UNIVERSIDADE PÚNGUÈ
Faculdade de Ciências Exactas e Tecnológicas
Licenciatura em Física Aplicada – 2o Ano
Fenómenos aleatórios
Operações com acontecimentos
Charifo Figia
Délcio Rafael
Julieta Mário
Rosária Duarte
Vasco Maneira
Wilton Fabião
Chimoio, Outubro de 2024.
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Charifo Figia
Délcio Rafael
Julieta Mário
Rosária Duarte
Vasco Maneira
Wilton Fabião
Fenómenos aleatórios
Operações com acontecimentos
Trabalho de carácter avaliativo, da cadeira
de Estatística e probabilidades, a ser
submetido na Universidade Púnguè, na
Faculdade de Ciências Exactas e
Tecnológicas, no Departamento de Física,
sob orientação de:
PhD Natércio Mucavele & Dr. Lino
Weca
Chimoio, Outubro de 2024.
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Índice
1 Introdução.......................................................................................................................4
1.1 Objectivos................................................................................................................4
1.1.1 Objectivo geral..................................................................................................4
1.1.2 Objectivos específicos.......................................................................................4
1.2 Metodologia.............................................................................................................4
2 Fenómeno aleatório........................................................................................................5
2.1 Espaço amostral.......................................................................................................5
2.2 Eventos aleatórios....................................................................................................5
3 Operações com acontecimentos.....................................................................................6
3.1 União de acontecimentos.........................................................................................7
3.2 Intersecção de acontecimentos.................................................................................7
3.3 Complementar de um acontecimento......................................................................8
3.4 Exclusão de acontecimentos....................................................................................8
4 Conclusão.......................................................................................................................9
5 Referências bibliográficas............................................................................................10
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1 Introdução
No nosso quotidiano, lidamos sempre com situações onde está presente a
incerteza do resultado, embora, muitas vezes, os resultados possíveis sejam conhecidos.
Por exemplo: o sexo de um embrião pode ser masculino ou feminino, mas só saberemos
o resultado quando o experimento se concretizar, ou seja, quando o bebé nascer. Se
estivermos interessados na face voltada para cima quando jogarmos um dado, os
resultados possíveis serão 1, 2, 3, 4, 5, 6, mas saberemos o resultado quando o
experimento se completar, ou seja, quando o dado atingir a superfície sobre a qual foi
lançada.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo geral
Compreender os fenómenos aleatórios
1.1.2 Objectivos específicos
Caracterizar os fenómenos aleatórios, espaço amostral e evento
Mostrar exemplos de fenómenos aleatórios, espaço amostral e evento
Explicar as operações entre acontecimentos
1.2 Metodologia
Buscando analisar a temática proposta, será pautado na investigação a respeito
do tema proposto. De forma a atingir maior veracidade possível no conhecimento da
problemática a ser estudada.
Para efectização desse trabalho, usou-se o procedimento de colecta de dados,
método bibliográfico, que na visão de Lakatos e Marconi (2003) trata-se do
levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o
assunto que está sendo pesquisado, em livros, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, revistas, materiais cartográficas, com o objectivo de colocar o pesquisador
em contacto directo com todo material já escrito.
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2 Fenómeno aleatório
Segundo Farias e Laurencel (2007), fenómeno aleatório é um processo que acusa
variabilidade em seus resultados, isto é, repetindo – se o experimento sob as mesmas
condições, os resultados serão diferentes. Contrapondo aos fenómenos aleatórios, temos
fenómenos determinísticos, que são experimentos que, repetidos sob as mesmas
condições, produzem resultados idênticos.
Um fenómeno diz – se que é um fenómeno aleatório quando o resultado de cada
realização é incerto, mas admite – se ser possível encontrar um padrão de
comportamento, depois de muitas repetições (Martins, 2014).
Exemplo:
O lançamento de uma moeda é um fenómeno aleatório, uma vez que, em cada
lançamento, mantidas as mesmas condições, não podemos prever qual das duas faces
(cara ou coroa) cairá para cima.
2.1 Espaço amostral
O espaço amostral de um experimento aleatório é o conjunto de todos os
resultados possíveis desse experimento. Vamos denotar tal conjunto pela letra grega
ómega Ω. Quando o espaço amostral é finito ou infinito enumerável, é chamado de
espaço amostral discreto. Caso contrário, isto é, quando não é enumerável, é chamado
de espaço amostral contínuo (Farias & Laurecel, 2007).
Exemplo:
Consideremos o experimento aleatório "lançamento de um dado". O espaço amostral é:
Ω={ 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 6 }
Sendo, portanto, um espaço amostral discreto.
2.2 Eventos aleatórios
Os subconjuntos de Ω são chamados eventos aleatórios, e os elementos de Ω são
chamados eventos elementares. A classe dos eventos aleatórios de um espaço amostral
Ω, que denotaremos por Ϝ ( Ω ), é o conjunto de todos os eventos (isto é, de todos os
subconjuntos) do espaço amostral. Consideremos um espaço amostral com três
elementos:
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Ω={ ω1 , ω2 , ω3 }
A classe dos eventos aleatórios é:
Ϝ ( Ω )={∅ , { ω1 } , { ω 2 } , { ω3 } , { ω1 , ω2 } , { ω 1 , ω 3 } , { ω2 , ω3 } , { ω1 , ω2 , ω3 } }
Os eventos, sendo conjuntos, serão representados por letras maiúsculas do nosso
alfabeto, enquanto os elementos de um evento serão representados por letras
minúsculas.
Exemplo:
Consideremos o experimento aleatório "lançamento de um dado". O espaço
amostral é Ω={ 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 6 }. Os eventos elementares são { 1 } , { 2 } , { 3 } , { 4 } , {5 } , { 6 }. Os
outros eventos são: "face par"¿ { 2 , 4 , 6 }, "face ímpar"¿ { 1 ,3 ,5 }.
Exemplo:
Consideremos o lançamento simultâneo de duas moedas. Vamos representar por K a
ocorrência de cara e por C a ocorrência de coroa. Um espaço amostral desse
experimento é Ω={ KK , KC , CK , CC } , que também é um espaço amostral discreto. Os
eventos elementares são: { KK } , { KC } , {CK } , {CC }, e um outro evento é "cara o primeiro
lançamento" ¿ { KC , KK }.
3 Operações com acontecimentos
A álgebra de eventos ou acontecimentos constrói – se por analogia com a
álgebra de conjuntos.
Algumas propriedades das operações definidas sobre acontecimentos:
1. Associativa: A ∪ ( B∪ C )= ( A ∪ B ) ∪ C ; A ∩ ( B ∩C ) =( A ∩B ) ∩C
2. Comutativa: A ∪ B=B ∪ A ; A ∩ B=B ∩ A
3. Distributiva: A ∪ ( B∩ C )= ( A ∪ B ) ∩ ( A ∪ C ) ; A ∩ ( B ∪ C ) =( A ∩B ) ∪ ( A ∩C )
4. Leis de Morgan: A ∪ B= A ∩ B ; A ∩B= A ∪ B
5. União numerável de acontecimentos: A1 , A 2 ,… , A n=∪∞i=1 A i
6. Intersecção numerável de acontecimentos: A1 , A 2 ,… , A n=∩∞i=1 A i
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3.1 União de acontecimentos
A união de dois acontecimentos A e B, é o acontecimento que se realiza quando
pelo menos um deles se realiza, e representa – se por A ∪ B.
Exemplo:
Consideremos o experimento do lançamento de duas moedas, onde o espaço amostral é
Ω={ KK , KC , CK , CC }. Seja o evento A=ocorrência de exactamente 1 cara e
B=duas faces iguais . Então A={ KC ,CK } e B= {CC , KK }, logo A ∪ B=Ω.
3.2 Intersecção de acontecimentos
A intersecção de dois acontecimentos A e B, é o acontecimento que se realiza
quando ambos se realizam, e representa – se por A ∩ B.
Exemplo:
Consideremos o experimento "lançamento de dois dados" e os eventos
A=soma das faces é um número par e B=somas das faces é um número maior que 9 .
Calcule A ∩ B.
Solução:
O espaço amostral desse experimento, que tem 36 elementos, é:
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Ω={ ( 1 ,1 ) , ( 1 ,2 ) , … , ( 1 ,6 ) , ( 2 , 1 ) , … , ( 2 , 6 ) , … , (6 ,6 ) }
Para que um elemento pertença à intersecção A ∩ B, ele tem que pertencer
simultaneamente ao evento A e ao evento B. O evento B é:
B= { ( 4 , 6 ) , ( 5 , 5 ) , ( 5 , 6 ) , ( 6 , 4 ) , ( 6 ,5 ) , ( 6 , 6 ) }
Dos seus elementos, os únicos que pertencem ao evento A , isto é, quem têm soma das
faces par, são os eventos ( 4 , 6 ) , (5 ,5 ) , ( 6 , 4 ) e ( 6 , 6 ) .
Logo, A ∩ B= { ( 4 , 6 ) , ( 5 , 5 ) , ( 6 , 4 ) , ( 6 , 6 ) }.
3.3 Complementar de um acontecimento
O complementar de um acontecimento A , denotado por A ou Ac , é a negação de
A . Então, o complementar de A é formado pelos elementos que não pertencem a A .
Exemplo:
Consideremos o lançamento de um dado e seja A=face par . Então, A é o evento "face
ímpar". Note que A={ 2 , 4 , 6 } e A={ 1 ,3 , 5 } e Ω=A ∪ A .
3.4 Exclusão de acontecimentos
Dois eventos A e B são mutuamente exclusivos quando eles não podem ocorrer
simultaneamente, isto é, quando a ocorrência de um impossibilita a ocorrência do outro.
Isto significa dizer que os eventos A e B não têm elementos em comum. Então, dois
eventos A e B são simultaneamente exclusivos quando sua intersecção é o conjunto
vazio, isto é, A ∩ B=∅ .
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Exemplo:
Consideremos novamente o experimento "lançamento de dois dados" e sejam os
eventos A=soma das faces é ímpar e B= duas facesiguais . Então, A e B são
mutuamente exclusivos porque a soma de dois números iguais é sempre um numero par.
4 Conclusão
Fenómeno aleatório é todo fenómeno que poderá ser repetido sob mesmas
condições, e o resultado é incerto. Lançamento de um dado é um exemplo de um
fenómeno aleatório, pois não se sabe qual é a face que estará voltada para cima.
Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um
experimento. Cada resultado do espaço amostral é considerado um ponto amostral.
Evento ou acontecimento é qualquer subconjunto do espaço amostral, é o acontecimento
ou realização do espaço amostral e deve ser sempre representado por letras maiúsculas
do alfabeto. Existem diferentes tipos de eventos, que são, evento simples ou elementar,
é aquele formado por um único elemento do espaço amostral. Evento composto, é
aquele formado por dois ou mais elementos do espaço amostral. O evento certo, é
aquele que ocorre sempre, isto é, em todas as realizações da experiência. O evento
representado pelo próprio conjunto que define o espaço amostral e o evento impossível,
é o evento que não possue elementos no espaço amostral, ou seja, nunca ocorrem.
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5 Referências bibliográficas
Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica. (5ª
ed). São Paulo: Atlas
Farias, A. M. L. & Laurencel, L. C. (2007). Probabilidade. Universidade Federal
Fluminense
Martins, M. E. G. (2014). Fenómeno aleatório. Rev. Ciência Elem., V2(04)