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Contabilidade Socioambiental e Do Terceiro Setor - Uni 2

Contabilidade gerencial
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
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Contabilidade socioambiental

e do terceiro setor
CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
E DO TERCEIRO SETOR
Autoria

Alexsandra de Matos Gil


EXPEDIENTE
DIREÇÃO GERAL: DESIGN INSTRUCIONAL:
PROF. ME. CLÁUDIOREITOR: ANTONIO CARLOS VIEIRA /
PROF. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS MAXWELL FÉLIX
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO: PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
PROF. RAFAEL RABELO BASTOS FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES /
PRÓ-REITOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: DIEGO PORTO NOJOSA
PROF. CLÁUDIO RABELO BASTOS CAPA:
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
PROFA. MARIA ALICE DUARTE G. SOARES TRATAMENTO DE IMAGENS:
COORDENAÇÃO NEAD: DIEGO PORTO NOJOSA
PROFA. LUCIANA R. RAMOS DUARTE REVISÃO ORTOGRÁFICA:
FICHA TÉCNICA EMANOELA DE ARAÚJO
AUTORIA:
ALEXSANDRA DE MATOS GIL

FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA FACULDADE ATENEU

GIL, Alexsandra de Matos. Contabilidade Socioambiental e do Terceiro Se-


tor. / Alexsandra de Matos Gil. – Fortaleza: Faculdade Ateneu, 2017.

81 p.

ISBN:

1. Contabilidade. 2. Contabilidade Ambiental. 3. Contabilidade do Terceiro Se-


tor. 4. Gestão Ambiental. I. Faculdade Ateneu. II. Título.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos
para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo,
deverão ser dirigidos à Direção.
Alexsandra de Matos Gil

Seja bem-vindo!
Prezado(a) estudante, é com imensa satisfação que apresen-
to o material didático direcionado aos estudantes de nível superior.
Ao ler e estudar por este material, você ampliará sua compreensão
acerca do comportamento da Contabilidade, suas movimentações,
fatos e demonstrativos em relação à gestão, às políticas ambientais e
à sustentabilidade, utilizando-os como ferramentas contributivas para
o cenário moderno vivenciado pelos gestores financeiros contábeis.

Logo em seguida, abordaremos a gestão atuante dos gestores


do terceiro setor, auxiliando vocês ao apresentar uma proposta efi-
caz, eficiente e relevante, por meio da Contabilidade, minimizando os
custos e possibilitando a maximização da lucratividade empresarial
neste setor.

O embasamento teórico e as noções práticas ajudarão vocês,


portanto, no processo de conhecimento dos problemas empresariais
acerca da contabilidade ambiental e do terceiro setor, ou seja, as nor-
matizações, os impactos e as atuações que podem existir no mercado.

Bons estudos!
NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE MEIO
AMBIENTE E GESTÃO AMBIENTAL
1. Meio ambiente: uma visão geral.................................... 8
1.1. Poluentes e impactos ambientais ....................... 10
2. Gestão Ambiental Empresarial (GAE) ......................12
2.1. GAE global e regional ...............................................13
2.1.1. Abordagem da GAE ........................................15

SUMÁRIO
3. Instrumentos de políticas
públicas ambientais ............................................................16
3.1. A política pública ambiental brasileira ..............18
3.1.1. Licenciamento ambiental ..............................19
3.2. O EIA/RIMA como instrumento
de política pública ..................................................... 20
4. Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) .....................22
5. Responsabilidade socioambiental pelo MMA .......24

CONTABILIDADE AMBIENTAL
1. A Contabilidade ambiental ............................................32
1.1. Princípios fundamentais da contabilidade
ambiental ........................................................................33
2. Contas patrimoniais ambientais ................................ 34
2.1. Ativos ambientais ...................................................... 34
2.2. Passivos ambientais ...................................................35
2.3. Patrimônio líquido ambiental ...............................36
3. Contas ambientais de resultado .................................37
3.1. Custos ambientais ......................................................38
3.2. Despesas ambientais .................................................39
3.3. Perdas ambientais ......................................................39
3.4.Ganhos ambientais .................................................... 40
3.5. Receitas ambientais .................................................. 40
4. A gestão da contabilidade ambiental .......................41
PLANO DE CONTAS, MENSURAÇÃO CONTÁBIL,
BALANÇO E AUDITORIAS AMBIENTAIS
1. Plano de contas sob o aspecto ambiental ......48
2. Mensuração contábil ..................................................50
2.1. Lançamentos contábeis de
eventos ambientais .............................................50
3. Balanço ambiental....................................................... 52
3.1. Estrutura do balanço ambiental ................... 53
4. Auditorias ambientais................................................ 55

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR


1. Noções de companhias do terceiro setor ..............62
1.1. Conceitos e tipos de companhias
enquadradas como de terceiro setor ...............63
2. Legislação aplicável ao terceiro setor ..................... 64
3. Aspectos gerais da escrituração contábil ............. 69
4. Demonstrativos contábeis apresentados pelas
entidades do terceiro setor .......................................... 70
4.1. Balanço patrimonial ...................................................73
4.2. Demonstração de superávit ou
déficit do exercício ...................................................73
4.3.Demonstrações das Mutações do
Patrimônio Líquido Social (DMPLS) .................74
4.4.Demonstração Fluxo de Caixa
(DFC) em substituição ao DOAR ......................74
4.5.Notas explicativas .....................................................75
Referências ...............................................................................78
CAPÍTULO 02
CONTABILIDADE AMBIENTAL

Apresentação
Neste capítulo, trataremos de um assunto mundialmente fa-
lado, a história e os princípios básicos da contabilidade ambiental,
que se destaca no mundo globalizado devido à importância nos
registros de fatos socioambientais sustentáveis. Ao entender os tó-
picos, você poderá estabelecer as noções básicas e estratégicas
em relação às movimentações empresariais das contas contábeis
destacadas no plano de contas e sua atuação contínua na preser-
vação dos recursos naturais. Este capítulo permitirá que você co-
nheça a contabilidade que usa os parâmetros da responsabilidade
ambiental, alinhando as organizações a uma sociedade moderna.

CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR
• Conhecer a história, a importância e os princípios
contábeis ambientais;

• Compreender as movimentações empresariais


Objetivos de das contas contábeis;
Aprendizagem
• Desvendar algumas contas contábeis patrimo-
niais e de resultados, destacadas dentro das or-
ganizações como ambientais.

1. A CONTABILIDADE AMBIENTAL
Apesar da contabilidade ambiental ser um assunto pouco
falado; uma pesquisa realizada recentemente com as 125 maiores
companhias americanas concluiu que apenas 11% delas tinham suas
políticas ambientais atreladas à contabilidade ambiental. Portan-
to, ainda há um longo caminho a percorrer.

Ao longo da história, a contabilidade ambiental destaca-se


devido à preocupação contínua com a possível escassez dos re-
cursos naturais, o que se justifica na visão de Barbieri (2016, p. 199):
O crescimento da consciência ambiental, ao mo-
dificar os padrões de consumo, constitui uma das
mais importantes armas em defesa do meio am-
biente, torna-se um instrumento de educação am-
biental.

Assim, podemos entender que este estudo nos remete à “cria-


ção de novas técnicas de identificação, mensuração e evidenciação
dos eventos econômicos e financeiros os quais causam mutações
patrimoniais” (SANTOS, 2001, p. 1).

Mas o que realmente seria contabilidade ambiental? De forma


clara e objetiva, destacaremos aqui o que cita Martins e De Luca
(1994, p. 25):
32 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
As informações a serem divulgadas pela contabi-
lidade possuem cunho gerencial, com a mensura-
ção de investimentos na aquisição de permanen-
tes de proteção a danos ecológicos, despesas de
manutenção ou correção de efeitos ambientais
do exercício em curso, de obrigações contraídas
em prol do meio ambiente, e até de medidas fí-
sicas, quantitativas e qualitativas, empreendidas
para sua recuperação e preservação.

Uma contabilização ambiental dos fatos com foco na conti-


nuidade empresarial e sustentabilidade socioambiental.

1.1. Princípios fundamentais da contabilidade ambiental


Levamos em consideração o que aborda as teorias de conta-
bilidade em relação às bases e aos registros, quer dizer, postulados
da continuidade, competência e oportunidade em relação aos fatos
abordados na contabilidade.

Para o princípio da continuidade, destacaremos que este se


apresenta como um postulado de que a entidade nasce para ser
eterna, isto é, ela é constituída como empresa para ser contínua,
nunca ter um fim. Neste caso, é necessário preservar os recursos
que são finitos, garantindo esta continuidade.

Já no estudo da competência, podemos estabelecer uma


correlação com a unidade econômica, que pressupõe a simulta-
neidade da confrontação de receitas ambientais e de despesas am-
bientais correlatas (no momento em que ocorrem). Algo que fala-
remos mais a adiante neste mesmo capítulo.

As informações ambientais devem ser registradas e disponibi-


lizadas em um tempo oportuno para permitir uma ação ambiental de
preservação do meio ambiente, refletindo a integridade do patrimônio
da entidade e de suas mutações em relação aos impactos ambientais.

Assim, em termos de meio ambiente, devemos considerar


os postulados, comumente conhecidos como princípios, ou seja, a
condição para o reconhecimento dos riscos relativos ao meio am-
biente e que colocam em risco o patrimônio da entidade.

CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 33
2. CONTAS PATRIMONIAIS AMBIENTAIS
As contas patrimoniais ambientais são destacadas dentro
das organizações como as origens e as aplicações em meios patri-
moniais, utilizadas para a obtenção, preservação ou recuperação
do meio ambiente natural.

2.1. Ativos ambientais

Para Santos (2001, p. 2), em um ativo ambiental “é considera-


do todos os bens e direitos destinados ou provenientes da ativida-
de de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de capital
circulante ou capital fixo”.

O capital circulante (capital de giro) é o montante


aplicado para a realização da atividade econômica da em-
presa, sendo composto pelas disponibilidades e pelos ati-
Fique
vos realizáveis a curto e longo prazo.
Atento

Destacaremos, assim, a subdivisão desses ativos, conforme


os estudos de Yamaguchi (2013, p. 33):

a) Disponibilidades: os valores referentes a recebimentos


oriundos de uma receita ambiental.

b) Realizáveis a curto e longo prazo: os direitos originários


de uma receita ambiental e de seus estoques quando re-
lacionados com insumos do sistema de gerenciamento
ambiental ou com produtos reaproveitados do processo
operacional.
34 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
c) Investimentos: em participação societária em empresas
ecologicamente responsáveis.

d) Imobilizado: bens destinados à manutenção do gerencia-


mento ambiental, por exemplo, filtros de ar, equipamentos
da estação de tratamento de efluentes, etc.

e) Intangível: bens ou direitos incorpóreos de difícil mensura-


ção. Por exemplo, podemos citar a certificação ISO 14001,
que trará valorização da imagem e da marca da empresa.

As empresas possuem um grande potencial de aplicação


dentro de um sistema contábil, seja ele público ou privado. Atenta
às particularidades de cada usuário, ela procura fornecer informa-
ções que atendam suas necessidades.

Lembramos que podemos exemplificar um ativo ambiental


como as aplicações em pesquisa e desenvolvimento de tecnolo-
gias em longo prazo que preservem o meio ambiente e exigem
bons capitais e esforço, entretanto, seus resultados são evidentes
em curto prazo (CARVALHO, 2003, p. 29).

2.2. Passivos ambientais

Para Santos (2001, p. 2), passivo ambiental é toda obrigação


contraída voluntária ou involuntariamente destinada à aplicação
em ações de controle, preservação e recuperação do meio ambien-
te, originando, como contrapartida, um ativo ou custo ambiental.

Já na opinião do Instituto dos Auditores Independentes do


Brasil -IBRACON - (1996, p. 5), “o passivo ambiental pode ser con-
ceituado como toda agressão que se praticou/pratica contra o
meio ambiente e consiste no valor de investimentos necessários
para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em potencial”.
CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 35
Para Yamaguchi (2013), o passivo ambiental, como qual-
quer passivo, está dividido em capital de terceiros e capital pró-
prio; os quais se constituem em origens de recursos da entidade.
Como vemos a seguir em relação àqueles que fornecem tais ori-
gens de recursos:

a) Bancos - empréstimos de instituições financeiras para in-


vestimento na gestão ambiental;
b) Fornecedores - compra de equipamentos e insumos para
o controle ambiental;
c) Governo - multas decorrentes de infração ambiental;
d) Funcionários - remuneração de mão de obra especializada
em gestão ambiental;
e) Sociedade - indenizações ambientais;
f) Acionistas - aumento do capital com destinação exclusiva
para investimentos em meio ambiente ou para pagamento
de um passivo ambiental;
g) Entidade - através de destinação de parte dos resultados
(lucro) em programas ambientais.

Podemos exemplificar a contaminação dos solos e das águas


subterrâneas como um dos passivos ambientais mais graves, em
que existe penalidade imposta por legislação ambiental em caso
de contaminação do meio ambiente. Assim, há “uma preocupação
constante com gestão de medidas efetivas na proteção do meio
ambiente natural, através do desenvolvimento sustentável, isto é,
a prosperidade patrimonial da célula social sem agressão à nature-
za.” (MURALHA, 1999, p. 39).

2.3. Patrimônio líquido ambiental


Na contabilidade empresarial, o patrimônio líquido possui as
contas de reservas para contingências que podem ser utilizadas
para possíveis multas por danos ambientais, indenizações por da-
nos ambientais ou ainda para aquisição de bens ou serviços para
preservação, proteção ou recuperação ambiental.
36 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
Assim, segundo Tinoco (2006, p. 52), “o termo contingente é
usado para ativos e passivos que não são reconhecidos, pois não
atendem aos critérios necessários ao seu reconhecimento. Se os
critérios forem atendidos, tem-se um passivo ou um ativo”.

Para Yamaguchi (2013), contingências ambientais são desta-


cadas como o reconhecimento do passivo provável ou potencial,
cujo êxito é incerto. Estas só serão possíveis diante da apresenta-
ção de multas por danos ambientais, indenizações ou ainda para
aquisição de bens ou serviços para preservação, proteção ou recu-
peração ambiental.

Freitas e Strassburg (2007) comentam que há, sim, a possi-


bilidade da identificação de uma reserva de lucros para contingên-
cias ambientais, sendo, contudo, decorrente de uma situação muito
específica, em que seja prevista a existência de uma significativa e
inevitável perda no futuro.

Ribeiro (2006) conclui que não há que se pensar na iden-


tificação física do patrimônio ambiental, visto que os recursos
próprios são formados ao longo da existência da companhia e são
utilizados indistintamente nas mais variadas necessidades apresen-
tadas pelo processo operacional da empresa. Não cabe, portanto,
a identificação do capital ambiental ou das reservas de lucros am-
bientais, exceto a de contingências ambientais.

3. CONTAS AMBIENTAIS DE RESULTADO


Custos e despesas ambientais são gastos (consumo de ati-
vos) aplicados direta ou indiretamente no sistema de gerencia-
mento ambiental do processo produtivo e em atividades ecológi-
cas da empresa. Quando aplicados diretamente na produção, estes
gastos são classificados como custo, e se forem aplicados de forma
indireta, são chamados de despesa.
CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 37
Na visão de Ribeiro (1992, p. 80):

O valor dos insumos, mão de obra, amortização


de equipamentos e instalações do processo de
preservação, proteção e recuperação do meio
ambiente, bem como serviços externos e os gas-
tos para realização de estudos técnicos sobre a
metodologia e procedimentos adequados podem
constituir-se em exemplos de custos e despesas
ambientais.

3.1. Custos ambientais


É importante ressaltar, também, que os custos ambientais
podem ser classificados como custos internos (privados) e custos
externos (sociais), de acordo com U.S. EPA (1995).

• Custos internos são aqueles tradicionais contabilizados ao


longo do processo produtivo, os quais servem de base para
a determinação do preço de venda dos produtos. Exemplo:
matéria-prima, mão de obra, depreciação de equipamen-
tos, etc. Geralmente as empresas não encontram maiores
dificuldades em identificá-los e controlá-los.

• Custos externos são aqueles custos gerados pelo impacto


da atividade da empresa no meio ambiente e na sociedade,
os quais a companhia não se responsabiliza financeiramen-
te. Exemplo: custo com tratamento de doenças respirató-
rias ocasionadas pela poluição do ar.

Segundo Martins e Ribeiro (1995, p. 31):

Nunca se imputou, e ainda não se imputa à mer-


cadoria produzida, todos os custos necessários à
sua elaboração, pois a empresa agrega ao seu cus-
to de produção somente o valor de insumos que
representam desembolso financeiro por parte da
empresa, ou seja, aqueles pelos quais efetivamente
ela paga. Não são computados gastos futuros que a
sociedade terá para repor esses bens, menos ainda
o quanto a sociedade futura sofrerá por não tê-los à
disposição, quando não renováveis.
38 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
A identificação e a mensuração dos custos sociais são con-
sideradas um dos principais desafios, atualmente, para a ciência
contábil, por isso devem ser objeto de estudos mais aprofundados.
Veremos algo breve sobre o assunto no próximo capítulo.

3.2. Despesas ambientais


Iudícibus e Marion (2007) definem despesa como sendo o
sacrifício de ativos, realizado em troca da obtenção de receitas.
A despesa pode referir-se a gastos efetuados no passado, no pre-
sente ou que serão realizados no futuro. “De forma geral, pode-se
dizer que o grande fato gerador de despesa é o esforço continuado
para produzir receita.” (IUDICIBUS, 2006).

Tinoco e Kraemer (2006) descreve que as despesas ambien-


tais podem ser divididas em despesas operacionais e despesas
não operacionais. Assim, segundo a visão dos autores citados:

As operacionais devem ser evidenciadas na De-


monstração de Resultado do Exercício, enquanto
as não operacionais, que podem ser multas, san-
ções e compensações de terceiros, são as que
decorrem de acontecimentos ocorridos fora da
atividade principal da entidade.

3.3. Perdas ambientais


Hendriksen e Van Breda (1999, p. 234) explicam que a perda
“deve refletir uma queda de valor de mercado ou outra medida
observável de valor [...]”. Ribeiro (apud MARION; COSTA, 2007)
apresenta o conceito de perda ambiental, dizendo que as “perdas
refletem os gastos incorridos sem uma contrapartida em benefí-
cios. Portanto, perdas ambientais são os gastos que não propor-
cionam benefícios para a empresa”. Marion e Costa (2007) afirmam
que as multas ou penalidades por inadequações das atividades à
legislação são exemplos de perdas ambientais. Assim como o ga-
nho ambiental, as perdas ambientais também podem ser entendi-
das em um outro sentido, referindo-se aos prejuízos causados ao
meio ambiente e que podem comprometer sua existência, como
queimadas, vazamentos tóxicos, entre outros.
CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 39
3.4. Ganhos ambientais
Nas pesquisas de grandes estudiosos, os ganhos represen-
tam itens não repetitivos que têm o mesmo efeito líquido que as
receitas no patrimônio, mas que podem ou não surgir na atividade
normal de uma empresa e são, normalmente, separados, pois seu
conhecimento é útil para a tomada de decisões econômicas (IUDÍ-
CIBUS; MARION, 2007).

Iudícibus (2006) afirma em suas pesquisas que um ganho re-


presenta um resultado líquido favorável, resultante de transações
ou eventos não relacionados às operações normais do empreendi-
mento. Marion e Costa (2007) afirmam que um ganho ambiental
pode ser percebido quando, por exemplo, a empresa é beneficiada
em uma causa judicial decorrente de gastos efetuados para aten-
der a penalidades indevidas no passado ou ainda pode estar rela-
cionado com os benefícios ao meio ambiente provenientes de prá-
ticas ambientalmente corretas, tais como a diminuição da poluição
resultante de resíduos industriais líquidos, gasosos e/ou sólidos.

3.5. Receitas ambientais


Hendriksen e Van Breda (1999) falam que “as receitas são o
fluído vital da empresa e devem ser reconhecidas continuamente
ao longo de todo o ciclo do produto. Sem receitas, não haveria lu-
cros. Sem lucros, não haveria empresa”. A equipe de professores da
USP (apud IUDÍCIBUS, 2006) oferece uma definição mista e abran-
gente, revelando o aspecto do aumento do ativo e das principais
operações que podem dar origem à receita, a parte operacional e
não operacional.

Para nós, iniciantes no estudo do tema, podemos entender


por receita, a entrada de elementos para o ativo, em forma de di-
nheiro ou de direitos a receber, normalmente correspondentes à
venda de mercadorias e produtos ou à prestação de serviços. “Uma
receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários
ou títulos e de outros ganhos eventuais.” (IUDÍCIBUS, 2006, p. 164).
40 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
Iudícibus (2006, p. 166) ainda afirma que “uma boa mensuração
da receita exige que se determine o valor de troca do produto ou
serviço prestado pela empresa”. Esse valor de troca é o valor em
dinheiro que será recebido e é oriundo de uma transação que pro-
duza receitas.

Tinoco e Kraemer (2006) incluem em receitas ambientais, as


receitas provenientes de resíduos reciclados ou para reciclagem,
redução dos consumos de matérias-primas e consumo de água no
processo produtivo das empresas, em decorrência da implantação
de um sistema de gestão ambiental, bem como ganhos econômi-
cos e financeiros pelo aproveitamento dos gases e calor e pela ge-
ração interna de energia.

Segundo o IASB (apud IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p.173), a re-


ceita pode ser definida como: “[...] o acréscimo de benefícios econô-
micos durante o período contábil na forma de entrada de ativos ou
decréscimo de exigibilidade e que redunda num acréscimo do patri-
mônio líquido, outro que não o relacionado a ajustes de capital [...]”.

Para seu registro, podem ser contabilizados como receitas, os


subsídios governamentais que alguns países concedem a empresas
que realizam investimentos de capital em projetos de proteção am-
biental. A redução no consumo de insumos em decorrência da im-
plantação de um sistema de gestão ambiental é contabilizada em
demonstrações gerenciais e/ou não obrigatórias, onde se demonstra
que nem sempre há entrada de valores na empresa, mas sim econo-
mia de saídas, que podem ser consideradas como um ganho.

4. A GESTÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL


Por fim, ao destacarmos as definições das principais contas
patrimoniais e resultados relevantes no conhecimento do controle
contábil ambiental, devemos lembrar que o objetivo principal da
implantação da gestão ambiental não é gerar receita para a em-
presa, mas sim desenvolver uma política responsável acerca dos
problemas ambientais.
CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 41
Tal fato não impede que a empresa tire algum proveito eco-
nômico deste processo. Para Martins e Ribeiro (1995, p. 35), a ges-
tão deve ser encarada no mercado globalizado por um estudo, no
qual se observa que:

A maciça conscientização da sociedade em mui-


tos lugares veio afetar a imagem da empresa jun-
to ao seu público consumidor, o qual passou a ser
forte elemento de pressão para as empresas co-
meçarem a investir no controle ambiental, visto
que dele depende as movimentações dos gastos
a evolução do fluxo de ganhos da empresa.

Pratique
1. Enumere dois princípios aplicáveis à contabilidade ambien-
tal, interligando-os com o aprendizado e com a atuação
profissional atual de empresas que se utilizam de tal ferra-
menta de controle.

42 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
2. As contas patrimoniais ambientais são subdivididas em
praticamente três. Cite as características e dê dois exem-
plos para cada um desses grupos.

3. Como também são representados dentro das contas patri-


moniais, a contabilidade ambiental subdivide as contas de
resultados dentro das organizações. Destaque as diferen-
ças existentes entre perdas e ganhos.

CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 43
4. Exemplifique o que podemos enquadrar dentro das contas
de resultados, tais como custos, despesas e receitas. E ex-
plique como estas podem ser mensuradas dentro de uma
contabilidade com fins ambientais.

Atualmente, a contabilidade ambiental apresenta-


-se como uma ferramenta de estudo e controle das mo-
vimentações empresariais relativas ao meio ambiente,
Relembre tais como impactos ambientais, atuação e movimentos
de preservação dos recursos naturais que certamente
serão escassos ao longo dos anos caso ocorra a má uti-
lização dos mesmos.

44 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
CONTABILIDADE PROJETOS SOCIAISE DO TERCEIRO SETOR
Os princípios que regem e orientam as empresas a
efetuar a contabilidade destacam como base um aprendi-
zado na continuidade, competência e oportunidade. Algo
que elas vivenciam diariamente, devido às dificuldades
presentes em um mercado tão competitivo.
Relembre

As contas patrimoniais e de resultados apareceram


para facilitar o trabalho do contador na classificação dos
movimentos administrativos relativos às contas ambien-
tais. Destaca-se, assim, dentro das contas patrimoniais, os
ativos ambientais (as máquinas e instalações que possibi-
litam a redução da contaminação ambiental), os passivos
ambientais (obrigações com terceiros em curto e em lon-
go prazo para aplicações na natureza, buscando amenizar
os danos causados pelo processo produtivo da empresa
no entorno ecológico) e, por fim, os patrimônios ambien-
tais (contingências para eventuais necessidades).

Em relação às contas ambientais de resultado, pode-


mos afirmar que estas se enquadram em dois grandes gru-
pos, os dos ganhos e o das perdas. No grupo dos ganhos,
temos as receitas, entrada de recursos inesperados atra-
vés de benefícios entregues à natureza, por exemplo, um
bônus por causar poucos impactos ambientais. Já acerca
dos custos e despesas, observamos um sentido diferen-
te das receitas, os mesmos se apresentam como retiradas
financeiras inesperadas (operacionais ou não) que visam
processos relativos ao meio ambiente.

A gestão da contabilidade ambiental se apresenta,


atualmente, como algo de suma importância nas análises
contábeis financeiras empresariais, uma preocupação que
faz com que os recursos ambientais durem e, consequen-
temente, suportem a necessidade empresarial.

CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
ELABORAÇÃOEDE
DOPROJETOS
TERCEIROSOCIAIS
SETOR 45
Anotações

46 ELABORAÇÃO DE SOCIOAMBIENTAL
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Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621


Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil
Telefone (85) 3033.5199

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