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Disciplina: Lógica

Semana
Curso de Licenciatura em direito
Docente: Milton Inguane, MsC

DEFINIÇÃO DO TERMO
O termo é "o sinal ou expressão de uma ideia ou conceito". Sendo um sinal,
implica que é uma noção que, sendo conhecida, nos transporta intelectualmente
ao conhecimento de outra coisa; ou seja, não é algo tangivelmente identificável.
Portanto, é um sinal artificial, criado por convenções linguísticas chamadas
palavras.
De facto, o termo está amplamente ligado à ideia de "palavra", como
elemento formador da linguagem, pois a finalidade da linguagem é dupla: a)
expressiva, uma vez que por meio da palavra (oral ou escrita), a linguagem
consegue exteriorizar os actos internos do espírito; e b) comunicativa, pois a
linguagem serve para transmitir as ideias ou conceitos que a mente elabora.
Portanto, em geral, a linguagem é composta por um conjunto de sinais ou termos
(palavras) que expressam um conceito.
Em resumo, a linguagem não é nada mais do que a manifestação expressa
e comunicativa da razão humana, ou seja, a maneira como ela conceitua e
transmite logicamente sua realidade; daí que o termo, como parte da linguagem,
encontra uma série de implicações:
a) A linguagem é o sinal do pensamento: ou seja, é um código para a
tradução e transmissão do pensamento por meio de um termo ou palavra, o qual
expressa o conceito pensado.
b) Existe uma dependência da linguagem em relação ao pensamento e
vice-versa: a linguagem configura completamente o pensamento mediante a
expressão. O termo é o elemento que confere significado aos conceitos e, por
sua vez, ordena a estruturação do pensamento para que os conceitos desfrutem
de homogeneidade linguística.
c) O termo é um veículo da linguagem: ele contém logicamente o conceito
pensado e o expressa de maneira eficaz e compreensível, de modo que,
propriamente dito, não há distância lógica entre o pensado e o expresso.
Vamos analisar a seguir esse triplo significado do termo, como expressão
linguística do conceito, por meio da "palavra", fazendo alguns comentários
breves e nos concentrando nos tópicos específicos que dizem respeito à nossa
matéria jurídica.
Disciplina: Lógica
Semana
Curso de Licenciatura em direito
Docente: Milton Inguane, MsC

IX. A PALAVRA, SINAL DA LINGUAGEM


A parte fundamental da linguagem que lhe confere significado é a palavra.
Seja oral ou escrita, antes de tudo, é um sinal da razão; por isso, a Filosofia grega
identificava o logos (λóγος) como sinal inequívoco do raciocínio; daí que essa
palavra tenha sido traduzida com várias significações, tais como razão, estudo,
inteligência, pensamento, sentido e palavra. Nesse sentido, a palavra se constitui
como a manifestação mais expressa de um significado racional da inteligência
humana.
Aristóteles já dizia, ao definir o homem como um "animal com palavra"
(anthropos ton logos éjon) que: "o homem é, entre os animais [seres animados],
o único ser que tem palavra (logos). A voz (phonè) é sinal de dor e prazer e, por
isso, é encontrada nos outros animais. Mas a palavra está prestes a tornar
evidente o que é útil e o que é nocivo, assim como o que é justo (díkaion) e o que
é injusto (àdikon); e a característica do homem em relação aos outros animais é
que somente ele tem a percepção do que é bom e do que é mau, do que é justo
e do que é injusto”.
Na transmissão da razão, a palavra implica o processo de significação do
conceito. Graças à palavra, o conceito adquire sentido, porque a palavra expressa
uma ou várias ideias, representando assim o objeto conceitualizado. Por
exemplo, quando se diz a palavra "arma", imediatamente vem à mente o
conceito de um "objeto que é usado para atacar ou se defender", portanto, a
palavra "arma" representa a ideia desse conceito.
Agora, a palavra como termo não se refere apenas a ideias de objetos, mas
também a imagens ideais, ou seja, sem representação física, apenas a um grau
de apreensão intelectual; o termo aqui serve para representar um conceito ideal.
Quando se diz as palavras "arma branca", não vem à mente um objeto físico que
serve para atacar ou se defender e que seja branco, mas sim uma ideia que faz
referência a um objeto perfurante ao qual o termo "arma branca" foi associado
eideticamente. Da mesma forma, quando se diz a palavra "justiça", não é possível
identificar fisicamente essa palavra, mas essa locução faz referência a uma ideia
concreta e inteligível, ou seja, "a virtude humana de dar a cada um o que lhe é
devido".
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Docente: Milton Inguane, MsC

Dessa forma, o termo manifestado como palavra, como mencionamos, é


um sinal artificial criado por convenções linguísticas para conhecer e apreender
essencialmente um conceito. A importância do sinal terminológico reside aí, já
que o conceito será bem compreendido na medida em que o sinal ou palavra
expresse completamente sua essencialidade.
Aqui surge uma reflexão oportuna sobre a compreensão adequada da
palavra, pois um bom jurista lógico sabe identificar o conceito por meio do termo.
Portanto, a riqueza linguística conceitual é muito importante, pois muitas vezes,
especialmente no contexto do aprendizado jurídico, caímos no hábito ruim de
memorizar termos sem entender seu significado. Uma mente jurídica lógica é
aquela que raciocina sobre a essência do conceito, não aquela que repete uma
palavra sem compreendê-la.
É impossível, é claro, que cada conceito tenha um termo exclusivo, mas é
possível conceituar logicamente com base na palavra, e para isso, é fundamental
raciocinar adequadamente sobre o conceito subjacente a ela. Repetir
mecanicamente uma palavra não é conceptualizá-la, e essa orientação no campo
jurídico é de importância fundamental, já que a mente jurídica deve raciocinar
criticamente.
CLASSIFICAÇÃO DO TERMOS
Sabemos que, pela forma e operacionalidade linguística do termo, sua
classificação divisória pertence ao domínio da gramática. No entanto,
considerando sua modalidade operativa a partir do campo da Lógica, o termo foi
dividido de acordo com a significação que lhe é dada como expressão de um
conceito. Tradicionalmente, existem três categorias do termo:
De acordo com sua composição morfológica
Opera não em relação à ideia que significa, mas sim por sua relação com o
que expressa. Aqui temos:
a) Termo positivo: é aquele que designa positivamente um objeto. Por
exemplo: código, documento, arma, tribunal, funcionário, etc.
b) Termo negativo: é aquele que denota a negação de algo (ou a não-coisa)
ou sua imperfeição. Por exemplo: não culpado, não vinculativo, não responsável,
incapaz, inoperante, inconstitucional, etc.
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Docente: Milton Inguane, MsC

De acordo com o grau de determinação


É a forma como os termos estabelecem ideias. Aqui encontramos dois
tipos:
a) Termo determinado ou categórico: é aquele que tem um significado
próprio. Por exemplo: sujeito, bilateral, nomeado, vontade, etc. O termo
determinado pode ser subdividido em:
i. Termo categoremático: é aquele que por si só tem um significado
completo, expressando verdadeiramente uma realidade. Exemplo: "pessoa", pois
podemos dizer: "a pessoa desfruta dos direitos humanos" ou "Isabel é uma
pessoa"; ou ainda, "crime", podemos afirmar "todo crime é culpável", "o roubo é
um crime", etc.
ii. Termo sincategoremático: é aquele cujo sentido fica incompleto a
menos que seja usado em relação a outro termo por meio de ligações sintáticas.
Por exemplo: todo, algum, qualquer, etc., que só adquirem significado em função
de outros termos: "todo contrato é um acordo", "algum deputado é advogado",
"qualquer pessoa pode circular livremente pelo território nacional".
b) Termo indeterminado: é aquele que não tem um significado próprio. Por
exemplo: talvez, possivelmente, provavelmente, etc.
De acordo com sua referência às ideias que expressam
Atendem ao grau de perfeição com que os termos expressam as ideias a
que se referem. Aqui encontramos:
a) Termo unívoco: indica uma única ideia ou conceito expresso. Exemplos
incluem homem, direito, roubo, pagamento, imposto, etc. É importante notar
que, na linguagem comum e ainda mais na linguagem jurídica, é realmente difícil
encontrar termos que representem uma única ideia ou conceito em um único
sentido.
b) Termo equívoco: expressa duas ou mais ideias aplicando-se em sentidos
diferentes. Por exemplo: auto, que em sentido comum pode significar um veículo
de transporte, mas em sentido jurídico significa uma decisão judicial; amparo,
que em sentido comum é uma simples ajuda ou um nome próprio, mas em
sentido jurídico é um processo de proteção contra a violação dos direitos
fundamentais.
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c) Termo análogo: aplica-se com um sentido variável (às vezes com um


significado invariável e às vezes com variabilidade). Desta forma, a palavra
constituição, que pode ter uma variabilidade terminológica ao dizer "a
constituição física de Javier é magra" (referindo-se a um aspecto físico); "a
Constituição Política do México foi reformada" (referindo-se a uma instituição
jurídica)
A importância de classificar adequadamente os diversos tipos de termos
reside em seu uso linguístico correto. A clareza na linguagem deriva da clareza
conceitual expressa no termo, e essa questão é de suma importância no âmbito
jurídico, pois o Direito é linguagem tanto em sua esfera normativa quanto em sua
esfera aplicativa. Daí a importância para o bom jurista de prestar atenção a boas
conceptualizações terminológicas, pois com isso não apenas defende a
linguagem, mas também, posteriormente, o Direito.
Portanto, para o jurista lógico que interpreta e trabalha com termos
concretos, existe outra tarefa fundamental: a de "definir" adequadamente os
conceitos e a de "dividir" pertinentemente cada um deles para identificar, de
maneira clara, suas partes constituintes, assunto que analisaremos a seguir.

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