SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Nº Inquérito: Ano: Delegacia: DICCA - 03ª DEL.POL.

A empresa PETRA CAPITAL GESTÃO DE INVESTIMEENTOS LTDA, por seus advogados, devidamente
representada pela sócia MARIA CLÁUDIA BELDI, apresentou, com base no disposto no artigo 5º, inciso II,
do Código de Processo Penal, PETIÇÃO requerendo a instauração de Inquérito Policial, em virtude do
contexto fático a seguir circunstanciadamente exposto.

Segundo a peticionária, foi demandada perante o “Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de

Comércio Brasil-Canadá” pelas seguintes pessoas: Fernando de Marsillac Fontes, Ricardo Binelli, Mary
Dulce Marques Hurel, Regina Faria da Cruz, Rafael Burquim e Delano Macedo de Vasconcelos, as quais, na
posição de sócios dissidentes, reclamaram a apuração de haveres, o fazendo no âmbito do Processo Arbitral
n.º 18/2016/sec7.

Colimando a solução da disputa, de natureza dominantemente contábil, o aludido Tribunal Arbitral designou,
como perito, MARTINHO MAURÍCIO GOMES DE ORNELAS, que, para o regular exercício de suas funções,
assinou, em 21 de setembro de 2020, termo de independência, declarando que não possuía nenhuma
relação com as partes capaz de caracterizar impedimento ou suspeição, possuindo, assim, independência
para desempenhar com imparcialidade seu mister.

Sem embargo, a peticionária, ainda antes da lavratura do referenciado termo e objetivando certificar-se da
posição de equidistância do designado, dirigiu-lhe questionamento sobre uma possível relação com as
partes requerentes, seus advogados ou assistentes técnicos (Ivam Peleias e Fabíola Peleias), tendo ele
respondido que NÃO, ressaltando, porém, que, no tocante ao Sr. Ivam Ricardo Peleias, haviam sido sócios
nas sociedades “IRPE – Perícia e Consultoria” e “De Ornelas Perícia Contábil e Arbitragem” até 12 de maio
de 2016, com destaque para o fato de que, em relação a esta última, o rompimento formal do vínculo
operara-se apenas em 28 de fevereiro de 2018.

Já em audiência no Tribunal Arbitral, ao ser perquirido, MARTINHO afirmou que, anteriormente àquele
processo em trâmite, já tinha conhecimento da existência da PETRA CAPITAL e da PETRA ASSET, pois
sua filha, quinze anos atrás, havia sido estagiária ou tinha trabalhado em uma delas, acrescentando que isso
em nada o influenciaria no exercício da função de perito.

Pois bem, ocorre que os documentos de arbitragem foram submetidos à Diretoria de “Compliance” para a
realização do procedimento interno correlato, tendo sido concluído o consectário trabalho, e no qual foi
descoberto, com base em informações documentais, que o Sr. MARTINHO MAURÍCIO GOMES DE
ORNELAS fora investidor na corretora, de 2006 a 2014. E não ele apenas, também a sua empresa – DE
ORNELAS - CONTADORES FORENSES SOCIEDADE SIMPLES LTDA.

Ambos (MARTINHO e sua empresa), como se vê, foram clientes de longa data do GRUPO PETRA,
conforme comprovam e-mails inclusos ao requerimento de instauração – e neste colacionados. Por sinal, as
iniciais operações financeiras foram mantidas antes mesmo de sua filha lá ter atuado.

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TIAGO FERNANDO CORREIA, DELEGADO DE POLÍCIA, certificado pela POLICIA CIVIL DO ESTADO DE SAO PAULO:04236548000196 em 02-10-2
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Nº Inquérito: Ano: Delegacia: DICCA - 03ª DEL.POL.

E não bastasse, no curso da audiência há pouco mencionada, MARTINHO teria dito que jamais investiria
seus “minguados investimentos financeiros” numa entidade em que não tivesse confiança. Presume-se que,
se no passado o fez junto à PETRA, era porque a conhecia.

Énítido, pois, que MARTINHO MAURÍCIO GOMES DE ORNELAS faltou com a verdade no contexto do
processo arbitral encimado, omitindo dados relevantes e negando-se a, quando instado, reconhecer a
possível ausência de imparcialidade para o desempenho da designação que lhe fora atribuída.

Em tese, os fatos parecem amoldar-se aos tipos penais consubstanciados nos artigos 299 “ou” 342 do
Código Penal, a depender do que o curso da “Persecutio Criminis” demonstrar, sem prejuízo, por óbvio, de
outras infrações penais que eventualmente possam vir a surgir diante do avanço das investigações.

EM FACE DISSO, atendendo ao disposto no artigo 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, DECLARO
instaurado Inquérito Policial para a formal

investigação dos noticiados ilícitos penais, determinando ao Escrivão de Polícia de meu cargo que, autuada
e registrada a presente PORTARIA, e com a juntada da correlata documentação, adote preliminarmente as
seguintes providências:

1. Expeça mensagem eletrônica à operosa Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Administração e
Fraudes Decorrentes das Atividades de Trânsito, Combate à Corrupção e Lavagem ou Ocultação de Bens,
Direitos e Valores informando quanto à instauração do IP-e.

2. Decreto, com arrimo no artigo 20 do Código de Processo Penal, o sigilo dos autos.

Em seguida, v. os autos conclusos para ulteriores deliberações.

Cumpra-se.

S.PAULO,30 de Setembro de 2024.

TIAGO FERNANDO CORREIA

Delegado de Polícia
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DELEGADO DE POLÍCh DA DTVISÃO

DE CRIMES CONTRA A ADMINISTRAçÃO E FRAUDES
DECORRENTES DE TRÂNSITO, COMBATE coRRUPÇÃo E

LAVAGEM OU OCULTAÇAO DE BENS, DIR os VALORES

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PEDIDO DE INS ODE IG

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PgTRÂ GEST Ão DE II.IVESTIMENTOS

LTDAT, pessoa jurídica de to vado devidamente irscrita no MF com o
CNPJ n'09.204.714l sede na Avenida Paulista, 1842, Torre Norte,
térreo, coniunto & sala Peua" Bela Vista" 01310-200, São Paulo/SP, neste ato
representada por sua sócia, MARIA CLAUDIA BELDI2, engenheira, inscrita
no MF com o CPF n" 077.993.458-36, vem, por seus advogados3,

rcspeitosamente à de Vossa Excelência para, com fundamento no art.

5", II do Código Processo Penal, requerer a INSTAURAÇAO DE

INQUÉRITO POLIC , em razão dos motivos fáticos e juúdicos
expostos.

I Doc. 1 - AlteÍação de conbato so{ial.

2 Doc. 2 - Documento de identidade.
I Doc. 3 - Instrurnento particular de procu-ação.

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8uâ Pêljlc Â.Itôn'ô úe {.sí!n!en!o,145 i 9E +riãr I q.95 | jê.4}r Poírâ.4r Cána I CiP UÍ}t7-{S i so.o.âi}r -SP I'i } 55151211-2922

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