantadas no verão sofrem indução floral pelo efeito da
temperatura. O pendoamento resulta em folhas lignificadas e mais amargas. As cultivares
de verão demoram mais tempo para pendoar, podendo ser cultivadas o ano todo, o que
levou ao desuso das cultivares de inverno. A substituição só não foi possível em alguns
segmentos, como para a alface americana (apenas cultivares de inverno).
De acordo com a exigência em temperatura, as hortaliças podem ser classificadas como de clima
quente, clima ameno ou clima frio.
● Hortaliças de clima ameno: toleram baixas temperaturas, mas não resistem a geadas.
Temperaturas noturnas mais baixas são bastante favoráveis ao seu desenvolvimento.
• Abobrinha-italiana
• Alface
• Batata
• Cebola
• Couve-flor (cultivares de inverno)
• Cenoura (cultivares de inverno)
• Tomate
(VUNESP - Prefeitura de Buritizal, SP - 2018) Assinale a alternativa correta que apresenta as olerícolas
consideradas e que se desenvolvem bem em clima quente.
(A) Batata doce, cenoura e chuchu.
(B) Berinjela, aspargo e rabanete.
(C) Tomate, pimenta, alface.
(D) Inhame, quiabo e pepino.
(E) Nabo, cebola e couve-flor.
Comentário: a alternativa A está errada, pois a cenoura é uma hortaliça originalmente de clima ameno
(existem cultivares de verão adaptadas a climas quentes).
A alternativa B está errada, pois o aspargo é uma hortaliça de clima frio.
A alternativa C está errada, pois tomate e alface são hortaliças de clima ameno.
A alternativa D está correta, pois inhame, quiabo e pepino são hortaliças de clima quente.
A alternativa E está errada, pois cebola e couve-flor são hortaliças de clima ameno.
Gabarito: alternativa D.
Termoperiodicidade
A variação de temperatura entre o dia e a noite é um fator importante para a produção de algumas
culturas, principalmente para as hortaliças de clima ameno.
● Tomate: temperaturas noturnas mais baixas favorecem o pegamento de frutos, enquanto noites
quentes e menor amplitude térmica levam ao abortamento de flores. Essa é a principal limitação à produção
de tomate na região Norte do país.
● Batata: temperaturas noturnas mais baixas são importantes para a tuberização. Regiões de maior
altitude apresentam maior amplitude térmica entre dias e noites, sendo favoráveis à cultura. Temperaturas
noturnas elevadas aumentam a taxa de respiração e reduzem o acúmulo de reservas.
Luminosidade
A intensidade de radiação solar é a fonte de energia primária para o processo de fotossíntese. A falta
de luminosidade pode provocar estiolamento (maior crescimento em altura, mas não acompanhado de
acúmulo de matéria seca), resultando em menor pegamento de mudas e maior predisposição a doenças.
Fotoperíodo
O número de horas de luz ao longo dos dias depende basicamente da época do ano e da latitude
local. Ao longo do ano, a duração dos dias é maior no inverno e menor no verão. Quanto maior a latitude,
maior a variação no fotoperíodo ao longo do ano, enquanto locais mais próximos do Equador têm duração
dos dias e das noites de aproximadamente 12 horas ao longo de todo o ano. Algumas hortaliças,
principalmente aquelas originárias de locais de maior latitude, são bastante sensíveis ao fotoperíodo:
● Morango: para as cultivares sensíveis ao fotoperíodo, dias mais longos e maiores temperaturas
favorecem o crescimento vegetativo (emissão de estolões), enquanto dias curtos e menores temperaturas
favorecem o florescimento e frutificação. Já as cultivares de dias neutros frutificam e emitem estolões de
crescimento vegetativo simultaneamente, permitindo produção fora de época.
● Alho e cebola: as cultivares demandam um número mínimo horas de luz para bulbificar. Para
cebola, dias muito curtos não permitem a bulbificação, enquanto dias muito longos provocam bulbificação
precoce, originando bulbos pequenos.
● Volume de produção
● Frequência de entrega
● Padrão de qualidade
O que produzir
● Topografia.
● Drenagem.
● Infraestrutura disponível.
● Disponibilidade de mão-de-obra.
Quanto produzir
Definir a distribuição e escalonamento dos plantios de acordo com a quantidade a ser colhida. O
escalonamento da produção depende do número de colheitas por planta na área colhida:
● Colheitas múltiplas: hortaliças como tomate, pimentão, berinjela, abóboras. A duração do ciclo de
produção é dada pelas fases de produção de mudas, do transplantio à colheita, do período de colheita e do
período de limpeza da área (PL). O período de ocupação (PO) da área é dado pela soma dos períodos do
transplantio à colheita e do período de colheita (PC).
𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙ℎ𝑒𝑖𝑡𝑎
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑖𝑜 =
2
Por exemplo, para um período de colheita de 12 semanas, o intervalo entre plantios seria de 6
semanas.
A partir do período de ocupação (PO), do período de limpeza (PL) e do intervalo de plantio (IP),
determina-se o número total de áreas (NTA) que devem estar em produção simultaneamente:
𝑃𝑂 + 𝑃𝐿
𝑁𝑇𝐴 =
𝐼𝑃
O tamanho de cada área é definido em função da produção semanal desejada (PS), do período de
colheita (PC) e da produtividade esperada da cultura (R). Considera-se que haverá sempre duas áreas sendo
colhidas simultaneamente.
● Uma colheita por planta: hortaliças herbáceas e hortaliças tuberosas principalmente. A partir da
produção semanal desejada e da produtividade esperada, determina-se o tamanho de cada área de
produção. O número total de áreas necessárias (NTA) é dado pelo período de ocupação (PO), pelo período
de limpeza (PL) e pelo intervalo de plantio (para plantas de ciclo curto, geralmente o intervalo de plantio é
de apenas uma semana).
𝑃𝑂 + 𝑃𝐿
𝑁𝑇𝐴 =
𝐼𝑃
Para produção durante todo o ano, são realizadas várias safras. O número de safras por ano é dado
pela duração total do ciclo da cultura (período de ocupação + período de limpeza):
52 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠/𝑎𝑛𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎𝑓𝑟𝑎𝑠/𝑎𝑛𝑜 =
𝑃𝑂 + 𝑃𝐿
Como produzir
● Protegido: as plantas são cultivadas em canteiros no solo ou em recipientes com substrato, sendo
mantidas em estruturas de proteção como casas de vegetação, estufas, telados e túneis.
● Orgânico: produção de hortaliças de acordo com as normas definidas para sistemas orgânicos de
produção.
Pós-colheita
As perdas de hortaliças em pós-colheita são muito altas, podendo chegar a mais de 50%. Essas perdas
podem ser quantitativas (parte da produção é perdida) ou qualitativas (perda de valor comercial, perdas
nutricionais). A pós-colheita de frutas e hortaliças é tão importante quanto a própria produção, já que esses
produtos altamente perecíveis devem manter a qualidade ao longo das etapas de transporte,
armazenamento, distribuição e comercialização até chegarem ao consumidor final. Os principais fatores de
perdas em pós-colheita são:
● fatores em pré-colheita, como condições climáticas adversas (excesso de chuvas, granizo, geada,
temperaturas elevadas ou muito baixas), problemas de adubação (principalmente Cs) e controle
fitossanitário, práticas de manejo inadequadas (raleio de frutos);
Após a colheita, os tecidos se mantêm vivos pelo consumo de reservas acumuladas enquanto ainda
estavam aderidos às plantas. Nessa condição, o principal processo metabólico que ocorre á a respiração, que
consome as reservas energéticas acumuladas para manutenção dos tecidos.
As tecnologias de pós-colheita têm como objetivo aumentar a vida útil das hortaliças, a partir da
redução da sua atividade metabólica (retardando a senescência) e da redução da incidência de pragas,
doenças e distúrbios fisiológicos.
• Transpiração: leva à perda de água e de turgescência dos tecidos, que se tornam murchos.
Comercialização
● Quantidade demandada.
● Frequência de entrega.
1.2.1 - Propagação
As hortaliças podem ser propagadas sexuadamente por sementes ou assexuadamente. A maioria das
hortaliças é propagada por sementes. As hortaliças propagadas vegetativamente originam clones (genótipo
idêntico ao da planta matriz). A semente representa uma barreira biológica contra cerca de 90% das doenças
de plantas, enquanto a propagação vegetativa favorece a transmissão de doenças. Isso pode levar à
degenerescência de determinado material de propagação (acúmulo de doenças).
● Propagação vegetativa:
• Morango: emite estolões com mudas sob condições de fotoperíodo mais longo e
maiores temperaturas.
• Batata: o próprio tubérculo é o material de propagação (batata-semente)
• Alho: os bulbilhos são o material de propagação.
• Mandioquinha: divisão de touceiras.
• Couve: plantio de brotações laterais.
• Inhame: propagação por rizomas e divisão de touceiras.
• Batata-doce: plantio de ramas.
As cultivares de hortaliças disponíveis para o plantio podem ser clones, linhagens (linhas puras de
plantas autógamas), populações em equilíbrio (cultivares de polinização aberta) ou híbridos.
● População de polinização aberta: conjunto de plantas geneticamente diferentes, mas com algumas
características fenotípicas em comum (descritores) pelas quais podem ser diferenciadas de outras cultivares.
Para hortaliças alógamas, as cultivares convencionais (não híbridas) constituem populações de polinização
aberta em equilíbrio.
● Híbridos: conjunto de plantas obtido pelo cruzamento de dois materiais parentais. Na produção
de hortaliças, são empregados principalmente os híbridos simples, resultantes do cruzamento de duas
linhagens parentais com elevado grau de homozigose. Existem cultivares híbridas tanto de espécies
alógamas quanto de espécies autógamas e o uso dessas cultivares vem adquirindo cada vez maior
importância devido a:
(FUNRIO - IF-PA - 2016) Hortaliças ou frutas, ambas podem ser propagadas por meio de sementes e
também a partir de alguma parte vegetativa da planta. Assinale abaixo qual das alternativas todas as
espécies são propagadas somente por sementes.
(A) Almeirão, salsa, alface e abóbora.
(B) Batata doce, salsa, alface e cebola.
(C) Couve, cebolinha, mandioquinha e inhame.
(D) Chuchu, cebolinha, couve e abóbora.
(E) Batata doce, salsa, couve e chuchu.
Comentário: a alternativa A está correta, pois almeirão, salsa, alface e abóbora são propagados por
sementes.
A alternativa B está errada, pois a batata-doce é propagada vegetativamente pelo plantio de ramas.
A alternativa C está errada, pois a mandioquinha e o inhame são propagados vegetativamente. A couve
também pode ser propagada vegetativamente, mas a principal forma de propagação é por sementes.
A alternativa D está errada, pois o chuchu é propagado vegetativamente pelo plantio dos próprios frutos,
que emitem brotações.
A alternativa E está errada, pois a batata-doce é propagada vegetativamente pelo plantio de ramas.
Gabarito: alternativa A.
● Semeadura direta: o plantio das sementes é realizado diretamente nas áreas de produção. Como
vantagens, esse método apresenta economia de mão-de-obra e menor disseminação de doenças, já que as
sementes representam uma barreira biológica à transmissão de patógenos. Como desvantagens, apresenta
maior gasto de sementes, exige melhor preparo do solo, demanda melhor controle de plantas daninhas e
as semeadoras de precisão apresentam custo elevado. A escolha da semeadura direta se dá em função de
características da própria espécie ou por fatores econômicos. A cenoura, por exemplo, não tolera o
transplantio, que induz bifurcação de raízes. De modo geral, é comum que cultivares convencionais são
plantadas por semeadura direta, enquanto as cultivares híbridas, com sementes mais caras, são plantadas
por mudas. No sistema de semeadura direta ou plantio direto, as hortaliças podem ser:
• Semeadas em covas ou sulcos espaçados: culturas que exigem maiores espaçamentos e que
são pouco tolerantes ao transplantio, como melancia, melão, pepino e abóboras.
● Plantio de mudas: as mudas são um dos principais insumos na exploração olerícola, devendo
apresentar bom vigor e qualidade fitossanitária, sistema radicular bem desenvolvido e ser oriundas de
produtores idôneos. As mudas podem ser produzidas por sementes ou por propagação vegetativa. A
implantação de lavouras por mudas é vantajosa pelo menor gasto de sementes, maior rapidez no
estabelecimento da lavoura, maior uniformidade entre as plantas do talhão e maior chance de bons
resultados. Como desvantagens, tem-se a necessidade de mão-de-obra mais qualificada e de estrutura de
produção de mudas (estufa, bandejas, sistema de irrigação). As mudas podem ser produzidas em:
• Bandejas plásticas ou de isopor: bandejas com 72, 128, 200 ou 288 células. Podem ser
permanentes ou, mais comumente, descartáveis. Apresentam maior uniformidade das mudas e
possibilitam mecanização do plantio.
Preparo do solo
O preparo convencional do solo é uma prática essencial na olericultura, com o objetivo de deixar o
solo bastante poroso e friável para a implantação das lavouras. O uso de enxada rotativa para preparo
secundário do solo é bastante comum. Esse implemento tem um conjunto de lâminas que giram e provocam
grande mobilização do solo e destorroamento.
O plantio em canteiros tem o objetivo de evitar o acúmulo de água próximo das plantas, propiciando
uma condição de solo poroso e friável. Os canteiros podem ser levantados manualmente ou com
implementos mecanizados, como o encanteirador. Este pode já estar associado à enxada-rotativa
encanteiradora. Geralmente têm de 1,0 a 1,2 m de largura e 15 a 20 cm de altura, sendo o comprimento
variável em função do tamanho da área. Em locais declivosos, os canteiros devem ser posicionados de acordo
com as curvas de nível.
O cultivo de hortaliças é bastante exigente em fertilidade do solo, com maior extração e exportação
de nutrientes em relação a outras culturas, tendo grande importância tanto na produtividade quanto na
qualidade dos produtos colhidos. Os nutrientes Ca e K são particularmente importantes pelo efeito na
qualidade dos produtos. A ordem de absorção dos nutrientes em função da quantidade segue em geral o
seguinte:
● Fósforo: apesar de ser menos absorvido que outros macronutrientes, as adubações em geral são
bastante pesadas. O excesso de P acelera a maturação e reduz o ciclo de produção, resultando em frutos de
pior qualidade.
● Enxofre: particularmente importante para as brássicas (couve, brócolis etc.) e aliáceas (alho e
cebola), mais exigentes nesse nutriente. O uso de fertilizantes formulados mais concentrados tem reduzido
o aporte deste nutriente, já que as fontes empregadas na sua produção não contêm S.
Controle fitossanitário
As hortaliças são em geral altamente suscetíveis a pragas e doenças. As perdas decorrentes desses
ataques são tanto quantitativas (redução da produtividade) quanto qualitativas (perda de qualidade do
produto), o que é especialmente importante na olericultura devido à não aceitação por parte dos
consumidores de produtos com pequenos defeitos.
O controle químico tem sido a principal ferramenta de manejo de pragas e doenças na olericultura.
Devido ao ciclo curto, a contaminação das hortaliças com resíduos de agrotóxicos tem sido comumente
observada. Assim, o manejo integrado de pragas e doenças tem sido largamente estimulado na olericultura,
com o objetivo de reduzir a contaminação de alimentos, produtores e meio ambiente.
● Rotação de culturas: tem como objetivo romper o ciclo de pragas e doenças pelo plantio de uma
cultura não hospedeira após o cultivo de determinada cultura. Seu emprego tem sido limitado na produção
olerícola especializada.
● Vazio sanitário: proibição ao plantio de determinada cultura em alguma época do ano. Importante
para tomate industrial.
● Controle biológico: utiliza organismos para controle de pragas e doenças. Em olericultura, devido
ao ciclo curto de produção, nem sempre o uso de inimigos naturais é viável. Exemplos de organismos
empregados no controle biológico em hortaliças:
● Controle químico: importante ser associado a outros métodos e ser aplicado racionalmente, com
emprego adequado dos equipamentos de proteção, usando produtos recomendados para a cultura e
seletivos para a praga ou doença e respeitando o período de carência.
● Resistência varietal: método bastante vantajoso de controle, porém nem sempre existem
cultivares resistentes às principais pragas e doenças da cultura. A maioria das cultivares resistentes apresenta
resistência vertical, que é dada por um ou poucos genes, sendo, assim, mais facilmente superada pelas
pragas e doenças.
● Afídeos: os pulgões são insetos sugadores com enorme importância por serem transmissores de
viroses. As principais espécies são Myzus persicae (praga generalista, atacando inúmeras espécies), Aphis
gossypii (cucurbitáceas, como melão e abobrinha) e Brevicoryne brassicae (pulgão das brássicas).
● Traças e brocas: atacam folhas e frutos, que se tornam imprestáveis ao consumo, como a traça -
do-tometeiro (Tuta absoluta) e a traça-das-crucíferas (Plutella xylostella).
● Tripes: além dos danos diretos, são transmissores de viroses, como Thrips tabaci (principal praga
da cebola) e Frankliniella occidentalis.
● Alternaria sp: agente etiológico de diversas doenças das olerícolas. Afeta diversas partes dos
vegetais, mas comumente ocorre como manchas foliares necróticas e com anéis concêntricos
característicos. Tem sido controlada com o uso de variedades resistentes. Provoca doenças como:
● Fusarium oxysporum: fungo de solo que coloniza os vasos condutores na região do coleto e provoca
sintoma de murcha. Ocorrem diferentes formas especiais e raças, sendo que a resistência das cultivares é
específica para determinadas raças.
Irrigação e fertirrigação
A irrigação é uma prática de manejo essencial na produção de hortaliças, devido ao curto ciclo de
produção e pequena profundidade do sistema radicular da maioria das olerícolas. Além disso, os tecidos
tenros e suculentos devem estar plenamente túrgidos para comercialização, ou seja, a prática de irrigação
também é importante para garantir a qualidade dos produtos.
● Aspersão: a aspersão convencional é bastante empregada no cultivo de hortaliças pelo menor custo
de implantação, adaptação a diferentes condições de solo e cultura, possibilidade de uso com outras culturas
(favorece rotação de culturas), facilidade de instalação e operação e menor exigência em qualidade da água.
Como desvantagens, apresenta menor eficiência devido à evaporação de água da superfície das plantas e do
solo, maior incidência de doenças devido ao molhamento foliar e possibilidade de danos às plantas (dano
mecânico às folhas, queda de flores e frutos) pelo impacto da água. Adapta-se melhor a culturas com menor
espaçamento entre plantas, já que irriga toda a superfície da área cultivada (inclusive as entrelinhas).
● Microaspersão: bastante adequado para culturas com maior espaçamento entre plantas e com
bom desenvolvimento do sistema radicular, com eficiência de aplicação da água de 80-90%.
● Gotejamento: sistema bastante vantajoso de irrigação, pois possibilita economia de água e energia,
permite automação e garante a prática de fertirrigação; Como desvantagens, tem maior custo de
implantação e é altamente suscetível ao entupimento dos emissores.
As hortaliças apresentam diferentes níveis de sensibilidade aos teores de água no solo. Veja na tabela
a seguir o enquadramento das hortaliças de acordo com o nível de exigência em umidade do solo, dada pela
tensão crítica de água do solo quando deve ser iniciada a irrigação.
Tensão crítica
de água no solo Hortaliças
(kPa)
Mais
Aipo, alface, alho, cebola, cenoura, hortaliças herbáceas em
sensíveis 10-20
geral, morango, rabanete
Abóbora, abobrinha, alho-poró, batata, berinjela, brócolis,
20-40
espinafre, feijão-vagem, jiló, melancia, melão, nabo, pimentão
Batata-doce, beterraba, couve, couve-flor, mandioquinha-salsa,
40-70
milho-doce, pepino, pimenta, quiabo, repolho, tomate
Mais
> 70 Ervilha, grão-de-bico, lentilha
tolerantes
Tratos culturais
Uma das características da olericultura é a grande demanda de mão-de-obra pelo manejo bastante
intensivo. Na produção de hortaliças, além das práticas de manejo comuns a outras culturas (preparo do
solo, correção e adubação, controle fitossanitário), existem diversas operações realizadas nas lavouras,
como:
● Amarrio: operação de fixação das plantas nas estruturas de condução com fitilhos plásticos. As
plantas trepadeiras não necessitam de amarrio, pois já possuem estruturas próprias de fixação.
● Amontoa: movimentação do solo das entrelinhas para próximo da base das plantas, favorecendo
o recobrimento das hortaliças tuberosas (como batata e cenoura, evitando o desenvolvimento de coloração
esverdeada pela exposição à luz) e para recobrimento das raízes adventícias emitidas da base do caule de
algumas hortaliças, como o tomate.
● Raleio de frutos: remoção de parte da carga de frutos, aumentando o tamanho e a qualidade dos
frutos remanescentes, possibilitando assim preços mais compensadores na comercialização.
● Desbrota: eliminação de brotações laterais para manter a copa mais aberta e arejada, evitando
enfolhamento excessivo.
● Capação ou desponte: poda apical para limitação do crescimento de hortaliças com hábito de
crescimento indeterminado e para estimular a emissão de brotações laterais.
●Mulching: cobertura dos canteiros com filmes plásticos para evitar contato direto da parte aérea
das plantas com o solo, além de controlar plantas daninhas com bastante eficiência. Bastante empregada na
produção de alface e morango pela proximidade das partes comestíveis com o solo.
(CCV-UFC - UFC - 2018) Com relação ao sistema de produção de hortaliças, identifique abaixo as afirmativas
verdadeiras (V) e as falsas (F), com relação aos tratos culturais mais comumente usados em cultivos de
hortaliças.
( ) A prática do raleio de frutos é realizada em cultivares de tomate do tipo cereja, as quais produzem elevado
número de frutos que podem comprometer o formato aceito comercialmente.
( ) A desfolha é uma prática que consiste na retirada de parte da folha, na parte de baixo da planta de tomate,
abaixo do primeiro cacho, deixando dois a três folíolos por folha desfolhada. Tem como objetivo oferecer
condições de maior aeração na parte de baixo da planta de tomate de hábito de crescimento determinado.
( ) A desponta é uma prática usada em cultivares de tomate de hábito de crescimento indeterminado, visando
à obtenção de frutos maiores e mais uniformes nas pencas distribuídas por toda a planta. Para tanto, deixam-
se duas folhas acima da última penca e retira-se a parte da planta (copa) que está acima.
( ) A amontoa é uma prática usada em batata, tomate, pimentão, feijão de vagem e repolho, para oferecer
maior firmeza à planta, evitar tombamento, incorporar a adubação de cobertura, abafar plantas daninhas
próximas à planta de interesse e aumentar a produtividade, pois para todas essas espécies ela permite a
emissão de novas raízes adventícias em abundância, para a absorção de água e nutrientes.
( ) A desbrota é uma prática realizada em cultivares de tomate de hábito de crescimento indeterminado e
consiste na eliminação semanal dos brotos axilares (laterais) com 2 a 3 cm de comprimento, visando
melhorar o crescimento da planta, que é uma moita, e aumentar o rendimento de frutos.
( ) O tutoramento ou estaqueamento é uma prática usada para promover o suporte de hortaliças como o
feijão de vagem, a ervilha, o pepino e o tomate, visando melhorar o controle fitossanitário e a produção,
bem como facilitar o trabalho de colheita. Essas espécies hábito de crescimento indeterminado dispensam
o amarrio das plantas, pois possuem gavinhas para fixar-se ao tutor, ou seja, estruturas filamentosas
derivadas de caules aéreos.
( ) Estiolamento ou branqueamento é uma prática usada em couve flor, para evitar alterações indesejadas
de coloração da cabeça, em regiões ou épocas de sol intenso. Consiste em cobrir as cabeças, no início de sua
formação, com sacos plásticos, sacos de papel kraft, amarrio de duas folhas sobre a cabeça da planta ou, até
mesmo, a colocação de uma folha destacada da base sobre a cabeça, até o dia da colheita.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
(A) V, V, V, F, F, V, V.
(B) F, V, V, F, V, V, V.
(C) F, F, V, V, V, V, F.
(D) F, F, V, F, F, V, V.
(E) F, F, V, F, V, F, V.
Comentário: a primeira afirmativa está errada, pois o raleio de frutos é empregado para produção de frutos
de maior tamanho quando esses são mais valorizados para comercialização, o que não é o caso do tomate
cereja, cujo diferencial são justamente os frutos de menor tamanho.
A segunda afirmativa está errada. A remoção das folhas baixeiras após a produção do primeiro cacho de
frutos é uma prática recomenda, já que essas folhas acabam sendo sombreadas e perdem sua função de
fonte de fotoassimilados, tornando-se drenos. Dessa forma, são completamente removidas, e não apenas
parcialmente.
A terceira afirmativa está correta, pois a desponta ou capação limita o crescimento da planta e, com isso, o
número de cachos produzidos (geralmente de 9 a 11 por planta), o que favorece o crescimento dos frutos.
A quarta afirmativa está errada, pois a amontoa é realizada principalmente na cultura da batata para
recobrimento dos tubérculos, podendo ser realizada também no tomate para estimular a emissão de raízes
adventícias.
A quinta afirmativa está correta, pois a desbrota corresponde à eliminação de brotações que surgem nas
axilas das folhas, devendo ser removidas quando ainda jovens para que possam ser mais facilmente
retiradas.
A sexta afirmativa está errada, pois mesmo as espécies de crescimento indeterminado necessitam de
amarrio na estrutura de condução. Apenas as espécies com hábito trepador, como o chuchu, apresentam
gavinhas e não necessitam de amarrio.
A sétima afirmativa está correta, pois o branqueamento é uma prática realizada em algumas culturas, como
couve-flor, para evitar a incidência de luz no produto a ser colhido, evitando o desenvolvimento de coloração
esverdeada no mesmo.
Gabarito: alternativa E.
1.3.1 - Alface
A alface é a hortaliça herbácea mais produzida e consumida no Brasil. Durante o verão, a ocorrência
de chuvas e temperaturas mais altas (que favorecem o pendoamento) resultam em preços mais elevados,
associado a maior demanda.
mais resistentes ao pendoamento e aptas ao plantio durante todo o ano. Os principais tipos comercializados
são alface lisa, crespa e americana.
(IBFC - Prefeitura de Cruzeiro do Sul, AC - 2019) Leia o excerto abaixo sobre o plantio de cultivares de alface
no Brasil.
A alface pode ser plantada em sementeiras ou diretamente no canteiro, sendo o plantio em sementeiras
mais indicado por permitir um melhor controle sanitário das mudas e uma seleção das mudas mais vigorosas
para o transplante. As mudas são transplantadas com _____ folhas definitivas, ocorrendo aproximadamente
_____ dias após o semeio. O transplantio deve ser feito, prioritariamente, nas horas mais frescas do dia, ao
final da tarde ou no início da manhã. Logo após o transplantio, e nas primeiras semanas, fazer irrigações
diárias. Posteriormente, a cada _____ dias (a depender das condições ambientais), de forma a manter a
umidade do solo constante.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
(A) 2 (duas) a 3 (três) /15 (quinze) a 20 (vinte) / 4 (quatro) a 6 (seis)
(B) 4 (quatro) a 6 (seis) / 15 (quinze) a 20 (vinte) / 2 (dois) a 3 (três)
(C) 4 (quatro) a 6 (seis) / 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) / 4 (quatro) a 6 (seis)
(D) 2 (duas) a 3 (três) / 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) / 2 (dois) a 3 (três)
Comentário: as mudas de alface são transplantadas com quatro a cinco ou seis folhas definitivas, o que
ocorre em geral de 20 a 25 dias após a semeadura. Mesmo após o pegamento das mudas, as irrigações são
bastante frequentes, já que a cultura é sensível ao déficit hídrico, com regas quase todos os dias (a cada 2-3
dias). A alternativa que mais se aproxima das informações descritas anteriormente é a B.
Gabarito: alternativa B.
A alface pode sofrer o distúrbio fisiológico de tipburn (queima das bordas das folhas), associado à
combinação de temperaturas elevadas, adubação nitrogenada excessiva, deficiência de cálcio e
sensibilidade da cultivar. A colheita ocorre em 60 a 80 dias após a semeadura (40 a 50 dias após o
transplantio), quando as plantas apresentam máximo desenvolvimento vegetativo e sem sinais de
pendoamento.
As principais doenças que acometem a cultura são de etiologia fúngica e se manifestam como
manchas foliares e necrose, o que compromete a comercialização. O controle deve ser preventivo, pelo
tratamento de sementes, adubação equilibrada, manejo da irrigação, rotação de culturas e evitar plantios
em baixadas e locais encharcados. As principais doenças são:
● Cercosporiose (Cercospora longissima): manchas foliares circulares, pardacentas com centro mais
claro. Favorecida por alta umidade e altas temperaturas.
● Míldio (Bremia lactucae): manchas cloróticas nas folhas que evoluem para necrose, com
crescimento micelial esbranquiçado na face inferior das folhas. Favorecida por alta umidade e temperaturas
mais baixas.
(Crescer Consultorias - Prefeitura de Urbano Santos, MA - 2017 ) De acordo com Hf Brasil os preços da
alface na Ceagesp caíram para todas as variedades de alface na semana de 17 a 20/04 deste ano. Os
motivos foram; clima e menor demanda. Sendo a alface uma hortaliça sensível às condições climáticas
como temperatura, luminosidade, água e concentração de dióxido de carbono. Assinale a alternativa
CORRETA:
(A) Temperaturas elevadas podem provocar a queima das bordas das folhas externas, contribuir para
formação de cabeças pouco compactas e também para a ocorrência de deficiência de cálcio, uma desordem
fisiológica conhecida como “tipburn”
(B) Alta umidade e temperaturas amenas a baixas são condições que desfavorecem o aparecimento de
doenças como Mildio (Bremia lactucae)
(C) Altas temperaturas e muita luminosidade provocam o florescimento tardio
(D) A alface é pouco exigente em água, sendo que a máxima utilização da água ocorre durante a fase de
formação da cabeça, quando há um maior incremento no peso da planta, e também na produtividade.
Comentário: a alternativa A está correta, pois o tipburn é um distúrbio fisiológico que acomete a cultura
favorecido por condições de altas temperaturas, adubação nitrogenada excessiva, deficiência de cálcio e
cultivar suscetível.
A alternativa B está errada, pois a ocorrência de míldio é favorecida em condições de elevada umidade e
temperaturas amenas.
A alternativa C está errada, pois temperaturas elevadas e maior fotoperíodo favorecem o pendoamento
precoce.
A alternativa D está errada, pois a alface é muito exigente em água e bastante sensível ao déficit hídrico.
Gabarito: alternativa A.
1.3.2 - Brássicas
As principais pragas que atacam as brássicas são a traça-das-crucíferas (Plutella xylostella) e outras
lagartas, como o curuquerê-da couve (Ascia monuste orseis), a lagarta-mede-palmo (Trichoplusia nii) e a
lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), e o pulgão-da-couve (Brevicoryne brassicae). As lagartas provocam danos ao
limbo foliar ou corte de plântulas junto à base (lagarta-rosca), enquanto os pulgões provocam
amarelecimento e engrovinhamento das folhas.
As brássicas são afetadas por diversas doenças. As de etiologia bacteriana incluem a podridão-negra
(Xanthomonas campestris) e a podridão-mole (Pectobacterium carotovorum) sob condições e elevada
temperatura e umidade. Uma das principais doenças é a hérnia-das-crucíferas, causada pelo fungo
Plasmodiophora brassicae, que provoca galhas no sistema radicular e murcha da parte aérea. Também
ocorrem manchas foliares, como a mancha-de-alternária (Alternaria brassicae), que se manifesta como
lesões necróticas com anéis concêntricos; míldio (Peronospora parasitica), que produz lesões cloróticas que
evoluem para necrose e crescimento micelial esbranquiçado na face inferior das folhas; e mancha-circular
(Mycosphaerella brassicola), que se manifesta como lesões necróticas circulares com pontoas escuros.
Brócolis
Couve-flor
A couve-flor também é uma hortaliça herbácea cujo produto comercial é a inflorescência. A "cabeça"
ou capítulo é formada pelos pedúnculos florais soldados. A couve-flor é exigente em frio e a temperatura é
um fator extremamente importante de produção, já que o florescimento é induzido por temperaturas
baixas. As cultivares de verão têm menor exigência de frio para florescerem. Seu plantio no inverno ou a
chegada de frentes frias resulta em florescimento precoce, com produção de cabeças pequenas e sem valor
comercial. Já o plantio de cultivares de inverno no verão acarreta crescimento vegetativo sem florescimento
e produção. A cultura é exigente em B e sua deficiência provoca manchas escuras na inflorescência. O
plantio é feito por mudas, transplantada com 20-30 dias, quando apresentam quatro a cinco folhas e 5-10
cm. O espaçamento de plantio é de 0,8 a 1,0 m entre linhas e 0,4 a 0,5 entre plantas (maior espaçamento
nos plantios de verão). A colheita se dá em 50-80 dias após o transplante, devendo as cabeças serem cortadas
com algumas folhas para proteção.
Repolho
O repolho é a brássica com maior volume de produção, podendo ser de dois tipos, roxo ou vermelho.
As folhas se sobrepõem umas às outras, formando a cabeça que envolve a gema apical. As produtividades
são elevadas, chegando a 40-50 t/ha. Chuvas e temperatura elevadas podem provocar rachaduras no
repolho, depreciando seu valor comercial. O plantio é feito por mudas produzidas a partir de sementes,
transplantadas com quatro a cinco folhas e 10-12 cm. O espaçamento é de 0,7 a 0,8 m entre fileiras e 0,3 a
0,5 m entre plantas. Durante a formação da cabeça, as irrigações devem ser frequentes para que não
ocorram rachaduras. A colheita é feita após 90 a 120 dias, quando as cabeças se apresentam bem fechadas
e firmes.
1.4.1 - Batata
A bataticultura apresentou consideráveis avanços nos últimos anos no país, com uma marcante
migração da produção para áreas de maior altitude em planaltos e chapadas nos estados de MG, GO e BA.
O desenvolvimento do tubérculo, ou tuberização, é favorecido pela termoperiodicidade, ou seja,
temperaturas diurnas mais elevadas e temperaturas noturnas mais baixas. A amplitude térmica diária ideal
é de cerca de 10 °C e temperaturas noturnas superiores a 20 °C reduzem a tuberização.
O cultivo da batata pode ser feito durante todo o ano, caracterizando três safras distintas:
● Safra das águas: plantio de setembro a novembro em locais de clima ameno nas maiores altitudes.
As maiores temperaturas e as chuvas características dessa época favorecem a incidência de doenças. As
chuvas no início e final do ciclo são bastante prejudiciais. Essa safra concentra quase metade da produção,
assim os preços atingidos são menores.
● Safra da seca: o plantio é feito de fevereiro a abril. A qualidade do produto é melhor já que a
colheita ocorre na época seca, e os preços atingidos são mais compensadores. Geralmente exige irrigação
suplementar.
● Safra de inverno: o plantio é feito de maio a julho. Permite a obtenção de produto de melhor
qualidade e com preços mais elevados que nas outras safras.
A propagação da batata é vegetativa, sendo o plantio realizado por pequenos tubérculos chamados
de batata-semente. Esse material representa um dos maiores custos de produção na bataticultura. O plantio
é realizado em sulcos, com espaçamento de 80 cm entre sulcos e 30-40 cm entre plantas. Como cada
tubérculo origina várias hastes, a população de plantas é dada em função do número de hastes, devendo
ficar em geral entre 11 a 15 hastes/m2. Maiores populações resultam em tubérculos menores, mas em maior
número.
A cultura é tolerante à acidez do solo. Em condições de pH muito elevado (> 6,0), a incidência de
doenças é favorecida, como sarna-comum e a murcha-bacteriana. Depois de 25-30 dias após o plantio,
quando as plantas estão com 25-30 cm de altura, realiza-se a prática da amontoa. O solo das entrelinhas é
retirado e depositado na linha de plantio, originando camalhões com cerca de 20 cm de altura. Essa prática
evita que os tubérculos recebam luz direta (provoca escaldadura e enverdecimento) e controla plantas
daninhas. A cultura é bastante exigente em água, principalmente na fase de tuberização (45-55 dias após o
plantio).
==3ddda6==
A colheita é realizada cerca de 15 dias depois da morte das plantas, quando as hastes estão
completamente secas. O ciclo da cultura varia de 90 a 115 dias. A colheita pode ser manual, semimecanizada
ou mecanizada. Em lavouras menores, os camalhões são desmanchados (com arado de aiveca, sulcadores
ou colhedoras acopladas) para exposição dos tubérculos, que são recolhidos manualmente. Em lavouras
maiores, são empregadas colhedoras que já desmancham as leiras e recolhem os tubérculos. Os tubérculos
podem ser deixados na área para que sofrem secagem natural, mas sob altas temperaturas e alta intensidade
luminosa a secagem deve ser feita à sombra. Após a colheita, as batatas podem ser lavadas ou escovadas,
conforme as preferências do mercado consumidor.
A batata é suscetível ao ataque de várias pragas e patógenos, além de distúrbios fisiológicos que
afetam os tubérculos. O uso de batata-semente de qualidade é uma das principais estratégias de controle
de pragas e doenças.
As pragas podem atacar tanto a parte aérea quanto os tubérculos, provocando perda de qualidade
do produto, nesse caso. Principais pragas:
● Pinta-preta (Alternaria solani): lesões necróticas escuras com halos concêntricos característicos.
Controle pelo uso de cultivares resistentes e fungicidas.
● Viroses: o vírus do enrolamento das folhas da batata (PLRV) provoca enrolamento das folhas e as
plantas têm o crescimento reduzido. O vírus Y da batata (PVY) provoca mosaico e deformação das folhas.
Controle pela eliminação de plantas doentes e de instos vetores (pulgões).
Os principais distúrbios fisiológicos que afetam os tubérculos e depreciam sua qualidade são:
● Coração-oco: cavidade na parte central provocada pelo crescimento mais rápido da parte externa.
Associado a excesso de umidade, adubação nitrogenada excessiva e deficiência de B.
(IF-RS - IF-RS - 2016) Com relação à cultura da batata ou bataticultura, assinale a alternativa CORRETA:
(A) Entre os solos mais indicados para a cultura, estão aqueles argilosos e pesados.
(B) A planta apresenta a chamada “termoperiodicidade diária”, ou seja, exige diferença entre a temperatura
diurna e a noturna, devendo esta última ser mais baixa.
(C) A implantação é realizada através de sementes germinadas, que passam por um rigoroso controle
sanitário.
(D) Com relação à operação de colheita, a mesma pode ser manual ou semimecanizada, por colhedoras que
desfazem as leiras e expõem os tubérculos, que são catados manualmente. É aconselhável realizar a colheita
em dias ensolarados e com solo úmido.
(E) A batata é uma cultura pouco afetada por agentes causadores de problemas fitossanitários.
Comentário: a alternativa A está errada, os solos mais adequados ao cultivo da batata e das hortaliças
tuberosas em geral são os de textura média. Os solos muito pesados apresentam restrições ao
desenvolvimento dos tubérculos e tendência maior ao encharcamento.
A alternativa B está correta, pois a tuberização demanda temperaturas noturnas menores que as diurnas,
idealmente com uma amplitude de cerca de 10 °C.
A alternativa C está errada, pois o plantio é feito a partir dos próprios tubérculos (propagação vegetativa),
chamados de batata-semente.
A alternativa D está errada, pois dias ensolarados favorecem o enverdecimento dos tubérculos e o solo
úmido atrapalha a operação de desfazer as leiras e expor os tubérculos.
A alternativa E está errada, pois a batata é atacada por diversas pragas e doenças, sendo bastante sensível a
esses agentes que afetam a produção tanto quantitativa quanto qualitativamente.
Gabarito: alternativa B.
1.4.2 - Cebola
A cebola é uma planta bienal (vegeta e bulbifica no primeiro ano e floresce no segundo ano)
altamente afetada pelo fotoperíodo e pela temperatura, que controlam o balanço entre crescimento da
parte aérea e bulbificação:
Esses efeitos, porém, variam muito entre as cultivares. De acordo com o fotoperíodo crítico para a
bulbificação as cultivares são classificadas em:
As cultivares de dias longos plantadas em condição de dias curtos apenas vegetam ("charuto" ou
"charutão"), não produzindo bulbos. Já o plantio de cultivares de dias curtos em condição de dias longos
acelera a bulbificação e resulta em bulbos menores. A formação de bulbos normais ocorre quando o
fotoperíodo é igual ao fotoperíodo crítico para bulbificação da cultivar.
A produção de cebola no país é concentrada nos estados da região Sul (SC e RS), Sudeste (SP, MG) e
Nordeste (BA e PE). As cultivares de dias longos não bulbificam nas regiões produtoras do país. As cultivares
intermediárias são plantadas na região Sul, enquanto as demais regiões empregam cultivares de dias
curtos.
Nas regiões Sul e Sudeste, o plantio concentra-se na safra de inverno, enquanto no Nordeste o
plantio pode ser feito durante todo o ano, mas em geral a produção é concentrada nos meses de menor
disponibilidade e maior preço (a partir de julho). A cebola cultivada no Sul pode permanecer armazenada
por vários meses, suprindo o mercado até julho. Já a cebola produzida nas demais regiões é comercializada
logo após a cura, não ficando armazenada.
A duração do ciclo varia com a região produtora e pode ser modificado pelo manejo. Em SC e RS, o
ciclo tem duração de 7 meses, enquanto no NE é de 4 meses e, em São Paulo, de 5-6 meses. O uso de
cultivares híbridas precoces permite adiantar o ciclo, aproveitando épocas de melhores preços. Uma
alternativa é o plantio por bulbilhos, que permite adiantar o ciclo para 3 meses.
No sistema de produção por bulbilhos, a semeadura é feita em canteiros a partir de agosto. O uso
de cultivares de dias curtos nessa condição de dias mais longos favorece a antecipação da colheita e resulta
em bulbos menores. Os bulbilhos são armazenados à sombra em galpões arejados até o plantio, em
fevereiro-março, com colheita a partir de maio-junho (safra de inverno).
O plantio deve ser realizado em solos bem drenados, com preferência para os arenosos. A
propagação é feita por bulbilhos, conforme comentado anteriormente, ou por mudas produzidas em
canteiros a partir de sementes. A semeadura direta também pode ser empregada, mas a emergência das
plântulas apresenta dificuldades.
A cultura é sensível ao déficit hídrico (principalmente durante a bulbificação) e não tolera excesso
de água. O ponto de colheita é indicado pelo tombamento das folhas ("estalo"), que se tornam amarelecidas
e secam. Após a colheita, os bulbos passam pela cura, que pode ser feita naturalmente no campo
artificialmente pela passagem forçada de ar em secadores. Esse procedimento aumenta a duração dos
bulbos em pós-colheita.
A principal praga da cultura é o tripes (Thrips tabaci), inseto sugador que provoca manchas foliares
esbranquiçadas a prateadas.
● Mancha-púrpura ou requeima (Alternaria porri): manchas foliares que evoluem para grandes
lesões com halos concêntricos de coloração arroxeada, causando morte das folhas afetadas. Favorecida por
condições de alta umidade e temperatura.
(Crescer Consultorias - Prefeitura de Urbano Santos, MA -2017) O cultivo da cebola no Brasil destaca-se ao
lado da batata e do tomate, como as hortaliças economicamente mais importantes, tanto pelo volume
produzido como pela renda gerada. Em relação ao cultivo dessa hortaliça assinale a alternativa CORRETA:
(A) O fotoperíodo é um fator limitante para bulbificação, pois a planta de cebola só formará bulbo se o
comprimento do dia for igual ou superior a um mínimo fisiologicamente exigido pelo cultivar
(B) Os métodos para produção de sementes de cebola chamado Semente-Bulbo-Semente é um método
utilizado em regiões onde ocorrem temperaturas baixas suficientes para propiciar a vernalização natural das
plantas. As sementes ou as mudas são dispostas na própria área onde se fará a colheita das sementes, em
um único campo de produção
(C) A secagem de sementes de cebola apenas deve ser realizada por meio de estufas de circulação forçada
de ar
(D) As cultivares precoces ou de dias curtos requerem de 12 a 14 horas de luz/dia.
Comentário: a alternativa A está correta, pois o fotoperíodo exerce um papel muito importante na formação
dos bulbos. A cebola é planta de dias longos para a bulbificação, ou seja, os bulbos são formados quando a
duração do dia é superior ao fotoperíodo crítico da cultivar.
A alternativa B está errada. Existem dois métodos de produção de sementes de cebola, o semente-bulbo-
semente e o semente-a-semente. No sistema semente-bulbo-semente, são produzidos bulbos no primeiro
ciclo, esses bulbos são colhidos e sofrem vernalização (indução ao florescimento pelo frio) em galpões ou
câmaras frigoríficas, sendo posteriormente plantados para produção de sementes. Já o sistema semente-a-
semente realiza todas as etapas de produção na mesma área, ou seja, a vernalização dos bulbos ocorre no
campo de produção.
A alternativa C está errada, pois a secagem dos bulbos durante a cura pode ser natural (feita no campo) ou
artificial.
A alternativa D está errada, pois as cultivares de dias curtos têm fotoperíodo crítico de 12 horas, enquanto
as cultivares intermediárias têm fotoperíodo crítico de 12 a 14 h.
Gabarito: alternativa A.
1.4.3 - Cenoura
Hortaliça originalmente de clima frio, mas com cultivares disponíveis para plantio de verão
atualmente. Desenvolve-se bem em uma faixa ampla de temperaturas, porém o crescimento das raízes é
favorecido em temperaturas amenas (18 a 20 °C). O florescimento é induzido por baixas temperaturas
(vernalização), enquanto temperaturas elevadas associadas a alta umidade favorecem a queima das folhas.
O plantio de cultivares de inverno (cv. Nantes) no verão fica comprometido pela incidência severa de
queima-das-folhas, enquanto as cultivares de verão (como a cv. Brasília) sofrem indução floral em
temperaturas mais baixas (perda de qualidade da raiz tuberosa, que se torna amarga e lignificada).
A cenoura exige solos friáveis e porosos para a produção de raízes com boa aceitação comercial,
sendo preferíveis os solos de textura média. Solos compactados levam à formação de cenouras encurtadas,
deformadas e bifurcadas. O preparo adequado do solo é extremamente importante, sendo o plantio feito
em canteiros com 0,15 a 0,2 m de altura e 0,8 a 1,2 m de largura (os canteiros devem ser mais elevados no
plantio de verão, evitando encharcamento).
O plantio é realizado por semeadura direta, já que a cenoura não tolera transplantio. A semeadura
manual ou mecanizada (espaçamento de 20 cm entrelinhas) com semeadoras de fluxo contínuo demanda
a realização de desbaste ou raleio, enquanto as semeadoras de precisão (espaçamentos de 8-10 cm)
dispensam essa prática. O desbaste é feito 20-30 dias após a emergência, deixando-se 4-5 cm entre plantas.
A densidade de plantas ideal é de 90-100 plantas/m² no verão e 120 plantas/m² no inverno.
● Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon): habita o solo durante o dia e, à noite, corta a parte aérea das
plantas rente ao solo. Maior potencial de dano até 30-40 dias após a semeadura.
Diversos distúrbios fisiológicos podem afetar as raízes, depreciando sua qualidade e a conservação
em pós-colheita:
● Ombro verde: exposição da porção superior da raiz à luz e síntese de clorofila no local.
O ciclo tem duração de 80 a 120 dias, quando as raízes atingem o ponto de colheita. A operação de
colheita comumente é manual ou semimecanizada (uma lâmina horizontal acoplada ao trator desenterra e
expõe as cenouras, que são recolhidas manualmente. Apenas em grandes áreas a colheita mecanizada é
viável, o que demanda o emprego de cultivares adaptadas ao recolhimento das plantas a partir da parte
aérea. Durante a colheita, já se processa a seleção, eliminando-se raízes deformadas, apodrecidas,
quebradas e rachadas. A cenoura tem boa vida-útil em pós-colheita, principalmente quando em baixas
temperaturas.
(IF-RS - IF-RS - 2016) A cenoura é considerada a melhor fonte vegetal de beta-caroteno, precursor da
vitamina A. Quanto mais intensa for a coloração, mais elevado é o teor de beta-caroteno e maior o valor
nutricional. Analise as afirmativas identificando com “V” as VERDADEIRAS e com “F” as FALSAS,
assinalando a seguir a alternativa CORRETA, na sequência de cima para baixo:
( ) A cenoura pertence à família das apiáceas (umbelíferas), juntamente com a salsa, o coentro e o funcho.
( ) O melhoramento genético da cenoura proporcionou o surgimento de algumas variedades adaptadas a
climas mais frios e outras adaptadas ao calor.
( ) Quando não são utilizadas semeadoras de precisão, o desbaste se torna necessário devido à alta densidade
de semeadura.
( ) O ciclo de cultivo da cenoura, que vai da semeadura até a colheita, varia de 50 a 70 dias.
( ) Por ser uma hortaliça tuberosa, a cenoura é exigente em solo apresentando ótimas condições físicas,
sendo mais favoráveis os solos de textura média, leves, soltos e arejados, que não apresentam obstáculo ao
desenvolvimento da raiz.
(A) V – F – V – V – F.
(B) F – F – V – F – V.
(C) F – V – F – V – F.
(D) V – F – F – V – V.
(E) V – V – V – F – V.
Comentário: primeira afirmativa está correta, pois a cenoura pertence à família Apiaceae (Umbelliferae),
assim como a salsa, o aipo ou salsão, a erva-doce ou funcho, o coentro, o cominho e o anis.
(VUNESP - Prefeitura de Valinhos, SP - 2019) Considerando a cultura da cenoura, o raleio torna-se uma
operação imprescindível, pois
(A) favorece a produção de raízes de menor tamanho e mais uniformes.
(B) aumenta a disponibilidade de espaço, água, luz e nutrientes por planta.
(C) estimula o desenvolvimento de estolões, além de proteger as raízes do sol.
(D) protege as raízes contra o esverdeamento, causado pela exposição à luz solar.
(E) evita a desordem fisiológica conhecida como “coração oco”, a qual apresenta uma ou mais cavidades no
interior da raiz.
Comentário: a alternativa A está errada, pois a densidade de plantio adequada favorece a produção de raízes
com maior tamanho, enquanto espaçamentos muito pequenos levam à produção de raízes menores.
A alternativa B está correta, pois o raleio favorece a produção de raízes maiores já que garante maior
disponibilidade de água, luz e nutrientes por planta.
A alternativa C está errada, pois a cenoura não emite estolões
A alternativa D está errada, pois o raleio, ao reduzir a população de plantas, não aumenta a proteção contra
o enverdecimento das raízes.
A alternativa E está errada, pois o coração-oco é uma desordem fisiológica que acomete os tubérculos de
batata.
Gabarito: alternativa B.
(CESPE - MPU - 2013) Julgue os itens seguintes, acerca das técnicas de cultivo de espécies agrícolas.
A colheita mecanizada da cenoura possibilita a diminuição dos custos de produção dessa espécie,
principalmente dos custos com mão de obra. Contudo, em razão das perdas de raízes e os custos elevados
dos equipamentos, esse método de colheita ainda não é viável no Brasil.
Comentário: a afirmativa está errada, pois a colheita mecanizada possibilita redução dos custos de mão-de-
obra, mas seu emprego é viável no Brasil. Contudo, as colhedoras são caras e economicamente viáveis
apenas em grandes áreas. Além disso, as cenouras são recolhidas puxando-se a parte aérea, o que exige o
emprego de cultivares adaptadas ao arranquio.
Gabarito: E.
1.5 - HORTALIÇAS-FRUTO
1.5.1 - Solanáceas
Tomate
(CESPE - MPU - 2013) Julgue os itens seguintes, acerca das técnicas de cultivo de espécies agrícolas.
Os cultivares de tomate com fins industriais apresentam um padrão de crescimento determinado,
que acarreta um padrão uniforme de desenvolvimento dos frutos. Essas características permitem a colheita
mecanizada do tomate.
Comentário: a afirmativa está correta, pois as cultivares de tomate industrial têm crescimento determinado,
caracterizado pela emissão de um cacho na porção apical do caule que paralisa o crescimento vegetativo.
Com isso, a produção de frutos é mais concentrada em determinado período, o que possibilita a colheita
mecanizada.
Gabarito: afirmativa correta.
● Santa Cruz: principal tomate de mesa consumido no país, os frutos são arredondados, bi ou
triloculares, de sabor ligeiramente ácido.
● Salada: frutos grandes, pluriloculares (quatro a cinco lóculos) com formato achatado.
O tomate tem boa adaptação a diversas regiões do país, mas tem certa sensibilidade a altas
temperaturas, que podem levar ao abortamento de flores e frutos e produção de frutos com coloração
amarelada (devido à menor síntese de licopeno e maior síntese de outros carotenoides). O plantio é
realizado por mudas e a propagação é feita a partir de sementes. Os solos de textura média são bastante
adequados, por garantirem melhor drenagem. O plantio é realizado em sulcos, com espaçamento de 1 a 1,2
m entre linhas e 0,3 a 0,6 m entre plantas.
O tomateiro necessita de tutoramento para evitar contato da parte aérea da planta com o solo. A
fixação das plantas à estrutura (amarrio) inicia-se 10-15 dias após o transplantio das mudas, antes das
plantas começarem a tombar. Novos amarrios vão sendo feitos à medida que as plantas crescem e à medida
que novos cachos se desenvolvem. São empregadas diferentes estruturas de condução:
● Cerca cruzada ou V invertido: forma de condução bastante comum. Cada planta é tutorada por
uma vara de bambu, posicionada a 5-10 cm da planta e apoiada em um arame na posição superior (a 1,8 m
do solo). O arame é sustentado por mourões.
● Tutoramento vertical individual: também usa estacas de bambu (1,5 a 2,0 m), que são enterradas
próximo às plantas.
● Tutoramento vertical individual com fitilho: mourões enterrados ao longo da linha de plantio (a
cada 4-5 m) sustentam dois fios de arame, um mais próximo do solo e outro a 1,9 m. O fitilho é amarrado
no arame inferior, usado para laçar a planta em uma ou duas voltas e então amarrado no arame superior.
● Espaldeira ou cerca horizontal: mourões fincados no solo a cada 5 m sustentam fios de arame
posicionados a cada 25-30 cm.
O tomateiro é bastante suscetível ao ataque de pragas, tendo especial importância aquelas que
atacam os frutos e depreciam a sua qualidade (traça e brocas) e as que transmitem viroses (insetos
sugadores).
● Tombamento e podridão de raízes: atacam a região do colo das plântulas no viveiro e mudas
recém transplantadas, levando ao tombamento das plantas afetadas (damping-off) e apodrecimento de
raízes. Os principais agentes etiológicos são Rhizctonia solani, Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum.
Controle pelo emprego de material de propagação sadio, tratamento de sementes, rotação de culturas e
preparo do solo.
● Murchas: colonização dos vasos condutores que se manifesta como murcha na parte aérea
provocada por fungos (Fusarium oxysporum, Verticillium dahlie, V. albo-atrum) ou bactérias (Ralstonia
solanacearum). Controle pelo uso de variedades resistentes às murchas de etiologia fúngica.
● Requeima (Phytophthora infestans): provoca lesões necróticas em folhas, hastes e frutos, com
grande potencial de destruição quando as condições são favoráveis ao progresso da doença (alta umidade
e temperaturas amenas). Controle pelo uso de fungicidas.
● Manchas foliares: lesões necróticas nas folhas, que variam em função do patógeno, podendo ser
de etiologia fúngica, como a pinta-preta (Alternaria solani) e a septoriose (Septoria lycopersici) ou
bacteriana, como a pinta-bacteriana (Pseudomonas syringae) e a mancha-bacteriana (Xanthomonas
campestris).
● Podridão apical: provocada principalmente pela deficiência de Ca, associada a déficit hídrico e
adubação nitrogenada excessiva.
Os frutos são geralmente colhidos no ponto de "verde-maduro", quando a coloração verde intensa
passa a verde-amarelada. Como o fruto é climatérico, a colheita nesse ponto garante maior durabilidade
durante a comercialização, principalmente para as cultivares "longa vida", que duram até três semanas.
(IF-RS - IF-RS - 2016) A cultura do tomateiro é uma das mais disseminadas ao redor do mundo, embora seja
extremamente complexa e de elevado risco econômico. Com relação à implantação dessa cultura, analise
as afirmativas identificando com “V” as VERDADEIRAS e com “F” as FALSAS, assinalando a seguir a
alternativa CORRETA, na sequência de cima para baixo:
( ) A semeadura direta no campo apresenta algumas desvantagens, entre elas o gasto elevado com sementes,
a dificuldade para realizar os tratos culturais iniciais e a necessidade de desbastar as plantinhas em excesso
na maioria das situações, operação difícil e onerosa.
( ) A semeadura densa em sementeira, seguida pela repicagem para viveiro e posterior transplante para o
campo, produz mudas mais vigorosas que nos demais métodos e em tempo reduzido. Porém, o excessivo
manuseio danifica as raízes, favorecendo o aparecimento de problemas fitossanitários.
( ) A semeadura realizada diretamente em recipientes reúne uma série de vantagens. A primeira delas é a
redução no manuseio das mudas, levando à diminuição na ocorrência de doenças, tanto pelo menor contato
manual dos operadores quanto pela manutenção de raízes mais íntegras. Outras vantagens incluem maior
precocidade no campo e economia de sementes.
( ) Atualmente a semeadura em bandejas é o método mais utilizado, por reunir todas as vantagens do
método em recipientes, embora exija mais mão-de-obra durante as operações.
( ) Recomenda-se realizar o transplante para o sulco de plantio no crepúsculo e irrigar com frequência, para
que as plantam retomem o desenvolvimento com rapidez. A muda deve ser transplantada em profundidade
menor do que aquela em que se encontrava.
(A) V – V – V – F – F.
(B) V – F – V – F – F.
(C) F – F – F – V – F.
(D) V – F – V – F – V.
(E) F – V – F – V – V.
Comentário: a primeira afirmativa está correta, pois a semeadura direta na cultura do tomateiro apresenta
várias desvantagens, como o maior gasto de semente (que têm preço mais elevado pelo predomínio de
cultivares híbridas) e controle de plantas daninhas mais difícil, já que a cultura tem que competir com as
plantas daninhas desde a emergência.
A segunda afirmativa está errada, pois a produção de mudas em sementeira resulta em plântulas de pior
qualidade, mais sujeitas a problemas fitossanitários, como tombamento (já que a densidade de semeadura
é alta na sementeira e as condições são favoráveis aos patógenos), além de provocar danos ao sistema
radicular durante o transplantio pela separação das mudas.
A terceira afirmativa está correta, pois a produção de mudas em recipientes facilita a operação de plantio,
já que a muda é mais facilmente removida, apresenta menor gasto de sementes pela produção de mudas
em recipientes individualizados ou em bandejas com células e resulta em desenvolvimento inicial da lavoura
mais rápido, uma vez que as mudas já vão para o campo com três a quatro folhas definitivas.
A quarta afirmativa está errada, pois a produção de mudas em bandejas demanda menor mão-de-obra que
a produção de mudas em recipientes individuais, possibilitando mecanização de algumas etapas da produção
da muda (enchimento das bandejas, semeadura com o uso de gabaritos) quanto do transplantio
(transplantadoras mecanizadas).
A quinta afirmativa está errada, pois o transplantio da muda em profundidade inferior à que ela se
encontrava resulta em exposição de raízes, menor contato do sistema radicular com o solo e maior chance
de tombamento.
Gabarito: alternativa B.
(IDCAP - CONSED-GO - 2019) O tomate e uma cultivar de grande escala econômica no brasil e no mundo,
devido a sua grande demanda mundial, usado principalmente na indústria. No grupo das hortaliças o
tomate tem papel econômico e social. Em relação a cultura do tomate, assinale a alternativa correta.
(A) As cultivares do grupo Santa Cruz apresentam menor resistência ao transporte do que as cultivares do
grupo Salada.
(B) As cultivares do grupo Italiano são de crescimento determinado, cultivados em campo ou estufa.
(C) Frutos amarelados são devido a redução da síntese de licopeno e formação de caroteno em função de
altas temperaturas.
(D) Todas as cultivares do grupo cereja são híbridas.
(E) No tomateiro o amarelo Baixeiro é causado pela deficiência de Mn.
Comentário: a alternativa A está errada, pois os tomates do grupo Santa Cruz são mais consistentes e
apresentam boa resistência ao transporte a longas distâncias.
A alternativa B está errada, pois as cultivares do grupo Italiano podem ser de crescimento determinado ou
indeterminado.
A alternativa C está correta, pois altas temperaturas reduzem a síntese de licopeno e favorecem a síntese de
outros carotenoides, dando coloração amarelada aos frutos maduros.
A alternativa D está errada, ainda que os híbridos dominem o mercado de cultivares de tomate atualmente,
existem diversas cultivares que são resultantes do melhoramento convencional, por exemplo as cultivares
adaptadas à região amazônica obtida no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).
A alternativa E está errada, pois o amarelecimento das folhas baixeiras pode ser causado por deficiência de
N ou doenças foliares, que atacam principalmente essas folhas mais próximas do solo.
Gabarito: alternativa C.
1.5.2 - Cucurbitáceas
Abóboras
Nativas do continente americano, as abóboras são hortaliças de clima quente, não tolerando
temperaturas abaixo de 10 °C. Seu cultivo pode ser feito em todo o país, com limitação em alguns locais
quanto à época.
O ciclo tem duração de 100 a 150 dias, dependendo da cultivar e se os frutos são colhidos verdes ou
maduros. O solo pode ser preparado em sulcos ou covas para a implantação da lavoura. O plantio pode ser
feito por mudas ou por semeadura direta, que exige maior gasto com sementes e posterior desbaste do
excesso de plântulas. O espaçamento influencia o tamanho dos frutos: espaçamento de 4,0 m entre linhas e
4,0 m entre plantas resulta em frutos maiores que o espaçamento de 4,0 m entre linhas e 1,0 m entre plantas.
Além do desbaste, outros tratos culturais incluem o penteamento (condução das ramas) e a adição de
palhada (evita contato direto dos frutos com o solo).
Melancia
O melão e a melancia são hortaliças-fruto de clima quente, nativos da África. A melancia tem sido
uma lavoura vantajosa para pequenos agricultores, devido ao seu baixo custo de produção e bom retorno
financeiro. Atualmente vem aumentando o consumo de mini melancias (adequadas para famílias menores
e ocupam menos espaço no refrigerador) e melancias sem sementes. A melancia tem hábito de crescimento
rasteiro e sistema radicular bem desenvolvido, ainda que a parte aérea não seja abundante (não protege
bem o solo).
O cultivo da melancia é mais favorável nos meses mais quentes e secos, em geral de agosto a
dezembro, condição menos propícia ao desenvolvimento de doenças e mais favorável aos polinizadores
(abelhas). A implantação é feita principalmente por semeadura direta em sulcos ou covas a partir de
sementes ou, no caso de cultivares híbridas (sementes mais caras), o plantio é realizado por mudas
produzidas em bandejas.
O espaçamento de plantio afeta o tamanho dos frutos, devendo ser levada em consideração a
preferência do mercado consumidor. Espaçamento de 2,0 m entre linhas e 0,8 m entre plantas resulta em
frutos grandes, enquanto espaçamento de 2,0 m entre linhas e 0,3-0,5 m entre plantas resultam em frutos
menores.
Os tratos culturais na condução da lavoura envolvem o desbaste de plântulas (no caso da semeadura
direta), o penteamento e condução das ramas (antes que se fixem ao solo), o desbaste ou raleio de frutos
(resulta em frutos maiores) e a proteção dos frutos com palhadas para que não fiquem em contato direto
com o solo (originando a condição de "barriga branca"). Como os frutos são não-climatéricos, devem ser
colhidos maduros.
Melão
O meloeiro pode ter hábito de crescimento rasteiro ou trepador, o que influencia o sistema de
plantio e condução. Bastante exigente em temperatura, paralisando o crescimento quando esta atinge
menos de 13 °C. Quanto às características dos frutos, podem ser divididos em duas variedades distintas:
● Cucumis melo var. inodorus: frutos de casca lisa ou enrugada de coloração amarela, verde escura
ou branca e polpa branca a verde-clara. Os frutos são não-climatéricos, com excelente conservação em
pós-colheita. Produzidos principalmente na região Nordeste em cultivo sem condução (rasteiro). Inclui
frutos como o melão amarelo e o melão pele-de-sapo.
● Cucumis melo var. cantaloupensis: frutos considerados mais nobres, com aroma e maior
concentração de açúcares. Os frutos desse grupo são climatéricos e apresentam menor conservação em
pós-colheita. A casca é comumente rendilhada e a polpa apresenta grande variedade de cores (amarela,
alaranjada). Comumente produzido em cultivo protegido com sistema de condução.
O plantio de C. melo var. inodorus é geralmente feito no campo, por semeadura direta, o que exige
desbaste de plântulas. O sistema de condução é comumente em linhas duplas, com espaçamento de 0,7-0,9
m entre linhas, 1,0-1,2 m entre linhas duplas e 0,4-0,5 m entre plantas.
Esse modo de produção sofreu grande estímulo com a introdução do uso de materiais plásticos na
agricultura (plasticultura), que possibilitou a implantação de ambientes protegidos com custos muito
menores.
No Brasil, as iniciativas pioneiras de cultivo protegido se iniciaram na década de 1970, porém apenas
na década seguinte diversas empresas passaram a produzir os insumos necessários no país, como estruturas
e filmes plásticos.
O cultivo em ambiente protegido é especialmente vantajoso para obtenção de produtos com alto
valor agregado ou que apresentam problemas para produção no campo. Condições como proximidade de
grandes centros consumidores e condições climáticas desfavoráveis ampliam a possibilidade de sucesso do
cultivo protegido.
● Carência de informação técnica, com sistemas de produção ainda não totalmente estabelecidos
para diversas situações.
● Falta de conhecimento de grande parte dos consumidores para valorizar as qualidades dos
produtos provenientes de cultivo protegido.
A afirmativa V está errada, pois o cultivo protegido é especialmente vantajoso em condições de clima mais
frito, como das latitudes mais elevadas, que se beneficiam muito do aumento da temperatura propiciado
pelo efeito estufa.
Gabarito: alternativa C.
A escolha do local de instalação e a sua caracterização são de extrema importância para o máximo
aproveitamento dos benefícios do cultivo protegido.
Existem diferentes estruturas para cultivo protegido, com vantagens e limitações próprias que as
tornam mais adequadas para dadas situações. De modo geral, as estruturas devem ser resistentes,
econômicas, permitindo a passagem da radiação solar e o controle do ambiente interno (umidade,
temperatura). As principais estruturas empregadas no país são os telados, os túneis (baixo e alto), e as casas
de vegetação em arco e em capela.
● Telados ou ripados: são estruturas rústicas, comumente com estrutura em madeira, cobertas com
tela de sombreamento agrícola. A principal finalidade é controlar o excesso de radiação que incide na
cultura, protegendo também contra granizo, ventos fortes e pássaros. Devido ao baixo custo de
implantação, essas estruturas têm sido inadvertidamente empregadas como alternativa de cultivo
protegido em diversas situações. Contudo, a restrição que impõe à luminosidade no interior do ambiente
pode ser limitante à produção. Seu uso é mais adequado para produção de mudas, propagação de plantas
e produção da plantas ornamentais de sombra e meia-sombra.
● Túneis: são estruturas geralmente provisórias para proteção de culturas de alto valor agregado
em épocas desfavoráveis à produção pela incidência de chuvas. O túnel baixo é construído sobre os
canteiros individualmente, sendo bastante empregado na produção de morango em campo. O túnel alto
abrange vários canteiros encontra pouca aplicação no país, pois seu papel é essencialmente de
aquecimento.
● Estrutura em arco: são estruturas mais baratas e de construção mais simples, em que a instalação
da cobertura plástica é bastante facilitada. Como limitação, tem-se a dificuldade de instalação de janelas
zenitais ou lanternim, o que favorece o acúmulo de ar quente e o aquecimento excessivo. Esse tipo de
estrutura também apresenta boa resistência contra ventos fortes, volume interno expressivo (favorece
inércia térmica) e dimensões adequadas que permitem livre movimentação no seu interior e condução de
culturas tutoradas.
Estruturas para cultivo em ambiente protegido: túnel baixo, túnel alto, cobertura de duas águas e
cobertura em arco.
● Estrutura em capela: modelo mais antigo de estufas, sendo possível sua construção com diversos
materiais disponíveis. A cobertura pode ser feita tanto com materiais rígidos quanto flexíveis. Além disso,
apresenta maior facilidade para instalação de janelas zenitais ou lanternins, que favorecem a ventilação e
remoção do ar quente do interior da estrutura. Apresenta menor volume interno que as estufas de arco de
mesma dimensão, além de exigir elementos estruturais internos que atrapalham a movimentação e
localização dos canteiros.
As estruturas podem ser construídas de diferentes materiais, como mourões de madeira, postes de
concreto e estruturas metálicas. Em geral, as estruturas metálicas têm sido mais utilizadas pela possibilidade
de construção de estruturas pré-fabricadas. A estrutura deve ser capaz de suportar as cargas permanentes
(peso da estrutura e da cobertura), a carga dos equipamentos (ventiladores, sistema de irrigação), a carga
do vento e a carga da cultura. A altura das estruturas é variável, comumente até 3,0 m de altura,
dependendo do porte da cultura (pé-direito 1,0 a 1,5 m acima do ponto mais alto da cultura).
● Vidro: apresenta excelente transmissividade da luz e boa retenção de calor, mas é muito caro e
torna a estrutura muito pesada.
● Plástico flexível: o filme plástico de polietileno tem sido o principal material de cobertura usado
nas estufas agrícolas. Apesar de apresentar boa capacidade de transmissão de luz, o material se torna opaco
com o tempo pelo acúmulo de poeira. Deve ser instalado bem tensionado para reduzir sua movimentação
sob ação do vento. Seu contato com a estrutura deve ser protegido para aumento da sua vida-útil (até 5
anos, já que sofre degradação pela radiação ultravioleta).
● Plástico rígido: placas de acrílico ou policarbonato. Esses materiais plásticos são bastante duráveis
(10 a 15 anos de vida-útil), com boa retenção de calor e resistência mecânica muito elevada, porém de custo
elevado.
Radiação
A cobertura da estufa atenua a radiação solar incidente em seu interior. Essa redução pode
corresponder de 5 a 35% da radiação incidente, variando conforme a transmitância da cobertura
(composição química, espessura, presença de aditivos, acúmulo de poeira na superfície) e a inclinação do Sol
(época do ano, hora do dia). Outro efeito da cobertura é o espalhamento da radiação, com aumento da
proporção de radiação difusa.
Temperatura
● Janela zenital ou lanternim: aberturas na parte superior da estrutura que permitem a saída natural
do ar quente, que apresenta menor densidade e tendência de migrar para os locais mais elevados.
● Cortinas laterais: devem ser abertas durante o dia para melhorar a ventilação no interior da estufa
e para a entrada de polinizadores. Durante a noite ou nas épocas mais frias do ano, o manejo das cortinas
laterais é alterado para que a temperatura seja mantida mais alta no interior da estrutura.
Umidade do ar
Ventilação
● Cortinas laterais: o manejo das aberturas laterais é extremamente importante para controle da
temperatura no ambiente protegido. Em épocas quentes, essas aberturas devem permanecer abertas por
períodos mais longos, enquanto em épocas frias são abertas por curtos períodos durante o dia.
(FUNDEP - IFN-MG - 2016) Em relação à construção de estufas não climatizadas, algumas ações podem ser
feitas visando a deixar o ambiente mais adequado para o cultivo das plantas. Em relação a essas ações,
assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
2 - QUESTÕES COMENTADAS
1. (FCC - SEGEP-MA - 2016) Os ciclos de cultivo das plantas podem ser anual, bianual ou perene. É
planta de cultivo perene:
(A) melão.
(B) pepino.
(C) alface.
(D) aspargo.
(E) feijão.
Comentário: a alternativa A está errada, pois o melão é cultivado como hortaliça anual, apesar de ser uma
planta perene na natureza.
A alternativa B está errada, pois o pepino é uma planta anual.
A alternativa C está errada, pois a alface é uma planta de ciclo curto, sendo substituída após a colheita.
A alternativa D está correta, pois o aspargo é uma hortaliça perene.
A alternativa E está errada, pois o feijão é uma planta anual.
Gabarito: alternativa D.
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2. (Instituto Excelência - Prefeitura de Barra Velha, SC - 2019) As hortaliças são classificadas em três
grandes grupos, considerando assim as particularidades das modernas cultivares. Desta forma é
considerado as peculiares exigências termoclimáticas de cada cultura durante a maior parte do ciclo
cultural. Entre uma destas classificações se encontra as hortaliças de clima quente, que são as tipicamente
intolerantes ao frio, onde ocorre à inibição da produção ou sua produção é prejudicada, estas exigem
temperaturas elevadas, diurnas e noturnas, são todas intolerantes a geadas, porém algumas conseguem
tolerar temperaturas amenas. Assinale a alternativa CORRETA que demonstra quais culturas oleráceas
pertencem a esta exigência termoclimática específica (Hortaliças de clima quente).
(A) Alho, alcachofra e os vários tipos de couves.
(B) Tomate, batata, alface e moranga híbrida.
(C) A maioria das curcubitáceas, batata-doce e quiabo
(D) Cenoura, beterraba e morango.
Comentário: a alternativa A está errada, pois a alcachofra e o alho são hortaliças de clima frio.
A alternativa B está errada, pois tomate, batata e alface são hortaliças de clima ameno.
A alternativa C está correta, pois as cucurbitáceas em geral, a batata-doce e o quiabo são hortaliças de clima
quente.
A alternativa D está errada, pois a cenoura é uma hortaliça de clima ameno, enquanto a beterraba é uma
hortaliça de clima frio.
Gabarito: alternativa C.
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3. (IF-TO - IF-TO - 2018) Com relação ao cultivo de plantas olerícolas, identifique abaixo as afirmativas
verdadeiras (V) e as falsas (F).
( ) São exemplos de espécies olerícolas do tipo herbáceas, frutos e tuberosas, respectivamente: Arracacia
xanthorrhiza, Citrullus lanatus, Beta vulgaris var. cicla.
( ) A podridão apical do tomateiro, caracterizada por manchas marrons ou pretas na base do fruto, é
decorrente da infecção pelo fungo Alternaria solani.
( ) Um dos fatores climáticos relacionados à produção de hortaliças é a termoperiodicidade diária, que diz
respeito à faixa de temperatura máxima diária que cada cultura pode tolerar sem comprometer o seu
rendimento.
( ) A murcha das solanáceas, causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, é uma das principais doenças
do tomateiro em algumas regiões do Brasil. Das medidas mais eficientes utilizadas no seu controle,
destacam-se a resistência genética e o tratamento de sementes.
( ) Considerando o plantio de 1 (um) hectare de certa cultura, no espaçamento de 1m x 50 cm, uma muda
por cova e desconsiderando perdas de mudas, o produtor irá utilizar o total de 21.000 mudas para realizar o
transplante. Considerando ainda que a recomendação de adubação de plantio por hectare seja de 600 kg de
mistura da formulação 4-14-8, a quantidade de adubo por cova seria de 28,6 g.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta de cima para baixo:
(A) V- F- F- V- F.
(B) F- F- F- F- F.
(C) F- F- V- V- V.
(D) F- F- F- V- F.
(E) V- F- F- V- V.
Comentário: a primeira afirmativa está errada, pois a mandioquinha (Arracacia xanthorriza) é uma hortaliça
tuberosa, assim como a beterraba (Beta vulgaris), enquanto a melancia (Citrullus lanatus) é uma hortaliça-
fruto.
A segunda afirmativa está errada, pois a podridão apical do tomate é caracterizada pelo apodrecimento da
porção distal (do ápice, em oposição à basal) decorrente principalmente da deficiência de Ca, enquanto o
fungo Alternaria solani é causador da pinta-preta.
A terceira afirmativa está errada, pois a termoperiodicidade diz respeito à variação diária da temperatura,
ou seja, à amplitude térmica entre o dia e a noite.
A quarta afirmativa está errada, pois não há variedade resistente à murcha-bacteriana. O uso de variedades
resistentes e tratamento de sementes são métodos de controle das murchas de etiologia fúngica (Fusarium
Verticillium).
A quinta afirmativa está errada. No espaçamento de 1,0 x 0,5, haverá 10.ooo m de linhas de plantio (10.000
m²/1,0 m entre linhas). Com espaçamento de 0,5 m entre plantas, nesses 10.000 m de linha haverá
10.000/0,5 = 20.000 plantas/ha. Para essa população de plantas, a adubação por cova seria de 600 kg =
600.000 g/20.000 plantas = 30 g/planta.
Gabarito: alternativa B.
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( ) Os nomes científicos dados a algumas hortaliças: abobrinha italiana (Curcubita italiana); alface (Lactura
folium); beterraba (Beterabus vulgaris); pepino (Capsicum frutescens).
( ) A podridão apical dos frutos nas culturas do tomate, do pimentão e da melancia está associada à
deficiência de nitrogênio e, uma vez instalada, é agravada pelo uso de micronutrientes.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
(A) V – V – F – F – V.
(B) F – V – V – F – F.
(C) F – V – F – V – F.
(D) V – F – F – V – V.
(E) V – F – V – V – F.
Comentário: a primeira afirmativa está errada, pois a palavra olericultura tem origem no latim (oleris =
hortaliça; colere = colher).
A segunda afirmativa está correta, pois as hortaliças em geral apresentam tecidos herbáceos (tenros e
suculentos), ciclo curto de produção, manejo intensivo e áreas menores em comparação às grandes culturas.
A terceira afirmativa está correta, pois tomate, quiabo, feijão-vagem e morango são hortaliças-fruto,
enquanto alface, repolho, aspargo, couve-flor e brócolis são hortaliças herbáceas.
A quarta afirmativa está errada, pois os nomes científicos dessas hortaliças são Cucurbita pepo (abobrinha),
Lactuca satuva (alface), Beta vulgaris (beterraba) e Cucumis sativus (pepino).
A quinta afirmativa está errada, pois a podridão apical dos frutos é provocada pela deficiência de Ca.
Gabarito: alternativa B.
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(A) olericultura.
(B) paisagismo.
(C) horticultura.
(D) floricultura.
Comentário: a alternativa A está errada, pois a Olericultura é a ciência que estuda a produção de hortaliças.
A alternativa B está errada, pois o Paisagismo é a ciência que estuda a relação entre as pessoas e o ambiente
físico, de forma a possibilitar a construção de espaços que atendam às necessidades dos usuários a partir da
implantação de vegetação e outros elementos.
A alternativa C está correta, pois a Horticultura é o ramo da Fitotecnia que estuda a produção de hortaliças,
árvores frutíferas, plantas ornamentais, medicinais, aromáticas e condimentares.
A alternativa D está errada, pois a Floricultura é a ciência que estuda a produção de plantas ornamentais.
Gabarito: alternativa C.
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8. (FUNDEP - Prefeitura de Lagoa Santa, MG - 2019) O cultivo de olerícolas tem grande importância
socioeconômica e nutricional. Sobre a olericultura, assinale a alternativa correta.
(A) Além das plantas vulgarmente conhecidas como legumes e verduras, do ponto de vista agronômico
também são incluídas na olericultura: batata, batata-doce, melancia, melão, milho-doce, milho-verde e
morango.
(B) O cultivo protegido, embora plenamente estabelecido na Europa, não tem sido realidade no Brasil, por
ser um país tropical, não necessitando do efeito estufa.
(C) Trata-se de uma atividade altamente extensiva, a exemplo de grandes áreas mecanizadas de cultivo de
batata-inglesa, beterraba e cenoura.
(D) Uma característica é a exigência de glebas em bom estado, devido à alta exigência nutricional, sendo
assim inviável o uso de áreas com solos pedregosos e baixadas alagadas
Comentário: a alternativa A está correta, pois batata, batata-doce, melancia, melão, milho-doce, milho-
verde e morango são considerados hortaliças devido ao ciclo curto de produção e uso direto na alimentação
humana sem beneficiamento prévio.
A alternativa B está errada, pois o cultivo protegido é largamente empregado no país, possibilitando a
produção de culturas de alto valor agregado e produção em épocas de entressafra quando as condições
climáticas são limitantes (exemplo: incidência de doenças na época das chuvas).
A alternativa C está errada, pois a olericultura é uma atividade altamente intensiva em tratos culturais,
mesmo em áreas mais extensas como nas culturas de batata e cenoura.
A alternativa D está errada, pois a técnica de hidroponia possibilita o desenvolvimento da olericultura mesmo
em condições inadequadas de solo.
Gabarito: alternativa A.
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10. (Instituto Excelência - Prefeitura de Barra Velha, SC - 2019) A olericultura é utilizada como um termo
cientifico e preciso no meio agronômico. Em relação à olericultura assinale a alternativa CORRETA.
(A) A olericultura é ramo da horticultura que abrange o estudo da produção das culturas oleráceas, sendo
somente as “verduras” e “legumes”.
(B) A olericultura pode ser vista como uma atividade agroeconômica, ciência aplicada, recreação educativa,
ou como uma fonte relevante para a nutrição humana.
(C) A olericultura apresenta as seguintes características, consistência tenra, não lenhosa, ciclo biológico
curto, tratos culturais intensivos e exigem um preparo industrial.
(D) É importante notar que a olericultura e a horticultura são sinônimos, pois, englobam plantas idênticas.
Comentário: a alternativa A está errada, pois além de verduras e legumes (de acordo com a classificação
popular), frutas como melancia, melão e morango também fazem parte do contexto da Olericultura.
A alternativa B está correta, pois a olericultura pode ser considerada uma atividade agrícola com destinação
comercial, como um ramo da ciência da Fitotecnia e como recurso educacional e de suplementação
alimentar em hortas escolares, comunitárias e domésticas.
A alternativa C está errada, pois as hortaliças são consumidas diretamente, não demandando processamento
industrial.
A alternativa D está errada, pois Olericultura e Horticultura não são sinônimos, sendo este termo mais
abrangente, incluindo também a produção de árvores frutíferas e plantas ornamentais.
Gabarito: alternativa B.
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11. (CETREDE - Prefeitura de Aquiraz, CE - 2017) Hortaliça bastante apreciada no Nordeste Brasileiro,
da família das Cucurbitáceas, a Citrullus lanatus, é chamada de
(A) tomate.
(B) pimentão.
(C) batata.
(D) melancia.
(E) pimenta.
Comentário: a alternativa A está errada, pois o tomate (Lycopersicon esculentum) é uma solanácea.
A alternativa B está errada, pois o pimentão (Capsicum annuum) é uma solanácea.
A alternativa C está errada, pois a batata (Solanum tuberosum) é uma solanácea.
A alternativa D está correta, pois Citrullus lanatus é o nome científico da melancia.
A alternativa E está errada, pois a pimenta (Capsicum sp.) é uma solanácea.
Gabarito: alternativa D.
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12. (FUNDEP - IFN-MG - 2016) O cultivo de hortaliças no Brasil se diferencia do cultivo das demais
culturas agrícolas pelos seguintes motivos:
I. Envolve espécies exóticas trazidas pelos colonizadores portugueses.
II. Envolve espécies de origem sul-americana que foram introduzidas na Europa pelos colonizadores
portugueses.
III. Envolve espécies de ciclo relativamente curto.
IV. Envolve espécies pesadamente adubadas.
É correto apenas o que se afirma em:
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) III e IV.
(D) I e III.
Comentário: a afirmativa I está errada, pois as demais culturas agrícolas também se baseiam em espécies
exóticas. Além disso, o consumo de hortaliças foi mais influenciado pela vinda de imigrantes japoneses e
italianos que pelos colonizadores portugueses.
A afirmativa II está errada, pois as hortaliças nativas da América do Sul, como tomate e batata, foram levadas
para a Europa pelos espanhóis.
A afirmativa III está correta, pois as hortaliças são culturas de ciclo curto.
A afirmativa IV está correta, pois as hortaliças são exigentes em fertilidade do solo e respondem bem à
adubação, o que favorece o uso de adubações pesadas, já que as lavouras são relativamente pequenas.
Gabarito: alternativa C.
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13. (MS-CONCURSOS - CREA-MG - 2014) A cultura da alface – Lactuca sativa L., pertencente a família
Compositae ou Asteracea -, é uma das principais cultivadas no Brasil. Qual das alternativas não
corresponde a características da alface?
(A) Métodos de propagação: transplantio tradicional; Semeadura direta e transplantio de mudas de
bandejas.
(B) Os melhores resultados são conseguidos mantendo-se mais de 80% de água disponível no solo.
(C) O ponto ideal de colheita: Máximo crescimento vegetativo, folhas tenras e suculentas; após o início do
alongamento da haste; florar é de 70 – 90 dias após a semeadura.
(D) Sob dias longos e temperaturas altas (maiores que 20°C), as alfaces tendem a reduzir o ciclo vegetativo.
Comentário: a alternativa A está correta, todos esses métodos de implantação são possíveis, porém
atualmente predomina a implantação a partir de mudas produzidas em bandejas.
A alternativa B está correta, pois a alface é exigente em água e muito sensível ao déficit hídrico.
A alternativa C está errada, pois a colheita é realizada antes da emissão da haste floral ou pendoamento.
A alternativa D está correta, pois a maior incidência de luz e as temperaturas mais altas reduzem o ciclo de
produção e favorecem o pendoamento.
Gabarito: alternativa C.
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14. (UERR - CODESAIMA - 2017) As hortaliças constituem um grupo de plantas alimentares que se
caracterizam pelo alto valor nutritivo, principalmente por conterem vitaminas e sais minerais e pelo seu
delicado sabor. Essas são classificadas em grupos, conforme suas partes utilizáveis e comerciáveis em:
hortaliças-fruto, hortaliças-herbáceas e hortaliças-tuberosas. Assinale abaixo a alternativa correta que
contenha somente hortaliças herbáceas.
(A) abóbora, berinjela, repolho, couve.
15. (CETREDE - Prefeitura de Aquiraz, CE - 2017) A olericultura trata do cultivo econômico das
hortaliças, Na literatura, há uma classificação das hortaliças, segundo a parte comestível da planta. Tendo
por base esta classificação, qual das plantas a seguir NÃO pode ser classificada como uma hortaliça-fruto?
(A) Quiabo.
(B) Tomate.
(C) Aipo.
(D) Pimentão.
(E) Melancia.
Comentário: a alternativa A está errada, pois o quiabo é uma hortaliça-fruto.
A alternativa B está errada, pois o tomate é uma hortaliça-fruto.
A alternativa C está correta, pois o aipo é uma hortaliça-herbácea.
A alternativa D está errada, pois o pimentão é uma hortaliça-fruto.
A alternativa E está errada, pois a melancia é uma hortaliça-fruto.
Gabarito: alternativa C.
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sendo que germoplasma se refere à informação genética contida na matéria capaz de promover o
crescimento, estabelecimento e desenvolvimento da espécie em questão.
(D) O uso de malhas de cobertura coloridas na produção vegetal é uma tecnologia recente que está sendo
pesquisada com uma nova abordagem, a fim de melhorar a utilização da radiação solar pelas culturas
agrícolas. Dependendo dos aditivos cromáticos do plástico, juntamente como a sua forma, as malhas
oferecem diferentes misturas de luz natural (não modificada), em conjunto com luz difusa espectralmente
modificada.
Comentário: a alternativa A está correta, pois o cultivo em ambiente protegido permite a exploração agrícola
mesmo em áreas consideradas improdutivas, tendo se disseminado por todo o mundo.
A alternativa B está errada, pois a técnica tem sofrido grande expansão no país, sendo amplamente utilizada
em diversos segmentos, como olericultura, viveiriculura e floricultura.
A alternativa C está correta, pois os bancos de germoplasma realizam ações de armazenamento e
multiplicação do material de propagação das plantas, que constitui o germoplasma.
A alternativa D está correta, pois as malhas coloridas alteram o espetro de radiação que é transmitindo as
plantas, podendo ter efeitos sobre o seu desenvolvimento.
Gabarito: alternativa B.
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Chegamos ao fim da nossa aula. Espero que você tenha gostado do material e conseguido absorver
todo o conteúdo.
Em caso de dúvida, não deixe de nos contatar, pode ser pelo fórum ou por:
@profdiegotassinari