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Apostila Seguros - Comprensivos 2020

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11º EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2020

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
FREDERICO MARTINS PERES – 2020
GERALDO JOSÉ FERREIRA DA SILVA JUNIOR – 2019
NELSON FLORES DUARTE – 2018
EDUARDO DE ALMEIDA GAMA – 2017

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros compreensivos / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico;
assessoria técnica de Frederico Martins Peres. -- 11.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2020.
80 p. ; 28 cm

1. Seguros compreensivos. I. Peres, Frederico Martins. II. Título.

0019-2430 CDU 368(072)

SEGUROS COMPREENSIVOS
A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS COMPREENSIVOS
SUMÁRIO
INTERATIVO

1. ASPECTOS GERAIS
DOS SEGUROS COMPREENSIVOS 8
CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 13

COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS COMPREENSIVO OU MULTIRRISCOS 13


Seguros Compreensivos Padronizados e Não Padronizados 14
OBJETIVO DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 16

FIXANDO CONCEITOS 1 17

2. SEGUROS COMPREENSIVOS 19
SISTEMÁTICA DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 20

CONDIÇÕES GERAIS 21
Cláusula de Objetivo do Seguro 22
Cláusula de Riscos Cobertos 22
Cláusula de Riscos Excluídos 22
Cláusula de Bens ou Interesses Não Garantidos 23
Cláusula de Limites 24
Cláusula de Rescisão e Cancelamento do Contrato de Seguro 25
Cláusula de Atualização de Valores Contratados e Encargos Moratórios 25
Cláusula de Definições 26
PRODUTOS E COBERTURAS 28
Seguro Compreensivo Residencial 28
Seguro Compreensivo Condomínio 30
Seguro Compreensivo Empresarial 33

SEGUROS COMPREENSIVOS
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS SEGUROS COMPREENSIVOS OU MULTIRRISCOS 35

FIXANDO CONCEITOS 2 37

3. COBERTURAS DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS PADRONIZADOS 42
GRUPO 01 – INCÊNDIO 44

GRUPO 02 – EQUIPAMENTOS 46
Equipamentos Eletrônicos ou de Baixa Voltagem 46
Equipamentos Portáteis 46
Equipamentos Arrendados ou Cedidos a Terceiros 47
Equipamentos Cinematográficos, Fotográficos e de Televisão Operados
Exclusivamente em Estúdio e Laboratórios ou Depositados em Local Determinado 47
Equipamentos Cinematográficos, Fotográficos e de Televisão Operados
Exclusivamente em Estúdio, Laboratórios ou Reportagens Externas 48
Equipamentos Móveis 48
Equipamentos em Exposição Excluído Risco de Transporte 48
Equipamentos em Exposição Incluído Risco de Transporte 49
Equipamentos Estacionários 49
Equipamentos em Operações sobre Água 50
Equipamentos de Som e Instrumentos Musicais 51
GRUPO 03 – DANOS ELÉTRICOS 51
Danos Elétricos 51
GRUPO 04 – VENDAVAL/QUEDA DE
AERONAVE/IMPACTO DE VEÍCULO/GRANIZO/FUMAÇA 52
Vendaval, Furacão, Ciclone, Tornado, Granizo,
Queda de Aeronave, Impacto de Veículos Terrestres, e Fumaça 52
GRUPO 05 – ALAGAMENTO E INUNDAÇÃO 53
Alagamento e Inundação 53
GRUPO 06 – ROUBO DE VALORES 54
Seguros de Roubo de Valores no Interior das Dependências do Segurado 54
Seguro de Roubo de Valores em Trânsito em Mãos de Portadores 55

SEGUROS COMPREENSIVOS
GRUPO 07 – ROUBO DE BENS 55
Seguro de Roubo ou Furto Qualificado de Bens (Comerciais e Industriais) 55
Seguro de Roubo ou Furto Qualificado de Bens do Condomínio 56
Seguro de Roubo ou Furto Qualificado de
Bens - Residências Habituais e Residências de Veraneio 57
GRUPO 08 – RESPONSABILIDADE CIVIL 57
Responsabilidade Civil Condomínios Residenciais 57
Responsabilidade Civil Guarda de Veículos de Terceiros Compreensiva 59
Responsabilidade Civil Familiar 61
Responsabilidade Civil Estabelecimentos Comerciais ou Industriais 62
GRUPO 09 – TUMULTOS 63

GRUPO 10 – DERRAME/VAZAMENTO 63
Derrame ou Vazamento de Chuveiros Automáticos (Sprinklers) 63
Vazamento de Tubulações e Tanques 64
GRUPO 11 – QUEBRA DE VIDROS/ ANÚNCIOS LUMINOSOS 64
Anúncios Luminosos 64
Quebra de Vidros 65
Quebra de Vidros, Espelhos, Mármores, Azulejos e Ladrilhos 65
GRUPO 12 – DESENTULHO/ DESMORONAMENTO 66
Desmoronamento 66
Desentulho e Demolição 66
FIXANDO CONCEITOS 3 67

4. SEGUROS DE RISCOS
NOMEADOS E OPERACIONAIS 70
SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS 71
Riscos Seguráveis 72
Coberturas 72
Informações Básicas 73
Inspeção de Risco 73
Avaliação do Potencial de Perdas 73

SEGUROS COMPREENSIVOS
SEGUROS DE RISCOS OPERACIONAIS 74
Características Principais 74
FIXANDO CONCEITOS 4 75

ESTUDOS DE CASO 77

GABARITO 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80

SEGUROS COMPREENSIVOS
ASPECTOS GERAIS
01
dos SEGUROS COMPREENSIVOS
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:


TÓPICOS
■ Entender os objetivos dos ■ Identificar os diferentes
DESTA UNIDADE
Seguros Compreensivos ramos de Seguros
Patrimoniais a partir da ⊲ CARACTERÍSTICAS DOS
■ Diferenciar Seguros SEGUROS COMPREENSIVOS
Susep de 2005
Compreensivos e Seguro OU MULTIRRISCOS
de Incêndio Tradicional ■ Conhecer as
características dos ⊲ COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS
Seguros Compreensivos COMPREENSIVO OU
MULTIRRISCOS

⊲ OBJETIVO DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

SEGUROS COMPREENSIVOS 8
UNIDADE 1

A forma de contratação dos seguros patrimoniais, especificamente do


seguro incêndio, sofreu alterações significativas. Evoluiu de uma situação
de padronização e tarifação com absoluta rigidez para uma outra, flexível
e dinâmica.

As apólices de danos materiais, com algumas exceções, operavam suas


garantias com contratos que incluíam cláusula de rateio rígida demais,
obrigando, portanto, a sua formalização, tendo como base que os capi-
tais segurados deveriam representar 100% do valor em risco. Tal condição
sempre foi motivo de discussão pelo segurado, que se via prejudicado,
uma vez que:

■ A probabilidade de perda total dos bens era reduzida.


■ Os custos finais elevados, por conta de taxas reconhecidamente
altas, inviabilizavam a contratação de seguros eficientes.
■ O processo inflacionário do país tornava extremamente difícil a
manutenção dos valores inicialmente contratados.
Para compensar as perdas sofridas pelo seu patrimônio, em face da diver-
sidade de riscos existentes, o segurado era obrigado a contratar diversos
seguros separadamente, como incêndio, alagamento, roubo, desmorona-
mento, entre outros.

Na ocorrência de sinistro, devido à variedade de apólices com suas res-


pectivas condições, tornava difícil saber se o evento (risco previsto) estava
coberto e qual das apólices garantia esse evento.

SEGUROS COMPREENSIVOS 9
UNIDADE 1

Exemplo
Veja um exemplo de como era feito antes dos seguros compreensivos.
Um condomínio que desejasse contratar seguros para garantir as coberturas relaciona-
das a seguir, precisaria contratar sete apólices de seguro distintas, cada qual com seu
custo de apólice e respectivo IOF, o que onerava bastante a cota condominial:
■ riscos de incêndio (Ramo Incêndio);
■ alagamento e desmoronamento (Ramo Riscos Diversos);
■ acidentes pessoais dos empregados (Ramo Acidentes Pessoais);
■ responsabilidade civil do condomínio (Ramo Responsabilidade Civil);
■ roubo de bens (Ramo Roubo), tumultos e atos de vandalismo (Ramo Tumultos);
■ quebra de vidros (Ramo Vidros).

Além disso, era necessário um controle rígido para não perder a data de renovação de
cada uma das apólices contratadas.

O mercado não tinha como oferecer ao segurado produtos que realmente


amparassem seu patrimônio e em condições de fácil compreensão. Isso
gerava insegurança para o segurado e desconfiança em relação ao merca-
do segurador.

Tendo em vista a necessidade de atender ao mercado consumidor de


seguros, buscava-se um modelo de seguro capaz de oferecer uma cober-
tura na medida exata das perdas efetivamente passíveis de ocorrerem em
certos riscos.

Diante deste cenário, objetivando a modernização do seguro no Brasil,


no início da década de 90 o Governo Federal lançou o Plano Diretor do
Sistema de Seguros, visando à desregulamentação e ao desenvolvimento
do mercado segurador. Novas operações foram desenvolvidas e consoli-
dadas formando um novo quadro dos Seguros Patrimoniais, englobando,
além do Seguro Incêndio Tradicional, os seguintes Seguros:

■ Multirriscos (Compreensivos Residenciais, Condominiais e Empresa)


■ Riscos Nomeados
■ Riscos Operacionais
O Plano teve como uma das suas diretrizes básicas:

■ A abordagem do seguro sob o enfoque do consumidor (segura-


do), visando tornar o seguro mais acessível, de melhor qualidade e
com possível redução dos custos finais.

SEGUROS COMPREENSIVOS 10
UNIDADE 1

■ As tarifas passam a ser apenas um referencial para o mercado


segurador, e as seguradoras desenvolveram suas próprias tarifas
após prévia aprovação junto à SUSEP.
■ A possibilidade de se criar os planos de seguros compreensivos ou
multirriscos, que não constituíam um ramo ou modalidade de seguro.
Foram, na verdade e em essência, uma forma de contratação onde
se conjugam vários ramos ou modalidades numa mesma apólice.
Embora o seguro multirriscos ou compreensivos seja, fundamentalmente,
uma forma de contratação, ele não se restringe a uma mera aglomera-
ção de diferentes seguros em um só contrato. Muito mais do que isso, ele
proporcionou a revisão e o desenvolvimento de parâmetros técnicos que,
embora mantendo as bases e características fundamentais de suas cartei-
ras de origem, ganharam novos perfis e estrutura.

Em 2005, a SUSEP ratificou essas novas formas de contratação dos Segu-


ros Patrimoniais e transformou esses seguros em ramos independentes,
criando, para efeitos contábeis, a seguinte codificação:

CÓDIGO DO RAMO DENOMINAÇÃO DOS RAMOS

11 Incêndio Tradicional

Compreensivo
14
Residencial

Compreensivo
16 Multirriscos
Condomínio

Compreensivo
18
Empresarial

Riscos Nomeados
96
e Operacionais

Com a abertura do mercado de resseguros, cada seguradora criou e


desenvolveu seus critérios próprios, a serem utilizados nos Seguros Com-
preensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais. Contudo, esses cri-
térios (tarifas) inicialmente são baseados nas tarifas tradicionais, principal-
mente na Tarifa de Seguro Incêndio.

A Circular SUSEP nº 395/2009, suspendeu a contratação do Seguro Incên-


dio Tradicional e estabeleceu nova codificação dos ramos de seguros e
também sobre as coberturas contidas nos planos de seguro para fim de
contabilização.

Dessa forma, os seguros a serem considerados no Grupo de Seguros Patri-


moniais, ficou definida a seguinte codificação:

SEGUROS COMPREENSIVOS 11
UNIDADE 1

NOME DO IDENTIFICADOR NOME DO


GRUPO OBSERVAÇÃO
GRUPO DO RAMO RAMO

11 Incêndio Run Off


tradicional

14 Compreensivo
Residencial

16 Compreensivo
01 Patrimonial Condomínio

18 Compreensivo
Empresarial

96 Riscos
Nomeados
e Operacional

Observação
Os Seguros de Riscos Nomeados e de Riscos Operacionais (cobertura All Risks), assim
como o Seguro Compreensivo, são todos seguros com a estruturação semelhante, quan-
to a escolha de coberturas (nomeação das coberturas necessárias). A classificação se dá
apenas em função da variação do volume de importância segurada para cada uma delas.

O Seguro de Incêndio Tradicional com sua suspensão, foi substituído pelo


Seguro Multirriscos.

Todos esses Seguros incluem o Seguro de Incêndio Tradicional, pois esse


não é mais comercializado individualmente, de acordo com a Circular
395/2009 da SUSEP.

Portanto, Seguro de Incêndio Tradicional não terá mais código para fins de
contabilização, devendo as seguradoras se adequar às novas regras.

As características importantes do Seguro Incêndio Tradicional serviram de


base para o entendimento e para formatação de taxas e conceitos dos
Seguros Compreensivos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 12
UNIDADE 1

CARACTERÍSTICAS DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS
Caracterizados como seguros destinados a operações em massa e de
comercialização ampla, a maioria das seguradoras, hoje, tem um ou mais
“produtos multirriscos”, elaborados a partir de suas próprias avaliações e
experiências, e desenhados da maneira considerada como a mais apro-
priada para o atendimento da demanda do mercado.

Os Seguros Compreensivos, também chamados de Multirriscos, integram


os Seguros Patrimoniais. É a modalidade de seguro que reúne diferentes
coberturas numa mesma apólice.

Antes dos Seguros Compreensivos a contratação de seguros era feita atra-


vés de diversas apólices, dependendo das coberturas desejadas e dos
ramos aos quais estavam vinculadas.

A palavra “incêndio” tem Com o advento dos Seguros Compreensivos, é possível proteger o patrimô-
sua origem na palavra latina nio contra os mais variados riscos com apenas uma apólice, sem a necessi-
incendiu, que significa o ato ou dade de contratar diversas apólices. Os Seguros Compreensivos oferecem
efeito da propagação de fogo. cobertura para incêndio, queda de raio e explosão (cobertura básica), além
Para fins desse seguro, podemos,
de diversas coberturas adicionais, tais como: vendaval, danos elétricos, res-
portanto, definir incêndio como
sendo o fogo que se propaga ou ponsabilidade civil, perda de aluguel, entre outras.
se desenvolve com intensidade,
destruindo e causando prejuízos
(danos), e, para que fique
caracterizada a sua ocorrência, é
preciso que: COMPOSIÇÃO DOS SEGUROS
■ o fogo se alastre, se
desenvolva e se propague; COMPREENSIVO OU
■ a capacidade de se alastrar não
esteja limitada a um recipiente MULTIRRISCOS
ou a qualquer outro local onde
habitualmente haja fogo, ou
seja, é necessário que o incêndio Os Seguros Compreensivos ou Multirriscos são compostos por:
ocorra em local indesejado ou
não habitual; ■ Compreensivos residenciais;
■ o fogo cause dano ou prejuízo.
■ Compreensivos condominiais;
■ Compreensivos Empresariais.

SEGUROS COMPREENSIVOS 13
UNIDADE 1

Diferença entre Seguro de Incêndio


Tradicional e Seguros Compreensivos
Seguro de Incêndio Tradicional
■ Cada planta tinha taxas próprias.
■ O prêmio era calculado de forma individual para cada planta do risco.
■ Especificação de apólice longa e complexa.
Originalmente, a forma de contratação do Seguro Incêndio Tradicional
era operacionalmente muito mais complexa do que atualmente praticada.
Cada planta de risco deveria ser taxada e ter seu prêmio calculado indi-
vidualmente, possibilitando, assim, a especificação final da apólice para
determinação do prêmio final.

Seguros Compreensivos, Riscos


Nomeados e Operacionais
■ Cobertura para o endereço segurado.
■ Importância Segurada única.
■ Especificação simples e de fácil compreensão.
Nos Seguros Compreensivos, a unidade de risco é o endereço segurado,
não havendo necessidade de individualizar riscos isolados. Tanto a cober-
tura básica (obrigatória) quanto as coberturas adicionais cobrem apenas
riscos inerentes ao endereço constante da apólice.

Além disso, as apólices dos seguros compreensivos costumam incluir ser-


viços de Assistência 24 horas como chaveiro, encanador, eletricista etc.

É, portanto, um seguro mais amplo e que pode ser feito sob medida para
cada empresa.

— Seguros Compreensivos
Padronizados e Não Padronizados
Para o enquadramento dos diversos ramos ou planos de seguros criados ou
a serem criados pelo mercado segurador, a SUSEP num primeiro momento,
por meio da Circular 265, de 16/08/2004, redistribuiu os diversos ramos ou
planos de seguros em planos padronizados e não padronizados:

■ Seguros Padronizados – Assim considerados aqueles cujas


condições contratuais são idênticas e padronizadas às condições
previstas em normas do CNSP ou da SUSEP. Nestes seguros, são
estabelecidos padrões e condições contratuais que serão iguais
para todas as seguradoras.

SEGUROS COMPREENSIVOS 14
UNIDADE 1

comercialização pode ser feita por qualquer seguradora autorizada pela


Nota SUSEP a operar no respectivo ramo.

Em 2006, a SUSEP lançou Exemplo: Seguro Incêndio Tradicional (suspenso pela Circular SUSEP
no mercado um plano 395/2009), Seguro de Lucros Cessantes, Seguro de Transportes, entre
padronizado de Seguros outros.
Compreensivos (Circular ■ Seguros Não Padronizados – cada seguradora, autorizada pela
SUSEP 321/2006) – assunto
SUSEP, pode elaborar seus próprios produtos, e podem ocorrer
que será alvo de estudo
diferenças significativas entre eles, principalmente em relação às
das unidades 2 e 3 deste
taxas, franquias e condições, exigindo atenção do Corretor de
material didático. No
Seguros ao oferecê-los a seus segurados.
entanto, isso não impediu
que as seguradoras As seguradoras devem observar os critérios mínimos, previstos na regula-
continuassem a desenvolver mentação específica, para a estruturação das condições contratuais e das
e operar produtos de notas técnicas atuariais de um ramo ou plano de seguros. No que se refere
Seguros Compreensivos à comercialização, cada seguradora elaborará o clausulado do seu produ-
Não Padronizados. to e, após a aprovação da SUSEP, poderá comercializá-lo.

Exemplo: Seguros Compreensivos Residenciais, Seguros Compreensivos


Condominiais e Seguros Compreensivos Empresariais.

Desse modo, no mercado de Seguros Compreensivos, a maioria das segu-


radoras possui seus produtos não padronizados, que compreendem um
leque de coberturas – básicas e adicionais – para atender à necessidade
de proteção ao segurado.

Nos produtos não padronizados, os


“Seguros Compreensivos” apresentam
como características principais:
■ Cobertura básica envolvendo os riscos de incêndio, raio e explosão;
■ contratação do seguro a Primeiro Risco Absoluto, ou seja, sem a
aplicação da cláusula de rateio, para praticamente todas as cober-
turas denominadas pelas seguradoras de coberturas adicionais
contratadas, excetuando-se a cobertura de Lucros Cessantes dos
Seguros Compreensivos Empresariais que, conforme a segurado-
ra, pode ser oferecida a Risco Absoluto e/ou a Risco Relativo;
■ segmentação pela ocupação e pelos valores dos riscos, visando
homogeneizar as carteiras. Os locais dos riscos são segmentados
pela ocupação e tamanho, o que permite a contratação de produ-
tos simples e ajustados às necessidades de cada cliente;
■ redução das taxas em relação aos chamados seguros convencio-
nais, em especial quanto à cobertura de Incêndio, com construção
de critérios tarifários contemplando novos elementos na taxação;
■ fácil compreensão pelos segurados;

SEGUROS COMPREENSIVOS 15
UNIDADE 1

■ estruturação modular com uma ampla gama de coberturas e


garantias acessórias, permitindo ao segurado a escolha das mais
adequadas às suas necessidades, o que resulta na montagem de
um seguro “personalizado”.

OBJETIVO DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS OU
MULTIRRISCOS
O objetivo dos Seguros Compreensivos ou Multirriscos é garantir ao segu-
rado, até o valor do LMI – Limite Máximo de Indenização – em cada uma
das garantias contratadas, o pagamento de indenização por prejuízos
decorrentes de perdas e danos aos bens segurados, ocorridos no local
segurado, em consequência de risco coberto.

Para que se concretize uma indenização pelos Seguros Compreensivos,


devem ser atendidos os seguintes requisitos:

■ os prejuízos devem ser devidamente comprovados;


■ as perdas e danos devem ter ocorrido no endereço segurado, já
que nos Seguros Compreensivos a unidade de risco é o local ou
endereço segurado;
■ os riscos devem estar previstos no contrato de seguro para
serem cobertos;
■ todas as condições contratuais, inclusive as relativas a prazos,
devem ter sido respeitadas;
■ para o pagamento das indenizações, será respeitado o Limite
Máximo de Indenização (LMI) contratado para cada cobertura, e a
indenização total não poderá exceder o Limite Máximo de Garantia
(LMG) da apólice.
Nos Seguros Compreensivos, a unidade de risco é o endereço segurado,
não havendo necessidade de individualizar riscos isolados, e estarão cober-
tos os riscos previstos e descritos nas coberturas contratadas na apólice.

As condições de coberturas e exclusões descritas nas condições gerais


apresentam as informações dos riscos cobertos, excluídos e os bens não
compreendidos no seguro. Essas condições são aplicadas a todas as
garantias constantes da apólice, salvo expressa disposição em contrário.

SEGUROS COMPREENSIVOS 16
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1
1. Analise as proposições a seguir, considerando a efetivação pelos Segu-
ros Compreensivos:

(I) Os riscos devem estar previstos no contrato de seguro para serem


cobertos.
(II) Os prejuízos devem ser devidamente comprovados.
(III) Todas as condições contratuais, inclusive as relativas a prazos, devem
ter sido respeitadas, exceto quanto ao pagamento do prêmio, que
poderá estar vencido e não pago tempestivamente.
(IV) Perdas e danos devem ter ocorrido no endereço segurado, já que
nos Seguros Compreensivos a unidade de risco é o local ou endere-
ço segurado.
(V) Para o pagamento das indenizações, será respeitado o Limite Máxi-
mo de Indenização (LMI) de cada cobertura, e a indenização total não
poderá exceder o Limite Máximo de Garantia (LMG) da apólice.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(b) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II, IV e V são proposições verdadeiras.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:

2. Para que se concretize uma indenização pelos Seguros Compreensivos,


devem ser atendidos os seguintes requisitos:

I) Os prejuízos devem ser devidamente comprovados.

II) As perdas e danos devem ter ocorrido no endereço segurado.

III) Os prejuízos serão indenizados, independentemente de serem compro-


vados.

IV) O valor das indenizações poderá exceder o Limite Máximo de Garantia


(LMG) da apólice.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.

(b) Somente II é proposição verdadeira.

SEGUROS COMPREENSIVOS 17
FIXANDO CONCEITOS

(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.

(d) Somente III e IV são proposições verdadeiras.

(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta

3. É considerado um ramo do Multirrisco:

(a) Seguro de Incêndio Tradicional

(b) Seguro de Risco Operacional

(c) Seguro de Lucros Cessantes

(d) Seguro Compreensivo Empresarial

(e) Seguro de Risco Nomeado

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque


a alternativa correta

4. Nos produtos não padronizados, os Seguros Compreensivos apresen-


tam como características principais:

( ) cobertura básica envolvendo os riscos de incêndio, raio e explosão;

( ) contratação do seguro a Primeiro Risco Absoluto, ou seja, sem a aplica-


ção da cláusula de rateio, para praticamente todas as coberturas denomi-
nadas pelas seguradoras de coberturas adicionais, excetuando-se casos
específicos de cobertura adicional de Lucros Cessantes em determinados
Compreeensivos Empresariais;

( ) segmentação pela ocupação e valores dos riscos. Os locais dos riscos


são segmentados pela ocupação e tamanho, o que permite a contratação
de produtos simples e ajustados às necessidades de cada cliente;

( ) aumento das taxas em relação aos chamados seguros convencionais

Agora assinale a alternativa correta:

(a) V, F, V, V.

(b) V, V, F, F.

(c) V, V, V, F.

(d) F, V, F, F.

(e) V, V, V, V.

SEGUROS COMPREENSIVOS 18
SEGUROS
COMPREENSIVOS
02 UNIDADE 2

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a ■ Conhecer os produtos de
sistematização dos Seguros Compreensivos, ⊲ SISTEMÁTICA DOS SEGUROS
Seguros Compreensivos; suas características, COMPREENSIVOS OU
coberturas e seus serviços MULTIRRISCOS
■ Conhecer as condições
gerais dos Seguros agregados.
⊲ CONDIÇÕES GERAIS
Compreensivos;
⊲ PRODUTOS E COBERTURAS

⊲ SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS


SEGUROS COMPREENSIVOS
OU MULTIRRISCOS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

SEGUROS COMPREENSIVOS 19
UNIDADE 2

SISTEMÁTICA DOS SEGUROS


COMPREENSIVOS
OU MULTIRRISCOS
Os Seguros Compreensivos, também denominados Seguros Multirriscos,
juntamente com os Seguros de Riscos Nomeados e Riscos Operacionais,
são considerados formas mais modernas de contratação de Seguros Patri-
moniais e incluem, entre outras, as coberturas previstas nos Seguros Tra-
dicionais, inclusive a de Incêndio, uma vez que permite por meio de uma
única apólice dar cobertura para diversos tipos de riscos.

Essa nova forma de contratar seguros com pluralidade de coberturas,


se tornou realidade, a partir de 1992, com o advento do Plano Diretor do
Sistema de Seguros.

Visando otimizar as taxações desses novos planos de seguro, além dos


já conhecidos critérios de taxação adotados nas diversas modalidades
de seguro, os inspetores de risco também passaram a dedicar especial
atenção ao estudo potencial de perdas, procurando apurar, também,
para cada risco a segurar, os seguintes fatores:

Perdas Normais Esperadas (PNE)


Entendidas como as perdas corriqueiras reparadas pela equipe de
manutenção e que, na maior parte das vezes, não interrompem
a produção. Geralmente, esses valores norteiam a fixação pelas
seguradoras das franquias e das POS (participações obrigatórias
dos segurados), por terem, quase sempre, grande frequência e
baixo custo de reparo.

SEGUROS COMPREENSIVOS 20
UNIDADE 2

Dano Máximo Provável (DMP)


Representa a extensão que o evento pode atingir em condições nor-
mais de atividade, considerando, além das características intrínsecas
do risco, a tempestividade e a efetividade dos meios de proteção
disponíveis (circunstâncias normais de funcionamento, operação e
segurança). Em geral, esse valor auxilia o segurado na fixação da
importância segurada mínima para que não sofra perdas. Por exem-
plo, se houver um princípio de incêndio e a empresa dispuser de
sistemas de hidrantes, extintores e todos funcionarem, qual seria o
dano máximo que, provavelmente, sobreviria aos bens segurados?

Perda Máxima Possível (PMP)


Representa o que pode ocorrer quando as condições desfavorá-
veis se combinarem excepcionalmente e os meios de combate
não operarem. Esse valor, normalmente, auxilia o segurado na
fixação do LMI – Limite Máximo de Indenização –, necessário à
proteção dos bens segurados. Se no exemplo anterior, todos os
mecanismos falhassem, qual seria o valor da perda imposta aos
bens segurados pelo incêndio antes que ele fosse debelado?

CONDIÇÕES GERAIS
As Condições Gerais são normatizadas pela SUSEP e compostas pelo con-
junto de cláusulas contratuais comuns a todas as modalidades ou coberturas
de um mesmo ramo de seguro, que estabelecem as obrigações e os direitos
do segurado e do segurador.

Elas dizem respeito a todos os contratos de um mesmo ramo de seguro,


ou seja, são as cláusulas da apólice que têm aplicação geral aos riscos
da mesma natureza.

Apólice, por sua vez, é o documento que formaliza o contrato de seguro,


estabelecendo os direitos e as obrigações da seguradora e do segurado.
A apólice de seguro caracteriza a aceitação dos itens discriminados na
proposta e o compromisso formal da seguradora em atender todas as obri-
gações advindas das cláusulas contidas na proposta.

As cláusulas estudadas aqui terão como referência a Circular SUSEP


321/2006, que introduziu o Seguro Compreensivo Padronizado no merca-
do, padronizando condições gerais e clausulados das coberturas para os
compreensivos. Como a SUSEP pesquisou as práticas de mercado para
compor a referida circular, esta passou a constituir importante material
didático, mesmo que a esmagadora maioria do mercado não tenha aderi-
do ao padronizado sugerido.

SEGUROS COMPREENSIVOS 21
UNIDADE 2

Dentro dos Seguros compreensivos, existem cláusulas específicas que nor-


teiam a construção do contrato/apólice. Podemos destacar as seguintes
(referência Circular SUSEP 321/2006 – Seguro Compreensivo Padronizado):

— Cláusula de Objetivo do Seguro


Objetivo: esta cláusula estabelece que a finalidade desse seguro é garan-
tir o pagamento dos sinistros cobertos, observados o Limite Máximo de
Garantia (LMG) da apólice e o Limite Máximo de Indenização (LMI) fixados
para cada cobertura contratada.

— Cláusula de Riscos Cobertos


Objetivo: esta cláusula ratifica que os riscos cobertos são os previstos
nas condições gerais e em cada uma das coberturas contratadas, além de
prestar os seguintes esclarecimentos:

■ será considerada uma única ocorrência os danos múltiplos ou


sucessivos associados a diversos fatos geradores, sem que haja
possibilidade de individualizá-los, ou seja, estabelecer perfeita-
mente a relação de causa e efeito entre eles.
Exemplo: se houver um incêndio e uma explosão (causas) e, em
consequência de tais eventos, ocorrerem a quebra, o desmorona-
mento e a deterioração de mercadorias (efeitos) sem que se consi-
ga estabelecer a perfeita relação entre cada causa e cada efeito, a
ocorrência será caracterizada como uma única;

■ se o risco causador do sinistro estiver, simultaneamente, ampa-


rado por várias coberturas, prevalecerá aquela que for mais
favorável ao segurado, a seu critério, não sendo admitidos a acu-
mulação de coberturas e seus respectivos limites máximos de
indenização contratados;
■ as despesas de socorro e salvamento estarão amparados pela res-
pectiva cobertura de seguro.

— Cláusula de Riscos Excluídos


Objetivo: esta cláusula estabelece as exclusões de riscos, ou seja, aquelas
situações não garantidas pela apólice de seguros de forma geral.

São riscos excluídos apresentados pelo mercado segurador, entre outros,


prejuízos resultantes, direta ou indiretamente, de:

a) má qualidade, vício intrínseco não declarado ou mesmo declarado, pelo


Segurado na Proposta de Seguro;

SEGUROS COMPREENSIVOS 22
UNIDADE 2

b) desarranjo mecânico, desgaste natural pelo uso, deterioração gradativa,


manutenção deficiente ou inadequada, operações de reparo, ajustamento
e serviços de manutenção dos bens/interesses garantidos, erosão, corro-
são, ferrugem, oxidação, incrustação, fadiga, fermentação ou combustão
natural ou espontânea;

c) atos de autoridade pública, salvo para evitar propagação de danos


cobertos por este seguro;

d) atos de hostilidade ou de guerra, rebelião, insurreição, revolução,


motim, confisco, nacionalização, destruição ou requisição decorrentes de
qualquer ato de autoridade de fato ou de direito, civil ou militar;

e) dano, responsabilidade ou despesa causada por, atribuída a, ou resul-


tante de qualquer arma química, biológica, bioquímica ou eletromagnética,
bem como a utilização ou operação, como meio de causar prejuízo, de
qualquer computador ou programa, sistema ou vírus de computador, ou,
ainda, de qualquer outro sistema eletrônico;

f) qualquer perda ou destruição, ou dano de quaisquer bens materiais, ou


qualquer prejuízo, ou despesa emergente, ou qualquer dano consequente
de qualquer responsabilidade legal de qualquer natureza, direta ou indireta-
mente causados por, resultantes de ou para os quais tenham contribuído fis-
são nuclear, radiações ionizantes, contaminação pela radioatividade de qual-
quer combustível nuclear, resíduos nucleares ou material de armas nucleares;

g) falha ou mau funcionamento de qualquer equipamento ou programa


de computador, ou sistema de computação eletrônica de dados em reco-
nhecer, ou corretamente interpretar, ou processar, ou distinguir, ou salvar
qualquer data como a real e correta data de calendário, ainda que continue
a funcionar corretamente após aquela data.

— Cláusula de Bens ou
Interesses Não Garantidos
Objetivo: esta cláusula estabelece os bens ou interesses não garantidos
pela apólice de seguros de forma geral.

São bens ou interesses excluídos mais comuns apresentados pelo merca-


do segurador, entre outros:

■ árvores, jardins e quaisquer tipos de plantação ou vegetação;


■ veículos terrestres, aviões, embarcações, motonetas, motocicletas
e similares, inclusive suas peças, componentes, acessórios e obje-
tos neles instalados, depositados ou que deles façam parte;
■ animais de qualquer espécie.

SEGUROS COMPREENSIVOS 23
UNIDADE 2

— Cláusula de Limites
Objetivo: esta cláusula define o significado dos termos Limite Máximo de
Garantia (LMG) e Limite Máximo de Indenização (LMI) adotados nos Segu-
ros Compreensivos.

Limite Máximo de Garantia (LMG)


Representa o limite máximo de responsabilidade da sociedade segu-
radora, de estipulação opcional, aplicado quando uma reclamação, ou
série de reclamações decorrentes do mesmo fato gerador, é garantida por
mais de uma das coberturas contratadas. O LMG da apólice é fixado com
valor menor ou igual à soma dos limites máximos de indenizações estabe-
lecidos individualmente para cada cobertura contratada. Na hipótese de
a soma das indenizações, decorrentes do mesmo fato gerador, atingir o
LMG, a apólice será cancelada.

Limite Máximo de Indenização


(LMI) por Cobertura
Segundo esta cláusula, entende-se por Limite Máximo de Indenização o
valor fixado para cada uma das coberturas contratadas pelo segura-
do, que representa o valor máximo a ser pago pela seguradora, em decor-
rência de um sinistro ou série de sinistros garantidos por aquela cobertura,
respeitado o limite máximo de garantia da apólice.

Os limites máximos de indenização fixados são específicos de cada cober-


tura, não sendo admissível a transferência de valores de uma cober-
tura para outra.

Observação
Com o pagamento da indenização, a seguradora adquire o direito sobre as ações do
segurado contra terceiros (sub-rogação de direitos) e pode exigir do segurado o instru-
mento de cessão e os documentos hábeis para o exercício desses direitos.
O segurado, por sua vez, não pode praticar qualquer ato que venha a prejudicar o
direito de sub-rogação da seguradora, nem fazer acordo ou transação com terceiros
responsáveis pelo acidente, salvo prévia e expressa autorização da seguradora.

SEGUROS COMPREENSIVOS 24
UNIDADE 2

— Cláusula de Rescisão e
Cancelamento do Contrato de Seguro
Objetivo: fixar as regras de rescisão e cancelamento do contrato de segu-
ro, no todo ou em parte, consistindo, basicamente, nas seguintes situações:

■ por inadimplemento do segurado;


■ por perda de direito do segurado;
■ por esgotamento do limite máximo de garantia da apólice;
■ quando a indenização ou série de indenizações pagas atingirem
o limite máximo de indenização de uma determinada cobertura, o
cancelamento afetará apenas essa cobertura;
■ pela concordância recíproca entre segurado e seguradora, por escri-
to, caso em que o cancelamento será denominado rescisão, e, como
ocorre em outros ramos de seguro, na hipótese de rescisão a pedido
da seguradora, esta reterá do prêmio recebido, além dos emolumen-
tos, a parte proporcional ao tempo decorrido e, na hipótese de res-
cisão a pedido do segurado, a seguradora reterá, além dos emolu-
mentos, o prêmio calculado de acordo com a Tabela de Prazo Curto.
Nos casos de rescisão que gerem restituição, os valores devidos
a título de devolução de prêmios, no caso de cancelamento
do contrato, serão pagos no prazo máximo de 10 dias e estão
sujeitos à atualização monetária, caso o respectivo prazo não
seja respeitado.

— Cláusula de Atualização de Valores


Contratados e Encargos Moratórios
Objetivo: definir que os Seguros Compreensivos devem ser contratados em
moeda corrente nacional (exceto no caso das operações contratadas em
moeda estrangeira, expressamente autorizadas nos termos da regulamen-
tação específica), observados alguns critérios para a atualização de valores,
como os seguintes:

■ as contratações com vigência igual ou inferior a um ano não pode-


rão conter cláusula de atualização de valores;
■ o segurado, a qualquer tempo, poderá subscrever nova proposta
ou solicitar emissão de endosso, para alteração do limite da garan-
tia contratualmente previsto, ficando a critério da seguradora sua
aceitação e alteração do prêmio, quando couber;
■ o índice pactuado para a atualização de valores será o IPCA/IBGE
ou o índice que vier a substituí-lo.

SEGUROS COMPREENSIVOS 25
UNIDADE 2

— Cláusula de Definições
Objetivo: explicitar as seguintes definições para os termos técnicos utiliza-
dos no contrato de Seguro Compreensivo:

Agravação do risco
Circunstâncias que aumentam a intensidade ou a probabilidade da
ocorrência do risco assumido pela seguradora, independentemen-
te da vontade do segurado;

Ato doloso
Ato intencional praticado no intuito de prejudicar a outrem;

Ato ilícito
Toda ação ou omissão voluntária, negligência, imperícia ou impru-
dência que viole direito alheio ou cause prejuízo a outrem;

Boa-fé
No contrato de seguro, é o procedimento absolutamente hones-
to que têm o segurado e a seguradora, agindo ambos com total
transparência, isentos de vícios e convictos de que agem em con-
formidade com a lei;

Cobertura
Garantia de compensação ao segurado, pelos prejuízos decorren-
tes da efetivação do sinistro previsto no contrato de seguro;

Emolumentos
Conjunto de despesas adicionais que a seguradora cobra do segu-
rado, correspondente às parcelas de impostos e outros encargos a
que está sujeito o seguro;

Evento
Toda e qualquer ocorrência ou acontecimento, decorrente de uma
mesma causa, passível de ser garantido por uma apólice de seguro;

Furto qualificado
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, mediante des-
truição ou rompimento de obstáculo à subtração dos bens segura-
dos, desde que tenha deixado vestígios materiais inequívocos ou
tenha sido constatada por inquérito policial;

SEGUROS COMPREENSIVOS 26
UNIDADE 2

Furto simples
Subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel, sem vestígios
materiais de sua ocorrência;

Força maior
Acontecimento inevitável e irresistível, ou seja, evento que poderia
ser previsto, porém não controlado ou evitado;

Greve
Ajuntamento de mais de três pessoas da mesma categoria ocupa-
cional que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde as chama
o dever;

Indenização
Valor devido por força de sinistro coberto, não podendo ultrapas-
sar, em hipótese alguma, o limite máximo de indenização da cober-
tura contratada e o limite máximo de garantia da apólice;

Lockout
Cessação da atividade por ato ou fato do empregador;

Objeto do seguro
Designação genérica de qualquer interesse segurado, sejam coisas,
pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos ou garantias;

Roubo
Subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, mediante
grave ameaça ou emprego de violência contra pessoa, ou depois
de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resis-
tência, quer pela ação física, quer pela aplicação de narcóticos ou
assalto à mão armada;

Tumulto
Ação de pessoas, com características de aglomeração, que per-
turbe a ordem pública por meio da prática de atos predatórios,
para cuja repressão não haja necessidade de intervenção das
Forças Armadas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 27
UNIDADE 2

PRODUTOS E COBERTURAS
Atualmente, os Seguros Compreensivos dominam nosso mercado de for-
Dicas ma que o antigo Seguro Incêndio Tradicional deixou de existir em todas as
suas modalidades.
Os Seguros Compreensivos
oferecem muitas Cada seguradora possui seu próprio Seguro Compreensivo, comercializa-
oportunidades de negócio do por meio de corretores, que devem se inteirar sobre esses produtos,
ao corretor, face ao elevado conhecer seus critérios operacionais e, acima de tudo, ter a prática de sua
potencial do mercado oferta e confecção de propostas.
existente de residências, Os Seguros Compreensivos possuem diferentes características de segura-
condomínios e empresas. dora para seguradora de forma que, dependendo da necessidade do segu-
O corretor especializado rado, nem sempre o custo mais econômico é o que melhor irá atendê-lo.
no segmento pode agregar
demasiado valor ao seu papel O corretor deve conhecer essas diferenças, conhecer seus clientes e,
de consultor de risco no então, apresentar o melhor produto e a maior abrangência securitária, de
momento da comercialização modo a cumprir sua real função: a de prestar à sociedade a prática de
dos produtos compreensivos, orientar e assistir na adequação de sua segurança.
que pode resultar, inclusive,
Os Seguros Compreensivos se dividem em:
na fidelidade por parte de
seu cliente. ■ residencial (casas e apartamentos, habituais e de veraneio);
■ condominial (residencial, escritórios e consultórios, comercial,
misto, flats e apart-hotéis);
■ empresarial, englobando os setores de serviços, comércio e indústria.
Esses seguros dispõem de uma grande gama de coberturas, porém sem-
Saiba mais pre será necessária a contratação da cobertura básica e, pelo menos, de
uma cobertura adicional.
Acesse os sites das diversas
seguradoras que operam no A partir de agora, estudaremos as três modalidades dos Seguros Com-
segmento dos compreensivos preensivos, considerando que o conteúdo apresentado aqui representa
e conheça seus produtos. as condições básicas desses seguros, uma vez que, comercializados pela
maioria das seguradoras, podem apresentar características distintas de
coberturas oferecidas, franquias, tarifas e assistências 24 horas, entre outras.

— Seguro Compreensivo Residencial


Este seguro é destinado a residências individuais, casas e apartamentos,
habituais ou de veraneio, amparando prédios e conteúdos existentes no
local indicado na apólice. É comum não serem abrangidos os imóveis deso-
cupados. Os imóveis em construção, reconstrução ou reforma são riscos
excluídos pelos Seguros Compreensivos Residenciais, devendo ser ampa-
rados por coberturas específicas do Seguro de Riscos de Engenharia.

SEGUROS COMPREENSIVOS 28
UNIDADE 2

No Seguro Residencial, todas as coberturas são concedidas a 1º


Dicas Risco Absoluto.

Entre as coberturas oferecidas, destacamos as relacionadas abaixo:


1. O Compreensivo Residencial
evidencia a finalidade social do Cobertura básica
seguro, por oferecer proteção A sua maioria é oferecida englobando os eventos de incêndio,
ao lar do indivíduo e sua família. queda de raio e explosão de qualquer natureza;

2. Possui baixa penetração no mer- Coberturas adicionais


cado de residências brasileiras, São várias e dizem respeito às necessidades do segurado. As prin-
portanto, trata-se de um seguro cipais e contidas em quase todos os produtos são
com ótima perspectiva de cres-
cimento. ■ acidentes pessoais de empregados ou do próprio segurado;
3. Cabe ao corretor que possui ■ alagamento e inundação;
carteira voltada a pessoas físicas
■ danos elétricos;
cumprir seu papel de consultor
de risco e trabalhar melhor este ■ desmoronamento;
seguro, de modo a não perder ■ equipamentos eletrônicos/computação;
oportunidades.
■ impacto de veículos;
4. Trata-se de um seguro cuja ex-
celente relação custo-benefício ■ perda/pagamento de aluguel;
é desconhecida pelo consumi- ■ quebra de vidros;
dor potencial e que apresenta
bons patamares de comissiona-
■ queda de aeronaves;
mento ao corretor. ■ responsabilidade civil familiar;
■ roubo e furto qualificado de bens;
■ tumultos/greve/lockout;
■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.

Importante
Repare que incêndio e queda de raio são coberturas básicas no Ramo Incêndio Tra-
dicional; da mesma forma nos seguros Compreensivos, a queda de raio também tem
amparo, devendo ter provas inequívocas de sua queda dentro do terreno segurado.
Isso simplifica e agiliza o processo de regulação de sinistros e ainda confere ao produto
uma flexibilização maior.
O risco de explosão nesses produtos é mais abrangente do que o do Incêndio Tradicio-
nal, pois é de qualquer natureza e também aqui pode ter ocorrido fora do local segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 29
UNIDADE 2

Além das coberturas básicas e adicionais, os seguros residenciais ofere-


Saiba mais cem ainda serviços de assistência domiciliar – também chamados de assis-
tência 24h –, que amparam o segurado em demandas de seu dia a dia ou
O levantamento do máximo de em situações emergenciais. Entre esses serviços, destacamos os mais
informações possível pelo corretor comuns:
é fundamental no momento da
contratação do seguro. ■ acompanhante em caso de hospitalização;
■ encanador (ou bombeiro hidráulico);
O critério tarifário e de aceitação
para o Seguro Compreensivo ■ chaveiro;
Residencial varia entre as ■ despachante;
seguradoras. As taxas e os critérios ■ eletricista;
de aceitação de cada seguradora ■ guarda de animais domésticos;
podem variar conforme, por
exemplo, o tipo de residência
■ guarda de crianças;
(casa ou apartamento), o tipo de ■ hospedagem;
uso (habitual ou veraneio), o tipo ■ limpeza;
de construção (alvenaria ou não ■ remoção em caso de falecimento;
alvenaria), a localização, o tipo ■ remoção médica;
de proteção contra roubo (para
cobertura de Roubo de Bens), etc.
■ retorno antecipado em caso de falecimento de parente próximo;
■ segurança e vigilância;
■ transmissão de mensagens urgentes;
Saiba mais ■ transporte e guarda de móveis;
■ transporte escolar.
O levantamento do máximo de
informações possível pelo corretor
é fundamental no momento da
contratação do seguro.
— Seguro Compreensivo Condomínio
O critério tarifário e de aceitação Este seguro é destinado a condomínios verticais e horizontais. A sua
para o Seguro Compreensivo ­contratação é obrigatória, devendo amparar todos os danos materiais e
Condomínio varia entre as tendo como bens seguráveis a estrutura do edifício, partes, instalações
seguradoras. As taxas e os elétricas e hidráulicas, e partes comuns, bem como as áreas privativas
critérios de aceitação de cada (exceto fundações, alicerces e o terreno).
seguradora podem variar Por definição, condomínio é uma edificação destinada a fins residenciais
conforme, por exemplo, o tipo de ou não residenciais, onde existe um domínio de mais de uma pessoa
condomínio (residencial, comercial, simultaneamente, cabendo a cada uma delas igual direito sobre partes
misto, apart, flat), se horizontal ou comuns ou privativas.
vertical, o número de pavimentos,
o número de unidades É representado por edificação de um ou mais pavimentos construídos sob
autônomas, o tipo proteção contra a forma de unidades autônomas, proprietárias de uma fração do terreno
incêndio, o tipo de proteção e coisas comuns, em que cada uma delas, para efeitos de identificação, é
contra roubo, o tipo de construção, assinalada por designação especial numérica ou alfabética.
a localização, o número de vagas
Os mutuários do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), apesar de já
de garagem, etc.
suportarem, de acordo com a sua fração ideal, um seguro obrigatório que

SEGUROS COMPREENSIVOS 30
UNIDADE 2

cobre as partes comuns e a parte privativa, não estarão desobrigados de


participar no seguro coletivo (Seguro Condomínio) da edificação.

Importante
Para quem possui o Seguro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a Resolução
CNSP no 218, de 6 de dezembro de 2010, estabeleceu, no artigo 8º, que o Seguro
Condomínio será considerado a 2º Risco Absoluto, enquanto perdurar o contrato de
financiamento concedido, e desde que o referido contrato esteja amparado por seguro
compulsório, dando cobertura contra incêndio e outros riscos que possam causar a
destruição total ou parcial do imóvel, garantindo a sua reposição integral.
A cobertura a 2º Risco Absoluto refere-se apenas ao imóvel do mutuário, não se apli-
cando às partes comuns do condomínio.

Em função da sua ocupação, os condomínios se classificam em:


Atenção
Condomínios residenciais
Aqueles compostos exclusivamente por residências;
Os conteúdos de propriedade
dos respectivos condôminos Condomínios de escritórios e consultórios
ou moradores das unidades Aqueles ocupados exclusivamente por escritórios ou consultórios;
autônomas não são
amparados neste seguro. Condomínios mistos
Aqueles ocupados por estabelecimentos comerciais e residenciais;
Algumas seguradoras
oferecem a garantia para os Condomínios comerciais
conteúdos das unidades Aqueles nos quais prevalecem os estabelecimentos comerciais;
autônomas sob forma de
cobertura adicional. Flats e apart-hotéis
Aqueles cujas unidades autônomas se encontram em regime de
locação temporária sob administração de empresa constituída
para tal atividade, como atividades de bares, restaurantes, áreas
de lazer e garagens;

Existem algumas exclusões para o enquadramento do edifício no Seguro


Condomínio, para as quais o seguro mais indicado seria o Empresarial.

São considerados riscos excluídos:

■ edifícios que não se caracterizam como condomínios por perten-


cerem a um único proprietário, ou seja, aqueles cuja propriedade
não seja conjuntamente exercida com outros;
■ edifícios-garagem;
■ edifícios que possuem as atividades comerciais com periculosida-
de do risco incêndio elevada.

SEGUROS COMPREENSIVOS 31
UNIDADE 2

No Seguro Condominial, a contratação será a 1º Risco Absoluto, e a Cober-


tura Básica é dividida em duas modalidades:

Cobertura Básica Simples


Com as coberturas de incêndio, queda de raio dentro do terreno
segurado e explosão de qualquer natureza;

Cobertura Básica Ampla


Com coberturas para quaisquer eventos que possam causar danos
materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos.

Se o condomínio contratar a Cobertura Básica Simples, deverá estabe-


lecer uma Importância Segurada única para os riscos de incêndio, raio e
explosão, e poderá incluir outras coberturas como adicionais com os limi-
tes que considerar adequados.

Entretanto, se o condomínio optar pela contratação da Cobertura Básica


Ampla, a Importância Segurada escolhida será única para todos os riscos
que compuserem a citada Cobertura Básica, além dos riscos de incêndio,
raio e explosão. Esses riscos serão definidos pelas respectivas segurado-
ras ao submeterem seus Planos de Seguro à SUSEP para a aprovação.

Poderão ser oferecidas, entre outras, as seguintes coberturas adicionais:

■ acidentes pessoais de empregados;


■ alagamento e inundação;
■ anúncios luminosos;
■ danos elétricos;
■ derrame d’água/vazamento de sprinkler;
■ desmoronamento;
■ equipamentos eletrônicos/computação;
■ impacto de veículos;
■ quebra de vidros;
■ queda de aeronaves;
■ responsabilidade civil condomínio;
■ responsabilidade civil guarda de veículos;
■ responsabilidade civil síndico;
■ roubo e furto qualificado de bens;
■ tumultos/greve/lockout;
■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.
No Seguro Condominial, o segurado poderá contar com os serviços de
assistência, como:

■ encanador ou bombeiro hidráulico;


■ chaveiro;

SEGUROS COMPREENSIVOS 32
UNIDADE 2

■ eletricista;
■ indicação de assessoramento jurídico emergencial;
■ limpeza;
■ reparo de antenas;
■ segurança e vigilância;
■ transmissão de mensagens urgentes;
■ transporte e guarda de móveis;
■ zelador substituto.

— Seguro Compreensivo Empresarial


Este seguro é destinado a pessoas jurídicas ou pessoas físicas que tenham
suas atividades nas áreas de prestação de serviços, comércio varejista
ou atacado, oficina, depósito e indústria.

No Seguro Empresarial, praticamente todas as coberturas adicionais


são concedidas a 1º Risco Absoluto, excetuando-se a cobertura de Lucros
Cessantes, que pode ser oferecida a Risco Absoluto e/ou Risco Relativo
pelas seguradoras.

Já a cobertura básica poderá ser concedida de acordo com os seguin-


tes critérios:

■ valor em risco igual ou inferior a determinado valor (que pode


variar, por exemplo, de R$ 2.000.000,00 a R$ 5.000.000,00, con-
forme a seguradora) – a cobertura e concedida a 1º Risco Absoluto;
■ valor em risco superior a determinado valor (que pode variar, por
exemplo, de R$ 2.000.000,00 a R$ 5.000.000,00, conforme a
seguradora) – a cobertura e concedida a 1º Risco Relativo.

Saiba mais
Como nos demais compreensivos e em qualquer outro tipo de seguro, é de fundamen-
tal importância o levantamento do máximo de informações possível no momento de
submeter o seguro à seguradora.
O critério tarifário e de aceitação para o Seguro Compreensivo Empresarial varia entre
as seguradoras. As taxas e os critérios de aceitação de cada seguradora podem variar
conforme a natureza de ocupação da empresa (comércio, indústria, escritório/consul-
tório ou depósito, por exemplo), a ocupação propriamente dita (farmácia, restaurante,
indústria metalúrgica, indústria de plástico, por exemplo), o tipo de processo industrial
(se com uso de inflamáveis ou não, por exemplo), o tipo de construção, o tipo proteção
contra incêndio, o tipo de proteção contra roubo, a localização e outros parâmetros que
cada seguradora possa apresentar.

SEGUROS COMPREENSIVOS 33
UNIDADE 2

Entre as coberturas, apresentamos aquelas que podem ser consideradas


como possíveis para contratação:

Cobertura básica
Dicas Na maior parte das vezes, é oferecida englobando os eventos:
incêndio, queda de raio e explosão de qualquer natureza;
As seguradoras
costumam lançar produtos Coberturas adicionais
compreensivos empresariais ■ alagamento e inundação;
voltados para segmentos ■ anúncios luminosos;
específicos de atividade. São, ■ danos elétricos;
nada menos, que produtos
■ derrame d’água/vazamento de sprinkler;
compreensivos empresariais,
com as mesmas regras que
■ desmoronamento;
estudamos aqui, que possuem ■ equipamentos eletrônicos/computação;
coberturas e serviços de ■ quebra de máquinas;
assistência específicos para ■ impacto de veículos;
atender a esses segmentos.
■ lucros cessantes ou despesas fixas;
São exemplos de tipos de
empresa atendidos por
■ perda/pagamento de aluguel;
produtos compreensivos ■ quebra de vidros;
empresariais específicos: bares ■ queda de aeronaves;
e restaurantes, academias de ■ responsabilidade civil;
ginástica, hotéis e pousadas,
■ roubo e furto qualificado de bens;
concessionárias de veículos,
escolas, pet shop e clínicas
■ tumultos/greve/lockout;
veterinárias, consultórios, etc. ■ valores no interior do estabelecimento e em mãos de portadores;
■ vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.

SEGUROS COMPREENSIVOS 34
UNIDADE 2

Atenção
Conforme a Circular SUSEP 419/2011, a modalidade de Quebra de Máquinas, que era
subscrita no Seguro de Riscos de Engenharia, passou a ser contratada como cobertura adi-
cional dos Seguros Patrimoniais.
Na cobertura adicional Quebra de Máquinas: A seguradora se obriga a indenizar o segurado
das perdas e dos danos, de natureza súbita e imprevisível, e decorrentes de causas como de-
feitos de fabricação, de material, erros de projeto, erros de montagem, falta de habilidade, negli-
gência, sabotagem, desintegração por força centrífuga, curto-circuito, tempestade ou qualquer
outra causa, exceto as expressamente excluídas nas condições gerais, e desde que tais bens
necessitem de reparo ou reposição e enquanto permanecerem válidos os elementos declarados
na proposta de seguro. Encontram-se cobertos, também, quaisquer danos ou avarias sofridos
pelos bens, resultantes de explosões físicas ou secas, entendendo-se como tal o rompimento
ou deformação das paredes de um recipiente com gás, vapor ou líquido, em consequência ex-
clusiva das forças de expansão ou compressão interna desses gases, vapores ou líquidos, que
venham a provocar um equilíbrio súbito e imprevisto entre as pressões internas e externas desse
mesmo recipiente. A cobertura se aplica aos bens segurados, quer estejam funcionando ou não,
inclusive quando em desmontagem para fins de limpeza, revisão e mudança dentro do local
segurado, durante essas operações, e no curso da subsequente remontagem.

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA DOS


SEGUROS COMPREENSIVOS
OU MULTIRRISCOS
A Circular SUSEP 310 foi expedida, visando, justamente, regulamentar a
oferta, pelas seguradoras, de serviços de assistência, caracterizados como
atividades complementares aos contratos de seguros, e estabelecer a
diferenciação entre esses serviços e as garantias similares oferecidas em
contratos de seguro.

De acordo com a SUSEP, as sociedades seguradoras deverão assumir res-


ponsabilidade subsidiária perante o segurado, pela prestação dos serviços
de assistência, na hipótese de não serem oferecidos como garantias de
contratos de seguro.

Tais serviços de assistência não poderão ser prestados diretamente pelas


seguradoras e deverão ter seus regulamentos previstos em documento
próprio, apartado das condições contratuais do seguro, não sendo neces-
sário submetê-los à SUSEP.

SEGUROS COMPREENSIVOS 35
UNIDADE 2

Como serviço, os pacotes de serviços de assistência podem ser cobrados


do segurado ou oferecidos de forma automática, tendo seus custos supor-
tados pela seguradora sem cobrança ao segurado.

Na hipótese de tais serviços serem cobrados do segurado, seu pagamen-


to poderá ser realizado no mesmo documento de cobrança do prêmio
comercial ou prêmio líquido, desde que esteja devidamente discriminado.

O regulamento da prestação de tais serviços, que será anexado às apólices,


não poderá prever pagamento em espécie ou reembolso ao segurado.

Atenção
Alternativamente, a SUSEP estabelece, ainda, que as seguradoras que comerciali-
zarem tais serviços em forma de coberturas (garantias) de seguro devem atender,
obrigatoriamente, às seguintes disposições:
■ as coberturas devem ter caráter prioritariamente indenitário, baseadas no pagamento
de indenização ou no reembolso ao segurado ou beneficiário de despesas incorridas,
conforme os valores e os limites máximos de indenização discriminados por cobertura
e fixados na apólice ou certificado individual;
■ deverá ser prevista a possibilidade de substituição da indenização ou reembolso pela
prestação de serviços, mediante acordo entre as partes;
■ o valor do reembolso ou da indenização deverá ser compatível com aqueles pratica-
dos pelo mercado de prestação de serviços;
■ deverá ser prevista a livre escolha do prestador de serviço, na hipótese do segurado
ou beneficiário optar pela prestação do serviço;
■ as coberturas devem estar diretamente relacionadas ao objeto segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 36
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Assinale a afirmativa correta


1. As formas mais modernas de contratação de Seguros Patrimoniais são:

(a) Seguros Compreensivos e Seguro Incêndio Tradicional.


(b) Seguro Incêndio Tradicional e Seguros de Riscos Nomeados.
(c) Seguros de Riscos Nomeados, Seguro Incêndio Tradicional e Riscos
Operacionais.
(d) Seguros Compreensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais.
(e) Riscos Operacionais, Riscos Nomeados e Seguro Incêndio Tradicional.

2. Visando otimizar o critério de taxação e análise de riscos, nos Segu-


ros Patrimoniais contratados sob a forma de Compreensivos, Nomeados
e Operacionais, além das disposições tarifárias constantes dos diversos
ramos e modalidades de seguro, os inspetores de risco também passaram
a dedicar especial atenção ao(à):

(a) Localização do imóvel a ser segurado.


(b) Ocupação ou atividade principal do segurado.
(c) Estudo potencial de perdas.
(d) Classe de construção da edificação.
(e) Proximidade do edifício segurado de aeroportos, rios, canais e lagoas.

3. Um dos fatores analisados pelo inspetor de riscos, visando à taxação


dos Seguros Patrimoniais e que, geralmente, norteia a fixação, pelas segu-
radoras, das franquias e das POS (participações obrigatórias dos segura-
dos), por terem quase sempre grande frequência e baixo custo de reparo,
é conhecido como:

(a) VRA – Valor em Risco Apurado.


(b) PNE – Perdas Normais Esperadas.
(c) DMP – Dano Máximo Provável.
(d) PI – Período Indenitário.
(e) PMP – Perda Máxima Possível.

4. Correlacione os fatores de análise do potencial de perdas com as res-


pectivas definições:

Fator de Análise do Potencial de Perdas


1. PNE – Perdas Normais Esperadas
2. DMP – Dano Máximo Provável
3. PMP – Perda Máxima Possível
SEGUROS COMPREENSIVOS 37
FIXANDO CONCEITOS

Definição Potencial de Perdas


( ) São as perdas corriqueiras reparadas pela equipe de manutenção e
que, geralmente, não interrompem a produção.
( ) Representa o que pode ocorrer quando as condições desfavoráveis
se combinarem excepcionalmente e os meios de combate não ope-
rarem.
( ) Representa a extensão que o evento pode atingir em condições
normais de atividade e com os sistemas de proteção e combate ao
risco analisado do local em funcionamento.

(a) 1 – 2 – 3. (d) 1 – 3 – 2.
(b) 2 – 3 – 1. (e) 3 – 1 – 2.
(c) 3 – 2 – 1.

5. O fator de análise de potencial de perdas, estabelecido pelo inspetor


de riscos, que, geralmente, auxilia o segurado na fixação da importância
segurada mínima, para que não sofra perdas, é conhecido como:

(a) VRA – Valor em Risco Apurado.


(b) PNE – Perdas Normais Esperadas.
(c) DMP – Dano Máximo Provável.
(d) PI – Período Indenitário.
(e) PMP – Perda Máxima Possível.

6. O fator de análise de potencial de perdas, estabelecido pelo inspetor


de riscos, que, geralmente, auxilia o segurado na fixação da importância
segurada máxima, necessária à proteção dos bens segurados, chama-se:

(a) VRA – Valor em Risco Apurado.


(b) PNE – Perdas Normais Esperadas.
(c) DMP – Dano Máximo Provável.
(d) PI – Período Indenitário.
(e) PMP – Perda Máxima Possível.
7. Nos Seguros Compreensivos, a unidade de risco segurada abrange:

(a) Todos os maquinismos, móveis e utensílios do segurado.


(b) Todas as mercadorias e matérias-primas do segurado.
(c) O local ou endereço segurado.
(d) O edifício e as matérias-primas.
(e) O endereço do local de trabalho do segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 38
FIXANDO CONCEITOS

8. Os Seguros Compreensivos são divididos em:

(a) Residenciais e Condominiais.


(b) Residenciais e Empresariais.
(c) Condominiais, Nomeados e Residenciais.
(d) Empresariais, Condominiais e Residenciais.
(e) Residenciais, Empresariais, Condominiais e Nomeados.

Assinale a afirmativa correta


9. Em relação à Cláusula de Bens ou Interesses Não Garantidos, podemos
afirmar que:

(a) Garante o interesse do segurado resultante diretamente de desar-


ranjo mecânico.
(b) Estabelece os bens ou interesses não garantidos.
(c) Fixa as regras de rescisão e cancelamento do contrato de seguro.
(d) Representa o limite máximo de responsabilidade da sociedade
seguradora.
(e) Garante o interesse do Segurado resultante de ato de autoridade pública.

10. Analise as proposições a seguir, considerando a Cláusula de Riscos


Cobertos das condições gerais dos Seguros Compreensivos padronizados:

I) Se o risco causador do sinistro estiver simultaneamente amparado por


várias coberturas, não será admitida a acumulação de coberturas, e
seus respectivos limites máximos de indenização contratados para
indenizar ao segurado.
II) Serão considerados uma única ocorrência os danos múltiplos ou
sucessivos associados a diversos fatos geradores, sem que haja
possibilidade de individualizá-los, ou seja, de estabelecer, perfeita-
mente, a relação de causa e efeito entre eles.
III) As despesas de socorro e salvamento não estarão amparadas pela
respectiva cobertura de seguro.
IV) Se o risco causador do sinistro estiver, simultaneamente, amparado
por várias coberturas, prevalecerá aquela que for mais favorável
à seguradora.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(b) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

SEGUROS COMPREENSIVOS 39
FIXANDO CONCEITOS

11. Assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas, conside-


rando as disposições da Cláusula de Limites das Condições Gerais dos
Seguros Compreensivos padronizados:

( ) Essa cláusula define o significado dos termos Limite Máximo de


Garantia (LMG) e Limite Máximo de Indenização (LMI), adotados nos
Seguros Compreensivos.
( ) Por meio dessa cláusula fica estabelecido que o limite máximo da
garantia do seguro é o valor fixado pela seguradora, que represen-
ta o valor máximo a ser pago pela apólice em função da ocorrência,
durante a vigência do seguro, de um ou mais sinistros resultantes
do mesmo fato gerador, abrangendo uma ou mais coberturas con-
tratadas.
( ) Segundo essa cláusula, entende-se por limite máximo de indeni-
zação o valor fixado para cada uma das coberturas contratadas
pelo segurado, além de representar o valor máximo a ser pago
pela seguradora em decorrência de um sinistro ou série de sinis-
tros garantidos por aquela cobertura, respeitado o limite máximo de
garantia da apólice.
( ) Essa cláusula estabelece que os limites máximos de indenização
fixados são específicos de cada cobertura, não sendo admissível a
transferência de valores de uma cobertura para outra.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) F,V,V,V. (d) V,V,V,V.
(b) V,F,V,F. (e) F,F,V,F.
(c) F,V,F,F.

12. Correlacione os termos constantes da cláusula de definição das con-


dições gerais dos Seguros Compreensivos padronizados com os respec-
tivos significados:

Termo
1. Ato doloso 3. Ato ilícito
2. Lockout 4. Força maior

Definição/Significado
( ) Toda ação ou omissão voluntária, negligência, imperícia ou imprudência
que viole direito alheio ou cause prejuízo a outrem.
( ) Acontecimento inevitável e irresistível, ou seja, evento que poderia ser
previsto, porém não controlado ou evitado.
( ) Cessação da atividade por ato ou fato do empregador.
( ) Ato intencional praticado no intuito de prejudicar a outrem.

SEGUROS COMPREENSIVOS 40
FIXANDO CONCEITOS

(a) 1 – 2 – 3 – 4. (d) 4 – 3 – 2 – 1.
(b) 2 – 3 – 1 – 4. (e) 3 – 4 – 2 – 1.
(c) 3 – 4 – 1 – 2.

13. De acordo com a Cláusula de Rescisão e Cancelamento do Contrato


de Seguro das condições gerais dos Seguros Compreensivos padroniza-
dos, nos casos de rescisão que gerem restituição, os valores devidos a títu-
lo de devolução de prêmios, no caso de cancelamento do contrato, serão
pagos no prazo máximo de:

(a) 10 dias sem atualização monetária.


(b) 10 dias e sujeitos à atualização monetária.
(c) 15 dias sem previsão de atualização monetária.
(d) 30 dias sem previsão de atualização monetária.
(e) 30 dias com previsão de atualização monetária.

14. A subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, median-


te grave ameaça ou emprego de violência contra pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência, quer
pela ação física, quer pela aplicação de narcóticos ou assalto à mão arma-
da, é a definição de:

(a) Roubo.
(b) Extravio.
(c) Furto simples.
(d) Furto qualificado.
(e) Apropriação indébita.

SEGUROS COMPREENSIVOS 41
03
UNIDADE 3

COBERTURAS
dos SEGUROS
COMPREENSIVOS PADRONIZADOS

Após ler esta unidade,


TÓPICOS
você deverá ser capaz de:
DESTA UNIDADE

■ Identificar as coberturas ⊲ GRUPO 1 — INCÊNDIO ⊲ GRUPO 09 – TUMULTOS


previstas pelos Seguros
Compreensivos ⊲ GRUPO 2 — EQUIPAMENTOS ⊲ GRUPO 10 – DERRAME/
VAZAMENTO
Padronizados. ⊲ GRUPO 03 – DANOS ELÉTRICOS
■ Conhecer as características ⊲ GRUPO 11 – QUEBRA DE VIDROS/
das coberturas ⊲ GRUPO 04 – VENDAVAL/ QUEDA ANÚNCIOS LUMINOSOS
DE AERONAVE/ IMPACTO DE
previstas pelos Seguros VEÍCULO/ GRANIZO/ FUMAÇA ⊲ GRUPO 12 – DESENTULHO/
Compreensivos. DESMORONAMENTO
⊲ GRUPO 05 – ALAGAMENTO
E INUNDAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

⊲ GRUPO 06 – ROUBO DE VALORES

⊲ GRUPO 07 – ROUBO DE BENS

⊲ GRUPO 08 – RESPONSABILIDADE
CIVIL

SEGUROS COMPREENSIVOS 42
UNIDADE 3

A SUSEP, ao padronizar e disponibilizar as cláusulas de contratação dos


Seguros Compreensivos para o mercado, por meio da Circular 321, de
21/03/2006, forneceu os modelos das cláusulas que deveriam ser ado-
tadas pelas seguradoras, porém estabeleceu algumas regras para a sua
adoção, das quais destacamos as seguintes:

■ a estrutura da apólice é modular, e é obrigatória a contratação de


uma cobertura básica e pelo menos mais uma cobertura adicional
ou acessória, sendo que, nos Seguros Compreensivos Padroniza-
dos, a cobertura básica não precisa necessariamente ser a mesma
utilizada no Seguro Incêndio Tradicional, que cobre os riscos de
Importante incêndio, queda de raio e explosão;
■ para operar com os Seguros Compreensivos padronizados, além
Para compor a Circular de adotar as cláusulas de cobertura padronizadas, as segurado-
321/2006 – Seguros ras devem observar a estruturação mínima dos planos de seguro
Compreensivos Padronizados –, prevista em legislação específica da SUSEP e enviar previamente
a SUSEP pesquisou todas as àquele órgão o critério tarifário que adotará para cada cobertura,
práticas de mercado adotadas por meio de Nota Técnica Atuarial;
até aquele momento.
■ poderão ser incluídas nos Seguros Compreensivos Padronizados,
Por essa razão, mesmo que outras coberturas que não as citadas pela SUSEP, bem como se
as seguradoras não tenham alterar as coberturas padronizadas, mediante a submissão prévia
aderido, em sua maioria, aos à SUSEP dos textos que se pretende adotar;
Seguros Compreensivos
■ as coberturas de Responsabilidade Civil somente poderão ser
Padronizados e continuado
incluídas se houver a contratação simultânea de cobertura de
a praticar seus próprios
Incêndio;
produtos, esse material é uma
consistente referência de ■ a inclusão de coberturas dos Ramos Lucros Cessantes, Riscos de
prática de mercado e objeto de Engenharia e Responsabilidade Civil devem ser objeto de proces-
nossos estudos. so específico junto à SUSEP;
■ no caso de Seguros de Pessoas, somente será admitida a inclusão
da cobertura de Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas
(DMH). Contudo, se a seguradora desejar incluir outras coberturas
do Ramo de Seguro de Pessoas, deverá submetê-las à SUSEP, por
meio de processos separados e específicos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 43
UNIDADE 3

Além de padronizar as condições gerais dos seguros compreensivos (con-


forme abordado na unidade 2), a SUSEP criou os 12 grupos de coberturas
padronizadas apresentados a seguir:

GRUPO 1 Incêndio

GRUPO 2 Equipamentos

GRUPO 3 Danos Elétricos

GRUPO 4 Vandaval/Queda/Impacto/Fumaça

GRUPO 5 Alagamento e Inundação

GRUPO 6 Roubo de Valores

GRUPO 7 Roubo de Bens

GRUPO 8 Responsabilidade Civil

GRUPO 9 Tumultos

GRUPO 10 Derrame/Vazamentos

GRUPO 11 Quebra de Vidros/Anúncios Luminosos

GRUPO 12 Desentulho/Desmoronamento

GRUPO 01 – INCÊNDIO
Nesse grupo, a SUSEP apresenta um conjunto de 11 coberturas básicas
possíveis, combinando os seguintes eventos cobertos:

■ Incêndio;
■ queda de raio ocorrido dentro da área do terreno ou edifício onde
estiverem localizados os bens segurados;
■ explosão e implosão;
■ fumaça;
■ incêndio decorrente de tumultos, greves e lockout;
■ queda de aeronave;
■ queimada em zona rural.
Como exemplo de cobertura básica, demonstramos, a seguir, a opção de
cobertura 01.05 (formato comumente oferecido pelo mercado segurados
em seus produtos) da Circular SUSEP 321/2006, grupo 01 (Incêndio):

Cobertura Básica – Incêndio (Inclusive Decorrente de Tumultos), Explo-


são de Qualquer Natureza e Queda de Aeronaves (Cob. 01.05 da Circular
SUSEP 321/2006).

SEGUROS COMPREENSIVOS 44
UNIDADE 3

Abrange perdas e danos decorrentes de:

■ tumultos, graves e lockout;


■ queda de raio ocorrido dentro da área do terreno ou edifício onde
estiverem localizados os bens segurados;
■ explosão ou implosão de qualquer natureza, onde quer que tenha
se originado;
■ queda de aeronaves e/ou outros engenhos aéreos ou espaciais,
bem como quaisquer objetos integrantes dos mesmos ou por eles
transportados;
■ desmoronamento diretamente resultante de riscos cobertos;
■ impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivos
de força maior;
■ providências tomadas para o combate a propagação dos riscos
cobertos;
■ deterioração dos bens segurados guardados em ambientes refri-
gerados, resultante exclusivamente de paralisação do aparelha-
mento de refrigeração, em decorrência dos riscos cobertos e ocor-
ridos dentro da área do estabelecimento segurado;
■ desentulho do local sinistrado.

Importante
A cobertura de queda de raio, incluída nas opções de cobertura básica do mercado e
da Circular SUSEP 321/2006, abrange apenas a queda ocorrida dentro da área do terre-
no ou edifício onde estiverem localizados os bens segurados, e não fora desses limites.

Os riscos excluídos para a cobertura básica pelo mercado e pelas coberturas do Seguro
Compreensivo Padronizado vão depender da abrangência dos riscos cobertos. No
entanto, em geral, essas são exclusões comuns a qualquer tipo de cobertura básica:
■ Extravio, roubo ou furto, ainda que, direta ou indiretamente, tenham concorrido para tais
perdas quaisquer dos riscos cobertos por essa cobertura;
■ Fermentação ou combustão espontânea;
■ Terremoto, erupção vulcânica, alagamento, inundação ou qualquer outra convulsão da
natureza, exceto os prejuízos decorrentes de incêndio ou explosão, desde que causa-
dos por vendaval, furacão, ciclone, tornado ou granizo;
■ Danos elétricos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 45
UNIDADE 3

GRUPO 02 – EQUIPAMENTOS
Temos as seguintes garantias para seguro de equipamentos:

— Equipamentos Eletrônicos ou de
Baixa Voltagem – (Cob. 02.01
da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados aos equipamentos eletrô-
nicos ou de baixa voltagem, decorrentes de eventos de origem externa,
caracterizados por:

■ danos durante o translado no interior do estabelecimento, monta-


gem ou desmontagem para fins de limpeza ou revisão;
■ despesas extraordinárias comprovadas, inclusive locação, em caso
de impossibilidade de reposição imediata dos equipamentos dani-
ficados em decorrência de um evento coberto por essa garantia.
No caso de locação para reposição temporária, tais equipamentos
não constituirão objeto da referida garantia;
■ impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivos
de força maior;
■ providências tomadas para o combate à propagação dos riscos
cobertos.
Para efeito dessa cobertura, entendem-se por equipamentos eletrônicos:
aqueles que sejam conectados à rede elétrica (110V ou 220V), capazes de
transformar energia em sinais, instruções e comandos.

— Equipamentos Portáteis – (Cob.


02.02 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais, decorrentes de quaisquer eventos
de origem externa, inclusive explosão, roubo e furto qualificado, bem como
os danos decorrentes de operações de transporte dos equipamentos por-
táteis de propriedade do segurado fora dos locais segurados, quando
conduzidos por prepostos ou empregados do segurado, fora dos locais
citados na apólice e em território nacional.

Para efeito dessa cobertura, entendem-se por equipamentos portáteis:


caixas de ferramentas, equipamentos para testes e outros semelhantes,
necessários à execução de serviços externos de reparo ou manutenção
pelos prepostos ou empregados do segurado e exclusivamente enquanto
de posse desses equipamentos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 46
UNIDADE 3

— Equipamentos Arrendados ou
Cedidos a Terceiros – (Cob. 02.03
da Circular SUSEP 321/2006)
Além dos prejuízos decorrentes da impossibilidade de remoção ou prote-
ção dos salvados, por motivos de força maior e das providências tomadas
para o combate à propagação dos riscos cobertos, esta cobertura garante
as perdas ou danos materiais de origem súbita e imprevista causados aos
equipamentos de propriedade do segurado descritos na apólice, quando
arrendados ou cedidos a terceiros, por quaisquer acidentes decorrentes
de causa externa, inclusive incêndio, raio e explosão de qualquer
natureza, roubo e furto qualificado.

Esta cobertura abrange os equipamentos segurados quando nos locais de


operação ou de guarda, assim como a sua transladação fora do(s) local(is)
segurado(s), por qualquer meio de transporte adequado (exceto danos aos
veículos transportadores).

— Equipamentos Cinematográficos,
Fotográficos e de Televisão Operados
Exclusivamente em Estúdio e
Laboratórios ou Depositados em
Local Determinado – (Cob. 02.04
da Circular SUSEP 321/2006)
Garante os prejuízos decorrentes da impossibilidade de remoção ou pro-
teção dos salvados por motivos de força maior, as providências tomadas
para o combate à propagação dos riscos cobertos e as perdas ou danos
materiais aos bens segurados, de causa externa, que ocorrerem dentro
das dependências do estúdio, laboratório ou depósito, local que deverá
estar expressamente declarado na apólice.

SEGUROS COMPREENSIVOS 47
UNIDADE 3

— Equipamentos Cinematográficos,
Fotográficos e de Televisão Operados
Exclusivamente em Estúdio,
Laboratórios ou Reportagens
Externas – (Cob. 02.05 da
Circular SUSEP 321/2006)
Garante os prejuízos decorrentes da impossibilidade de remoção ou pro-
teção dos salvados por motivos de força maior, as providências tomadas
para o combate à propagação dos riscos cobertos e as perdas ou danos
materiais aos bens segurados, de causa externa, que ocorrerem dentro
das dependências do estúdio, laboratório ou depósito, indicados na apóli-
ce ou em reportagens externas.

— Equipamentos Móveis – (Cob. 02.06


da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados aos equipamentos móveis
descritos na apólice, por quaisquer acidentes decorrentes de causa
externa, enquanto estiverem nos canteiros de obras ou locais de trabalho,
considerando-se, também, como tais, propriedades agrícolas ou locais de
guarda, assim como sua transladação fora desses lugares, por autopropul-
são ou qualquer meio de transporte adequado.

Para efeito dessa cobertura, consideram-se equipamentos móveis:


equipamentos de nivelamento, escavação, compactação de terra, concre-
tagem e asfaltamento, estaqueamento, britagem, solda, sucção e recalque,
compressores, geradores, guinchos, guindastes, empilhadeiras e outros
de características semelhantes.

— Equipamentos em Exposição
Excluído Risco de Transporte – (Cob.
02.08 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais, causados aos equipamentos durante o
período de permanência no recinto da exposição, diretamente causados por:

■ incêndio, raio ou explosão, desde que ocorrido dentro da área


da exposição;
■ roubo parcial ou total dos bens segurados, mediante o emprego

SEGUROS COMPREENSIVOS 48
UNIDADE 3

de quaisquer formas de violência, bem como os danos decorren-


tes da tentativa do delito, devidamente caracterizada;
■ enchentes, inundações e alagamentos; terremotos ou tremores de
terra; vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo; queda de aero-
naves ou objetos que formem parte integrante delas ou sejam por
elas conduzidos; impacto de veículos, máquinas ou qualquer outro
equipamento utilizado na área da exposição;
■ desmoronamento total ou parcial das áreas construídas ou dos stands;
■ tumultos, motins e riscos congêneres, inclusive atos culposos ou
dolosos praticados por terceiros;
■ impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivos
de força maior;
■ providências tomadas para o combate à propagação dos ris-
cos cobertos.
Para efeito dessa cobertura, consideram-se equipamentos em expo-
sição: equipamentos, máquinas, veículos, utilidades domésticas, peças e
acessórios, quando expostos em feiras ou exposições temporárias (até o
máximo de 180 dias), sendo permitida a inclusão dos stands e respecti-
vas instalações (móveis e utensílios).

— Equipamentos em Exposição
Incluído Risco de Transporte – (Cob.
02.09 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante os mesmos riscos citados na Cobertura anterior adicionando-se a
ela os riscos de transporte dos equipamentos segurados para o recin-
to da exposição e transporte de retorno ao local de origem, desde que
utilizados meios de transporte pertencentes a linhas regulares de navega-
ção marítima ou aérea, vagões ferroviários ou veículos devidamente licen-
ciados, unicamente no território nacional.

— Equipamentos Estacionários – (Cob.


02.10 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados aos equipamentos
estacionários descritos na apólice, por acidentes decorrentes de
causa externa.

Para efeito dessa cobertura, consideram-se equipamentos estacioná-


rios: máquinas ou equipamentos industriais e comerciais de “tipo fixo”,
quando instalados para operação permanente em local determinado,
de propriedade do segurado ou sob seu controle, compreendendo os
seguintes equipamentos:

SEGUROS COMPREENSIVOS 49
UNIDADE 3

■ de contabilidade, processamento de dados, trabalhos normais de


escritório, xerografia, fotocópia, transmissão e recepção de radiofre-
quência e telefonia (excluídos postes, mastros, linhas de transmissão
e antenas ao ar livre), telex, raio X de uso médico e odontológico;
■ máquinas e equipamentos industriais, comerciais e agrícolas para
uso em ferramentaria, serralheria, carpintaria ou marcenaria, fiação,
tecelagem, tipografia, clicheria, motores, compressores, geradores,
alternadores, transformadores, misturadores, debulhadeiras, enfar-
dadeiras, ensacadeiras, picadeiras e outros equipamentos para pre-
paro e embalagem de rações, cereais, conservas e bebidas.
Os principais riscos excluídos são:

■ incêndio, raio e explosão de qualquer natureza e suas consequências;


■ alagamento e inundação.

— Equipamentos em Operações
sobre Água – (Cob. 02.11 da
Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados aos equipamentos des-
critos na apólice, em operações sobre água, por quaisquer acidentes
decorrentes de causa externa.

Para efeito dessa cobertura, consideram-se equipamentos sobre água:

■ equipamentos de pesquisa submersa, como: registradores de


ondas, correntes, temperatura e salinidade;
■ equipamentos de varredura fixados à embarcação e com partes
submersas como: ecobatímetros, sonares e similares;
■ equipamentos de pesquisa, registro e comunicação como: teodolitos,
telurômetros, goniômetros, transceptores, trisponders e similares;
■ equipamentos de trabalho como: guindastes, geradores, compres-
sores, equipamentos de soldas e outros.
Fica entendido e acordado que a presente cobertura abrange os equi-
pamentos segurados nos locais de operações e de guarda, assim como
sua transladação para fora de tais locais por autopropulsão ou por
qualquer meio de transporte adequado.

Os principais riscos excluídos são:

■ quaisquer operações de içamento dos equipamentos segurados,


ainda que dentro do canteiro de obras ou local de guarda;
■ sobrecarga, isto é, por carga cujo peso exceda a capacidade nor-
mal de operação dos equipamentos segurados;

SEGUROS COMPREENSIVOS 50
UNIDADE 3

■ estouros, cortes e outros danos causados a pneumáticos ou câma-


ras de ar, bem como arranhões em superfícies polidas ou pintadas,
salvo se resultarem de evento garantido por essa cobertura;
■ danos elétricos;
■ transladação dos equipamentos segurados entre áreas de opera-
ção ou locais de guarda, por helicópteros;
■ operação dos equipamentos segurados em obras subterrâneas ou
escavações de túneis.

— Equipamentos de Som
e Instrumentos Musicais – (Cob.
02.12 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados aos equipamentos de
som e instrumentos musicais descritos na apólice, por quaisquer acidentes
decorrentes de causa externa.

Esta cobertura estende a garantia do seguro aos bens segurados quando


em depósito, em uso ou em trânsito no território brasileiro desde que reali­
zado por meios adequados.

Os principais riscos excluídos são:

■ acondicionamento inadequado dos aparelhos segurados durante


depósito ou transporte;
■ utilização inadequada dos aparelhos segurados, seja por funciona-
mento em condições impróprias, seja por uso excessivo em rela-
ção à sua capacidade normal de trabalho;
■ curto-circuito, sobrecarga, fusão ou outros distúrbios elétricos cau-
sados aos dínamos, alternadores, motores, transformadores, con-
dutores, chaves e demais acessórios elétricos, salvo se ocorrer
incêndio, caso em que serão indenizáveis somente os prejuízos
causados pelo incêndio consequente.

GRUPO 03 – DANOS ELÉTRICOS

— Danos Elétricos (Cob.03.01 da


Circular SUSEP 321/2006)

SEGUROS COMPREENSIVOS 51
UNIDADE 3

Garante as perdas ou danos físicos diretamente causados a quaisquer


Dicas máquinas, equipamentos ou instalações eletrônicas ou elétricas devido a
variações anormais de tensão, curto-circuito, arco voltaico, calor gerado
Vejam que, ao contrário acidentalmente por eletricidade, descargas elétricas, eletricidade estática
da Cobertura Básica, a ou qualquer efeito ou fenômeno de natureza elétrica, inclusive a queda de
Cobertura de Danos Elétricos raio ocorrida fora do local segurado.
abrange danos causados
pela queda de raio fora do Os principais riscos excluídos são:
local segurado. ■ danos elétricos decorrentes de causa mecânica;
■ perda de dados, instruções eletrônicas ou software de sistemas
computacionais;
■ danos em consequência de curtos-circuitos causados por água de
chuva ou de vazamento da rede hidráulica ou de esgoto originados
no local do risco, alagamento, inundação, ressaca ou maremoto;
■ sobrecarga, isto é, por carga ou operação que exceda a capacida-
de normal de operação dos bens segurados, exceto por variação
anormal de tensão;
■ inadequação ou insuficiência de demanda de energia elétrica ins-
talada no local do risco;
■ desligamento intencional de dispositivo de segurança ou de con-
troles automáticos;
■ danos decorrentes da interrupção/falha no fornecimento de ener-
gia por parte da geradora ou distribuidora do serviço, mesmo que
a interrupção/falha seja programada;
■ danos a mercadorias e matérias-primas, inclusive acondicionadas
em ambientes frigorificados.

GRUPO 04 – VENDAVAL/QUEDA DE
Observação AERONAVE/IMPACTO DE
Para fins da cobertura
VEÍCULO/GRANIZO/FUMAÇA
de Vendaval/ Fumaça,
compreende-se, num
mesmo evento, a — Vendaval, Furacão, Ciclone,Tornado,
manifestação de fenômenos
cobertos, ainda que de Granizo, Queda de Aeronave, Impacto
forma não continua, durante
um período de 72 horas.
de Veículos Terrestres, e Fumaça (Cob.
04.01 da Circular SUSEP 321/2006)

SEGUROS COMPREENSIVOS 52
UNIDADE 3

Visa garantir as perdas e os danos causados aos bens segurados direta-


mente por vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo, queda de aeronave
ou quaisquer engenhos aéreos ou espaciais, impacto de veículos terres-
tres e fumaça.

Para efeito dessa cobertura:

■ entendem-se por “vendaval” os ventos de velocidade igual ou supe-


rior a 15 metros por segundo ou 54 km/h (quilômetros por hora);
■ consideram-se, também, como “aeronave ou quaisquer engenhos
aéreos ou espaciais” os objetos que sejam parte integrante deles
ou por eles conduzidos;
■ considera-se “veículo terrestre” aquele que possa não dispor de
tração própria.
■ Entende-se por fumaça aquela proveniente, exclusivamente, de
desarranjo imprevisível, repentino e extraordinário no funcio-
namento de qualquer aparelho, máquina ou forno existentes no
local segurado, desde que os mesmos estejam conectados a uma
­chaminé por meio de um cano condutor de fumo.

GRUPO 05 – ALAGAMENTO
E INUNDAÇÃO

— Alagamento e Inundação (Cob.


05.01 Da Circular Susep 321/2006)
A origem desta cobertura é uma fusão das modalidades “Alagamento” e
“Inundação” do Ramo Riscos Diversos e visa garantir as perdas ou danos
materiais causados aos bens descritos na apólice por:

■ entrada de água no local segurado proveniente de aguaceiro, trom-


ba-d’água ou chuva, seja ou não consequente da obstrução ou insu-
ficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e similares;
■ enchentes;
■ inundação resultante, exclusivamente, do aumento do volume de
água de rios e de canais alimentados naturalmente por esses rios,
lagos, lagoas e represas;
■ água proveniente da ruptura ou transbordamento de reservató-
rios, adutoras, encanamentos e canalizações, desde que não per-
tencentes ou localizados no prédio objeto da cobertura da apólice;

SEGUROS COMPREENSIVOS 53
UNIDADE 3

■ impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivos


Observação de força maior;
Para fins dessa cobertura, ■ providências tomadas para o combate à propagação dos riscos
compre­ende-se como um mes- cobertos;
mo evento a manifestação dos ■ deterioração de bens garantidos, guardados em ambientes frigorifica-
fenômenos cobertos, ainda
dos, em virtude de paralisação do respectivo sistema de refrigeração,
que de forma não contínua,
desde que tal paralisação seja resultante direta e exclusivamente de
durante um período de 72 ho-
alagamento ou inundação na área onde estiverem os bens segurados.
ras, inclusive para aplicação da
franquia prevista na apólice.

GRUPO 06 – ROUBO DE VALORES


São considerados valores para fins desta cobertura:

■ dinheiro em espécie;
■ cheques em moeda corrente;
■ outras formas de títulos ou certificados que representem dinheiro.

Estes itens não podem ser mercadorias inerentes ao ramo de negócio do segurado

— Seguros de Roubo de Valores


no Interior das Dependências
do Segurado – (Cob. 06.01 da
Circular SUSEP 321/2006)
Visa garantir ao segurado os prejuízos decorrentes de:

■ roubo ou furto qualificado de valores de propriedade do segu-


rado, conforme definido no inciso I do artigo 155 e no artigo 157
do Código Penal, quando ocorridos no interior do estabelecimento
segurado;
■ destruição ou perecimento dos valores em consequência de ou
decorrente da simples tentativa de roubo ou furto qualificado;
■ extorsão de acordo com a definição do artigo 158 do Código Penal.

SEGUROS COMPREENSIVOS 54
UNIDADE 3

— Seguro de Roubo de Valores


em Trânsito em Mãos de
Portadores – (Cob. 06.02 da
Circular SUSEP 321/2006)
Visa garantir ao segurado os prejuízos decorrentes de:

■ roubo ou furto qualificado de valores de propriedade do segu-


rado, conforme definido no inciso I do artigo 155 do Código Penal,
quando em trânsito em mãos de portadores;
■ destruição ou perecimento dos valores em consequência ou
decorrente da simples tentativa de roubo;
■ extorsão de acordo com a definição do artigo 158 do Código Penal;
■ os eventos previstos nas alíneas “a” e “b” estarão cobertos quando
decorrentes de acidentes ou mal súbito sofrido pelos portadores.

GRUPO 07 – ROUBO DE BENS


As coberturas de roubo são as seguintes:

Nota
— Seguro de Roubo ou Furto
Furto
Caracterizado por não haver episódio de
Qualificado de Bens (Comerciais
violência ou ameaça contra a vítima.
e Industriais) – (Cob. 07.01 da
Roubo
Consiste na ocorrência de ameaça ou Circular SUSEP 321/2006)
violência contra quem está sendo roubado.
Garante as perdas ou danos materiais causados aos bens de propriedade
Furto qualificado
do segurado descritos na apólice por:
Consiste no agravamento do ato a partir das
seguintes condições: ■ roubo ou furto qualificado, conforme definido no inciso I do artigo
I – com destruição ou rompimento de 155 do Código Penal;
obstáculo à subtração da coisa; ■ extorsão, de acordo com a definição do artigo 158 do Código
II – com abuso de confiança, ou mediante Penal;
fraude, escalada ou destreza; ■ danos causados a portas e janelas, bem como danos às fechadu-
III – com emprego de chave falsa; ras e outras partes do local segurado ou onde os bens cobertos se
encontram localizados, quer o furto qualificado tenha se consuma-
IV – mediante concurso de duas ou mais
do, ou não, ou tenha se caracterizado como simples tentativa.
pessoas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 55
UNIDADE 3

Salvo estipulação expressa na apólice, não estarão abrangidos por essa


cobertura quando contratados:

■ aeronaves, embarcações, automóveis, motocicletas, motonetas e


similares do segurado ou de terceiros, bem como componentes,
peças, acessórios e mercadorias no interior de quaisquer veículos,
salvo quando se tratar de mercadorias inerentes ao ramo de
negócio do segurado;
■ bens ao ar livre, em varandas, garagens, terraços, edificações
abertas ou semiabertas, como galpões, alpendres, barracões e
semelhantes;
■ objetos de arte ou de valor estimativo, objetos raros, joias,
metais preciosos ou pedras preciosas e valores em geral, como:
papéis de crédito, obrigações em geral, títulos ou documentos
de qualquer espécie, selos, moedas cunhadas, papel-moeda,
cheques, bilhetes de loteria, bônus, livros de contabilidade e
quaisquer outros livros comerciais;
■ bens existentes em vitrines, mostruários ou em outros locais prote-
gidos apenas por vidraças.

— Seguro de Roubo ou Furto


Qualificado de Bens do
Condomínio – (Cob. 07.02 da
Circular SUSEP 321/2006)
Os riscos cobertos, os riscos excluídos e os bens não compreendidos no
seguro são semelhantes aos citados na Cobertura de roubo dos riscos
Comerciais e Industriais.

Acrescentamos, apenas, na relação dos bens não compreendidos no segu-


ro, os quais para serem cobertos dependerão da especificação expressa
na apólice, os seguintes bens do condomínio:

■ objetos de uso pessoal de funcionários, síndicos, condôminos e de


seus familiares e empregados;
■ bens de terceiros em poder do segurado.

SEGUROS COMPREENSIVOS 56
UNIDADE 3

— Seguro de Roubo ou Furto


Qualificado de Bens - Residências
Habituais e Residências de Veraneio
– (Cob. 07.04 e Cob. 07.05 da
Circular SUSEP 321/2006)
Os riscos cobertos, os riscos excluídos e os bens não compreendidos no
seguro são semelhantes aos citados na Cobertura de Roubo dos riscos
Comerciais e Industriais.

GRUPO 08 – RESPONSABILIDADE CIVIL


Temos as seguintes garantias para Responsabilidade Civil:

— Responsabilidade Civil Condomínios


Residenciais – (Cob. 08.01 da
Circular SUSEP 321/2006)
Estabelece que a seguradora responderá, até o limite máximo de indeniza-
ção expressamente fixado pelo segurado para a presente cobertura, pelo
reembolso ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsá-
vel civilmente, em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo
autorizado de modo expresso pela seguradora, pelos danos materiais ou
corporais causados involuntariamente a terceiros, ocorridos na vigência
deste contrato e decorrentes de acidentes relacionados à existência,
conservação e ao uso do condomínio especificado na apólice.

Essa cobertura abrange também:

■ despesas emergenciais realizadas pelo segurado para evitar ou


minorar os danos descritos no parágrafo anterior;
■ quando contratada, dentro do limite máximo previsto no contrato
de seguro, a seguradora responderá, também, pelas custas judi-
ciais do foro civil e pelos honorários de advogados nomeados de
acordo com ela.
É importante esclarecer que, atendidas as disposições das cláusulas do
contrato de seguro, o segurado terá direito à garantia, ainda que os danos
decorram de:

SEGUROS COMPREENSIVOS 57
UNIDADE 3

■ atos ilícitos, culposos ou dolosos, praticados por empregados do


segurado, ou, ainda, por pessoas a eles assemelhadas;
■ atos ilícitos culposos, praticados pelos sócios controladores, dirigen-
tes, administradores, beneficiários e respectivos representantes,
exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos dolosos.
Alguns esclarecimentos se fazem necessários em relação aos termos utili-
zados nessa cobertura, a saber:

Segurado
Pessoa jurídica constituída, por força de lei, para administrar o con-
domínio e representada por síndico legalmente eleito;

Condomínio
A expressão “condomínio especificado na apólice” abrange as
partes comuns do imóvel que abriga o condomínio, máquinas,
aparelhos, equipamentos e instalações localizadas nas partes
­
comuns, os locais reservados à administração do condomínio, as
vias de circulação de veículos e de pedestres, inclusive aquelas
exteriores ao imóvel, mas localizadas no perímetro interior da pro-
priedade em que se situa o condomínio, as habitações dos empre-
gados, quando cedidas em comodato;

Terceiros
Trata-se do prejudicado por ato ou fato cuja responsabilidade é
atribuída ao segurado. Nessa cobertura, os condôminos são equi-
parados a terceiros.

Os principais riscos excluídos e bens não compreendidos são:

■ danos a bens de terceiros em poder do segurado;


■ responsabilidades assumidas pelo segurado por contratos ou con-
venções, que não sejam decorrentes de obrigações civis legais;
■ danos causados pela ação paulatina de temperatura, umidade,
infiltração e vibração, bem como por poluição, contaminação e
vazamento ou despejo de produtos; vazamentos e infiltrações,
decorrentes de má conservação das instalações de água e esgoto,
sistema de refrigeração, transbordo ou extravasamento dos siste-
mas de captação de águas pluviais (calhas) e demais sistemas de
escoamento;
■ danos materiais ou corporais sofridos pelos empregados ou pre-
postos do segurado quando comprovadamente a seu serviço;
■ danos causados a veículos ou acessórios, quando em locais de
propriedade, alugados ou controlados pelo segurado, inclusive
pelos portões automáticos ou não, existentes no imóvel segurado;
bem como danos relacionados à existência, ao uso e à conserva-
ção de aeronaves e embarcações;

SEGUROS COMPREENSIVOS 58
UNIDADE 3

■ roubo, furto ou extravio;


■ multas impostas ao segurado, bem como as despesas de qualquer
natureza, relativas a ações ou processos criminais;
■ danos ao próprio imóvel e ao seu conteúdo, decorrentes de incên-
dio ou explosão;
■ danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alte-
ração estrutural do imóvel, bem como qualquer tipo de obra, inclu-
sive instalações e montagens, exceto os danos decorrentes de aci-
dentes relacionados a pequenos trabalhos de reparos destinados
à manutenção do imóvel, que estarão cobertos;
■ ações ou omissões inerentes ao exercício da atividade de síndico do
condomínio, eleito em assembleia devidamente registrada em ata,
decorrente de falhas ou acidentes relacionados a erros e omissões;
■ danos provenientes de operações industriais, comerciais ou pro-
fissionais, realizadas pelos condôminos em qualquer parte do con-
domínio especificado na apólice;
■ danos resultantes de dolo ou culpa grave equiparável a dolo do
segurado, bem como aos atos praticados pelos sócios controlado-
res, dirigentes, administradores, beneficiários e respectivos repre-
sentantes;
■ reclamações por descumprimento das obrigações trabalhistas,
sejam contratuais ou legais, referentes à seguridade social, segu-
ro obrigatório de acidentes do trabalho, pagamento de salários
e similares, bem como em relação a qualquer tipo de ação de
regresso contra o segurado, promovida pelo Instituto Nacional de
Seguro Social e outros.

— Responsabilidade Civil Guarda


de Veículos de Terceiros
Compreensiva – (Cob. 08.02 da
Circular SUSEP 321/2006)
Estabelece que a seguradora responderá, até o limite máximo de indeniza-
ção expressamente fixado pelo segurado para a presente cobertura, pelo
reembolso ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável
civilmente, em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo
autorizado de modo expresso pela seguradora, relativas a repara-
ções por danos materiais ocorridos no interior dos estabelecimentos
especificados na apólice e durante a vigência do contrato, causados exclu-
sivamente a veículos de terceiros sob a guarda ou custódia do segurado,
decorrentes de:

SEGUROS COMPREENSIVOS 59
UNIDADE 3

■ incêndio ou explosão; roubo ou furto qualificado total; colisão de


veículos contra obstáculos; colisão entre veículos;
■ acidentes relacionados à existência, conservação e ao uso do
local do risco indicado na apólice.
Estarão cobertas, se especificadas na apólice, as despesas emergenciais
realizadas pelo segurado para evitar ou minorar os danos descritos nas
alíneas “a” e “b” anteriores, e as custas judiciais do foro civil e pelos hono-
rários de advogados nomeados de acordo com a seguradora.

Nas garantias dessa cobertura prevalecerão, ainda, que os danos decor-


ram de:

■ atos ilícitos, culposos ou dolosos, praticados por empregados do


segurado, ou, ainda, por pessoas a eles assemelhadas;
■ atos ilícitos culposos, praticados pelos sócios controladores, dirigen-
tes, administradores, beneficiários e respectivos representantes,
exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos dolosos.
São disposições específicas desta cobertura:

■ a expressão “interior dos estabelecimentos especificados na


apólice” abrange, também, o perímetro interno da propriedade
em que se localizam os estabelecimentos, se esta pertencer ao
segurado ou for por ele administrada, alugada ou arrendada;
■ no caso de guarda de veículos em condomínios residenciais, os
condôminos se equiparam a terceiros;
■ para o risco de colisão, será obrigatório que os veículos sejam
manobrados por empregado, quando couber, com o necessá-
rio vínculo junto ao segurado e devidamente habilitado;
■ em relação ao risco de “colisão de veículos contra obstáculos”, a
garantia não prevalecerá se o motorista, por ocasião da colisão, for
o próprio usuário do veículo ou não estiver legalmente habilitado;
Observação ■ em relação ao risco de “colisão entre veículos”, a garantia não
prevalecerá se os motoristas, por ocasião da colisão, forem os pró-
Esta garantia pode ser
prios usuários dos veículos;
contratada de forma
restrita da seguinte forma: ■ terceiros – trata-se do prejudicado por ato ou fato cuja responsa-
bilidade é atribuída ao segurado.
■ Responsabilidade Civil
Guarda de Veículos de Os principais riscos excluídos e bens não compreendidos são:
Terceiros Restrita “A” –
■ danos a bens de terceiros não classificáveis como veículos terrestres;
Incêndio, Roubo e Furto
Qualificado; ■ roubo, furto, perda ou extravio de quaisquer peças, ferramentas,
acessórios ou sobressalentes do veículo sob a guarda ou custódia
■ Responsabilidade Civil
do segurado;
Guarda de Veículos de
Terceiros Restrita “B” – ■ danos materiais ou corporais sofridos pelos empregados ou pre-
Colisão. postos do segurado quando comprovadamente a seu serviço;

SEGUROS COMPREENSIVOS 60
UNIDADE 3

■ danos causados aos segurados, seus ascendentes, descendentes


e cônjuge, bem como a quaisquer parentes que com ele residam
ou dele dependam economicamente, e ainda causados a sócios,
diretores e administradores;
■ danos a veículos sob guarda do segurado, decorrentes de inunda-
ção ou alagamento e qualquer convulsão da natureza;
■ estouros, cortes e outros danos causados a pneumáticos ou câma-
ras de ar, bem como arranhões em superfícies polidas ou pintadas.

— Responsabilidade Civil Familiar


– (Cob. 08.05 da Circular
SUSEP 321/2006)
Estabelece que a seguradora responderá, até o limite máximo de ­indenização
expressamente fixado pelo segurado para a presente cobertura, pelo reem-
bolso ao segurado das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmen-
te, em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo autorizado
de modo expresso pela seguradora, pelos danos corporais ou mate-
riais causados a terceiros, desde que tenham ocorrido durante a vigência
da apólice, e que decorram exclusivamente dos seguintes riscos:

■ queda de objetos ou seu lançamento em local indevido;


■ ações ou omissões do próprio segurado, de seu cônjuge, de
seus filhos menores que estiverem sob a sua autoridade e em
sua companhia ou de empregados domésticos no exercício do
trabalho que lhes competir, ou em razão deles, ainda que ocorridas
no exterior do imóvel residencial do segurado;
■ danos causados por animais domésticos pelos quais é o segu-
rado responsável, ainda que ocorridos no exterior do imóvel resi-
dencial do segurado;
■ existência, uso e conservação do imóvel ocupado pelo segurado.
Essa cobertura garante, também, as despesas emergenciais realizadas
pelo segurado para evitar ou minorar os danos cobertos, e, quando contra-
tados as custas judiciais do foro civil e os honorários de advogados nomea-
dos de acordo com a seguradora.

Os principais riscos excluídos e bens não compreendidos são:

■ causados por quaisquer veículos terrestres motorizados, bem


como aeronaves de qualquer tipo/modelo;
■ causados por qualquer tipo de embarcação, exceto barcos e
canoas a remo, e veleiros de até sete metros de comprimento;

SEGUROS COMPREENSIVOS 61
UNIDADE 3

■ causados pelo exercício ou pela prática dos seguintes esportes,


salvo estipulação, em contrário, expressa na apólice:
» caça (inclusive submarina); tiro ao alvo; equitação; esqui aquá-
tico; surf; voo livre em todas as suas modalidades; pesca; wind-
surfe; canoagem; esgrima em suas várias modalidades e esti-
los; boxe e artes marciais; e outros esportes assemelhados;
■ danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alte-
ração estrutural do imóvel, bem como qualquer tipo de obra, inclu-
sive instalações e montagens, exceto os danos decorrentes de
acidentes relacionados a pequenos trabalhos de reparos desti-
nados à manutenção do imóvel, que estarão cobertos;
■ no exercício de qualquer atividade profissional;
■ de acidentes sofridos pelos empregados domésticos.

— Responsabilidade Civil
Estabelecimentos Comerciais
ou Industriais
Trata-se de cobertura que não consta da Circular SUSEP 321/2006, mas é
largamente oferecida pelo mercado segurador.

Garante danos causados a terceiros, painéis, letreiros, eventos e mercado-


ria transportada pelo segurado ou a seu mando.

Os principais riscos cobertos são:

■ existência, uso e conservação do imóvel especificado no contrato;


■ operações comerciais ou industriais, inclusive operações de carga
e descarga em local de terceiros;
■ existência e conservação de painéis de propaganda, letreiros e
anúncios pertencentes ao segurado;
■ eventos programados sem cobrança de ingressos, limitados aos seus
empregados, familiares e pessoas comprovadamente convidadas;
■ danos causados por mercadorias transportadas pelo segurado ou a seu
mando, em local de terceiros ou em via pública, excluídos, no entanto,
os danos decorrentes de acidente com o veículo transportador.
Os principais riscos excluídos são:

■ danos causados por construção, demolição, reconstrução ou alte-


ração da estrutura do imóvel, bem como qualquer tipo de obra,
inclusive instalações e montagens, admitidos, porém, pequenos
trabalhos de reparos destinados à manutenção;

SEGUROS COMPREENSIVOS 62
UNIDADE 3

■ danos causados por embarcações de qualquer espécie;


■ competições e jogos de qualquer natureza, salvo convenção em
contrário;
■ instalações e montagens bem como qualquer prestação de servi-
ço em locais ou recinto de propriedade de terceiros ou por estes
controlados ou utilizados.

GRUPO 09 – TUMULTOS
As coberturas de Greves e Lockout estão disponíveis dentro de Tumul-
tos, podendo envolver os danos causados por Incêndio, Atos Dolosos e
Saques, desde que decorrentes dos eventos cobertos, cujas definições
apresentamos a seguir:

Tumulto
Ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe
a ordem pública por meio da prática de atos predatórios, para cuja
repressão não haja necessidade de intervenção das Forças Armadas;

Greve
Ajuntamento de mais de três pessoas da mesma categoria ocupacional
que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde as chama o dever;

Lockout
Cessação da atividade por ato ou fato do empregador.

GRUPO 10 – DERRAME/VAZAMENTO

— Derrame ou Vazamento de Chuveiros


Automáticos (Sprinklers) – (Cob.
10.01 da Circular Susep 321/2006)
Garante as perdas ou danos materiais causados, direta e exclusivamente, aos
bens segurados, decorrentes de infiltração, derrame de água ou outra subs-
tância líquida contida em instalações de chuveiros automáticos (sprinklers).

Para efeito desse seguro, a expressão “instalação de chuveiros automáti-


cos (sprinklers)” abrange, exclusivamente, cabeças de chuveiros automá-

SEGUROS COMPREENSIVOS 63
UNIDADE 3

ticos, encanamentos, válvulas, acessórios, tanques, bombas dos chuveiros


automáticos e toda a canalização da instalação particular de proteção con-
tra incêndio, inerente e formando parte das instalações de chuveiros auto-
máticos (sprinklers), ficando excluídos de tais instalações os hidrantes, as
bocas de incêndio e qualquer outra instalação de saída de água conecta-
da ao sistema, salvo se tais instalações se encontrarem, especificamente,
incluídas no seguro, mediante estipulação expressa na apólice.

— Vazamento de Tubulações
e Tanques – (Cob. 10.02 da
Circular Susep 321/2006)
Garante que a seguradora responderá, até o limite máximo de indeni-
zação expressamente fixado pelo segurado para a presente cobertura,
pelas perdas ou pelos danos materiais de origem súbita e imprevista,
sofridos por tanques fixos de depósitos ou por seus respectivos conteú-
dos, ou tubulações existentes no local segurado, diretamente causados
por acidentes de causa externa, exceto por impacto de veículos.

Os principais riscos excluídos são:

■ perdas para as quais tenha contribuído a má conservação das


tubulações ou tanques;
■ desmoronamento, recalque ou movimentação.

GRUPO 11 – QUEBRA DE VIDROS/


ANÚNCIOS LUMINOSOS

— Anúncios Luminosos – (Cob. 11.01


da Circular SUSEP 321/2006)
Garante que a seguradora responderá, até o limite máximo de indeniza-
ção expressamente fixado pelo segurado, pelas perdas ou pelos danos
materiais causados aos letreiros, anúncios luminosos e painéis, inclu-
sive às respectivas estruturas e bases, decorrentes de quaisquer aci-
dentes de causa externa, salvo os expressamente excluídos.

Os principais riscos excluídos são:

■ sobrecarga, isto é, por carga cujo peso exceda a capacidade


normal da estrutura do suporte;

SEGUROS COMPREENSIVOS 64
UNIDADE 3

■ danos elétricos;
■ queda, quebra, amassamento ou arranhadura, salvo se decorren-
tes de acidente coberto por esta apólice;
■ operações de reparos, ajustamentos, serviços de manutenção
em geral.

— Quebra de Vidros – (Cob. 11.02


da Circular SUSEP 321/2006)
Semelhante à modalidade Vidros, do Ramo de Seguro Riscos Diversos,
garante que a seguradora responderá, até o limite máximo de indeniza-
ção expressamente fixado pelo segurado, pelas perdas ou pelos danos
materiais sofridos por vidros, regularmente, existentes e instala-
dos em portas, janelas, vitrinas, balcões e mesas de escritório no(s)
local(is) segurado(s) descrito(s) na apólice, em consequência de:

■ quebra de vidros, causada por imprudência ou culpa de terceiros,


ou por ato involuntário do segurado, de membros de sua família ou
de seus empregados e prepostos;
■ quebra de vidros resultante da ação de calor artificial ou de chu-
va de granizo.
E mais as despesas decorrentes das seguintes medidas:

■ reparo ou reposição dos encaixes dos vidros, quando atingidos


pelo sinistro, ou remoção, reposição ou substituição de obstruções.
Mesmo quando necessário ao serviço de reparo ou substitui-
ção dos vidros danificados, não estarão cobertas a remoção,
a reposição ou a substituição de obstruções quando se tratar
de janelas, paredes e aparelhos;
■ instalação provisória de vidros ou vedação nas aberturas que con-
tenham os vidros danificados durante o tempo necessário ao seu
reparo ou à substituição.

— Quebra de Vidros, Espelhos, Mármores,


Azulejos e Ladrilhos – (Cob. 11.03
da Circular SUSEP 321/2006)
Os riscos cobertos por esta cobertura são os mesmos citados para a cober-
tura de Quebra de Vidro. A diferença desta para a anterior é que além das
perdas ou dos danos materiais sofridos por vidros, incluem-se os espelhos,
mármores, azulejos e ladrilhos, regularmente, existentes e instalados em
portas, janelas, vitrinas, balcões e mesas de escritório no(s) local(is) segura-
do(s) descrito(s) na apólice.

SEGUROS COMPREENSIVOS 65
UNIDADE 3

GRUPO 12 – DESENTULHO/
DESMORONAMENTO

— Desmoronamento – (Cob. 12.01


da Circular SUSEP 321/2006)
Garante que a seguradora responderá, até o limite máximo de indenização
expressamente fixado pelo segurado, pelas perdas ou pelos danos materiais
decorrentes de desmoronamento parcial ou total de edifícios/prédios ou resi-
dências existentes no local segurado, decorrente de qualquer causa, inclu-
sive por convulsões da natureza, tais como tufão, furacão, erupção vulcâ­
nica, inundação e terremoto ou qualquer outra convulsão da natureza.

Para efeito dessa cobertura, entende-se por “desmoronamento parcial”:


o desmoronamento de paredes ou de qualquer elemento estrutural
(coluna, viga, laje de piso ou de teto), excetuando-se o simples desaba-
mento de revestimentos, marquises, beirais, acabamentos, efeitos arqui-
tetônicos, telhas e similares, os quais somente estarão cobertos se os
danos sofridos por tais elementos forem consequentes de desmoro-
namento de parede ou de qualquer elemento estrutural citado.

— Desentulho e Demolição – (Cob.


12.02 da Circular SUSEP 321/2006)
Garante que a seguradora responderá até o limite máximo de indenização
expressamente fixado pelo segurado, pelas despesas de desentulho e
demolição originadas por riscos cobertos pela apólice.

Para fins dessa cobertura, considera-se entulho: a acumulação de


escombros resultantes de partes danificadas do objeto segurado, ou
de material estranho à este como, por exemplo: aluviões de terra, rocha,
lama, árvores, plantas e outros detritos.

Despesas de desentulho serão as despesas necessárias à remoção


do entulho, incluindo carregamento, transporte e descarregamento
em local adequado. Essa remoção pode ser representada por bombea-
mentos, escavações, desmontagens, desmantelamentos, raspagem, esco-
ramento e até simples limpeza.

SEGUROS COMPREENSIVOS 66
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Assinale a afirmativa correta:


1. A SUSEP definiu que na composição das coberturas dos Seguros Com-
preensivos Padronizados, as coberturas de Responsabilidade Civil somen-
te poderão ser incluídas se houver a contratação simultânea de cobertura
do grupo:

(a) Roubo. (d) Desmoronamento.


(b) Incêndio. (e) Derrame/Vazamentos.
(c) Tumultos.

2. Assinale o item que contém coberturas cuja inclusão na composição das


coberturas dos Seguros Compreensivos Padronizados somente será admiti-
da mediante processo específico da seguradora interessada junto à SUSEP:

(a) Incêndio e Lucros Cessantes.


(b) Sprinklers, Tumultos e Riscos de Engenharia.
(c) Riscos de Engenharia, Desmoronamento e Vazamentos.
(d) Quebra de Vidros, Tumultos, Desentulho e Demolição.
(e) Lucros Cessantes, Riscos de Engenharia e Responsabilidade Civil.

3. A única cobertura admitida nos Seguros Compreensivos Padronizados,


independentemente de consulta prévia à SUSEP, relativa a Seguros de
Pessoas é a de:

(a) Morte Acidental.


(b) Morte por Qualquer Causa.
(c) Invalidez Permanente, Total ou Parcial por Acidente.
(d) Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas (DMH).
(e) Invalidez Funcional por Doença.

4. Assinale o item excluído pelas Coberturas Básicas dos Seguros Com-


preensivos Padronizados:

(a) Incêndio decorrente de tumultos.


(b) Queda de raio dentro da área do terreno onde estão localizados os
bens segurados.
(c) Combustão espontânea.
(d) Explosão ou implosão de qualquer causa.
(e) Desmoronamento diretamente resultante de riscos cobertos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 67
FIXANDO CONCEITOS

5. A Cobertura Adicional de Equipamentos dos Seguros Compreensivos


Padronizados criada, especificamente, para cobrir equipamentos eletrôni-
cos, máquinas ou equipamentos, que sejam conectados à rede elétrica
(110V ou 220V), capazes de transformar energia em sinais, instruções e
comandos é a Cobertura Adicional de:

(a) Material Rodante.


(b) Equipamentos Móveis.
(c) Equipamentos Portáteis.
(d) Equipamentos Estacionários.
(e) Equipamentos Eletrônicos ou de Baixa Voltagem.

6. Analise as proposições a seguir, considerando as coberturas do grupo


de Seguros de Equipamentos, dos Seguros Compreensivos Padronizados:

I) Para efeito da cobertura de Equipamentos Portáteis, entende-se por


equipamentos portáteis: caixas de ferramentas; equipamentos para
testes e outros semelhantes, necessários à execução de serviços
externos de reparo ou manutenção pelos propostos ou emprega-
dos do segurado e exclusivamente enquanto de posse desses equi-
pamentos.
II) A cobertura para Seguro de Equipamentos em Exposição garante os
equipamentos, máquinas, veículos, utilidades domésticas, peças e
acessórios, quando expostos em feiras ou exposições temporárias
até o máximo de 120 dias.
III) A cobertura para Seguros de Equipamentos Estacionários exclui as
perdas e os danos ocasionados por incêndio, raio e explosão de
qualquer natureza e suas consequências, e alagamento e inunda-
ção.
IV) A cobertura para Seguros de Equipamentos em Operações sobre
Água cobre as perdas e os danos decorrentes da transladação dos
equipamentos segurados entre áreas de operação ou locais de
guarda, por qualquer meio, inclusive helicópteros.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(b) Somente I e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

SEGUROS COMPREENSIVOS 68
FIXANDO CONCEITOS

7. Assinale qual dos itens, a seguir, contém um evento coberto pela cober-
tura de Danos Elétricos, dos Seguros Compreensivos Padronizados:

(a) Arco voltaico.


(b) Danos elétricos decorrentes de causa mecânica.
(c) Inadequação de energia elétrica instalada no local do risco.
(d) Curto-circuito causado por água de chuva.
(e) Desligamento intencional de dispositivo de segurança ou de contro-
les automáticos.

8. Assinale qual dos itens, a seguir, é risco excluído pela cobertura de Rou-
bo de Valores em Trânsito em Mãos de Portadores, dos Seguros Com-
preensivos Padronizados:

(a) Roubo.
(b) Furto qualificado.
(c) Destruição ou perecimento de valores.
(d) Desaparecimento inexplicável.
(e) Mal súbito sofrido pelos portadores.

9. Assinale qual dos itens, a seguir, contém um risco coberto pela cobertu-
ra de Alagamento dos Seguros Compreensivos Padronizados:

(a) Ressaca.
(b) Água de torneira ou registro, ainda que deixados abertos involunta-
riamente.
(c) Roubo.
(d) Incêndio e explosão.
(e) Entrada de água no local segurado pela insuficiência de esgotos.

10. Assinale qual dos riscos, a seguir, está coberto pela cobertura de Des-
moronamento dos Seguros Compreensivos Padronizados:

(a) Erro de projeto.


(b) Vício próprio.
(c) Vícios de construção.
(d) Desmoronamento por inundação.
(e) Danos causados às fundações e aos alicerces.

SEGUROS COMPREENSIVOS 69
SEGUROS
de RISCOS
04
NOMEADOS e OPERACIONAIS
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer as informações ■ Conhecer as informações
básicas e as principais básicas e características ⊲ SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS
características do Seguros do Seguro de Riscos
de Riscos Nomeados. Operacionais. ⊲ SEGUROS DE RISCOS
OPERACIONAIS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

SEGUROS COMPREENSIVOS 70
UNIDADE 4

A comercialização dos Riscos Nomeados e Operacionais tem suas regras


e seus critérios normatizados pela Circular SUSEP nº 565/2017, que, entre
outros pontos, rege o seguinte:

1. Somente poderão ser enquadrados no ramo de Riscos Nomeados


e Operacionais os seguros cujo Limite Máximo de Garantia (LMG)
seja superior a R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais).
2. Admite a possibilidade de contratação de Limite Máximo de Garan-
tia (LMG) único para grupos de coberturas e/ou para grupos de
locais segurados.
3. Admite também a contratação de Limite Máximo de Garantia (LMG)
que abranja, além dos danos materiais cobertos, as perdas finan-
ceiras decorrentes desses danos materiais.
Os Seguros de Riscos Nomeados, assim como os de Riscos Operacionais
exigem a avaliação individual de cada negócio. São formatados com base
nas necessidades de cada segurado em particular, ou seja, prevalece a
composição “sob medida”, sendo normalmente utilizados apenas para
coberturas de grandes riscos.

Com a abertura do mercado de resseguros, cada seguradora criou e


desenvolveu seus critérios próprios, a serem utilizados nos Seguros Com-
preensivos, Riscos Nomeados e Riscos Operacionais.

SEGUROS DE RISCOS NOMEADOS


O Seguro de Riscos Nomeados surgiu, decorrente, sobretudo, da necessi-
dade de adaptar a contratação de apólices de seguros às evoluções cons-
tantes das indústrias, tanto as de grande como as de médio porte.

SEGUROS COMPREENSIVOS 71
UNIDADE 4

— Riscos Seguráveis
No Seguro de RN, o segurado escolhe (nomeia) as coberturas que deseja
segurar, com ampla liberdade.

A seguradora analisa caso a caso e submete à apreciação do ressegu­


rador. Se o LMG da apólice ultrapassar a automaticidade de seu contrato
de resseguro, é comum que o ressegurador estabeleça as taxas, franquias
e demais condições para aceitação do risco.

A cobertura principal (básica) abrange:

■ incêndio;
■ queda de raio dentro da área ou no edifício onde estiverem os
bens segurados;
■ explosão de qualquer natureza.

— Coberturas
O Seguro de Riscos Nomeados (RN) oferece, ainda, coberturas concedidas
pelos diversos ramos de seguro:

Seguro de Riscos Diversos


Desmoronamento, alagamento e inundação, valores, equipamen-
tos móveis, estacionários, arrendados ou cedidos a terceiros, der-
rame de água, deterioração de mercadorias em ambientes frigo-
rificados, anúncios luminosos, registros e documentos, tremor de
terra, terremoto e maremoto e fermentação própria ou combustão
espontânea.

Seguro de Ramos Diversos


Vidros, roubo, fidelidade e tumultos.

Seguro de Transportes
Transporte de pequenas cargas (eventuais) em movimentação
interna e bagagens.

Seguro de Riscos de Engenharia


Pequenas obras de engenharia (obras civis e, instalação e monta-
gem), desde que não sejam o objetivo principal do seguro.

Seguro de Responsabilidade Civil – RC


Guarda de veículos, RC – uso e conservação, RC – condomínio,
RC – familiar e RC – síndico.

SEGUROS COMPREENSIVOS 72
UNIDADE 4

Seguro de Lucros Cessantes


Lucros cessantes, honorários de peritos, despesa com instala-
ção em novo local e extensão de cobertura a fornecedores ou
­compradores.

— Informações Básicas
O conjunto de dados abaixo deve ser apurado para deliberação das condi-
ções e taxas a serem praticadas:

■ Qualificação do risco, no que se refere às características ocupa-


cionais, construtivas e de proteção, bem como quanto à política
prevencionista do parque industrial, relativamente à conservação
de seu patrimônio.
■ Identificação e informação do Valor em Risco dos bens a serem
segurados.
■ Indicação das coberturas a seus concedidas e seus respectivos LMIs.

— Inspeção de Risco
Riscos Nomeados é um seguro feito sob medida (Tailor Made) com base na
análise dos riscos, logo a inspeção de risco é de fundamental importância.

O inspetor de riscos deve:

■ Ser familiarizado com o processo industrial alvo de análise.


■ Ter formação acadêmica.
■ Ser capaz de manipular informações de praticamente todas as
áreas de operação da indústria.

— Avaliação do Potencial de Perdas


Para fins da contratação do Seguro de RN, o inspetor de riscos deverá
estimar as proporções em que cada um dos eventos poderá atingir nas
diversas áreas do local a ser segurado.

Tais estimativas ou melhor, as avaliações do potencial de perdas fornecem


os seguintes elementos:

■ Fixação dos valores a serem segurados.


■ Estabelecimento de franquias.
■ Fixação do prêmio.
■ Retenção da seguradora.

Assim como nos Seguros Compreensivos, nas avaliações do potencial de


perdas, para cada tipo de risco são identificados:

SEGUROS COMPREENSIVOS 73
UNIDADE 4

■ Perda Normal Esperada (PNE);


■ Dano Máximo Provável (DMP);
■ Perda Máxima Possível (PMP).

SEGUROS DE RISCOS OPERACIONAIS


O Seguro de Riscos Operacionais foi introduzido no Brasil na segunda
metade da década de 1980, com base em condições praticadas pelos mer-
cados europeu e norte-americano.

Da mesma maneira que nos Riscos Nomeados, as seguradoras firmam


Contratos Automáticos de Resseguro e negociam, se necessário, a inte-
gralização da cobertura de resseguro na forma facultativa junto aos resse-
guradores que operam no mercado brasileiro.

O Seguro de Riscos Operacionais destina-se, essencialmente, a


complexos industriais de grande porte.

— Características Principais
O Seguro de Riscos Operacionais se caracteriza por sua cobertura do tipo
all risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou danos
materiais causados aos bens segurados – exceto os formalmente conside-
rados excluídos em suas condições.

Nesse seguro, também pode ser concedida, de forma opcional, uma das
seguintes coberturas:

■ Interrupção de Negócios Consequente de Danos Materiais –


Perda de Receita Bruta.
■ Lucros Cessantes decorrentes dos danos materiais.
■ Cobertura conjugada de Lucros Cessantes decorrentes de danos
materiais com a Interrupção de Negócios Consequentes de Danos
Materiais – Perda de Receita Bruta.
Nos seguros de riscos operacionais, não é obrigatória a contratação da
cobertura relativa a quebras de máquinas. Sua contratação fica, portanto,
a critério do segurado.

A contratação do Seguro de Riscos Operacionais para indústrias com perfil


de risco bem definido e limitado não é recomendável, uma vez que, em
alguns casos, o custo torna-se elevado. Nesses casos, é mais aconselhável
a contratação do Seguro do tipo Riscos Nomeados.

SEGUROS COMPREENSIVOS 74
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta


1. Considerando o seguro de Riscos Nomeados, podemos afirmar que o
fator de análise de potencial de perdas, estabelecido pelo inspetor de ris-
cos que, geralmente, auxilia o segurado na fixação Limite Máximo de Inde-
nização, é conhecido como:

(a) VRA – Valor em Risco Apurado.


(b) PNE – Perdas Normais Esperadas.
(c) DMP – Dano Máximo Provável.
(d) PI – Período Indenitário.
(e) PMP – Perda Máxima Possível.

Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois


marque a alternativa correta:
2. Considerando as características de cobertura dos seguros de Riscos
Nomeados, podemos afirmar que elas:

( ) Permitem englobar diversas coberturas em uma única apólice.


( ) Promovem a adaptação das apólices às evoluções das indústrias
( ) Promovem simplificação operacional na contratação dos seguros.
( ) Têm como cobertura básica os riscos de incêndio, vendaval e lucros
cessantes.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) F, V, V, V. (d) V, V, V, F.
(b) V, F, V, F. (e) F, F, V, F.
(c) F, V, F, F.

Marque a alternativa correta:


3. O seguro que se destina, essencialmente, a complexos industriais de
grande porte denomina-se:

(a) Seguro de Riscos Nomeados.


(b) Seguro Compreensivo.
(c) Seguro de Lucros Cessantes.
(d) Seguro de Riscos Operacionais.
(e) Seguro de Quebra de Máquinas.

SEGUROS COMPREENSIVOS 75
FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa correta:


4. A cobertura básica do seguro de Riscos Nomeados abrange:

(a) Incêndio e roubo.


(b) Alagamento e danos elétricos.
(c) Incêndio e lucros cessantes.
(d) Incêndio, queda de raio dentro da área ou edifício onde estiverem os
bens segurados e explosão de qualquer natureza.
(e) Queda de raio, explosão e roubo.

5. O fator considerado pelos subscritores na taxação de um risco opera­


cional e que representa a extensão que um evento pode atingir em condi-
ções normais de atividade, é chamado de:

(a) Dano Máximo Provável (DMP).


(b) Prejuízo Médio Possível (PMP).
(c) Prejuízo Não Especificado (PNE).
(d) Dano Mínimo Possível (DMP).
(e) Dano Médio Possível (DMP).

SEGUROS COMPREENSIVOS 76
ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
Suponha que você, na qualidade de corretor de seguros, tenha sido con-
vidado para participar de uma cotação a fim de auxiliar uma academia de
ginástica na elaboração de uma proposta de Seguro Compreensivo Padro-
nizado Empresarial.

A preocupação do cliente se refere à existência, na academia, de um esta-


cionamento, por ela administrado, onde terceiros estacionam veículos e
para os quais essa academia mantém um manobreiro.

Desse modo, considerando as coberturas estudadas de Responsabilidade


Civil, qual seria sua orientação ao cliente?

Caso 2
Seu cliente é uma empresa que recebe e retransmite dados por cabos de
fibra ótica que está renovando seu programa de seguros e solicitou a você,
corretor, uma avaliação de riscos passíveis de cobertura. Os equipamentos
operam em salas com acesso restrito e o processo possui backup diário. O
cliente quer sugestões de coberturas para sua completa proteção. Quais
são suas sugestões?

SEGUROS COMPREENSIVOS 77
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4

1–E 1–D 12 – E 1–B 1–E

2–C 2–C 13 – B 2–E 2–D

3–D 3–B 14 – A 3–D 3–D

4–C 4–D 4–C 4–D

5–C 5–E 5–A

6–E 6–A

7–C 7–A

8–D 8–D

9–B 9–E

10 – A 10 – D

11 – D

Estudos de Caso
Caso 1
Analisando as coberturas constantes dos Planos Padronizados de Seguros
Compreensivos, verificamos que, em virtude da existência de manobreiro,
a cobertura mais adequada é a de Responsabilidade Civil Guarda de
Veículos de Terceiros Compreensiva.

O objetivo dessa cobertura é estabelecer que a seguradora proceda ao


pagamento das reparações por danos materiais ocorridos no interior
dos estabelecimentos especificados na apólice, causados, exclusiva-
mente, a veículos de terceiros sob a guarda ou custódia do segurado,
decorrentes de:

a) incêndio ou explosão; roubo ou furto qualificado total; colisão de


veículos contra obstáculos; colisão entre veículos;

b) acidentes relacionados à existência, conservação e ao uso do


local do risco indicado na apólice.

SEGUROS COMPREENSIVOS 78
GABARITO

Note-se que o cliente necessita ser orientado sobre as seguintes peculiari-


dades da cobertura para colisão:

■ para o risco de colisão, será obrigatório que os veículos sejam


manobrados por empregado, quando couber, com o necessá-
rio vínculo junto ao segurado e devidamente habilitado;
■ em relação ao risco de colisão de veículos contra obstáculos, a
garantia não prevalecerá se o motorista, por ocasião da colisão, for
o próprio usuário do veículo ou não estiver legalmente habilitado;
■ em relação ao risco de colisão entre veículos, a garantia não pre-
valecerá se os motoristas, por ocasião da colisão, forem os pró-
prios usuários dos veículos.
É importante também orientar o segurado que essa cobertura permite que
estejam cobertas, se especificadas na apólice, as despesas emergenciais
realizadas pelo segurado para evitar ou minorar os danos e as custas
judiciais do foro civil e pelos honorários de advogados nomeados de
acordo com a seguradora.

Caso 2
Além da contratação obrigatória da cobertura básica, o corretor deve
sugerir a contratação de Danos Elétricos (grande quantidade de equipa-
mentos elétricos em uso), Equipamentos Eletrônicos para prevenção de
danos de causa externa aos equipamentos de baixa voltagem, Derrame
de Sprinklers e principalmente RC Operações para cobrir danos eventuais
aos clientes em função da interrupção de funcionamento, além de Lucros
Cessantes decorrentes de todos os danos materiais cobertos.

SEGUROS COMPREENSIVOS 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Riscos
nomeados e operacionais. Assessoria técnica de Luiz Carlos Paladino. 5ª
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2009, p. 240.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino e Produtos. Segu-


ro incêndio tradicional e seguros compreensivos. Assessoria técnica
de José Antonio Menezes Varanda e Nelson Flores Duarte. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2009, p. 112.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Eduardo de Almeida Gama. 8ª ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2017, p. 106.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Humberto de Mattos Carrilho. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2016, p. 126.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros


compreensivos. Assessoria técnica de Nelson Flores Duarte. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Funenseg, 2014, p. 126.

Sites
www.susep.gov.br

www.tudosobreseguros.org.br

SEGUROS COMPREENSIVOS 80

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