CONTADORES MÓDULO “N”
Um contador constituído por 4 FFs, por exemplo, pode contar de 0 a 15, pois
temos neste caso 16 estados ou possibilidades (24).
Porém um contador pode ser construído de forma a apresentar um número “N”
de estados diferentes, onde N é um número inteiro qualquer.
Desta forma um contador módulo N retorna ao estado inicial após o “enésimo”
pulso de clock. Um contador módulo 6, por exemplo, retorna ao estado inicial após o
5º pulso de clock, isto é, efetivamente conta de 0 a 5.
Para construir um contador módulo N deveremos encontrar o número de FFs
para estruturar o contador, baseando-se na regra abaixo:
2n-1 ≤ N ≤ 2n
onde:
N é o módulo do contador
n é o número de FFs.
A construção de um contador módulo 10 deverá ser estruturada da seguinte
forma:
N = 10
2 ≤ 10 ≤ 24
3
Para construir esse contador serão necessários 4FFs (24 = 16), pois três FFs
dariam apenas 8 estados e não seriam suficientes.
Para construir um contador módulo 5, devemos estruturar da seguinte forma:
N=5
2 ≤ 5 ≤ 23
2
Para construir um contador módulo 5 serão necessários apenas 3FFs.
CONTADOR MÓDULO 6:
Para um contador módulo 6, precisaremos de 3 FFs (8 estados), pois:
22 ≤ 6 ≤ 23
O contador módulo 6 conta de 0 a 5.
Como temos 3 FFs que representam 8 estados, no 6º pulso de clock o mesmo
deverá reciclar, ou seja, zerar e reiniciar a contagem.
A tabela da verdade a seguir mostra esse arranjo.
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Pulsos SAÍDAS
Decimal Condição
de clock A B C
0 0 0 0 0
1 0 0 1 1
2 0 1 0 2
3 0 1 1 3
4 1 0 0 4
5 1 0 1 5
6 1 1 0 6 recicla
7 1 1 1 7
Observa-se pela tabela acima que é mostrada a contagem de 0 a 5 e que no 6º
pulso de clock ocorre a reciclagem.
Isto significa que o decimal 6 não aparece no contador, pois a contagem mais
alta é o binário 0101.
A figura a seguir mostra o circuito que representa o contador módulo 6. Trata-se
de um contador assíncrono.
P = preset
C = clear
No 6º pulso de clock temos na saída do contador QC=0, QB=1 e QA=1, onde os
dados de QA e QB são introduzidos em uma porta NAND que cuja saída é ligada às
entradas C (Clear) dos FFs.
Quando as entradas da porta NAND são submetidas a nível lógico 1, teremos na
saída nível lógico 0, zerando o contador e reiniciando sua contagem.
CONTADOR MÓDULO 10 ASSÍNCRONO
O contador módulo 10 muito utilizado na prática é conhecido também como
contador de década, pois conta de 0 a 9.
Para construí-lo precisamos de 4 FFs pois:
23 ≤ 10 ≤ 24
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Neste caso, a contagem mais alta é 1001 binário, ou seja, após o 9º pulso de
clock deve ocorrer a reciclagem.
Pulsos SAÍDAS
Decimal Condição
de clock D C B A
0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 1 1
2 0 0 1 0 2
3 0 0 1 1 3
4 0 1 0 0 4
5 0 1 0 1 5
6 0 1 1 0 6
7 0 1 1 1 7
8 1 0 0 0 8
9 1 0 0 1 9
10 1 0 1 0 10 recicla
11 1 0 1 1 11
12 1 1 0 0 12
13 1 1 0 1 13
14 1 1 1 0 14
15 1 1 1 1 15
Após a contagem máxima que é 1001, quando o contador tentar chegar a 1010
(10º pulso de clock), teremos os níveis lógicos B=1 e D=1, que serão introduzidos em
uma porta NAND que limpará o contador através das entradas CLEAR de cada FF.
A figura a seguir mostra o circuito desse contador que também á assíncrono.
P = preset
C = clear
Outra forma de construir um contador módulo 10 é utilizar uma porta NAND de
quatro entradas, de tal forma que ao se aplicar a contagem binária 1010, ocorrerá o
resetamento de todos os FFs e a contagem será reiniciada.
Observe que os FFs utilizados neste circuito são dotados de entradas assíncronas
PR e CLR que são ativas em 0, isto é, para que operem totalmente as entradas PR e
CLR deverão ser submetidas a nível lógico 1
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Deveremos usar as saídas complementares dos FFs que correspondem a QA e
QC, assim:
QA’=1, QB=1, QC’=1 e QD=1
Nas condições quando as quatro entradas da porta NAND forem submetidas a 1,
teremos na saída 0, que levará todos os FFs ao resetamento.
Veja a tabela da verdade a seguir.
Pulsos SAÍDAS
de Clear Condição
clock QD QC QB QA
0 0 0 0 0 1
1 0 0 0 1 1
2 0 0 1 0 1
3 0 0 1 1 1
4 0 1 0 0 1
5 0 1 0 1 1
6 0 1 1 0 1
7 0 1 1 1 1
8 1 0 0 0 1
9 1 0 0 1 1
10 1 0 1 0 0 recicla
11 1 0 1 1
12 1 1 0 0
13 1 1 0 1
14 1 1 1 0
15 1 1 1 1
CONTADOR MÓDULO 10 SÍNCRONO
Para construir um contador de década síncrono, podemos utilizar os mesmos
processos descritos anteriormente.
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As entradas PR e CLR são ativas em zero, portanto, as mesmas devem estar em
nível lógico 1 (NL 1) para que os FFs operem normalmente.
Analisando as entradas de cada um dos FFs teremos:
J=1
FFA
K=1
J=QA.QD’
FFB
K=QA
J=QB.QA
FFC
K=QB.QA
J=QC(QB.QA)
FFD
K=QA
A tabela da verdade é mostrada a seguir.
ENTR ADAS
SAÍDAS
FFD FFC FFB FFA DECIMAL CLOCK
QD QC QB QA J K J K J K J K
0 0 0 0 0 ∅ 0 ∅ 0 ∅ 1 ∅ 0 CLEAR
0 0 0 1 0 ∅ 0 ∅ 1 ∅ ∅ 1 1 1
0 0 1 0 0 ∅ 0 ∅ ∅ 0 1 ∅ 2 2
0 0 1 1 0 ∅ 1 ∅ ∅ 1 ∅ 1 3 3
0 1 0 0 0 ∅ ∅ 0 0 ∅ 1 ∅ 4 4
0 1 0 1 0 ∅ ∅ 0 1 ∅ ∅ 1 5 5
0 1 1 0 0 ∅ ∅ 0 ∅ 0 1 ∅ 6 6
0 1 1 1 1 ∅ ∅ 1 ∅ 1 ∅ 1 7 7
1 0 0 0 ∅ 0 0 ∅ 0 ∅ 1 ∅ 8 8
1 0 0 1 ∅ 1 0 ∅ 0 ∅ ∅ 1 9 9
0 0 0 0 10
∅ = don’t care (pouco importa) ou condição irrelevante,
onde qualquer uma das entradas pode assumir os valores
0 e 1 sem que haja qualquer alteração na saída.
Para melhor entender essa condição veja o exemplo a seguir.
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Consideremos o estado inicial setado, onde Q=1.
A saída Q poderá assumir o valor “0” em duas condições:
J=1, K=1 toggle
J=0, K=1 reset
Mantendo K=1 conclui-se que, a entrada J pode assumir os valores 0 ou 1, pois
em qualquer uma das condições teremos Q=0.
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