Tese Versão Final 10 11 24 Biblioteca 3
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CAPA
FOLHA DE ROSTO
PALMAS – TO MAIO/2024
FICHA CATALOGRÁFICA
JOÃO PEDRO PEREIRA PASSOS
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr Sergio Donizeti Ascencio (Orientador)
UFT
______________________________________________
Prof. Dr. Raimundo Wagner de Souza Aguiar
BIONORTE
______________________________________________
Prof. Dr. Victor Hugo Gomes Sales
BIONORTE
_______________________________________________
Prof. Dr. Joenes Mucci Peluzio
BIONORTE
DEDICATORIA
vitória.
Ao Professor Prof. Dr. Sérgio Donizeti Ascêncio que abriu as portas para meu ingresso
guiando meu caminho acadêmico, e que diante dos percalços do caminho proporcionou
À minha esposa e companheira, Nayara Silva do Vale, pelo apoio, paciência, dedicação
e amor.
À minha mãe, Dona Célia, que mesmo a distância guardo sempre em meus pensamentos
e orações.
pessoal.
projeto.
EPÍGRAFE
SUMÁRIO
FICHA CATALOGRÁFICA ..................................................................................................... 3
FOLHA DE APROVAÇÃO....................................................................................................... 4
DEDICATORIA ......................................................................................................................... 5
AGRADECIMENTOS..................................................................................................................................... 6
EPÍGRAFE .......................................................................................................................................................... 7
RESUMO ............................................................................................................................................................. 8
ABSTRACT ........................................................................................................................................................ 9
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................... 10
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................................................. 11
LISTA DE TABELAS E QUADROS ...................................................................................................... 12
LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................................................... 13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................................. 14
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 1 .................................................................................................................................................... 19
COVID-19PROVOCOU MAIS DE12MILMORTESSÚBITASNOBRASILNOSPRIMEIROSTRÊSANOS
DE PANDEMIA: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO, OBSERVACIONAL E DESCRITIVO ... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 22
2 MÉTODOS............................................................................................................................................. 24
2.1 LOCAL DA PESQUISA .................................................................................................................... 24
2.2 COLETA DE DADOS........................................................................................................................ 24
2.3 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................................... 25
3 RESULTADOS..................................................................................................................................... 27
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................................................... 31
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................................... 42
SARS-COV-2 NO BRASIL: ALTAS TAXAS DE MORTALIDADE EM MUNICIPIOS COM
PRECARIEDADE DE SANEAMENTO ................................................................................................. 42
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 45
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................. 46
2.1 TIPO DE ESTUDO E DESCRIÇÃO DA ÁREA ....................................................................... 46
2.2 VARIÁVEIS E MEDIDAS ............................................................................................................... 46
2.3 ANÁLISE DE AGRUPAMENTO ESPACIAL .......................................................................... 47
2.4 TESTE DE HIPÓTESE ...................................................................................................................... 47
2.5 PROGRAMAS ...................................................................................................................................... 48
2.6 QUESTÕES ÉTICAS ......................................................................................................................... 48
2.7 DISPONIBILIDADE DE DADOS : ............................................................................................... 48
3 RESULTADOS..................................................................................................................................... 49
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................................................... 55
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 58
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................................... 61
PERCEPÇÃO DOS EFEITOS DA VACINAÇÃO E ANÁLISE DA EFICÁCIA DE LONGO PRAZO DO
ISOLAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL ............................................................. 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 64
2 METODOLOGIA ................................................................................................................................ 66
2.1 LOCAL 66
2.2 DADOS 66
2.2.1 ISOLAMENTO..................................................................................................................................... 66
2.2.2 CASOS E ÓBITOS DIÁRIOS POR COVID-19 ........................................................................ 67
2.2.3 SERIES TEMPORAIS ....................................................................................................................... 67
2.2.4 TESTE T PAREADO ......................................................................................................................... 68
2.2.5 PONTO DE RUPTURA BAYESIANO ........................................................................................ 68
2.2.6 IMPACTO CAUSAL .......................................................................................................................... 68
2.2.7 REGRESSÃO CART .......................................................................................................................... 69
2.3 QUESTOES ÉTICAS ......................................................................................................................... 69
2.4 DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE DADOS ........................................................ 69
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 71
3.1 TESTE DE HIPÓTESES DE SÉRIES TEMPORAIS ............................................................... 72
16
INTRODUÇÃO
A doença de coronavírus (COVID-19) causou uma pandemia global entre os anos de
matando cerca de 7 milhões de pessoas, mesmo no ano de 2023 longe do pico da emergência
de saúde global morreram mais pessoas até o mês maio de 2023 de Covid que de Dengue [334]
e cólera [68], permanecendo como a 4º causas de morte não natural em média móvel semanal
com média de 119 mortes por semana, sendo superado somente pela violência [164], infecções
países/regiões (2).
No Brasil, somente 43% da população possui esgoto coletado e tratado e ainda temos
12% da população utilizando de fossa séptica (solução individual), ou seja, cerca de 55% da
população não possuem tratamento e coleta de esgoto, sendo que do esgoto coletado 18% não
continuam sendo um desafio global. Águas residuais monitoramento poderia ser um potencial
ferramentas importantes com qual para elucidar a propagação de doenças e identificar fatores
de risco(4).
completam dentro de um único objetivo que seria defluir de forma latente a importância da
hipótese enteral como fator de incidência do COVID-19 nos períodos iniciais da pandemia
3).
Cremos que a noção exata destas hipóteses pode levar a ações efetivas de prevenção e
primeiro momento podem parecer eficazes, mas o tempo demonstra ter um custo elevado ou
mesmo inócuas.
provocou mais de 12 mil mortes súbitas no Brasil nos primeiros três anos de pandemia, a partir
Dando seguimento vamos observar como o COVID-19 possui uma correlação espaço-
temporal nos períodos iniciais da pandemia no Brasil com altas taxas de mortalidade em
espacial dos dados de casos de COVID-19 registrados no Brasil a partir de 28 de fevereiro até
01 de julho de 2020 associado com saneamento básico em todos os mais de 5 mil e 700
municípios do Brasil.
vacinação e análise da eficácia de longo prazo do isolamento no estado de São Paulo, brasil,
temporais.
Por fim consolidamos todas esta analises com um estudo estimamos a quantidade de
mortes evitadas pela vacinação por covid-19, em um estudo transversal em 18 países entre
2020 e 2023 o concepção construída nesta tese de ruptura de series dados (não retorno)
assomando estudo de impacto causal baseada em análise de bayes para gerar conclusões
contrafactuais.
19
CAPÍTULO 1
Artigo publicado:
RESUMO
Objetivo. A pandemia originou vários problemas de saúde, com elevada morbilidade e
mortalidade e, em alguns casos, condições graves com possível impacto na quantidade de
mortes súbitas cardíacas (MSC) no Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da
pandemia de COVID-19 na quantidade de mortes súbitas cardíacas (MSC) no Brasil entre 2020
e 2022. Métodos. Efetuamos um estudo epidemiológico, observacional, descritivo, de série
temporal e análise contrafactual, utilizando uma abordagem bayesiana de modelo estrutural
para séries temporais, com base em uma regressão difusa de espaço-estado calculando o ponto
de ruptura (changuepoint) e o impacto causal referente ao ponto de mudança com a aplicação
das diretrizes revisadas de Bradford Hill para determinar a causalidade. Resultados. Ao longo
dos 13 anos de estudados (2010-2022) foram registrados 40.416 casos de MSC no Brasil,
observamos um aumento significativo na média mensal de MSC durante o período de pandemia
em relação ao período de pré-pandemia, de em média 176,6 casos mensais (DP: 38,78; IC95%
169,65-183,55) para em média 555,03 casos por mês (DP:75,4; IC95% 528,7-581,3) a partir da
pandemia. Seguindo a tendência registrada antes da pandemia, seriam esperados uma resposta
média predita de 186,74 (IC95%: 170-204) casos por mês. Em termos absolutos, houve um
acréscimo de 12.522 (IC95%: 11926-13098) casos de MSC no período de pandemia.
Conclusão. Percebemos que o aumento de casos de MSC ocorreu após o início da pandemia
no Brasil, com significância estatística sendo plausível dado os mecanismos de ação do vírus
não contradizendo estudos semelhantes que tangenciaram o tema, sendo razoável concluir que
há um genuíno efeito do COVID-19 sobre a quantidade de mortes súbitas cardíacas.
Palavras-chave: COVID-19, Doenças cardiovasculares, vacinação, pandemia, série temporal
21
ABSTRACT
Objective. The COVID-19 (COVID-19) pandemic has led to several health problems, with
high morbidity and mortality and, in some cases, serious conditions with a possible impact on
the number of sudden cardiac deaths (SCD) in Brazil. The aim of this study was to evaluate the
impact of the COVID-19 pandemic on the number of sudden cardiac deaths (SCD) in Brazil
between 2020 and 2022. Methods. We performed an epidemiological, observational,
descriptive, time-series study and counterfactual analysis, using a Bayesian structural model
approach for time series, based on a diffuse state-space regression calculating the changuepoint
and the causal impact of the change point with the application of the revised Bradford Hill
guidelines to determine causality. Results. Over the 13 years studied (2010-2022), 40,416 cases
of SCD were registered in Brazil, and we observed a significant increase in the monthly average
of SCD during the pandemic period compared to the pre-pandemic period, with an average of
176.6 monthly cases (SD: 38.78; 95%CI 169.65-183.55) to an average of 555.03 cases per
month (SD:75.4; CI95%: 528.7-581.3) from the pandemic. Following the trend recorded before
the pandemic, a predicted average response of 186.74 (95%CI: 170-204) cases per month would
be expected. In absolute terms, there was an increase of 12,522 (95%CI: 11926-13098) cases
of SCD during the pandemic period. Conclusion. We noticed that the increase in SCD cases
occurred after the beginning of the pandemic in Brazil, with statistical significance being
plausible given the mechanisms of action of the virus and not contradicting similar studies that
touched on the subject, and it is reasonable to conclude that there is a genuine effect of COVID-
19 on the number of sudden cardiac deaths.
1 INTRODUÇÃO
Muito se tem ouvido falar na impressa não especializada sobre o aumento na quantidade
das chamadas “mortes súbitas” após o período pandêmico de COVID-19(UOL, 2023), mas será
que realmente existe algo com que se preocupar? Ou mesmo algum indício de causalidade que
poderia ser observada sob prisma de uma análise epidemiológica aprofundada, algo inédito até
o momento.
seu efeito indireto em nível populacional por meio de lockdown, mudanças de estilo de vida e
não pandêmicos.
A morte súbita cardíaca (MSC) é definida como: uma morte natural e inesperada como
resultado de causas cardíacas que ocorrem dentro de 1 hora após o início de novos sintomas
(EYMAN MORTADA; AKHTAR, 2010). Em geral esta definição ocorre quando um indivíduo
morre sem nenhum histórico anterior de qualquer cardiopatia (ZANIN et al., 2022).
A elucidação do mecanismo molecular pelo qual o estresse causa MSC foi efetuada
deste trabalho podemos ressaltar que é possível induzir doenças relacionadas ao estresse e morte
súbita a partir do excesso de “células T CD4+” patogênicas que causam inflamação no cérebro
aumento na quantidade de mortes súbitas cardíacas no Brasil e se este aumento caso tenha
ocorrido pode ser correlacionado (ou mesmo verificado uma relação causal inicial) com a
23
pandemia de COVID-19, fato que poderia embasar estudos posteriores aprofundados sobre o
tema.
24
2 MÉTODOS
Universidade de Oxford (COVID-19 TESTING POLICIES, MAY 11, 2020, [s. d.]; SUS,
2024).
MSC registradas no DATASUS entre janeiro de 2010 e dezembro de 2022 no Brasil (n=156),
ressaltando que de acordo com a 10º Revisão do Código Internacional de Doenças (CID-10)
identificou-se no banco de dados do SIM os óbitos relacionados à morte súbita: R96 - Outras
Mortes súbitas de causa desconhecida; R960 - Morte instantânea; R961 - Morte que ocorre em
menos de 24 horas após o início dos sintomas, que não pode ser explicada (DATASUS, 2024).
registro no Brasil , qual seja dia 07 de janeiro de 2020 até as datas das últimas atualização, no
Os dados foram estratificados segundo a faixa etária: [1] menos de 1 ano; [2] entre 1 e
4 anos; [3] entre 5 e 14 anos;[4] entre 15 e 24 anos; [5] entre 25 e 34 anos; [6] entre 35 e 44
25
anos; [7] entre 45 e 54 anos; [8] entre 55 e 64 anos; [9] entre 65 e 74 anos e [10] mais de 75
anos.
2.2.4, com ponto de alteração na média entre jan./2010 e dez/2022 (n=156), com método de
análise de no máximo um ponto de ruptura (AMOC) com estatística de teste t-student com
função de penalidade padrão (MBIC) onde inferimos as quantidades de mortes potenciais caso
não ocorresse a ruptura e extraímos posteriormente com base nos dados oficiais de mortes
Brasil e as quantidade de MSC entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022, foi utilizado o teste
Para o cálculo do excesso de mortes (𝑒𝑀) após a detecção do ponto de ruptura com o
(BRODERSEN, Kay H et al., 2015). Nessa abordagem, a série temporal original e outra série
temporal de controle são usadas para construir um modelo. O modelo preverá a observação da
a observação real com a previsão, neste caso realizamos um teste, para verificar a significância
pós-ruptura efetuamos o teste t-student com nível de significância de 0,001 e IC de 95% para
26
Por último utilizamos os critérios de Bradford Hill (HILL, 1965) revisados por Jeremy
Howick et al (HOWICK et al., 2009) como método para determinar a existência da causalidade,
3 RESULTADOS
Figura 1 - Quantidade de mortes mensais por COVID-19, Novos casos de COVID-19 e Morte Súbitas (R96)
no Brasil entre jan. de 2020 de dez de 2020 (n=36). Valor-p <0,001.
Figura 2- Óbitos totais por residência segundo Ano/mês do Óbito Categoria CID-10: R96 Outras mortes
súbitas de causa desconhecida no Período: jan./2020 a dez/2022 com ponto de ruptura de bayes (p<0,001).
Figura 3- Série temporal de mortes por residência segundo Ano/mês do Óbito Categoria CID-10: R96 Outras mortes súbitas de causa desconhecida no Período: jan./2020 a
dez/2022 de acordo com a faixa etária (n=156).
Figura 4 - Óbitos totais por residência segundo Ano/mês do Óbito Categoria CID-10: R96 Outras mortes súbitas
de causa desconhecida no Período: jan./2020 a dez/2022 (n=156) de acordo com a faixa etária (entre 1 e 4 anos
não ocorreu ruptura significativa) com ponto de ruptura de bayes (p<0,001). Fonte: autores
Figura 5 - Série temporal de mortes por residência segundo Ano/mês do Óbito Categoria CID-10: R96 Outras
mortes súbitas de causa desconhecida no Período: jan./2020 a dez/2022 plotando os dados reais (original),
diferença entre o resultado observado e o resultado previsto (pointwise) e o a diferença cumulativa (cumulative)
Tabela 1 - Média pré e pós ruptura entre jan. de 2010 e dez de 2022 na quantidade de mortes súbitas no Brasil
(n=156) e excesso de mortes por faixa etária (teste t student p<0,001)
Excesso
IC de 95% para
Amostra Média DesvPad IC de 95% Total de mortes
μ
(𝒑𝑴𝒆)
< 1 ano pré ruptura 1,193 1,06 (1,0009; 1,3857) 250 55,7 (39,6;71,1)
< 1 ano pós ruptura 2,919 1,534 (2,407; 3,431)
-
1 a 4 anos* 0,853 0,996 (0,6951; 1,0100) 133 0
-
5 a 14 anos pré ruptura 0,752 0,89 (0,5892; 0,9150) 167 39.8 (26,15;53,1)
5 a 14 anos pós ruptura 2 1,281 (1,590; 2,410)
15 a 24 anos pré ruptura 3 1,712 (2,689; 3,311) 606 124,6 (99,5;148,7)
15 a 24 anos pós ruptura 6,73 2,6 (5,863; 7,597)
25 a 34 anos pré ruptura 5,352 2,234 (4,952; 5,753) 1179 342 (311,5;372)
25 a 34 anos pós ruptura 15,471 4,601 (13,865; 17,076)
35 a 44 anos pré ruptura 10,984 3,53 (10,351; 11,616) 2395 677 (628, 725)
35 a 44 anos pós ruptura 31,03 7,44 (28,43; 33,63)
45 a 54 anos pré ruptura 19,213 5,545 (18,219; 20,207) 4139 1130 (1051, 1206)
45 a 54 anos pós ruptura 52,79 9,37 (49,52; 56,06)
55 a 64 anos pré ruptura 25,934 6,903 (24,697; 27,172) 5959 1182 (1796;1976)
55 a 64 anos pós ruptura 82,21 11,08 (78,34; 86,07)
65 a 74 anos pré ruptura 31,926 9,058 (30,303; 33,550) 7339 2317 (2191: 2442)
65 a 74 anos pós ruptura 101,29 16,11 (95,67; 106,91)
>75 anos pré ruptura 78,82 24,29 (74,51; 83,14) 18249 5943 (5593:6287)
>75 anos pós ruptura 264,84 43,57 (249,14; 280,55)
Total pré ruptura 176,6 38,78 (169,65; 183,55) 40416 12522 (11926:13098)
Total pós ruptura 555 75,4 (528,7; 581,3)
*não houve mudança significativa.
Fonte: Autores adaptado de DATASUS (2024)
31
4 DISCUSSÃO
(n=156) foram registrados no Brasil 40.416 Mortes Súbitas Cardíacas (MSC) de causa
pandemia como Nova York nos EUA (MOUNTANTONAKIS et al., 2020), a região da
Lombardia na Itália (BALDI et al., 2020) e em Paris na França (MARIJON et al., 2020)
relataram aumento acentuado de mortes súbitas, estes estudos sugeriam uma possível ligação
No entanto, estes estudos eram relatórios iniciais, que detalharam uma associação
temporal convincente, mas justamente por estarem em pleno ápice da pandemia falharam em
estabelecer qualquer tipo de ligação causal entre a carga das infecções COVID-19 e o aumento
Portanto, este estudo é superior a uma mera correlação a medida em implica demonstrar
também uma robusta relação causal, ou seja, ao confirmamos a ruptura na série de dados e
conseguimos inferir uma relação causal com a pandemia dando subsídios para futuros estudos
sobre os mecanismos subjacentes deste fato (BÜHLMANN, 2020; NAGIN; SAMPSON, 2019).
nas séries por faixa etária e na totalidade dos registros, Figuras 2 e 4, podemos também inferir
que tais pontos coincidem com o início da pandemia e a circulação do vírus pelo país de acordo
Durante o período pós-pandemia, a quantidade de MSC por mês apresentou valor médio
uma resposta média de 186,74. O intervalo de 95% dessa previsão contrafactual é entre 169,78
32
sumarizados na tabela 1.
Ressaltamos que dada a característica da curva AMOC, uma vez que ela calcula a média
sobre todos os pontos de mudança, podendo ter no máximo um, observamos uma tendência
geral nos dados estudados onde à medida que a mudança diminui, todas as curvas se aproximam
da linha de base aleatória (RND) que em nosso caso a linha 122, fevereiro de 2020 (KILLICK;
ECKLEY, 2014).
estimativa do efeito causal da pandemia sobre a quantidade de MSC Brasil. Este efeito é de
368,29 mortes por mês (IC95%: 350,76, 385,25) totalizando um excesso de 12.522 (IC95%:
no Brasil, nos três gráficos temos: Original, mostra a observação real (linha sólida) e a previsão
(linha tracejada), observando que o total da amostra de óbitos por MSC no é de 156 meses e o
ponto definimos o período pré-ruptura entre n=1 e n=122 e o pós-ruptura entre n=122 e n=156;
Pointwise, mostra a diferença entre o valor previsto e o valor real por ponto de dados;
Cumulative: mostra a diferença cumulativa entre o valor previsto e o valor real, , Figura 5.
das morte e hospitalizações por COVID-19 no Brasil onde faixa etária com mais óbitos cerca
de 70% foi de pessoas acima de 60 anos(ORELLANA et al., 2022), temos justamente esta faixa
O aumento de MSC é sua relação causal com a pandemia é bem robusta, portanto, sobre
isto podemos atribuir que foi devido a pandemia de COVID-19. Todavia quanto à forma como
ocorreu podemos teorizar que poderia se relacionar a resposta imune contra o vírus
estimulações de leucócitos relacionados ao stress cardíaco que levam a MSC (MELENOTTE
et al., 2020; WANG; HAO, 2023), a redução dos atendimentos e exames preventivos no
período ou mesmo a imunização.
Podemos então tirar conclusões sobre causalidade entre a pandemia e o aumento de
MSC a partir desses dados observacionais? o britânico Austin Bradford Hill não foi só o
responsável pelo delineamento dos primeiros estudos randomizados controlados, sendo o
responsável ainda por conduzir a pesquisa que acabou confirmando o elo entre o câncer de
pulmão e o tabagismo, em 1959 Bradford estabeleceu uma lista de critérios que devemos
considerar antes que se possa concluir pela relação de causalidade, com base na versão de
Jeremy Howick et al (HILL, 1965; HOWICK et al., 2009) e no que foi discutido apresentamos
um resumo da aplicação das diretrizes de Bradford Hill revisadas, quadro 2.
34
Sabe-se que a ECA2 age como um receptor para a proteína estrutural S (espícula) do
COVID-19, através da qual o vírus ganha acesso à célula hospedeira. Esse mecanismo envolve
a interação da proteína S viral com o domínio extracelular da ECA2 (TAVARES et al., 2020).
O periódico Science Advances publicou em setembro de 2022 estudo demostrando que
pacientes infectados com a síndrome respiratória aguda grave podem apresentar desconforto
respiratório com risco de vida, desregulação da pressão arterial (BRIQUEZ et al., 2022).
Este trabalho afirma que isto ocorre por uma atividade prejudicada da enzima
conversora da angiotensina 2 (ACE2), que é o receptor de entrada principal do SARSCoV-2
nas células e que igualmente regula firmemente a pressão arterial, convertendo o peptídeo
vasoconstritor angiotensina II (AngII) a um peptídeo vasopressor (BRIQUEZ et al., 2022;
HENRIQUES et al., 2023; TAVARES et al., 2020).
A enzima conversora de angiotensina (ECA) — uma dicarboxipeptidase zinco-
dependente com dois domínios catalíticos — desempenha um papel importante na regulação da
pressão arterial e ao mesmo tempo é a principal via de entrada do vírus do COVID-19 no
organismo em termos simples podemos inferir que se as células que precisam de tal enzima
para controle da pressão arterial não a receber devido ao bloqueio destes receptores ficariam
disfuncionais, e que uma eventual disfunção deste mecanismo levaria a uma desregulação do
sistema controle da pressão arterial do organismo - sistema renina-angiotensina-aldosterona
(MSD, [s. d.]).
Alguns daqueles que se recuperaram da COVID-19 desenvolvem sintomas persistentes
ou novos que duram semanas ou meses; isso é chamado de "COVID-19 longo", "Long Haulers"
ou "Síndrome pós-COVID-19", dentre os sintomas da Síndrome pós-COVID-19 está a dor
toráxica (GARG et al., 2021; NABAVI, 2020).
O COVID-19 tem impactos diretos e indiretos na saúde cardiovascular, o vírus ataca
frequentemente o sistema circulatório do corpo, causando nova coagulação e inflamação
existindo uma relação latente e carente de ser desvendada entre o MSC, as células T CD4+,
expressão da enzima conversora de angiotensina (ECA), a proteína Spike (S) e as Respostas
imunes adaptativas ao COVID-19 que aumentam a susceptibilidade da população a ocorrência
de mortes súbitas e outras mortes com causa cardiovascular (ARIMA et al., 2017; TAVARES
et al., 2020).
Outro ponto, que se pode atribuir é que durante a pandemia ocorreu procrastinação da
população que tinha doenças cardíacas novas ou existentes e estavam relutantes em procurar
35
cuidados médicos, este argumento poderia se aplicar nos primeiros anos, todavia nos dois
últimos anos analisados a imunização já estava bem avançada e praticamente todas as restrições
sanitárias de deslocamento já não existiam e a flexibilização iniciou ainda no mês de junho de
2020 (MARTINS; GUIMARÃES, 2022).
Sobre isto o estudo de Almeida et al (2023) et al sobre o impacto da pandemia nos
exames cardiológicos no Brasil no primeiro ano da pandemia observou uma queda de 21,9%
em relação ao ano anterior (2019) no número de exames cardiológico.
Tal situação poderia explicar em parte esta ruptura, especificamente referente ao
primeiro ano, todavia nos anos posteriores estes exames recrudesceram para a média histórica,
como parâmetro levantamos o principal exame cardiológico realizado o teste ergométrico (SUS,
2024).
Foram efetuados na rede pública do brasil entre 2008 e 2023 um total de 7.586.210
testes ergométricos na população, uma média de 39.718 exames por mês (DP: 8.044; IC95%:
38.570-40.866), sendo que o ano de 2020 registrou uma queda na média mensal para 29.160
(DP:11.272; IC95% 21.998-36.322), porquanto esta queda na verdade se concentrou nos meses
de abril (10.446), maio (12.548) e junho (17.395) claramente outlier, não ruptura de dados
(ARANHA; ZAMBALDI, 2005).
A segurança cardiovascular da vacinação é indiscutível na medida que os riscos
cardiovasculares da não vacinação e eventual infecção por COVID-19 são superiores, isto não
implica necessariamente que a vacina não possui riscos, somente que estes são em tese
inferiores aos da infecção viral (MOREIRA et al., 2022).
Henriques et al (2023, p. 2300) publicou um estudo no Brazilian Journal of Health
Review afirmando que após a vacinação surgiram “sintomas que podem estar associados a
vacina do COVID-19, um deles é a miocardite”.
Já quanto ao um risco aumentado de complicações cardíacas após a infecção COVID-
19 e a vacinação do mRNA COVID-19, um estudo publicado Centers for Disease Control and
Prevention (CDC) dos EUA ao analisar as complicações cardíacas após a infecção COVID-19
e as comparar com as decorrentes da vacinação mRNA para COVID-19 nos Estados Unidos de
janeiro de 2021 a janeiro de 2022, apesar de concluir que o risco de complicações cardíacas era
significativamente maior após a infecção SARSCoV-2 do que após a vacinação do mRNA
COVID-19 para homens e mulheres em todas as faixas etárias, o estudo detectou um aumento
36
incidência de resultados cardíacos após a vacinação COVID-19 do mRNA todavia este aumento
não foi tão acentuado (CDC, 2022) .
Neste ponto ressaltamos que ao final de 2022 o Brasil já havia aplicado 480 milhões de
doses de vacina em 188.553.932 habitantes, ou seja, 90% da população brasileira havia tomado
ao menos uma dose de vacina até o final de 2022 (OXFORD, 2024).
37
5 CONCLUSÃO
De acordo com dados de 13 anos (156 meses) no Brasil entre 2010 e o final do ano 2022
MSC apresentou valor médio de aproximadamente 555,03 (DP:75,4; IC95% 528,7-581,3). Por
outro lado, na ausência de uma intervenção, teríamos esperado uma resposta média predita de
186,74 (IC95%: 170-204) totalizando 12.522 mortes por MSC relacionadas a pandemia
(IC95%: 11926-13098).
Por fim, fazendo um resumo dos critérios de causalidade de Bradford Hill, que teve 6
de 7 orientações satisfeitas, percebemos que o aumento de casos de MSC ocorreu após o início
ação do vírus no aumento dos riscos cardiovasculares, ao mesmo tempo os resultados não
contradizem a ciência corrente havendo estudos semelhantes que tangenciaram o tema, logo é
razoável concluir que há um genuíno efeito do COVID-19 sobre a quantidade de mortes súbitas
cardíacas.
improváveis relação com os efeitos indiretos associados ao isolamento social e ao ajuste dos
sobre o tema.
38
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42
CAPÍTULO 2
SARS-COV-2 NO BRASIL: ALTAS TAXAS DE MORTALIDADE EM MUNICIPIOS
COM PRECARIEDADE DE SANEAMENTO
Artigo aceito para publicação pela revista Cuadernos de Educación y Desarrollo (CED),
(ISSN: 1989-4145)avaliada pelo sistema de rankeamento de revistas brasileiras Qualis CAPES
2017-2020 como A4. Mais informações podem ser obtidas em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaC
onsultaGeralPeriodicos.jsf
43
1
Doutorando da Rede de Biotecnologia e Biodiversidade da Amazônia Legal – BIONORTE. Palmas,
TO, Brasil.
2
Doutor em Ciências (Bioquímica) pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente é Professor
Associado I do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins, Coordenador do LPPN
(Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais da UFT) e Professor Permanente nas Linhas de Pesquisa
em Bioprospecção e Desenvolvimento de Bioprocessos e Bioprodutos. BIONORTE. Palmas, TO, Brasil
RESUMO
Objetivo: O saneamento básico é um potencial indicador da propagação do COVID-19,
neste contexto, os padrões analíticos espaço-temporais são ferramentas importantes para
elucidar a propagação de doenças e identificar os potenciais fatores de risco. Objetivo:
Estudar a distribuição espacial dos casos e mortes por COVID no Brasil nos meses iniciais
da pandemia e avaliar uma possível associação entre os índices saneamento básico e taxas
de COVID-19 em todos os 5.565 municípios brasileiros. Métodos: Análise de correção
espacial dos dados de casos de COVID-19 registrados no Brasil a partir de 28 de fevereiro
até 01 de julho de 2020 associado com saneamento básico. Resultados: altas taxas de
incidência e mortalidade por COVID-19 nos municípios com mais baixos índices de
coleta e tratamento de esgoto, (<50%, média±DP 5,43±8,3289 e 1,22±1,94; p<0,0001)
do que naqueles com maiores índices de coleta e tratamento e tratamento de esgoto
(>50%), houve clusters com significativo autocorrelação espacial identificados
principalmente no Norte e Nordeste regiões para taxas de mortalidade e incidência (alto-
alto).Conclusão: Uma situação precária saneamento básico está associado com a altas
taxas de transmissão e mortes por COVID-19 no Brasil .
ABSTRACT
Introduction: Basic sanitation is a potential indicator of the spread of COVID-19 disease,
in this context, space-time patterns are important tools to elucidate disease spread and
identify risk factors. The objective of this work is to study the spatial distribution of
COVID cases and deaths in Brazil in the early months of the pandemic and to evaluate a
possible association between basic sanitation indices and COVID-19 rates in all 5,565
municipalities in Brazil. Methods: Data on COVID-19 cases recorded in Brazil from
February 28 to July 1, 2020 associated with basic sanitation. ReSults: high incidence and
mortality rates from COVID-19 in the municipalities with the lowest rates of sewage
collection and treatment, (<50%, mean±SD 5.43±8.3289 and 1.22±1.94, respectively;
p<0.0001) than in those with higher rates of collection and treatment and treatment of
sewage (>50%), In addition, clusters with significant spatial autocorrelation identified
mainly in the north and northeast regions for mortality rates and incidence (high-high).
Conclusions: A poor sanitation situation is associated with high rates of transmission and
deaths from COVID-19 in Brazil.
1 INTRODUÇÃO
pico da emergência de saúde global morreram mais pessoas até o mês maio de 2023 no
Brasil de COVID-19 que de Dengue [334] e Cólera [68], permanecendo como a 4º causas
de morte não natural em média móvel semanal com média de 119 mortes por semana,
sendo superado somente pela violência [164], infecções respiratórias inferiores [218] e
temos 12% da população utilizando fossa séptica (solução individual), ou seja, cerca de
55% da população não possui tratamento e coleta de esgoto, sendo que do esgoto coletado
18% não é tratado, o que pode ser considerado como um atendimento precário(36).
Portanto, o objetivo deste artigo é avaliar uma possível associação estatística entre
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2020 (38) e dados de saneamento básico de todos os 5570 municípios do Brasil com base
O Brasil ocupa uma área de 8,51 milhões de km2, quase 50% da América do Sul
com uma população total de 210,1 milhões de habitantes, sendo o quinto maior país do
residência e excluindo aqueles casos que não se fez presente a localização registros, os
dados sobre saneamento também foram obtidos do Sistema Nacional de Informação sobre
o Saneamento(41).
Nºcasos
Txcasos = × 10.000
Poptotal
número de mortes por COVID-19 (𝑁º𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ), até 01 de julho de 2020 dividido pela
Nºmortes
Txmortes = × 100.000
Poptotal
47
estudo o Indice sem coleta e sem tratamento (Insem_esg_trat ) definido como o número total
das populações urbanas e rurais servido do município sem coleta e tratamento de esgoto,
pela variância(42):
Moran univariado local de Moran para todas a variáveis, para verificar se a distribuição
da população bivariada (alto acesso a esgotamento >50% e baixo acesso <50%) sem
48
esgoto por unidade da federação de 2017 (𝑇𝐼𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 ) com nível de significância de p <
0,05.
2.5 PROGRAMAS
Foi utilizado o Microsoft Office Excel 2016 (45) e para análise e tabulação e o
software GEODA (46) foi utilizado para executar a análise espacial e para criar os mapas
qualquer tipo de identificação, não havendo a necessidade de aprovação do CEP para seu
http://www.snis.gov.br/diagnostico-anualagua-e-esgotos/diagnostico-dosservicos-de-agua-e-esgotos-2018
.
49
3 RESULTADOS
estratificados em cinco categorias iguais de acordo com a média (4,2 casos por 10 mil
hab.) até dois desvios padrão em relação à média (DP=±6,71 casos por 10 mil hab), figura
1D, e também estratificados em 5 grupos com quantidade de casos por 10 mil hab < 0,47
(n=1104), entre 0,48 e 1,360 (n=1117), entre 1,37 e 2,98 (n=1121), 2,99 e 6,43 (n=1112)
média (1,06 casos por 10 mil hab.) até dois desvios padrão em relação a média (DP=±1,79
mortes por 100 mil hab), figura 1B. Também estratificados em 3 grupos com quantidade
de mortes por 100 mil hab < 0,599 (n=3340), entre 0,6 e 1,8 (n=1112) e acima de 1,852
categorias iguais (n=1114) de municípios com menos de 7,6% da população sem esgoto,
municípios entre 7,6% e 27% da população sem saneamento, entre 27 e 61%, entre 61%
e 88,2% e acima de 88,2% da população sem coleta e tratamento de esgoto, figura 1C,
além disso foi estratificado de acordo com a média (46,6%) e até dois desvios padrão
COVID-19 nos municípios com mais baixos índices de coleta e tratamento de esgoto
que naqueles com maiores índices de coleta e tratamento e tratamento de esgoto (>50%),
Tabela 2.
50
Tabela 2 - Estatísticas descritivas e Teste t para 2 Amostras nos municípios do Brasil referente a
ESGOTO (𝐼𝑛𝑠𝑒𝑚_𝑒𝑠𝑔_𝑡𝑟𝑎𝑡 ), MORTES (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ) e CASOS(𝑇𝑥𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 )
3009 2559
N
ALTO BAIXO
MÉDIA 17% 82%
ESGOTO DESVIO PADRÃO 14,64% 14,70%
(𝐈𝐧𝐬𝐞𝐦_𝐞𝐬𝐠_𝐭𝐫𝐚𝐭 ) IC de 95% para a diferença -65 (-65,738; -64,262)
VALOR -P <0,0001
MÉDIA 0,93 1,22
MORTES
DESVIO PADRÃO 1,63 1,94
(𝐓𝐱 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞𝐬 )
IC de 95% para a diferença -0,29 (-0,3851; -0,1949)
VALOR-P <0,0001
MÉDIA 3,31 5,43
CASOS
DESVIO PADRÃO 4,77 8,3
(𝐓𝐱 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 )
IC de 95% para a diferença -2,12 (-2,484; -1,756)
valor-p <0,0001
Fonte: Elaboração Própria com dados (48,49)
A distribuição e o espaço de análise das taxas de incidência e mortalidade por
largamente distribuídos por todo o país e um total de 1.442.814 casos foram registrados
até o período de corte deste estudo em 92% dos 5.566 municípios estudados.
(>17,6 casos por 10 mil habitantes) foram detectados em 206 municípios, sendo 43,2%
(n=89) localizados na região Norte e 48,5% (n=100) na região Nordeste (Figura 2 D).
cadastrados em 307 municípios, sendo que destes 30% (n=93) localizados na região Norte
espacial (I=0,350; p<0,001) para a taxa de incidência de COVID-19 (𝑇𝑥𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 ) sendo que
937 municípios foram categorizados como áreas de alto risco para a doença (alta/alta).
51
Figura 1 - Taxas de incidência (Txcasos ), 2A; taxas de mortalidade (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ) 2B, Indice sem coleta e sem tratamento (Insem_esg_trat ) 2C; Taxas de incidência (Txcasos ) de
acordo com a média é desvio padrão (2D); taxas de mortalidade (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ) de acordo com a média é desvio padrão (2E) e Indice sem coleta e sem tratamento
(Insem_esg_trat ) de acordo co a média e o desvio padrão (2E).
E F
52
Fonte: Elaboração Própria com dados (BRASIL, 2023; SAÚDE, 2023) e utilização do Software Geoda
Figura 2 -3A : Análise de cluster LISA das taxas de mortalidade por 100 mil hab. (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ); 3B: Análise de cluster LISA das taxas casos por 10 mil hab. (Txcasos ); 3E:
Análise de cluster LISA do índice da população sem coleta e tratamento de esgoto (Insem_esg_trat ); 3C: Moran bivariada taxas de mortalidade (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ) e população sem
coleta e tratamento de esgoto (Insem_esg_trat ); 3D: Moran bivariada casos por 10 mil hab. (Txcasos ).
Fonte: Elaboração Própria com dados (BRASIL, 2023; SAÚDE, 2023) e utilização do Software Geoda
53
Figura 3 B).
podem ser consideramos de alto risco para mortalidade por COVID-19 com clusters altos/altos
distribuídos principalmente nos municípios localizado nas regiões Nordeste e Norte (Figura 3
A).
distribuição espacial dos municípios com baixo grau de coleta e saneamento (𝐼𝑛𝑠𝑒𝑚_𝑒𝑠𝑔_𝑡𝑟𝑎𝑡 ) .
Além do mais, foi identificado que 2.108 municípios com clusters altos/altos distribuídos
principalmente nos municípios localizado nas Regiões Nordeste e Norte (Figura 3 E).
Figura 3 - Mapa de significância cluster I Moran local bivariado índice da população sem coleta e
tratamento de esgoto (Insem_esg_trat ) versus taxas casos por 10 mil hab. (Txcasos ); 3B: Mapa de
significância cluster I Moran local bivariado índice da população sem coleta e tratamento de esgoto
(Insem_esg_trat ) versus taxas de mortalidade por 100 mil hab. (𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 );
Fonte: Elaboração Própria com dados (BRASIL, 2023a; SAÚDE, 2023) e utilização do Software
Geoda
Foi utilizada uma matriz de pesos espaciais do tipo Rainha (Queen), o resultado indica
incidência de casos por 10 mil hab (𝑇𝑥𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 ) e quantidade de morte por 100 mil habitantes
por 10 mil hab (𝑇𝑥𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 ), ficou evidente a formação de agrupamentos espaciais alto-alto (AA)
concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste (n=1104), ou seja, nos locais onde
existe grande proporção da população sem saneamento básico também ocorreram elevadas
que apresentaram baixo percentual da população sem saneamento, ocorreram poucos casos da
com aglomerações elevadas de cidades onde ocorre a alta proporção da população sem acesso
a coleta e tratamento com altas taxas de mortes por COVID-19 (n=1.067) novamente
4 DISCUSSÃO
sistema gastrointestinal humano. De acordo dados iniciais do ponto zero em Wuhan cerca de
viral SARS-CoV-2 em amostras fecais e esfregaços anais e cerca de 48% do pacientes com
COVID-19 em Hong Kong tinha o SARS-COV-2 detectável em amostras de fezes, mesmo após
testes negativos de amostras respiratórias, ainda por meio de análises estatísticas, sugerem a
possibilidade da duração da excreção viral nas fezes ocorrer por até 5 semanas após as amostras
afinal como muitos outros coronavírus, incluindo alguns Beta coronavírus, são conhecidos por
abundantemente nos tecidos pulmonares, sendo que existem várias partes do corpo humano que
cardiovascular, testículo, nasal, mucosa oral, nasofaringe, camada basal do epitélio escamoso
A sobrevivência dos vírus na água depende de uma série de fatores ambientais, como
público de água por até 10 dias em temperatura ambiente (23°C) e até 100 dias em baixas
temperaturas (4°C).
O estudo de Guerrero-Latorre et al. (58) foi o primeiro a registrar o RNA do vírus SARS-
CoV-2 em águas de rios urbanos em Quito, Equador. Foram quantificados altos níveis de carga
viral, o que pode ser explicado pelo fato de esse corpo hídrico receber esgoto sem tratamento
uso de máscara facial com eficácia comprovada quanto a transmissão via aerossol pulmonar de
Neste trabalho observamos que a maioria dos casos de COVID-19 (𝑇𝑥𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 ) e mortes
(𝑇𝑥𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 ) foram distribuídos entre municípios com baixa cobertura de coleta e tratamento de
esgoto
doenças com estabelecida transmissão hídricas, como ascaridíase, giardíase e amebíase (61).
Observamos uma distribuição espacial no Brasil dos casos e mortes em relação a população do
COVID-19 com os mesmos padrões das demais doenças de transmissão hídrica, cujo veículo
A heterogênea distribuição dos índices de tratamento de esgoto não pode ser dissociada
de outros fatores que sem dúvida tornam estas regiões que são mais pobres suscetíveis a um
impacto maior da doença que regiões mais ricas, o que só aumenta a urgência de medidas tais
rapidez com que o vírus se espalha nestes, mesmo com as pessoas confinadas de em seus
Sobre isto temos o caso emblemático do navio cruzeiro Princess Diamond, onde no caso
estudos posteriores demonstraram que a transmissão não poderia ser somente pelo aerossol
pulmonar caso tivessem embarcado doentes 320 dos 700 passageiros, observando que deveriam
estar assintomáticos, pois somente o fato de apresentar sintomas já impediria o embarque (63).
58
5 CONCLUSÃO
Neste ponto e importante ressaltar que conduzimos este estudo usando dados
secundários relatados após a pandemia, portanto supomos estarem já consolidados. Além disso,
outros estudo que relacionem o acesso a água potável e índices de perca na distribuição
Por fim, apesar das limitações, estes achados sem dúvida fornecem dados relevantes
para a tomada de decisão e o planejamento de novas políticas públicas para enfrentar a epidemia
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CAPÍTULO 3
PERCEPÇÃO DOS EFEITOS DA VACINAÇÃO E ANÁLISE DA EFICÁCIA DE
LONGO PRAZO DO ISOLAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL,
DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Artigo em fase de revisão por pares na revista Hygeia - Revista Brasileira de Geografia
Médica e da Saúde (ISSN: 1980-1926), avaliada pelo sistema de rankeamento de revistas
brasileiras Qualis CAPES 2017-2020 como A1. Mais informações podem ser obtidas em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaC
onsultaGeralPeriodicos.jsf
62
1
Doutorando da Rede de Biotecnologia e Biodiversidade da Amazônia Legal – BIONORTE. Palmas, TO,
Brasil.
2
Doutor em Ciências (Bioquímica) pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente é Professor
Associado I do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins, Coordenador do LPPN (Laboratório de
Pesquisa de Produtos Naturais da UFT) e Professor Permanente nas Linhas de Pesquisa em Bioprospecção e
Desenvolvimento de Bioprocessos e Bioprodutos. BIONORTE. Palmas, TO, Brasil
RESUMO
O presente estudo analisou os impactos do isolamento social no Estado de São Paulo utilizando
o Indice de isolamento Estado de São Paulo (2020a), novos casos e óbitos diários no estado de
São Paulo entre 17de março 2020 e 31 de dezembro 2021 (n=655) e entre 17 de março de 2020
e 06 de junho de 2023 (n=1177) “Coronavírus - Dados Completos” (). Metodologia: Foi
utilizado o teste de T-pareado em relação as medias de casos no período pré e pós isolamento,
Ponto de ruptura bayesianoTalts et al. (2018), arvore de correlação e regressão Breiman et al.
(2017a) e análise de impacto causal (KAY H. BRODERSEN, 2022a). Resultados: O teste t-
pareado foi significativo, sendo Valor-p<0.05 para todas as médias, assim mesmo podendo
inferir que há efeito significativo das ações de isolamento social sobre os casos de COVID no
Estado de São Paulo, este efeito parece nesta primeira análise inversa ao que se esperaria uma
vez que as quantidades casos e óbitos sem isolamento são significativamente menores, ao
mesmo tempo o ponto de impacto causal não detectaram efeitos significativos do isolamento,
porquanto já a ruptura de bayes referente a casos e óbitos diários no período detectou um
variável latente que acreditamos se tratar do impacto da eficácia da vacina e duração da proteção
sobre a porcentagem da população vacinada. Conclusão: No presente estudo demonstramos que
existem fatores externos aos indicadores de casos e mortes por COVID-19 que mesmo latentes
influenciam os dados, e ao mesmo existem ações que ao que parecem foram insipidas sob o
aspecto de impacto nos resultados.
Palavras-chave: COVID-19, isolamento social, Estado de São Paulo, ponto de ruptura de bayes e impacto causal
63
ABSTRACT
The present study analyzed the impacts of social isolation in the State of São Paulo using the
Isolation Index (ESTADO DE SÃO PAULO, 2020b), new cases and daily deaths in the state
of São Paulo between March 17, 2020 and December 31, 2021 (n= 655) and between March
17, 2020 and June 6, 2023 (n=1177) (“Coronavirus - Complete Data”, [S.d.]). Methodology:
The paired T test was used in relation to the averages of cases in the pre- and post-isolation
period, Bayesian breaking point (TALTS et al., 2018), correlation and regression tree
(BREIMAN et al., 2017a) and causal impact analysis (KAY H. BRODERSEN, 2022a). Results:
The paired t-test was significant, with p-value <0.05 for all means, even though it can be
inferred that there is a significant effect of social isolation actions on COVID cases in the State
of São Paulo, this effect appears at first analysis inverse to what would be expected since the
numbers of cases and deaths without isolation are significantly lower, at the same time the point
of causal impact did not detect significant effects of isolation, as the Bayes rupture referring to
daily cases and deaths in the period detected a latent variable that we believe is the impact of
vaccine efficacy and duration of protection on the percentage of the population vaccinated.
Conclusion: In the present study we demonstrated that there are factors external to the indicators
of cases and deaths due to COVID-19 that, even latent, influence the data, and at the same time
there are actions that apparently were insipid in terms of impact on the results.
Keywords: COVID-19, social isolation, State of São Paulo, Bayes breaking point and causal impact
64
1 INTRODUÇÃO
Este estudo objetiva avaliar o efeito real da sua decisão de ficar em casa durante a
pandemia de COVID-19? Às vezes queremos saber o efeito de nossa decisão, mas infelizmente
não podemos observar o universo alternativo - condição quando não tomamos tal decisão.
Assim, como poderíamos saber se tomamos a decisão de isolamento social foi correta
ou não?
Propormos algo relativamente novo, pois em geral a análise de séries temporais foge do
campo das análises inferenciais usuais, mas tentaremos, pois cremos ser possível fazer testes
• Séries temporais: conjunto de dados que são obtidos em ordem sequencial, compostos
por componentes como tendência e sazonalidade (64). Por exemplo: quantidade de
chuvas por dia, valores gastos por dia em uma família, número de pessoas doentes em
uma pandemia...
• Teste de hipótese: examinar se os dados observados suportam nosso palpite inicial, por
exemplo, o time A joga melhor do que o time B(65).
Em resumo, os testes de hipóteses de séries temporais falam sobre como identificamos
se diferentes períodos têm observações significativamente diferentes (64) Qual a diferença para
a realização do teste t? Bem, nós realmente comparamos a diferença entre dois ou mais grupos.
Mas o desafio é que cada observação em dados de séries temporais tem dependência
transações crescem 1,5x nos últimos 3 anos, mais transações ocorrem nos fins de semana), então
não podemos simplesmente separar a observação em alguns grupos, logo vamos executar além
implementação do isolamento vamos apresentar mais três análises que podem ser úteis quanto
Ressaltamos que estas análises, referente ao ponto de ruptura de bayes e de impacto para
verificar se ocorreu alguma influência das variáveis analisadas ou mesmo a existência de uma
variável latente que poderia ser detectada são raras devido a sua complexidade de execução e
quanto ao mesmo tempo que referente aos efeitos do isolamento há pouquíssima literatura
sendo que não foi encontrado nenhum estudo análogo sobre o mesmo tema.
Por outro lado, o tema é constantemente tangenciado em diversos estudos sobre seus
efeitos nas mais diversas situações desde o sofrimento psicológico (70) até mesmo maus tratos
infantil (60)chegando até mesmo à religiosidade (71), todavia sobre seus reais efeitos ou mesmo
aplicabilidade no período da pandemia pouco foi escrito, ao ponto que mero questionamento de
sua eficácia beirar a heresia sendo praticamente um tabu, juntamente sobre este tema que este
estudo se debruça.
Veja bem, quando falamos de eficácia não estamos debatendo a eficiência do isolamento
para mitigar o problema de forma momentânea, mas seus malefícios e perda da eficiência ao
ser aplicado por longos períodos, como é o caso do Estado de São Paulo, no Brasil.
Neste estudo trabalhamos com três séries temporais de dados do Estado de São Paulo
relacionados a dados e novos casos e óbitos por COVID-19 (72) e isolamento social todos dados
diários entre dias 17de março 2020 e 31 de dezembro 2021 (73) onde efetuamos algumas
analises com o objetivo de responder a pergunta inicial, que podemos reelaborar da seguinte
forma: ocorreu um efeito real nos casos e óbitos de COVID-19 em decorrência das ações de
2 METODOLOGIA
2.1 LOCAL
O estado de São Paulo é o maior estado do Brasil em termos populacionais e econômico,
com uma população de 44.420.459 habitantes e uma PIB (Produto Interno Bruto) na casa dos
U$ 603,4 bilhões, maior que países como Polônia, Suécia, Bélgica, Argentina, Áustria,
Neste cenário uma ação governamental que parou a terceira maior economia e o terceiro
maior mercado consumidor da América Latina, como a determinação da população “não sair
de casa” deve ser muito bem analisada e tomada de forma cirúrgica objetivando ao invés de
2.2 DADOS
2.2.1 Isolamento
O SIMI-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente de São Paulo) é viabilizado por meio
de acordo com as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Oi e TIM, através da ABR (Associação
para que o Estado possa consultar informações agregadas e anônimas sobre deslocamento nos
agrupados para elaborar políticas públicas que aprimorem as medidas de isolamento social para
o enfrentamento ao coronavírus.
pelas prestadoras de serviços de telecomunicação (Vivo, Claro, Tim, Oi) por meio de uma
plataforma Big Data que é gerida pela Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações
(59).
67
baseado na localização obtida pelas antenas de celulares (Estações Rádio Base – ERBs), as
quais “marcam” uma referência para o lugar onde o celular “dormiu” entre as 22h00 e 2h00.
Durante o dia, um celular que tenha se afastado desta referência (que é variável, mas, para dar
uma ideia, chega a aproximadamente 200 metros na cidade de São Paulo), é considerado fora
anterior:
para agregar e anonimizar os dados, antes da geração dos índices que são repassados ao SIMI-
do Centro de Contingência do Estado de São Paulo SÃO PAULO (2021) para monitorar e
variável, ordenado no tempo” a principal diferença entre uma análise de serie temporal e uma
simples regressão de dados é as series temporais procuram criar modelos para prever o
68
regressivos não são construtos adequados para previsões além ou aquém do conjunto de dados
Neste estudo trabalhamos com três séries temporais de dados do Estado de São Paulo
relacionados a dados e novos casos e óbitos por COVID-19 e isolamento social todos dados
diários entre dias 17 de março 2020 e 31 de dezembro 2021 (n=655), conforme tabela abaixo:
Teste de hipóteses (Teste t pareado) comparando a medias de casos de covid antes e depois da
de 2023 (n=1177).
a observação real com a previsão, neste caso realizamos um teste, para verificar a significância
produzir uma árvore de decisão com uma resposta contínua (óbitos por dia) tendo como
variáveis preditoras o dia da semana - sábado (0), domingo (1), segunda (2), terça (3), quarta
os dias da semana que não seriam possíveis somente com métodos paramétricos de Breiman et
al (68).
O algoritmo CART começa na raiz da árvore e efetua uma divisão, criando dois nós no
próximo nível da árvore. Depois disso, descemos para o primeiro nível da árvore e repetimos o
O algoritmo CART cresce uma árvore alta e poda alguns dos seus ramos no final do
processo. Onde formalmente, o algoritmo CART começa na raiz da árvore e define as regiões
(68).
tipo de autorização, não a necessidade de aprovação do CEP para seu uso científico CONEP
(47).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
na ordem de observação, com observações consecutivas unidas por linhas retas, gráfico 3.
estabilização.
(28/jul/21). Isso ocorreu devido a algum fator exógeno que aparentemente não se relaciona com
Gráfico 1-Óbitos e casos diários de COViD-19 e Isolamento Social no Estado de São Paulo entre 17 de março
de 2020 e 31/12/2021 (n=655)
Fonte: autores
72
dependência serial com pontos de dados anteriores; o que significa que não poderíamos dividir
Para obter mais compreensão, usamos os dados da quantidade de óbitos por dia por
COVID no estado de São Paulo como o estudo de caso em que queremos verificar se o número
de 2020 Estado de São Paulo em relação ao período posterior de reabertura e fim da quarentena
(76).
- Gráfico 2 - Casos de COVID e óbitos no estado de São Paulo entre março de 2020 e dezembro de
2021(n=650)
Fonte: autores
Realizamos o seguinte teste de hipótese:
73
(período) é significativamente diferente com o outro grupo. A ideia principal do teste t é tentar
verificar se o valor observado (sinal) é mais forte do que a variação dos dados (ruído), tabela
11.
junho de 2023 (n=1177), sendo que referente ao isolamento utilizamos todo o período
De acordo com os testes, podemos rejeitar a hipóteses nula (H0) com p-valor no teste
sendo Valor-p<0.05 para todas as medias, assim mesmo podendo inferir que há efeito
significativo das ações de isolamento social sobre os casos de COVID no Estado de São Paulo,
este efeito parece nesta primeira analise inversa ao que se esperaria uma vez que as quantidades
casos e óbitos sem isolamento são significativamente menores, ou seja, ou o isolamento fez foi
com que se aumentasse o número de casos e mortes ou temos que fazer uma análise diferente
dos dados.
74
Portanto é mais adequado usar a análise de impacto causal. Nessa abordagem, a série
temporal original e outra série temporal de controle são usadas para construir um modelo. O
a observação real com a previsão, neste caso realizamos um teste, para verificar a significância
Há três gráficos:
Gráfico 3 - Impacto e relação causal do isolamento sobre os casos de COVID-19 em São Paulo
(n=650)
Fonte: autores
75
(quantidade de óbitos) teve um valor médio de aprox. 264.12. Por outro se fosse mantido o
A probabilidade de obter esse efeito de queda dos óbitos após o fim do isolamento ao
pôr acaso é muito pequena (probabilidade Bayesiana de área de cauda unilateral p = 0,003).
Isso significa que o efeito causal pode ser considerado estatisticamente significativo.
Durante o período sem isolamento (sem isolamento), a variável resposta teve um valor
médio de aproximadamente 264 casos por dia, por outro lado, no caso da manutenção do
isolamento, teríamos esperado uma resposta média de 757 casos por dia!
não o contrário, ou seja, uma queda estatística significativa, portanto cremos que esta análise
capturou o efeito causal de uma variável latente, qual seja a vacinação, todavia não deixa
Como o resultado de duas amostras de teste t e impacto causal não diferem, todavia se
houver alguma dúvida quanto ao pouco impacto das ações de isolamento, mas para corroborar
a hipótese da vacinação também foi utilizado o fator ruptura vamos utilizar a análise bayesiana
do ponto de mudança.
o prisma matemático e estatístico: baseado na amostra que temos de casos e óbitos por dia
por COVID-19 no Estado de São Paulo (n-650), e considerando o pouco impacto nos índices
observado pelo isolamento, porquanto o impacto causal demostrou uma ruptura ao plotarmos
76
lugar ao longo do intervalo de tempo, e que não ocorreu impacto causal do isolamento,
Neste ponto grosso modo estimamos a taxa na qual os eventos ocorrem ANTES do
Para fazer isso, utilizamos um pacote em R que aplica uma abordagem de amostragem
cada k possível, desde o início do conjunto de dados até o final dele Killick; Eckley (2014).
Com base nos dados tentamos estimar em que momento os dados mudaram, tendo por
parâmetro a data de início da vacinação no estado de são Paulo dia 17 de janeiro de 2021 e fim
Gráfico 4 –(a): Análise do ponto de mudança casos de COVID-19 referente óbitos (n=650);
(b):Análise do ponto de mudança casos de COVID-19 referente casos por dia no Estado de São Paulo.
(n=650); (c):Análise do ponto de mudança casos de COVID-19 referente isolamento.
Fonte: Autores
77
O ponto de mudança referente aos óbitos ocorreu no dia 525 da série, ou seja, dia 22 de
agosto de 2021, este ponto de mudança detectado em agosto de 2021 apoia os resultados da
análise de impacto causal que mostrou ainda que esta diferença é estatisticamente significativa,
Gráfico 10 (a).
Já o ponto de mudança referente aos casos por dia ocorreu no dia 550 da série, ou seja,
que mostrou ainda que esta diferença é estatisticamente significativa, e cerca 25 após o ponto
de ruptura dos óbitos, o que se justifica pelo sabido efeito da vacina em reduzir a mortalidade
Também podemos analisar o ponto de ruptura dos índices de isolamento que em tese
publicação das referidas normas, todavia o algoritmo utilizado não detectou nenhum ponto de
ruptura, ou seja, a população não foi influenciada de forma significativa pela “fique em casa”,
logo não podemos nem afirmar que ocorreu um isolamento de fato no Brasil, gráfico 10(c).
mesmo momento em que 69,62% da população do estado se vacinou com ao menos uma dose,
Gráfico 5 - Impacto da eficácia da vacina e duração da proteção sobre qual porcentagem da população
deve ser vacinada no primeiro ano (A)
Fonte:Anderson et al (77)
abrangentes sobre esta cepa demostraram sua alta infecciosidade em relação as variantes
relataram que suas vacinas forneciam proteção contra essa variante Shiehzadegan et al (78).
decisão com uma resposta contínua (óbitos por dia e casos por dia) tendo como variáveis
preditoras o dia da semana - sábado (0), domingo (1), segunda (2), terça (3), quarta (4), quinta
(5), sexta (6) a ainda o isolamento ilustrou padrões e relações importantes entre a quantidade
de óbitos e os dias da semana que não seriam possíveis somente com métodos paramétricos de
Breiman et al (68).
mínimo interessante, notamos que em 475 dias que o isolamento esteve abaixo de 45% a média
de casos de COVID foi de cerca de 8 mil por dia, enquanto em 175 dias que o isolamento esteve
acima de 45% a média de casos foi de cerca de 3,5 mil por dia, Figura 4.
Fonte: autores
que em 433 dias que o isolamento esteve abaixo de 44% a média de mortes por COVID foi de
cerca de 280 por dia, enquanto em 217 dias que o isolamento esteve acima de 44% a média de
Fonte: autores
Nos resultados referentes a todos os nós foi efetuado teste T pareado (IC de 95%) onde
assumiu-se igualdade de variâncias com teste de hipótese (H₀: μ₁ - µ₂ = 0 ou H₁: μ₁ - µ₂ > 0),
tabela 3.
80
a decisão é pela rejeição da hipótese nula e conclui-se que as situações em que o isolamento foi
acima de 45% para casos e de 44% para óbitos ocorreu redução significativa na quantidade de
Bem assim quando incluído a variável dia da semana observamos a predominância dos
domingos e segundas-feiras dias em que a quantidade de óbitos e casos caiu com significância
estatística de 309 em média para 61 óbitos e de cerca de 8 mil casos por dia em média para
Nesta segunda análise da arvore de regressão CART incluindo a variável dia da semana
a importância relativa do isolamento caiu quando se trata de óbitos (57%) todavia se manteve
predominante quando se tratou do número de casos diários (100% ante 91,1% do dia da
semana), ao mesmo tempo o impacto do isolamento ocorreu entre terça e sábado somente
quando acima de 48% nos casos dos óbitos e 46 em se tratando de casos por dia.
81
Fonte: autores
82
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto tivermos dados, não é impossível avaliar o efeito das nossas decisões,
observamos a importância do uso da análise de impacto causal em vez do teste t, uma vez que
A análise bayesiana do ponto de mudança também pode ajudar a encontrar o(s) ponto(s)
onde a observação começou a mudar e verifica informação latentes que poderiam auxiliar na
análise de um problema e neste trabalho detectou variáveis latentes interessantes tais como a
Ainda quanto ao impacto das medidas de isolamento apesar do teste para medias de os
períodos não ter dados o resultado significativo e não terem sido observadas efeito causal entre
as medidas estatais de isolamento nos indicadores de óbitos e casos diários, observou-se por
meio da Classification and Regression Trees que quando os índices de isolamento aumentam
acima de um ponto crítico entre acima de 45% observam-se efeitos palpáveis nos indicadores
Sobre a análise é predição ARIMA aplicada, apesar de boa não podemos no momento
afirmar que uma ferramenta confiável, devido à alta ciclicidade dos dados e a pouca eficácia do
processo de diferenciação.
No presente estudo demonstramos que existem fatores externos aos indicadores de casos
e mortes por COVID-19 que mesmo latentes influenciam os dados, e ao mesmo existem ações
que ao que parecem foram insipidas sob o aspecto de impacto nos resultados.
83
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1
Doutorando da Rede de Biotecnologia e Biodiversidade da Amazônia Legal – BIONORTE. Palmas,
TO, Brasil.
2
Doutor em Ciências (Bioquímica) pela Universidade Federal do Paraná (2006). Atualmente é Professor
Associado I do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins, Coordenador do LPPN
(Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais da UFT) e Professor Permanente nas Linhas de Pesquisa
em Bioprospecção e Desenvolvimento de Bioprocessos e Bioprodutos. BIONORTE. Palmas, TO, Brasil
RESUMO
Introdução. Este estudo apresenta uma análise sobre o impacto da vacinação em 19 países
desde o inicio da pandemia reunindo dados sobre a quantidade de mortes diárias por covid
e proporção da população vacinada, além de efetuar calculo contrafactual da quantidade
de mortes evitadas pela vacinação nestes países. Métodos. Desenvolvemos um modelo
estatístico, baseado no algoritmo AMOC com linguagem R utilizando o pacote
changuepoint, para detectar o ponto de ruptura referente as mortes após a vacinação, com
base nas medias inferimos as quantidade de mortes potenciais caso não ocorresse a ruptura
e extraímos posteriormente com base nos dados oficiais de mortes Resultados: As taxas
de vacinação da população média no ponto de ruptura foi de 54% (DP ±20) enquanto a
média de mortes por 1 milhão caiu de 2,53 (DP±1,6) para 0,54 (DP±0,46) após a ruptura
dos dados, a analise de t-pareada sendo significativa para a diferença das média
(p<0,001), sendo em geral a 1ºdose de vacinação de acordo com a análise contrafactual
mais conservadora evitou cerca de 2.886.869 mortes por COVID-19 nos 18 países
analisados (fig. 2 e 3). Conclusão. O changepoint pacote em R foi utilizado para detectar
pontos de mudança, onde demonstramos que a vacinação foi bem-sucedida, identificamos
nas series temporais modificações significativas nas médias de óbitos diários em todos os
18 países estudados, ou seja, a série temporal mostrou uma diminuição repentina (ruptura)
na quantidade de mortes entre as primeiras e as últimas datas de intervenção.
ABSTRACT
Introduction. This study presents an analysis of the impact of vaccination in 19 countries
since the beginning of the pandemic, gathering data on the number of daily deaths from
Covid and the proportion of the population vaccinated, in addition to making a
counterfactual calculation of the number of deaths prevented by vaccination in these
countries. Methods. We developed a statistical model, based on the AMOC algorithm
with R language using the changuepoint package, to detect the breaking point regarding
deaths after vaccination, based on the averages we inferred the number of potential deaths
if the break did not occur and later extracted them based on in official death data Results:
Average population vaccination rates at breakpoint were 54% (SD ±20) while average
deaths per 1 million fell from 2.53 (SD±1.6) to 0. 54 (SD±0.46) after data breakdown, the
paired t-analysis being significant for the difference in means (p<0.001), and in general
the 1st dose of vaccination according to the most conservative counterfactual analysis
avoided approximately of 2,886,869 deaths from COVID-19 in the 18 countries analyzed
(fig. 2 and 3). Conclusion. The changepoint package in R was used to detect change
points, where we demonstrated that vaccination was successful, we identified in the time
series significant changes in the average daily deaths in all 18 countries studied, that is,
the time series showed a decrease sudden (break) in the number of deaths between the
first and last intervention dates.
1 INTRODUÇÃO
ponto de ruptura do número de mortes relacionados a ela, para com isto construir um
temporal muda pela primeira vez1. Os pontos de mudança de mudança média são
temporais sendo seu uso comum na área de meteorologia em estudo sobre o mudanças
mudança único (ou a ausência dele) relacionada a vacinação e ao mesmo tempo com base
2 MÉTODOS
ele analisa cenários que não ocorreram, sua vantagem reside na simplicidade de aplicação
“vacinação/vaccination” ou “modelagem/modelling” .
Este estudo foi determinado como não constituindo pesquisa com seres humanos
por ser um estudo estudo transversal. Concluímos todas as análises no Microsoft Excel3
as mortes após a vacinação, com base nas medias inferimos as quantidade de mortes
potenciais caso não ocorresse a ruptura e extraímos posteriormente com base nos dados
oficiais de mortes.
descrevemos da seguinte forma onde sugerimos que o aprofundamento possa ser feito
Deixemos {𝒑𝑹𝒕}𝒏𝒕=𝟏 ser a nosso serie temporal estudada e 𝛾 = 𝐶𝑜𝑣 (𝑋𝑡+ℎ, 𝑋𝑡) será
nossa auto covariância defasada da série, nosso objetivo e testas se existe uma mudança
na estrutura média dos dados, assumindo que a estrutura de segunda ordem é constante
ao longo tempo, nosso modelo de ponto de mudança Único terá seu ponto de mudança
Onde 𝑋𝑝𝑅 é dado contido no ponto de ruptura da amostra e 𝑛𝑝𝑅 e a posição dele
no conjunto de dados.
3 FONTES DE DADOS
todos os 18 países analisados, qual seja dia 07 de janeiro de 2020 até as datas das últimas
atualização de cada pais, que por volta do mês de setembro de 2023 sendo um número de
observações por nação de 1316 (DP ±165) proveniente do COVID-19 Data Explorer 6.
92
4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Fonte: autores
93
Figura 3 -Deteção do ponto de ruptura epidemiológico da quantidade de casos e óbitos por COVID-19: Esquerda para a direita: Brasil, Italia, México, Colombia, Alemanha, Chile, EUA,
Argentina e Reino Unido
Tabela 1 - Dados dos países estudados, população e ponto de ruptura, teste de t-pareado para medias de óbitos por milhão antes a após a ruptura
(p=0,0000333)
Ponto
De Média préruptura Média pósruptura % da pop. Potencial de mortes por 10 mil
País Pop 𝒏 ruptura Total de óbitos Mortes evitadas
(𝜇𝑃𝑉) (𝜇𝑃𝑅) 𝑝𝑅 𝑒𝑚 𝑛 (𝑝𝑀) hab.
(𝑛𝑝𝑅)
142992174
Índia 1357 730 659,57 80,48 67 532.030 895.696 363.666 2,5
6
Estados
Unidos 339987103 1222 808 1202,34 380,23 75 1127646 1.471.670 344.024 10,1
Indonésia 277184719 1357 631 223,86 28,58 31 161.918 303.783 141.865 5,1
Paquistão 240215932 1356 654 42,51 3,45 27 30.656 57.641 26.985 1,1
Brasil 203062512 1357 613 952,4 164,32 64 704.659 1.292.401 587.742 28,9
Rússia 148221749 1348 834 447,27 52,8 54 400.009 602.926 202.917 13,7
México 134127189 1357 657 445,89 59,13 54 334.518 605.079 270.561 20,2
Filipinas 109581078 1171 828 72,14 19,02 64 66.272 84.473 18.201 1,7
Egito 102334404 1248 797 30,4 1,27 25 24.830 37.936 13.106 1,3
Turquia 84339067 1357 816 119,83 6,83 69 101.419 162.609 61.190 7,3
Alemanha 83783942 1190 1102 151,55 73,88 74 173.431 180.348 6.917 0,8
Reino Unido 67886011 1356 430 347,54 86,43 63 229.307 471.270 241.963 35,6
França 65273511 1284 500 221,71 72,78 32 167.985 284.676 116.691 17,9
África do Sul 59308690 1247 789 126,04 7,47 34 102.595 157.168 54.573 9,2
Colômbia 50882891 1357 592 208,37 25,57 46 142.942 282.760 139.818 27,5
Argentina 45195774 1357 591 192,99 24,72 61 130.472 261.885 131.413 29,1
Chile 19116201 1357 831 53,2 15,47 94 52.257 72.199 19.942 10,4
5 DISCUSSÃO
Neste estudo efetuamos a análise dos casos de óbitos em comparação com as taxas de
e 674 milhões de habitantes de onde de acordo com a análise contrafactual mais conservadora
como ocorreram 4.674.415 de óbitos com potencial de cerca de 7.561.284 a vacinação portanto
evitou cerca de 2.886.869 mortes por COVID-19 nos 19 países analisados (fig. 2 e 3).
O ponto de ruptura ocorreu quando a vacinação estava em 53,67% (IC 95% 43,80-
63,53) enquanto a média de mortes por 1 milhão caiu de 76,2 (IC95% 158,4-480,1) para 20,9
(IC95% 21,5-109,5) e analise de t-pareada sendo significativa para a diferença das média
(p<0,001).
19, temos um estudo da FIOCRUZ 7 com dados referente ao primeiro de vacinação no brasil,
entre janeiro 17 de janeiro de 2021 e 31 de janeiro de 2022, que concluiu que no programa de
vacinação COVID-19 no Brasil salvou a vida de pelo menos 303.129 adultos, enquanto
encontramos com o método da ruptura de bayes aplicado aos dados o valor de 264.857 vidas
Ainda sobre o Brasil o estudo de Barbosa et. al 8 estimou que, se o início da vacinação
tivesse sido 30 dias antes, combinado com os esforços para aumentar as taxas de vacinação,
cerca de 31.657 mortes poderiam ter sido evitadas, no modelo que empregamos ao calcular o
óbitos que poderiam quantas mortes poderiam ter sido evitadas pela vacinação nos EUA, mas
não o foram devido a uma falha na vacinação, onde chegamos a um resultado muito próximo
97
do estimado no estudo, onde no referido estudo estimaram que pelo menos 232.000 mortes
poderiam ter sido evitadas entre adultos não vacinados durante o período de 15 meses se
tivessem sido vacinados com pelo menos uma série primária9, em nossa analise utilizando as
médias de óbitos dos pontos de ruptura com dados do mesmo período do estudo e considerando
que cerca de 90% dos óbitos do período seria de pessoas não vacinadas chegamos a o resultado
de cerca de 230 mil mortes evitáveis no período pela vacinação (exatamente 230.193).
Ao mesmo tempo nosso trabalho detectou cerca de 150 mil óbitos evitados pela vacina
na Itália, valor análogo ao de outro estudo de setembro de 2023 onde o Istituto Superiore di
Sanità estimou, através de uma metodologia diferente, que a introdução da vacinação em Itália
permitiu evitar 518 mil hospitalizações, 57 mil internamentos em cuidados intensivos e 150 mil
ponto de ruptura de 53,67% (IC 95% 43,80- 63,53) é um valor crucial para que uma nação possa
6 CONCLUSÃO
a outros modelos que não introduzimos nenhum pressuposto que não estivesse contido nos
dados.
precisas em relação a outros estudos e provável que devido a grande variabilidade dos dados
muitos países.
99
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[12] Sem as vacinas contra a Covid, o Reino Unido poderia ter tido mais 200 mil mortes n.d.
https://www.thetimes.co.uk/article/without-covid-vaccines-the-uk-could-have-had-another-
CONCLUSÃO GERAL
A presente tese realizou uma investigação detalhada e rigorosa dos impactos da
incluiu análises de mortes súbitas cardíacas, a relação entre saneamento básico e mortalidade,
e análise de séries temporais com ruptura de bayes, o estudo apresentou uma visão integrada
dos múltiplos efeitos da pandemia, oferecendo insights valiosos para a formulação de políticas
O primeiro foco da tese foi o aumento das Mortes Súbitas Cardíacas (MSC) durante a
após a pandemia. A análise dos dados ao longo de 13 anos (2010-2022) evidenciou um aumento
significativo na média mensal de MSC no período pandêmico, saltando de 176,6 casos mensais
antes da pandemia para 555,03 casos durante a pandemia. Esse incremento foi observado em
todas as faixas etárias, especialmente entre os mais idosos, sugerindo uma forte correlação entre
A robustez dessa correlação foi sustentada por uma análise contrafactual e pela
aplicação dos critérios revisados de Bradford Hill, que apontaram uma relação causal plausível
taxas de mortalidade por COVID-19 nos períodos iniciais da pandemia nos municípios
futuras crises sanitárias. A falta de saneamento adequado não apenas exacerba a propagação de
doenças infecciosas como a COVID-19, mas também contribui para desigualdades sociais e de
esperado, mas a análise mais aprofundada revelou que variáveis latentes, como a vacinação,
acompanhadas de outras intervenções, como a vacinação em massa, para que seu impacto seja
aproximadamente 2,9 milhões de mortes. Este estudo transversal, utilizando o modelo de ponto
Por fim, podemos concluir que a pandemia de COVID-19, além de seus efeitos diretos
internacional para enfrentar desafios globais. O estudo também abre caminho para futuras
pesquisas que possam explorar mais a fundo as interações complexas entre diferentes fatores
que influenciam a saúde pública durante uma pandemia. Além disso, sugere que futuras
políticas públicas devem ser multifacetadas, considerando não apenas os aspectos médicos e
sanitários, mas também os impactos sociais e econômicos, para uma resposta mais eficaz a
crises futuras.
Brasil e em outros contextos globais. As recomendações para políticas públicas que emergem
dessas investigações será crucial para entender e mitigar os efeitos a longo prazo da COVID-
ANEXO A – PUBLICAÇÕES
106
107
08/mai/20 41830 1902 210 46,00% 06/jun/20 140549 5984 216 49,20%
09/mai/20 44411 2581 192 50,00% 07/jun/20 143073 2524 87 52,33%
10/mai/20 45444 1033 101 53,00% 08/jun/20 144593 1520 43 46,55%
11/mai/20 46131 687 34 48,00% 09/jun/20 150138 5545 334 46,57%
12/mai/20 47719 1588 206 47,00% 10/jun/20 156316 6178 340 46,23%
13/mai/20 51097 3378 169 47,00% 11/jun/20 162520 6204 283 48,41%
14/mai/20 54286 3189 197 48,00% 12/jun/20 167900 5380 223 45,54%
15/mai/20 58378 4092 186 47,10% 13/jun/20 172875 4975 213 47,99%
16/mai/20 61183 2805 187 50,44% 14/jun/20 178202 5327 113 52,26%
17/mai/20 62345 1162 94 54,10% 15/jun/20 181460 3258 73 46,51%
18/mai/20 63066 721 41 48,56% 16/jun/20 190285 8825 365 46,48%
19/mai/20 65995 2929 324 47,79% 17/jun/20 191517 1232 389 46,11%
20/mai/20 69859 3864 216 48,58% 18/jun/20 192628 1111 325 45,12%
21/mai/20 73739 3880 195 49,00% 19/jun/20 211658 19030 386 45,22%
22/mai/20 76871 3132 215 47,79% 20/jun/20 215793 4135 262 47,31%
23/mai/20 80558 3687 272 50,76% 21/jun/20 219185 3392 94 51,57%
24/mai/20 82161 1603 118 54,96% 22/jun/20 221973 2788 46 45,90%
25/mai/20 83625 1464 57 51,48% 23/jun/20 229475 7502 434 46,11%
26/mai/20 86017 2392 203 46,88% 24/jun/20 238822 9347 284 46,00%
27/mai/20 89483 3466 289 47,58% 25/jun/20 248587 9765 407 44,91%
28/mai/20 95865 6382 268 47,58% 26/jun/20 258508 9921 207 45,34%
29/mai/20 101556 5691 295 46,65% 27/jun/20 265581 7073 297 48,03%
30/mai/20 107142 5586 257 50,81% 28/jun/20 271737 6156 75 51,73%
31/mai/20 109698 2556 83 53,28% 29/jun/20 275145 3408 60 46,01%
01/jun/20 111296 1598 52 47,28% 30/jun/20 281380 6235 365 45,75%
02/jun/20 118295 6999 327 47,61% 01/jul/20 289935 8555 267 45,39%
03/jun/20 123483 5188 282 47,00% 02/jul/20 302179 12244 321 45,24%
04/jun/20 129200 5717 285 47,00% 03/jul/20 310517 8338 343 44,64%
05/jun/20 134565 5365 281 46,13% 04/jul/20 312530 2013 302 46,85%
111
01/set/20 814375 10033 361 42,24% 30/set/20 985628 6109 231 40,44%
02/set/20 826331 11956 298 41,83% 01/out/20 991725 6097 182 40,84%
03/set/20 837978 11647 232 41,30% 02/out/20 997333 5608 152 40,30%
04/set/20 845016 7038 186 40,31% 03/out/20 1003429 6096 180 41,19%
05/set/20 853085 8069 222 42,23% 04/out/20 1003902 473 42 47,39%
06/set/20 855722 2637 40 46,46% 05/out/20 1004579 677 42 40,67%
07/set/20 857330 1608 24 47,97% 06/out/20 1010839 6260 270 40,57%
08/set/20 858783 1453 53 41,24% 07/out/20 1016755 5916 179 40,12%
09/set/20 866576 7793 391 41,73% 08/out/20 1022404 5649 215 40,69%
10/set/20 874754 8178 283 41,19% 09/out/20 1028190 5786 184 40,91%
11/set/20 882809 8055 234 40,29% 10/out/20 1034816 6626 155 41,12%
12/set/20 890690 7881 229 42,37% 11/out/20 1037660 2844 33 46,68%
13/set/20 892257 1567 39 47,65% 12/out/20 1038344 684 23 47,49%
14/set/20 893349 1092 36 41,29% 13/out/20 1039029 685 35 39,58%
15/set/20 901271 7922 321 41,29% 14/out/20 1045060 6031 227 40,50%
16/set/20 909428 8157 290 41,37% 15/out/20 1051613 6553 149 40,61%
17/set/20 916821 7393 219 41,37% 16/out/20 1057240 5627 180 41,83%
18/set/20 924532 7711 206 40,82% 17/out/20 1062634 5394 122 42,50%
19/set/20 931673 7141 249 42,36% 18/out/20 1063602 968 28 47,32%
20/set/20 935300 3627 25 48,23% 19/out/20 1064039 437 15 40,95%
21/set/20 937332 2032 32 41,82% 20/out/20 1068962 4923 211 40,54%
22/set/20 945422 8090 282 42,43% 21/out/20 1073261 4299 125 40,72%
23/set/20 951973 6551 226 41,61% 22/out/20 1076939 3678 111 40,17%
24/set/20 958240 6267 185 41,29% 23/out/20 1083641 6702 126 40,14%
25/set/20 964921 6681 200 40,57% 24/out/20 1089255 5614 118 42,53%
26/set/20 970888 5967 186 42,01% 25/out/20 1091980 2725 21 47,16%
27/set/20 972237 1349 45 46,62% 26/out/20 1092843 863 6 40,83%
28/set/20 973142 905 17 41,37% 27/out/20 1098207 5364 132 40,74%
29/set/20 979519 6377 266 41,22% 28/out/20 1103582 5375 122 40,31%
113
29/out/20 1108860 5278 112 40,29% 27/nov/20 1233587 4320 129 40,02%
30/out/20 1113788 4928 136 40,39% 28/nov/20 1238094 4507 146 42,00%
31/out/20 1116127 2339 56 44,96% 29/nov/20 1240473 2379 28 44,72%
01/nov/20 1117147 1020 20 47,71% 30/nov/20 1241653 1180 19 39,70%
02/nov/20 1117795 648 15 47,59% 01/dez/20 1250590 8937 195 39,12%
03/nov/20 1118544 749 18 40,19% 02/dez/20 1259704 9114 166 40,11%
04/nov/20 1123299 4755 185 40,37% 03/dez/20 1267912 8208 181 39,95%
05/nov/20 1125936 2637 168 39,53% 04/dez/20 1276149 8237 151 39,34%
06/nov/20 1125936 0 0 39,38% 05/dez/20 1285087 8938 181 41,09%
07/nov/20 1125936 0 0 42,01% 06/dez/20 1287762 2675 46 45,54%
08/nov/20 1125936 0 0 46,59% 07/dez/20 1288878 1116 25 39,79%
09/nov/20 1125936 0 0 39,78% 08/dez/20 1296801 7923 242 40,75%
10/nov/20 1147451 21515 0 40,40% 09/dez/20 1306585 9784 179 39,21%
11/nov/20 1150872 3421 190 40,36% 10/dez/20 1316371 9786 200 40,33%
12/nov/20 1156652 5780 295 39,53% 11/dez/20 1325162 8791 141 40,00%
13/nov/20 1162782 6130 0 39,55% 12/dez/20 1333763 8601 169 41,03%
14/nov/20 1167422 4640 347 42,31% 13/dez/20 1334703 940 47 44,99%
15/nov/20 1168640 1218 15 45,66% 14/dez/20 1337016 2313 32 40,36%
16/nov/20 1169377 737 12 40,20% 15/dez/20 1341428 4412 232 40,06%
17/nov/20 1178075 8698 173 40,70% 16/dez/20 1341428 0 0 40,47%
18/nov/20 1184496 6421 178 40,46% 17/dez/20 1361731 20303 399 39,56%
19/nov/20 1191290 6794 147 39,84% 18/dez/20 1371653 9922 197 38,98%
20/nov/20 1200348 9058 105 40,63% 19/dez/20 1384100 12447 151 40,62%
21/nov/20 1205435 5087 77 42,22% 20/dez/20 1384100 0 0 44,77%
22/nov/20 1209588 4153 11 46,20% 21/dez/20 1388043 3943 107 40,38%
23/nov/20 1210625 1037 9 40,17% 22/dez/20 1398757 10714 259 39,71%
24/nov/20 1215844 5219 179 40,42% 23/dez/20 1409140 10383 181 40,31%
25/nov/20 1224744 8900 146 40,04% 24/dez/20 1418491 9351 182 41,99%
26/nov/20 1229267 4523 172 40,12% 25/dez/20 1422087 3596 37 47,77%
114
21/abr/21 2786483 17123 977 48,40% 20/mai/21 3147348 17936 585 40,07%
22/abr/21 2793750 7267 183 40,91% 21/mai/21 3163859 16511 580 39,61%
23/abr/21 2811562 17812 863 42,51% 22/mai/21 3180595 16736 480 43,12%
24/abr/21 2827833 16271 875 44,15% 23/mai/21 3188105 7510 117 48,41%
25/abr/21 2834321 6488 145 49,25% 24/mai/21 3192727 4622 63 40,58%
26/abr/21 2838233 3912 105 41,77% 25/mai/21 3210204 17477 898 40,70%
27/abr/21 2856225 17992 1044 40,86% 26/mai/21 3226875 16671 666 40,38%
28/abr/21 2873238 17013 814 41,07% 27/mai/21 3239657 12782 609 40,37%
29/abr/21 2888158 14920 876 40,61% 28/mai/21 3241240 1583 703 39,64%
30/abr/21 2903709 15551 659 41,67% 29/mai/21 3254893 13653 570 42,42%
01/mai/21 2918044 14335 750 43,75% 30/mai/21 3265930 11037 181 47,87%
02/mai/21 2923367 5323 117 47,87% 31/mai/21 3272043 6113 70 40,64%
03/mai/21 2926516 3149 114 40,12% 01/jun/21 3291509 19466 836 41,67%
04/mai/21 2941980 15464 849 40,59% 02/jun/21 3314631 23122 717 40,95%
05/mai/21 2956210 14230 689 40,24% 03/jun/21 3334364 19733 514 46,61%
06/mai/21 2969680 13470 696 39,80% 04/jun/21 3338262 3898 33 39,97%
07/mai/21 2984182 14502 583 39,50% 05/jun/21 3355201 16939 718 42,10%
08/mai/21 2997282 13100 660 41,94% 06/jun/21 3365160 9959 212 47,03%
09/mai/21 3003067 5785 150 46,49% 07/jun/21 3370234 5074 138 39,80%
10/mai/21 3006250 3183 55 40,22% 08/jun/21 3378256 8022 767 39,96%
11/mai/21 3022568 16318 806 40,50% 09/jun/21 3382448 4192 651 39,82%
12/mai/21 3038240 15672 696 40,40% 10/jun/21 3405481 23033 733 39,69%
13/mai/21 3053889 15649 578 40,42% 11/jun/21 3428356 22875 651 38,79%
14/mai/21 3069804 15915 559 39,58% 12/jun/21 3449577 21221 543 41,72%
15/mai/21 3085290 15486 502 42,55% 13/jun/21 3458849 9272 234 46,76%
16/mai/21 3092844 7554 224 47,88% 14/jun/21 3464158 5309 92 39,77%
17/mai/21 3096845 4001 76 40,14% 15/jun/21 3487385 23227 897 39,92%
18/mai/21 3112624 15779 810 40,69% 16/jun/21 3509967 22582 795 39,80%
19/mai/21 3129412 16788 747 40,39% 17/jun/21 3525021 15054 619 39,83%
117
18/jun/21 3552727 27706 714 39,22% 17/jul/21 3936849 17095 448 42,00%
19/jun/21 3573210 20483 722 42,12% 18/jul/21 3939632 2783 35 46,47%
20/jun/21 3582792 9582 200 47,23% 19/jul/21 3942776 3144 97 40,31%
21/jun/21 3587646 4854 98 40,39% 20/jul/21 3947574 4798 590 40,53%
22/jun/21 3610743 23097 843 40,44% 21/jul/21 3966009 18435 483 40,37%
23/jun/21 3630251 19508 724 40,08% 22/jul/21 3979102 13093 493 39,93%
24/jun/21 3648202 17951 781 39,65% 23/jul/21 3991188 12086 418 39,28%
25/jun/21 3669196 20994 772 38,96% 24/jul/21 3997084 5896 327 41,47%
26/jun/21 3688128 18932 538 43,02% 25/jul/21 4001078 3994 25 46,24%
27/jun/21 3696093 7965 134 46,10% 26/jul/21 4003549 2471 37 40,13%
28/jun/21 3700378 4285 62 39,15% 27/jul/21 4015426 11877 467 40,36%
29/jun/21 3719586 19208 825 40,35% 28/jul/21 4027062 11636 361 40,90%
30/jun/21 3727348 7762 744 39,85% 29/jul/21 4038375 11313 335 40,44%
01/jul/21 3743291 15943 641 40,31% 30/jul/21 4048478 10103 266 39,71%
02/jul/21 3762758 19467 599 38,86% 31/jul/21 4057868 9390 294 42,66%
03/jul/21 3779408 16650 532 41,37% 01/ago/21 4061741 3873 43 46,87%
04/jul/21 3785859 6451 156 46,71% 02/ago/21 4063680 1939 20 39,31%
05/jul/21 3790090 4231 66 39,71% 03/ago/21 4073622 9942 405 39,64%
06/jul/21 3809222 19132 714 40,00% 04/ago/21 4084112 10490 406 39,54%
07/jul/21 3824111 14889 546 39,17% 05/ago/21 4094211 10099 265 39,55%
08/jul/21 3838564 14453 543 38,57% 06/ago/21 4104768 10557 293 38,40%
09/jul/21 3853276 14712 482 41,65% 07/ago/21 4113741 8973 249 40,85%
10/jul/21 3860960 7684 105 41,43% 08/ago/21 4117467 3726 78 45,06%
11/jul/21 3866178 5218 75 45,81% 09/ago/21 4119265 1798 54 38,93%
12/jul/21 3869300 3122 65 39,12% 10/ago/21 4129720 10455 468 39,20%
13/jul/21 3879846 10546 640 39,60% 11/ago/21 4138421 8701 387 39,07%
14/jul/21 3896083 16237 519 40,03% 12/ago/21 4147665 9244 294 39,28%
15/jul/21 3908279 12196 537 40,86% 13/ago/21 4156563 8898 241 38,94%
16/jul/21 3919754 11475 419 39,25% 14/ago/21 4164587 8024 329 41,32%
118
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# Carregar pacotes
library(changepoint)
library(zoo)
library(forecast)
library(ggplot2)
library(CausalImpact)
estruturados para iniciar em 17 de março de 2020 com uma frequência semanal (52
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# Criar série temporal para os dados
y <- ts(data_r_jp_csv$Casos.por.dia, frequency = 52)
x <- ts(data_r_jp_csv$Isolamento, frequency = 52)
z <- ts(data_r_jp_csv$Óbitos.por.dia, frequency = 52)
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# Visualizar dados com ggplot2
autoplot(y, xlab = "Dias", ylab = "Casos por Dia")
ggseasonplot(x, ylab = "Índice de Isolamento (%)", polar =
TRUE)
ggseasonplot(z, ylab = "Óbitos por Dia", polar = TRUE)
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# Definir períodos de pré e pós-intervenção
pre.period <- c(1, 201)
post.period <- c(202, 650)
# Visualizar os resultados
plot(impact)
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# Detectar rupturas na média de Isolamento e Óbitos por Dia
p.cpt <- changepoint::cpt.mean(data_r_jp_csv$Isolamento,
method = "AMOC")
changepoint::plot(p.cpt)
p.cpt <-
changepoint::cpt.mean(data_r_jp_csv$Óbitos.por.dia, method =
"AMOC")
changepoint::plot(p.cpt)