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Geometria Na Educação Básica

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GEOMATRIA

PLANA E
ESPACIAL
Geometria na
educação básica
Cristiane da Silva

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Reconhecer elementos de geometria espacial e de posição.


>> Aplicar conceitos de figuras geométricas planas em situações do cotidiano.
>> Relacionar poliedros e corpos redondos em suas posições por meio da
resolução de problemas aplicados.

Introdução
Na matemática, a geometria de posição é uma área que estuda posições relativas
entre formas geométricas presentes no espaço. Estudam-se: forma, que está
associada ao modo como um objeto ocupa o espaço; tamanho, que se refere
ao espaço que o objeto ocupa; e posição, que faz referência à localização
do objeto no espaço. Para tanto, faz-se necessário o estudo de ponto, reta,
plano e espaço. Poliedros são sólidos geométricos pertencentes ao espaço
tridimensional limitados por partes de planos, e têm forma, tamanho e ocupam
determinada posição no espaço.
Neste capítulo, você vai ler sobre a teoria da geometria de posição e mé-
trica, que estuda pontos, retas, planos e a relação entre eles. Também vai ver
os elementos e as propriedades dessa teoria e abordaremos o espaço em
três dimensões, ou seja, o espaço tridimensional. Além disso, vai ver diversas
aplicações práticas dos conceitos de figuras geométricas planas, envolvendo
sólidos geométricos, além de situações com poliedros e corpos redondos em
problemas aplicados na química.
2 Geometria na educação básica

Geometria espacial e de posição


Iniciaremos os estudos conhecendo os entes primitivos, que são aqueles que
não têm definição, e são os elementos iniciais para a construção da geometria
(OLIVEIRA, 2016):

„„ ponto — representado por letras maiúsculas do nosso alfabeto, não


tem dimensão, nem comprimento, nem largura e nem altura;
„„ reta — representada por letras minúsculas do nosso alfabeto, tem uma
única dimensão e tem comprimento, mas não tem largura nem altura;
„„ plano — representado por letras minúsculas do alfabeto grego, tem
duas dimensões, comprimento e largura, mas a altura é zero.

Confira, na Figura 1, uma representação para os entes primitivos discutidos.

A
r

B
α

Figura 1. Entes primitivos.


Fonte: Oliveira (2016, p. 156).

De acordo com Oliveira (2016), o conjunto de todos os pontos, retas e planos


é denominado espaço. Algumas propriedades importantes que dispensam
demonstrações são:

i. existem infinitos pontos, retas e planos;


ii. o plano é infinito;
iii. três pontos não colineares definem um plano.

No entanto, algumas propriedades exigem demonstrações para serem


aceitas. Oliveira (2016, p. 156–157) exemplifica algumas delas:

„„ a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°;


„„ em uma reta e também fora dela existem infinitos pontos;
„„ em um plano e também fora dele existem infinitos pontos;
Geometria na educação básica 3

„„ dados dois pontos distintos do espaço, existe uma única reta que os
contenha;
„„ dados três pontos não colineares do espaço, existe um único plano
que os contenha;
„„ se uma reta tem dois de seus pontos distintos pertencentes a um plano,
então essa reta está contida no plano.

Quando as posições relativas entre duas retas pertencem a um mesmo


plano, estas são chamadas de coplanares e, podem ser classificadas em três
tipos: paralelas, quando não têm ponto em comum; concorrentes, quando
têm um único ponto em comum; e, coincidentes, quando têm todos os pontos
em comum (OLIVEIRA, 2016). Observe na Figura 2 as diferenças entre elas.

r // s r r r=s

Paralelas Concorrentes Coincidentes


α

Figura 2. Retas coplanares.


Fonte: Oliveira (2016, p. 157).

Retas que não pertencem a um mesmo plano são denominadas reversas.


Observe as retas r e s na Figura 3 (OLIVEIRA, 2016). É importante destacar
que retas reversas não necessitam ser ortogonais, ou seja, podem formar
ângulo diferente de 90°.

Figura 3. Retas reversas.


Fonte: Oliveira (2016, p. 157).
4 Geometria na educação básica

De acordo com Oliveira (2016), quando duas retas fazem um ângulo


de 90o, elas são:
„„ perpendiculares: se estiverem em um mesmo plano;
„„ ortogonais: se não existe um plano que as contenha.

Oliveira (2016) afirma que um plano pode ser definido por: três pontos não
colineares, uma reta e um ponto fora desta, duas retas paralelas, ou duas
retas concorrentes. Observe a Figura 4.

Figura 4. Definição de plano.


Fonte: Oliveira (2016, p. 158).

Quanto à posição relativa entre uma reta e um plano, Oliveira (2016, p. 159)
explica que ela pode ser:

„„ paralela — quando não há ponto em comum;


„„ concorrente — quando há apenas um ponto em comum;
„„ contida — quando a reta tem todos os seus pontos no plano;
„„ perpendicular — além de ser concorrente ao plano, forma um ângulo
de 90° com ele.

Para esse último caso, a reta deve ser ortogonal a duas retas concorrentes
desse plano no ponto de intersecção, como mostra a Figura 5.
Geometria na educação básica 5

Figura 5. Posição relativa entre uma reta e um plano.


Fonte: Oliveira (2016, p. 159).

Quanto às posições relativas entre dois planos, estes planos podem ser:
paralelos, quando não há intersecção; coincidentes, quando têm todos os
pontos em comum, o que, na verdade, é o mesmo plano; e concorrentes,
quando há uma reta em comum (OLIVEIRA, 2016). Observe a Figura 6.

Figura 6. Posições relativas entre dois planos.


Fonte: Oliveira (2016, p. 160).
6 Geometria na educação básica

Há algumas condições para que os planos sejam definidos de uma forma


ou de outra. Para que seja paralelo, o plano deve ser paralelo a duas retas
concorrentes do outro plano. Veja a Figura 7.

Figura 7. Plano paralelo.


Fonte: Oliveira (2016, p. 160).

Por outro lado, para que seja perpendicular, um plano deve ser perpen-
dicular a duas retas concorrentes do outro. Veja a Figura 8.

Figura 8. Plano perpendicular.


Fonte: Oliveira (2016, p. 161).
Geometria na educação básica 7

No espaço em três dimensões, ou seja, no espaço tridimensional, utili-


zamos o sistema cartesiano ortogonal, em que temos três retas orientadas
mutuamente perpendiculares, os eixos cartesianos, para representar um
ponto no espaço tridimensional. Essas retas encontram-se no ponto O de
coordenadas (0,0,0), que é a origem do sistema cartesiano, como mostra a
Figura 9 (LEITE; CASTANHEIRA, 2017).

Figura 9. Sistema cartesiano orto-


gonal no espaço de três dimensões.
Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 151).

O eixo x é o eixo das abscissas, o eixo y é o eixo das ordenadas e o eixo z é


o eixo das cotas. Neste sistema, formam-se entre os três planos cartesianos:
o plano xy, o plano xz e o plano yz. Veja a Figura 10 (LEITE; CASTANHEIRA, 2017).

z
P3

P2

O
y

P1
x

Figura 10. Planos cartesianos.


Fonte: Adaptada de Leite e Castanheira (2017).
8 Geometria na educação básica

O ponto P1 está no plano xy, o ponto P2 está no plano xz e o ponto P3 está


no plano yz. Para representar um ponto P(x, y, z) no espaço tridimensional,
traçam-se três planos paralelos a esses planos cartesianos. Em consequência,
obtém-se um paralelepípedo retângulo, como mostra a Figura 11 (LEITE; CAS-
TANHEIRA, 2017).

P3

P2
P(x, y, z)
O y

P1

Figura 11. Ponto P(x, y, z) no espaço tridimensional.


Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 152).

Dessa forma, um ponto no espaço tem uma tripla ordenada de números


reais, que são suas coordenadas cartesianas ortogonais (LEITE; CASTANHEIRA,
2017).
Para falar da reta no espaço tridimensional, Leite e Castanheira (2017)
retomam o conceito de vetor, que é uma classe de segmentos de reta orien-
tados e equipolentes que tem o mesmo módulo (intensidade), a mesma direção
e o mesmo sentido. Então, um segmento de reta é representado por
, se o segmento de reta for orientado do ponto A para o ponto B. No espaço
tridimensional, um vetor tem três coordenadas, denominadas (x, y, z), como
mostra a Figura 12.
Geometria na educação básica 9


u(x, y, z)

(0, 0, 0) y

Figura 12. Representação de um vetor


com origem no ponto P(0, 0, 0) no espaço
tridimensional.
Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 157).

Um plano α, no espaço tridimensional, pode ser definido por três pontos


não colineares: P1(x1, y1, z1), P2(x2, y2, z2) e P3(x3, y3, z3), como mostra a Figura 13
(LEITE; CASTANHEIRA, 2017).

z
P1
P2

P3
α

Figura 13. Definição de um plano por três pontos


no espaço tridimensional.
Fonte: Leite e Castanheira (2017, p. 157).
10 Geometria na educação básica

A seguir, veja alguns exemplos de aplicação prática da geometria especial


de posição apresentados por Dante (2008).

Exemplo 1: objetos da vida real podem representar a intersecção entre dois


planos, e o porta-revistas é um deles.

Figura 14. Porta-revistas.


Fonte: Adaptada de urfin/Shutterstock.com.

Exemplo 2: note que, na cadeira de praia da Figura 15, o encosto e o assento


podem ser vistos como partes de planos secantes; e as ripas de madeira,
como retas paralelas entre si.

Figura 15. Cadeira de praia.


Fonte: Manfred Antranias Zimmer/Pixabay.com.
Geometria na educação básica 11

Exemplo 3: o Obelisco aos Heróis de 1932, em São Paulo, representado na Figura 16a,
dá a ideia de reta perpendicular a um plano. A Torre de Pisa, na Itália, repre-
sentada na Figura 16b, dá a ideia de reta oblíqua a um plano.

A B

Figura 16. (a) Obelisco, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. (b) Torre de Pisa, em Roma.
Fonte: (a) Giovanelli (2016, documento on-line); (b) Por que... (2016, documento on-line).

Exemplo 4: os notebooks abertos dão a ideia de planos oblíquos, como podemos


observar na Figura 17. E, quando estão nas posições representadas pela Figura 18,
dão a ideia de planos perpendiculares.

A B

Figura 17. Notebook aberto em planos oblíquos.


Fonte: Muhammad Umer Idrisi/Pixabay.com; Free-Photos/Pixabay.com.
12 Geometria na educação básica

Figura 18. Notebook aberto em plano perpendicular.


Fonte: athree23/Pixabay.com.

Aplicações da geometria
Apresentaremos nesta seção algumas aplicações práticas dos conceitos
de figuras geométricas planas, como área e perímetro. Veja a seguir alguns
exemplos envolvendo geometria plana e aplicações do teorema de Pitágoras.

Exemplo 1: determine quantos metros quadrados de carpete de madeira


serão necessários para forrar uma sala quadrada, sabendo que a medida de
seu lado é 6,45 m.
Solução:

S = área = ?

l = lado = 6,45 m

S = l²

S = 6,45² = 41,6025

Portanto, serão necessários 41,60 m² de carpete de madeira.


Geometria na educação básica 13

Exemplo 2: você quer fazer uma pipa em forma de losango, de tal forma que
as varetas meçam 75 cm e 50 cm. Nessas condições, quantos centímetros
quadrados de papel de seda você irá usar para fazer essa pipa?
Solução:

S = área = ?

D = diagonal maior = 75 cm

d = diagonal menor = 50 cm

Portanto, a área de papel de seda necessária é de 1.875 cm².

Exemplo 3: um terreno tem a forma de um trapézio de bases 35 m e 24 m, com


altura igual a 22 m. Calcule a área desse terreno.
Solução:

S = área = ?

B = base maior = 35 m

b = base menor = 24 m

h = altura = 22 m

A área procurada é igual a 649 m².

Fonte: Macedo, Castanheira e Rocha (2013, p. 79–85).


14 Geometria na educação básica

Exemplo 4: um terreno tem formato retangular, de modo que um de seus lados


mede 30 m, e o outro, 40 m. Será preciso construir uma cerca que passe pela
diagonal desse terreno. Assim, considerando que cada metro de cerca custará
R$ 12,00, quanto será gasto, em reais, para a sua construção?
Solução: como a cerca passa pela diagonal do retângulo, devemos calcular
o seu comprimento e multiplicar pelo valor de cada metro. Para encontrar a
medida da diagonal de um retângulo, deve-se observar que esse segmento
o divide em dois triângulos retângulos, como mostra a Figura 19.

Figura 19. Representação do problema.

Tomando somente o triângulo ABD, AD é a hipotenusa e BD e AB são os


catetos. Então, teremos:

Dessa forma, sabemos que o terreno terá 50 m de cerca. Como cada metro
custará R$ 12,00, teremos:

50 ∙ 12 = 600

Ou seja, serão gastos R$ 600,00 nessa cerca.


Geometria na educação básica 15

Exemplo 5: duas estacas de madeira, perpendiculares ao solo e de alturas


diferentes, estão distantes uma da outra a 1,5 m. Será colocada entre elas
outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará apoiada nos pontos A e B,
como mostra a Figura 20. Assim, verifique qual é a diferença entre a altura da
maior estaca e a altura da menor estaca, nessa ordem, em centímetros (cm).

Figura 20. Representação das estacas.

Solução: a distância entre as duas estacas é igual a 1,5 m, se medida no


ponto A, formando o triângulo retângulo ABC, como mostra a Figura 21.

1,5 m

Figura 21. Representação do problema.


16 Geometria na educação básica

Usando o teorema de Pitágoras, teremos:

A diferença entre as duas estacas é igual a 0,8 m que é igual a 80 cm.

Fonte: Silva ([201-?], documento on-line).

Barreto (2013) apresenta um problema clássico da geometria plana, que


é o da determinação da altura de uma torre ou de um poste medindo-se o
tamanho da respectiva sombra produzida pela luz solar. Para isso, o autor
nos leva a imaginar uma torre cuja sombra, em determinada hora do dia, seja
de 20 metros. Para determinar a altura dessa torre, sem precisar medi-la
diretamente, deve-se conhecer a altura de outro objeto e o comprimento de
sua sombra naquela mesma hora do dia. Supondo que a pessoa que deseja
saber o comprimento da torre tenha altura de 1,80 m e sua sombra meça 1 m,
basta notar a semelhança entre os triângulos formados pelas sombras e pelas
alturas da torre e da pessoa. Como a inclinação (α) dos raios de luz é a mesma
para determinar as duas sombras, os ângulos das bases dos dois triângulos
são respectivamente congruentes. Observe a Figura 22.

Figura 22. Representação do problema.


Fonte: Barreto (2013, p. 169).
Geometria na educação básica 17

Note que se trata de um caso de semelhança de triângulos, cujos lados


são respectivamente proporcionais. Quando dizemos que a tangente do ân-
gulo α é a mesma nos dois triângulos, estamos dizendo que a razão entre os
catetos opostos e adjacentes é a mesma nos dois triângulos: tg α = H⁄x = h⁄y.
Assim, H⁄20,00 = 1,80⁄1, então H = 36 metros (BARRETO, 2013). Veja a seguir um
problema aplicado de Barreto (2013).

A Figura 23 representa o perfil de uma escada cujos degraus têm a


mesma extensão, além da mesma altura. Se = 2 m, e o ângulo BĈA
mede 30°, qual é a medida da extensão de cada degrau?

B C

Figura 23. Representação do perfil de uma escada.

Solução: sendo a tangente de , temos:

Como a Figura 23 mostra seis espaços de extensão entre B e C, concluímos


que a medida da extensão de cada degrau é igual a m.
Fonte: Barreto (2013, p. 170).

Você pode saber mais sobre as figuras geométricas planas e os


sólidos geométricos consultando os capítulos 7 e 8 da obra Tópicos de
matemática aplicada de Luiz Roberto Dias de Macedo, Nelson Pereira Castanheira
e Alex Rocha, publicada em 2013.
18 Geometria na educação básica

Poliedros e corpos redondos


Se prestarmos atenção, o mundo como conhecemos é tridimensional. Quando
andamos nas ruas vemos prédios (prismas), lixeiras (cilindros), bolas (esferas),
contêineres (paralelepípedos) e outras formas geométricas (OLIVEIRA, 2016).
Veja a seguir alguns exemplos envolvendo sólidos geométricos.

Exemplo 1: um engenheiro deseja construir uma caixa d’água em um prédio.


As dimensões internas projetadas são as seguintes. Comprimento: 6 m; largura:
5 m; altura: 2,5 m. Calcule o volume dessa caixa d’água em metros cúbicos e
em litros (L).
Solução:

V = volume do sólido = ?

a = comprimento = 6 m

b = largura = 5 m

c = altura = 2,5 m

V=a∙b∙c

V = 6 ∙ 5 ∙ 2,5 = 75

Como a unidade de medida utilizada foi o metro, pode-se dizer que o


volume da caixa d’água é de 75 m³.
Agora vamos calcular o volume em litros. Para isso, faremos a transforma-
ção de metros cúbicos para litro. Lembre-se que 1 litro é igual a 1 dm³. Então:

V = 75 m³

V = 75.000 dm³

V = 75.000 L

A caixa d’água possui 75 m³, tendo, portanto, a capacidade, expressa em


litros, de 75.000 L.
Geometria na educação básica 19

Exemplo 2: calcular o volume de uma lata de um determinado produto, que


apresenta formato de cilindro circular reto e cujas medidas são: 8 cm de raio
e 22 cm de altura. Considere π = 3,14.
Solução:

V = volume do cilindro = ?

r = raio = 8 cm

h = altura = 22 cm

Para calcular o volume do cilindro, deve-se calcular, inicialmente, a área


da base desse cilindro, que é um círculo.

SB = área de um círculo = π ∙ r²

SB = 3,14 ∙ 8² = 200,96

Calculando o volume do cilindro, em centímetros cúbicos:

V = SB ∙ h

V = 200,96 ∙ 22 = 4421,12

Como a unidade de medida utilizada foi o centímetro, pode-se dizer que


o volume da lata é de 4421,12 cm³.

Exemplo 3: uma lata de refrigerante tem formato cilíndrico, com 6,5 cm de


diâmetro e 12 cm de altura. Qual é a capacidade máxima de líquido que a lata
de refrigerante pode armazenar, em mililitros?
Solução:

V = volume do sólido = ?

d = diâmetro = 6,5 cm

r = raio = 3,25 cm

h = altura = 12 cm
20 Geometria na educação básica

Para calcular o volume do cilindro, deve-se calcular, inicialmente, a área


da base desse cilindro, que é um círculo.

SB = área de um círculo = π ∙ r²

SB = 3,14 ∙ (3,25)² = 33,16625

Calculando o volume do cilindro, em centímetros cúbicos:

V = SB ∙ h

V = 33,16625 ∙ 12 = 397,995

Como a unidade de medida utilizada foi o centímetro, e 1 cm³ = 1 mL, o


volume da lata é de 398,00 cm³ = 398 mL (arredondando).

Fonte: Macedo, Castanheira e Rocha (2013, 94; 96-97)

Vejamos agora exemplos de inscrição e circunscrição de sólidos, tronco


de pirâmide e tronco de cone, e também um exemplo da física envolvendo
óptica geométrica.

Exemplo 1: suponha que 8 bolinhas em forma de esfera tenham sido colocadas


dentro de um cubo que tem volume igual a 512 cm³. Considere que as esferas
estão armazenadas no cubo como mostra a Figura 24. Nesse contexto, qual
é o raio de cada esfera?

Figura 24. Representação do problema.


Fonte: Adaptada de Sólidos... (2017).
Geometria na educação básica 21

Solução: para resolver esta questão, vamos partir do volume do cubo,


pois assim podemos descobrir a aresta do cubo.

Observe que temos dois diâmetros (um em cada esfera) que, juntos, coin-
cidem com a aresta do cubo. Do mesmo modo, podemos perceber que temos
4 raios que coincidem com a aresta do cubo, o que significa dizer que quatro
raios equivalem à aresta do cubo:

O raio de cada esfera é igual a 2 cm.

Fonte: Adaptado de Sólidos... (2017).


22 Geometria na educação básica

Exemplo 2: uma caixa d’água tem o formato de um tronco de pirâmide de bases


quadradas e paralelas, como mostra a Figura 25, na qual são apresentadas
as medidas referentes ao interior da caixa. Nessas condições, verifique o
volume total da caixa d’água.

2m

Topo de caixa d’água

Nível d’água 3m

Base da caixa d’água

1m

Figura 25. Representação do problema.


Fonte: Adaptada de Geometria... (2017).

Solução: pelo desenho, temos que:

h=1

H=4

L=2

l=?

Para calcular o volume do tronco da pirâmide, precisamos encontrar o


lado menor, então, utilizaremos a proporção da altura maior com a menor e
do lado maior com o lado menor:
Geometria na educação básica 23

Para encontrar o volume do tronco da pirâmide, faremos o volume da pirâ-


mide menor, depois o volume da pirâmide maior e diminuímos um pelo outro.

Por fim, fazemos:

Portanto, o volume da caixa d’água é m³.

Fonte: Adaptado de Tronco... (2018).


24 Geometria na educação básica

Exemplo 3: um recipiente cônico foi projetado de acordo com o desenho da


Figura 26, no qual o tronco do cone foi obtido de um cone de altura igual a
18 cm. Qual é o volume desse recipiente em cm³?

2 cm

12 cm

6 cm

Figura 26. Representação do problema.


Fonte: Adaptada de Tronco... (2018).

Solução:

2
12

6 cm

Portanto, o volume desse recipiente é igual a 208π cm³.

Fonte: Adaptado de Tronco... (2018).


Geometria na educação básica 25

Exemplo 4: um salão de beleza projeta instalar um espelho que aumenta 1,5


vezes o tamanho de uma pessoa posicionada em frente a ele. Para o aumento
ser possível e a imagem se apresentar direita (direta), a pessoa deve se
posicionar, em relação ao espelho:

a) antes do centro da curvatura.


b) no centro da curvatura.
c) entre o centro de curvatura e o foco.
d) entre o foco e o vértice do espelho.

Solução: para aumentar a imagem, o espelho precisa ser côncavo, pois se


o espelho for convexo a imagem será sempre menor. Ilustrando o espelho,
teremos a imagem da Figura 27.

Figura 27. Representação do problema.


Fonte: Nussenzveig (2014, p. 28).

Para a imagem ser maior do que o objeto e direita, ela precisa estar entre
o foco e o vértice do espelho. Para não cometer erro nesse tipo de problema,
Nussenzveig (2014, p. 28-29) sugere que observemos as seguintes regras:

1. A luz incide da esquerda para a direita e a luz refletida viaja da direita


para a esquerda.
2. As distâncias objeto e imagem são medidas de P para V e Q para V,
respectivamente, sendo positivas (objeto e/ou imagem reais) quando
P e/ou Q estão à esquerda de V, e virtuais (negativas) quando à direita.
3. A distância focal é FV (positiva para F à esquerda de V).
4. O raio de curvatura é CV (positivo para um espelho côncavo).
5. Distâncias verticais são positivas acima do eixo e negativas abaixo.
26 Geometria na educação básica

No caso do exemplo, raios irão se encontrar atrás do espelho, formando


uma imagem maior. Para conhecer um pouco mais sobre óptica, você pode
consultar o livro de Nussenzveig (2014).

Uma importante aplicação dos sólidos geométricos é a geometria


molecular, em que identificamos poliedros e corpos redondos em
problemas aplicados na química. Para visualizar exemplos da geometria mole-
cular, faça a leitura do capítulo 10 da obra Química, de Chang e Goldsby (2013).

A geometria molecular é a forma com que cada molécula se arranja no


espaço. As moléculas não são planas, mas elas têm forma e volume. A geo-
metria de cada molécula depende do número de ligações que faz o átomo
central, que é aquele que faz o maior número de ligações em uma molécula.
A Teoria da Repulsão Eletrônica da Camada de Valência (VSEPR) diz que
todos os elétrons da camada de valência se repelem entre si, e essa repulsão
ocorre porque todos eles têm carga negativa, e dois corpos não ocupam o
mesmo lugar no espaço. Por consequência, cada nuvem eletrônica, que é
a região do espaço onde está cada par de elétrons, vai estar o mais longe
possível uma da outra, em torno do átomo central.
A proposta desta seção foi abordar poliedros e corpos redondos, relacio-
nando-os em suas posições por meio da resolução de problemas aplicados.
Este capítulo contou com diversas situações do cotidiano, seja na geometria
plana ou espacial, além de exemplificar conceitos, propriedades e teoremas,
de modo a facilitar a compreensão do conteúdo em estudo.

Referências
BARRETO, M. Trama matemática: princípios e novas práticas no ensino médio. Campinas:
Papirus, 2013. 224 p.
DANTE, L. R. Matemática: contexto & aplicações: ensino médio. São Paulo: Ática, 2008.
3 v. 1320 p.
GEOMETRIA espacial: Tronco de Pirâmides - Lista 5. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (57 min 2 s).
Publicado pelo canal Videoaula IFC Campus Sombrio. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=QM5tGGq1O4U. Acesso em: 25 nov. 2020.
GIOVANELLI, C. Grupo que defende separação de São Paulo fará ato no Obelisco no
domingo. Veja São Paulo, São Paulo, 19 jan. 2015. Disponível em: https://vejasp.abril.com.
br/cidades/movimento-separatista-sao-paulo-independente/. Acesso em: 25 nov. 2020.
Geometria na educação básica 27

LEITE, A. E.; CASTANHEIRA, N. P. Geometria analítica em espaços de duas e três dimensões.


Curitiba: InterSaberes, 2017. 220 p.
LISTA de exercícios - espelhos esféricos. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (21 min 28 s). Publicado
pelo canal Caio Jordão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v= jDpIgkcw-
-_o. Acesso em: 25 nov. 2020.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica: ótica, relatividade, física quântica. 2. ed.
São Paulo: Blucher, 2014. v. 4.
OLIVEIRA, C. A. M. Matemática. Curitiba: InterSaberes, 2016. 206 p.
POR QUE a Torre de Pisa é inclinada? Altura Andaimes, Belo Horizonte; Diadema,
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-e-inclinada/. Acesso em: 25 nov. 2020.
ROCHA, A.; MACEDO, L. R. D.; CASTANHEIRA, N. P. Tópicos de matemática aplicada.
Curitiba: InterSaberes, 2013. 220 p. (Série Matemática Aplicada).
SILVA, L. P. M. Aplicações do Teorema de Pitágoras. Brasil Escola, [S. l.], [201-?]. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/aplicacoes-teorema-pitagoras.htm.
Acesso em 25 de novembro de 2020.
SÓLIDOS Inscritos e Circunscritos: Esfera e Cubo. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (9 min 13 s).
Publicado pelo canal Pró Universidade Online. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=GXzqqD07CZ0. Acesso em: 25 nov. 2020.
TRONCO DE CONE: Como calcular o volume? Exercício resolvido. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo
(3 min 48 s). Publicado pelo canal Matemática em Foco Oficial. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=pgI635fGPsQ. Acesso em: 25 nov. 2020.

Leituras recomendadas
CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. 11 ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MARIA, A. Geometria Molecular: definição e exemplos. Biologia Total – Prof. Paulo
Jubilut, [S. l.], 11 set. 2020. Disponível em: https://blog.biologiatotal.com.br/geometria-
-molecular-definicao-e-exemplos/. Acesso em: 25 nov. 2020.

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