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Exames Laboratoriais e de Imagem Na Uti

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Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

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EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes / Bianca Yureidini Santos

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
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Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas


pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Professora: Nathália Mendes de Oliveira

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

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Esta unidade analisará os princípios da Unidade de Terapia
Intensiva, voltados à perspectiva dos parâmetros: abordagens sobre
os critérios de admissão do paciente da Unidade de Terapia Intensi-
va, os principais exames laboratoriais, segurança e monitorização do
paciente, bem como a importância do enfermeiro na coleta de dados,
tipos de ventilação com enfoque na ventilação mecânica, os tipos me-
dicações mais administradas com destaque para as drogas vasoati-
vas. Além disso, também serão abordadas as causas e caracterização
das lesões por pressão e, para encerrar, os protocolos sobre mor-
te encefálica. Cada subcapítulo é composto por questões que foram
abordadas em concursos públicos, questão discursiva e também uma
questão inédita. Ademais, tem uma correlação com a prática de enfer-
magem e de que maneira cada assunto está na mídia atual. O módulo
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aborda de maneira geral os principais temas envolvidos em pacientes


internados na Unidade de Terapia Intensiva.

Unidades de Terapia Intensiva. Respiração Artificial. Morte Encefálica.


Segurança do Paciente. Lesão por Pressão.

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CAPÍTULO 01
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, CRITÉRIO DE ADMISSÃO E ALTA

Critérios de Admissão __________________________________________ 13

Exames Laboratoriais ____________________________________________ 14

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
SEGURANÇA DO PACIENTE E MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA

Monitorização Hemodinâmica _________________________________ 36

Pressão Arterial Sistêmica Média _______________________________ 36

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Pressão Venosa Central ________________________________________ 37

Monitorização da Pressão de Artéria Pulmonar __________________ 37

Monitorização Hemodinâmica em Pacientes Cirúrgicos _________ 37

Acessos Venosos _______________________________________________ 37

Acessos Arteriais _______________________________________________ 40

Cateteres Arteriais Centrais (SWAN GANZ) ______________________ 40

Drenos ________________________________________________________ 41

Recapitulando _________________________________________________ 44

9
CAPÍTULO 03
VENTILAÇÃO MECÂNICA E PRINCIPAIS MEDICAMENTOS

Interpretação Gasométrica ___________________________________ 53

Sepse ___________________________________________________________ 54

Principais Medicamentos _______________________________________ 56

Drogas Vasoativas ______________________________________________ 59

Recapitulando _______________________________________________ 62

CAPÍTULO 04
LESÃO POR PRESSÃO

Fisiopatologia ________________________________________________ 68

Curativos mais Utilizados ________________________________________ 72


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Cicatrização ____________________________________________________ 74

Escala de Braden _______________________________________________ 78

Recapitulando _______________________________________________ 80

CAPÍTULO 05
MORTE ENCEFÁLICA

Resoluções e Normas _________________________________________ 85

Critérios para o Diagnóstico de Morte Encefálica _________________ 85

Exames Clínicos _________________________________________________ 89

Exames Complementares _______________________________________ 91


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Desafios para o diagnóstico de ME _____________________________ 91

Doação de Órgãos _____________________________________________ 92

Escala de Ramsay _____________________________________________ 95

Escala de Glasgow _____________________________________________ 96

Escala de Fugulin ______________________________________________ 97

Recapitulando _________________________________________________ 98

Fechando a Unidade ___________________________________________ 103

Referências ____________________________________________________ 108

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UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA,
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CRITÉRIO DE ADMISSÃO E ALTA

A internação em leitos de Unidade de Terapia intensiva (UTI)


destina-se ao atendimento de pacientes graves ou de risco potencial-
mente recuperáveis. A escassez de leitos de UTI associada à quantida-
de de recursos tecnológicos oferecidos e aos elevados custos do pa-
ciente crítico exigem que o profissional médico saiba realizar a triagem
e admitir os pacientes com maior probabilidade de se beneficiar dos
cuidados oferecidos em uma UTI, com grupos etários específicos, de
acordo com Brasil (2016a):
● Neonatal: pacientes de 0 a 28 dias
● Pediátrico: pacientes de 29 dias a 12 anos
● Adulto: pacientes maiores de 13 anos

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CRITÉRIOS DE ADMISSÃO

Devem ser admitidos pacientes com quadro cirúrgico, ou clíni-


co agudo ou crônico agudizado reversível que se beneficiem de monito-
rização e tratamento intensivos. Frequentemente estes pacientes mani-
festam alguma falência ou disfunção grave de um órgão, necessitando
de tratamento adequado antes que este agravo instalado converta-se
em um quadro irreversível (NATES, et al. 1999).
É preciso levar em consideração de forma obrigatória o diag-
nóstico do paciente, idade, gravidade da doença, comorbidades, reser-
va fisiológica, prognóstico, disponibilidade de tratamento adequado,
resposta às medidas empregadas até o momento, parada cardiorrespi-
ratória recente, diretivas antecipadas e a vontade do próprio paciente.
Pode categorizar os critérios de admissão em graus de prioridade:
Prioridade 1: Pacientes criticamente enfermos, com instabili-
dade hemodinâmica, necessitando monitorização multiparamétrica, su-
porte ventilatório avançado, infusão de drogas vasoativas contínuas.
Exemplo: politraumatizados, insuficiência respiratória aguda,
choque hemodinâmico.
Prioridade 2: Pacientes que requerem monitorização intensiva
e podem potencialmente demandar intervenção imediata. Não há limite
terapêutico previamente estipulado para estes pacientes.

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Exemplo: pacientes com comorbidades crônicas agudizadas.
Prioridade 3: Pacientes criticamente enfermos, porém, pos-
suem probabilidade reduzida de sobrevida relacionado a doença de
base ou gravidade da doença atual. Esses pacientes podem ser bene-
ficiados com terapia intensiva para alívio do quadro agudo, entretanto
pode haver limitação de suporte.
Exemplos: Choque séptico em paciente com neoplasia malig-
na metastática.
Prioridade 4: Pacientes que necessitam de monitorização in-
tensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, mas com
limitação de intervenção terapêutica.
Exemplo: Pacientes com diagnósticos de neoplasia e afecção
aguda
Prioridade 5: Pacientes com doença em fase de terminalidade,
sem possibilidade de recuperação. Em geral, esses pacientes não são
apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doa-
dores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em
caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condi-
cionado ao critério do médico intensivista.
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Da mesma forma que são necessários critérios de admissão
em UTI por motivos já descritos acima, há critérios para que pacientes
deixem a UTI com segurança. Os critérios para alta das unidades de
terapia intensiva são:
Critério 1: Paciente que tenha seu quadro clínico controlado e
estabilizado;
Critério 2: Paciente para o qual tenha se esgota-
do todo o arsenal terapêutico curativo/restaurativo e que possa
permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se
possível, junto com sua família.
O Conselho Federal de Medicinana Resolução 2.156/2016 de-
termina que cada instituição hospitalar deve desenvolver protocolos, ba-
seados nos critérios de internação e alta de tal resolução, que este-
jam de acordo com as necessidades específicas dos pacientes,
levando em conta as limitações do hospital, tais como tamanho da
UTI e capacidade de intervenções terapêuticas (BRASIL, 2016b).

EXAMES LABORATORIAIS

Os exames laboratoriais estão entre os principais e mais uti-


lizados recursos no apoio diagnóstico à prática clínica. Deste modo,
pacientes em Unidades de Terapia Intensiva são submetidos a exames
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laboratoriais e de imagem com frequência, a fim de acompanhamento


da evolução da doença, correção de alterações metabólicas e diagnos-
ticar novas alterações.

Exame Sérico e de Urina

Indicação clínica: O exame de urina permite diagnóstico e mo-


nitoramento de doenças renais e do trato urinário; doenças sistêmicas
ou metabólicas; doenças hepáticas e biliares; desordens hemolíticas.

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Interpretação dos Resultados

● Proteinúria: é provavelmente o achado isolado mais suges-


tivo de doença renal, especialmente se associado a outros achados do
exame de urina (cilindrúria, lipidúria e hematúria).
● Glicosúria: pode ocorrer quando a concentração de glicose
no sangue alcança valores entre 160 e 200 mg/dL ou devido a distúrbio
na reabsorção tubular renal da glicose: desordens tubulares renais, sín-
drome de Cushing, uso de corticoesteróides, infecção grave, e gravidez.
● Cetonúria: As principais condições associadas são diabetes
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mellitus e jejum prolongado.
● Hematúria: Sangramento em qualquer ponto do trato urinário
desde o glomérulo até a uretra, podendo ser devido a doenças renais,
infecção, tumor, trauma, cálculo, distúrbios hemorrágicos ou uso de an-
ticoagulantes.
● Leucocitúria (ou piúria): está associada à presença de pro-
cesso inflamatório em qualquer ponto do trato urinário, mais comumente
infecção urinária (pielonefrite e cistite) sendo, portanto, acompanhada
com frequência de bacteriúria.
● Nitrito: sugere o diagnóstico da infecção urinária, especial-
mente quando associado com leucocitúria.
● Bilirrubinúria: observada quando há aumento da concentra-
ção de bilirrubina conjugada no sangue (> 1 a 2 mg/dL), geralmente
secundária a obstrução das vias biliares ou lesão de hepatócitos.
● Urobilinogênio: observado nas condições em que há produ-
ção elevada de bilirrubina, como nas anemias hemolíticas e desordens
associadas aeritropoiese ineficaz, e nas disfunções ou lesões hepáticas
(hepatites, cirrose e insuficiência cardíaca congestiva).
● Cilindros: importantes marcadores de lesão renal, podem
aparecer em grande número e de vários tipos dependendo da gravidade
e do número de néfrons acometidos
● Células epiteliais: as escamosas revestem a porção distal
da uretra masculina, toda a uretra feminina e também a vagina e são
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as mais comumente encontradas no exame do sedimento urinário. A


presença de número aumentado de células epiteliais escamosas indica
contaminação da amostra de urina com material proveniente da vagina,
períneo ou do meato uretral.
● Flora bacteriana: A presença de bactérias na urina pode es-
tar relacionada à infecção urinária, mas apresenta baixa especificidade
para esse diagnóstico.
Além disso, outros exames para dosagens importantes são:
1) Dosagem de creatinina
Indicação clínica: Avaliação e monitoramento da função excre-
tora renal.
Valores de Referência: 0,3 a 1,2 mg/dL
Interpretação dos resultados: A dosagem de creatinina é um
marcador bastante específico de lesão renal, entretanto representa
marcador pouco sensível para estimar a filtração glomerular, especial-
mente nas fases iniciais da insuficiência renal. Em geral, esta somente
se encontra elevada na insuficiência renal crônica quando 50% ou mais
dos néfrons estão comprometidos.
2) Dosagem de Ureia
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Indicação clínica: Avaliação e monitoramento da função excre-
tora renal
Valores de referência: 8 a 45 mg/dL
Interpretação dos resultados: A elevação da uréia no plasma
ou soro decorrente de alterações renais é mais precoce do que a crea-
tinina, especialmente na insuficiência renal de origem pré e pós-renal.
3) Dosagem de Cálcio
Indicação clínica: Avaliação do cálcio sérico está indicada em
todos os pacientes com distúrbios metabólicos, em casos de manifesta-
ções neuromusculares, osteopenia e osteoporose, investigação de litía-
se urinária, monitorização em pacientes com insuficiência renal, pancre-
atite aguda, controle de neoplasias (risco de síndrome de lise tumoral).
Valores de referência: 8,5 a 10,2 mg/dL
Interpretação dos Resultados: São causas de hipercalcemia:
acromegalia, câncer de pulmão, rins, bexiga sem envolvimento ósseo, Do-
ença de Paget, hiperparatireoidismo, hipervitaminose D, mieloma múltiplo
quando as proteínas estão elevadas, neoplasias com metástase óssea,
sarcoidose e uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D, antiácidos
alcalinos e carbonato de lítio.
São causas de hipocalcemia: deficiência de magnésio, defici-
ência de vitamina D, doenças gastrointestinais que interferem com a ab-
sorção de vitamina D ou cálcio, hipoparatireoidismo idiopático ou cirúr-
gico, insuficiência renal, nefrose ou outras condições com baixos níveis

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de proteínas séricas, pancreatite aguda, pseudohipoparatireoidismo,
uso de drogas como anticonvulsivantes, corticosteróides, calcitonina,
gastrina, insulina, glucagon, glicose, sais de magnésio.
1) Dosagem de ácido úrico
2) Indicação clínica: Avaliação do metabolismo da purina, ade-
nosina e guanosina e encontra-se alterada em diversas condições clíni-
co-patológicas além da gota.
Valores de referência:
Sexo feminino: 2,4 – 6,0 mg/dL
Sexo masculino: 3,4 – 7,0 mg/dL
Interpretação dos resultados: É incomum a ocorrência de gota
sem hiperuricemia. Por outro lado, a presença de hiperuricemia em pa-
cientes com artrite não estabelece, necessariamente, o diagnóstico de
gota. Recentemente, estudos têm apontado o aumento das concentra-
ções de ácido úrico como fator de risco significativo e independente
para morte cardiovascular.
1) Dosagem de Magnésio
Indicação Clínica: Exame útil na avaliação de distúrbios meta-
bólicos.
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Valores de Referência: 1,8 – 2,2 mg/dL
Interpretação dos resultados: A determinação do magnésio tem
assumido importância clínica considerável principalmente na neonatolo-
gia, onde os distúrbios metabólicos deste íon (hipomagnesemia) são os
responsáveis por sinais e sintomas clínicos, frequentemente atribuídos
à hipocalcemia.
● São causas de hipomagnesemia: estados de má nutrição
como Kwashiorkor, alcoolismo (principalmente no delirium tremens),
estados de má absorção (esteatorréia), pancreatite aguda, hipoparati-
reoidismo, hipertireoidismo, hiperaldosteronismo.
● São causas de hipermagnesemia: desidratação, acidose dia-
bética severa, Doença de Addison, nanismo hipofisário tratado com hor-
mônio do crescimento, uremia.
1) Dosagem de hormônio estimulante da tireoide
Indicação clínica: Exame útil na avaliação da função tireoidia-
na, sendo considerado, isoladamente, o teste mais sensível para diag-
nóstico de hipotireoidismo primário.
Valores de referência: 0,3 e 4,0 mU/L
Interpretação dos resultados: No hipotiroidismo primário, a
concentração sérica de TSH está muito elevada. No hipotiroidismo se-
cundário ou terciário, situação em que a produção dos hormônios da ti-
reoide é baixa devido à presença de lesões pituitárias ou hipotalâmicas,
a concentração sérica de TSH é geralmente baixa.
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2) Cultura de urina
Indicação clínica: Diagnóstico de infecção do trato urinário
(ITU).
Interpretação dos resultados: Mais de 95% das infecções uri-
nárias são causadas por um único agente etiológico. Escherichia coli é
a causa mais comum de ITU não complicada, sendo o agente etiológico
de 75 a 95% de todas as infecções. Staphylococcussaprophyticus en-
contra-se em segundo lugar, respondendo por 5 a 20% das infecções.
Espécies de Proteus e Klebsiella e o Enterococcusfaecalis ocasional-
mente causam infecção urinária não complicada.
3) Pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente (BAAR)
Indicação Clínica: Diagnóstico e controle do tratamento da tu-
berculose pulmonar.
Interpretação dos resultados: Deverá ser considerado como tu-
berculose pulmonar positiva o caso que apresentar:
a) Duas baciloscopias diretas positivas;
b) Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva;
c) Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica su-
gestiva de TB.
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A baciloscopia direta do escarro é método fundamental na in-
vestigação da tuberculose pulmonar, pois permite descobrir as fontes
mais importantes de infecção: os casos bacilíferos, permitindo detectar
70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar. Recomenda-se, para o
diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro: uma por ocasião da
primeira consulta e a segunda, independente do resultado da primeira,
na manhã do dia seguinte ao despertar.
4) Dosagem de aspartatoaminotranferase (AST ou TGO)
Indicação clínica: Avaliação de lesões hepatocelulares e doen-
ças musculares.
Valores de referência: 5 a 40U/L
Interpretação dos resultados: TGO possui além de 80% de
fração citoplasmática, 20% de fração mitocondrial nos hepatócitos. As
principais etiologias de elevação da AST sérica são: Esteatose hepáti-
ca, hepatite aguda viral, cirrose, ação de drogas e toxinas, lesão hepá-
tica pelo uso de álcool, tumores hepáticos.
5) Dosagem de alanina aminotransferase (ALT ou TGP)
Indicação clínica: Avaliação das lesões hepatocelulares, junta-
mente com aspartatoaminotransferase.
Valores de referência:7 a 56 U/L
Interpretação dos resultados: ALT por ser de produção quase
exclusivamente hepática (origem citoplasmática). As principais etiolo-
gias de elevação da ALT sérica são: Hepatite crônica B e C, hepatite

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aguda vira, hepatite aguda por vírus (CMV, EBV), ação de drogas e
toxinas, hepatites autoimunes, tumores hepáticos.
6) Dosagem de albumina
Indicação clínica: É utilizada como parâmetro para avaliação
do estado nutricional e como marcador da função de síntese hepática.
Também é usada na avaliação dos casos de perda protéica por via renal
ou intestinal.
Valores de referência: 3,5 a 5 g/dL
Interpretação dos resultados:A albumina possui várias funções
fisiológica tais como: reserva estratégica de aminoácidos; transporte de
substâncias orgânicas e inorgânicas (cálcio, magnésio, bilirrubina, tiro-
xina, ácidos graxos, cortisol, estrógeno, penicilina, warfarin, digoxina,
barbitúricos); manutenção da pressão oncótica do plasma.
As principais causas de hipoalbuminemia são hepatopatias
crônicas; perdas renais (síndrome nefrótica) e intestinais (doença de
Cronh e Whipple), subnutrição e queimaduras.
7) Dosagem de amilase
Indicação clínica: Indicada no diagnóstico diferencial do quadro
de abdome agudo, especialmente na pancreatite aguda.
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Valores de referência: 20 a 160 U/L
Interpretação dos resultados: A atividade total da amilase sérica
é resultante da sua isoenzima de origem pancreática e salivar. As prin-
cipais etiologias de elevação da amilase sérica: são: pancreatite aguda,
trauma abdominal, neoplasia do pâncreas, cetoacidose diabética, obstru-
ção biliar, processo inflamatório da glândula salivar, doença abdominal.
8) Dosagem de bilurrubina
Indicação clínica: Diagnóstico e monitoramento de doenças hepá-
ticas e biliares. Valores de referência: Bilirrubina total: 0,20 a 1,00 mg/dL;
Bilirrubina direta: 0,00 a 0,20 mg/dL;
Bilirrubina indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL
Interpretação dos resultados: A bilirrubina é o principal produto
de quebra da hemoglobina, mioglobina, citocromos e outras hemopro-
teínas. Seu acúmulo é definido clinicamente pela icterícia e se torna
clinicamente manifesta quando a bilirrubina total é maior que 2,5mg/dL.
9) Dosagem de creatinofosfoquinase (CPK)
Indicação clínica: É um marcador sensível, porém, inespecífico
de lesão muscular, principalmente nas que envolvem as células do teci-
do muscular esquelético e cardíaco.
Valores de referência: Mulheres: 22,0 a 199,0 U/L; Homens:
22,0 a 334,0 U/L.
Interpretação dos resultados: A dosagem de CK tem baixa es-
pecificidade para avaliar dano miocárdico. Seu nível sérico aumenta
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dentro de 3 a 8 horas após a lesão miocárdica, atingindo um pico entre


12 e 24 horas e retornando aos seus níveis basais dentro de 3 a 4 dias.
Aumento da CPK secundário a trauma muscular (cirurgia,
exercícios físicos intensos, injeções intramusculares), pode atingir até
cinco vezes o valor de referência, retornando aos valores normais após
24 horas. Aumento da CK secundário a patologias musculares (rabdo-
miólise, distrofia muscular).
16) Dosagem da isoenzimacreatinoquinase MB (CKMB)
Indicação clínica: É um marcador sensível e específico, das
lesões das células do tecido muscular cardíaco, principalmente o infarto
agudo do miocárdio (IAM)
Valores de referência: até 5,0 ng/mL
Interpretação dos resultados: A CKMB está presente principal-
mente no miocárdio, mas também no músculo esquelético (1 a 2 %) e
no cérebro. A dosagem única de CKMB apresenta uma sensibilidade de
50% quando o paciente dá entrada em um serviço de pronto atendimen-
to, mas aumenta em 90% caso seja solicitado medidas seriadas.
Aumento da CKMB em situações que não são IAM: contusão
cardíaca, procedimentos cirúrgicos cardíacos, cardioversão, angioplas-
20
tia coronariana transluminal, pericardite, miocardite, taquicardia supra-
ventricular prolongada, cardiomiopatia.
10) Dosagem de lactato
Indicação clínica: Permite avaliar indiretamente a acidose me-
tabólica e via de obtenção de energia foi utilizada.
Valores de referência: 0,4 a 2,0 mmol/L
Interpretação dos resultados: A acidose lática (dosagem de lac-
tato elevada) ocorre por diminuição da oxigenação tecidual (hipóxia),
tais como choque, hipovolemia e insuficiência ventricular esquerda e
associada a doenças (diabetes mellitus, neoplasia e insuficiência hepá-
tica e renal, glicogenoses congênitas).
11) Dosagem de potássio
Indicação clínica: Permite avaliação do equilíbrio hidroeletrolíti-
co e acidobásico. A monitorização do potássio sérico é útil no acompa-
nhamento de pacientes em terapia com diuréticos, em nefropatias, prin-
cipalmente com insuficiência renal, na cetoacidose diabética, no manejo
da hidratação parenteral e na insuficiência hepática.
Valores de referência: 3,5 a 5,1 meq/L
Interpretação dos resultados: É o principal cátion intracelular,
que mantém as necessidades do corpo apenas pela dieta. O potássio
participa de vários processos, entre eles a manutenção do tamanho, o
crescimento e divisão celular, a síntese protéica e de DNA, o controle
intracelular de pH, a manutenção da excitabilidade e a contratilidade

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das células musculares (principal reservatório).
Causas de hipocalemia
● Falta de ingestão (anorexia nervosa e bulemia)
● Vômitos
● Diarreia crônica
● Diuréticos (manitol, furosemida, tiazídicos)
● Alcalose metabólica
● Acidose tubular renal
● Hipertensão arterial sistêmica
● Hipertireoidismo
Causas de hipercalemia
● Acidose metabólica
● Falta de insulina
● Hipoaldosteronismo primário e secundário
● Insuficiência renal
● Diuréticos (espironolactona, furosemida)
● Drogas em pacientes com risco de disfunção renal (sulfameto-
xazol e trimetoprim, antiinflamatórios não hormonais, inibidores de ECA).
12) Dosagem de sódio
21
Indicação clínica: Permite avaliação do equilíbrio hidrossalino
Valores de referência: 135 a 145 meq/L
Interpretação dos resultados: É o principal cátion de origem
extracelular, sendo a sua dosagem associada a mudanças na osmola-
ridade plasmática.
As hiponatremias e hipernatremias podem ser classificadas de
acordo com a volemia:
a) Hiponatremia hipovolêmica (perda maior de sódio do que água)
● Nefropatias perdedoras de sal
● Uso descontrolado de diuréticos
● Deficiência de mineralocorticóides
● Perdas digestivas (vômitos e diarreia)
● Sequestro de líquido pelo terceiro espaço (queimaduras,
traumas e pancreatites) (ROCHA, 2011)
b) Hiponatremia euvolêmica (excesso de água não eliminado
pelo rim - dilucional)
● Administração de soluções hipotônicas
● Estresse cirúrgico (produção excessiva de ADH e administra-
ção de soluções hipotônicas)
● Produção excessiva de ADH (encefalites, meningites, tumo-
res, ventilação mecânica).
● Potencialização da ação do ADH (tiazídicos, clorpropamida,
haloperidol e anfetaminas, hipotireoidismo)
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

c) Hiponatremia hipervolêmica (retenção maior de água do que


de sódio)
● Insuficiência renal
● Insuficiência hepática
● Insuficiência cardíaca
d) Hipernatremia hipovolêmica (perda maior de água do que
sódio)
● Renais (diurese osmótica, pós-obstrução, doença túbulo in-
tersticial)
● Extra-renais (queimaduras, diarréias, fístulas digestivas)
● Diabetes mellitus descompensado
e) Hipernatremia euvolêmica (diminuição da água no corpo)
● Não ingestão de água (idosos com alteração do centro da sede)
● Diabetes insípidus (deficiência de ADH)
f) Hipernatremia hipervolêmica (ganho maior de sódio do que
de água)
● Iatrogênica (administração de soluções hipertônicas)
13) Gasometria arterial
Indicação clínica: Avaliação do estado ácido-básico, da oxige-
22
nação e ventilação do paciente.
Valores de referência:

Interpretação dos resultados: A medida do Ph é útil nos dis-


túrbios ácido-básicos decorrentes de diversas situações clínicas como
distúrbios gastrointestinais, endócrinos, renais e respiratórios.
Em doenças respiratórias, o pCO2 vai ser afetado primaria-
mente, enquanto os distúrbios metabólicos vão afetar primeiramente o
HCO3. O pCO2 está diminuído na hiperventilação da histeria e por fre-
quência respiratória rápida na ventilação mecânica, levando a alcalose
respiratória. Quando aumentado causa acidose respiratória. As causas
podem ser doenças pulmonares, obstruções respiratórias, drogas e do-
enças neuromusculares.
14) Hemograma
Indicação clínica: Útil para diagnóstico e classificação das de-
sordens eritrocitárias, leucocitárias e plaquetárias.

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Valores de referência:

23
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

24
Interpretação dos resultados
a) Leucograma:
Consiste na contagem global e diferencial de leucócitos. En-
contram-se abaixo relacionadas as principais causas de alterações
quantitativas:
● NEUTROFILIA infecções bacterianas agudas, lesão tissular,
doença inflamatória aguda, neoplasia, hemorragia aguda.
● NEUTROPENIA infecções virais, constitucional, drogas cito-

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tóxicas, irradiação, infiltração medular, síndrome mielodisplásica.
● EOSINOFILIA doenças alérgicas, hipersensibilidade a dro-
gas, infestações parasitárias, doenças do colágeno, doença de Hodgkin
e doenças mieloproliferativas.
● EOSINOPENIA stress agudo (trauma, cirurgia, infarto do
miocárdio, inflamação aguda), síndrome de Cushing.
● BASOFILIA estado de hipersensibilidade, doenças mielopro-
liferativas.
● BASOPENIA stress agudo.
● MONOCITOSE infecção crônica, doença inflamatória crôni-
ca, neutropenia, doença.
● MONOCITOPENIA pancitopenia, uso de corticoide.
● LINFOCITOSE infecção viral, reação de hipersensibilidade a
drogas e doenças.
● LINFOCITOPENIA stress agudo, síndrome da imunodeficiên-
cia adquirida (SIDA/AIDS).
b) Plaquetograma
São causas de trombocitose: resposta a infecção, inflamação
e hemorragia, anemia ferropriva, doenças mioloproliferativas crônicas.
25
São causas de trombocitopenia: uso de agentes químicos ou drogas
tanto por mecanismos imunes, como por supressão medular.
c) Eritrograma
O eritrograma avalia a série eritrocítica e compõe-se da contagem
de hemácias, dosagem de hemoglobina, determinação do hematócrito e
índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM e RDW). (BRASIL, 2014a)
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26
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: COREMU Órgão: ISCAL Prova: multiprofissional
Nível: superior.
Em relação à Unidade de Terapia Intensiva Especializada:
a) UTI destinada a médicos de diferentes especialidades, como cardio-
patas, neurológicos, cirúrgicos, entre outras
b) UTI destinada à assistência de diversas especialidades de acordo
com o contrato na instituição
c) UTI destinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de
doença ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, en-
tre outras.
d) UTI destinada exclusivamente à assistência a pacientes, como car-
diopatas ou cirúrgicos.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: COREMU Órgão: ISCAL Prova: multiprofissional
Nível: superior.
Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na
UTI, os seguintes itens EXCETO:
a) Preservação da identidade e da privacidade do paciente, asseguran-
do um ambiente de respeito e dignidade.
b) Fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando

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couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a
ser prestada apenas na alta.
c) Ações de humanização da atenção à saúde.
d) Incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando
pertinente.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Apoli - RN Prova:
Enfermeiro. Nível: Superior
A Sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o orga-
nismo produzidas por uma infecção. Por vezes, a infecção pode es-
tar localizada em apenas um órgão, como, por exemplo, o pulmão,
mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação
numa tentativa de combater o agente da infecção. Para essa doen-
ça, a realização de exames como a cultura e o antibiograma auxi-
liará na escolha e indicação do tratamento medicamentoso. Dentre
os exames de culturas existentes, um é considerada “padrão ouro’
e encontra-se no protocolo para Sepse. O material biológico que
deve ser colhido e analisado, nesse caso, é
27
a) liquor.
b) sangue.
c) urina.
d) aspirado traqueal.

QUESTÕES 4
Ano: 2018 Banca: CESP Órgão: EMAP Prova: Enfermeiro Nível: su-
perior.
Com referência a ergonomia e à legislação brasileira que trata des-
se assunto, julgue o item subsequente.
A análise ergonômica do trabalho deve considerar as condições de
trabalho, que incluem aspectos relacionados a equipamentos e a
condições ambientais do posto de trabalho.
a) A afirmativa é verdadeira.
b) A afirmativa é falsa.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CONSUPLAN Órgão: Câmara de Belo Horizonte
Prova: Enfermeiro Nível: superior.
Para a realização do hemoglicoteste (teste de glicemia capilar) é
necessário o uso do glicosímetro, de fita reagente, agulha ou lan-
ceta para perfuração da pele. Quando uma amostra de sangue é
depositada sobre a fita reagente acoplada ao gicosímetro, este úl-
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timo apresenta o valor referente ao nível sanguíneo de glicose, que


é mostrado no visor em:
a) %
b) mg/dL
c) mg/cL
d) mg/mL

QUESTÃO 6
Ano: 2016 Banca: Instituto AOPC Órgão: EBSERH Prova: Enfermei-
ro Nível: superior.
Para a punção de acesso venoso periférico em adultos com finali-
dade de soroterapia intravenosa, é correto afirmar que:
a) O cateter deve ser introduzido com o bisel voltado para baixo em um
ângulo de aproximadamente 30°.
b) O cateter deve ser introduzido com o bisel voltado para baixo, inde-
pendente do ângulo de inserção.
c) O cateter deve ser introduzido com o bisel voltado para cima em um
ângulo exato de 90°.
d) O cateter deve ser introduzido em um ângulo de aproximadamente
28
90°, independente da posição do bisel.
e) O cateter deve ser introduzido com o bisel voltado para cima em um
ângulo de aproximadamente 30°.

QUESTÃO 7
Ano: 2014 Banca: INTEGRI Órgão: Prefeitura Pilar do sul Prova:
Enfermeiro Nível: Superior.
O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recu-
peração e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância
com os preceitos éticos e legais. Assinale a alternativa incorreta
sobre os direitos dos profissionais de enfermagem.
a) Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segun-
do os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos.
b) Evitar iniciativas que visem o aprimoramento profissional e a defesa
dos direitos e interesses da categoria profissional, pois greves prejudi-
cam a assistência aos pacientes.
c) Aprimorar os conhecimentos técnicos científicos que dão sustentação
à prática profissional.
d) Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica,
onde não conste a assinatura e o número de registro do profissional.

QUESTÃO DISCURSIVA
Quais os principais critérios utilizados na alta da UTI?

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QUESTÃO INÉDITA
Paciente internado no setor oncológico em cuidados paliativos já
em fase terminal, sem prognostico de evolução positiva. Qual o
critério de admissão em graus de prioridade?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

NA PRÁTICA
Na prática de enfermagem, existem várias funções para o profissional
enfermeiro.
O enfermeiro coordenador tem o papel de:
- Participar da seleção da equipe de enfermagem;
- Realizar a escala mensal da equipe de enfermagem;
- Promover educação continuada ou permanente para atualização da
equipe de enfermagem;
29
- Realizar reuniões com frequência para integração, resolução de pro-
blemas e buscar novas estratégias para a equipe;
- Prever e promover materiais necessários para a assistência de enfer-
magem
- Supervisionar a assistência de enfermagem dentro na Unidade de Te-
rapia Intensiva;
- Caso necessário trabalhar junto com a equipe de assistência, tendo o
cuidado direto com paciente.
O enfermeiro assistencial exerce as principais funções;
- Realiza a escala diária do quadro de funcionários da unidade;
- Colaborar e participar da educação continuada e permanente junto ao
enfermeiro coordenador;
- Delegar funções e avaliar as atividades desenvolvidas pela equipe de
enfermagem;
- Prestar a assistência em enfermagem de maneira sistematizada;
- Realizar os cuidados ao paciente de forma integrativa e humanizada.
- Manter a família informada acerca da evolução do paciente e quando
da sua competência responder as possíveis dúvidas dos familiares e/
ou paciente. E quando não souber solucionar as questões, buscar as
informações e dar um feedback ao paciente.

NA MÍDIA
Nos hospitais públicos, o número de mortes por sepse é mais do que o
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dobro quando comparado com os dados dos hospitais privados. Esse dado
alarmante foi demostrado pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS).
Dentre os resultados, foi demonstrado pelos autores que a pesquisa, a
sepse mata 42,2% dos pacientes de prontos-socorros em instituições
públicas com a condição, contra 17,7% em instituições privadas. Além
disso, é importante mencionar que a sepse é a principal causa de morte
em Unidades de Terapia Intensiva. Veja a reportagem completa:
Morte por sepse em hospitais públicos é o dobro de privados - Estudo
do Instituto Latino Americano de Sepse diz que risco está relacionado
à permanência em pronto-socorro; Brasil apresenta alta taxa de mor-
talidade. Reportagem de setembro de 2018 por Deborah Giannini, no
Portal R7 - Saúde
Link de acesso: https://noticias.r7.com/saude/morte-por-sepse-em-hos-
pitais-publicos-e-o-dobro-de-privados-27092018

30
SEGURANÇA DO PACIENTE E

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MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA

Em 2013, o Ministério da Saúde institui o Programa Nacional


de Segurança do Paciente (PNSP) através da Portaria nº 529, de 1 de
abril de 2013, afim de aprimorar e qualificar o monitoramento e preven-
ção de danos na assistência à saúde. Os principais objetivos são de
acordo com Knobel (2013):
● Promover a implementação da segurança do paciente em
diferentes áreas dos serviços de saúde;
● Incluir pacientes e familiares nas ações;
● Ampliar o acesso a sociedade;
● Proporcionar e ampliar conhecimentos sobre segurança do
paciente;
● Proporcionar e estimular a inclusão do tema nos cursos téc-
nicos, de graduação e pós-graduação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), podem
3131
ser listados os conceitos mais importantes para a segurança dos pacien-
tes e também serem frisados os conceitos de cultura dos pacientes:

Quadro 1. Conceitos-chave da Classificação Internacional de Segurança do


Paciente da OMS

Fonte: Brasil, 2014b

Quadro 2. Conceitos de cultura de segurança do paciente na Portaria MS/GM


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

nº 529/2013

Fonte: Brasil, 2014b

32
Estratégias para segurança do paciente:

a) Identificar corretamente o paciente


Um dos principais aspectos relevantes na identificação do pacien-
te é a redução nas falhas de assistência de saúde. Esta pode ser feita
de diversas formas, como o uso de pulseiras de identificação, sistemas
automatizados, entre eles os códigos de barras, identificação por radiofre-
quência e biometria, estão entre as diversas formas de minimizar a falha.

É importante conter nome completo e data de nascimento


na identificação do paciente. Bem como, deve ser evitado colocar
pacientes com nomes idênticos no mesmo quarto/ enfermaria.

b) Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde


Entende-se que a informação é uma comunicação em poten-
cial. Entre as consequências das falhas na comunicação encontram-se
o dano ao paciente, aumento do tempo de hospitalização e uso ineficaz
de recursos. Existem diversas formas em que ela pode ser utilizada,
como por exemplo: na anotação/evolução de enfermagem, na passa-

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gem de plantão, transferência do paciente ou na realização de exames.

É essencial avaliar o processo de comunicação, identifi-


cando os pontos críticos, com o objetivo de evitar à ocorrência de
eventos adversos. Capacitar a equipe, visando aprimorar a comu-
nicação com o paciente e acompanhante e a equipe, proporcionan-
do maior adesão e qualidade ao cuidado.

c) Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administra-


ção de medicamentos
A administração segura de medicamentos requer a utilização
da regra dos certos. É de suma importância, a implementação de proto-
colos e prescrições informatizadas, com o intuito de minimizar as possí-
veis confusões geradas por prescrições.

33
d) Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e
paciente correto
Entende-se por uma rotina de eventos: avaliação pré-operató-
ria dos pacientes, intervenção cirúrgica e preparo para o cuidado pós-
-operatório adequado. Diante disso, foi elaborado um checklists onde a
cirurgia segura deve ser aplicada em três momentos: antes da indução
da anestesia, antes da incisão na pele e antes de o paciente sair da
sala de operação. Além disso, a segurança dos procedimentos cirúrgi-
cos requer monitoramento contínuo dos profissionais envolvidos, para
assegurar a qualidade na assistência.

Capacitação permanente da equipe e elaboração de proto-


colos institucionais reduzem significativamente os erros.

e) Higienizar as mãos para evitar infecções


A ANVISA (2014) adota as recomendações da OMS quanto
aos cinco momentos para a higienização das mãos – (1) antes de con-
tato com o paciente, (2) antes da realização de procedimento asséptico,
(3) após risco de exposição a fluidos corporais, (4) após contato com o
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

paciente e (5) após contato com as áreas próximas ao paciente.

O uso de luvas não substitui a necessidade de higieniza-


ção das mãos.
Orientar os acompanhantes a higienizar suas mãos antes
e após entrar em contato com o paciente e ao entrar e sair do ser-
viço de saúde.

f) Reduzir os riscos de quedas e úlceras por pressão.


Alguns fatores estão associados com um risco aumentado de
quedas. Esses fatores podem ser próprios da pessoa (intrínsecos) e do
ambiente (extrínsecos).
Os intrínsecos se caracterizam pelo histórico de quedas, idade,
medicamentos, condição clínica, estado psicológico, estado nutricional de-
ficiente e declínio cognitivo. Já os extrínsecos podem ser caracterizados
34
pela iluminação insuficiente, superfícies escorregadias, obstáculos (obje-
tos), ou ausência de barras de apoio (BRASIL, 2001, DECLAIR, V, 1994).

Elaborar um cronograma de avaliação do risco de quedas ou


utilizar escalas de avaliação de risco. Entre elas a escala de “Morse
Fall Scale”. A úlcera por pressão se caracteriza por toda lesão na pele
e/ou nos tecidos subjacentes, geralmente desenvolvida sobre uma
proeminência óssea ou pressão com a fricção e/ou cisalhamento.

Elaborar uma escala de avaliação para identificação de pa-


cientes com risco de desenvolver UP. A escala mais utilizada é a
Escala de Braden.

Figura 1- Esquema Conceitual da Classificação Internacional de segurança


do paciente OMS

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

35
Fonte: Brasil, 2014b

MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA

A oferta de oxigênio para as células é essencial, já que a sua


falta está associada à falência das funções celulares. Chamamos de di-
sóxia a oxigenação tecidual inadequada, impedindo assim a respiração
mitocondrial. Este é o principal fator da falência de múltiplos órgãos em
pacientes críticos (KNOBEL, et al. 2013).
Podemos utilizar a monitorização hemodinâmica para diversas
finalidades, como: diagnóstico, terapêutica, e até mesmo fazer prognós-
tico com os dados obtidos. Tem como principais finalidades reconhecer
e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do pa-
ciente, possibilitando intervir em tempo, com terapia adequada, para
que não ocorra maiores complicações.
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Existem dois tipos de monitorização hemodinâmica, sendo:


● A não invasiva, que tem como objetivo principal a não utilização
de técnica não invasivas, com isso, é possível reduzir as possíveis compli-
cações associadas às técnicas de monitorização hemodinâmica invasiva.
O sistema de monitorização hemodinâmica não invasiva, tam-
bém tem como benefício a facilidade do manuseio e de menor custo.
● Invasiva, que irá ajudar a estabelecer um diagnóstico mais
preciso e constantes, guiar e aperfeiçoar o tratamento estabelecido. Entre
tanto, a monitorização invasiva apresenta possíveis complicações ao pa-
ciente, exigindo da equipe de enfermagem uma maior atenção e cuidado.

PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA MÉDIA

Pacientes instáveis hemodinamicamente necessitam de frequen-


tes ajustes das doses de drogas vasoativas, sendo assim, a monitorização
da pressão arterial sistêmica média (PAM) de forma invasiva e contínua é
essencial para que alterações da PAM possam ser rapidamente diagnosti-
cadas e tratadas. Além disso, a punção arterial facilita a coleta sanguínea.
36
PRESSÃO VENOSA CENTRAL

A pressão venosa central (PVC) é uma importante avaliação da


volemia e função cardíaca de pacientes críticos. Para medir a PVC utiliza-
mos um cateter de um ou mais lúmens que é introduzido através de uma
veia periférica ou da punção de uma veia central, até que a ponta do cateter
atinja a veia cava superior. Como a veia cava superior comunica-se direta-
mente com o átrio direito, a pressão venosa central, assim como a pressão
do átrio direito (PAD) podem ser medidas continuamente através de um
transdutor de pressão. Os valores normais da PVC, considerando-se a li-
nha axilar média como a referência para o zero do transdutor, variam de 0
a 8 mmHg. Além disso, o cateter venoso central também permite a coleta
de amostras sanguíneas, principalmente para a gasometria venosa central.

MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO DE ARTÉRIA PULMONAR

Os cateteres de artéria pulmonar permitem a medida da pré-


-carga, da pós-carga e do débito cardíaco.
a. Monitorização hemodinâmica em pacientes clínicos
A monitorização hemodinâmica é importante quando a combi-
nação de agentes inotrópicos, pressóricos e vasodilatadores se torna

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


necessária, durante o estado de baixo débito cardíaco ou hipotensão.
A determinação da hemodinâmica, oferece um melhor enten-
dimento dos mecanismos anatômicos e fisiopatológicos envolvidos na
hipotensão e nos estados de baixo débito cardíaco.

MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA EM PACIENTES CIRÚRGICOS

Os pacientes que mais se beneficiam da monitorização hemo-


dinâmica perioperatória são os que têm doença cardíaca ou pulmonar,
insuficiência renal ou que realizarão cirurgia de grande porte, com maior
risco de instabilidade hemodinâmica.

ACESSOS VENOSOS

As indicações para acesso venoso central são: monitorização


hemodinâmica, nutrição parenteral, administração de drogas, reposição
hídrica, colocação de cabo de marca-passo, inacessibilidade de veias
periféricas, hemodiálise.
37
É o método mais utilizado administração de medicação endo-
venosa, nela é possível fazer medicação em grande quantidade. Exis-
tem dois tipos de acessos venosos:
● Acesso venoso periférico, que é a inserção de um cateter nos
membros inferiores ou superiores, que pode ser puncionado por enfer-
meiros ou técnicos. Esse acesso não é indicado para pessoas com rede
venosa fragilizada.
● Acesso venoso central, que pode ser dividido em: Inserção
periférica (PICC), que consiste no cateter venoso de inserção periféri-
ca, em que a ponta se aloja na veia cava, na entrada do átrio direito do
coração, é utilizado em pacientes que necessitam de grandes quanti-
dades de medicamento e soluções de grande volume, por um período
prolongado ou quando a via venosa periférica não permite determina-
das medicações. Pode ser puncionado por enfermeiros capacitados ou
médicos, e necessita de cuidados específicos para manutenção da via
pérvia e evita possíveis complicações com infecção. Não tem um tempo
de permanência específico. Já o acesso venoso central (CVC), são ca-
teteres cuja ponta se localiza numa veia de grosso calibre. A inserção do
cateter pode ser por punção de veia jugular, subclávia, axilar ou femoral.
É utilizada para tratamentos de longa duração ou se a rede venosa pe-
riférica não permite. O acesso só pode ser realizado por um médico e
necessita de cuidados diários para prevenção de infeções.
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Figuras 2 - Cateter venoso de inserção periférica

Fonte: IBSP (2019)

38
Figuras 3 - Cateter venoso central

Fonte: IBSP (2019)

Principais Cuidados com Acessos Venosos

Deve-se higienizar as mãos antes e após a inserção de cate-


teres e para qualquer tipo de manipulação dos dispositivos com sabão
ou preparação alcoólica para as mãos (60 a 80%), quando as mesmas
não estiverem visivelmente sujas. Utilizar luvas, máscaras e óculos. No
cuidado específico com cateteres intravasculares
Ao selecionar o cateter e sítio de inserção, deve-se ter como

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


base o objetivo terapêutico pretendido, na duração da terapia, na visco-
sidade do fluido, nos componentes do fluido e nas condições de acesso
venoso. Não use cateteres periféricos para infusão contínua de produ-
tos vesicantes, para nutrição parenteral ou para qualquer solução com
osmolaridade acima de 900 mOsm.
Para atender à necessidade da terapia intravenosa devem ser
selecionados cateteres de menor calibre e comprimento de cânula, pois,
acaba causando menos flebite e menor obstrução do fluxo sanguíneo
dentro do vaso, ajudando na distribuição do medicamento.
Já em adultos, o local de para canulação periférica é o das
superfícies dorsal e ventral dos antebraços. As veias de membros in-
feriores não devem ser utilizadas a menos que seja absolutamente ne-
cessário, podendo causar embolias e tromboflebites, já para pacientes
pediátricos, selecione o vaso com maior probabilidade de duração de
toda a terapia prescrita, considerando as veias da mão, do antebraço e
braço, evitando a área anticubital em ambos os casos.
A preparação da pele deve ser realizada com aplicação do an-
tisséptico e não tocar o sítio de inserção do cateter após a sua aplica-
ção. Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: Clorexidina
39
> 0,5%, Iodopovidona 10% ou álcool 70%. Deve-se ficar atento ao limitar
no máximo a duas tentativas de punção periférica por profissional e, no
máximo, quatro no total, pois, múltiplas tentativas de punções causam
dor, atrasam o início do tratamento, comprometem o vaso, aumentam
custos e os riscos de complicações.
Para fixar o cateter, é indicado um fixador que preserva a integri-
dade do acesso, prevenindo o deslocamento do dispositivo e sua possível
perda, deve permitir avaliação e monitoramento do sítio de inserção ou di-
ficultar/impedir a infusão da terapia. A utilização de adesivo específico para
estabilização é o mais indicado. Realizar a fixação com técnicas assépticas
nos acessos venosos periféricos e técnica estéril para CVC e PICC.
Para a cobertura, que tem como princípio proteger o sítio de
punção e minimizar a possibilidade de infecção, qualquer cobertura
para cateter periférico, PICC e CVC deve ser estéril, membrana trans-
parente semipermeável para PICC e CVC. Para acesso venoso periféri-
co podem ser utilizadas gaze e fita adesiva estéril apenas quando a pre-
visão de acesso for menor que 48 horas. A cobertura deve ser trocada
imediatamente se houver suspeita de contaminação e sempre quando
úmida, solta, suja ou com a integridade comprometida. Proteger o sítio
de inserção e conexões com plástico durante o banho.
É indicado realizar o flushing com solução de cloreto de sódio
0,9% (usar o volume mínimo equivalente a duas vezes a extensão do
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

cateter) para manutenção do cateter venoso, para manutenção de sua


permeabilidade. Deve-se realizar o flushing e aspiração para verificar o
retorno de sangue antes de cada infusão para garantir o funcionamento
do cateter e prevenir complicações.

ACESSOS ARTERIAIS

As indicações de cateterismo arterial mais frequentes são: mo-


nitorização contínua da pressão arterial; coleta frequente de sangue e
administração de drogas intra-arteriais. A monitorização contínua da
pressão arterial é a primeira indicação de cateterismo arterial. As prin-
cipais artérias usadas para punção são: radial, femoral, pediosa dorsal.

CATETERES ARTERIAIS CENTRAIS (SWAN GANZ)

Punção preferencial da veia subclávia. O risco de infecção au-


menta na punção da jugular e é ainda maior na punção femoral. Deve-
-se evitar coleta de sangue através do sistema. Se inevitável, proceder
40
à limpeza do local de acesso com álcool 70% e lavar o sistema com
solução fisiológica imediatamente após.

Figura 4 - Cateter de Swan Ganz

Fonte: EDWARDS (2019) EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

DRENOS

São tubos ou materiais colocados no interior de uma ferida ou


cavidade, visando permitir a saída de fluídos ou ar, evitando o seu acú-
mulo e removendo coleções diversas, tem como função a retirar de uma
quantidade de líquido dentro de uma cavidade natural ou criada, previne
possíveis complicações relacionadas às cirurgias (BRASIL, 2019). Os
drenos possuem dois tipos de drenagem:
● Espontânea: gradiente de pressão entre o local a ser drena-
do e o meio externo ocorre naturalmente.
● Sucção: gradiente de pressão entre o local a ser drenado e o
41
meio externo ocorre por pressão negativa.
Podem ser utilizados drenos laminares (Pen rose) que é forma-
do por um material achatado, maleáveis e feitos de borracha sintética
ou de plástico siliconizado, e funciona por capilaridade. Já os drenos
tubulares (dreno de tórax, Kerr, duplo J, Blake), são em forma de tubo,
feitos de polietileno, silicone ou latéx. Funcionam tanto por capilaridade,
gravidade como por sucção.

Figura 5 - Dreno de Tórax

Fonte: SOLOSTOCKS, 2019

Figura 6 - Dreno de Pen Rose


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: IPSEMG, 2016

Figura 7 - Dreno de Kehr

42
Fonte: SMELTZ, et al (1994)

Principais Cuidados com os Drenos:

- Não manter o dreno pinçado.


- Documentar padrão da drenagem, frequência e aspecto do lí-
quido, sendo um dos parâmetros mais importantes e fundamentais para
possíveis complicações.
- Checar o funcionamento dos drenos; é importante observar a
se está oscilante, se há débito após mobilização, interrupção abrupta do
fluxo, fixação adequada, nível correto de selo d’água.
- Checar a patência (capacidade de manter uma via desobstruída)
dos drenos, se o dreno está sem drenar pode estar obstruído, o que au-
menta as chances de complicações. Na suspeita de obstrução, ordenhe.
- Curativos diários devem ser mantidos sempre limpos e secos em
torno dos drenos, evitando infecções no sítio, contaminação das pleuras e
obstruções por coágulos. Deve-se realizar curativos com método estéril.

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43
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CEPUERJ Órgão: UERJ Prova: Enfermeiro Nível:
Superior.
Para o atendimento de urgência/emergência, o Protocolo Básico de
Segurança do Paciente, na prática segura para prescrição de medi-
camentos, prevê que os profissionais de enfermagem poderão exe-
cutar a prescrição medicamentosa, mesmo sob ordem verbal. Para
tanto, o prescritor e o executor deverão adotar a seguinte conduta:
a) O prescritor deverá falar nome, dose e via de administração do me-
dicamento de forma clara; o profissional de enfermagem executor, que
recebeu a ordem verbal, deverá repetir o que foi dito e ser confirmado
pelo prescritor antes de administrar o medicamento
b) O prescritor em atendimento de telessaúde deverá fornecer, por meio
telefônico, as informações sobre dose e via de administração, garantin-
do que a ligação seja gravada e armazenada; o profissional de enfer-
magem executor que tem permissão para o recebimento da prescrição
médica à distância é o enfermeiro
c) O prescritor poderá realizar a prescrição médica à distância aos pro-
fissionais de enfermagem, podendo ser fornecida por meio de rádio,
telefones fixos e/ou móveis, mensagens de SMS, correio eletrônico, re-
des sociais de internet ou quaisquer outros meios em que não constem
o carimbo e a assinatura do médico
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d) O prescritor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)


deverá garantir condições técnicas para que o atendimento médico à
distância seja transmitido, gravado e armazenado; o profissional de en-
fermagem executor deverá elaborar relatório circunstanciado, fazendo
constar a situação que caracterizou urgência/emergência e as condutas
médicas e de enfermagem.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: Enfermeiro do tra-
balho Nível: Superior.
As complicações cirúrgicas respondem por uma grande proporção
das mortes e injúrias médicas que podem ser preveníveis em todo
o mundo. Eventos adversos foram estimados em afetar 3–16% de
todos os pacientes hospitalizados e mais da metade de tais even-
tos são reconhecidamente preveníveis.
No que diz respeito à Segurança do Paciente, qual é a definição de
“eventos adversos”?
a) Eventos que acontecem nas diversas formas de se praticar as cirurgias.
b) Efeitos de incidentes que não atingiram os pacientes.
44
c) Incidentes que atingiram o paciente, mas não causariam danos.
d) Incidentes que resultam em danos aos pacientes e podem ser tem-
porários ou permanentes.
e) Incidentes de pequena proporção, geralmente ligados a problemas
de relacionamento dos profissionais com os pacientes e (ou) familiares.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: Fundação Carlos Chagas Órgão: Prefeitura mu-
nicipal de Macaé Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente foi criada pela Or-
ganização Mundial da Saúde em 2004 e a cada dois anos, é formu-
lado um Desafio Global para a Segurança do Paciente. O segundo
desafio é referente
a) ao Cuidado Centrado no Paciente.
b) Prevenção de Queda.
c) Desnutrição Hospitalar.
d) Administração de Hemoderivados Segura.
e) Cirurgias Seguras.

QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: Fundação Carlos Chagas Órgão: TJ-AP Prova:
Analista judiciário - Enfermeiro Nível: Superior.

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Os chamados Desafios Globais para a Segurança do Paciente, pre-
vistos na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, identifi-
cam ações que ajudam a evitar riscos aos pacientes e, ao mesmo
tempo, norteiam os países que tenham interesse em implantá-los.
O primeiro Desafio Global está focado na:
a) ação “Enfrentando a resistência microbiana aos quimioterápicos”,
que consiste na utilização da quimioprofilaxia nas cirurgias de alto risco.
b) temática “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, que trata da correção dos
danos cirúrgicos provocados pelos serviços cirúrgicos ambulatoriais.
c) prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde −
IRAS, apresentada como lema “Uma assistência limpa é uma assistên-
cia mais segura”, que envolve ações relacionadas à melhoria da higiene
das mãos em serviços de saúde.
d) criação do programa “Pacientes pela Segurança dos Pacientes”, que
busca implantar, de forma gradativa, o cuidado comunitário.
e) ação “Eliminando infecção da corrente sanguínea associada a cate-
ter central”, que visa à redução de 60 a 90% das infecções de corrente
sanguínea nos serviços de saúde do país.

45
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ- SC Prova: Enfermeiro Nível: Su-
perior.
De acordo com o Programa Nacional de Segurança do Paciente, o
“evento adverso” é definido como:
a) incidente que resulta em dano ao paciente;
b) evento ou circunstância que pode resultar em dano;
c) comprometimento da estrutura ou função do corpo;
d) evento que causa a morte ou incapacidade do paciente;
e) redução do risco de dano ao paciente.

QUESTÃO 6
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: Enfermeiro do tra-
balho Nível: Superior.
Após a realização da visita domiciliar, faz-se importante verificar
se o objetivo dela foi alcançado e se foram dadas e colhidas as in-
formações necessárias. A esse respeito, é correto afirmar que toda
visita deve ser realizada tendo como base a (o)
a) aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendi-
zado que parte dos problemas e desafios enfrentados no processo de
trabalho, que podem ser definidos por múltiplos fatores.
b) código de sobrevivência da família, as respectivas crenças, a cultura
e a própria história.
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c) execução do processo de enfermagem e a sistematização da respec-


tiva assistência.
d) educação em saúde e a comunitária.
e) planejamento da equipe, pautado na identificação das necessidades
de cada família.

QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRF Prova: Analista Judi-
ciário Enfermeiro Nível: Superior.
O Sistema de Classificação de Pacientes é uma das ferramentas
utilizadas pelo enfermeiro subsidiando-o nas suas ações adminis-
trativas. O Sistema de Classificação de Pacientes pode ser melhor
definido como:
a) Método utilizado para determinar, monitorar e validar as necessida-
des de cuidado individualizado do paciente.
b) Sistema estabelecido pelo COFEN que determina horas de assistên-
cia de enfermagem por unidade de internação.
c) Método de classificar as queixas dos usuários que demandam os
serviços de urgência/emergência, visando identificar os que necessitam
46
de atendimento médico mediato ou imediato.
d) Sistema estabelecido pelo Ministério da Saúde baseado no caráter
público ou privado da instituição de saúde para o repasse de recursos
para aperfeiçoamento profissional.

QUESTÃO 8
Ano: 2015 Banca: COCEAC Órgão: UFF Prova: técnico de enferma-
gem Nível: Médio.
Os drenos cirúrgicos são dispositivos utilizados para a saída de ar
e secreções de uma ferida para um curativo ou um aspirador por-
tátil. Em relação à realização de curativos de feridas com drenos é
correto afirmar que:
a) Os do tipo Penrose ou tubular devem ser mantidos ocluídos com bol-
sa estéril ou com gaze estéril por 72 horas.
b) O curativo do dreno de sistema aberto deve ser realizado junto com
o da incisão cirúrgica, iniciando, sempre, pelo local mais contaminado.
c) Na realização do curativo dos drenos Penrose, o uso de alfinetes é
indicado como meio de evitar mobilização.
d) Devido ao risco de acidentes, não se realizam curativos nas feridas
com sistema de drenos fechados (Torácico, Portovac).
e) Nos sistemas de drenagem aberta, a remoção do curativo anterior
deve ser feita com pinça e solução de compostos fenólicos.

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QUESTÃO DISCURSIVA
Ano: 2017 Banca: FCM Órgão: IF-RJ Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Para realizar uma investigação que visa a melhoria da segurança do
paciente e também prevenções de possíveis danos, qual seria o proce-
dimento adequado em qualquer especialidade?

QUESTÃO INÉDITA
Com relação a uma comunicação efetiva e clara, a anamnese e re-
gistros realizados pelo profissional de enfermagem devem ser fei-
tos com qualidade. Quais as características para um registro de
qualidade?

NA PRÁTICA
A maioria das quedas acidentais ocorre dentro de casa ou em seus
arredores, geralmente durante o desempenho de atividades cotidianas
como caminhar, mudar de posição, ir ao banheiro. São riscos domésti-
cos para quedas a presença de tapetes pequenos e capachos em su-
perfícies lisas, degraus da escada com altura ou largura irregulares e
também má iluminação. São informações importantes para o questiona-
47
mento na coleta de dados e registros, bem como para o planejamento
no plano de cuidados.

NA MÍDIA
Hospital no Norte do país transforma crianças com câncer em auditores
de segurança do paciente em um projeto intitulado como “Heróis da
Segurança”. As crianças que realizam tratamento contra o câncer no
Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, estudam na sala
de aula dentro do hospital e as aulas oferecidas têm como principal ob-
jetivo empoderar as crianças para o autocuidado no tratamento.
O projeto também contou com a abordagem dos tópicos:
● Segurança do paciente com base nos protocolos de identificação;
● Comunicação efetiva; administração de medicamentos;
● Cirurgia segura; higiene das mãos;
● Redução do risco de quedas e
● Redução do risco de lesão por pressão.
Temas que as crianças hospitalizadas convivem diariamente dentro do
hospital, tornando-se essencial para passarem o período de internação
de uma forma segura também possibilitando e estimulando a participa-
ção da criança no seu cuidado. Veja a reportagem completa:
Hospital transforma crianças com câncer em auditores de segurança do
paciente. Secretaria de comunicação – Agência Pará – Reportagem de
julho de 2019 por Marcelo Leite.
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Link de acesso: https://www.prosaude.org.br/noticias/hospital-transfor-


ma-criancas-com-cancer-em-auditores-de-seguranca-do-paciente/

48
VENTILAÇÃO MECÂNICA E

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PRINCIPAIS MEDICAMENTOS

A regulagem inicial do ventilador depende de uma série de fa-


tores que só são identificáveis quando o paciente já está conectado ao
respirador, além de informações como: condições prévias a chegada à
unidade, gasometria arterial, história da moléstia atual, hipótese diag-
nóstica, antecedentes pessoais, entre outros (CARVALHO, et al. 2007).
Entre os modos e modalidades ventilatórias, é importante se
atentar a:
• Utilizar modo assistido-controlado, reavaliando nas primeiras
horas de acordo com o quadro clínico: PCV: ciclado a tempo e limitado
a pressão. VCV: ciclado a volume;
• Nos casos em que o repouso muscular não se faz necessário,
deve-se iniciar o mais rápido possível um modo assistido, com adequa-
do ajuste da sensibilidade ou espontâneo (PSV).

4949
A disfunção diafragmática induzida pelo ventilador ocorre,
geralmente, após 18 horas de ventilação controlada.

Modos e Modalidades Ventilatórias

a) PCV- Ciclado a tempo e limitado a pressão

Tem como finalidade manter pressão limitada durante toda a


fase inspiratória, sendo ciclado a tempo. Além disso, permite o controle
mais adequado das pressões em vias aéreas e alveolares. O seu tempo
inspiratório (Ti) é fixo, sendo o seu fluxo livre e desacelerado. O volume
corrente (VC) é variável e dependente da mecânica ventilatória do pa-
ciente e do delta de pressão administrado. Pode-se ainda acelerar ou
desacelerar a velocidade do fluxo (rampa, rise time ou slope).

b) VCV- Ciclado a volume


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Ciclado a volume, este permite mais estabilidade do volume


minuto (VolMin) – VC x frequência respiratória. O fluxo é constante e
pré-determinado. A pressão nas vias aéreas é variável e dependente da
mecânica ventilatória do paciente. É utilizado para cálculo de Compla-
cência e Resistência.

c) PSV - Ajuste da sensibilidade ou espontâneo

Mantém pressão limitada durante toda a fase inspiratória. Ci-


clagem a fluxo (% pico de fluxo inspiratório), sendo que de 5% a 55% no
ventilador Vela. Quanto menor a porcentagem, maior será a fase inspira-
tória. O volume corrente (VC) é variável e dependente da mecânica ven-
tilatória do paciente e do delta de pressão administrado. Pode‐se ainda
acelerar ou desacelerar a velocidade do fluxo (rampa, rise time ou slope).

50
Evitar o uso do modo SIMV, pois, se mostrou associado a
aumento do tempo de desmame. Atualmente o uso desta modalida-
de se restringe a pacientes que necessitem garantir VolMin mínimo
no início da PSV (ex: neuropatas ou pacientes no despertar inicial
de anestesia geral). Assim que o drive ventilatório se mostrar está-
vel deve-se modificar para modo PSV.

Parâmetros Utilizados

● FiO2: necessária para SaO2 entre 93% e 97%.


● VC: 6ml/kg peso predito inicialmente. Deve-se reavaliar até
8ml/kg de acordo com o quadro clínico do paciente.
● No sexo feminino, a formula é 50+0,91*(Altura – 152,4cm).
Já no sexo masculino, a formula é 45,5+0,91*(Altura – 152,4cm).
● PEEP: inicialmente de 5cmH2O. Reavaliar de acordo com o
quadro clínico do paciente.
● FR: 12-16 rpm, com relação I:E: 1:2 a 1:3 inicialmente. Rea-
valiar assim que possível a primeira gasometria arterial.

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● Ti: não ultrapassar de 3-5 constantes de tempo, de forma a não
causar assincronias e efeitos deletérios musculares e hemodinâmicos.
● Disparo: pode ser a pressão ou a fluxo. O comum no nosso
serviço é a fluxo, além de ser o mais indicado.

A sensibilidade deve ser ajustada para o valor mais sensí-


vel sem causar autodisparo. Caso contrário, pode ocasionar assin-
cronias e lesão diafragmática. Lembrando que quanto mais próxi-
mo do zero, mais sensível.

Quanto aos alarmes é necessário:


● Ajustar os alarmes de forma individualizada;
● Alarme de Pressão Máxima em 40cmH2O para evitar baro-
trauma, ajustando conforme quadro clínico.
Dessa forma, sugere-se:
51
● f máxima: 35-40 rpm;
● Volume mínimo e máximo: 1.5 - 2L abaixo e acima do desejado;
● Pressão Mínima: 2 cmH2O abaixo da PEEP;
● Regular Back-Up de Apneia (inicial 30s) e parâmetros.
Após 30 min de ventilação estável, o ideal é se obter uma gasome-
tria arterial para observar se as metas de ventilação e troca foram atingidas.
Avaliar também as possíveis repercussões hemodinâmicas da VM. Avaliar
presença de hipovolemia/ocorrência de auto-PEEP e/ou Pneumotórax em
casos de hipotensão associada ao uso da ventilação com pressão positiva.

Não há evidências de que uma PEEP de até 10 cmH2O cau-


se alterações hemodinâmicas. A pressão positiva só irá causar hi-
potensão em casos de hipovolemia.

Ajustes Ventilatórios Pós Gasometria Arterial

Desvios extremos do equilíbrio ácido-base, em geral, são


acompanhados de alterações profundas da função dos órgãos vitais e
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podem determinar a morte do paciente.

Quadro 3 - Fluxograma representativo sobre os sistemas de regulação

Fonte: Adaptado de CARVALHO, et al. 2007.


52
Valores de referência no adulto

INTERPRETAÇÃO GASOMÉTRICA

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Observar o pH. Se < 7,35 há acidemia; se > 7,45 há alcalemia. A
PaCO2 reflete o componente respiratório e o HCO3 - reflete o componente
metabólico. Se a PaCO2 estiver < 35 mmHg está no lado alcalótico; se
estiver > 45 mmHg está no lado acidótico. Se o HCO3 < estiver < 22 mEq/L
está no lado acidótico; se estiver > 26 mEq/L está no lado alcalótico.
Para determinar qual é o distúrbio primário, deve-se observar
qual o componente que se encontra no mesmo lado do distúrbio do pH.
Se ambos estiverem do mesmo lado da alteração, haverá um distúrbio
misto. Se não, identificar o distúrbio primário, e utilizar a fórmula com-
pensatória para o componente desejado.
Equações:
PaCO2 esperado: HCO3 - x 1.5 + 8 ±2: ACIDOSE METABÓLICA
PaCO2 esperado: HCO3 - + 15: ALCALOSE METABÓLICA
PaO2prevista: 106.6 – (0.25 x idade) OU 109 – (0.43 x idade)

53
Ajustes ventilatórios pós parada cardiorrespiratória: Evitar
hiperventilação. Manter PaCO2 entre 40 – 45 mmHg ou PetCO2 en-
tre 35 – 40 mmHg. Não deve manter a FiO2 em 100%. A 1 mmHg de
PaCO2 pode Fluxo Sanguíneo Cerebral (FSC) de 2% a 4%. Saben-
do que o FSC já está reduzido devido a PCR, devemos aguardar,
pelo menos, 30 min para avaliação e discussão da conduta mais
adequada. Alem disso, deve-se manter a SpO2 entre 94 – 96% com
a menor FiO2 tolerada evitando assim e hiperventilação. A Hiperó-
xia está relacionada à maior mortalidade, disfunção e degeneração
neuronal. (CARVALHO, et al. 2007).

SEPSE

A sepse é uma inflamação sistêmica que ocorre quando as to-


xinas liberadas por algumas bactérias fazem com que células do corpo
liberem substâncias que desencadeiam inflamação através da citocinas.
Ocasionando a dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo a pressão
arterial, aumentando os fatores de coagulação, gerando assim, maior
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formação de trombos.
As Infecções que têm a maior probabilidade de desencadear à
sepse começam mais comumente nos pulmões, abdômen ou trato uri-
nário, que são disseminadas na corrente sanguínea e desencadeando
a bacteremia.
As complicações da sepse são:
- Febre
- Taquicardia
-Taquipneia
- Diminuição da pressão arterial
- Aumento da produção de coágulos
- Diminuição do fluxo de sangue para órgãos vitais
- Aumento do ácido lático que leva a acidose metabólica
O conjunto desses efeitos resulta em um ciclo vicioso, em que
ocorre a degradação dos órgãos, levando os rins a secretarem menos
urina, o que ocasiona no acúmulo de produtos metabólicos no sangue.
Com a maior vasodilatação, ocorre um aumento da permeabilidade, que
permite a saída de líquido da corrente sanguínea para os tecidos, cau-
sando edema, inclusive nos pulmões.
54
À medida que coágulos sanguíneos microscópicos continuam a
se formar, eles consomem as proteínas no sangue que compõem os co-
águlos (fatores de coagulação). Em seguida pode ocorrer sangramento
excesso. Com o progresso da sepse pode desencadear um quadro de
choque séptico, que leva a extrema queda de pressão, juntamente com
a falência múltipla dos órgãos.

Figura 8 - Entendimento atual da sepse e as principais manifestações clínicas

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Fonte: FOCHESATTO (2013)

O diagnóstico deve ser realizado o mais precocemente possí-


vel, e é realizado através de amostras dos tecidos para cultura, hemo-
culturas, duas ou mais, sendo pelo menos, uma amostra via percutânea
e uma de cada acesso vascular, exames de sangue para medir os ní-
veis de ácido láctico e outros produtos metabólicos de excreção, o que
pode ser alto, e o número de plaquetas.
O tratamento deve ser iniciado nas primeiras 6 e 24 horas do
diagnóstico e a ordem dos procedimentos a serem realizados é muito
importante à redução de morbidade e mortalidade, sendo:
● Antibióticos;
● Líquidos intravenosos;
● Oxigênio;
● Retirada da fonte de infecção;
● Às vezes, medicamentos para aumentar a pressão arterial.
55
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS

Furosemida

A furosemida é um diurético de alça indicado para quadros de


congestão volêmica. Esse fármaco atua primariamente sobre o segmento
espesso da alça ascendente de Henle, inibindo o transporte de NaCl para
fora do túbulo e para o interior do tecido intersticial ao inibir o a bomba de
Na+/K+/2C1 na membrana luminal. Reação adversa: Alguns efeitos inde-
sejáveis são comuns com os diuréticos de alça e estão diretamente relacio-
nados com suas ações renais. É muito provável a ocorrência de perda de
K+, resultando em baixos níveis plasmáticos (hipocalemia), e de alcalose
metabólica, devido à excreção de H +. Horário: É vantajoso tomar a dose
diária de uma só vez, escolhendo-se o horário mais prático, de tal forma
que não fique perturbado o ritmo normal de vida do paciente pela rapidez
da diurese (manhã e/ou tarde). Interações: Sinérgico à espironolactona,
possuem efeito diurético com ação diferente. (SECOLI, 2001)

Espironolactona

A espironolactona tem ação diurética, poupador de K+. Trata-se


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de um antagonista da aldosterona, que compete pelos receptores intrace-


lulares de aldosterona nas células do túbulo distal. O resultado consiste em
inibição da ação de retenção de Na + da aldosterona, com redução conco-
mitante no seu efeito de estimulação da secreção de K+. A espironolactona
exerce ações subsidiárias ao diminuir a secreção de H +, bem como a
excreção de ácido úrico. Reações adversas: Espironolactona, quando utili-
zada pelas suas propriedades, pode causar hipercalemia e, possivelmente,
acidose metabólica. Horário: Manhã ou à tarde. Interações: Potencializa a
ação de outros diuréticos. Reduz a ação da noradrenalina. Aumenta con-
centração plasmática da digoxina (RANG, et al, 2007)

Carvedilol

O carvedilol é um betabloqueador de terceira geração, sem ati-


vidade simpatomimética intrínseca, com efeitos vasodilatadores devido
à capacidade de bloquear concomitantemente os receptores periféricos
alfa-1 adrenérgicos. O bloqueio dos receptores β adrenérgicos cardía-
cos causa redução da frequência cardíaca e da contratilidade, com a
56
consequente redução do débito cardíaco. Reações adversas: fadiga,
depressão, capacidade de exercício diminuída, disfunção sexual e cri-
ses de asma. Horário: não necessariamente deve ser ingerido junto a
alimentos; entretanto, em pacientes com insuficiência cardíaca, deverá
ser administrado com alimentos para reduzir a velocidade de absorção
e diminuir a incidência de efeitos ortostáticos. De preferência junto ao
almoço e janta. Interações: Após administração concomitante de digoxi-
na e Carvedilol, a concentração plasmática de digoxina aumenta apro-
ximadamente 15%. Recomenda-se monitoração dos níveis de digoxina
ao iniciar, ajustar ou descontinuar o Carvedilol (MORENO, 1999).

Digoxina

Os glicosídios cardíacos são inotrópicos positivos e provocam


aumento da atividade vagal e inibição da bomba de Na+/K+ na célula do
miocárdio. Os glicosídios cardíacos ligam-se a um sítio no lado extrace-
lular da subunidade A da Na+/K+ ATPase. Os efeitos dos glicosídios car-
díacos aumentam se houver redução da [K+] plasmática, em decorrência
da competição diminuída pelo sítio de ligação do K+ na Na+/K+ATPase.
Reações adversas: náuseas, vômitos, diarréia e confusão. Os efeitos
cardíacos são: redução da velocidade de condução através do nodo AV;
aumento da força de contração; distúrbios do ritmo, particularmente: blo-

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queio da condução AV; aumento da atividade de marcapasso ectópico.
Horário: Deve-se tomar em jejum, sempre no mesmo horário do dia. In-
terações: com espironolactona, carvedilol e clozapina (farmacocinética).

Clozapina

Considerado fármaco com efeito antipsicótico, atua bloquean-


do as vias dopaminérgicas, provocando redução dos sintomas positivos
psicóticos, porém, tendo como efeito colateral sintomas extrapirami-
dais, como o parkinsonismo. Possui uma fraca atividade bloqueadora
de dopamina em receptores D1, D2, D3 e D5, mas demonstra elevada
potência em receptores D4, além de potente efeito anti alfa-adrenérgi-
co, anticolinérgico, anti-histamínico e inibidor da reação de alerta. Apre-
senta também propriedades antisserotoninérgicas. Reações adversas:
agranulocitose, convulsões, efeitos cardiovasculares, febre, sedação,
tontura, taquicardia, constipação, hipersalivação, tremores. Horário: Re-
comendado no período noturno, se dose única. Interações: a Fluoxetina
inibe 3A4,1A2,2D6,2C9/19 e glicoproteína, aumentando níveis plasmá-
57
ticos de clozapina, sedação, efeitos anticolinérgicos, risco de convul-
sões. Aumentam níveis plasmáticos de digoxina.

Clonazepam

O clonazepam apresenta propriedades farmacológicas comuns


a dos benzodiazepínicos, que incluem efeitos anticonvulsivantes, seda-
tivos, relaxantes musculares e ansiolíticos. Assim como outros benzo-
diazepínicos, acredita-se que esses efeitos podem ser mediados prin-
cipalmente pela inibição pós sináptica mediada pelo GABA. Reações
adversas: sonolência, confusão mental, amnésia e coordenação moto-
ra prejudicada, o que consideravelmente afeta as habilidades manuais
como o desempenho de dirigir. Os benzodiazepínicos potencializam o
efeito depressor de outras substâncias, incluindo o álcool, mais do que
um efeito aditivo. Horário: noite, efeito sedativo.

Biperideno

O biperideno é um agente anticolinérgico. Antagoniza por com-


petição a ação da acetilcolina nos receptores colinérgicos, ou seja, re-
duz os efeitos da estimulação parassimpática. Reações adversas: tra-
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tando-se de do sistema nervoso central, podem apresentar-se cansaço,


náuseas; a nível periférico, consistem em secura da boca, diminuição
da sudorese, constipação, transtornos gástricos, aumento da frequên-
cia cardíaca e, em raros casos, bradicardia. Horário: comprimido reves-
tido não deve ser mastigado e nem partido, devendo ser ingerido inteiro
com um pouco de líquido, em doses que deverão ser distribuídas ao
longo do dia (administrando-se sempre um comprimido revestido pela
manhã). Interações: farmacocinética com todas as medicações inge-
ridas pela manhã: furosemida, espironolactona, digoxina, clozapina e
fluoxetina, devido à diminuição da motilidade gástrica, os fármacos ad-
ministrados juntos serão menos absorvidos.

Fluoxetina

A fluoxetina é um inibidor seletivo de recaptação de serotonina


(ISRS). Os ISRS inibem de forma potente e seletiva a recaptação de
serotonina na fenda sináptica, resultando em potencialização da neu-
rotransmissão serotonérgica. A potência da inibição de recaptação da
serotonina é variada, assim como a seletividade por noradrenalina e do-
58
pamina. Reações adversas: os efeitos colaterais comuns são náusea,
anorexia, perda da libido, diarreia, agitação e insônia. Horário: pode ser
administrado por via oral e pode ser tomado independente das refei-
ções. Ver com o médico melhor horário.
Interações: Aumenta a concentração sérica da amitriptilina, ↑
risco arritmias e efeitos anticolinérgicos (biberideno).

Amitriptilina

É um antidepressivo tricíclico (TCA). O principal efeito dos


TCAs é bloquear a captação das aminas pelos terminais pré sinápticos,
por competição pelo sítio ligante da proteína de transporte. A maioria dos
TCA inibe a captação de noradrenalina e de 5-HT pelos sinaptossomos
cerebrais em um grau semelhante, mas têm muito menos efeito sobre
a captação de dopamina. Reações adversas: os efeitos semelhantes à
atropina incluem boca seca, visão turva, constipação e retenção urina-
ria. Estes efeitos são fortes com a amitriptilina e muito mais fraco com
a desipramina. Ocorre com os TCA hipotensão postural. Horário: Início
de terapia com um comprimido de 75 mg preferencialmente à noite ou
ao se deitar e aumentar se necessário, para dois comprimidos, um de
manhã e um à noite. Interações: farmacocinética com fluoxetina.

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DROGAS VASOATIVAS

Trata-se de substâncias que apresentam efeitos vasculares


periféricos, pulmonares ou cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos,
atuando em pequenas doses e com dose-resposta dependente de efei-
to rápido e curto (ELKIS, 2001).

Figura 9: Esquema demonstrativo sobre os efeitos dos principais agentes si


patomiméticos sobre os parâmetros que regulam o débito cardíaco. Abrevia-
ções: DC= débito cardíaco; VS= vaso sanguíneo e FC= Frequência cardíaca.

59
Fonte: OSTINI, et al. 2001

Dopamina

É uma catecolamina natural, precursora imediata da noradrenali-


na e também é derivada da fenilalanina. A dopamina age através da estimu-
lação direta dos receptores adrenérgicos beta tipo 1 (B1) e indiretamente
nos demais receptores, que também estimulam os receptores B1, que são
os receptores dopaminérgicos: D1, D2, D3, D4 e D5 (OSTINI, et al. 2001).
Farmacocinética: Não atravessa barreira hematoencefálica nem
a placenta. Ela é metabolizada pela MAO – monoaminaoxidade e COMT
catecol-o-metil transferase. E parte transformada em noradrenalina e adre-
nalina. Sua meia vida é de 1,7 minutos (aprox. 2 minutos). Sua durabilidade
é de aproximadamente 10 minutos. A sua excreção é renal, sendo cerca
de 80% é eliminado pela urina em 24 horas. Indicações: relacionadas aos
estados de baixo débito com volemia controlada ou aumentada. Não tem
interações importantes com outras drogas. Diluição padrão: 5 ampolas em
200 ml de solução (ringer simples ou lactato), soro fisiológico (SF 0,9%),
soro glicosado (SG 5%). Não deve ser diluída em solução alcalina. Geran-
do a concentração de 1mg/mL. 2,5 a 20 mcg/Kg/min.

Tabela 1 - Principais efeitos da dopamina, em função da dose administrada.


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Fonte: RANG, 2007

60
● Uso endovenoso (exclusivo).
● Monitorização.
● Observar sinal de extravasamento tisular (necrose teci-
dual).
● Efeitos colaterais: náusea, vômitos, arritmias e agrava-
mento da vasoconstrição pulmonar.

Dobutamina

É uma droga simpatomimética sintética, de ação predominante


B1 agonista. Sendo sua atividade inotrópica. A mesma não depende de
reservas liberáveis de noradrenalina (diferente da dopamina).
Farmacocinética: Administração via endovenosa. Sendo seu iní-
cio da ação: 10 minutos e a sua meia vida: 2-3 minutos. É metabolizada
no fígado e sua excreção, renal. Dose: ampolas 20 mL com 250 mg da
droga. Se diluída em 230mL de solução a concentração final será 1 mg/
ml. Em neonatos: 2mg a 15mg/kg/minuto, em função da resposta tera-
pêutica. Crianças e adultos: 2,5mg a 20mg/kg/minuto até um máximo de

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40mg/kg/minuto. Indicações: melhorar a função ventricular e o desempe-
nho cardíaco. Choque cardiogênico e insuficiência cardíaca. Interações:
Eficácia diminuída quando associado a bloqueadores beta-adrenérgicos.
Toxicidade aumentada com possibilidade de arritmias ventriculares se-
veras quando associada aciclopropano e halotano (OSTINI, et al. 2001).

Tabela 2 - Principais catecolaminas e seus efeitos nos diversos receptores


adrenérgicos.

Fonte: RANG, 2007


61
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: Órgão: FCC Prova: Nível: Médio
Em uma unidade de internação, durante o horário de administra-
ção da medicação das 11 horas, o paciente estava ausente do lei-
to, realizando atividades de fisioterapia. O técnico de enfermagem
deixou o medicamento na bandeja e não avisou o profissional do
turno seguinte que a medicação não foi administrada. Trata-se de
um erro de medicação, classificado como erro de
a) monitorização.
b) dose.
c) dispensação.
d) administração.
e) omissão.

QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: Órgão: FRP Prova: Enfermeiro Nível: Superior
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a
higienização das mãos é reconhecida, mundialmente, como uma
medida primária, mas muito importante no controle de infecções
relacionadas à assistência à saúde. Por este motivo, tem sido con-
siderada como um dos pilares da prevenção e controle de infec-
ções dentro dos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes
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da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. Além


dos procedimentos técnicos corretos como a lavagem e o uso de
antissépticos, outros aspectos importantes precisam ser usados.
Nas alternativas abaixo indique a conduta incorreta para o técnico
de enfermagem em unidade de internação.
a) Manter as unhas naturais, limpas e curtas.
b) Usar unhas postiças no contato direto com os pacientes.
c) Não utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao pa-
ciente.
d) Aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), diariamente, para
evitar o ressecamento da pele.
e) Não usar esmaltes nas unhas.

QUESTÃO 3
Ano: 2004 Banca: Moura Melo Órgão: Prefeitura de São Bernardo
do Campo Prova: Farmácia Nível: Superior
Pacientes portadores de hipertensão fazem acompanhamento am-
bulatorial, cujos medicamentos comumente prescritos são: furo-
semida, propranolol, captopril. A que classe terapêutica, ou meca-
62
nismo de ação, estes medicamentos fazem parte, respectivamente:
a) Agonista beta2 adrenérgico, inibidor da fosfolipase A2, antagonista
de receptores muscarínicos.
b) Diurético, agonista beta2 adrenérgico, antagonista de receptores
muscarínico.
c) Diurético, bloqueador dos receptores beta adrenérgicos, inibidor da
enzima conversora de angiotensina.
d) Antagonista de receptores muscarínicos, inibidor da fosfolipase A2,
agonista beta2 adrenérgico.

QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: Órgão: FRP Prova: Enfermeiro Nível: Superior
Marque a resposta correta sobre síndrome de abstinência a opióides:
Ocorre irritabilidade e é tratado agudamente com metadona
a) O paciente apresenta miose, bradicardia e febre e utiliza-se morfina
ou outro opióide para tratamento agudo
b) O paciente sente-se irritado, com midríase e taquicardia sendo utili-
zado para tratamento crônico metadona
c) Ocorre sedação excessiva e é utilizado metadona no tratamento
crônico
d) Nenhuma das anteriores

QUESTÃO 5

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Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: Empresa Municipal de Desenvolvi-
mento de Campinas Prova: Enfermeiro Nível: Superior
Qual dos antidepressivos abaixo apresenta menor risco de efeitos
colaterais, haja vista sua maior seletividade?
a) Carbonato de lítio
b) Amitriptilina
c) Fluoxetina
d) Triancilpramina
e) Moclobemida

QUESTÃO 6
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: Empresa Municipal de Desenvolvi-
mento de Campinas Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Os medicamentos sedativos reduzem a ansiedade, tensão ou ex-
citação. Dentre esses medicamentos encontramos os benzodiaze-
pínicos (como o alprazolam e o clonazepam, por exemplo). Para a
dispensação há uma regulamentação sanitária específica: a Porta-
ria no. 344, de 1998. Sobre a dispensação desses medicamentos,
assinale a alternativa correta:
63
a) Eles podem ser dispensados com a apresentação da receita, somente.
b) Eles podem ser dispensados sem receita médica, porque só são uti-
lizados para dormir.
c) Eles não podem ser dispensados em farmácia porque seu uso é ex-
clusivo hospitalar.
d) Eles só poderão ser dispensados com apresentação da receita e de
notificação de receita azul (B1).

QUESTÃO 7
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: Empresa Municipal de Desenvolvi-
mento de Campinas Prova: Enfermeiro Nível: Superior
Os diuréticos poupadores de potássio eliminam sal e água, porém
poupam o potássio, tem importância clínica na administração a pa-
cientes que, por algum motivo, necessitam da diurese, mas não po-
dem perder o potássio. Marque a alternativa que contenha apenas
representantes da classe dos diuréticos poupadores de potássio:
a) Espironolactona, furosemida e triantereno.
b) Amiodarona, clortalidona e hidroclorotiazida.
c) Amilorida, clortalidona e indapamida.
d) Amilorida, espironolactona e triantereno.

QUESTÃO DISCURSIVA
Alguns tipos de drogas, utilizadas no tratamento da esquizofrenia, agem
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bloqueando os receptores de dopamina, um tipo de neurotransmissor,


nas sinapses. A respeito desse bloqueio, o que é correto afirmar?

QUESTÃO INÉDITA
Caso um paciente apresente um ritmo chocável, qual a droga que
o médico poderia solicitar durante a parada cardiorrespiratória?
a) Diurético
b) Amiodarona
c) Adenosina
d) Domperidona
e) Hidralazina

NA PRÁTICA
CUIDADOS IMPORTANTES da Dobutamina
● Efeitos colaterais: arritmias, dores de cabeça, ansiedade, tremores,
aumentos ou reduções excessivas de PA.
● Ocasionalmente tem sido relatada a ocorrência de flebite. Tem sido
descrita inflamação local após infiltração acidental.
● Monitorização.
64
● Antes da administração da dobutamina, a hipovolêmia deve ser cor-
rigida, se possível com sangue total ou com um expansor do volume
plasmático.
● Usar uma bomba de infusão, para evitar a administração de doses
maciças.
● Administrar a dobutamina em veia de grosso calibre ou diretamente
na circulação central.
● Ao interromper a medicação, as doses devem ser reduzidas gradual-
mente (a interrupção rápida pode causar hipotensão).

NA MÍDIA
Foi demonstrado pelo Hospital Regional de Taguatinga (HRT) que a
aplicação de medicação endovenosa, realizada na sala de medicação
gerou benefícios para os pacientes e também para a economia. A uti-
lização da sala de medicação para esse tipo de procedimento, é fa-
vorável para a desospitalização, além de otimizar o uso dos recursos
públicos e aumentar o sistema de giro de leitos dentro do hospital.
O projeto idealizado pela médica infectologista Heloisa Ravagnane, sur-
giu a partir da necessidade de mais vagas de internação e para facilitar
e agilizar o giro de leito. Veja a reportagem completa:
Sala de medicação reduz permanência de pacientes no HRT - Medida
tomada por profissionais da saúde em Taguatinga resultou em 12,1 mil
atendimentos – e numa economia de R$ 62 milhões em 2 anos. Repor-

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tagem de julho de 2019, pela Secretaria de Estado de Comunicação do
DF - Agência Brasília.
Link de acesso: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2019/07/16/sala-
-de-medicacao-reduz-permanencia-de-pacientes-no-hrt/

65
LESÃO POR PRESSÃO
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Sistema Tegumentar

O tegumento possui como finalidade proteger o corpo de influ-


ências ambientais danosas (abrasões, microrganismos e substâncias
nocivas). Além da proteção ambiental, ela envolve as estruturas do cor-
po e ajuda a preservar as substâncias vitais, evitando principalmente a
perda de líquidos, formando assim, o maior órgão do corpo.
Ela também permite uma a regulação da temperatura por meio
das glândulas sudoríparas e nos proporciona sensibilidade através dos
nervos superficiais.
O Sistema tegumentar é formado por:
● Epiderme: camada mais superficial
● Derme: camada mais profunda
6666
Epiderme

A epiderme, não é vascularizada, consiste no epitélio pavimen-


tado, estratificado e queratinizado, variando de espessura em diferentes
partes. A epiderme divide-se em cinco camadas: estrato córneo, estrato
lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal.
Possui como principal função manter a integridade tecidual
através da formação de uma barreira física.

Figura 10 - Estruturas da epiderme

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Fonte: BRASIL (2001)

Derme

A derme é constituída de mucopolissacarídeo e fibras de colá-


geno, possui uma textura flexível e elástica. Ela fornece suporte, resis-
tência, sangue e oxigênio para pele.
O tecido conjuntivo se dispõe em duas camadas:
● Reticular (profunda): formado por tecido conjuntivo fibroelás-
tico e feixes de colágeno. No reticulo são encontradas as glândulas su-
doríparas, sebáceas, folículos do pelo e pequenos acúmulos de células.
67
● Papilar (superficial): consiste na camada vasculares alta-
mente sensitivas, as papilas.

Tecido Subcutâneo

Sendo a última camada, não é considerada como pertencente


à pele, pois, está situada sobre a tela subcutânea (Hipoderme). Tem
como principal funcionalidade de armazenar gordura, proteção contra
traumas mecânicos e isolamento térmico.
Composto principalmente por tecido conjuntivo frouxo e tecido
adiposo. Possui como principais funções:
● Auxilia a isolar o corpo das variações extremas
● Fixar a pele às estruturas subjacentes.

Figura 11 - Representação das camadas da pele e os seus anexos.


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Fonte: (BRASIL, 2001)

FISIOPATOLOGIA

As lesões por pressão são decorrentes do aumento da pres-


são local que ocasiona isquemia tecidual, dificultado o transporte de
68
nutrientes e oxigênio, levando a necrose tecidual, que são provocadas
pela alteração do reflexo de dor em pacientes sedados, acamados, com
lesão medular, debilitados ou idosos.
Outros fatores que ocasionam a lesão por pressão são a força
de cisalhamento e a intensidade da fricção.
As lesões por pressão podem se desenvolver mais facilmente
em áreas onde existam pressão sobre proeminências ósseas, tais como
o sacro, ísquio, trocânter, calcâneo, região occipital, o dorso do pé, o
maléolo e a patela.
Com a compressão do tecido mole entre uma proeminência
óssea e uma superfície externa rígida. Sua pressão é mais alta entre os
tecidos moles e as proeminências ósseas. A lesão tecidual tem início na
interface osso/tecido e se estende para fora. (BRASIL, 2001).

Figura 12 - Representação do mecanismo da lesão

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Fonte: Esquema baseado: BRASIL, 2001.

Após a compressão sobre a anatomia, fisiopatologia e histolo-


gia de uma pele normal e saudável, é possível verificar os estágios da
úlcera por pressão e o que eles acometem.

69
Figura 13 - Representação dos principais estágios da úlcera por pressão.

Fonte: Brasil, 2001


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Descrições dos Estágios da Úlcera por Pressão

Estágio I:
Caracterizado por:
● Pele íntegra;
● Hiperemia que não regride após remoção da pressão;
● Edema discreto;
● Perda discreta da sensibilidade local;
● Alteração da perfuração local;
● Presença de eritema.
Estágio II:
● Derme e/ou epiderme rompidas;
● Presença de bolhas (rompidas ou não);
● Pele escoriada;
● Hiperemia moderada/intensa;
● Tumefação local.
Estágio III:
● Presença de crosta preta ou marrom;
70
● Perda ou necrose de tecido subcutâneo;
● Presença de exsudato;
● Presença de infecção muscular;
● Exposição de fáscia muscular.
Estágio IV:
● Perda de tecido muscular;
● Exposição de periósteo ou osso;
● Exposição de tendões. (COSTA, et.al., 2005)

Manifestações Clínicas da Úlcera por Pressão

As úlceras são feridas abertas e fundas nos membros infe-


riores, em geral pouco dolorosas, que demoram muito para cicatrizar.
Localizam-se preferencialmente sobre os ossos dos tornozelos e cos-
tumam surgir após leves traumatismos. Forma-se uma pequena ferida
que não cicatriza e vai gradativamente aumentando de tamanho. Co-
mumente estão acompanhadas de varizes, inchaço e manchas marrons
nas pernas. Pode haver inflamação, com vermelhidão e presença de
secreção purulenta (pus). Também é comum existirem áreas de alergia
ao redor das feridas. É o eczema de estase, que forma placas aver-
melhadas, descamativas e com coceira. Também é acompanhada de
outras características, como dor moderada, edema, borda irregular e

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elevada, prurido, temperatura quente, região maleolar, lesão superficial,
lesão grande, descamação, pele fibrótica.
O tratamento se dá por controle cirúrgico, terapia de compres-
são, bota de unna, elevação e terapia farmacológica (BRASIL, 2001).

Úlcera Arterial

É consequência da perfusão tecidual inadequada (lesão isquêmi-


ca) devido a um bloqueio total ou parcial do fornecimento de sangue arterial
para o membro afetado. Esta pode ser causadas por: 1. Arteriosclerose: as
paredes arteriais engrossam ou enrijecem ou 2. Aterosclerose: formação
de placas de gordura no revestimento interno dos vasos, que causa um es-
treitamento gradativo do lúmem. Suas principais características são: atrofia
muscular, ausência de edema, rarefação de pelos, borda regular e rasa, al-
gia extrema, área de gangrena, temperatura fria e pele atrófica (brilhante),
região metatarsiana, lesão trófica, lesão profunda, perda pulsos periféricos
- fracos ou ausentes e deficiente tempo de enchimento capilar.
O seu tratamento pode ser cirúrgico – angioplastia ou bypass, oxi-
71
genoterapia hiperbárica - combatendo sinergicamente os quadros infeccio-
sos, e acelerando cicatrização, terapia farmacológica e técnica de curativo.

Neste caso não estão indicados para a terapia compressiva

CURATIVOS MAIS UTILIZADOS

a) Gazes: Dentre os diversos tipos, a mais eficaz é a 100% de


algodão, no entanto não deve ser usada para proteção de úlceras no
estágio I.
Vantagens: É um produto de baixo custo, disponível em diver-
sas unidades de saúde, hospitais, ambulatórios. Pode-se utilizar gazes
úmidas ou secas, indicadas inclusive em caso de grandes feridas, com
grande volume de exsudato.
Desvantagens: Devido ao seu tipo de material, principalmente
nos curativos com exsudato, pode deixar partículas ou fibras na ferida
e também pode causar a maceração da pele circundante necessitando
do uso de vaselina ao redor da ferida. Quando colocada em quantidade
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exagerada, poderá comprometer o fluxo sanguíneo pela compressão,


retardando inclusive o processo de cicatrização.
b) Filme Transparente: Trata-se de uma membrana de poliure-
tano com uma camada adesiva que é permeável ao vapor. É indicado
para em caso de úlceras nos estágios I e II, e no caso nas úlceras em
estágio III apenas quando há pouco exsudato. São capazes de causar
autólise do tecido necrótico.
c) Hidrocoloides: Trata-se de curativo estéril, indicado para co-
berturas oclusivas. É recortável, o que facilita utilizar em diversas regi-
ões do corpo. É composto por basicamente carboximetilcelulose sódica
internamente, além de uma base adesiva. Externamente é composto
por espuma de poliuretano ou filme poliuretano impermeável.
Vantagens: Os hidrocoloides são capazes de realizar a pre-
venção de contaminações secundárias, além de proteger o desenvolvi-
mento do novo tecido. Para facilitar a cicatrização da ferida, permitem o
desbridamento autolítico e também aumentam a taxa de angiogênese.
Ademais, mantêm a umidade dos tecidos. Na rotina da enfermagem,
esse tipo de curativo é trocado em média a cada 4 dias.
Desvantagens: Como a sua troca não é diária, o profissional não
72
conseguirá avaliar diariamente o processo de cicatrização da ferida, pois,
não é transparente, além disso, quando removido apresenta um odor fé-
tido, que pode ser confundido com infecção, podendo causar uma avalia-
ção errônea do estado da ferida. Outro fator importante, é que o curativo
pode formar um gel amarelo que interage e é muito semelhante com o
exsudato da ferida, o que pode também atrapalhar a avaliação realizada
pelo profissional. Em grandes extensões de exsudato deve ser evitado,
pois, o poder absortivo é baixo, deve ser utilizado em feridas infectadas e
profundas. O curativo apresenta um custo elevado.
b) Curativos de Hidrogel: São compostos principalmente com
água e têm como principal função a hidratação superficial da ferida ou
úlcera por pressão.
c) Curativos de Espumas de Poliuretano: Trata-se de curativos
planos ou em diferentes formatos de soluções de polímeros. São reco-
mendados em casos de feridas com muito exsudato.
d) Curativos de Alginatos: São curativos derivados principal-
mente de algas. São usados principalmente em feridas com muito ex-
sudato. São disponíveis em películas e fitas.
e) Carvão ativado com prata: São compostos por partículas de
carvão impregnado com prata que favorece os princípios físicos de limpe-
za da ferida. Indicado para ser utilizado em feridas crônicas com presen-
ça de exsudato e odor. (SMELTZER, et al. 1994; CANDIDO, et al. 2001).

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Tabela 3 - Padronização dos diferentes tipos de curativos utilizados, com des-
taque para a composição química, mecanismo de ação, indicações e desvan-
tagens de cada um.

73
Fonte: SMANIOTTO et al, 2012

CICATRIZAÇÃO

Cicatrização é processo de reparação tecidual que substitui o teci-


do lesado por um tecido novo, que envolve a regeneração de células espe-
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cializadas, a formação de tecido de granulação e a reconstrução do tecido.


Após a regeneração tecidual é formada a cicatriz, que é o te-
cido novo que se forma durante o processo de cura de uma ferida. É o
método utilizado pelo corpo para que ocorra o fechamento das lesões,
quando não é possível a regeneração perfeita do tecido, nos casos que
a lesão é extensa e profunda.
A Cicatrização pode ocorrer de duas formas:
- Primária: quando um ferimento não contaminado possui bor-
das lisas e próximas, sem perda tecidual, como ocorre em cortes cirúr-
gicos. Normalmente não há infecções, necrose cutânea, presença de
hematomas ou seromas.
- Secundária: quando ocorre o afastamento entre as bordas do
ferimento, ocasionando uma lacuna tecidual preenchida por tecido de
granulação.

74
Figura 14 - Cicatrizações primária e secundária

Fonte: GEOVANINI et al., 2016

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Etapas da Cicatrização

A cicatrização normalmente tem como objetivo o fechamento


da ferida por meio de sequências bioquímicas e histológicas.
A cicatrização ocorre em três etapas, sendo:
• Etapa inflamatória: que tem duração de 48 e 72 horas. Apre-
senta os sinais de inflamação (dor, calor, rubor e edema). Que combate
os agentes agressores e impulsiona a reconstituição do tecido lesado,
possibilitando retorno da homeostasia, da função fisiológica ou a forma-
ção de tecido cicatricial.

75
Figura15 - Processo inflamatório
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Fonte: GEOVANINI et al., 2016

● Etapa proliferativa:
Tem duração de 12 e 14 dias e é caracterizada pela recons-
tituição de vasos sanguíneos e linfáticos, que promove a produção de
colágeno e intensa migração das células, promovendo a repitelização
e formação do tecido de granulação. Possui um aspecto avermelhado
durante o processo.
● Etapa da maturação:
Não possui um tempo de terminado. É fase que ocorre a reor-
ganização do colágeno. A cicatriz assume uma coloração semelhante a
da pele já existente, composta de fibroblastos, colágeno e fragmentos
de tecido elástico. A fase final da etapa de maturação representa a evo-
lução da cicatriz constituída, podendo durar anos.
76
Figura16 - Etapas da cicatrização

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Fonte: GEOVANINI et al., 2016

Fatores que Interferem na Cicatrização

Podemos classificar os fatores em:


● Locais: vascularização das bordas da ferida; o tipo de trata-
mento das feridas; utilização de agentes tópicos inadequados; presença
de resíduos na ferida; pressão contínua e técnica do curativo.
● Fatores sistêmicos (idade), edema, hiperatividade do pa-
ciente, infecção, oxigenação e perfusão dos tecidos, nutrição, diabetes,
medicamentos, estado imunológico, estresse, ansiedade e depressão,
tabagismo e alcoolismo.
Avaliação para o tratamento da ferida
O tratamento eficiente possui quatro componentes importantes:
● Identificação do tecido não viável
● Presença de infecção/inflamação
● Proporcionar a manutenção do meio úmido
77
● Promover a epitelização das bordas da lesão
São quatro componentes da cicatrização, que o profissional de
saúde deve observar e identificar, como qual o estágio e condições em que
a ferida se encontra, para que estabeleça sua conduta terapêutica ade-
quada. Com o objetivo de atingir os resultados esperados em termos de
cicatrização e para que seja possível a progressão do processo cicatricial.

Tabela 4 - Princípios da preparação do leito da ferida.


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: SMANIOTTO et al., 2012

ESCALA DE BRADEN

É avaliado o grau de risco do paciente no desenvolvimento de


úlceras por pressão. A escala permite o desenvolvimento de medidas
preventivas. A avaliação possui seis parâmetros, sendo:

78
Tabela 5 - Escalada de Braden

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Fonte: SMANIOTTO et al., 2012

O escore total obtido classifica o paciente em:


● Risco baixo: 15-18
● Moderado: 13-14
● Elevado: 10-12
● Muito alto risco: ≤a 9
Quanto menor o escore, maior o risco.

79
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Órgão: Prova: Nível: Superior
No tratamento de uma ferida, o paciente é perguntado sobre seu
estado vacinal contra o tétano e, dependendo de suas vacinações
prévias, recebe ou não uma dose de vacina antitetânica. Assinale a
alternativa correta que identifica o princípio da Lei 8.080/1990 que
é exemplificado nessa situação hipotética.
a) Igualdade da assistência à saúde.
b) Universalidade de acesso.
c) Participação da comunidade.
d) Integralidade da assistência.
e) Direito à informação.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FUNCERN Órgão: Prova: de enfermagem Nível:
Médio
A equipe de enfermagem desempenha um papel importante no trata-
mento de feridas sendo maior parte dos casos acompanhados a nível
primário ou ambulatorial. Diante da atuação do técnico de enferma-
gem no cuidado aos pacientes com feridas e segundo a Resolução
COFEN nº 567/2018, é considerado atribuição desse profissional
a) prescrever medicamentos e coberturas utilizadas na prevenção e tra-
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tamento às pessoas com feridas.


b) informar à pessoa quanto aos procedimentos realizados e aos cui-
dados com a ferida, enquanto componente da equipe de enfermagem.
c) realizar coleta de material para exame microbiológico das feridas,
quando necessário.
d) realizar curativo das feridas sem prescrição prévia do técnico em
enfermagem.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: COMPERVE Órgão: COMPERVE Prova: Nível:
Superior
Um adulto jovem de 30 anos de idade sofreu uma lesão na pantur-
rilha esquerda e está sendo acompanhado na unidade básica de
saúde há duas semanas. A ferida apresenta perda tecidual comple-
ta, sem aproximação das bordas, com demora no tempo de forma-
ção de tecido de granulação no espaço morto e sinais de infecção.
Na anotação de enfermagem, o profissional irá relatar que a ferida
apresenta cicatrização por
a) deiscência
80
b) primeira intenção.
c) segunda intenção.
d) Evisceração

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: COMPERVE Órgão: COMPERVE Prova: Nível:
Superior
Nesse caso, como medida imediata de prevenção ao risco de infec-
ção, os profissionais da unidade básica de saúde devem realizar,
como primeiros cuidados,
a) a limpeza do ferimento com água corrente abundante e sabão ou
outro detergente, pois essa conduta diminui, comprovadamente, o risco
de infecção.
b) o encaminhamento do usuário a um serviço que fará a profilaxia (cen-
tro de referência, pronto-socorro, hospital), quando a unidade não dis-
põe de insumos (soro e vacinas).
c) a profilaxia com soro e vacinação antitetânica, pois essa conduta di-
minui, comprovadamente, o risco de qualquer infecção.
d) orientar a observação do animal agressor por 10 dias e, se este apre-
sentar sinais e sintomas de doença, a vítima deverá procurar imediata-
mente um serviço de saúde.

QUESTÃO 5

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


Ano: 2019 Banca: Órgão: Prova: Nível: Superior
Carvão ativado é utilizado em casos de intoxicação exógena, agin-
do por adsorção, contudo há contraindicações com o seu uso. Não
faz parte dessas contraindicações:
a) Intoxicação por hidrocarboneto
b) Vítimas com obstrução intestinal ou ruídos hidroaéreos ausentes
c) Intoxicação por álcool e metanol
d) Intoxicação por carbamato
e) Intoxicação por substâncias corrosivas como ácido e álcalis

QUESTÃO 6
Ano: 2019 Banca: Órgão: Prova: Nível: Superior
As lesões por pressão (LPs) ocorrem quando a pressão direta cau-
sa isquemia tecidual na pele, músculos e fáscias. Isso tipicamente
ocorre sobre proeminências ósseas, mas também pode ocorrer em
outros locais. Pressão direta causa compressão de pequenos vasos
e impede que o oxigênio seja entregue na interface capilar, resultando
em edema que comprime ainda mais pequenos vasos e aumenta a is-
quemia e morte do tecido. A duração e a intensidade da pressão estão
81
diretamente relacionadas ao dano tecidual. Não é correto afirmar que:
a) O fator de risco menos significativo para o surgimento das LPs é a
redução do movimento ou imobilidade.
b) Outros fatores podem colocar o paciente em risco como: aumento da
umidade e temperatura da pele, fricção e cisalhamento, percepção sen-
sorial diminuída, instabilidade hemodinâmica, medicações vasoativas.
c) A maioria dos lps ocorre no sacro, no cóccix e nos calcanhares.
d) Dispositivos médicos, tais como catéteres I.V. e tubos endotraqueais
também podem causar lps.
e) Protocolos, diretrizes, planos de cuidados que delineiam medidas apro-
priadas de cuidados de enfermagem com base na avaliação e prevenção
de estratégias de riscos podem ser usados para reduzir ou prevenir as LPs.

QUESTÃO 7
Ano: 2019 Banca: Órgão: Prova: Nível: Superior
Relacione a primeira coluna com os tipos de debridamento com a
indicação na segunda coluna e marque a alternativa correta.
1. Debridamento mecânico.
2. Debridamento químico.
3. Debridamentoautolítico.
( ) cobre uma ferida e permite que as enzimas façam a digestão da
pele esfacelada.
( ) aplicado topicamente para clivar o tecido desvitalizado.
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

( ) remove o tecido desvitalizado com a força mecânica.


a) 3,2,1
b) 1,2,3.
c) 2,3,1.
d) 1,3,2.

QUESTÃO DISSERTATIVA
Por que a úlcera precisa de desbridamento? O que poderia ser usado
para debridar?

QUESTÃO INÉDITA
Como deveria ser uma avaliação essencial em um caso de cicatri-
zação de ferida?
a) Obrigatoriamente o tratamento deve ser feito com debridamento.
b) Adequando o estado nutricional do paciente.
c) O paciente deve aderir ao tratamento
d) Adequando o estado nutricional e adesão ao tratamento.

82
NA PRÁTICA
Os curativos variam de acordo com a natureza, a localização e o ta-
manho da ferida. O curativo que é absorvente e é comumente utilizado
em feridas cirúrgicas, permite a exposição da ferida ao ar, absorve o
exsudato e o isola da pele saudável adjacente é chamado curativo, de-
nominado como curativo semioclusivo.

NA MÍDIA
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos de-
senvolvem um novo tratamento direcionado para pessoas que apresen-
tam problemas de circulação e que possuem feridas cutâneas. A nova
técnica cicatriza as lesões que são mais comumente encontradas em
idosos, de uma maneira mais rápida e apresenta melhora da dor. Veja
a reportagem completa:
Tratamento da USP promete cicatrizar e aliviar úlceras com maior agili-
dade - Apesar dos resultados positivos, a pesquisa ainda não está con-
cluída. Novo tratamento desenvolvido em São Carlos, SP, busca ajudar
população.
Reportagem de março de 2015, pelo Portal G1 - Do G1 São Carlos e
Araraquara.
Link para acesso: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noti-
cia/2015/03/tratamento-da-usp-promete-cicatrizar-e-aliviar-ulceras-
-com-maior-agilidade.html

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83
MORTE ENCEFÁLICA
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

É uma lesão irreversível de todo sistema nervoso central (SNC)


contido na cavidade craniana (cessação de todas as funções do encé-
falo: cérebro e tronco cerebral). Esta parte de uma avaliação de coma.
Sendo um procedimento médico-legal, realizado de forma sistemática.
A notificação se dá de forma compulsória.

Principais Causa da Morte Cerebral (ME)

As causas da morte cerebral mais frequentes são: traumatis-


mos cranianos, hipóxia cerebral, PCR, acidente vascular cerebral, ede-
ma cerebral, tumores, overdose de drogas e falta de glicose sanguínea.

8484
RESOLUÇÕES E NORMAS

De acordo com a RESOLUÇÃO do Conselho Federal de Medi-


cina Nº 1.826/2007 (Publicada no D.O.U. de 06 de dezembro de 2007,
Seção I, pg. 133):

“Dispõe sobre a legalidade e o caráter ético da suspensão dos procedimen-


tos de suportes terapêuticos quando da determinação de morte encefálica de
indivíduo não-doador”.

RESOLVE: Art. 1º É legal e ética a suspensão dos procedimen-


tos de suportes terapêuticos quando determinada a morte encefálica em
não doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de
transplante, nos termos do disposto na Resolução CFM nº 1.480, de 21
de agosto de 1997, na forma da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
§ 1º O cumprimento da decisão mencionada no caput deve ser
precedido de comunicação e esclarecimento sobre a morte encefálica
aos familiares do paciente ou seu representante legal, fundamentada e
registrada no prontuário.
§ 2º Cabe ao médico assistente ou seu substituto o cumpri-
mento do caput deste artigo e seu parágrafo 1º.
Art. 2º A data e hora registradas na Declaração de Óbito serão
as mesmas da determinação de morte encefálica.

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publica-
ção, revogando-se as disposições em contrário.
Brasília-DF, 24 de outubro de 2007

CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA

Tabela 6 - Evolução dos critérios para o diagnóstico de ME. Observa-se nítido


aumento das exigências e do rigor durante os anos.

85
Fonte: Morato EG, 2009.

Figura 17 - Organograma sobre a sequência de eventos ligados à necessida-


de de cuidados intensivos:
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de DANTAS, et al. 2012


86
Critérios para o início do Protocolo de ME (DANTAS, et al. 2012):
● Coma de etiologia conhecida e de caráter irreversível;
● Ausência de alterações eletrolíticas;
● Uso de drogas depressoras do sistema nervoso central;
● Estabilidade hemodinâmica;
● Normotermia;

Tabela 7 - Graus de hipotermia relacionados aos aspectos fisiológicos

Fonte: Martins, Sardinha, 2014

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

87
Tabela 8 - Drogas depressoras do sistema nervoso central
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: Martins e Sardinha, 2014

As duas avaliações clínicas são realizadas por dois médi-


cos capacitados.
- Estes médicos não podem fazer parte de uma equipe
transplantadora
- O exame complementar, é realizado por um terceiro médi-
co, entre a 1.ª e 2.ª prova clínica ou como 3.ª prova
Crianças entre 7 dias e 2 anos: o exame indicado é o EEG,
que deve ser realizado no mínimo duas vezes.

88
EXAMES CLÍNICOS

A - Coma Aperceptivo

Figura 18 - Demonstração dos exames físicos realizados para verificar os


estímulos

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


Fonte: Adaptado de PORTO, 2013

Figura 19 -Tipos de reflexos pupilares.

89
Fonte: Adaptado de PORTO, 2013

Figura 20 - Ausência de reflexo óculo-cefálico: “Olho de Boneca” e Ausência


de reflexo córneo-palpebral

Fonte: PORTO, 2013

Figura 21 - Ausência de respostas as provas calóricas


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: PORTO, 2013

Figura 22 - Ausência de reflexo de tosse: À aspiração endotraqueal, com


estimulação da carina.

Fonte: PORTO, 2013

90
No caso de apneia:
● Ventilar o paciente com FiO2 de 100% durante 10 minutos;
● Realizar a coleta de gasometria arterial: pré-apneia;
● Desconectar o paciente do ventilador;
● Instalar cateter traqueal de O2 com fluxo de 6l/min;
● Observar durante 10 minutos se aparecem movimentos res-
piratórios;
● Coletar nova amostra de gasometria arterial: pós-apneia;
● Reconectar o paciente ao ventilador.
● O teste se confirmará POSITIVO para Morte Encefálica se a
PCO2 da gasometria pós-apneia for maior ou igual a 55 mmHg (valor
mínimo) e o potencial doador não apresentar movimentos respiratórios
neste intervalo (AMORIN, et al., 2010).

EXAMES COMPLEMENTARES

● Atividade elétrica ou Atividade metabólica ou Atividade circu-


latória;
● Eletroencefalograma;
● Doppler Transcraniano;
● Angiografia Cerebral;

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DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE ME

1) Identificação precoce do possível/potencial doador a Organi-


zação de Procura de Órgãos (OPO)
Conscientização dos profissionais sobre a importância do pro-
cesso
● Avaliação neurológica sistemática (Despertar diário);
● Glasgow ≤ 7;
● Ausência de sedação;
● Ausência de reflexo de tosse à aspiração endotraqueal.

1) Notificar a OPO todos os casos, mesmos os duvidosos.


● A OPO realizará a avaliação de todos os casos;
● A notificação é compulsória e deve ser feita em caráter de
urgência.
2) Realização do Protocolo de ME
● O diagnóstico de ME é um direito do paciente e independe do
consentimento dos familiares;

91
● Profissionais dos hospitais notificadores capacitados para a
realização dos testes neurológicos, principalmente o teste de apneia;
● Realizar o protocolo no menor tempo possível;
- Realização dos exames clínicos dentro do período de 6 horas;
- Realização do exame complementar entre os exames clínicos;
● Preenchimento adequado do protocolo de ME.
3)Realização do Protocolo de ME no menor tempo possível:
● A família deve ser avisada e esclarecida sobre a abertura do
protocolo de ME, bem como o diagnóstico após a conclusão do mesmo;
● Não falar com os familiares sobre doação de órgãos e tecidos
antes da conclusão do protocolo de ME (OPO realiza entrevista familiar).
4) Atuação da OPO
● Atuar 24 horas;
● Profissionais altamente capacitados;
● Locomoção ágil. (AMORIN, et al., 2010).

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Somente após a constatação ME e declaração da morte do


indivíduo, os órgãos e tecidos podem ser considerados potencialmen-
te aptos para doação, por isso, a identificação do ME precocemente é
de extrema importância. Com os avanços nas técnicas cirúrgicas e de
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

imunossupressão têm levado os programas de transplante de órgãos e


tecidos a níveis expressivos de sucesso, porém, a principal dificuldade
é a identificação de potenciais doadores (BRASIL, 2013).

92
Figura 23 - Critérios para doação de órgãos

Fonte: ABTO, 2019

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


O cenário brasileiro, apesar da notificação de ME ser compulsó-
ria, de cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado.
Quando as funções do encéfalo não estão mais presentes, é ini-
ciada a ventilação pulmonar mecânica para manter a circulação e outras
funções vitais, entre tanto, cada órgão possui um tempo antes de entrar em
colapso, pois, apesar de certos órgãos possuírem marca-passos próprios,
que permitem manter certas funções após o diagnóstico da ME, o sistema
nervoso é o responsável pela unidade do organismo humano e, sem ele, a
morte ocorre em pouco tempo, mesmo com todo suporte artificial.

93
Tabela 9 - Tempo de doação dos órgãos

Fonte: ABTO, 2019

No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização


familiar.
Segundo o decreto Nº 9. 175, DE 18 DE OUTUBRO DE 2017,
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

que regulamenta a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, para tratar


da disposição de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano
para fins de transplante e tratamento, não há como garantir efetivamen-
te a vontade do doador.
É observado que, na maioria dos casos, quando o familiar tem
conhecimento do desejo do parente falecido, geralmente o desejo é respei-
tado. Por isso, devemos disseminar a informação a respeito da morte ence-
fálica e saber dialogar com a família fragilizada é de extrema importância.
A vontade do doador, expressamente registrada, só poderá
ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido, por isso, sempre é
orientado ao doador que comunique os familiares a respeito da decisão.
Os órgãos doados vão para pacientes que estão alocados em
uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de
Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Trans-
plantes (SNT).

94
Figura 24 - Etapas para doação de órgãos

EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS


Fonte: O tempo (2019)

ESCALA DE RAMSAY

Escala utilizada em âmbito da terapia intensiva para avaliação


do nível de sedação do paciente, para proporcionar maior conforto e
reduzir a ansiedade e aumentar a tolerância ao suporte ventilatório, fa-
cilitando os cuidados de enfermagem na unidade de internação. Com a
numeração de 1 a 6 para graduar a ansiedade e/ou agitação:
1. Paciente ansioso, agitado, impaciente;
2. Paciente cooperativo, tranquilo, orientado;
3. Paciente sonolento, atendendo aos comandos;
4. Paciente sedado, responde rapidamente ao estímulo glabe-
lar ou ao estímulo sonoro vigoroso;
5. Paciente sedado, responde lentamente ao estímulo glabelar
ou ao estímulo sonoro vigoroso;
6. Paciente sem resposta ao estímulo.

95
ESCALA DE GLASGOW

Esta escala de coma avalia o nível de consciência, mas só


quando não há presença de sedativos, na presença da mesma deve-se
utilizar a escala de Ramsay. A escala é composta por três parâmetros:
abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora:

Tabela 10. Escala de Glasgow


EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

Fonte: COFEN, 2018

Classificação:
● Grave: 3 a 8 pontos Indicativo de intubação imediata;
● Moderada: 9 a 12 pontos;
● Leve: 13 a 15.
É importante ressaltar que se pode marcar NT – não testado
– na pontuação, caso não seja possível obter resposta do paciente por
conta de alguma limitação ou fatores que possam interferir.

96
ESCALA DE FUGULIN

É utilizada para Classificação de Pacientes, realizando agrupa-


mentos de pacientes de acordo com o grau de dependência da equipe de
enfermagem, e assim influenciando nas inúmeras decisões administrati-
vas quanto à organização do plano assistencial de enfermagem, princi-
palmente no dimensionamento dos colaboradores de enfermagem.

Quadro 4 - Escala de Fugulin – área de cuidado e graduação assistencial

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Fonte: Inoue (2009)

Classificação:
● Cuidados mínimos: 9 - 14 pontos;
● Cuidados intermediários: 15 - 20 pontos;
● Cuidados de alta dependência: 21 - 26 pontos;
● Cuidados semi-intensivos: 27 - 31 pontos.

97
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: Órgão: Prova: Judiciária Nível: Superior
Um instrumento de avaliação neurológica com aplicação extrema-
mente difundida nas UTIs é a escala do coma de Glasgow pois
avalia o nível de consciência do paciente. Com base nessa afirma-
tiva, a melhor alternativa que demonstra os parâmetros (domínios)
avaliados nesta escala são:
a) Ocular, motora e verbal
b) Ocular, auditiva e verbal
c) Motora, auditiva e verbal
d) Sensitiva, verbal e auditiva
e) Motora, sensitiva e ocular

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: INEP Órgão: Prova: de enfermagem Nível: Médio
No Brasil, desde o final da década de 1980, vêm sendo desenvolvi-
das iniciativas com o propósito de melhorar a cobertura e a quali-
dade das informações sobre mortalidade materna. Entre essas ini-
ciativas, destacam-se a implantação e estruturação de comitês de
mortalidade materna e a institucionalização da Vigilância do Óbito
Materno. Ao mesmo tempo, os governos federal, estaduais e muni-
cipais vêm implantando políticas públicas que visam à expansão e à
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

melhoria da atenção à saúde da mulher, tendo como consequência a


diminuição na taxa de mortalidade materna, principalmente nos óbi-
tos por causas obstétricas diretas, como revela o gráfico a seguir.

Considerando as informações do texto e do gráfico apresentado,


98
conclui-se que
a) a taxa de mortalidade materna por causas obstétricas diretas vem di-
minuindo consideravelmente, o que justifica as medidas adotadas para
a redução da transmissão vertical do HIV/AIDS e da sífilis congênita
b) a taxa de mortalidade materna por causas obstétricas indiretas vem
aumentando consideravelmente, podendo-se indicar a eclâmpsia como
a causa principal desse aumento.
c) a taxa de mortalidade materna por causas obstétricas indiretas tem-
-se mantido estável, fato que pode ser atribuído às medidas adotadas
na atenção humanizada ao abortamento.
d) taxa de óbito materno por causas diretas apresentou uma queda,
fato que pode ser atribuído aos investimentos nas ações preconizadas
na política de atenção integral da saúde da mulher e ao programa de
humanização no pré-natal e nascimento.
e) a taxa de óbito materno por causas obstétricas diretas manteve-se
estável devido ao controle dos óbitos maternos pelo âmbito federal.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: CONSULTEC Órgão: CONSULTEC Prova: Enfer-
meiro Nível: Superior
Segundo o Código de Ética da Enfermagem, entre outras possibili-
dades, ao Enfermeiro é permitido
a) promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar

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a morte do cliente.
b) administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga.
c) executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a se-
gurança da pessoa.
d) decidir sobre a sua participação ou não no ato abortivo, nos casos
previstos em lei, de acordo com a sua consciência.
e) prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro profissional.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: CIAAR Órgão: Aeronáutica Prova: Medicina in-
tensiva Nível: Superior
O diagnóstico de morte encefálica é definido como “morte baseada
na ausência de todas as funções neurológicas”, no entanto, uma
série de resoluções e condutas devem ser seguidas para se carac-
terizar um paciente com morte encefálica. De acordo com a Reso-
lução CFM nº 1.480/97, que dispõe sobre as definições e condutas
para definir morte encefálica, informe se é verdadeiro (V) ou falso
(F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apre-
senta a sequência correta.
99
( ) A morte encefálica será caracterizada através da realização de
exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo
variáveis, próprios para determinadas etnias e gênero sexual dos
pacientes.
( ) Os parâmetros clínicos a serem observados para constatação
de morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de ativi-
dade motora supraespinal e apneia.
( ) Os exames complementares a serem observados para constatação
de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca: ausên-
cia de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade metabólica
cerebral ou, ainda, ausência de perfusão sanguínea cerebral.
( ) Constatada e documentada a morte encefálica deverá o Diretor-
-Clínico da instituição hospitalar, ou quem for delegado, comunicar
tal fato aos responsáveis legais do paciente, se houver, e à Central de
Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos a que estiver vincu-
lada a unidade hospitalar onde o paciente se encontrava internado.
a) F – F – V – F
b) V – F – F – V
c) F – V – V – V
d) V – V – V – F

QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: CIAAR Órgão:Aeronáutica Prova: Medicina in-
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

tensiva Nível: Superior


Designa-se por morte cerebral ou morte encefálica a perda defini-
tiva e irreversível das funções cerebrais. O termo morte encefáli-
ca aplica-se à condição final, irreversível, definitiva de cessação
das atividades do tronco cerebral. A respeito da morte encefálica
sabe-se que existem requisitos indispensáveis para a abertura do
protocolo a fim de que se possa visar à doação de órgãos. Fazem
parte desses requisitos, exceto:
a) A pressão arterial deve estar dentro dos parâmetros normais.
b) Ausência de hipernatremia, independentemente da sua etiologia.
c) Ausência de efeitos de drogas neurodepressoras e bloqueadores
neuromusculares.
d) Ausência de alterações metabólicas, como hipoglicemia, acidose me-
tabólica importante.

QUESTÃO 6
Ano: 2009 Banca: ESSEX Órgão:ESSEX Prova: Enfermeiro Nível:
Superior
Qual das alternativas a seguir não é encontrada em pacientes com
100
morte encefálica:
a) Ausência de fluxo à angiografia cerebral.
b) Ausência de reflexos óculo-vestibulares.
c) Presença de mímica facial à compressão do leito ungueal.
d) Midríase paralítica.

QUESTÃO 7
Ano: 2016 Banca: CIAAR Órgão:Aeronáutica Prova: Medicina in-
tensiva Nível: Superior
O número de doadores de órgãos no Brasil cresce a cada dia e,
com ele, o índice de transplantes realizados no País. Com base no
exposto, assinale a alternativa correta.
a) A encefalopatia anóxica é uma das principais causas de morte ence-
fálica.
b) Um paciente torna-se um potencial doador de órgãos ao expressar a sua
vontade ou pelo desejo familiar, independente de suas condições clínicas.
c) Após o diagnóstico de morte encefálica, se for desejo da família a
doação dos órgãos, deve-se fazer a notificação às Centrais de Notifica-
ção, Captação e Distribuição de Órgãos (CNDOs).
d) Um exame neurológico que avalie a integridade do tronco encefálico
é suficiente para atestar a morte encefálica do paciente, desde que o
médico não seja participante das equipes de captação e transplante.

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QUESTÃO DISCURSIVA
Ano: 2010 Banca: FADESP Órgão:FADESP Prova: Enfermeiro Nível:
Superior
Os transplantes de órgãos iniciaram-se no Brasil na década de 1960, a
partir do que técnicas cirúrgicas têm sido desenvolvidas, equipamentos de
suporte vêm sendo criados, dentre outras ações específicas. Com relação
ao paciente-doador, dado o diagnóstico de morte encefálica e o consenti-
mento familiar, o tratamento passa a ter o objetivo de manutenção da vida
para aproveitamento de órgãos. Com base neste contexto, levando-se em
conta que o principal fator responsável pela viabilidade e funcionamento
do órgão transplantado é a adequação da pressão de perfusão no doador,
qual o valor mínimo que a pressão arterial sistólica deve-se manter?

QUESTÃO INÉDITA
O nível de consciência da avaliação neurológica pode ser avaliado
por meio de um instrumento muito bem estabelecido. Com base
nos seus conhecimentos e estudos, qual é a ferramenta mais ade-
quada para verificar as atividades responsivas dos pacientes em
relação a abertura ocular, verbal e motora?
101
a) Mini mental do Estado Mental
b) Escala de Blessed
c) Teste segundo Shulman
d) Escala de coma de Glasgow
e) Escala de coma de Babinski

NA PRÁTICA
É importante ressaltar também os principais sinais clínicos de quando o
paciente não encontra-se em morte encefálica. Dentre os principais si-
nais, há a presença de impulsos elétricos no tronco cerebral. Quando es-
ses sinais são detectados, acontece a exclusão da confirmação de morte
encefálica pelos profissionais da saúde. Para perceber os sinais elétricos
que passam ao longo do tronco encefálico, pode-se ressaltar as crises
(focais ou generalizadas), posturas anormais (tanto decorticação, quanto
descerebração) ou trismo implicam na presença de neurônios funcionan-
tes no tronco cerebral e, portanto, na ausência de morte encefálica

NA MÍDIA
No Hospital da Rede Estadual na Grande Vitória, um jovem de 22 anos
foi atendido e após a confirmação da morte encefálica, a família autori-
zou a doação de órgãos.
Este ato, mesmo diante de dor da perda, beneficiou sete pessoas com
transplante de pulmão (bilateral), coração, fígado, dois rins, pâncreas e
EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM DO PACIENTE NA UTI - GRUPO PROMINAS

córneas. De acordo com a equipe do Hospital, essa foi a primeira cap-


tação de pulmões de adulto realizada na região metropolitana este ano.
A equipe de captação de São Paulo veio de táxi aéreo e desembarcou
no aeroporto de Vitória, pela manhã, e foi encaminhada pela equipe da
Central de Transplantes até o hospital onde ocorreu a captação. Veja a
reportagem completa:
Família doa órgãos de paciente com morte encefálica e salva a vida de
sete pessoas - A doação permitiu transplantes de pulmão (bilateral), co-
ração, fígado, dois rins, pâncreas e córneas. Reportagem de março de
2019, por Larissa Agnez– Folha Vitória - Portal R7 – Saúde.
Link de Acesso: https://www.folhavitoria.com.br/saude/noticia/03/2019/
familia-doa-orgaos-de-paciente-com-morte-encefalica-e-salva-a-vida-
-de-sete-pessoas

102
GABARITOS

CAPÍTULO 1

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Critério 1: Paciente que tenha seu quadro clínico controlado e estabilizado;


Critério 2: Paciente para o qual tenha se esgotado todo o
arsenal terapêutico curativo/restaurativo e que possa permanecer no
ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, junto
com sua família.

QUESTÃO INÉDITA
Gabarito: Letra E

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103
CAPÍTULO 2

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Determinar a magnitude do dano, número e tipos de eventos adversos


prejudiciais; compreender as causas dos danos e identificar soluções e
avaliar o impacto das soluções.

QUESTÃO INÉDITA
Os registros devem ser feitos de modo objetivo, sem valores, julgamentos
ou opiniões pessoais. Tanto no prontuário impresso quanto no eletrônico.
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104
CAPÍTULO 3

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Como consequência, não há impulso nervoso no neurônio pós-sinápti-


co, pois, como o neurotransmissor não estimulará a célula vizinha, ocor-
rerá a interrupção do impulso nervoso.

QUESTÃO INÉDITA
Gabarito: Letra B

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105
CAPÍTULO 4

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A ferida necessita de debridamento para remover o tecido necrótico pre-


sente na base. Isto pode ser feito mecanicamente ou na forma autolítica
com curativo industrializado ou na forma enzimática com papaína ou
colagenase. O tecido necrótico fornece um meio para crescimento bac-
teriano, aumenta o odor e atrasa a cicatrização.

QUESTÃO INÉDITA
Gabarito: Letra D
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106
CAPÍTULO 5

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Deve-se manter a pressão arterial sistólica acima de 100 mmHg.

QUESTÃO INÉDITA
Gabarito: Letra D

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