UNIVERSIDADE UNITIVA
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
2a AVALIAÇÃO
Discente:
Marta Manuel Pondja
Docente: Arsénio Zandamela
Boane, Maio de 2024
UNIVERSIDADE WUTIVI
2a AVALIAÇÃO DIREITO PROCESSUAL PENAL II
I
O bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) revelou que o contributo dos
profissionais da instituição permitiu libertar 2.700 pessoas detidas em todo o país no âmbito
das manifestações pós-eleitorais.
A maior parte foram efectivamente detenções que nós chamamos ilegais As medidas de
coacção e de garantia patrimonial “são meios processuais de limitação da liberdade pessoal ou
patrimonial dos arguidos e outros eventuais responsáveis por prestações patrimoniais, que têm
por fim acautelar a eficácia do procedimento, quer quanto ao seu desenvolvimento, quer quanto
à execução das decisões condenatória.
Desenvolva sobre em atenção que o tribunal disse, em muitos casos, não é que eles
eventualmente não tenham participado daquela violência, o que disse é que não havia prova e
na falta de prova devem efectivamente ser libertados. (10 valores)
R: Nos termos do no 1 do artigo 155 da Lei n.º 25/2019 de 26 de Dezembro Código de Processo
Penal, constituem objecto da prova todos os factos juridicamente relevantes para a existência ou
inexistência do crime, a punibilidade ou não punibilidade do arguido e a determinação da pena
ou da medida de segurança aplicáveis. Assim, a prova configura a pedra angular do processo
penal, e é nela que a decisão se funda e na sua falta, que a defesa se baseia para a absolvição.
Ao dispor o princípio que o tribunal ordena oficiosamente todos os meios de prova cujo
conhecimento se lhe afigure necessário à descoberta da verdade e à boa decisão da causa (por
ex. artº. 385.º, n.º 1 do CPP), tem de se ter presente que o fim de investigar e punir os crimes,
embora sendo um valor de elevada importância, não pode ser sempre e sob quaisquer
circunstâncias o valor prevalente num Estado de Direito democrático sempre que colida com
direitos fundamentais dos próprios sujeitos processuais.
As provas se fazem nessessarias para que o juíz entenda a versão dos factos, a fim de que possa
decider qual parte tem razão ou não. As provas podem ser produzidas tanto por iniciativa das
partes quanto de oficio, se o juiz entender que é a prova e essencial.
Tendo havido detenções ilegais, conforme alude o n. ° 1 do artigo 265 do CPP “a qualquer
pessoa que se encontrar ilegalmente presa, o Tribunal Superior de Recurso concede, sob
petição, a providência de habeas corpus”.
II
Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Maputo, capital moçambicana, na quinta-feira
(7), em um dos maiores protestos registrados desde o início das tensões pós-eleitorais no país.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão,
intensificando a crise política que já dura semanas no sul da África. As informações são da
Associated Press.
A onda de manifestações teve início após as eleições presidenciais realizadas em 9 de outubro,
que garantiram a permanência do partido governista no poder, posição que ocupa há mais de
meio século. No entanto, as acusações de fraude eleitoral por parte da oposição e de amplos
setores da sociedade civil alimentaram a insatisfação popular. Os resultados oficiais foram
amplamente contestados, com alegações de irregularidades que comprometem a legitimidade
do pleito.
Entenda o caso
A Frelimo foi declarada vencedora das eleições e assegurou mais cinco anos de mandato ao
partido que governa o país desde sua independência de Portugal, em 1975. A vitória, no
entanto, foi imediatamente contestada por partidos de oposição, que acusaram a Frelimo de
fraudes generalizadas. Entre as principais denúncias estão alegações de enchimento de urnas,
manipulação das listas de eleitores e nomeação de funcionários eleitorais leais ao partido
governista nos centros de votação.
Atentos ao texto e com relevância no âmbito do Processo Penal Moçambicano identifique
possíveis meios de prova e meios de obtenção de prova que possam ajudar o Concelho
Constitucional para um melhor acórdão.
R: Os meios de prova e meios de obtenção de prova que possam ajudar o Concelho
Constitucional para um melhor acórdão são os exames, pois por meio de exames das pessoas,
dos lugares e das coisas, inspeccionam-se os vestígios que possa ter deixado o crime e todos os
indícios relativos ao modo como e ao lugar onde foi praticado, às pessoas que o cometeram ou
sobre as quais foi cometido conforme alude o n. ° 1 do art. 206 do CPP; as Revistas e Buscas,
pois conforme o n. ° 1 do art. 209 do CPP, quando houver indícios de que alguém oculta na sua
pessoa quaisquer objectos relacionados com um crime ou que possam servir de prova, é
ordenada revista, por sua vez o n. ° 2 do artigo retro mencionado dispõe que quando houver
indícios de que os objectos referidos no número 1, ou o arguido ou outra pessoa que deva ser
detida, se encontram em lugar reservado ou não livremente acessível ao público, é ordenada
busca; também podem apreender objectos que tiverem servido ou estivessem destinados a
servir a prática de um crime, pois de acordo com o n. ° 1 do art. 213 do CPP, são apreendidos
os objectos que tiverem servido ou estivessem destinados a servir a prática de um crime, os
que constituírem o seu produto, lucro, preço ou recompensa, e bem assim todos os objectos
que tiverem sido deixados pelo agente no local do crime ou quaisquer outros susceptíveis de
servir a prova. O Concelho Constitucional também pode se fazer valer de outros meios de
obtenção de prova como as escutas telefónicas, pois conforme alude o n. ° 1 do art. 222 do
CPP, a intercepção e a gravação de conversações ou comunicações telefónicas só podem ser
ordenadas ou autorizadas, por despacho do juiz competente, se houver razões para crer que a
diligência se revelará de grande interesse para a descoberta da verdade ou para a prova; acções
encobertas nos termos do art. 226.
Boane, 12 de Novembro de 2024