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Profa. Ms. Juliana Leonel
Contribuição: Profa. Ms. Cyndi Morão
▪Do grego psychê = “alma” → pato= sofrimento → logia
= conhecimento → saber sobre o sofrimento da alma →
doença da “alma”;
▪Ramo da ciência que trata da natureza essencial da
doença mental;
▪Conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento
mental do ser humano;
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▪ Na concepção mágico-animista ou demonológica própria das antigas civilizações
(Índia, China, Mesopotâmia, Egito e vai por aí), a maior parte das enfermidades, e
especialmente os transtornos psíquicos, se atribuem à possessão de maus
espíritos ou a influências da feitiçaria ou da bruxaria.
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▪ Em IV a.C. médicos babilônios atribuíam a loucura às possessões
demoníacas e os tratamentos eram feitos a partir de práticas
astrológicas e oraculares, além do sacrifício de animais;
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▪ Os egípcios construíram templos onde realizavam
curas e funcionavam como escolas médicas;
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▪ Os hebreus tinham a crença que o Deus único é quem atribuía
doenças e as curava – os médicos eram sacerdotes que apelavam
a deus pela cura do paciente;
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▪ Os persas eram dualistas e acreditavam na luta entre o deus da
bondade e justiça x espírito do mal e das trevas, assim as doenças
eram causadas quando o mal predominava, a cura vinha por meio de
exorcismo;
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▪ Histeria (do francês hystérie e este, do grego ὑστέρα, "útero"). O termo tem origem
no termo médico grego hysterikos, que se referia a uma suposta condição médica
peculiar a mulheres, causada por perturbações no útero, hystera em grego. O
termo histeria foi utilizado por Hipócrates, que pensava que a causa da histeria
fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro.
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▪ Era Clássica (1000 a.C.) poemas de Homero
apresentavam descrições de pessoas com
insanidade mental;
▪ Para Homero não havia desastres, tudo era
determinado por Zeus. A loucura era obra de
Zeus, de outros deuses ou de entidades
subalternas na mitologia.
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▪ Pessoas que cometiam ofensas aos deuses recebiam como castigo a
loucura e os templos eram os locais para cura dos doentes → os templos
eram construídos em locais afastados das cidades e o “tratamento” eram
banhos e passeios pelos jardins → os sonhos também eram considerados
como curador;
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▪ Galeno criou teoria dos 4 elementos e 4 humores (sangue, fleuma,
bílis amarela e bílis negra;
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Teoria Humoral
• Dependendo da predominância de um ou outro humor, tinha-se o indivíduo sanguíneo
(otimista), fleumático (sereno), colérico (explosivo) e melancólico (pessimista)
• Primeiras descrições de delírios tóxicos e depressão, chamada de melancolia causada
pelo acúmulo de bílis negra;
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▪ Período medieval: com a queda do
império romano o Cristianismo assume
o papel da cura no lugar dos deus
entram os santos;
▪ Pessoas foram queimadas por
apresentar quadros de ansiedade e
surtos psicóticos;
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▪ Até o século XIII e XI as doenças do
corpo eram tratadas pelos médicos e as
doenças mentais pelos sábios → crença
na feitiçaria;
▪ Origem demoníaca das doenças mentais;
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No período Renascentista, os loucos eram atirados rio
abaixo, como cargas insanas em embarcações que
recebiam o nome de Nau dos Loucos. Essas
embarcações dispunham de um valor simbólico, como
um ritual que libertava a sociedade dos doidos. Confiar
o louco aos marinheiros era a certeza de evitar que
ficasse vagando nas cidades e também de que ele iria
para longe, era torná-lo prisioneiro de sua própria
partida.
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▪ Renascimento (a partir de 1400): estudo da anatomia →
doença mental como perturbação das substâncias
internas do corpo
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▪ Ciências naturais (fisiologia) → descoberta do sistema circulatório →
emoções agem direto no corpo alterando suas funções;
▪ Melhora na classificação de sintomas e doenças;
▪ 1745-1826 Philippe Pinel sistematizou as doenças psiquiátricas → transtorno
mental tinha como base o sistema nervoso central (lesão, hereditária,
experiências de vida) → Psiquiatria Moderna
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▪ A loucura, que até então era exaltada como marca do divino,
constitui-se em um modo de exclusão, devido às mudanças
ocorridas em decorrência do crescimento das cidades, com o
poder das relações políticas e com o desenvolvimento da
industrialização.
▪ Nesse período, foram criados, em território europeu, os primeiros
estabelecimentos para internação, destinados a receber os
loucos.
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▪ No Hotel-Dieu, os internados eram separados por sexo, alas masculina e feminina,
que abrigavam os loucos de forma inadequada, agrupados e aglomerados sem
espaço e sem condições adequadas. Não havia conscientização da necessidade de
cuidados médicos diários para os doentes, pois a falta de assistência médica se
dava pelo temor da contaminação pelo “
mal.
mesmo depois do iluminismo
, ainda excillia essa
relação de afastamento sobre
a loucura
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▪ O louco era visto como um animal,
desprovido de sua racionalidade, de sua
fragilidade humana e de sensibilidade à
dor física. Como a animalidade, a
loucura era sinal de humilhação e
sofrimento.
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Era Moderna - Discriminar uma doença mental de outra e diferenciá-las dos
males físicos
▪ Kraepelin- sistematização psiquiátrica;
▪ Charcot – histeria; hipnose como tratamento;
▪ Bleuler cria o terno esquizofrenia – psicoses conhecidas como demência
precoce;
▪ Freud – aluno de Charcot aprende a usar a hipnose → limitações →
associação livre + interpretação dos sonhos + energia sexual → Psicanálise
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▪ Século XX - Depois da Segunda Guerra Mundial, com o retorno do crescimento
econômico e da reconstrução social, época de movimentos civis e de intolerância
para com as diferenças e as minorias, que a comunidade profissional, por diferentes
vias, chega à conclusão que o hospital psiquiátrico deveria ser transformado.
Mediante vários movimentos constituídos e desenvolvidos em diversos lugares do
mundo foi que se atingiu o ponto máximo no questionamento sem precedentes da
ordem social contemporânea, influenciando decisivamente a ruptura do paradigma
psiquiátrico construído ao longo dos anos.
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▪ Nesse contexto surgiu a antipsiquiatria e a luta antimanicomial
▪ Antipsiquiatria - a negação dos transtornos mentais (seus portadores seriam apenas
pessoas diferentes, que não se enquadrariam no mercado de trabalho, considerados
doentes mentais para que a sociedade capitalista legitimasse um controle policialesco
sobre estes indivíduos, através da medicina, psiquiatria)
▪ Luta antimanicomial - defesa do fechamento de todos hospitais especializados no
tratamento de doentes mentais (denominado por este movimento de “manicômios”)
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▪ Guardada uma defasagem
temporal, movimentos
semelhantes também ocorreram
no Brasil
▪O primeiro momento de
preocupação efetiva com o
doente mental no Brasil foi em
1841 (período da transferência da
corte portuguesa para o Brasil),
quando se autorizou, por decreto,
a construção do hospício.
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▪ https://www.youtube.com/watch?v=4aWvGbGjvLA
▪ No século XX, o Estado Brasileiro optou por delegar grande
parte do atendimento hospitalar ao doente mental à
iniciativa privada, cabendo a ele, Estado, pagar e fiscalizar.
Não fiscalizou e, a semelhança do ocorrido no resto do
mundo, boa parte destes serviços superlotaram e
deterioraram.
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visilou o hospital psiquiatrico de Barbacena e
disse nunca les vislo uma situação daquelas
Em 1989, ao que parece fortemente
influenciado pela Lei 180/1978
de Franco Basaglia na Itália, o
deputado federal Paulo
Delgado lançou um projeto de lei (PL-
3657/1989) propondo o fechamento de
todos os hospitais psiquiátricos do país
– demorou 12 anos até essa lei ser
promulgada (Lei 10.216/2001)
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▪ Com a alteração da legislação –
Reforma Psiquiátrica
▪ A Reforma Psiquiátrica é entendida
como processo social complexo, que
envolve a mudança na assistência de
acordo com os novos pressupostos
técnicos e éticos, a incorporação
cultural desses valores e a
convalidação jurídico-legal desta
nova ordem.
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▪ No campo da assistência, a Portaria nº 224, de 29 de janeiro de 1992
do Ministério da Saúde estabelece as diretrizes para o atendimento
nos serviços de saúde mental, normatizando vários serviços
substitutivos como: atendimento ambulatorial com serviços de
saúde mental (unidade básica, centro de saúde e ambulatório),
Centros e Núcleos de atenção psicossocial (CAPS/NAPS),
Hospital-Dia (HD), Serviço de urgência psiquiátrica em
hospital-geral, leito psiquiátrico em hospital-geral, além de
definir padrões mínimos para o atendimento nos hospitais
psiquiátricos, até que sejam totalmente superados.
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Mas, você sabe
me dizer o que
é normal?
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▪ Suar frio ao pensar em ficar preso em um elevador
▪ Recusar-se a comer alimentos sólidos durante dias seguidos a fim de permanecer
magro?
▪ Beber meia dúzia de cervejas por dia a fim de “socializar” com os amigos após o
trabalho
▪ Xingar, jogar almofadas e bater com os punhos na parede no meio de uma discussão
▪ Lavar as mãos de uma maneira minuciosa ao chegar em casa após viagem de ônibus
Se você for como a maioria das pessoas, é provável que tenha dificuldade em decidir o
que é normal e anormal. Mas, é importante estabelecer critérios de anormalidade.
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1. Normalidade como ausência de
doença
2. Normalidade ideal – certa
“utopia” – socialmente construída
(adaptação do indivíduo às normas
morais e políticas
3. Normalidade estatística – aquilo
que se observa com mais
frequência
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4. Normalidade como bem-estar – A ONU definiu em 1946 como bem estar físico,
mental e social
5. Normalidade funcional – O fenômeno é considerado patológico a partir do
momento que é disfuncional, ou seja, produz sofrimento para o próprio
indivíduo ou para seu grupo social.
6. Normalidade como processo – consideram-se os aspectos dinâmicos, das
desestruturações e reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças
próprias a certos períodos etários.
7. Normalidade subjetiva – Ênfase à percepção subjetiva do indivíduo (falha –
pessoas em fase de mania se sentem bem)
8. Normalidade como liberdade – Doença como perda de liberdade existencial
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Cinco critérios estabelecidos pela comunidade de saúde mental:
1. Significância clínica – grau de prejuízo mensurável
2. Comportamento reflete uma disfunção dos processos psicológicos,
biológicos ou do desenvolvimento
3. Está associado com sofrimento ou incapacidade significativas nas esferas
importantes da vida
4. O comportamento não pode ser socialmente desviante em termos de
religião, política ou sexualidade
5. Os conflitos entre o sujeito e a sociedade não são considerados
transtornos psicológicos a menos que reflitam uma disfunção do
indivíduo (antes pessoas diagnosticadas por governos opressores)
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O estudo “Estudos epidemiológicos dos
transtornos psiquiátricos na região
metropolitana de São Paulo: prevalências,
fatores de risco e sobrecarga social e
econômica”, conhecido como São Paulo
Megacity Mental Health Survey conclui que :
29,6% dos indivíduos na Região Metropolitana de
São Paulo apresentaram transtornos mentais nos
12 meses anteriores à entrevista. Os transtornos
de ansiedade foram os mais comuns, afetando
19,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem
transtornos de comportamento (11%),
transtornos de controle de impulso (4,3%) e
abuso de substâncias (3,6%).
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Estes dados colocam o Brasil no primeiro
lugar, como o país com número mais alto de
transtornos mentais;
1990 a 2013 ↑ 50%
2015 - 322 milhões de pessoas com
depressão;
Em 2017 depressão foi o tema da OMS para
o dia mundial da saúde.
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Bicho de 7 Um estranho Uma Mente
cabeças; no ninho; Brilhante;
Nise: o
O Pescador Holocausto
coração da
de Ilusões; brasileiro;
loucura;
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REFERÊNCIAS
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Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e Semiologia dos
Transtornos Mentais. Artmed.
O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
5.ª edição ou DSM-5. Artmed.
Whitbourne,S.K.& Halgin, R.P. Psicopatologia: perspectivas
clínicas dos transtornos psicológicos. Artmed,2015.
Hutz, C.S., Bandeira,D.R., Trentini,C.M.., Kurg,J.S.orgs.
Psicodiagnóstico. Artmed,2016.
Anotações pessoais.
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