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MECÂNICA

GERAL
E-Book
MECÂNICA GERAL

SUMÁRIO
UNIDADE I 3
FORÇAS E VETORES 4
1.1 Conceitos fundamentais em Mecânica 4
1.2 Produto escalar e vetorial 5
1.3 Operações com vetores e Lei dos cossenos 6
1.4 Lei dos Senos 7
1.5 Sistemas de Forças 8
UNIDADE II 9
EQUILÍBRIO DE UM CORPO RÍGIDO 10
2.1 Centro de Gravidade e Centro de Massa 10
2.2 Momento de inércia 12
2.3 Equilíbrio do ponto material em duas e três dimensões 14
2.4 Sistemas Equivalentes de Cargas Concentradas 15
2.5 Sistemas Equivalentes de Cargas Distribuída 16
UNIDADE III 17
ESTRUTURAS E TRELIÇAS 18
3.1 Cálculos de reações e apoio em estruturas 18
3.2 Estudo de Treliças planas 21
3.3 Métodos de Nós 23
3.4 Métodos das seções 26
3.5 Treliças Espaciais 29
UNIDADE IV 32
MOMENTO DE UMA FORÇA, VIGAS E PÓRTICOS 33
4.1 Momento de uma Força, Formulação escalar 33
4.2 Momento de uma força, Formulação vetorial, Princípios dos momentos 35
4.3 Momento em relação a um eixo especifico e momento de um binário. 38
4.4 Vigas 42
4.5 Pórticos 44
REFERÊNCIAS 48

2
MECÂNICA GERAL

UNIDADE I

3
MECÂNICA GERAL

FORÇAS E VETORES
1.1 Conceitos fundamentais em Mecânica
A mecânica é a área da física que se dedica ao estudo do estado de repouso ou
movimento de corpos sujeitos à ação de forças. O estudo da mecânica é dividido em três
partes: a mecânica dos corpos rígidos, a mecânica dos corpos deformáveis e a mecânica
dos fluidos. Neste estudo iremos abordar a mecânica dos corpos rígidos.
A mecânica dos corpos rígidos pode ser dividida em estática (equilíbrio de um
corpo rígido) e dinâmica (movimento de um corpo rígido). A estática tem por finalidade o
estudo do equilíbrio de um corpo em repouso ou em movimento com velocidade
constante. Enquanto que, a dinâmica aborda a parte da mecânica dos corpos rígidos
dedicada ao estudo do movimento de corpos sob a ação de forças cujo somatório é
diferente de zero (movimentos acelerados).

⮚ Conceitos Fundamentais e Grandezas Físicas Presentes na Mecânica

a) Comprimento: Grandeza que localiza a posição de um ponto no espaço. A partir


do comprimento é possível descrever com exatidão a dimensão de um sistema físico. No
sistema internacional de unidades (SI), a unidade básica de comprimento é o metro (m).
b) Tempo: é o intervalo entre dois eventos consecutivos. Medições desse intervalo
podem ser realizadas por comparações, por exemplo, eventos repetitivos tal como a
rotação da Terra. No SI, a unidade básica de tempo é o segundo (s). Como este curso trata
apenas dos problemas de estática, a quantidade tempo não possui influência na solução
dos problemas, porém em problemas de dinâmica, o tempo é uma grandeza muito
importante para descrever as variações de posição, velocidade, aceleração e forças em
um determinado corpo.
c) Massa: representa uma quantidade absoluta que independe da posição do
corpo e do local no qual o mesmo é colocado. No SI, a unidade de massa é o quilograma
(kg). A massa representa uma propriedade da matéria que permite comparar a ação de
um corpo em relação a outro e de um modo geral pode ser interpretada com a resistência
que um corpo oferece a mudanças em seu movimento de translação.
d) Força: ação de um corpo em outro corpo. Como um corpo não pode exercer uma
força em um segundo corpo a menos que este ofereça uma resistência, pode-se concluir
que uma força nunca existe só, ou seja, as forças sempre ocorrem aos pares e estas as
duas forças possuem a mesma magnitude e sentidos contrários. No SI, a força é medida
em Newton (N), 1 N = 1 kgm/s².
e) Pressão: grandeza escalar definida pelo módulo de uma força aplicada sobre
uma área. No SI, a unidade de pressão é o Pascal (Pa), 1 Pa = 1N/m². Em Mecânica,
comumente utiliza-se o termo “tensão” para denominar força sobre área.

4
MECÂNICA GERAL

1.2 Produto escalar e vetorial

⮚ Produto escalar

O produto escalar é uma função binária definida entre dois vetores que fornece
um número real ("escalar") como resultado. É também chamado de produto interno.
Algebricamente, o produto escalar de dois vetores é formado pela multiplicação do
primeiro vetor pelo segundo e o cosseno do ângulo entre estes.
Definição algébrica de produto escalar:

𝐴⃗. 𝐵
⃗⃗ = 𝐴𝐵(𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 𝜃 )

Exemplo de produto escalar:

Seja 𝐴⃗ = 2𝑖̂ e 𝐵
⃗⃗ = 3𝑖̂

O produto escalar entre estes vetores será:

𝐴⃗. 𝐵
⃗⃗ = 2.3(𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 0 ) = 6

Logo, o produto escalar entre dois versores (vetor unitário) iguais (𝑖̂. 𝑖̂, por
exemplo) é igual a 1, pois estão no mesmo sentido. E a multiplicação de versores
diferentes é zero.

⮚ Produto vetorial

Uma grandeza vetorial é caracterizada pela dependência de três elementos


fundamentais: intensidade, direção e sentido. Em problemas de estática é muito comum
a utilização de grandezas vetoriais como posição, força e momento. A posição de um
ponto no espaço em relação a outro ponto caracteriza uma grandeza vetorial.
A força também é uma grandeza vetorial, pois quando se empurra uma peça de
móvel através do chão aplica-se na mesma uma força com intensidade suficiente para
mover o móvel e com a direção desejada para o movimento. O produto vetorial é uma
operação possível para vetores e fornece um novo vetor.
Algebricamente, o produto vetorial de dois vetores é dado pela multiplicação de
seus componentes e o seno do ângulo entre estes.
Definição algébrica de produto vetorial:

𝐴⃗𝑥𝐵
⃗⃗ = 𝐴𝐵𝜃

Exemplo de produto vetorial:

Seja 𝐴⃗ = 2𝑖̂ e 𝐵
⃗⃗ = 3𝑗̂

O produto vetorial entre estes vetores será:

5
MECÂNICA GERAL

⃗⃗ = 2.3(𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 90 ) = 6𝑘̂


𝐴⃗𝑥𝐵
Assim, o produto vetorial entre dois versôres (vetor unitário) iguais (𝑖̂ 𝑥 𝑖̂, por
exemplo) é igual a 0, pois fazem um ângulo de 0 graus entre si. E a multiplicação vetorial
de versôres diferentes será: no sentido horário, resulta no próximo versor positivo; no
sentido anti-horário, resulta no próximo versôr negativo. Por exemplo: 𝑖̂ 𝑥 𝑗̂ = 𝑘̂ e 𝑗̂𝑥 𝑖̂ =
−𝑘̂.

1.3 Operações com vetores e Lei dos cossenos

⮚ Soma de vetores e a Regra do paralelogramo

A regra do paralelogramo é uma propriedade da geometria que relaciona a soma


do quadrado dos lados de um paralelogramo com a soma do quadrado de suas diagonais.
Essa propriedade pode ser generalizada para qualquer espaço vetorial munido de um
produto interno.
O Cálculo da força resultante R pode ser obtido através da soma vetorial dos
vetores A e B com a aplicação da regra do paralelogramo.

Utilizando a Lei dos cossenos para somar dois vetores, tem-se:

𝑅 2 = 𝐴2 + 𝐵 2 − 2. 𝐴. 𝐵𝑐𝑜𝑠(𝜃)
Exemplo da Lei dos cossenos:

Se os A = 20 N e B = 30 N e o ângulo entre os 𝜃 = 30°, tem-se:

6
MECÂNICA GERAL

𝑅 2 = 202 + 302 − 2.20.30𝑐𝑜𝑠(30)


𝑅 = 260,76 𝑁

1.4 Lei dos Senos


Diversos problemas envolvendo os conceitos de soma e subtração vetorial, bem
como a determinação das componentes de um vetor podem ser resolvidos a partir das
leis dos senos, que representam propriedades fundamentais da trigonometria.
Dado um triângulo ABC e seus ângulos internos α, β e
𝛾 , a lei dos senos é definida da seguinte forma: “Em todo triângulo, as medidas dos seus
lados são proporcionais aos senos dos lados opostos”.

No estudo da trigonometria, a lei dos senos é importante nas relações de


proporção sobre a medida de triângulos quaisquer não necessariamente triângulos
retângulos.
Usando o teorema de Pitágoras, uma forma de determinar os lados de um
triângulo retângulo. A lei dos senos é uma espécie de teorema de Pitágoras, mas que
serve para qualquer triângulo. A Lei dos senos indica uma relação entre o seno de um
ângulo e a medida oposta ao lado do triângulo. O teorema estabelece que a razão entre a
medida de um lado do triângulo e o seno do ângulo sempre será constante.
𝐴 𝐵 𝐶
= =
𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝛾
Exemplo de Lei dos senos:
Seja: A = 5; B = 7 e ângulo α = 30 graus, Qual o valor de 𝛽?

5 7 𝐶
= =
𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝛾

7
MECÂNICA GERAL

𝐴 𝐵
=
𝑠𝑒𝑛 30 𝑠𝑒𝑛 𝛽
5. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 = 7 𝑠𝑒𝑛 𝛼
7 𝑠𝑒𝑛 30
𝛽=( ) = 44,42°
5
1.5 Sistemas de Forças
Quando os problemas envolvem a adição de mais de duas forças, pode-se aplicar
de modo sucessivo a regra do paralelogramo de modo a se obter a força resultante. Um
exemplo desse tipo de situação é mostrado na figura representada a seguir.

Assim, pode-se notar que quanto maior o número de forças envolvidas no


sistema, maior é o tempo dispensado para encontrar a força resultante, pois se
necessita da aplicação da regra do paralelogramo sucessivas vezes gerando um
cansativo trabalho de geometria e trigonometria para se determinar o valor numérico da
resultante do sistema e sua respectiva direção.
Porém, pode-se utilizar a soma algébrica das componentes de cada um dos
vetores força que formam o sistema de forças. Este método é denominado “método das
componentes retangulares” e consiste em trabalhar apenas com as componentes dos
vetores, formando desse modo um sistema de forças colineares projetados nos eixos de
coordenadas do sistema de referência.

⮚ Exemplo de sistema de forças:


Se F1 = 2 N; F2 = 3 N; F3 = 4 N. Tem-se que o módulo de F12 = F1 + F2, calculado pela
Lei dos cossenos é:

(𝐹1 + 𝐹2)² = 22 + 32 − 2.2.3𝑐𝑜𝑠(90) = 3,60

E o módulo de FR (soma das três forças) será:

2
𝐹𝑅 ² = 𝐹12 + 𝐹32 − 2. 𝐹12 . 𝐹3 𝑐𝑜𝑠(90)
𝐹𝑅 ² = 3,602 + 42 − 2.3,6.4𝑐𝑜𝑠(90) = 5,38

8
MECÂNICA GERAL

UNIDADE II

9
MECÂNICA GERAL

EQUILÍBRIO DE UM CORPO RÍGIDO


2.1 Centro de Gravidade e Centro de Massa
O centro de gravidade (CG) e o Centro de Massa (CM) são a mesma coisa?
Resposta: Não. Entretanto, se a aceleração da gravidade for a mesma (por exemplo: 9,82
m/s²), o CG será igual ao CM. Considerando uma distribuição uniforme de massa em um
corpo, o centro de gravidade e o centro de massa referem-se ao mesmo ponto do objeto
(o centro geométrico). Os físicos preferem usar o termo centro de massa, pois um objeto
possui um centro de massa mesmo que não esteja sob influência da gravidade, pois a
massa não depende do campo gravitacional, enquanto o peso (peso = massa x gravidade)
depende do valor da aceleração da gravidade no local. Entre os dois termos para
expressar esse conceito, favoreceremos o emprego do termo centro de gravidade.
Exemplo: se você arremessar uma bola de beisebol no ar, ela seguirá uma
trajetória parabólica. Se arremessar um bastão de beisebol girando no ar, sua trajetória
não será suave e seu movimento será ondulante. De fato, ele cambaleia em torno de um
lugar muito especial (o centro de massa).

Fonte: Hewitt (2002).

Para um dado corpo, o centro de massa é a posição média de toda a massa que
constitui o objeto. Por exemplo, um objeto simétrico, tal como uma bola, possui centro
de massa que coincide com seu centro geométrico; diferentemente, um objeto com
forma irregular, como um bastão de beisebol, tem a maior parte de sua massa situada
mais próxima a uma das extremidades. O centro de massa de um bastão de beisebol,
portanto, está situado mais próximo do lado mais largo do bastão.
Exemplo 2: um sólido cônico tem seu centro de massa situado exatamente a um
quarto de sua altura acima da base.

10
MECÂNICA GERAL

Fonte: Hewitt (2002).

Um dos objetivos da Física é conhecer o que faz com que um objeto permaneça
estável na presença de forças. Os aspectos principais da estabilidade é o equilíbrio das
forças e o torque, que agem sobre objetos rígidos e a elasticidade dos objetos não
rígidos, uma propriedade que determina o modo como objetos desse tipo se deformam.

⮚ Cálculo do centro de massa

A figura a seguir mostra uma placa composta de dimensões d 1= 11,0 cm, d2=2,81
cm, e d3=13,01 cm. Metade da placa é feita de alumínio (massa especifica = 2,71 g/cm3) e a
outra metade de ferro (massa especifica = 7,87 g/cm3). Determine centro de massa da
placa.

O centro de massa será dado pelas coordenadas dos centros de massa nos eixos
x (XCM), y (YCM) e z (ZCM).

CM = (XCM; YCM; ZCM)

11
MECÂNICA GERAL

𝑚1 . 𝑥1 + 𝑚2 . 𝑥2
𝑋𝐶𝑀 =
𝑚1 + 𝑚2
𝑚1 . 𝑦1 + 𝑚2 . 𝑦2
𝑌𝐶𝑀 =
𝑚1 + 𝑚2
𝑚1 . 𝑧1 + 𝑚2 . 𝑧2
𝑍𝐶𝑀 =
𝑚1 + 𝑚2
Onde 𝑥1 , 𝑥2 e 𝑥3 são as coordenadas no eixo x; 𝑦1 e 𝑦2 e são as coordenadas no eixo
y e 𝑧1 e 𝑧2 e 𝑧3 são as coordenadas no eixo z. A massa m pode ser calculada pelo produto
do volume (v) pela massa específica (m = d.v = d.(d1.d2.d3), o que resulta em m1 = 3164,83
gramas, para o ferro. E m2 = 1089,79 grama, para o alumínio.

Substituindo os valores, tem-se CM = (6,90 cm; 6,50 cm; 1,40 cm)

⮚ Equilíbrio de um corpo rígido

Para que um corpo esteja em equilíbrio estático, a somatória das forças (e dos
momentos) sobre o mesmo deve ser zero. O conteúdo sobre momentos será abordado
na unidade 4. O diagrama de corpo livre é um esquema que representa as forças que
agem sobre um corpo. Na figura a seguir observa-se o diagrama do corpo livre para um
avião mostrando as forças de ação (W) e reação (2T e R). Da aplicação da terceira Lei de
Newton, tem-se que:
“Uma força de ação provoca uma força de reação de mesmo módulo, mesma
direção, porém sentido contrário e as forças de ação e reação devem agir em corpos
diferentes. O sinal da força de ação é arbitrário (pode ser positivo ou negativo)”. Portanto,
pode-se escrever:
𝑊 = 2𝑇 + 𝑅

2.2 Momento de inércia


Para entender momento de inércia (I) de um corpo se faz necessário saber o
conceito da Primeira Lei de Newton (Princípio da Inércia):
“Um corpo permanecerá em estado de repouso (parado ou em movimento
uniforme) se a resultante das forças que atuam sobre ele for zero. Ou seja, é necessária
uma força externa para provocar variação da velocidade do corpo”.

12
MECÂNICA GERAL

Logo, a inércia de um corpo depende da massa e da geometria do mesmo. Desta


forma, cada objeto tem uma fórmula específica para o cálculo do momento de inércia. A
tabela a seguir mostra algumas formulações para o momento de inércia. Nesta figura, M
é massa, R é o raio e a e b são dimensões do objeto.

Fonte: Halliday (2016).

⮚ Cálculo do momento de inércia


O momento de inércia pode ser determinado pela integração:

𝐼=∫ 𝑟 2 𝑑𝑚

Onde: r é o raio e dm é um elemento de massa.

Exemplo: Um corpo rígido composto por duas partículas de massa m estão ligadas por uma barra
de comprimento L e massa desprezível. Calcular o momento de inércia em relação ao centro de
massa e perpendicular à barra.
Solução:

13
MECÂNICA GERAL

Fonte: Halliday (2016).

Matematicamente, tem-se:

1
𝐼=∫ 𝑟 2 𝑑𝑚 = 𝑚𝐿2
2

Se m = 2 kg e L = 3 m, resulta:
1 1
𝐼 = 𝑚𝐿2 = 2.32 = 6 𝑘𝑔. 𝑚²
2 2

2.3 Equilíbrio do ponto material em duas e três dimensões


Um ponto material encontra se em equilíbrio desde que esteja em estado de
repouso. Mas, frequentemente o termo “Equilíbrio” ou equilíbrio estático é usado para
descrever um objeto em repouso e para manter o equilíbrio é necessário que seja
satisfeita a primeira Lei do movimento de Newton, pela qual a força resultante que atua
sobre um ponto material deve ser igual a zero. Esta condição é expressa
matematicamente por:
Ʃ𝐹 =0
Onde Ʃ 𝐹 é o vetor soma de todas as forças que atuam sobre o ponto material.
A equação acima não é apenas, uma condição necessária do equilíbrio, como
também é uma condição suficiente. Isso significa que a segunda Lei de Newton que se
refere ao movimento, descrita como Ʃ 𝐹 = 𝑚. 𝛼. Como o sistema de forças satisfaz a
equação Ʃ 𝐹 = 0, 𝑚. 𝛼= 0. Consequentemente o ponto material move se com velocidade
constante ou permanece parado.
Para analisar as forças que agem em um corpo em equilíbrio, aplica-se a Terceira
Lei de Newton nas direções x e y (em 2D) e x, y e z (3D). Conforme mostrado nas figuras a
seguir. Na figura a (plano bidimensional) as forças T e W tem mesma intensidade, porém

14
MECÂNICA GERAL

estão em sentidos opostos. Na figura b (plano tridimensional) a soma de todas as forças


(W + TB + TC) é igual a zero.

Fonte: Hibbeler (2011).

2.4 Sistemas Equivalentes de Cargas Concentradas


Uma força aplicada sobre um corpo tem a capacidade de provocar tanto sua
translação (em torno do eixo) quanto sua rotação (em torno de um ponto externo), com
intensidade que depende do ponto de aplicação e de como essa força é aplicada. Um
sistema de forças e momentos de binários (forças que tendem provocar a rotação do
corpo) que atuam em um corpo atuando sobre um ponto especificado pode-se
denominar: sistema de carga concentrada.
No exemplo a seguir, a força (dF) é concentrada sobre um elemento de área (dA).
Ou seja, a força está concentrada à distância x do ponto O. A força dF provoca uma força
no sentido rotacional em relação ao ponto O.
Exemplo: Se dF = 1000 N e a distância x = 2 m. Tem-se uma força no sentido
rotacional (torque) igual a 1000 x 2 = 2000 N.m.

15
MECÂNICA GERAL

2.5 Sistemas Equivalentes de Cargas Distribuída


Um sistema de carregamento distribuído simples pode ser substituído por uma
força resultante, que é equivalente à área sob a curva de carregamento. Essa resultante
tem uma linha de ação que passa pelo centroide ou centro geométrico da área sob a
curva do diagrama de carregamento. O que é equivalente a um sistema de carga pontual
aplicada no centroide da área do perfil do carregamento cuja intensidade é
numericamente igual a referida área. As figuras a seguir mostram o sistema de cargas. A
figura A mostra o perfil da carga distribuída sobre a área. E a figura B, a área sob o perfil
da área onde a força equivalente (𝐹⃗ R) é aplicada.

Matematicamente, tem-se:

𝐹𝑅 = ∫ 𝑤(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝐴 = 𝐴
𝐿 𝐴

A intensidade da força resultante será igual a área do diagrama de cargas, como


mostrado na figura a seguir:

16
MECÂNICA GERAL

UNIDADE III

17
MECÂNICA GERAL

ESTRUTURAS E TRELIÇAS
⮚ Estruturas de máquinas
Estruturas e máquinas são dois tipos comuns de montagens frequentemente
compostas por elementos de múltiplas forças e conectadas por pinos. Estruturas são
geralmente estacionárias e utilizadas para sustentar cargas, enquanto máquinas
possuem peças móveis e são projetadas para alterar os efeitos de forças.

Fonte: Hibbeler (2005).

A treliça é uma estrutura de elementos relativamente delgados ligados entre si


pelas extremidades. Os elementos comumente utilizados em construções são de
madeira ou barras de metal e em geral são unidos uns aos outros por meio de uma placa
de reforço na qual eles são aparafusados ou soldados.

3.1 Cálculos de reações e apoio em estruturas


⮚ Diagramas de Corpo Livre.
Para se determinarem as forças atuantes nos nós e nos apoios de uma estrutura
ou máquina, deve-se desenhar os diagramas de corpo livre de suas partes isoladamente.
Para isso, os seguintes pontos importantes devem ser observados:
• Isole cada parte da estrutura ou máquina e desenhe seu contorno. Em seguida,
indique todas as forças e/ou os momentos que atuam na peça. Certifique-se de
denominar ou identificar cada uma das forças ou momentos conhecidos e incógnitas em
relação a um determinado sistema de coordenadas x, y. Indique também quaisquer
dimensões utilizadas para a obtenção de momentos. Frequentemente, as equações de
equilíbrio são mais fáceis de aplicar se as forças estão representadas pelos seus
componentes retangulares. Como anteriormente, o sentido de uma força ou momento
desconhecido pode ser adotado.

18
MECÂNICA GERAL

• Identifique todos os elementos de duas forças da estrutura e represente seus


diagramas de corpo livre com duas forças de mesma intensidade e opostas, atuando nos
seus pontos de aplicação. Reconhecendo os elementos de duas forças, evita-se resolver
um número desnecessário de equações de equilíbrio.
• As forças comuns a quaisquer pares de elementos em contato atuam com
intensidades iguais, porém em sentido oposto aos seus respectivos elementos. Se dois
elementos são tratados como um ‘sistema’ de elementos conectados, então essas forças
são ‘internas ’ e não são mostradas no diagrama de corpo livre do sistema: no entanto, se
for desenhado o diagrama de corpo livre de cada elemento, as forças serão ‘externas’ e
deverão ser indicadas em cada um dos diagramas de corpo livre.

⮚ Exemplo (seguindo René (2011)):

Calcular as reações dos vínculos da treliça abaixo e o ângulo alfa e os respectivos


seno e cosseno:

Para a treliça dada arbitraremos o sentido das reações:

19
MECÂNICA GERAL

Impondo as condições de equilíbrio, temos:

Assim sendo, as reações reais ficam:

20
MECÂNICA GERAL

3.2 Estudo de Treliças planas


Treliças planas são aquelas que se distribuem em um único plano e geralmente
são utilizadas na sustentação de telhados e pontes. A treliça A B C D E mostrada na figura
a seguir é um exemplo típico de treliça de sustentação de telhado. Nessa figura, a carga
do telhado é transmitida à treliça nos pontos de conexão dos elementos por meio de uma
série de travessas, como em DD'. Como o carregamento imposto pelo telhado atua no
mesmo plano da treliça, a análise das forças desenvolvidas nos seus elementos é
bidimensional.

Fonte: Hibbeler (2005).

21
MECÂNICA GERAL

Fonte: René (2011).

No caso de uma ponte, como é mostrado na figura a seguir, a carga no piso é


primeiro transmitida às longarinas, em seguida às transversinas e, finalmente, às juntas
B, C e D das duas treliças de apoio lateral. Como no caso da treliça de telhado, o
carregamento da treliça de ponte é coplanar.

Fonte: Hibbeler (2005).

22
MECÂNICA GERAL

⮚ Exemplo de treliça plana: Calcular as reações dos vínculos da treliça a


seguir.

O vínculo do nó A fornece uma reação horizontal Ax e uma reação vertical Ay. O vínculo do
nó D fornece somente uma reação Dy.

23
MECÂNICA GERAL

3.3 Métodos de Nós


Para analisarmos ou projetarmos uma treliça, devemos obter a força em cada um
de seus elementos. Se consideramos um diagrama de corpo livre da treliça como um
todo, então as forças nos elementos devem ser tratadas como forças internas, de modo
que não podem ser obtidas a partir de uma análise de equilíbrio. Se, em vez disso,
consideramos o equilíbrio de um nó da treliça, então a força sobre um elemento se torna
uma força externa no diagrama de corpo livre para o nó e as equações de equilíbrio
podem ser aplicadas para obtermos a intensidade da força. Esse procedimento constitui
a base para a aplicação do método dos nós.

⮚ Estruturas de nós
Devido ao fato de os elementos da treliça serem todos elementos retilíneos de
duas forças e pertencerem a um único plano, o sistema de forças atuantes em cada nó é
coplanar e concorrente.

Fonte: Hibbeler (2005).

24
MECÂNICA GERAL

Consequentemente, o rotacional ou o equilíbrio de momentos é automaticamente


satisfeito no nó (ou pino), sendo necessário apenas satisfazer 1, FX = 0 e 2 FV = 0 para
assegurar a condição de equilíbrio.
Ao utilizar o método dos nós, é necessário primeiro desenhar o diagrama de corpo
livre dos nós antes de aplicar as equações de equilíbrio. Para isso, lembre-se de que a
linha de ação da força de cada elemento que atua no nó é especificada a partir da
geometria da treliça. Uma vez que a força em um elemento atua ao longo de seu eixo
geométrico. Como exemplo, considere o pino no nó B da treliça na Figura 6.1a. Três
forças atuam no pino: a força de 500 N e as forças exercidas pelos elementos BA e BC.
O diagrama de corpo livre é mostrado na Figura 6.1b. Como se pode ver, está
‘puxando’ o pino, o que significa que o elemento BA está sendo tracionado, enquanto FBC
está ‘empurrando’ o pino e, consequentemente, o elemento BC está sob compressão.
Esses efeitos são claramente mostrados isolando-se o nó com pequenos segmentos de
elementos conectados ao pino, como na Figura 6.1c. A ação de empurrar ou puxar esses
pequenos segmentos indica o efeito de compressão ou tração neles próprios.

Fonte: Hibbeler (2005).

⮚ Exemplo: Determine a força em cada elemento da treliça mostrada e indique se


os elementos sob ação ou compressão. Como não deve haver mais que duas
forças incógnitas é necessária ao menos uma força conhecida atuando em um
nó, começaremos pelo nó B.

25
MECÂNICA GERAL

Fonte: Hibbeler (2005).

No nó B: O diagrama do corpo livre no pino B é mostrado na figura acima.


Aplicando as equações de equilíbrio para esse nó, tem-se:

Como a força no elemento BC foi calculada, pode-se iniciar a análise do nó C para


determinar a força no elemento CA e a reação no apoio no balancim.
No nó C, tem-se:

No nó A, pode-se determinar as reações de apoio:

26
MECÂNICA GERAL

Fonte: Hibbeler (2005).

3.4 Métodos das seções


O método das seções é utilizado para determinar as forças atuantes dentro de um
corpo. Ele baseia-se no princípio segundo o qual, se um corpo está em equilíbrio, então
qualquer parte dele também está em equilíbrio. Por exemplo, considere os dois
elementos da treliça mostrados na Figura 6.14. Para determinarmos as forças internas
aos elementos, qualquer seção imaginária, como a indicada pela linha preta horizontal
que está dividindo a garra em duas partes, pode ser utilizada para cortar cada elemento
em duas partes e, como consequências, ‘expor’ cada força interna, tornando-a externa
no diagrama de corpo livre mostrado no lado direito da figura.
Podemos ver claramente que a condição de equilíbrio requer que os elementos
sob tração (T) estejam sujeitos a um ‘puxão’ e os elementos sob compressão (C) estejam
sujeitos a um ‘empurrão’. O método das seções também pode ser utilizado para ‘cortar’
ou secionar os elementos de uma treliça completa. Se secionamos a treliça em duas e
desenhamos o diagrama de corpo livre de uma de suas partes, podemos então aplicar as
equações de equilíbrio para determinar as forças nos elementos na ‘seção de corte’ da
parte isolada. Como somente três equações de equilíbrio independentes Ç£FX = 0, %Fy
= 0, 'IMo — 0) podem ser aplicadas à parte isolada da treliça, devemos tentar selecionar
uma seção que, em geral, passe por não mais do que três elementos nos quais as forças
são desconhecidas. Por exemplo, considere a treliça na Figura 6.15a. Para
determinarmos a força no elemento GC, a seção a deve ser apropriada.

27
MECÂNICA GERAL

Fonte: Hibbeler (2005).

Os diagramas de corpo livre das duas partes são mostrados nas figuras 6.15fr e
6.15c. Veja que a linha de ação da força em cada elemento é especificada a partir da
geometria da treliça. uma vez que a força em um elemento passa ao longo de seu eixo.
Note também que as forças que atuam nos elementos em uma parte da treliça são iguais
e opostas àquelas que atuam na outra parte — terceira lei de Newton. Como já observado
anteriormente, os elementos considerados sob tração (BC e GC) estão sujeitos a um
‘puxão’, enquanto o elemento sob compressão (GF) está sujeito a um ‘empurrão’.

Fonte: Hibbeler (2005).

⮚ Exemplo: Determine a força nos elementos GE, GC e BC da treliça mostrada na


figura a seguir. Indique se os elementos estão sob tração ou compressão.

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MECÂNICA GERAL

Fonte: Hibbeler (2005).

A seção aa foi escolhida porque corta três elementos cujas forças devem ser
determinadas. Deve-se primeiramente determinar as reações externas A ou D.
Aplicando as equações de equilíbrio, tem-se:

O diagrama do corpo livre da porção esquerda d treliça secionada é mostrado,


pois envolve menos força:

Fonte: Hibbeler (2005).

Aplicando as equações do equilíbrio, tem-se que o somatório dos momentos em


relação ao ponto G elimina FGE e FGC e permite uma solução para FBC.

29
MECÂNICA GERAL

Da mesma forma, o somatório dos momentos em relação a C fornece uma solução


para FGE:

Como FBC e FGE não apresenta componentes verticais, o somatório das forças na
direção y fornece diretamente FGC:

3.5 Treliças Espaciais


Uma treliça espacial consiste de elementos ligados entre si em suas
extremidades para formar uma estrutura tridimensional estável. A estrutura mais
simples de treliça espacial é um tetraedro, que é formado pela interconexão de seis
elementos, como mostra a figura a seguir. Qualquer elemento adicional nessa estrutura
será redundante na sustentação da força P. Uma treliça espacial simples pode ser
construída a partir desse tetraedro básico acrescentando-se três outros elementos e um
nó, formando um sistema de tetraedros multiconectados.

Fonte: Hibbeler (2005).

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MECÂNICA GERAL

Os elementos de uma treliça espacial devem ser tratados como elementos de


duas forças, uma vez que o carregamento externo é aplicado nos nós, os quais podem
ser considerados conexões de juntas esféricas. Essas suposições são justificadas se as
ligações dos elementos, aparafusadas ou soldadas, se interceptam em um ponto comum
e os pesos dos elementos deva ser incluído na análise, em geral é suficiente considerá-
lo uma força vertical, sendo metade de sua intensidade aplicada em cada uma das
extremidades do elemento.

⮚ Exemplo: Determine as forças atuantes nos elementos da treliça espacial a


seguir. Indique se eles estão sob tração ou compressão.

Fonte: Hibbeler (2005).

Uma vez que há uma força conhecida e três incógnitas atuantes no nó A,


começaremos a análise por esse nó, expressando cada força que atua no diagrama do
corpo livre em notação vetorial, tem-se:

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MECÂNICA GERAL

No equilíbrio, tem-se:

Uma vez que FAB é conhecida, o nó B deve ser analisado em seguida:

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MECÂNICA GERAL

UNIDADE IV

33
MECÂNICA GERAL

MOMENTO DE UMA FORÇA, VIGAS E PÓRTICOS


4.1 Momento de uma Força, Formulação escalar
O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo fornece uma
medida da tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em torno do ponto
ou do eixo. Por exemplo, considere a força horizontal Fv que age perpendicularmente ao
cabo da chave inglesa e está localizada a uma distância d y do ponto O (figura a seguir).
Pode-se observar que essa força tende a provocar um giro do tubo em torno do eixo z.
Quanto maior a força ou a distância dy, maior o efeito da rotação. Essa tendência de
rotação provocada pela força Yx algumas vezes é chamada de torque, mas normalmente
é denominada momento de uma força ou simplesmente momento (M0) z. Observe que o
eixo do momento (z) é perpendicular ao plano sombreado (x-y), o qual contém tanto Fx
quanto dy, e que intercepta o plano no ponto 0.

Fonte: Hibeller (2005).

Considere agora a aplicação da força Fz na chave inglesa da figura b a seguir. Essa


força não provocará rotação no tubo, em torno do eixo z. Em vez disso, a tendência de
giro do tubo será em torno do eixo x. Observe que, embora não seja possível realmente
‘girar’ o tubo dessa maneira, Fz ainda provoca uma tendência de rotação, e assim é
produzido o momento (Mo).
Da mesma maneira que no caso anterior, a força e a distância dy estão contidas
no mesmo plano sombreado (y-z) que, por sua vez, é perpendicular ao eixo (x) de
momento. Finalmente, se uma força Fv é aplicada à chave na figura c a seguir, nenhum
momento é produzido em relação ao ponto O. Nesse caso, haverá ausência total de giro
do tubo, uma vez que a linha de ação da força passa pelo ponto O e, em consequência,
nenhuma tendência de rotação será possível.

Fonte: Hibeller (2005).

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MECÂNICA GERAL

A Formulação escalar do momento de um binário é definido como:


M = Fd
Onde: F é a intensidade de uma das forças e d é a distância perpendicular ou braço
do momento entre as forças. A direção e o sentido do momento binário são
determinados pela regra da mão direita, pela qual o polegar indica a direção e o sentido
quando os demais dedos estão curvados com o sentido de rotação provocado pelas duas
forças. Em todos os casos, M atua perpendicularmente ao plano contendo essas forças.

Fonte: Hibeller (2005).

⮚ Exemplo1: Determine o momento da força em relação ao ponto O.

Fonte: Hibeller (2005).

⮚ Exemplo 2: Determine o momento da força em relação ao ponto O.

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MECÂNICA GERAL

Fonte: Hibeller (2005).

Exemplo 3: Determine os momentos da força de 800 N que atua sobre a estrutura,


em relação aos pontos A, B, C e D.

Fonte: Hibeller (2005).

4.2 Momento de uma força, Formulação vetorial, Princípios dos


momentos
O momento de uma força F em relação a um ponto O ou, mais exatamente, em
relação ao eixo de momento que passa por O perpendicularmente ao plano, contendo O
e F, de acordo com a figura a seguir, pode ser expresso na forma de um produto vetorial
(ver a definição de produto vetorial na unidade 1):

36
MECÂNICA GERAL

M0 = r X F

O produto vetorial pode ser calculado utilizando matrizes:

Utilizando a regra da mão direita tem-se:

Fonte: Hibeller (2005).

Nesse caso, r representa um vetor posição traçado de O até qualquer ponto sobre
a linha de ação de F. Vamos mostrar agora que de fato o momento M 0 quando obtido por
esse produto vetorial, tem sua intensidade, sua direção e seu sentido bem determinados
Intensidade.
como M0 = rFsenθ. O ângulo θ é medido entre as direções de r e F. Para definir esse
ângulo, r deve ser tratado como um vetor deslizante, de modo que θ possa ser
representado corretamente. Uma vez que o braço de momento d - r sendo θ, então:
M0 = rF senθ = F(r sen θ) = Fd

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MECÂNICA GERAL

⮚ Exemplo: O poste da figura a seguir está sujeito a uma força de 60 N na direção C


para B. Determine a intensidade do momento criado pela força em relação ao
suporte em A.

Cada um dos dois vetores (rB ou rC) posição podem ser usados para a
solução:

Assim, tem-se:

A força tem intensidade 60 N e a direção e o sentido são especificados pelo versor uf


(regra do paralelogramo).

E o cálculo do momento será:

38
MECÂNICA GERAL

A intensidade de MA:

4.3 Momento em relação a um eixo específico e momento de um


binário.
Quando o momento de uma força é calculado em relação a um ponto, seu eixo é
sempre perpendicular ao plano contendo a força e o braço do momento. Em alguns
problemas, é importante encontrar o componente desse momento ao longo de um eixo
específico que passa pelo ponto. Na resolução desses problemas, pode ser usada a
análise escalar ou a vetorial.

Fonte: Hibeller (2005).

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MECÂNICA GERAL

⮚ Análise Escalar

Para mostrar a resolução numérica desse tipo de problema, considere a estrutura


tubular apresentada na anterior, que se estende no plano horizontal e está sujeita à força
vertical F = 20 N aplicada no ponto A. O momento dessa força em relação ao ponto O tem
a intensidade dada por Mo = (20 N) (0,5 m) = 10 N.m, com direção e sentido definidos pela
regra da mão direita. Esse momento tende a girar o conjunto em relação ao eixo Ob. Por
razões práticas, no entanto, pode ser necessário determinar o componente de M 0 em
relação ao eixo y, My, uma vez que esse componente tende a desparafusar o cano da
flange em O.
Dessa forma, em geral, se a linha de ação de uma força F é perpendicular a
qualquer eixo específico a a . a intensidade do momento de F em relação ao eixo pode
ser determinada da equação:
Ma = Fda
Onde da é a distância mais curta ou a perpendicular da linha de ação da força até
o eixo. A direção e o sentido são determinados com o polegar da mão direita quando os
demais dedos estão curvados de acordo com a direção de rotação produzida pela força.
Deve ficar claro sobre tudo que a força não contribui com um momento em relação a um
eixo específico se a linha de ação da força é paralela ao eixo ou se passa pelo eixo.

⮚ Análise vetorial

Exemplo: A força atua no ponto A. Determine os


momentos dessa força em relação aos eixos x e a.

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MECÂNICA GERAL

Solução vetorial:

Solução escalar:

⮚ Binário

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MECÂNICA GERAL

Um binário é definido como duas forças paralelas de mesma intensidade, sentidos


opostos e separadas por uma distância perpendicular d, como mostra a seguir. Como a
força resultante é nula, o único efeito de um binário é produzir rotação ou tendência de
rotação em determinada direção.
O momento produzido por um binário é chamado de momento de um binário.
Podemos determinar seu valor calculando a soma dos momentos das forças que
compõem o binário em relação a qualquer ponto arbitrário. Por exemplo, na figura a
seguir, os vetores posição r4 e rB são orientados do ponto O para os pontos A e B.
respectivamente, que se localizam na linha de ação de- F e F. O momento do binário
calculado em relação a O é, portanto:

Fonte: Hibbeler (2005).

Em vez de somar os momentos de ambas as forças para determinar o momento


binário é mais simples tomar os momentos em relação a um ponto localizado na linha de
ação de uma das forças. Se, por exemplo, o ponto A é escolhido, então o momento de F
é zero, e se tem:

Exemplo: Um binário atua nos dentes da engrenagem mostrada. Sustitua esse


binário por um equivalente, composto por um par de forças que agem nos pontos A e B.

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MECÂNICA GERAL

4.4 Vigas
Vigas de efeito externo são elementos estruturais que oferecem resistência à
flexão devido a carga aplicada. As vigas, em sua maioria, são longas barras prismáticas e
as cargas são normalmente aplicadas na direção normal aos eixos das barras.
Vigas são importantes elementos estruturais; de modo que é importante
entender a teoria básica que fundamenta seu projeto. Para analisar a capacidade das
vigas suportarem cargas devemos primeiramente estabelecer os requisitos de equilíbrio
da viga como um todo e de qualquer parte dela considerada separadamente. Devemos
estabelecer as relações entre as forças resultantes e a concomitante resistência interna
da viga para suportar essas forças. A primeira parte de dessa Análise requer a aplicação
dos Princípios da estática. A segunda parte envolve as características de resistência dos
materiais e é normalmente tratada em estudos de mecânica dos sólidos ou mecânica dos
materiais.

⮚ Tipos de vigas

Os tipos de vigas são simples, contínua, em balanço, em balanço com extremidade


apoiada, conjugada e engastada. Porém as vigas apoiadas tem reações aos poios
externos e podem ser calculados apenas pelos métodos da estática que são chamados
de vigas estaticamente determinadas. Uma viga que tenha mais apoios do que os
necessários para dar equilíbrio é estaticamente indeterminada. Para determinar as
reações dos apoios para esse tipos de vigas devemos considerar suas propriedades
carga-deformação, além das equações de equilíbrio e estático as figuras mostram os
exemplos de diversos tipos de vigas. As vigas também podem ser identificadas pelo tipo
de carregamento externos que elas suportam.

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MECÂNICA GERAL

Fonte: Meriam e Kraige (2014).

Exemplo: Para a estrutura mostrada na figura determine


as reações nos apoios A e C.

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MECÂNICA GERAL

Exemplo 2: Determine as reações A e B na figura mostrada.

4.5 Pórticos
Pórticos planos são estruturas lineares planas com solicitações coplanares.
Podemos generalizar os pórticos planos para pórticos espaciais, cujas barras se dispõem
em planos diversos. Na figura 1 está ilustrado o sistema estrutural do tipo pórtico
composto que é formado pela composição de vários pórticos simples. As cargas que um
pórtico plano recebe, são consideradas coplanares ao pórtico.
Os pórticos, em conjunto com os elementos secundários, formam o esqueleto
resistente do sistema construtivo, onde são fixados os elementos de cobertura e
vedação lateral.
Os Pórticos são estruturas formadas por barras, formando quadros entre si.
Existem quatro tipos fundamentais de quadros isostáticos planos, que associados entre
si formam os chamados quadros compostos. Os elementos pré-fabricados de concreto

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MECÂNICA GERAL

com sistema estrutural de pórticos são altamente aplicáveis por apresentar boa
funcionalidade e competitividade econômica.

No caso de pórticos metálicos A inclinação da cobertura influi significativamente


no comportamento do mesmo, já que as inclinações menores favorecem um telhado
mais plano, ideal para grandes áreas sem calhas, mas reduzem a eficiência do pórtico,
exigindo seções maiores para as colunas e vigas. Já as inclinações maiores, favorecem
o comportamento dos pórticos, mas podem exigir um maior número de calhas. As bases
podem ser rotuladas, mais convenientes para as fundações, ou engastadas, favorecendo
a rigidez e a estabilidade da estrutura. Tal opção deve ser feita de forma a obter a melhor
solução para o conjunto da edificação.

Os tipos de pórticos mais comuns são os seguintes:


Pórticos simples de alma cheia: São estruturas simples e simétricas com vão livre
entre 15 e 45 metros e altura entre 5 e 12 metros. A inclinação média varia entre 5 e 20
graus.

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MECÂNICA GERAL

Os pórticos com cobertura em arco são utilizados principalmente em função de


necessidades arquitetônicas. Para vãos grandes são necessárias ligações nas vigas, que
devem ser cuidadosamente detalhadas.

Com a colocação de tirantes, consegue-se reduzir os deslocamentos horizontais


e os momentos nas colunas. Esses pórticos são indicado para inclinações maiores que
15º.

Exemplo: Calcule as reações de apoio no pórtico da figura.

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MECÂNICA GERAL

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MECÂNICA GERAL

REFERÊNCIAS
BEDFORD & FOWLER. Engineering Mechanics – Statics 3ª ed. New Jersey: Prentice Hall,
2002, 583p.

BEER, F. P.; JOHNSTON JR, E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática.5.ed.


São Paulo: Makron Books, 1991. 980p.

Beer, F. P.; JOHNSTON JR, E. R.; EISENBERG, E. R. Mecânica vetorial para engenheiros:
estática. 7.ed. SP: McGraw Hill - Artmed, 2006.

CRAIG JR, R. R. Mecânica dos materiais. 2. ed. RJ: LTC, 2002.

HIBBELER, R. C. Estática: mecânica para engenharia. v.1. 12. ed. SP: Pearson, 2011.

HIBBELER, R. C. Mecânica Estática. 10 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005,
540p.

RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; MERRILL, J. Fundamentos de física. Vol.1. 8 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2009.

SEARS, ZEMANSKY & YOUNG, Eletromagnetismo. Vol I. 10 ed. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2006.

TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene.. Física: Eletricidade, Magnetismo e Ótica. Vol. I. 6 ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2009.

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pik"

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Unidade 4

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