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O

BULLYING

ENTRE

ESTUDANTES

Claremilia Piffer
Psicóloga
Psicopedagoga
Personal Coach
BULLYING

O fenômeno chamado “bullying” ultimamente tem atraído grande atenção dos


profissionais da área da educação. Apesar de não ser um acontecimento novo, somente
em torno de 30 anos ele começou a ser estudado, inicialmente na Europa,
especificamente na Suécia na década de 70. Na década de 80 o pesquisador norueguês
Dan Olweus iniciou uma pesquisa sobre bullying, tendo desenvolvido critérios de
detecção do problema de forma específica. Atualmente várias pesquisas já vêm sendo
feitas em vários países acerca deste assunto.
Um dos possíveis motivos para que o bullying não fosse estudado anteriormente
é que esta agressão está mascarada sob a forma de “brincadeira”. No entanto, o bullying
pode aparecer tanto sob a forma de agressão física quanto emocional.
Atualmente pesquisadores de todo o mundo estão atentos para este problema,
apontando aspectos preocupantes quanto ao seu crescimento e principalmente por
atingir os primeiros anos de escolaridade. Nos Estados Unidos este é um tema de grande
interesse visto que o fenômeno tem crescido entre os alunos, ademais, dados estatísticos
de diversos países mostram que o fenômeno está presente em escolas de todo o mundo.
No entanto, no Brasil ele ainda é pouco estudado, de modo que não existem indicadores
que forneçam uma visão global para comparar com outros países. Todavia, com relação
à Europa, há pelo menos 15 anos de atraso com relação aos estudos acerca desta
fenomenologia.
No Brasil, um levantamento realizado em 2002 pela ABRAPIA – Associação
Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência - com 5875 estudantes de escolas do
município do Rio de Janeiro verificou que 40,5% desses alunos estavam diretamente
envolvidos em atos de bullying, naquele ano, sendo que 16,9% eram alvos, 10,9%
alvos/autores e 12,7% autores de Bullying.
Um estudo português feito por Carvalhosa, Lima & Matos (2002) mostrou que
cerca de 21% dos jovens foram vitimados “alguma vez ou mais” e 10% provocaram
outros.
De acordo com Sudermann et al. (2000) apud Carvalhosa, Lima & Matos
(2002) em vários países pelo menos 15% dos estudantes na escola estão envolvidos com
bullying.
A violência se expressa de várias formas e sempre existiu dentro das
instituições, todavia usualmente dá-se mais atenção à violência ‘material’ e visível, do
que às outras formas que muitas vezes acontecem de maneira mais velada, talvez até
discreta. Em muitos colégios existem detectores de metais, revista das bolsas para
entrada na escola, mas em poucas instituições escolares há um método de investigação
elaborado para se averiguar a violência psicológica, verbal por parte dos alunos.
Fante (2005) quando fala-se em violência escolar, logo imagina-se alunos que
discutem, brigam, se ferem, depredadores do patrimônio escolares e muitas medidas de
segurança têm sido colocadas em prática para prevenir e intervir neste tipo de violência
escolar, a violência explícita. Todavia, existe um outro tipo de violência, aquela velada
e que, portanto, torna-se de difícil identificação por parte das autoridades escolares. Esta
apresenta comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos contra uma mesma pessoa
(a vítima) prolongada e freqüente com alto poder destrutivo para a comunidade escolar,
bem como, a sociedade como um todo devido aos danos causados no emocional dos
envolvidos. Em geral as autoridades estão mais focadas em coibir a entrada de armas,
drogas, objetos materiais maléficos, dentro das mochilas dos alunos, sem levar em
consideração o que os mesmos têm trazido de ruim em seus corações.
A autora Pereira (2002) afirma que o estudo das relações interpessoais na
escola tem adquirido grande importância na atualidade. No entanto, Lipp (2000) diz que
há muito tempo que a escola é o primeiro ambiente socializador da criança depois da
família, sendo que esta, hoje em dia, tem maior responsabilidade na educação e
formação da criança além de sua função de ensinar. Portanto, o bullying enquanto
prática comum de ambientes socializadores é objeto de estudo e preocupação também
no contexto escolar.
O bullying pode ser definido como um comportamento cruel, agressivo,
violento, intrínseco nas relações interpessoais no qual há um desequilíbrio de poder,
onde os mais fortes transformam os mais frágeis em objetos de diversão e prazer através
de “brincadeiras” disfarçadas para maltratar e intimidar. Esse desequilíbrio é
caracterizado pela dificuldade da vítima se defender devido à diversos fatores, tais
como: menor estatura ou força física, estar em minoria, pouca habilidade de defesa,
baixa assertividade e pouca flexibilidade perante o autor/autores dos ataques, ou seja, de
alguma forma existe uma incapacidade da vítima se defender. Além disso, a vítima não
consegue motivar outras pessoas para defendê-la. Portanto, não há como confundir o
bullying com outras formas de violência, pois tem um conceito específico, bem definido
e com características próprias.
Oliveira & Antonio (2006) afirmam que durante muito tempo o bullying foi
entendido como “bobeira de criança”, no entanto hoje ele tem sido uma das maiores
preocupações de pedagogos e psicólogos devido aos danos que causam à saúde como
um todo.
Para Antunes & Zuin (2007) este tipo de violência tem sido objeto de
investigação em estudos no Brasil, bem como de divulgação pelos meios de
comunicação cotidianamente.
Embora nos dias de hoje haja muitos estudos acerca das diferentes formas de
violência escolar, neste estudo vamos nos ater a apenas uma delas, o bullying, por ser o
mais recente e complexo.
Diante da gravidade desta problemática, que não é nova, mas apenas
recentemente tem recebido a devida atenção, é preciso alertar pais, professores,
estudantes, autoridades governamentais e escolares para esta questão importante,
urgente e presente no cotidiano das escolas e das vidas de muitas crianças para que a
escola possa ser um espaço de prazer com crianças felizes e livres de medos.
PREVENÇÃO

Antes de implantar um programa de prevenção e redução de bullying, deve-se pensar


em 3 condições importante para a obtenção de bons resultados:
Não existem soluções simples para o bullying, pois este é um fenômeno complexo e
variável;
2) Cada escola deve pensar suas próprias estratégias para combater de forma eficaz o
bullying;
3) A melhor forma e mais eficaz de sucesso em um programa de redução de bullying é a
cooperação de todos os envolvidos: alunos, professores, pais e gestores.

Feito isto, busque e forneça informações sobre essa prática: o que é, como se caracteriza
e como evitá-la, as escolas precisam reconhecer que esta prática existe e que há vítimas
e espectadores sofrendo. A indiferença estimula a prática do bullying.
Depois, formule e implemente regras, regras de convivência, de respeito e educação,
levando em conta a existência do bullying e que esta prática deve ser proibida, coibida e
punida.
Em Braga, Portugal, os alunos criaram um programa pioneiro chamado a Liga dos
Alunos Amigos (LAA) com o objetivo de evitar as agressões entre colegas e combater
os conflitos existentes entre os estudantes. A premissa do programa é ‘agir no local do
crime’. Atua em 3 vertentes:
 Formação de diretores de turma que recebem o treinamento para ajudar e
prevenir situações de agressão;
 Criação de um grupo de mediadores de conflitos;
 Criação de uma rede socioemocional com o envolvimento dos alunos.

Minha sugestão de programa de intervenção é baseado na minha experiência e consta de


6 passos:
1) Escolha de um coordenador para o programa;
2) Investigação;
3) Informação;
4) Divulgação das informações;
5) Envolvimento da comunidade escolar;
6) Adoção de estratégias de intervenção e prevenção.

Espero ter contribuído para o seu conhecimento e contribuir ainda mais para tornarmos
a escola um espaço democrático, acolhedor e mais feliz para todos!

Claremilia Piffer

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