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Articuladores Discursivos - Exercícios

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Daniela Teixeira
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Articuladores discursivo-argumentativos: sinalização da


argumentação em textos opinativos

Autor: Sandra Teixeira da Rocha

Disciplina/Área: Língua Portuguesa 1


(ingresso no PDE)

Escola de Implementação do Colégio Estadual Pacaembu.


Projeto e sua localização: Rua. Estácio de Sá, 666 - Pacaembu,
Cascavel - PR, (45) 3229-5260.

Município da escola: Cascavel

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Professor Orientador: Profa. Dra. Alcione Tereza Corbari

Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE

A presente Unidade Didática tem por


Resumo:
objetivo apresentar aos professores de
Língua Portuguesa uma proposta de
trabalho sobre a coesão textual,
especificamente a coesão sequencial, por
meio dos articuladores discursivo-
argumentativos, considerando que os
articuladores não servem apenas para
relacionar orações, mas também para
demarcar a orientação argumentativa do
enunciado.

Esse processo poderá contribuir também


para a formação de um produtor de texto
capaz de manifestar-se coerentemente com
a situação de interação de que participa.

Propõe-se o estudo dos articuladores, com


foco no gênero textual artigo de opinião,
com o intuito de levar os alunos a refletirem
sobre o uso dos conectivos em situações
reais de comunicação. Nesse sentido, esta
pesquisa consiste em possibilitar
2
conhecimento e estratégias que permitam
ao aluno a reflexão do uso dos recursos
linguísticos e seus efeitos de sentido no
texto, para assim despertar a capacidade de
ler criticamente e efetivar seu discurso oral e
escrito em situações diversas da
comunicação.

Palavras-chave: Argumentação, artigo de opinião,


articuladores discursivo-argumentativos.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 3º ano do Ensino Médio do


Colégio Estadual Pacaembu
TRABALHANDO SOBRE ARGUMENTAÇÃO

Conforme Koch (2004), quando interagimos através da linguagem, temos


sempre objetivos, fins a serem atingidos; há relações que desejamos estabelecer,
efeitos que pretendemos causar, comportamentos que
ver 3queremos
desencadeados, isto é, pretendemos atuar sobre o(s) outro(s) de determinada
maneira, obter dele(s) determinadas reações (verbais ou não verbais). É por isso
que se pode afirmar que o uso da linguagem é essencialmente argumentativo,
pois pretendemos orientar os enunciados que produzimos no sentido de
determinadas conclusões (com exclusão outras). “Em outras palavras, procuramos
dotar em nossos enunciados determinada força argumentativa” (KOCH, 2004, p.
29).
A argumentação e a persuasão fazem parte do cotidiano, estando presentes
em editoriais, discursos políticos, jurídicos, publicitários e até em alguns textos que
se pretendem neutros, mas não resistem a uma análise que desmascare as ideias
ali defendidas. É como explica Koch:

Como ser dotado de razão e vontade, o homem, constantemente, avalia, julga,


critica, isto é, forma juízos e valor. Por outro lado, por meio do discurso – ação
verbal dotada de intencionalidade – tenta influir sobre o comportamento do outro
ou fazer com que compartilhe determinadas de suas opiniões. É por esta razão
que se pode afirmar que o ATO DE ARGUMENTAR constitui o ato linguístico
fundamental, pois a todo e qualquer momento subjaz uma ideologia, na acepção
mais ampla do termo. A neutralidade é apenas um mito: o discurso que se
pretende “neutro”, ingênuo, contém também uma ideologia – a da sua própria
objetividade (KOCH, 2002, p.19).

Qualquer uso de linguagem implica em argumentação, como afirma Koch


(2004), porém há textos em que a argumentação fica explícita, como é o caso do
Artigo de Opinião. Neste e em outros gêneros opinativos, para convencer alguém,
os argumentos são essenciais e esses serão as provas que apresentaremos, com o
objetivo de defender nossa ideia. No diálogo, a argumentação leva a conhecer
novas formas de pensar e oportunidades de reelaborar conceitos e atitudes,
portanto, é uma estratégia de aprendizagem e amadurecimento.
EXERCITANDO A ORALIDADE

Qual é a importância de argumentar sobre determinado assunto? Que gêneros você


conhece em que se opina de forma clara sobre um assunto? Em que contextos você
costuma se posicionar?

4
Atividade 1

Assista a uma passagem do filme “Vem dançar” (disponível no link abaixo) e


identifique argumentação presente na fala de Antônio Banderas (“Vem Dançar”,
Drama, EUA, 2006, 108min. COR, Liz Friedlander).

Link: <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11973>

Professor(a), em contextos diversos, usamos gêneros da ordem do argumentar


(SCHNEUWLY; DOLZ, 2010), inclusive por meio da oralidade. Nesse sentido, para estimular
a pesquisa dos gêneros de opinião, sugerimos que trabalhe com jornais e revistas para
pesquisas de textos opinativos. Se a escola possuir laboratório de informática com acesso à
internet, pode-se procurar alguns textos do gênero que circulem em websites.

Atividade 2
Após a explicação sobre os textos opinativos, formem grupos de 4 alunos e
pesquisem em jornais e revistas diversos textos opinativos. Nessa atividade,
identifique as passagens que apresentam tese/argumentos e registre-as no caderno.
DESENVOLVENDO ARGUMENTOS

Atividade 3

Professor(a), peça aos alunos para apontarem algumas questões polêmicas em


grupos, referentes ao cotidiano escolar, escolher as mais relevantes e registrá-las em tiras
de papel. Solicite aos alunos que formulem opiniões, discutam a tese e elaborem os
argumentos. 5

O ARTIGO DE OPINIÃO

Professor(a), sugerimos abaixo algumas questões para explorar o contexto de


produção, circulação e recepção do gênero, que poderão ser desenvolvidas oralmente.

a) Vocês sabem o que é um artigo de opinião? Já leram algum?

b) Onde podemos encontrá-los? Em que veículos circulam?

c) Qual a função social desses textos?

e) Com que objetivo esse texto é escrito?

f) Qual é o leitor desse gênero?

Professor(a), segue abaixo algumas sugestões de respostas, conforme a obra


Olimpíada de Língua Portuguesa.

Fonte: <http://escrevendo.cenpec.org.br/caderno_virtual/book48/InterativeBook.html>.

São publicados em jornais, revistas e revistas eletrônicas.


Defendem uma tese em relação a determinado tema polêmico, apresentando
argumentos favoráveis à tese defendida.
São assinados por articulistas (profissionais ou especialistas que escrevem matérias
assinadas) sobre algum assunto que está sendo discutido na mídia impressa,
internet ou televisão.
Apresentam várias vozes dentro do seu texto (números, estatísticas, dados
qualitativos e quantitativos), especialistas ou instituições que funcionam como
protagonistas de um discurso.
Dirigem-se a um leitor que o jornal considera como potencialmente envolvido no
debate.
EXPLORANDO A ESTRUTURA DE UM ARTIGO DE OPINIÃO

São várias as formas de estruturar um artigo de opinião. Mas, em geral, todos os


artigos de opinião contêm os seguintes elementos. Conforme a revista Ponto de
Vista.
(Fonte:<http://escrevendo.cenpec.org.br/caderno_virtual/book48/InterativeBook.html>):

6
Introdução

(1) Contextualização e/ou apresentação da questão em discussão;

(2) Explicitação da posição assumida.

Desenvolvimento

(3) Utilização de argumentos que sustentam a posição assumida;

(4) Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis


argumentos contrários à posição assumida;

(5) Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.

Conclusão

(6) Retomada da posição assumida e/ou retomada do argumento mais


enfático;

(7) Proposta ou possibilidades de negociação;

(8) Retomada da tese ou posição defendida.


ANALISANDO UM ARTIGO DE OPINIÃO

Professor(a), as atividades abaixo podem ser desenvolvidas oralmente.

7
Atividade 4
Leia o artigo a seguir, analise o plano global, o contexto de produção e circulação.

Autor

Papel social do autor

Local de publicação

Suporte de circulação

Qual a tese defendida pelo autor?

Quais argumentos ele usa para sustentar sua tese?

Atividade 5
Identifique as partes que compõem o artigo de opinião.

Atividade 6
Identifique no artigo de opinião quais são os operadores argumentativos que
constroem a argumentação textual.

Humor decadente

Tarcísio Vanderlinde – professor –[email protected]

1 Quem o faz pode se achar o máximo. Quem o curte pode considerar que
2 aquele tipo de piada traduz todo universo daqueles que são pagos para fazer
3 as pessoas rir. Por muito tempo o riso não foi considerado uma prática
4 saudável. Contudo, estudos mais recentes mostram que rir, manter o bom
5 humor, pode trazer muitos benefícios para a saúde. O problema está na forma
6 como as pessoas são estimuladas a rir. A piada saudável está em falta. Um
7 estudo compartilhado pela Revista “Caro Amigos” (Janeiro de 2013),
8 fundamentado em depoimentos de comediantes, escritores e especialistas no
9 ambiente do riso, chegou a algumas conclusões que instigam reflexões: não se
10 encontram produções críticas sobre o humor feitas no Brasil. Estaríamos
11 infantilizados culturalmente, daí o enorme sucesso de tantos programas de
12 humor de baixo nível.
13 Um tipo de humor muito presente nas “pegadinhas” é o “humor de
14 insulto” em que o máximo que se consegue fazer é ofender as pessoas. A
15 conclusão do estudo, é que piadas deste tipo não são engraçadas, uma vez
16 que não questionam o sistema, nem as instituições. Comediantes famosos não
17 costumam fazer piadinhas que envolvem seus patrocinadores, por isso é que
18 não se ouvem muitas piadas sobre os péssimos serviços telefônicos ou a fila 8
19 dos bancos. A propósito, o “trote telefônico”, gênero de fazer rir apreciado por
20 uns e odiado por outros é um meio corriqueiro utilizado por companhias
21 telefônicas para se relacionar com os clientes. E não tem nada de engraçado.
22 O humor quase sempre se reveste de conteúdo disfarçado e é por isso
23 que a expressão “foi só uma piada” deixa sempre algo no ar. O estudo revela
24 que as piadas não têm apenas um fundo de verdade, elas seriam a verdade
25 com um nariz de palhaço. Quando se faz piada se constrói e se compartilha
26 ideias, e por ser um discurso, o humor também é ideológico, expressa opiniões
27 e visões sobre o mundo. Neste sentido o humor não é sempre libertário e pode
28 muitas vezes compactuar com o que há de pior na sociedade, com
29 preconceitos arraigados.
30 Temas relacionados aos negros, mulheres, homossexuais, deficientes
31 entre outros, continuam sendo preferência no humor decadente. O estudo
32 aponta que o tratamento dado pelo humor brasileiro a esses grupos, muitas
33 vezes não os aproxima de sua humanidade. São inúmeros exemplos de que na
34 TV, o deboche em cima de estereótipos se dá, em grande parte, reforçando
35 preconceitos. Comediantes que se dedicam a estas temáticas têm reclamado
36 da falta de liberdade diante da pressão de minorias que ao sentirem-se
37 ofendidas vão buscar ressarcimento moral nos tribunais. O grupo da baixaria
38 tem alegado estar sofrendo de censura e patrulhamento ideológico. Parece
39 mesmo difícil conciliar liberdade de expressão com o exercício da boçalidade.
40 A partir do momento em que o humor decadente passa a ser identificado e
41 menos aceito, é compreensível a reação daqueles que querem continuar
42 fazendo as velhas piadas. O estudo é enfático ao observar que essa reação,
43 que até se diz libertária, na medida em que combate a suposta ditadura do
44 “politicamente correto”, estaria de fato reagindo contra a perda de uma
45 liberdade: a liberdade de um grupo historicamente dominante de oprimir, pela
46 via do humor, os outros grupos sociais: a liberdade de alguns em limitar a
47 liberdade e o direito dos outros. Uma liberdade que, no fim das contas, não
48 passa de um privilégio.

49
Fonte: <http://www.opresente.com.br/blogs/tarcisio- vanderlinde/humor-decadente-693>.
A COESÃO TEXTUAL

Segundo Koch (1991, p. 34), a coesão pode ser descrita como “o fenômeno
que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície
textual estão interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando
sequências veiculadoras de sentidos”. A mesma autora propõe a existência de
duas grandes modalidades de coesão: a coesão referencial (referenciação e
remissão) e alguns elementos da coesão sequencial (sequenciação). A 9
referenciação ocorre quando um componente da superfície do texto faz remissão a
outros elementos nela presentes ou inferíveis a partir do universo textual. A
sequenciação está relacionada aos mecanismos empregados no texto para que ele
possa progredir, sendo essa questão o foco deste trabalho.

Coesão sequencial
Conforme Fávero (2006, p. 33), “os mecanismos da coesão sequencial são
os que têm por função a progressão temática, por não haver nessa situação
retomada de itens, sentenças ou estruturas”. Nesta unidade temática, nos interessa
o trabalho com articuladores discursivo-argumentativos, que recebem esse nome
por terem a função de estruturar enunciados em textos, por meio de
encadeamentos sucessivos de enunciados, sendo cada enunciado resultante de
um ato de fala distinto (KOCH, 2004), orientando argumentativamente.
ARTICULADORES DISCURSIVO-ARGUMENTATIVOS

Os articuladores discursivo-argumentativos colaboram para a


argumentatividade do texto. Segundo Koch (2004), são elementos que determinam
o valor argumentativo dos enunciados, constituindo-se em marcas linguísticas
imprescindíveis para a construção do texto opinativo.

Nesse contexto, ressalta-se a importância da investigação acerca do uso 10


desses operadores em artigos de opinião e produções textuais, já que um desvio
nesse uso pode mudar completamente a interpretação do leitor.

Os articuladores discursivo-argumentativos são classificados de acordo com


as funções (relações semânticas) que desempenham. A seguir, colocam-se alguns
exemplos com base nos estudos desenvolvidos por Koch (2004, p. 72 -77).

Professor(a), abaixo apresentamos exemplos retirados de Koch, além de enunciados


de dois artigos da revista Veja: “Bandeira Preta” e “Sem esforço e sem exemplo”, de autoria
de Lya Luft, publicado na revista Veja, 25 de setembro de 2013 e 09 de outubro de 2013.
Sugerimos que, após a explicação, proponha leitura dos artigos citados, acessíveis nos links
abaixo:

Link: <http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-bandeira-preta/>

Link: < http://www.oab.org.br/noticia/26198/deu-na-veja-sem-esforco-e-sem-exemplo>

Disjunção argumentativa - Relaciona orientações discursivas diferentes que


resultam de dois atos de falas distintos, em que, por meio do segundo, procura-se
provocar o leitor para levá-lo a modificar sua opinião. Ex.: ou

Ex: “Todo voto é útil. Ou não foi útil o voto dado ao rinoceronte „Cacareco‟ nas
eleições municipais há alguns anos atrás?”

(KOCH, 2004, p. 73).

Contrajunção - Contrapõem enunciados de orientações argumentativas


diferentes, devendo prevalecer a do enunciado introduzido pelo operador. Ex.
mas, porém, contudo, todavia...
Ex: “Muitas coisas boas acontecem no país, mas algumas dão cansaço ou medo.

(Revista Veja, ed. 2340, n°39, 25/09/2013, p. 24).

Explicação ou justificativa - Encadeia, sobre um primeiro ato de fala, outro ato


que justifica ou explica o anterior. Ex.: pois, porque, que, já que...

Ex: “Em lugar de exigirmos mais no ensino médio, vamos deixar todos à vontade,
pois com tantas cotas e outros recursos vão ingressar na universidade de
qualquer jeito”. 11

(Revista Veja, ed. 2342, n°41, 09/10/2013, p. 26)

Comprovação - Através de um novo ato de fala, acrescenta-se uma possível


comprovação da asserção apresentada no primeiro. Ex.: tanto que

Ex: “Encontrei seu namorado na festa, tanto que ele estava de tênis Adidas”.

(KOCH, ano 2004, p. 74).

Comparação - Estabelece uma relação de inferioridade, superioridade ou


igualdade entre um termo comparante e outro comparado. Ex.: (tanto, tal)... como (
quanto), mais...(do), que, menos...(do)que...

Ex.”João é tão alto quanto Pedro”.

(KOCH, ano 2004, p. 74)

Generalização/extensão - Exprime uma generalização do fato contido no primeiro


ou uma amplificação da ideia nele expressa. Ex.: aliás, também, é verdade que, de
fato, bem, mas, realmente...

Ex: “Não por serem preguiçosos ou luxentos, mas, porque é desumano, e pode
ser criminoso, tratar pessoas sem instrumentos básicos, na sujeira ou no chão
(médico de nenhum país resolve isso).”.

(Revista Veja, ed. 2340, n°39, 25/09/2013, p. 24)

Especificação/exemplificação - Ocorre quando o segundo enunciado


particulariza ou exemplifica uma declaração de ordem mais geral apresentada no
primeiro. Ex: por exemplo, a saber, como...
Ex: “Por isso e tanto mais, o desalento que vai dominando aqueles que pensam,
observam, se dão o trabalho de sofrer e se preocupar com o andamento do
chamado mensalão, por exemplo: mencioná-lo já causa fadiga e enjoo”.

(Revista Veja, ed. 2342, n°41, 25/09/2013, p. 24)

Correção/definição - Apresenta através de um segundo enunciado, a correção,


redefinição do conteúdo do primeiro. Ex.: na verdade, pelo contrário, isto é, ou
melhor, de fato, ao contrário, ou seja... 12
Ex: “Além do ensino e do aprendizado, facilitamos incrivelmente as coisas no nível
da educação, isto é, comportamento, compostura, postura, respeito e civilidade”.

(Revista Veja, ed. 2342, n°41, 09/10/2013, p .26)

Os articuladores discursivo-argumentativos são marcas linguísticas cuja função é


de orientar a sequência discursiva de um enunciado, indispensáveis ao
desencadeamento de efeitos, de ações, de comportamentos, de conclusões
propiciadas pela própria forma linguística, ou seja, tais marcas instigam e
direcionam argumentativamente (KOCH, 2004).

Professor(a), as atividades abaixo pretendem explorar os efeitos de sentidos dos


operadores discursivo-argumentativos.

Atividade 7

O texto abaixo necessita de conectores para sua coesão. Complete-o


corretamente com o conector adequado:

mas e tal e mas

como mas pois e e

pois portanto

Viver com alegria o que nos foi permitido


1 O jovem almeja viver muito, _____ dificilmente se imagina idoso. A
2 juventude parece-lhe eterna _____ raramente verá no velho diante de si o espelho
3 que reflete a sua imagem futura – isto se tiver a sorte, ou azar, de viver muito,
4 _____ a ninguém é garantido atingir a velhice. Os jovens, em geral, sentem-se
5 imortais, a morte parecem-lhes mais apropriada aos que chegaram à terceira idade
6 – recusam-se a pensar na morte e nisto são acompanhados por muitos idosos
7 iludidos com a sequência do passar dos dias. Alguns até desdenham dos mais
8 velhos – talvez, inconscientemente, seja uma reação de autoproteção _____ de
9 recusa do futuro que se anuncia. “Um jovem” escreve Ernst Bloch, “pode imaginar-
10 se como homem, mas dificilmente como idoso: a manhã aponta para o meio dia,
11 não para a noite. Em si é estranho que o envelhecimento, na medida em que se
12 refere à perda da condição anterior com ou sem razão sentida como mais bela, só 13
13 comece a ser percebido por volta dos 50 anos. Não haveria perda para o jovem
14 que deixa para trás a criança? _____ não haveria uma perda para o homem
15 quando deixa a florescência da juventude, quando o impulso se atrofia?”
16 O cinquentenário parece anunciar o movimento de descida. Agora, a vida
17 desce ladeira abaixo. Há o risco de deprimir-se diante da certeza de que a vida
18 esvaece-se a cada dia e a morte parece mais próxima. O otimista reage fazendo de
19 conta que a vida não passou, iludindo-se com o apego à juventude. O dito de que
20 permanecemos “jovens em espírito é um engodo”. Não há _____ negar que o
21 tempo passou, as marcas na face, as doenças que irrompem, as dores no corpo, a
22 perda da vitalidade, etc., demonstram-no. “O tempo passa com uma infinita
23 velocidade, e só percebemos bem se olharmos para trás; o passado escapa aos
24 que se absorvem no presente, _____ o modo pelo qual essa fuga ocorre
25 sutilmente”, afirma Sêneca. E continua noutro momento: “Vejo que a morte se
26 apressa _____ a vida foge. Diante dessas duas pressões, ensina-me algum
27 expediente! Faze com que eu não fuja da morte _____ que a vida não me escape.
28 Exorta-me com relação ao que é difícil; dá-me longevidade contra aquilo que é
29 inevitável. Vem alargar meu tempo, que é tão curto”.
30 O mais importante na vida não é a longevidade, _____ o viver bem. Chegar
31 à velhice não significa necessariamente ter vivido mais, _____ aquele que a morte
32 abraçou em tenra idade viveu bem se intensamente. “Que importa, afinal de
33 contas, sair antes ou mais tarde de onde se deve mesmo sair? O essencial não é
34 viver por muito tempo, _____ viver plenamente”. _____, de que adianta ao homem,
35 “oitenta anos passados sem ter feito nada? Ele não morreu tarde, _____ ficou
36 morrendo por longo tempo. Viveu oitenta anos, _____ viveu mesmo? Importa saber
37 a partir de quando se conta sua morte?”
38 É um homem muito feliz e com plena posse de si mesmo o que espera o
39 amanhã sem inquietude. Todo o que diz “já vivi” recebe cotidianamente mais um
40 dia como lucro. O amanhã não nos pertence! _____, encaremos com alegria ter
41 vivido o que nos foi permitido. Ainda que o tempo imprima marcas indeléveis no
42 corpo e alma que chega aos 50 anos de existência, nos alegremos por cada dia
43 acrescentado ao viver.
(Fragmentos inspirados em Sêneca e editados a partir de texto de autoria do
professor AntonioOzai da Silva-UEM).
Tarcísio Vanderlinde é docente da Unioeste. tarcisiovanderlinde@gmail
Professor(a), o artigo com os conectores encontra-se em anexo no final da Unidade
Didática.

Atividade 8

Considere no texto abaixo os elementos em negrito para responder as questões


que seguem: 14

Privacidade na internet: está na chuva é pra se molhar

Cleverson Lima é acadêmico de Comunicação na PUCPR

1 Pode ser vitimização ou simplesmente falta de atenção ou leitura, mas é


2 espantoso o número - cada vez maior - de internautas que reclamam de questões
3 relacionadas à privacidade na internet e como os sites, em especial as redes
4 sociais, utilizam-se de nossas informações para fins principalmente comerciais. Ou
5 seja, a forma como nossos dados são utilizados para que produtos e serviços
6 sejam oferecidos a nós.
7 Antes de tudo é bom lembrar que a privacidade, nesse caso, pode ser
8 entendida como o controle que uma pessoa tem sobre as informações de si
9 mesma, evitando que essas possam expô-la de forma indevida ou prejudicial.
10 Os casos mais lembrados são o do Facebook, maior rede social do mundo,
11 e o Google, que, além de saber o que procuramos diariamente, oferecemos
12 diversos serviços que facilitam o dia a dia. Isso sem contar que o sistema
13 operacional Android, desenvolvido pela empresa, está presente em mais da
14 metade dos celulares e smartphones vendidos no planeta, dando a deixa para que
15 informações como contatos, ligações e a localização possam estar sendo utilizados
16 pela mesma.
17 Mas não pense que a privacidade é algo que esses sites/empresas levam
18 nas coxas. Esse é um assunto de primeira importância na lei dos poucos países
19 que já possuem legislações voltadas à internet, como é o caso dos EUA. No Brasil,
20 o Marco Civil da Internet, lei ainda não aprovada e que vai definir as diretrizes de
21 uso da rede no País para usuários, empresas, governos e justiça, trata claramente
22 sobre a privacidade e a guarda dos dados dos usuários seja pelos sites ou pelos
23 provedores de internet - e a forma como essas informações serão armazenadas e
24 utilizadas.
25 Mas um ponto crucial a ser lembrado nessa discussão é o custo e o lucro
26 para as empresas. Estamos em um sistema que visa pura e simplesmente ao lucro.
27 Seria ingenuidade pensar que Mark Zuckerberg criou e manteve o Facebook
28 apenas para permitir que as pessoas pudessem compartilhar suas preferências,
29 fotos ou momentos com amigos e família. Tanto é que ele já lucrou mais de US$
30 30 bilhões. Isso se torna mais evidente pelo fato de que, hoje, o Facebook é uma
31 empresa listada em bolsa de valores e seus acionistas querem saber, é claro, de
32 lucro.
33 Além disso, manter algo na internet tem um custo que geralmente não é
34 barato. Imagine então uma rede com mais de um 900 milhões de usuários ou um
35 mecanismo de busca que atende bilhões de pessoas por dia. Para que isso não
36 seja cobrado do usuário, a publicidade entra em campo, garantindo o suporte
37 mínimo para que esses sites gerem lucro.
38 As empresas que anunciam na internet contam com a customização das
39 campanhas publicitárias, o que permite que elas cheguem o mais próximo possível
40 do público que desejam. Mas essa facilidade usa como meio as nossas
41 informações. É clássico, por exemplo, o caso dos anúncios do Gmail, onde, logo
42 após enviar um e-mail, o Google nos mostra um anúncio que tem a ver exatamente
43 com o assunto da mensagem enviada. 15
44 Mas então como utilizar esses sites sem que suas informações possam ser
45 usadas de forma indevida? A resposta tem que ser dada pelo próprio internauta.
46 Tanto nos serviços que utiliza - lembrando que eles são opcionais, quanto nas
47 informações que o mesmo disponibiliza e para quem disponibiliza.
48 A questão não é simples e ninguém quer sair perdendo. Portanto, cuidado
49 nunca é pouco sobre o que colocamos na internet. Quem está na chuva, se não
50 utilizar guarda-chuva, vai se molhar. Para quem quer entender um pouco mais ou
51 ter exemplos sobre o assunto, a dica é a Cartilha de Segurança do Comitê Gestor
52 da Internet que está disponível no endereço eletrônico 1º prêmio cartilha.
53 cert.br/privacidade/.
Fonte: <http://joaoarruda.com.br/site/noticias/item/6216-privacidade-na-internet-
t%C3%A1-na-chuva-%C3%A9-pra-se-molhar>.
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Atividade 9
1 - O operador argumentativo, ou seja (1º parágrafo, l. 5)), apresenta a
correção de conteúdo do primeiro através de um segundo enunciado. Essa
correção é importante para a orientação argumentativa estabelecida no texto?

2 - O quarto parágrafo inicia-se pelo operador argumentativo mas (l. 18). Qual 16
expressão poderia substituir essa palavra sem prejuízo de conteúdo?

3 - Na oração: “Além disso, manter algo na internet tem um custo que


geralmente não é barato” (6º parágrafo, l. 34), o elemento em destaque soma
argumentos para a tese apresentada no texto. Qual é essa tese?

4 - O operador argumentativo nesse caso (2º parágrafo, l. 7) especifica qual


passagem do texto?

5 - Qual conector foi empregado para concluir o artigo de opinião? O


argumento introduzido reforça a tese? Justifique.

6 - Identifique os elementos que introduzem exemplificação e observe se esses


conectores no artigo de opinião contribuem para a argumentação do texto.

7 – Em “Tanto é que ele já lucrou mais de USS 30 bilhões” (5º parágrafo, l.


31). Esse elemento introduz comprovação de que argumento?

8 - Identifique no 8º parágrafo o operador argumentativo que, por meio de um


novo ato de fala, acrescenta uma possível comprovação da afirmativa
apresentada no primeiro.

9 - Que conector no 3º parágrafo liga enunciados que constituem argumentos


para uma mesma conclusão?
Professor(a), após os exercícios de análise e compreensão do artigo, observe
o emprego de alguns elementos que são importantes para argumentação e sequência
argumentativa do texto.

Atividade 10

Leia o texto abaixo e, após, analise as questões de acordo com a função dos
articuladores argumentativos. 17

Games e educação: aprendendo com gamification


* Marcos Abellón, diretor geral da Q2L. Site: www.q2l.com.br
1 Gamification parece ser a tendência do momento. Muito se fala sobre
2 seus benefícios, como tornar atividades de trabalho mais prazerosas, estimular
3 a busca por umobjetivo, etc. Mas a grande verdade é que o conceito
4 de gamification não é algo novo. Mas quando um escoteiro ganha uma
5 medalha, um banco faz um programa de milhagens ou frequentamos o mesmo
6 restaurante todo dia para ganhar uma refeição grátis com o programa de
7 fidelidade, já estamos participando de um programa de gamification. A palavra
8 pode ser nova, mas o conceito não.
9 Boa parte do sucesso da gamification se deve ao crescimento do
10 mercado de games no Brasil e no mundo. Longe de ser “coisa de criança”, o
11 mercado de games é o único que registra índices de crescimento ano após
12 ano. Em 2013, este mercado faturou a impressionante quantia de 70 bilhões de
13 dólares, registrando um aumento anual de 7%.
14 No Brasil, segundo dados do Ibope (2012), 23% dos brasileiros são
15 jogadores assíduos oueventuais, o que corresponde a 45,2 milhões de
16 pessoas. Só em 2011, o mercado de games movimentou 840 milhões de reais,
17 sendo o quarto maior do mundo (dado da consultoria PWC). A expectativa é
18 chegar a R$4 bilhões até 2016.
19 Parte deste sucesso se deve aos games casuais, que são jogos simples,
20 geralmente com um enredo superficial e que permitem partidas rápidas. Dave
21 Roberts, CEO da desenvolvedora PopCap, tem uma definição interessante:
22 “Jogos casuais são aqueles em que o jogador pode parar de jogar a qualquer
23 momento, ficar meses sem jogar e, quando voltar, continuar a experiência sem
24 que precise reaprender tudo”.
25 Quem participa de redes sociais provavelmente já recebeu vários
26 convites para participar destes jogos com os amigos. Mas o perfil destes
27 jogadores é muito diferente do clássico “menino ou adolescente”: segundo
28 pesquisa Nielsen / NetRatings, 30% dos jogadores on-line tem entre 35 e 49
29 anos. Esta é uma parcela que dificilmente seria classificada como gamer pelo
30 senso comum. Destes, 70% optam pelos jogos casuais, como FarmVille,
31 AngryBirds e o famoso CandyCrush.
32 Outro aspecto que explica o crescimento do mercado de games é o
33 aumento do uso de dispositivos móveis. Nosso país já é o quarto em número
34 de smartphones no mundo, com 70 milhões de aparelhos, segundo a
35 consultoria Morgan Stanley. Estes aparelhos são nossos companheiros, pois
36 os carregamos na bolsa ou no bolso para todos os lugares. Isso facilita o
37 acesso aos jogos casuais por pessoas que normalmente não se interessariam
38 por games, pois é muito fácil eliminar alguns docinhos do tabuleiro enquanto
39 se espera em uma fila de banco. Os jogos mobile devem crescer em uma taxa
40 média anual de 19% para os smartphones e 48% para tablets. Isso vai
41 corresponder a uma arrecadação de U$13,9 bilhões e U$10 bilhões,
42 respectivamente.
18
43 Com números tão significativos, as empresas não podem ignorar este
44 mercado. Games podem ser utilizados como ferramentas importantes na
45 captação de clientes, fidelização ou até mesmo como parte do treinamento de
46 funcionários. Segundo dados da pesquisa realizada pela M2 Research em
47 2012, as empresas devem investir cerca de U$ 2 bilhões em gamification até
48 2015. Outra pesquisa, realizada pela Gartner em 2011, aponta que 70% das
49 maiores empresas do mundo terão pelo menos um aplicativo
50 de gamification até 2014.
51 As possibilidades com a técnica são inúmeras. Talvez uma das mais
52 interessantes seja o uso de gamification aliado à educação. Muitos
53 profissionais da área reclamam que precisam competir com a tecnologia pela
54 atenção de seus alunos. Esta, porém, é uma visão ultrapassada. Hoje já
55 existem sites, programas e até mesmo aplicativos que auxiliam o professor e
56 tornam o ensino muito mais interessante até mesmo para os nascidos na era
57 digital.
58 Mas é claro que gamification está longe de ser coisa de criança, basta
59 ver os números já apresentados para chegar a esta conclusão. Mesmo com a
60 vida cada vez mais corrida que levamos, ainda somos cobrados a estar
61 sempre nos reciclando e aprendendo novas técnicas, novos idiomas, etc, e é aí
62 que mais uma vez podemos recorrer ao mundo dos games. Transformar estes
63 aprendizados – que podem ser uma aula de inglês ouum treinamento sobre o
64 novo produto da firma – em algo divertido e que traga recompensas imediatas,
65 mesmo que virtuais, para seus jogadores facilita este processo. O
66 aprendiz/jogador se sente motivado e ainda adquire uma nova competência.
67 Interesse em games as pessoas já tem, falta canalizar esta característica para
68 jogos que, além de divertir, ensinem. Como já disse, a técnica
69 de gamification não é algo novo, mas suas possibilidades ainda podem ser
70 bastante exploradas.
71
Fonte em: <http://www.jhoje.com.br/Paginas/20131002/edicaocompleta.pdf>.
Atividade 11

Após a compreensão global do texto, responda as questões a seguir


analisando a função semântico-discursiva dos articuladores discursivo-
argumentativos:

1 - O operador argumentativo além de (9º parágrafo, l. 68) tem a função de


ligar enunciados que constituem argumentos para uma mesma conclusão. Que
argumentos introduzem? Qual é a conclusão a que ele leva?

2 - No 1º parágrafo temos a repetição do articulador mas (l. 3). Que tipo de


relação cada um deles estabelece? Os argumentos que esse articulador
introduz são importantes para a tese defendida no texto?

3 - No período “O aprendiz/jogador se sente motivado e ainda adquire uma


nova experiência” (9º parágrafo, l. 66), que relação de sentido possui o termo
em destaque?

4 - Observe o elemento destacado no fragmento “[...] estar sempre se


reciclando e aprendendo novas técnicas, novos idiomas etc.” (9º parágrafo, l.
61). Que função esse operador cumpre dentro da oração?
a) Acrescenta uma informação nova.
b) Marca uma oposição entre duas informações.
c) Estabelece uma comparação.
d) Liga enunciados que somam argumentos para uma mesma conclusão.

5 – Em “Esses aparelhos são nossos companheiros, pois os carregamos na


bolsa e no bolso para todos os lugares” (4º parágrafo, l. 88), que relação o
operador em destaque introduz?
( ) justificativa
( ) oposição
( ) adição de ideias
( )conclusiva

a) Esse operador, somado ao enunciado que o segue, contribui para a


defesa da tese apresentada ao texto? Justifique.
6 - Identifique no artigo algumas passagens em que a conjunção e ligue
enunciados que constituam argumentos que apontam para uma mesma
conclusão.

7 - No artigo lido, percebemos que há duas comparações em que um dos


termos comparados fica explícito. Identifique as passagens em que isso ocorre
e diga qual é o termo que fica explícito.

8 - No primeiro parágrafo, o período “Muito se fala sobre seus benefícios,


como (l. 2) tornar atividades de trabalho mais prazerosas, estimular a busca
por um objetivo...” o autor começa a mencionar eventuais benefícios do
gamification; já na sequência, cita dois. Que palavra permitiu essa conexão?
Quais são esses benefícios?

9 - Substitua o articulador “como” (1º parágrafo, l.2) de maneira que a oração


mantenha o sentido inicial.

10 - Considere o período “Isso facilita o acesso aos jogos casuais por pessoas
que normalmente não se interessariam por games, pois (5º parágrafo, l. 38) é
muito fácil eliminar alguns docinhos do tabuleiro enquanto se espera em uma
fila de banco”. Levando em conta que a segunda oração foi introduzida pela
conjunção “pois”, explique a relação entre “eliminar alguns docinhos do
tabuleiro” e “jogos casuais”.

12 - Qual dos termos abaixo NÃO poderia substituir o “pois”?


a) visto que
b) uma vez que c) para que
d) já que e) porque

13 - No período “[...] a técnica de gamification não é algo novo, mas suas


possibilidades ainda podem ser bastante exploradas [...]”, se trocássemos o
articulador mas (9º parágrafo, l. 69) por e, a frase perderia seu sentido?
Justifique.
JOGO DOS ARTICULADORES

Professor(a), o jogo a seguir tem por objetivo orientar os alunos a identificar os


articuladores e usá-los apropriadamente. Para o desenvolvimento desse jogo, é
preciso reproduzir a tabela, recortar nas linhas pontilhadas e colocar cada conjunto
completo em um envelope. Após, distribuir os envelopes e pedir aos alunos que
montem as frases e as escrevam no caderno (grupo de três alunos).

Obs. Há casos em que é possível encaixar mais de um operador, embora isso possa
levar a conclusões diferentes.

Os fragmentos foram retirados do artigo de opinião “Degraus da ilusão”, de autoria de


Lya Luft, publicado na revista VEJA, 06 de junho de 2012. Disponíveis em:
<http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/lya-luft/>. Sugerimos que, após o jogo,
leia o artigo na íntegra com seus alunos.

Todos desejam uma vida digna


educação, saúde, transporte,
para os despossuídos, boa
energia elétrica, segurança,
escolaridade para os iletrados isto é,
água, e tudo que precisam
serviços públicos ótimos para a
cidadãos decentes.
população inteira,
Mas palavras de ordem nos
impelem a comprar,
botar mais carros em nossas
autoridades, que nos pedem como
ruas atravancadas ou em
para consumir, somos
nossas péssimas estradas.
convocados a adquirir o
supérfluo, até o danoso,
há meses não conseguem
Tesouro esse que logo vão
pois pagar as prestações, que
perder,
ainda se estendem por anos.
nos convidam a gastar ainda
Estamos enforcados em dividas
Mas mais, de maneira impiedosa,
impagáveis,
até cruel.
Em lugar de instruírem,
esclarecerem, formarem uma
somos alienados e pouco
opinião sensata e positiva,
como informados, tocamos a
tomam novas medidas para que
comprar.
esse consumo insensato
continue crescendo – e,
embaixo de peneiras com
Mas corremos atrás de tanta mas
grandes furos, que só um cego
conversa vã, não protegidos,
ou um grande tolo não vê.
não estaremos jogado na cova
Podemos ser derrotados, mas dos leões do destino,
totalmente desarmados.
Sou de uma classe média em
que a gente crescia com quatro
e trabalhar firme para manter e,
ensinamentos básicos: ter seu
quem sabe, expandir isso.
diploma, ter sua casinha, ter
sua poupança
Não tem ilusão de que algo mas deixo aqui meu quase solitário
mude, (e antiquado) protesto.
A mais forte raiz de tantos dos
nossos males é a falta de isto é, de educação.
informação e orientação,

PRODUÇÃO TEXTUAL

Atividade 13

Professor(a), após os exercícios realizados sobre coesão sequencial, sugerimos


que os alunos pesquisem na internet temas da atualidade, e após as leituras realizadas
produzam seu próprio artigo de opinião empregando os articuladores argumentativos
estudados.
AVALIAÇÃO

A avaliação das atividades desenvolvidas no decorrer da implementação da


Unidade Didática se dará de forma contínua, por meio da observação na
compreensão e no uso dos articuladores discursivo-argumentativos, na
participação dos alunos nas atividades orais, e na resolução das atividades de
interpretação de textos e análise linguística. No término desta unidade, os alunos
irão elaborar uma produção textual para observação do emprego adequado dos
articuladores discursivo-argumentativos. Alguns textos (autoria anônima) serão
apresentados em multimídia, com foco nas situações em que os articuladores,
discutindo sempre a função e os efeitos de sentidos desses elementos em
diferentes situações de comunicação. Portanto, faz-se necessário ensinar ao
aluno a analisar as estratégias argumentativas dentro de um contexto. Propomos
que, apesar do foco desta unidade, faça-se uma leitura e interpretação dos textos
abordados e proponha-se atividades de análise linguística considerando outros
elementos e estratégias argumentativas.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Caderno Virtual Pontos de Vista. Disponível em:


<http://escrevendo.cenpec.org.br/caderno_virtual/book48/InterativeBook.html>. Acesso em:
10 ago. 2013.

KOCHE, VanildaSalton;BOFF,Odete Maria Benetti;MARINELLO,AdianeFogali.


Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. Petropólis,
Vozes, 2010.

KOCK, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. 19. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

_____. Argumentação e linguagem. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2004.

LIMA, Cleverson. Privacidade na internet: tá na chuva é pra se molhar! Disponível


em: <http://joaoarruda.com.br/site/noticias/item/6216-privacidade-na-internet-t%C3%A1-na-
chuva-%C3%A9-pra-se-molhar>. Acesso em: 18 set. 2013.

LUFT, Lya. Degraus da ilusão. Veja, edição 2272, n. 23, jun. 2012. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/lya-luft/>. Acesso em: 11 out. 2013.

_____. Bandeira Preta. Veja edição 2340, n. 39, set. 2013. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-bandeira-preta/>. Acesso em: 15
out. 2013.

_____. Sem esforço e sem exemplo. Veja, edição 2342, n. 41, out.2 013. Disponível
em: Link: < http://www.oab.org.br/noticia/26198/deu-na-veja-sem-esforco-e-sem-exemplo>.
Acesso em: 03 nov. 2013.

SCHNEUWLY B.; DOLZ J. Gêneros orais e escritos na escola. 2. ed. São Paulo:
Mercado de Letras, 2010.

VANDERLINE, Tarcisio. Humor Decadente. Disponível em:


<http://www.opresente.com.br/blogs/tarcisio-vanderlinde/humor-decadente-6931/>. Acesso
em: 18 nov. 2013.
_____. Viver com alegria o que nos foi permitido. Disponível em:
<http://www.jhoje.com.br/Paginas/20131002/edicaocompleta.pdf>. Acesso em: 19 nov.
2013.

ANEXO

Viver com alegria o que nos foi permitido

O jovem almeja viver muito, dificilmente se imagina idoso. A juventude


parece-lhe eterna raramente verá no velho diante de si o espelho que reflete a sua
imagem futura – isto se tiver a sorte azar, de viver muito a ninguém é garantido
atingir a velhice. Os jovens, em geral, sentem-se imortais, a morte parecem-lhes
mais apropriada aos que chegaram à terceira idade – recusam-se a pensar na morte
e nisto são acompanhados por muitos idosos iludidos com a sequência do passar
dos dias. Alguns até desdenham dos mais velhos – talvez, inconscientemente, seja
uma reação de autoproteção de recusa do futuro que se anuncia. “Um jovem”
escreve Ernst Bloch, “pode imaginar-se homem, dificilmente como idoso: a manhã
aponta para o meio dia, não para a noite”. Em si é estranho que o envelhecimento,
na medida em que se refere à perda da condição anterior com ou sem razão sentida
como mais bela, só comece a ser percebido por volta dos 50 anos. Não haveria
perda para o jovem que deixa para trás a criança?

Não haveria uma perda para o homem quando deixa a florescência da


juventude, quando o impulso se atrofia?”

O cinquentenário parece anunciar o movimento de descida. Agora, a vida


desce ladeira abaixo. Há o risco de deprimir-se diante da certeza de que a vida
esvaece-se a cada dia e a morte parece mais próxima. O otimista reage fazendo de
conta que a vida não passou, iludindo-se com o apego à juventude. O dito de que
permanecemos “jovens em espírito é um engodo”. Não há como negar que o tempo
passou as marcas na face, as doenças que irrompem, as dores no corpo, a perda da
vitalidade, etc., demonstra-o. “O tempo passa com uma infinita velocidade, só
percebemos bem se olharmos para trás; o passado escapa aos que se absorvem no
presente, tal o modo pelo qual essa fuga ocorre sutilmente”, afirma Sêneca. E
continua noutro momento: “Vejo que a morte se apressa e a vida foge. Diante
dessas duas pressões, ensina-me algum expediente! Faze com que eu não fuja da
morte e que a vida não me escape. Exorta-me com relação ao que é difícil; dá-me
longevidade contra aquilo que é inevitável. Vem alargar meu tempo, que é tão curto”.

O mais importante na vida não é a longevidade, o viver bem. Chegar à velhice


não significa necessariamente ter vivido mais, aquele que a morte abraçou em tenra
idade viveu bem se intensamente. “Que importa, afinal de contas, sair antes ou mais
tarde de onde se deve mesmo sair? O essencial não é viver por muito tempo, mas
viver plenamente”. Pois, de que adianta ao homem, “oitenta anos passados sem ter
feito nada? Ele não morreu tarde, mas ficou morrendo por longo tempo. Viveu
oitenta anos, mas viveu mesmo? Importa saber a partir de quando se conta sua
morte?”.

É um homem muito feliz e com plena posse de si mesmo o que espera o


amanhã sem inquietude. Todo o que diz “já vivi” recebe cotidianamente mais um dia
como lucro. O amanhã não nos pertence! Encaremos com alegria ter vivido o que
nos foi permitido. Ainda que o tempo imprima marcas indeléveis no corpo e alma
que chega aos 50 anos de existência, nos alegremos por cada dia acrescentado ao
viver.

(Fragmentos inspirados em Sêneca e editados a partir de texto de autoria do


professor Antonio Ozai da Silva-UEM).

[email protected]

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