PSICOLOGIA SOCIAL
• “Binômio indivíduo-sociedade, isto é, o estudo das relações que os
indivíduos mantêm entre si e com a sua sociedade ou cultura, sempre
esteve no centro das preocupações dos psicólogos sociais, com o
pêndulo oscilando ora para um lado, ora para o outro.”
• Wilhelm Wundt – Völkerpsychologie (Psicologia dos Povos) – publicações
que não migraram para os EUA. Aborda considerações psicológicas
sobre as qualidades intelectuais e morais dos povos: conteúdos
religiosos, artísticos, linguísticos, sócio-econômicos, no entanto, numa
perspectiva de evolução para categorizar povos.
• Inicialmente, os psicólogos sociais norte-americanos se puseram a campo
para estudar fenômenos de liderança, opinião pública, propaganda,
preconceito, mudança de atitudes, comunicação, relações raciais,
conflitos de valores, relações grupais, etc. Uma procura de fórmulas de
ajustamento e adequação de comportamentos individuais ao contexto
social.
• “A sociedade era um dado, um pano de fundo de um cenário, onde o
indivíduo atuava, e desta forma procurava-se explicar o seu
comportamento por "causas" internas, tais como traços de personalidade,
atitudes, motivos, quando não por instintos. É uma Psicologia Social que
isola o indivíduo, criando uma dicotomia entre ele e a sociedade — um
poderia influenciar o outro, mas se tratavam de dois fenômenos distintos.”
• “Nos países da América Latina, a Psicologia Social, em maior ou menor
grau, reproduzia os conhecimentos desenvolvidos nos Estados Unidos,
aplicando-se os conceitos e adaptando-se técnicas de estudo e de
intervenção às condições próprias de cada país, enquanto as pesquisas
ditas "puras" continuavam à procura de "leis universais", que devem reger
o comportamento social de indivíduos.”
• Psicologia Social Psicológica - explicar sentimentos, pensamento e
comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras
pessoas. Processos intraindividuais que explicam como indivíduos
respondem aos estímulos sociais.
• Psicologia Social Sociológica – experiência social a partir da participação
em grupos sociais que transita; estudo dos fenômenos que emergem dos
diferentes grupos e sociedades.
• 1920/1930 – estudo das atitudes, percepção social, atribuição de
causalidade, influência social, dinâmica de grupo, julgamentos, liderança,
conformidade, obediência.
• Psicologia Social na América do Norte
o Investigação de fenômenos e processos intraindividuais sob uma
perspectiva de leis universais para explicação do comportamento
social, desconsiderando estruturas e os sistemas culturais
o Criticada pelo uso da linguagem científica com pretensões de
neutralidade e afastada dos problemas sociais reais, questões
éticas.
o Perspectivas: cognição social, processos grupais, estudo das
atitudes
• Psicologia Social Europeia
o Identidade e pertencimento social, teoria das representações
sociais
• Psicologia latino-americana
o Ruptura radical com a psicologia social “psicológica” dada ao
excessivo individualismo e experimentalismo
o Martin-Baró – promoção de saber crítico sobre si e sua realidade.
“Trata-se, assim, de desenvolver um saber psicológico
historicamente construído que se mostre capaz de compreender e
contribuir para sanar os problemas que atingem as maiorias
populares e oprimidas”
o Maritza Montero: psicologia social comunitária
• Psicologia Social no Brasil
o Psicologia Social Crítica: abordar, sobretudo, alguns dos
problemas sociais enfrentados pelo país, como, por exemplo, a
violência doméstica, as crianças de rua, a pobreza, a desigualdade
social e a exclusão educacional.
o “Psicologia Social: o homem em movimento” (1984), Silvia Lane e
Wanderley Codo.
o ABRAPSO - Associacao Brasileira em Psicologia Social (1980).
Trechos do texto que pautou sua constituição:
"As oportunidades de ação para o psicólogo social brasileiro
restringem-se geralmente a três campos específicos: a
universidade, onde poucos cientistas de renome nesta área
trabalham em relativo isolamento, buscando no exterior eco para
suas preocupações acadêmicas; a indústria, onde o psicólogo
dedica-se à seleção de pessoal e ao ajustamento dos empregados
às condições que lhes são oferecidas ou, por último, o mercado de
manipulação de opinião pública, onde seus conhecimentos e
técnicas ficam a serviço dos interesses econômicos e políticos
dominantes.[...]
Ao psicólogo social que não se dispõe a defender tais interesses,
resta o confinamento às universidades ou instituições afins, diante
da ausência de oportunidades para uma ação concreta
transformadora junto à comunidade [...]
Os próprios profissionais de psicologia, especialistas em outras
áreas, ignoram o papel possível do psicólogo social, definindo-o
como um acadêmico, interessado em pesquisas sociais. Não
obstante, dadas as condições em que vive a maioria da população
brasileira, sem oportunidade de acesso ao atendimento psicológico
oferecido à pequena elite, cabe justamente ao psicólogo social a
implantação de uma assistência psicológica em larga escala,
através da aplicação de seus conhecimentos junto a grupos e
organizações populares [...]
Em certa medida, a tendência do psicólogo a importar modelos
explicativos de contextos sociais alienígenas decorre de sua
própria formação, carente de visão mais ampla da realidade sócio-
cultural brasileira. Por esta razão, torna-se imprescindível seu
contato com outros cientistas sociais, tradicionalmente
comprometidos com o estudo dessa realidade.”