Paul Éluard e o Surrealismo
Rebeca Meseque, Vitória Raisa da Silva e Julyene Barbosa
Surrealismo
"ENCICL. Filos. O Surrealismo repousa sobre a crença na realidade superior de certas
formas de associações desprezadas antes dele, na onipotência do sonho, no
desempenho desinteressado do pensamento. Tende a demolir definitivamente todos
os outros mecanismos psíquicos, e a se substituir a eles na resolução dos principais
problemas da vida. Deram testemunho de SURREALISMO ABSOLUTO os srs. Aragon,
Baron, Boiffard, Breton, Carrive, Crevel, Delteil, Desnos, Éluard, Gerard, Limbour,
Malkine, Morise, Naville, Noll, Péret, Picon, Soupault, Vitrac." Manifesto Surrealista
(1924) - André Breton
Paul Éluard
Nasceu em 14 de dezembro de 1895, Saint
Denis, França.
De poeta independente a
dadaísta/surrealista, comunista e, por fim,
sem vínculos oficiais com nenhum
movimento.
Casou-se três vezes, sendo repudiado em seu
primeiro casamento e viúvo no segundo.
Casado pela terceira vez, em 18 de novembro
de 1952, finalmente, entrega seu coração e
morre.
Fernando Pessoa
Poeta modernista
Transitava por diversas correntes literárias
Criador de diversas personalidades ou heterônimos que lhe
possibilitavam explorar variados estilos e filosofias, algumas das quais
se relacionam com aspectos do surrealismo.
"Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida (...)". Livro
do Desassossego, Fragmento 193
O surrealismo: arte vinda do inconsciente
“SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe
exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra
maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento,
na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda
preocupação estética ou moral.” Manifesto Surrealista (1924) - André
Breton
"Freud propõe o reconhecimento da realidade como
sendo realidade psiquica, ou seja, a constituição do
sujeito implica construções." (Art.: O movimento
surrealista e o campo das psicoses)
Automatismo
Dissociação mental
Atividade psiquica autônoma e voluntária
Escrita automática
Base para a 1° fase do surrealismo
Dar passagem ao inconsciente
"O eu se apaga para deixar passar a linguagem e se maravilha vendo se
produzirem as imagens poéticas.(...) O poeta está la para executar e escrever o
que é ditado (...)" - Santos, 2002.
Surrealismo x Psicanálise
Positivo : liberação do Patologia (psicose)
inconsciente Fraqueza mental
Produtividade
La terre est bleue comme une orange
Tradução de Claudio Willer
La terre est bleue comme une orange A terra é azul como uma laranja
Jamais une erreur les mots ne mentent pas Jamais um erro as palavras não mentem
Ils ne vous donnent plus a chanter Elas não lhe dão mais para cantar
Au tour des baisers de s'entendre Na volta dos beijos para se entender
Les fous et les amours Os loucos e os amores
Elle sa bouche d'alliance Ela sua boca de aliança
Tous les secrets tous les sourires Todos os segredos todos os sorrisos
Et quelles vêtements d'indulgence E que roupagens de indulgência
A la croire toute nue. Para acreditá-la inteiramente nua
Les guêpes fleurissent vert As vespas florescem verde
L'aube se passe autour du cou A aurora se enrola no pescoço
Un collier de fenêtres Um colar de janelas
Des ailes couvrent les feuilles Asas cobrem as folhas
Tu as toutes les joies solaires Você tem todas as alegrias solares
Tout le soleil sur la terre Todo o sol sobre a terra
Sur les chemins de ta beauté. Sobre os caminhos da sua beleza
“Destas experiências e fusões desponta a poesia de Éluard preocupada em se
comunicar com os outros, em experienciar o mundo real e compartilhar tal
experiência com seus leitores, em materializar através de suas palavras as
sensações mais subjetivas às quais desde a mais tenra juventude foi exposto e
que lhe marcaram o espírito.” CANTUÁRIO, 2020
"A intuição, para Hegel, propicia a mediação do conhecimento pela arte,
e faz reconhecer no homem uma dicotomia da espiritualidade infinita
que existe em si mesmo através da representação artística e [...] a
manifestação sensível que revela sua finitude, [...] o corpóreo e
humano[...]
Desse modo, a beleza tomada como ideal é realizada através da junção e
unidade destes dois opostos anteriormente citados, posto que para
Hegel, a consciência-de-si só pode ser atingida, se elevado à interioridade
e exterioridade pelo espírito." SANTOS, 2011
Bibliografia
SANTOS, P. Hegel e a Dialética como Movimento Necessário no Interior da Arte.
Paraná: Contradictio, 2011 .
BRETON, A. Manifestos do surrealismo. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2004.
CANTUÁRIO, V. O Surrealismo Dialético de Paul Éluard: Temas e Motivos nos versos de
Poésie Ininterrompue. São Paulo: Lettres Françaises, 2020.
HOPKINS, D. Dada and Surrealism: a very short introduction. Oxford: Oxford University
Press, 2004.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. Edição de Richard Zenith. São Paulo:
Companhia das Letras, 2017.
LEMOS, Daniela, Carolina Massena, Daiana Linhares, Fernanda P., Rita B., O movimento
Surrealista e o campo das psicoses. Rio Grande do Sul, 2011.