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Introdução
A ciência é uma das figuras geométricas mais importantes e presentes na matemática e
em diversas aplicações práticas, desde a arquitetura e engenharia até a física e a
astronomia. Definida como o conjunto de todos os pontos de um plano que estão a uma
distância fixa de um ponto central, as características possuem características e
propriedades únicas que tornam seu estudo essencial para a compreensão da geometria
euclidiana.
Este trabalho visa explorar os principais elementos de uma funcionalidade, como o
centro, o raio, o diâmetro, as cordas e os arcos. Além disso, abordaremos a posição
relativa de uma reta em relação a uma situação e as implicações dessa relação em
problemas geométricos. Outro aspecto importante a ser analisado são os diferentes tipos
de ângulos que podem ser formados em uma função, os quais possuem propriedades
específicas que influenciam o cálculo de medidas angulares e de
A última parte do trabalho discutirá como determinar as coordenadas do centro e o valor
do raio de uma habilidade, utilizando a proposta da oferta no plano cartesiano. Com
uma análise detalhada desses elementos, buscamos apresentar uma compreensão
completa e fundamentada sobre os aspectos principais das circunstâncias
Objetivos:
Geral:
Analisar e compreender os principais elementos da circunferência
Específicos:
identificar e descrever os elementos fundamentais de uma especialidade,
incluindo centro, raio, diâmetro, cordas
Estudar as diferentes posições relacionadas entre uma reta e uma capacidade
(secante, tangente e externa).
Metodologia
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A CIRCUNFERÊNCIA
Uma circunferência é um conjunto de pontos pertencentes ao plano que, dado um
ponto fixo C, possuem a mesma distância até o ponto C. Em outras palavras, dada a
distância “r” e o ponto fixo C, qualquer ponto A que possui a distância de A até C igual
a r é um ponto pertencente à circunferência.
É importante destacar que círculo e circunferência são coisas diferentes, pois o primeiro é a
região delimitada por uma circunferência, já o segundo é apenas o contorno do círculo.
Existem fórmulas específicas para calcular-se a área de um círculo e o comprimento da
circunferência. Na geometria analítica, é possível encontrar-
se a equação geral e a equação reduzida de uma circunferência.
ELEMENTOS DA CIRCUNFERÊNCIA
A circunferência possui elementos importantes, sendo eles o raio r, o centro C, o diâmetro d e
as cordas.
O compasso é um instrumento utilizado para desenhar circunferências.
Centro e raio
Para construir-se uma circunferência, seu centro, como o nome sugere, é o ponto que está no
meio e a uma mesma distância da figura. O raio denotado por r é qualquer seguimento de reta
que parte do centro e vai até a circunferência. A distância r é de grande importância para
calcular-se a área e o comprimento da figura.
C → Centro da circunferência
r → raio da circunferência
Diâmetro e corda
A corda é um seguimento de reta que possui as duas extremidades na circunferência, e o
diâmetro é qualquer corda que passa pelo centro.
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O seguimento EF é uma corda, e o seguimento AD, um diâmetro.
Vale ressaltar que o comprimento do diâmetro é igual a duas vezes o comprimento do raio, ou
seja: d = 2r
DIFERENÇA ENTRE CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA
Como discutimos, a circunferência é formada por todos os pontos que estão a uma mesma
distância r do centro, e o círculo é a região delimitada pela circunferência, ou seja, a
circunferência é o contorno e o círculo é a região que está dentro do contorno.
Circunferência e círculo
respectivamente.
COMPRIMENTO DE CIRCUNFERÊNCIA
O comprimento da circunferência é a medida do seu contorno, muitas vezes chamada de
perímetro, no entanto, como a circunferência não é um polígono, não utilizamos o termo
perímetro, e sim comprimento.
C = 2·π·r
C → comprimento
r → raio
π → (pi)
Observação: O π é um número irracional bastante antigo e foi estudado por vários
povos. Ele é representado dessa maneira, por uma letra grega, pelo fato de ser um
número irracional, ou seja, uma dízima não periódica. Veja alguns dígitos do número
π.
π = 3,14159265358979...
Em questões de provas e vestibulares com problemas envolvendo o π, é bastante
comum que o enunciado dê a aproximação dele, geralmente, utilizando, no máximo,
duas casas decimais, ou seja, 3,14. Ainda, é comum também a utilização de nenhuma
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casa decimal, ou seja, π = 3, ou somente uma, π = 3,1. Cabe à questão informar qual
valor deve ser usado, ou, quando esse valor não for informado, podemos utilizar apenas
o símbolo π.
Exemplo 1:
Calcule o comprimento da circunferência que possui raio igual a 5 cm (use π = 3,1).
C = 2· π · r
C = 2 · 3,1 · 5
C = 6,2 · 5
C = 31 cm
Exemplo 2:
Calcule o comprimento da circunferência a seguir, sabendo que o seguimento AE possui
14 cm (use π = 3,1).
O comprimento AE é igual ao diâmetro da circunferência, para encontrar o raio, basta
dividir por dois, ou seja, r = 7 cm.
C = 2 · 3,1 · 7
C = 6,2 · 7
C = 43,4 cm
ÁREA DA CIRCUNFERÊNCIA
Assim como o comprimento, para encontrar a área da circunferência, basta utilizarmos a
seguinte fórmula:
A = π · r²
Exemplo:
Calcule a área de uma circunferência que possui raio igual a 4 cm (use π = 3).
A = π · r²
A= 3 · 4²
A= 3 · 16
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A = 48 cm²
EQUAÇÃO REDUZIDA DA CIRCUNFERÊNCIA
Na geometria analítica, é bastante comum procurar equações que representem as
figuras planas. A circunferência é uma dessas figuras e possui sua equação
reduzida e geral. A equação reduzida de uma circunferência de raio r e centro C
( x c , y c )é representada por:
(x – xc)² + (y – yc)² = r
EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA
A equação geral da circunferência é encontrada com base no desenvolvimento da
equação reduzida. Ao resolver os produtos notáveis, encontraremos a seguinte
equação:
x² + y² – 2xcx – 2yby + (xc² + yc² – r²) = 0
Exemplo:
Dada a circunferência, encontre a sua equação geral e a sua equação reduzida.
Primeiro encontraremos a equação reduzida, para
isso, vamos encontrar o centro e o raio. Note que o centro da circunferência é o ponto C
(-1,1). Para encontrar o raio, basta perceber que a extremidade da circunferência fica a
duas unidades do centro, sendo assim, o raio é igual a 2. Então, temos a sua equação
reduzida.
Equação reduzida:
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(x – (-1))² + (y – 1)² = 2
(x + 1)² + (y – 1)² = 2
Equação geral:
Para encontrar a equação geral, vamos desenvolver os produtos notáveis, encontrando a
seguinte equação:
x² + 2x + 1 + y² – 2y + 1 = 2
x² + y² + 2x – 2y + 2 – 2 = 0
x² + y² + 2x – 2y = 0
posição relativa de uma recta e de uma circunferência
A posição relativa entre uma reta e uma circunferência está relacionada ao número de
pontos que essas duas figuras podem compartilhar entre si.
Recta tangente, externa ou secante são posições entre recta e circunferência.
Quando uma reta e uma circunferência são definidas sobre um mesmo plano, podemos
analisar as posições que cada uma ocupa em relação à outra. O conjunto dos resultados
dessa análise é conhecido como posições relativas entre reta e circunferência. Cada
uma dessas posições observadas está relacionada a uma quantidade de pontos
partilhados ou não pelas figuras entre si. A seguir, discutiremos quais são esses tipos de
posições relativas.
Reta externa à circunferência
Quando a reta e a circunferência não possuem nenhum ponto sequer em comum,
dizemos que a reta é externa à circunferência.
Assim, digamos que P seja um ponto da reta cuja distância até o centro
da circunferência é a menor possível, e que C é um ponto qualquer da circunferência.
Nessas circunstâncias, PC > r, em que r é o raio.
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Observe que o segmento PC é perpendicular à reta, pois essa é a exigência para que ele
seja o menor segmento a ligá-la ao centro da circunferência.
Reta tangente à circunferência
Quando a reta e a circunferência possuem apenas um ponto em comum, dizemos que
a reta é tangente à circunferência.
Nesse caso, sendo P um ponto da reta cuja distância até o centro C seja a menor
possível, PC = r, em que r é o raio da circunferência. Além disso, P é o ponto em
comum entre as duas figuras, também chamado de ponto de tangência.
Observe que o raio da circunferência que contém o
ponto P forma um ângulo de 90° com a reta tangente. Essa característica é uma
propriedade desse tipo de posição: a reta tangente a uma circunferência de centro C, no
ponto P, é perpendicular ao raio CP, independentemente da localização do ponto P ou
da posição da reta.
Reta secante à circunferência
Quando a reta e a circunferência possuem dois pontos em comum, dizemos que a reta
é secante à circunferência.
Seja P o ponto da reta cuja distância até o centro C da circunferência seja a menor
possível, o segmento PC será perpendicular à reta e sua medida sempre será menor que
o raio, ou seja, PC < r.
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Na imagem acima, os pontos em comum entre a reta e a circunferência são A e B.
Observe que foram formados dois triângulos: APC e BPC. Como os segmentos CA e
CB são raios, eles possuem a mesma medida, por isso, o triângulo ABC é isósceles e,
assim, os ângulos A e B apresentam a mesma medida. Além disso, os ângulos formados
pelo segmento PC e a reta são de 90°, assim, considerando o caso LAA de congruência,
concluímos que os triângulos APC e BPC são congruentes.
Exemplo1:
1. Verifique o posicionamento da reta r, dada pela equação 2x + y – 1 = 0 em
relação à circunferência de equação x² + y² + 6x – 8y = 0.
Resolução
Determinar as coordenadas do centro da circunferência é a medida do raio:
x² + y² + 6x – 8y = 0
x² + 6x + y² – 8y = 0
x² + 6x → completando o trinômio
x² + 6x + 9 = (x + 3) ²
y² – 8y → completando o trinômio
y² – 8y + 16 = (y – 4) ²
x² + 6x + y² – 8y = 0
x² + 6x + 9 + y² – 8y + 16 = 9 + 16
(x + 3) ² + (y – 4) ² = 25
A fórmula geral de uma equação da circunferência é dada por (x – a) ² + (y – b) ² = r²,
dessa forma:
Coordenadas do centro: (–3; 4)
Medida do raio: 5
Determinando a distância entre o centro e a reta
Recta r: 2x + y – 1 = 0
Coordenadas do centro: (–3; 4)
Medida do raio: 5
Determinando a distância entre o centro e a reta
Reta r: 2x + y – 1 = 0
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Exemplo2:
1. Dada a reta s representada pela equação 2x – y + 1 = 0 e a circunferência de
equação
x² + y² – 2x = 0, determine a posição relativa entre elas.
Resolução
Vamos estabelecer um sistema entre as duas equações:
Reta: 2x – y + 1 = 0
Circunferência: x² + y² – 2x = 0
Resolvendo o sistema pelo método da substituição:
Isolando y na 1ª equação:
2x – y + 1 = 0
– y = –1 – 2x
y = 1 + 2x
Substituindo y na 2ª equação:
x² + (1 + 2x) ² – 2x = 0
x² + 1 + 4x + 4x² – 2x = 0
5x² + 2x + 1 = 0
∆ = b² – 4ac
∆ = 2² – 4 * 5 * 1
∆ = 4 – 20
∆ = –16
Quando ∆ < 0, a equação não possui raízes. Dessa forma o sistema não possuirá
soluções. Portanto, a reta é externa à circunferência.
Ângulos numa circunferência
"Os estudos referentes a ângulos na circunferência auxiliaram e auxiliam até hoje a
geometria plana. Com aplicações na astronomia e em outras áreas do conhecimento,
esse estudo foi se aprofundando e desenvolvendo relações e propriedades diferentes
para cada um dos casos. Os casos são:
ângulo central;
ângulo inscrito;
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ângulo interno;
ângulo excêntrico interno;
ângulo excêntrico externo;
ângulo de segmento.
Casos de ângulos na circunferência
Os estudos dos ângulos na circunferência relacionam os arcos formados pelos ângulos
com o próprio ângulo.
Ângulo central
Ocorre quando o ângulo está no centro da circunferência. Quando isso acontece,
podemos dizer que a amplitude do ângulo central é igual à amplitude do arco.
Exemplo:
1. Calcule o valor de x na circunferência a seguir.
Resolução
Sabendo que AÔB é o ângulo central e que ele corresponde ao valor do arco, então
temos que:
2x + 5º = 45º
2x = 45º – 5º
2x = 40º
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x = 40º: 2
x = 20º.
Ângulo inscrito na circunferência
Um ângulo é conhecido como inscrito quando o seu vértice for um ponto da
circunferência. Quando isso ocorre, a amplitude do arco é igual à metade da medida do
ângulo.
Exemplo1:
1. Qual é o valor do ângulo BÂC no triângulo a seguir?
Resolução
Analisando a circunferência, o arco formado pelos pontos AB tem amplitude igual à
meia circunferência, ou seja, 180º.Como o ângulo C é inscrito, então ele corresponde à
metade de 180º, logo o ângulo C é igual a 90º.
A soma dos ângulos internos do triângulo é sempre igual a 180º, então temos que:
25º + BÂC + 90º = 180º
BÂC = 180º – 90º – 25º
BÂC = 90º – 25º
BÂC = 65º.
Ângulo excêntrico interno
Um ângulo é conhecido como excêntrico interno quando ele não está no centro da
circunferência, mas está localizado na parte interior da circunferência, não podendo ser
um ângulo inscrito. Quando isso ocorre, podemos definir dois arcos. O ângulo será a
média aritmética entre eles, ou seja, a soma dividida por dois.
Exemplo:
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1. Calcule o valor do ângulo α na circunferência sabendo que C não é o centro da
circunferência.
Resolução
75+35 110 ◦
α= = =55
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Ângulo excêntrico externo
Conhecemos como excêntrico externo o ângulo que é externo à circunferência.
Quando isso ocorre, ele forma dois arcos, e o valor do ângulo é calculado pela
metade da diferença entre o arco maior e o arco menor.
Exemplo:
1. Calcule o valor do ângulo α.
Resolução
80−20 60 ◦
α= = =30
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Ângulos de segmento
O ângulo é conhecido como ângulo de segmento quando ele é formato por um segmento
de reta tangente à circunferência e o outro não. Quando isso ocorre, o ângulo é igual à
metade do arco.
Exemplo:
1. Qual é o valor do ângulo α na circunferência a seguir?
Resolução
Analisando a figura, sabemos que o ângulo α é igual à metade do arco, ou seja, metade de
120º, então α = 60º.
Coordenadas do centro e medida do raio da circunferência
Existe uma técnica utilizada para encontrar o centro de uma circunferência, substituindo três
pontos pertencentes a ela na equação reduzida da circunferência.
Para encontrar as coordenadas do centro de uma circunferência qualquer, a seguinte técnica
pode ser utilizada:
Escolher três pontos pertencentes à circunferência dada;
Substituir as coordenadas de cada ponto em uma equação reduzida da circunferência,
formando, assim, 3 equações; e
Com essas 3 equações, montar um sistema e resolvê-lo.
1- Utilizando o exemplo acima, escolhemos os três pontos A (0,0), B (8,0) e C (0,4)
2- A equação reduzida da circunferência é:
(x - a)2 + (y - b)2 = r2
3- Onde “x” e “y” são as coordenadas do centro, “a” e
“b” são as coordenadas de um ponto qualquer, e “r”
é o raio.
4- Substituindo o ponto A na equação reduzida da
circunferência teremos a equação I:
(x - 0)2 + (y - 0)2 = r2
5- x2 + y2 = r2
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6- Substituindo o ponto B na equação reduzida da
circunferência teremos a equação II:
7- (x - 8)2 + (y - 0)2 = r2
8- x2 – 16x + 64 + y2 = r2
9- Substituindo o ponto D na equação reduzida da
circunferência teremos a equação III:
10- (x - 0)2 + (y - 4)2 = r2
11- x2 + y2 – 8y + 16 = r2
12- Montagem do sistema e resolução:
13- I- x2 + y2 = r2
14- II- x2 – 16x + 64 + y2 = r2
15- III- x2 + y2 – 8y + 16 = r2
16- Subtraindo a equação I da equação II teremos:
17- -16x + 64 = 0
18- 16x = 64
19- x = 64
16
20- x=4
21- Subtraindo a equação II da equação III teremos:
22- -8y + 16 = 0
23- 8y = 16
24- y = 16
8
25- y=2
Os valores encontrados para x e y são justamente o
par ordenado referente ao centro da
circunferência, que agora já pode ser escrito e
representado: C(4,2).