DIREITO – CENTRO UNIVERSITÁRIO FIBRA
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Inquérito
Policial
ART. 4º 23/CPP de a autoridade pública de agir de ofício
(delegado de polícia).
SIGILOSO = Por força do EOAB, o
1. Conceito: advogado de defesa do acusado pode ter
acesso ao inquérito sem procuração, salvo
Procedimento administrativo que centra-se nos casos em que há informações sigilosas
na colheita preliminar de FONTES de (Ex.: grampo telefônico) no IP que exigem
provas e elementos de informação para de o advogado estar munido de procuração
apurar a autoria e materialidade do crime. para acesso total. Lembre-se também que,
É um procedimento preparatório para a além do advogado, juízes e o MP também
consumação da Ação Penal e tem como tem acesso ao IP.
objetivo de formar a convicção de seu OFICIAL = O inquérito policial é de
titular (em geral, o MP). responsabilidade de um órgão oficial do
estado, especificamente a polícia judiciária.
#BIZU!
INDISPONÍVEL = Determina que a
Aqui fala-se em procedimento e não em
autoridade policial (delegado de polícia)
processo, pois não observa-se em meio
não tem o poder de mandar arquivar os
ao qual a observância do devido
autos do inquérito (isso não admite
processo legal (contraditório e ampla
exceções, sendo aplicável em todo e
defesa) e nem há sanção no caso de
qualquer caso!!!)
inquérito.
3. Formas de
Mnemônico: “o inquérito policial É Instauração:
IDOSO e INDISPONÍVEL”. 3.1. Auto de prisão em flagrante: Ocorre
quando a autoridade policial se depara com
2. Características: o flagrante delito. Dessa forma, o IP inicia-
se com o próprio flagrante, não
ESCRITO = O inquérito policial é um necessitando de uma portaria de
procedimento formal, e por isso, tem como instauração do IP. Perceba que este é o
característica básica ser escrito. Isso meio mais comum de instauração de
significa que todo tipo de ato que for inquéritos.
realizado oralmente deve ser reduzido a
termo escrito (Ex.: Termo de oitiva de 3.2. De ofício pela autoridade policial
testemunha). (delegado de polícia): Nesse caso, o
INQUISITIVO = significar dizer que o delegado toma conhecimento de um
tramite do IP não observa o contraditório e determinado delito NO EXERCÍCIO DE
a ampla defesa. SUA FUNCÃO e procede a instauração do
DISPENSÁVEL = Se as provas já foram inquérito. Veja que isto ocorre por força do
constituídas previamente, a necessidade princípio da oficiosidade do IP.
do inquérito policial se exauriu, sendo
dispen-sável. 3.3. Por requerimento (solicitação) do
OFICIOSO = O inquérito é regido, via de ofendido ou de seu representante legal:
regra, pela oficiosidade; ou seja, pelo dever Nesse caso, o delegado NÃO É
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OBRIGADO a instaurar o inquérito, pois
pode entender que não existe motivo para
tanto.
Caso um requerimento de instauração
de IP seja indeferido (negado), caberá
recuso sob o qual (em direção ao
delegado), nos termos do Art. 5º; §2º/CPP.
3.4. Por requisição (“mandado”) do Juiz
ou MP: Neste caso, o delegado É
OBRIGADO a instaurar o inquérito, pois
fora requerido por uma autoridade pública,
e sua palavra requisição emana ordem
neste sentido.
3.5. Por meio de Denúncia Anônima Obs¹.: Na “regra geral” e no “IP federal”,
(“Delatio Criminis”): Ocorre quando um os prazos para o réu solto poderão ser
3º, não envolvido no delito, verbalmente ou prorrogados por igual prazo ilimitadamente.
por escrito, comunica à autoridade policial
sobre determinado crime. Dessa maneira, o 6. Trâmite:
#BIZU! O trâmite do inquérito é exercido
No inquérito ocorre um procedimento diretamente entre a polícia e o MP, sem
específico e singular: a identificação interferência jurisdicional, SALVO nos
criminal do acusado. Esta, por sua vez, casos de reserva de jurisdição, em que
somente ocorre com o indivíduo não deverá ser encaminhado o IP ao juiz para
está civilmente identificado. Além disso, que seja concedida uma determinada
os que cometem crimes contra a solicitação ao delegado (Ex.: Grampo
pessoa ou crimes hediondos são telefônico, pedido de prisão, etc).
submetidos à investigação criminal
independente-mente de estar portando
a cédula de identidade (além dos casos
7. Vícios:
Havendo vícios que acarretem nulidade do
previsos no Art. 3º da lei nº 12.037/09).
inquérito policial, os quais não afetam o
Art. 5º; §3º/CPP informa que a autoridade curso da ação penal. Tal fato ocorre pois o
DEVERÁ verificar a procedência das IP é dispensável!!!
informações delatadas e, posteriormente, Informativo 824/STF:
instaurar o inquérito policial. “É incabível a anulação de processo penal
em razão de suposta irregularidade (vício)
4. Rito: verificada em inquérito policial”.
Não existe um rito específico para se
realizar o inquérito policial. Entretanto, o
8. Valor Probatório:
qual obedecerá a alguns “passos” descritos O inquérito policial possuí valor probatório
nos artigos 6º, 7º e 13 do CPP (leitura de RELATIVO. Isto ocorre porque as provas
lei seca). nele reunidas não fundamentam, por si só,
Obs¹.: Cuidado com o Art. 6º !!! uma sentença condenatória a 3º. Além
disso, não observam o contraditório e a
5. Prazos: ampla defesa (caráter inquisitivo do IP).
9. Indiciamento:
Ao fim do procedimento de inquérito
policial, elabora-se o seu respectivo
relatório, de modo a concluir o IP. O
indiciamento é um ato policial presente no
fim do IP, no qual o delegado de polícia
demonstra estar convencido de que há
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suficientes indícios de autoria e
materialidade do crime. É a imputação, a
alguém, da prática do ilícito investigado.
Lembre-se que, em regra, qualquer pessoa
pode ser indiciada, SALVO no caso dos
membros do MP, juízes, senadores e
deputados.
10. Arquivamento:
De imediato, é necessário tomar ciência de
um fato: Por força do Art. 17/CPP, a
autoridade policial não poderá arquivar o
inquérito policial.
Citado isto, convém destacar aqui o
processo de arquivamento do IP:
Findo o inquérito, o MP tem 3 opções
em face deste:
a) Devolve-lo à autoridade policial para
novas diligências (Art. 16/CPP);
b) Oferecer a denúncia, dando início à ação
penal;
c) Promover o seu arquivamento, pois
entende que o MP não tem base suficiente,
em face deste inquérito, para oferecer a
ação penal (motivação prévia).
PROCESSO DE ARQUIVAMENTO:
Neste cenário, o MP envia o “desejo de
arquivar” ao juiz. Este, por sua vez, tem 2
opções:
a) Concordar com o arquivamento, encer-
rando aqui este processo;
b) Discordar do arquivamento, enviando o
inquérito ao Procurador Geral de Justiça, e
este pode:
b.1. Oferecer a denúncia;
b.2. Designar outro procurador para ofere-
cer a denúncia, que não o original;
b.3. Insistir no arquivamento do IP.
#BIZU!
Este procedimento de arquivamento foi
revogado pelo pacote anticrime,
alterando a sua redação. Entretanto
encontra-se ainda em vigência, pois o
novo Art. 28/CPP foi suspenso pelo
STF em razão de o novo procedimento
de arquivamento do inquérito ser
faticamente inviável.
NOVO PROCEDIMENTO (Atual Art.
28/CPP):
O MP deverá, optando pelo arqui-
vamento do inquérito, comunicar o qual
para:
a) Vítima;
b) Investigado;
c) Autoridade policial (delegado). 3
- Após a comunicação do “desejo de
arquivar”, os autos do IP serão
encaminhados para uma instância de
revisão ministerial (onde ficam sob
