Material 1 - Transferencia de Calor
Material 1 - Transferencia de Calor
1. TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Transferência de calor é energia em trânsito devido a uma diferença de temperatura. Sempre que existir uma diferença
de temperatura em um meio ou entre meios ocorrerá transferência de calor. A transferência de calor ocorre de três
formas: Condução, Convecção e Radiação Térmica.
1.1. CONDUÇÃO DE CALOR (contato com elementos de fases iguais sólido com sólido; líquido com líquido)
▪ Para substância gasosas e líquidas: Essa transferência de calor dominante ocorre da região de alta
temperatura para a de baixa temperatura pelo choque de partículas mais energéticas para as menos
energéticas.
▪ Para substâncias Sólidas: A energia é transferência por vibração da rede (menos efetivo) e, também, por
elétrons livres (mais efetivo), no caso de materiais bons condutores elétricos. Geralmente, bons condutores
elétricos são bons condutores de calor e vice-versa. E isolantes elétricos são também isolantes térmicos (em
geral). A condução, de calor é regida pela lei de Fourier (1822)
Método de Newton-Raphson:
∆𝑻 𝒅𝑻
𝒒𝒄𝒐𝒏𝒅 = 𝒌 ∙ 𝑨 ∙ = −𝒌 ∙ 𝑨 ∙
𝑳 𝒅𝒙
𝑂𝑛𝑑𝑒:
𝒒𝒄𝒐𝒏𝒅 : 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜
𝑨: á𝑟𝑒𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑝𝑒𝑛𝑑𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑎𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑥 ;
𝒌: 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙. (𝒄𝒐𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒇𝒖𝒓𝒓𝒊𝒆)
∆𝑻 = 𝒅𝑻: 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 → 𝑇𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 − 𝑇𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 );
𝑳 = 𝒅𝒙: 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎
𝑑𝑇
Necessidade do valor de (−) na expressão: 𝑞𝑥 = −𝑘 ∙ 𝐴 ∙ Para 𝑇1 < 𝑇2
𝑑𝑥
Isto é o fluxo de calor flui da região de maior para a de menor temperatura. Está,
portanto, fluindo em sentido contrário a orientação de x, portanto fluxo contrário
ao eixo.
Se as temperaturas forem invertidas, isto é, 𝑇1 > 𝑇2 , conforme próximo esquema,
a equação da condução também exige que o sinal de (−) seja usado (verifique!!)
∆𝑇 < 0 → 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑠𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎
O fluxo de calor estará a favor do eixo de transporte.
1.2. CONVECÇÃO DE CALOR (troca de calor entre fases diferente. ex.: parede + fluido)
Neste mecanismo de transferência um fluido com temperatura 𝑇∞ (𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜) percorrer uma
superfície com temperatura 𝑇𝑆 (𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒) provocando uma transmissão de calor.
A convecção de calor é baseada na Lei de resfriamento de Newton (1701)
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟: 𝒒𝒄𝒐𝒏𝒗 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻 = 𝒉 ∙ 𝑨 ∙ (𝑻𝒔 − 𝑻∞ )
𝒒
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜: = 𝒉 ∙ (𝑻𝒔 − 𝑻∞ )
𝑨
𝑂𝑛𝑑𝑒:
ℎ = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐çã𝑜 (𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛)
𝐴𝑠 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟,
𝑇𝑆 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒;
𝑇∞ = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜.
O problema central da convecção e a determinação do valor de ℎ que depende de muitos fatores, entre eles:
geometria de contato (área da superfície, sua rugosidade e sua geometria), propriedades termodinâmicas e de
transportes do fluido, temperatura envolvidas, velocidades. Esses são alguns fatores que interferem no seu valor.
OBS.: Quando o movimento do fluido foi introduzido por um agente externo, no caso um ventilador, tem-se
uma convecção forçada. Quando o movimento não é forçado, no caso da água fervendo em uma panela tem-se
uma convecção natural;
1.3. RADIAÇÃO TÉRMICA
Esse é o transporte de energia térmica na forma de ondas eletromagnéticas ou fótons, dependendo do modelo
físico adotado. Não necessita de meio físico para se propagar. O calor é transferido de um superfície em alta
temperatura para um superfície em temperatura mais baixa quando tais superfícies estão separadas no espaço,
ainda que exista vácuo entre elas. A energia assim transferida é chamada radiação térmica e é feita sob a forma
de ondas eletromagnéticas. O exemplo mais evidente que podemos dar é o próprio calor que recebemos do sol.
Neste caso, mesmo havendo vácuo entre a superfície do sol (cuja temperatura é aproximadamente 5500 °C) e
a superfície da terra, a vida na terra depende desta energia recebida. Graças a essa forma de transferência de
calor é que existe vida na Terra devido à energia na forma de calor da irradiação solar que atinge nosso planeta.
A radiação térmica é a terceira forma de transferência de calor e é regida pela lei de Stefan – Boltzmann. Sendo
que Stefan a obteve de forma empírica (1879) – e Boltzmann, de forma teórica (1884). Corpo negro – irradiador
perfeito de radiação térmica.
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑟𝑜 (𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙): 𝑂𝑛𝑑𝑒:
𝟒 𝑾
𝑬𝒏 = 𝝈 ∙ 𝑻𝒔 𝝈 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑺𝒕𝒆𝒇𝒂𝒏 – 𝑩𝒐𝒍𝒕𝒛𝒎𝒂𝒏 (𝟓, 𝟔𝟔𝟗 × 𝟏𝟎−𝟖 𝟐 𝟒 ) ;
𝒎 ∙𝒌
𝐴 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒;
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑐𝑖𝑛𝑧𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠): 𝑇𝑠 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 (𝐾).
𝑬 = 𝜺 ∙ 𝝈 ∙ 𝑻𝟒𝒔 𝜀 = 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 é 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑧 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑟 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎)
0≤𝜀≤1
Entretanto, podemos chegar a uma expressão que representa a energia térmica que é liberada devida à emissão
de radiação e aquela que é ganhada devido absorção de energia: 𝑞𝑟𝑎𝑑 = 𝐴 ∙ (𝜀 − 𝛼 ∙ 𝐺)
Onde: α: absortividade (quanto é capaz de absorver); G:taxa na qual todas as radiações incidem sob uma
superfície;
Algumas literaturas apresenta a taxa de calor por radiação como: 𝒒𝒓𝒂𝒅 = 𝒉𝒓 ∙ 𝑨 ∙ (𝑻𝒔 − 𝑻𝒗𝒊𝒛 ) = 𝒉𝒓 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻
Entretanto o coeficiente de transferência de calor por radiação é: 𝒉𝒓 = 𝜺 ∙ 𝝈 ∙ (𝑻𝒔 + 𝑻𝒗𝒊𝒛 ) ∙ (𝑻𝟐𝒔 + 𝑻𝟐𝒗𝒊𝒛 )
2 4
Logo: 𝑞𝑟𝑎𝑑 = [𝜀 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠 + 𝑇𝑣𝑖𝑧 ) ∙ (𝑇𝑠2 + 𝑇𝑣𝑖𝑧 )] ∙ 𝐴 ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 ) = 𝜀 ∙ 𝐴 ∙ 𝜎 ∙ (𝑇𝑠4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 )
𝒒𝒓𝒂𝒅 = 𝜺 ∙ 𝑨 ∙ 𝝈 ∙ ∆𝑻𝟒
Mecanismos combinados
Na maioria das situações práticas ocorrem ao mesmo tempo dois ou mais mecanismos de transferência de calor
atuando ao mesmo tempo. Nos problemas da engenharia, quando um dos mecanismos domina
quantitativamente, soluções aproximadas podem ser obtidas desprezando-se todos, exceto o mecanismo
dominante. Entretanto, deve ficar entendido que variações nas condições do problema podem fazer com que um
mecanismo desprezado se torne importante.
Como exemplo de um sistema onde ocorrem ao mesmo tempo vários mecanismos de transferência de calor
consideremos uma garrafa térmica. Neste caso, podemos ter a atuação conjunta dos seguintes mecanismos
esquematizados na figura:
Os mecanismos de radiação e convecção podem atuar juntos quando analisamos o sistema como um todo. Assim
a transferência total será a soma dos mecanismos. A taxa total de transferência de calor saindo da superfície é:
𝒒 = 𝒒𝒄𝒐𝒏𝒗 + 𝒒𝒓𝒂𝒅 = 𝑨𝒔 ∙ 𝒉 ∙ (𝑻𝒔 − 𝑻∞ ) + 𝜺 ∙ 𝑨 ∙ 𝝈 ∙ (𝑻𝟒𝒔 − 𝑻𝟒𝒗𝒊𝒛 )
EXEMPLO 01: Um bloco de concreto de uma estrutura mede 11 m de comprimento, 8 m de largura e 0,20 m
de espessura. Durante o inverno, as temperaturas nominais são 17ºC e 10ºC nas superfícies superior e inferior,
respectivamente. Determine:
a) Se o concreto tem condutividade térmica de 1.4 W/m.K, qual a taxa de
perda de calor através do bloco?
∆𝑇 𝑊 (290 − 283)𝐾
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑘 ∙ 𝐴 ∙ = (1,4 ) ∙ (11 ∙ 8)𝑚2 ∙
𝐿 𝑚∙𝐾 0,2 𝑚
𝒒𝒄𝒐𝒏𝒅 = 𝟒𝟑𝟏𝟐 𝑾
EXEMPLO 03: Uma caixa de transmissão mede 𝑤 = 0,30 𝑚 de aresta e recebe uma potência de 𝑃𝑒 = 150 ℎ𝑝
do motor. A eficiência de transmissão é 93%, a temperatura da corrente de ar ao redor da caixa é 𝑇∞ = 30°𝐶 e
𝑊
o coeficiente de transmissão de calor por convecção vale ℎ = 200 . Considere a caixa de transmissão com
𝑚2 ∙𝐾
a troca por radiação entre o chão e o chassi não desprezível, que pode ser aproximada a uma grande vizinhança
a 𝑇𝑣𝑖𝑧 = 30°𝐶 . Se a emissividade da caixa é 0,8, qual a temperatura da superfície da caixa 𝑇𝑠 ? Utilize o Método
de Newton-Raphson para resolver a equação da temperatura da superfície da caixa que pode ser dada por:
𝐹(𝑋𝑖+1 )
Dado: equação de Newton-Raphson: 𝑋𝑖 = 𝑋𝑖+1 −
𝐹 ′ (𝑋𝑖+1 )
para potência que foi recebida, 93% são de eficiência de transmissão. Logo
a porcentagem retida é só de 7%
746 𝑊
𝑃𝑒 = 𝑞 = 0,07 ∙ (150 ℎ𝑝 ∙ ) = 7833 𝑊
1 ℎ𝑝
𝑞 = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 + 𝑞𝑟𝑎𝑑 = 𝐴𝑠 ∙ ℎ ∙ ∆𝑇 + 𝜀 ∙ 𝐴 ∙ 𝜎 ∙ ∆𝑇 4
𝑊 𝑊
7883 𝑊 = (6 ∙ 0,32 )𝑚2 ∙ 200 ∙ (𝑇𝑠 − 303,15)𝐾 + 0,8 ∙ 0,32 𝑚2 ∙ 5,669 × 10−8 2 4 ∙ (𝑇𝑠4 − 303,154 )
𝑚2∙𝐾 𝑚 ∙𝑘
7883 𝑊 = 108 𝑊 ∙ (𝑇𝑠 − 303,15) + 4,08168 × 10−9 𝑊 ∙ (𝑇𝑠4 − 303,154 )
𝑓(𝑇𝑠 ) = 108 ∙ 𝑇𝑠 − 32740,2 + 4,08168 × 10−9 ∙ 𝑇𝑠4 − 34,4722 − 7883
𝑓(𝑇𝑠 ) = 4,08168 × 10−9 ∙ 𝑇𝑠4 + 108 ∙ 𝑇𝑠 − 40951,404
𝑓 ′ (𝑇𝑠 ) = 1,63267 × 10−8 ∙ 𝑇𝑠3 + 108
4,08168 × 10−9 ∙ 375,154 + 108 ∙ 375,15 − 40951,404
𝑇𝑠 = 375,15 − = 375,09 𝐾 = 102°𝐶
1,63267 × 10−8 ∙ 375,153 + 108
2. CONDUÇÃO DE CALOR
No tópico anterior viu-se que a transferência de calor ocorre de acordo com três mecanismos, e que a condução é
movida pela lei de Fourier, o uso dessa lei na determinação do fluxo de calor depende do conhecimento da forma
pela qual a temperatura varia dentro do meio (a distribuição de temperatura). Inicialmente iremos restringir nossa
atenção a condições simplificadas (condução unidimensional em regime estacionário em uma parede plana) para
qual a distribuição de temperaturas é linear. Contudo, a lei Fourier é também utilizada em regimes transientes com
condução multidimensional em geometrias complexas para as quais a distribuição de temperatura não é óbvia.
Sendo a seção transversal A conhecida, então, da lei de Fourier, determina-se a condutividade térmica do
material da haste, k. Neste caso:
𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝒊𝟐 ∙ 𝑹 𝒅𝒙
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘 ∙ 𝐴 ∙ → 𝑞 = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 → 𝑖 2 ∙ 𝑅 = −𝑘 ∙ 𝐴 ∙ →𝒌=− ∙
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑨 𝒅𝑻
Um aspecto importante da condução de calor é que o mecanismo da condução de calor é diferente dependendo
do estado físico e da natureza do material. O gráfico ilustra qualitativamente as ordens de grandeza da
condutividade térmica dos materiais. Nota-se que, em geral, a condutibilidade aumenta de gases, para líquido
e sólidos e que os metais puros são os de maior condutividade térmica.
Abaixo, indicam-se os mecanismos físicos de transporte de acordo com o estado físico:
GASES
O choque molecular permite a troca de energia
cinética das moléculas mais energéticas para as
menos energéticas. A energia cinética está
relacionada com a temperatura absoluta do gás.
Quanto maior a temperatura, maior o
movimento molecular, maior o número de
choques e, portanto, mais rapidamente a energia
térmica flui. Pode-se mostrar que: 𝒌 ∙ 𝜶 ∙ 𝑻,
onde: 𝛼 = proporcionalidade
Para alguns gases, a pressão moderada, k é só
função de T. Assim, os dados tabelados para
uma dada temperatura e pressão podem ser
usados para outra pressão, desde que seja à
mesma temperatura. Isso não é valido próximo
do ponto crítico.
LÍQUIDOS
Qualitativamente o mecanismo físico de
transporte de calor por condução nos líquidos é
o mesmo que o dos gases. Entretanto, a situação
é consideravelmente mais complexa devido à
menor mobilidade das moléculas.
SÓLIDOS
Duas maneiras básicas regem a transferência de
calor por condução em sólidos: vibração da rede
cristalina e transporte por elétrons livres. O
segundo modo é o mais efetivo e é o
preponderante em materiais metálicos. Isto
explica porque, em geral, bons condutores de
eletricidade também são bons condutores de
calor. A transferência de calor em isolantes se
dá, por meio da vibração da rede cristalina, que
é menos eficiente.
EXEMPLO: Um equipamento eletrônico possui um dissipador de potência agregado à sua estrutura. Tal
dissipador está em um ambiente cuja a temperatura do ar, à qual passa por suas aletas, é de 27ºC e sua área é
de 0,045m2. Qual o coeficiente convectivo de calor do ar (h), cuja a temperatura da vizinhança e da superfície
são respectivamente 27ºC e 42ºC e a emissividade é de 0,8. A potência dissipada pelo equipamento é de 20W.
Essa é a equação geral da condução de calor. Não existe uma solução geral analítica para a mesma porque se
trata de um problema que depende das condições inicial e de contorno. Por isso, ela é geralmente resolvida
para diversos casos que dependem da geometria do problema, do tipo (regime permanente) e das condições
iniciais e de contorno. Evidentemente, procura-se uma solução do tipo: 𝑇 = 𝑇𝑥,𝑦,𝑧,𝑡 . A seguir são apresentados
alguns casos básicos.
Essa equação ainda pode ser escrita em notação mais sintética da seguinte forma:
𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑑𝑇
′′′ 𝑂𝑛𝑑𝑒: ∇𝑇 = + +
𝟏 𝒅𝑻 𝟐
𝒒𝑮 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧
∙ =𝛁 𝑻+
𝜶 𝒅𝒕 𝒌 Operador matemático chamado de Laplaciano no sistema cartesiano de
coordenada.
Esta última forma de escrever a equação da condução de calor é preferível, pois, embora ela tenha sido
deduzida para o sistema cartesiano de coordenadas, ela é independe do sistema de coordenadas adotado.
Caso haja interesse em usar outros sistemas de coordenadas, basta substituir o Laplaciano do sistema de
interesse, como exemplificado abaixo:
▪ Cilíndrico:
1 𝑑 𝑟 ∙ 𝑑𝑇 1 𝑑 𝑑𝑇 𝑑2 𝑇
∇2 𝑇 = [ ∙ ∙( )+ 2∙ ∙ + ]
𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑟 𝑑∅ 𝑑∅ 𝑑𝑧 2
▪ Esférico:
1 𝑑 𝑟 2 ∙ 𝑑𝑇 1 𝑑 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝑇 1 𝑑2 𝑇
∇2 𝑇 = [ ∙ ∙( )+ 2 ∙ ∙ ( ) + ∙ ]
𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝑑𝜃 𝑑𝜃 𝑟 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝑑𝜃 2
SIMPLIFICAÇÕES:
▪ Regime transiente;
▪ Não há geração;
▪ Unidimensional (direção 𝑥).
𝑑2 𝑇 1 𝑑𝑇 𝑑2 𝑇 1 𝑑𝑇
( 2 ) + 0 = ∙ → ( 2 )= ∙
𝑑𝑥 𝛼 𝑑𝑡 𝑑𝑥 𝛼 𝑑𝑡
𝑪. 𝑪. 𝟏: 𝐸𝑚 𝑥 = 0 → 𝑇 = 30°𝐶
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 𝑑𝑇 𝑑𝑇 ℎ ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇∞ )
𝑪. 𝑪. 𝟐: 𝐸𝑚 𝑥 = 𝐿 → = → −𝑘 ∙ = ℎ ∙ (𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) → =−
𝐴 𝐴 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑘
𝑪. 𝑪. 𝟑: 𝐸𝑚 𝑡 = 0 → 𝑞𝑥 = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑
3. CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME ESTACIONÁRIO
𝑑2 𝑇
Assim, com essas condições, vem que 𝑑𝑥 2
= 0, e a solução procurada é uma função que permita encontrar o
perfil de temperatura no sólido 𝑇(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Para resolver essa equação considere que: 𝜃 = 𝑑𝑇/𝑑𝑥.
𝑑2 𝑇
Logo, substituindo na equação (𝑑𝑥 2 = 0) tem-se que:
𝑑2 𝑇 𝑑𝜃 𝑑𝜃
2
= → 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣é𝑖𝑠: ∫ = ∫ 0 → 𝜃 = 𝐶1
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Para se obter as constantes, deve-se aplicar as condições de contorno que, nesse exemplo, são dadas pelas
temperaturas superficiais das duas faces. Em termos matemáticos, analisando as condições de contorno:
𝑪𝑪𝟏: 𝑥 = 0 𝑒 𝑇 = 𝑇1 𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑇(𝑥) = 𝐶1 ∙ 𝑥 + 𝐶2 → 𝑇1 = 𝐶1 ∙ 0 + 𝐶2 → 𝑻𝟏 = 𝑪𝟐
𝑻𝟐 − 𝑻𝟏
𝑪𝑪𝟐: 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑇 = 𝑇2 𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑇(𝑥) = 𝐶1 ∙ 𝑥 + 𝐶2 → 𝑇2 = 𝐶1 ∙ 𝐿 + 𝐶2 → 𝑪𝟏 =
𝑳
Ou seja, o fluxo de calor em uma placa plana é em função da espessura da parede 𝒒 (∆𝑻)
𝒒" = =𝒌∙
e da variação de temperatura. Considerando que a 𝑇1 > 𝑇2 , o sinal da expressão 𝑨 𝑳
passa a ser positivo.
𝑪𝑪𝟐: 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑇 = 𝑇2
𝑻𝟐 − 𝑻𝟏
𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑇(𝑥) = 𝐶1 ∙ 𝑥 + 𝐶2 → 𝑇2 = 𝐶1 ∙ 𝐿 + 𝐶2 → 𝑪𝟏 =
𝑳
3. Convecção Superficial
𝑇∞ 1 > 𝑇∞ 2
𝑪𝑪𝟏: 𝑥 = 0 𝑒 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 1 = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 1
𝑑𝑇
𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 1 = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 1 → −𝑘 ∙ = ℎ ∙ (𝑇∞ 1 − 𝑇𝑆 1 )
𝑑𝑥
𝑑𝑇 𝒌 ∙ 𝑪𝟏
= 𝐶1 → −𝑘 ∙ 𝐶1 = ℎ ∙ (𝑇∞ 1 − 𝑇𝑆 1 ) → 𝑻𝑺 𝟏 = + 𝑻∞ 𝟏
𝑑𝑥 𝒉
2. Há geração: 𝑔0′′′
𝑑2𝑇
3. Unidimensional: ∇2 𝑇 =
𝑑𝑥 2
Equação de condução:
𝑑 2 𝑇 𝑔0′′′ 𝑑2 𝑇 𝑔0′′′
+ = 0 → = −
𝑑𝑥 2 𝑘 𝑑𝑥 2 𝑘
Integrando:
𝑑2𝑇 𝑔0′′′ 𝑑𝑇 𝑔0′′′
∫ = ∫ − → = − ∙ 𝑥 + 𝐶1
𝑑𝑥 2 𝑘 𝑑𝑥 𝑘
Integrando novamente:
𝑑𝑇 𝑔0′′′ 𝒈′′′
𝟎 𝒙
𝟐
∫ = ∫− ∙ 𝑥 + 𝐶1 → 𝑻𝒙 = − ∙ + 𝑪𝟏 ∙ 𝒙 + 𝑪𝟐
𝑑𝑥 𝑘 𝒌 𝟐
𝑪𝑪𝟏: 𝑥 = 0 𝑒 𝑇 = 𝑇0
𝑔0′′′ 𝑥 2 𝑔0′′′ 02
𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑇𝑥 = − ∙ + 𝐶1 ∙ 𝑥 + 𝐶2 → 𝑇0 = − ∙ + 𝐶1 ∙ 0 + 𝐶2 → 𝑻𝟎 = 𝑪𝟐
𝑘 2 𝑘 2
Introduzindo as simplificações:
I. Não há geração de calor: 𝑞𝐺′′′ = 0
𝑑𝑇
II. Regime permanente: 𝑑𝑡
=0
III. Unidimensional (somente na direção radia r)
𝑑2𝑇
• Para um tubo longo, ou seja, T não depende de z, logo: 𝑑𝑧 2
=0
𝑑2 𝑇 2
𝑑 𝑇
IV. Há uma simetria radial, T não depende de ∅, isto é: 𝑑∅2
+ 𝑑𝑧 2
=0
As simplificações (III) e (IV) implicam que se trata de um problema unidimensional na direção radial, 𝑟. A
𝑑 𝑑𝑇
aplicação dessas condições resulta em: 𝑑𝑟 ∙ (𝑟 ∙ 𝑑𝑟 ) = 0, onde a solução procurada é do tipo 𝑇 = 𝑇(𝑟).
Mantendo as superfícies internas e externas a uma temperatura constante, teremos as seguintes condições de
contorno para a ilustração indicada acima: 𝑪𝑪𝟏: 𝑟 = 𝑟𝑖𝑛𝑡 𝑒 𝑇 = 𝑇𝑖𝑛𝑡 𝑪𝑪𝟐: 𝑟 = 𝑟𝑒𝑥𝑡 𝑒 𝑇 = 𝑇𝑒𝑥𝑡
Solução:
1ª Integração – Separe as variáveis e integra uma vez, para resulta em:
𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑑𝑇
𝑑 (𝑟 ∙ ) = 0 → ∫ 𝑑 (𝑟 ∙ ) ∙ 𝑑𝑟 = ∫ 0 𝑑𝑟 + 𝐶1 → 𝑟 = 𝐶1
𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟
Fazendo 𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 :
𝑻𝒆 − 𝑻𝒊
𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 = (𝐶1 ∙ ln(𝑟𝑒 ) + 𝐶2 ) − (𝐶1 ∙ ln(𝑟𝑖 ) + 𝐶2 ) → 𝑪𝟏 = 𝒓
𝐥𝐧 ( 𝒆 )
𝒓𝒊
Substituindo 𝐶1 em 𝑇𝑒 = 𝐶1 ∙ ln(𝑟𝑒 ) + 𝐶2 :
𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 𝑻𝒆 − 𝑻𝒊
𝑇𝑒 = ( 𝑟𝑒 ) ∙ ln(𝑟𝑒 ) + 𝐶2 → 𝑪𝟐 = 𝑻𝒆 − ( 𝒓 ) ∙ 𝐥𝐧(𝒓𝒆 )
ln ( ) 𝐥𝐧 ( 𝒆 )
𝑟𝑖 𝒓𝒊
Como a área 𝐴 é a área perpendicular ao fluxo de calor e não a área transversal a seção, trata-se da área da
“casquinha cilíndrica”, e desta forma tem-se que: 𝑨 = 𝟐𝝅 ∙ 𝒓 ∙ 𝑳
Efetuando a derivação:
1
𝑞 = −𝑘 ∙ (2𝜋 ∙ 𝑟 ∙ 𝐿) ∙ ∙ 𝐶 = −𝑘 ∙ 2𝜋 ∙ 𝐿 ∙ 𝐶1
𝑟 1
Substituindo, 𝐶1 :
𝑻𝒆 − 𝑻𝒊
𝒒𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = −𝟐𝝅 ∙ 𝑳 ∙ 𝒌 ∙ ( 𝒓 ) [𝑊]
𝐥𝐧 ( 𝒆 )
𝒓𝒊
O fluxo de calor total q é constante através das superfícies cilíndricas! Entretanto, o fluxo de calor por unidade
de área q depende da posição radial.
𝑇𝑖 − 𝑇𝑒
2𝜋 ∙ 𝐿 ∙ 𝑘 ∙ ( 𝑟 )
𝑞 ln ( 𝑖 ) 𝒌 𝑻𝒆 − 𝑻𝒊
𝑟𝑒
𝑞 ′′ = =− → 𝒒′′ = − ∙ ( )
𝐴 2𝜋 ∙ 𝑟 ∙ 𝐿 𝒓 𝐥𝐧 (𝒓𝒆 )
𝒓𝒊
EXEMPLO 01: Uma tubulação de vapor (de aço de carbono) de 12 cm de diâmetro externo é isolada com
camada de silicato de cálcio. Se a espessura do isolamento tem 20 mm e suas superfícies internas e externas
são mantidas a 𝑇𝑖 = 800 𝐾 e 𝑇𝑒 = 490 𝐾 respectivamente, qual é a perda de calor por unidade de
comprimento da tubulação;
SIMPLIFICAÇÕES:
1 𝑑𝑇
• Regime Estacionário: 𝛼 ∙ 𝑑𝑡 = 0
• Sem geração: 𝑔0′′′ = 0
𝑑2 𝑇
• Unidimensional: ∇2 𝑇 = 𝑑𝑥 2
DADOS:
𝑊
𝑘 = 0,089 ; 𝜙 = 0,12 𝑚;
𝑚∙𝐾
0,12
𝑟𝑖 = = 0,06 𝑚; 𝑟𝑒 = 0,06 + 0,02 = 0,08 𝑚
2
𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 𝑞 490 − 800 𝒒 𝑾
𝑞𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = −2𝜋 ∙ 𝐿 ∙ 𝑘 ∙ ( 𝑟𝑒 ) → 𝐿 = −2𝜋 ∙ 0,089 ∙ ( ) → = 𝟔𝟎𝟐, 𝟓𝟖𝟓𝟔
ln ( 𝑟 ) 0,08 𝑳 𝒎
ln (0,06)
𝑖
EXEMPLO 02: Faça o perfil de temperatura de um cilindro com geração, regime estacionário
unidimensional. Utilize as condições de contorno dada.
a) 𝑪𝑪𝟏: 𝒓 = 𝒓𝒊 ; 𝑻 = 𝑻𝒊 𝒆 𝑪𝑪𝟐: 𝒓 = 𝒓𝒆 ; 𝑻 = 𝑻𝒆
SIMPLIFICAÇÕES:
1 𝑑𝑇
• Regime Estacionário: 𝛼 ∙ 𝑑𝑡 = 0
• Com geração: 𝑞𝐺′′′
𝑑2 𝑇 𝑑2 𝑇
• Unidimensional: 𝑑∅2 + 𝑑𝑧2 = 0
′′′
𝑞𝐺 𝑟𝑒2
Substituindo 𝐶1 em 𝑇𝑒 = − 𝑘
∙ 4
+ 𝐶1 ∙ 𝑙𝑛(𝑟𝑒 ) + 𝐶2 :
′′′
𝑞
𝑞𝐺′′′ 𝑟𝑒2 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) − 𝐺 ∙ (𝑟𝑖2 − 𝑟𝑒2 )
𝑇𝑒 = − ∙ +( 4∙𝑘 ) ∙ 𝑙𝑛(𝑟𝑒 ) + 𝐶2
𝑘 4 𝑟
𝑙𝑛 ( 𝑟𝑒 )
𝑖
𝒒′′′
𝒒′′′ 𝒓𝟐𝒆 (𝑻𝒆 − 𝑻𝒊 ) − 𝑮
∙ (𝒓𝟐𝒊 − 𝒓𝟐𝒆 )
𝑪𝟐 = 𝑻𝒆 +
𝑮
∙ −( 𝟒∙𝒌 ) ∙ 𝒍𝒏(𝒓𝒆 )
𝒌 𝟒 𝒓
𝒍𝒏 ( 𝒆 )
𝒓𝒊
′′′
𝑞𝐺 𝑟2
Substituindo 𝐶1 e 𝐶2 em 𝑇(𝑟) = − ∙ + 𝐶1 ∙ ln(𝑟) + 𝐶2 , tem-se:
𝑘 4
𝑞𝐺′′′ 𝑞 ′′′
𝑞𝐺′′′ 𝑟 2 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) − ∙ (𝑟𝑖2 − 𝑟𝑒2 ) 𝑞 ′′′
𝑟 2 (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ) − 𝐺 ∙ (𝑟𝑖2 − 𝑟𝑒2 )
𝑇(𝑟) = − ∙ +( 4∙𝑘 ) ∙ ln(𝑟) + 𝑇𝑒 +
𝐺 𝑒
∙ −( 4∙𝑘 ) ∙ 𝑙𝑛(𝑟𝑒 )
𝑘 4 𝑟 𝑘 4 𝑟
𝑙𝑛 ( 𝑒 ) 𝑙𝑛 ( 𝑒 )
𝑟𝑖 𝑟𝑖
𝒒′′′
(𝑻𝒆 − 𝑻𝒊 ) − 𝑮 ∙ (𝒓𝟐𝒊 − 𝒓𝟐𝒆 ) 𝒓
𝑻(𝒓) = ( 𝟒∙𝒌 ) ∙ 𝐥𝐧 ( ) + 𝑻𝒆
𝒓𝒆 𝒓𝒆
𝒍𝒏 ( )
𝒓𝒊
3.3. A ESFERA
Considere agora a aplicação do método alternativo na análise da condução na esfera oca conforme figura abaixo.
Para o volume de controle diferencial, a conservação de exige que a energia que entra que ser igual a energia
que sai para condições de regime permanente e unidimensional sem geração de energia interna de calor. Pela
lei de Fourier tem-se que:
𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑞
𝑞 = −𝑘 ∙ 𝐴 ∙ = −𝑘 ∙ (4𝜋𝑟 2 ) ∙ → 2 ∙ 𝑑𝑟 = −𝑘 ∙ 4𝜋 ∙ 𝑑𝑇
𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑟
Em que 𝑨𝑬𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂 = 𝟒𝝅𝒓𝟐 = 𝝅𝒅𝟐 e é a área normal a direção
da transferência de calor;
No caso em que se têm diferentes materiais em um mesmo componente da envolvente, pode ser criado um circuito
térmico da mesma forma que um circuito elétrico. As regras para calcular resistências térmicas equivalentes são as
mesmas para somar resistências elétricas em série e em paralelo.
𝟏
𝑹𝒆𝒒 =
𝟏 𝟏
𝑹𝒆𝒒 = 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + ⋯ 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + ⋯
𝑳 𝟏
𝑹𝒆𝒒 = ∑ 𝑹𝒆𝒒 = ∑
𝑨∙𝒌 𝟏
𝑳
𝑨∙𝒌
𝑊 𝑊
Dado que 𝑘1 = 𝑘2 = 𝑘4 = 1,15 𝑚∙𝐾 𝑒 𝑘3 = 1 𝑚∙𝐾
𝐴1 = 𝐴4 = 3 ∙ 0,073 = 0,219 𝑚2 ;
𝐴2 = 0,27 ∙ 0,073 = 0,01971 𝑚2;
𝐴3 = 2,73 ∙ 0,073 = 0,19929 𝑚²;
0,02 0,02
𝑅𝑒𝑞 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 = 𝑅1 + 𝑅4 = ( )+( )
0,219 ∙ 1,15 0,219 ∙ 1,15
= 0,1588 Ω
1
𝑅𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙 = 𝑅2 + 𝑅3 =
1
0,1 0,1
( )+( )
0,0197 ∙ 1,15 0,199 ∙ 1
= 0,4505 Ω
𝑅𝑡𝑜𝑡 = 𝑅𝑒𝑞 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 + 𝑅𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 0,1588 + 0,4505
= 0,6093 Ω
𝐾
𝑅𝑡𝑜𝑡 = 0,6093
𝑊
∆𝑇 303 − 293
𝑞= = → 𝒒 = 𝟏𝟔, 𝟒𝟏𝟐 𝑾
𝑅𝑡𝑜𝑡 𝐾
0,6093
𝑊
A analogia elétrica pode se estender para os casos de convecção e radiação. Para a convecção, a resistência térmica
é definida como:
RESISTENCIA TÉRMICA POR RADIAÇÃO:
𝟏 (𝑻𝒔 − 𝑻𝒗𝒊𝒛 )
𝒉𝒓 = 𝜺 ∙ 𝝈 ∙ (𝑻𝒔 + 𝑻𝒗𝒊𝒛 ) ∙ (𝑻𝟐𝒔 + 𝑻𝟐𝒗𝒊𝒛 ) 𝑹𝒓𝒂𝒅 = 𝒒𝒓𝒂𝒅 = 𝒉𝒓 ∙ 𝑨 ∙ (𝑻𝒔 − 𝑻𝒗𝒊𝒛 ) =
𝒉𝒓 ∙ 𝑨 𝑹𝒓𝒂𝒅
▪ CILINDRO:
𝒓
𝐥𝐧 ( 𝒆 ) 𝑻𝒆 − 𝑻𝒊 (𝑻𝒆 − 𝑻𝒊 )
𝒓𝒊
𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = 𝒒𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐 = −𝟐𝝅 ∙ 𝑳 ∙ 𝒌 ∙ ( 𝒓𝒆 ) = − 𝑹𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐
𝟐𝝅 ∙ 𝑳 ∙ 𝒌 𝐥𝐧 ( 𝒓 )
𝒊
▪ PAREDE COMPOSTA:
𝒓𝟐 − 𝒓𝟏 𝟒𝝅 ∙ (𝒓𝟏 ∙ 𝒓𝟐 ) ∙ 𝒌 ∙ (𝑻𝒔 𝟐 − 𝑻𝒔 𝟏 ) (𝑻𝒔 𝟐 − 𝑻𝒔 𝟏 )
𝑹𝒆𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂 = 𝒒𝒆𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂 = =
𝟒𝝅 ∙ 𝒓𝟏 ∙ 𝒓𝟐 ∙ 𝒌 (𝒓𝟐 − 𝒓𝟏 ) 𝑹𝒆𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂
Com os sistemas são compostos de mais de um mecanismo, algumas vezes é conveniente trabalhar com o coeficiente
global de transferência de calor: 𝒒 = 𝑼 ∙ 𝑨 ∙ ∆𝑻𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
▪ CILINDRO:
𝑈𝑒 ∙ 𝐴𝑒 ∙ ∆𝑇𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑈𝑖 ∙ 𝐴𝑖 ∙ ∆𝑇𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 → 𝑼𝒆 ∙ 𝑨𝒆 = 𝑼𝒊 ∙ 𝑨𝒊
1 1
𝑈𝑒 = 𝑟𝑒 𝑈𝑖 = 𝑟𝑒
𝐴𝑒 ∙ ln ( 𝑟 ) 1 𝐴𝑖 ∙ ln ( 𝑟 ) 𝐴𝑖
𝑖 𝑖
+ +
2𝜋 ∙ 𝐿 ∙ 𝑘 ℎ𝑒 2𝜋 ∙ 𝐿 ∙ 𝑘 𝐴𝑒 ∙ ℎ𝑒
EXEMPLO 01: Um importante produtor de eletrodomésticos está propondo um projeto de um forno auto limpante
que envolve o uso de uma janela composta separando a cavidade do forno do ar ambiente. A janela composta consiste
em dois plásticos de alta temperatura (A e B) de espessura 𝐿𝐴 = 2𝐿𝐵 e condutividade térmicas 𝐾𝐴 = 0,15 𝑊/𝑚 ∙
𝐾 𝑒 𝐾𝐵 = 0,08 𝑊/𝑚 ∙ 𝐾. Durante o processo de autolimpeza, as temperaturas das paredes do forno e do ar, 𝑇𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜
e 𝑇𝐴𝑟 , são 400𝐾, enquanto a temperatura do ar ambiente 𝑇∞ = 25°𝐶 . Os coeficientes internos de transferência de
calor por convecção e radiação ℎ𝑖 𝑒 ℎ𝑟, assim como o coeficiente de convecção externo ℎ𝑒, são de aproximadamente
25 𝑊/𝑚2 ∙ 𝐾 cada. Qual o valor mínimo para a espessura da janela, 𝐿 = 𝐿𝐴 + 𝐿𝐵 , necessário para garantir uma
temperatura de 50°𝐶 ou menos na superfície externa da janela?
𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇4 𝑇5
𝑅1 𝑟𝑎𝑑 𝑖𝑛𝑡
𝑅2 𝑐𝑜𝑛𝑣 𝑖𝑛𝑡
127℃ 50℃ 25℃
𝑞5 𝑊
𝑞5 = ℎ ∙ 𝐴 ∙ ∆𝑇 → = 25 ∙ (323 − 298) = 625 2
𝐴 𝑚
Fazendo: 𝑞5 = 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑞3 + 𝑞4
𝐿𝐴 𝐿𝐵 2 𝐿𝐵 𝐿𝐵 1
𝑅𝑒𝑞 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 = 𝑅3 + 𝑅4 = ( )+( )=( )+( ) = ∙ (25,833 ∙ 𝐿𝐵 )
𝐴 ∙ 𝑘𝐴 𝐴 ∙ 𝑘𝐵 𝐴 ∙ 0,15 𝐴 ∙ 0,08 𝐴
1 1 1 1
𝑅𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑎 = 𝑅1 + 𝑅2 = = = = = 0,08 ∙ 𝐴
1 1 1 12,5 ∙ 𝐴
1 1 1 1 2
( )+( ) ( )+( )
ℎ𝑟 ∙ 𝐴 ℎ𝑖 ∙ 𝐴 25 ∙ 𝐴 25 ∙ 𝐴 25 ∙ 𝐴
1
𝑅𝑡𝑜𝑡 = 𝑅𝑒𝑞 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 + 𝑅𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = ∙ (25,833 ∙ 𝐿𝐵 ) + 0,08 ∙ 𝐴 = 25,833 ∙ 𝐿𝐵 + 0,08
𝐴
∆𝑇 = 𝑇1 − 𝑇4 = 400 − 323 = 77 𝐾
∆𝑇 77
𝑞5 = 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑞3 + 𝑞4 = → 625 = → 16145,625 ∙ 𝐿𝐵 + 50 = 77 → 𝑳𝑩 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟔𝟕𝟐 𝒎
𝑅𝑡𝑜𝑡 25,833 ∙ 𝐿𝐵 + 0,08
EXEMPLO 02: Um chip fino de silício e um substrato de alumínio com 8 𝑚𝑚 de espessura encontra-se separados
por uma junta de epóxi de 0,02 𝑚𝑚 de espessura. O chip e o substrato têm, cada um, 10 𝑚𝑚 de lado, e suas
superfícies expostas são resfriadas pelo ar, que está a uma temperatura de 25°𝐶 e fornece um coeficiente de
convecção 100 𝑊/𝑚2 ∙ 𝐾. se o chip dissipa 104 𝑊/𝑚2 em condições normais, verificar se ele irá operar abaixo de
um temperatura máxima permitida de 80°𝐶. Dado: 𝑅𝑒𝑝𝑜𝑥𝑖 + 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑖𝑜 = 0,9 𝐾/𝑊
𝑇0 𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇4 𝑇5
1 𝐿 0,002 0,008
𝑅1 = 𝑅5 = 𝑅2 = 𝑅3 = 𝑅4 =
100 ∙ 𝐴 𝑘∙𝐴 𝑘∙𝐴 273 ∙ 𝐴
Como o chip está dissipando calor, intende-se que toda sua superfície está a temperatura uniforme.
Logo: 𝑇𝑠 = 𝑇1 = 𝑇2
Fazendo: 𝑞2′′ = 𝑞1′′ + 𝑞6′′
Sendo, que:
𝑞6 𝑞3 𝑞4 𝑞5 ∆𝑇 𝑇𝑠 − 𝑇5 𝑇𝑠 − 298 𝑇𝑠 − 298
= + + = = = =
𝐴 𝐴 𝐴 𝐴 𝑅3 + 𝑅2 + 𝑅5 𝑅3 + 𝑅2 + 𝑅5 0,9 + 1 0,91
100
𝑞1 ∆𝑇 𝑇𝑠 − 𝑇5 𝑇𝑠 − 298
= = =
𝐴 𝑅1 1 0,01
100
Temos:
𝑇𝑠 − 298 𝑇𝑠 − 298 1 1
𝑞2 = 𝑞1 + 𝑞6 → 10000 = ( )+( ) = (𝑇𝑠 − 298) ∙ ( + ) = (𝑇𝑠 − 298) ∙ 101,099
0,01 0,91 0,01 0,91003
10000
𝑇𝑠 = ( ) + 298 → 𝑻𝒔 = 𝟑𝟗𝟔, 𝟗𝟏𝟑 𝑲 = 𝟏𝟐𝟑, 𝟗𝟏𝟑°𝑪
101,099
𝑇0 𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇4 𝑇5 𝑇6
𝑅4 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐴𝑟𝑔
𝑅1 𝑐𝑜𝑛𝑣 𝐴𝑟 𝑅2 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐸𝑠𝑝 𝑅3 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐴𝑟𝑔 𝑅5 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐵𝑙𝑜𝑐 𝑅7 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐴𝑟𝑔 𝑅8 𝑐𝑜𝑛𝑣 𝐴𝑟
𝑅6 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐴𝑟𝑔
22℃ −4℃
1 1 °𝐶
𝑅1 = = = 0,05051
ℎ ∙ 𝐴 10 ∙ 1,98 𝑊
𝐿 0,02 °𝐶
𝑅2 = = = 0,3885
𝑘 ∙ 𝐴 0,026 ∙ 1,98 𝑊
𝐿 0,02 °𝐶
𝑅3 = 𝑅7 = = = 0,04591
𝑘 ∙ 𝐴 0,22 ∙ 1,98 𝑊
𝐿 0,18 °𝐶
𝑅4 = 𝑅6 = = = 9,091
𝑘 ∙ 𝐴 0,22 ∙ 0,09 𝑊
𝐿 0,18 °𝐶
𝑅5 = = = 0,1389
𝑘 ∙ 𝐴 0,72 ∙ 1,8 𝑊
1 1 °𝐶
𝑅8 = = = 0,02525
ℎ ∙ 𝐴 0 ∙ 1,98 𝑊
1
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + ( ) + 𝑅7 + 𝑅8
1 1 1
+ +
𝑅4 𝑅5 𝑅6
1 °𝐶
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,05051 + 0,3885 + 0,04591 + ( ) + 0,04591 + 0,02525 = 0,691
1 1 1 𝑊
+ +
9,091 0,1389 9,091
∆𝑇 𝑇0 − 𝑇6 22 − (−4) 4
𝑞 0,33 𝑚 = = = → 𝑞 0,33 𝑚 = 37,63 𝑊 → 𝑞 4 𝑚 = 37,63 ∙ ( ) → 𝒒 𝟒 𝒎 = 𝟒𝟓𝟔, 𝟏 𝑾
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 0,691 0,33
EXEMPLO 04: Um tambor metálico esférico de parede delgada é utilizado para armazenar nitrogênio líquido a
77 𝐾. O tambor tem um diâmetro de 0,5 𝑚 e é coberto com isolamento reflectivo composto de pó de sílica (com
vácuo). A espessura do isolamento é 25 𝑚𝑚, e sua superfície externa encontra-se exposta ao ar ambiente a 300 𝐾.
O coeficiente de convecção é dado por 20 𝑊/𝑚2 ∙ 𝐾. O calor latente de vaporização e a massa específica do
nitrogênio líquido são 2 × 10−5 𝐽/𝑘𝑔 e 804 𝑘𝑔/𝑚3, respectivamente. Qual a taxa de transferência de calor para o
𝑁2 e sua taxa de evaporação?
Dados:
ℎ = 20 𝑊/𝑚² ∙ 𝐾 𝑟2 = 0,025 + (0,5/2) = 0,275 𝑚
∆𝐻𝐿𝑎𝑡 𝑉𝑎𝑝 = 0,00002 𝐽/𝑘𝑔 𝑟1 = 0,5/2 = 0,25 𝑚
3
𝜌𝑁𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 = 804 𝑘𝑔/𝑚
𝑟2 − 𝑟1
𝑘 = 0,0017 𝑊/𝑚 ∙ 𝐾 𝑅𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 =
4𝜋 ∙ 𝑟1 ∙ 𝑟2 ∙ 𝑘
𝑇0 𝑇1 𝑇2
∆𝑇 𝑇2 − 𝑇0 𝑇2 − 𝑇0 300 − 77
𝑞= = = =
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅1 + 𝑅2 ( 1 ) + ( 𝑟2 − 𝑟1 ) ( 1
)+(
0,275 − 0,25
)
ℎ∙𝐴 4𝜋 ∙ 𝑟1 ∙ 𝑟2 ∙ 𝑘 20 ∙ (4𝜋 ∙ 𝑟22 ) 4𝜋 ∙ 0,275 ∙ 0,25 ∙ 0,0017
223
𝑞= → 𝒒 = 𝟏𝟑, 𝟎𝟔 𝑾
0,052 + 17,022