Faculdade de Medicina: Universidade Do Porto
Faculdade de Medicina: Universidade Do Porto
Faculdade de Medicina
Porto
Maio, 2002
João Luís Sarmento de Freitas
Porto
Maio, 2002
11
ReSUtno: Nas últimas décadas o conceito de alexitimia tem vindo a ganhar refinamento
teórico e características alexitímicas têm sido implicadas num vasto leque de patologias. O
constructo foca a sua atenção no deficiente processamento cognitivo das emoções, que assim
se vêm privadas da simbolexia do acontecer corporal. Estudos anteriores que compararam
características alexitímicas entre perturbação do pânico (PAN), fobia social (FS) e
perturbação obsessivo-compulsiva (POC), suportam a ideia de que a PAN se insere melhor
no modelo da disregulação afectiva do que a FS e a POC. Situação que sugere que os
pacientes FS e POC possuem intrinsecamente maior habilidade para usar o sinal ansioso e
assim mobilizarem mecanismos de defesa de ordem superior, o que permite a formação de
estruturas psiconeuróticas que contêm a ansiedade. Na linha destes estudos o autor, após um
enquadramento teórico em que aborda os principais constructos envolvidos (assimetria
cerebral, conversão e alexitimia), lança mão de um estudo exploratório comparativo com o
objectivo de situar a perturbação de conversão nesta moldura teórica. Introduziu-se uma
abordagem neuropsicológica com o objectivo de explorar eventuais factores predisponentes
do fenómeno conversivo, ao mesmo tempo que se exploram possíveis correlações entre
variáveis neuropsicológicas e alexitimia. A amostra é constituída por 37 doentes, todos do
sexo feminino, seleccionados na consulta externa do Hospital Conde Ferreira, divididos em
dois grupos: 21 com o diagnóstico de perturbação de conversão e 16 com perturbação do
Ill
Mia Couto
in Contos do Nascer da Terra.
V
índice Geral
r
Vlll
Indice de Quadros
ix
índice de Figuras
xi
índice de Abreviaturas
PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO 1
Capítulo 2. Da Conversão 27
2.1. Da histeria às perturbações somatoformes 27
2.1.1. Neurose Histérica: breve resumo histórico do conceito 27
2.1.2. A contribuição psicanalítica 28
2.1.3. Conversão versus Dissociação 30
2.1.4. A Neurose visceral 35
2.1.5. A tese endovitalista: os destinos do angustiar 37
2.1.6. Evolução do conceito nas classificações internacionais 40
2.2. Perturbação de Conversão: aspectos clínicos e prevalência 42
2.2.1. Aspectos clínicos 42
2.2.2. Incidência e prevalência 43
2.2.3. Comorbilidade 44
2.2.4. Validade do diagnóstico 46
2.3. Neuropsicologia e perturbação de conversão 48
PARTE II - O ESTUDO 72
Capítulo 2. Resultados 96
2.1. Caracterização da amostra 96
2.1.1. Características sociodemográfícas 96
2.1.2. Características clínicas 101
2.1.3. HDRSeHARS 103
2.1.4. Características dos fenómenos conversivos 104
2.2. TAS-20 e factores 106
2.3. Correlação entre variáveis sociodemográfícas e a TAS-20 109
2.4. Correlação entre variáveis clínicas e a TAS-20 110
2.5. Lateralidade 111
2.6. Testes neuropsicológicos 113
2.7. Correlação entre a TAS-20 e variáveis neuropsicológicas 123
Anexos 156
VIU
Lista de Quadros
grupos, % 100
n, % 105
Figura 9 - Média, valor max., valor min. das pontuações obtidas na TAS-20,
F l , F 2 e F 3 da TAS-20 108
em% 118
de posturas, em % 120
Lista de Abreviaturas
Agradecimentos:
à Dra. Joana Soares, psicóloga clínica e também ela candidata ao grau de mestre por
outra universidade, pela mútua troca de conhecimentos e colaboração no tema da
alexitimia;
ao Hospital Conde de Ferreira, casa onde aprendi tudo o que sei de Psiquiatria e que
mais uma vez, esteve ao meu lado em tão árdua tarefa. Ao Dr. Manuel Matos, seu último
director e ao Dr. José Rocha, responsável da Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental em
Valongo, por me terem aberto todas as portas para a realização do trabalho clínico;
ao Dr. Bernardo Teixeira Coelho, pelo carinho que todos os dias me dispensa e porque
colocou à minha inteira disposição a sua biblioteca de livros raros;
ao Prof Doutor Jorge Lume, meu orientador, pelo estímulo e pela confiança depositada.
Ele acreditou neste projecto antes mesmo de mim próprio;
aos meus pais e à minha mulher, Isabel, pela tolerância com que encararam o prejuízo
que lhes causei.
Parte I
Enquadramento Teórico
2
metades que se dispõem como imagens de um espelho, ligadas por conjuntos distintos de
cruzado: o hemisfério esquerdo controla o lado direito e o hemisfério direito controla o lado
esquerdo do corpo.
entanto a que ambos os lados sejam equivalentes em todos os seus aspectos. Qualquer
Esta assimetria nas habilidades manuais é apenas uma das várias assimetrias básicas
paralisias dos membros à direita, sugerindo assim uma ligação entre linguagem e
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 3
apreciado até finais do séc. XIX. Até então, a comunidade científica acreditava que o
circunvolução frontal e, facto muito interessante, em todos eles a lesão situava-se no lado
esquerdo. Não me tento a tirar nenhuma conclusão e aguardo novas observações. " '
Mas é Paul Broca quem, em 1864, localiza pela primeira vez o centro da linguagem
numa área específica, que toma o seu nome, e a situa no hemisfério esquerdo. Com o
Princípio de Broca - "o hemisfério que controla a linguagem encontra-se no lado oposto ao
"Os dois hemisférios não podem ser meras duplicações, pois a lesão de um só pode impedir
um homem de falar. Para estes processos, os da linguagem, e não antevejo nenhum superior, de
certo que um lado domina. Na maioria das pessoas é o hemisfério esquerdo o dominante, o
hemisfério da Vontade. O hemisfério direito é o lado dos processos automáticos. " '
Wada.
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 4
Por seu lado, com o teste que leva o seu nome, Juhn Wada desenvolveu um
hemisfério direito. Momentos antes da injecção, o paciente permanece deitado, com ambos
os braços levantados e pede-se-lhe que conte até vinte. Segundos após a injecção carotídea,
o membro do lado oposto ao da injecção cai. Este sinal permite documentar que o
se dá no lado oposto, o paciente ainda continua a contar durante alguns segundos e pode
concluem, contrariando o Princípio de Broca que, 95% dos destros tem a linguagem
sediada no hemisfério esquerdo. A maioria dos esquerdinos (70%) tem também a área da
E também com o estudo de Rasmunssen que se indicia pela primeira vez que o dano
Milner, 1977).
actividade eléctrica epiléptica de um hemisfério para outro. O autor concluía que tal
difusão, na sua maior parte ou mesmo na totalidade, ocorria através do corpo caloso, a
maior das comissuras brancas (bandas de axónios que ligam regiões de um hemisfério com
1
citado em Springer & Deutsch, 1995
2
citado em Gazzaniga, M.S., 1995
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 6
intervenção neurocirúrgico para casos epilépticos severos e que não respondiam a outras
esperavam encontrar nele importantes funções, dada a sua grande extensão enquanto
As primeiras teorias acerca das funções do corpo caloso remontam ao séc. XIX e a
Gustav Fechner. O autor acreditava que a consciência era um atributo dos hemisférios
cerebrais e que a continuidade entre eles era condição essencial para a unidade da
consciência. Fechner acreditava ainda que a divisão do cérebro pelo meio do corpo caloso
British Psychological Society, opunha-se às ideias de Fechner. Não aceitava a ideia de que
split-brain operation
2
cit. em Springer & Deutsch, 1998
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 7
Mas, também, o estado clínico dos doentes não melhorou significativamente (Springer &
Nos anos 50, Roger Sperry e Ronald Myers, no Instituto de Tecnologia da Califórnia,
a treino de discriminação visual em gatos, com secção do quiasma óptico num grupo, e do
quiasma óptico e corpo caloso noutro grupo. Myers e Sperry postularam que a calosotomia
discriminação visual só é assim conseguido por um dos hemisférios (Myers, 1956; Myers
incompletas dos dois hemisférios. Vogel e Bogen realizaram, assim, a primeira de uma
laboratório de Roger Sperry, viriam revelar uma história mais complexa. História que
Roger Sperry.
1
citado em Gazzaniga, M.S., 1995
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 8
de-casa calosotomizada por Bogen, servirá para nos introduzir nos fundamentos básicos
negro. A paciente é convidada a centrar a sua visão nesse ponto. Quando o experimentador
se assegura que a mesma assim o faz, projecta a imagem de uma chávena, à direita do
ponto negro. Interrogada sobre o que viu, a paciente identifica a chávena. De novo, a
imagem de uma colher, desta vez do lado direito do ponto negro. De novo interrogada
sobre o que viu, a paciente refere que não viu nada. A paciente é, então, convidada a
procurar debaixo do écran, apenas com recurso ao estímulo táctil e com a sua mão
esquerda, o objecto que acabou de observar, de entre um conjunto de outros. A sua mão
Quando interrogada sobre o objecto escolhido (atente-se que a paciente não o está a
projectada a imagem de uma mulher nua no campo visual esquerdo. A paciente cora e sorri.
Interrogada sobre o que viu responde: "Nada, apenas um flash de luz" e continua a sorrir.
"Porque é que sorri" pergunta o investigador. "Oh Dr., você tem cá uma máquina",
responde.
1
citado em Springer & Deutsch, 1998
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 9
Neste tipo de testes, em que o tempo de exposição visual é inferior a 200 mseg.
troca de informação entre os dois hemisférios. Cada hemisfério está "cego" para o que o
outro vê. Em consequência, o paciente relata com facilidade qualquer estímulo apresentado
no seu campo visual direito (que assim se apresenta ao seu hemisfério esquerdo, verbal).
Ainda que incapaz de nomear as informações projectadas ao seu hemisfério direito (campo
resultado das respostas motoras com a mão esquerda e à resposta emocional com a figura
da mulher nua.
Outros estudos se seguiram. Compete aqui, pelo seu pioneirismo e porque a seu
integração visuo-espacial (Gazzaniga, Bogen & Sperry, 1965); os estudo com as figuras
quiméricas (Levy, Trevarthen & Sperry, 1972); os estudos de identificação de rostos (Yin,
1969; Gazzaniga & Smylie, 1983); os estudos de integração da função táctil (Nebes, 1973;
Milner & Taylor, 1972); os estudos taquitóscopios (Gazzaniga & LeDoux, 1978); o estudo
os pequenos movimentos oculares rápidos que ocorrem quando o olhar se move de um ponto a
outro chamam-se movimentos oculares sacádicos. Uma vez iniciados são extremamente rápidos.
Levam apenas cerca de 200 mseg. a iniciarem-se a partir da posição de repouso.
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 10
Desenho do cubo, com cada uma das mãos Apraxia construtiva direita
membros superiores
Alguns autores apontam ainda a Alexitimia como uma característica dos síndromes
maciças (secções completas), incluindo o esplénio (parte posterior do corpo caloso). Por
outro lado, existe no interior do corpo caloso uma segregação de fibras em função das
informações que transmitem: uma lesão que poupa o esplénio permite a transferência de
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 11
informações visuais, e as lesões que provocam uma apraxia ideomotora esquerda são
anteriores às que provocam uma agrafia esquerda sem apraxia (Gil, 1999).
A Agenesia calosa pode evoluir para um atraso mental e/ou estado psicótico mas
também pode evoluir para uma função intelectiva normal, com ausência ou discretas
auditivas (Gil, 1999). Para explicar esta quase normalidade da transferência foram
propostos vários mecanismos: foi sugerida uma representação bihemisférica das funções
corpo caloso, nos estudos com audição dicótica, apresentarem uma redução da simetria
contrário dos indivíduos destros e normais que, na sua grande maioria, têm uma ligeira
Nos esquerdinos, os déficits não obedecem a uma inversão rigorosa. Aparecem mais
frequentemente como um conjunto composto; por exemplo, uma agrafia e uma apraxia
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 12
ideomotora direitas, uma mão estranha e uma alexia táctil esquerdas (Kolb & Whishaw,
passar despercebida numa entrevista clínica de rotina, por estar velada por sintomas da
lesão de estruturas vizinhas (como é o caso dos tumores) e, finalmente, porque mostra uma
exploração ocular, da verbalização dos odores e dos sons, que permitem ao paciente
bem como o desenvolvimento de outras estruturas extracalosas (Kolb & Whishaw, 1996;
Mas, e o que acontece com o corpo caloso funcional? O corpo caloso transmite as
facilitadoras?
O corpo caloso é uma via de banda larga por onde se transferem informações que
ligam áreas associativas interhemisféricas. Mas, ele também actua como um órgão que
limita a transferência (40% das fibras axonais que atravessam o corpo caloso são
desprovidas de mielina), (Seines, 1974)1. Dado que a mielina isola e é o garante de uma
1
citado em Joseph, 1989.
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 13
transmissão axonal eficaz, muita informação é perdida, mesmo quando não há qualquer
limitação anatómica para que tal aconteça. Particularmente, quando se lida com tarefas
reconhecida por um dos hemisférios. Mesmo a informação eficazmente transferida pode ser
processos inibitórios ou acções supressivas iniciadas, por exemplo, nos lobos frontais, de
impedida. Situação que foi por Hoppe designada por "comissurectomia funcional" (Hoppe
&Bogen, 1977).
interhemisférica.
funcionalmente desconecto e por muito boa razão. Estas condições protegem o cérebro e a
O único "efeito secundário" de dois hemisférios que nem sempre se encontram aptos
São possíveis as vivências de boa disposição, tristeza, humor depressivo, raiva, sem que o
próprio encontre razão para tal. E o mesmo se passa com pensamentos, impulsos, abalos
emocional. O hemisfério esquerdo apenas sabe que alguma coisa está a ser vivenciada mas
desconhece exactamente o quê e porquê ou, então, confabula, racionaliza e explica o que
organizado num todo, composto por dois sistemas equipotenciais e colaborantes, mas
dos movimentos das articulações (Luria, 1980; Joseph, 1989; Kimura, 1993), e da
percepção e catalogação de todo o material que possa ser codificado em termos linguísticos
ou numa estrutura de sequência temporal ou linear (Efron, 1963; Lenneberg, 1967; Mills &
Rollman, 1980)1.
nomeação, compreensão verbal e memória verbal (Luria, 1980; Joseph, 1989; Gazzaniga,
implicado na percepção auditiva das palavras, das consoantes e das sílabas (Kimura, 1967;
capacidade para articular a fala, e a área de Wernicke, que medeia a capacidade para a
compreensão verbal.
1
citado em Joseph, 1989
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 16
HE HD
Simultaneidade, espacial
Analógico
Gestalt, sintético
Intuitivo
estados de ânimo, atitudes e intenções nos outros, através da análise dos gestos, expressão
emocional, em pacientes com lesões cerebrais unilaterais, e assim abriram o caminho para a
indiferença, em 150 pacientes com lesão neurológica unilateral. Dos pacientes com lesão no
(sentimentos de desespero, desesperança e raiva), ao invés dos pacientes com lesão no HD,
(euforia, placidez emocional, minimização de sintomas) eram mais frequentes nos pacientes
com lesão HD (38% contra 11%), (Gainotti, 1969). Ocorrências que já tinham sido
se à reacção do paciente face aos déficits que a lesão unilateral condiciona e não tanto a um
lesões num hemisfério podem impedir a acção inibitória que esse hemisfério tem no outro,
que os pacientes com riso imotivado tinham três vezes maior probabilidade de
apresentarem a lesão no HD. Para o choro, a probabilidade de lesão à esquerda era de duas
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 18
vezes. Os autores defendem que as emoções negativas são trabalhadas pelo HD, enquanto
as emoções positivas são-no pelo HE (Sackheim et ai, 1982). Este modelo ainda hoje é
em pacientes epilépticos (n = 91) e concluíram que os focos dos pacientes com ataques de
riso se localizavam duas vezes mais à esquerda. Os resultados não foram significativos para
os ataques de choro. Na lesão estrutural, o ataque de riso associa-se com o HD, enquanto na
actividade comicial a associação é com o HE. Estes resultados são consistentes com a
esquerda ou a desinibição esquerda, por lesão direita. Os resultados não são conclusivos
Heilman et ai., 1975, Tucker et ai., 1977, e Borod et ai., 1992, apontaram a
dificuldades (Joseph, 1989). Estes pacientes tendem a ser mais concretos e literais. Quando
atitudes e intenções nos outros, através da análise dos gestos, expressão facial, melodia
desenhos de estudo para responder a este tipo de questões da investigação tem tornado,
nesta matéria, os estudos posteriores nem sempre concordantes (Borod et ai., 1992;
demonstraram a maior incidência universal dos destros (90%) (Springer, 1998), ainda que a
explicação absoluta para este facto permaneça por decifrar. Nenhum estudo sobre
assimetria cerebral pode evoluir sem, a seu tempo, enfrentar o problema da lateralidade.
1
citado em Springer, 1998
2
citado em Zaidel, 1985
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 20
Mas, já no ponto 1.1, salientámos que os estudos com amobartital mostraram que
70% dos esquerdinos seguem o padrão dos destros no que se refere à linguagem, ou seja,
de representação bilateral (Rasmussen & Milner, 1977; Loring, Meador, Lee et ai., 1990).
Elias & Bryden1 defendem que a lateralidade do membro inferior (p.ex., o pé com
lateralidade manual e da escrita. Neste sentido, alguns autores referem que a lateralidade do
membro inferior reflecte uma assimetria que envolve a postura corporal antes de envolver
as habilidades manuais direitas. É a assimetria postural do Homem que, para estes autores,
Macneilage, 1996).
1
citado em Springer, 1998
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 21
Herbert Lansdell, num artigo publicado na Nature em 1962 (citado por Springer &
Deutch, 1998), foi dos primeiros a observar que a lesão hemisférica unilateral tinha
lobectomia temporal esquerda e direita. Esperava encontrar deficits nas provas visuo-
espaciais para a lobectomia direita e deficits nas provais verbais para a lobectomia
de linguagem estão mais desenvolvidas nas mulheres e ocupam posições distintas em cada
um dos hemisférios para os homens. Lansdell postulou ainda que, nestas provas, o
funcionamento cerebral feminino seria mais bilateral, menos lateralizado do que nos
homens. Resultados posteriores, ainda que nem sempre muito claros e concordantes, não
Os estudos com RMN demonstram que o plano temporal é 38% mais largo nos
homens, mas não foram encontradas quaisquer assimetrias em ambos os grupos (Kulynych
et ai., 1992). Curiosamente, um estudo no mesmo ano e com os mesmos objectivos mas
usando uma amostra post-mortem, não encontrou quaisquer diferenças (Aboitz, 1992).
As afasias consequentes a lesão do HE são três vezes mais frequentes no sexo masculino do que
no feminino (cit. em Springer & Deutch, 1998).
2
cit. idem.
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 22
forma do corpo caloso entre sexos (Allen, 1991). A autora não encontrou diferenças
significativas quanto ao volume geral da estrutura, mas constatou que o esplénio é mais
comparações: 266 estudos), Voyer (1996)1, concluiu que os dados suportam a existência de
Atente-se que esta meta-análise pode estar enviesada, dado que os estudos que não
encontram diferenças, na grande maioria das vezes, não vão a publicação. De qualquer
forma, ainda que significativos estudos refiram não encontrar diferenças para os
desempenhos nas mais variadas provas, certo é que nenhum apresentou evidência de maior
Muitos autores aceitam, com considerável evidência, que as mulheres têm, enquanto
precisão manual e cálculo aritmético. Por seu lado, os homens pontuam melhor em tarefas
Não nos prenderemos aqui, tal como já havíamos feito no ponto anterior, sobre os
Importa sim reter que, os estudos neuropsicológicos devem tomar em conta que
1.7. Síntese
organizado num todo composto por dois sistemas equipotenciais e colaborantes mas
como se pode evoluir e complexificar sem aumento proporcional de volume. Mas, mais
menos bem definida para os aspectos da linguagem e, contudo, têm, enquanto grupo,
mantém a sua validade para a grande maioria dos indivíduos - o hemisfério que controla a
linguagem é também o que controla a mão dominante. Que verdade evolutiva encerra esta
Kimura (1993) defende que o HE, quando comparado com o direito, é especializado
comunicativos ou não. A autora demonstrou que em pacientes com lesão no HE, posterior
confirmação repetiu-se com a prova de mímica de uso de objectos para as lesões esquerdas,
Com base nestes resultados, a autora conclui que a especialização hemisférica esquerda
simbólica, mas sim o resultado de competências motoras que, mais tarde ou mais cedo,
gradualmente tornado mais simbólico ou analítico, mas porque está melhor adaptado para a
As novas técnicas de imagem médica têm permitido, como nunca, uma abordagem à
desproporcionalmente pequeno, quando comparado com o volume que vai atingir na vida
adulta. Entre o nascimento e os dois anos de idade tem uma taxa de crescimento elevada.
Enquadramento teórico: assimetria cerebral 25
Dos 2 aos 18 anos duplica a sua dimensão. O desenvolvimento do corpo caloso faz-se até
cerca dos 30 anos, atingindo o seu máximo crescimento aos 25 (Springer & Deutch, 1998).
nos:
exemplo da música, uma das actividades humanas que mais faz recurso a um
funcionamento bilateral1;
- o modelo inibitório, que defende que a principal função do corpo caloso é garantir o
um deles desenvolve uma actividade para a qual está mais especializado. Neste
particular.
dos síndromes demenciais é inquestionável (Tranel, 1992; Dastoor & Mohr, 1996).
aprendizagem (Fox et ai., 1996; Lazar & Frank, 1998), no autismo (Hatter et al., 1994)1, na
Capítulo 2. Da Conversão
base nas ideias mágicas e sobrenaturais que impregnavam, à época, a doença mental.
sua origem cerebral, enquanto Sydenham põe a manifesto a vocação astuciosa, a mentira e
1777, por William Cullen, no seu tratado First Lines of the Practice ofPhysic, em que, pela
e neuroses. Ainda que Cullen reconhecesse que as neuroses eram patologias do sistema
Enquadramento teórico: da conversão 28
nervoso e que se caracterizavam por espasmos ou atonia, afirmou também que as neuroses
de cursarem sem febre e de não apresentarem sinais de inflamação ou outra lesão tópica.
Esta nota negativa das neuroses - a ausência de uma alteração morfológica e/ou anátomo-
Nos finais do séc. XIX, e com Charcot, a histeria é interpretada numa dimensão mista
mestre, ao delimitar a patologia orgânica do SNC (através da sua semiologia dos reflexos) e
imaginaire".
Mas, foi também um aluno de Charcot, Sigmund Freud, quem introduziria no tema a
1977).
Enquadramento teórico: da conversão 29
estrato psíquico do Ser aparece, assim, como um campo intrinsecamente plástico e aberto à
acção das vivências. Uma vivência encerra o potencial de alterar, de um modo persistente, a
por um conflito ambiental em idade precoce. Tal conflito extrapsíquico converte-se num
conflito intrapsíquico a partir do momento em que não pode ser elaborado adequadamente.
Como advertiu Freud, o agente etiológico da neurose não é o conflito em si mas a repressão
patologia das neuroses, como é também património exclusivo das mesmas (Alonso-
Fernandez, 1977).
Enquadramento teórico: da conversão 30
duas séries: a série da angústia e das perturbações a ela vinculadas (fobias, obsessões,
Freud sempre manteve uma postura dualista face à neurose. Integrou no grupo das
transferencial motivado por conflito intrapsíquico montado sobre fixações sexuais infantis,
às segundas.
pessoa.
benefício primário.
O termo "conversão" aparece em textos do séc. XV, de comentadores de Avicena, como Jacques
Despar. Em 1795, John Ferriar cunha o termo "conversão das doenças" para se referir à conversão
de uma doença noutra, como p.ex., a conversão da histeria na hipocondria (Mace, 1992).
Enquadramento teórico: da conversão 31
atenção e valorização que os outros lhe dispensam. Freud atribui ainda ao sintoma o
estatuto de símbolo. O sintoma histérico transporta uma mensagem que o clínico deve
decifrar.
histeria fosse uma entidade nosológica delimitada e circunscrita. Janet foi o primeiro a
inúmeros sintomas são compartilhados e existem inúmeras formas intermédias. Para Janet,
consciência. O modelo central para a sua teoria da consciência e do impacto dos traumas
Para Janet, a consciência consistia num estado de activação central em contacto com
patologicamente fendidas do foco atencional central. Deixam então de poder contribuir para
sintético;
Histeria defendia o paradigma da regressão das funções voluntárias para formas primitivas
Descreveu três estádios na história natural da histeria. A fase aguda caracterizada por
uma maciça excitação emocional. A fase dissociativa que cursava com estreitamento do
para o problema da integração das memórias traumáticas. Seria uma perturbação da função-
(Kretschmer, 1963). Reacções que segundo o mesmo autor eram comuns aos animais, às
crianças e aos povos primitivos. Eram ambas reacções ao mesmo instinto de defesa e o seu
mecanismos hipobúlicos (vontade primitiva que não se rege por fins mas por excitações
ser entendida como "uma manifestação do instinto de entrega e não do de defesa" (Lopez-
Ibor, 1969). Quando o Eu sente uma vivência ameaçadora sem possibilidades de escapar a
lipotimia surge. Segundo o autor, a lipotimia não é só uma anulação da noopsique mas
Enquadramento teórico: da conversão 34
discrepância, midríase em vez de miose, poderia explicar-se por uma paralise das fibras
com a lipotimia diferenças apenas de nível quantitativo: a perturbação vegetativa não é tão
intensa, a noopsique não se anula totalmente. Mas, quer na lipotimia, quer na reacção de
Para o autor que temos vindo a abordar, a sintomatologia conversiva constroi-se entre
esquerda do corpo pela sua relação com o Eu instintivo . São equivalentes da reacção
(Cap. 1).
ser distinguida da história dos fenómenos clínicos que as mesmas descrevem e dos
conceitos que periodicamente são formulados para os conter. O termo psicossomático é tão
A nota negativa que Cullen introduziu ao cunhar o termo neurose permitiu que todos
os sintomas somáticos sem base orgânica conhecida pudessem ser integrados na categoria
das neuroses.
O Síndrome de Briquet (1859) constitui uma das primeiras descrições a que hoje,
aparecimento antes dos 30 anos, diagnóstico raro em homens, longa história de sintomas
sexuais). Briquet avisava que para o diagnóstico era preciso a confirmação de 13 sintomas
de uma lista de 30,7 dos quais tinham especial importância: vómitos sem gravidez, dor nas
O termo somatização foi cunhado pelo psicanalista vienense Wilhelm Stekel (1925)
para designar o processo pela qual uma neurose poderia ser expressa através de sintomas
conversivos, localizam-se nos órgãos regulados pelo sistema nervoso autónomo e carecem
fisiológico dos estados emocionais (Alexander, 1951)1. Quando este correlato segue um
1946, 1951) . Segundo o autor, uma taquicardia emocional não encerra nenhuma
(Bayer, 1948)1.
Ainda que a maior parte dos teóricos contemporâneos veja a somatização mais como
O constructo alexitimia e a autoregulação dos afectos abre uma nova saída para o
O que importa reter da tese endovitalista é que para ela, o elemento chave da
etiopatogenia das neuroses é um factor fásico ou flutuante que radica na estrutura endovital
da personalidade.
aporte sobre o tema (Lopez-Ibor, 1950). Como o autor demonstrou, ao lado da angústia
reactiva, existe uma angústia endógena que tem características análogas à tristeza endógena
angústia endógena foi o de timopatia ansiosa2. Para Lopez-Ibor, a estrutura das neuroses é a
(Lopez-Ibor, 1966).
1
cit. em Taylor et ai, 1997.
O autor tem o cuidado de se demarcar do constructo das pseudoneuroses, essas de natureza
orgânico-sintomática (tóxica, metabólica, hormonal) tal como foram abordadas por Gebsattel e
Schultz. "As pseudoneuroses não têm nada que ver com o problema das neuroses. Ainda que se
reconheça a raiz fisiógena das mesmas, não quer dizer que se trate de pseudoneuroses, mas de
neuroses autênticas." (Lopez-Ibor, 1969, pp. 38-41).
Enquadramento teórico: da conversão 38
sentimentos como mal-estar, bem-estar, vertigem, angústia. São sentimentos globais que se
nosso modo de estar no mundo no ponto em que nos encontramos ligados à nossa
corporalmente encarnado").
depressão endógenas como fenómenos de uma mesma fonte (Lopez-Ibor, 1950), situação
que os estudos de prevalência, desde então e até hoje, muito frequentemente confirmam
(Lopez-Ibor, 1969):
ânimo patológicos;
neurose.
Ibor, 1969). Para o autor, diversos podem ser os subtipos de apresentação clínica, mas não
Uma das tarefas mais imediatas da hermenêutica das neuroses consiste em descobrir
1969).
Enquadramento teórico: da conversão 40
remeter do termo neurose a um nicho envergonhado. O ponto de inflexão ocorre mais cedo
encontram-se dispersos por dois grupos distintos: o das perturbações somatoformes (onde
tempo que ambos se vêm "arrancados" ao anterior núcleo neurótico, hoje remetido à
Internacional de Doenças (CE)) da OMS: em 1993 com a 10a revisão, igual desligar do
termo neurose e a mesma pulverização da histeria. Mas uma diferença fundamental deve
O que quer que signifique o panorama acima descrito ele é bem demonstrativo da
sensoriais, pseudocrises ou mistos) que não podem ser explicados por patologia neurológica
razão de 2:1 a 5:1 em alguns estudos (Kaplan & Sadock, 1998). O pico da incidência para
as mulheres situa-se entre a segunda e a terceira décadas de vida (Kaplan & Sadock, 1998).
Nos homens os dados disponíveis são menos concordantes mas Binzer et ai. (1997)
1977; Galin et ai., 1977; Regan et ai., 1984; Binzer et ai, 1997).
condicionados pelo nível socioeconómico das populações estudadas e da exaustão com que
(Binzer et ai.,1997) e de 22/100 000 para a população de Nova-York (Kaplan & Sadock,
1998).
20% numa população de consulta neurológica num centro britânico (Samuel et ai., 1971;
Mershey & Trimble, 1979; Mace 1992; Binzer et ai., 1997; CrimlisK, 1998). A média dos
pacientes com sintomas neurológicos. Mesmos nos casos em que existe algum
noutra (Nandi, 1992). Este declínio nas taxas de prevalência foi proporcionalmente maior
condições económicas das duas aldeias entre os anos respectivos. A taxa de morbilidade
2.2.3. Comorbilidade
comum. A prevalência de conversão e depressão ao longo da vida varia ente 50% e 94%
Conversão encontraram 50% de pacientes com comorbilidade do eixo II. Desses, 17%
doença neurológica também tem sido extensamente colocada e fonte de muita controvérsia.
diagnóstico de conversão. Para outros, este pensamento é útil se tal significar que, antes de
ponto vista neurológico, mas defendem ainda que os dois diagnósticos não são mutuamente
explicação fácil para uma realidade que tantas vezes é mais complexa. A presença de
ataques epilépticos e de pseudocrises num mesmo doente ronda uma frequência de 1/4.
(Ron, 1996).
ansiedade e depressão) quando comparada com pacientes com limitação física sobreponível
mas sem lesão neurológica cerebral (Ron, 1996). Neste estudo a autora conclui que o grupo
de controle de pacientes com o mesmo nível de limitação física mas sem diagnóstico de
de conversão.
Histeria. Nessa altura referiu que metade dos pacientes evoluíram para claro quadro
As taxas apontavam para números acima dos 25% (Crimlisk et ai., 1998). Segundo o
mesmo autor, a incidência de sintomas motores que não são adequadamente explicados por
doença orgânica ronda 20-40% das admissões nos serviços de Neurologia Britânicos. Ainda
um diagnóstico a esses doentes. Crimlisk et ai. decidiram então repetir o estudo de Slatter
35 anos depois. Estudaram uma série 73 pacientes admitidos ao National Hospital for
Neurology and Neurosurgery entre os anos de 1989 a 1991 e que saíram com o diagnóstico
de "sintomas motores sem base orgânica conhecida.". Todos os doentes foram na altura
resultados:
- 44/59 (75%) tinha patologia psiquiátrica e desses, 33/59 (45%) tinham o diagnóstico
da personalidade;
relacionada com o menor tempo de evolução dos sintomas antes da admissão, com a
um problema clínico comum mas a emergência posterior de uma explicação orgânica para
os mesmos é rara;
personalidade é elevada;
- pacientes com uma evolução de doença mais curta e com comorbilidade ansiosa ou
justificado e potencialmente perigoso e deve ser evitado quando não existir nenhuma nova
segundo os autores, o constructo conversão mantém a sua validade (Mace, 1992; Ron, 1996;
capacidade adaptativa das emoções, poderia ser interpretado como uma actividade neuronal
pseudoconvulsões contra dois grupos de controle com pacientes epilépticos .Os principais
interictal epileptiforme em 78% e actividade focal lenta em 10% dos pacientes com
estruturais. Do total de pacientes com algum tipo de anomalia na RMN ou no EEG, 71%
seriam desencadeados por uma excessiva excitação cortical que realça o feed-back negativo
que envolve circuitos entre o córtex e a substancia reticulada do tronco cerebral. O elevado
nível de excitação corticofugal ' promove a inibição das áreas de processamento associativo
sensorio-motor.
unilaterais com uma evolução não superior a dois meses com SPET (single photon
99m
emission computorized tomography) usando o Tc (isótopo de tecnésio). Foram
de ambas as mãos (um estímulo que provoca actividade nas regiões sensoriomotoras). Os
'corticofugal output
Enquadramento teórico: da conversão 50
contralaterais. Para os autores, o baixo rCBF no núcleo caudado era um factor de pior
voluntários anormais. Agentes stressores emocionais podem inibir estes circuitos neuronais
2001).
que são normalmente iniciados (Ron, 2001).Os estudos de Vuilleumier et ai. apontam no
Num estudo anterior com PET (positron emossion tomography), Marshall et ai.
(1997) tinham avançado a ideia de que a conversão se devia a inibição préfrontal esquerda,
já que as áreas que normalmente são actividades perante a antecipação de um acto motor
activadas na conversão. Para Marshall et ai. este era um ponto a favor da teoria da
PET, enquanto que com o outro membro jogavam usando um manipulo. Os autores
envolvem os componentes mais diferenciados da vontade. Para Spencer et ai. era um ponto
a favor da simulação.
Num trabalho também recente, Maruff & Velakoulis (2000) defenderam também a
hipótese de que a capacidade para planear actividades motoras está intacta na patologia
conversiva.
grupo controle de indivíduos a quem o autor pediu expressamente para simularem uma
hemiparésia (usando um joystick para gerar sequências livres ao ritmo de um sinal tonal, de
voluntários uma hipofunção do córtex préfrontal anterior direito que não encontraram no
observadas pelos autores não poderão dever-se a fenómenos de cronicidade, que não
intervêm nos seus simuladores voluntários mas que podem intervir na perturbação de
conversão.
doenças psicossomáticas não poderiam ser explicadas pela analogia com as neuroses.
Relatavam observações que sugeriam que o que predispunha os pacientes para a doença
conflito intrapsíquico. Uma das descrições mais antigas deste fenómeno situa-se no ano de
1948 e pertence a Ruesch que observou uma perturbação da expressão simbólica e verbal
infantil, imatura, que continuava na vida adulta (cit. em Taylor et ai., 1997). Segundo a
externalização dos sentimentos e emoções devido ao receio de que qualquer coisa possa
emocionais"
Sifneos, entre 1967-70, cunha o termo Alexitimia (do grego alexis: sem palavra;
thymus: ânimo, emoção), significando "sem palavras para as emoções", para designar esta
Foi com esta riqueza histórica e conceptual que o constructo da alexitimia veio a
1
citado em Taylor et al., 1997.
citado em Fernandes, Natália e Rosa Tomé (2001) in Rev. Port, de Psicossomática
Enquadramento teórico: alexitimia 54
(Pedinielli & Rouan, 1998; Stephenson, 1996; Fonte, 1993)2, características alexitímicas
percentagem que varia entre 10-20%, embora a frequência seja superior a 50% nas doenças
de vida 2 .
alexitímicas nos homens e nos estratos socio-económicos mais baixos, outros não as
reconhecem, concluindo por uma prevalência de 1:1 e sem qualquer relação com o estrato
socio-económico \
estudo, parecendo haver uma maior frequência de alexitimia nos indivíduos mais velhos
tem existido alguma controvérsia na caracterização da alexitimia ora como um traço estável
Uns vêem a alexitimia como a defesa contra um conflito neurótico mais do que um
déficit neurobiológico (Hogan, 1995)3. Nos estudos realizados com a Toronto Alexithymia
1
cit. em Taylor, BagbY & Parker, 1997.
2
cit. em Natália, Fernandes e Rosa Tomé, 2001.
cit. em Soares, Joana (2000), provas de aptidão pedagógica e capacidade científica, ISCS-N.
Enquadramento teórico: alexitimia 56
socio-económico. Taylor et ai., em 1997, não o reconheceu, mas os estudos nesta área são
(McDougall, 1982).
chamou a este fenómeno de alexitimia secundária e sublinhou que este estado se pode
Sifneos (1988) usa o termo alexitimia secundária de forma diferente: usa-o para
Este autor contrasta estas características com a alexitimia primária, à qual atribui déficits
neurobiológicos.
" A alteração produzida não é porém o resultado de uma simples soma: "doença + defeito
personalidade". E um processo dialéctico muito mais complexo que se entende melhor do ângulo
fases anteriores do desenvolvimento (juvenis ou mesmo infantis): são regressivas, (...). O conjunto
sintonização com o ambiente - de certo modo o invés do que se opera no desenvolvimento normal
que o próprio não utilizou) em pacientes sujeitos a leucotomia ( no caso particular, pre-
actuais (Nemiah, 1977; Sifneos, 1988; Pedinielli & Rouan, 1998 2; Snyder, 1998 2).
Mas foi Klaus Hoppe que, ao estudar a série de doze pacientes calosotomizados por
concreto. Hoppe e Bogen estudaram estes doentes com o Beth Israel Hospital
em especial uma carência das fantasias e uma incapacidade para descrever sentimentos
seis pacientes com calosotomia radical e dois pacientes com calosotomia parcial contra um
após visualização de um filme que, simbolicamente, representava temas de luto e perda (no
filme não havia qualquer verbalização). Foram analisadas cinco variáveis de conteúdo das
análise espectral do EEG. A análise discriminativa das cinco variáveis permitiu identificar
articulação lógica, movem-se numa simbolização ao nível do concreto e uma visão mais
Enquadramento teórico: alexitimia 59
direita (T4) e as áreas esquerdas (F3 - Broca e T3 - Wernicke) estão menos activas. A área
parietal esquerda (P3) encontrava-se mais activada sugerindo uma inibição entre áreas de
entre a área frontal direita (F4) e as áreas parietais esquerdas (P3), sugerindo a
grupo controle, que apresentava maior coerência entre a área frontal direita (F4) e a área
Com base nestes estudos, Hoppe postulou que a alexitimia envolvia a interrupção do
normal fluxo de informação entre os dois hemisférios, situação a que se referiu através do
alexitimia veio de Zeitlin que usou a prova da localização táctil digital para avaliar a
pobre. Mais, quanto maior a extensão da lesão, mais severa é a limitação na acuidade da
Dewaraja e Sasaki usaram uma metodologia diferente para explorar a relação entre
Diferenças no tempo de reacção manual ipsi e contralateral foram medidos como forma de
autores demonstraram que o grupo alexitímico era significativamente mais lento do que o
transferência calosa, Dewaraja & Sasaki encontraram apenas uma relação unidireccional:
do HD para o HE.
Parker concluiu que estes resultados trazem nova confirmação entre o déficit de
poderia ser explicada por analogia com as psiconeuroses. Apontavam caminhos que
investigadores e clínicos tem vindo a defender o modelo do conflito neurótico para explicar
Baldaro & Osti, 1980 ; Martin & Pihl, 1986, Schiraldi & Beck, 1988) '.
neuroticismo (Eysenk) deviam ser ambos usados como medidas de instabilidade emocional.
verificou que as pontuações na TAS eram significativamente mais altas, quer num grupo
quer no outro, em comparação com o grupo de controle e com o grupo dos pacientes
personalidade. Taylor ' rebate, argumentando que Rubino confunde neuroticismo (enquanto
Alexitímicos Neuróticos
outros apontam para uma visão hierárquica de acordo com o potencial psicopatológico
(Taylor et ai., 1997). Um dos modelos mais divulgados é o de Vaillant que hierarquiza os
Ainda que alguns autores tenham reflectido sobre as relações entre mecanismos de
para se sujeitar a medições psicométricas. No mais recente estudo sobre o assunto, Taylor e
287 indivíduos sem patologia psiquiátrica. Usaram o Defense Style Questionnaire (Bond et
al., 1986) e a TAS-20. Encontraram uma correlação fortemente positiva entra a TAS-20 e o
factor defesa-imatura, uma correlação negativa com o factor defesa-madura e uma fraca
correlação com o factor defesa neurótica (Taylor et ai., 1997). Ainda assim, é o próprio
Taylor que nos alerta para o facto de, apesar dos estudos empíricos apontarem para uma
Enquadramento teórico: alexitimia 65
correlação entre a alexitimia e as defesas imaturas, não obriga a que a alexitimia seja
conceptualizada como uma defesa primitiva. Segundo o mesmo autor leva-nos antes a
perguntar que factores estruturais e/ou desenvolvimentais contribuem para prevenir que os
segundo Taylor, os mecanismos de defesa imaturos são uma tentativa de organizar o caos
Como já foi referido (ver ponto 3.1.), foi a partir de observações clínicas inicialmente
Personality Scale (SSPS), numa população de 12 doentes com PS, contra um grupo
maior do que no grupo controle. O estudo estava metodologicamente limitado pelas fracas
clínica psiquiátrica. A maioria dos pacientes sofriam de sintomas ansiosos e/ou depressivos
depressão, ansiedade. Usando o MMPI como medida, Taylor refere ainda que os pacientes
tendência aos actos impulsivos. Não podendo responder à pergunta se a alexitimia é causa
Taylor vai adiantando que a alexitimia predispõe para maior susceptibilidade, para as
pacientes alexitímicos não estão devidamente equipados do ponto de vista psicológico para
Muitos autores têm vindo a documentar uma forte associação entre somatização e
fenómenos dissociativos (Loewenstein, 1990; Ross et ai., 1989; Pribor et al., 1993)1.
Circunstância que não nos deve espantar dada a ligação historico-conceptual dos dois
fenómenos. São já longas as publicações que referem uma associação entre somatização e
nomeadamente com maus tratos em crianças e abuso sexual (Pribor & Dinwiddie, 1992;
Morrison, 1989; Craig et al, 1993; Walker et al, 1988; Barsky et al., 1994) '.
dissociativo e os maus tratos e abuso sexual na infância (Walker et ai., 1992; Sanders &
Giolas, 1991)1.
histeria; ainda que Freud tenha mais tarde abandonado este ponto de vista ao afirmar que
muitas das histórias de trauma sexual na infância de muitas das suas pacientes eram produto
Mais recentemente, Saxe et ai., referem que 64% do grupo de pacientes internados
sintomas somáticos é 12,4. O mesmo autor não só encontrou uma correlação significativa
somáticos apresentados, como afirma que quanto mais o paciente dissocia tantos mais
autores mais recentes a propor que a dissociação (mais do que a somatização) actua como
funcionais são manifestação directa das emoções associadas com o evento traumático
(Taylor et ai., 1997; Saxe et ai., 1994). Ideia considerada por Pierre Janet há mais de 100
anos (ver ponto 2.1.3.). Henry Krystal avança ainda dizendo que a actividade emocional
forma que o afectos são codificados no plano sensoriomotor, ao invés do plano linguístico
clínicos que apontam para a grande prevalência conjunta dos dois fenómenos, não
encontrámos nenhum estudo sobre conversão e alexitimia. Ainda assim, Taylor atribui os
Segundo o autor, os sintomas não são conversões, muito pelo contrário reforçam as
emoções que, por sua vez, amplificam o sintoma somático pela maior disautonomia que
conversivas são fenómenos distintos e acredita que as mesmas são melhor compreendidas
"(...) os resultados refutam a ideia inicial da psicanálise que via a somatização como um
mecanismo de defesa contra emoções negativas disfuncionais, mas são consistentes com a nossa
devem ser reconceptualizadas como perturbações da regulação dos afectos. " ( cit. em Taylor et
pânico. Ainda que ataques de pânico possam ocorrer no contexto de outras perturbações
neuróticas, nessas, ocorrem de forma situacional-mediada. Tal é o caso das fobias simples e
sintomas somáticos que estão associados com a hiperactividade adrenérgica. Podem surgir
pânico, os pacientes desenvolvem ansiedade antecipatória que pode evoluir para graves
agudos paroxísticos eram integrados na Neurose Ansiosa. Quer entendidos como extensão
quantitativa, severa e aguda, da timopatia ansiosa (tese endovitalista), quer na mesma linha
pânico.
Kristal (1992) refere que a experiência não se trata de pânico, mas antes de um ataque
como um perfeito exemplo de regressão dos afectos à sua forma infantil, à forma somática
particular que não lhes permite o normal desenvolvimento do sinal ansioso (Baumbacher,
Zeitlin & McNally (1993) administraram a TAS e a Anxiety Sensitivity Index (ASI) a
doentes com PP pontuaram significativamente mais na TAS do que os doentes com POC.
De acordo com o ponto de corte da escala, 67% dos doentes com PP eram alexitímicos
contra 13% dos pacientes com POC. Os pacientes PP pontuaram significativamente mais
no ASI.
No estudo melhor conduzido sobre esta matéria, Parker et ai. (1993) administraram a
TAS, o MMPI e outras escalas, a 30 pacientes com critérios diagnósticos de PP, contra 33
com o diagnóstico de Fobia Simples (FS). Os grupos foram comparados para alexitimia e
para as subescalas do MMPI, para um nível de significância de/7 = 0,007. Os pacientes com
PP pontuaram significativamente mais na TAS do que os pacientes com FS. Para um ponto
de corte > 74, 46,7% dos pacientes PP eram alexitímicos, quando comparados com 12,5 %
de pacientes com FS. Mais ainda, só 20% dos paciente com PP pontuaram < 62 na TAS,
não diferiram nas sub escalas do MMPI no que se refere a histeria e repressão o que sugere
na subescala "egosintonia" o que, segundo os autores revela que os pacientes com PP estão
Cox et ai. (1995) usaram a TAS-20 numa amostra constituída por 100 doentes com PP, em
46 doentes com Fobia Social (FSoc) diagnosticados de acordo com os critérios diagnósticos
do DSM-III-R. Ambos os grupos foram testados na ASI e outros questionários. Cox et ai.
não encontraram diferenças significativas entre os dois grupos no que se refere à TAS-20.
positivamente e de forma significativa com o valor total da ASI. Achado consistente com a
interpretações erróneas das sensações corporais que caracteriza os pacientes com PP (Cox
et ai., 1995).
O maior problema do estudo de Cox et ai. reside no facto de ter usado como grupo de
perturbações como, ainda, alguns pacientes com PP evoluem para um estado residual com
FSoc.
Para Nemiah (1982), os pacientes com FS ou com POC podem experienciar ataques
de pânico mas possuem intrinsecamente maior habilidade para usar o sinal ansioso e para
O Estudo
73
Nada que as visões proféticas de Jackson e Janet não intuíssem mas emprestou-lhes um
et ai. (1989) e Parker et ai. (1999), ainda que com dificuldades metodológicas que impedem
transferência interhemisférica.
entendido por muitos, desde Janet, como sendo uma particularidade do fenómeno
dissociativo. Divergência que ainda hoje se encontra expressa entre a CID 10 e o DSM-IV.
Para a CID 10, os fenómenos conversivos são classificados no grupo das perturbações
conversão.
vital, falta ainda encontrar o fundamento neurobiológico para a escolha desses caminhos.
Área que a Neuropsicologia trilhou com grande intensidade nos anos 70-80, ao procurar
escala que tem permitido grande facilidade na investigação empírica do constructo, tem
vindo a reformular estas patologias e outras como perturbações da regulação dos afectos. A
incluiria o vasto grupo das neuroses, perturbações orgânicas funcionais, somatizações mas
também as toxicofílias e até aspectos próprios das psicopatias (Taylor et ai., 1997).
autores anteriores, refuta a ideia da psicanálise que via a somatização como um mecanismo
1
Mota-Cardoso, Rui, 2001.
O estudo: conceptualização 75
de defesa contra emoções negativas disfuncionais e refere que os seus estudos são
(Zeitlin & McNally, 1993; Parker et ai., 1993). Para os autores, menores pontuações na
TAS-20 para os paciente FS e POC vêm ao encontro da ideia inicial de Nemiah (1982) de
que os paciente FS e POC possuem intrinsecamente maior habilidade para usar o sinal
conversão.
mecanismos de defesa de ordem superior que, segundo Nemiah, caracteriza certos subtipos
da angústia (e isto é apenas uma hipótese de trabalho), a patologia está bem posicionada
conversão são mais ou menos alexitímicos que os pacientes com perturbação do pânico?
mas a comparação com outros grupos clínicos pode, em nosso parecer, acentuar diferenças
úteis à investigação.
perturbação do pânico;
1.2. Método
1.2.1. Desenho
correlacional).
avaliação onde, através de entrevista clínica com psiquiatra sénior (o autor do estudo), foi
concelho de residência;
efectuadas, medicação actual e estado clínico geral, de acordo com o Global Assessment of
ansiedade de Hamilton (HDRS e HARS). Ainda no mesmo tempo de avaliação, mas após
Num segundo tempo de avaliação, uma semana após, e em ocultação dos resultados
Utilizámos uma técnica de amostragem por grupos, não randomizada, do tipo amostra
- foi solicitado, por carta, aos clínicos dos respectivos serviços, carta onde se
avaliação;
Critérios de inclusão:
sensoriais e pseudoconvulsivas;
neurológica.
Critérios de exclusão:
de diagnóstico diferencial entre crise convulsiva e pseudocrise que tantas vezes se coloca
Critérios de inclusão:
Critérios de exclusão:
sintomatologia apresentada;
O estudo: conceptualização 80
foi excluído por atraso mental ligeiro. Dos pacientes referenciados como perturbação de
altura uma amostra constituída por 21 pacientes do grupo CONV, todos do sexo feminino,
estendeu-se até 31 de Janeiro de 2002 com o objectivo de receber novas referências dos
colegas, desta vez já só com a indicação de que fossem mulheres com o diagnóstico de
a Health-Sickness-Rating Scale (HSRS). Endicott, Spitzer & Gibbon ' modifícaram-na para
obter a Global Assessment Scale (GAS) de onde a Global Assessment of Functioning Scale
contínuo da saúde/doença mental. O que não inclui deficiências funcionais, por limitação
física ou ambiencial.
em nove intervalos iguais (1-10, 11-20, 21-30, ...). Todos os graus intermédios de cotação
A GAF não é mais do que uma revisão parcial da GAS para uma utilização
Vários estudos sobre as capacidades métricas da escala concluíram que a GAF tem
boa validade para os fins a que se destina (Boyer, 1997). A escala tem uma boa fidelidade
1
cit. em Boyer, 1997.
2
O intervalo superior da GAS (91-100) foi suprimido na GAF pois esse intervalo destinava-se a
cotar os sujeitos no que se refere a traços de saúde mental positiva.
O estudo: conceptualização 82
A GAF apresenta também uma boa validade preditiva: pacientes com uma pontuação
<40 têm maior probabilidade de re-hospitalização do que aqueles que têm uma pontuação
superior.
população portuguesa .
A GAF pode avaliar dois períodos de tempo: período actual (nível de funcionamento
durante pelo menos alguns meses no decurso desse ano). A informação necessária para
obtida por fontes indirectas (parentes, familiares próximos, amigos). Tais fontes são
para saber o ponto exacto que deve escolher. É raro que um paciente que apresente um
sofrimento real ou que procure cuidados tenha uma cotação superior a 70. A maioria dos
pacientes ambulatórios situa-se entre 31-70 e os pacientes hospitalizados entre 1-40 (Boyer,
1997).
tratamento e cuidados. Por outro lado, a avaliação do nível de funcionamento mais elevado
quantitativa.
diagnóstico prévio de ansiedade, bem como para avaliar a ansiedade em pacientes com
síndrome clínico da ansiedade, ainda que não avalie com precisão a ansiedade generalizada.
2=moderado; 3=intenso; 4=muito intenso): sete avaliam a ansiedade somática e outros sete
global vai de 0 a 56. O ponto de corte para inclusão num ensaio clínico é > 20.
primeira avaliação (Hamilton, 1959). Após o primeiro estudo, o item "somático geral" foi
dividido em dois itens, um relativo aos sintomas musculares e outro aos sensoriais.
Ao longo dos anos, e desde a sua publicação, que a escala é longamente estudada
(Hamilton, 1969). Ainda que a escala tenha sido desenhada para ser administrada por
O estudo: conceptualização 84
que, segundo alguns autores, torna a escala pouco específica (Pellet, 1997).
versão considerada definitiva pelo autor (Hamilton, 1967)1. Os 17 itens retidos pelo autor,
da sua versão original de 21 itens, são aqueles que, na sua opinião, melhor reflectem o
síndrome.
dos autores, a nota global da escala tem validade suficiente para o fim a que se destina:
Cialdella et ai. (1989) , numa revisão sobre o tema, concluíram que só seis itens da
A escala é passada por entrevistador treinado, existindo para o efeito uma guia para
Os limites para cotação não são consensuais. Bech (1989)l propôs os seguintes:
Os autores americanos usam o ponto de corte > 15 para definir depressão manifesta
(Guelfí,1997).
com 20 itens, em que se pede ao sujeito que assinale, para cada item, o seu grau de
1
cit. em Guelfi, 1997.
O estudo: conceptualização 86
totalmente).
desenvolvida por Taylor et ai. (1985) com a preocupação de congruência com o conceito de
consistência interna (Taylor, & Bagby, 1988). Os autores consideram que a TAS-20
A análise factorial sugere que a TAS-20, tal como a TAS, avalia uma dimensão geral
corporais da emoção;
Esta estrutura factorial revelou-se estável tendo sido replicada, através da análise
factorial confirmatória com populações clínicas e não clínicas (Taylor, Babgby & Parker,
1997).
O estudo: conceptualização 87
bem como a sua consistência interna e precisão teste - reteste para um intervalo de 3 - 6
sua adaptação portuguesa é bastante fiável, tal como digno de confiança é Fl. Para o
(claramente alexitímico). Para valores < 51, o sujeito é classificado como claramente não
Parker, 1997).
lateralidade que não exclusivamente a demonstrada pela escrita. Trata-se de uma avaliação
quantificada da lateralidade.
diária (como, p.e, "com que mão se penteia?", "com que pé chuta uma bola?"; "com que
Na avaliação, e sempre que a questão levantou dúvidas, foi permitido aos pacientes
A pontuação 0.5 quando ambas as mãos efectuam a actividade com igual destreza. A
pontuação total obtém-se dividindo a soma das pontuações obtidas para cada questão pelo
objectivos:
aproximação global: uma aproximação com um conjunto amplo de testes deve permitir a
1
cit. em Gil, 1999.
O estudo: conceptualização 89
dos rendimentos;
(Pena-Casanova, 1991).
Halstead-Reitan. Pelo modelo inspirador tem algumas semelhanças com a Bateria de Luria-
Nebraska mas o modelo de base apresenta diferenças de conteúdo e na correcção dos testes.
- >70 anos.
Cada perfil tem uma folha de registo própria e diferente das restantes (Anexo).
O uso dos perfis e a cotação em percentil tem a grande vantagem de se poder fazer
Ibérica, associado ao facto de o nosso estudo ser de natureza exploratória e comparativo da-
Casanova, 1990).
(1)*LINGUAGEM ESPONTÂNEA
* Os números das provas são uma notação pragmática para o estudo. Não correspondem à
numeração dos subtestes no contexto do Manual do PIEN.
O estudo: conceptualização 91
(3)PROSÓDIA
Nesta prova pede-se ao paciente que diga o máximo possível de palavras pertencentes
a uma categoria determinada (animais), durante 1 min, ou palavras iniciadas por "P",
durante 3 min.
Trata-se de gestos simples, executados com uma das extremidades, que não impliquem
segmentos corporais em relação com o espaço e o corpo. Pede-se para executar o gesto de
Como o nome indica, solicita-se que o paciente use, simbolicamente, cinco objectos :
(7)IMITAÇÃO DE POSTURAS
cópia.
vários tipos de ícones e pede-se que os copie. A prova tem função tempo.
(9)ATENÇÃO VISUO-GRÁFICA
triângulo. Não se permite que o papel dê voltas e deve situar-se na linha média do paciente.
O estudo: conceptualização 93
do subteste de denominação de imagens. Para completar este estudo com uma prova mais
Funciona com cinco pares de lâminas constituídos por uma lâmina estímulo e uma lâmina
resposta apresenta uma escolha múltipla onde se encontram os objectos estímulo mais dois.
(1 l)EMPARELHAMENTO DE FACES
similares com escolha múltipla. Apresenta-se ao paciente uma lâmina com uma face e o
paciente deve reconhecê-la entre seis possibilidades (lâmina de resposta). Total de lâminas:
(12)DISCRIMINAÇÃO TÁCTIL
palma da mão do paciente. O paciente não pode ter controle visual da execução. O paciente
controla-se o tempo que o paciente leva a dar a resposta. A prova tem componente direita e
esquerda, de 6 objectos que o paciente deve reconhecer. O paciente não pode ter contacto
visual com os objectos. Os objectos fazem parte da lista de material do teste. O teste tem
Nessas circunstâncias usou-se para comparação de médias o teste t de student para amostras
através do quociente das variâncias (teste F). Quando não reunidos os pressupostos da
Mann-Withney.
contingência de 3x2, quando a frequência para cada célula foi >5. Para tabelas de
Statistics Program for Social Sciences (SPSS), versão 10.0 para Windows.
96
Capítulo 2. Resultados
A amostra é constituída por 37 sujeitos, todos do sexo feminino, divididos por dois
grupos: o grupo dos pacientes com perturbação de conversão (CONV), constituído por 21
sujeitos.
PAN
25%
CONV
75%
Ambos os grupos são inteiramente constituídos por mulheres, com uma idade média
de 39,2 + 7,6 (28 - 54) na CONV e 31,8 + 9,6 (18 - 53) para a PAN.
duas estavam separadas/divorciadas e uma estava viúva, estados civis que não foram
No estrato social, 85% da CONV pertence ao nível mais baixo, contra 12,5% da
inteiro em ambas as amostras (52,4% CONV / 75,0% PAN). O número de mulheres com
actividade laboral em part-time foi maior na PAN (9,5% COV / 18,8% PAN). O
desemprego (19,0% / 0), a reforma por invalidez (9,5% / 0) e a baixa (9,5% / 6,3%) foram
superiores na CONV.
O estudo: resultados 98
Sexo
100
90 CONV o=21
PAN n=16
80
70 -
Cõ 60
■ CONV
g 50
to □ PAN
ce
° 40
25,0
30 18,8
20
10
0
V IV 111 !!
Figura 3. Status Social: histograma de frequência para ambos os grupos, %. Status social
seg. profissões (de acordo com o General Office of England and Wales). I-estatuto social
mais alto; V-estatuto social mais baixo.
técnico (31,3%). O grupo de mulheres estudantes é superior na PAN (4,8% CONV / 18,8%
PAN).
CONV n=21
PAN n=16
■ CONV
o
m D PAN
<o
o
•
ar jf
^ «?J <f „*
^v
<ç* ^e.
v®
Status Social (x2 = 22,20; gl = 4; p <0,001), ao estado civil (x2 = 10,81; gl =3;
núcleos familiares (x2 = 3,00; gl = 3;p ns) e situação laboral (x2 = 9,84; gl = 6;pris).
O estudo: resultados 101
Idade de início da doença, anos 22,6 ±8,0 28,1 ±9,1 1,95 0,059
Idade da Ia queixa a médico, anos 23,3 ± 8,5 28,6 ± 8,8 1,85 0,073
Idade da I a cons, psiquiátrica, anos 31,9 ± 7,7 30,1 ± 9,3 0,66 0,512
A idade média com que recorreram pela primeira vez ao médico queixando-se dos
A média de meses para o último episódio conversivo referido foi de 2,3 ± 1,9 meses e
O prejuízo funcional da doença, medido pela pontuação na escala GAF pode ver-se
na Fig. 5.
10
o
(A
(O ■ CONV
O
03
■o D PAN
o
2 3 4 5 6
GAF
A média desse valor foi de 7,3 ± 6,2 anos para o grupo CONV e de 1,8 ± 2,0 para o
grupo PAN. O quociente das variâncias revelou uma fraca homogeneidade das mesmas
2.1.3. HDRSeHARS
Se tomarmos o ponte de corte da escala HAM-A > 20, verificamos que 95% dos
Usando como ponto de corte da HAM-D a cotação > 16, 67% da CONV apresentam
Mista N = 21
Pseudo convulsões
Cegueira ou surdez
Visão dupla
Anestesia/Hipostesia
Marcha ou equilíbrio
Parésia / Paralesia
4 6 10 12
n° de casos
Para os casos em que foi possível definir uma lateralidade para a expressão do
simultaneamente envolvidas, como nos fenómenos paraparéticos, seja por que tanto os
expressam à esquerda como à direita).Em 14% dos casos a questão da lateralidade não se
Dir.
observar-se na Fig. 8.
■ CONV
CONV(n = 21)
PAN (n = 16)
O PAN
o
V)
o
o
■o
39 42 44 46 53 54 55 58 59 60 62 63 65 66 68 69 70 71 72 73 74 78 81 85 86 88 90
pontuações na TAS-20
Se tomarmos como ponto de corte o valor de > 61 verifíca-se 95% das mulheres da
Conversão Pânicc)
Média dp Média dp / P
TAS-20 76,33 9,35 58,13 11,76 5,25 0,000
grupo CONV.
A aplicação do mesmo teste para todos os factores entre amostras revela também
diferenças estatísticas altamente significativas (Fl: r=3,90; g/=35; /?<0,001; F3: /=5,2l;
100,0 - P<0,001*
90,0- - 90,0
80,0- ■80,0
] I 76,3
70,0-
— Max
60,0 -
I I 58,1 — Min
-53,0
50,0 - ■ Media
40,0 - - I - 39,0
30,0-
20,0 -
10,0 -
0,0- 1 1 1
CONV PAN
Figura 9. Média, valor max., valor min. das pontuações obtidas na TAS-20 para ambos os grupos.
CONV - pert, de conversão (n=21); PAN- pert, de pânico (n=16).* í=5,25; gl=35; p=0,000.
F<0,001*
PO.OOl***
p<0,05**
N = 21
■ CONV
D PAN N= 16
F1 F2 F3
TAS-20: factores
Figura 10. Média e significância das pontuações obtidas para os factores Fl, F2 e F3 da TAS-20.
Fl - dificuldade em identificar sentimentos; F2 - dificuldade em descrever sentimentos; F3 - estilo
de pensamento orientado para o exterior. * /=3,90; g/=35;p=0,000. ** f=2,16; g/=35;/?=0,038. ***
f=5,21;g/=35;/?=0,000.
O estudo: resultados 109
/X0.05).
factores FI e F2.
Da análise dos coeficientes de correlação parciais para cada um dos grupos não se
idade e escolaridade.
Encontrou-se uma correlação negativa entre as variáveis TAS-20 e Status Social para
o grupo CONV (N=21; rho = -0,524; /?<0,05). Para a mesma variável e para o grupo PAN
Não se encontrou qualquer correlação entre o número de meses que decorreu entre a
F l : r = 0,575 ;/x0,001
F l : r = 0,374; p<0,05
F3:r = 0,416;/?<0,05
Da análise dos coeficientes de correlação parciais para cada um dos grupos e para as
n.° de dias que decorreu desde a última crise conversiva (N=21; r=0,454; /?<0,05). Não se
O estudo: resultados 111
grupo PAN.
HAM-A e HAM-D.
2.5. Lateralidade
uma lateralidade totalmente direita (destro puro), situação que se verificou também em 17
(81%) de casos da CONV. Os restantes casos pertencem todos ao grupo CONV: 2 dos
casos (pontuação = 0,1) podem considerar-se destros, 1 caso deve considerar-se ambidestro
N = 37
■ com
□ pan
Figura 11. - Histograma de frequências das pontuações obtidas por cada grupo na escala
de lateralidade de Humphrey. 0 - destro puro; 1 - esquerdino puro; 0,5 - ambidestro.
Os resultados obtidos nos subtestes do PIEN para ambos os grupos podem ler-se no
ambidestros, o que afectou exclusivamente o grupo CONV com uma redução de 2 casos. A
Humphrey. Ficámos assim com uma amostra constituída por 19 elementos no grupo CONV
numa variável ordinal, a saber: 1- (< 30); 2- (31-69); 3-( > 70). Aplicou-se o teste de Mann-
Whitney.
A observação dos perfis de distribuição por percentil dos resultados obtidos indicia
100,0
100,0 p<0.01.*
81,3
p<0.05.* 81,3
80,0
80,0
60,0 60,0
! 52,6
m
20,0
"OïiF
0,0 -d-OrS- 0,0
<30 <30
' U=84,5: 0=0.009 •U =94.0: 0=0.025
100,0 100,0
p = n.s.* p= n.s.* 81,3
80,0 - Q 81,3 80,0
60,0 60,0
20,0 20,0
0,0 0,0
■=30 <30
'U=106.0:D=0.082 'U=106.0: B=0,082
60,0 60,0
_47,3
í
.... __ /
40,0 ■ 42.1
y /
20,0 18,8 / /
10,5 10,5 B ~ ^ ~
0,0 0,0 -■—-^^J-Sre—r
31-69 <30
'U=106.0: D =0.082 •U =106.0: o=0,082
Figura 12. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos nos subtestes
neuropsicológicos para a linguagen e prosódia do PIEN (Programa Integrado de Exploração
Neuropsicológica, Pena-Casanova, 1990), em %.
CONV (n=19) ■—PAN (n=16) — O — Eixo dos xx - percentil; eixo dos yy - %.
Todos os sujeitos da amostra são destros.
* Teste de Mann-Whitney; variáveis ordinais: l-( <30 ); 2-( 31-69 ); 3-( <70 )
O estudo: resultados 116
(fluência e gramática, conteúdo informativo), com desvio para a direita a favor do grupo
no percentil >70. Para os outros dois percentis, mantiveram-se os melhores resultados para
p<0.05)
Para os subtestes de praxia construtiva gráfica (cópia e ordem verbal), a análise dos
perfis de distribuição por percentil indicia maiores diferenças para o subteste ordem verbal
com melhores rendimentos para o grupo PAN: 68% dos sujeitos no percentil > 70 contra
Melhores rendimentos globais para o grupo PAN, com ambos os grupos a aproximarem-se
P < 0.05 *
100,0
80,0
■ 73,3
\
8 60,0 \ O 62.5
03
O
-o 40,0 \
Or 3/,ò \
20,0 ■ 91 1 \
0,0 , , ^ O -G rO—
<30 31-69 >70
percentil
Figura 13. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos no subteste do PIEN
evocação categorial em associação. PIEN - Programa Integrado de exploração neuropsicológica
(Pena-Casanova, 1990). Todos os sujeitos da amostra são destros.
CONV (n=19)—■— PAN (n=16) O . * [7=86,0; /?=0,019.
- cópia: U= 96,5;p<0,05
O estudo: resultados 118
> 70. O grupo CONV tem uma quebra de rendimento na execução da prova à direita (Fig.
15).
A análise estatística revela diferenças muito significativas entre os dois grupos com
4Q0
■^
\ 36,8 /
40,0 ! ■—_4K^
42,1 \ ^ " ^ O 31,3
2Q0 / 31.3 \ 20,0 ' fV
U
18,8 " ' ■ 10,5
^■5,2 0,0
0,0 O^e—
OO 31-89 >70 <30 31-69 >70
Figura 14. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos nos subteste do PIEN
para a praxia construtiva gráfica (ordem verbal e cópia). PIEN - Progr. Integrado de
exploração neuropsicológica (Pena-Casanova, 1990). Todos os sujeitos da amostra são
destros. CONV (n=19) " PAN(n=16) _o_ Eixo xx - percentil;
eixo yy - n° de casos em %.* £7=28,0;/?=0,000 ** £7=96,5; p<0,047
O estudo: resultados 119
objectos revela ténues diferenças entre grupos, com distribuição de resultados no mesmo
sentido. (Fig. 15). A análise estatística revela que as diferenças têm significado estatístico:
para a direita). A análise estatística revelou que existem diferenças significativas entre os
O 100,0 100,0 -
>100,0
p<0.01* p<0.001*
80,0 -
/ 52,6
60,0
._- ■ 3!$
36.8 L^ .,■—-7^^42,1
40,0 40,0 -
20,0 ^ / 20,0 - //
5.3 ^ / 5,3 /' /
0,0 ■ J
0,0 DJOÍO r OEhO 1 i
<30 31-69 >70
<30
* U=64,0;p=0,000
'L/=88,0: D=0.004
O 100,0 100,0 -
p<0.05* / p<0.05* /^ 00 '°
80,0 -
/ ■ 73,7
/ /
60,0 60,0 - / /
// //
40,0
15,8 / 15,8 / /
20 0 20,0 -
»-'Í0,5 10,5 """*/
0,0 O- , 0 , !
<30 <30 31-69 >70
U=112,0;p=0,029 * U=112,0; p =0,029
Imitação de posturas
Bilateral
100,0 -
p<0,001 *
80,0 -
■ 68,4 O 68,8
60,0 -
/
\ O'31,3
20 0 -
■ 15,8
/ m
0,0 / 15,8
OSTS
<30 1 r-
* U=39,0;p =0,000
Figura 15. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos nos subtestes do PIEN
para gesto simbólico, mímica de uso de objectos e imitação de posturas. PIEN-Prog. Int. de
Exploração Neuropsicológica(Pena-Casanova, 1990), em %. Todos os sujeitos da amostra
são destros. CONV (n=19) B PAN (n=16) 0 Eixo xx - percentil; eixo yy - %.
TTT
Atenção visuo-gráfica Atenção visuo-gráfica
Esquerda Direita
100,0
100,0 -, jjj|ioo,o p=n.s.
P= n.s. * 94,7
80,0 / 93,8
80,0 -
// 60,0
60,0 -
40,0 - / 40,0
/
20,0 -
5,3 /
nn
0,0 - JUL&=~=$(Bê
<30 31-69 >70 <30
l,0;p= 0,359
* (7=151,0; p=0,934
Atenção visuo-gráfica
Centro
100,0
Imagens sobrepostas
p<0,05 *
<30 31-69
(7=62,5; p =0,001
Emparelhamento de faces
p=n.s. *
,0-50_,o 37,5
40,0
^■353
20,0
h26^5 =*s
Qr 12,5
0,0
<30
(7=128,0 p=0,397
Figura 16. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos nos subtestes do PIEN
para a atenção visuo-gráfica, imagens sobrepostas e emparelhamento de faces.
PIEN-Programa Integrado de Exploração Neuropsicológica, Pena-Casanova,1990. Todos os
sujeitos da amostra são destros. CONV(n= 19) a PAM(n=l6) — o
* Teste de Mann-Whitney; variáveis ordinais: l-( <30 ); 2-( 31-69 ); 3-( <70 )
122
Grafestesia Grafestesia
Esquerda Direita
100,0 -,
P== n.s. * O 93,8
p=n.s.
O 93,8
80,0 J -
/ ■ 68,4
60,0 60,0 j -
//
40,0 40,0 —
15,8 15,8 /
20,0 20,0
-J35-0—= — O 6,3
0,0 0,0 +
<30 31-69 <30
' l/=112,0 p =0,058 * L/=120,5p=0,112
Morfognosia Morfognosia
Esquerda Direita
100,0 -, 100,0 -,
0 93,8
p=n.s. * p=n.s.* /P93'8
80,0 / 73,7
60,0
7 /■ / ■ 68,4
/ / / /
40,0 40,0
15,8 10,5 / 21,1 10,5 _/^
20,0
100,0
p=n.s. * ,P 9 3 ' 8 p=n.s. * O938
//■78'9
60,0 Z/" 78 ' 9
/
Figura 17. Perfil da distribuição por percentil dos resultados obtidos nos subtestes do PIEN
para a discriminação táctil, em %. PIEN - Programa Integrado de Exploração
Neuropsicológica (Pena-Casanova, 1990). Todos os sujeitos da amostra são destros.
Eixo xx - percentil; eixo yy - %. CONV (n=19) pj PAN(n=16) 0
* Teste de Mann-Whitney; variáveis ordinais: l-( <30 ); 2-( 31-69 ); 3-( <70 ).
O estudo: resultados 123
Para o grupo CONV, não se encontrou qualquer correlação com significado estatístico entre
Notas: Estão representados os subtestes para os quais os coeficientes de correlação encontrados têm nível
de significância estatística. Não se encontrou qualquer correlação com significado estatístico para o grupo
CONV(pert. de conversão). Todos os sujeitos da amostra são destros.
2
Subtestes neuropsicológicos retirados do programa integrado de exploração neuropsicológica (PIEN),
(Pena-Casanova, 1990).
PAN - Grupo de pacientes com pert, do pânico. TAS-20 - Escala de Alexitimia de Toronto de 20 Itens.
Fl- dificuldade para identificar sentimentos; F2 - dificuldade em descrever sentimentos; F3 - pensamento
orientado para o exterior.
'Coeficientes de correlação obtidos pelo rho de Sperman (N=16). *p<0,Q5 **/?<0,01
124
3.1. Do método
Uma amostragem por grupos, não randomizados, do tipo acidental (por conveniência) teve
para nós a grande vantagem de permitir o acesso fácil a pacientes da consulta externa do
meios humanos e materiais. Foi a opção possível no tempo limitado a que este estudo está
populações-alvo. Por outro lado, o método de referência (psiquiatra assistente) não está
referenciados não sejam aqueles com os quais o clínico nutre melhores relações de empatia
generalização. E foi esta mesma natureza que nos permitiu o arrojo de comparar grupos de
das mesmas limitações dos autores (Kristal et ai., 1986; Zeitlin & McNally, 1993; Parker et
reproduzem as que são esperadas pela análise da literatura (Kaplan & Sadock, 1998; Binzer
et ai., 1997; Crimlisk, 1998; Ron, 1996). Maiores dúvidas temos em relação ao grupo PAN
seleccionado que nos parece ter uma escolaridade média elevada (Kaplan & Sadock, 1998).
perturbação do pânico (20% seg. Tomasson et ai., 1991), não temos absoluta garantia da
"pureza" do grupo CONV, em relação a essa mesma comorbilidade. Críticas que também
variáveis-estranhas.
Ainda assim não pudemos eliminar em absoluto o enviesamento dos estudos retrospectivos.
pelo processo clínico mas, também ele tem, a mais das vezes, uma visão retrospectiva do
O estudo: discussão e conclusões 126
conversão, ficámos dependentes da memória dos nossos entrevistados, aos quais se pediu a
e distorções várias e também da desejabilidade social. Daí o termos optado, na fatia maior
Instrumento que mantém bom grau de independência face a baixos nível de escolaridade e
e escolaridade distintos, perde para a sua não normalização e aferição para a população
portuguesa.
O recurso ao perfil <50 anos obriga, segundo o PIEN, a considerar uma escolaridade
mínima de 8 anos com um desvio padrão de 2 anos. A média da nossa amostra para o
grupo CONV é de aproximadamente 5 anos com um desvio padrão de 2 anos, situação que
constitui uma franja muito sensível. E mesmo assim, e ainda que ambas as populações
Por último, uma palavra sobre a dimensão da amostra. A pesar de não possuirmos
/100.000 habitantes ano. Atendendo a que tínhamos acesso a uma consulta externa referente
prevalência destas situações na consulta, contávamos com uma amostra próxima dos 40
diagnostica e ética que o método de referência pelo psiquiatra assistente oferece, deixa o
estudo dependente da boa vontade dos clínicos. Por outro lado, circunstâncias inerentes ao
processo de encerramento do Hospital Conde de Ferreira muito contribuiu, por certo, para a
baixa aderência.
menor. Algumas associações podem não ter sido detectadas pelo menor poder do
3.2.1. Da alexitimia
apresentam níveis mais elevados de alexitimia quando comparados com os pacientes com
perturbação do pânico (PP). Resultados que também apresentam diferenças com significado
Resultado que não estranha se nos situarmos na linha do modelo do conflito neurótico
encontrados situam os nossos pacientes conversivos próximo dos valores encontrados para
Para Baumbacker (1989) os pacientes com perturbação de pânico (PP) possuem uma
organização psicológica particular que não lhes permite o normal desenvolvimento do sinal
PP com pacientes com fobia social (FS) e perturbação obsessivo-compulsiva (POC) (Zeitlin
& McNally, 1993; Cox et ai, 1995) os pacientes com PP pontuaram significativamente mais
O estudo: discussão e conclusões 129
na TAS ou nos factores. Para Nemiah (1982) os pacientes com FS ou POC podem
experienciar ataques de pânico mas possuem intrinsecamente maior habilidade para usar o
sinal ansioso e para mobilizarem mecanismos de defesa de ordem superior, o que permite a
pacientes conversivos estão igualmente mal equipados para modularem o sinal ansioso e
que os pacientes CONV não parecem enquadrar-se bem no grupo das estruturas neuróticas
Atente-se que encontrámos uma associação com significado estatístico entre as pontuações
da TAS-20 e o n.° de dias que decorreu deste a última crise conversiva. Não se encontrou
associação entre as mesmas variáveis (neste caso, tempo decorrido desde o último ataque
este grupo e que se encontram bem documentadas na literatura (Tomasson, 1991; Ron,
1996; Binzer et ai, 1997; Crimlisk et ai, 1998). Ressalvando o facto dos níveis de depressão
HAM-A e HAM-D ', os níveis de alexitimia encontrados para o grupo CONV podem estar
variáveis e a TAS-20 para o grupo PAN, com um nível de significância mais seguro para a
maiores dificuldades de leitura e preenchimento da TAS-20 é uma questão que deve sempre
A matéria está longe de ser consensual. O nosso estudo não encontrou qualquer
associação entre a idade, escolaridade e pontuação na TAS-20 para nenhum dos grupos.
Mas encontrou uma correlação com significado estatístico entre o estatuto social e a
pontuação na TAS-20 para o grupo CONV. Resultados que se apresentam na linha dos
Por último, os nossos resultados não revelam qualquer diferença entre os níveis de
funcionamento global entre os grupos. No entanto, 42,8% do grupo CONV apresenta níveis
grupo PAN.
Aníbal Fonte encontrou uma associação com o factor profissão o que segundo o autor remete para
o problema do estatuto socio-económico. Fonte usou o índice de Graffar.
O estudo: discussão e conclusões 131
grupo CONV e de 1,8 anos para o grupo PAN, o que indicia maior cronicidade do grupo
nos na linha dos autores que encontraram uma maior prevalência de traços alexitímicos
(McDougall, 1982; Sifneos, 1988). Questões para as quais este estudo não foi preparado
para responder.
(38% contra 10 % à direita), situação que vem ao encontro da maioria dos trabalhos
publicados (Guze et ai., 1971; Stern, 1977; Galin et ai, 1977; Regan et ai, 1984; Binzer
1997). Todavia, na nossa amostra, 38 % das pacientes refere apresentações bilaterais, seja
por fenómeno paraparético, seja por fenómeno que na anamnese ora se apresenta à direita
ora à esquerda. Na grande maioria dos estudos consultados, os autores eliminam ou não
O estudo: discussão e conclusões 132
que se avalia a manifestação actual que motiva internamento ou consulta para estudo,
predomínio direito. Dos 40 doentes observados por estes autores só 24% expressavam o
dominante mas alertava para a importância dos efeitos de sugestão na escolha do sintoma
esquerda. Em nenhum outro estudo se viu a preocupação de uma semiologia tão fina. O
nosso estudo não tem dimensão de amostra suficiente para nos debruçarmos sobre o
assunto.
hemisfério não dominante o que vem ao encontro de um conjunto de sintomas que, ainda
estudo não revelou diferenças com significado estatístico entre ambos os grupos. Mas,
refira-se, todos os indivíduos não destros puros (4) apareceram na amostra CONV.
estatístico, com melhores rendimentos para o grupo PAN, nos subtestes linguagem
construtiva gráfica (ordem verbal e cópia), gesto simbólico, mímica de uso de objectos,
distribuição por percentil indicia melhores rendimentos para o grupo PAN. Nas provas de
maior segurança para a prova de narração temática (p<0,0l). É fundamental perceber que
e não através de uma escala contínua. Situação que introduz necessariamente alguma
subjectividade clínica que no entanto foi aplicada por igual aos dois grupos. Por outro lado,
da população espanhola o perfil aplicado elimina esta fonte de erro mas não estamos certos
que assim seja na população portuguesa. As diferenças observadas podem bem dever-se às
hemisfério direito (Joseph, 1989; Springer & Deutsch, 1998). Ross (1981) propos um
afasias. Para Ross, as aprosódias teriam uma topografia lesionai similar às afasias
homónimas mas no hemisférios direito. Esta área é uma área sensível do PIEN: os estudos
efectuados até ao momento (Penã-Casanova, 1991) não garantem qualquer paralelismo com
dorsolateral frontal esquerdo têm sido implicados nas tarefas de evocação categorial
(Kimura, 1993; Luria, 1980; Joseph, 1989; Damásio et ai, 1996). O nosso estudo encontrou
entanto, os resultados devem ser lidos com reserva dada a grande variabilidade na
capacidade de evocação categorial entre sujeitos, muito dependente que está do nível socio-
cultural dos mesmos, requerendo referências a grupos de controle adequados. A prova tem
O estudo: discussão e conclusões 135
ainda um importante componente de memória operativa, variável que não foi controlada no
nosso estudo.
enquadram-se no conjunto dos actos motores com finalidade (praxia). O nosso estudo
revela diferenças com significado estatístico nos subtestes gesto simbólico, com maior
pela presença do objecto (via occipito-parietal) e pelo tacto (via parieto-parietal). Através
linguagem e o córtex motor de associação (Joseph, 1989). Daí que alguns autores
topografia concreta da lesão (Pena-Casanova, 1991). O nosso estudo revela uma perda de
O estudo: discussão e conclusões 136
rendimentos na prova gesto simbólico quando executada à direita ( atente-se que todos os
sujeitos eram destros), sugerindo uma menor dominância hemisférica esquerda para a
imitação de posturas. Da análise da associação das três provas (gesto simbólico, mímica de
uso de objectos e imitação de posturas) o nosso estudo sugere para o grupo CONV uma
esquerda).
escolaridade (Kolb & Whishaw, 1996). Pena-Casanova (1991), num estudo efectuado em
jovens adultos analfabetos, verificou que 5,7% eram completamente incapazes de executar
resultados foram estatisticamente semelhantes quando comparados com o grupo com mais
de 8 anos de escolaridade.
Excluídas como estão, a incapacidade por lesão motora elementar e o déficit do tipo
frequentes nas lesões hemisféricas esquerdas (Gainoti, 1985). Os casos ligados a lesões
espaciais esquerdos. Os deficits visuoconstrutivos por lesão direita melhoram muito pouco
com a execução da cópia. Nas lesões esquerdas o subteste mais prejudicado é o da ordem
construtiva gráfica (ordem verbal e cópia) com um nível de significância mais seguro para a
execução por ordem verbal (p<0,00\). O mesmo é dizer que o grupo CONV melhorou
actividades simbólicas (linguagem) no grupo CONV quando comparado com o grupo PAN
A análise em conjunto dos resultados dos subtestes da praxia construtiva gráfica e dos
resultados obtidos por Pena-Casanova com a cópia da casa para a população analfabeta
levantam a hipótese de que a variável escolaridade pode ter uma influência menor do que
levantar pistas sobre as regiões posteriores do hemisfério direito. Tem sido destacado o
Casanova, 1991). Ambas as provas podem ser influenciadas por mecanismos de atenção e
concentração, situação que dentro de certos limites tentámos controlar com o subteste
anterior (atenção visuo-gráfica). Segundo Benton et ai. (1983), ainda que mínimas, a prova
apertadas com os lóbulos occipitais e temporais. As provas de discriminação táctil têm sido
interhemisférica. Zeitlin et ai (1989) usou a prova da denominação tactil digital para avaliar
população normal (Zeitlin et ai, 1989). Com uma metodologia substancialmente diferente
(taquitóscopia), Dewaraja & Sasaki (1990) demonstraram que o grupo alexitímico era mais
trabalhos de Parker et ai (1999) vêm na linha dos anteriores e, para uma população de
nosso estudo não é comparável com os anterior já que não utilizámos a prova da
denominação táctil digital mas, todas as provas de discriminação táctil do PIEN não
apontaram quaisquer diferenças entre os grupos. As análises que efectuámos sobre eventual
O estudo: discussão e conclusões 139
não revelaram qualquer associação em nenhum dos grupos. Estes resultados não significam
interhemisférica, pois o facto de não registarmos diferenças pode dever-se à pouca acuidade
com o grupo PAN. Disfunção que envolve aspectos ligados às actividades simbólicas e, em
posturas, sugerem também uma menor lateralização da gestualidade no grupo CONV, com
indiciada pelo facto dos 4 sujeitos não destros puros da amostra terem sido registados neste
grupo.
Estas ( e outras disfunções que o desenho do estudo não aborda ou não captou)
Predisposição que pode não ser particularidade da perturbação de conversão mas também
grupos patológicos.
Os nossos resultados vêm na linha dos trabalhos de Flor-Henry (1981) para quem a
O nosso estudo nada pode avançar sobre a natureza primária ou secundária das
disfunções encontradas.
para o grupo PAN, associação que não foi reproduzida para nenhuma variável
mediação neurobiológica diferente nos dois grupos. Indícios que vêm ao encontro da linha
3.3. Conclusões:
simbólica dos estados afectivos e dos estados de tensão, o que a enquadra no grupo das
mesmas;
d) a variável escolaridade constitui uma variável-estranha que não foi possível controlar
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Anexos
anexo I
Escalas de avaliação
GAF
(GLOBAL ASSESSMENT OF FUNCTIONING)
Cod: 2 - L i g e i r a m e n t e p r e j u d i c a d o (20 - 7 i )
Sintomatologia transiente. Reacções esperadas as tensões psicossociais. Só leves
dificuldades no funcionamento sociaL ocupacional ou escolar.
Cod: 3 - M e d i a n a m e n t e p r e j u d i c a d o „ (70 - o i ) ^
Sintomatologia ligeira mas persistente ou funcionamento geral ainda aceitável mas ja
com problemas em áreas específicas.
Ccd: 5 - M a r c a d a m e n t e p r e j u d i c a d o (50 - 3 i )
Sintomatologia séria ou deficiências sérias no funcionamento sociaL ocupacional ou
escolar.(Ex.: sem amigos, incapacidade em manter-se no emprego).
A ESCALA
SOMÁTICO (Sensorial)
Acufenos, visão desfocada, acessos de calor e frio,
sensação de fraqueza, sensação de formigueiro
0 = ausente 3 = intenso
1 = ligeiro 4 = muito intenso
2 = moderado
^ m
r
Avaliação Clínica da Depressão
ESCALA DE AVALIAÇÃO
DA DEPRESSÃO DE HAMILTON
(HDRS)
UM GUIA COMPROVADO .
PARA AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO
A HDRS-17em Clinica Geral 4 Ouve vozes que o/a acusam e denunciam e;
/ou tem alucinações visuais ameaçadoras
A pontuação total obtida na HDRS indica o ní-
vel de depressão do doente; a evolução dessa 3. Ideação Suicida
pontuação ao longo do tempo constitui um in- 0 Ausente
dicador valioso dos progressos por ele feitos. 1 Sente que não vale a pena viver
2 Desejo de morrer ou quaisquer ideias sobre
Geralmente, quanto mais elevada for a pontua- a sua eventual morte
ção mais grave é a depressão do doente. Embo- 3 Ideias ou gestos suicidas
ra não se possa com realismo atribuir um grau 4 Tentativas de suicídio (qualquer tentativa sé-
específico de depressão a uma pontuação espe- ria equivale a 4 pontos)
cífica, existem contudo algumas linhas de ori-
entação gerais que a seguir se indicam. 4. Perturbações do início do sono
0 Não tem dificuldade em adormecer
Pontuação na HDRS Grau de depressão 1 Queixa-se de ter ocasionalmente dificulda-
10-13 Ligeira de em adormecer (mais de meia hora)
13-17 Moderada 2 Queixa-se de todas as noites ter dificulda-
> 17 Grave des em adormecer
Nome
Antes do início 1 .a avaliação 2." avaliação
do tratamento (4 semanas depois) (8 semanas depois)
Sintomas Data: Data: Data:
1. Humor deprimido 0 2 3 4 0 2 .i 4 0 2 3 4
2. Sentimentos de culpa 0 2 3 4 0 2 .i 4 0 2 3 4
3. Ideação suicida 0 2 3 4 0 2 :5 4 0 2 3 4
7. Trabalho e Passatempos 0 2 3 4 0 2 .i 4 0 2 3 4
8. Lentificação 0 2 3 4 0 2 .i 4 0 2 3 4
9. Agitação 0 2 3 4 0 2 .i "4 0 2 3 4
15. Hipocondria 0 2 3 4 0 2 5 4 0 2 3 4
ouB 0 2 0 2 0 2
Pontuação total
TAS - 20
lOME: ; SEXO: IDADE: DATA: / /
SCOLARIDADE: PROFISSÃO:
sando a escala fornecida como guia. indique o seu grau de concordância com cada uma das seguintes afirmações
iz.cndo um circulo à voila do número correspondente. De só uma resposta por cada afirmação.
se a scguinlc chave: I. Discordo totalmente
2. Discordo em parle
3. Nem discordo nem concordo
4. Concordo em parte
5. Concordo totalmente
Discordo Discordo Nem discordo Concordo Concordo
totalmente cm parle nem concordo em parte totalmente
compreendem 1 2 3 4 ...5
Primeira parte
1. Para lançar
2. Para escrever
3. Para desenhar
4. Para jogar, p.ex. ténis, ping-pong
5. Para utilizar tesouras
6. Para utilizar máquinas de barbear ou baton
7. Para pentear-se
8. Para utilizar uma escova de dentes
9. Para pegar numa faca e realizar tarefas que não sejam comer (cortar um fio,
afiar um lápis)
10. Para comer com uma colher
11. Para martelar com um martelo
12. Para utilizar uma chave de parafusos
Segunda parte
13. Com que mão utiliza a faca para comer ao mesmo tempo que usa o garfo?
14. Se você tiver duas malas, em que mão levará a mais pesada?
15. Que mão põe na parte mais alta de uma vassoura?
16. Que mão põe na parte mais alta de um ancinho?
17. Com que mão desenrosca a tampa de um frasco?
18. Com que mão pega num fósforo para acendê-lo?
19. Com que mão distribui as cartas?
20. Com que mão enfia a linha numa agulha?
Terceira parte
Pontuação Pontuação 1 para uma actividade executada unicamente com a mão esquerda.
Pontuação 0.5 se as duas mãos executam as actividades com a mesma destreza
A pontuação total que se obtém divide-se pelo número total de tarefas avaliadas
1 0.5 0
Esquerdino puro Dextro puro
anexo II
MA
TACION PERSONA 0 2 4 5 6 7
TACIÓN ESPACIO . 0 1 2 3 4 5
TACIÓN TIEMPO .. 0 5 11 16 21 23
)S DIRECTOS 2 3 6-9
)S INVERSOS 5-8
ORDEN DIRECTO 0 2
ORDEN DIRECTO T. ... 0 1 3 4
INVERSAS 0 2
INVERSAST 0 1 3
: OROFONATORIA 0 5 9 13 17 18 20
ICION SÍLABAS
PARES SÍLABAS
LOGATOMOS
PALAB. PARES MÍN.
PALABRAS
FRASES 0 15 30 44
ERROR SEMÂNTICO 0 1 2
4INACION IMAGENES . 7 10
A. IMAGENES T 21 31
A. OBJETOS 3 4
A. OBJETOS T 9 13
A. PARTES CUERPO ... 3 4
A. PARTES CUERPO T. 9 13
ESTA DENOMINANDO . 0 2 3 4
DENOMINANDO T 0 5 9 13
.ETAMIENTO DENOM. . 0 2 3 4
LET. DENOMINANDO T. 0 5 9 13
CATEGORIAL ANIM. lm. 0 3 5 7 10 11 12 13 14 15 18 20 22
CATEG. «P» 3m 0 3 6 9 12 14 15 16 19 22 29
PALABRAS (SENALAR) . 6 9
PALABRAS T 18 26
PARTES CUERPO 3 4
PARTES CUERPO T 9 13
-REALIZACION ORDENES 8 12
*IAL VERBAL COMPLEJO 5 6
VERB. COMPLEJO T 12 18 24
IRA LETRAS
IRA LETRAS T
IRA NUMEROS
IRA NUMEROS T. ...
IRA LOGATOMOS ..
IRA LOGATOMOS T.
IRA PALABRAS
IRA PALABRAS T. ..
IRA TEXTO 0 14 27 41
PALABRA-IMAGEN . . . .
. PALABRA-IMAGEN T. ..
LETRAS
LETRAS T
PALABRAS
PALABRAS T
LOGATOMOS
LOGATOMOS T 8 12
ORDENES ESCRITAS ... 6 9
FRASES Y TEXTOS 4 5
. FRASES Y TÉXTOS T. .. 7 11 15 19
N. ESCRIT. MANO DCHA. 1 2 3
H. ESCRIT. MANO IZDA. 1 2 .3
DO LETRAS 2 3 4
DO LETRAS T 5 9 13
DO NUMEROS 2 3 4
DO NUMEROS T. ... 4 8 12 17
DO LOGATOMOS ... 1 2 3 5
DO LOGATOMOS T. 3 6 9 12 14 16 17
DO PALABRAS 2 3 4
DO PALABRAS T. .. 5 7 10 14
iDO DE FRASES 4 7 10
INACION ESCRITA ... 0 2 3 4 6
INACIÓN ESCRITA T. 0 5 9 13 18 22
TURA NARRATIVA 0 5 9 14 20
;ST Percentiles 10 20 30 40 50 60 70 90 95 PD
REGISTRO DE DATOS: 50-70 ANOS DE EDAD HISTORIA
< 5 ANOS DE ESCOLARIDAD N.°
DIAGNOSTICO TOPOGRAFIA
?ECHA INICIO F ECHA EXAMEN EXAMINADOR
Percentiles: 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95
SUBTEST INFERIOR MÍNIMO 4 MEDIO i MÁXIMO PD OBSERVACIONES-SEMIOLOGÍA
JESTO SIMBOL. DCHA. ORDEN 0 2 4 6 8 9 10
iESTO SIMBOL. 1ZDA. ORD. . . . 0 2 4 6 8 9 10
iESTO SIMBOL. DCHA. 1M1T. . 0 3 5 7 9 P 10
IESTO SIMBOL. 1ZDA. 1M1T. . . 0 2 5 7 9 10
«MICA USO OBJ. DCHA. ORDEN 0 2 4 6 8 9 10
1IMICA USO OBJ. 1ZDA. ORDEN 0 2 4 6 8 9 10
11M1CA USO OBJ. DCHA. IM1T. 0 3 5 7 9 10
11MICA USO OBJ. 1ZDA. IM1T. 0 2 5 7 9 10
[SO OBJETOS 0 2 3 4 5 6
MITACION POSTURAS DCHA. . 0 2 4 6 8 9 10
MITACION POSTURAS IZDA. . . 0 2 4 6 8 9 10
MITACION POSTURAS BILAT. 0 1 3 5 6 7 8
IRBITRARIO SECUENC. DCHA 0 1 3 5 6 7 8
iRBITRARIO SECUENC. IZDA. . 0 1 3 5 6 7 8
:OORD. RECIPROCA 0 1 2 3 4
'RAXIS CONSTRUCTIVA ORDEN 0 2 4 6 8 9 10 11 12 13-18
"RAXIS CONSTRUCTIVA COPIA 0 3 5 7 9 10 11 12 13 14 15 18
'RAXIS CONST. COPIA T 0 5 10 15 20 21 24 26 27 28 30 32 33-36
ITENCION VISUAL DCHA 0 2 3 5 6 7 '
L T E N C I O N VISUAL CENTRO . . . 0 4 7 11 13 14
TENCION VISUAL IZDA 0 2 3 5 6 7
)RIENTACION TOPOGRÁFICA . no existen normas 10
MAGENES SUPERPUESTAS . . . . 0 4 8 12 15 16 18 19 20
MAGENES SUPERPUESTAS T. . 0 7 14 21 28 29 31 33 35
kPAREAMIENTO DE CARAS . . . 0 2 3 4 5 6
LPAREAMIENTO CARAS T 0 3 6 *9 12 13 15 16 17 18
; L E C C I 0 N COLOR ESPECIFICO 0 2 3 4 5 6
ÏLECC. COLOR ESPECIFICO T. 0 5 9 13 17 18
LPAREAMIENTO COLORES . . . . 0 2 3 4 5 6
LPAREAMIENTO COLORES T. . 0 5 9 13 17 18
)ENOMINACION COLORES . . . . 0 2 3 4 5 6
)ENOMINACION COLORES T. . 0 5 9 13 17 18
)ESIGNACION COLORES 0 2 3 4 5 6
)ESIGNACION COLORES T. 0 5 9 13 17 18
IESP. DENOMINANDO COLOR 0 2 3 4 5 6
(ESP. DENOMINANDO COLOR T. 0 5 9 13 17 18
SRAFESTESIA DERECHA 0 1 3 5 6 7 8
iRAFESTESIA I Z Q U I E R D A 0 1 3 5 6 7 8
rfORFOGNOSIA DERECHA 0 2 3 4 5 6
rfORFOGNOSIA DERECHA T. . . 0 4 8 13 16 17 18
ÍORFOGNOSIA IZQUIERDA . . . 0 2 3 4 5 6
ÍORFOGNOSIA I Z Q U I E R D A T . 0 4 8 13 16 17 18
)ENOMINACION TACTIL DCHA. 0 2 3 4 5 6
)ENOM. TACTIL DCHA. T 0 5 8 13 16 17 18
)ENOMINACION TACTIL IZDA. 0 2 3 4 5 6
)ENOM. TACTIL IZDA. T 0 5 8 13 16 17 18
IENALAR DEDOS DERECHA . . . 0 3 6 8 12 13 14 15
IENALAR DEDOS IZQUIERDA . 0 3 6 8 12 13 14 15
)RIENTACION DCHA-IZDA . . . . 0 2 4 6 7 8 9 10
J N O S I S AUDITIVA 0 1 2 3 4 5 6
ÏNOSIS AUDITIVA T 0 2 4 6 8 9 10 11 12
MEMORIA TEXTOS 0 2 3 5 6 7 9 12 13 14 15-23
MEMORIA TEXTOS PREGUNTAS 0 2 4 6 8 9 13 15 16 17 19-23
MEMORIA TEXTOS DIFERIDA . 0 2 3 4 5 6 8 10 12 13 14 15 16-23
«1EMORIA TEXTOS DIF. PREG. 0 2 3 4 6 7 11 14 15 16 18 19 20 23
\PRENDIZAJE SERIADO PALAB. 0 16 33 49 66 67 70 73 74 76 77 79 80 85 91-99
MEMORIA VISUAL ELECCION . 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-10
MEMORIA VIS. REPRODUCCION 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-16
CALCULO MENTAL 0 1 2 3 4 5 6 7 9 9-10
-ALCULO MENTAL T 0 2 3 4 5 6 7 8 9 11 13 16 17 20 23-30
CALCULO ESCRITO 0 1 2 3 4 5 6
:ALOJLO ESCRITO T 0 1 3 4 5 6 7 10 14 15-18
'ROBLEMAS ARITMÉTICOS . . . 0 1 2 3 4 5 7 9-10
'ROBLEMAS ARITMÉTICOS T. . 0 1 2 3 4 5 6 8 9 16-20
NFORMACION 0 1 2 3 4 5 6 8 9 11-12
(EMEJANZAS-ABSTRACCION . . 0 1 2 3 4 7 7-12
:OMPRENSION-ABSTRACCION 0 1 2 3 4 5 7 9-12
:LAVE DE NUMEROS 0 2 3 4 6 7 8 9 10 12 13 17 27 31-60
:UBOS 0 1 2 3 4 6
:UBOS T 0 1 2 3 4 6 7 8 9 11 12 14-18
SUBTEST Percentiles 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 PD
OBSERVACIONES:
23
ROGRAMA I N T E G R A D O DE EXPLORACION
EUROPSICOLOGICA - TEST BARCELONA® - (J. Pena Casanova)
'ELLIDOS NOMBRE . EDAD
IOFESIÓN ESCOLARIDAD DOMINÂNCIA
Percentiles: 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95
BTEST INFERIOR MÍNIMO I MEDIO MAXIMO PD OBSERVACIONES-SEMIOLOGIA
JVERSACION-NARRACION 0 2 4 5 7
ÍRACIÓN TEMÁTICA 0 2 3 4 5
5CRIPCIÓN 0 2 3 4 5
JENC1A Y GRAMÁTICA . . 0 3 5 10
JTENiDO INFORMATIVO 0 3 5 10
MO . . . .
LODÍA
ENTACION PERSONA 0 2 4 5 6 7
[ENTACION ESPACIO . 0 1 2 3 4 5
[ENTACION TIEMPO .. 0 5 II 16 21 23
1TOS DIRECTOS 7-9
ITOS INVERSOS 5-8
tIES ORDEN DIRECTO . . . 0 1 2
tIES ORDEN DIRECTO T. 0 1 2 3 4
tIES INVERSAS 0 1 2
ÎIES INVERSAS T 0 1 2 3 4
\XIS OROFONATORIA 0 5 9 13 17 20
'ETICION SÍLABAS
PET. PARES SÍLABAS
3
ET. LOGATOMOS
3
ET. PALAB. PARES MÍN.
'ET. PALABRAS 10
' E T . FRASES 0 15 30 44 58 60
>ET. ERROR SEMÂNTICO 0 1 2
WMINACION IMAGENES . 0 4 7 10 13 14
NOM. IMAGENES T 0 II 21 31 41 42
WM. OBJETOS 0 2 3 4* 5 6
HOM. OBJETOS T 0 5 9 13 17 18
>JOM. PARTES CUERPO . . . 0 2 3 6
>IOM. PARTES CUERPO T. 0 5 9 18
1PUESTA DENOMINANDO . 0 2 3 4 5 6
iP. DENOMINANDO T 0 5 9 13 17 18
MPLETAMIENTO DENOM. . 0 2 3 4 5 6
MPLET. DENOMINANDO T. 0 5 9 13 17 18
)C. CATEGORIAL AN1M. Im. 3 6 9 II 12 13 14 15 18 19 21 2 3 -
DC. CATEG. «P» 3m 4 7 10 13 14 16 21 23 25 28 32 36 4 4 -
MP. PALABRAS (SENALAR) . 9 11 12
MP. PALABRAS T 26 35 36
MP. PARTES CUERPO 4 5 6
MP. PARTES CUERPO T 13 17 18
MP.-REALIZACION ORDENES 12 14 16
SERIAL VERBAL COMPLEJO 6 7 9
T . VERB. COMPLEJO T 18 25 27
CTURA LETRAS 0 4 5 6
CTURA LETRAS T 0 13 17 18
CTURA NUMEROS 0 2 3 4 5 6
CTURA NUMEROS T. . . . 0 5 9 13 17 18
CTURA LOGATOMOS .. 0 2 3 4 5 6
CTURA LOGATOMOS T. 0 5 9 13 17 18
CTURA PALABRAS 3 4 5 6
CTURA PALABRAS T. . 9 13 17 18
CTURA TEXTO 0 14 27 41 54 56
MP. PALABRA-IMAGEN .. 2 3 4 5 6
MP. PALABRA-IMAGEN T. 5 9 13 17 18
MP. LETRAS 2 3 4 5 6
MP. LETRAS T 5 9 13 17 18
MP. PALABRAS 4 5 6
MP. PALABRAS T 13 15 16 17 18
MP. LOGATOMOS 4 5 6
MP. LOGATOMOS T 12 15 16 18
MP. ORDENES ESCRITAS . 9 II 12
MP. FRASES Y TEXTOS . . . 5 6 8
MP. FRASES Y TEXTOS T. 14 19 20 22 24
:CAN. ESCR1T. MANO DCHA. 3 4
:CAN. ESCRIT. MANO IZDA. 3 4
7TADO LETRAS 0 4 5 6
7TADO LETRAS T 0 13 17 18
7TADO NUMEROS 0 4 5 6
:TADO NUMEROS T. . . . 0 13 17 18
rrADO LOGATOMOS... 0 3 4 5 6
CTADO LOGATOMOS T. 0 Il 14 15 16 18
:TADO PALABRAS 0 2 3 4 5 6
CTADO PALABRAS T. . 0 5 9 13 17 18
CTADO DE FRASES 0 4 7 10 12 13
NOMINACION ESCRITA . . . 0 2 3 4 5 6
NOMINACIÓN ESCRITA T. 0 5 9 13 17 18 24
CRITURA NARRATIVA 0 5 9 14 18 19 20
BTEST Percentiles 10 20 30 40 50 60 70 90 95 PD
CGISTRO DE DATOS: 50-70 ANOS DE EDAD HISTORIA
5-12 ANOS DE ESCOLARIDAD N.°
AGNÓSTICO TOPOGRAFIA
CHA INICIO FECHA EXAMEN EXAMINADOR
Percentiles: 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95
JTEST INFERIOR MÍNIMO l MEDIO I MAXIMO PD OBSERVACIONES-SEMIOLOGÍA
O SIMBOL. DCHA. ORDEN 0 2 4 6 8 10
0 SIMBOL. IZDA. ORD. ... 0 2 4 6 8 10
'O SIMBOL. DCHA. IMIT. . 0 3 5 7 9 10
O SIMBOL. IZDA. IMIT. .. 0 2 4 6 8 10
CA USO OBJ. DCHA. ORDEN 0 2 4 6 8 10
CA USO OBJ. IZDA. ORDEN 0 2 4 6 8 10
CA USO OBJ. DCHA. IMIT. 0 3 5 7 9 10
CA USO OBJ. IZDA. IMIT. 0 2 5 7 9 10
OBJETOS 0 2 3 4 5
4CION POSTURAS DCHA. 0 2 4 6 8 10
ACION POSTURAS IZDA. . 0 2 4 6 8 10
\CION POSTURAS BILAT. 0 1 3 5 6
TRARIO SECUENC. DCHA 3 5 6
TRARIO SECUENC. IZDA. . 3 5 6
ID. RECIPROCA 1 2
CIS CONSTRUCTIVA ORDEN 0 2 4 6 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
CIS CONSTRUCTIVA COPIA 0 3 5 7 9 10 12 14 15 16 17 18
IIS CONST. COPIA T 0 5 10 14 19 20 24 27 30 32 33 34 36
ICION VISUAL DCHA 0 2 3 5 6 7
ICION VISUAL CENTRO . . . 0 4 7 11 13 14
ICION VISUAL IZDA 0 2 3 5 6 7
NTACION TOPOGRÁFICA 0 2 3 5 6
IENES SUPERPUESTAS . . . 5 9 13 17 18 20
IENES SUPERPUESTAS T. 7 14 21 28 29 31 34 35
lEAMIENTO DE CARAS .. 3 4 5 6
[EAMIENTO CARAS T. . . . 9 11 13 14 16 18
CION COLOR ESPECIFICO 4 5 6
C. COLOR ESPECIFICO T. 13 17 18
EAMIENTO COLORES . . . . 4 5 6
JEAMIENTO COLORES T. . 13 17 18
IMINACION COLORES . . . . 4 5 6
•MINACION COLORES T. 13 17 18
INACION COLORES 4 5 6
ÎNACION COLORES T. 13 17 18
DENOMINANDO COLOR 4 5 6
DENOMINANDO COLOR T. 13 17 18
ESTESIA DERECHA
ESTESIA IZQUIERDA
OGNOSIA DERECHA 6
'OGNOSIA DERECHA T. .. 8 13 16 18
•OGNOSIA IZQUIERDA . . . 3 4 5 6
OGNOSU IZQUIERDA T. 8 13 16 18
MINACION TACTIL DCHA. 3 4 5 6
M. TACTIL DCHA. T 8 13 16 18
MINACION TACTIL IZDA. 3 4 5 6
M. TACTIL IZDA. T 8 13 16 18
LAR DEDOS DERECHA .. 0 3 6 15
LAR DEDOS IZQUIERDA 0 3 6 15
JTACION DCHA-IZDA 0 2 4 6 10
IS AUDITIVA . . . 1 2 3 4 5 6
IS AUDITIVA T. 2 4 6 8 9 10 12
)RIA TEXTOS 0 3 5 7 9 10 12 14 15 17 20 21-23
)RIA TEXTOS PREGUNTAS 0 4 6 911 12 14 15 17
18 19 20 22-23
)RIA TEXTOS DIFERIDA . 0 3 5 810 U 13 14
15 16 17 20 23
)RIA TEXTOS DIF. PREG. 0 3 6 912 13 15 16
18 19 20 23
NDIZAJE SERIADO PALAB. 0 18 35 4769 70 77 79 81
85 89 91 95 98-99
)RIA VISUAL ELECCION . 0 1 2 3 4 5 7 8 9 10
)RIA VIS. REPRODUCCION 0 2 3 5 6 7 8 10 12 13 14 16
ULO MENTAL ... 0 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ULO MENTAL T. 0 4 8 1214 15 18 23 24 27 28 30
ULO ESCRITO . . . 0 1 2 3 4 5 6
ULO ESCRITO T. 0 3 5 7 9 10 12 15 16 17 18
•EMAS ARITMÉTICOS .. 0 1 2 3 4 9 10
EMAS ARITMÉTICOS T. 0 2 4 6 7 14 15 17 18-20
MACION 0 2 3 4 5 8 9 10 11 12
ÍANZAS-ABSTRACCION .. 1 2 3 4 5 8 9 10 12
RENSION-ABSTRACCION 1 2 3 4 5 6 10 12
i DE NUMEROS . 0 4 8 12 14 15 17 21 28 35 42 46-60
0 1 2 5
ST. 0 2 3 4 5 12 13 15 17 18
;ST Percentiles 10 20 40 50 60 70 90 95 PD
ERVACIONES:
25
ROGRAMA I N T E G R A D O D E EXPLORACION
ÍEUROPSICOLOGICA - TEST BARCELONA® - (J. Pena Casanova)
Percentiles: 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95
JBTEST INFERIOR . MÍNIMO I D
ME IO I MAXIMO PD OBSERVACIONES-SEMIOLOGÍA
NVERSACION-NARRACION . 0 2 4 5 7 8
RRACIÓN TEMÁTICA 0 2 3 4 5 6
SCRIPC1ÓN 0 2 3 4 5 6
JENCIA Y GRAMÁTICA 0 3 5 7 9 10
NTEN1DO INFORMATIVO ... 0 3 5 7 9 10
MO 0 1 2 3
iLODIA 0 1 2 3
ENTACIÓN PERSONA 0 2 4 5 6 7
IENTACIÓN ESPACIO 0 1 2 3 4 5
IENTACIÓN TIEMPO 0 5 11 16 21 22 23
JITOS D IRECTOS 0 2 3 4 5 6 7-9
ilTOS INVERSOS 0 2 3 4 5-8
UES ORD EN D IRECTO 0 1 2 3
«ES ORDEN DIRECTO T. ... 0 1 2 3 4 5 6
UES INVERSAS 0 1 2 3
«ES INVERSAS T 0 1 2 3 4 5 6
AXIS OROFONATORIA 0 5 9 13 17 18 9 20
PETICION SÍLABAS 0 2 4 5 6 7 8
■
Campo
1 NID DEC
2 SEXO
3 IDADE
4 ESTADO CIVIL DD
5 VTVECOM
6 ESCOLARIDADE DD
7 STATUS SOCIAL
8 PROFISSÃO DD
9 SITUAÇÃO NO TI DD
10 DIAGNÓSTICO
15 SUBTIPO CONVERSIVO DD
16 SINTOMATOLOGIA CONVERSIVA tJU
17 LATERALI
DD A E DA LESÃO D
D
18 ME
D ICAÇÃO I D
D
19 ME
D ICAÇÃO II D
D
20 ME
D ICAÇÃO III D
D
21 GAF D
D
22 HAM-A D
D
23 HAM D D
D
24 PI D
D
25 TAS-20 □□[
Códigos para a Matriz
l.NID
2.Sexo
1 Masc
2 Fern
3.Idade
4.Estado Civil
1 Solteiro
2 Casado/união de facto
3 Separado/ divorciado
4 Viúvo
98outro
5. Vive com
1 só
2 companheiro/cônjuge
3 progenitores
4 outra família
5 Instituição
98 outro
8.Profissão
1 Doméstica
2 Trab não qualificado
3 Estudante
4 Trab por conta própria
5 Executivi/Administrativo
6 Trab qualificado /técnico
7 Gestor
8 Empresário
97 não se aplica
98 outro
99 desconhecido
9.Situação no Trabalho
1 Invalidez
2 baixa
3 Reforma
4 Desempregado
5 Part-time
6 Full-time
97 não se aplica
98 outro
99 desconhecido
10. Diagnóstico
1 Normal
2 Conversão
3 Pânico
22.HAM-A (pontuação)
23.HAM-D (pontuação)
25.TAS-20 (pontuação)
STATUS SOCIAL (*)
{Status seg.• Prof issões)
Eu (Nome do Paciente),
de anos de idade, declaro que participo de minha livre e espontânea
vontade no estudo ALEXITIMIA E PERT. DE CONVERSÃO, que se destina à tese de
mestrado do autor, epara o qual foi pedida a minha colaboração.
Foi-me explicado que a mesma consiste na resposta a alguns
questionários. Não será efectuada qualquer manipulação biológica e/ou ensaio
clínico com medicamentos.
Foi-me garantido o anonimato no processamento informático dos dados.
Fui informado(a) de que a minha recusa não implicaria qualquer quebra
de relação com o meu médico nem o meu tratamento futuro.
Bibliografia complementar
Fortin, Marie-Fabienne (1999). O processo de investigação. Lusociência, Lda., Loures.
Lisboa.
Greenstein, Ben and Adam Greenstein (2000). Color Atlas of Neuroscience. Thieme,
New York.
Kahle, W.; Leonhardt, H. and Werner Platzer (1992). Nervous System and Sensory
Pestana, Maria H. e João N. Gageiro (1998). Análise de dados para ciências sociais: a
Água Editores.