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Apostila Seguros de Pessoas 2023 PDF

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19ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2023

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
BRUNO KELLY – 2023
ELIZABETH VIEIRA VALENTE BARTOLO – 2023/ 2022/ 2021

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros de pessoas / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria
de ensino Técnico; assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo e
Bruno Kelly. – 19. ed. – Rio de Janeiro: ENS, 2023.
3,47 Mb ; PDF

1. Seguros de pessoas. I. Bartolo, Elizabeth Vieira Valente. II. Kelly, Bruno.


III. Título.

0023-2686 CDU 368.91(072)

SEGUROS DE PESSOAS
A
Escola de Negócios e Seguros promove, desde 1971, diversas
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um
mercado de seguros, previdência complementar, capitalização
e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS DE PESSOAS
SUMÁRIO
INTERATIVO

1. CONCEITOS BÁSICOS 8
UM POUCO DE HISTÓRIA 9
O Seguro de Pessoas no Tempo 9
SEGURO DE PESSOAS NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
(LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002) 10

NOÇÕES GERAIS 12

SUJEITOS DA OPERAÇÃO 13

FORMAS DE CONTRATAÇÃO 15

CUSTEIO DO PLANO 16

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS 16


Benefício Definido 16
Contribuição Variável 17
VALORES GARANTIDOS 18

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 19

CARREGAMENTO 19

MIGRAÇÃO DE APÓLICES 21

ENCAMPAÇÃO DE APÓLICES 21

FIXANDO CONCEITOS 1 22

SEGUROS DE PESSOAS
2. COBERTURAS DE RISCO 23
INTRODUÇÃO 24

CONTRATAÇÃO 24
Proposta de Contratação 25
Proposta de Adesão 26
Apólice 27
Bilhete de Seguro 27
Certificado Individual 27
PERÍODO DE COBERTURA 28

CÁLCULO DO PRÊMIO 28

COBERTURAS 29
Morte (Natural ou Acidental) 29
Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD) 30
Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD) 31
Doenças Graves 32
Acidentes Pessoais 32
Diárias por Incapacidade (DI) 37
Diárias por Internação Hospitalar (DIH) 37
Perda de Renda 38
Perda De Certificado De Habilitação De Voo (PCHV) 38
Auxílio-Funeral 38
SEGURO EDUCACIONAL 39

SEGURO PRESTAMISTA 40

SEGUROS COLETIVOS E COBERTURAS PARA SEGURADOS DEPENDENTES 41

REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE VIGILANTES 43

REGRAS ESPECÍFICAS PARA SEGUROS DE ACIDENTES PESSOAIS DE PASSAGEIROS 43

CAPITAL SEGURADO 43

VIGÊNCIA 45

CARÊNCIA 45

CESSAÇÃO DE COBERTURA 46

SEGUROS DE PESSOAS
PERDA DE DIREITOS 47

CANCELAMENTO E REABILITAÇÃO DA APÓLICE 48

RENOVAÇÃO DA APÓLICE 49

RISCOS EXCLUÍDOS 49

DISTRIBUIÇÃO DE EXCEDENTE TÉCNICO 51

FORMA DE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO 52

FIXANDO CONCEITOS 2 54

3. COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 55


CONSIDERAÇÕES INICIAIS 56

CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA 56

FIXANDO CONCEITOS 3 58

4. NOÇÕES DE RISCO E PRECIFICAÇÃO


NOS SEGUROS DE PESSOAS 59
NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS E SUA FINALIDADE 60

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 61


Porcentagem Extra de Agravamento 61
Agravamento Temporário 61
Agravamento Permanente 61
ANTISSELEÇÃO DE RISCOS 62

MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS 62

TÁBUAS DE MORTALIDADE 63
Elementos de uma Tábua de Mortalidade 64
A UTILIZAÇÃO DA TÁBUA DE MORTALIDADE 65

TAXA PURA 65

REGIMES FINANCEIROS 67

SEGUROS DE PESSOAS
Regime Financeiro de Repartição Simples 68
Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura 68
Regime Financeiro de Capitalização 69
FATORES QUE INFLUENCIAM NO CÁLCULO DO PREÇO
DOS SEGUROS DE PESSOAS E DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74
Seguros de Pessoas – Cobertura por Morte 74
Previdência Complementar – Renda Mensal Vitalícia Imediata (Anuidade Imediata Vitalícia) 76
FIXANDO CONCEITOS 4 79

5. NOÇÕES DE REGULAÇÃO DE
SINISTRO E ATUALIZAÇÃO DE VALORES 80
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE
O PROCESSO DE REGULAÇÃO DE SINISTROS 81

REGULAÇÃO DO PROCESSO DE SINISTRO 82

UMA NOÇÃO HISTÓRICA SOBRE ATUALIZAÇÃO DE VALORES 83

AS REGRAS ATUAIS DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES 83

FIXANDO CONCEITOS 5 85

ESTUDOS DE CASO 87

ANEXOS 89
Tábuas de Mortalidade 93

GABARITO 97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 99

SEGUROS DE PESSOAS
CONCEITOS
BÁSICOS
01 UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os aspectos ■ Reconhecer os conceitos
históricos do ramo de básicos relacionados aos ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA
seguro de pessoas e a seguros de pessoas, bem
evolução histórica da como os sujeitos envolvidos ⊲ SEGURO DE PESSOAS
legislação de seguros do na contratação deste tipo NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
(LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO
Brasil, correlacionando tais de seguro; Conhecer as
DE 2002)
aspectos com a operação formas de contratação, os
do mercado de seguros tipos de planos e coberturas ⊲ NOÇÕES GERAIS
da atualidade. oferecidas pelos seguros de
pessoas, diferenciando os ⊲ SUJEITOS DA OPERAÇÃO
tipos de planos e serviços.
⊲ FORMAS DE CONTRATAÇÃO

⊲ CUSTEIO DO PLANO

⊲ MODALIDADES DE
ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS

⊲ VALORES GARANTIDOS

⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA

⊲ CARREGAMENTO

⊲ MIGRAÇÃO DE APÓLICES

⊲ FIXANDO CONCEITOS

SEGUROS DE PESSOAS 8
UNIDADE 1

UM POUCO DE HISTÓRIA
A necessidade de segurança é inerente ao ser humano. Desde sua origem,
sofrendo as consequências das situações climáticas e dos ataques de
animais e de outros homens, de doenças, invalidez e morte, o homem sentiu
a necessidade de buscar formas de proteção, desde a integração em tribos
ou grupos até a criação de moradias que minimizassem certos perigos.

Posteriormente, o homem comprovou haver situações que poderiam


determinar a perda de seus bens e observou que, para desenvolver suas
atividades com segurança, teria que descobrir alguma maneira de estar
protegido. Surgiu então a “ideia” do seguro.

— O Seguro de Pessoas no Tempo


O Código Comercial Brasileiro, publicado em 1850 e ainda em vigor –

Saiba mais apenas nos itens referentes ao Direito Comercial Marítimo –, determinava a
proibição da contratação dos seguros de vida de pessoas livres. Era permitida
Com a publicação do Código somente a contratação de seguros para as vidas dos escravos, já que não
Civil Brasileiro, em 2002, foi eram considerados pessoas, e sim mercadorias. Dessa forma, no Brasil, o
necessário que a SUSEP e seguro de vida teve sua prática retardada por ter sido considerado, durante
o CNSP revisassem todos longo tempo, uma especulação imoral.
os normativos, inclusive
Em 1905, surgiu um “plano” que cobria as vidas dos empregados de
aqueles relacionados
uma cadeia de armazéns varejistas, contratado por meio de diversas
aos Seguros de Pessoas.
apólices individuais que exigiam a realização prévia de exames médicos.
Naquela oportunidade, foram
O “plano” utilizado foi o denominado seguro temporário renovável
consolidadas disposições
automaticamente e os prêmios das apólices eram recolhidos e pagos à
dispersas em inúmeros
seguradora pelo empregador.
normativos, com o objetivo
de propiciar aos segurados Em 1910, foi emitida, nos EUA, a primeira apólice de Seguro de Vida em
mais informações e Grupo, que apresentava como condições: não realização dos exames
transparência quanto às suas médicos individuais prévios, prêmios quitados pelos segurados e benefício
obrigações aos seus direitos. por morte do funcionário pago ao beneficiário por ele indicado.

SEGUROS DE PESSOAS 9
UNIDADE 1

O Código Civil Brasileiro, publicado em 1916 e já inteiramente revogado,


passou a considerar a vida e as faculdades humanas objetos seguráveis, o
que foi mantido pelo Código Civil publicado em 2002 (Lei 10.406/02).

Em 1929, o Seguro de Vida em Grupo surgiu no Brasil, época em que o referido


ramo já estava consolidado e modernizado nos EUA. Foi introduzido em nosso
mercado, seguindo o modelo americano no que se referia a taxas e condições.

Em 1954, no Brasil, foi publicada uma portaria que definiu padrões para o
ramo de acidentes pessoais, sendo aquele ano considerado o marco inicial
para o desenvolvimento da carteira.

SEGURO DE PESSOAS NO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
(LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002)

O Código Civil Brasileiro apresenta uma série de artigos aplicáveis aos


seguros, sendo alguns voltados, exclusivamente, para os contratos de
seguros de pessoas.

Os principais são:

[...]

Art. 789 – Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipula-


do pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre
o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

Art. 790 – No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a


declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preserva-
ção da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interes-
se, quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente
do proponente.

Art. 791 – Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não


tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é
lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou de
última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado opor-
tunamente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital
segurado ao antigo beneficiário.

SEGUROS DE PESSOAS 10
UNIDADE 1

Art. 792 – Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qual-


quer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado
será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente,
e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da
vocação hereditária.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo,
serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado
os privou dos meios necessários à subsistência.

Art. 793 – É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao


tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já
se encontrava separado de fato.

Art. 794 – No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de mor-


te, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado,
nem se considera herança para todos os efeitos de direito.

Art. 795 – É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamen-


to reduzido do capital segurado.

Art. 796 – O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado,
ou por toda a vida do segurado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o
segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta
de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme se
estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já
formada, ou a redução do capital garantido proporcionalmente
ao prêmio pago.

Art. 797 – No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um


prazo de carência, durante o qual o segurador não responde
pela ocorrência do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o segurador é obrigado
a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já
formada.

Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o


segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial
do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, obser-
vado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é
nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por
suicídio do segurado.

Art. 799 – O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda


que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade
do segurado provier da utilização de meio de transporte mais
arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte,
ou de atos de humanidade em auxílio de outrem.

SEGUROS DE PESSOAS 11
UNIDADE 1

Art. 800 – Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se


nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o
causador do sinistro.

Art. 801 – O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou
jurídica em proveito do grupo que a ela, de qualquer modo, se
vincule.
§ 1º O estipulante não representa o segurador perante o grupo
segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo
cumprimento de todas as obrigações contratuais.
§ 2º A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência
expressa de segurados que representam 3/4 do grupo.

Art. 802 – Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do


reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico,
nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.

NOÇÕES GERAIS
Os planos de seguros de pessoas são aqueles destinados a oferecer
coberturas de risco (por exemplo, morte, invalidez, doenças graves) ou
coberturas por sobrevivência.

Atenção
A cobertura por sobrevivência é aquela que garante o pagamento do capital segurado
pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratado ou a compra,
mediante pagamento único, de renda imediata.
As coberturas de risco são aquelas coberturas dos seguros de pessoas cujo evento
gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data predeterminada.
Em resumo, todas aquelas situações que não se enquadram no conceito de cobertura
de sobrevivência apresentado acima, automaticamente, são entendidas como cobertu-
ra de risco.

SEGUROS DE PESSOAS 12
UNIDADE 1

SUJEITOS DA OPERAÇÃO
Na contratação de um plano de seguros de pessoas estão envolvidas as
seguintes partes:

Segurado
Pessoa física que contrata o plano ou, no caso de contratação sob
a forma coletiva, que adere ao plano.
Seguradora
Pessoa jurídica obrigatoriamente constituída sob a forma de socie-
dade anônima – S/A, que assume a responsabilidade pela cobertura
dos riscos especificados na apólice, mediante o recebimento do prê-
mio correspondente.

Corretor
Pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação
do plano.

Beneficiário
Desde que respeitadas as determinações legais e regulamentares,
Atenção beneficiário é a pessoa física ou jurídica livremente indicada pelo
segurado para receber os valores dos capitais segurados – indeni-
A figura do Estipulante existe zações –, na hipótese de ocorrência do sinistro.
somente nos planos de
Estipulante
seguros coletivos.
Pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo,
ficando investido de poderes de representação do segurado, nos
termos da legislação e regulamentação em vigor.

Sobre o Estipulante
O estipulante só pode ser beneficiário em um plano de seguros de pessoas
se comprovado o legítimo interesse para que ele figure nessa condição.

Esse é o caso, por exemplo, do Seguro Prestamista, que veremos mais adiante.

O estipulante será identificado como:

■ estipulante-instituidor: aquele que participa, total ou parcial-


mente do custeio do plano;
■ estipulante-averbador: aquele que não participa do custeio
do plano.
Não podem ser estipulantes, salvo quando estiverem estipulando apólices
para seus próprios funcionários:

SEGUROS DE PESSOAS 13
UNIDADE 1

■ corretoras de seguros, seus sócios, dirigentes, administradores,


empregados, prepostos ou representantes;
■ corretores;
■ sociedades seguradoras, seus dirigentes, administradores, empre-
gados, prepostos ou representantes.
O estipulante tem várias obrigações a cumprir, como:

■ fornecer à seguradora todas as informações necessárias para a


análise e a aceitação do risco;
■ manter a seguradora informada a respeito dos dados cadastrais dos
segurados, das alterações na natureza do risco coberto, bem como
de quaisquer eventos que possam, no futuro, resultar em sinistro;
■ fornecer ao segurado, sempre que solicitado, quaisquer informações
relativas ao contrato de seguro;
■ comunicar de imediato à seguradora a ocorrência de qualquer
sinistro ou expectativa de sinistro, referente ao grupo que repre-
senta, assim que delas tiver conhecimento, quando tal comunica-
ção estiver sob sua responsabilidade;
■ dar ciência aos segurados dos procedimentos e prazos estipula-
dos para a liquidação dos sinistros;
■ comunicar de imediato à SUSEP quaisquer procedimentos que
considerar irregulares quanto ao seguro contratado, bem como
fornecer àquela autarquia quaisquer informações solicitadas den-
tro do prazo por ela estabelecido.
Sempre que houver qualquer alteração nas condições contratuais que
implique modificação nas escolhas dos segurados, ônus ou dever para eles,
a referida alteração somente será válida com a anuência prévia e expressa
de segurados que representem, no mínimo, 3/4 do grupo segurado.

Quando o plano for contratado com previsão de consignação em folha, as


condições gerais deverão conter dispositivo determinando que a ausência
do repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo consig-
nante à seguradora não poderá causar qualquer prejuízo aos segurados ou
respectivos beneficiários, no que se refere à cobertura e aos demais direitos.

Nos seguros contributários, ou seja, quando os segurados são respon-


sáveis pelo pagamento, total ou parcial, dos valores dos prêmios, o não
repasse dos valores dos prêmios recolhidos dos segurados pelo estipulan-
te à seguradora, nos prazos contratualmente estabelecidos, poderá acar-
retar a suspensão ou o cancelamento da cobertura, a critério da segurado-
ra, além de sujeitar o estipulante às cominações legais.

SEGUROS DE PESSOAS 14
UNIDADE 1

Nas apólices coletivas, em que o estipulante possui com o grupo segurado,


exclusivamente, o vínculo de natureza securitária referente à contratação
do seguro, deverá haver tratamento de apólice individual, no que concerne
ao relacionamento dos segurados com a seguradora.

Nos seguros contributários, é vedado ao estipulante:

I - cobrar dos segurados quaisquer valores relativos ao seguro além


dos especificados pela seguradora;
II - rescindir o contrato sem anuência prévia e expressa de um número
de segurados que represente, no mínimo, 3/4 do grupo segurado;
III - efetuar propaganda e promoção do seguro sem prévia anuência
da seguradora;
IV - vincular a contratação de seguros a qualquer de seus produtos.
Os sujeitos vinculados ao estipulante são caracterizados da seguinte forma:

■ componente segurado: pessoa que já aderiu ao seguro, tendo sido


aceita pela sociedade seguradora, ou seja, que já participa do pla-
no coletivo de seguros de pessoas contratado pelo estipulante;
■ componente segurável: pessoa que pode vir a ser incluída no pla-
no, ou seja, pessoa passível de se tornar um componente segurado.

Saiba mais
A regulamentação vigente estabelece que na proposta e nas condições gerais do pla-
no deverá constar a informação de que o segurado poderá consultar a situação cadas-
tral de seu corretor de seguros no site www.susep.gov.br, por meio do número de seu
registro na SUSEP, nome completo, CNPJ ou CPF.

FORMAS DE CONTRATAÇÃO
Os planos de seguros de pessoas podem ser contratados de duas formas:
individual ou coletiva.

■ individual: quando a relação entre os segurados e a seguradora


é direta;
■ coletiva: quando a relação entre os segurados e a seguradora é
indireta, por meio do estipulante.

SEGUROS DE PESSOAS 15
UNIDADE 1

Atenção
A contratação coletiva se destina a garantir coberturas para grupos de pessoas que, de
uma forma lícita, vinculem-se ao estipulante, devendo o vínculo entre essas pessoas e o
estipulante estar definido no contrato de forma clara e objetiva.

CUSTEIO DO PLANO
O custeio do plano pode ser:

■ não contributário: quando os segurados não pagam os valores dos


prêmios, sendo o plano inteiramente custeado pelo estipulante;
■ contributário: quando os segurados são responsáveis pelo paga-
mento, total ou parcial, dos valores dos prêmios.

MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS

As coberturas podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou


de contribuição variável.

— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em que
o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de
renda, e o valor do prêmio são previamente estabelecidos na proposta.

SEGUROS DE PESSOAS 16
UNIDADE 1

Importante
Todas as coberturas de risco são estruturadas na modalidade de benefício definido.
Exemplos:
1) Quando o segurado contrata um plano com cobertura de morte (cobertura de risco),
ele está contratando uma cobertura que é estruturada na modalidade de benefício de-
finido, pois os valores do capital segurado e do prêmio já estão previamente definidos
na proposta.
2) Quando o segurado contrata um plano e define, no momento da contratação, o capi-
tal segurado que irá receber à vista ao final do período de diferimento, caso sobreviva,
ele está contratando uma cobertura estruturada na modalidade de benefício definido.

— Contribuição Variável
Na cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável, o
segurado tem a opção de poder efetuar contribuições ao plano a qual-
quer tempo e de valor definido por ele, independentemente dos valores
e prazos de pagamento de prêmios estarem definidos na proposta de
contratação. Ou seja, nas coberturas estruturadas na modalidade de con-
tribuição variável, não é obrigatório que o valor da contribuição e o prazo
de pagamento dos prêmios estejam previamente definidos na proposta.

Destaca-se que o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou


sob a forma de renda, será calculado ao final do período de diferimento,
com base no saldo acumulado na Provisão Matemática de Benefícios a
Conceder (PMBaC) e no fator de cálculo.

A Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) corresponde aos com-


promissos da Seguradora para com os segurados de seus respectivos planos, relativos
aos benefícios a conceder sob o regime financeiro de capitalização.
Parágrafo Único. A provisão deve ser constituída para a cobertura de benefícios
decor­rentes de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização.

Fator de cálculo
Resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros e tábua de mortali-
dade, quando for o caso, utilizado para obtenção do capital segurado a ser pago sob a
forma de renda.

SEGUROS DE PESSOAS 17
UNIDADE 1

Atenção
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de
contribuição variável.
Exemplo: o Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL – é um plano em que o segu-
rado paga prêmios que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente.
Ao final do período de diferimento, a seguradora calcula o valor do capital segurado,
pago sob a forma de renda, com base no valor acumulado na PMBaC e no fator de
­cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o segurado tiver acumulado, maior será o
valor de renda que ele irá receber.

Período de diferimento
Período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por sobrevivên-
cia e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado.

VALORES GARANTIDOS
Representam direitos dos segurados ou dos beneficiários previstos nos
Atenção planos com cobertura de morte, estruturada no regime financeiro de capi-
talização, e nos planos com cobertura por sobrevivência. São eles:
No caso de portabilidade,
os recursos financeiros Resgate
deverão ser movimentados Corresponde ao direito que os segurados e, quando tecnicamen-
diretamente entre as te possível, os beneficiários têm de retirar os recursos da PMBaC
sociedades seguradoras, durante o período de diferimento, desde que observadas determi-
ficando vedado que transitem, nadas regras;
de qualquer forma, pelo
Portabilidade
segurado ou pelo estipulante.
É o direito garantido aos segurados de movimentar os recursos da
O saldamento e o benefício PMBaC durante o período de diferimento, desde que observadas
prolongado deverão manter determinadas regras.
as principais características
da cobertura originalmente Saldamento
contratada, sendo facultada Consiste na manutenção da cobertura originalmente contratada,
a utilização de tábua com redução proporcional do capital segurado contratado, na
de mortalidade distinta eventualidade da paralisação do pagamento dos prêmios.
para cálculo do benefício
Quando previsto nas condições gerais, o saldamento pode ser
prolongado, desde que
efetuado automaticamente pela sociedade seguradora, quando
prevista na nota técnica
o segurado deixa de pagar o plano e não solicita o resgate dos
atuarial.
recursos acumulados na PMBaC. Nesses casos, a sociedade segu-

SEGUROS DE PESSOAS 18
UNIDADE 1

radora deve comunicar ao segurado o fato, de forma a ficar claro


que o segurado tem direito a uma cobertura com capital segurado
menor do que aquele inicialmente contratado sem a necessidade
de continuar a pagar prêmios.

Benefício prolongado
Consiste na manutenção temporária da cobertura contratada,
mantendo o capital segurado originalmente contratado, na even-
tualidade de ocorrer a paralisação do pagamento dos prêmios.

Nos planos com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previsão de


dois valores garantidos: resgate e portabilidade.

Em contrapartida, nos planos com cobertura de risco, e desde que tal


cobertura seja estruturada no regime financeiro de capitalização, é possível
a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate, portabilidade,
saldamento e benefício prolongado.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo financeiro oferecido ao titular do
plano, sendo vedada a concessão ao segurado que possua, exclusivamente,
plano estruturado no regime financeiro de repartição.

Para tal, é firmado contrato entre o segurado e a seguradora, e a assistência


financeira somente poderá ser concedida durante o período anterior ao
pagamento da indenização do seguro.

CARREGAMENTO
O Carregamento é a denominação da remuneração que as seguradoras
recebem para custear a manutenção de sua operação.

O critério e a forma de cobrança do carregamento deverão constar da


proposta de contratação e da proposta de adesão, do regulamento, da
nota técnica atuarial e, no caso de planos coletivos, do contrato, devendo
ser observados os seguintes limites, conforme o tipo de estruturação:

Cobertura de Risco
Não há limite de carregamento.

SEGUROS DE PESSOAS 19
UNIDADE 1

Cobertura por Sobrevivência


» 10% para as coberturas estruturadas na modalidade de contri-

buição variável;
» 30% para as coberturas estruturadas na modalidade de bene-
fício definido.
Os percentuais de carregamento deverão constar da proposta de
contratação e da proposta de adesão, bem como do contrato. Para os
planos individuais, os percentuais de carregamento também deverão
constar do regulamento e da nota técnica atuarial.

Os percentuais de carregamento incidirão, exclusivamente, sobre o


valor dos prêmios efetivamente pagos à seguradora, ficando vedada a
cobrança de quaisquer outros valores.

O carregamento poderá ser cobrado:

■ no pagamento dos prêmios;


■ no resgate ou na portabilidade de recursos.

Nota Técnica Atuarial


Documento técnico elaborado por atuário contendo a formulação utilizada nos cálculos
do prêmio, as formas de custeio e as obrigações, considerando os regimes financeiros
adotados no plano.

Saiba mais
Existem planos que admitem a cobrança de carregamento em percentual superior
aos 30%, aplicado, exclusivamente, sobre os prêmios pagos durante os primeiros 120
dias de vigência do plano, desde que o valor do carregamento nivelado durante a
vigência do plano não seja superior a 30% do prêmio efetuado para a cobertura de
sobrevivência e a periodicidade de pagamento do prêmio seja, no máximo, anual.
As sociedades seguradoras ficam obrigadas, caso estruturem planos na forma prevista
acima, a devolverem 100% dos prêmios pagos referentes à cobertura por sobrevivência
bem como a parcela do prêmio da cobertura de risco referente ao risco a decorrer, no
caso de solicitação de cancelamento do plano, por qualquer motivo, dentro dos primeiros
120 dias de vigência do plano.

SEGUROS DE PESSOAS 20
UNIDADE 1

MIGRAÇÃO DE APÓLICES
A migração de apólices consiste na transferência de apólice coletiva, em
período não coincidente com o término da respectiva vigência.

No caso de recepção de grupo de segurados e assistidos, originado


em processo de migração de apólices, deverão ser admitidos todos os
componentes do grupo cuja cobertura esteja em vigor, inclusive aqueles
afastados do serviço ativo por acidente ou doença, podendo ser estendidas
à nova seguradora as condições gerais, as condições especiais, o contrato
e a nota técnica atuarial, mediante autorização da SUSEP, na forma da
regulação específica.

Nos casos de migração de apólices, não será iniciada a contagem de novo


prazo de carência para segurados já incluídos no seguro pela apólice
anterior, em relação às coberturas e aos respectivos valores já contratados.

ENCAMPAÇÃO DE APÓLICES
A encampação de apólices consiste na substituição de apólice coletiva, ao
fim de sua vigência, por nova apólice emitida por outra seguradora.

No caso de encampação de apólice de seguro não contributário estipula-


do por empregador em favor de seus empregados, é admitida a dispensa
de proposta de adesão, desde que não haja modificação na apólice que
implique ônus ou dever para os segurados ou redução de seus direitos.

Em que pese estar prevista a dispensa de proposta de adesão, isso não


implica dispensa, por parte da seguradora, de emissão e de envio ou dis-
ponibilização dos certificados individuais aos segurados.

SEGUROS DE PESSOAS 21
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1
1. A empresa ABC contratou um seguro coletivo para seus funcionários, sob
a forma de seguro contributário. Sabemos que as contratações de seguros
coletivos tem uma relação entre os segurados de forma indireta, por meio
do Estipulante que, neste caso, é representado pela empresa ABC. Sob as
características dessa forma de contratação, podemos afirmar que:

(a) Nos seguros contributários, sempre que houver alteração nas con-
dições contratuais que implique em modificação nas escolhas dos
segurados, em ônus ou em dever para eles, a referida alteração
somente será válida com a anuência prévia e expressa de segura-
dos que representem, no máximo, 3/4 do grupo segurado.
(b) Nos seguros contributários, o não repasse dos prêmios à segurado-
ra, nos prazos contratualmente estabelecidos, não poderá acarretar
a suspensão ou o cancelamento da cobertura.
(c) Componente segurado é a pessoa que pode vir a ser incluída no
plano.
(d) Migração de apólice consiste na transferência de apólice coletiva,
em período não coincidente com o término da respectiva vigência.
(e) Quando o estipulante paga parte dos prêmios, fica facultado a ele
rescindir o contrato, sem necessidade de anuência dos segurados.

2. Um proponente foi conversar com o seu corretor para melhor entender


como os preços de um seguro de vida pode variar em função da ­modalidade
de estruturação de coberturas. O corretor informou que existem planos
estruturados sob a modalidade de benefício definido e outros estruturados
sob a modalidade de contribuição variável e esclareceu que:

(a) Coberturas dos seguros de pessoas somente podem ser estrutura-


das na modalidade de benefício definido.
(b) Cobertura estruturada na modalidade de benefício definido é aque-
la em que os valores do capital segurado e do prêmio podem ser
estabelecidos previamente, na proposta.
(c) Cobertura por sobrevivência é sempre estruturada na modalidade
de benefício definido.
(d) Cobertura de morte natural não pode ser estruturada na modalida-
de de benefício definido.
(e) Cobertura de invalidez é sempre estruturada na modalidade de
benefício definido.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS DE PESSOAS 22
COBERTURAS
02 UNIDADE 2

de RISCO
TÓPICOS
DESTA UNIDADE

⊲ INTRODUÇÃO

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ CONTRATAÇÃO
⊲ PERÍODO DE COBERTURA
■ Entender as nuances ■ Entender os fatores que ⊲ CÁLCULO DO PRÊMIO
técnicas e operacionais influenciam o cálculo ⊲ COBERTURAS
das coberturas de do prêmio da cobertura
risco, permitindo a de morte, bem como ⊲ SEGURO EDUCACIONAL
comercialização de distinguir o Seguro Auxílio ⊲ SEGURO PRESTAMISTA
produtos de seguros Funeral da Assistência
em conformidade com Funeral. ⊲ CAPITAL SEGURADO
as condições gerais ⊲ VIGÊNCIA
■ Assimilar as características
propostas.
dos planos e coberturas ⊲ CARÊNCIA
■ Reconhecer os de risco, sendo capaz de
instrumentos de correlacionar cada uma ⊲ CESSAÇÃO DE COBERTURA
contratação de um delas com as respectivas ⊲ PERDA DE DIREITOS
plano de seguros, necessidades dos
⊲ CANCELAMENTO E
compreendendo as clientes. REABILITAÇÃO DA APÓLICE
principais características
dos seguros de pessoas. ⊲ RENOVAÇÃO DA APÓLICE
⊲ RISCOS EXCLUÍDOS
⊲ DISTRIBUIÇÃO DE
EXCEDENTE TÉCNICO

⊲ FORMA DE PAGAMENTO
DA INDENIZAÇÃO

⊲ FIXANDO CONCEITOS 2

SEGUROS DE PESSOAS 23
UNIDADE 2

INTRODUÇÃO
Os planos com coberturas de risco (morte, invalidez, doenças graves)
têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segura-
do e aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as
garantias contratadas.

Como exemplo desses planos, temos o Seguro de Vida, o Seguro Fune-


ral, o Seguro de Acidentes Pessoais, o Seguro Educacional, o Seguro Via-
gem, o Seguro Prestamista, o Seguro de Diária por Internação Hospitalar, o
Seguro-Desemprego (perda de renda), o Seguro de Diária por Incapacida-
de e o Seguro de Perda de Certificado de Habilitação de Voo.

As coberturas de risco são aquelas coberturas dos seguros de pessoas


cujo evento gerador não é a sobrevivência do segurado a uma data pre-
determinada.

Recentemente, por meio da circular 667, de 4 de julho de 2022, a Susep


flexibilizou a estruturação de coberturas, gerando, assim, maior liberdade
para a criação de novas garantias. O objetivo é permitir que o mercado
cresça nesse segmento, com a oferta de produtos mais completos e ade-
quados às necessidades do consumidor.

Capital Contratado é o valor a ser pago pela seguradora na ocorrência


do sinistro, limitado ao valor do capital segurado da respectiva cobertura
contratada.

CONTRATAÇÃO
Na formalização da contratação de um plano de seguros de pessoas
com cobertura de risco são utilizados os seguintes instrumentos contra-
tuais: proposta de contratação, proposta de adesão, apólice, bilhete e
certificado individual.

SEGUROS DE PESSOAS 24
UNIDADE 2

Quando da assinatura da proposta ou da solicitação de aumento do valor


do capital segurado, para efeito de subscrição, é facultado à seguradora
solicitar informação ao proponente ou ao segurado a respeito da contra-
tação de outros seguros de pessoas com coberturas concomitantes. Por
outro lado, é vedado o estabelecimento de cláusula que obrigue o segu-
rado a comunicar à seguradora sobre a contratação posterior de outros
seguros de pessoas com coberturas concomitantes.

A rejeição de proponente pela razão única de ser portador de deficiência


configurará discriminação e será passível de punição, nos termos da legis-
lação específica.

Nas condições contratuais, é vedada a inclusão de cláusula de concorrência de


apólices, exceto no caso de coberturas que garantam o reembolso de despesas.

Atenção
O contrato coletivo poderá estabelecer critérios específicos sobre a variação da
quantidade de componentes do grupo segurado em relação à quantidade original que
ensejem o dever de comunicação à seguradora para fins de avaliação de necessidade
de repactuação do valor do capital segurado global.

— Proposta de Contratação
A proposta de contratação é o documento que contém a declaração do
risco e dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.

Na proposta de contratação, o proponente, pessoa física ou jurídica,


expressa a intenção de contratar uma cobertura (ou coberturas), manifes-
tando pleno conhecimento das condições contratuais.

Atenção
Proponente é o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), no caso de con-
tratação individual, ou em aderir ao contrato, no caso de contratação coletiva.
Na contratação de um plano coletivo, quem assina a proposta de contratação é o esti-
pulante. Já na contratação de um plano individual, quem assina a proposta de contra-
tação é o segurado.

SEGUROS DE PESSOAS 25
UNIDADE 2

— Proposta de Adesão
A proposta de adesão é o documento que contém a declaração do risco e
dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.

Na proposta de adesão, o proponente, pessoa física, expressa a intenção


de aderir à contratação coletiva, manifestando pleno conhecimento das
condições contratuais.

Com o objetivo de dar transparência aos segurados quanto aos seus direi-
tos e suas obrigações, a regulamentação das coberturas de risco prevê
que as propostas de contratação e as de adesão deverão:

■ informar o percentual (ou percentuais) de reversão de excedente


técnico bem como o prazo de carência, quando previsto pelo plano;
■ fazer constar: a) os valores, em moeda corrente nacional, do prê-
mio à vista, e, quando for o caso, do prêmio total fracionado de
cada uma das parcelas; b) a taxa de juros remuneratórios pactua-
da; c) o número e a periodicidade das parcelas; d) os juros de mora
ou outros acréscimos legalmente previstos;
■ discriminar a forma e o critério de custeio de cada cobertura con-
Importante tratada;
■ estabelecer os valores dos prêmios e dos capitais segurados, dis-
A informação do registro do criminados por cobertura. Os valores deverão ser estabelecidos
plano na SUSEP não implica, na proposta de contratação, nos casos de planos individuais, e na
por parte daquela Autarquia, proposta de adesão, nos casos de planos coletivos;
incentivo ou recomendação
à sua comercialização.
■ conter a informação de que:
Essa informação deverá ser – se o segurado, seu representante legal, ou seu corretor de segu-
inserida, necessariamente, em ros fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam
todo e qualquer material de influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio, ficará preju-
comercialização e propaganda dicado o direito à indenização, além de estar o segurado obrigado
utilizado pela seguradora. ao pagamento do prêmio vencido;

– a aceitação do seguro estará sujeita à análise do risco;

– o registro do plano na SUSEP não implica, por parte da SUSEP,


incentivo ou recomendação à sua comercialização.

– o segurado poderá consultar a situação cadastral de seu corretor


de seguros, no site www.susep.gov.br, utilizando-se do número
de registro profissional na SUSEP, nome completo, CNPJ ou CPF.

SEGUROS DE PESSOAS 26
UNIDADE 2

— Apólice
Após receber a proposta de contratação, a seguradora emite a apólice,
assinada por um representante legal da seguradora, que é o documento
que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo proponente, nos
planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos coletivos.

— Bilhete de Seguro
Documento jurídico emitido pela seguradora que dispensa a obrigato­
riedade da proposta e substitui a apólice. É utilizado para agilizar a contra-
tação de determinada modalidade de seguro.

— Certificado Individual
O certificado individual é o documento destinado ao segurado, emitido pela
seguradora no caso de contratação coletiva, quando da aceitação do pro-
ponente, das renovações do seguro e nas alterações de valores do capital
segurado ou do prêmio. Seu envio aos segurados é obrigatório, não se apli-
cando apenas nos casos de seguros de pessoas com capital global.

A mesma regulamentação estabelece ainda que:

■ deverão constar da proposta de contratação (no caso de planos


individuais) ou da proposta de adesão (no caso de planos coleti-
vos) e da respectiva apólice os valores do prêmio à vista e, quando
for o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas,
ambos expressos em moeda nacional, além da taxa de juros remu-
neratórios pactuada, do número de parcelas, sua periodicidade e
os juros de mora ou outros acréscimos legalmente previstos;
■ o início e o final da vigência das coberturas contratadas deverão
ser especificados na apólice, no certificado individual e nas pro-
postas de contratação e de adesão;
■ para os seguros que não tenham cobertura vitalícia, deverá constar
em destaque, na proposta de contratação, na proposta de adesão, na
apólice e do certificado individual, a seguinte informação: “Este segu-
ro é por prazo determinado, tendo a seguradora a faculdade de não
renovar a apólice na data de vencimento, sem devolução dos prêmios
pagos nos termos da apólice”.

SEGUROS DE PESSOAS 27
UNIDADE 2

PERÍODO DE COBERTURA
O período de cobertura é aquele durante o qual o segurado ou os benefi-
Exemplo ciários, quando for o caso, farão jus aos capitais segurados contratados. O
período de cobertura pode ser temporário ou vitalício.
Um plano de seguros de
pessoas com cobertura de Período de cobertura temporário é aquele em que o pagamento do capi-
morte por qualquer causa tal segurado somente será feito se o evento ocorrer dentro de período
pode ter um período de perfeitamente determinado no contrato.
cobertura temporário ou Período de cobertura vitalício é aquele em que o pagamento do capital
vitalício. No primeiro caso, segurado será feito quando ocorrer o evento, a qualquer tempo.
os beneficiários somente
receberão o capital segurado
se a morte do segurado
ocorrer dentro de período
perfeitamente determinado CÁLCULO DO PRÊMIO
no contrato, enquanto no
segundo caso, o capital
segurado será pago quando O valor do prêmio é fundamental para a manutenção dos níveis de equilí-
ocorrer a morte do segurado, a brio das apólices.
qualquer tempo.
Seu cálculo leva em consideração o perfil do proponente ou do segurado,
bem como da cobertura contratada.

É da junção desses dois fatores que os subscritores, após analisar a massa


segurada nos casos de contratação coletiva, precificam o valor do prêmio.

Nesse sentido, é importantíssimo que sejam analisadas a idade do propo-


nente/segurado, em paralelo com seu perfil médico, componentes heredi-
tários, esportes praticados, estilo de vida (profissão, sedentarismo, tabagis-
mo, obesidade) e doenças preexistentes.

Tal análise deve ser acrescida por aquela das coberturas contratadas, já
que o subscritor terá que levar em consideração a junção das caracterís-
ticas pessoais do proponente/segurado com as coberturas pretendidas,
para poder fixar o valor do prêmio. Exemplo: se o proponente pretende
a ­contratação de uma cobertura de acidentes pessoais e, em seu perfil,
consta que ele pratica salto de paraquedas, a fixação do valor do prêmio
levará em consideração essa junção do perfil com a cobertura contratada
gerando, possivelmente, um prêmio agravado.

Dessa forma, podemos dizer que a fixação do valor do prêmio influen-


cia, sobremodo, os custos da apólice e, consequentemente, a comissão
de ­corretagem da renovação, a distribuição do Excedente Técnico e a
manutenção do relacionamento das partes envolvidas na contratação.

SEGUROS DE PESSOAS 28
UNIDADE 2

Nas contratações de planos coletivos, o primeiro passo para o cálculo do


prêmio é calcular a taxa pura. Essa taxa pode ser única para todo o grupo
segurado ou diferenciada por idade ou faixa etária. Ela é chamada de
“pura” porque não considera os carregamentos para custeios comerciais
e administrativos, apenas o risco.

Atenção
É importante que fique claro para o segurado que, além da atualização monetária, o
valor dos prêmios sofrerá acréscimo anualmente, em decorrência da mudança de idade
do segurado. Sofrerá acréscimo também em consequência do aumento do risco, com a
finalidade de manter o equilíbrio atuarial, financeiro e econômico do plano.
Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária, deverá ser estabeleci-
do, nas condições gerais, que os prêmios serão alterados de acordo com a faixa etária
do segurado.
Nos planos contratados de forma coletiva, o modo como os prêmios serão alterados de
acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais, deverão
constar das condições contratuais e ser disponibilizados aos proponentes quando da
adesão ao seguro. No caso dos planos contratados de forma individual, deverá constar
das condições gerais, um item estabelecendo a forma como os prêmios serão altera-
dos de acordo com a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais.
A nova regulamentação, diferentemente da anterior, não estabelece mais as taxas para
as coberturas, devendo a nota técnica atuarial especificá-las.

COBERTURAS
Os planos podem oferecer, juntos ou separadamente, as coberturas deta-
lhadas a seguir.

— Morte (Natural ou Acidental)


O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento do capital segurado
ao beneficiário em caso de morte do segurado principal, tanto por causas
naturais como acidentais.

SEGUROS DE PESSOAS 29
UNIDADE 2

Importante
A denominação do plano de seguro, incluindo o nome fantasia dos planos de seguros
comercializados, se utilizado, não poderá induzir os segurados a erro quanto à abran-
gência das coberturas oferecidas.
As sociedades seguradoras são responsáveis direta ou indiretamente pelas informa-
ções e serviços prestados por seus intermediários e por todos aqueles que comerciali-
zarem seus produtos.
A garantia de morte para os segurados menores de 14 anos destina-se ao reembolso
das despesas com funeral, devidamente comprovadas.
As condições contratuais poderão prever coberturas relativas a diferentes ramos de se-
guros, observadas as regulamentações específicas de cada ramo e a regulamentação
específica sobre contabilização em ramos.

— Invalidez Laborativa Permanente


Total por Doença (ILPD)
O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em
caso de invalidez laborativa permanente total, consequente de doença.

A invalidez laborativa permanente total por doença é aquela para a qual


não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os recursos tera-
pêuticos disponíveis no momento de sua constatação, para a atividade
laborativa principal do segurado, ou seja, para aquela pela qual o segurado
obteve maior renda dentro de determinado exercício anual, definido nas
condições contratuais.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos


dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal
atestada por profissional legalmente habilitado.

Não podem figurar como segurados dessa cobertura as pessoas que


não exerçam qualquer atividade laborativa, sendo vedado o oferecimento
e a cobrança de prêmio para o seu custeio, por parte da seguradora.

Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização deve ser


paga de uma só vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em
prestações mensais, iguais e sucessivas, conforme acordado entre as partes.

SEGUROS DE PESSOAS 30
UNIDADE 2

Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga


sob a forma de renda, o segurado poderá ser automaticamente excluído
da apólice, conforme a estruturação técnica do plano, com a consequente
devolução de valores eventualmente pagos após a constatação da invali-
dez, devidamente atualizados nos termos da regulamentação específica.

No caso de o segurado não ser excluído da apólice, se o estado de inva-


lidez laborativa cessar antes do término do pagamento da renda contra-
tada, o valor do capital segurado da cobertura de ILPD será reintegrado.

Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga


sob a forma de renda, caso o segurado permaneça na apólice, o valor do
prêmio deverá ser ajustado, de acordo com as coberturas remanescentes,
a partir da respectiva data de pagamento da indenização.

— Invalidez Funcional Permanente


Total por Doença (IFPD)
O objetivo desta cobertura é garantir o pagamento de indenização em
Atenção caso de invalidez funcional permanente total, consequente de doença que
cause a perda da existência independente do segurado.
É vedado o oferecimento
de cobertura em que o É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrên-
pagamento da indenização cia de quadro clínico incapacitante que inviabilize de forma irreversível o
esteja condicionado à pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado na
impossibilidade do exercício, forma definida nas condições gerais ou especiais do seguro.
pelo segurado, de toda e
Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos para os efei-
qualquer atividade laborativa.
tos dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal,
atestada por profissional legalmente habilitado.

A forma e a periodicidade de pagamento da indenização seguem os


mesmos critérios da garantia de invalidez laborativa permanente total
por doença.

Importante
Os casos de invalidez permanente por doença, previstos nas coberturas apresentadas
anteriormente, devem ser comprovados pela apresentação de declaração médica.
A aposentadoria por invalidez concedida por instituições oficiais de previdência ou
assemelhadas não caracteriza por si só o estado de invalidez permanente.

SEGUROS DE PESSOAS 31
UNIDADE 2

— Doenças Graves
Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização
em decorrência do diagnóstico de doenças devidamente especificadas
e caracterizadas nas condições gerais ou especiais do plano de seguro
Observação como “graves”, sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capi-
tal segurado com base nas despesas médicas e hospitalares incorridas
A Circular 667, de julho de 2022, pelo segurado para o tratamento da doença.
desobrigou as seguradoras de

— Acidentes Pessoais
seguirem o conceito usual de
acidentes pessoais. No entanto,
as companhias, em seu dia a
As coberturas relacionadas a acidentes pessoais, normalmente incluídas
dia, ainda utilizam o conceito
nos planos de Seguro de Acidentes Pessoais, têm por objetivo garantir aos
tradicional, a saber:
beneficiários do segurado ou a ele próprio o pagamento de uma indeniza-
Acidente pessoal é o ção, caso venha a falecer ou se tornar inválido em decorrência de acidente
evento com data caracterizada, pessoal ou, ainda, tenha a necessidade de se submeter a tratamento médi-
exclusivo e diretamente externo, co em função de acidente.
súbito, involuntário, violento e
causador de lesão física, que, Incluem-se no conceito de acidente pessoal os danos físicos decorrentes de:
por si só e independentemente ■ ação da temperatura do ambiente ou influência atmosférica, quando
de toda e qualquer outra causa,
a elas o segurado ficar sujeito, em decorrência de acidente coberto;
tenha como consequência
direta a morte ou a invalidez ■ escapamento acidental de gases e vapores;
permanente, total ou parcial, ■ sequestros e tentativas de sequestros;
do segurado ou que torne
necessário tratamento médico.
■ alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral, de ori-
gem traumática, causadas, exclusivamente, por fraturas ou luxa-
ções, radiologicamente comprovadas.
Nas situações em que está prevista a indenização por suicídio, esta deverá
ocorrer como acidente pessoal e não como morte natural.

Estão excluídos do conceito de acidentes pessoais:

■ doenças, incluídas as profissionais, quaisquer que sejam suas cau-


sas, ainda que provocadas, desencadeadas ou agravadas, direta
ou indiretamente por acidente, ressalvadas as infecções, os esta-
dos septicêmicos e as embolias resultantes de ferimento visível
causado em decorrência de acidente coberto;
■ intercorrências ou complicações consequentes da realização de
exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos, quando não decorren-
tes de acidente coberto;
■ lesões decorrentes, dependentes, predispostas ou facilitadas por
esforços repetitivos ou microtraumas cumulativos, ou que tenham
relação de causa e efeito com eles, assim como as lesões ­classificadas
como: Lesão por Esforços Repetitivos – LER, Doenças Osteomuscula-

SEGUROS DE PESSOAS 32
UNIDADE 2

res Relacionadas ao Trabalho – DORT, Lesão por Trauma Continuado


ou Contínuo – LTC ou similares que venham a ser aceitas pela classe
médico-científica bem como suas consequências pós-tratamentos,
inclusive cirúrgicos, em qualquer tempo;
■ situações reconhecidas por instituições oficiais de previdência ou
assemelhadas como “invalidez acidentária”, nas quais o evento
causador da lesão não se enquadre integralmente na caracteriza-
ção de invalidez por acidente pessoal.

Exemplo
As situações descritas, a seguir, evidenciam riscos cobertos, ou seja, apresentam casos
que dão direito à cobertura de Acidentes Pessoais:
1) um segurado sofre um grave acidente que o impossibilita de se locomover em busca
de socorro. Se as condições meteorológicas forem adversas, como chuva e frio, ficando
o segurado por muito tempo exposto até ser socorrido e, em decorrência disso, contrair
pneumonia que lhe venha a ser fatal, esse evento terá cobertura, visto ter sido motiva-
do por traumatismos que impediram sua mobilidade;
2) um segurado sofre um atropelamento e, em consequência desse acidente, tem um
braço amputado;
3) um segurado é vítima de assalto, ocasião em que é ferido. O ferimento gera séria infecção.

Morte Acidental
Esta cobertura tem por objetivo garantir aos beneficiários designados pelo
segurado o pagamento de indenização específica, caso o falecimento do
segurado tenha sido ocasionado por acidente pessoal coberto.

Invalidez Permanente Total


ou Parcial por Acidente (IPA)
Esta cobertura tem por objetivo garantir ao próprio segurado o paga-
mento de uma indenização referente à perda, redução ou impotência
funcional definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, ocasionada
por acidente coberto.

SEGUROS DE PESSOAS 33
UNIDADE 2

Atenção
As indenizações por morte ou invalidez permanente total ou parcial por acidente,
geralmente, são pagas de uma só vez, podendo haver a opção expressa, do segurado,
pela transformação da indenização em renda.
Na hipótese de indenização sob a forma de renda, a taxa de juros deve observar o
limite máximo de 6% a.a. ou sua equivalente efetiva mensal.
As indenizações pagáveis por morte e por invalidez permanente total ou parcial por aci-
dente não são cumulativas. Dessa forma, se o segurado receber indenização por invali-
dez decorrente de acidente e, mais tarde, vier a falecer em função do mesmo acidente, a
indenização recebida pela invalidez será deduzida daquela que lhe é devida por morte.
A indenização paga por invalidez permanente total ou parcial por acidente é devida ao
próprio segurado, quando caracterizada sua invalidez. Após a conclusão do tratamento,
ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para sua recuperação, e constatada
e avaliada a invalidez permanente quando da alta médica definitiva, a seguradora deve
pagar a respectiva indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas con-
dições gerais ou especiais do seguro.

Não ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesa-


do, a indenização por perda parcial é calculada pela aplicação, à porcenta-
gem prevista no plano para sua perda total, do grau de redução funcional
apresentado.

A tabela para o cálculo da indenização da cobertura de IPA, usualmente


utilizada pelo mercado, consta dos Anexos deste manual.

SEGUROS DE PESSOAS 34
UNIDADE 2

Atenção
Quando a indicação médica sobre a extensão das lesões for estabelecida em termos de grau
máximo, médio ou mínimo, sem a indicação exata do grau de redução funcional apresentado,
a indenização será calculada, respectivamente, com base nas seguintes percentagens:
■ Grau máximo: 75% dos percentuais constantes da tabela.
■ Grau médio: 50% dos percentuais constantes da tabela.
■ Grau mínimo: 25% dos percentuais constantes da tabela.

Exemplo:
Um segurado contratou uma cobertura de Acidentes Pessoais com capital de R$
100.000,00 na garantia de IPA (Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente) e
sofreu um acidente que lhe atinge um dos pés. Segundo a indicação médica, trata-se
de uma lesão de grau mínimo.
Supondo-se que a tabela constante dos Anexos tenha sido utilizada, verifica-se que a
porcentagem para a perda total do uso de um dos pés é de 50% da importância segu-
rada. Todavia, como o médico indicou que o grau da lesão foi mínimo, ele só terá direito
a 25% desse R$ 50.000,00. Dessa forma, sua indenização será de R$ 12.500,00.

Exemplo São ainda procedimentos relativos à invalidez permanente total ou parcial


por acidente:
Em um mesmo acidente pessoal, ■ nos casos cuja especificação não consta da tabela, a indenização
um segurado sofreu perda total
deve ser estabelecida, levando em consideração a diminuição per-
do uso de uma das mãos e
manente da capacidade física do segurado, sem que a sua profis-
perda total da visão de ambos os
são tenha qualquer peso nesta aferição;
olhos. Considerando-se que ele
contratou um seguro com garantia ■ se mais de um órgão ou membro for lesionado no mesmo aci-
básica (IPA) de R$ 100.000,00, dente, a indenização será determinada pela soma dos percen-
contendo a Tabela de Indenização tuais respectivos constantes da tabela. A indenização resultan-
apresentada no Anexo, verificamos te não poderá, em qualquer hipótese, ser superior a 100% do
que ele teria direito à seguinte capital segurado para a garantia.
indenização: 60% do capital
segurado pela perda da mão
■ quando membros ou órgãos não forem íntegros ou inteiramen-
(R$ 60.000,00) e 100% do capital te funcionais antes do acidente, a indenização será estabelecida
segurado pela perda da visão de deduzindo-se, da porcentagem indicada na tabela, a porcentagem
ambos os olhos (R$ 100.000,00). correspondente à invalidez preexistente;

Logo, a indenização total seria de ■ os danos de natureza estética, ou seja, aqueles que apenas afetam
R$ 160.000,00. a aparência do segurado, sem implicarem perda ou redução da
funcionalidade das partes afetadas, estão excluídos da cobertu-
Todavia, como o máximo a ser
ra de invalidez permanente assim como a perda de dentes;
pago num mesmo acidente é 100%
do capital da garantia contratada, o ■ a invalidez permanente indenizável deve sempre ser comprovada
segurado receberá R$ 100.000,00. mediante a apresentação de laudo médico detalhado à seguradora;

SEGUROS DE PESSOAS 35
UNIDADE 2

Saiba mais
No caso de divergências sobre a causa, natureza ou extensão de lesões, bem como
sobre a avaliação da incapacidade relacionada ao segurado, a seguradora deverá
propor ao segurado, por meio de correspondência escrita, dentro do prazo de 15
dias, a contar da data da contestação, a constituição de junta médica. Essa junta será
formada por três membros, sendo um nomeado pela seguradora, outro pelo segurado
e um terceiro, desempatador, escolhido pelos dois nomeados. Cada uma das partes
pagará os honorários do médico que tiver designado; os do terceiro serão pagos, em
partes iguais, pelo segurado e pela seguradora. O prazo para a constituição da junta
médica será de, no máximo, 15 dias a contar da data da indicação do membro
nomeado pelo segurado.

Despesas Médicas, Hospitalares


e Odontológicas (DMHO)
Esta cobertura tem por objetivo garantir o reembolso, limitado ao capital
segurado, das despesas efetuadas pelo segurado para o tratamento das
consequências de acidente coberto, iniciado sob orientação médica, nos
30 primeiros dias contados da data do acidente. Ela cobre as despesas
médicas e dentárias, assim como os custos de diárias hospitalares que, a
critério médico, sejam necessárias à recuperação do segurado.

Cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores dos serviços


Importante ­médico-hospitalares e odontológicos, desde que legalmente habilitados.

Não estão abrangidas as As seguradoras estão autorizadas a estabelecer acordos ou convênios


despesas decorrentes de: com prestadores de serviços médico-hospitalares e odontológicos, a fim
de facilitar a prestação da assistência ao segurado, mas preservando sem-
- acompanhantes;
pre a livre escolha que esse segurado venha a fazer fora daquela rede.
- estados de convalescença
(após o recebimento da alta É possível a contratação da cláusula prevendo franquia dedutível do total a
médica); reembolsar, com redução da taxa.

- aparelhos referentes a ■ Franquia – valor previsto na apólice com o qual o segurado parti-
órteses de qualquer natureza cipará em caso de sinistro.
e a próteses de caráter ■ Franquia dedutível – tipo de franquia mais utilizado, cujo valor é
permanente, excetuadas deduzido de todos os prejuízos.
as próteses pela perda de
dentes naturais. Para fins de ressarcimento, parcial ou total, das despesas médico-hospita-
lares efetuadas, são exigidos comprovantes originais e relatórios do médi-
co assistente ou do dentista.

São ressarcidas, também, as despesas cobertas efetuadas no exterior.


Nesse caso, o ressarcimento toma como base o câmbio oficial de venda

SEGUROS DE PESSOAS 36
UNIDADE 2

da moeda estrangeira na data do efetivo pagamento realizado pelo segu-


rado. A conversão à moeda nacional é atualizada monetariamente, pela
seguradora, quando da liquidação do sinistro.

Importante
As coberturas relacionadas a acidentes pessoais podem ser oferecidas em um plano
de seguro de acidentes pessoais ou em qualquer outro plano de seguros de pessoas
como, por exemplo, o seguro de vida em grupo.
Um plano de seguros de pessoas bastante comum no mercado é o seguro viagem,
que tem por objetivo garantir aos segurados, durante o período de viagem previamente
determinado, o pagamento de indenização quando da ocorrência de riscos previstos e
cobertos nos termos das condições gerais e especiais contratadas.
Entretanto, deve-se observar que esse tipo de seguro deve oferecer, no mínimo, as cober-
turas básicas de morte acidental ou de invalidez permanente total ou parcial por acidente.
Além disso, outras coberturas poderão ser oferecidas no seguro viagem, desde que estejam
relacionadas a viagens. Um exemplo seria a indenização referente à perda de bagagem.

— Diárias por Incapacidade (DI)


Esta cobertura consiste no pagamento de diárias a partir da caracterização
da impossibilidade contínua e ininterrupta de o segurado exercer a sua
profissão ou ocupação.

O pagamento das diárias ocorrerá durante o período em que o segura-


do se encontrar sob tratamento, sendo efetuado a partir do 1º dia após o
período de franquia de, no máximo, 15 dias.

Geralmente, é oferecido o limite máximo de 360 diárias por período con-


tratual. Esse limite também é o máximo pagável por um mesmo evento.

O valor do capital segurado pode ser definido em forma de diárias de inde-


nização ou ainda por meio de pagamento único.

— Diárias por Internação


Hospitalar (DIH)
Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização pro-
porcional ao período de internação do segurado, observados o período de
franquia e o limite contratual máximo por evento, fixados nas condições
gerais ou especiais.

SEGUROS DE PESSOAS 37
UNIDADE 2

O período de franquia deve ser, no máximo, de 15 dias a contar da data


do evento. E o valor do capital segurado poderá ser estabelecido sob a
forma de diária ou pagamento único, independentemente das despesas
efetuadas pelo segurado.

Importante
As coberturas de Diárias por Incapacidade (DI) e Diárias por Internação Hospitalar (DIH)
podem ser decorrentes de acidente pessoal ou não. A abrangência dessas cobertu-
ras é determinada pela seguradora nas condições gerais do plano.

— Perda de Renda
Esta cobertura garante o pagamento de indenização em caso de perda de
emprego.

Deverão ser observados os critérios estabelecidos no plano tais como:


tempo mínimo de carteira profissional assinada, tempo mínimo no último
emprego, motivos de demissão, entre outros.

— Perda De Certificado De
Habilitação De Voo (PCHV)
Esta cobertura foi criada, especialmente, para profissionais de aviação.
Garante uma indenização ao segurado, na hipótese da perda definitiva
do Certificado de Habilitação Técnica de Voo, decorrente de acidente ou
doença durante a vigência do seguro.

— Auxílio-Funeral
Esta cobertura garante o reembolso das despesas com o funeral até o
limite do capital segurado.

É importante destacar que, ainda que a seguradora ofereça a alternativa


de prestação de serviços, é garantida a livre escolha dos prestadores de
serviço pelos beneficiários, com o respectivo reembolso das despesas
efetuadas.

SEGUROS DE PESSOAS 38
UNIDADE 2

Atenção
Você sabe qual é a diferença entre o Seguro Auxílio-Funeral e a Assistência Funeral?
O Seguro Auxílio-Funeral é uma modalidade do Seguros de Pessoas. Portanto, todas as
seguradoras autorizadas a operar no Ramo Vida podem comercializar essa cobertura,
desde que incluída em algum plano devidamente protocolado na SUSEP.
A cobertura de Auxílio-Funeral, geralmente com capital segurado de baixo valor, tem
por objetivo reembolsar os gastos referentes ao funeral no caso de morte do segurado.
Sua caracterização como seguro está condicionada à livre escolha dos prestado-
res de serviços, com cobrança de prêmio e constituição de provisão.
De forma distinta, a Assistência Funeral é tratada como um serviço complementar ao
contrato de seguro, não havendo direito à livre escolha, ou seja, o segurado fica limita-
do aos prestadores de serviço indicados pela seguradora.
Nesse caso, deve ser observado que:
1) os serviços não podem ser prestados diretamente pela seguradora;
2) os serviços terão seus regulamentos previstos em documento próprio, apartado das
condições contratuais do seguro;
3) quando cobrado do segurado, o pagamento dos serviços deverá estar discriminado
em apartado ao prêmio de seguro;
4) o regulamento não poderá prever o pagamento em espécie ou reembolso ao segurado.

SEGURO
EDUCACIONAL
O seguro educacional visa auxiliar o custeio das despesas com a educa-
ção do beneficiário, em razão da ocorrência dos eventos cobertos.

O seguro educacional deverá conter condições gerais elaboradas espe-


cialmente para o produto, em que o beneficiário das indenizações poderá
ser tanto o educando quanto a instituição de ensino, conforme estabeleci-
do nas condições gerais citadas.

Nos seguros contributários, deverá ser garantida a possibilidade de substi-


tuição do estabelecimento de ensino que recebe diretamente a indenização.

O plano de seguro educacional poderá ser estruturado com quaisquer


coberturas de risco.

SEGUROS DE PESSOAS 39
UNIDADE 2

Atenção
O capital segurado deve ser estabelecido para auxiliar o pagamento das mensalidades.
E as condições contratuais deverão explicitar, de forma clara, as eventuais consequên-
cias decorrentes da possibilidade de descasamento entre os critérios de atualização das
mensalidades escolares e do capital segurado.

Importante
Considerando que existe a possibilidade de diferenciação nos critérios de atualização
das mensalidades escolares e do capital segurado, deverá ser observado que o capital
segurado pode não ser suficiente para quitar integralmente as mensalidades. Por esse
motivo, é vedada a utilização da terminologia “garantia de custeio educacional” na
designação do Seguro Educacional.
Além disso, deve ficar claro que não se incluem, na modalidade educacional, os segu-
ros de acidentes pessoais que visem, exclusivamente, à cobertura de acidentes dos
educandos durante a permanência no estabelecimento de ensino ou em seu trajeto.

SEGURO PRESTAMISTA
O Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestações ou a quitação do
saldo devedor da compra de bens adquiridos pelo segurado ou da tomada
de empréstimos por ele realizada. Esse seguro se configura como uma pro-
teção financeira para empresas que vendem a crédito bem como ao segura-
do que fica livre da responsabilidade em caso de sinistro. Por essa razão, a
apólice deve especificar a obrigação à qual o seguro está vinculado.

O valor da cobertura pode ser fixo ou variar de acordo com parâmetros


objetivos relacionados à obrigação a que o seguro está atrelado. Já a
vigência não pode superar o prazo da obrigação a que o seguro está vin-
culado, quando houver data de término.

SEGUROS DE PESSOAS 40
UNIDADE 2

Nos Seguros Prestamistas, o primeiro beneficiário será sempre o esti-


pulante, pelo valor do saldo da dívida ou do compromisso, devendo a
diferença que ultrapassá-lo, quando for o caso, ser paga ao beneficiário
indicado pelo segurado, aos herdeiros legais ou ao próprio segurado, no
caso de invalidez.

O seguro prestamista também pode ser contratado para obrigações


assumidas por pessoas jurídicas de direito privado, desde que haja rela-
ção direta entre os riscos cobertos e a capacidade de a pessoa jurídica
honrar o pagamento do valor referente à obrigação em caso de sinistro.
Nesse caso, o seguro deve ser feito sobre a vida de um ou mais sócios,
titulares, instituidores, administradores ou empresários.

É comum a contratação dos seguros prestamistas contendo as coberturas


de Morte, Invalidez por Acidente e/ou Doença. Eventualmente, a cobertura
de Perda de Renda também pode ser contratada. Essa última cobertura
eleva significativamente os prêmios do seguro.

SEGUROS COLETIVOS
E COBERTURAS PARA
SEGURADOS DEPENDENTES
Nos seguros coletivos, o segurado titular é aquele que mantém o vínculo
direto com o estipulante. Como exemplo, podemos citar o funcionário da
empresa que contratou apólice. Neste caso, o segurado titular é o funcioná-
rio e a empresa é o estipulante. Alguns planos de seguros coletivos podem
também prever a cobertura para os segurados dependentes do titular.

Podem ser admitidos como segurados, desde que previsto no plano e


contratados pelo estipulante: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os
enteados e os menores, considerados dependentes econômicos do com-
ponente principal do grupo, bem como outros membros da família.

As duas cláusulas que permitem a inclusão de coberturas para os compo-


nentes dependentes são: cláusula suplementar de inclusão de cônjuge
e cláusula suplementar de inclusão de filhos.

SEGUROS DE PESSOAS 41
UNIDADE 2

A cláusula suplementar de inclusão de cônjuge define a inclusão no plano dos


cônjuges dos segurados principais, que pode ser feita das seguintes formas:

■ automática – quando abranger os cônjuges de todos os segura-


dos principais;
■ facultativa – quando abranger os cônjuges dos segurados princi-
pais que assim o autorizarem.
Equiparam-se aos cônjuges os companheiros dos segurados principais,
se, ao tempo do contrato, o segurado era separado judicialmente ou já se
encontrava separado de fato. O capital segurado do cônjuge e dos filhos
não pode ser superior a 100% do capital segurado do respectivo segura-
do principal. A cláusula suplementar de inclusão de filhos define a inclu-
são no plano dos filhos do segurado principal e/ou do cônjuge segurado
pela cláusula suplementar de inclusão de cônjuge, que pode ser feita das
seguintes formas:

■ automática – quando abranger os filhos de todos os segurados


principais ou dos cônjuges segurados;
■ facultativa – quando abranger os filhos dos segurados principais
ou dos cônjuges segurados que assim o autorizarem.
Para os menores de 14 anos é permitido, exclusivamente, o oferecimento e
a contratação de coberturas relacionadas ao reembolso de despesas, seja
na condição de segurado principal ou de dependente.

Equiparam-se aos filhos os enteados e os menores considerados depen-


dentes econômicos do segurado principal.

Nos planos coletivos, quando ambos os cônjuges forem segurados princi-


pais do mesmo grupo segurado, os filhos poderão ser incluídos, uma única
vez, como dependentes daquele de maior capital segurado, sendo este
denominado como “segurado principal” para efeito da cláusula.

O capital segurado dos filhos não pode ser superior a 100% do capital
segurado do respectivo segurado principal.

Na hipótese de morte simultânea (comoriência) do segurado principal e


do(s) segurado(s) dependente(s), os capitais segurados referentes às
coberturas dos segurados, principal e dependente(s), deverão ser pagos
aos respectivos beneficiários indicados ou, na ausência destes, aos her-
deiros legais dos segurados.

Atenção
O critério para fixação do capital segurado da cláusula suplementar de inclusão de côn-
juge e da cláusula suplementar de inclusão de filhos deve ser estabelecido na respecti-
va cláusula ou nas condições especiais do plano de Seguros de Pessoas.

SEGUROS DE PESSOAS 42
UNIDADE 2

REGRAS ESPECÍFICAS
PARA SEGUROS DE VIGILANTES
Nos casos dos seguros para a atividade específica de vigilantes, deve ser
contratada, no mínimo, a cobertura de morte por causas naturais e aciden-
tais, observando-se os termos da convenção coletiva específica para defi-
nição dos capitais segurados mínimos por vigilante e por cobertura. Outras
coberturas poderão ser incluídas no seguro, a critério das partes contratan-
tes, observadas as regulamentações vigentes.

REGRAS ESPECÍFICAS
PARA SEGUROS DE ACIDENTES
PESSOAIS DE PASSAGEIROS
Nos casos dos seguros para passageiros, se contratados dentro do ramo de
seguro de pessoas, essa garantia deve obedecer às seguintes premissas:

I. Não identificação prévia da identidade das pessoas naturais


expostas aos riscos segurados;
II. Vinculação das coberturas a riscos relacionados à utilização do
meio de transporte indicado na apólice, certificado ou bilhete de
seguro.
Nessa situação, é dispensado o preenchimento de proposta por parte dos
segurados, devendo ser observados os requisitos de formalização da con-
tratação do seguro. Em caso de indenização relativa à morte acidental, os
beneficiários serão aqueles especificados no Código Civil vigente.

CAPITAL SEGURADO
Entende-se como capital segurado o valor máximo, vigente na data do
evento para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado pela segu-
radora, no caso de ocorrência de sinistro coberto pela apólice.

Nos planos coletivos, para cada grupo pode haver uma ou mais classes de
capitais segurados, devendo a respectiva escala ser fixada em função de
fatores objetivos como:

SEGUROS DE PESSOAS 43
UNIDADE 2

■ uniforme – os capitais segurados são iguais para todos os compo-


nentes do grupo segurado;
■ múltiplo salarial – os capitais segurados são múltiplos do salário
do componente principal;
■ escalonado – os capitais segurados acompanham um determinado
critério preestabelecido em função da idade e do salário, por exemplo;
■ global – os capitais segurados referentes a cada componente sofrem
variações decorrentes de mudanças na composição do grupo segurado.
O capital segurado para a cobertura de despesas médicas, hospitalares e
odontológicas representa o limite máximo de reembolso pelo mesmo evento.

No caso de invalidez parcial por acidente, a reintegração do capital segurado é


automática após cada sinistro, geralmente sem cobrança de prêmio adicional.

Se após o pagamento da indenização por invalidez permanente por acidente,


for verificada a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a
importância já paga por invalidez permanente deverá ser deduzida do valor
do capital segurado por morte, se esta cobertura tiver sido contratada.

Nos seguros em que o segurado for responsável pelo custeio do plano, total
ou parcialmente, será vedada a redução, por parte da seguradora, do valor do
capital segurado contratado sem a devida solicitação expressa do segurado.

Exemplo
Um segurado tem um capital segurado de R$ 100.000,00 e sofre um acidente, em que
perde totalmente o uso de uma das mãos, recebendo 60% de indenização. Seu capital
segurado, no entanto, é reintegrado, ou seja, volta a ser de R$ 100.000,00. Se tiver
novo acidente, terá direito à nova indenização.
A reintegração se dá porque cada acidente é um evento aleatório, independente do
anterior. Todavia, se for comprovada a Invalidez Permanente Total, não há reinte-
gração. A indenização é paga e o segurado é excluído do grupo.

Importante
Considera-se como data do evento, para efeito de determinação do capital segurado,
quando da liquidação dos sinistros:
1) para as coberturas de acidentes pessoais: a data do acidente;
2) para a cobertura de risco por invalidez, não consequente de acidente: a data indica-
da na declaração médica;
3) para as demais coberturas de risco: a data da ocorrência do evento coberto, conforme
definido nas condições gerais ou especiais, ressalvado o disposto nos itens 1 e 2 acima.

SEGUROS DE PESSOAS 44
UNIDADE 2

VIGÊNCIA
O início de vigência é a data a partir da qual as coberturas de risco propos-
Importante tas serão garantidas pela seguradora. A vigência de um plano com cober-
tura de risco é normalmente de um ano, sendo facultada a contratação por
No caso de não renovação da período diferente (dias, meses, anos, vitalício).
apólice coletiva, as condições
contratuais deverão ter sua Deverão ser especificados nas apólices, nos certificados individuais e nas
vigência estendida, pelo propostas o início e o final de vigência das coberturas contratadas, sendo
estipulante e pela seguradora, que o início e o término de vigência ocorrerão sempre às 24 horas das
até a extinção de todos os datas neles indicadas.
riscos cobertos relativos aos
Para as propostas que tenham sido recepcionadas sem pagamento de
prêmios já pagos.
prêmio, o início de vigência da cobertura deverá coincidir com a data de
aceitação da proposta ou com data distinta, desde que expressamente
acordada entre as partes.

Em contrapartida, para as propostas que tenham sido recepcionadas com


adiantamento de valor para futuro pagamento parcial ou total do prêmio, o
início de vigência da cobertura será a partir da data de recepção da proposta
pela seguradora.

CARÊNCIA
Entende-se como prazo de carência o período, contado a partir da data
de início de vigência do seguro ou do aumento do capital segurado ou
da recondução, no caso de suspensão, durante o qual, na ocorrência do
sinistro, o segurado ou os beneficiários não terão direito à percepção dos
capitais segurados contratados.

Os planos com cobertura de risco poderão estabelecer prazo de carência,


devendo ser respeitado o limite máximo de 2 anos.

O prazo de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, não


poderá exceder metade do prazo de vigência previsto pela apólice, no caso
de contratação individual, ou pelo certificado, no caso de contratação coletiva.

A carência poderá, a critério da seguradora, ser reduzida ou substituída por


declaração pessoal de saúde ou de atividade ou exame médico.

O prazo de carência, quando previsto pelo plano de seguro, deverá:

1) no caso de planos individuais: ser fixado na proposta de contra-


tação, condições gerais e nota técnica atuarial;

SEGUROS DE PESSOAS 45
UNIDADE 2

2) no caso de planos coletivos: ser fixado no contrato, na proposta


de contratação e na proposta de adesão, com expressa menção
de sua existência nas condições gerais e na nota técnica atuarial.

O prazo de carência poderá ser aplicado aos aumentos de capital segu-


rado solicitados após o início de vigência, desde que assim conste das
condições gerais.

Importante
Em caso de renovação de apólice, não será iniciado novo prazo de carência.
Para sinistros decorrentes de acidentes pessoais, não poderá ser estabelecido prazo
de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, quando o referido pe-
ríodo corresponderá a dois anos ininterruptos, contados da data de contratação ou de
adesão ao seguro ou ainda de sua recondução depois de suspenso.
No caso de migração de apólices, não será reiniciada a contagem de novo prazo de
carência para segurados já incluídos no seguro pela apólice anterior, em relação às
coberturas e aos respectivos valores já contratados.

CESSAÇÃO
DE COBERTURA
Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura de
cada segurado cessa, automaticamente, ao final do prazo de vigência da
apólice, se esta não for renovada.

Na hipótese de o segurado, seus prepostos ou seus beneficiários agirem


com dolo, fraude ou simulação na contratação do seguro ou durante sua
vigência, ou ainda para obter ou para majorar a indenização, dá-se, auto-
maticamente, a caducidade do seguro, sem restituição dos prêmios, fican-
do a seguradora isenta de qualquer responsabilidade.

Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura do


segurado principal cessa, ainda:

■ com o desaparecimento do vínculo entre o segurado principal e o


estipulante, nos planos coletivos;
■ quando o segurado solicitar sua exclusão da apólice ou quando
deixar de contribuir com sua parte no prêmio.
Além das situações mencionadas acima e de outras, previstas nas condi-
ções gerais ou especiais dos planos, a cobertura de cada segurado depen-
dente cessa:

SEGUROS DE PESSOAS 46
UNIDADE 2

■ se for cancelada a respectiva cláusula suplementar;


■ com o cancelamento do seguro do segurado principal;
■ com a morte do segurado principal;
■ no caso de cessação da condição de dependente;
■ a pedido do segurado principal, na hipótese de inclusão facultativa
do segurado dependente.

PERDA DE DIREITOS
Das condições gerais dos planos, deverá constar que o segurado perderá
o direito à indenização se agravar intencionalmente o risco.

Das condições gerais e da proposta, deverá constar a informação de que se o


segurado, seu representante legal ou seu corretor de seguros fizerem decla-
rações inexatas ou omitirem circunstâncias que possam influir na aceitação
da proposta ou no valor do prêmio, ficará prejudicado o direito à indenização,
além de estar o segurado obrigado ao pagamento do prêmio vencido.

Entretanto, deve ficar claro que se a inexatidão ou a omissão nas declara-


ções não resultar de má-fé do segurado, a seguradora poderá:

1) na hipótese de não ocorrência do sinistro:

■ cancelar o plano, retendo a parcela proporcional ao tempo decor-


rido do prêmio originalmente pactuado;
■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do plano,
cobrando a diferença de prêmio cabível ou restringindo a cober-
tura contratada.
2) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento parcial do
capital segurado:

■ cancelar o seguro, após o pagamento da indenização, retendo a


parcela calculada proporcionalmente ao tempo decorrido do prê-
mio originalmente pactuado, acrescido da diferença cabível;
■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do segu-
ro, cobrando a diferença de prêmio cabível ou deduzindo-a do
valor a ser pago ao segurado ou ao beneficiário, ou restringindo a
cobertura contratada para riscos futuros.
3) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento integral do
capital segurado:

■ cancelar o seguro após o pagamento da indenização, deduzindo a


diferença de prêmio cabível do valor a ser indenizado.

SEGUROS DE PESSOAS 47
UNIDADE 2

Deverá, também, constar das condições gerais do plano de seguro que o


segurado é obrigado a comunicar à seguradora, logo que saiba, qualquer
fato suscetível de agravar o risco coberto, sob pena de perder o direito à
cobertura, se ficar comprovado que silenciou de má-fé.

Nesses casos, a seguradora, desde que o faça nos 15 dias seguintes ao


recebimento do aviso de agravação do risco, poderá dar ciência ao segu-
rado, por escrito, de sua decisão de cancelar o seguro ou, mediante acor-
do entre as partes, restringir a cobertura contratada ou cobrar a diferença
de prêmio cabível, sendo que o cancelamento do plano só será eficaz 30
dias após a notificação, devendo ser restituída a diferença do prêmio, cal-
culada proporcionalmente ao período a decorrer.

CANCELAMENTO E
REABILITAÇÃO DA APÓLICE
O contrato de seguro pode ser rescindido a qualquer tempo mediante
acordo entre as partes contratantes, devendo ser observada, no caso dos
planos coletivos, a anuência prévia e expressa de segurados que repre-
sentem, no mínimo, 3/4 do grupo segurado.

As apólices não podem ser canceladas durante a vigência, pela segurado-


ra, sob a alegação de alteração da natureza dos riscos.

O não pagamento do prêmio por parte do segurado ou estipulante nos


prazos estipulados nas condições contratuais, poderá acarretar o cance-
lamento da apólice ou do certificado individual, a partir do primeiro dia de
vigência do período de cobertura a que se referir a cobrança.

No caso de não ocorrer o cancelamento imediato da apólice ou do certifi-


cado individual, por inadimplência do segurado ou do estipulante, deverá
ser adotada uma das seguintes hipóteses pela seguradora:

■ prazo de tolerância – cobertura dos sinistros ocorridos durante


o período de inadimplência, com a consequente cobrança do prê-
mio devido ou, quando for o caso, seu abatimento da indenização
paga ao(s) beneficiário(s);
■ prazo de suspensão – não cobertura dos sinistros ocorridos
durante o período de inadimplência, sendo vedada a cobrança dos
prêmios referentes a esse período.
Os prazos de tolerância ou suspensão tratados acima deverão estar espe-
cificados nas condições gerais do plano.

SEGUROS DE PESSOAS 48
UNIDADE 2

RENOVAÇÃO DA APÓLICE
A renovação automática do plano, desde que haja previsão expressa em suas
condições gerais, só poderá ocorrer uma única vez e por igual período, devendo
as renovações posteriores serem feitas, obrigatoriamente, de forma expressa.

A renovação automática não se aplica aos segurados, nos planos i­ ndividuais,


e estipulantes, nos planos coletivos, ou à seguradora que comunicarem o
desinteresse na continuidade do plano, mediante aviso prévio de, no míni-
mo, 30 dias que antecedam o final da vigência da apólice.

A renovação expressa poderá ser efetivada quantas vezes se fizer neces-


sária, se realizada pelo estipulante nos seguros coletivos, e desde que não
implique ônus, dever para os segurados ou redução de seus direitos, bem
como pelo próprio segurado, em se tratando de seguros individuais.

Caso haja, na renovação, alteração da apólice que implique ônus, dever


aos segurados ou a redução de seus direitos, deverá haver anuência pré-
via e expressa de, pelo menos, 3/4 do grupo segurado.

A renovação que não implicar em alteração da apólice, com ônus ou deve-


res adicionais para os segurados ou ainda a redução de seus direitos,
poderá ser feita pelo estipulante.

Nas renovações expressas, caso a seguradora não tenha interesse em


renovar a apólice, deverá comunicar aos segurados (nos seguros indivi-
duais) e ao estipulante (nos seguros coletivos), mediante aviso prévio de,
no mínimo, 30 dias que antecedam o final de vigência da apólice.

RISCOS EXCLUÍDOS
Os planos possuem níveis distintos de exclusão. Por esse motivo, é impres-
cindível a leitura atenta das condições gerais do plano a ser contratado.

Na relação dos riscos excluídos, deverão constar os danos causados por


atos ilícitos dolosos praticados pelo segurado, pelo beneficiário ou pelo
representante, de um ou de outro.

Nos seguros contratados por pessoas jurídicas, deverão ser excluídos,


além dos citados acima, os danos causados por atos ilícitos dolosos prati-
cados por seus sócios controladores, dirigentes e administradores, pelos
beneficiários e pelos respectivos representantes.

SEGUROS DE PESSOAS 49
UNIDADE 2

Não pode ser estipulada, entre as partes, cláusula que exclua o suicídio ou
sua tentativa, após os primeiros dois anos de vigência inicial do contrato ou
de sua recondução depois de suspenso.

Caso as condições gerais ou especiais excluam doença preexistente das


coberturas do seguro, esta deverá ser definida como doença de conheci-
mento do segurado e não declarada na proposta de contratação ou, no
caso de contratação coletiva, na proposta de adesão.

Atenção
De acordo com o Código Civil, é vedada a exclusão de morte ou de incapacidade do
segurado quando provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da pres-
tação de serviço militar, da prática de esporte ou de atos de humanidade em auxílio de
outrem.
É permitida a ampliação ou a extensão de cobertura a riscos de acidentes pessoais ex-
cluídos ou não previstos nas disposições normativas, mediante a elaboração de planos
específicos e a cobrança adicional de prêmio, ficando esta emissão condicionada à
aceitação prévia de resseguro, sempre que houver excedente a ressegurar.

Usualmente, não estão cobertos pelo Seguro de Acidentes Pessoais os


riscos decorrentes de:

■ atos ou operações de guerra, com ou sem declaração formal,


guerra química ou bacteriológica, guerra civil, guerrilha, revolução,
agitação, motim, revolta ou outras perturbações da ordem pública
e delas decorrentes, exceto a prestação de serviço militar ou atos
de humanidade em auxílio de outrem;
■ uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a explosão
nuclear, provocada ou não, bem como a contaminação radioativa
ou a exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
■ furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e
outras convulsões da natureza;
■ ato reconhecidamente perigoso que não seja motivado por neces-
sidade justificada, exceto prática de esporte e utilização de meio
de transporte mais arriscado;
■ prática, por parte do segurado, do beneficiário ou do representan-
te legal, de um ou de outro, de atos ilícitos ou contrários à lei;
■ suicídio ou tentativa de suicídio, ocorrida nos primeiros dois anos
contados a partir do início de vigência do seguro, ou de sua recon-
dução depois de suspenso.

SEGUROS DE PESSOAS 50
UNIDADE 2

DISTRIBUIÇÃO DE
EXCEDENTE TÉCNICO
Exclusivamente nos planos coletivos, poderá ser adotada cláusula de exce-
dente técnico estabelecendo as condições de distribuição, ao estipulante
ou aos segurados do grupo, dos resultados técnicos da apólice.

Consideram-se como receitas, para fins de apuração dos resultados técni-


cos, no mínimo:

■ prêmios de competência correspondentes ao período de vigência


da apólice efetivamente pagos;
■ estorno de sinistros computados em períodos anteriores e, defini-
tivamente, não devidos.
São despesas mínimas para fins de apuração dos resultados técnicos:

■ comissões de corretagem pagas durante o período;


■ comissões de administração pagas durante o período;
■ valor total dos sinistros ocorridos em qualquer época e ainda não
considerados até o fim do período de apuração, computando-se
de uma só vez os sinistros com pagamento parcelado;
■ saldos negativos dos períodos anteriores, ainda não compensados;
■ despesas efetivas de administração, acordadas com o estipulante.
As receitas e as despesas devem ser atualizadas monetariamente desde:

■ o respectivo pagamento, para prêmios e comissões;


■ o aviso à seguradora, para os sinistros;
■ a respectiva apuração, para os saldos negativos anteriores;
■ as datas em que incorreram, para as despesas de administração;
■ outras datas estabelecidas na cláusula de excedente técnico, para
receitas ou despesas não previstas no rol mínimo descrito acima.
A apuração do resultado técnico deve ser atualizada, monetariamente,
desde o término do período de apuração determinado no contrato até a
data da distribuição do excedente técnico, destinando-se aos segurados
ou estipulante um percentual do resultado apurado, estabelecido no contrato.

SEGUROS DE PESSOAS 51
UNIDADE 2

A distribuição de excedentes técnicos deve ser realizada após o término


do prazo previsto no contrato, depois de pagas todas as faturas do período
e no prazo máximo de 60 dias a contar da última quitação, vedado qual-
quer adiantamento a título de resultados técnicos.

Nos seguros, parcial ou totalmente contributários, o excedente técnico a


ser distribuído deve ser, respectivamente, proporcional ou integralmente
destinado ao segurado, podendo ainda ser revertido em benefícios ao
grupo segurado, na forma estabelecida na cláusula de excedente técnico.
Nesses casos, deverá ser incluída, no certificado individual, a informação
de que o segurado tem direito ao excedente técnico.

FORMA DE PAGAMENTO
DA INDENIZAÇÃO
A indenização pode ser paga de uma única vez (capital) ou sob a forma de
renda. De modo geral, o critério é estabelecido pelo segurado, na contra-
tação do plano pelo segurado. Entretanto, existe a possibilidade de que
seja dada a opção, ao beneficiário, da escolha do critério, no que diz res-
Atenção peito ao recebimento do capital segurado.

O plano de seguro poderá No que se refere às rendas, elas podem ser pagas nas formas mensal, trimes-
admitir a hipótese de tral, quadrimestral, semestral ou anual, sendo a forma mensal a mais comum.
substituição do pagamento
As rendas, também chamadas de anuidades, designam uma sucessão de
da indenização em dinheiro
pagamentos feitos em intervalos regulares e podem ser classificadas em:
por pagamento em bens
ou serviços, desde que ■ vitalícias – caracterizadas pelo pagamento enquanto o segurado
expressamente solicitada pelo ou beneficiário sobreviver;
segurado ou beneficiários.
■ temporárias – caracterizadas pelo pagamento durante um período
de tempo predeterminado em contrato.
Além dessa classificação, essas rendas ainda podem ser:

■ renda certa – trata-se de uma renda, exclusivamente, financeira,


independentemente da sobrevivência ou não do beneficiário. É
considerada certa porque é paga durante um prazo previamente
acordado e determinado.

SEGUROS DE PESSOAS 52
UNIDADE 2

Exemplo
Suponha um plano com cobertura de morte por qualquer causa, sendo a indenização
paga ao beneficiário indicado pelo segurado por 60 meses (prazo certo).
Dessa forma, o compromisso da seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo se-
gurado a indenização a que este tem direito pelo período de 60 meses. Caso o bene-
ficiário venha a falecer antes de completado o prazo de 60 meses, seus beneficiários
terão direito a continuar a receber a indenização pelo prazo que estiver faltando para
completar o prazo certo. Inexistindo beneficiários remanescentes, a indenização será
paga aos sucessores legítimos, observada a legislação vigente, até o término do prazo
certo contratado. Nesse caso, findos os 60 meses, extingue-se a indenização.

■ renda aleatória – trata-se de uma renda atuarial, pois considera a


probabilidade de morte do beneficiário.

Exemplo
Suponha agora um plano com cobertura de morte natural, sendo a indenização paga
ao beneficiário indicado pelo segurado enquanto estiver vivo.
Dessa forma, o compromisso da seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo se-
gurado a indenização a que este tem direito enquanto ele sobreviver. Quando ocorrer a
morte do beneficiário, o compromisso da seguradora terminará.

É importante destacar que esses contratos têm sua estrutura técnica dife-
renciada. Desse modo, não caberá ao consumidor que contrata um segu-
ro estruturado sob a forma de renda aleatória pleitear cobertura similar
à daqueles que contrataram uma renda certa. Os direitos serão distintos.

Outro aspecto a ser observado é o de que as rendas vitalícias são aleató-


rias (pois não se sabe quando o beneficiário falecerá), enquanto as rendas
temporárias podem ser tanto aleatórias quanto certas.

SEGUROS DE PESSOAS 53
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta


1. Clara tem interesse em contratar um seguro de vida, mas tem dúvidas
quanto à necessidade de contratar um plano com cobertura de risco e/ou
sobrevivência, além de querer conhecer outras características desses
tipos de produto, tais como seus instrumentos contratuais, condições de
rejeição de um proponente etc. Com base nas principais dúvidas de Clara,
o corretor deve explicar que:

(a) As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de P ­ essoas


cujo evento gerador não seja a sobrevivência do segurado a uma data
predeterminada.
(b) A denominação de qualquer plano de Seguro de Vida está condicio-
nada, sempre, ao oferecimento da cobertura por sobrevivência.
(c) Na formalização da contratação de um plano de Seguros de ­Pessoas
com cobertura de risco, são utilizados os seguintes instrumentos con-
tratuais: apólice e certificado individual.
(d) A seguradora pode rejeitar um proponente, de acordo com o Código Civil,
pela única razão de ser portador de deficiência, sem configurar discriminação.
(e) É facultada a inclusão, nas condições contratuais, de cláusula de con-
corrência de apólices.

2. Um cliente conversa com o seu corretor sobre as coberturas do seguro de


vida com cobertura de risco que pretende adquirir. Como ele é um profissio-
nal liberal, está muito interessado em entender sobre as coberturas ligadas
à invalidez disponíveis no mercado. Tendo como base essa d ­ emanda do
cliente, o corretor pode afirmar que:

(a) As coberturas não podem ser divididas em básicas e adicionais.


(b) Os planos não podem oferecer, juntas, as coberturas de morte natural
e diárias de incapacidade temporária.
(c) A invalidez funcional permanente total por doença é aquela para
a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os
recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação,
para a atividade laborativa principal do segurado.
(d) Não podem figurar como segurados da cobertura de invalidez
laborativa permanente por doença as pessoas que não exerçam
qualquer atividade laborativa, sendo vedados o oferecimento e a
cobrança de prêmio para o seu custeio, por parte da seguradora.
(e) Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização
deve ser paga, sempre, sob a forma de renda certa, temporária ou
vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS DE PESSOAS 54
COBERTURA
03 UNIDADE 3

por SOBREVIVÊNCIA

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Assimilar as características técnicas dos planos dotais,
reconhecendo estes planos como exclusivos dos Seguros ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
de Pessoas.
⊲ CARACTERÍSTICAS DA
COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

SEGUROS DE PESSOAS 55
UNIDADE 3

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Esta Unidade aborda as coberturas por sobrevivência que são exclusivas
dos produtos do segmento de seguro de pessoas e que, portanto, não
foram consideradas na disciplina de Previdência Complementar.

CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA
POR SOBREVIVÊNCIA

A cobertura por sobrevivência dos Seguros de Pessoas pode ser oferecida


isoladamente ou em conjunto com a cobertura (ou coberturas) de risco. É
sempre estruturada sob o regime financeiro de capitalização e tem por
finalidade o pagamento do capital segurado, de uma única vez ou sob for-
ma de renda, a pessoas físicas vinculadas ou não a um estipulante.

A cobertura por sobrevivência poderá ser estruturada nas modalidades de


Contribuição Variável e de Benefício Definido, cujas definições foram abor-
dadas na Unidade 1.

No seguro de pessoas, a cobertura por sobrevivência poderá ser contratada


de forma individual ou coletiva. A contratação deverá ser efetivada por meio
de proposta de contratação e, no caso de plano coletivo, a adesão à apólice
pelos proponentes será precedida do preenchimento da respectiva propos-
ta de adesão.

A contratação sob a forma coletiva pelo estipulante, destina-se a grupos de


pessoas que a ela estejam vinculadas de qualquer forma lícita, devendo o
vínculo ser estabelecido em contrato.

SEGUROS DE PESSOAS 56
UNIDADE 3

No caso de contratação coletiva, o plano deverá estar disponível a todos os


componentes do grupo que mantenham vínculo com o estipulante. A adesão
é facultativa, e podem ser admitidos como segurados do plano: o cônjuge, o(a)
companheiro(a), os filhos, os enteados e os menores considerados dependen-
tes econômicos do componente do grupo.

Como falamos no início dessa unidade, a relação dos planos da família


VGBL foram abordados na disciplina de Previdência Complementar, exceto
pelos planos descritos abaixo, que são exclusivos do segmento de seguro
de pessoas:

Dotal Puro
Garante ao segurado, durante o período de diferimento, remu-
neração por meio da contratação de índice de atualização de
­valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua de mortalidade,
sem reversão de resultados financeiros, sendo o capital segurado
pago ao segurado sobrevivente ao término do período de diferi-
mento. É sempre estruturado na modalidade de benefício definido.

Dotal Misto
Garante o pagamento do capital segurado que será pago em fun-
ção da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em
função de sua morte ocorrida durante aquele período, sem rever-
são de resultados financeiros. É sempre estruturado na modalidade
de benefício definido e no regime financeiro de capitalização.

Plano Dotal Misto com Performance


Garante o capital segurado que será pago em função da sobrevi-
vência do segurado ao período de diferimento ou em função da
sua morte ocorrida durante aquele período, com reversão, parcial
ou total, de resultados financeiros durante o período de diferimen-
to. É sempre estruturado na modalidade de benefício definido e no
regime financeiro de capitalização.

SOBREVIVÊNCIA
ESTRUTURADOS NA
MODALIDADE
SEGUROS DE PESSOAS 57
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3
1. Os planos dotais são exclusivos do segmento de pessoas. Sobre a cons-
tituição desses planos, podemos afirmar que:

(a) O Dotal Puro é um plano sem reversão de resultados financeiros e


sempre estruturado na modalidade de benefício definido.
(b) O Dotal Misto é um plano com reversão de resultados financeiros e
sempre estruturado na modalidade de benefício definido.
(c) O Dotal Misto com Performance é um plano sem reversão de resul-
tados financeiros e sempre estruturado na modalidade de benefício
definido.
(d) O Dotal Misto e o Dotal Puro garantem duas coberturas: sobrevivên-
cia e morte.
(e) Dos planos dotais, o único que oferece reversão de resultados
financeiros durante o período de diferimento é o Dotal Misto.

2. Ana tem interesse em contratar um seguro dotal misto, mas ela tem dúvi-
das quanto à modalidade de contratação bem como os regimes financeiros
possíveis para tal produto. Consultando o seu corretor, o mesmo esclareceu
que os planos dotais mistos são sempre estruturados na(o):

(a) Modalidade de contribuição variável.


(b) Modalidade de benefício definido.
(c) Regime financeiro de repartição simples.
(d) Regime financeiro de repartição de capitais de cobertura.
(e) Modalidade de benefício definido com reversão de resultados financeiros.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS DE PESSOAS 58
NOÇÕES DE RISCO
04
e PRECIFICAÇÃO nos
SEGUROS de PESSOAS
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender a ■ Conhecer os métodos de
importância da subscrição precificação considerando
de riscos, considerando os aspectos ligados ao ⊲ NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE
RISCOS E SUA FINALIDADE
os principais agentes risco no seguro
envolvidos no processo de de pessoas. ⊲ CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
subscrição. ■ Conhecer os
■ Compreender as formas regimes financeiros, ⊲ ANTISSELEÇÃO DE RISCOS
de utilização das tábuas de correlacionando suas
⊲ MÉTODOS DE
mortalidade, considerando particularidades nas PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS
os diferentes perfis de características dos planos
grupos de pessoas a de seguros. ⊲ TÁBUAS DE MORTALIDADE
serem precificados.
⊲ A UTILIZAÇÃO DA
■ Conhecer os fatores TÁBUA DE MORTALIDADE
importantes para
precificação de seguros ⊲ TAXA PURA
de pessoas e previdência,
correlacionando os ⊲ REGIMES FINANCEIROS
aspectos que influenciam
⊲ FATORES QUE INFLUENCIAM
no preço final para o
NO CÁLCULO DO PREÇO
consumidor. DOS SEGUROS DE PESSOAS E
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

⊲ FIXANDO CONCEITOS 4

SEGUROS DE PESSOAS 59
UNIDADE 4

NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS


E SUA FINALIDADE

Subscrição é o processo de tomada de decisões seletivas utilizado pela


seguradora para aceitar um risco. Normalmente, as atividades de subscrição
se encontram distribuídas entre várias áreas e pessoas nas seguradoras.

É no momento da subscrição que se decidem quais riscos são aceitáveis


e em que condições, determinando os valores dos prêmios corresponden-
tes a serem cobrados.

A subscrição tem como objetivo principal manter o índice de risco da segu-


radora em uma faixa aceitável, visando ao atendimento integral de suas obri-
gações para com os segurados, o lucro e a manutenção de sua subsistência.

Os principais agentes envolvidos no processo de subscrição são: o risco,


o subscritor e a precificação.

O risco corresponde à possibilidade de perda ou ao objeto do seguro.


Para que haja seguro, é necessário que haja risco, ou seja, um aconteci-
mento possível, mas futuro e incerto, que independe da vontade do segu-
rado e do segurador.

O subscritor, também denominado de analista de risco ou underwriter, é o


profissional que trabalha em seguros e toma decisões seletivas referentes
ao processo de subscrição ou à análise do risco.

A precificação tem o objetivo de encontrar o prêmio adequado para o


risco. O subscritor e o atuário tratam de diferentes aspectos do preço do

SEGUROS DE PESSOAS 60
UNIDADE 4

seguro. Usando as estatísticas de todo o mercado e as premissas do con-


trato, o atuário calcula a taxa a ser cobrada pelo seguro. Já o subscritor
verifica se uma determinada proposta de seguro se encaixa nas premissas
do contrato correspondente.

A subscrição determina para quem, sob que condições e a qual preço a


cobertura do seguro poderá ser contratada, além de quais proponentes ao
seguro serão aceitos e quais serão rejeitados.

Quando o risco é considerado dentro dos limites aceitáveis, a aprovação


se dá com o “preço” padrão (standard). Entretanto, se o potencial de mor-
talidade se encontra acima da média, ocorre aprovação com uma taxa de
prêmio agravada. Finalmente, se o segurado estiver fora dos limites de
aceitação, a proposta é rejeitada.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS


De posse de todas as informações, o risco poderá ser classificado da
seguinte forma:

— Porcentagem Extra de Agravamento


Esta é uma das decisões feitas que compete aos subscritores. Cada segu-
radora aplica suas próprias tabelas de agravamento. Essa taxação é aplica-
da sobre o prêmio padrão. Por exemplo, uma pessoa com diabetes pode
ter seu prêmio agravado em 25%, a critério da seguradora.

— Agravamento Temporário
Esta modalidade apresenta um custo extra por um período determinado de
anos ou até que determinada condição se altere. Normalmente, aplica-se
um determinado valor de prêmio extra para cada R$ 1.000,00 de cobertura.

Por exemplo, se o subscritor é informado de que o proponente trabalhará


em uma plataforma de petróleo por três meses, ele pode determinar um
agravamento temporário do prêmio pelo período em que o proponente
permanecer embarcado.

— Agravamento Permanente
Neste caso, o subscritor assume que não ocorrerão mudanças nas condi-
ções do proponente. Essa modalidade também apresenta um custo extra

SEGUROS DE PESSOAS 61
UNIDADE 4

para cada R$ 1.000,00 de cobertura. Não há, porém, determinação de tem-


po para o prêmio voltar ao patamar padrão. É comum em apólices para
alguns tipos de câncer.

ANTISSELEÇÃO DE RISCOS
A antisseleção de riscos é uma das maiores preocupações com a opera-
ção de uma seguradora. A rigor, ela ocorre quando a companhia concede
garantia para cobertura de riscos que tenham probabilidade de ocorrência
acima da média, mas que não estão perfeitamente refletidos nos prêmios
previstos, os quais são relativamente pequenos para o risco que está sen-
do coberto.

Em última análise, isso ocorre quando a seguradora deixa de selecionar


riscos, daí o nome antisseleção ou seleção adversa. Como a seguradora
não seleciona os seus riscos, ou seja, não faz distinção de custos entre ris-
cos mais e menos agravados, a tendência, no longo prazo, é que ela acabe
com a sua carteira formada por riscos “ruins” e “mal precificados”.

Se uma seguradora pratica a antisseleção em larga escala, é certo que


terá dificuldades financeiras para liquidar todos os sinistros que certamen-
te acontecerão.

MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO
DE SEGUROS
O cálculo do prêmio do seguro é uma das atividades mais importantes de
uma seguradora. O princípio básico desse cálculo vem do conceito de o
prêmio ser capaz de cobrir as despesas oriundas dos sinistros a pagar.
Diversos são os conceitos e metodologias envolvidos no cálculo do prêmio.

Ferreira (2002) cita 4 métodos de precificação:

Julgamento ou subjetivo
Esse método de precificação é utilizado quando não se tem informa-
ção suficiente no processo de precificação. É um processo subjetivo,
em que a tarifa é definida pelo underwriter através da comparação
com riscos similares. A Teoria da Credibilidade pode ser classificada
dentro desse contexto, pois, por vezes, conjuga a experiência pró-
pria da seguradora com a experiência de outras seguradoras;

SEGUROS DE PESSOAS 62
UNIDADE 4

Sinistralidade
A tarifa é atualizada em função da análise da sinistralidade da car-
teira em estudo. Lembramos que sinistralidade corresponde à
razão sinistro/prêmio;

Prêmio puro
Esse método começa com a estimação do prêmio de risco, pas-
sando por um processo de regularização estatística (modelagem),
e, por fim, adicionando-se um carregamento de segurança; e

Tábua de mortalidade
É o método utilizado nos Seguros de Pessoas e nos cálculos de
rendas. Trata-se de um método determinístico, pois aplica fórmu-
las determinísticas e probabilidades de morte definidas a partir de
estudos prévios realizados pelo atuário quando eles produzem as
chamadas tábuas de mortalidade.

TÁBUAS DE MORTALIDADE
Tábuas de mortalidade são instrumentos destinados a medir as probabilida-
des de sobrevivência e de morte. São construídas a partir de um instrumental
técnico e científico e refletem as mudanças que a sociedade vem sofrendo,
com o aumento da expectativa de vida, melhorias sanitárias e o avanço da
medicina. Apresentam o número de pessoas vivas e de pessoas mortas, em
ordem crescente de idade, desde a origem até a extinção do grupo.

Existem várias tábuas de mortalidade para medir a sobrevida, ou seja,


quanto uma pessoa de determinada idade provavelmente ainda vai viver.

As tábuas têm denominações usando abreviatura, como AT (Annuity ­Table),


mais o ano em que sua constituição foi finalizada e qualquer outra diferen-
ciação, por exemplo, o sexo do segurado ou se ele é ou não fumante.

No Brasil, as mais utilizadas são as tábuas AT-83 Male (para mortalidade


masculina) ou AT-83 Female (para mortalidade feminina) e AT-2000 Male
ou AT-2000 Female, mas ainda há planos de seguros que utilizam as
tábuas CSO-58 (Commissioners Standard Ordinary Table) e SGB-71 (Segu-
ro de Grupos Brasileiros – Tábua deduzida da tábua básica da Experiência
Brasileira EB 7-69).

Em 18 de março de 2010, a SUSEP publicou a Circular SUSEP no 402, em


que aprovou os critérios de elaboração e atualização de tábuas biométri-
cas, desenvolvidas a partir da experiência do mercado segurador brasileiro.

SEGUROS DE PESSOAS 63
UNIDADE 4

As tábuas, desenvolvidas pela UFRJ, foram denominadas Experiência do


Mercado Segurador Brasileiro (BR-EMS) e levaram em conta o histórico de
sobrevivência e de mortalidade dos consumidores de Seguros de Vida,
além dos participantes de planos abertos de Previdência Privada Comple-
mentar do país.

Pela Tábua AT-2000 Male, estima-se que um segurado do sexo mascu-


lino, de maior poder aquisitivo e grau de instrução, com 40 anos, teria
uma sobrevida de mais 42,70 anos. Com a nova tábua de sobrevivência,
BR-EMSsb-V.2015-m, os cálculos indicam que esse mesmo segurado vive-
rá, em média, mais 43,4 anos.

— Elementos de uma Tábua


de Mortalidade
A construção de uma tábua de mortalidade depende
do conhecimento da taxa de mortalidade (qx) para
cada idade do grupo em estudo

As tábuas de mortalidade se compõem, basicamente, de duas colunas:


idade e probabilidade de morte, mas podem, também, apresentar mais
três elementos: número de mortos, número de sobreviventes e pro-
babilidade de sobrevivência. Vejamos, a seguir, os símbolos universais
utilizados nas tábuas para representar tais elementos:

Onde:

x = idade;

lx = número de pessoas vivas ou pessoas sobreviventes com idade x;

dx = número de pessoas mortas com idade x, ou seja, número de


pessoas que alcançaram a idade x, mas morreram antes de atingir
a idade x + 1;

qx = probabilidade de uma pessoa com idade x morrer, obrigatoria-


mente, antes de atingir a idade x + 1; e

px = probabilidade de uma pessoa com idade x sobreviver à idade


x + 1, ou seja, é a probabilidade de uma pessoa de idade x sobre-
viver, pelo menos, mais um ano (chegar vivo, obrigatoriamente, à
idade x + 1).

SEGUROS DE PESSOAS 64
UNIDADE 4

A UTILIZAÇÃO DA
TÁBUA DE MORTALIDADE
As Tábuas tornaram-se uma necessidade primordial para cálculos de
seguros quando o assunto é pertinente a Seguros de Pessoas. Atual-
mente, o problema mais comum quando se lida com seguros, além da
taxa de retorno, refere-se à escolha de uma tábua de vida adequada a
uma dada população.

Considerando que estamos falando, dentre outras coisas, de Seguros de


Vida e que esse tipo de apólice objetiva indenizar os beneficiários pela
morte do segurado, a base de precificação de um seguro de vida passa
obrigatoriamente pela mensuração da vida de uma pessoa.

É a chamada “longevidade” ou “expectativa de vida”. O instrumento utiliza-


do pelas seguradoras para esse cálculo é a Tábua de Mortalidade, também
conhecida como Tábua Biométrica

TAXA PURA
A taxa pura é o ponto de partida para o cálculo do prêmio puro.

Essa taxa pode ser única para todo o grupo segurado ou diferenciada por
idade ou faixa etária. Ela é chamada de “pura” porque não considera os car-
regamentos para custeios comerciais e administrativos, mas apenas o risco.

A seguir, veremos um exemplo para a cobertura de morte por qualquer


causa, em que o instrumento básico utilizado pelo atuário para medir a
probabilidade de morte é a tábua de mortalidade.

Calcularemos, a seguir, uma taxa pura média.

A taxa pura para a idade “x” é o resultado da divisão do prêmio puro, para
a idade “x”, pelo capital segurado do indivíduo.

A taxa pura média é o resultado da divisão do prêmio puro de todo o grupo


pelo capital segurado total, conforme expresso abaixo:

Prêmio Puro Total


Taxa Pura Média =
Capital Segurado Total

SEGUROS DE PESSOAS 65
UNIDADE 4

Para o cálculo do prêmio puro total, primeiro se obtêm, da tabela de mor-


talidade na coluna qx (probabilidade de uma pessoa de idade x morrer,
obrigatoriamente, antes de atingir a idade x+1), as taxas correspondentes
às idades dos segurados.

Após isso, multiplicam-se os capitais segurados de cada idade pelas taxas


correspondentes, obtendo-se os prêmios individuais.

Por fim, somam-se os prêmios individuais.

A seguir, temos um exemplo em que a quinta coluna, GKM-70, foi calcu-


lada da seguinte forma: pegou-se a probabilidade de morte para a idade,
por exemplo, de 27 anos, da tábua de mortalidade GKM-70 (constante do
Anexo do manual), dividiu-se por 12 (o prêmio a ser calculado é mensal) e
multiplicou-se o resultado por 1.000 para se ter uma taxa por mil.

Assim, temos:

0,001375 (constante do anexo) / 12 × 1.000 = 0,1146 ‰

Multiplicando-se os valores da coluna Capital Total Segurado pelas respec-


tivas taxas da coluna GKM (ex.: R$ 120.000 × 0,1146‰ = 13,75), obtêm-se os
respectivos prêmios totais por idade (coluna prêmio):

CAPITAL TAXA
NO DE CAPITAL PRÊMIO
IDADE SEGURADO GKM-70
COMPONENTES SEGURADO (R$) (R$)
TOTAL (R$) (‰)

27 20 6.000 120.000 0,1146 13,75

29 25 7.200 180.000 0,1171 21,08

31 20 9.600 192.000 0,1228 23,57

34 30 13.200 396.000 0,1408 55,74

36 20 14.400 288.000 0,1593 45,86

40 20 24.000 480.000 0,2187 104,96

1.656.000 264,95

Com base nos valores da tabela anterior, podemos calcular a taxa pura
média da seguinte forma:

Prêmio Puro Total 264,95


Taxa Pura Média = = = 0,1600‰
Capital Segurado Total 1.656.000

SEGUROS DE PESSOAS 66
UNIDADE 4

Assim, o estipulante e/ou o segurado terá(ão) que pagar R$ 0,16 a cada


Curiosidade R$ 1.000,00 de capital segurado.

Nos seguros de pessoas Se refizéssemos os mesmos cálculos, agora utilizando outra tábua de mor-
é comum se apresentar talidade, os resultados seriam os seguintes, a cada R$ 1.000,00 de capital
a taxa de seguro não na segurado:
forma percentual (%), mas
na forma por mil (‰). A TÁBUA DE MORTALIDADE TAXA PURA MÉDIA (‰)
razão disso é basicamente AT-49 0,12
facilitar a operação, uma vez
AT-83 Male 0,08
que os capitais segurados
normalmente são múltiplos AT-2000 Basic Male 0,07
de 1.000, bastando, do ponto
de vista matemático, apenas
multiplicar a taxa pelo capital Percebe-se que a escolha da tábua de mortalidade irá fazer com que o
segurado, excluindo os preço varie de R$ 0,16 (GKM 70) a R$ 0,07 (AT-2000 Basic Male).
três últimos zeros, quando
números cheios.

REGIMES FINANCEIROS
A saúde financeira de uma seguradora passa obrigatoriamente, por ter
equilíbrio entre o que ela arrecada, na forma de prêmios, e o que gasta, na
forma de sinistros. A forma como essa companhia vai alcançar esse equilí-
brio, é estabelecida tendo como base, o regime financeiro do produto de
seguro disponibilizado por aquela Seguradora aos seus segurados.

Regimes financeiros são modelos que possibilitam estabelecer o equilíbrio


entre as receitas (prêmios) e despesas (sinistros pagos) de um plano de
seguro ao longo de um determinado período de cobertura. Em outras pala-
vras, pode-se dizer que regime financeiro é a maneira pela qual o seguro
será financiado.

Dependendo do regime financeiro adotado, o valor do prêmio cobrado


pela seguradora poderá financiar os sinistros ocorridos durante o período
de competência do prêmio pago ou ser suficiente para cobrir um período
maior. Enquanto no primeiro caso não há acúmulo de recursos, no segun-
do caso a seguradora deve provisionar uma parcela do prêmio pago para
ser utilizada no futuro.

Existem três regimes financeiros: repartição simples, repartição de capi-


tais de cobertura e capitalização.

SEGUROS DE PESSOAS 67
UNIDADE 4

— Regime Financeiro
de Repartição Simples
Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do plano,
em um determinado período, destinam-se ao custeio das despesas de admi-
nistração e das indenizações a serem pagas no próprio período. Em outras
palavras, os valores arrecadados ao longo dos períodos são destinados aos
pagamentos de indenizações referentes a eventos que ocorram no âmbito
do grupo segurado, e não à acumulação individual de cada segurado.

Esse regime financeiro é utilizado para estruturar as coberturas de risco


sempre que seus capitais segurados forem pagos à vista, como, por
exemplo:

Planos de Previdência
Pecúlio por morte ou pecúlio por invalidez; e

Seguros de Pessoas
Cobertura de morte no Seguro de Vida em Grupo .

— Regime Financeiro de Repartição


de Capitais de Cobertura
Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do
plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para consti-
tuir as Provisões Matemáticas de Benefícios Concedidos decorrentes dos
eventos ocorridos nesse período.

Esse regime financeiro é utilizado para estruturar as coberturas de risco


sempre que seus capitais segurados forem pagos sob a forma de ren-
da, como, por exemplo:

Planos de Previdência
Renda mensal por invalidez ou pensão por morte; e

Seguros de Pessoas
Cobertura de Invalidez funcional permanente total por doença ( IFPD),
quando paga em até 24 parcelas no Seguro de Vida em grupo.

SEGUROS DE PESSOAS 68
UNIDADE 4

— Regime Financeiro de Capitalização


Estrutura técnica que prevê acumulação de recursos em um primeiro
momento para fazer face aos compromissos futuros com o pagamento
de sinistros.

Esse regime financeiro pode ser utilizado para estruturar qualquer cober-
tura (de risco ou de sobrevivência) e sob qualquer forma de pagamento
(único ou sob a forma de renda), sendo que a cobertura por sobrevivência
é obrigatoriamente estruturada no regime financeiro de capitalização. São
exemplos de planos:

Planos de Previdência
Pecúlio por morte ou pecúlio por invalidez ou aposentadoria (renda
mensal por sobrevivência); e

Seguros de Pessoas
Dotal Puro, Dotal Misto, Seguro Temporário ou Seguro de Vida
Inteira (cobertura de morte).

A tabela a seguir apresenta um resumo dos tipos de planos e dos regimes


financeiros adotados:

REGIME FINANCEIRO

REPARTIÇÃO
REPARTIÇÃO DE CAPITAIS CAPITALIZAÇÃO
SIMPLES DE COBERTURA

Pecúlio por morte


X X
ou por invalidez

Renda paga em função


X X
da morte ou da invalidez

Benefício por sobrevivência


pago à vista ou sob a forma X
de renda

Pecúlio por morte ou por invalidez é o pagamento à vista


que o beneficiário ou o próprio segurado recebe em função
da morte ou da invalidez do segurado.

Pode-se notar que a diferença básica entre os regimes de repartição sim-


ples e repartição de capitais de cobertura está na forma de pagamento do
capital segurado.

SEGUROS DE PESSOAS 69
UNIDADE 4

Ambos são utilizados para estruturar planos com coberturas de risco (mor-
te ou invalidez, por exemplo), mas, quando o capital segurado é pago à vis-
ta, utiliza-se o regime financeiro de repartição simples e, quando o capital
segurado é pago sob a forma de renda, utiliza-se o regime financeiro de
repartição de capitais de cobertura.

A diferença é que, no regime de repartição de capitais de cobertura, é


necessário que a seguradora separe recursos numa provisão técnica,
denominada Provisão Matemática de Benefícios Concedidos para o equilí-
brio da operação. Essa provisão é necessária para que a seguradora pos-
sa cumprir com a obrigação de pagar o benefício em parcelas durante o
período determinado no plano (vitalício ou temporário).

É importante registrar que as nomenclaturas utilizadas foram as de seguro


(prêmios, sinistros e capital segurado), devendo ser observado que, para
Previdência Complementar, os conceitos apresentados sobre os regimes
financeiros também são válidos, devendo-se trocar as nomenclaturas para
contribuição e benefícios.

Da tabela anterior, pode-se observar, por exemplo, que um plano de segu-


ro que pague uma indenização à vista, em função da morte do segurado,
pode ser estruturado no regime financeiro de repartição simples ou de
capitalização. A seguir, a diferença entre essas duas estruturas.

Imaginemos, por exemplo, uma pessoa com 20 anos de idade que deseje
contratar esse tipo de plano. Suponhamos, ainda, que o objetivo dessa
pessoa é ficar coberta pelo risco de morte vitaliciamente, com um capital
segurado de R$ 100.000,00.

Apresentaremos, a seguir, a evolução anual do prêmio nos dois regimes


financeiros, desde a idade de 20 anos até a idade de 65 anos, com base na
tábua de mortalidade SGB-71. Enfatizamos que a cobertura não se encerra,
obrigatoriamente, aos 65 anos, mas, para fins didáticos, iremos limitar-nos
a apresentar a evolução dos prêmios até essa idade, bem como a calcular
os prêmios de forma anual (pagos uma vez por ano), apesar de o usual ser
o pagamento mensal.

SEGUROS DE PESSOAS 70
UNIDADE 4

R$ 4.500,00
Repartição
R$ 4.000,00 Simples
R$ 3.500,00
R$ 3.000,00
R$ 2.500,00
R$ 2.000,00
R$ 1.500,00
R$ 1.000,00 Capitalização
R$ 500,00
R$ 0,00
20 23 26 26 32 35 38 41 44 47 50 53 56 59 62 65 IDADE

Do gráfico anterior, percebe-se que o valor do prêmio pago no regime


financeiro de capitalização fica constante (nivelado) durante todo o tempo,
enquanto no regime financeiro de repartição simples ele cresce à medi-
da que a pessoa envelhece. Pode-se dizer que o regime de repartição
simples representa, em cada idade, o custo do risco de morte a que o
segurado está exposto. Logo, aos 20 anos de idade, esse custo é de R$
193,20, enquanto, aos 65 anos, esse custo sobe para R$ 3.979,90.

A título ilustrativo, esse custo de R$ 193,20 para a idade de 20 anos foi


calculado multiplicando-se a probabilidade de uma pessoa de 20 anos
morrer, obrigatoriamente, antes de atingir 21 anos (0,001932 – probabili-
dade dada pela tábua de mortalidade SGB-71) pelo capital segurado (R$
100.000,00). Procedimento análogo foi feito para as outras idades.

Em contrapartida, o cálculo do prêmio para o regime financeiro de capi-


talização envolve cálculos mais complexos, que não serão abordados
neste material.

Outro ponto bastante importante é que o valor inicial do prêmio no regime


financeiro de capitalização é bem maior do que no regime financeiro de
repartição; todavia, a partir de determinada idade (44 anos), isso se inverte.

O que se pretende mostrar é que não existe mágica, ou seja, se a pessoa


quiser pagar o mesmo preço ao longo de toda sua vida, deverá pagar mais no
início, para que parte do que ela pagou seja utilizada no futuro, quando o custo
da sua morte for superior àquilo que ela estiver pagando naquele momento.

Por fim, é importante deixar claro que não existe plano que seja melhor do
que outro. Cabe ao corretor de seguros a tarefa de informar aos segurados
as características de cada modelo e avaliar, junto com o segurado, o plano
que seja mais indicado para o seu perfil.

SEGUROS DE PESSOAS 71
UNIDADE 4

Apresentamos, abaixo, os valores dos prêmios para cada idade.

REGIME FINANCEIRO

REPARTIÇÃO
IDADE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
20 561,41 193,20
21 561,41 193,90
22 561,41 194,60
23 561,41 194,60
24 561,41 194,90
25 561,41 195,30
26 561,41 197,20
27 561,41 197,80
28 561,41 202,20
29 561,41 204,10
30 561,41 209,90
31 561,41 215,70
32 561,41 222,60
33 561,41 233,30
34 561,41 248,90
35 561,41 266,20
36 561,41 287,60
37 561,41 311,80
38 561,41 341,70
39 561,41 376,10
40 561,41 413,40
41 561,41 456,60
42 561,41 505,00
43 561,41 556,50
44 561,41 612,40
45 561,41 673,40
46 561,41 744,30
47 561,41 814,60
48 561,41 895,10
49 561,41 981,10
50 561,41 1.076,30
51 561,41 1.180,30
52 561,41 1.294,80
53 561,41 1.419,50
54 561,41 1.555,70
55 561,41 1.702,40
56 561,41 1.863,30
57 561,41 2.035,80

SEGUROS DE PESSOAS 72
UNIDADE 4

REGIME FINANCEIRO

REPARTIÇÃO
IDADE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
58 561,41 2.217,30
59 561,41 2.408,90
60 561,41 2.612,80
61 561,41 2.840,20
62 561,41 3.090,80
63 561,41 3.364,00
64 561,41 3.657,70
65 561,41 3.979,90

Obs.: valores expressos em reais.

Observação
Devido à natureza do regime financeiro de repartição simples e de repartição de capi-
tais de cobertura, os planos estruturados nesses regimes não permitem concessão de
resgate, saldamento, seguro prolongado ou devolução de quaisquer prêmios pagos,
uma vez que cada prêmio pago é destinado ao custeio das despesas de administra-
ção e das indenizações a serem pagas no próprio período. Com isso, os segurados ou
beneficiários só terão direito a alguma indenização em caso de sinistro.
Já as coberturas de risco estruturadas no regime financeiro de capitalização podem
prever a possibilidade de resgate. Nesses casos, haverá formação da provisão matemá-
tica de benefícios a conceder com base nos prêmios pagos, capitalizados atuarialmen-
te, após o desconto das importâncias relativas às despesas de corretagem, colocação
e administração do plano, e à parcela do prêmio destinada à cobertura de risco a que
o segurado está exposto. Portanto, deve ficar claro para os segurados que o resgate,
nesses casos, corresponderá a um valor calculado atuarialmente, que não representará
o somatório dos prêmios pagos.
Somente os prêmios destinados à cobertura por sobrevivência dão direito, obrigatoria-
mente, a resgate.

As seguintes definições são importantes e aparecem comumente nas condi-


ções gerais e regulamentos de planos de Seguros de Pessoas e Previdência:

■ A provisão matemática de benefícios a conceder deve abranger


os compromissos assumidos pela sociedade seguradora com os
segurados, enquanto não iniciado o evento gerador do pagamen-
to da indenização; e
■ A provisão matemática de benefícios concedidos corresponde ao
valor atual da indenização cujo evento gerador já tenha ocorrido

SEGUROS DE PESSOAS 73
UNIDADE 4

QUADRO RESUMO

REPARTIÇÃO
REPARTIÇÃO DE CAPITAIS DE CAPITALIZAÇÃO
SIMPLES COBERTURA

Acúmulo individual Não há Não há Há


de recursos

Tipo de benefício e Coberturas de risco Coberturas de risco Coberturas de risco


prazo de pagamento por morte e invalidez por morte e invalidez por morte e invalidez
ou por sobrevivência

Prazo de pagamento Pago à vista Pago na forma de Pago à vista ou na


do benefício renda forma de renda

Evolução do prêmio Cresce conforme o ris- Cresce conforme o ris- Constante ou nivelado
co. Quanto mais idoso, co. Quanto mais idoso, durante o tempo do
mais alto o prêmio mais alto o prêmio contrato

Possibilidade Não permite Não permite Se cobertura de risco:


de resgate facultativo. Se cober-
tura de sobrevivência:
obrigatório

FATORES QUE INFLUENCIAM


NO CÁLCULO DO PREÇO
DOS SEGUROS DE PESSOAS E
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

— Seguros de Pessoas –
Cobertura por Morte
A escolha do regime financeiro, para seguro em caso de morte, afeta dire-
tamente os valores dos prêmios ao longo de vigência do contrato.

Para cada tábua, associa-se uma diferente expectativa de vida, cujo con-
ceito está relacionado a quantos anos, em média, viverá cada componente
que forma o grupo.

Utiliza-se a expectativa de vida ou esperança de vida, ou ainda vida média,


entre outras finalidades, para se avaliarem comparativamente duas ou
mais tábuas de mortalidade.

SEGUROS DE PESSOAS 74
UNIDADE 4

Conforme pode se observar na tabela a seguir, a pessoa de 20 anos, pela


tábua SGB-71, tem uma expectativa de viver mais 47,70 anos, enquanto que,
pela tábua de mortalidade AT-2000 Male, essa expectativa é de 62,01 anos.

AT-2000 MALE AT-83 MALE BR-EMSSB-V.2015-M SGB-71

EXPECTATIVA EXPECTATIVA EXPECTATIVA EXPECTATIVA


X qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x

20 0,000499 62,01 0,000505 59,50 0,0006045 62,60 0,001932 47,70


21 0,000519 61,04 0,000525 58,53 0,0007069 61,60 0,001939 46,79
22 0,000542 60,07 0,000546 57,56 0,0007623 60,70 0,001946 45,88
23 0,000566 59,10 0,000570 56,59 0,0007817 59,70 0,001946 44,97
24 0,000592 58,14 0,000596 55,63 0,0007731 58,80 0,001949 44,06
25 0,000616 57,17 0,000622 54,66 0,0007544 57,80 0,001953 43,14
26 0,000639 56,20 0,000650 53,69 0,0007373 56,90 0,001972 42,22
27 0,000659 55,24 0,000677 52,73 0,0007298 55,90 0,001978 41,31
28 0,000675 54,28 0,000704 51,76 0,0007258 54,90 0,002022 40,39
29 0,000687 53,31 0,000731 50,80 0,0007177 54,00 0,002041 39,47
30 0,000694 52,35 0,000759 49,83 0,0007211 53,00 0,002099 38,55
31 0,000699 51,38 0,000786 48,87 0,0007342 52,00 0,002157 37,63
32 0,000700 50,42 0,000814 47,91 0,0007579 51,10 0,002226 36,71
33 0,000701 49,46 0,000843 46,95 0,0007941 50,10 0,002333 35,79
34 0,000702 48,49 0,000876 45,99 0,0008395 49,20 0,002489 34,87
35 0,000704 47,52 0,000917 45,03 0,0008802 48,20 0,002662 33,96
36 0,000719 46,56 0,000968 44,07 0,0009202 47,20 0,002876 33,05
37 0,000749 45,59 0,001032 43,11 0,0009512 46,30 0,003118 32,14
38 0,000796 44,62 0,001114 42,15 0,0009876 45,30 0,003417 31,24
39 0,000864 43,66 0,001216 41,20 0,0010291 44,40 0,003761 30,35
40 0,000953 42,70 0,001341 40,25 0,0010883 43,40 0,004134 29,46
41 0,001065 41,74 0,001492 39,30 0,0011563 42,50 0,004566 28,58
42 0,001201 40,78 0,001673 38,36 0,0012443 41,50 0,005050 27,71
43 0,001362 39,83 0,001886 37,43 0,0013505 40,60 0,005565 26,85
44 0,001547 38,88 0,002129 36,50 0,0014798 39,60 0,006124 25,99
45 0,001752 37,94 0,002399 35,57 0,0016034 38,70 0,006734 25,15
46 0,001974 37,01 0,002693 34,66 0,0017246 37,70 0,007443 24,32
47 0,002211 36,08 0,003009 33,75 0,0018463 36,80 0,008146 23,50
48 0,002460 35,16 0,003343 32,85 0,0020009 35,90 0,008951 22,68
49 0,002721 34,24 0,003694 31,96 0,0021789 34,90 0,009811 21,88
50 0,002994 33,34 0,004057 31,07 0,0023873 34,00 0,010763 21,10
51 0,003279 32,43 0,004431 30,20 0,0026229 33,10 0,011803 20,32
52 0,003576 31,54 0,004812 29,33 0,0029034 32,20 0,012948 19,56
53 0,003884 30,65 0,005198 28,47 0,0032172 31,30 0,014195 18,81
54 0,004203 29,77 0,005591 27,62 0,0035536 30,40 0,015557 18,07

SEGUROS DE PESSOAS 75
UNIDADE 4

AT-2000 MALE AT-83 MALE BR-EMSSB-V.2015-M SGB-71

EXPECTATIVA EXPECTATIVA EXPECTATIVA EXPECTATIVA


X qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x
qX DE VIDA e 0x

55 0,004534 28,89 0,005994 26,77 0,0039070 29,50 0,017024 17,35


56 0,004876 28,02 0,006409 25,93 0,0042981 28,60 0,018633 16,64
57 0,005228 27,16 0,006839 25,09 0,0047163 27,70 0,020358 15,95
58 0,005593 26,30 0,007290 24,26 0,0051323 26,90 0,022173 15,27
59 0,005988 25,44 0,007782 23,44 0,0055507 26,00 0,024089 14,60
60 0,006428 24,59 0,008338 22,62 0,0060008 25,10 0,026128 13,95
61 0,006933 23,75 0,008983 21,80 0,0065038 24,30 0,028402 13,31
62 0,007520 22,91 0,009740 20,99 0,0070974 23,40 0,030908 12,69
63 0,008207 22,08 0,010630 20,20 0,0078021 22,60 0,033640 12,08
64 0,009008 21,26 0,011664 19,41 0,0086713 21,80 0,036577 11,48
65 0,009940 20,45 0,012851 18,63 0,0095833 21,00 0,039799 10,89

Dessa forma, caso tivéssemos utilizado a tábua de mortalidade AT-2000


Male, no exemplo do Prêmio do Seguro por Morte apresentado na ­unidade
anterior, os valores iniciais seriam R$ 243,28 para o regime financeiro de
capitalização e R$ 49,90 para o regime financeiro de repartição simples,
valores esses bem inferiores aos R$ 561,41 e R$ 193,20, obtidos com a
tábua SGB-71.

Portanto, percebe-se que a escolha da tábua de mortalidade é fundamental


para o preço do seguro e para a solvência da seguradora.

— Previdência Complementar –
Renda Mensal Vitalícia Imediata
(Anuidade Imediata Vitalícia)
Suponha que uma pessoa de 60 anos de idade queira saber quanto que a
sociedade seguradora cobra para lhe pagar uma renda mensal vitalícia de
R$ 1.000. Se a sociedade seguradora fizer os seus cálculos pela SGB-71,
essa pessoa de 60 anos deverá desembolsar R$ 166.786,81, enquanto, se
os cálculos forem feitos pela AT-2000 Male, esse valor a ser desembolsa-
do subirá para R$ 294.501,79. Importante ressaltar que esses valores foram
calculados no regime financeiro de capitalização, que envolvem cálculos
complexos que não serão abordados nesse material.

Em ambos os casos, foi considerada a taxa de juros de 0% a.a.. A taxa de


juros é um fator bastante determinante no preço do plano.

SEGUROS DE PESSOAS 76
UNIDADE 4

Novamente, a explicação é bastante intuitiva, pois, aos 60 anos, a pessoa


tem uma expectativa de vida de mais 13,95 anos pela SGB-71 e de 24,59
anos pela AT-2000 Male. Logicamente, se a sociedade seguradora tiver
cobrado pela SGB-71 e o segurado viver pela AT-2000 Male, haverá falta de
recursos, o que poderá ocasionar a insolvência da sociedade seguradora.

Imagine um plano de Previdência Complementar Aberta com cobertura


por sobrevivência que fosse contratado hoje, adotando como premissas
a tábua de mortalidade AT-49 Male e a taxa de juros de 4% a.a. Conforme
pode ser visto na tabela a seguir, o valor necessário de provisão matemá-
tica de benefícios a conceder para pagar R$ 1.000,00 de renda mensal
vitalícia a uma pessoa de 60 anos é de R$ 147.366,02. Se, no momento de
concessão da renda, a taxa de juros reais da economia brasileira for, por
exemplo, 2% a.a. e a expectativa de vida de uma pessoa de 60 anos de
idade tiver como parâmetro, por exemplo, a tábua de mortalidade AT-83
Male, haverá um descasamento da ordem de R$ 63.000,00.

PROVISÃO EM FUNÇÃO DA TÁBUA BIOMÉTRICA E DA TAXA DE JUROS

TAXA DE AT-2000 MALE BR-EMSSB-


AT-49 MALE AT83 MALE
JUROS SUAVIZADA V.2015-M

0% a.a. 221.106,41 270.785,15 294.501,79 300.940,50

1% a.a. 197.774,71 237.759,15 256.268,96 261.438,39

2% a.a. 178.158,54 210.663,01 225.266,37 229.437,63

3% a.a. 161.542,31 188.222,50 199.866,59 203.250,52

4% a.a. 147.366,02 169.470,62 178.851,57 181.612,22

5% a.a. 135.188,36 153.666,98 161.300,96 163.566,27

6% a.a. 124.659,13 140.239,90 146.512,99 148.382,92

A tabela acima nos permite concluir que:

1. Para uma determinada tábua de mortalidade, quanto maior a taxa


de juros, menor o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício; e
2. Para uma determinada taxa de juros, quanto maior a expectativa
de vida, maior o montante necessário que se deve acumular para
pagar o mesmo valor de benefício. A título de exemplo, a tábua de
mortalidade AT-49 Male tem uma expectativa de vida, aos 60 anos,
igual a 18,48 anos, enquanto a AT-83 Male tem uma expectativa
de vida igual a 22,62 anos, e a AT-2000 Male, uma expectativa de
vida igual a 24,59 anos.

SEGUROS DE PESSOAS 77
UNIDADE 4

Resumo
Fatores que influenciam o preço dos Seguros de Pessoas e Previdência com coberturas
de risco:
■ Regime financeiro; e

■ Tábua de mortalidade.

Fatores que influenciam o preço de anuidades:


■ Tábua de mortalidade; e

■ Taxa de juros.

SEGUROS DE PESSOAS 78
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa correta


1. Um cliente gostaria de entender melhor como as tábuas de mortalidade
podem ser utilizadas para precificar os seguros de vida com cobertura de
risco. Em conversa com o seu corretor, ele explicou que as tábuas são ins-
trumentos matemáticos destinados e medir:

(a) A probabilidade de invalidez total e permanente por doença.


(b) A probabilidade de doença.
(c) Somente a probabilidade de morte.
(d) Somente a probabilidade de sobrevivência.
(e) A probabilidade de sobrevivência e de morte.

2. Dizer que a expectativa de vida de uma pessoa de 45 anos pela tábua


AT- 2000 Male é 37,94, significa que:

(a) A probabilidade de ela morrer antes de atingir 46 anos é de 37,94%.


(b) A probabilidade de ela sobreviver à idade de 46 anos é de 37,94%.
(c) Pela tábua AT-2000 Male, acredita-se que ela sobreviverá por mais
37,94 anos.
(d) A probabilidade de ela morrer antes de atingir 115 anos é de 37,94%.
(e) Ela sobreviverá exatamente 37,94 anos.

Consulte o gabarito clicando aqui.

SEGUROS DE PESSOAS 79
NOÇÕES de
REGULAÇÃO de
SINISTRO e
05 UNIDADE 5

ATUALIZAÇÃO de VALORES

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender os ■ Conhecer as regras de
processos de regulação atualização de valores, ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE
de sinistros de forma visando a orientação dos O PROCESSO DE REGULAÇÃO
que possa orientar seus clientes. DE SINISTROS
clientes sempre que ■ Conhecer os índices que ⊲ REGULAÇÃO DO
necessário.
podem ser utilizados para PROCESSO DE SINISTRO
■ Reconhecer os atualização dos valores
documentos necessários dos planos ⊲ UMA NOÇÃO HISTÓRICA SOBRE
a regulação das principais ATUALIZAÇÃO DE VALORES
coberturas, visando a ⊲ AS REGRAS ATUAIS DE
melhor orientação para os ATUALIZAÇÃO DE VALORES
clientes.
■ Conhecer a definição ⊲ FIXANDO CONCEITOS 5
de regulação de
sinistro, reconhecendo
sua importância para
seguradora.

SEGUROS DE PESSOAS 80
UNIDADE 5

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE


O PROCESSO DE REGULAÇÃO
DE SINISTROS
Esta unidade abordará um pouco a regulação dos sinistros das cobertu-
ras de risco. Os conceitos aqui discutidos são importantes, pois o corretor
será sempre o intermediário, não só no momento da contratação mas
também na hora do sinistro, auxiliando em um momento bastante difícil.

Desse modo, a regulação ou liquidação de sinistros deve merecer, por


parte das seguradoras, um cuidado muito especial, tão grande ou maior
do que o dedicado às demais operações.

O pagamento de indenizações é, certamente, a melhor propaganda do


negócio e, para que essa propaganda obtenha melhor efeito, é necessá-
rio que as indenizações sejam justas.

Indenizações pagas sem critério, maiores ou menores do que são real-


mente devidas, abalam o crédito, o conceito das seguradoras e da pró-
pria instituição do seguro.

A regulação ou liquidação de sinistro é o processo de apuração dos


prejuízos sofridos pelo segurado e por todos os demais elementos que
influenciam no cálculo da indenização e no direito a ela.

SEGUROS DE PESSOAS 81
UNIDADE 5

REGULAÇÃO DO PROCESSO
DE SINISTRO
Os procedimentos e os prazos para a liquidação de sinistros deverão constar
das condições gerais, com a especificação dos documentos básicos p ­ revistos a
serem apresentados para cada tipo de cobertura, sendo ­facultado à ­Seguradora,
no caso de dúvida fundada e justificável, a solicitação de outros documentos.

Importante
A tramitação de inquérito policial não é causa de indeferimento para o pagamento da inde-
nização. Portanto, é vedado o condicionamento do pagamento da indenização à apresenta-
ção de documentos relacionados à tramitação ou à conclusão de inquérito policial.
É considerada abusiva a inclusão nas condições contratuais de cláusulas que
­
disponham sobre exigência de:
■ alvará judicial como pressuposto para o cumprimento de obrigação pactuada, cabendo
à seguradora verificar somente a regularidade da representação quando o pagamento
da indenização devido não for efetuado diretamente ao beneficiário;
■ certidão de nascimento atualizada.

O prazo para o pagamento das indenizações deverá ser estabelecido


pela seguradora, não podendo ser superior a 30 dias, contados a partir
da entrega de todos os documentos básicos, ressalvado os casos de soli-
citação de documentação ou informação complementar, em que o prazo
para pagamento da indenização é suspenso, voltando a correr a partir do
primeiro dia útil subsequente àquele em que forem completamente aten-
didas as exigências.

O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará a aplicação


de juros de mora a partir da data do atraso, sem prejuízo de sua atualiza-
ção, nos termos da legislação específica.

O pagamento da indenização poderá ser realizado sob a forma de parce-


la única ou de renda, sendo admissível que o plano com cobertura de ris-
co preveja a hipótese de substituição do pagamento da indenização em
dinheiro por pagamento em bens ou serviços, desde que expressamente
solicitada por segurado ou beneficiários.

O pagamento da indenização não deve estar condicionado a nenhuma


restrição temporal, sendo vedada a inclusão de cláusula que disponha
sobre a fixação de prazo máximo para a comunicação de sinistro.

SEGUROS DE PESSOAS 82
UNIDADE 5

O valor do capital segurado pode ser definido em forma de diárias de


indenização ou pagamento único.

Nos seguros em que o pagamento da indenização for realizado por meio


de reembolso de despesas, os beneficiários serão aqueles que provarem
que arcaram com as despesas cobertas.

UMA NOÇÃO HISTÓRICA SOBRE


ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Embora no Decreto-Lei 73/66 já houvesse a previsão da possibilidade de
atualização monetária de valores nos contratos de seguros, a correção
monetária só se tornou obrigatória no final de 1968, quando foi publicada
a Lei 5.488, cujo foco eram as indenizações. Ao longo das décadas e dos
diversos planos visando a estabilização da moeda no Brasil, foram ado-
tados inúmeros atos normativos que tratavam das atualizações mone-
tárias e da periodicidade de suas aplicações. A título de exemplo, os
atos normativos que tratam da atualização de valores – Resolução CNSP
103/2004 e Circular SUSEP 255/2004 – revogaram quase 47 normas.

AS REGRAS ATUAIS
DE ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Os planos com coberturas estruturadas na modalidade de benefício defi-
nido deverão conter cláusula de atualização anual de valores com base em
índice pactuado. Exceção à regra são as contratações com vigência igual ou
inferior a 1 ano, que não poderão conter cláusula de atualização de valores.

Dessa forma, os capitais segurados e os prêmios serão atualizados na


data de aniversário da contratação, com base no índice pactuado, fican-
do facultado o estabelecimento de outra data-base, desde que os valo-
res, contratualmente previsto sejam atualizados até essa outra data-base
e, a partir de então, seja respeitada a periodicidade anual.

Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o


pagamento de prêmio único, os capitais segurados deverão ser atuali-
zados pelo índice pactuado até a data de ocorrência do evento gerador.

SEGUROS DE PESSOAS 83
UNIDADE 5

Alternativamente à atualização de valores, existe a possibilidade de adoção


de cláusula de recálculo do capital segurado durante o período que antece-
de o pagamento da indenização, segundo fatores objetivos (variação salarial,
mensalidade escolar) expressos nas condições gerais, na apólice, no certifica-
do, nas propostas e no contrato, devendo ser observado que essa possibilida-
de está restrita às coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.

Já os planos com coberturas estruturadas na modalidade de contribui-


ção variável poderão conter cláusula de atualização anual dos prêmios
com base no índice pactuado.

Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar das condições gerais,
da apólice, das propostas e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
No caso de extinção do índice pactuado em contrato, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE.

SEGUROS DE PESSOAS 84
FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 5

Marque a alternativa correta


1. Cláudia tem um seguro de vida, mas ainda tem muitas dúvidas sobre os
prazos para pagamento de indenização e os documentos que a ­seguradora
pode solicitar.

Conversando com seu corretor, ele explicou que:

(a) A regulação de sinistro é o processo de apuração dos prejuízos


sofridos pelo segurador e por todos os demais elementos que
influem no cálculo da indenização e no seu direito a ela.
(b) A seguradora poderá solicitar documentos complementares quan-
tas vezes forem necessárias.
(c) Os segurados deverão ser informados sobre os procedimentos
para liquidação de sinistros, com especificação dos documentos
básicos previstos a serem apresentados para cada tipo de cobertu-
ra, não sendo facultado às seguradoras, mesmo no caso de dúvida
fundada e justificável, a solicitação de outros documentos.
(d) O prazo para pagamento das indenizações deverá ser estabelecido
pela seguradora, não podendo ser superior a 60 dias, contados a
partir da entrega de todos os documentos básicos.
(e) O não pagamento da indenização no prazo previsto implicará a apli-
cação de juros de mora a partir da data do atraso, sem prejuízo de
sua atualização, nos termos da legislação específica.

SEGUROS DE PESSOAS 85
FIXANDO CONCEITOS

2. Com tantas informações sobre os prazos, documentos e processos


ligados ao pagamento de uma indenização, um responsável pela área de
recursos humanos de uma empresa entrou em contato com o ­corretor
para esclarecer uma dúvida relativa aos trâmites para pagamento de
­indenização para um beneficiário de um colaborador da empresa.

O corretor deverá explicar que:

(a) É admissível que o plano de Seguros de Pessoas com cobertura de


risco preveja a hipótese de substituição do pagamento da indeni-
zação em dinheiro por pagamento em bens ou serviços, desde que
expressamente solicitada pelo segurado ou pelos beneficiários.
(b) O pagamento da indenização pode estar condicionado à restrição
temporal.
(c) Pode ser incluída cláusula nas condições contratuais que disponha
sobre a fixação de prazo máximo para a comunicação de sinistro.
(d) A tramitação do inquérito policial é causa de indeferimento para o
pagamento da indenização.
(e) Não é considerada abusiva a inclusão nas condições contratuais de cláu-
sula que disponha sobre exigência de certidão de nascimento atualizada.

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SEGUROS DE PESSOAS 86
ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
Uma apólice foi contratada pela empresa “Petróleo ABC S/A”, objeti­vando
contemplar todos os seus funcionários. Os colaboradores participaram
com R$ 50 reais fixos no custeio do seguro. Existem 15.000 colaborado-
res com carteira assinada, mas apenas 7.000 aderiram à apólice.

Com base nas informações apresentadas, identifique:

1. Quem é o estipulante da apólice?

2. Quem são os segurados na apólice?

3. Qual é o tipo de estipulante desse seguro?

4. Qual é o tipo de apólice contratada nesse caso?

5. Qual é o tipo de seguro contratado nesse caso?

6. Qual é o grupo segurável?

7. Qual é o grupo segurado?

Caso 2
Um segurado, com cobertura para Morte com capital de R$ 100 mil e a
cobertura para Morte Acidental no valor de R$ 100 mil, cometeu suicí-
dio, passados 26 meses da contratação da apólice. Durante esse tem-
po, sua apólice esteve suspensa por 90 dias, por falta de pagamento.
Qual é o valor de indenização a ser paga pela seguradora? Justifique
sua decisão.

Caso 3
A empresa ABC contratou para seus colaboradores um seguro de Vida
em Grupo, 100% pago pela empresa, com capital uniforme de R$ 200 mil
para cobertura de Morte (cobertura básica), 100% da cobertura básica para
Morte Acidental e 100% da cobertura básica para IPA.

Um dos seus colaboradores sofreu um acidente pessoal e teve a perda


total do uso de um dos membros superiores. Alguns meses após o recebi-
mento da indenização pela perda do uso de um dos membros superiores,
o colaborador veio a falecer em decorrência de complicações do acidente.

SEGUROS DE PESSOAS 87
ESTUDOS DE CASO

Com base nas informações apresentadas, responda:

1. O seguro é contributário ou não contributário?

2. Qual a cobertura que dá o direito ao colaborador de receber a pri-


meira parte da indenização?

3. Qual o valor da indenização recebida pelo colaborador que sofreu o


acidente pessoal?

4. Qual o valor da indenização recebida pelos beneficiários após o seu


falecimento?

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SEGUROS DE PESSOAS 88
ANEXOS

ANEXOS

EXEMPLO DE TABELA PARA CÁLCULO DA


INDENIZAÇÃO EM CASO DE INVALIDEZ PERMANENTE

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total da visão de ambos os olhos 100

Perda total do uso de ambos os membros superiores 100

Perda total do uso de ambos os membros inferiores 100

Invalidez Perda total do uso de ambas as mãos 100


Permanente Perda total do uso de um
Total 100
membro superior e de um membro inferior

Perda total do uso de uma das mãos e de um dos pés 100

Perda total do uso de ambos os pés 100

Alienação mental total e incurável 100

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total da visão de um olho 30

Perda total da visão de um olho,


70
quando o segurado já não tiver a outra vista

Surdez total incurável de ambos os ouvidos 40


Invalidez
Permanente Surdez total incurável de um dos ouvidos 20
Parcial e Mudez incurável 50
Diversos
Fratura não consolidada do maxilar inferior 20

Imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral 20

Imobilidade do segmento
25
toracolombossacral da coluna vertebral

SEGUROS DE PESSOAS 89
ANEXOS

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total do uso de um dos membros superiores 70

Perda total do uso de uma das mãos 60

Fratura não consolidada de um dos úmeros 50

Fratura não consolidada


30
de um dos segmentos radioulnares

Anquilose total de um dos ombros 25

Anquilose total de um dos cotovelos 25

Anquilose total de um dos punhos 20


Invalidez
Permanente Perda total do uso de um dos
25
Parcial e polegares, inclusive o metacarpiano
Membros Perda total do uso de um dos
Superiores 18
polegares, exclusive o metacarpiano

Perda total do uso da falange distal do polegar 9

Perda total do uso de um dos dedos indicadores 15

Perda total do uso de um dos


12
dedos mínimos ou um dos dedos médios

Perda total do uso de um dos dedos anulares 9

Perda total do uso de qualquer falange, excluídas


as do polegar: indenização equivalente a 1/3 do
valor do respectivo dedo

SEGUROS DE PESSOAS 90
ANEXOS

% SOBRE A
DISCRIMINAÇÃO IMPORTÂNCIA
SEGURADA

Perda total do uso de um dos membros inferiores 70

Perda total do uso de um dos pés 50

Fratura não consolidada de um fêmur 50

Fratura não consolidada


25
de um dos segmentos tíbioperoneiros

Fratura não consolidada da rótula 20

Fratura não consolidada de um pé 20

Anquilose total de um dos joelhos 20

Anquilose total de um dos tornozelos 20

Invalidez Anquilose total de um quadril 20


Permanente Perda parcial de um dos pés, isto é, perda de
Parcial e 25
todos os dedos e de uma parte do mesmo pé
Membros
inferiores Amputação do 1º dedo 10

Amputação de qualquer outro dedo 3

Perda total do uso de uma falange do 1º dedo: in-


denização equivalente a 1/2; e, dos demais dedos,
equivalente a 1/3 do respectivo dedo

Encurtamento de um dos membros inferiores:

– de cinco centímetros ou mais 15

– de quatro centímetros 10

– de três centímetros 6

sem
– menos de três centímetros
indenização

SEGUROS DE PESSOAS 91
ANEXOS

TABELA DE INDENIZAÇÃO PARA INVALIDEZ PERMANENTE TOTAL OU PARCIAL


POR ACIDENTE (EXEMPLOS)

• Perda total da visão


de um olho – 30%
• Surdez total incurável
• Perda total da visão de um ouvido – 20%
de um olho quando
não tiver a outra vista – 70% • Surdez total de
ambos os ouvidos – 40%

• Mudez incurável – 50%

• Anquilose total de um
• Fratura não consolidada
dos ombros – 25%
do maxilar inferior – 20%

• Anquilose total de • Fratura não consolidada


um dos cotovelos – 25% de um dos braços – 30%
• Perda total do uso
de um dos braços – 70%
• Anquilose total de
um dos punhos – 20%

• Anquilose total de
um quadril – 20%
• Fratura não consolidada
do fêmur – 50%
• Fratura não consolidada • Perda total do uso
de uma perna – 25% de uma das mãos – 60%
• Perda total do uso
de uma perna – 70%

• Fratura não consolidada


da rótula – 20%
• Encurtamento • Anquilose total de
de uma das pernas de um joelho – 20%
» 5 centímetros ou mais – 15%
» 4 centímetros – 10%
» 3 centímetros – 6%
• Anquilose total de um
» menos de 3 centímetros
dos tornozelos – 20%
(sem indenização)

• Fratura não consolidada


• Amputação do de um pé – 20%
primeiro dedo – 10%
• Amputação de • Perda total de um dos pés – 50%
qualquer outro dedo – 3% • Perda parcial de um dos pés
(Perda de todos os dedos do pé e de
uma parte do mesmo pé) – 25%

• Médio – 12%
• Indicador – 15%
• Anular – 9%
• Falange distal PERDA TOTAL - 100%

• Mínimo – 12% • Falange média • Perda total da visão de ambos os olhos


• Perda total do uso de ambos os braços
• Perda total do uso de ambas as pernas
• Falange próxima
• Perda total do uso de ambas as mãos
• Perda total do uso de um braço e de
• Polegar – 18% uma perna
• Perda total do uso de uma das mãos e
de um dos pés
• Metacarpiano • Perda total do uso de ambos os pés
• Alienação mental total incurável
• Metacarpiano
Polegar – 25%

SEGUROS DE PESSOAS 92
ANEXOS

— Tábuas de Mortalidade

Idade AT-2000 Basic Male AT-83 Male AT-49 Male GKM-70

0 0,002311 0,002690 0,004040 0,000000

1 0,000906 0,001053 0,001580 0,000000

2 0,000504 0,000591 0,000887 0,000000

3 0,000408 0,000476 0,000715 0,000000

4 0,000357 0,000417 0,000627 0,000000

5 0,000324 0,000377 0,000566 0,000000

6 0,000301 0,000350 0,000526 0,000000

7 0,000286 0,000333 0,000500 0,000000

8 0,000328 0,000352 0,000487 0,000000

9 0,000362 0,000368 0,000482 0,000000

10 0,000390 0,000382 0,000483 0,000000

11 0,000413 0,000394 0,000492 0,000000

12 0,000431 0,000405 0,000502 0,000000

13 0,000446 0,000415 0,000512 0,000000

14 0,000458 0,000425 0,000524 0,000000

15 0,000470 0,000435 0,000537 0,001195

16 0,000481 0,000446 0,000551 0,001210

17 0,000495 0,000458 0,000567 0,001225

18 0,000510 0,000472 0,000584 0,001240

19 0,000528 0,000488 0,000603 0,001255

20 0,000549 0,000505 0,000624 0,001270

21 0,000573 0,000525 0,000648 0,001285

22 0,000599 0,000546 0,000674 0,001300

23 0,000627 0,000570 0,000702 0,001315

24 0,000657 0,000596 0,000733 0,001330

25 0,000686 0,000622 0,000768 0,001345

26 0,000714 0,000650 0,000806 0,001360

27 0,000738 0,000677 0,000849 0,001375

SEGUROS DE PESSOAS 93
ANEXOS

Idade AT-2000 Basic Male AT-83 Male AT-49 Male GKM-70

28 0,000758 0,000704 0,000896 0,001390

29 0,000774 0,000731 0,000947 0,001405

30 0,000784 0,000759 0,001004 0,001424

31 0,000789 0,000786 0,001067 0,001473

32 0,000789 0,000814 0,001136 0,001532

33 0,000790 0,000843 0,001213 0,001603

34 0,000791 0,000876 0,001297 0,001689

35 0,000792 0,000917 0,001391 0,001790

36 0,000794 0,000968 0,001494 0,001911

37 0,000823 0,001032 0,001607 0,002052

38 0,000872 0,001114 0,001733 0,002217

39 0,000945 0,001216 0,001872 0,002407

40 0,001043 0,001341 0,002025 0,002624

41 0,001168 0,001492 0,002220 0,002871

42 0,001322 0,001673 0,002481 0,003150

43 0,001505 0,001886 0,002804 0,003464

44 0,001715 0,002129 0,003187 0,003813

45 0,001948 0,002399 0,003625 0,004202

46 0,002198 0,002693 0,004116 0,004631

47 0,002463 0,003009 0,004657 0,005103

48 0,002740 0,003343 0,005246 0,005620

49 0,003028 0,003694 0,005880 0,006185

50 0,003330 0,004057 0,006557 0,006802

51 0,003647 0,004431 0,007277 0,007472

52 0,003980 0,004812 0,008038 0,008210

53 0,004331 0,005198 0,008840 0,009022

54 0,004698 0,005591 0,009682 0,009915

55 0,005077 0,005994 0,010565 0,010896

56 0,005465 0,006409 0,011491 0,011976

57 0,005861 0,006839 0,012460 0,013163

58 0,006265 0,007290 0,013476 0,014468

59 0,006694 0,007782 0,014542 0,015902

60 0,007170 0,008338 0,015662 0,017478

61 0,007714 0,008983 0,016869 0,019209

62 0,008348 0,009740 0,018199 0,021112

63 0,009093 0,010630 0,019666 0,023201

64 0,009968 0,011664 0,021283 0,025495

65 0,010993 0,012851 0,023066 0,028013

66 0,012188 0,014199 0,025030 0,030776

SEGUROS DE PESSOAS 94
ANEXOS

Idade AT-2000 Basic Male AT-83 Male AT-49 Male GKM-70

67 0,013572 0,015717 0,027193 0,033807

68 0,015160 0,017414 0,029577 0,037131

69 0,016946 0,019296 0,032202 0,040775

70 0,018920 0,021371 0,035092 0,044768

71 0,021071 0,023647 0,038272 0,049141

72 0,023388 0,026131 0,041771 0,053928

73 0,025871 0,028835 0,045620 0,059164

74 0,028552 0,031794 0,049852 0,064890

75 0,031477 0,035046 0,054501 0,071146

76 0,034686 0,038631 0,059609 0,077976

77 0,038225 0,042587 0,065216 0,085427

78 0,042132 0,046951 0,071368 0,093549

79 0,046427 0,051755 0,078113 0,102392

80 0,051128 0,057026 0,085503 0,112012

81 0,056250 0,062791 0,093593 0,122464

82 0,061809 0,069081 0,102443 0,133806

83 0,067826 0,075908 0,112113 0,146099

84 0,074322 0,083230 0,122669 0,159402

85 0,081326 0,090987 0,134178 0,173775

86 0,088863 0,099122 0,146709 0,189278

87 0,096958 0,107577 0,160333 0,205970

88 0,105631 0,116316 0,175124 0,223906

89 0,114858 0,125394 0,191151 0,243139

90 0,124612 0,134887 0,208485 0,263714

91 0,134861 0,144873 0,227192 0,285674

92 0,145575 0,155429 0,247332 0,309049

93 0,156727 0,166629 0,268960 0,333863

94 0,168290 0,178537 0,292118 0,360127

95 0,180245 0,191214 0,316834 0,387840

96 0,192565 0,204721 0,343122 0,416986

97 0,205229 0,219120 0,370973 0,447535

98 0,218683 0,234735 0,400352 0,479438

99 0,233371 0,251889 0,431199 0,512630

100 0,249741 0,270906 0,463415 0,547029

101 0,268237 0,292111 0,496870 0,582533

102 0,289305 0,315826 0,531389 0,619026

103 0,313391 0,342377 0,566757 0,656373

104 0,340940 0,372086 0,602714 0,694427

105 0,372398 0,405278 0,638956 0,733028

SEGUROS DE PESSOAS 95
ANEXOS

Idade AT-2000 Basic Male AT-83 Male AT-49 Male GKM-70

106 0,408210 0,442277 0,675143 0,772005

107 0,448823 0,483406 0,710898

108 0,494681 0,528989 0,745822

109 0,546231 0,579351 1,000000

110 0,603917 0,634814

111 0,668186 0,695704

112 0,739483 0,762343

113 0,818254 0,835056

114 0,904945 0,914167

115 1,000000 1,000000

SEGUROS DE PESSOAS 96
GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3

1–D 1–A 1–A

2–E 2–D 2–B

UNIDADE 4 UNIDADE 5

1–E 1–A

2–C 2–A

Estudos de Caso
Caso 1
1. Petróleo ABC S/A.

2. Funcionários da empresa petróleo Abc S/A.

3. Estipulante-instituidor.

4. Coletiva.

5. Contributário.

6. 15.000 colaboradores.

7. 7.000 colaboradores.

Caso 2
Não há indenização a ser paga, pois, apesar de passados dois anos da
contratação da apólice, houve suspensão da cobertura durante a vigência,
que deveria ser compensada ao final do período. Como o sinistro ocorreu
passados 26 meses e não 28, não há indenização a ser paga, conforme
previsto no artigo 798 do Código Civil, transcrito a seguir:

Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado


quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigên-
cia inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso,
observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é


nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por
suicídio do segurado.

SEGUROS DE PESSOAS 97
GABARITO

Caso 3
1. O seguro é não contributário porque o prêmio é 100% pago pela empresa

2. A cobertura que dá o direito ao colaborador de receber a primeira parte


da indenização é a cobertura de IPA.

3. De acordo com a tabela para cálculo da indenização em caso de inva-


lidez permanente, a perda total do uso de um dos membros superiores é
uma invalidez parcial e a indenização é de 70% do valor contratado para
a garantia, ou seja 0,7 x R$ 200 mil = R$ 140 mil. O colaborador recebeu
R$ 140 mil pela invalidez parcial.

4. As indenizações pagáveis por morte acidental e por invalidez permanente


total ou parcial por acidente não são cumulativas. Assim, se depois de paga a
indenização por invalidez permanente por acidente (IPA), verificou-se a morte
do colaborador em função do mesmo acidente, a importância já paga por IPA
deve ser deduzida do valor do capital segurado por morte acidental.Sendo
assim os beneficiários receberão o capital segurado por morte (R$ 200 mil) +
o capital segurado por morte acidental (R$200 mil) – o capital indenizado ao
segurado pela cobertura de IPA (R$140 mil), ou seja, R$ 260 mil.

SEGUROS DE PESSOAS 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Gilberto. O ABC da matemática atuarial e princípios gerais do
seguro. Porto Alegre: Sulina, 1985.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico.


­Introdução à atuária e precificação do seguro. Assessoria técnica de
Vânia Brasil Simões. 10. ed. Rio de Janeiro: ENS, 2017. 80 p.

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. ­Seguros


de pessoas. Assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. 16. ed.
Rio de Janeiro: ENS, 2020. 96 p.

ESCOLA DE NEGOCIOS E SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Segu-


ros de pessoas. Assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. 18.
ed. Rio de Janeiro: ENS, 2022. 4,35 Mb ; PDF

ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS, Dicionário de Seguros – ­vocabulário


conceituado de seguros. 2.ed. ver. ampl. Rio de Janeiro: Funenseg, 2000.
160p.

FERREIRA, Paulo Pereira. Modelos de precificação e ruína para seguros


de curto prazo. Rio de Janeiro: Funenseg, 2005. 210 p.

FERREIRA, Weber José. Coleção introdução à ciência atuarial. Rio de


Janeiro: IRB, 1995.

SOUZA, Antonio Lober Ferreira de et.al. Dicionário de seguros:


vocabu­
­ lário conceituado de seguros. Técnico de Documentação
­Teresinha ­Castello Ribeiro. 3.ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: IRB Brasil Re/
Funenseg, 2011. 256 p.

Sites
www.susep.gov.br

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