Guia 29.10
Guia 29.10
PICOS
2024
2
Banca Examinadora:
___________________________________________________________________
Profª Dra. Maria do Socorro Meireles de Deus (UFPI)
Orientadora
___________________________________________________________________
Membro
___________________________________________________________________
Membro
___________________________________________________________________
Suplente
PICOS
2024
4
AGRADECIMENTOS
5
RESUMO
ABSTRACT
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 07
2 REFÊRENCIAL TEÓRICO 05
3 METODOLOGIA 08
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 09
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A:
3
1 INTRODUÇÃO
famílias, 18 gêneros e 318 espécies endêmicas, onde a família mais representativa também foi
a Fabaceae com 80 espécies.
De todos os biomas brasileiros a caatinga é de longe o menos preservado, cerca de
45% da cobertura original já foi degrada. Bahia, Piauí e Ceará são respectivamente os estados
que possuem as maiores áreas de caatinga, desses o Piauí é o que detém a maior área
protegida totalizando cerca de 10% do seu território, são áreas de Proteção Integral (PI) e de
Uso Sustentável (US). De maneira geral, apenas 7,7% do Domínio Caatinga esta preservado
em unidades de conservação (UCs), sendo que 80% desse valor é de unidades de Uso
Sustentável (Oliveira; Silva; Moura, 2019).
A baixa incidência de chuva resultante das zonas de pressão atmosférica presentes na
região, a composição do solo, na sua maioria por sedimentos cristalinos, ineficiente no
armazenamento de água, em uma região onde a temperatura média chega a 28 °C, com um
período de estiagem variando de 7 a 9 meses, esses fatores tiveram importante influência na
vegetação e adaptação das espécies, tanto de vegetais como de animais (Sena, 2011).
Sua flora é muito utilizada pelas comunidades locais para a alimentação, tratamentos
medicinais e comercialização de madeira. Em um levantamento, foram identificadas as
famílias Cactaceae, Anacardiaceae e Fabaceae, como as mais utilizadas para o consumo Silva
et al. (2016). Outro estudo realizado em dois fragmentos de caatinga preservada concluiu que
as famílias mais frequentemente registradas foram Anacardiaceae, Burseraceae, Sapotaceae,
Bignoniaceae, Bombacaceae, Apocynaceae e Euphorbiaceae onde as espécies possuem
diversos usos especialmente medicinal, energético e alimentício (Trovão et al., 2004).
O estado do Piauí apresenta fitofisionomias das Caatingas, Cerrado e de Carrasco
cercados por faixas de transição, no entanto, ressalta-se a baixa quantidade de estudos
relacionados a flora dessas áreas, seja de levantamentos florísticos, fitossociológicos ou
taxonômicos, para se conhecer a diversidade florística nos seus diferentes extratos
vegetacionais, bem como o potencial de uso pelas comunidades locais (Oliveira et al., 1997).
Provavelmente esse uso limitado seja resultado da falta de conhecimento das
potencialidades da flora da Caatinga pela maior parte da população local, portanto é
necessário que estudos sejam potencializados ampliando o conhecimento da população sobre
a importância econômica, medicinal e ecológica das espécies que compõem a flora desse
bioma.
Para o estado do Piauí, esses estudos se resumem em Check Lists e levantamentos
taxonômicos (Moraes; Araújo; Conceição, 2021; Carvalho et al., 2017; Rocha; Luz; Abreu,
5
2017; Lemos; Rodal, 2002). Por tanto nos propomos elaborar um álbum ilustrado com as
espécies de uma área de Caatinga, no município de Francisco Santos –PI, considerando o
hábito, tipo de habitat, distribuição e o potencial econômico e medicinal das espécies listadas
neste trabalho.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ribeiro et al. (2014) enfoca em seu trabalho que apesar da abundante quantidade de espécies
exóticas usadas na medicina, as espécies nativas Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud, e
Ximenia americana L., foram mencionadas como utilizadas como tratamento de múltiplas
enfermidades.
Souza; Rodal (2010), em estudo em área de vegetação ciliar identificaram 78
espécies e 39 famílias. A família Fabaceae como em outros trabalhos já citados anteriormente
apresentou a maior abundância, seguida por Euphorbiaceae Asteraceae. No que se refere ao
hábito as herbáceas representaram 43,6% das espécies identificadas. Fabaceae e
Euphorbiaceae também são citadas como predominantes em estudo realizado por Reis et al.
(2021), os autores também destacam uma elevada diversidade de gêneros e espécies
pertencentes a família Cactaceae, como sendo nativas para o estado do Ceará Pilosocereus
chrysostele subsp. Cearensis P.J. Braun & Esteves, são endêmicas para esse estado. Em
afloramentos rochosos localizados no Ceará, Araújo; Oliveira; Verde, (2008) identificaram 77
espécies distribuídas em 36 famílias das quais as cinco famílias mais representativas foram
Fabaceae (11 spp.), Poaceae (10 spp.), Euphorbiaceae (5 spp.), Asteraceae e Convovulaceae
(4 spp.). A nível de gênero o destaque foi Portulaca L. (3 spp.), os demais foram
Campomanesia Ruiz et Pav., Croton L., Cyperus L., Digitaria Haller., Evolvulus L., Mimosa
L., Paspalum L. e Pilosocereus Byles & Rowley todos registraram duas espécies.
Para o estado do Piauí destacam-se os trabalhos de Oliveira et al. (1997), que em
uma área de Caatinga com influência de Cerrado, no município Serra Velha, registrou 81
espécies e as famílias mais representativas foram Fabaceae (14 spp.) e Cactaceae (6 spp.).
Rocha; Luz; Abreu, (2017) em levantamento florístico do componente arbóreo, no povoado
Gameleira dos Rodrigues em Picos–PI identificaram 37 espécies pertencentes a 34 gêneros e
18 famílias, os gêneros que mais se destacaram foram Hymenaea L. e Piptadenia Benth. (2
spp.) cada, quanto as famílias melhor representadas foram: Fabaceae a mais abundante,
Anacardiaceae e Sapindaceae. O estudo ainda menciona a baixa representatividade da família
Euphorbiaceae (1 spp.) pois ao lado de Fabaceae é uma das famílias mais abundantes da
Caatinga, ao comparar os levantamentos realizados em outros estados da região Nordeste,
como Ceará e Pernambuco, os autores observaram a ocorrência para os três estados, das
espécies: Myracrodruon urundeuva M. Allemão; Annona leptopetala (R. E. Fr.) H. Rainer;
Aspidosperma pyrifolium Mart.; Libidibia ferrea (Mart.) L. P. Queiroz; Mimosa tenuiflora
(Willd.) Poiret; Piptadenia moniliformis Benth. e Ziziphus joazeiro Mart.
8
Lemos; Rodal (2002) em uma área no Parque Nacional Serra da Capivara coletaram
56 espécies lenhosas, distribuídas em 19 famílias, onde mais uma vez a família Fabaceae se
destacou em número de espécies, seguida Caesalpiniaceae, Myrtaceae, Bignoniaceae,
Euphorbiaceae e Mimosaceae a vegetação da área é comum a áreas sedimentares, cristalino e
cerrados do semiárido nordestino.
Moraes; Araújo; Conceição, (2021), listaram as angiospermas de afloramentos
rochosos no Parque Estadual do Cânion do Rio Poti localizado no Piauí, que dispõe de
aproximadamente 24.772, 23 hectares, o parque é uma importante Unidade de Conservação
da biodiversidade da caatinga, a amostragem do levantamento obteve 96 spp., 82 gêneros
distribuídos em 34 famílias Fabaceae, Apocynaceae, Cactaceae, Bignoniaceae e
Euphorbiaceae responsáveis por 71,9% das espécies na área de estudo, além de 8 novos
registros de espécies para o Piauí, 14 espécies endêmicas da caatinga e outros 5 novos registro
para o bioma.
9
3 MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O município de Francisco Santos está localizado na região centro-sul do estado do
Piauí, a uma latitude 06º59'34" sul e a uma longitude 41º08'16" oeste, estando a uma altitude
de 270 metros. Com uma área total de 492,191 km², estima-se uma população de
aproximadamente 8.237 habitantes, com densidade demográfica de 16,74 habitantes/km². Os
municípios limítrofes com Francisco Santos do Piauí são a norte: Pimenteiras, leste:
Monsenhor Hipólito e Campo Grande do Piauí, sul: Jaicós, a oeste: Geminiano e Santo
Antônio de Lisboa (IBGE, 2022). O clima predominante é o tropical semiárido quente. A
temperatura média anual varia de 28 a 30 °C. A Precipitação anual 600 a 800 mm, com
duração do período seco de 7 a 8 meses. Por todo o seu perímetro são encontrados solos
aluviais eutróficos, associados a latossolos vermelho-amarelo e solos indiscriminados
concrecionários tropicais. A vegetação predominante é a Caatinga arbórea e arbustiva.
Coleta de dados
Os dados foram coletados a partir do registro fotográfico do material vegetal,
principalmente das partes reprodutivas (flor e fruto), através de caminhadas aleatórias nas
áreas de Caatinga, no município de Francisco Santos. O material fotografado foi identificado
seguindo a nomenclatura botânica adotada na Lista de Espécies da Flora do Brasil (2024).
Para origem, endemismo, distribuição geográfica e domínio fitogeográfico, será utilizado o
Flora do Brasil, (2024), além de outras bibliografias especializadas. As espécies foram
organizadas, alfabeticamente, de acordo com sua família botânica. A identificação ao nível de
família seguiu o sistema de classificação APG IV (2016). Para cada espécie foi apresentado
um pequeno texto onde consta informações como: características morfológicas, origem,
endemismo, distribuição geográfica, domínio fitogeográfico, nome popular a elas atribuídos,
bem como uso medicinal e importância econômica. As características morfológicas foram
buscadas a partir de consultas a bibliografia especializada e atualizada, como livros ilustrados
(Ribeiro et al., 2023; Drumond et al., 2016; Silva; Prata; Mello, 2014; Cavalcante; Teles;
Machado, 2013; Kill; Terão; Alvarez, 2013; Castro; Cavalcante, 2010; Costa et al., 2002)
com a flora brasileira, artigos de revisão taxonômica, dissertações, teses, material de herbários
e coleções botânicas.
10
4 RESULTADOS E DISCURSSÃO
TABELA 1: Famílias/Espécies registradas pelo levantamento florístico no município de Francisco Santos, Piauí,
Brasil. Legenda: ARB – Arbusto; ÁRV – Árvore; ERVA – Erva; LIA – Liana; SUBA – Subarbusto.
ACANTHACEAE
Justicia triloba (Lindau) E.C.O. Chagas & Costa-Lima Colherzinha Arb
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze perpétua-do-mato Erva
Amaranthus deflexus L. Bredo Erva
Froelichia humboldtiana (Roem. & Schult.) Seub Ervaço Erva
Gomphrena sp. -------- Erva
Gomphrena elegans Mart. perpétua-do-mato Erva
AMARYLLIDACEAE
Zephyranthes sylcatica (Mart.) Baker lírio-da-caatinga Erva
ANACADIACEAE
Anacardium occidentale L. Cajueiro Árv
Astronium urundeuva (M. Allemão) Engl. Aroeira Árv
Spondias tuberosa Arruda Imbuzeiro Árv
APOCYNACEAE
Allamanda blanchetii A. DC. Viúva-alegre Arb
Calotropis procera (Aiton) W.T. Aiton Algodão-da-praia Arb
ASTERACEAE
Bidens subalternans DC. Picão Erva
Blainvillea acmella (L.) Philipson Picão-grande Erva
Centratherum punctatum Cass. Perpétua roxa Erva
Lepidaploa chalybaea (Mart. ex DC.) H. Rob. Balaio-de-velho Suba
Stilpnopappus sp. Orelha de onça Erva
11
Continuação da Tabela 1
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. Tiririca Erva
Cyperus iria L. Três-quinas Erva
EUPHORBIACEAE
Euphorbia hirta L. Erva-de-santa-luzia Erva
Cnidoscolus urens (L.) Arthur Cansanção Arb
Jatropha gossypiifolia L. Pião-roxo Arb
FABACEAE
Acacia sp. Unha-de-gato Árv
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Pata-de-vaca Árv
Cenostigma macrophyllum Tul. Canela-de-velho Árv
Centrosema brasilianum (L.) Benth feijão-bravo Lia
Centrosema pascuorum Mart. ex Benth. -------- Lia
Copaifera sp. -------- Arb
Cratylia mollis Mart. ex Benth. Feijão-camaratu Arb
Hymenaea courbaril L. Jatobá-de-porco Árv
Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L.P. Queiroz Pau-ferro Árv
Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke Pau-mocó Árv
Macroptilium martii (Benth.) Maréchal & Baudet Feijão-bravo Erva
Mimosa camporum Benth. Maliça-dormideira Erva
Mimosa candollei R. Greather Maliça Erva
Mimosa invisa Mart. ex Colla Maliça Arb
Mimosa modesta Mart. Var. modesta Malícia Erva
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W. Rama-de-bezerro Árv
Pterodon emarginatus Vogel Sucupira Árv
Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger Unha-de-gato Árv
Senna sp. Amargoso Suba
Senna sp. -------- Arb
Senna sp. Canafistula Arb
Senna trachypus (Benth.) H.S. Irwin & Barneby Quebra-faca Arb
Stylosanthes angustifolia Vogel Estilosantes Suba
Stylosanthes viscosa (L.) Sw. Melosa Suba
Zornia reticulata Sm. Dente-de-leão Suba
HELIOTROPIACEAE
Heliotropium indicum L. Crista-de-peru Erva
MALPIGHIACEAE
Banisteriopsis schizoptera (A. Juss.) B. Gates Crista-de-galo Arb
Peixotoa reticulata Griseb. Cipó-ouro Arb
MALVACEAE
Helicteres heptandra L.B.Sm. Semente-de-macaco Arb
Pavonia cancellata (L.) Cav. Corda-de-viola Erva
Sida acuta Burm.f. Vassourinha Suba
Continuação da Tabela 1
13
A família Fabaceae foi a que registrou o maior número de espécies, seguida por
Malvaceae, Poaceae, Bignoniaceae, Convovulaceae, Asteraceae, Cactaceae e Amaranthaceae
respectivamente essas famílias representam mais da metade do número de espécies registradas
(Figura 1). Comparado a outros levantamentos florísticos em áreas de Caatinga (Rocha; Luz;
Abreu, 2017; Pereira et al. 2014; Souza; Rodal, 2010; Ramalho et al. 2009; Araújo; Oliveira;
Verde, 2008; Amorim; Sampaio; Araújo, 2005; Trovão et al. 2004; Lemos; Rodal, 2002), o
número de espécies coletadas no presente estudo se mostrou superior. Já comparado a outros
trabalhos (Sousa et al. 2021; Silva et al. 2019; Albuquerque; Andrade, 2002), que obtiveram
resultados semelhantes.
25
11
10
8
7
6 6
5
3 3 3 3
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
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Bi o n n a T Br al Ap C Pas a Cl C lio Ve m O
m u Po m Co B A e
C A E A M A H Co
locais de ocorrência, além diante do exposto, a capacidade de se adaptar aos mais diversos
ambientes tropicais, planícies temperadas e desertos, o que é um claro exemplo de sucesso e
diversificação evolutiva, mundialmente do ponto de vista econômico fica atras apenas da
família Poaceae (Aguilar; Léon; Mejía, 2021; LPWG, 2017).
Além de ser representada em quase que todos os tipos de formações vegetacionais, no
território brasileiro já foram registradas 2.807 espécies e 222 gêneros dentre eles 15
endêmicos da caatinga Amorim et al. (2016). Está família é importante para o Nordeste, pois
é uma fonte de recursos medicinais, energéticos e forrageiros, sendo uma das principais fontes
de alimentos para os animais selvagens e domésticos nos períodos de seca. Os hábitos de vida
da família foram variados, o componente arbóreo registrado foi de 38,2%, os arbustos
representaram 17,6%, subarbustos e lianas 11,7%, as ervas herbáceas tiveram 20,5% do total
amostrado. Houve uma predominância das espécies arbóreas. Os hábitos herbáceos e
arbóreos, também são mencionados como sendo os principais na família por (Costa; Marinho,
2016).
Malvaceae com (11 spp.), foi o segundo maior número de espécies coletadas. O
gênero que mais se destacou foi o Gênero Sida L. com sete espécies (Tabela 1), o habito de
vida subarbustivo foi predominante, dados esses semelhantes aos obtidos no presente
levantamento foram os de Sousa et al. (2021), que coletou 8 sp., em um levantamento na
chapada do Araripe.
Malvaceae Juss., essa família no Brasil é encontrada em todos os estados e biomas,
com 72 gêneros e 778 espécies registradas, além de 9 spp. endêmicas do nosso território,
comumente são arbustos, subarbustos, arvores, trepadeiras e herbáceas (Marques et al, 2017).
Para o Piauí Malvaceae é de suma importância especialmente para abelhas do gênero
(Apis) o que mostra o estudo de Silva; Bastos; Sobreira (2014), afim de inventariar as espécies
melíferas da macrorregião de Picos, registrou 35 espécies e 19 famílias chamando atenção
para Malvaceae com (6 spp.), com o maior número de representantes, seguida por
Euphorbiaceae e Fabaceae com (quatro spp.) cada, mostrando o potencial econômico desta
família na caatinga. Vasconcelos et al, (2021), também obteve resultados semelhantes com
33 espécies, 28 gêneros e 20 famílias mencionadas como melíferas em uma área de ecotono
cerrado-caatinga no norte do Piauí, Fabaceae, Euphorbiaceae e Malvaceae com
predominância das espécies herbáceas.
16
Com relação a Poaceae (10 spp.) foram registradas, os gêneros Cenchrus L.,
Paspalum L. com duas espécies cada foram os mais representativos. Maciel; Alves (2011),
em seu trabalho cita o gênero Paspalum L. como o mais representativo na sua área de estudo.
Poaceae é uma família amplamente distribuída pelo domínio caatinga isso se deve a
sua alta produção de sementes e sua importância econômica como uma espécie forrageira
usada para alimentação de animais, além de ser a família, mais cultivada no mundo (LPWG,
2017; Silva; Coelho; Medeiros 2008). As espécies Cenchrus echinatus L., Setaria parviflora
(Poir.) Kerguélen, Paspalum paniculatum L. foram citadas como nativas pelo (LEFB, 2024).
Bignoniaceae obteve 8 espécies coletadas no presente levantamento Adenocalymma
candolleanum (Mart. ex DC.) L.H. Fonseca & L.G. Lohmann, Adenocalymma sp.,
Anemopaegma sp. (duas espécies), Godmania dardanoi (J.C. Gomes) A.H. Gentry,
Handroanthus impetiginosus (Mart. Ex DC.) Mattos., Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.
Grose Mansoa paganuccii M.M. Silva-Castro.
Bignoniaceae Juss., é uma família Pantropical encontrada especialmente nas América
do Sul e África que são os dois centros de distribuição da família no mundo, possui cerca de
840 espécies e 112 gêneros, a família é dividida em 8 tribos das quais 3 são registradas no
Brasil, com um total de 420 espécies e 34 gêneros já identificados, desse total 213 são
endêmicos do Brasil (Rodrigues et al. 2024; Andrade; Nascimento, 2020; Sscudeller 2004).
Para o estado do Piauí são registradas 26 gêneros e 156 espécies, representando um
alto valor econômico pela sua madeira nobre e seu porte arbóreo imponente o que leva a
extração desordenada de seus recursos, os trabalhos sobre esta família são amplos (Rodrigues
et al. 2024; Lemos, 2004).
A família Convovulaceae formada por espécies anuais de hábito trepador foi bem
representada com (7 spp.), os gêneros Ipomoea L., Jacquemontia Choisy com duas espécies,
cada um. Esses gêneros foram os mais abundantes no levantamento de Delgado; Buril; Alves
(2014).
Convovulaceae Juss., é uma família tropical com 1.880 espécies e 58 gêneros os
biomas com os maiores números de espécies são cerrados, caatinga e mata atlântica com 147,
128 e 104 respectivamente, três gêneros são dominantes Ipomoea L., Jacquemontia Choisy e
Evolvulus L., o Brasil de todos os países do novo mundo é o que detém da maior quantidade
de espécies dessa família 22 gêneros e 403 spp., (Staples, 2010; Moreira; Pigozzo, 2016;
Austin; Cavalcante, 1982).
17
Para o estado do Piauí o destaque vai pra o Primeiro registro de Cuscuta racemosa
Mart., como sendo a primeira ocorrência da espécie no estado e bioma, até então os registros
para a região se concentravam na mata atlântica da Bahia e Pernambuco (Delgado; Buril;
Alves 2014).
A família Cactaceae de hábito suculento com (6 spp.) Arrojadoa rhodantha (Gürke)
Britton & Rose (Rabo-de-raposa), Cereus albicaulis (Rabo-de-cachorro), Cereus jamacaru P.
DC. (Mandacaru), Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb. (Coroa-de-frade),
Tacinga inamoena (K. Schum.) N. P. Taylor & Stuppy (Quipá), Tacinga subcylindrica
(Palma-mirim), em sua maioria endêmicas e adaptada aos tipos de solo pedregosos, cristalinos
e com baixa capacidade de armazenamento de água, graças a fotossíntese do tipo MAC que
possibilitou o sucesso dos cactos no domínio caatinga, são conhecidos por formarem uma
vegetação rala, espinhenta e de porte arbustivo se destacam as cactáceas do gênero Cereus
Mill., pelo seu porte arbóreo (Fernandes; Queiroz, 2018; Alves, 2009).
Asteraceae com seis espécie e seis gêneros foi um destaque Bidens subalternans
DC., Blainvillea acmella (L.) Philipson, Centratherum punctatum Cass., Lepidaploa
chalybaea (Mart. ex DC.) H. Rob., Stilpnopappus sp., Tridax procumbens L. A família tem
importância medicinal e ornamental, no Brasil existem catalogadas 2. 070 espécies, para a
caatinga está entre as famílias mais representativas com 290 espécies e 109 gêneros (Amorim;
Bautista, 2016).
No que diz respeito ao hábito (Figura 2). Das 115 espécies coletadas na área de estudo
ouve a predominância das Ervas (43 spp. ou 37,3%), arbustivas (24 spp. ou 20,8%), arbóreas
(18 spp. ou 15,6%) subarbustos (17 spp. ou 14,7%) e lianas (13 spp. ou 11,3%). Para o estado
do Piauí o levantamento florístico das angiospermas no parque estadual do Rio Poti coletou
96 espécies e o habito de vida mais observados foi arbóreo, seguido por arbustivo, herbáceo,
subarbustivo em menor quantidade lianas Moraes; Araújo; Conceição, (2021). O componente
herbáceo tem um papel fundamental nos ecossistemas da caatinga seu ciclo de vida curto que
depende das chuvas para o seu desenvolvimento. Dito isso o presente exposto é reforçado por
Silva; Araújo; Ferraz, (2009), onde seu levantamento florístico do componente herbáceo em
uma área de caatinga no estado de Pernambuco, mostrou a diversidade de espécies e a
influência direta dos tipos de solos nesse componente herbáceo.
O componente arbustivo e arbóreo não é homogêneo em determinados locais as
arvores formam copas que sobreiam totalmente o solo logo a baixo, por outro lado a
predominância dos arbustos é indiscutível formando populações densas senário que está cada
18
50
Grafico das espécies quanto ao hábito
45 43
40
35
Erva
30 Arbusto
Árvore
25 24
Subarbusto
Liana
20 18
17
15 13
10
REFERÊNCIAS
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APENDICE 1