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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Introdução e revisão de
conceitos
ENG 318 – Sistemas fluidomecânicos
Profª Gabriela Soares
2

Objetivos
• Apresentar os conceitos e definições relativos as máquinas de
fluxo
• Descrever as características associadas à escoamentos internos
• Descrever fatores que afetam o escoamento em tubos e dutos
3

Máquinas fluidomecânicas

Uso da energia contida nos fluido

• Sistemas de irrigação
• Povos antigos como egípcios e gregos
usavam rodas hidráulicas para moer
grãos.
• Os romanos introduziram a roda de pás
em torno de 70 a.C. para extrair energia Figura 1: Roda d’água
dos cursos de água
4

Depois passaram a ter maior desenvolvimento:

• Conhecimento aprofundado de Mecânica dos Fluidos e Termodinâmica


• Surgimento de novos materiais
• Uso de recursos computacionais
5

Transporte

Hoje tem aplicações para:

Geração
de energia

Processos
químicos
6

Hoje, tiramos proveito de várias máquinas de fluxo, que tornam possíveis atividades
do dia-a-dia.

Figura: Captação de água

- Água pressurizada de uma torneira

Figura: Estação de tratamento de


esgoto

Figura: Estação elevatória de estação


de tratamento de água
7

- Dirigir um carro

Figura 3: Um carro, no qual máquinas de fluxo operam os sistemas de


lubrificação, refrigeração e direção
8

Figura 4: Ambiente confortável, com


Figura 4: Ambiente confortável com
circulação de ar condicionado
uso do ventilador
9

Figura: Uso de geladeira para Figura: Abastecimento de combustíveis


conservação dos alimentos e demais produtos químicos
10

Definição

Uma máquina fluidomecânica ou máquina de fluxo é um dispositivo que realiza


trabalho sobre um fluido ou extrai trabalho (ou potência) de um fluido.

É o equipamento que promove a troca de energia entre um sistema mecânico e


um fluido, transformando:
energia mecânica em energia de fluido
ou
energia de fluido em energia mecânica.
11

• Fornecem energia ao escoamento:

𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎𝑠 (𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜)
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑠𝑜𝑝𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑒
𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 (𝑔𝑎𝑠𝑒𝑠)
Aumento da pressão

• Retiram energia do escoamento:

𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑠 ℎ𝑖𝑑𝑟á𝑢𝑙𝑖𝑐𝑎𝑠 (á𝑔𝑢𝑎)


𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑒ó𝑙𝑖𝑐𝑎𝑠 (𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠)
Perda da pressão
Figura 5: (a) Bomba fornece energia para um fluido
enquanto (b) uma turbina extrai energia de um fluido
12

Fornecem energia ao escoamento


• Líquidos

Figura 6: Bombas
13

• Gases

Figura 7: a)Ventilador ; b) Soprador; c)Compressor


14

Retiram energia do escoamento

Figura 8: Turbinas hidráulicas Figura 9: Turbinas eólicas


15

Gases submetidos a grandes diferenciais de


pressão e/ou altas velocidades

Compressores, turbinas a vapor e a gás, turbinas


de motores de avião e turbinas a jato.

Análise no escopo da Termodinâmica.

𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠
Operação
𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠

Bombas, ventiladores e as turbinas hidráulicas.

As bombas operam com líquidos em geral,


as turbinas hidráulicas com a água,
e os ventiladores com um gás, geralmente o ar
16

Revisitando conceitos da Mecânica dos Fluidos

Do ponto de vista da mecânica dos fluidos, toda a matéria encontra-se em


somente dois estados:
𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑆ó𝑙𝑖𝑑𝑜

Qual a distinção técnica entre os dois estados?


17

A distinção ocorre à aplicação de uma tensão de cisalhamento

Um sólido pode resistir a uma tensão de cisalhamento por uma deflexão


estática; um fluido não pode.

O fluido deforma-se continuamente sob a influência da tensão de cisalhamento,


não importando o quão pequena ela seja.
18

Diferentes forças de coesão entre as moléculas

Figura 10: Arranjo de átomos em estados diferentes: (a) as moléculas em posições


relativamente fixas num sólido, (b) os grupos de moléculas movem-se em torno uns dos
outros no estado líquido, (c) moléculas movem-se aleatoriamente no estado gasoso
19

Propriedade Definição Unidade (SI)


Massa específica (𝜌) relação entre massa e o volume [𝑘𝑔/𝑚3 ]

Densidade (d) relação entre a massa específica do fluido e a


massa específica de um fluido padrão de
referência, usualmente a água a 4 °C (para
líquidos) e o ar (para gases)

Peso específico (𝛾) razão entre peso e volume [𝑁/𝑚3 ]


𝛾 = 𝜌𝑔

Viscosidade dinâmica 𝜇 propriedade que caracteriza a resistência [𝑁. 𝑠/𝑚2 ]


tensão de cisalhamento e ao atrito no fluido

Viscosidade cinemática (𝜈) propriedade que caracteriza relações mássicas [𝑚2 /𝑠]
e viscosas no fluido
𝜈 = 𝜇/𝜌
20

Características de um escoamento interno


O escoamento de fluido é classificado como externo ou interno, dependendo
do fluido ser forçado a escoar em uma superfície ou em um duto.

Figura 11: Escoamentos internos em


Figura 10: Escoamento externo refinarias de petróleo
21

Consideramos o escoamento interno onde o duto é completamente


preenchido com o fluido e o escoamento é primariamente impulsionado por
uma diferença de pressão.

Figura 12:Escoamento em um tubo


22

Ele não deve ser confundido com o


escoamento de canal aberto, no qual o
duto é parcialmente preenchido pelo
fluido e o escoamento é impulsionado
apenas pela gravidade.

Figura 12: Escoamento em canal aberto


23

Os termos tubo, duto e conduto, em geral,


são usados com o mesmo sentido nas
seções de escoamento.

Tubos: seções de escoamento de seção


transversal circular

Dutos: seções de escoamento de seção


transversal não circular

Figura 13: Seções transversais tubos e dutos


24

Vazão volumétrica (Q) Vazão mássica (𝒎)

⩝ 𝑚
𝑄= 𝑚=
𝑡 𝑡

Unidades usuais: m3/h; l/s; m3/s; gpm Unidades usuais: kg/h; kg/s; t/h; lb/h

Relação entre vazões

𝑚
𝑄=
𝜌
25

Velocidade média

A velocidade do fluido de um tubo varia do


zero na superfície, por conta da condição
de não escorregamento, até o máximo no
centro do tubo.

No escoamento de fluidos é conveniente


trabalhar com uma velocidade média
𝑉𝑚é𝑑 , que permanece constante no
escoamento incompressível quando a
área de seção transversal do tubo for Figura 14: Velocidade média 𝑉𝑚é𝑑
constante.
26

O valor da velocidade média V é determinado pelo requisito de que o princípio


da conservação da massa seja satisfeito:

𝑚 = 𝜌𝑉𝑚é𝑑 𝐴𝑐 = 𝜌𝑢 𝑟 𝑑𝐴𝑐
𝐴𝑐

Onde
𝑚: vazão mássica
𝜌: massa específica
𝐴𝑐 : área de seção transversal
u(r): perfil de velocidade.
27

Então, a velocidade média do escoamento incompressível em um tubo circular


de raio R pode ser expressa como:

𝑅 𝑅
𝐴𝑐
𝜌𝑢 𝑟 𝑑𝐴𝑐 0
𝜌𝑢 𝑟 2𝜋𝑟𝑑𝑟 2
𝑉𝑚é𝑑 = = = 2 𝑢 𝑟 𝑟𝑑𝑟
𝜌𝐴𝑐 𝜌𝜋𝑅 2 𝑅 0

Assim, quando conhecemos a vazão ou o perfil de velocidade, a velocidade


média pode ser determinada com facilidade.
28

Figura 15: Escoamento incompressível em um tubo circular

𝑚 𝑄
𝑄 = = 𝑉𝑚é𝑑 𝐴𝑐 → 𝑉𝑚é𝑑 =
𝜌 𝐴𝑐
29

Escoamento laminar e turbulento

Regime de escoamento laminar:


Caracterizado por linhas de corrente suaves e movimento altamente ordenado.

Regime de escoamento turbulento:


Caracterizado pelas flutuações de velocidade e pelo movimento altamente
desordenado.

O escoamento de transição do escoamento laminar para turbulento não ocorre


repentinamente, ele ocorre em uma região antes de tornar-se completamente
turbulento.
30

O engenheiro britânico Osborne Reynolds (1842–1912) fez experimentos


injetando listras de tinta no escoamento em um tubo de vidro para verificar a
existência desses regimes de escoamento.

Figura 16: Escoamento: a) laminar, b) transição, c) turbulento


31

Número de Reynolds

Após experimentos na década de 1880, Osborne Reynolds descobriu que o


regime de escoamento depende principalmente da razão entre as forças
inerciais e as forças viscosas do fluido.

Essa razão é chamada de número de Reynolds (Re)

𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
𝑅𝑒 =
𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠
32

É expressa para o escoamento interno em um tubo circular por:

𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑉𝑚é𝑑 𝐷 𝜌𝑉𝑚é𝑑 𝐷


𝑅𝑒 = = =
𝐹𝑜𝑟ç𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎𝑠 𝜈 𝜇

onde
𝑉𝑚é𝑑 : velocidade média de escoamento [m/s]
D: comprimento característico da geometria (diâmetro, neste caso) [m]
𝜈 = 𝜇/𝜌: viscosidade cinemática do fluido [m2/s]

Observe que o número de Reynolds é uma quantidade adimensional


33

Para o escoamento através de


tubos não circulares, o número
de Reynolds se baseia no
diâmetro hidráulico 𝐷ℎ

4𝐴𝑐
𝐷ℎ =
𝑃
Onde:
𝐴𝑐 : área de seção transversal
do tubo
P : perímetro molhado

Figura 17: Cálculo de diâmetro hidráulico


34

Com números de Reynolds pequenos ou moderados, as forças viscosas são


suficientemente grandes para suprimir as flutuações de velocidade e manter o
fluido “alinhado”.

Com números de Reynolds grandes, as forças inerciais, que são proporcionais


à 𝜌 e a 𝑉 2 , são grandes com relação às forças viscosas e, portanto, as forças
viscosas não podem evitar as flutuações aleatórias e rápidas do fluido.

A turbulência ocorre quando as forças viscosas no fluido não são capazes de


conter flutuações aleatórias no movimento do fluido.
35

Figura 18: Escoamento descarregando de um tubo, com velocidade constante: a) escoamento


laminar, com alta viscosidade e baixo número de Reynolds; b) escoamento turbulento, com baixa
viscosidade e alto número de Reynolds.
36

Nas maioria das condições práticas, o escoamento de um tubo circular é:

• Re ≤ 2300 escoamento laminar


• 2300 ≤ Re ≤ 4000 escoamento de transição
• Re ≥ 4000 escoamento turbulento
37

Região de entrada
• Entrada uniforme
• Condição de não escorregamento na superfície do tubo
• Camadas adjacentes gradualmente desacelerem como resultado do atrito
• A velocidade do fluido na seção central do tubo tem que aumentar para
manter a vazão de massa através do tubo constante.

Figura 19: Desenvolvimento do escoamento em um tubo


38

Figura 20: Desenvolvimento de camada limite da velocidade em um tubo


39

A tensão de cisalhamento
na parede do tubo 𝜏𝑤 está
relacionada à inclinação
do perfil da velocidade na
superfície.

Figura 21 : Variação da tensão de cisalhamento da parede


40

A forma real do perfil de velocidade


completamente desenvolvido depende do
escoamento ser laminar ou turbulento.

Embora os perfis de velocidade para alguns


escoamentos laminares completamente
desenvolvidos possam ser obtidos pela
simplificação das equações completas do
movimento, escoamentos turbulentos não
podem ser tratados assim.

Figura 22: O perfil de velocidade no escoamento


completamente desenvolvido.
41

Escoamento laminar completamente desenvolvido em um tubo

O perfil de velocidades é dado por:

𝑅 2 𝜕𝑝 𝑟 2
𝑢=− 1−
4𝜇 𝜕𝑥 𝑅

Portanto, o perfil de velocidade no


escoamento laminar completamente
desenvolvido de um tubo é parabólico
com um máximo na linha central e um
mínimo (zero) na parede do tubo.
Figura 23: Perfil de velocidade
escoamento laminar
42

Uma vez que temos o perfil de velocidade, podemos obter características


adicionais do escoamento.

• Vazão volumétrica

𝑅 𝑅
1 𝜕𝑝
𝑄= 𝑉. 𝑑 𝐴 = 𝑢 2𝜋𝑟 𝑑𝑟 = 𝑟 2 − 𝑅 2 2𝜋𝑟 𝑑𝑟
𝐴 0 0 4𝜇 𝜕𝑥

𝜋𝑅 4 𝜕𝑝
𝑄=−
8𝜇 𝜕𝑥
43

• Vazão volumétrica como uma função da queda de pressão

𝜕𝑝
No escoamento completamente desenvolvido, o gradiente de pressão, , é
𝜕𝑥
constante.

𝜋𝑅 4 ∆𝑝 𝜋∆𝑝𝑅 4 𝜋∆𝑝𝐷4
𝑄=− − = =
8𝜇 𝐿 8𝜇𝐿 128𝜇𝐿
44

• Velocidade Média
𝑅 𝑅
2 2 𝑅 2 𝜕𝑝 𝑟 2 𝑅 2 𝜕𝑝
𝑉𝑚é𝑑 = 2 𝑢 𝑟 𝑟𝑑𝑟 = − 2 1− 𝑟𝑑𝑟 = −
𝑅 0 𝑅 0 4𝜇 𝜕𝑥 𝑅 8𝜇 𝜕𝑥

Ou lembrando que que 𝑉𝑚é𝑑 pode ser determinada facilmente com as


informações da vazão.

𝑄 𝑄 𝑅 2 𝜕𝑝
𝑉= = 2
=−
𝐴 𝜋𝑅 8𝜇 𝜕𝑥
45

Exemplo 1: Um óleo (𝜇 = 0,40 𝑁. 𝑠/𝑚2 e 𝜌 = 900 𝑘𝑔/𝑚3 ) escoa num tubo que
apresenta diâmetro interno D igual a 20 mm. Qual a queda de pressão
necessária para produzir uma vazão de 2𝑥10−5 𝑚3 /𝑠 se o tubo for horizontal
com L=10 m?
46

Solução:
Velocidade média:
𝑄 2𝑥10−5
𝑉= = 2 = 0,0637 𝑚/𝑠
𝐴 𝜋 . 0,02
4
Verificar se escoamento é laminar

𝜌𝑉𝐷 900 . 0,0637 . 0,02


𝑅𝑒 = = = 2,87 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟
𝜇 0,40

𝜋∆𝑝𝐷4 128𝜇𝐿𝑄 128 . 0,40 . 10 . 2𝑥10−5


𝑄= → ∆𝑝 = 4
= 4
= 20371,8 𝑃𝑎
128𝜇𝐿 𝜋𝐷 𝜋. 0,02

∆𝑝 = 20,4 𝑘𝑃𝑎
47

Escoamento turbulento completamente desenvolvido em um tubo

O perfil de velocidade para escoamento turbulento através de um tubo liso


pode ser representado pela equação empírica da lei de potência

𝑢 𝑦 1/𝑛 𝑟 1/𝑛
= = 1−
𝑢𝑚á𝑥 𝑅 𝑅

em que o expoente, n, varia com o número de Reynolds.


48

Figura 24: Comparação entre os perfis Figura 25: Perfis de velocidade da lei de potência
de velocidade a mesma vazão para o escoamento turbulento e comparação
volumétrica: a) escoamento laminar; b) com o perfil de velocidade laminar.
escoamento turbulento.
49

Escoamento em tubos e dutos

Nosso interesse é determinar os


fatores que afetam a pressão em um
fluido incompressível quando ele
escoa em um tubo ou duto.

Focaremos na perda de pressão


devido ao atrito e consequentemente
analisaremos tubos que têm área
constante e que são horizontais.
Figura 26: Distribuição de pressão num
escoamento em tubo horizontal
50

Equação de Bernoulli.

𝑃 𝑉2
+ + g z = constante
𝜌 2

1) O escoamento ocorre em regime permanente


2) O escoamento é incompressível
3) A equação é aplicável ao longo de uma linha de corrente
51

Reconhecendo os termos da equação como:

Energia de Energia
escoamento potencial
𝑃 𝑉2
+ + g z = constante
𝜌 2

Energia
cinética

Energia por unidade de massa (m2/s2)


Com frequência é conveniente representar o nível de energia mecânica
graficamente usando alturas para facilitar a visualização

Isso é feito dividindo cada termo da equação por g para obter:

Carga de Carga de
pressão elevação

𝑃 𝑉2
+ + z = H = constante
𝜌g 2g

Carga total
Carga de
velocidade
53

Entre dois pontos quaisquer na


mesma linha de corrente
Líquidos perfeitos

𝑃1 𝑉1 2 𝑃2 𝑉2 2
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2
𝛾 2𝑔 𝛾 2g

Figura 27: Escoamento sem atrito em um duto.


54

Os efeitos viscosos terão um importante


efeito sobre considerações de energia
Líquidos reais

𝑃1 𝑉1 2 𝑃2 𝑉2 2
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2 + Hp
𝛾 2𝑔 𝛾 2g

A inclinação é uma medida da perda de


carga no tubo.

Figura 28: Escoamento com atrito em um duto.


A linha de energia irá cair suavemente em virtude das perdas por atrito, e irá
cair rapidamente, no caso de uma perda substancial.

Figura 29: Linhas piezométricas e de energia para descarga livre de um


reservatório através de um tubo horizontal com um difusor.
Um salto abrupto ocorre sempre que a energia mecânica é adicionada ao fluido
Da mesma forma, uma queda brusca ocorre sempre que energia mecânica é
removida do fluido.

Figura 30: Comportamento da LE e LP com adição de energia


por uma bomba e remoção de energia por uma turbina
57

A equação da energia para escoamento estacionário, incompressível e


unidimensional em termos das cargas é:

𝑝1 𝑉12 𝑝2 𝑉22
+ 𝛼1 + 𝑧1 + ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎,𝑢 = + 𝛼2 + 𝑧2 + ℎ𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑒 + ℎ𝑝
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔

onde :
ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎,𝑢 : altura útil da bomba fornecida ao fluido
ℎ𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑒 :altura da turbina extraída do fluido
ℎ𝑝 : perda de altura irreversível entre as secções 1 e 2,
𝑉1 𝑒 𝑉2: velocidades médias nas seções 1 e 2,
𝛼1 𝑒 𝛼2 : fatores de correção da energia cinética nas seções 1 e 2
𝛼 = 2 para o escoamento laminar completamente desenvolvido e 𝛼 ≈ 1,05 para
o escoamento turbulento completamente desenvolvido).
58

Podemos imaginar 𝛼 como um fator de correção que nos permite usar a


velocidade média V na equação da energia para calcular a energia cinética em
uma seção transversal.

Podemos quase sempre usar a aproximação α = 1 em nossos cálculos de


escoamento em tubo.

- α é razoavelmente próximo de 1 para altos números de Reynolds (para n


entre 6 e 10, 1,03<𝛼<1,08)
- A variação na energia cinética é, em geral, pequena comparada com os
termos dominantes na equação de energia,
59

É conveniente dividir as perdas decorrentes do atrito em duas categorias:


ℎ𝑝 = ℎ𝑝𝑑 + ℎ𝑝𝑙

Perdas maiores ou distribuídas (ℎ𝑝𝑑 )


• Causadas pelo atrito nas seções de área constantes do tubo

Perdas menores ou localizadas (ℎ𝑝𝑙 )


• Decorrente de acessórios, curvas ou mudanças súbitas de
área.
• Serão relativamente menores, se o sistema incluir longos
trechos retos de tubo de seção constante, mas podem
representar uma grande parcela da perda total do sistema em
tubulações curtas.
60

• Perdas Maiores

Considerando a equação de energia para um escoamento completamente


desenvolvido em um tubo de área constante,ℎ𝑝𝑙 = 0, e se o tubo é horizontal,
tem-se 𝑧1 = 𝑧2 , então:
𝑝1 − 𝑝2 ∆𝑝
= = ℎ𝑝𝑑
𝜌𝑔 𝜌𝑔

Dessa forma, a perda de carga maior pode


ser expressa como a perda de pressão
para escoamento completamente
desenvolvido através de um tubo horizontal
de área constante.

Figura 31: Relação da perda de pressão


61

a. Escoamento Laminar

No escoamento laminar, a queda de pressão pode ser calculada analiticamente


para o escoamento completamente desenvolvido em um tubo horizontal.

𝜋𝐷2
128𝜇𝐿𝑉 4
128𝜇𝐿𝑄 𝐿 𝜇𝑉
∆𝑝 = 4
= = 32
𝜋𝐷 𝜋𝐷4 𝐷 𝐷

Resultando:

𝐿 𝜇𝑉 𝐿 𝑉2 𝜇 64 𝐿 𝑉 2
ℎ𝑝𝑑 = 32 = 64 =
𝐷 𝜌𝑔𝐷 𝐷 2𝑔 𝜌𝑉𝐷 𝑅𝑒 𝐷 2𝑔
62

b. Escoamento Turbulento

No escoamento turbulento, não podemos avaliar a queda de pressão


analiticamente, devemos recorrer a resultados experimentais e utilizar a análise
dimensional para correlacioná-los.

A experiência mostra que, no escoamento turbulento completamente


desenvolvido:
𝐿 𝑉2
ℎ𝑝𝑑 = 𝑓
𝐷 2𝑔

O fator de atrito é determinado experimentalmente.


63

Determinação de 𝑓

• Cálculo de Re
• Obtenção da rugosidade (𝜖),(Tabela 1)
• Cálculo de 𝜖/𝐷 (rugosidade relativa)
• Obtenção do fator de atrito na curva apropriada no diagrama de Moody

Finalmente, a perda de carga pode ser determinada.


64

Tabela 1 : Rugosidade para tubos de materiais comuns de engenharia

Material Rugosidade (𝝐), mm


Vidro, plástico 0 (liso)
Concreto 0,9 - 9
Madeira 0,2 – 0,9
Borracha uniformizada 0,01
Cobre ou latão 0,0015
Ferro fundido 0,26
Ferro galvanizado 0,15 Figura 32: Representação
esquemática da rugosidade do tubo
Ferro forjado 0,046
Aço inoxidável 0,002
Aço comercial 0,045
65

Figura 33: Diagrama de Moody


66

O fator de atrito para escoamento laminar pode ser obtido comparando as


equações:
64 𝐿 𝑉 2 𝐿 𝑉2
ℎ𝑝𝑑 = =𝑓
𝑅𝑒 𝐷 2 𝐷 2𝑔

Consequentemente, para escoamento laminar

64
𝑓=
𝑅𝑒

Dessa forma, no escoamento laminar, o fator de atrito é uma função do número


de Reynolds apenas; ele é independente da rugosidade.
67

Após longo período de serviço,


a formação de depósitos
aumenta a rugosidade da
parede apreciavelmente e
também diminui o diâmetro
efetivo.

Esses fatores combinados


aumentam 𝜖/𝐷 de 5 a 10
vezes para tubos velhos

Figura 34: Seção de tubo removida após 40 anos de


serviço como linha de suprimento de água, mostrando a
formação de incrustações.
68

Tabela 2 : Rugosidade para tubos


𝜖 (𝑚) 𝜖 (𝑚)
69

Exemplo 2: Determinação do fator de atrito 𝑓

• Fluido: água á 20ºC


• Material da tubulação: Ferro fundido novo
• Diâmetro: 200 mm
• Vazão: 0,0616m3/s
• Viscosidade cinemática: 0,000001 m2/s.
70

Solução:
Determinação da velocidade
𝑄
𝑄 𝜋𝐷 2 4𝑄 4.0,0616
𝑄 = 𝑉. 𝐴 → 𝑉 = →𝑉= = 2 2
= 1,96 𝑚/𝑠
𝐴 4 𝜋𝐷 𝜋. 0,2

Determinação Re
𝑉𝐷 1,96 . 0,2
𝑅𝑒 = = = 392157,78 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜
𝜈 0,000001

Determinação da rugosidade relativa:


- para ferro fundido novo, podemos adotar: 𝜖 = 0,00025 m.

𝜖 0,00025
= = 0,00125
𝐷 0,2
71

𝑓=
0,021
72

• Perdas Menores

O escoamento em uma tubulação pode exigir a passagem do fluido através de


uma variedade de acessórios, curvas ou mudanças súbitas de área.

As perdas de carga menores (ou localizadas) tradicionalmente são calculadas


pela equação
𝑉2
ℎ𝑝𝑙 = 𝐾
2𝑔

O coeficiente de perda, K, deve ser determinado experimentalmente para cada


situação.
73

ℎ𝑝𝑙 ∆𝑝
𝐾= 2 =
𝑉 /2𝑔 1 𝜌𝑉 2
2
Onde
∆p é definido como:

(𝑃1 − 𝑃2 )𝑣á𝑙𝑣𝑢𝑙𝑎 −(𝑃1 − 𝑃2 )𝑡𝑢𝑏𝑜

à mesma vazão.

Figura 35: Determinação de componente


de perda menor
74

Tabela 3 : Coeficientes de perda representativos para acessórios e válvulas

Acessório Geometria K
Padrão flangeado 0,3
Raio longo flangeado 0,2
Cotovelo de 90º
Padrão rosqueado 1,5
Raio longo rosqueado 0,7
Padrão rosqueado 0,4
Cotovelo de 45 º
Raio longo flangeado 0,2
Rosqueado 0,9
Tê divisória de escoamento
Flangeado 0,2
Rosqueado 2,0
Tê ramificação de escoamento
Flangeado 1,0
Válvula globo Aberto 10
Válvula angular Aberto 5
Aberto 0,2
75 % aberto 1,10
Válvula gaveta
50 % aberto 3,6
25 % aberto 28,8
Aberto 0,5
Válvula de esfera 1/3 fechado 5,5
2/3 fechado 200
Medidor de água 7
Acoplamento 0,08
75

Acessório Geometria K
Curva 90° 0,4
Curva 45° 0,2
Crivo 0,75
Válvula de retenção 2,5
Válvula de pé 1,75
76

Exemplo 3: Cálculo de perda de carga total


Trecho de sucção de sistema de bombeamento
Vazão: 100 l/s de água
Diâmetro sucção: 350 mm
Tubulação de ferro fundido
Comprimento da tubulação de sucção: 6 m
Acessórios: Válvula de pé, crivo, curva de 90°
77

Solução:
Determinação da velocidade:
100 l/s= 0,100 m3/s
𝑄
𝑄 𝜋𝐷 2 4𝑄 4.0,100
𝑄 = 𝑉. 𝐴 → 𝑉 = →𝑉= = 2 2
= 1,04 𝑚/𝑠
𝐴 4 𝜋𝐷 𝜋. 0,35

Determinação Re
𝑉𝐷 1,04 . 0,35
𝑅𝑒 = = = 364000 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜
𝜈 0,000001

Determinação da rugosidade relativa:


- para ferro fundido novo, podemos adotar: 𝜖 = 0,00025 m.

𝜖 0,00025
= = 0,000714
𝐷 0,35
78

𝑓=
0,019
79

Perda de carga distribuída


𝐿 𝑉2 6 1,042
ℎ𝑝𝑑 = 𝑓 = 0,019. . = 0,018 𝑚
𝐷 2𝑔 0,35 2.9,81

Determinação de perda de carga localizada


1,75: válvula de pé
0,75: crivo
0,40: curva 90°
∑𝐾 = 2,90
𝑉2 1,042
ℎ𝑝𝑙 = ∑𝐾 = 2,90. = 0,16 𝑚
2𝑔 2.9,81

Perda de carga total: ℎ𝑝𝑑 + ℎ𝑝𝑙 = 0,018 + 0,16 = 0,18 𝑚


80

Exemplo 4: Escoamento em uma tubulação: comprimento desconhecido

Petróleo cru escoa através de um trecho horizontal do oleoduto do Alasca a


uma taxa de 2,944 m3/s. O diâmetro interno do tubo é 1,22 m; a rugosidade do
tubo é equivalente à do ferro galvanizado. A pressão máxima admissível é 8,27
MPa; a pressão mínima requerida para manter os gases dissolvidos em
solução no petróleo cru é 344,5 kPa. O petróleo cru tem massa específica de
930 kg/m3, sua viscosidade à temperatura de bombeamento de 60°C é μ =
0,0168 N · s/m2.

Para essas condições, determine o espaçamento máximo possível entre


estações de bombeamento.
81

Solução

𝑝1 𝑉12 𝑝2 𝑉22
+ 𝛼1 + 𝑧1 + ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎,𝑢 = + 𝛼2 + 𝑧2 + ℎ𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎,𝑒 + ℎ𝑝
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
82

Considerando que:
• 𝛼1 𝑉1 = 𝛼2 𝑉2
• Tubo horizontal, 𝑧1 = 𝑧2
• Perdas menores desprezíveis.
• Viscosidade constante.

𝑝1 𝑉12 𝑝2 𝑉22
+ 𝛼1 + 𝑧1 = + 𝛼2 + 𝑧2 + ℎ𝑝𝑑 + ℎ𝑝𝑙
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔

𝑝1 − 𝑝2 𝐿 𝑉2
=𝑓
𝜌𝑔 𝐷 2𝑔

∆𝑝 𝐿 𝑉2 2𝐷∆𝑝
=𝑓 → 𝐿=
𝜌 𝐷 2 𝜌𝑓𝑉 2
83

𝑄 4 𝑚
𝑉 = = 2,944 2
= 2,52
𝐴 𝜋 1,22 𝑠

𝜌𝑉𝐷 930 . 2,52.1,22


𝑅𝑒 = = = 1,71𝑥105 (𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜)
𝜇 0,0168

𝜖
Da Tabela 1, 𝜖 = 0,00015 𝑚, logo, 𝐷 = 0,00012.
Do diagrama de Moody temos 𝑓 ≈ 0,017

2𝐷∆𝑝 2 . 1,22. (8,27x106 − 3,445 x105 )


𝐿= 2
= 2
= 192 612,09
𝜌𝑓𝑉 930 . 0,017. 2,52

𝐿 = 192612 𝑚

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