O MINISTÉRIO PROFETICO E O DOM DE PROFECIA.
O Ministério dos Profetas e o dom de profecia são dois conceitos importantes no contexto bíblico, e há
similaridades e diferenças entre eles. Ambos têm como ponto comum o ato de comunicar uma
mensagem de Deus, mas eles se distinguem em suas funções e no contexto em que operam.
No ministério profético foi o ofício instituído por Deus para guiar, corrigir e advertir o Seu povo. Os
profetas no Antigo Testamento eram figuras de autoridade, especialmente escolhidos por Deus para
falar em Seu nome, muitas vezes em momentos críticos da história de Israel. Alguns dos profetas são
mais conhecidos pela literatura que deixaram como Isaías, Jeremias, Amós... Outros por suas histórias
marcantes como Elias, Elizeu, Natã...
Profetas Não Literários no Antigo Testamento
1. Natã
Natã foi um profeta durante o reinado do rei Davi. Ele é mais conhecido por confrontar Davi
sobre o seu pecado com Bate-Seba e o assassinato de Urias. A mensagem de Natã foi uma
acusação direta de Deus e resultou no arrependimento de Davi (2 Samuel 12:1-14).
o Referências: 2 Samuel 7:2-17; 12:1-25.
2. Gade
Gade também foi um profeta no tempo de Davi. Ele é descrito como "vidente de Davi" e ofereceu
orientações importantes ao rei em tempos de crise, incluindo uma escolha de punição após Davi
contar o povo (2 Samuel 24:11-14).
o Referências: 2 Samuel 24:11-19; 1 Crônicas 21:9-19.
3. Eliseu
Eliseu é um dos mais famosos profetas não literários. Ele foi o sucessor de Elias e realizou
muitos milagres, como a ressurreição do filho da sunamita e a cura de Naamã. Seu ministério
foi caracterizado por atos poderosos e o direcionamento espiritual de Israel.
o Referências: 1 Reis 19:19-21; 2 Reis 2–13.
4. Elias
Elias foi um dos maiores profetas de Israel, conhecido por sua luta contra a idolatria e seus
confrontos com o rei Acabe e a rainha Jezabel. Ele não deixou um livro de profecias, mas suas
ações e palavras foram fundamentais para o retorno de Israel a Deus. Elias também foi levado
ao céu em um redemoinho (2 Reis 2:11).
o Referências: 1 Reis 17–19; 2 Reis 1-2.
5. Aías, o silonita
Aías foi o profeta que anunciou a Jeroboão que ele se tornaria rei de dez tribos de Israel após a
divisão do reino. Ele também proferiu uma profecia contra Jeroboão por sua idolatria.
o Referências: 1 Reis 11:29-39; 14:1-18.
6. Micaías, filho de Inlá
Micaías é conhecido por sua corajosa profecia contra o rei Acabe. Ele predisse a derrota de
Acabe na batalha, mesmo quando outros profetas disseram o contrário. Sua disposição de
falar a verdade diante da oposição é notável.
o Referências: 1 Reis 22:1-28.
7. Semaías
Semaías foi um profeta no tempo de Roboão, filho de Salomão. Ele advertiu Roboão e os líderes
de Judá para que não lutassem contra as tribos do norte após a divisão do reino, o que foi
seguido (1 Reis 12:22-24).
o Referências: 1 Reis 12:22-24; 2 Crônicas 12:5-7.
8. Hulda
Hulda foi uma profetisa durante o reinado do rei Josias. Quando o Livro da Lei foi encontrado
no templo, Josias consultou Hulda, que anunciou o juízo de Deus sobre Jerusalém, mas também
trouxe uma mensagem de misericórdia para o rei.
o Referências: 2 Reis 22:14-20; 2 Crônicas 34:22-28.
9. Débora
Débora foi uma profetisa e juíza de Israel. Ela liderou o povo em um período de grande crise e
convocou Baraque para liderar o exército de Israel contra Sísera.
o Referências: Juízes 4–5.
Ainda Moisés (Atos 7.37), Davi (Atos 2.29-30) e outros...
Características do Ministério Profético:
Chamado divino: Os profetas eram diretamente chamados por Deus. Jeremias, por exemplo, foi
chamado desde o ventre de sua mãe (Jeremias 1:5).
Missão de advertência: Muitas vezes, os profetas eram enviados para advertir Israel contra o pecado
e chamar o povo ao arrependimento. O papel deles incluía anunciar juízos, como vemos em Isaías 6 e
Ezequiel 2.
Revelação futura: Os profetas frequentemente recebiam revelações sobre eventos futuros, não
apenas em relação à nação de Israel, mas também a eventos globais. Um exemplo disso é Isaías 53,
onde ele profetiza sobre o Messias sofredor.
Mediadores da aliança: Os profetas recordavam o povo de Israel sobre a aliança com Deus e os
exigiam que voltassem à obediência a essa aliança. (Miquéias 6:6-8).
O ofício de profeta era, portanto, algo específico e limitado a certos indivíduos, que tinham a tarefa de
ser a voz de Deus para o povo. Eles exerciam essa função não apenas por um período, mas ao longo de
suas vidas, até que sua missão fosse cumprida.
Até ai tudo bem e não há discussão sobre o assunto, entretanto no Novo testamento os textos da carta
de Paulo aos Efésios, no capitulo 4 e na primeira aos Coríntios no capitulo 12, tem levantado opiniões
divergentes a respeito do assunto de continuidade no Ministério Profético.
1 Coríntios 12.28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em
terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
Efésios 4.10. Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas
as coisas. 11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores, 12. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério,
para edificação do corpo de Cristo.
OBSERVAÇÂO QUANTO AOS APÓSTOLOS:
Existe distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de apóstolo. É importante que
façamos uma distinção entre o apóstolo, como dom ministerial, e os doze apóstolos de Cristo. Os
apóstolos do Cordeiro (Apocalipse 21.14). Estes formavam um grupo distinto na Igreja Primitiva
(Lucas 6.12-16) e, por haverem recebido revelações especiais de Deus (Efésios 3.5; Judas v.17), foram
os responsáveis pelo alicerce doutrinário da Igreja (Atos 2.42; Efésios 2.20). Quanto aos apóstolos
dados à igreja, por intermédio do dom ministerial e cuja função é de “colaborador” (2 Coríntios 8.23)
e “enviado” (Filipenses 2.25), são estes igualmente imprescindíveis à obra de Deus.
Pesquisado em:
HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. 1.ed. RJ: CPAD, 2003.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. RJ: CPAD, 2006.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2007.
FONTE: www.estudantesdabiblia.com.br.
Mais aceito como mensageiro ou pregador enviado, contudo ainda com muitas ressalvas e reservas
sobre o título. Voltando ao tema proposto na aula, o texto também fala sobre profetas.
O oficio de PROFETA continua? Ou foi encerrado! O que os textos falam...
Mateus 11.13. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. (O Batista)
Hebreus 1.1. Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. (Últimos, não intermediários)
Parece claro que o Ministério Profético teve seu papel encerrado com a antiga aliança, tendo João Batista
sido o último a exercer está função. Porém algumas citações parecem não estarem de acordo, mostrando
que na Nova Aliança temos alguns personagens citados como profetas também.
1. João Batista
João Batista é o maior profeta citado no Novo Testamento que vive ainda no sistema da antiga
aliança, segundo as palavras de Jesus (Lucas 7:28). Ele anunciou a vinda de Jesus, pregando o
arrependimento e batizando as pessoas no rio Jordão. Embora ele não tenha deixado um livro,
seu ministério profético foi essencial para preparar o caminho para o Messias.
o Referências: Mateus 3:1-17; Lucas 1:57-80; João 1:6-28.
2. Ágabo
Ágabo foi um profeta no início da igreja cristã. Ele é mencionado em duas ocasiões: primeiro,
quando previu uma grande fome (Atos 11:27-28), e depois, quando advertiu Paulo sobre sua
prisão iminente em Jerusalém (Atos 21:10-11).
o Referências: Atos 11:27-28; 21:10-11.
3. Os Filhos de Filipe
Filipe, o evangelista, tinha quatro filhas que profetizavam. Embora o conteúdo específico de
suas profecias não seja registrado, elas são mencionadas em Atos como mulheres que
profetizavam.
o Referências: Atos 21:8-9.
4. Simeão
Simeão, um homem justo e devoto em Jerusalém, recebeu uma revelação do Espírito Santo de
que não morreria antes de ver o Messias. Ele profetizou quando viu Jesus ainda bebê, no templo,
proclamando que Ele seria luz para os gentios e glória para Israel.
o Referências: Lucas 2:25-35.
5. Ana, a profetisa
Ana era uma profetisa idosa que também reconheceu Jesus como o Messias quando Ele foi
apresentado no templo. Ela louvou a Deus e falou a respeito de Jesus para todos que esperavam
a redenção em Jerusalém.
o Referências: Lucas 2:36-38.
Ainda Judas e Silas (Atos 15.32), também barnabé, Simeão chamado Niger, Lúcio de Cirene, Manaém,
que havia crescido com o governante Herodes e Saulo. (Atos 13.1)
Contudo, embora na Igreja Primitiva houvesse ainda muito a ser escrito e revelado pelo próprio Deus
através do Espírito Santo (João 16.12-15) é unanime a opinião que após o fechamento do CANON
BIBLICO, não é mais necessário nenhum tipo de revelação geral ao povo escolhido, uma vez que o
Ministério Profético não tinha discussão sobre as verdades reveladas, sendo aceitas de modo integral
ao contrário do dom de profecia.
A promessa do dom de profecia.
O Senhor Deus, através do profeta Joel, prometeu derramar abundantemente do seu Espírito sobre os
seus servos (Joel 2.28-32). Tal promessa, que iniciou o seu cumprimento a partir do Dia de Pentecostes
e inclui especificamente o dom de profecia (Joel 2.28-32; Atos 2.16-21). Qualquer crente salvo pode
ter o dom de profecia na nova dispensação, independentemente de idade, sexo, status social e posição
na igreja, tal como vemos nas quatro filhas de Filipe “que profetizavam” (Atos 21.9).
Definição.
O dom de profecia, aqui abordado, é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo,
como um dos dons espirituais prometidos, e não um ministério. 0 maior valor da profecia é que uma
vez proferida, edifica a coletividade. (1 Coríntios 14.3).
Características.
A Bíblia ensina que a profecia deve ser julgada na igreja e que o profeta deve obedecer ao ensino
bíblico. Não podemos esquecer que a profecia, nesse contexto, não se reveste da mesma autoridade da
dos profetas e apóstolos das Sagradas Escrituras. Ninguém mais, depois deles, recebeu igual
autoridade divina. O dom de profecia, na presente era, não é infalível e, portanto, é passível de
correção. Pode acontecer de o profeta receber a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza,
imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Quem profetiza, portanto, deve ter o
cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar “fora de si” ou
“descontrolado”, pois “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Coríntios 14.32). Pois o
mesmo além de ter um espaço determinado de atuação (1 Coríntios 14.3), permite a avaliação do corpo
sobre aquilo que é profetizado (1 Coríntios 14.29), e como diferença vemos que não mais alguns
escolhidos ou separados, mas todos podem profetizar (1 Coríntios 14.31), Deus continua dando
palavras de conhecimento ao seu povo (1 Coríntios 14.30), pois como disse o Profeta Isaías (Isaías
55.11), Deus não muda (Tiago 1.17). Quantas pessoas dizem ter suas vidas reveladas através de
ministrações, Deus continua agindo no meio de seu povo. (1 Coríntios 14.24-25)
Conclusão
Esses profetas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, desempenham papéis cruciais no
cumprimento dos propósitos de Deus em suas épocas. Suas profecias e ações são parte integral da
narrativa bíblica e demonstram o cuidado contínuo de Deus em guiar, advertir e encorajar o Seu povo
através de Seus servos, somos apenas a continuidade de tudo que eles fizeram.