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Jesus Meu Modelo

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Dilma Vilela
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Jesus, Meu Modelo

Ellen G. White

2008

Copyright © 2012
Ellen G. White Estate, Inc.
[1]

Informações sobre este livro

Esta publicação eBook é providenciada como um serviço do Estado de Ellen


G. White. É parte integrante de uma vasta colecção de livros gratuitos online.
Por favor visite o website do Estado Ellen G. White.
Ellen G. White (1827-1915) é considerada como a autora Americana mais
traduzida, tendo sido as suas publicações traduzidas para mais de 160 línguas.
Escreveu mais de 100.000 páginas numa vasta variedade de tópicos práticos e
espirituais. Guiada pelo Espírito Santo, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras
como base da fé.
Uma Breve Biografia de Ellen G. White
Sobre o Estado de Ellen G. White
A visualização, impressão ou descarregamento da Internet deste livro ga-
rante-lhe apenas uma licença limitada, não exclusiva e intransmissível para uso
pessoal. Esta licença não permite a republicação, distribuição, atribuição, sub-li-
cenciamento, venda, preparação para trabalhos derivados ou outro tipo de uso.
Qualquer utilização não autorizada deste livro faz com que a licença aqui cedida
seja terminada.
Para mais informações sobre a autora, os editores ou como poderá financiar
este serviço, é favor contactar o Estado de Ellen G. White: (endereço de email).
Estamos gratos pelo seu interesse e pelas suas sugestões, e que Deus o abençoe
enquanto lê.

i
ii
Janeiro
Jesus, nosso modelo, 1 de Janeiro

Ele, Jesus, nos dias da Sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e
lágrimas, orações e súplicas a quem O podia livrar da morte e tendo sido
ouvido por causa da Sua piedade. Hebreus 5:7.

Vai baixando a noite, quando Jesus chama para junto de Si três de Seus
discípulos — Pedro, Tiago e João — e os conduz através dos campos e, por
acidentada vereda, a uma deserta encosta de montanha. [...]
A luz do Sol poente paira ainda no cimo da montanha, dourando com sua
glória o trilho que percorrem. Mas em breve se dissipa a claridade nos montes e
nos vales, o Sol oculta-se por trás do horizonte ocidental, e os solitários viajantes
se acham envoltos nas trevas da noite. [...]
Afinal, Cristo lhes diz que não precisam ir mais adiante. Afastando-Se um
pouco deles, o Homem de dores derrama Suas súplicas com grande clamor e
lágrimas. Roga força para resistir à prova em favor da humanidade. Ele próprio
precisa Se apoiar com renovado vigor à Onipotência, pois só assim pode contem-
plar o futuro. E desafoga os anseios do Seu coração quanto aos discípulos, para
que, na hora do poder das trevas, sua fé não desfaleça. [...]
A princípio, os discípulos unem suas preces às dEle, com sincera devoção;
algum tempo depois, porém, são vencidos pelo cansaço e, mesmo se esforçando
para conservar o interesse, acabam adormecendo. Jesus lhes falara de Seus
sofrimentos; Ele os levou consigo para que se unissem a Ele em oração; está
intercedendo por eles. O Salvador notara a tristeza dos discípulos e desejava
amenizar-lhes a mágoa, com a certeza de que sua fé não fora vã. [...] Agora, a
nota predominante de Sua prece é que lhes seja dada uma manifestação da glória
que Ele tinha com o Pai antes que o mundo existisse, que Seu reino seja revelado
a olhos humanos e que os discípulos sejam fortalecidos pela sua contemplação.
Roga que testemunhem uma manifestação de Sua divindade que, na hora de Sua
suprema agonia, os conforte com o conhecimento de que Ele é com certeza o
Filho de Deus, e que Sua ignominiosa morte é uma parte do plano da redenção.
Sua oração é ouvida. Ao achar-Se curvado em humildade sobre o pedregoso
solo, o céu repentinamente se abre, abrem-se de par em par as portas de ouro da
cidade de Deus, e uma santa irradiação baixa sobre o monte, envolvendo a figura
do Salvador. A divindade interior irrompe através da humanidade, encontrando-
Se com a glória vinda de cima. Erguendo-Se da prostrada posição em que Se
achava, Cristo Se apresenta em divina majestade. Foi-se a agonia da Sua alma.
Seu semblante resplandece agora “como o Sol”, e Seus vestidos são “brancos
[9] como a luz”. — O Desejado de Todas as Nações, 419-421.

4
Poder para resistir à tentação, 2 de Janeiro

E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e,


estando Ele a orar, o Céu se abriu, o Espírito Santo desceu sobre Ele em
forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do Céu: Tu és o Meu
Filho amado, em Ti Me comprazo. Lucas 3:21-22.

Os professos seguidores de Cristo podem ser fortes no Senhor quando se


beneficiam das provisões feitas para eles através dos méritos de Jesus. Deus
não fechou os Céus às humildes orações de corações arrependidos, submissos e
confiantes. A oração humilde, simples, sincera e perseverante do fiel penetrará
o Céu, tão certamente como o fez a oração de Cristo [quando Ele foi batizado].
O Céu se abriu à Sua oração e isso nos mostra que podemos ser reconciliados
com Deus. Essa comunicação entre nós e Deus é estabelecida através da justiça
de nosso Senhor e Salvador. Cristo tomou sobre Si a humanidade, e ainda assim
manteve estreita e íntima comunhão com Deus. Ele ligou a humanidade com
Sua natureza divina, possibilitando que nos tornemos participantes da natureza
divina, e assim escapemos da corrupção que pela concupiscência há no mundo.
Cristo é nosso exemplo em todas as coisas. Em resposta à Sua oração ao Pai,
o Céu foi aberto, e o Espírito desceu como pomba e pousou sobre Ele. O Santo
Espírito de Deus deve Se comunicar com homens e mulheres e habitar no coração
do obediente e fiel. Luz e poder virão àqueles que sinceramente os buscam a
fim de que possam ter sabedoria para resistir a Satanás, e para ser vitoriosos em
momentos de tentação. Nós devemos vencer da mesma forma que Cristo venceu.
Jesus iniciou seu ministério público com oração fervorosa, e Seu exemplo
torna manifesto o fato de que a oração é necessária para se levar uma vida
cristã vitoriosa. Ele estava em comunhão constante com Seu Pai, e Sua vida nos
apresenta um exemplo perfeito que devemos imitar. [...]
Dependemos de Deus para viver uma vida cristã triunfante, e o exemplo de
Cristo abre diante de nós o caminho pelo qual podemos ir a uma fonte de poder
que nunca falha, da qual podemos extrair graça e poder para resistir ao inimigo e
sair vitoriosos. — The Signs of the Times, 24 de Julho de 1893. [10]

5
Reverência diante de Deus, 3 de Janeiro

Então, Ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu
nome; venha o Teu reino. Lucas 11:2.

Para santificar o nome do Senhor é necessário que as palavras com as quais


falamos do Ser Supremo sejam pronunciadas com reverência. “Santo e tremendo
é o Seu nome”. Salmos 111:9. Não devemos nunca, de qualquer modo, tratar
com leviandade os títulos ou nomes da Divindade. Ao orar, penetramos na sala
de audiência do Altíssimo, e devemos ir à Sua presença com santa reverência.
Os anjos velam o rosto em Sua presença. Os querubins e os santos serafins
aproximam-se de Seu trono com solene reverência. Quanto mais deveríamos nós,
seres finitos e pecadores, apresentar-nos de modo reverente perante o Senhor,
nosso Criador!
Mas santificar o nome do Senhor quer dizer muito mais do que isso. Podemos,
como os judeus dos dias de Cristo, manifestar exteriormente a maior reverência
por Deus, e todavia profanar constantemente o Seu nome. “O nome do Senhor” é
“misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade;
[...] que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado”. Êxodo 34:5-7. Sobre
a igreja de Cristo acha-se escrito “Este é o nome que Lhe chamarão: O Senhor
é nossa justiça”. Jeremias 33:16. Este nome é acrescentado a todo seguidor de
Cristo. É a herança do filho de Deus. A família recebe o nome do Pai. O profeta
Jeremias, num tempo de cruciante tristeza e tribulação para Israel, orou: “Somos
chamados pelo Teu nome; não nos desampares”. Jeremias 14:9.
Este nome é santificado pelos anjos no Céu, pelos habitantes dos mundos
não caídos. Quando você ora: “Santificado seja o Teu nome” (Mateus 6:9),
está pedindo que seja santificado neste mundo, santificado em você. Deus o
reconheceu como Seu filho, perante homens e anjos; ore para que não venha a
desonrar “o bom nome que sobre vocês foi invocado”. Tiago 2:7 (NVI). Deus os
envia ao mundo como Seus representantes. Em cada ato da vida vocês devem
tornar manifesto o nome de Deus. Esse pedido é um convite para que possuam o
Seu caráter. Vocês não podem santificar o Seu nome, nem podem representá-Lo
perante o mundo, a menos que na vida e no caráter representem a própria vida e
caráter de Deus. Isto só pode ser feito mediante a aceitação da graça e justiça de
[11] Cristo. — O Maior Discurso de Cristo, 106-107.

6
O pão de cada dia, 4 de Janeiro

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Mateus 6:11.

Como uma criança, vocês receberão dia a dia o suficiente para a necessidade
diária. Cada dia vocês devem orar: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Mateus
6:11. Não desanimem se não têm o suficiente para amanhã. Vocês têm a garantia
de Sua promessa: “Habitarás na Terra e, verdadeiramente, serás alimentado”.
Salmos 37:3. Diz Davi: “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado
o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão”. Salmos 37:25. [...]
Aquele que abrandava os cuidados e ansiedades de Sua mãe viúva, e a
ajudava a prover a casa de Nazaré, compreende toda mãe em sua luta para prover
alimento aos filhos. O que Se compadeceu das turbas porque “estavam fatigadas e
derramadas” (Mateus 9:36, TT), ainda Se compadece dos pobres sofredores. Sua
mão está estendida para eles em uma bênção; e na própria oração que ensinou
aos Seus discípulos, ensina-nos a lembrar os pobres. [...]
A oração pelo pão de cada dia inclui não apenas o alimento para sustentar
o corpo, mas aquele pão espiritual que nos nutrirá para a vida eterna. Jesus
nos ordena: “Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que
permanece para a vida eterna”. João 6:27 (NVI). Ele diz: “Eu sou o pão vivo
que desceu do Céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre”. João 6:51.
Nosso Salvador é pão da vida, e é mediante a contemplação de Seu amor, e
recebendo esse amor no coração, que nos nutrimos do pão que desceu do Céu.
Recebemos a Cristo por meio de Sua Palavra; e o Espírito Santo é dado a fim
de esclarecer a Palavra ao nosso entendimento, impressionando-nos o coração
com suas verdades. Devemos orar, dia a dia para que, ao lermos Sua Palavra,
Deus envie Seu Espírito a fim de nos revelar a verdade que nos fortalecerá a alma
para a necessidade do dia.
Ensinando-nos a pedir cada dia o que necessitamos — tanto as bênçãos
temporais como as espirituais — Deus tem um propósito para nosso bem. Deseja
que reconheçamos nossa dependência de Seu constante cuidado; pois procura
atrair-nos em comunhão com Ele. Nessa comunhão com Cristo, mediante a
oração e o estudo das grandes e preciosas verdades de Sua Palavra, seremos
alimentados, como os que têm fome; como os que têm sede, seremos saciados
pela fonte da vida. — O Maior Discurso de Cristo, 111-113. [12]

7
Espírito perdoador, 5 de Janeiro

Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. Mateus 6:14-15.

Nosso Salvador ensinou Seus discípulos a orar: “Perdoa-nos as nossas dívidas,


assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Mateus 6:12. Uma grande
bênção é aqui solicitada sob condição. Nós mesmos afirmamos essas condições.
Pedimos que a misericórdia de Deus para conosco seja medida pela misericórdia
que mostramos a outros. Cristo declara que esta é a regra pela qual o Senhor
tratará conosco: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas
ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. Mateus 6:14-15.
Maravilhosos termos! Mas quão pouco são compreendidos ou acatados.
Um dos pecados mais comuns, e que é seguido dos resultados mais perni-
ciosos, é a tolerância de um espírito não disposto a perdoar. Quantos abrigam
animosidade ou espírito de vingança, e então curvam a cabeça diante de Deus e
pedem para ser perdoados assim como perdoam! Certamente não podem possuir
o verdadeiro senso do que esta oração importa, ou não a tomariam nos lábios.
Dependemos da misericórdia de Deus cada dia e cada hora; como podemos então
agasalhar amargura e malícia para com o nosso próximo pecador! Se, em seus
relacionamentos diários os cristãos aplicarem os princípios dessa oração, que
bendita mudança se operará na igreja e no mundo! Esse seria o mais convincente
testemunho dado sobre a realidade da religião bíblica. [...]
Somos advertidos pelo apóstolo: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal,
e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros”. Romanos 12:9-10. Paulo desejava que
distinguíssemos, entre o amor puro, abnegado, que é induzido pelo espírito de
Cristo, e a pretensão sem sentido e enganosa, que é abundante no mundo. Essa vil
falsificação tem desviado muitas pessoas. Poderia anular a distinção entre o certo
e o errado, concordando com os transgressores, em vez de mostrar fielmente seus
erros. Tal procedimento nunca provém da verdadeira amizade. O espírito pelo
qual é induzido só habita no coração carnal.
Embora os cristãos devam ser sempre bondosos, compassivos e perdoadores,
não podem viver em harmonia com o pecado. Aborrecerão o mal e se apegarão
ao que é bom, mesmo com sacrifício da associação ou amizade com os ímpios. O
espírito de Cristo nos levará a odiar o pecado, ao mesmo tempo em que estaremos
dispostos a fazer qualquer sacrifício para salvar o pecador. — Testemunhos para
[13] a Igreja 5:170-171.

8
Coração agradecido, 6 de Janeiro

Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e


disseram: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no
mar o cavalo e o seu cavaleiro. O Senhor é a minha força e o meu cântico;
Ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu O louvarei; Ele é o
Deus de meu pai; por isso, O exaltarei. Êxodo 15:1-2.

Semelhante à voz das profundezas, surgiu das vastas hostes de Israel aquela
sublime tributação de louvor. Começou com as mulheres de Israel, tendo à frente
Miriã, irmã de Moisés, ao saírem elas com tamboril e danças. Longe, por sobre
o deserto e o mar, repercutia o festivo estribilho, e as montanhas ecoavam as
palavras de seu louvor. [...]
Este cântico e o grande livramento que ele comemora produziram uma im-
pressão que nunca se dissiparia da memória do povo hebreu. De século em
século era repercutido pelos profetas e cantores de Israel, testemunhando que
Jeová é a força e livramento daqueles que nEle confiam. Aquele cântico não
pertence unicamente ao povo judeu. Ele aponta, no futuro, a destruição de todos
os adversários da justiça, e a vitória final do Israel de Deus. O profeta de Patmos
vê a multidão vestida de branco, dos que “saíram vitoriosos”, em pé sobre o “mar
de vidro misturado com fogo”, tendo as “harpas de Deus. E cantavam o cântico
de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro”. Apocalipse 15:2-3. [...]
Tal era o espírito que penetrava o cântico do livramento de Israel, e é o
espírito que deveria habitar no coração de todos os que amam e temem a Deus.
Libertando-nos do cativeiro do pecado, Deus operou para nós um livramento
maior do que o dos hebreus no Mar Vermelho. Como a hoste dos hebreus,
devemos louvar ao Senhor com o coração, com a alma, e com a voz, pelas Suas
maravilhosas obras aos filhos dos homens. Aqueles que meditam nas grandes
bênçãos de Deus, e não se esquecem de Suas menores dádivas, cingir-se-ão de
alegria, e entoarão sinceros hinos ao Senhor. As bênçãos diárias que recebemos
das mãos de Deus, e acima de tudo, a morte de Jesus para trazer a felicidade e o
Céu ao nosso alcance, devem ser objeto de gratidão constante. Que compaixão,
que amor incomparável mostrou-nos Deus, a nós pecadores perdidos, ligando-nos
consigo, para que Lhe sejamos um tesouro particular! — Patriarcas e Profetas,
288-289. [14]

9
Oração em nome de Jesus, 7 de Janeiro

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. 1 João
2:1.

Nós temos um advogado no trono de Deus, que está circundado pelo arco
da promessa, e somos convidados a apresentar nossas petições diante do Pai em
nome de Cristo. Jesus diz: Peça o que quiser em Meu nome, e isso lhe será dado.
Ao apresentar Meu nome, vocês mostrarão que pertencem a Mim, que são Meus
filhos e filhas, e o Pai lhes tratará como Seus próprios filhos, e lhes amará como
ama a Mim.
Sua fé em Mim os levará a exercitarem uma afeição íntima e filial para
comigo e para com o Pai. Eu sou a corrente de ouro pela qual seu coração e
alma são ligados em amor e obediência ao Meu Pai. Expressem ao Meu Pai que
Meu nome lhes é precioso, que Me respeitam e Me amam, e poderão pedir o que
precisarem. Ele lhes perdoará as transgressões, e lhes adotará em Sua família
real — tornando-lhes filhos de Deus, co-herdeiros com Seu Filho Unigênito.
Através da fé em Meu nome Ele lhes concederá a santificação e santidade que
lhes prepararão para Sua obra em um mundo de pecado, e lhes qualificarão a uma
herança imortal em Seu reino. O Pai tem aberto amplamente, não apenas todo o
Céu, mas todo o Seu coração, para aqueles que manifestam fé no sacrifício de
Cristo, e para aqueles que pela fé no amor de Deus voltam à sua lealdade. Aqueles
que crêem em Cristo como Aquele que levou sobre Si o pecado, a propiciação
por seus pecados, o intercessor em seu favor, podem através da riqueza da graça
de Deus reivindicar os tesouros do céu. [...]
A oração do contrito de coração abre os celeiros de provisões e assegura
o poder onipotente. Esse tipo de oração habilita o suplicante a entender o que
significa reter o poder de Deus, e ter paz com Ele. Esse tipo de oração faz-
nos exercer influência sobre aqueles com quem nos associamos. [...] É nosso
privilégio e dever trazer a eficácia do nome de Cristo às nossas petições, e usar os
muitos argumentos que Cristo tem usado em nosso favor. Nossas orações estarão
então em completa harmonia com a vontade de Deus. — The Signs of the Times,
[15] 18/6/1896.

10
Orações atendidas, 8 de Janeiro

Deleitar-te-ás, pois, no Todo-poderoso e levantarás o rosto para Deus.


Orarás a Ele, e Ele te ouvirá; e pagarás os teus votos. Jó 22:26-27.

Em sua oração pelos discípulos Cristo disse: “E a favor deles Eu Me santifico


a Mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por
intermédio da sua palavra”. João 17:19-20. Em Sua oração, Cristo inclui todos
aqueles que ouvirão suas palavras de vida e salvação através dos mensageiros
que Ele envia. [...]
Podemos nós, pela fé, compreender o fato de que somos amados pelo Pai
assim como o Filho é amado? Se pudéssemos de fato nos assegurar e agir de
acordo com isso, certamente teríamos a graça de Cristo, o óleo santo do Céu,
lançado em nosso coração necessitado, ressequido e sedento. Nossa luz já não
seria vacilante e trêmula, mas brilharia radiante entre a moral obscura que,
como um manto fúnebre, envolve o mundo. Devemos pela fé ouvir a intercessão
prevalecente que Cristo apresenta continuamente em nosso favor, quando diz:
“Pai, a Minha vontade é que onde Eu estou, estejam também comigo os que Me
deste, para que vejam a Minha glória que Me conferiste, porque Me amaste antes
da fundação do mundo”. João 17:24. [...]
Nosso Redentor nos encoraja a apresentar súplicas contínuas. Ele nos faz
firmes promessas de que não suplicaremos em vão. Ele diz: “Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que
busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”. Mateus 7:7-8.
Ele então apresenta a figura de uma criança pedindo pão a seu pai, e mostra
como Deus tem muito mais desejo de atender às nossas petições do que os pais
de atenderem às petições de seus filhos. [...]
Nosso precioso Salvador está à nossa disposição hoje. NEle se centraliza
nossa esperança de vida eterna. Ele é Aquele que apresenta nossas petições ao
Pai, e nos comunica a bênção pela qual suplicamos. — The Signs of the Times,
18 de Junho de 1896. [16]

11
Orar, pedir e agir, 9 de Janeiro

Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos Céus e disse
ao rei: se é do agrado do rei, [...] peço-te que me envies a Judá, à cidade
dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. Neemias 2:4-5.

Enquanto Neemias implorava o auxílio de Deus, não cruzou os braços, jul-


gando que não tinha mais nenhum cuidado ou responsabilidade quanto a seu
propósito de restaurar Jerusalém. Com admirável prudência e previsão, providen-
ciou todos os preparativos necessários para garantir o êxito do empreendimento.
[...]
O exemplo desse santo homem [Neemias] deve servir de lição a todo o povo
de Deus, mostrando que não devem apenas orar com fé, mas trabalhar com dili-
gência e fidelidade. Quantas dificuldades encontramos, quantas vezes estorvamos
a operação da Providência em nosso favor, por julgar que a prudência, a previsão
e o esforço têm pouco que ver com a religião! Isto é um erro grave. É nosso dever
cultivar e exercitar toda a faculdade que nos torne obreiros mais eficientes para
Deus. A consideração cuidadosa, bem como os planos bem amadurecidos, são
tão essenciais ao êxito dos empreendimentos sagrados hoje, como no tempo de
Neemias. — Serviço Cristão, 239.
Os homens de oração devem ser homens de ação. Os que são prontos e volun-
tários, encontrarão meios e modos de trabalhar. Neemias não ficou dependendo
de coisa incerta. Pediu àqueles que se achavam em condições de ofertar os meios
que lhe faltavam. — Serviço Cristão, 171.
O Senhor move ainda o coração dos reis e governadores em favor de Seu
povo. Aqueles que se acham a Seu serviço devem aproveitar o auxílio que Ele
induz os homens a darem para o avançamento de Sua causa. Os agentes por cujo
intermédio vêm essas dádivas podem abrir caminhos por onde a luz da verdade
seja levada a muitas terras entenebrecidas. Talvez esses homens não tenham
simpatia alguma pela obra de Deus, nenhuma fé em Cristo, conhecimento algum
de Sua Palavra; mas nem por isso suas ofertas devem ser rejeitadas. [...]
O Senhor colocou Seus bens, tanto nas mãos de descrentes, como nas de
fiéis; todos podem devolver o que Lhe pertence para se fazer a obra que tem de
ser efetuada em favor do mundo caído. Enquanto nos acharmos neste mundo,
enquanto o Espírito de Deus contender com os filhos dos homens, teremos que
[17] receber e prestar favores. — Serviço Cristão, 168.

12
Submissão à vontade de Deus, 10 de Janeiro

Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas
coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem.
Lucas 21:36.

Orem freqüentemente ao Pai celestial. Quanto mais vezes você se empenha-


rem em oração, tanto mais serão atraídos em sagrada proximidade de Deus. O
Espírito Santo fará intercessão pelo suplicante sincero, com gemidos inexprimí-
veis, e o coração será abrandado e sensibilizado pelo amor de Deus. As nuvens e
sombras que Satanás lança em torno da vida serão espancadas pelos brilhantes
raios do Sol da Justiça, e as recâmaras da mente e do coração serão iluminadas
pela luz do Céu.
Mas não desanimem se suas orações não parecem alcançar resposta imediata.
O Senhor vê que a oração é muitas vezes misturada com coisas terrenas. Os
homens oram pedindo aquilo que satisfaça seus desejos egoístas, e o Senhor
não os atende da maneira que esperam. Leva-os através de provas e aflições,
conduzindo-os através de humilhações, até que vejam mais claramente quais
são suas necessidades. Ele não dá aos homens aquilo que satisfaça um apetite
pervertido, e que se demonstraria um mal ao agente humano, tornando-o uma
desonra para Deus. Não concede aos homens aquilo que satisfaça suas ambições,
resultando apenas em exaltação própria. Quando vamos a Deus, temos de ser
submissos e contritos de coração, subordinando tudo a Sua sagrada vontade.
No jardim do Getsêmani, Cristo orou ao Pai, dizendo: “Meu Pai, se possível,
passa de Mim este cálice!” O cálice que Ele pedia que fosse removido, e que
se aparentava tão amargo a Sua vida, era o cálice da separação de Deus, em
conseqüência do pecado do mundo. Aquele que era perfeitamente inocente e
irrepreensível diante de Deus Se tornou como alguém que fosse culpado, de
modo que o culpado pudesse ser perdoado e permanecer inocente diante de Deus.
Quando Lhe foi assegurado que o mundo não poderia ser salvo a não ser através
de Seu sacrifício, Ele afirmou: “Todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu
queres”. Mateus 26:39. O espírito de submissão revelado por Cristo ao apresentar
a Deus Sua oração é o espírito que é aceitável a Deus. Que o pecador sinta
sua necessidade, seu desamparo, sua nulidade; sejam invocadas todas as suas
energias, num sincero desejo de auxílio, e o socorro virá. — Liderança Cristã, 89. [18]

13
Perto de Deus, 11 de Janeiro

Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. Efésios 6:18.

Alguns não são piedosos por natureza e, portanto, devem encorajar e cultivar
o hábito de examinar intimamente a própria vida e motivos, acariciando especi-
almente o amor pelas práticas religiosas e a oração particular. Freqüentemente,
falam de dúvidas e descrença, e demoram-se nas grandes lutas que travam com
sentimentos de infidelidade. Contemporizam com influências desencorajadoras
que afetam sua fé, esperança e ânimo na verdade e no sucesso final do trabalho e
da causa em que estão empenhados, fazendo parecer uma virtude especial o fato
de ser achados ao lado dos duvidosos.
Às vezes parecem realmente encontrar prazer em sua posição de infidelidade
e fortalecer a descrença em toda circunstância que podem utilizar como desculpa
para suas trevas. A esses eu gostaria de dizer: Seria melhor se caíssem de uma
vez e deixassem os muros de Sião, até se tornarem homens convertidos. [...]
Mas, qual é a razão para essas dúvidas, escuridão e incredulidade? Eu res-
pondo: Esses homens não são retos diante de Deus. Eles não estão lidando
honesta e verazmente com o próprio coração. Têm negligenciado cultivar a pie-
dade pessoal. Não se apartaram do egoísmo, do pecado e dos pecadores. Falharam
em estudar a vida abnegada e de sacrifício próprio de nosso Senhor, e deixaram
de imitar Seu exemplo de pureza, devoção e abnegação.
O pecado que facilmente os assedia tem sido fortalecido pela condescendên-
cia. Pela própria negligência e pecado, separaram-se da companhia do divino
Mestre. [...]
Estamos empenhados em uma obra elevada e sagrada. Aqueles que professam
ter sido chamados para ensinar a verdade aos que se acham na escuridão, não
devem ser instrumentos de descrença e trevas. Devem viver perto de Deus,
onde podem refletir toda a luz do Senhor. A razão por não terem ainda atingido
essa condição é não obedecerem à Palavra de Deus; por esse motivo, dúvidas
e desânimo são expressos quando palavras de fé e santa disposição devem ser
[19] ouvidas. — Testemunhos para a Igreja 2:513-514, 516.

14
Refletindo o amor de Cristo, 12 de Janeiro

Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O
entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as
coisas? Romanos 8:32.

Quem pode medir o amor experimentado por Cristo para com um mundo
perdido, ao pender Ele da cruz, sofrendo pelas culpas dos pecadores? Este amor
foi imenso, infinito.
Cristo mostrou que Seu amor era mais forte do que a morte. Ele estava
realizando a salvação do homem; e embora sofresse o mais terrível conflito com
os poderes das trevas, ainda em meio a tudo isso, Seu amor se tornou mais e mais
forte. [...]
Foi pago o preço para comprar a redenção do homem, quando, no último
conflito interior, foram proferidas as benditas palavras que pareceram ressoar
através da criação: “Está consumado”. João 19:30. [...]
Não podemos sondar o comprimento, a largura, a altura e a profundidade
de tão assombroso amor. A contemplação das incomparáveis profundidades do
amor do Salvador deve encher a mente, tocar e sensibilizar o coração, refinar e
enobrecer as afeições, transformando inteiramente todo o caráter. [...]
Alguns têm visão limitada quanto à expiação. Pensam que Cristo sofreu
apenas pequena parte da pena da lei de Deus; julgam que, ao passo que a ira
de Deus foi experimentada por Seu querido Filho, Este tinha, através de todos
os Seus dolorosos sofrimentos, a demonstração do amor de Seu Pai e de Sua
aceitação; que as portas do sepulcro se achavam iluminadas diante dEle por
vívida esperança, e que Ele tinha a constante evidência de Sua futura glória. Eis
um grande engano. A mais intensa angústia de Cristo era o senso do desagrado
do Pai. Sua agonia mental por causa disso foi tão intensa, que o homem pode ter
apenas uma pálida concepção a esse respeito. [...]
Esse é o amor que nenhuma linguagem pode exprimir. Ultrapassa o conheci-
mento. Grande é o mistério da piedade. Nosso espírito deve avivar-se, elevar-se e
ser arrebatado com o tema do amor do Pai e do Filho do homem. Os seguidores
de Cristo devem aprender aqui a refletir em certa medida aquele misterioso amor
preparatório para a união com todos os remidos em tributar “ao que está assen-
tado sobre o trono, e ao Cordeiro”, “ações de graças, e honra, e glória, e poder
para todo o sempre”. Apocalipse 5:13. — Testemunhos para a Igreja 2:212-215. [20]

15
Força espiritual através da oração, 13 de Janeiro

Tendo-Se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali
orava. Marcos 1:35.

Como a vida de Jesus foi de contínua confiança, sustentada por contínua


comunhão, em Seu serviço para o Céu, Ele não falhou nem vacilou. Diariamente
assediado pela tentação, tendo a constante oposição dos guias do povo, Cristo
sabia que devia fortalecer Sua humanidade mediante a oração. Para que fosse
uma bênção aos homens, precisava comungar com Deus, obtendo dEle energia,
perseverança e firmeza.
O Salvador amava a solidão das montanhas para aí comungar com Seu Pai.
Durante o dia trabalhava ativamente para salvar homens da destruição. Curava o
enfermo, confortava o triste, ressuscitava o morto, e levava esperança e ânimo ao
abatido. Terminado o trabalho do dia, ia noite após noite, para fora da confusão
da cidade, e curvava-Se em oração ao Pai. Freqüentemente, alongava-Se em Suas
súplicas por toda noite; mas voltava desses períodos de comunhão revigorado e
refrigerado, preparado para o dever e a provação. [...]
Na hora da aflição, Ele Se voltava para Seu Pai. Sendo Ele próprio a fonte de
bênçãos e força, podia curar os doentes e levantar os mortos; podia dar ordens à
tempestade, e ela Lhe obedecia; todavia orava, muitas vezes com grande clamor e
lágrimas. Ele orava por Seus discípulos, e por Si mesmo, identificando-Se assim
com as criaturas humanas. Era um poderoso suplicante. Como Príncipe da vida,
tinha poder com Deus, e prevalecia. [...]
Os que mais eficazmente ensinam e pregam são os que humildemente esperam
em Deus, e aguardam ansiosamente Sua guia e graça. Vigiar, orar e trabalhar —
eis a divisa do cristão. A vida de um verdadeiro cristão é de oração constante.
Ele sabe que a luz e as forças de hoje não bastam para as provas e conflitos de
amanhã. Satanás está continuamente mudando suas tentações. Cada dia seremos
colocados em circunstâncias diversas; e, nas novas cenas que nos esperam, nos
veremos rodeados de novos perigos, e constantemente assaltados por novas e
inesperadas tentações. É unicamente mediante a resistência e a graça obtidas do
Céu que podemos esperar fazer frente às tentações e cumprir os deveres que se
[21] acham diante de nós. — Obreiros Evangélicos, 255-258.

16
Pedindo sabedoria e poder, 14 de Janeiro

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Salmos 42:1-2.

Aqueles foram dotados com poder do alto, no Pentecostes, não ficaram isentos
de tentações e provas, por causa disso. Enquanto testemunhavam da verdade e
da justiça, eram repetidamente assediados pelo inimigo de toda a verdade, que
procurava despojá-los de sua experiência cristã. Eram compelidos a lutar com
todas as forças dadas por Deus, a fim de alcançar a estatura de homens e mulheres
em Cristo Jesus. Oravam diariamente por novos suprimentos de graça, para que
pudessem subir mais e mais na escala da perfeição.
Sob a operação do Espírito Santo, mesmo os mais fracos, pelo exercício da
fé em Deus, aprendiam a melhorar as faculdades conseguidas, e a se tornarem
santificados, refinados e enobrecidos. Tendo se submetido em humildade à mo-
deladora influência do Espírito Santo, recebiam a plenitude da Divindade e eram
modelados à semelhança do divino.
O tempo decorrido não operou qualquer mudança na promessa dada por
Cristo ao partir, ou seja, de enviar o Espírito Santo como Seu representante. Não
é por qualquer restrição da parte de Deus que as riquezas de Sua graça não fluem
para a Terra em favor dos homens. Se o cumprimento da promessa não é visto
como poderia ser, é porque a promessa não é apreciada como deveria ser. Se
todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito. Onde quer que a
necessidade do Espírito Santo seja um assunto de que pouco se pense, ali se verá
sequidão espiritual, declínio, morte e escuridão espirituais. [...]
Grupos de obreiros cristãos devem se reunir para suplicar auxílio especial,
sabedoria celestial, para que saibam como planejar e executar sabiamente. Devem
orar especialmente para que Deus batize Seus embaixadores escolhidos nos
campos missionários, com uma rica medida do Seu Espírito. A presença do
Espírito com os obreiros de Deus dará à proclamação da verdade um poder que
nem toda a honra ou glória do mundo dariam. — Atos dos Apóstolos, 49-51. [22]

17
Ore em silêncio, 15 de Janeiro

Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor. Buscai o Senhor e o Seu


poder, buscai perpetuamente a Sua presença. 1 Crônicas 16:10-11.

A oração não é compreendida como devia ser. Nossa oração não deve ter o
fim de informar a Deus sobre qualquer coisa que Ele não sabe. O Senhor conhece
os segredos de cada alma. Nossas súplicas não necessitam ser longas e em voz
alta. Deus lê os pensamentos ocultos. Podemos orar em segredo, e Aquele que
vê secretamente ouvirá, recompensando-nos publicamente.
As orações feitas a Deus para falar-Lhe de toda a nossa indignidade, quando
não nos sentimos absolutamente indignos, são orações hipócritas. É a oração
contrita que o Senhor atende. “Porque assim diz o Alto e o Sublime que habita
na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também
com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para
vivificar o coração dos contritos”. Isaías 57:15.
A oração não tem o fim de operar qualquer mudança em Deus; ela nos põe em
harmonia com Ele. Não ocupa o lugar do dever. Por mais freqüentes e fervorosas
que sejam as orações feitas, jamais serão aceitas por Deus em lugar de nosso
dízimo. A oração não paga nossas dívidas para com o Senhor. [...]
A força adquirida em oração a Deus nos preparará para os deveres diários. As
tentações a que estamos diariamente expostos tornam a oração uma necessidade.
Para sermos guardados pelo poder de Deus mediante a fé, os desejos do espírito
devem estar continuamente ascendendo em silenciosa oração.
Quando nos achamos circundados de influências de molde a nos desviar de
Deus, nossas petições de auxílio devem ser infatigáveis. A menos que assim seja,
jamais seremos bem-sucedidos em vencer o orgulho e o poder da tentação quanto
a pecaminosas condescendências que nos separam do Salvador. A luz da verdade,
santificando a vida, revelará ao que a recebe as pecaminosas paixões de seu
coração, em luta pela predominância, e que lhe tornam necessários a distensão
de cada nervo, o exercício de todas as suas forças para resistir a Satanás, a fim de
[23] poder vencer mediante os méritos de Cristo. — Mensagens aos Jovens, 247-248.

18
Oração pelos filhos, 16 de Janeiro

Trouxeram-Lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as


mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Mateus 19:13.

No tempo de Cristo as mães levaram seus filhos para que Ele lhes impusesse
as mãos e os abençoasse. Por este ato mostraram sua fé em Jesus e a intensa
ansiedade do seu coração pelo bem-estar presente e futuro dos pequenos confiados
a seu cuidado. Mas os discípulos não viram a necessidade de interromper o
Mestre apenas para que notasse as crianças, e como estivessem afastando as
mães, Jesus os repreendeu e ordenou à multidão que abrisse caminho para essas
fiéis mães com seus filhinhos. Disse Ele: “Deixai vir a Mim os pequeninos e não
os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus”. Lucas 18:16.
Ao passarem as mães ao longo da poeirenta estrada e aproximando-se do
Salvador, Ele viu a inadvertida lágrima e o trêmulo lábio como se oferecessem
uma oração em favor dos filhos. Ouviu as palavras de repreensão dos discípulos
e prontamente revogou a ordem. Seu grande coração de amor estava aberto para
receber as crianças. Uma após outra, Ele as tomou nos braços e as abençoou,
enquanto uma criancinha adormeceu, repousando tranqüilamente reclinada contra
o Seu peito. Jesus falou palavras de encorajamento às mães sobre sua obra, e
que alívio isto lhes trouxe ao espírito! Com que alegria se detiveram a falar
sobre a bondade e misericórdia de Jesus, ao recordar a memorável ocasião! Suas
graciosas palavras tinham removido o fardo de seu coração e infundiram nelas
renovada esperança e coragem. Toda impressão de cansaço havia desaparecido.
Esta é uma animadora lição às mães em todo o tempo. Depois de haverem
feito o melhor possível pelo bem dos filhos, podem levá-los a Jesus. Mesmo o
bebê nos braços maternos é precioso a Sua vista. E quando a mãe anseia por
auxílio que ela sabe não poder dispensar-lhes, a graça que não lhes pode conceder,
e lança-se juntamente com os filhos nos misericordiosos braços de Cristo, Ele os
receberá e abençoará; lhes dará paz, esperança e felicidade, a ela e aos filhos. —
O Lar Adventista, 273-274. [24]

19
Uma oração que nos inclui, 17 de Janeiro

Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Então, repartindo as vestes dEle, lançaram sortes. Lucas 23:34.

Uma grande multidão seguiu o Salvador ao Calvário, muitos zombando e


injuriando, porém alguns estavam chorando e expressando Seu louvor. Aqueles
a quem Ele havia curado de várias enfermidades, e aqueles a quem havia res-
suscitado dos mortos, declaravam Suas maravilhosas obras com fervorosa voz, e
procuravam saber o que Jesus tinha feito para ser tratado como malfeitor. [...]
Jesus não murmurou uma queixa; Seu rosto permaneceu calmo e sereno, mas
Sua fronte tinha grandes gotas de suor. Não houve sequer uma mão piedosa para
enxugar de Sua face o suor da morte, e nem palavras de simpatia e inabalável
fidelidade para confortar Seu coração humano. Ele estava pisando sozinho o
lagar; de todas as pessoas, ali, não havia uma com Ele. Enquanto os soldados
executavam a terrível obra, e Ele sofria a mais aguda agonia, Jesus orava pelos
Seus inimigos: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Lucas 23:34.
Seu pensamento passou da dor própria ao pecado dos que O perseguiam,
e à terrível retribuição que lhes caberia. Não invocou qualquer maldição sobre
os soldados que O estavam tratando tão rudemente. Não clamou por vingança
contra os sacerdotes e príncipes que contemplavam com maligna satisfação
o cumprimento de seu propósito, mas tão-somente Se apiedou deles em sua
ignorância e culpa: “porque não sabem o que fazem”.
Se soubessem que estavam torturando Aquele que viera salvar da eterna ruína
a raça pecadora, teriam sido possuídos de remorso e horror. Sua ignorância,
porém, não os isentava de culpa; pois era seu privilégio conhecer e aceitar a
Jesus como seu Salvador. Eles rejeitaram todas as evidências, e não somente
pecaram contra o Céu crucificando o Rei da Glória, mas pecaram contra os
sentimentos mais comuns da humanidade ao aplicar uma morte torturante a um
homem inocente. Jesus estava ganhando o direito de se tornar o Advogado da
humanidade na presença do Pai. Aquela oração de Cristo pelos Seus inimigos
abrangia o mundo inteiro, envolvendo cada pecador que deveria viver até o fim
[25] dos tempos. — The Spirit of Prophecy 3:152-154.

20
Sincera busca pela verdade, 18 de Janeiro

Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do


Seu chamamento, qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos.
Efésios 1:18.

Todo o saber e desenvolvimento real têm sua fonte no conhecimento de


Deus. Para onde quer que nos volvamos, seja para o mundo físico, intelectual ou
espiritual; no que quer que contemplemos, com exceção da mancha do pecado,
revela-se esse conhecimento. Qualquer que seja o ramo de pesquisa a que nos
dediquemos com sincero propósito de chegar à verdade, somos postos em contato
com a Inteligência invisível e poderosa que opera em tudo e através de tudo. A
mente humana é colocada em comunhão com a mente divina, o finito com o
Infinito. O efeito de tal comunhão sobre o corpo, o espírito e a alma está além de
qualquer avaliação. [...]
Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia em sua natureza física, inte-
lectual e espiritual a semelhança de seu Criador. “E criou Deus o homem à Sua
imagem” (Gênesis 1:27), e era Seu intento que quanto mais o homem vivesse,
tanto mais plenamente revelasse essa imagem, refletindo mais completamente a
glória do Criador. Todas as suas faculdades eram passíveis de desenvolvimento;
sua capacidade e vigor deveriam aumentar continuamente. Vasto era o alvo ofe-
recido a seu exercício, e glorioso o campo aberto à sua pesquisa. [...] Aquela
comunhão com seu Criador, face a face e toda íntima, era o seu alto privilégio.
Houvesse ele permanecido fiel a Deus, e tudo isto teria sido seu para sempre. [...]
Pela desobediência, porém, isto se perdeu. Com o pecado, a semelhança divina
ficou obscurecida, sendo quase totalmente apagada. Enfraqueceu-se a capacidade
física do homem e sua capacidade mental diminuiu; sua visão espiritual foi
ofuscada. Tornou-se sujeito à morte. Todavia, o ser humano não foi deixado sem
esperança. Por infinito amor e misericórdia, foi concebido o plano da salvação,
concedendo-se um tempo de graça. Restaurar no homem a imagem de seu Autor,
levá-lo de novo à perfeição em que fora criado, promover o desenvolvimento
do corpo, mente e espírito para que se possa realizar o propósito divino da sua
criação — tal deve ser a obra da redenção. Este é o objetivo da educação, o
grande objetivo da vida. — Educação, 14-16. [26]

21
Oração e reforma, 19 de Janeiro

Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e Me


buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos Céus,
perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. 2 Crônicas 7:14.

Na oração profética oferecida por ocasião da dedicação do templo [...] Salo-


mão havia suplicado: “Quando o Teu povo Israel for ferido diante do inimigo,
por ter pecado contra Ti, e confessarem o Teu nome, e orarem e suplicarem a Ti
nesta casa, ouve Tu então nos Céus, e perdoa o pecado do Teu povo Israel”. 1
Reis 8:33-34.
O selo da aprovação divina havia sido posto sobre essa oração; pois quando
foi concluída, desceu fogo do Céu a fim de consumir a oferta queimada e os
sacrifícios, e a glória do Senhor encheu o templo. 2 Crônicas 7:1. E à noite o
Senhor apareceu a Salomão, para dizer-lhe que sua oração tinha sido ouvida, e
que misericórdia seria mostrada aos que adorassem ali. [...]
Por muitos anos, a Páscoa não fora observada como festa nacional. A divisão
do reino após o reinado de Salomão tinha feito com que isso parecesse impraticá-
vel. Mas os terríveis juízos suspensos sobre as dez tribos estavam despertando no
coração de alguns o desejo por coisas melhores; e as estimuladoras mensagens
dos profetas estavam manifestando o seu efeito. [...] Os impenitentes se retraíram
levianamente; apesar disso, alguns, ansiosos de buscar a Deus para um conhe-
cimento mais claro de Sua vontade, “se humilharam, e vieram a Jerusalém”. 2
Crônicas 30:10-11. — Profetas e Reis, 335-337.
Para o ferido Israel só havia um remédio — afastar-se dos pecados que haviam
atraído sobre eles a mão punidora do Onipotente, e tornar-se para o Senhor com
inteiro propósito de coração. A eles fora dada a certeza: “Se Eu cerrar os céus de
modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra,
ou se enviar a peste entre o Meu povo; se o Meu povo, que se chama pelo Meu
nome, se humilhar, e orar, e Me buscar, e se converter dos seus maus caminhos,
então, Eu ouvirei dos Céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. 2
Crônicas 7:13-14. Foi para fazer com que chegassem a essa bendita conclusão,
que Deus continuou a reter deles o orvalho e a chuva até que acontecesse uma
[27] decidida reforma. — Profetas e Reis, 128.

22
O auxílio dos anjos, 20 de Janeiro

Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá


corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida
eterna. Gálatas 6:8.

Rapazes e moças, vocês são responsáveis para com Deus pela luz que Ele lhes
tem dado. Esta luz e essas advertências, caso não sejam atendidas, se erguerão
contra vocês no juízo. Seus perigos têm sido claramente expostos; vocês têm
sido advertidos e guardados de todos os lados, cercados de advertências. Na
casa de Deus, têm ouvido as mais solenes e inquiridoras verdades apresentadas
pelos servos de Deus em manifestações do Espírito. Que peso têm esses solenes
apelos sobre seu coração? Que influência exercem sobre seu caráter? Vocês serão
responsáveis por todos esses apelos e advertências. Eles se erguerão no juízo
para condenar os que prosseguem em uma vida de vaidade, leviandade e orgulho.
[...]
Depois de comunicada a luz, depois de haverem sido plenamente esclarecidos
quanto aos riscos que correm, fica sobre vocês a responsabilidade. A maneira
como tratam a luz que Deus lhes envia fará pender a balança para a felicidade
ou o infortúnio. Vocês estão moldando seu próprio destino. Todos vocês têm
uma influência para bem ou para mal sobre a mente e o caráter de outros. E
justamente a influência que exercerem será escrita nos livros do Céu. Um anjo
está observando vocês e registrando suas palavras e ações. Ao se levantarem pela
manhã, vocês experimentam o senso de sua incapacidade, sua necessidade de
forças vindas de Deus? Expõem humilde e sinceramente suas necessidades ao
Pai celestial? Se assim for, os anjos anotam suas orações, e se elas não partiram
de lábios fingidos, quando estiverem em risco de errar inconscientemente, de
exercer uma influência que leve outros a errar, seu anjo da guarda estará ao seu
lado, impulsionando-os a seguir melhor direção, escolhendo as palavras para
proferirem e influenciando suas ações. [...]
Glória imortal e vida eterna são a recompensa oferecida por nosso Redentor
aos que Lhe forem obedientes. Ele lhes tornou possível aperfeiçoarem caráter
cristão mediante o Seu nome, e vencer por si mesmos como Ele venceu em
benefício deles. Ele lhes deu o exemplo na própria vida, mostrando-lhes como
podem vencer. “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é
a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. Romanos 6:23. — Testemunhos
para a Igreja 3:363-365. [28]

23
Oração antes das reuniões, 21 de Janeiro

Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós outros. Purificai as mãos,


pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Humilhai-vos
na presença do Senhor, e Ele vos exaltará. Tiago 4:8, 10.

Eis uma obra na qual as famílias se devem empenhar antes de ir às nossas


santas convocações. Que o preparo da comida e do vestuário seja uma questão
secundária, que se comece, já em casa, profundo exame de coração. Orem três
vezes ao dia, e, como Jacó, sejam importunos. É em casa o lugar de encontrar
a Jesus; então O levem consigo à reunião, e quão preciosas serão as horas
que ali passarem. Mas como poderão esperar sentir a presença de Deus, e ver
a manifestação de Seu poder, quando a obra de preparo para essa ocasião é
negligenciada?
Por amor à sua salvação, por amor a Cristo, e por amor aos outros, trabalhem
com a família. Orem como não estão acostumados a orar. Quebrante-se o coração
diante de Deus. Ponham sua casa em ordem. Preparem seus filhos para essa
ocasião. Ensinem a eles que não é de tanta importância que apareçam com finas
vestes, como que se apresentem diante de Deus com mãos limpas e coração
puro. Removam cada obstáculo que esteja no caminho — todas as diferenças
que possam ter existido entre eles mesmos ou entre vocês e eles. Assim fazendo,
convidarão a presença de Deus em seu lar e os santos anjos os acompanharão ao
irem à reunião, e a luz e a presença deles afugentarão as trevas dos anjos maus.
[...]
Oh, quanto se perde pela negligência dessa importante obra! Vocês poderão
até apreciar a pregação e ficar animados e reavivados, mas o poder convertedor e
reformador de Deus não será sentido no coração, e a obra não será tão profunda,
completa e duradoura como deveria. Que o orgulho seja crucificado e a pessoa
vestida com o precioso manto da justiça de Cristo, e que a reunião lhe proporcione
alegria. Ela será para o seu espírito como que a porta do Céu.
A mesma obra de humilhação e exame de coração deveria ser feita também
na igreja, para que todas as diferenças e malquerenças entre os irmãos possam
ser postas de lado, antes de comparecerem diante do Senhor. [...] Comecem essa
obra com determinação [...], pois, se vocês vierem às reuniões com dúvidas,
murmurações e disputas, atrairão os anjos maus para o acampamento e trarão
[29] trevas aonde quer que forem. — Testemunhos para a Igreja 5:164-165.

24
Contemplando a Cristo em oração, 22 de Janeiro

E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa


que o Filho do homem seja levantado. João 3:14.

Por toda parte do acampamento israelita havia sofredores e mortos que tinham
sido feridos pela picada mortal da serpente. Mas Jesus Cristo falou através coluna
de nuvem, e deu instruções por meio das quais o povo podia ser curado. A
promessa foi feita de que todo aquele que olhasse para a serpente de bronze
viveria; e para os que olharam a promessa foi cumprida. Mas se alguém dissesse:
“Que bem me fará olhar? Eu certamente morrerei pela picada mortal da serpente”;
se eles continuassem a falar de suas feridas mortais, e declarassem que seus casos
eram incorrigíveis, e não cumprissem o simples ato da obediência, morreriam.
Porém, todos os que olharam viveram. [...]
Nossa atenção se volta agora ao Grande Médico. “Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!” Enquanto olharmos para os nossos pecados,
falarmos de nossa triste condição e lamentarmos, nossas feridas e chagas em
putrefação persistirão. Unicamente quando tiramos nossos olhos de nós mesmos,
e os fixamos no Salvador suspenso, é que nossa alma encontra esperança e paz.
O Senhor fala conosco através de Sua Palavra, convidando-nos: “Olhe e viva.”
“Aquele que recebeu Seu testemunho, certificou-se que Deus é verdadeiro. Pois
aquele a quem Deus enviou falou as Suas palavras: pois Deus não deu o Espírito
por medida. O Pai amou o Filho, e às suas mãos confiou todas as coisas. Por isso,
quem crê no Filho tem a vida eterna.”
Há muitas razões pelas quais devemos ser encorajados a esperar pela nossa
salvação. Toda provisão para a nossa salvação foi feita em Jesus Cristo. Não
importa quais tenham sido nossos pecados e fraquezas, há uma fonte aberta na
casa de Davi para todo pecado e impureza. “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o
Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a lã.” Esta é a palavra do Senhor. Iremos nós aceitá-la? Iremos nós confiar
nEle? — The Signs of the Times, 2 de Abril de 1894. [30]

25
Orações de uma mulher piedosa, 23 de Janeiro

Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu Lhe
fizera. 1 Samuel 1:27.

Elcana, levita do Monte Efraim, era homem de riqueza e influência, e um


dos que amavam e temiam ao Senhor. Sua esposa, Ana, era mulher de fervorosa
piedade. [...]
A bênção tão ansiosamente buscada por todo hebreu era negada a esse bom
casal; seu lar não se alegrava com vozes infantis; e o desejo de perpetuar seu
nome levou o esposo — assim como já havia levado muitos outros — a contrair
um segundo casamento. Mas este passo, motivado pela falta de fé em Deus, não
trouxe felicidade. Filhos e filhas foram acrescentados à família; mas a alegria e
beleza da sagrada instituição de Deus foram frustradas, e interrompida a paz da
família. Penina, a nova esposa, era ciumenta e de mente estreita, e conduzia-se
com orgulho e insolência. Para Ana, parecia que a esperança estava destruída, e
sua vida era um pesado fardo. [...]
[Ana] lançou diante de Deus o fardo que ela não podia repartir com um amigo
terrestre. Rogou ansiosamente que lhe tirasse a ignomínia, e lhe concedesse o
precioso dom de um filho que ela criaria e educaria para Ele. E fez um voto
solene de que, se seu pedido fosse satisfeito, dedicaria o filho a Deus, desde o
seu nascimento. [...]
A oração de Ana foi atendida; recebeu a dádiva que tão fervorosamente havia
rogado. Olhando para o filho, chamou-o Samuel — “pedido a Deus”. 1 Samuel
1:8, 10, 14-16, 20. Logo que o pequeno teve idade suficiente para separar-se
de sua mãe, ela cumpriu seu voto. [...] De Siló, Ana voltou silenciosamente
para o seu lar em Ramá, deixando o menino Samuel para ser educado para o
serviço da casa de Deus, sob a instrução do sumo sacerdote. Desde o primeiro
despontar da inteligência do filho, ela lhe ensinara a amar e reverenciar a Deus, e
a considerar-se como sendo do Senhor. Por meio de todas as coisas conhecidas
que o cercavam, ela procurou elevar seus pensamentos ao Criador. Depois de
separada de seu filho, a solicitude da fiel mãe não cessou. Cada dia ele era objeto
de suas orações. [...] Não pedia para o filho grandezas terrenas, mas rogava
fervorosamente que ele pudesse alcançar aquela grandeza a que o Céu dá valor
— que honrasse a Deus e abençoasse seus semelhantes. — Patriarcas e Profetas,
[31] 569-570, 572.

26
Orar em nome de Jesus, 24 de Janeiro

E tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho. Se Me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o
farei. João 14:13-14.

O Senhor fica decepcionado quando Seu povo se estima a si mesmo como de


pouco valor. Ele deseja que Sua escolhida herança se avalie segundo o preço que
lhe deu. Deus a queria, do contrário não enviaria Seu Filho em tão dispendiosa
missão de redimi-la. Tem para eles uma utilidade, e agrada-Se muito quando Lhe
fazem os maiores pedidos, a fim de que Seu nome seja glorificado. Se têm fé em
Suas promessas, podem esperar grandes coisas.
Mas orar em nome de Cristo significa muito. Quer dizer que havemos de
aceitar Seu caráter, manifestar Seu espírito e fazer Suas obras. A promessa do
Salvador é dada sob condição. “Se Me amardes”, diz, “guardareis os Meus
mandamentos”. João 14:15. Ele salva os homens, não em pecado, mas do pecado;
e os que O amam manifestarão seu amor pela obediência.
Toda a verdadeira obediência vem do coração. Daí procedia também a de
Cristo. E se consentirmos, Ele Se identificará de tal forma com os nossos pensa-
mentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o
Seu querer, que, obedecendo-Lhe, estaremos seguindo nossos próprios impulsos.
A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer
o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de
conhecer, nossa vida será de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter
de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se tornará aborrecível para
nós. [...]
Não podemos depender da humanidade quanto a conselhos. O Senhor nos
ensinará nosso dever com tanta boa vontade como o faz a qualquer outro. Ele nos
transmitirá pessoalmente os Seus mistérios se nos achegarmos com fé. Nosso
coração se inflamará muitas vezes dentro de nós ao aproximar-Se Alguém para
comungar conosco como fez com Enoque. Os que decidem não fazer, em qualquer
sentido, coisa alguma que desagrade a Deus, depois de Lhe apresentarem seu caso
saberão a orientação que hão de tomar. E não receberão unicamente sabedoria,
mas força. Receberão poder para a obediência e para o serviço, como Cristo
prometeu. — O Desejado de Todas as Nações, 668. [32]

27
Crescimento espiritual, 25 de Janeiro

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o


que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
Mateus 7:7-8.

Os pastores [e todos] que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de


pessoas devem ser tanto estudantes da Bíblia, como homens de oração. É pecado
tentar ensinar a Palavra a outros, enquanto negligenciamos seu estudo. Todos os
que têm consciência do valor das pessoas fugirão para a fortaleza da verdade,
onde poderão ser providos de sabedoria, conhecimento, força, e poder divino
para fazer a obra de Deus. Não devem descansar sem a santa unção vinda do
alto. Muita coisa está em risco para que ousem ser descuidados em relação ao
desenvolvimento de sua espiritualidade. [...]
Ministros de Cristo [e outros] a quem Deus fez depositários de Sua lei,
vocês têm uma verdade impopular. Vocês devem levar essa verdade ao mundo.
Advertências devem ser dadas [...] em preparação para o grande dia de Deus.
Vocês devem buscar aqueles cujo coração está endurecido pelo pecado e pelo
amor ao mundo. Oração contínua e fervorosa, e dedicação à beneficência, os
colocarão em comunhão com Deus. Sua mente e coração absorverão um senso
de coisas celestiais, e a unção celestial, resultante da conexão com Deus, será
derramada sobre vocês. Isso tornará seu testemunho poderoso para convencer e
converter. Sua luz não será inconstante, mas seu caminho será iluminado com o
brilho celeste. Deus é todo-poderoso e o Céu está cheio de luz. Vocês devem tão
somente usar os meios que Deus colocou sob seu controle para obter a bênção
divina.
Estejam constantemente em oração. Vocês são um perfume de vida para a
vida, ou de morte para a morte. Ocupam uma posição de imensa responsabilidade.
Eu lhes imploro que aproveitem o tempo. Aproximem-se de Deus em súplica,
e serão como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas, cujas folhas estão
sempre verdes, e cujos frutos aparecem na devida estação. [...] Simplesmente
se dirijam a Deus, confiem em Suas palavras, e permitam que suas ações sejam
sustentadas pela fé viva em Suas promessas. Deus não requer de vocês orações
eloqüentes e raciocínio lógico, apenas um coração humilde e contrito, pronto e
[33] desejoso de aprender dEle. — The Review and Herald, 8 de Agosto de 1878.

28
Andar com Deus, 26 de Janeiro

Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Matusalém, viveu


trezentos anos; e teve filhos e filhas. [...] Andou Enoque com Deus e já não
era, porque Deus o tomou para Si. Gênesis 5:22, 24.

Enquanto estamos empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer


a alma ao Céu em oração. Essas silenciosas petições ascendem como incenso
perante o trono da graça; e o inimigo é confundido. O cristão cujo coração é
assim firmado em Deus, não pode ser vencido. Nenhuma arte maligna pode lhe
tirar a paz. Todas as promessas da Palavra de Deus, todo o poder da graça divina,
todos os recursos de Jeová, estão empenhados em lhe garantir livramento. Foi
assim que Enoque andou com Deus. E Deus era com ele, um socorro presente
em todas as ocasiões de necessidade.
A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum
outro meio de graça a pode substituir e manter a saúde da alma. A oração põe a
alma em imediato contato com a Fonte da vida, e fortalece os nervos e músculos
da vida religiosa. Negligenciem o exercício da oração, ou se dediquem a ela de
vez em quando, sem persistência, quando parecer conveniente, e perderão sua
firmeza em Deus. As faculdades espirituais perdem sua vitalidade, a experiência
religiosa carece de saúde e vigor. [...]
Coisa maravilhosa é podermos orar com eficácia; indignos e faltosos mortais
possuírem o poder de apresentar a Deus os seus pedidos! Que mais alto poder
pode o homem desejar do que este — estar ligado ao infinito Deus? O ser
humano fraco e pecador tem o privilégio de falar com seu Criador. Podemos
proferir palavras que cheguem ao trono do Rei do Universo. Podemos falar com
Jesus ao caminhar, e Ele diz: Acho-Me à tua mão direita. Salmos 16:8.
Podemos ter comunhão com Deus no coração; andar na companhia de Cristo.
Quando empenhados em nossos trabalhos diários, podemos exalar o desejo de
nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos humanos; mas essas palavras
não perecerão em silêncio, nem serão perdidas. Coisa alguma pode sufocar o
desejo da alma. Ele se ergue acima do burburinho das ruas, acima do barulho das
máquinas. É a Deus que estamos falando e nossa oração é ouvida. — Mensagens
aos Jovens, 249-250. [34]

29
Arma eficaz contra o inimigo, 27 de Janeiro

Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.


Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos,
pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Tiago 4:7, 8.

Satanás trabalha constantemente, mas poucos fazem idéia de sua atividade e


sutileza. O povo de Deus deve estar preparado para resistir ao perverso inimigo.
É esta resistência que o apavora. Ele conhece, melhor do que nós, o limite de seu
poder, e como facilmente pode ser vencido, se lhe resistirmos e o enfrentarmos.
Mediante o poder divino, o mais fraco dentre os santos é mais forte do que
ele e do que todos os seus anjos e, se submetido a uma prova, poderá demonstrar
sua força superior. Portanto, o passo de Satanás é silencioso, seus movimentos
são traiçoeiros e suas baterias camufladas. Ele não se atreve a apresentar-se
abertamente, para não despertar as energias latentes do cristão, a fim de que este
não recorra a Deus mediante a oração.
O inimigo está se preparando para sua última campanha contra a igreja. Ele se
ocultou de vista de tal forma que muitos quase não acreditam em sua existência,
muito menos podem ser convencidos de sua espantosa atividade e poder. [...] Se
seus olhos pudessem ser abertos para distinguir o seu comandante, veriam que
não estão servindo a Deus, mas ao inimigo de toda a justiça. [...]
O homem é cativo de Satanás, naturalmente inclinado a seguir suas sugestões
e cumprir suas ordens. Em si mesmo, não tem poder para opor resistência eficaz
ao mal. É só à medida que Cristo nele habita, pela viva fé, influenciando seus
desejos e fortalecendo-o com poder do alto, que o homem pode se atrever a
enfrentar tão terrível inimigo. Qualquer outro meio de defesa é inteiramente
inútil. É unicamente por meio de Cristo que o poder de Satanás é limitado. Esta
é uma importantíssima verdade, que todos deveriam compreender. Satanás está
ocupado a todo momento, indo para cá e para lá, andando acima e abaixo pela
Terra, buscando a quem possa tragar. Mas a fervorosa oração da fé frustrará seus
maiores esforços. Tomem, pois, irmãos, “o escudo da fé, com o qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Efésios 6:16. — Testemunhos
[35] para a Igreja 5:293-294.

30
Transformados pela comunhão, 28 de Janeiro

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a


glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. 2 Coríntios 3:18.

Durante aquele prolongado tempo despendido em comunhão com Deus, a


face de Moisés refletira a glória da presença divina; sem que ele soubesse, seu
rosto resplandecia com uma luz deslumbrante quando desceu do monte. [...]
Arão, assim como o povo, recuava de Moisés, e “temeram de chegar-se a
ele”. Êxodo 34:30. Vendo sua confusão e terror, mas sem saber a causa, insistiu
com eles para que se aproximassem. Apresentou-lhes a garantia da reconciliação
com Deus, e lhes assegurou o restabelecimento de Seu favor. Nada perceberam
em sua voz a não ser amor e solicitude, e finalmente alguém se aventurou um a
aproximar-se dele. Muito atônito para que pudesse falar, silenciosamente apontou
para o rosto de Moisés e então para o céu. O grande líder compreendeu o que
queria dizer. Em sua consciente culpabilidade, sentindo-se ainda sob o desagrado
divino, não podiam suportar a luz celestial, que os teria enchido de alegria se
tivessem sido obedientes a Deus. [...]
Por essa luz, o intuito de Deus era impressionar Israel com o caráter sagrado
e exaltado de Sua lei, e a glória do evangelho revelado por meio de Cristo.
Enquanto Moisés estava no monte, Deus lhe apresentou não somente as tábuas
da lei, mas também o plano da salvação. Ele viu que o sacrifício de Cristo era
prefigurado por todos os tipos e símbolos da era judaica; e era a luz celestial
que fluía do Calvário, não menos que a glória da lei de Deus, que derramava
tal brilho no rosto de Moisés. Aquela iluminação divina simbolizava a glória
da dispensação de que Moisés era o mediador visível, representante do único
verdadeiro Intercessor.
A glória refletida no semblante de Moisés ilustra as bênçãos a serem recebi-
das, pela mediação de Cristo, pelo povo que guarda os mandamentos de Deus.
Testemunha que, quanto mais íntima for nossa união com Deus, e mais claro o
nosso conhecimento de Suas ordens, tanto mais plenamente nos adaptaremos
à divina imagem, e mais facilmente nos tornaremos participantes da natureza
divina. — Patriarcas e Profetas, 329-330. [36]

31
Caráter cristão, 29 de Janeiro

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do


Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude
de Cristo. Efésios 4:13.

Jamais poderemos ver nosso Senhor em paz se nosso espírito não for puro.
Precisamos possuir a perfeita imagem de Cristo. Todo pensamento tem de ser
colocado em sujeição à vontade de Cristo. Segundo foi expresso pelo grande
apóstolo, precisamos chegar “à medida da estatura da plenitude de Cristo”. Jamais
atingiremos essa condição sem diligente esforço. Devemos batalhar diariamente
contra o mal exterior e o pecado interior, se quisermos alcançar a perfeição do
caráter cristão.
Aqueles que se empenham neste trabalho verão muito a ser corrigido em si
mesmos, e dedicarão tanto tempo à oração e a comparar seu caráter com a grande
norma de Deus, a lei divina, que não terão tempo para criticar ou bisbilhotar as
falhas ou julgar o caráter dos outros. O senso de nossas próprias imperfeições deve
levar-nos à humildade e sincera solicitude para que não percamos a vida eterna.
Cada pessoa deve assimilar intimamente as palavras da inspiração: “Examinai-
vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não
reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.”
Se o professo povo de Deus se despisse de sua satisfação própria e de suas
falsas idéias do que constitui ser cristão, muitos dos que agora pensam estar no
caminho do Céu perceberiam estar no caminho da perdição. Muitos arrogantes
professos [religiosos] tremeriam como uma folha na tempestade se seus olhos
fossem abertos para ver o que verdadeiramente é a vida espiritual. Quem dera
que aqueles que agora repousam em falsa segurança pudessem ser despertados
para ver a contradição entre sua profissão de fé e sua conduta diária.
Para ser cristãos ativos, devemos ter uma conexão vital com Cristo. [...]
Quando as afeições são santificadas, nossas obrigações para com Deus se tornam
prioridade, tudo mais se torna secundário. Para ter um firme e sempre crescente
amor a Deus, e uma percepção clara do Seu caráter e de seus atributos, devemos
manter os olhos da fé constantemente fixados nEle. Cristo é a vida da alma.
Precisamos estar nEle e Ele em nós, do contrário somos ramos sem vigor. — The
[37] Review and Herald, 30 de Maio de 1882.

32
Humildade de coração, 30 de Janeiro

Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;


porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26.

A oração é aceitável a Deus unicamente quando oferecida em humildade,


contrição e em nome de Cristo. Aquele que ouve e responde às orações conhece
os que oram em humildade de coração. Os verdadeiros cristãos não pedem coisa
alguma exceto em nome de Cristo, e não esperam coisa alguma exceto através de
Sua mediação. Desejam que Cristo tenha a glória de apresentar suas orações ao
Pai, e desejam receber as bênçãos do Pai através de Cristo.
O Espírito de Deus tem muito a ver com a oração aceitável. Ele abranda o
coração, ilumina a mente, capacitando-a a discernir seus próprios desejos; Ele
acelera nossos desejos, causando-nos fome e sede de justiça; Ele intercede em
favor do suplicante sincero. [...]
O ser humano precisa aproximar-se de Deus, compreendendo que necessita
da ajuda que unicamente Ele pode conceder. É glória para Deus ser conhecido
como Aquele que ouve orações porque o suplicante humano crê que Ele ouve e
responde. [...]
A oração da fé é a chave que abre os tesouros do Céu. Ao entregar nosso
ser a Deus, lembremo-nos de que Ele Se responsabiliza por ouvir e responder
nossas súplicas. Convida-nos a ir a Ele, e nos concede suas melhores e mais
seletas bênçãos — bênçãos que suprirão nossas maiores necessidades. Ele ama
ajudar-nos. Confiemos em Sua sabedoria e poder. Oh, que fé teríamos! Oh, que
paz e conforto desfrutaríamos! Abra seu coração ao Espírito de Deus. Então o
Senhor atuará por meio de você e abençoará seus esforços. [...]
Não devemos nós humilhar-nos perante Deus em favor daqueles que aparen-
temente têm fraca vida espiritual? Não devemos nós ter um momento de oração
reservado para eles? Não devemos nós orar todos os dias por aqueles que parecem
estar mortos em transgressões e pecados? Ao suplicarmos a Deus que quebre os
corações de pedra, nosso próprio coração se tornará mais sensível. Estaremos
mais prontos a ver nosso próprio pecado. — Manuscript Releases 8:195, 197. [38]

33
A oração conduz à verdade, 31 de Janeiro

Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina,


se ela é de Deus ou se eu falo por Mim mesmo. João 7:17.

Antes de prosseguir para o Seu conflito final com os poderes das trevas, Jesus
levantou os olhos ao Céu e orou por Seus discípulos. [...]
Sua preocupação era que aqueles que acreditaram nEle pudessem estar prote-
gidos contra o mal deste mundo, e santificados pela verdade. Ele não nos deixa a
vaguear supondo o que seja a verdade, mas acrescenta: “Tua palavra é a verdade”.
A Palavra de Deus é o meio pelo qual a nossa santificação será realizada.
É de suma importância, então, que nos familiarizemos com as sagradas
instruções da Bíblia. Compreender as palavras de vida é tão necessário para
nós como foi para os discípulos serem informados sobre o plano da salvação.
Seremos indesculpáveis se, por nossa própria negligência, formos ignorantes
quanto às afirmações da Palavra de Deus. Ele nos deu a Sua Palavra, a revelação
da Sua vontade, e prometeu o Espírito Santo àqueles que Lhe pedirem, para
guiá-los em toda verdade. E todo ser que honestamente deseja fazer a vontade de
Deus deve conhecer a doutrina. [...]
Desde o tempo em que o Filho de Deus enfrentou o altivo preconceito e a
descrença da humanidade, não tem havido mudança na atitude do mundo com
respeito à religião de Jesus. Os servos de Cristo terão que enfrentar o mesmo
espírito de oposição e censura, e seguir em frente “sem partidários, suportando
sua difamação”. [...]
Seu ensinamento [de Jesus] era simples, claro e compreensível. As verdades
práticas que proferiu tinham um poder convincente, e captavam a atenção das
pessoas. Multidões se demoravam ao Seu lado, maravilhadas com Sua sabedoria.
Sua conduta correspondia às grandes verdades que proclamava. Não havia des-
culpa, hesitação, nem sombra alguma de dúvida ou incerteza de que pudesse ser
diferente do que declarara. Ele falou do terrestre e do celestial, do humano e do
divino, com autoridade inegável; e o povo “ficou abismado com Sua doutrina:
pois Sua palavra tinha poder”. [...]
É de suma importância e interesse para nós que entendamos o que é a verdade,
e nossas petições devem subir com intenso fervor para que possamos ser guiados
[39] a toda verdade. — The Review and Herald, 7 de Fevereiro de 1888.

34
Fevereiro
A obediência de Jesus, 1 de Fevereiro

Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; ora,


os Seus mandamentos não são penosos. 1 João 5:3.

O Filho unigênito do Deus infinito deixou-nos, por Suas palavras e por


Seu exemplo prático, um claro modelo que devemos imitar. Por Suas palavras,
ensinou-nos a obedecer a Deus, e por Seu próprio exemplo mostrou-nos como
podemos fazê-lo. Esta é precisamente a obra que Ele deseja que cada pessoa faça:
obedecer a Deus inteligentemente, e por preceito e exemplo ensinar aos outros o
que precisam fazer, de modo a serem obedientes filhos de Deus.
Jesus ajudou o mundo todo a obter um conhecimento inteligente de Sua
missão e obra divinas. Ele veio para representar o caráter do Pai ao nosso mundo,
e ao estudar a vida, as palavras e obras de Jesus Cristo, seremos auxiliados de
todas as maneiras no aprendizado da obediência a Deus; ao imitar o exemplo que
Ele nos deixou, seremos cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens.
Somos instrumentos humanos vivos para representar perante o mundo o caráter
de Jesus Cristo. Ele deu não apenas regras explícitas, mostrando como podemos
nos tornar filhos obedientes, mas também nos mostrou, através de Sua própria
vida e caráter, como fazer as coisas que são corretas e aceitáveis diante de Deus,
de modo a não haver desculpa para não fazermos as coisas que são agradáveis a
Sua vista.
Devemos ser sempre agradecidos por Jesus ter provado a nós pela própria vida
que podemos guardar os mandamentos de Deus, contradizendo a falsa afirmação
de Satanás de que não podemos guardá-los. O grande Mestre veio ao mundo para
estar à frente da humanidade, para assim elevá-la e santificá-la através da Sua
santa obediência a todos os requerimentos de Deus, mostrando que é possível
obedecer a todos os Seus mandamentos. Ele demonstrou que uma vida inteira de
obediência é possível. Portanto, Ele dá pessoas ao mundo, assim como o Pai deu
o Filho, para exemplificar em sua vida a vida de Cristo.
Cristo redimiu a vergonhosa queda e falha de Adão, e foi vencedor, testemu-
nhando assim a todos os mundos não caídos e à humanidade caída que através
do divino poder que o Céu Lhe concedeu, os seres humanos podem guardar
os mandamentos de Deus. Jesus, o Filho de Deus, humilhou a Si mesmo por
nós, suportou a tentação por nós, venceu em nosso favor, para nos mostrar como
podemos vencer; com os mais íntimos vínculos, Ele uniu Seu interesse pela hu-
manidade, e deu certeza real de que não seremos tentados acima do que podemos
suportar, pois com a tentação Ele proverá um meio de escape. — The Signs of
[40] the Times, 17 de Abril de 1893.

36
O resultado da desobediência, 2 de Fevereiro

Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês,
como Deus, serão conhecedores do bem e do mal. Gênesis 3:5 (NVI).

Quando Eva viu “que aquela árvore parecia agradável ao paladar, era atraente
aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu
fruto, comeu-o”. [...] Gênesis 3:6. Era agradável ao paladar e, enquanto comia,
pareceu-lhe sentir um poder vivificador, imaginou-se entrando em uma condição
superior de existência. Havendo já transgredido, tornou-se uma tentadora para
seu marido, e “ele comeu também”. Gênesis 3:6.
“Seus olhos se abrirão”, disse o inimigo, “e vocês, como Deus, serão conhece-
dores do bem e o mal”. Gênesis 3:5. Seus olhos se abriram mesmo, mas como foi
triste! O conhecimento do mal, a maldição do pecado, foi tudo o que ganharam
os transgressores. O fruto nada tinha propriamente de venenoso, e o pecado não
consistiu meramente em ceder ao apetite. Foi a desconfiança da bondade de Deus,
descrença em Sua palavra, e a rejeição de Sua autoridade que tornaram nossos
primeiros pais transgressores, e que trouxeram a este mundo o conhecimento do
mal. Foi isto que abriu a porta para todas as espécies de falsidades e erros.
O homem perdeu tudo porque preferiu ouvir o enganador em lugar dAquele
que é a verdade, o único que possui entendimento. Pela mistura o mal com o
bem, a mente humana se tornou confusa, e suas faculdades mentais e espirituais
foram entorpecidas. Não mais poderia apreciar o bem que Deus tão livremente
havia concedido.
Adão e Eva tinham escolhido a ciência do mal; e se em algum tempo re-
cuperassem o lugar que haviam perdido, deveriam fazê-lo sob as condições
desfavoráveis que tinham acarretado sobre si. Não deveriam mais habitar o Éden,
pois em sua perfeição não lhes poderia ensinar as lições cuja aprendizagem agora
era essencial. Com indizível tristeza, despediram-se daquele belo ambiente, e
saíram para habitar a terra onde repousava a maldição do pecado. [...]
Onde antes se encontrava escrito apenas o caráter de Deus, o conhecimento do
bem, agora se achava também escrito o caráter de Satanás, a ciência do mal. Pela
natureza, que agora revelava o conhecimento do bem e do mal, devia o homem
ser continuamente advertido quanto aos resultados do pecado. — Educação,
25-26. [41]

37
A promessa da redenção, 3 de Fevereiro

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu


descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis
3:15.

Ao ver a queda de uma flor e de uma folha, Adão e sua companheira teste-
munharam os primeiros sinais da decadência. De maneira clara, perceberam a
cruel realidade de que todas as criaturas vivas deveriam morrer. Mesmo o ar, de
que dependia a sua vida, continha as sementes da morte.
Continuamente se lembravam também de seu domínio perdido. Entre os seres
inferiores, Adão se achara como rei, e enquanto permaneceu fiel a Deus, toda a
natureza reconheceu o seu governo; mas, após a transgressão, foi despojado desse
domínio. O espírito de rebelião a que ele próprio havia dado entrada, estendeu-se
por toda a criação animal. Assim, não somente a vida humana, mas a natureza dos
animais, as árvores da floresta, a relva do campo, o próprio ar que ele respirava,
tudo apresentava a triste lição do conhecimento do mal.
Entretanto o homem não ficou abandonado aos resultados do mal que havia
escolhido. Na sentença pronunciada sobre Satanás, ficou notificado que haveria
redenção. “Porei inimizade entre você e a mulher”, disse Deus, “e entre a sua
descendência a o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá
o calcanhar”. Gênesis 3:15. Esta sentença proferida aos ouvidos de nossos
primeiros pais, era uma promessa. Antes de ouvirem acerca dos espinhos e
cardos, de trabalhos e tristezas que deveriam ser o seu quinhão, ou do pó a que
deveriam voltar, ouviram palavras que não poderiam deixar de lhes dar esperança.
Tudo que se havia perdido, rendendo-se a Satanás, poderia ser recuperado por
meio de Cristo.
O mesmo nos é sugerido também pela natureza. Apesar de maculada pelo
pecado, ela fala não somente da criação, mas também da redenção. Embora a
terra seja testemunha da maldição, com sinais evidentes de decadência, é ainda
rica e bela nos indícios de um poder que confere vida. [...]
Onde quer que o mal tenha chegado, pode-se ouvir a voz de nosso Pai or-
denando a Seus filhos que vejam nos seus resultados a natureza do pecado,
admoestando-os a abandonar a maldade e convidando-os a receber o bem (Ed, p.
[42] 26, 27).

38
Autoridade suprema, 4 de Fevereiro

Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em


holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à Sua palavra? Eis que
o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a
gordura de carneiros. 1 Samuel 15:22.

A Palavra de Deus deve ser obedecida sem questionamento; ela tem de ser
a suprema autoridade em nossa vida. Saul se desviou do claro mandamento do
Senhor, e procurou acalmar o peso da consciência persuadindo a si mesmo de
que o Senhor aceitaria seu sacrifício e deixaria passar sua desobediência. Quando
Samuel, o profeta, veio ao seu encontro, Saul agiu como se considerasse a si
mesmo um homem justo, e exclamou: “Bendito sejas tu do Senhor; executei as
palavras do Senhor”. 1 Samuel 15:13.
Mas as inconfundíveis provas de sua desobediência eram tão evidentes que
sua afirmação de obediência era de pouco valor. “Então, disse Samuel: Que
balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que ouço?
Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor
das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, teu Deus. [...] Porém Samuel
disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto
em que se obedeça à Sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar,
e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o
pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar.
Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, Ele também te rejeitou a ti, para que não
sejas rei”. 1 Samuel 15:14-15, 22-23. [...]
A Palavra de Deus deve ser autoridade suprema. O Senhor disse: “Não violarei
a Minha aliança, nem modificarei o que os Meus lábios proferiram”. Salmos
89:34. Deus não pode mudar um só ponto de Sua lei sem deixar de ser supremo.
As pessoas não podem torcer a lei de Deus para a acomodarem às suas idéias, e,
ao deixar de harmonizar sua vida com ela, quebram seus mandamentos e violam
seus preceitos. O mundo aprenderá tarde demais que não pode julgar a Palavra
de Deus, mas que ela o julgará. Melhor seria que todos considerassem quão tolo
e quão perverso é argumentar com Deus! Melhor seria, que cessassem de opor
sua vontade à vontade do Infinito! Os que se opõem a Deus ainda aprenderão
que ao fazerem isso terão abandonado o único caminho que leva à santidade, à
felicidade e ao Céu. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1896. [43]

39
Podemos obedecer, 5 de Fevereiro

E aquele que guarda os Seus mandamentos permanece em Deus, e Deus,


nele. E nisto conhecemos que Ele permanece em nós, pelo Espírito que nos
deu. 1 João 3:24.

“Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama;


e aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu também o amarei e Me
manifestarei a ele”. João 14:21.
“Aquele que tem os Meus mandamentos” significa aquele que sabe o que
constitui os mandamentos de Deus, e não os desobedece, apesar de parecer uma
vantagem fazê-lo. [...] Se não fosse possível guardar os mandamentos de Deus,
nós todos estaríamos perdidos. [...]
Existem apenas duas classes em nosso mundo, os obedientes e os desobedi-
entes, os santos e os ímpios. Quando as nossas transgressões foram depositadas
sobre Jesus, Ele foi contado entre os ímpios por causa dos pecadores. Ele se
tornou o nosso substituto, nosso fiador, perante o Pai e todos os anjos celestes.
Pela atribuição dos pecados do mundo a Jesus, Ele se tornou pecador em nosso
lugar e a maldição dos nossos pecados caiu sobre Ele. Isso nos leva a contemplar
a vida de humilhação de Cristo e Sua morte agonizante; pois Ele foi tratado como
o pecador merece ser tratado. Ele veio ao nosso mundo, revestindo Sua divindade
com a humanidade, suportando o teste e a provação de Deus. Por Seu exemplo
de perfeita obediência em Sua natureza humana, Ele nos ensina que podemos ser
obedientes.
E o apóstolo escreve: “Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhe-
cimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como, pelo Seu divino poder,
nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhe-
cimento completo dAquele que nos chamou para a Sua própria glória e virtude,
pelas quais nos têm sido doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas,
para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da
corrupção das paixões que há no mundo.” [1 Pedro 2-4.] É claramente revelado
aqui que todo aquele que crê em Jesus Cristo se torna participante da natureza
divina. Deixemos a divindade e a humanidade cooperar, e o ser humano caído
poderá ser mais que vencedor em Cristo Jesus. — The Signs of the Times, 24 de
[44] Abril de 1893.

40
Obediência por princípio, 6 de Fevereiro

Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a
vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em
tempo algum. 2 Pedro 1:10.

A vida eterna vale tudo o que somos e possuímos, e Jesus disse: “Qualquer
de vós que não renunciar a tudo o que possui não pode ser Meu discípulo”.
Lucas 14:33 (NVI). Aquele que nada faz, esperando ser coagido por algum poder
sobrenatural, continuará esperando imerso em apatia e trevas. Deus deu Sua
Palavra. Ele fala a nossa alma em linguagem inconfundível. Não basta a palavra
de Sua boca para mostrar qual é o nosso dever e nos incentivar a cumpri-lo?
Os que examinam humilde e devotamente as Escrituras para conhecer e fazer
a vontade de Deus, não ficarão em dúvidas quanto a suas obrigações para com Ele.
Porque “se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina, conhecerá
se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo”. João 7:17. Se querem conhecer o
mistério da piedade, vocês devem seguir a singela palavra da verdade, quer haja
ou não sentimentos ou emoções. A obediência deve provir de um sentimento de
princípios, e em todas as circunstâncias deve-se fazer o que é correto. Este é o
caráter escolhido por Deus para salvação.
A prova da autenticidade do cristão é dada na Palavra de Deus. Disse Jesus:
“Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos”. João 14:15. “Aquele que
tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me
ama será amado por Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele. [...] Se
alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para
ele e faremos nele morada. Quem não Me ama não guarda as Minhas palavras;
ora, a palavra que ouvistes não é Minha, mas do Pai que Me enviou”. João 14:21,
23-24.
Eis aí as condições de acordo com as quais cada um será escolhido para a vida
eterna. Nossa obediência aos mandamentos de Deus evidenciará nosso direito a
uma herança com os santos na luz. Deus estabeleceu um padrão de caráter, e a
todo aquele que, pela graça de Cristo, alcance a norma por Ele requerida, será
amplamente suprida a entrada no reino de glória. — Fundamentos da Educação
Cristã, 125-126. [45]

41
Promessa de obediência, 7 de Fevereiro

E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que


falou o Senhor faremos e obedeceremos. Êxodo 24:7.

Agora tudo estava pronto para a ratificação da aliança, de acordo com as


instruções de Deus. [Citado em Êxodo 24:4-8.]
Aqui o povo recebeu as condições da aliança. Assumiram um compromisso
solene com Deus, simbolizando a aliança feita entre Ele e todos os que crêem em
Jesus Cristo. As condições foram claramente colocadas diante do povo. Não fica-
ram sujeitos a erros de interpretação. Quando lhes foi solicitado que decidissem
se concordariam com todas as condições dadas, unanimemente consentiram em
obedecer a cada obrigação. Eles já tinham consentido em obedecer aos manda-
mentos de Deus. Os princípios da lei foram agora detalhados, para que soubessem
o quanto estava envolvido em comprometer-se a obedecer à lei; e eles aceitaram
as particularidades da lei especificamente definidas.
Se os israelitas tivessem obedecido aos requerimentos de Deus, teriam sido
cristãos praticantes. Teriam sido felizes, pois estariam andando nos caminhos
de Deus, não seguindo as inclinações naturais do próprio coração. Moisés não
deixou que interpretassem erroneamente as palavras do Senhor ou empregassem
mal Seus requerimentos. Ele escreveu todas as palavras do Senhor em um livro,
ao qual poderiam recorrer mais tarde. No monte, escreveu como o próprio havia
ditado.
Corajosamente, os israelitas pronunciaram as palavras, prometendo obedi-
ência ao Senhor, após terem ouvido Sua aliança lida na congregação do povo.
Disseram: “Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos”. Êxodo 24:7.
Então o povo foi separado e selado para Deus. Um sacrifício foi oferecido ao
Senhor. Uma parte do sangue do sacrifício foi aspergida sobre o altar. Isso sig-
nificava que o povo tinha se consagrado — corpo, mente e espírito — a Deus.
Uma porção foi aspergida sobre o povo. Isso significava que através do sangue
de Cristo, Deus os aceitou graciosamente como Seu tesouro especial. E assim
os israelitas assumiram uma aliança solene com Deus. — Manuscript Releases
[46] 1:114, 115.

42
O exemplo de Cristo, 8 de Fevereiro

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram


pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se
tornarão justos. Romanos 5:19.

[As Escrituras contam] a história muito importante que cada ser humano
deve conhecer. De um lado é apresentada a desobediência de Adão, com suas
conseqüências; de outro lado, a obediência de Cristo. O jardim do Éden foi
desonrado pela desobediência de Adão; mas como por aquela única desobediência
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de Um só,
muitos se tornarão justos.
O mundo foi honrado com a presença de um Homem que foi total e comple-
tamente obediente — Aquele que não apenas acreditou nos requisitos da lei de
Deus e os ensinou, mas viveu a lei. Toda a sua vida foi uma representação dos
seus santos princípios. Sua obediência foi manifestada na horrível agonia que
suportou no jardim do Getsêmani; e através de Seu sofrimento Ele trouxe perdão
ao desobediente.
Quando Cristo deu aos discípulos as condições da salvação, disse: “Se alguém
quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me”.
Lucas 9:23. Negar a si mesmo e tomar a cruz está diretamente no caminho de
todo aquele que seguir a Jesus. Nosso avanço para o Céu encontrará oposição a
cada passo, pois Satanás virá de muitas maneiras para desencaminhar, enganar, e
cobrir o pecado com aparência do bem. [...]
Insisto que vocês [...] considerem cuidadosamente a abnegação e o sacrifício
que Cristo suportou em seu favor, para que, se assim escolherem, possam en-
contrar nesta vida a felicidade e paz que só Ele pode dar, e mais tarde a eterna
bem-aventurança. Então, não querem vocês se tornar missionários por Cristo?
Não estão desejosos de negar a si mesmos por Sua causa, para refletirem sobre o
modo como podem servir Àquele que tanto nos serviu ao nos redimir do poder
do pecado e de Satanás? Quando na terra, Cristo disse de Si mesmo: “Pois, no
meio de vós, Eu sou como quem serve”. Lucas 22:27. Ele não se esforçou para
obter a mais alta posição; pois era manso e humilde de coração. Ele nos convida
a aprender dEle, a tomar o Seu jugo — o jugo da obediência a cada preceito de
Jeová. — The Youth’s Instructor, 1 de Abril de 1897. [47]

43
Obediência através da graça, 9 de Fevereiro

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom
de Deus. Efésios 2:8.

Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo


nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos
ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar
em nós a imagem divina. Na palavra escrita e no grande livro da natureza, Ele
revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento desses princípios
e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde do corpo, bem
como da alma.
Os homens precisam saber que só podem fruir as bênçãos da obediência, em
sua plenitude, à medida que receberem a graça de Cristo. É Sua graça que dá ao
homem poder para obedecer às leis de Deus. É isso que o habilita a quebrar as
cadeias do mau hábito. Esse é o único poder que pode colocá-lo e conservá-lo
firme no caminho do direito.
Quando o evangelho é recebido em sua pureza e poder é uma cura para as
doenças originadas pelo pecado. O Sol da Justiça Se ergue “trazendo salvação
nas Suas asas”. Malaquias 4:2. Todos os recursos do mundo não podem curar um
coração quebrantado, nem comunicar paz de espírito, nem remover o cuidado,
nem banir a enfermidade. A fama, o intelecto, o talento — são todos impotentes
para alegrar um coração dolorido ou restaurar uma vida arruinada. A vida de
Deus na alma, eis a única esperança do homem.
O amor difundido por Cristo por todo o ser é um poder vitalizante. Esse
amor toca todo órgão vital — cérebro, coração, nervos — transmitindo cura.
[...] Implanta na alma uma alegria que coisa alguma terrestre pode destruir — a
alegria no Espírito Santo — alegria que comunica saúde e vida. [...]
Embora o pecado tenha intensificado seu domínio sobre a raça humana, du-
rante séculos, ainda que por meio de mentiras e artifícios Satanás tenha lançado
a sombra de sua interpretação sobre a Palavra de Deus, e feito os homens duvida-
rem de Sua bondade, a misericórdia e amor do Pai não têm cessado de fluir em
abundantes torrentes para a Terra. Se os seres humanos abrissem as janelas da
alma em direção ao Céu, apreciando as divinas dádivas, por elas penetraria uma
[48] onda de restauradora virtude. — A Ciência do Bom Viver, 114-116.

44
O modelo de obediência, 10 de Fevereiro

Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência,
desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou
da obediência para a justiça? Romanos 6:16.

Adão não parou para pensar no resultado de sua desobediência. [...] Com
a visão posterior que somos privilegiados de ter, podemos ver o que significa
desobedecer aos mandamentos de Deus. Adão cedeu à tentação, e como temos a
questão do pecado e suas conseqüências tão claramente exposta, podemos partir
da causa para o efeito e ver que a importância do ato não é o que constitui pecado,
e sim a desobediência à expressa vontade de Deus, que é uma negação virtual de
Deus, rejeitando as leis de Seu governo.
A felicidade do homem está em sua obediência às leis de Deus. Ao obedecer-
lhes, é como se ele fosse circundado por uma cerca e protegido do mal. Nenhum
homem pode ser feliz ao abandonar os requisitos específicos de Deus e estabe-
lecer critérios próprios que ele acha que pode com segurança. Se fosse assim,
haveria uma variedade de critérios a serem ajustados às diferentes mentalidades,
o controle seria arrebatado das mãos de Deus, e os seres humanos assumiriam
o governo. A lei do egoísmo seria enaltecida, a vontade do homem se tornaria
suprema, e quando a elevada e santa vontade de Deus fosse apresentada a fim de
ser obedecida, respeitada e honrada, a vontade humana desejaria seguir as suas
próprias inclinações, e haveria conflito entre o instrumento humano e o divino.
A queda de nossos primeiros pais quebrou a cadeia dourada de implícita
obediência da vontade humana à divina. A obediência não mais é considerada
uma necessidade absoluta. Os instrumentos humanos seguem suas próprias
invenções, as quais o Senhor disse que eram continuamente más, ao Se referir
aos habitantes do mundo antigo. O Senhor Jesus declara: “Eu tenho guardado os
mandamentos de Meu Pai”. João 15:10. Como? Como homem. Eis que venho
para fazer a Tua vontade, ó Deus. Às acusações dos judeus Ele respondeu com o
Seu caráter puro, virtuoso e santo, e os desafiou dizendo: “Quem dentre vós Me
convence de pecado?” João 8:46. [...]
O Filho unigênito do infinito Deus, através de Suas palavras e de Seu exemplo
prático, deixou-nos um modelo simples, que devemos imitar. Por Suas palavras
Ele nos ensinou a obedecer a Deus, e por experiência própria nos mostra como
podemos obedecer-Lhe. — Refletindo a Cristo, 48, 332. [49]

45
A lei e a felicidade, 11 de Fevereiro

Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne,
isso fez Deus enviando o Seu próprio Filho em semelhança de carne
pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na
carne, o pecado. Romanos 8:3.

A felicidade do homem precisa ser sempre salvaguardada pela lei de Deus.


Somente na obediência podem eles achar a verdadeira felicidade. A lei é a
cerca que Deus pôs em torno de Sua vinha. Os que lhe obedecem, são por ela
protegidos do mal. Em transgressão, Adão se tornou uma lei para si mesmo. Pela
desobediência trouxe sobre si a escravidão. Assim, um elemento discordante,
nascido do egoísmo, atingiu os seres humanos. A vontade deles e a vontade de
Deus já não mais se harmonizavam. Adão tinha se unido às forças desleais, e a
vontade própria entrou em campo.
Através de Cristo o verdadeiro padrão é apresentado. Ele possibilitou que a
humanidade pudesse mais uma vez se unir a Deus. Ele veio assumir a sentença de
morte pelo transgressor. Nenhum preceito da lei podia ser alterado para receber o
homem e a mulher em sua condição caída; por essa razão Cristo deu a Sua vida
em favor deles, para sofrer em seu lugar a penalidade da desobediência. Essa foi
à única maneira de salvar a humanidade, a única maneira pela qual poderia ser
demonstrado que é possível guardar a lei. Cristo veio à Terra e se colocou na
mesma posição em que Adão estava, vencendo onde Adão falhou. Ele se fez para
nós sabedoria, justiça, santificação e redenção. [...]
Antes da fundação do mundo, Cristo prometeu que daria Sua vida como
resgate se o homem e a mulher se desviassem de sua lealdade a Deus. Ele revelou
Seu amor humilhando a Si mesmo, deixando o Céu para viver entre os seres
humanos caídos, desordenados e sem lei. Por si mesmos não poderiam lutar
contra o inimigo. Cristo oferece a Si mesmo, e a tudo o que tem — Sua glória,
Seu caráter — para servir àqueles que retornam à lealdade e guardam a lei de
Deus. Essa é a única esperança para eles. Cristo diz definitivamente: Eu não vim
para destruir a lei. Ela é um transcrito do caráter de Deus. Eu vim para cumprir
todas as suas especificações. Vim para vindicá-la ao viver a natureza humana,
dando exemplo de perfeita obediência. — The Signs of the Times, 13 de Junho
[50] de 1900.

46
A recompensa da obediência, 12 de Fevereiro

Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do


Senhor. Colossenses 3:20.

Filhos que desonram e desobedecem aos pais, e não levam em conta seus
conselhos e instruções, não podem ter parte na Terra renovada. A Terra purificada
não será lugar para o filho ou filha rebelde, desobediente, ingrato. A menos que
aprendam obediência e submissão aqui, jamais a aprenderão; a paz dos redimi-
dos não será perturbada por filhos desobedientes, indisciplinados, insubmissos.
Nenhum transgressor do mandamento pode herdar o reino do Céu. [...]
O que os jovens tiverem que fazer, mediante palavras ou ações, deve ser
feito em nome de Jesus, dando graças a Deus, o Pai, por Ele. Vi que poucos
jovens compreendem o que é ser cristãos, ser semelhantes a Cristo. Precisam
aprender as verdades da Palavra de Deus antes de poderem conformar sua vida
com o Modelo. Não há um jovem entre vinte que tenha experimentado em
sua vida aquela separação do mundo que o Senhor exige de todos os que se
tornam membros de Sua família, filhos do Rei celestial. “Portanto, ‘saiam do
meio deles e separem-se’, diz o Senhor. ‘Não toquem em coisas impuras, e Eu
os receberei; e lhes serei Pai, e vocês serão Meu filhos e Minhas filhas’, diz o
Senhor Todo-poderoso”. 2 Coríntios 6:17-18 (NVI).
Que promessa é feita aqui sob condição de obediência! Estão vocês dispostos
a libertar-se de amigos e parentes ao decidirem obedecer às elevadas verdades da
Palavra de Deus? Sejam corajosos, Deus fez provisão para vocês. Seus braços
estão abertos para recebê-los. Saiam do meio deles e separem-se, não toquem
“em coisas impuras” (2 Coríntios 6:17), e Ele os receberá. Ele promete ser um Pai
para vocês. Oh, que parentesco esse! Mais elevado e santo do que qualquer laço
terrestre. Se fizerem o sacrifício, se for preciso deixar pai, mãe, irmãs, irmãos,
esposa e filhos por amor a Cristo, vocês não ficarão sem amigos. Deus os adotará
em Sua família; vocês se tornarão membros da casa real, filhos e filhas do Rei
que governa no Céu dos céus. Podem vocês desejar posição maior do que essa
promessa? Isso não é suficiente? — Testemunhos para a Igreja 1:497-498, 510. [51]

47
Famílias que glorificam a Cristo, 13 de Fevereiro

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for


velho, não se desviará dele. Provérbios 22:6.

Deve-se ensinar às crianças que elas são parte de um lar sólido. Elas são
alimentadas, vestidas, amadas e cuidadas; e precisam responder a esses muitos
favores trazendo toda a felicidade possível à família da qual são membros. Assim
se tornam filhos de Deus, missionários no círculo do lar.
Se os pais negligenciarem a educação de seus filhos, estão privando-os do que
é necessário para o desenvolvimento simétrico e completo do caráter, que seria a
maior bênção para eles em toda a vida. Quando se permite que as crianças sigam
seus próprios caminhos, elas recebem a idéia de que seus desejos e vontades
devem ser satisfeitos. Educadas deste modo, elas levam a toda a sua experiência
religiosa as deficiências da educação do lar.
Deus deseja que nossas famílias sejam símbolos da família do Céu. Que os
pais e filhos conservem em mente este fato cada dia, mantendo entre si relações
de membros da família de Deus. Então sua vida será de tal natureza que dará
ao mundo uma lição objetiva do que podem ser famílias que amam a Deus e
guardam os Seus mandamentos. Cristo será glorificado; Sua paz, graça e amor
impregnarão o círculo da família como um precioso perfume. A vida dos filhos
de missionários cristãos será uma linda oferta a Deus. Isso alegrará o coração de
Jesus, e será considerada por Ele como a mais preciosa oferta que pode receber.
Que o Senhor Jesus Cristo seja adorado em cada família. Se os pais derem aos
filhos a devida educação, eles mesmos ficarão felizes ao ver os frutos da cuidadosa
instrução expressos num caráter semelhante ao de Cristo. Estão fazendo para
Deus a mais sublime obra ao apresentar ao mundo famílias bem ordenadas e
disciplinadas, famílias que não apenas temem ao Senhor, mas que O honram e
O glorificam pela influência que exercem sobre outras famílias; e receberão o
[52] galardão. — The Review and Herald, 17 de Novembro de 1896.

48
Paz e felicidade, 14 de Fevereiro

E, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se


obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:7-8.

Temos diante de nós a maravilhosa possibilidade de ser semelhantes a Cristo:


obedientes a todos os princípios da lei de Deus. Porém, por nós mesmos, somos
completamente impotentes para alcançar esse estado. Tudo que existe de bom no
homem vem por meio de Cristo. A santidade que a Palavra de Deus declara que
precisamos ter antes que possamos ser salvos é resultado da atuação da graça
divina, ao nos prostrarmos em submissão à disciplina e à moderadora influência
do Espírito de verdade.
A obediência do ser humano só pode ser aperfeiçoada pelo incenso da justiça
de Cristo, que enche de divina fragrância cada ato de verdadeira obediência. A
parte do cristão é perseverar em vencer cada uma das faltas. Deve orar constan-
temente ao Salvador que cure as perturbações de seu coração. Ele não possui a
sabedoria e força sem as quais não pode vencer. Elas pertencem ao Senhor, e Ele
as concede àqueles que, humildes e contritos, buscam Seu auxílio.
A razão pela qual muitos que uma vez conheceram e amaram o Salvador
estão agora em trevas, vagando longe dEle, é que em presunção e auto-suficiência
seguiram as próprias inclinações. Não andaram nos caminhos do Senhor — o
único caminho de paz e felicidade. Pela desobediência se excluíram de receber as
bênçãos de Deus, quando pela obediência poderiam ter avançado em Sua força.
A enorme evidência dada por Deus, de que Ele deseja a salvação de todos,
será a condenação dos que recusam o dom do Céu. No último e grande dia,
quando todos serão recompensados ou punidos de acordo com a obediência ou
desobediência, a cruz do Calvário aparecerá nitidamente aos que estão perante o
Juiz de toda a Terra, para receber a sentença para a eternidade. Eles foram habili-
tados a compreender algo do amor que Deus manifestou pelos seres humanos
caídos. Vêem o quanto Ele foi desonrado pelos que continuaram em transgressão,
preferindo ficar ao lado de Satanás, e mostrando desprezo para com a lei de Deus.
Eles verão que a obediência a essa lei lhes teria trazido vida, saúde, prosperidade
e eterno bem. — The Review and Herald, 15 de Março de 1906. [53]

49
Alegria na obediência, 15 de Fevereiro

Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se
achou iniqüidade em ti. [...] se encheu o teu interior de violência, e pecaste.
Ezequiel 28:15-16.

Enquanto todos os seres criados reconheceram a fidelidade pelo amor, houve


perfeita harmonia por todo o Universo de Deus. Cumprir o propósito do Criador
era uma alegria para a hoste celestial. Deleitavam-se em refletir a Sua glória e
em manifestar o Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus,
o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. Nenhuma
nota discordante tirava o brilho das harmonias celestiais. Porém, uma mudança
alterou esse estado de felicidade.
Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera a Suas criaturas.
O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por
Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer,
“filho da alva”, era o primeiro dos querubins cobridores, santo e puro. Permanecia
na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o
eterno Deus repousavam sobre ele. [...]
Pouco a pouco, Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação
própria. [...] Se bem que toda a sua glória fosse proveniente de Deus, esse
poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Descontente
com sua posição, embora fosse mais honrado do que a hoste celestial, arriscou-se
a cobiçar a homenagem devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer
com que Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres
criados, seu esforço consistiu em obter para si o serviço e lealdade deles. E,
cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho, esse príncipe dos
anjos desejou o poder que era a prerrogativa apenas de Cristo. — Patriarcas e
Profetas, 35.
Sendo a lei do amor o fundamento do governo de Deus, a felicidade de todos
os seres inteligentes depende da perfeita harmonia com seus grandes princípios
de justiça. Deus deseja de todas as Suas criaturas o serviço de amor, serviço que
brote de uma apreciação de Seu caráter. Ele não tem prazer na obediência forçada;
e a todos concede vontade livre, para que possam servi-Lo voluntariamente. —
[54] Patriarcas e Profetas, 34.

50
Poder para obedecer, 16 de Fevereiro

Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das
nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente,
junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos
graça para socorro em ocasião oportuna. Hebreus 4:15-16.

Satanás apresenta a divina lei de amor como uma lei de egoísmo. Declara que
é impossível obedecer aos seus preceitos. A queda de nossos primeiros pais, com
toda a miséria resultante, ele atribui ao Criador, levando os homens a olharem a
Deus como autor do pecado, do sofrimento e da morte. Jesus devia desmascarar
esse engano. Como um de nós, cumpria-Lhe dar exemplo de obediência. Para
isso tomou sobre Si a nossa natureza e passou por nossas provas. “Convinha que
em tudo fosse semelhante aos irmãos”. Hebreus 2:17.
Se tivéssemos de sofrer qualquer coisa que Cristo não houvesse suportado,
Satanás apresentaria o poder de Deus como insuficiente para nós. Portanto, Jesus
“como nós, em tudo foi tentado”. Hebreus 4:15. Sofreu toda provação a que
estamos sujeitos. E não exerceu em Seu próprio proveito qualquer poder que
não esteja livremente ao nosso alcance. Como homem, enfrentou a tentação e
venceu-a com o poder que Lhe foi dado por Deus. Diz Ele: “Deleito Me em fazer
a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração”. Salmos
40:8.
Enquanto andava fazendo o bem e curando todos os aflitos do diabo, tornava
evidente aos homens o caráter da lei de Deus e a natureza de Seu serviço. Sua
vida testemunhava ser possível obedecermos também à lei de Deus.
Por Sua humanidade, Cristo estava em contato com a humanidade; por Sua
divindade, firma-Se no trono de Deus. Como Filho do homem, deu-nos um
exemplo de obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer. [...]
Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o
tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos
quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na
qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a
vida que a Ele pertencia. “Pelas Suas pisaduras fomos sarados”. Isaías 53:5. —
O Desejado de Todas as Nações, 24-25. [55]

51
O exemplo de Abraão, 17 de Fevereiro

Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra, porquanto


obedeceste à Minha voz. Gênesis 22:18.

No Monte Moriá, outra vez, Deus renovou Seu concerto, confirmando com
juramento solene a bênção a Abraão e sua semente, por todas as gerações vindou-
ras: “Por Mim mesmo, jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste esta ação e não Me
negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e grandissimamente
multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na
praia do mar”. Gênesis 22:16-17. [...]
O grande ato de fé, de Abraão, permanece como uma coluna de luz, ilumi-
nando o caminho dos servos de Deus em todos os séculos subseqüentes. Abraão
não procurou esquivar-se de fazer a vontade de Deus. Durante aquela viagem de
três dias, ele teve tempo suficiente para raciocinar, e para duvidar de Deus, se
estivesse disposto a isto. [...] Abraão era humano; suas paixões e afeições eram
semelhantes às nossas; mas não se deteve a discutir como a promessa poderia
se cumprir caso Isaque fosse morto. Não se deteve a argumentar com o seu
coração dolorido. Sabia que Deus é justo e reto em todas as Suas reivindicações,
e obedeceu à ordem ao pé da letra. [...]
Foi para impressionar o espírito de Abraão com a realidade do evangelho,
bem como para provar sua fé, que Deus o mandou matar seu filho. A angústia que
ele sofreu durante os dias tenebrosos daquela terrível prova foi permitida para
que compreendesse, por sua própria experiência, algo da grandeza do sacrifício
feito pelo infinito Deus para a redenção do homem. Nenhuma outra prova poderia
ter causado a Abraão tal tortura de alma, como a oferta de seu filho. [...] Que
prova mais forte se pode dar da infinita compaixão e amor de Deus? “Aquele que
nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como
nos não dará também com Ele todas as coisas?”. Romanos 8:32. — Patriarcas e
[56] Profetas, 153-154.

52
Uma lei para todas as épocas, 18 de Fevereiro

Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha


aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a Terra é Minha; vós Me sereis reino de sacerdotes e nação
santa. Êxodo 19:5-6.

Esta aliança [Êxodo 19:1-6] é uma revelação da bondade de Deus. O povo


não tinha buscado isso. As pessoas não estavam estendendo as mãos em busca
de Deus; mas Ele mesmo estendeu graciosamente Seu poderoso braço, con-
vidando-as a unirem os braços ao dEle, para que pudesse ser a defesa deles.
Voluntariamente, Ele escolheu como Sua herança uma nação que tinha vindo da
escravidão egípcia, um povo que devia ser educado e ensinado a cada passo. Que
expressão de onipotente bondade e amor! [...]
Repetidas vezes o Senhor permitiu que Seu povo fosse levado a dificuldades,
para que, em seu livramento, pudesse revelar Sua misericórdia e bondade. Se
agora escolheram não crer nEle, precisariam duvidar da evidência diante dos
próprios olhos. Tinham recebido inconfundível prova de que Ele era um Deus
vivo, “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade”.
Êxodo 43:6. Ele tinha honrado Israel perante todas as hostes celestiais. Trouxe-os
para Si mesmo — para uma aliança de relacionamento e comunhão com Ele.
Os filhos de Israel tinham passado três meses na jornada desde o Egito
e estavam agora acampados diante do Monte Sinai onde, de forma tremenda
e grandiosa, o Senhor declarou Sua lei. Ele não Se manifestou em grandes
construções feitas por mãos humanas, estruturas de artifício humano. Revelou
Sua glória em uma elevada montanha, um templo de Sua própria criação. O topo
do Monte Sinai se elevava acima de todos os outros em uma cadeia de montanhas
no deserto estéril. Deus escolheu essa montanha como o lugar onde Se faria
conhecido ao Seu povo.
Ele Se mostrou a eles em tremenda grandiosidade, e falou em voz audível. Ali
Se revelou ao Seu povo, como nunca fizera em qualquer outro tempo, mostrando
assim a importância da lei para todas as épocas. Hoje Deus é específico em que
guardemos os Seus mandamentos. — Manuscript Releases 1:105, 106. [57]

53
Desobediência e rebelião, 19 de Fevereiro

Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e
assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos Céus;
aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no
reino dos Céus. Mateus 5:19.

Aquele que violar voluntariamente um mandamento, não observa, em espírito


e verdade, nenhum deles. “Qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só
ponto tornou-se culpado de todos”. Tiago 2:10.
Não é a grandeza do ato de desobediência que constitui pecado, mas a discor-
dância com a vontade expressa de Deus no mínimo particular; pois isto mostra
que ainda existe comunhão entre a alma e o pecado. O coração está dividido em
seu serviço. Há uma virtual negação de Deus, uma rebelião contra as leis de Seu
governo.
Se as pessoas fossem livres para se apartar das reivindicações do Senhor e
estabelecer uma norma de dever para si mesmos, haveria uma variação de normas
para se adaptarem aos diversos gostos, e o governo seria tirado das mãos de Deus.
A vontade do homem se tornaria suprema, e o alto e santo querer de Deus — Seu
desígnio de amor para com Suas criaturas — seria desonrado, desrespeitado.
Sempre que preferem seus próprios caminhos, os homens se colocam em
conflito com Deus. Eles não terão lugar no reino do Céu, pois se encontram
em guerra com os próprios princípios celestiais. Desconsiderando a vontade de
Deus, estão se colocando ao lado de Satanás, o inimigo do homem. Não por
uma palavra, nem muitas, mas por toda palavra que sai da boca de Deus viverá
o homem. Não podemos desatender uma palavra, por mais insignificante que
nos pareça, e estar seguros. Não há um mandamento da lei que não se destine ao
bem e à felicidade do homem, tanto nesta vida como na futura. Na obediência à
lei de Deus, Seus filhos circundados como por um muro, e protegidos do mal.
Aqueles que, em um só ponto que seja, derrubam essa barreira divinamente
erigida, destroem o poder para protegê-los; pois abrem um caminho pelo qual o
inimigo pode entrar, para enfraquecer e destruir.
Arriscando-se a desprezar a vontade de Deus em um ponto, nossos primeiros
pais abriram as comportas da miséria sobre o mundo. E todo indivíduo que segue
o seu exemplo ceifará idênticos resultados. O amor de Deus é a base de cada
preceito de Sua lei, e aquele que se afasta do mandamento está operando sua
[58] própria infelicidade e ruína. — O Maior Discurso de Cristo, 51-52.

54
O prazer de obedecer, 20 de Fevereiro

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios. [...]


Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na Sua lei medita de dia e de
noite. Salmos 1:1-2.

É essencial que cada súdito do reino de Deus seja obediente à Sua lei, a fim
de que Sua infinita glória possa ter um estabelecimento perfeito. Os professos
seguidores de Cristo são testados nesta vida para ver se irão ou não ser obedientes
a Deus. A obediência resultará em felicidade e assegurará a recompensa da vida
eterna.
A falha de Adão em um ponto resultou em terríveis conseqüências e o pecado
cresceu em proporção tão vasta que não pode ser medido. Mas em meio à rebelião
e apostasia, em meio aos que foram desleais, impenitentes e obstinados, Deus se
volta para os que O amam e guardam os Seus mandamentos, e diz: “Eu amo os
que Me amam” (Provérbios 8:17), e lhes farei herdar riquezas. “Tomarei vingança
contra os Meus adversários e retribuirei aos que Me odeiam”. Deuteronômio
32:41.
Cristo viveu de acordo com os princípios morais do governo de Deus, e
cumpriu as especificações da lei divina. Ele representou a beneficência da lei em
Sua vida humana. O fato de a lei ser santa, justa e boa deve ser testemunhado
a todas as nações, línguas, e povos, para mundos não caídos, para os anjos,
serafins e querubins. Os princípios da lei de Deus foram manifestados no caráter
de Jesus Cristo, e aquele que coopera com Cristo, tornando-se participante da
natureza divina, desenvolverá um caráter divino e se tornará um exemplo da
lei divina. Cristo no coração levará toda a pessoa — corpo, mente e espírito —
em servidão para obediência de justiça. Os verdadeiros seguidores de Cristo
estarão em conformidade com a mente, vontade e caráter de Deus, e os grandes
princípios da lei serão demonstrados na humanidade. [...]
Satanás declarara que Deus nada conhecia de abnegação, misericórdia e
amor, mas que era severo, exigente e irreconciliável. Ele jamais experimentou o
amor perdoador de Deus, pois nunca demonstrou genuíno arrependimento. Sua
representação de Deus foi incorreta; ele foi uma testemunha falsa, um acusador
de Cristo, e um acusador de todo aquele que abandona o jugo satânico, e retorna
para obedecer de boa vontade ao Deus do Céu. — The Review and Herald, 9 de
Março de 1897. [59]

55
A natureza obedece, 21 de Fevereiro

E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é Este que até os ventos e o


mar Lhe obedecem? Mateus 8:27.

O Salvador estava fatigado de Seu longo e ardoroso labor, e agora ao ser


aliviado por um tempo do assédio da multidão, deitou-Se sobre a dura prancha
do barco de pescadores e adormeceu. Logo depois, o tempo que tinha estado
calmo e agradável, mudou. [...] Ondas bravias se arremessavam contra o barco,
ameaçando constantemente afundá-lo. Primeiro, jogado bruscamente para cima
da crista de uma onda gigante, e depois de igual modo lançado para baixo entre
as ondas, o barco era o brinquedo da tempestade. [...] Os fortes e corajosos
pescadores [...] não sabiam o que fazer em tão terrível tormenta. [...]
“Senhor, salva-nos, que perecemos”. Mateus 8:25. [...] Este grito de desespero
despertou Jesus de Seu sono restaurador. [...] Em Sua divina majestade, levanta-
Se no humilde barco dos pescadores, em meio ao intenso temporal, com ondas
quebrando sobre a proa e reluzentes relâmpagos piscando diante de Seu rosto
calmo e confiante. Ele levanta a mão, sempre empregada em atos de misericórdia,
e diz ao revoltoso mar: “Acalma-te, emudece!” Marcos 4:39. A tempestade cessa,
as grandes e pesadas ondas se acalmam e descansam. [...] Então, voltando-se
aos Seus discípulos, Jesus os repreende dizendo: “Por que sois assim tímidos?!
Como é que não tendes fé?” Marcos 4:40.
Um súbito silêncio caiu sobre os discípulos. Nenhuma palavra foi pronun-
ciada; nem mesmo o impulsivo Pedro tentou expressar o pavor que lhe encheu
coração. Os barcos que tinham partido para acompanhar Jesus haviam enfrentado
o mesmo perigo pelo qual os discípulos passaram. Medo e finalmente desespero
se apoderara de seus ocupantes; mas o comando de Jesus trouxe calma onde tudo
antes era tumulto. Todo medo fora aliviado, pois o perigo cessara. A fúria da tem-
pestade levara os barcos para perto uns dos outros, e todos que estavam a bordo
viram o milagre de Jesus. No silêncio que seguiu o acalmar da tempestade, eles
cochicharam entre si: “Quem é este que até os ventos e o mar Lhe obedecem?”
Mateus 8:27. Aqueles que testemunharam essa impressionante cena jamais a
[60] esqueceram. — The Spirit of Prophecy 2:307-309.

56
Obediência a Deus, 22 de Fevereiro

Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a


Deus do que aos homens. Atos 5:29.

O princípio pelo qual os discípulos se mantiveram tão destemidamente


quando, em resposta à ordem de não falar mais no nome de Jesus, declararam:
“Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus”
(Atos 4:19), é o mesmo que os adeptos do evangelho se esforçaram por manter
nos dias da Reforma. Quando, em 1529, os príncipes alemães se reuniram na
Dieta de Espira, foi-lhes apresentado o decreto do imperador, restringindo a liber-
dade religiosa, e proibindo toda posterior disseminação das doutrinas reformadas.
Parecia que a esperança do mundo estava prestes a ser esmagada. Aceitariam os
príncipes o decreto? Devia a luz do evangelho ser vedada às multidões ainda em
trevas? Achavam-se em jogo decisões importantes para o mundo. Os que haviam
aceitado a fé reformada se reuniram, sendo unânime sua decisão: “Rejeitemos
este decreto. Em questões de consciência, a maioria não influi” (D’Aubigné,
História da Reforma, livro 13, cap. 5).
Temos de manter firmemente esse princípio em nossos dias. A bandeira
da verdade e da liberdade religiosa, desfraldada pelos fundadores da igreja
evangélica e pelas testemunhas de Deus durante os séculos decorridos desde
então, foi confiada a nossas mãos, neste último conflito. A responsabilidade desse
grande dom repousa com aqueles a quem Deus abençoou com o conhecimento de
Sua Palavra. Temos de receber essa Palavra como autoridade suprema. Cumpre-
nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e
ensinar obediência a ele como dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas,
quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que
obedecer a Deus de preferência aos homens. [...]
Não devemos dizer nem fazer coisa alguma que nos venha desnecessariamente
impedir o caminho. Temos de avançar em nome de Cristo, defendendo as verdades
que nos foram confiadas. Se formos proibidos pelos homens de fazer essa obra,
podemos então dizer como os apóstolos: [...] “Pois nós não podemos deixar de
falar das coisas que vimos e ouvimos”. Atos 4:20. — Atos dos Apóstolos, 68-69. [61]

57
Obediência atrativa, 23 de Fevereiro

Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção,


quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos
ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso
Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno. Deuteronômio
11:26-28.

Homens e mulheres não devem ousar colocar de lado a grande lei moral de
Deus e erigir uma lei de acordo com seu próprio julgamento finito. É porque
medem a si mesmos pelos outros e vivem de acordo com suas próprias normas,
que a iniqüidade cresce e o amor de muitos se esfria. A lei de Deus é desprezada,
por causa disso muitos tomam a liberdade de transgredi-la, e mesmo aqueles que
têm a luz da verdade estão vacilantes em sua lealdade à lei de Deus. Será que a
corrente do mal que está se formando para a perdição os levará? Ou lutarão eles,
com coragem e fidelidade, contra a corrente e manterão a lealdade a Deus em
meio ao mal prevalecente? [...]
Aqueles que professam servir a Deus devem fazer a obra de aliviar o oprimido.
Devem produzir o fruto da árvore boa. Aqueles que são verdadeiramente de Cristo
não trarão opressão ao lar ou à igreja. Pais que estão seguindo ao Senhor ensinarão
diligentemente a seus filhos os estatutos e mandamentos do Senhor; mas não
o farão de modo que o serviço de Deus se torne repulsivo aos filhos. Onde os
pais amam a Deus com todo o coração, a verdade como retratada por Jesus será
praticada e ensinada no lar. [...]
Devemos examinar cuidadosamente a nós mesmos. [...] Temos que suplicar a
Deus por visão espiritual, para que possamos discernir nossos erros e entender
nossos defeitos de caráter. Se temos sido críticos e condenadores, cheios de
censura, falando sobre dúvida e trevas, temos um trabalho de arrependimento
e reforma a fazer. Devemos andar na luz, falando palavras que trarão paz e
felicidade. Jesus deve habitar no coração. E onde Ele está, em lugar de trevas,
queixumes e lamentações, haverá a fragrância de caráter. — The Review and
[62] Herald, 12 de Junho de 1894.

58
A lei de Deus é perfeita, 24 de Fevereiro

A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel


e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o
coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. Salmos
19:7-8.

O mesmo Jesus que, velado pela coluna de nuvem, guiou a multidão hebréia,
é nosso líder. Aquele que deu leis sábias, justas e boas a Israel, tem falado a
nós tão verdadeiramente quanto falou a eles. Nossa prosperidade e felicidade
dependem de nossa firme obediência à lei de Deus. A sabedoria finita não poderia
melhorar um preceito sequer daquela santa lei. Nenhum dos dez preceitos pode
ser quebrado sem a deslealdade ao Deus do Céu. Para a nossa própria felicidade
e a felicidade de todos que nos cercam é essencial guardar cada jota e til da lei.
“Grande paz têm os que amam a Tua lei; para eles não há tropeço.” No entanto,
criaturas finitas apresentarão às pessoas esta lei santa, justa e boa como um jugo
de escravidão — um jugo que não podem carregar! Só o transgressor é que não
pode ver beleza na lei de Deus.
O mundo inteiro será julgado por essa lei. Ela atinge até mesmo os intentos e
propósitos do coração, e exige pureza nos mais secretos pensamentos, desejos, e
inclinações. Ela requer de nós amor a Deus acima de tudo, e ao nosso próximo
como a nós mesmos. Sem o exercício desse amor, a maior profissão de fé é mera
hipocrisia. Deus requer de todo ser da família humana, perfeita obediência à Sua
lei. “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna
culpado de todos”. Tiago 2:10.
O mínimo desvio da lei, por negligência ou transgressão deliberada, é pecado,
e todo pecado expõe o pecador à ira de Deus. O coração não renovado odiará as
restrições da lei de Deus, e lutará para se livrar de Suas santas reivindicações.
Nosso eterno bem-estar depende da exata compreensão da lei de Deus, de uma
profunda convicção do seu santo caráter, e uma pronta obediência aos seus
requisitos. Homens e mulheres devem estar convictos do pecado antes de sentir
necessidade de Cristo. [...] Aqueles que com seus pés pisam a lei de Deus têm
rejeitado o único meio que mostra ao transgressor o que é o pecado. Estão fazendo
o trabalho do grande enganador. — The Signs of the Times, 3 de Março de 1881. [63]

59
Modelo de obediência, 25 de Fevereiro

E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém,
guardava todas estas coisas no coração. Lucas 2:51.

Quando Cristo tinha doze anos, foi com Seus pais a Jerusalém para assistir à
festa da Páscoa, e, ao voltarem, Ele Se perdeu na multidão. Depois de O procura-
rem por três dias, José e Maria O encontraram no pátio do templo, “assentado
no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que O ouviam
admiravam a Sua inteligência e respostas”. Lucas 2:46-47. Fazia Suas perguntas
com uma graça que encantava esses homens instruídos. Era um modelo perfeito
para todo jovem. Manifestava sempre deferência e respeito para com os mais
idosos. A religião de Cristo nunca levará qualquer criança a ser rude e descortês.
Quando José e Maria encontraram Jesus, ficaram maravilhados, “e Sua mãe
lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à
Tua procura. Ele lhes respondeu: Por que Me procuráveis?” Apontando para o
céu, Ele continuou: “Não sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai?”
Lucas 2:48-49. Quando Ele disse essas palavras a divindade brilhou através da
humanidade. A luz e glória do céu iluminaram Seu semblante. [...]
Cristo só iniciou Seu ministério público dezoito anos depois, mas estava
constantemente servindo a outros, aproveitando toda oportunidade que Lhe era
oferecida. Mesmo em Sua infância, proferia palavras de conforto e ternura para
jovens e idosos. Sua mãe não podia deixar de notar Suas palavras, espírito e
voluntária obediência a tudo que dEle requeriam.
Não é correto dizer, como fazem muitos escritores, que Cristo era como todas
as crianças. Ele não foi como todas as crianças. Muitas delas são mal orientadas
e dirigidas. [...] Jesus foi instruído com o divino caráter de Sua missão. Sua
inclinação para o que era direito foi uma contínua satisfação para Seus pais. As
perguntas que Ele fazia os levavam a estudar mais diligentemente os grandes
elementos da verdade. Suas palavras comoventes quanto à natureza e o Deus da
natureza abriam e iluminavam a mente deles. — The Youth’s Instructor, 8 de
[64] Setembro de 1898.

60
O cumprimento das promessas, 26 de Fevereiro

Hoje, fizeste o Senhor declarar que te será por Deus, e que andarás nos
Seus caminhos, e guardarás os Seus estatutos, e os Seus mandamentos, e os
Seus juízos, e darás ouvidos à Sua voz. Deuteronômio 26:17.

Sejamos leais e verdadeiros a cada preceito da lei de Deus. O Senhor declara


que se obedecermos aos princípios de Sua lei, eles serão a nossa vida. [...]
Os preceitos da lei de Deus não foram produção de qualquer mente humana,
nem foram interpretados por Moisés. Foram desenvolvidos por um Ser infinito
em sabedoria, Aquele que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e por Ele foram
proclamados do Sinai em meio a tremendo esplendor. A prosperidade de Israel
dependia da obediência a esses preceitos.
“Guarda-os, pois, e cumpre-os de todo o teu coração e de toda a tua alma”.
Deuteronômio 26:16. Deus não nos deu Seus mandamentos para obedecermos
quando quiséssemos, e ignorá-los quando nos fosse conveniente. Eles são as leis
do Seu reino e devem ser obedecidos por seus súditos. Se o Seu povo obedecesse à
Sua lei com todo o coração, um testemunho evidente seria expresso ao mundo de
que aqueles que Ele tem afirmado ser Seu povo, Seu tesouro peculiar, realmente
O honram em tudo que fazem. Lealdade a Deus e inquestionável obediência à
Sua lei, fariam de Seu povo um milagre no mundo, porque Ele seria capaz de
cumprir Suas ricas e abundantes promessas a eles e fazer deles um louvor na
Terra. Eles seriam um povo santo para Ele.
“Agora, pois, ” Deus declara, “se diligentemente ouvirdes a Minha voz e
guardardes a Minha aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre
todos os povos; porque toda a terra é Minha; vós Me sereis reino de sacerdotes e
nação santa”. Êxodo 19:5-6. Quão maravilhosa é a grandiosidade das promessas
de Deus! E elas são dadas a todos que ouvem a Sua Palavra, crendo em Suas
declarações e obedecendo aos Seus mandamentos. Obediência à Sua lei é a
condição para a felicidade futura e eterna. — The Southern Work, 16 de Fevereiro
de 1904. [65]

61
Recompensa imediata e eterna, 27 de Fevereiro

Ponde, pois, estas Minhas palavras no vosso coração e na vossa alma;


atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos.
Deuteronômio 11:18.

Estas palavras [Deuteronômio 11:13-28; 7:6-11] devem ser tão distintamente


seladas em cada pessoa como se fossem escritas com pena de ferro. A obediência
traz suas recompensas, a desobediência, suas retribuições.
Deus deu a Seu povo instruções seguras e colocou sobre eles restrições
positivas, para que possam obter uma experiência perfeita em Seu serviço, e
sejam qualificados a permanecer em pé como vencedores diante do universo
celeste e diante do mundo caído. Eles devem vencer pelo sangue do Cordeiro
e pela palavra de seu testemunho. Aqueles que deixam de fazer a preparação
essencial serão contados entre os ingratos e impuros.
O Senhor guia Seu povo por caminhos que não conhecem, para que possa
testá-los e prová-los. Este mundo é o nosso lugar de prova. Aqui decidimos nosso
destino eterno. Deus humilha Seu povo para que Sua vontade seja executada por
eles. Assim, Ele agiu com os filhos de Israel ao guiá-los no deserto. Ele lhes
disse qual teria sido seu destino caso não tivesse estendido Sua mão controladora
sobre aquilo que os teria ferido. [...]
Deus abençoa a obra das mãos dos homens, para que eles possam devolver-
Lhe Sua porção. Eles devem dedicar seus meios a Seu serviço, para que Sua
vinha não venha a ser um deserto estéril. Devem estudar o que o Senhor faria em
lugar deles. A Ele devem levar em oração toda questão difícil. Devem revelar
interesse altruísta na edificação de Sua obra em todas as partes do mundo. [...]
Lembremo-nos de que somos cooperadores de Deus. Não somos suficien-
temente sábios para trabalhar sozinhos. Deus nos fez Seus mordomos para nos
provar e nos experimentar, mesmo como provou e experimentou ao Israel antigo.
Ele não deseja que seu exército seja formado por soldados indisciplinados, im-
puros e desordenados, os quais representariam mal Sua ordem e pureza. — The
[66] Review and Herald, 8 de Outubro de 1901.

62
Santificação e obediência, 28 de Fevereiro

Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso
respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal.
Romanos 16:19.

Adão e Eva ousaram transgredir as ordens do Senhor, e o terrível resultado


de seu pecado deve ser uma advertência para não seguirmos seu exemplo de
desobediência. Cristo orou por Seus discípulos, nestas palavras: “Santifica-os na
verdade; a Tua Palavra é a verdade”. João 17:17. Não existe genuína santificação
a não ser pela obediência à verdade.[...] O coração santificado anda em harmonia
com os preceitos da lei de Deus; porque eles são santos, justos e bons.
O caráter de Deus não mudou. Ele é hoje o mesmo Deus zeloso que era
quando deu a Sua lei sobre o Sinai e a escreveu com Seu próprio dedo nas tábuas
de pedra. Aqueles que espezinham a santa lei de Deus podem dizer: “Estou
santificado”; mas estar santificado, de fato, e orgulhar-se de santificação são duas
coisas diferentes.
O Novo Testamento não mudou a lei de Deus. A santidade do sábado do
quarto mandamento está tão firmemente estabelecida quanto Seu trono. João
escreve: “Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o
pecado é iniqüidade. E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos
pecados; e nEle não há pecado. Qualquer que permanece nEle não peca; qualquer
que peca [transgride a lei] não O viu nem O conheceu”. 1 João 3:4-6.
Somos autorizados a avaliar assim, do mesmo modo que o fez o discípulo
amado, aqueles que se orgulham de permanecer em Cristo, de estar santificados,
ao passo que vivem na transgressão da lei de Deus. Ele enfrentou justamente a
mesma classe que temos de enfrentar. Disse ele: “Filhinhos, ninguém vos engane.
Quem pratica justiça é justo, assim como Ele é justo. Quem comete o pecado é
do diabo, porque o diabo peca desde o princípio”. 1 João 3:7-8. Aqui o apóstolo
fala em termos claros, como julga que o assunto exige.
As epístolas de João transmitem um espírito de amor. Mas quando ele entra
em contato com essa classe que quebra a lei de Deus e ainda se orgulha de estar
vivendo sem pecado, não hesita em adverti-la quanto a seu terrível engano. —
Sanitarium Announcement, 67-69. [67]

63
Março
Tempo para estudar o apocalipse, 1 de Março

Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da


profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
Apocalipse 1:3.

À medida que nos aproximamos do final da história deste mundo, as profecias


referentes aos últimos dias exigem nosso estudo especial. O último dos escritos
do Novo Testamento está cheio de verdades cuja compreensão nos é necessária.
Satanás cegou a mente de muitos, de modo que se satisfazem com qualquer
desculpa para não estudar o Apocalipse. [...]
Deve haver estudo mais aprimorado e mais diligente do Apocalipse, e apre-
sentação mais fervorosa das verdades que contém — verdades que concernem
a todos quantos vivem nestes últimos dias. Todos que estão se preparando para
encontrar seu Senhor devem fazer desse livro objeto de intenso estudo e oração. É
exatamente isto que o seu nome significa — uma revelação dos mais importantes
eventos que estão para acontecer nos últimos dias da história da Terra. Por causa
de sua fiel confiança na Palavra de Deus e no testemunho de Cristo, João foi
exilado na ilha de Patmos. Mas seu isolamento não o separou de Cristo. O Senhor
visitou Seu servo fiel no exílio, e lhe deu instrução a respeito do que viria ao
mundo.
Essa instrução é de capital importância para nós, pois estamos vivendo nos
últimos dias da história da Terra. Logo entraremos no cumprimento dos eventos
que Cristo mostrou a João que estavam para acontecer ao mundo. Enquanto os
mensageiros do Senhor apresentam essas solenes verdades, devem compreender
que estão tratando de assuntos de interesse eterno, e devem buscar o batismo do
Espírito Santo, para que possam falar, não suas próprias palavras, mas as palavras
dadas por Deus. [...]
Os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e cabe-nos a obra de advertir
as pessoas do perigo em que se encontram. Que não fiquem intocadas as so-
lenes cenas reveladas pela profecia. Somos mensageiros de Deus e não temos
tempo a perder. Os que querem ser coobreiros de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo mostrarão profundo interesse nas verdades que se encontram nesse livro.
Pela pena e pela voz, procurarão tornar claras as coisas maravilhosas para cuja
[68] revelação Cristo veio do Céu. — The Signs of the Times, 4 de Julho de 1906.

66
Nosso advogado divino, 2 de Março

Por isso, festejai, ó Céus, e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar,
pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco
tempo lhe resta. Apocalipse 12:12.

Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus sentirão a


ira do dragão e seus seguidores. Satanás conta o mundo como súdito seu, ele
adquiriu domínio sobre as igrejas apóstatas; mas ali está um pequeno grupo que
resiste à sua supremacia. Caso pudesse desarraigá-los da Terra, seu triunfo seria
completo. Como ele influenciou as nações pagãs para destruir Israel, assim, num
futuro próximo, há de incitar os ímpios poderes da Terra para destruir o povo de
Deus. De todos será exigido que prestem obediência a leis humanas em violação
à lei divina. Os que forem fiéis a Deus e ao dever serão ameaçados, denunciados
e banidos. Serão traídos “até pelos pais, irmãos, parentes e amigos”. Lucas 21:16.
Sua única esperança está na misericórdia de Deus, sua única defesa será a
oração. Como Josué pleiteou diante do Anjo, assim a igreja remanescente, com
coração quebrantado e fervorosa fé, pleiteará o perdão e livramento por meio de
Jesus, seu Advogado. Acham-se plenamente cônscios da pecaminosidade de sua
vida, vêem sua fraqueza e indignidade, e ao olharem a si mesmos, ficam a ponto
de desesperar.
O tentador está ao seu lado para acusá-los, como esteve ao lado de Josué, para
lhe resistir. Aponta para suas vestes imundas, seu caráter defeituoso. Apresenta
sua fraqueza e descaminhos, seus pecados de ingratidão, sua dessemelhança de
Cristo, a qual desonrou seu Redentor. Esforça-se para assustar a pessoa com o
pensamento de que seu caso não tem esperança, que a mancha de seu pecado
jamais será lavada. Assim, espera destruir sua fé, para que ceda a suas tentações,
desista de sua aliança com Deus e receba o sinal da besta. [...]
Embora os seguidores de Cristo tenham pecado, não se entregaram ao domínio
do mal. Abandonaram os pecados e buscaram o Senhor com humildade e contri-
ção, e o Divino Advogado pleiteia em seu favor. Aquele que mais maltratado foi
por sua ingratidão, que conhece os seus pecados e também seu arrependimento,
declara: “‘O Senhor te repreenda, ó Satanás.’ Eu dei a vida por essas criaturas.
Acham-se gravadas nas palmas das Minhas mãos”. — Testemunhos para a Igreja
5:472-474. [69]

67
Uma mensagem para o nosso tempo, 3 de Março

Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos


firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos. Hebreus 3:14.

“Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a Terra levantou a mão direita
para o Céu e jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que
criou o Céu, a Terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora”.
Apocalipse 10:5-6. Esta mensagem anuncia o fim dos períodos proféticos. A
decepção dos que esperavam ver o Senhor em 1844 foi na verdade amarga para
os que haviam aguardado tão zelosamente Seu aparecimento. Era desígnio do
Senhor que viesse esse desapontamento e se revelassem os corações.
Não baixa sobre a igreja nenhuma nuvem para a qual Deus não esteja prepa-
rado; nenhuma força oponente se tem erguido para opor-se à obra de Deus, que
Ele não a haja previsto. [...] Todos os Seus desígnios se cumprirão e serão estabe-
lecidos. Sua lei se acha ligada a Seu trono, e os agentes satânicos aliados com
instrumentos humanos não a podem destruir. A verdade é inspirada e guardada
por Deus; ela viverá, e vencerá, embora às vezes pareça obscurecida.
O evangelho de Cristo é a lei exemplificada no caráter. Os enganos praticados
contra ela, toda invenção para vindicar a falsidade, todo erro forjado por instru-
mentos satânicos, serão finalmente para sempre destruídos, e a vitória da verdade
será como o surgimento do Sol ao meio-dia. O Sol da Justiça brilhará trazendo
saúde em Suas asas, e a Terra inteira se encherá de Sua glória. [...]
Velhas controvérsias serão reavivadas, e novas teorias surgirão continuamente.
O povo de Deus, porém, que em sua crença e cumprimento de profecia desem-
penhou uma parte na proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens
angélicas, sabe onde se encontra. Possuem uma experiência que é mais preciosa
do que o ouro fino. Devem permanecer firmes como a rocha, retendo firmemente
[70] o princípio de sua confiança até o fim. — Mensagens Escolhidas 2:108-109.

68
Usando o tempo com sabedoria, 4 de Março

É necessário que façamos as obras dAquele que Me enviou, enquanto é


dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. João 9:4.

Cristo deu a todo ser humano a sua obra, e devemos admitir a sabedoria do
plano que fez para nós por meio de genuína cooperação com Ele. A verdadeira
felicidade se encontra unicamente numa vida de serviço. Aqueles que vivem vida
inútil e egoísta são miseráveis. Estão descontentes consigo mesmo e com todas
as outras pessoas.
Trabalhadores genuínos, altruístas e consagrados usam com prazer seus mais
elevados dons nos serviços mais humildes. Reconhecem que o verdadeiro serviço
significa compreender e cumprir os deveres que Deus indica.
Muitos há que não estão contentes com a obra que Deus lhes deu. Não
estão satisfeitos em servi-Lo agradavelmente no lugar que Ele lhes designou, ou
realizar sem murmuração a obra que pôs em suas mãos.
É justo ficar malsatisfeitos com a maneira como cumprimos o dever, mas não
devemos estar descontentes com o dever em si mesmo, por preferirmos fazer outra
coisa. Em Sua providência, Deus coloca diante das criaturas humanas trabalho
que será qual remédio para sua mente enferma. Assim, Ele busca levá-los a pôr
de lado a preferência egoísta que, se satisfeita, os tornaria incapazes para a obra
que tem para eles. Se aceitarem e realizarem esse serviço, sua mente será curada.
Se recusarem, serão deixados a lutar consigo mesmos e com os outros.
Deus disciplina Seus obreiros a fim de que se prepararem para preencher os
lugares que lhes são designados. Ele deseja moldar-lhes a mente de acordo com
a Sua vontade. Para este propósito Ele os submete a testes e provas. Ele coloca
alguns em lugar em que a frouxa disciplina e o excesso de condescendência não
se torne um laço para eles, onde são ensinados a apreciar o valor do tempo e a
fazer dele o mais sábio e melhor uso. — Manuscript Releases 8:422, 423. [71]

69
O processo de treinamento de Deus, 5 de Março

Guardem-se para que não [...] percam a sua firmeza e caiam. Cresçam,
porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. 2 Pedro 3:17-18 (NVI).

Há indivíduos que desejam ter autoridade, e que necessitam da santificação


proveniente da submissão. Deus opera uma mudança em sua vida, e talvez
ponha diante deles deveres que eles não escolheriam. Se estiverem dispostos a
ser guiados, Ele lhes concederá graça e força para cumprir esses deveres num
espírito de submissão e auxílio. Assim se habilitarão a ocupar lugares em que
suas disciplinadas aptidões serão de grande utilidade.
Deus educa alguns mediante decepções e aparentes fracassos. Seu propósito
é que eles aprendam a dominar as dificuldades. Inspira-os com a determinação
de tornar um sucesso cada aparente fracasso.
Muitas vezes, homens e mulheres oram e derramam lágrimas por causa das
perplexidades e obstáculos que enfrentam. Mas, se eles mantiverem o princípio
de sua confiança firme até o fim, Deus lhes abrirá o caminho. O êxito virá,
ao lutarem contra dificuldades que parecem invencíveis, e com esse êxito lhes
sobrevirá a maior alegria.
Muitos ignoram como trabalhar para Deus, não porque o tenham de ignorar,
mas porque estão indispostos a submeter-se a Sua disciplina. A Bíblia fala
de Moabe como tendo fracassado porque, declara o profeta, “Moabe esteve
descansado desde a sua mocidade; [...] não foi mudado de vasilha para vasilha,
[...] por isso, conservou o seu sabor, e o seu cheiro não se alterou”. Jeremias
48:11. [...]
O cristão deve estar preparado para a efetuação de uma obra que revele
bondade, tolerância, longanimidade, bondade, paciência. O cultivo destes dons
preciosos deve penetrar a vida do cristão, de modo que, quando chamado para o
serviço do Mestre, esteja pronto para usar suas mais altas faculdades em ajudar e
beneficiar os que o cercam [aqueles que necessitam de salvação]. — Manuscript
[72] Releases 8:423, 424.

70
Oportunidades para servir, 6 de Março

Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas,
como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Tiago 4:14.

Não há religião na entronização do próprio eu. Deus nos pede para sermos
leais a Ele, desenvolvendo os talentos que nos deu, para que possamos ganhar
outros. Sua vontade deve se tornar a nossa vontade em todas as coisas. Qualquer
afastamento dessa norma degrada nossa natureza moral. Como resultado, pode-
mos ser animados, enriquecidos e sentar ao lado de príncipes; mas aos olhos de
Deus somos impuros e pecaminosos. Vendemos nosso direito de primogenitura
por interesse egoísta e lucro, e nos livros do Céu isto está escrito a nosso respeito:
Pesado na balança do Santuário, e achado em falta.
Mas se considerarmos nossos talentos como dons de Deus e os usarmos em
Seu serviço, mostrando compaixão e amor ao nosso próximo, seremos canais
pelos quais as bênçãos de Deus fluirão ao mundo; e no grande dia final seremos
saudados com as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco,
sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Mateus 25:21.
O tempo, carregado de preciosas oportunidades para servir o Senhor está
passando rapidamente para a eternidade. [...] Está você aproveitando essas opor-
tunidades à medida que elas passam? Você não pode desprezá-las, pois deverá
enfrentar o juízo divino, para responder pelos atos feitos no corpo. Suas palavras
animam e encorajam aqueles que lhe pedem ajuda e conforto? Sua influência
fortalece aqueles com quem você se relaciona? São suas posses fielmente dadas
ao Senhor?
Consagre-se hoje mesmo ao serviço do Senhor. [...] Lance suas ansiedades
sobre o Senhor, e por razão alguma permita que as coisas do mundo o separem
dEle. Consagre a Ele tudo o que você tem e é. Isto é “seu serviço aceitável”. Não
retarde, pois existe perigo em um momento de demora. Você terá um pouco mais
de tempo para trabalhar para o Mestre, e então ouvirá a voz, à qual você não pode
recusar responder, dizendo: “Presta contas da tua administração.”. — The Signs
of the Times, 21 de Janeiro de 1897. [73]

71
Regularidade e prontidão, 7 de Março

Para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível,


segundo a Sua eficácia que opera eficientemente em mim. Colossenses 1:29.

Deus confiou a homens Sua sagrada obra, e pede que a façam cuidadosamente.
[...] Eles acumulam coisas demais em sua vida, adiam para amanhã aquilo que
exige sua atenção hoje, e perdem muito tempo ajuntando penosamente as malhas
perdidas. Homens e mulheres podem atingir um grau mais elevado de utilidade
do que carregar consigo durante a vida inteira uma atitude mental instável. Podem
corrigir os defeituosos traços de caráter contraídos durante os anos da juventude.
Como Paulo, podem trabalhar para alcançar um grau mais elevado de perfeição.
O trabalho de Deus não deve ser feito aos trancos e barrancos. Seguir impulsos
repentinos não o colocará em terreno vantajoso, ao contrário, é extremamente
necessário seguir o bom trabalho pacientemente, dia a dia, progredindo em nossos
caminhos e métodos. Devemos nos levantar em um horário regular. Se durante o
dia o trabalho é negligenciado e a noite seguinte é gasta recuperando o tempo
perdido, o amanhã e o dia seguinte mostrarão, como resultado, uma mente fraca
e uma fadiga generalizada que constituem verdadeira violação das leis da vida e
da saúde.
Deve haver hora regular para se levantar, para o culto familiar, para a refeição,
e para o trabalho. É um dever religioso [...] manter isso como regra [...] mediante
firme exemplo. Muitos desperdiçam as mais preciosas horas da manhã esperando
poder terminar o trabalho negligenciado durante as horas que deveriam ser
dedicadas ao descanso. Piedade, saúde, êxito, tudo sofre devido à falta de um
verdadeiro sistema religioso. [...]
Alguns obreiros devem abandonar os vagarosos métodos de trabalho predo-
minantes, e aprender a ser rápidos. A presteza é necessária da mesma maneira
que a diligência. Se desejarmos executar a obra de acordo com a vontade de
Deus, ela deve ser feita de maneira diligente, mas com reflexão e cuidado. —
[74] Manuscript Releases 8:326, 327.

72
Cada hora é preciosa, 8 de Março

Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu


sono? Provérbios 6:9.

Deus não emprega homens ou mulheres preguiçosos em Sua causa; Ele quer
obreiros atenciosos, bondosos, afetivos e diligentes. O esforço ativo fará bem a
nossos pregadores. A indolência é prova de perversão. Cada capacidade da mente,
cada osso do corpo, cada músculo dos membros mostra que Deus designou nossas
habilidades para serem usadas, e não para permanecer inativas. [...] Aqueles que,
desnecessariamente, empregam as horas do dia para dormir, não têm senso do
valor dos preciosos e áureos momentos. [...]
As pessoas que não adquiriram hábitos de estrita operosidade e economia de
tempo devem ter regras estabelecidas para as estimular à regularidade e à presteza.
George Washington [o primeiro presidente dos Estados Unidos] foi habilitado a
realizar grande quantidade de atividades, porque era exato em conservar a ordem
e a regularidade. Cada papel tinha sua data e seu lugar, e tempo algum era perdido
em procurar o que não estava no lugar designado.
Homens e mulheres de Deus precisam ser diligentes no estudo, esforçados na
aquisição de conhecimentos, nunca desperdiçando tempo. [...] Mediante esforços
perseverantes, podem atingir quase qualquer grau de distinção como cristãos,
como pessoas de poder e influência. Muitos, porém, nunca alcançarão uma posi-
ção superior no púlpito ou nos negócios, devido a sua instabilidade de propósito,
e à frouxidão dos hábitos contraídos na juventude. Uma descuidada negligência
será vista em tudo que empreenderem.Um súbito esforço aqui e ali não é sufici-
ente para efetuar uma transformação nesses amantes da comodidade e indolência;
isso é obra que exige paciente perseverança em fazer o que é correto. Homens
de negócios só podem ter êxito real se tiverem horas regulares para levantar-se,
orar, comer e deitar-se. Se a ordem e a regularidade são essenciais nas atividades
mundanas, quanto mais na obra de Deus!
Muitos desperdiçam na cama as brilhantes horas de manhã. Estas preciosas
horas, uma vez perdidas, passam para nunca mais voltar; são perdidas para o
tempo e a eternidade. Uma hora apenas perdida cada dia, e que desperdício de
tempo durante um ano! Pense nisso o dorminhoco, e detenha-se a considerar como
há de dar a Deus conta das oportunidades perdidas. — Obreiros Evangélicos,
277-278. [75]

73
Talentos enterrados, 9 de Março

Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as


oportunidades. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com
sal, para saberdes como deveis responder a cada um. Colossenses 4:5-6.

Busque a conversão do corpo, da alma e do espírito. Desenterre seu talento


e comece a negociar com os bens do seu Senhor. Ao fazer isso, você ganhará
outros talentos. Toda pessoa que recebeu talentos deve usá-los para beneficiar
outros. Quem dirá no grande dia do juízo final: “Receoso, escondi na terra o
Teu talento; aqui tens o que é Teu”? Da mesma forma o Senhor dirá: “Servo
mau e negligente, [...] Cumpria, portanto, que entregasses o Meu dinheiro aos
banqueiros, e Eu, ao voltar, receberia com juros o que é Meu”. Mateus 25:25-27.
O Senhor continua chamando os que estão aparentemente cegos às suas defi-
ciências, os autocomplacentes, que planejam e maquinam como podem melhor
servir a si mesmos. Que Deus ajude os que são espiritualmente cegos a verem
que existe um mundo a ser salvo. A verdade deve ser exposta àqueles que não a
conhecem, e esta obra exige a abnegada graça de Cristo.
Milhares dos que agora são inúteis à causa de Deus deveriam estar cavando
os talentos enterrados, e levando-os aos negociadores. Seria melhor que aqueles
que pensam que certamente alcançarão o Céu enquanto seguem seus próprios
caminhos e imaginações rompessem o selo e reexaminassem seus direitos aos
tesouros celestiais. Seria melhor que homens e mulheres que se sentem descansa-
dos em Sião estivessem inquietos quanto a si mesmos, e indagassem: Que estou
eu fazendo na vinha do Senhor? Por que não estou ligado a Cristo, trabalhando
com Deus? Por que não estou aprendendo na escola de Cristo de Sua brandura e
humildade de coração? Por que não tenho responsabilidades a cumprir no serviço
de Cristo? Por que não sou um cristão decidido, empregando todas as minhas
habilidades na obra de salvação das pessoas que estão perecendo ao meu redor?
Não dizem as Escrituras: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus,
edifício de Deus sois vós”? 1 Coríntios 3:9. Não devo eu com a ajuda de Deus
construir um caráter para o momento e para a eternidade, e promover a piedade
em mim mesmo e em outros através da santificação da verdade? — The Review
[76] and Herald, 21 de Agosto de 1900.

74
Como remir o tempo, 10 de Março

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Efésios 5:15, 16.

O valor do tempo está além de qualquer cálculo. Cristo considerava precioso


todo momento, e assim devemos considerá-lo. A vida é muito curta para ser
esbanjada. Temos poucos dias de graça para nos preparar para a eternidade. Não
temos tempo para dissipar, tempo para devotar aos prazeres egoístas, tempo para
contemporizar com o pecado. É agora que devemos formar o caráter para a futura
vida imortal. Agora é que devemos nos preparar para o juízo investigativo.
A família humana mal começou a viver quando principiou a morrer, e o
trabalho incessante do mundo resultará em nada se não se adquirir verdadeiro
conhecimento em relação à vida eterna. As pessoas que apreciam o tempo como
seu dia de trabalho serão habilitadas para uma mansão e para a vida que é imortal.
Para eles foi bom ter nascido.
Somos advertidos a remir o tempo. Porém, o tempo esbanjado nunca poderá
ser recuperado. Não podemos fazer voltar atrás nem sequer um momento. A
única maneira de podermos remir nosso tempo consiste em utilizar o melhor
possível o que nos resta, tornando-nos coobreiros de Deus em Seu grande plano
de redenção. Uma transformação de caráter acontece com aqueles que fazem
isso. Eles se tornam filhos de Deus, membros da família real, filhos do celeste
Rei. São qualificados para a companhia dos anjos.
Agora é o tempo de trabalharmos para a salvação de nossos semelhantes.
Existem aqueles que pensam que tudo quanto deles se exige é dar dinheiro para
a causa de Cristo; passam inutilmente o tempo precioso em que poderiam fazer
serviço pessoal para Ele. Mas o privilégio e dever de todos os que têm saúde e
força, é prestar serviço ativo para Deus. Todos têm que trabalhar na conquista de
pessoas para Cristo. Donativos não podem substituir isso. [...]
A oportunidade que agora temos de falar palavras de vida a alguma pessoa
necessitada pode nunca mais se apresentar. Deus pode dizer a alguém: “Esta
noite te pedirão a tua alma” (Lucas 12:20), e por nossa negligência a mesma pode
não estar preparada. No grande dia do juízo, como prestaremos contas a Deus?
— Parábolas de Jesus, 342, 343. [77]

75
Use todos os talentos, 11 de Março

Receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.


Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, [...] Cumpria,
portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar,
receberia com juros o que é meu. Mateus 25:25-27.

Ninguém deveria se queixar de não ter maiores talentos. Quando usarem


para a glória de Deus os talentos que Ele lhes tem confiado, prosperarão. Agora
não é tempo de lamentar nossa situação na vida, e desculpar nossa negligência
em desenvolver nossas habilidades porque não temos a capacidade e posição de
outros, dizendo: Oh, se eu tivesse o seu dom e a sua capacidade, poderia investir
grande capital pelo meu Mestre! Se tais pessoas usarem sabiamente e bem o
único talento que têm, isso é tudo o que o Senhor requer deles.
Olhem para nossas igrejas. Existem nelas apenas uns poucos que trabalham
realmente. A maioria consiste de homens e mulheres irresponsáveis. Eles não
se sentem responsáveis pelas pessoas. Não manifestam fome e sede de justiça.
Nunca fazem força quando o trabalho é árduo. Esses são os que têm um só talento
e o escondem, e o enterram no mundo; isto é, usam todas as influências que
possuem em seus interesses temporais. Ao buscar as coisas desta vida, perdem o
futuro, a vida eterna, e o ainda mais valioso e eterno peso da glória. Que pode
ser dito e feito para despertar essa classe de membros da igreja, fazendo com
que sintam sua responsabilidade para com Deus? Será preciso que a multidão de
professos cristãos, guardadores dos mandamentos, ouçam as terríveis palavras:
“E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de
dentes”?
Todo homem, mulher e criança devem ser obreiros de Deus. Onde há agora
um que se sente responsável pela salvação das pessoas, deveria haver cem. Que
podemos fazer para animar as pessoas a aproveitarem para a glória do Mestre
qualquer influência e recurso que já possuam? Que os que têm um talento o
usem bem; e assim fazendo vão vê-lo dobrado. Deus aceitará “conforme o que o
homem tem e não segundo o que ele não tem”. 2 Coríntios 8:12. — The Review
[78] and Herald, 14 de Março de 1878.

76
Tudo para a glória de Deus, 12 de Março

Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que
não tem, até o que tem lhe será tirado. Mateus 25:29.

Sempre existiu e sempre existirá diversidade de dons. Não são apenas os


grandes dons que Deus pede e aceita, mas Ele apela por talentos menores, e os
aceitará se homens e mulheres os usarem para a Sua glória. Não nos tornamos
servos do Mestre pela Sua graça? Então, não é nossa propriedade que nos foi
confiada, mas os talentos do Senhor. O capital é Seu, e somos responsáveis pelo
seu uso ou abuso.
Espero que, em cada igreja, se façam esforços para despertar os que nada
estão fazendo. Que Deus leve essas pessoas a reconhecer que delas será exigido
um talento com os juros; e que, se negligenciarem ganhar outros talentos além
daquele, sofrerão a perda desse talento e também de sua salvação. Esperamos ver
uma transformação em nossas igrejas.
O Chefe de família está Se preparando para voltar e pedir contas a Seus servos
dos talentos que lhes confiou. Que Deus tenha piedade dos que nada fazem! Os
que ouvirem as palavras de aprovação: “Bem está, servo bom e fiel” (Mateus
25:21), terão feito bem no aperfeiçoamento de sua capacidade e meios, para a
glória de Deus. Quem virá em socorro do Senhor contra o inimigo?
Satanás é ativo, perseverante e fiel general ao fazer seu trabalho, comandando
seus exércitos. Ele tem sentinelas fiéis por toda parte. O que estão fazendo
os servos de Jesus Cristo? Estão portando suas armaduras? Estão vigilantes e
leais para enfrentar e repelir as potentes forças do inimigo? Ou estão dormindo,
esperando que outros façam o seu trabalho? [...]
Que todos despertem, pois está próximo o tempo quando será dito: “Continue
o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo
continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” Hoje é o tempo
de buscar pureza e santidade de caráter, e de obter vestes brancas para que
estejamos preparados para sentar à mesa das bodas do Cordeiro. — The Review
and Herald, 14 de Março de 1878. [79]

77
Trabalho vigilante, 13 de Março

E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos


despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do
que quando no princípio cremos. Romanos 13:11.

Existe uma outra classe que sofre prejuízo por ser indolente, e emprega suas
forças para agradar a si mesma, utilizando a língua e deixando os músculos
enferrujarem pela inatividade. Perde suas oportunidades por indolência, e não
glorifica a Deus. Eles poderiam fazer muito se usassem seu tempo e força física
adquirindo recursos com as quais colocariam seus filhos em posições favoráveis
para obter conhecimento; mas preferem deixá-los crescer em ignorância em vez
de exercitar sua própria habilidade dada por Deus para fazer algo pelo qual seus
filhos possam ser abençoados com uma boa educação. Tais homens e mulheres
estão sendo pesados na balança do Santuário celeste e achados em falta.
Existe algo para todos fazerem em nosso mundo. O Senhor está vindo e nossa
espera não deve ser um tempo de inútil expectativa, mas de trabalho vigilante.
Não devemos gastar nosso tempo inteiramente em meditação e oração, tampouco
devemos nos esforçar, correr e trabalhar como se isso fosse necessário para ganhar
o Céu, enquanto negligenciamos dedicar tempo para o cultivo da devoção pessoal.
Deve existir uma combinação de meditação e trabalho diligente. Como Deus
expressou em Sua Palavra: “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de
espírito, servindo ao Senhor.” Atividades mundanas não devem impedir o serviço
do Senhor. A alma precisa das riquezas da graça de Deus e o corpo precisa de
exercício físico para realizar a obra que deve ser feita para a proclamação do
evangelho de Cristo.
Aqueles que cultivam um espírito ocioso cometem pecado contra Deus todos
os dias; pois não usam o poder que Deus lhes tem dado através do qual podem
receber bênçãos para si mesmos e ser uma benção à sua família. Os pais devem
ensinar seus filhos que o Senhor quer que sejam servos diligentes, não preguiçosos
em Sua vinha. Devem fazer diligente uso do tempo, se desejam ser agentes úteis,
fazendo sua parte na vinha do Senhor. Devem ser mordomos fieis, aperfeiçoando
[80] cada dom de poder a eles confiado. — The Home Missionary, Outubro de 1894.

78
Serviço e dinheiro, 14 de Março

Fala aos filhos de Israel que Me tragam oferta; de todo homem cujo
coração o mover para isso, dele recebereis a Minha oferta. Êxodo 25:2.

Tenho ouvido homens e mulheres que têm se envolvido na obra nas casas
publicadoras e nos hospitais se queixarem de estar trabalhando além do horário.
Se não podem parar de trabalhar após as oito horas da jornada, ficam insatisfeitos.
Mas esses mesmos, quando realizam trabalhos para benefício próprio, trabalham
dez horas completas como fazem na América [do Norte] e com freqüência
estendem sua jornada a doze horas. Não fazem reclamações, porque é de interesse
próprio. Faz toda a diferença se o tempo é empregado para o próprio lucro ou
para o serviço do Senhor ou do próximo. [...]
O serviço disposto em economizar recursos que são tão limitados é mais
satisfatório do que armazenar recursos. Com o motivo correto em mente, tal
tempo seria considerado como dedicado ao serviço do Senhor. Esse trabalho
definido por Deus em construir, plantar, colher, ou qualquer outra linha de trabalho
custará considerável reflexão e labuta, porém vale a pena. Deus multiplicará os
recursos; Ele ajudará a produzir os meios.
Muitos já estão trabalhando nessa linha, e sempre fizeram assim. A dedicação
de tempo a Deus em qualquer linha de trabalho é uma consideração de suma
importância. Alguns podem usar a caneta para escrever uma carta para um amigo
distante. Pelo trabalho pessoal consagrado podemos de muitas maneiras fazer
um serviço pessoal para Deus.
Alguns pensam que tudo que se requer deles é que dêem uma porção do
seu dinheiro para a causa de Deus; e o precioso tempo que lhes foi concedido
pelo Senhor, no qual poderiam fazer horas de serviço pessoal para Ele, não é por
aproveitado. É privilégio e dever de todo o que tem saúde e força render a Deus
serviço ativo. [...]
Todos podem trabalhar com Deus. As horas que têm sido geralmente usadas
em recreação, não no descanso nem na restauração do corpo ou da mente podem
ser gastas procurando ajudar alguém que precisa de ajuda, visitando os neces-
sitados, os doentes e os que sofrem. Nosso tempo é de Deus e, como cristãos,
devemos usá-lo para a Sua glória. — Manuscript Releases 6:79, 80. [81]

79
Evitando a ociosidade, 15 de Março

Mas o proprietário, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço


injustiça; não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te;
pois quero dar a este último tanto quanto a ti. Mateus 20:13-14.

Deus nos confiou graciosamente vinte e quatro horas em cada dia e noite. Este
é um tesouro precioso por meio do qual muito bem pode ser feito. Como estamos
nós usando as preciosas oportunidades de Deus? Como cristãos, devemos sempre
ter Deus diante de nós, para que não percamos horas preciosas em futilidades,
sem ter nada a apresentar pelo nosso tempo.
Tempo é dinheiro. Se as pessoas recusam trabalhar porque não podem obter
o mais elevado salário são consideradas preguiçosas. Melhor seria que traba-
lhassem, mesmo que recebessem muito menos do que acham que seu trabalho
vale.
O tempo é um talento confiado a nós que pode ser vergonhosamente mal
usado. Todo filho de Deus — homem, mulher, jovem ou criança — deve consi-
derar e apreciar o valor dos momentos do tempo. Se assim fizerem, conseguirão
manter-se empregados, mesmo não recebendo salários tão elevados como são
capazes de merecer. Devem mostrar sua apreciação pela diligência, e trabalhar,
recebendo o salário que conseguirem. A idéia de uma pessoa pobre com uma
família recusar trabalhar por salários razoáveis, porque isso não mostra, como ele
ou ela supõe, suficiente dignidade por sua profissão, é insensatez que não deve
ser encorajada.
Quão pouco se pensa sobre esse assunto. Muito maior prosperidade pode-
ria resultar dos empreendimentos missionários se esse talento do tempo fosse
atentamente considerado e fielmente usado. Cada um de nos é responsável diante
de Deus pelo tempo que tem sido intencionalmente desperdiçado, pelo uso do
qual devemos dar conta a Ele. Esta é uma responsabilidade que tem sido pouco
apreciada. Muitos pensam que não é pecado gastar horas e dias nada fazendo
[82] para beneficiar a si mesmos ou para abençoar outros (MR6, p 80-81).

80
A importância dos dons espirituais, 16 de Março

Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há


diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. 1 Coríntios 12:4-5.

Estude atentamente as Escrituras. Deus não deu a todos a mesma linha de


trabalho. É Seu plano que haja unidade na diversidade. Quando Seu plano for
estudado e seguido, haverá bem menos atrito no andamento de Sua causa.
“Existem muitos membros no corpo, e todos os membros não têm a mesma
função, mas cada um é essencial para a perfeição do funcionamento.” “O corpo
não é feito de um só membro, mas de muitos. Se o pé disser: ‘Porque não sou
mão, não pertenço ao corpo’; nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o
ouvido disser: ‘Porque não sou olho, não pertenço ao corpo’; nem por isso deixa
de fazer parte do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se
todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um
dos membros no corpo, segundo a Sua vontade. Se todos fossem um só membro,
onde estaria o corpo?” 1 Coríntios 12:14-19 (NVI).
“Ora, vocês são o corpo de Cristo; e cada um de vocês, individualmente, é
membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente após-
tolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, os que
realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda,
os que têm dom de administração e os que falam diversas línguas”. 1 Coríntios
12:27-28.
O Senhor deseja que Sua igreja respeite todos os dons que Ele tem concedido
a seus diferentes membros. Sejamos cuidadosos em não permitir que nossa mente
se fixe em nós mesmos, pensando que outras pessoas não podem servir ao Senhor
a menos que trabalhem do mesmo modo que estamos trabalhando.
Um obreiro jamais deve dizer: “Não quero trabalhar com certa pessoa, porque
ela não vê as coisas como eu vejo. Prefiro trabalhar com alguém que concordará
com tudo o que eu disser e seguirá todas as minhas idéias.” Aquele com quem
esse obreiro se recusa a se associar pode ter verdades a apresentar que ainda não
foram submetidas a consideração. Por causa da rejeição do obreiro em aceitar a
ajuda provida pelo Senhor o trabalho é feito de modo parcial. — Pacific Union
Recorder, 29 de Dezembro de 1904. [83]

81
Satisfação no trabalho, 17 de Março

Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se
profecia, seja segundo a proporção da fé. Romanos 12:6.

Homens e mulheres podem realizar um bom trabalho para Deus, se primeiro


aprenderem na escola de Cristo a preciosa e importantíssima lição da mansidão.
Serão capazes de beneficiar a humanidade apresentando-lhe a plena suficiência de
Jesus. Quando cada membro da igreja compreender sua própria responsabilidade
individual, quando assumir humildemente o trabalho que se apresenta diante
dele, a obra prosseguirá para o êxito. Deus deu a cada um a sua obra, segundo
suas várias aptidões.
Não será fácil trabalhar para o Mestre nesta época. Mas, quanta perplexidade
poderia ser evitada, se os obreiros confiassem continuamente em Deus, e consi-
derassem devidamente as instruções que Ele tem dado! Ele diz: “Tendo, porém,
diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a
proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina,
esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui,
com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com
alegria”. Romanos 12:6-8.
Este é um assunto que requer estudo atento e criterioso. São cometidos
muitos erros porque os homens não atendem a esta instrução. Muitos que são
encarregados de fazer alguma humilde espécie de trabalho para o Mestre, logo
ficam descontentes, e pensam que devem ser mestres e dirigentes. Desejam
largar seu humilde serviço, que é justamente tão importante em sua esfera, como
as maiores responsabilidades. Os que são postos a visitar, logo pensam que
qualquer um pode fazer esse trabalho, que qualquer um pode dirigir palavras
de simpatia e animação, e, de maneira humilde e discreta, levar outros a terem
correta compreensão das Escrituras. Esta é, porém, uma obra que demanda muita
graça, muita paciência, e crescente provisão de sabedoria. — Manuscript Releases
[84] 11:278, 279.

82
Cada pessoa tem um dom, 18 de Março

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças,
porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma. Eclesiastes 9:10.

A parábola dos talentos deve ser objeto do estudo mais cuidadoso e devoto;
pois tem aplicação pessoal e individual a todo homem, mulher e criança com
capacidade de raciocinar. Sua obrigação e responsabilidade estão em proporção
aos talentos que Deus lhes concedeu. Não há seguidor de Cristo que não tenha
algum dom particular, de cujo uso ele é responsável diante de Deus.
Muitos usam como desculpa para não dedicar seu dom ao serviço de Cristo,
o fato de outros terem dons e vantagens superiores. Tem prevalecido a opinião
de que só aqueles que são especialmente talentosos precisam consagrar suas
aptidões ao serviço de Deus. Chega-se a pensar que os talentos são concedidos
apenas a certa classe favorecida, com exclusão de outros a quem, é claro, não se
exige que participem das labutas ou recompensas.
Mas não é assim que isso é representado na parábola. Quando o senhor da
casa chamou seus servos, deu a cada um a sua obra. Toda a família de Deus é
incluída na responsabilidade de usar os bens de seu Senhor. Todo indivíduo, desde
o mais humilde e desconhecido até o maior e mais exaltado, é um agente moral
dotado de aptidões pelas quais é responsável a Deus. Em maior ou menor grau, a
todos são confiados os talentos de seu Senhor. A capacidade espiritual, mental
e física, a influência, posição, posses, afeições, simpatias, são todos preciosos
talentos a serem usados na causa do Mestre, para a salvação de pessoas pelas
quais Cristo morreu. [...]
Deus requer que todos sejam obreiros em Sua vinha. Devemos nos empenhar
na obra de que fomos incumbidos, e fazê-la fielmente. “Tudo quanto te vier à
mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu
vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”.
Eclesiastes 9:10. — The Review and Herald, 1 de Maio de 1888. [85]

83
O valor dos pequenos talentos, 19 de Março

As palavras dos sábios são como aguilhões, a coleção dos seus ditos como
pregos bem fixados, provenientes do único Pastor. Eclesiastes 12:11 (NVI).

Homens ou mulheres de negócio devem desenvolver suas atividades de modo


que glorifique seu Senhor, por causa de sua fidelidade. Que levem sua religião a
tudo que fizerem, e revelem aos homens o Espírito de Cristo. Seja o mecânico
um fiel e diligente representante dAquele que labutou nas humildes atividades da
vida, nas cidades da Judéia. Que todo aquele que usa o nome de Cristo trabalhe
de tal modo que os homens, vendo suas boas obras, sejam levados a glorificar
o Criador e Redentor. “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como
para o Senhor”. Colossences 3:23. Que a sustentação do reino de Cristo seja seu
pensamento constante, e que todo esforço seja direcionado para esse único fim.
Os que foram contemplados com talentos superiores não devem depreciar
o valor dos serviços daqueles que são menos dotados do que eles. O menor
legado é um legado de Deus. Com a bênção divina, o talento único, mediante o
uso diligente duplicará, e os dois usados no serviço de Cristo aumentarão para
quatro; e assim o instrumento mais humilde pode crescer em poder e utilidade. O
propósito sincero, os esforços abnegados, todos são vistos, apreciados e aceitos
pelo Deus do Céu. “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos”. Mateus
18:10. Deus, unicamente, pode calcular o valor de seu serviço, e ver a vasta
influência daquele que trabalha para glória de seu Criador.
Devemos fazer o melhor uso de nossas oportunidades e estudar para nos
apresentar aprovados perante Deus. O Senhor aceitará nossos melhores esfor-
ços; mas ninguém pense que Ele Se agradará com a ignorância e a inabilidade
quando, com o devido aproveitamento de privilégios concedidos, melhor serviço
pode ser fornecido. Não devemos menosprezar o dia de pequenas coisas; mas
através de diligente cuidado e perseverança devemos fazer com que as pequenas
oportunidades e talentos contribuam para o nosso progresso na vida divina, e
nos apressem a fazer um serviço melhor e mais inteligente. — The Review and
[86] Herald, 1 de Maio de 1888.

84
Trabalho fiel, 20 de Março

Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. Não nos
julguemos mais uns aos outros. Romanos 14:12-13.

Quando tivermos feito tudo o que pudermos fazer, devemos nos contar como
servos inúteis. Não há lugar para orgulho em nossos esforços, pois somos de-
pendentes a cada momento da graça de Deus e não há nada que não tenhamos
recebido. Disse Jesus: “Sem Mim nada podeis fazer”. João 15:5.
Somos responsáveis apenas pelos talentos que Deus nos concedeu. O Senhor
não reprova os servos que duplicam seus talentos, que fazem de acordo com as
suas habilidades. Os que deste modo provam sua fidelidade podem ser elogiados e
recompensados; mas os que perdem tempo na vinha, que nada fazem, ou realizam
negligentemente o trabalho do Senhor, por seus atos manifestam seu real interesse
no trabalho ao qual foram chamados. [...] O talento dado a eles para a glória de
Deus e para a salvação de almas foi desconsiderado e mal usado. O bem que
deveria ter feito é deixado incompleto, e o Senhor não pode receber o que é Seu
com juros.
Que ninguém lamente não possuir maiores talentos para usar pelo Mestre.
Enquanto você se mostra insatisfeito e reclama, está perdendo tempo precioso e
desperdiçando valiosas oportunidades. Agradeça a Deus habilidades que tem e ore
para que seja capacitado a atender as responsabilidades que têm sido colocadas
sobre você. Se deseja ser mais útil, prossiga trabalhando e adquira o que deseja.
Trabalhem com firme paciência, e façam o melhor possível, independente do que
outros fizerem. “Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. Romanos
14:12. Não sejam nossas palavras ou pensamento: “Quem dera que eu tivesse
uma obra maior! Ah, se eu estivesse nessa ou naquela posição!”
Cumpram seu dever onde estão. Façam os melhores investimentos possíveis
com o dom que lhes é confiado, em cada lugar onde seu trabalho tenha maior
mérito perante Deus. Deixem toda murmuração e contenda. Não trabalhem
pela supremacia. Não invejem os talentos alheios, pois isso não aumentará sua
capacidade de realizar uma obra boa ou grande. Usem seus talentos com mansidão
e humildade, em confiante fé, e esperem até ao dia do ajuste, e não terão motivo
de remorso ou vergonha. — The Review and Herald, 1 de Maio de 1888. [87]

85
Trabalhando com Jesus, 21 de Março

E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas obras. Apocalipse 22:12.

O Senhor Jesus examinará cada talento, e espera receber juros na proporção


da quantia de capital confiado. Por Sua própria humilhação e agonia, Cristo
pagou o preço da nossa salvação e tem direito aos nossos serviços. O próprio
nome de servo sugere o ato de fazer o trabalho, ter responsabilidades. Todas as
nossas habilidades, todas as nossas oportunidades nos foram confiadas para sábio
aperfeiçoamento, a fim de que Cristo possa receber com juros o que é Seu.
O Mestre celestial ascendeu aos Céus, tornou cativo o cativeiro, e deu dons
a homens e mulheres — tesouros divinos de verdade para serem apresentados
a todo o mundo. Que uso temos feito individualmente desses dons, os talentos
em nossas mãos? Estamos nós, como o servo tolo e infiel, enterrando esses
talentos no mundo, onde não trarão nenhum retorno a Deus? Cabe a todos com
cuidadosa fidelidade aperfeiçoar os talentos a eles confiados, pois os talentos são
aperfeiçoados quando usados para o bem da humanidade e para a glória de Deus.
Cada pessoa deve buscar primeiro o reino de Deus e Sua justiça. Não devemos
gastar toda a força do cérebro, dos ossos e músculos em interesses e negócios
seculares, pois se assim fizermos estaremos pondo em perigo nossos interesses
espirituais e poderemos perder uma eternidade de alegria. Todo o universo não
caído está interessado na grande obra que Cristo veio realizar em nosso mundo,
e até mesmo em nossa salvação. Não deveriam os mortais na Terra cooperar com
o nosso Redentor, que ascendeu ao Céu para interceder por nós? Não devemos
nós mostrar zelo especial e interesse ardente, no trabalho que foi planejado no
Céu para ser realizado no mundo para o bem de homens e mulheres? Será que
nós, que fomos comprados com o precioso sangue de Cristo, recusaremos fazer
o trabalho deixado em nossas mãos — recusaremos cooperar com os agentes
celestiais no trabalho de salvar os perdidos? Não iremos até mesmo aos confins
da Terra para deixar brilhar diante do nosso próximo a luz da verdade que nos
[88] foi dada? — The Review and Herald, 24 de Janeiro de 1893.

86
Multiplicando talentos, 22 de Março

[O reino dos Céus] [...] será como um homem que, ausentando-se do país,
chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos,
a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade;
e, então, partiu. Mateus 25:14-15.

Não deixe que o trabalho que precisa ser feito espere pela ordenação de
pastores. Se não há pastores para fazerem o trabalho, que homens e mulheres
inteligentes, sem pensar como poderão acumular o maior número de bens, estabe-
leçam a si mesmos nessas cidades e vilas e levantem a bandeira da cruz, usando
o conhecimento que adquiriram em ganhar pessoas para a verdade.
O conhecimento da verdade é muito precioso para ser acumulado, confinado, e
escondido na terra. Mesmo um só talento confiado pelo Mestre deve ser fielmente
empregado para ganhar outros talentos também. Onde estão os homens e as
mulheres que foram refrigerados com ricas correntes de bênçãos vindas do
trono de Deus? Que perguntem a si mesmos o que têm feito para comunicar
esta luz àqueles que não tiveram as mesmas vantagens. Como, aqueles que têm
negligenciado o uso de seus talentos, resistirão ao julgamento, quando cada
motivo for examinado? O Mestre Celestial concedeu talentos a cada um dos Seus
servos. “A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo
a sua própria capacidade”. Mateus 25:15.
Deus não concedeu talentos apenas a alguns escolhidos, mas a todos Ele
confiou algum dom particular, para ser empregado em Seu serviço. Muitos a
quem o Senhor deu preciosos talentos se têm recusado a empregá-los para o
progresso do reino de Deus; não obstante, eles se acham sob obrigação para com
Deus pelo uso de Seus dons. Cada um, seja servindo a Deus ou a si mesmo, é
possuidor de algum depósito, cujo emprego devido trará glória a Deus, e cujo
mau emprego roubará ao Doador. O fato de os possuidores de talentos não
reconhecerem os direitos de Deus sobre eles não diminui a sua culpa. Se nesta
vida escolherem se posicionar diante da bandeira do príncipe das trevas, vão se
achar inconfessos por Cristo no dia do ajuste final. — The Signs of the Times, 23
de Janeiro de 1893. [89]

87
Fidelidade no uso dos talentos, 23 de Março

O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e


ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros
dois. Mateus 25:16-17.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. O
preço do resgate foi pago por todos os filhos e filhas de Adão, e [o fato] de os que
foram resgatados pelo precioso sangue de Cristo recusarem lealdade a Ele não os
poupará da retribuição que virá sobre eles no último dia. Terão que responder
por sua negligência em usar para o Mestre os talentos a eles confiados. Terão que
responder pelas censuras feitas contra seu Criador e Redentor, por roubarem a
Deus ao recusarem usar seus talentos no serviço dEle, e por enterrarem os bens
do Senhor na terra.
A família humana compõe-se de agentes morais responsáveis, e do mais
alto e bem dotado ao mais humilde e desconhecido, todos são depositários dos
bens do Céu. O tempo é um dom confiado por Deus e deve ser diligentemente
aproveitado no serviço de Cristo. A influência é um dom de Deus e deve ser
exercida em promover os mais elevados e nobres objetivos. Cristo morreu na cruz
do Calvário para que toda a nossa influência pudesse ser usada para exaltá-Lo
diante de um mundo a perecer. Aqueles que contemplam a Majestade do céu
morrendo na cruz por suas transgressões valorizarão a própria influência somente
quando levarem homens e mulheres a Cristo, e a usarão unicamente para este
propósito. A inteligência é um talento confiado. A compaixão e as afeições são
talentos que devem ser conservados e aperfeiçoados, para que possamos prestar
serviços Àquele a quem pertencemos por aquisição.
Tudo quanto somos ou possamos ser pertence a Deus. A educação, a disciplina
e a habilidade em todo sentido devem ser usadas para Ele. [...] Quer a importância
confiada seja grande quer pequena, o Senhor requer que Seus mordomos façam
o melhor que puderem. Não é a importância depositada ou o aproveitamento
obtido que traz aos homens a aprovação do Céu, mas a fidelidade, a lealdade a
Deus, o amoroso serviço prestado, que trazem a bênção divina: “Bem está, bom
e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo de
teu Senhor”. Mateus 25:23. Esta recompensa de alegria não espera até entrarmos
na cidade de Deus, o servo fiel tem um antegozo dela mesmo aqui nesta vida. —
[90] The Signs of the Times, 23 de Janeiro de 1893.

88
O talento da fala, 24 de Março

Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; nos Teus lábios se extravasou
a graça; por isso, Deus Te abençoou para sempre. Salmos 45:2.

Pelo esforço diligente todos podem adquirir a capacidade de ler inteligivel-


mente e falar em tom claro e sonoro, e de maneira distinta e impressionante.
Fazendo isso podemos desenvolver grandemente nossa eficiência como obreiros
de Cristo.
Cada cristão é chamado para anunciar a outros as insondáveis riquezas de
Cristo; por isso deve buscar a perfeição em se expressar. Deve apresentar a
Palavra de Deus de maneira tal que a recomende aos ouvintes. Deus não deseja
que Seus porta-vozes sejam incultos. Não é Sua vontade que o homem restrinja
ou rebaixe a corrente celeste que flui para o mundo através dEle.
Devemos contemplar a Jesus como modelo perfeito; devemos solicitar o
auxílio do Espírito Santo, e em Seu poder procurar educar todos os órgãos para
um trabalho perfeito.
Isso se aplica especialmente aos que são chamados para o ministério público.
Todo pregador e todo instrutor deve lembrar que está dando ao povo uma mensa-
gem que encerra interesses eternos. A verdade anunciada os julgará no dia do
grande ajuste final. E para alguns a maneira de alguém apresentar a mensagem
determinará sua aceitação ou rejeição. Que a Palavra seja falada de modo que
apele ao entendimento e impressione o coração. Que seja pronunciada compas-
sada, distinta e solenemente, mas com toda a sinceridade que sua importância
requer.
A cultura e uso convenientes do dom da palavra se relacionam com todos
os ramos da obra cristã; penetra na vida familiar e em todo intercâmbio mútuo.
Devemos acostumar-nos a falar em tom agradável, usando linguagem pura e
correta, com palavras amáveis e corteses. Palavras suaves e bondosas são para o
espírito como o orvalho e a chuva branda. A Escritura diz de Cristo, que havia
em Seus lábios uma graça tal que sabia “dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao
[...] cansado”. Isaías 50:4. — Parábolas de Jesus, 335-336. [91]

89
Revelando o amor de Jesus, 25 de Março

O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa
palavra ao cansado. Isaías 50:4.

Todos quantos nos cercam são pessoas aflitas. Aqui e ali, por toda parte,
podemos encontrá-las. Procuremos esses sofredores e demos-lhes uma palavra
a seu tempo para lhes confortar o coração. Sejamos sempre condutos por onde
fluam as refrigerantes águas da compaixão.
Em todas as nossas relações devemos lembrar que há, na vida dos outros,
capítulos fechados às vistas mortais. Há, nas páginas da memória, tristes histórias
que são cuidadosamente guardadas de olhares curiosos. Aí se encontram regis-
tradas longas, renhidas batalhas com circunstâncias difíceis, talvez perturbações
da vida doméstica, que enfraquecem dia a dia o ânimo, a confiança e a fé. Os que
estão lutando a batalha da vida em grande desvantagem de condições podem ser
fortalecidos e animados por pequeninas atenções que não custam mais que um
amorável esforço. Para esses, o caloroso e ajudador aperto de mão dado por um
verdadeiro amigo vale mais do que prata ou ouro. As palavras de bondade são
recebidas com tanto agrado como o sorriso dos anjos.
Há multidões lutando com a pobreza, obrigadas a batalhar duramente por pe-
quenos salários, e mal podendo garantir as mais rudimentares exigências da vida.
A labuta e a privação, sem esperança de coisas melhores, tornam excessivamente
pesada sua carga. E, quando a isso se ajuntam a dor e a doença, o fardo é quase
insuportável. Alquebrados e oprimidos, não sabem para onde se voltar em busca
de auxílio. Compadeçam-se deles em suas provações, mágoas e decepções. Isso
abrirá o caminho para ajudá-los. Falem das promessas de Deus, orem com eles e
por eles, inspirem-nos com a esperança. [...]
Sede coobreiros de Deus. Enquanto a desconfiança e a separação estão
penetrando por todo o mundo, os discípulos de Cristo devem revelar o espírito
que reina no Céu. Falem como Ele falaria, ajam como Ele haveria de agir.
Revelem constantemente a doçura de Seu caráter. Manifestem aquela profusão
de amor que se acha na base de todos os Seus ensinos e de todo o Seu trato
com os homens. Os mais humildes obreiros, em cooperação com Cristo, podem
tocar cordas cujas vibrações ressoarão até aos extremos da Terra, e ecoarão
harmoniosamente através dos séculos eternos. — A Ciência do Bom Viver,
[92] 158-159.

90
A influência da fala, 26 de Março

Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta
à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou
algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer. Colossenses 4:3-4.

Deus não deu talentos extravagantemente. Aquele que sabe todas as coisas,
que conhece pessoalmente cada um, deu a cada pessoa seu trabalho. Aqueles a
quem Ele confiou muito não devem se orgulhar, pois o que possuem não pertence
a si mesmos; foi-lhes emprestado como experiência. Dia após dia, Deus está
testando homens e mulheres, para ver se O reconhecerão como doador de tudo
que possuem. Ele os observa para ver se provarão serem dignos das riquezas
eternas. O uso que fazem de seus preciosos dons decidirá seu destino para a
eternidade.
De todos os dons que Deus confiou aos Seus filhos, nenhum é capaz de
ser tão grande bênção como o dom da palavra. Com a língua convencemos e
persuadimos; com ela oferecemos oração e louvor a Deus; e com ela falamos
a outros do amor do Redentor. Deus deseja que consagremos esse dom ao
Seu serviço, falando apenas palavras que ajudem os que estão ao nosso redor.
E se Cristo governa o coração, nossas palavras revelarão a pureza, beleza e
fragrância de um caráter moldado e aperfeiçoado por Ele. Mas se estamos debaixo
da orientação do inimigo de tudo o que é bom, nossas palavras ecoarão seus
sentimentos. Observe bem suas palavras. Consagre o seu dom da fala para o
serviço do Senhor, pois Ele um dia requererá isso de você.
Cada um de nós exerce influência sobre aqueles com quem entramos em
contato. Obtemos de Deus essa influência e somos responsáveis pelo modo como
a usamos. Deus planeja que ela atue do lado da verdade; mas cabe a cada um de
nós decidir se nossa influência será pura e nobre, ou se atuará como uma malária
venenosa. Aqueles que são participantes da natureza divina manifestam uma
influência que é semelhante à de Cristo. Santos anjos os assistem em seu caminho
e todos com quem eles entram em contato são ajudados e abençoados. Mas os
que não recebem a Cristo como seu Salvador pessoal não podem influenciar
outros para o bem. [...] Vigiem bem a sua influência; exercê-la a favor do Senhor
é o “culto racional de vocês”. — The Signs of the Times, 21 de Janeiro de 1897. [93]

91
Testemunho cativante, 27 de Março

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que
for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça
aos que ouvem. Efésios 4:29.

Como seguidores de Cristo, nossas palavras devem ser um auxílio e enco-


rajamento a outros na vida cristã. Precisamos falar dos preciosos capítulos de
nossa experiência muito mais do que o fazemos. É bom falarmos da misericórdia
e longanimidade de Deus, e da incomparável profundeza do amor do Salvador.
Nossas palavras devem ser expressões de louvor e ações de graças. Se o coração
e a mente estiverem cheios do amor de Deus, isso será revelado na conversação.
Não nos será difícil transmitir aquilo que experimentamos na vida espiritual.
Grandes pensamentos, aspirações nobres, percepção clara da verdade, propósitos
liberais, anelos de piedade e santidade produzirão frutos em palavras que revelam
o caráter do tesouro do coração. Quando Cristo for assim manifestado em nossa
linguagem, ela terá o poder de conquistar pessoas para Ele.
Devemos falar de Cristo aos que O não conhecem. Devemos fazer o que Cristo
fez. Onde quer que estivesse, na sinagoga, à beira do caminho, no barco afastado
da margem, no banquete do fariseu ou à mesa do publicano, falava aos homens das
coisas pertinentes à vida mais elevada. As coisas da natureza, os acontecimentos
da vida diária eram por Ele relacionados com as palavras da verdade. O coração
dos ouvintes era atraído para Ele, porque curava as enfermidades, confortava os
aflitos, e tomava nos braços seus filhinhos e os abençoava. Quando abria os lábios
para falar, a atenção deles se voltava para Ele, e toda palavra era para alguém um
cheiro de vida para vida. [...]
Onde quer que estejamos, devemos vigiar as oportunidades de falar do Sal-
vador a outros. Se seguirmos o exemplo de Cristo em fazer o bem, os corações
estarão abertos a nós como estiveram a Ele. Não abruptamente, mas com o tato
oriundo do amor divino poderemos falar dAquele que “traz a bandeira entre dez
mil”, e é “totalmente desejável”. Cantares 5:10, 16. Essa é a mais elevada obra em
que podemos empregar o talento da linguagem. Foi-nos dado para que possamos
apresentar Cristo como o Salvador que perdoa os pecados. — Parábolas de Jesus,
[94] 338-339.

92
Poder para o bem ou mal, 28 de Março

E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da


redenção. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos
perdoou. Efésios 4:30, 32.

A vida de Cristo foi uma influência sempre crescente e ilimitada; uma in-
fluência que O ligava a Deus e a toda a família humana. Mediante Cristo, Deus
conferiu ao homem uma influência que lhe torna impossível viver para si próprio.
Individualmente temos ligação com nossos semelhantes, parte da grande família
de Deus, e estamos sob obrigações mútuas. Ninguém pode ser independente de
seu próximo; porque o bem-estar de cada um afeta os outros. É propósito de Deus
que cada um se sinta indispensável ao bem-estar dos outros e procure promover
a sua felicidade.
Cada pessoa está circundada de uma atmosfera própria, que pode estar car-
regada do poder vivificante da fé, do ânimo, da esperança, e perfumada com a
fragrância do amor. Ou pode estar pesada e fria com as nuvens do descontenta-
mento e egoísmo, ou intoxicada com o contato mortal de um pecado acariciado.
Pela atmosfera que nos envolve, toda pessoa com quem nos comunicamos é
consciente ou inconscientemente afetada.
Esta é uma responsabilidade de que não nos podemos livrar. Nossas palavras,
nossos atos, nosso traje, nosso procedimento, até a expressão fisionômica tem sua
influência. Da impressão assim deixada dependem conseqüências imensuráveis
para bem ou para mal. Todo impulso assim comunicado é uma semente que
produzirá sua colheita. É um elo na longa cadeia de eventos humanos que não
sabemos até aonde se estende.
Se por nosso exemplo ajudamos outros na formação de bons princípios,
estamos lhes dando a capacidade de fazer o bem. Eles, por sua vez, exercem a
mesma influência sobre outros, e estes sobre terceiros. Assim, por nossa influência
inconsciente, milhares podem ser abençoados.
Atira-se uma pedra num lago e forma-se uma onda, e a ela se seguem outras;
e, à medida que crescem, o círculo se amplia até atingir a margem. O mesmo
se dá com nossa influência. Além do nosso conhecimento e arbítrio ela atua em
outros para bênção ou maldição. — Parábolas de Jesus, 339-340. [95]

93
O uso correto da influência, 29 de Março

Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco


também é injusto no muito. Lucas 16:10.

O caráter é um poder. O testemunho silencioso de uma vida sincera, desin-


teressada e piedosa exerce influência quase irresistível. Manifestando em nossa
vida o caráter de Cristo, cooperamos com Ele na obra de salvar pessoas. Somente
revelando em nossa vida o Seu caráter é que podemos colaborar com Ele. E
quanto mais vasta a esfera de nossa influência, tanto maior bem podemos fazer.
Quando os que professam servir a Deus seguirem o exemplo de Cristo, praticando
na vida diária os princípios da lei, quando todos os seus atos testemunharem de
que amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos, então a
igreja terá o poder de abalar o mundo.
Contudo deve ser lembrado que a influência não deixa de ser um poder para
o mal. É terrível alguém perder sua vida, mas causar a perdição de outras é pior
ainda. Que nossa influência seja um cheiro de morte para morte é um pensamento
horrível; contudo é possível. Muitos que professam ajuntar com Cristo estão
espalhando. Este é o motivo de a igreja ser tão fraca. Muitos tomam a liberdade
de criticar e acusar. Expressando suspeita, inveja e descontentamento, entregam-
se a Satanás como instrumentos. Antes que reconheçam o que estão fazendo, o
inimigo conseguiu seu propósito por meio deles. A impressão do mal foi feita,
a sombra foi projetada, os dardos de Satanás atingiram o alvo. Desconfiança,
incredulidade e degradante infidelidade tomaram posse daqueles que de outra
maneira poderiam ter aceitado a Cristo.
Enquanto isso os obreiros de Satanás olham complacentemente aos que
arrastaram ao ceticismo, e agora estão empedernidos contra toda admoestação e
súplica. Lisonjeiam-se de que em comparação com essas pessoas são virtuosos
e justos. Não reconhecem que esses pobres náufragos do caráter são vítimas de
sua língua desenfreada e de seu coração rebelde. Foi através de sua influência
que esses tentados caíram.
Assim, a frivolidade, a condescendência egoísta e a indiferença despreo-
cupada por parte de cristãos professos estão desviando muitos do caminho da
vida. Muitos há que temerão enfrentar no tribunal de Deus os resultados de sua
influência. Somente pela graça de Deus é que podemos utilizar sabiamente essa
[96] dádiva. — Parábolas de Jesus, 340-341.

94
A aprovação do céu, 30 de Março

E se vocês não forem dignos de confiança em relação ao que é dos outros,


quem lhes dará o que é de vocês? Nenhum servo pode servir a dois
senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará
outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro. Lucas 16:12-13 (NVI).

Existem muitos que professam ser cristãos e não estão unidos com Cristo.
Sua vida diária, seu espírito, mostra que Cristo, a Esperança da glória, não está
formado no interior. Não se pode depender deles, neles não se pode confiar.
Estão ansiosos de reduzir seu serviço ao mínimo do esforço, exigindo, ao mesmo
tempo, o máximo de salário. O nome “servo” se aplica a cada pessoa; pois somos
todos servos, e é bom que observemos o modelo a que estamos nos conformando.
É o modelo da infidelidade ou da fidelidade?
Têm os servos em geral a disposição de fazer quanto é possível? Em vez
disso, não tem predominado o padrão de empurrar o trabalho o mais rápido e
facilmente possível, e conseguir o pagamento com o menor custo? O objetivo não
é ser tão esmerado quanto possível, mas ganhar a remuneração. Os que professam
ser servos de Cristo não devem esquecer a recomendação do apóstolo Paulo:
“Servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só
na aparência, como para agradar aos homens mas em simplicidade de coração,
temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao
Senhor, e não aos homens; sabendo que recebereis do Senhor o galardão da
herança, porque a Cristo, o Senhor, servis”. Colossences 3:22-24.
Os que entram na obra como “servos que só trabalham em presença do amo”,
verificarão que seu trabalho não poderá sofrer a inspeção dos homens ou dos
anjos. O essencial para o trabalho bem-sucedido é o conhecimento de Cristo;
pois esse conhecimento proporcionará bons princípios de justiça, comunicará
um nobre e abnegado espírito, como o de nosso Salvador a quem professamos
servir. Fidelidade, economia, cuidado, perfeição devem caracterizar toda a nossa
obra, seja onde for que estejamos — quer na cozinha, quer na oficina, na redação
como no hospital, no colégio ou onde quer que nos achemos envolvidos na obra
do Senhor. “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto
no pouco também é injusto no muito”. Lucas 16:10. — Mensagens aos Jovens,
229-230. [97]

95
Os dons pertencem a Deus, 31 de Março

Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2.

Muitos, ao invés de consagrar seus recursos ao serviço de Deus, olham para


o seu dinheiro como pertencendo a si mesmos e dizem que têm o direito de
usá-lo como lhes convém. Como os habitantes do mundo na época de Noé,
usam os dons de Deus para benefício próprio. Até mesmo alguns que professam
conhecer e amar ao Senhor fazem isso. Deus lhes revelou Sua vontade. Pediu que
entregassem tudo o que têm a Ele; mas o amor ao mundo perverteu sua vontade
e endureceu o coração. Recusam-se a obedecer Àquele a quem devem tudo que
têm. Apesar do Seu apelo, agarram seus tesouros nos braços, esquecendo-se de
que o Doador tem algum direito sobre eles. Assim, as bênçãos dadas por Deus se
transformam em maldição pelo modo errado com são usadas.
Cristo entendeu o perigo do amor ao dinheiro, pois disse: “Quão difícil é para
os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!” [...] Hoje Ele pede que
demos especial atenção aos interesses eternos. Ele gostaria que sujeitássemos
todo interesse terreno ao Seu serviço. “Que aproveita ao homem”, Ele indaga,
“ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”
O direito de Deus ao nosso serviço é medido pelo infinito sacrifício que Ele
fez por nossa salvação. “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto
de sermos chamados filhos de Deus.” Por nossa causa Cristo levou uma vida
de sofrimento e privação. Ele foi puro e santo, contudo, sobre Ele foi colocada
a iniqüidade de todos nós. [...] Com um toque de Sua mão curava o doente;
no entanto, Ele sofreu dores horríveis no corpo. Com uma palavra expulsava
demônios, e libertava os que estavam aprisionados pelas tentações de Satanás;
contudo Lhe sobrevieram tentações como ninguém jamais sofreu. Ele ressuscitou
o morto pelo Seu poder, no entanto sofreu a agonia da mais terrível morte.
Tudo isso Cristo sofreu por nós. Que estamos dando a Ele em retorno?
Ele, a Majestade do Céu, submeteu-Se pacientemente ao escárnio e insulto.
[...] Deveríamos nós considerar algum sacrifício como sendo muito grande?
Deveríamos hesitar em render a Deus nosso culto racional? — The Signs of the
[98] Times, 21 de Janeiro de 1897.

96
Abril
Verdadeira sabedoria, 1 de Abril

Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.


Provérbios 3:13.

A verdadeira sabedoria é um tesouro tão perdurável como a própria eterni-


dade. Muitos dos homens que o mundo chama sábios, são sábios apenas a seus
próprios olhos. Satisfeitos com a aquisição da sabedoria mundana, não entram
nunca no jardim de Deus, para se relacionarem com os tesouros da ciência contida
em Sua Santa Palavra. Julgando-se sábios, são ignorantes no que diz respeito à
sabedoria que precisam possuir todos quantos houverem de obter a vida eterna.
Nutrem desprezo pelo livro de Deus, o qual, se estudado e obedecido, os tornaria
verdadeiramente sábios.
A Bíblia é para eles um mistério impenetrável. As verdades maravilhosas
e profundas do Antigo e do Novo Testamento são obscuras para eles, porque
as coisas espirituais não sãos discernidas espiritualmente. Precisam aprender
que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e que sem essa sabedoria seu
aprendizado é de pouco valor.
Aqueles que estão se esforçando para obter educação na área das ciências,
mas que não aprenderam a lição de que o temor do Senhor é o princípio da sabe-
doria, estão trabalhando sem amparo e de maneira incompetente, questionando a
realidade de tudo. Eles podem adquirir educação nas ciências, mas a menos que
ganhem conhecimento da Bíblia e de Deus não possuem a verdadeira sabedoria.
Pessoas iletradas, que conhecem a Deus e a Jesus Cristo, possuem sabedoria mais
duradoura que os mais cultos que desprezam a instrução de Deus. — SDABC,
3:1156.
A verdadeira sabedoria está infinitamente acima da compreensão dos sábios
segundo o mundo. A sabedoria oculta, que é Cristo formado em nós, a esperança
da glória, é sabedoria tão elevada como o Céu. Os profundos princípios da
piedade são sublimes e eternos. A experiência cristã, unicamente, nos pode
ajudar a compreendermos esse problema, e obter os tesouros de conhecimento
que têm sido ocultos nos conselhos de Deus, mas estão agora sendo revelados
a todos os que têm ligação vital com Cristo. — The Review and Herald, 18 de
[99] Julho de 1899.

98
Recompensas do estudo da Bíblia, 2 de Abril

Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo


mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam
enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o
primeiro. 2 Pedro 2:20.

Grande luz foi concedida aos reformadores; muitos deles, porém, aceitaram
os enganos do erro pela má interpretação das Escrituras. Esses erros foram
transmitidos através dos séculos, mas, embora sejam muito antigos, não têm
a apoiá-los um “Assim diz o Senhor”. Pois o Senhor declarou: “Não alterarei
o que saiu dos Meus lábios”. Salmos 89:34. Em Sua grande misericórdia, o
Senhor permitiu que nestes últimos dias brilhasse ainda maior luz. Enviou-nos
Sua mensagem, revelando Sua lei e mostrando-nos o que é verdade.
Cristo é a fonte de todo conhecimento. NEle centralizam-se as nossas es-
peranças de vida eterna. Ele é o maior mestre que o mundo já conheceu e, se
quisermos ampliar a mente das crianças e dos jovens, e induzi-los, se possível,
a ter amor à Bíblia, devemos firmar-lhes a mente na verdade clara e simples,
extraindo o que tem estado coberto pelo entulho da tradição, e pondo à mostra as
preciosas jóias. Incentivem-nos a pesquisar esses assuntos, e o esforço empregado
será uma disciplina inestimável.
A revelação de Deus, segundo é apresentado em Jesus Cristo, provê um
grandioso assunto para meditação, o qual, se for estudado, aguçará a mente,
e elevará e enobrecerá as faculdades. À medida que o instrumento humano
aprender essas lições na escola de Cristo, procurando tornar-se como Ele era,
manso e humilde de coração, aprenderá a mais proveitosa de todas as lições: que
o intelecto só é supremo quando santificado por viva conexão com Deus. [...]
A maior sabedoria, e a mais essencial, é o conhecimento de Deus. O próprio
eu se reduz a uma insignificância quando contempla a Deus e a Jesus Cristo,
a quem Ele enviou. A Bíblia precisa tornar-se o fundamento de todo o estudo.
Individualmente precisamos aprender deste livro que Deus nos deu, a condição
para a salvação de nossa alma, pois é o único livro que nos diz o que devemos
fazer para ser salvos. Não somente isto, mas dela também se pode obter vigor
intelectual. — Fundamentos da Educação Cristã, 450-451. [100]

99
O espírito e a palavra, 3 de Abril

Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem
de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
1 Coríntios 2:12.

É desígnio de Deus que, mesmo nesta vida, a verdade seja sempre desvendada
a Seu povo. Há unicamente um modo em que esse conhecimento pode ser obtido.
Só podemos alcançar a compreensão da Palavra de Deus mediante a iluminação
do Espírito pelo qual foi dada a Palavra. “Ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus”; “porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus”. 1 Coríntios 2:11-10. E a promessa do Salvador a Seus
discípulos foi: “Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda
a verdade; [...] porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar”. João
16:13-14.
Deus deseja que o homem exerça suas faculdades de raciocínio; e o estudo
da Bíblia fortalecerá e enobrecerá o espírito como nenhum outro estudo o poderá
fazer. É o melhor exercício mental e espiritual para a mente humana. Devemos,
entretanto, acautelar-nos contra o deificar a razão, que é sujeita às fraquezas e
enfermidades da humanidade. Se não quisermos que as Escrituras se envolvam
em trevas para nosso entendimento, de modo que as mais claras verdades não
sejam compreendidas, temos de ter a simplicidade e a fé de uma criancinha, pronta
a aprender, e suplicando o auxílio do Espírito Santo. Uma intuição do poder e
sabedoria de Deus, e de nossa incapacidade de compreender Sua grandeza, deve
inspirar-nos humildemente, e devemos abrir Sua Palavra como se chegássemos à
Sua presença, com santo temor. Quando nos achegamos à Bíblia, a razão deve
reconhecer uma autoridade superior a si mesma, e coração e intelecto devem
prostrar-se diante do grande EU SOU.
Só avançaremos em verdadeiro conhecimento espiritual à medida que reco-
nhecermos nossa pequenez e nossa completa dependência de Deus; mas todos
os que se aproximam da Bíblia com espírito dócil e devoto, para estudar suas
expressões como a Palavra de Deus, receberão iluminação divina. Há muitas
coisas aparentemente difíceis ou obscuras que Deus tornará claras e simples aos
que assim buscarem compreendê-las. [...]
Há minas de verdade ainda por descobrir por parte do fervoroso pesquisador.
Cristo representou a verdade como sendo um tesouro escondido em um campo.
Não está logo na superfície; para encontrá-lo é preciso cavar. Mas nosso êxito
em encontrá-lo não depende tanto de nossa capacidade intelectual como de nossa
humildade de coração, e da fé que se apropria da ajuda divina. — Testemunhos
[101] para a Igreja 5:703-704.

100
Sabedoria divina, 4 de Abril

Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar do entendimento? Jó


28:20.

Irmãos, vocês terão de lutar com dificuldades, de ter encargos, de dar conse-
lhos, de planejar e executar, buscando continuamente o auxílio de Deus. Orem e
trabalhem, trabalhem e orem; como discípulos na escola de Cristo, aprendam de
Jesus.
O Senhor nos deu a promessa: “Se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á
dada”. Tiago 1:5. É o plano de Deus que os que têm responsabilidades se reúnam
muitas vezes para se aconselharem entre si, e orarem pedindo aquela sabedoria
que somente Ele pode comunicar. Falem menos; muito tempo precioso é perdido
em conversas que não trazem luz. Reúnam-se os irmãos com jejum e oração
em busca da sabedoria que Deus prometeu fornecer liberalmente. Levem ao
conhecimento de Deus as suas dificuldades. Digam-Lhe, como Moisés: “Eu não
posso guiar a este povo, a não ser que a Tua presença vá comigo”. Êxodo 33:15.
E então, peçam ainda: “Rogo-Te que me mostres a Tua glória”. Êxodo 33:18.
Que é essa glória? — O caráter de Deus. Foi isso que Ele proclamou a Moisés.
Em fé viva, una-se a pessoa com Deus. Profira a língua o Seu louvor. Quando
se reunirem, dirijam reverentemente o espírito à contemplação das realidades
eternas. Assim estarão ensinando uns aos outros a ter mentes espirituais. Quando
sua vontade se achar em harmonia com a divina, estarão em harmonia uns com
os outros; terão Cristo ao seu lado como conselheiro.
Enoque andava com Deus. Todo obreiro de Cristo pode fazer o mesmo. Podem
dizer com o salmista: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por
isso que Ele está à minha mão direita, nunca vacilarei”. Salmos 16:8. Enquanto
sentirem não possuir nenhuma suficiência própria, sua suficiência estará em Jesus.
Se esperam que todo o conselho e sabedoria venham dos homens, mortais e finitos
como vocês, receberão unicamente auxílio humano. Se vocês se dirigirem a Deus
em busca de auxílio e sabedoria, Ele nunca os deixará decepcionados em sua fé.
— Obreiros Evangélicos, 417, 418. [102]

101
Excelência pessoal, 5 de Abril

Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o
rico, nas suas riquezas. Jeremias 9:23.

Deus é a fonte de toda a sabedoria. É infinitamente sábio, justo e bom. Sem


Cristo, os mais sábios homens que já tenham existido não O podem compreender.
Podem professar sabedoria; podem gloriar-se em suas realizações; mas o mero
conhecimento intelectual, à parte das grandes verdades que se centralizam em
Cristo, é como nada. [...]
Se os homens pudessem enxergar um momento para além do horizonte da
visão finita, se pudessem ter um vislumbre do Eterno, e toda boca se calaria
com seu orgulho. Finitos são os homens que vivem neste pequenino átomo de
mundo; Deus tem inumeráveis mundos obedientes a Suas leis, e dirigidos para
Sua glória. Quando os homens avançarem em suas pesquisas científicas até aonde
lhes permitam as limitadas faculdades, existe ainda para além uma infinidade
que lhes escapa à apreensão.
Antes de o homem se tornar realmente sábio, cumpre-lhe avaliar sua depen-
dência de Deus, e encher-se de Sua sabedoria. Ele é a fonte do poder intelectual,
bem como do espiritual. Os maiores homens, que atingiram o que o mundo
considera o máximo na ciência, não devem se comparar com o amado João ou o
apóstolo Paulo. É quando se combinam a capacidade intelectual e a espiritual
que se atinge a mais alta norma de varonilidade. Os que assim fizerem, Deus
aceitará como coobreiros Seus no preparo das mentes.
Conhecer a nós mesmos é grande ciência. O mestre que se aprecia devida-
mente deixará que Deus lhe molde e discipline a mente. E reconhecerá a origem
de sua força. [...] “E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por
que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” 1 Coríntios 4:7. O conheci-
mento de si mesmo leva à humildade e à confiança em Deus; não toma, porém,
o lugar dos esforços para o aperfeiçoamento próprio. Aquele que compreende
as próprias deficiências, não se poupará a sofrimentos para alcançar a mais alta
norma possível na excelência física, mental e moral. — Special Testimonies On
[103] Education, 49-50.

102
Preparo para a vida imortal, 6 de Abril

Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda
espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle,
iluminados os olhos do vosso coração. Efésios 1:17-18.

O melhor modo de impedir o desenvolvimento do mal é ocupar antecipa-


damente o terreno. O máximo cuidado e vigilância são precisos no cultivo do
espírito e na semeadura, nele, das preciosas sementes da verdade bíblica. O Se-
nhor, em Sua grande misericórdia, revelou-nos nas Escrituras as regras do santo
viver. Expõe-nos os pecados a serem evitados; esclarece-nos o plano da salvação
e indica o caminho para o Céu. Inspirou homens santos para que registrassem,
para nosso proveito, instruções relativas aos perigos que infestam o caminho, e
a maneira de a eles fugir. Os que Lhe obedecem à recomendação de examinar
as Escrituras não serão ignorantes dessas coisas. Entre os perigos dos últimos
dias, todo membro da igreja deve compreender as razões de sua esperança e fé
— razões que não são de difícil compreensão. Há suficiente matéria para ocupar
o espírito, caso cresçamos na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus
Cristo. [...]
Se a Bíblia fosse estudada como deveria ser, os homens se tornariam fortes
no intelecto. Os assuntos tratados na Palavra de Deus, a digna simplicidade de
suas declarações, os nobres temas que apresenta ao espírito, desenvolvem no
homem faculdades que não podem ser desenvolvidas de outra maneira. [...]
Deus quer que aproveitemos todos os meios de cultivar e fortalecer nossas
faculdades intelectuais. Fomos criados para uma existência mais elevada e mais
nobre do que é a vida no tempo atual. É este um tempo de preparação para a
futura vida imortal. Onde poderão ser encontrados mais grandiosos temas para
contemplação, mais interessantes assuntos para meditação, do que as sublimes
verdades reveladas na Bíblia? Essas verdades realizarão uma poderosa obra em
favor do homem, se ele tão-somente seguir o que elas ensinam. [...]
Se a Bíblia fosse mais lida, se suas verdades fossem melhor compreendidas,
seríamos um povo muito mais iluminado e esclarecido. Pelo exame de suas
páginas é comunicada energia à alma. Anjos do reino da luz colocam-se ao lado
do diligente pesquisador da verdade, a fim de impressionar e iluminar seu espírito.
Aquele cujo entendimento se acha obscurecido pode encontrar luz mediante o
conhecimento das Escrituras. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 125,
126. [104]

103
Crescimento pela palavra, 7 de Abril

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a


repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra. 2 Timóteo 3:16-17.

O professor da verdade deve avançar em conhecimento, crescendo em graça


e na experiência cristã, cultivando hábitos e práticas que honrarão a Deus e a
Sua Palavra. Ele deve mostrar aos outros como fazer uma aplicação prática da
Palavra. Cada progresso que fazemos em habilidade santificada, em variados
estudos, nos ajudarão a compreender a Palavra de Deus; e o estudo das Escrituras
nos ajuda no estudo de outras áreas essenciais na educação.
Depois do primeiro contato mais íntimo com a Bíblia, o interesse do pesqui-
sador mais ávido cresce rapidamente. A disciplina obtida através de um estudo
regular da Palavra de Deus o capacita a ver uma novidade e beleza na verdade
que antes ele não discernia. Referências a textos, ao falar, se torna natural e fácil
para um estudante da Bíblia.
Acima de tudo mais, é essencial aos professores da Palavra de Deus procu-
rar, com sinceridade, possuir eles mesmos a evidência intrínseca das Escrituras.
Aqueles que desejam ser abençoados com essas evidências devem pesquisar as
Escrituras por si mesmos. Ao aprenderem as lições dadas por Cristo, e compara-
rem verso com verso, para ver se eles mesmos exibem suas credenciais, obterão
conhecimento da Palavra de Deus e a verdade será escrita em seu coração. [...]
Existem muitos casos em que pessoas que têm defendido o cristianismo
contra céticos têm posteriormente perdido a própria salvação nos labirintos do
ceticismo. Contraíram a malária e morreram espiritualmente. Possuíam fortes
argumentos em favor da verdade e muitas provas exteriores, mas não possuíam
firme fé em Cristo. Oh, existem milhares e milhares de cristãos professos que
nunca estudam a Bíblia! Estude a Palavra sagrada com oração para benefício
da própria alma. Ao ouvir a palavra de pregadores vivos, se eles possuem uma
conexão viva com Deus, você perceberá que o Espírito e a palavra estarão em
[105] harmonia. — The Review and Herald, 20 de Abril de 1897.

104
Praticando a verdade, 8 de Abril

Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti. Salmos
119:11.

Estudemos a Palavra que Deus em Sua sabedoria, amor e bondade tornou


clara e simples. O sexto capítulo do Evangelho de João diz-nos o que significa o
estudo da Palavra. Os princípios revelados nas Escrituras devem ser esclarecidos
para a pessoa. Devemos comer a Palavra de Deus; isto é, não devemos desviar-
nos de seus preceitos. Devemos introduzir suas verdades em nossa vida diária,
apossando-nos dos mistérios da piedade.
Orem a Deus. Comunguem com Ele. Provem a própria mente de Deus,
como aqueles que estão esforçando-se por obter a vida eterna, e que devem ter
o conhecimento de Sua vontade. Vocês podem revelar a verdade apenas como
a conhecem em Cristo. Devem receber e assimilar Suas palavras; elas devem
tornar-se parte de vocês mesmos. Isto é o que significa comer a carne e beber o
sangue do Filho de Deus. Devem viver de toda palavra que sai da boca de Deus;
a saber, o que Deus revelou. Nem tudo foi revelado; não poderíamos suportar
tal revelação. Deus, porém, revelou tudo o que é necessário para nossa salvação.
Não devemos deixar Sua Palavra pelas suposições dos homens.
Obtenham um conhecimento experimental de Deus usando o jugo de Cristo.
Ele dá sabedoria aos mansos e humildes, habilitando-os a ajuizar do que é a
verdade, trazendo à luz o porquê e para quê, indicando o resultado de certas
ações. O Espírito Santo ensina o estudante das Escrituras a julgar todas as
coisas pelo padrão de justiça, verdade e retidão. A revelação divina o supre do
conhecimento de que ele necessita. [...]
Tornem a Bíblia seu conselheiro. Sua familiaridade com ela aumentará rapi-
damente se mantiverem a mente livre do lixo do mundo. Quanto mais a Bíblia
for estudada, tanto mais profundo será seu conhecimento de Deus. As verdades
de Sua Palavra lhes serão escritas na mente, causando uma indelével impressão.
Não só o próprio estudante será beneficiado pelo estudo da Palavra de Deus.
Seu estudo é vida e salvação para todos com quem ele se associa. Sentirá ele uma
sagrada responsabilidade de comunicar o conhecimento que recebe. Sua vida
revelará o auxílio e a força que ele recebe da comunhão com a Palavra. [...] De
tais pessoas pode o Senhor Jesus dizer realmente: “São cooperadores de Deus”.
— Conselhos sobre Saúde, 370-372. [106]

105
O espírito torna a palavra interessante, 9 de Abril

Chegue a Ti, Senhor, a minha súplica; dá-me entendimento, segundo a Tua


palavra. Salmos 119:169.

A Bíblia tem sido colocada em segundo plano, ao passo que os dizeres de


assim chamados grandes homens têm sido aceitos em seu lugar. Que o Senhor
nos perdoe o desprezo que temos dado a Sua Palavra. Embora a Bíblia contenha
inestimáveis tesouros e se assemelhe a uma mina repleta de preciosos minérios,
não é apreciada, não é examinada, e suas riquezas não são descobertas.
A misericórdia, a verdade e o amor são muito mais valiosos do que podemos
imaginar; não podemos ter uma provisão demasiado grande desses tesouros, e
é na Palavra de Deus que descobrimos como podemos tornar-nos possuidores
dessas riquezas celestiais; todavia, por que a Palavra de Deus é desinteressante
para muitos cristãos professos? Seria porque a Palavra de Deus não é espírito
e vida? Terá Jesus colocado sobre nós uma incumbência desinteressante, ao
ordenar: “Examinai as Escrituras”? João 5:39. Disse Jesus: “As palavras que
Eu vos disse são espírito e vida”. João 6:63. As coisas espirituais, porém, são
discernidas espiritualmente, e o motivo de sua falta de interesse é terem falta do
Espírito de Deus.
Quando o coração for posto em harmonia com a Palavra, surgirá dentro de
vocês uma nova vida, brilhará nova luz sobre cada linha da Palavra, e ela se
tornará a voz de Deus a sua alma. Desse modo adotarão reflexões celestiais,
saberão para onde estão indo e serão capazes de tirar o máximo proveito de seus
privilégios hoje em dia.
Devemos pedir que o Senhor abra nosso entendimento para que compreen-
damos a verdade divina. Se humilharmos o coração diante de Deus, se tirarmos
dele a vaidade, o orgulho e o egoísmo, mediante a graça abundantemente a nós
outorgada; se desejarmos sinceramente e crermos firmemente, os brilhantes raios
do Sol da Justiça incidirão sobre nossa mente, iluminando nosso entendimento
obscurecido. Jesus é a Luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo. Ele é
a Luz do mundo, e convida-nos a ir a ele, e dEle aprender. [...] Viera para buscar
e salvar os perdidos, e não Se deixaria desviar do próprio objetivo. Não permitiu
que coisa alguma O demovesse. Esta obra colocou-a em nossas mãos. Iremos
[107] realizá-la? — Fundamentos da Educação Cristã, 182-183.

106
Os tesouros da verdade, 10 de Abril

Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a


procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o
conhecimento de Deus. Provérbios 2:4-5.

Ninguém pense que não há mais sabedoria para alcançar. A profundeza do


entendimento humano pode ser medida, as obras de autores humanos podem ser
conhecidas; porém o mais alto, mais profundo e mais largo vôo da imaginação não
pode descobrir a Deus. Há a imensidade além de tudo que podemos compreender.
Vimos somente o cintilar da glória divina e do infinito conhecimento e sabedoria;
temos estado a trabalhar, por assim dizer, próximos da superfície enquanto ricos
veios de ouro estão mais embaixo, para recompensar aquele que cavar em sua
procura. A escavação precisa aprofundar-se mais e mais na mina, e maravilhosos
tesouros serão o resultado. Por uma fé correta, o conhecimento divino se tornará
conhecimento humano.
Ninguém pode esquadrinhar as Escrituras no espírito de Cristo sem ser
recompensado. Quando o homem consente em ser instruído como uma criancinha,
quando se submete inteiramente a Deus, achará a verdade em Sua Palavra. Se
os homens fossem obedientes compreenderiam o plano do governo de Deus. O
mundo celestial abriria os seus mistérios de graça e glória à pesquisa. Os seres
humanos seriam totalmente diferentes do que agora são: porque, explorando
as minas da verdade, os homens seriam enobrecidos. O mistério da salvação, a
encarnação de Cristo, Seu sacrifício expiatório não seriam, como o são agora,
noções vagas em nossa mente. Não somente seriam mais bem compreendidos,
como infinitamente mais apreciados. [...]
O valor desse tesouro supera o ouro e a prata. Não se pode comparar com as
riquezas das minas terrestres.
“O abismo diz: Não está em mim; o mar diz: Ela não está comigo. Não se
dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em câmbio dela. Nem se pode comprar
por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira. Com ela se não
pode comparar o ouro ou o cristal; Nem se trocará por jóia de ouro fino. Ela faz
esquecer o coral e as pérolas; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a
dos rubis”. Jó 28:14-18. — Parábolas de Jesus, 113-114, 107. [108]

107
Mais luz, 11 de Abril

Apliquei o coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo


quanto sucede debaixo do Céu. Eclesiastes 1:13.

Seja qual for o grande adiantamento intelectual do homem, não pense ele,
nem por um momento, que não há necessidade de inteira e contínua pesquisa das
Escrituras em busca de maior luz. Como um povo, somos convidados individual-
mente ao estudo da profecia. Devemos observar atentamente, a fim de distinguir
qualquer raio de luz que Deus nos apresente. Devemos apanhar os primeiros
clarões da verdade; e, mediante estudo apoiado pela oração, se poderá obter mais
intensa luz, a qual poderá ser apresentada aos outros.
Quando o povo de Deus está à vontade, satisfeito com a luz que já possui,
podemos estar certos de que Ele os não favorecerá. É Sua vontade que eles
marchem sempre avante, recebendo a sempre crescente luz que para eles brilha.
A atitude atual da igreja não agrada a Deus. Tem-se introduzido uma confiança
em si mesmos que os tem levado a não sentir nenhuma necessidade de mais
verdade e maior luz. Vivemos numa época em que Satanás opera à direita e à
esquerda, em nossa frente e por trás de nós; e todavia, como um povo, estamos
dormindo. Deus deseja que se faça ouvir uma voz despertando Seu povo para a
ação.
Em vez de abrir a mente para receber os raios de luz do Céu, alguns têm
trabalhado em direção contrária. Tanto pela imprensa como do púlpito têm sido
apresentados, com respeito à inspiração da Bíblia, opiniões que não têm o apoio
do Espírito nem da Palavra de Deus. Certo é que nenhum homem ou grupo de
homens deve procurar apresentar teorias sobre assunto de tão grande importância
sem um claro “Assim diz o Senhor” em seu apoio.
E quando homens, rodeados de fraquezas humanas, afetados em maior ou
menor medida pelas influências ambientais, e tendo tendências hereditárias e
cultivadas que estão longe de torná-los sábios ou espirituais, empreendem acusar
publicamente a Palavra de Deus, e lavrar sentença sobre o que é divino e o que
é humano, estão eles trabalhando sem o conselho de Deus. O Senhor não fará
prosperar semelhante obra. O efeito será desastroso, tanto sobre o que nisso se
empenha, como sobre os que o aceitam como obra de Deus. — Testemunhos
[109] para a Igreja 5:708-709.

108
Examinando as crenças, 12 de Abril

Apliquei-me a conhecer, e a investigar, e a buscar a sabedoria e meu juízo


de tudo, e a conhecer que a perversidade é insensatez e a insensatez,
loucura. Eclesiastes 7:25.

Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade presente
não sabem o que crêem. Não compreendem as provas de sua fé. Não apreciam
devidamente a obra para este tempo. Homens que agora pregam a outros, ao
examinarem, quando chegar o tempo de angústia, a posição em que se encon-
tram, verificarão que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão
satisfatória. Até serem assim provados, desconheciam sua grande ignorância.
E há na igreja muitos que contam por certo que compreendem aquilo em
que crêem, mas que, até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando
separados dos da mesma fé, e forçados a estar sozinhos e expor por si mesmos
sua crença, ficarão surpresos de ver quão confusas são suas idéias sobre o que
têm aceitado como verdade. É certo que tem havido entre nós um afastamento do
Deus vivo e um voltar-se para os homens, pondo a sabedoria humana em lugar
da divina.
Deus despertará Seu povo; se outros meios falharem, se introduzirão entre
eles heresias, as quais os peneirarão, separando a palha do trigo. O Senhor chama
todos os que crêem em Sua Palavra, para que despertem do sono. Tem vindo
uma preciosa luz, apropriada aos nossos dias. É a verdade bíblica, mostrando os
perigos que se acham mesmo despencando sobre nós. Essa luz nos deve levar a
um diligente estudo das Escrituras, e a um mais atento exame crítico das posições
que mantemos. É vontade de Deus que todos os fundamentos e posições da
verdade sejam acurada e perseverantemente investigados, com oração e jejum.
Os crentes não devem ficar em suposições e mal definidas idéias do que constitui
a verdade. Sua fé deve estar firmemente estabelecida sobre a Palavra de Deus,
de maneira que, quando o tempo de prova chegar, e eles forem levados perante
os concílios para responder por sua fé, sejam capazes de dar uma razão para a
esperança que neles há, com mansidão e temor. [...]
Quanto aos que se preparam para debates, há grande perigo de que eles não
lidem com sensatez em relação à Palavra de Deus. Ao enfrentar um adversário,
deve ser nosso mais sincero esforço apresentar os assuntos de maneira tal que
despertemos a convicção em seu espírito, em vez de procurar meramente inspirar
confiança ao crente. — Testemunhos para a Igreja 5:707-708. [110]

109
A Bíblia e o intelecto, 13 de Abril

Toda palavra de Deus é pura; Ele é escudo para os que nEle confiam. Nada
acrescentes às Suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado
mentiroso. Provérbios 30:5-6.

A responsabilidade agora é convencer as pessoas sobre a verdade. Isto pode


ser feito melhor por esforços pessoais, pelo introduzir a verdade em seus lares,
orando com eles e abrindo-lhes as Escrituras.
Os que fazem esse trabalho devem ser tão cuidadosos para não se tornarem
estereotipados em seu plano de trabalho quanto o ministro que trabalha no escri-
tório. Devem estar constantemente aprendendo. Devem ter um zelo consciencioso
para obter as mais elevadas qualificações, tornando-se ágeis nas Escrituras. [...]
Devem cultivar o hábito do estudo cuidadoso e da atividade mental, dedicando-se
à oração e ao diligente estudo das Escrituras. Muitos são culpados de falhar
nesse ponto. Os apelos de Deus a eles não são poucos, mas se contentam com
a limitada compreensão que possuem das Escrituras, e não buscam melhorar a
mente nem a conduta.
Todo argumento em história profética, toda lição prática dada por Cristo,
devem ser cuidadosamente estudados para que jamais sejam encontrados em falta.
A mente ganha força, amplitude e intensidade por meio da atividade. Ela deve
ser colocada para trabalhar, caso contrário se enfraquecerá. Deve ser treinada
a pensar, pensar habitualmente ou, em grande medida, perderá a capacidade de
pensar. Deixe a mente lutar com os problemas difíceis da Palavra de Deus, e o
intelecto será inteiramente despertado para expressar, não discursos inferiores,
mas discursos fortes e edificantes, e estes serão apresentados no fervor de uma
mente ativa.
Os servos de Cristo devem satisfazer o mais elevado padrão. São educadores
e devem ser completamente hábeis nas Escrituras. [...] O estudo da Bíblia esforça
a mente do obreiro, fortalece a memória, e estimula o intelecto mais que o estudo
de todas as matérias que a filosofia abrange. A Bíblia contém a única verdade que
purifica a alma e é o melhor livro para a cultura intelectual. A nobre simplicidade
com a qual ela lida com doutrinas importantes é exatamente o que cada jovem e
cada servo de Cristo precisa para ensiná-lo a apresentar os mistérios da salvação
[111] aos que estão em trevas. — The Review and Herald, 8 de Dezembro de 1885.

110
Estudo objetivo, 14 de Abril

Guia-me na Tua verdade e ensina-me, pois Tu és o Deus da minha


salvação, em quem eu espero todo o dia. Salmos 25:5.

É perigoso tentar fortalecer nosso próprio braço. Devemos depender dos bra-
ços do poder infinito. Deus nos tem revelado isso durante muitos anos. Devemos
ter fé viva em nosso coração e buscar conhecimento mais amplo e luz superior.
Não confiem na sabedoria de nenhuma pessoa, ou na investigação de qualquer
pessoa. Vão às Escrituras por si mesmos, examinem as inspiradas Escrituras
com coração humilde, abandonem suas opiniões preconcebidas, pois não obterão
beneficio a menos que venham à Palavra de Deus como crianças. Vocês devem
dizer: “Se Deus tem algo para mim, eu o quero. Se Deus deu evidência em Sua
Palavra, para esta ou aquela pessoa, de que uma certa coisa é verdade, Ele a dará
a mim. Posso descobrir essa evidência se examinar as Escrituras com constante
oração, e saberei que conheço o que é verdade.”
Você não precisa pregar a verdade como um produto da mente de outra
pessoa; você deve ter sua própria experiência. Quando a mulher de Samaria foi
convencida de que Jesus era o Messias, mais do que depressa foi contar aos
vizinhos e concidadãos. Ela disse: “Vinde comigo e vede um homem que me
disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Saíram, pois, da
cidade e vieram ter com Ele. [...] Muitos samaritanos daquela cidade creram
nEle, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo
quanto tenho feito. [...] Muitos outros creram nEle, por causa da Sua palavra, e
diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque
nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do
mundo”. João 4:29-30, 39, 41-42. [...]
Precisamos inserir a pá profundamente na mina da verdade. Vocês podem
debater as questões consigo mesmos e uns com os outros, se tão-somente o
fizerem no devido espírito; com demasiada freqüência, porém, o próprio eu é
grande, e logo que começa a pesquisa, é manifestado um espírito não cristão.
Isto é precisamente aquilo em que Satanás se deleita, mas deveríamos chegar-nos
com um coração humilde para conhecer por nós mesmos o que é a verdade.
Aproxima-se o tempo em que seremos separados e espalhados, e cada um de
nós terá de permanecer em pé sem o privilégio da comunhão com os da mesma
fé preciosa; e como poderão ficar em pé, a menos que Deus esteja ao seu lado
e saibam que Ele os está dirigindo e guiando? Sempre que somos levados a
investigar a verdade bíblica, o Mestre das assembléias está conosco. O Senhor
não permite que o navio seja governado um só momento por pilotos ignorantes.
Podemos receber nossas ordens do Capitão de nossa salvação. — The Review
and Herald, 25 de Março de 1890. [112]

111
Tempo de provas, 15 de Abril

Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro
e levados ao redor por todo vento de doutrina. [...] Mas, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
Efésios 4:14-15.

O Senhor pede a Seu povo que desenvolva os talentos que lhes tem conce-
dido. As faculdades mentais devem ser desenvolvidas ao máximo; devem ser
fortalecidas e enobrecidas mediante o demorar-se em verdades espirituais. Se a
mente é permitida ocupar-se quase inteiramente em coisas frívolas e em negócios
comuns da vida cotidiana, ela, de acordo com uma de suas invariáveis leis, se
tornará débil e frívola, e deficiente em poder espiritual.
Estão justamente diante de nós tempos que irão provar o coração dos homens,
e os que são fracos na fé não resistirão à prova daqueles dias de perigo. As grandes
verdades da revelação devem ser estudadas cuidadosamente, pois todos teremos
necessidade de um conhecimento inteligente da Palavra de Deus. Mediante o
estudo da Bíblia e a diária comunhão com Jesus alcançaremos pontos de vista
claros, bem definidos, da responsabilidade individual e a força necessária para
subsistir no dia da prova e da tentação. Aquele cuja vida está unida a Cristo por
elos ocultos será guardado pelo poder de Deus, mediante a fé para salvação.
Mais atenção deve ser dada às coisas divinas, e menos a assuntos temporais.
O crente professo, amante do mundo, se utilizar a mente nessa direção, pode
tornar-se tão familiarizado com a Palavra de Deus como o é hoje com os negócios
do mundo. “Examinais as Escrituras”, disse Cristo, “porque vós cuidais ter nelas
a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”. João 5:39.
Requer-se do cristão que seja diligente em examinar as Escrituras lendo e
relendo sempre as verdades da Palavra de Deus. A ignorância voluntária neste
assunto põe em perigo a vida e o caráter cristãos. Cega o entendimento e corrompe
as faculdades mais nobres. É isso que traz confusão à nossa vida. Nosso povo
precisa compreender a Palavra de Deus. Muitos carecem de um conhecimento
sistemático dos princípios da verdade revelada, que os habilitará para o que há de
vir sobre a Terra e os impedirá de serem desviados por algum vento de doutrina.
[113] — Testemunhos para a Igreja 5:272-273.

112
Ler e investigar, 16 de Abril

Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas
mesmas que testificam de Mim. João 5:39.

Somos muito gratos porque temos a segura palavra profética, de modo que
nenhum de nós precisa ser enganado. Sabemos que no tempo presente há heresias
e fábulas em nosso mundo, e precisamos saber o que é a verdade. Compete-nos
estudar diligentemente por nós mesmos, para que possamos obter esse conheci-
mento. Não podemos fazê-lo com a simples leitura das Escrituras, mas precisamos
comparar uma passagem com outra.
Precisamos examinar as Escrituras por nós mesmos, para que não sejamos
desencaminhados; e embora muitos sejam desencaminhados porque em nosso
mundo há doutrinas de todo o tipo, existe uma só verdade. Muitos poderão
aproximar-se de vocês e dizer-lhes que têm a verdade, mas é seu privilégio
examinar as Escrituras por si mesmos. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem
segundo esta palavra, nunca verão a alva”. Isaías 8:20. Precisamos conhecer as
Escrituras por nós mesmos, para que possamos compreender a verdadeira razão
da esperança que há em nós.
O apóstolo nos diz que devemos dar a todo aquele que nos pedir, a razão
da esperança que há em nós, com mansidão e temor. “A revelação das Tuas
palavras esclarece e dá entendimento aos simples”. Salmos 119:130. Não basta
ler meramente; mas a Palavra de Deus precisa penetrar em nosso coração e em
nosso entendimento, para que sejamos firmados na bendita verdade. Se deixarmos
de examinar as Escrituras por nós mesmos, para sabermos o que é a verdade,
então, se formos desencaminhados, seremos responsáveis por isso. Precisamos
examinar as Escrituras diligentemente, para que saibamos todas as condições
que o Senhor nos deu; e se a nossa capacidade mental é limitada, examinando
diligentemente a Palavra de Deus podemos tornar-nos poderosos nas Escrituras e
explicá-las a outros. [...]
Cada igreja que será construída [...] deve ser educada em relação a essa
verdade. “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Lucas 10:2. Os
professores que devem apresentar a verdade não podem permanecer ao seu lado
para se certificarem de que vocês não sigam os erros que estão inundando a
nossa terra; mas se estão firmados nas Escrituras, sentirão a responsabilidade,
e examinarão as Escrituras por si mesmos, de modo que sejam um auxílio para
outros. — The Review and Herald, 3 de Abril de 1888. [114]

113
A voz de Deus através da palavra, 17 de Abril

Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder


de Deus. Mateus 22:29.

A voz de Deus nos está falando por meio de Sua Palavra, e há muitas vozes
que serão ouvidas por nós; mas Cristo afirmou que devemos acautelar-nos dos
que dirão: “Eis aqui o Cristo, ou: Ei-Lo ali”. Marcos 13:21. Por conseqüência,
como saberemos que eles não têm a verdade, a não ser que levemos tudo às
Escrituras? Cristo recomendou que nos acautelemos dos falsos profetas que se
nos apresentam em Seu nome, dizendo que eles são o Cristo.
Ora, se vocês adotassem o ponto de vista de que não é importante compre-
ender as Escrituras por si mesmos, estariam em perigo de ser desencaminhados
por essas doutrinas. Cristo disse que haverá um grupo de pessoas que dirá no
dia do juízo executivo: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? E,
em Teu nome, não expulsamos demônios? E, em Teu nome, não fizemos muitas
maravilhas?” Mateus 7:22. Mas Cristo responderá: “Apartai-vos de Mim, vós
que praticais a iniqüidade”. Mateus 7:23.
Pois bem, precisamos compreender o que é o pecado — a saber, que ele é a
transgressão da lei de Deus. Essa é a única definição dada nas Escrituras. Vemos,
portanto, que os que pretendem ser guiados por Deus, mas se afastam dEle e de
Sua lei, não examinam as Escrituras. O Senhor, porém, guiará a Seu povo; pois
Ele diz que Suas ovelhas O seguirão se ouvirem Sua voz, mas não seguirão o
estranho. Portanto, compete-nos compreender profundamente as Escrituras. E
não precisaremos indagar se os outros têm a verdade, pois isso será visto em seu
caráter.
Aproxima-se o tempo em que Satanás operará milagres bem à sua vista,
alegando ser o Cristo; e se os seus pés não estiverem firmemente estabelecidos na
verdade de Deus, serão então desviados de seu fundamento. A única segurança
para vocês está em buscar a verdade como a tesouros escondidos. Cavem em
busca da verdade como o fariam por tesouros na Terra, e apresentem a Palavra de
Deus, a Bíblia, perante seu Pai celestial, dizendo: “Ilumina-me; ensina-me o que
é verdade.” E quando Seu Santo Espírito entrar em seu coração, para inculcar a
[115] verdade em sua alma, não a deixarão sair com facilidade. — Fé e Obras, 55-56.

114
Conversão verdadeira, 18 de Abril

Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a


cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos. Esdras
7:10.

Descendente dos filhos de Arão, Esdras havia recebido a educação sacerdotal;


e em acréscimo a isto adquiriu familiaridade com os escritos dos magos, astrólo-
gos e sábios do reino medo-persa. Mas não se sentiu satisfeito com sua condição
espiritual. Suspirava por estar em plena harmonia com Deus; ansiava sabedoria
para fazer a vontade divina. E assim preparou “o seu coração para buscar a lei do
Senhor e para a cumprir”. Esdras 7:10.
Isto o levou a aplicar-se diligentemente ao estudo da história do povo de Deus,
como se encontra relatado nos escritos dos profetas e reis do Antigo Testamento.
Ele foi impressionado pelo Espírito de Deus a estudar os livros históricos e
poéticos da Bíblia, a fim de compreender por que tinha o Senhor permitido que
Jerusalém fosse destruída e Seu povo levado cativo a terras pagãs.
Esdras fez um estudo especial das experiências do povo escolhido de Deus,
desde o tempo em que a promessa foi feita a Abraão, até a libertação da escravidão
egípcia e do êxodo. Estudou as instruções dadas a eles ao pé do Monte Sinai, e
através do longo período de vagueação pelo deserto. Ao aprender mais e mais
em relação ao procedimento de Deus para com Seus filhos, e perceber quão
sagrada era a lei dada no Sinai, o coração de Esdras foi impressionado como
nunca antes. Ele experimentou uma nova e completa conversão, e se determinou
dominar os registros da História do Antigo Testamento, para que pudesse usar
esse conhecimento, não para propósitos egoístas, mas de modo a levar bênção
e luz ao seu povo. Algumas das profecias estavam prestes a se cumprir; ele
pesquisaria diligentemente em busca da luz que estivera obscurecida.
Esdras se esforçou em seus estudos. Ele se empenhou em obter um preparo
do coração para a obra que acreditava ter-lhe sido confiada. Buscou a Deus
fervorosamente, para que pudesse ser um servo por meio do qual seu Senhor
não seria envergonhado. Explorou as palavras que haviam sido escritas acerca
dos deveres do povo escolhido de Deus; encontrou o solene voto feito pelos
israelitas de que obedeceriam às palavras do Senhor, e o voto que Deus, em
retorno, fizera, prometendo-lhes Suas bênçãos como recompensa pela obediência.
— The Review and Herald, 30 de Janeiro de 1908. [116]

115
A norma do julgamento, 19 de Abril

Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer
sejam boas, quer sejam más. Eclesiastes 12:14.

A Bíblia é um infalível guia para a raça humana em cada fase da vida. Nela as
condições para a vida eterna são claramente declaradas. A distinção entre o certo
e o errado é plenamente definida, e o pecado é mostrado em seu mais repulsivo
caráter, coberto com o manto da morte. Se esse guia for estudado e obedecido,
será para nós como o pilar de nuvem, que guiava os filhos de Israel pelo deserto;
mas se for ignorado e desobedecido, será uma testemunha contra nós no dia do
juízo. Deus julgará a todos pela Sua Palavra; dependendo do modo como têm
cumprido ou negligenciado seus requisitos, permanecerão em pé ou cairão. [...]
“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, ” disse Cristo, “assim
fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”. Mateus 7:12.
Essas palavras são da maior importância, e devem ser a nossa regra de vida.
Mas cumprimos nós este princípio divino? Quando entramos em contato com
nossos amigos, os tratamos da mesma forma como desejamos que nos tratem em
circunstâncias semelhantes?
Deus prova homens e mulheres por sua vida diária. Mas muitos que fazem
grandes votos de serviço a Ele não podem suportar essa prova. Em sua ânsia por
ganhar, usam medidas falsas e balanças fraudulentas. A Bíblia não é considerada
sua regra de vida, e portanto não vêem a necessidade de estrita integridade e
fidelidade. Ansiosos por acumular riquezas, permitem que planos desonestos
ocorram em seu trabalho. O mundo observa sua conduta, e prontamente mede
seus valores cristãos por suas relações comerciais. [...]
A Bíblia sempre conta a mesma história. Nela, o pecado é sempre pecado,
quer seja cometido por um milionário ou por um mendigo nas ruas. Melhor é
uma vida de profunda pobreza coroada com bênçãos de Deus do que todos os
tesouros do mundo sem as bênçãos de Deus. Podemos ser muito ricos; mas se
não temos a consciência de que Deus nos honra, somos de fato pobres. — The
[117] Signs of the Times, 24 de Dezembro de 1896.

116
Grandes temas das escrituras, 20 de Abril

Escreverá para si um traslado desta lei num livro. [...] E o terá consigo e
nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu
Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos.
Deuteronômio 17:18-19.

A leitura leviana fascina a mente e torna desinteressante a leitura da Palavra


de Deus. [...] A Bíblia requer pesquisa atenta, apoiada por oração. Não basta
deslizar sobre a superfície. Ao passo que algumas passagens são tão claras que
não podem ser mal compreendidas, outras há que são mais complicadas, exigindo
cuidadoso e paciente estudo. Qual precioso metal oculto nos montes e montanhas,
suas gemas de verdade precisam ser procuradas e entesouradas na mente para
uso futuro. [...]
Quando pesquisar as Escrituras com fervoroso desejo de aprender a verdade,
Deus lhe comunicará Seu Espírito ao coração e lhe impressionará a mente com a
luz de Sua Palavra. A Bíblia é seu próprio intérprete, uma passagem explicando
a outra. Mediante a comparação de textos referentes aos mesmos assuntos, você
verá beleza e harmonia com que nunca sonhou. Não há nenhum outro livro cujo
manuseio fortaleça e amplie, eleve e enobreça tanto o espírito como o Livro dos
livros.
A ordem da Palavra de Deus é: “Desenvolvei a vossa salvação com temor
e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a Sua boa vontade”. Filipenses 2:12-13. Deus e o ser humano devem
cooperar. Todos devem executar aquilo em que Deus atua. Os estudantes da
Palavra de Deus devem usar o conhecimento que adquiriram. Devem tirar proveito
das oportunidades que são colocadas em seu caminho. Com firme convicção do
dever, devem usar seu conhecimento e influência em qualquer meio, a fim de que
possam ganhar mais através do seu uso. [...]
Estude a vida de Cristo neste respeito. Siga-O da manjedoura ao Calvário, e
aja como Ele agiu. Os grandes princípios que Ele manteve, você deve manter.
Seu modelo deve ser o caráter dAquele que foi puro, santo, e imaculado. — The
Youth’s Instructor, 30 de Junho de 1898. [118]

117
Experiências emocionantes, 21 de Abril

Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.


Lucas 24:45.

Abra a Bíblia à nossa juventude, atraia-lhes a atenção a seus tesouros ocultos,


ensine-os a pesquisar em busca de suas jóias de verdade, e irão adquirir um
vigor intelectual que o estudo de tudo quanto a Filosofia abrange não poderia
comunicar. Os grandes temas de que trata a Bíblia, a digna simplicidade de
suas inspiradas declarações, os assuntos elevados que apresenta à mente, a luz
penetrante e clara, procedente do trono de Deus, iluminando o entendimento,
irão desenvolver-lhes as faculdades da mente a um ponto que mal pode ser
compreendido, e nunca plenamente explicado.
A Bíblia apresenta à imaginação ilimitado campo, tão mais elevado e enobre-
cedor no caráter do que as superficiais criações da inteligência não santificada,
quanto o céu está mais alto que a Terra. A inspirada história de nossa raça é
colocada nas mãos de todo indivíduo. Todos podem começar agora seu estudo.
Podem-se relacionar com nossos primeiros pais, como se encontravam no Éden,
em santa inocência, fruindo comunhão com Deus e anjos sem pecado. Podem
seguir os passos da introdução do pecado e suas conseqüências sobre a humani-
dade, e seguir passo a passo, o trilho da Sagrada História, em sua narração da
desobediência e impenitência do homem e a justa retribuição do pecado.
O leitor pode entreter conversa com patriarcas e profetas; pode acompanhar
as mais inspiradoras cenas; contemplar a Cristo, que era Rei do Céu, igual a Deus,
descendo até a humanidade e executando o plano de redenção, despedaçando ao
homem as cadeias com que Satanás o ligara, e tornando-lhe possível readquirir
sua varonilidade à semelhança de Deus. Cristo tomando sobre Si a humanidade,
e mantendo-Se ao nível do homem por trinta anos e oferecendo depois Sua alma
em sacrifício pelo pecado para que o homem não fosse deixado a perecer, eis um
tema para o mais profundo pensamento e o mais concentrado estudo. [...]
Muitos podem ter desfrutado da educação escolar e podem ter se familiarizado
com os grandes escritores de teologia; no entanto, a verdade abrirá a mente e a
impressionará com novo e surpreendente poder, à medida que a Palavra de Deus
for pesquisada e considerada com desejo sincero e fervoroso de compreendê-la.
[119] — The Review and Herald, 11 de Janeiro de 1881.

118
A iluminação do Espírito Santo, 21 de Abril

Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois


receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos
os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Atos 17:11.

“Examinais as Escrituras”, declarou Cristo, “porque vós cuidais ter nelas


a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”. João 5:39. Os que cavam
abaixo da superfície descobrem às escondidas pedras preciosas da verdade.
O Espírito Santo acha-Se presente com o sincero indagador. Sua iluminação
resplandece sobre a Palavra, gravando a verdade na mente com nova importância.
O pesquisador enche-se de um senso de paz e alegria nunca antes experimentadas.
A preciosidade da verdade é compreendida como nunca antes. Uma nova luz
celeste brilhe sobre a Palavra, iluminando-a como se cada letra se tingisse de
ouro. O próprio Deus falou à mente e ao coração, tornando a Palavra espírito e
vida.
Todo sincero pesquisador da Palavra ergue o coração a Deus, implorando o
auxílio do Espírito. E descobre em breve aquilo que o leva acima de todas as
fictícias declarações do pretenso mestre, cujas teorias fracas e vacilantes não são
apoiadas pela Palavra do Deus vivo. Essas teorias foram inventadas por homens
que não aprenderam a primeira grande lição de que o Espírito e a vida de Deus
Se encontram em Sua Palavra. Caso houvessem recebido no coração o elemento
eterno contido na Palavra de Deus, veriam quão débeis e inexpressivos são todos
os esforços para arranjar algo novo que cause sensação. Eles necessitam aprender
mesmo os elementares princípios da Palavra de Deus; teriam então a palavra de
vida para o povo, que distinguirá em breve a palha do trigo, pois Jesus deixou
Sua promessa com os discípulos. [...]
“Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo”.
João 14:27. Essas palavras não são inteiramente compreendidas por indivíduos,
famílias, ou membros da igreja, para quem ou por quem, como Sua família, Deus
representaria a verdade pura, não adulterada, que quando recebida e devidamente
digerida, traz vida eterna. — Manuscript Releases 21:131, 132. [120]

119
O fundamento da fé, 23 de Abril

Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim
de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos
esperança. Romanos 15:4.

Os mestres de Israel não disseminavam a semente da Palavra de Deus. A obra


de Cristo como Mestre da verdade estava em notável contraste com a dos rabinos
do Seu tempo. Eles se firmavam sobre tradições, teorias humanas e especulações.
Muitas vezes aquilo que homens tinham ensinado ou escrito sobre a Palavra,
colocavam no lugar da própria Palavra. Seus ensinos não tinham poder para
refrigerar a alma.
O tema das pregações e ensinamentos de Cristo era a Palavra de Deus.
Respondia a interlocutores com um simples: “Está escrito”. Lucas 4:8, 10. “Que
diz a Escritura?” “Como lês?” Lucas 10:26. Em cada oportunidade, quando era
despertado interesse por um amigo ou adversário, lançava a semente da Palavra.
[...]
Os servos de Cristo devem fazer a mesma obra. Em nosso tempo, como na
antiguidade, as verdades vitais da Palavra de Deus são substituídas por teorias e
especulações humanas. Muitos professos ministros do evangelho não aceitam
toda a Bíblia como a Palavra inspirada. Um sábio rejeita esta parte, outro duvida
daquela. Elevam sua opinião acima da Palavra; e as Escrituras que eles ensinam
repousam sobre a autoridade deles próprios. Sua autenticidade divina é destruída.
Desse modo é semeada largamente a semente da incredulidade; porque o povo
é confundido e não sabe o que crer. Há muitas crenças que a mente não tem o
direito de entreter.
Nos dias de Cristo os rabinos forçavam uma construção mística sobre mui-
tas porções das Escrituras. Porque os claros ensinos da Palavra de Deus lhes
condenavam as práticas, procuravam destruir-lhes a força. O mesmo acontece
hoje em dia. Deixa-se parecer a Palavra de Deus cheia de mistérios e trevas, para
desculpar as transgressões de Sua lei. Em Seus dias, Cristo censurava essas práti-
cas. Ensinava que a Palavra de Deus deve ser compreendida por todos. Apontava
às Escrituras como de autoridade inquestionável, e devemos fazer o mesmo. A
Bíblia deve ser apresentada como a Palavra do Deus infinito, como o termo de
[121] toda polêmica e o fundamento de toda fé. — Parábolas de Jesus, 38-40.

120
Comunhão através da palavra, 24 de Abril

Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando


firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus. Hebreus 12:1-2.

Nenhum homem, mulher, ou jovem, pode alcançar a perfeição cristã negli-


genciando o estudo da Palavra de Deus. Mediante profundo e cuidadoso exame
de Sua Palavra obedeceremos à exigência de Cristo: “Examinai as Escrituras,
porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam”. João
5:39. Esse exame habilita o estudante a observar intimamente o divino Modelo,
pois as Escrituras testificam de Cristo. O padrão deve ser examinado muitas vezes
e cuidadosamente a fim de ser imitado.
Ao tornar-se alguém relacionado com a história do Redentor, descobre em
si mesmo defeitos de caráter; sua dessemelhança com Cristo é tão grande que
ele sente não poder ser um seguidor sem que se opere grande mudança em sua
vida. Estuda ainda assim, com o desejo de ser semelhante ao seu grande modelo;
absorve a expressão fisionômica, o espírito, de seu amado Mestre; por contemplá-
Lo, torna-se mudado. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé”. Hebreus
12:2. Não é em desviar o olhar dEle e perdê-Lo de vista que imitamos a vida de
Jesus; mas em nos demorarmos meditando sobre Ele e falando dEle, e em buscar
refinar o gosto e elevar o caráter; procurando aproximar-nos do perfeito Padrão
através de perseverante e sincero esforço, por meio de fé e amor.
Ao fixar a atenção em Cristo, Sua imagem pura e impecável torna-se sagrada
ao coração como “o mais distinguido entre dez mil” e “totalmente desejável”.
Cantares 5:10, 16. Mesmo inconscientemente imitamos aquilo com que estamos
familiarizados. Tendo conhecimento de Cristo, de Suas palavras, de Seus hábi-
tos, de Suas instruções, e tomando emprestadas as virtudes do caráter que tão
rigorosamente estudamos, seremos imbuídos do espírito do Mestre o qual tanto
admiramos. [...]
A Palavra de Deus, falada ao coração, tem um vivificante poder, e os que
formulam qualquer desculpa para não se familiarizar com ela, negligenciarão
as reivindicações de Deus em muitos aspectos. O caráter ficará deformado, as
palavras e atos serão um descrédito à verdade. — The Review and Herald, 28 de
Novembro de 1878. [122]

121
Banquete espiritual, 25 de Abril

Quanto a vós outros, a unção que dEle recebestes permanece em vós, e não
tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos
ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa,
permanecei nEle, como também ela vos ensinou. 1 João 2:27.

Creiamos na Palavra. Quem assim come o Pão do Céu é nutrido diariamente


e saberá o que significam estas palavras: “Não tendes necessidade de que alguém
vos ensine”. 1 João 2:27. Temos lições puras saídas dos lábios dAquele a quem
pertencemos, dAquele que nos comprou com o preço de Seu sangue.
A preciosa Palavra de Deus é um sólido fundamento sobre que se pode
construir. Quando os homens se acercam de vocês com suas suposições, digam-
lhes que o Grande Mestre lhes deixou Sua Palavra, a qual é de incalculável valor,
e que Ele enviou um Consolador em Seu nome, a saber: o Espírito Santo. “Esse
vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.
João 14:26. “Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a Minha carne”. João
6:51.
Aí nos é apresentado um rico banquete, do qual podem participar todos os
que crêem em Cristo como Salvador pessoal. Ele é a Árvore da Vida para todos
quantos continuam a alimentar-se dEle.
Fui instruída a perguntar aos que professam receber a Cristo como seu Sal-
vador pessoal: Por que ignoram as palavras do Grande Mestre, e enviam cartas
a seres humanos para receber palavras de conforto? Por que confiam na ajuda
humana quando têm as promessas abundantes, plenas e maravilhosas. “Quem
comer a Minha carne e beber o Meu sangue permanece em Mim, e Eu, nele.
Este é o pão que desceu do Céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais
comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente”. João
6:56, 58. Eles podem morrer, contudo a vida de Cristo neles é eterna, e eles
serão ressuscitados no último dia. “O espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”. João 6:63.
[...]
Sou instruída pela Palavra de Deus de que Suas promessas são para mim
e para todo filho de Deus. O banquete está estendido diante de nós; somos
convidados a comer a Palavra de Deus, a qual fortalecerá os músculos e nervos.
[123] — Manuscript Releases 21:132, 133.

122
Verdadeira educação, 26 de Abril

Adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das


palavras da minha boca, nem delas te apartes. Provérbios 4:5.

Não há tempo agora para encher a mente com idéias falsas do que é chamado
de educação superior. Não pode haver educação mais elevada do que aquela vinda
do Autor da verdade. A Palavra de Deus deve ser nosso estudo. Devemos instruir
nossos filhos nas verdades nela encontradas. É um deposito inesgotável; mas
os homens deixam de achar esse tesouro, porque não o procuram até adquiri-lo.
Nesta Palavra é encontrada a sabedoria, sabedoria inquestionável e inexaurível
que não se originou na mente finita, mas na mente infinita.
Quando homens e mulheres estão dispostos a ser instruídos como crianci-
nhas, quando se submetem completamente a Deus, encontram nas Escrituras
a ciência da educação. Quando mestres e alunos descerem de seus pedestais e
ingressarem na escola de Cristo para dEle aprender, falarão inteligentemente de
alta educação, porque compreenderão que é esse conhecimento que habilita o
homem a compreender a essência da ciência.
Aquele que quiser procurar o tesouro oculto com bom êxito precisa buscar
atividades mais elevadas que as coisas deste mundo. Suas afeições e todas as suas
capacidades precisam ser consagradas à pesquisa. Homens piedosos e de talento
vislumbram as realidades eternas; porém, muitas vezes deixam de compreendê-las
porque as coisas visíveis eclipsam a glória do invisível. Por muitos a sabedoria
dos homens é considerada superior à do divino Mestre, e o Livro de Deus é
julgado arcaico e desinteressante. Mas os que foram vivificados pelo Espírito
Santo não o consideram assim. Vêem o inestimável tesouro e venderiam tudo
para comprar o campo que o encerra. [...]
Aqueles que fazem da Palavra de Deus o seu estudo, aqueles que cavam em
busca dos tesouros da verdade, apreciarão os importantes princípios ensinados e
os digerirão. Como resultado, se tornarão imbuídos pelo Espírito de Cristo e pela
contemplação serão transformados à Sua semelhança. Aqueles que apreciam a
Palavra ensinarão como discípulos que estiveram assentados aos pés de Jesus
e se acostumaram a aprender dEle para conhecerem Aquele a quem conhecer
corretamente é vida eterna. — The Review and Herald, 3 de Julho de 1900. [124]

123
Entendendo a palavra de Deus, 27 de Abril

O coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se


apascenta de estultícia. Provérbios 15:14.

Ninguém pode examinar o Antigo e o Novo Testamentos no espírito de


Cristo sem ser recompensado. “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados”, diz o Salvador, “e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu
jugo [de obediência] e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração;
e achareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo
é leve”. Mateus 11:28-30. O convite do grande Mestre lhe é feito. Você o atenderá
prontamente? Não poderá se aproximar, colocar-se como discípulo aos pés de
Cristo, sem ter a mente iluminada e o coração acelerado com uma admiração
pura e santa. Você então dirá: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”. Marcos
11:9.
A desobediência tem cerrado a porta a uma grande soma de conhecimentos
que podiam ser obtidos das Escrituras. Compreensão significa obediência aos
mandamentos de Deus. Se os homens tivessem sido obedientes, teriam compre-
endido o plano do governo divino. O mundo celeste teria aberto à exploração
suas câmaras de graça e glória. Na forma, na linguagem, no cântico, os seres
humanos teriam sido inteiramente superiores ao que hoje são; porque, explorando
as minas da verdade, os homens seriam enobrecidos. O mistério da salvação, a
encarnação de Cristo, Seu sacrifício expiatório não seriam, como o são agora,
noções vagas em nossa mente. Não somente seriam mais bem compreendidos,
como infinitamente mais apreciados.
Na eternidade aprenderemos aquilo que, se houvéssemos recebido a ilumina-
ção que nos era possível obter aqui, teria aberto nosso entendimento. Os temas
da redenção ocuparão o coração, mente e língua dos redimidos ao longo das eras
eternas, ao ser-nos reveladas novas explanações, as quais Cristo ansiou abrir a
Seus discípulos, mas eles não tiveram fé para esquadrinhar e compreender. Para
sempre e sempre surgirão novas visões da perfeição e glória de Cristo. — The
[125] Review and Herald, 3 de Julho de 1900.

124
Caminho para Cristo, 28 de Abril

Amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois toda carne é


como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a
sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. 1 Pedro
1:22, 24-25.

A bendita Bíblia nos dá o conhecimento do grandioso plano da salvação e nos


mostra como todo indivíduo pode ter vida eterna. Quem é o autor desse Livro?
Jesus Cristo. Ele é a Testemunha Verdadeira, e diz para os que Lhe pertencem:
“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das
Minhas mãos”. João 10:28. A Bíblia deve mostrar-nos o caminho a Cristo, e em
Cristo é revelada a vida eterna. Jesus disse aos judeus e aos que se comprimiam
ao Seu redor em grandes multidões: “Examinais as Escrituras”. João 5:39. Os
judeus tinham a Palavra contida no Antigo Testamento; misturaram-na, porém,
de tal maneira com as opiniões humanas que suas verdades foram mistificadas, e
encoberta a vontade de Deus para com o homem. Os ensinadores religiosos do
povo estão seguindo seu exemplo neste século.
Conquanto tivessem as Escrituras que testificavam de Cristo, os judeus não
foram capazes de discernir Cristo nas Escrituras; e, embora tenhamos o Antigo
e o Novo Testamentos, os homens torcem as Escrituras para escapar de suas
verdades; e, em suas interpretações das Escrituras, eles ensinam — como o faziam
os fariseus — os preceitos e as tradições dos homens em lugar dos mandamentos
de Deus. [...]
Seu sermão na montanha contradisse virtualmente as doutrinas dos presun-
çosos escribas e fariseus. Eles haviam representado tão mal a Deus que Ele era
considerado um juiz severo, destituído de compaixão, misericórdia e amor. Apre-
sentavam ao povo inumeráveis preceitos e tradições como procedentes de Deus,
embora não tivessem um “Assim diz o Senhor” por sua autoridade. Conquanto
professassem conhecer e adorar o Deus vivo e verdadeiro, desfiguravam-nO com-
pletamente; e o caráter de Deus, da maneira como era retratado por Seu Filho,
constituía um assunto original, uma nova dádiva ao mundo. Cristo fez todo o
esforço possível para remover de tal modo a deturpação feita por Satanás, que pu-
desse ser restabelecida a confiança do homem no amor de Deus. — Fundamentos
da Educação Cristã, 308-309. [126]

125
A única regra de fé, 29 de Abril

Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina,


se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo. João 7:17.

Os que humilde e devotamente examinam as Escrituras para conhecer e fazer


a vontade de Deus, não ficarão em dúvida quanto a suas obrigações para com Ele.
Porque “se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina”.
João 7:17. Se querem conhecer o mistério da piedade, devem seguir a singela
palavra da verdade, quer haja ou não sentimentos ou emoções. A obediência
prestada deve provir de um sentimento de princípios, e deve-se seguir o que é
correto em quaisquer circunstâncias. Esse é o caráter escolhido por Deus para
salvação.
A prova da genuinidade do cristão é dada na Palavra de Deus. Disse Jesus:
“Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos”. João 14:15. [...] Eis aí as
condições de acordo com as quais toda pessoa será escolhida para a vida eterna.
Sua obediência aos mandamentos de Deus evidenciará seu direito a uma herança
com os santos na luz. Deus escolheu certa excelência de caráter, e a todo aquele
que, pela graça de Cristo, alcance a norma por Ele requerida, será amplamente
suprida a entrada no reino de glória. Todos os que querem alcançar essa norma
de caráter terão de usar os meios que Deus proveu para este fim.
Se querem herdar o repouso que resta para os filhos de Deus, vocês devem
se tornar colaboradores de Deus. São escolhidos para levar o jugo de Cristo —
levar Sua carga, carregar Sua cruz. Devem ser diligentes em “fazer cada vez mais
firme a vossa vocação e eleição”. 2 Pedro 1:10.
Examinem as Escrituras e verão que não é escolhido nenhum filho ou filha
de Adão para ser salvo em desobediência à lei de Deus. O mundo invalida a lei
de Deus; mas os cristãos são escolhidos para santificação mediante obediência à
verdade. São escolhidos para que levem a cruz se querem usar a coroa.
A Bíblia é a única regra de fé e doutrina. [...] Só a verdade e a religião da
Bíblia resistirão à prova do juízo. Não devemos deturpar a Palavra de Deus
para acomodá-la a nossa conveniência e interesses mundanos, mas perguntar
sinceramente: “Que queres que faça?” Atos 9:6. — Fundamentos da Educação
[127] Cristã, 125-127.

126
A voz de Deus, 30 de Abril

Se vós permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus


discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:31-32.

O jovem que faz da Bíblia seu guia não necessita enganar-se quanto ao
caminho do dever e da segurança. Esse Livro lhe ensinará a manter a integridade
de caráter, a ser fidedigno, a não usar de engano. Ele lhe ensinará que nunca
precisa transgredir a lei de Deus a fim de realizar um desejo objetivo, mesmo
que a obediência envolva sacrifício. Ele lhe ensinará que a bênção do Céu não
repousará sobre ele, caso se aparte do caminho da retidão; que, embora os homens
pareçam prosperar na desobediência, certamente colherão o fruto que semearam.
Unicamente os que lêem as Escrituras como a voz de Deus a lhes falar são
verdadeiros discípulos. Tremem à Sua voz, pois ela lhes é viva realidade. Abrem
o entendimento à divina instrução, e oram por graça a fim de obter preparo para
o serviço. Ao ser a tocha celeste posta em suas mãos, o indagador da verdade vê
a fraqueza que possuía, a enfermidade, sua completa impotência para promover
a própria justiça. Vê que não existe em si coisa alguma que o recomende perante
Deus. Ora pelo Espírito Santo, o representante de Cristo, para lhe servir de
guia constante para conduzi-lo a toda a verdade. Repete a promessa: “Aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, vos ensinará todas
as coisas”. João 14:26. [...]
O diligente estudante da Bíblia crescerá continuamente em conhecimento
e discernimento. Seu intelecto apreenderá elevados assuntos, e se apoderará da
verdade das realidades eternas. Justos serão seus motivos de ação. Empregará o
talento de sua influência para ajudar outros a compreenderem mais perfeitamente
as responsabilidades que lhes são dadas por Deus. Seu coração será perene fonte
de alegria ao ver o êxito que lhe assiste aos esforços de comunicar a outros
as bênçãos por ele recebidas. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes,
449-451. [128]

127
Maio
A guarda do sábado, 1 de Maio

E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera,


descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. Gênesis 2:2.

Deus santificou e abençoou o dia em que descansara de toda a Sua mara-


vilhosa obra. E esse sábado, santificado por Deus, devia ser guardado como
concerto perpétuo. Era um monumento comemorativo que devia permanecer de
século a século, até o fim da história terrestre.
Deus tirou os hebreus da servidão egípcia, e ordenou que observassem o Seu
sábado e guardassem a lei dada no Éden. Cada semana Ele operava um milagre
para fixar-lhes na mente o fato de que instituíra o sábado no começo do mundo.
[...]
No terceiro mês vieram ao deserto do Sinai, e ali a lei foi proclamada do monte
em tremenda grandeza. Durante sua permanência no Egito, Israel ouvira e vira
por tanto tempo a idolatria praticada que perdeu em elevado grau o conhecimento
de Deus e de Sua lei e o senso da importância e da santidade do sábado; a lei foi
dada uma segunda vez para trazer essas coisas à sua lembrança. Nos estatutos de
Deus foi definida a religião prática para toda a humanidade. Diante de Israel foi
colocada a verdadeira norma de justiça.
“Disse mais o Senhor a Moisés: Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes
dirás: Certamente, guardareis os Meus sábados”. Êxodo 31:12-13. Alguns, os
quais têm estado ansiosos para tornar sem efeito a lei de Deus, têm citado a
palavra “sábados”, interpretando-a como os sábados anuais dos judeus. Não
relacionam, porém, esse requisito positivo com o que segue: “Pois é sinal entre
Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos
santifica. Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros; aquele
que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado
do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do
repouso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer alguma
obra morrerá. Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por
aliança perpétua nas suas gerações. Entre Mim e os filhos de Israel é sinal para
sempre; porque, em seis dias, fez o Senhor os Céus e a Terra, e, ao sétimo dia,
descansou, e tomou alento”. Êxodo 31:13-17. — The Review and Herald, 30 de
[129] Agosto de 1898.

130
Um dia para toda a humanidade, 2 de Maio

O Teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por
intermédio de Moisés, Teu servo. Neemias 9:14.

Há os que afirmam que o sábado só foi dado para os judeus; mas Deus nunca
disse isso. Ele confiou o sábado a Seu povo Israel como um depósito sagrado; mas
o próprio fato de que o deserto do Sinai, e não a Palestina, foi o lugar escolhido
por Ele para proclamar Sua lei, revela que o destinou a toda a humanidade. A
lei dos Dez Mandamentos é tão antiga como a criação. Portanto, a instituição
do sábado não tem mais especial ligação com os judeus do que com todos os
outros seres criados. Deus tornou a observância do sábado obrigatória a todos os
homens.
É afirmado claramente que “o sábado foi feito por causa do homem”. Marcos
2:27. Que todos os que correm o perigo de ser enganados quanto a esse ponto
dêem, pois, atenção à Palavra de Deus, e não aos argumentos de homens!
No Éden, referindo-Se à árvore do conhecimento, Deus disse a Adão: “No
dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2:17. “Então, a serpente
disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que
dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e
o mal”. Gênesis 3:4-5. Adão atendeu à voz de Satanás falando-lhe por meio da
esposa; ele creu noutra voz, e não naquela que proferiu a lei no Éden.
Todo ser humano foi colocado à prova, assim como Adão e Eva no Éden.
Como a árvore do conhecimento foi colocada no meio do jardim do Éden, assim
também o mandamento do sábado é colocado no meio do Decálogo. Com relação
ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, a restrição foi feita:
“Dele não comereis, [...] para que não morrais”. Gênesis 3:3. Do sábado, Deus
disse: Não O violarás, mas o santificarás. “Lembra-te do dia de sábado, para o
santificar”. Êxodo 20:8. Assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal
foi um teste da obediência de Adão, o quarto mandamento é o teste que Deus
deu para provar a lealdade de todo o Seu povo. A experiência de Adão deve ser
um alerta para nos até o tempo do fim. Ela nos adverte a não receber nenhuma
declaração da boca de mortais ou de anjos que tire um jota ou til da sagrada lei
de Jeová. — The Review and Herald, 30 de Agosto de 1898. [130]

131
Um dia abençoado, 3 de Maio

E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de


toda a obra que, como Criador, fizera. Gênesis 2:3.

Deus olhou com satisfação para a obra de Suas mãos. Tudo era perfeito, digno
de seu Autor divino; e Ele descansou, não como alguém que estivesse cansado,
mas satisfeito com os frutos de Sua sabedoria e bondade, e com as manifestações
de Sua glória.
Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou o colocou à parte,
como dia de repouso para o homem. Seguindo o exemplo do Criador, deveria o
homem repousar neste santo dia, a fim de que, ao olhar para o céu e para a Terra,
pudesse refletir na grande obra da criação de Deus; e para que, contemplando as
provas da sabedoria e bondade de Deus, pudesse seu coração encher-se de amor
e reverência para com o Criador.
No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação, depondo a
Sua bênção sobre o sétimo dia. O sábado foi confiado a Adão, pai e representante
de toda a família humana. Sua observância deveria ser um ato de grato reconhe-
cimento, por parte de todos os que morassem sobre a Terra, de que Deus era seu
Criador e legítimo Soberano; de que eles eram a obra de Suas mãos, e súditos de
Sua autoridade. Assim, a instituição era inteiramente comemorativa, e foi dada
a toda a humanidade. Nada havia nela prefigurativo, ou de aplicação restrita a
qualquer povo. [...]
Era o desígnio de Deus que o sábado encaminhasse a mente dos homens à
contemplação de Suas obras criadas. A natureza fala aos sentidos, declarando que
há um Deus vivo, Criador e supremo Governador de tudo. “Os céus manifestam
a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz
declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite”. Salmos
19:1-2. A beleza que reveste a Terra é um sinal do amor de Deus. Podemos
vê-Lo nas colinas eternas, nas árvores altaneiras, no botão que se entreabre, e
nas delicadas flores. Tudo nos fala de Deus. O sábado, apontando sempre para
Aquele que tudo fez, ordena aos homens abrirem o grande livro da natureza, e
rastrear ali a sabedoria, o poder e o amor do Criador. — Patriarcas e Profetas,
[131] 47-48.

132
Um dia para Deus, 4 de Maio

Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás


toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; [...] por
isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou. Êxodo 20:8-11.

Mesmo no princípio do quarto preceito, disse Deus: “Lembra-te”, sabendo que


o homem, na multidão de seus cuidados e preocupações, seria tentado a eximir-
se de satisfazer a todas as reivindicações da lei, ou, na pressão dos negócios
seculares, se esqueceria de sua sagrada importância. “Seis dias trabalharás, e
farás toda a tua obra” (Êxodo 20:9), as comuns ocupações da vida, para o ganho
secular ou o prazer. Essas palavras são muito explícitas; não pode haver erro.
Irmão K, como ousa transgredir mandamento tão solene e importante? Por-
ventura o Senhor fez uma exceção pela qual o irmão seja absolvido da lei que
Ele deu ao mundo? Serão suas transgressões omitidas do livro de registro? Con-
cordou Ele em desculpar sua desobediência quando as nações se apresentarem
diante dEle para serem julgadas? Não se engane, por um momento que seja,
com o pensamento de que seu pecado não lhe trará o castigo merecido. Suas
transgressões serão castigadas com vara, porque o irmão tinha a luz, e no entanto
tem andado em sentido exatamente contrário. “O servo que soube a vontade do
seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado
com muitos açoites”. Lucas 12:47.
Deus deu ao homem seis dias para fazer a sua obra e levar avante os negócios
comuns da vida; mas Ele reclama um dia, que Ele pôs de parte e santificou. Ele
o dá ao homem como um dia em que possa repousar do trabalho e dedicar-se à
adoração e ao desenvolvimento de sua condição espiritual. Que flagrante afronta
é roubar o homem o único dia santificado de Jeová, e dele se apropriar para seus
próprios fins egoístas!
É a mais grosseira presunção aventurar-se o homem mortal a negociar com o
Todo-poderoso, a fim de assegurar seus insignificantes interesses seculares. É tão
cruel violação da lei servir-se ocasionalmente do sábado para negócios seculares,
como seria rejeitá-lo completamente; pois isso é fazer dos mandamentos do
Senhor uma questão de conveniência. — Testemunhos para a Igreja 4:249. [132]

133
Memorial da criação, 5 de Maio

Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios


interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia
do Senhor, digno de honra, [...] então, te deleitarás no Senhor. Isaías
58:13-14.

Muitos cristãos professos de hoje estão fechando o coração e a mente ao Sol


da Justiça, de quem raios de luz baniriam a escuridão e a névoa que lá existem.
Recusam a luz e tornam de importância secundária os requerimentos e desejos
de Deus. Em lugar do dia de descanso que lhes foi dado por Jeová, aceitam um
sábado falso; adoram um ídolo e transgridem a santa lei de Deus ao pisar sobre o
sábado que Ele instituiu e abençoou.
Era objetivo do sábado que toda a humanidade fosse beneficiada. Após Deus
ter criado o mundo em seis dias, Ele descansou, abençoou e santificou o dia no
qual Ele descansou de toda a obra que criara e fizera. Separou esse dia especial
para o ser humano descansar de seus labores, de modo que, ao olharem para
a terra abaixo e o céu acima, prova tangível da infinita sabedoria de Deus, seu
coração ficasse repleto de amor e reverência por seu Criador.
Se a família humana tivesse sempre guardado o dia que Deus abençoou e
santificou, jamais teria existido um infiel em nosso mundo, pois o sábado foi
dado como memorial do trabalho do Criador; foi dado para que naquele dia, de
modo especial, as pessoas pudessem desviar a mente das coisas terrenas para a
contemplação de Deus e de Seu grandioso poder. [...]
Os pagãos em sua cegueira se curvam diante de ídolos de madeira e de pedra.
“Estes são nossos deuses”, dizem. Mas, no quarto mandamento, temos a prova
de que nosso Deus é o Deus vivo e verdadeiro. Nesse mandamento está o selo
de Sua autoridade: “Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e
tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o
dia de sábado e o santificou”. Êxodo 20:11. Nos céus que declaram a glória do
Criador — o sol, brilhando em sua força dando vida e beleza a todas as coisas
criadas; a lua e as estrelas, obras de Suas mãos — vemos a superioridade do Deus
que adoramos. Ele é o Deus que criou “os céus e a Terra”. — The Bible Echo, 12
[133] de Outubro de 1896.

134
Preparação para o sábado, 6 de Maio

Isto é o que disse o Senhor: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor;


o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água,
cozei-o em água; e tudo o que sobrar separai, guardando para a manhã
seguinte. Êxodo 16:23.

No sexto dia, descobriram que uma porção em dobro [de maná] havia sido
enviada, e o povo colhia dois gômeres para cada pessoa. Os príncipes foram
apressadamente informar a Moisés do que se havia feito. Sua resposta foi: “Isto
é o que disse o Senhor: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor; o que
quiserdes cozer no forno, cozei-o, o que quiserdes cozer em água, cozei-o em
água; e tudo o que sobrar separai, guardando para a manhã seguinte.” Assim
fizeram, e perceberam que ficara inalterado. E Moisés disse: “Comei-o hoje,
porquanto o sábado é do Senhor; hoje, não o achareis no campo. Seis dias o
colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele, não haverá”. Êxodo 16:25-26.
O Senhor não é agora menos minucioso com respeito ao sábado do que
quando deu essas especiais direções aos filhos de Israel. Determinou-lhes que,
no sexto dia, assassem o que quisessem assar, e cozessem o que quisessem cozer,
em preparo para o repouso do sábado. Aqueles que no sexto dia deixam de
fazer a devida preparação para o sábado, violam o quarto mandamento e são
transgressores da lei de Deus. Em Suas instruções aos israelitas, Deus proibiu
assar e cozinhar no sábado. Essa proibição deve ser considerada por todos os
guardadores do sábado uma solene ordem de Jeová para eles. O Senhor guardaria
Seu povo da prática da glutonaria no sábado, o qual Ele separou para sagrada
meditação e adoração. [...]
Deus manifestou Seu grande cuidado e amor por Seu povo enviando-lhe
pão do céu. “Comeram pão dos anjos”; isto é, alimento provido para eles pelos
anjos. [...] Depois de terem sido abundantemente supridos de alimento, ficaram
envergonhados de sua descrença e murmurações, e prometeram confiar no Senhor
para o futuro. — The Signs of the Times, 15 de Abril de 1880. [134]

135
A santidade do sábado, 7 de Maio

E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em


terra habitada; comeram maná até que chegaram aos limites da terra de
Canaã. Êxodo 16:35.

Cada semana, durante sua longa peregrinação no deserto, os israelitas tes-


temunharam tríplice milagre, destinado a impressionar-lhes o espírito com a
santidade do sábado: uma dobrada quantidade de maná caía no sexto dia, nada
caía no sétimo, e a porção necessária para o sábado conservava-se fresca e pura,
enquanto qualquer quantidade que se deixava de um dia para outro, em outra
ocasião, se tornava imprópria para o uso.
Nas circunstâncias que se ligam à concessão do maná, temos prova conclusiva
de que o sábado não foi instituído, conforme muitos pretendem, quando a lei foi
dada no Sinai. Antes de chegarem os israelitas ao Sinai, compreendiam ser-lhes
obrigatório o sábado. Sendo obrigados a recolher toda sexta-feira dupla porção
de maná, como preparo para o sábado, no qual nada caía, a natureza sagrada
do dia de repouso os impressionava continuamente. E quando alguns, dentre o
povo, saíram no sábado para apanhar maná, o Senhor perguntou: “Até quando
recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis?”
“E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em
terra habitada; comeram maná até que chegaram aos limites da terra de Canaã.”
Durante quarenta anos, por meio dessa maravilhosa provisão, trazia-se-lhes dia-
riamente à lembrança o cuidado infalível e o terno amor de Deus. Segundo as
palavras do salmista, Deus lhes deu “do trigo do Céu. Cada um comeu o pão
dos anjos”, isto é, alimento que lhes foi provido pelos anjos. Salmos 78:24-25.
Sustentados pelo “trigo do Céu”, diariamente se lhes ensinava que, tendo as pro-
messas de Deus, estavam tão seguros contra a necessidade como se estivessem
rodeados pelos campos ondulantes de trigo nas férteis planícies de Canaã.. —
[135] Patriarcas e Profetas, 296-297.

136
Ataque contra o sábado, 8 de Maio

E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.


Mateus 15:9.

O inimigo tem trabalhado no mundo religioso para iludir as pessoas com a


crença de que a lei de Deus pode ser deixada de lado. Ele teve muitos anos de
experiência nessa obra, pois começou com nossos primeiros pais, usando seu
poder para fazê-los desconfiar de Deus. Se pudesse interpor-se entre seu coração
e Deus, sabia que seria bem-sucedido. A perspectiva de se tornarem deuses,
conhecedores do bem e do mal, foi agradável a Adão e Eva, e cederam à tentação.
Em receber o conhecimento do bem e do mal, os seres humanos sentem que
ganham muito; mas não entendem os propósitos de Satanás. Não entendem que
caem em sua armadilha quando forjam a lei de Deus. O inimigo sabe que se a
igreja pode ser controlada por sansões políticas, se pode ser levada a se unir com
o mundo, ela virtualmente o reconhece como seu líder. Então a autoridade dos
mandamentos de mãos humanas trabalharão para se opor à norma do governo do
Céu. Aqueles que dispensam os decretos justos e santos de Deus concernentes
ao sábado, a observância dos quais deve ser um sinal entre Deus e Seu povo para
sempre, estão sob a liderança de Satanás.
O plano de Satanás encantou o mundo religioso. Ele criou sua própria ordem
de coisas, anulando a lei de Deus. Através de sua atividade enganosa ganhou
no professo mundo cristão o que pensara ganhar no Céu — uma anulação das
leis de Jeová. Trabalhou através do poder de Roma para remover o memorial
de Deus, e erigiu seu próprio memorial para separar Deus de Seu povo. Hoje
o mundo protestante está se distanciando de Deus pela aceitação de um falso
sábado. Nem um pouquinho da sagrada autoridade podem encontrar para fazer
isso; no entanto, cheios de zelo, afirmam que o memorial do Senhor dado na
Criação deve ser ignorado, desprezado e pisado, tomando seu lugar o primeiro
dia da semana.
Ferimento maior não poderia ser infligido a Deus do que ignorar Seu santo
dia, e colocar em seu lugar um sábado falso que não leva marca alguma de
santidade. Deus deu ao mundo o sábado para ser separado para a glória do Seu
nome. Ele disse: “Pois é sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que
saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica. [...] Os filhos de Israel guardarão
o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações”. Êxodo 31:13,
16. — The Signs of the Times, 22 de Novembro de 1899. [136]

137
A Bíblia e o sábado, 9 de Maio

Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança


perpétua nas suas gerações. Êxodo 31:16.

Os dias em que vivemos são tempos que exigem constante vigilância, tempos
em que o povo de Deus deve avivar-se para fazer um grande trabalho na apre-
sentação do esclarecimento sobre o assunto do sábado. Eles devem se levantar, e
alertar os habitantes do mundo de que Cristo logo voltará com poder e grande
glória. [...]
Este é o momento em que os servos do Senhor devem trabalhar com maior
zelo para levar a mensagem do terceiro anjo a todas as partes do mundo. A obra
dessa mensagem está se espalhando perto e longe; no entanto, não devemos nos
sentir satisfeitos, mas apressar-nos em levar a milhares mais a verdade referente
à perpetuidade da lei de Jeová. A mensagem deve ser proclamada por todas as
nossas instituições de ensino, nossas editoras e nossos hospitais. O povo de Deus
em todos os lugares deve ser despertado para cooperar na grande e importante
obra representada pela primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Essa
última advertência aos habitantes da Terra deve fazer com que todos vejam a
importância que Deus dá à Sua santa lei. A verdade deve ser apresentada de modo
tão claro que nenhum transgressor, ao ouvi-la, deixe de discernir a importância
da obediência ao mandamento do sábado. [...]
Fui instruída a dizer ao nosso povo: Ajuntem das Escrituras as provas de
que Deus santificou o sábado, e façam com que as palavras do Senhor sejam
lidas diante das congregações, mostrando que todos que se desviam de um claro
“Assim diz o Senhor” serão condenados. O sábado tem sido o teste da lealdade
do povo de Deus em todas as eras. “Entre mim e os filhos de Israel é sinal para
sempre” declara o Senhor. Êxodo 31:17.
Ao proclamarmos a Palavra de Deus às pessoas, nada há a ser debatido. A
palavra do Senhor ordena a observância do sétimo dia; que esta Palavra seja dada
ao povo, e não as palavras de seres humanos. Assim fazendo, lançamos o peso da
responsabilidade sobre aqueles que a rejeitam; e os argumentos dos opositores
são argumentos contra as especificações da Palavra. Ao exaltar um “Assim diz o
Senhor”, a controvérsia não é com o obreiro, mas com Deus. — The Review and
[137] Herald, 26 de Março de 1908.

138
O sinal da autoridade de Deus, 10 de Maio

Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de


muitas gerações e serás chamado Reparador de Brechas e Restaurador de
Veredas para que o país se torne habitável. Isaías 58:12.

O sábado é um elo de ouro que nos une a Deus. Mas o preceito do sábado
tem sido violado. O dia santificado por Deus tem sido profanado. O sábado foi
deslocado de seu legítimo lugar pelo homem do pecado, sendo exaltado em lugar
dele um dia comum. Foi introduzida na lei uma brecha que tem de ser reparada.
O verdadeiro sábado tem que ser restituído à sua legítima condição de santo dia
de repouso.
No Capítulo 58 de Isaías está esboçada a obra que o povo de Deus deve
executar. Cumpre-lhe engrandecer a lei e torná-la gloriosa, edificar os lugares
antigamente assolados e levantar os fundamentos de geração em geração. Aos
que realizam essa obra, diz Deus: “E serás chamado Reparador de Brechas e
Restaurador de Veredas para que o país se torne habitável. Se desviares o pé de
profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia, se
chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares
não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os
altos da Terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do
Senhor o disse”. Isaías 58:12-14.
A questão do sábado será o ponto controverso no grande conflito final em
que o mundo inteiro será envolvido. Os homens exaltaram os princípios do diabo
acima dos que governam os Céus. Aceitaram o sábado espúrio instituído por
Satanás como o sinal de sua autoridade. Entretanto, Deus imprimiu o Seu selo
ao Seu estatuto real. Cada instituição sabática [verdadeira ou falsa] traz o nome
de seu autor, a marca indestrutível que revela sua autoridade. Nossa missão é
levar o povo a compreender isso. Devemos mostrar-lhe a importância de ter
o sinal do reino de Deus ou o do reino da rebelião, porque cada indivíduo se
reconhece súdito do reino cujo distintivo aceita. Deus nos chamou para desfraldar
o estandarte do Seu sábado, que está sendo calcado a pés. É muito importante,
portanto, que o nosso exemplo em observá-lo seja correto!. — Testemunhos para
a Igreja 6:352, 353. [138]

139
Um sinal falso, 11 de Maio

Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os
Meus sábados; pois é sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que
saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica. Êxodo 31:13.

O Senhor definiu de modo claro a estrada que vai à cidade de Deus; o grande
apóstata, porém, mudou o marco indicador, estabelecendo um falso sábado —
um sábado modificado. Satanás diz: “Eu atravessarei os propósitos de Deus.
Capacitarei meus seguidores a porem de lado o memorial de Deus, o sábado
do sétimo dia. Assim, mostrarei ao mundo que o dia abençoado e santificado
por Deus foi mudado. Esse dia não perdurará na mente do povo. Apagarei a
lembrança dele. Porei em seu lugar um dia que não leve as credenciais de Deus,
um dia que não seja um sinal entre Deus e Seu povo.
“Levarei os que aceitarem este dia a porem sobre ele a santidade que Deus
pôs sobre o sétimo dia. Através de meu representante, engrandecerei a mim
mesmo. O primeiro dia será exaltado, e o mundo protestante receberá este sábado
falso como genuíno. Através da não observância do sábado que Deus instituiu,
levarei Sua lei ao menosprezo. As palavras: ‘Um sinal entre Mim e vós por
todas as vossas gerações’, farei que se prestem para o meu sábado. Assim o
mundo se tornará meu. Eu serei o governador da Terra, o príncipe do mundo.
Controlarei assim as mentes sob meu poder para que o sábado de Deus seja um
objeto especial de desprezo.” [...]
O homem do pecado instituiu um sábado falso, e o professo mundo cristão
adotou este filho do papado, recusando obedecer a Deus. Assim Satanás conduz
homens e mulheres em direção contrária à da cidade de refúgio; e, pelas multidões
que o seguem, fica demonstrado que Adão e Eva não são os únicos que aceitaram
as palavras do astuto inimigo.
O inimigo de todo o bem pôs em sentido contrário o marco indicador, de
modo a fazê-lo indicar o caminho da desobediência como sendo o da felicidade.
[139] — SDABC, 4:1171-1172.

140
Fazendo o bem no sábado, 12 de Maio

Porque o Filho do Homem é senhor do sábado. [...] É lícito, nos sábados,


fazer o bem. Mateus 12:8, 12.

Jesus tinha lições que desejava ensinar a Seus discípulos, para que quando
não mais estivesse com eles, eles não fossem iludidos pelas distorções enganosas
dos sacerdotes e autoridades com respeito à correta observância do sábado. Ele
removeria do sábado as tradições e exigências com as quais os sacerdotes e
líderes tinham sobrecarregado o sábado.
Ao passar por uma plantação de grãos no dia do sábado, Ele e Seus discípulos,
famintos, começaram a arrancar espigas de grão e comer. “Os fariseus, porém,
vendo isso, disseram-Lhe: Eis que os Teus discípulos fazem o que não é lícito
fazer em dia de sábado”. Mateus 12:2. Para responder à acusação deles, Ele os
dirigiu ao ato de Davi e outros, dizendo: “Não lestes o que fez Davi quando ele e
seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os
pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que
com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que,
aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois
Eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo”. Mateus 12:3-6.
Se a fome excessiva isentou Davi da violação até mesmo da santidade do
santuário, e tornou seu ato inocente, quanto mais desculpável era o simples ato
dos discípulos de arrancar espigas e comê-las no dia de sábado! Jesus desejava
ensinar a Seus discípulos e a Seus inimigos que o serviço de Deus vinha em
primeiro lugar, e que se a fadiga ou fome acompanhassem o trabalho, era correto
satisfazer as necessidades humanas mesmo no dia de sábado. [...]
Obras de misericórdia e de necessidade não são transgressões da lei. Deus
não condena essas coisas. O ato de misericórdia e necessidade ao passar por uma
plantação, de arrancar espigas de trigo, esfregar os grãos nas mãos e comê-los
para satisfazer a fome, Ele declarou estarem de acordo com a lei que Ele mesmo
tinha proclamado no Sinai. Desse modo declarou-Se inocente diante dos escribas,
autoridades e sacerdotes, diante do universo celeste, e diante dos anjos caídos e
dos homens caídos. — The Review and Herald, 3 de Agosto de 1897. [140]

141
Evangelismo no sábado, 13 de Maio

Farei que os homens sejam mais escassos do que o ouro puro, mais raros
do que o ouro de Ofir. Isaías 13:12.

Se era lícito a Davi satisfazer a fome comendo do pão que fora separado para
um fim santo, então era lícito aos discípulos prover sua necessidade colhendo
umas espigas nas sagradas horas do sábado. Além disso, os sacerdotes no templo
realizavam maior trabalho no sábado que em outros dias. O mesmo trabalho, feito
em negócios seculares, seria pecado, mas a obra dos sacerdotes era realizada no
serviço de Deus. Estavam praticando os ritos que apontavam ao poder redentor de
Cristo, e seu trabalho achava-se em harmonia com o desígnio do sábado. Agora,
porém, viera o próprio Cristo. Os discípulos, fazendo a obra de Cristo, estavam
empenhados no serviço de Deus, e o que era necessário à realização dessa obra,
era direito fazer no dia de sábado.
Cristo queria ensinar, aos discípulos e aos inimigos, que o serviço de Deus está
acima de tudo. O objetivo da obra de Deus, neste mundo, é a redenção do homem;
portanto, tudo quanto é necessário que se faça no sábado no cumprimento dessa
obra, está em harmonia com a lei do sábado. Jesus coroou então Seu argumento,
declarando-Se “Senhor do sábado” — Alguém que estava acima de qualquer
dúvida, acima de toda lei. Esse eterno Juiz absolve de culpa os discípulos,
apelando para os próprios estatutos de cuja violação são acusados. [...]
Outro sábado, ao entrar Jesus na sinagoga, viu aí um homem cuja mão era
mirrada. Os fariseus O observavam, ansiosos de ver o que faria. Bem sabia o
Salvador que, curando no sábado, seria considerado transgressor, mas não hesitou
em derribar o muro das exigências tradicionais que atravancavam o sábado. Jesus
pediu ao enfermo que se adiantasse, perguntando então: “É lícito no sábado
fazer bem ou fazer mal? salvar a vida, ou matar?” Marcos 3:4. Era uma máxima
entre os judeus que deixar de fazer o bem, havendo oportunidade para isso,
era fazer mal; negligenciar salvar a vida era matar. Assim Jesus os atacou com
suas próprias armas. “E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com
indignação, condoendo-Se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a
mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra”. Marcos 3:4-5.
[141] — O Desejado de Todas as Nações, 285-286.

142
Honrando o sábado, 14 de Maio

Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos
sábados, fazer o bem. Mateus 12:12.

Quando interrogado: “É lícito curar no sábado?” Jesus respondeu: “Qual


dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa
cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem
que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem”. Mateus 12:10-12.
Os espias não ousaram responder a Jesus em presença da multidão, por
temor de se envolverem em dificuldades. Sabiam que Ele dissera a verdade. De
preferência a violar suas tradições, deixariam um homem sofrer, ao passo que
socorreriam um animal por causa do prejuízo para o possuidor, caso fosse o
mesmo negligenciado. Assim, maior era o cuidado que manifestavam por um
animal, que por um homem, criado à imagem divina.
Isso ilustra a operação de todas as religiões falsas. Criam no homem o desejo
de se exaltar acima de Deus, mas o resultado é degradá-lo abaixo do animal.
Toda religião que combate a soberania de Deus despoja o homem da glória que
lhe pertencia na criação e lhe deve ser restituída em Cristo. Toda religião falsa
ensina seus adeptos a serem descuidosos para com as necessidades, sofrimentos
e direitos humanos. O evangelho dá alto valor à humanidade, como resgate do
sangue de Cristo, e ensina uma terna solicitude pelas necessidades e misérias do
homem. [...]
Quando Jesus Se voltou para os fariseus com a pergunta se era lícito no dia
de sábado fazer bem ou mal, salvar ou matar, pôs-lhes diante os próprios maus
desígnios deles. Estavam-Lhe dando caça à vida com ódio amargo, ao passo que
Ele salvava a vida e trazia felicidade às multidões. Seria melhor matar no sábado,
como estavam planejando, do que curar o aflito, como fizera Ele? Seria mais
justo ter o homicídio no coração durante o santo dia de Deus, que amor para com
todos os homens — amor que se exprime em atos de misericórdia?
Na cura da mão mirrada, Jesus condenou o costume dos judeus, e colocou o
quarto mandamento no lugar que Deus lhe destinara. “É lícito, nos sábados, fazer
o bem”, declarou Ele. Pondo à margem as absurdas restrições dos judeus, Cristo
honrou o sábado, ao passo que os que dEle se queixavam estavam desonrando o
santo dia de Deus. — O Desejado de Todas as Nações, 286-287. [142]

143
Um presente para a humanidade, 15 de Maio

E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por
causa do sábado. Marcos 2:27.

Quando acusado de pisar o sábado, em Betesda, Jesus Se defendeu, afirmando


Sua filiação de Deus e declarando que operava em harmonia com o Pai. Agora,
que eram acusados Seus discípulos, cita aos acusadores exemplos do Antigo
Testamento, atos praticados no sábado pelos que estavam ao serviço de Deus.
Os mestres judaicos orgulhavam-se de seu conhecimento das Escrituras, e na
resposta do Salvador havia indireta censura a sua ignorância das sagradas letras.
“Nunca lestes”, disse Ele, “o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com
ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, [...]
os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?” Lucas 6:3-4. “E disse-lhes:
O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado”.
Marcos 2:27. “Não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo
violam o sábado e ficam sem culpa? Pois Eu vos digo que está aqui quem é maior
do que o templo”. Mateus 12:5-6. “O Filho do homem é Senhor também do
sábado”. Marcos 2:28. [...]
Jesus não deixou passar a questão com uma simples repreensão aos inimigos.
Declarou que, em sua cegueira, se haviam enganado quanto ao desígnio do
sábado. Disse: “Se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não
sacrifício, não condenaríeis os inocentes”. Mateus 12:7. Os muitos ritos deles,
destituídos de coração, não podiam suprir a falta daquela verdadeira integridade
e terno amor que há de para sempre caracterizar o genuíno adorador de Deus. [...]
É o serviço de amor que Deus aprecia. Quando falta esse, a mera rotina
da cerimônia é-Lhe ofensiva. O mesmo quanto ao sábado. Visava este pôr os
homens em comunhão com o Senhor; quando, porém, o espírito estava absorvido
com enfadonhos ritos, o objetivo do sábado era contrariado. Sua observância
[143] meramente exterior era um escárnio. — O Desejado de Todas as Nações, 284-286.

144
Sinal da aliança, 16 de Maio

Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias,
fez o Senhor os Céus e a Terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento.
Êxodo 31:17.

Se os homens e mulheres reconhecessem o verdadeiro sábado, não menos-


prezariam a Palavra de Deus, como agora o fazem. A observância do sétimo
dia seria um laço de ouro unindo-os ao seu Criador. Mas o mandamento que
indica quem é o verdadeiro Deus, o Criador e Soberano da Terra, é desonrado e
desobedecido. Essa é a razão por que há tão pouca estabilidade no mundo. As
igrejas recusaram o sinal de Deus e distorceram Seu caráter. Eles derrubaram o
sagrado dia de descanso de Deus, exaltando em seu lugar um sábado espúrio. Oh,
que homens e mulheres cessassem de impedir sua própria entrada no Céu por
causa de suas perversidades. — Manuscript Releases 5:82.
Uma brecha foi feita na lei de Deus, e Ele busca um povo que reparará essa
brecha. Um sábado espúrio foi exaltado em lugar do sábado de Jeová. Logo
leis serão aprovadas obrigando todos a observarem o primeiro dia da semana
em vez do sétimo. Precisamos nos opor a essa dificuldade, e encontraremos
muitos problemas, mesmo sem provocar contenda entre os que professam ser
guardadores dos mandamentos de Deus. — Manuscript Releases 5:82, 83.
Com essas claras palavras (Êxodo 31:16-17) diante de nós, quem dentre os
que conhecem a verdade ousará tornar menos notórios os diferentes aspectos
da nossa fé? É um fato determinado, que deve ser salientado diante de todas as
nações, reinos, línguas e povos que o Senhor Deus fez o mundo em seis dias, e
descansou no sétimo dia. “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o
seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera,
descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito”. — Manuscript Releases
5:83.
O sábado era o sinal de Deus entre Ele e Seu povo, evidência de Sua bondade,
misericórdia e amor, um sinal pelo qual Seu povo é distinguido dentre todos
os falsos beatos do mundo. E Deus comprometeu-Se que o abençoará em sua
obediência, mostrando que Ele é o seu Deus, que fez entre ele e Si mesmo uma
aliança, e que cumprirá Sua promessa a todos que são obedientes. — Manuscript
Releases 5:84. [144]

145
Um dia de cura e de alegria, 17 de Maio

O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à


multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias
para serdes curados e não no sábado. Lucas 13:14.

“Ora, ensinava Jesus no sábado numa das sinagogas. E veio ali uma mulher
possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela en-
curvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e
disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e, impondo-lhe as mãos, ela
imediatamente se endireitou e dava glória a Deus”. Lucas 13:10-13.
O coração compassivo de Cristo foi tocado ao ver essa mulher em sofrimento,
e acreditamos que cada ser humano que para ela olhava alegrou-se ao vê-la livre
de sua escravidão, e curada de uma angústia que a afligia por dezoito anos. Mas
Jesus percebeu pelo semblante sombrio e indignado dos sacerdotes e rabinos que
não se alegraram com a libertação da mulher. Não estavam prontos a expressar
palavras de gratidão porque alguém que estivera sofrendo e fora deformada pela
doença era agora restaurado à saúde e à simetria. Não ficaram gratos porque
aquele corpo deformado se tornara agradável, e porque o Espírito Santo deixara
seu coração alegre, transbordante de gratidão, e ela glorificava a Deus.
Diz o salmista: “O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me
glorificará”. Salmos 50:23. Mas em meio a palavras de gratidão ouve-se uma nota
dissonante. “O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado.”
Ele estava indignado porque Cristo fizera uma mulher infeliz entoar uma nota de
alegria no sábado. Em alta voz, áspera e com fúria disse à multidão: “Seis dias
há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não
no sábado.”
Se esse homem realmente tivesse consciencioso escrúpulo quanto à verda-
deira observância do sábado, teria discernido a natureza e caráter da obra que
Cristo realizara. [...] A obra que Cristo realizara estava em harmonia com a
santificação do dia de sábado. A multidão de um e outro lado se maravilhou e
ficou alegre com a obra realizada em favor da mulher sofredora; e havia aqueles
cujo coração fora tocado, cuja mente fora iluminada, que teriam se confessado
discípulos de Cristo, não fosse o sombrio e indignado semblante dos rabinos. —
[145] The Signs of the Times, 23 de Abril de 1896.

146
Um dia de misericórdia, 18 de Maio

E a Ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas


obras. Salmos 62:12.

O Senhor Deus do sábado ouvirá a oração sincera. Ele guiará os que sentem
dependência dEle, e guiará também os obreiros para que muitas pessoas venham
a ter conhecimento da verdade.
Verdade como existe em Jesus exerce uma influência transformadora sobre a
mente de quem a recebe. Que ninguém esqueça que Deus é sempre a maioria, e
que com Ele todo esforço missionário com certeza será coroado de êxito. Os que
mantêm relacionamento vivo com Deus sabem que a divindade trabalha através
da humanidade. Todo ser que coopera com Deus praticará a justiça, amará a
misericórdia, e andará humildemente com Deus.
O Senhor é um Deus de misericórdia, e tem cuidado até mesmo dos animais
irracionais que criou. Quando Ele curou no dia de sábado e foi acusado de
quebrar a lei de Deus, disse a seus acusadores: “Cada um de vós não desprende
da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber?
Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha
de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo Ele dito estas
palavras, todos os seus adversários se envergonharam. Entretanto, o povo se
alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus realizava”. Lucas 13:15-17.
O Senhor considera com compaixão as criaturas por Ele criadas, não importa
a que raça pertençam. Deus “de um só fez toda a geração dos homens para habitar
sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os
limites da sua habitação, para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando,
o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós; porque nele
vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas
disseram: Pois somos também sua geração”. Atos 17:26-28.
Falando a Seus discípulos, disse o Salvador: “Vós todos sois irmãos”. Mateus
23:8. Deus é nosso Pai comum, e cada um de nós é guarda de seu irmão. — The
Review and Herald, 21 de Janeiro de 1896. [146]

147
Exemplificando a santidade do sábado, 19 de Maio

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as


inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando
pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Deuteronômio 6:6-7.

Em sua família você falhou em reconhecer a santidade do sábado e em


ensiná-la a seus filhos, e recomendar-lhes a importância de observá-lo conforme
o mandamento. Suas sensibilidades não estão desobstruídas nem prontas para
discernir o alto padrão que devemos alcançar, a fim de sermos guardadores dos
mandamentos. Mas Deus o ajudará em seus esforços, quando você levar o trabalho
a sério. Você deve possuir perfeito controle sobre si mesmo para ter melhor
sucesso em dominar seus filhos, quando eles se mostrarem indisciplinados.
Há uma grande obra diante do irmão para reparar as negligências passadas;
mas não se requer que a faça nas próprias forças. Anjos ministradores o ajudarão.
Não desista do trabalho nem deixe de lado a obrigação, mas assuma-a com
boa disposição e repare sua prolongada negligência. Você precisa ter mais alta
compreensão dos reclamos de Deus com respeito ao Seu dia sagrado. Tudo o que
possivelmente pode ser feito nos seis dias que Deus lhe deu, deve ser feito. Você
não deve roubar a Deus em uma única hora do tempo santo.
Grandes bênçãos são prometidas aos que colocam sobre o sábado um alto
valor e compreendem as obrigações que sobre eles repousam com respeito à sua
observância. “Se desviares o teu pé do sábado [de pisoteá-lo, desprezando-o], de
fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso e santo
dia do Senhor digno de honra, [...] Eu te farei cavalgar sobre as alturas da Terra e
te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai; porque a boca do Senhor o disse”.
Isaías 58:13-14.
Ao começar o sábado, devemos pôr-nos guarda a nós mesmos, a nossos atos
e palavras, para que não roubemos a Deus, apropriando-nos para nosso próprio
uso daquele tempo que pertence estritamente ao Senhor. [...]
Coisa alguma que possa, aos olhos do Céu, ser considerada transgressão do
santo sábado, deve ser deixada por dizer ou fazer no sábado. Deus requer, não
somente que nos abstenhamos do trabalho físico no sábado, mas que a mente seja
disciplinada de modo a pensar em temas santos. — Testemunhos para a Igreja
[147] 2:701-703.

148
Os mandamentos são para todos, 20 de Maio

Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para O servirem e para


amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, sim, todos os
que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a Minha aliança,
também os levarei ao Meu santo monte. Isaías 56:6-7.

Na lei de Moisés, estrangeiros e eunucos estavam excluídos de desfrutar


completamente os privilégios concedidos a Israel. Mas o profeta declara que está
chegando um tempo em que essas restrições cessarão. Os santos oráculos foram
especificamente confiados aos judeus; não ser israelita era não pertencer ao povo
favorecido de Deus. Os judeus, cada vez mais, se consideravam superiores por
direito divino a todos os outros povos da Terra; no entanto, não haviam sido
cuidadosos para manter seu caráter separado e santo rendendo obediência a todos
os mandamentos de Deus.
Agora o profeta declara que o estrangeiro que amar e obedecer a Deus
desfrutará dos privilégios que pertenciam exclusivamente ao povo escolhido. Até
aqui, a circuncisão e estrita observância da lei cerimonial tinham sido a condição
sob a qual gentios podiam ser admitidos na congregação de Israel; mas essas
distinções deveriam ser abolidas pelo evangelho [citação de Isaías 56:6-8]. [...]
A primeira parte [de Isaías 58] traz a visão de um povo que aparentemente se
deleita no serviço de Deus; que O busca diariamente, “como povo que pratica a
justiça e não deixa o direito do seu Deus”. Mesmo assim sua vida não é correta
diante do Senhor; pois Ele ordena a Seu profeta: “Clama a plenos pulmões, não te
detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão
e à casa de Jacó, os seus pecados”. Isaías 58:1. [...]
Essa profecia permanece por séculos até a época em que o homem do pecado
tentou anular um dos preceitos da lei de Deus, lançando por terra o sábado
original de Jeová, e em seu lugar exaltou um de sua própria autoria. E quando
o mundo cristão rejeita o santo sábado de Deus, e em seu lugar aceita um dia
de trabalho comum, não sancionado por um único “Assim diz o Senhor”, está
encorajando infidelidade, e virtualmente admitindo a supremacia daquele poder
que efetuou a mudança unicamente com sua própria autoridade. A rejeição do
sábado levou à rejeição de toda a lei, e milhares de professos cristãos agora
ousadamente a declaram anulada. — The Signs of the Times, 28 de Fevereiro de
1884. [148]

149
Como Jesus guardou o sábado, 21 de Maio

Então, disse Jesus a eles: Que vos parece? É lícito, no sábado, fazer o bem
ou o mal? Salvar a vida ou deixá-la perecer? Lucas 6:9.

Não é transgressão do sábado realizar obras de necessidade, como ministrar


ao doente ou idoso, e aliviar a aflição. Tais obras estão em perfeita harmonia com
a lei do sábado. Nosso maior Exemplo era ativo mesmo no sábado, quando as
necessidades dos doentes e sofredores eram levadas a Ele. Os fariseus, por causa
disso, O acusavam de transgredir o sábado, como fazem muitos ministros hoje
que estão em oposição à lei de Deus. Mas dizemos: Que Deus seja verdadeiro, e
todo homem um mentiroso que ousa fazer essa acusação contra o Salvador.
Jesus responde à acusação dos judeus assim: “Se vós soubésseis o que signi-
fica: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”. Mateus
12:7. Ele já havia declarado a eles que tinha guardado os mandamentos de Seu
Pai. Quando foi acusado de transgredir o sábado por ocasião da cura da mão
mirrada, Ele confrontou Seus acusadores com a pergunta: “É lícito nos sábados
fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?” Marcos 3:4. Resumindo
Sua resposta ao questionamento dos fariseus, Ele disse: “Logo, é lícito, nos sába-
dos, fazer o bem”. Mateus 12:12. Aqui Cristo justificou Sua obra como estando
em perfeita harmonia com a lei do sábado. — The Signs of the Times, 28 de
Fevereiro de 1878.
Os que afirmam que Cristo aboliu a lei, ensinam que Ele violou o sábado e
justificou os discípulos em assim fazer. Colocam-se assim na mesma atitude que
tomaram os astutos judeus. Contradizem dessa maneira o testemunho do próprio
Cristo, que declarou: “Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço
no Seu amor”. João 15:10.
Nem o Salvador nem Seus seguidores violaram a lei do sábado. Cristo era
um vivo representante da lei. Nenhuma transgressão de seus santos preceitos se
encontrou em Sua vida.
Olhando a uma nação de testemunhas ansiosas por uma oportunidade para
condená-Lo, pôde dizer, sem contradição: “Quem dentre vós Me convence de
pecado?” João 8:46. [...]
As instituições estabelecidas por Deus são para benefício da humanidade.
[...] A lei dos Dez Mandamentos, da qual o sábado é uma parte, Deus deu a Seu
povo como uma bênção. “O Senhor nos ordenou”, disse Moisés, “cumpríssemos
todos estes estatutos e temêssemos o Senhor, nosso Deus, para o nosso perpétuo
bem, para nos guardar em vida”. Deuteronômio 6:24. — O Desejado de Todas as
[149] Nações, 287-288.

150
Um dia literal, 22 de Maio

Com a Sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que
nós não compreendemos. Jó 37:5.

Quando Deus proferiu Sua lei com voz audível, do Sinai, Ele apresentou o
sábado, dizendo: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”. Êxodo 20:8.
Em seguida, declara definitivamente o que deve ser feito nos seis dias e o que
não se deve fazer no sétimo. Então, ao expor a razão para observar assim a
semana, chama-lhes a atenção para o Seu exemplo nos primeiros sete dias do
tempo. “Porque, em seis dias, fez o Senhor os Céus e a Terra, o mar e tudo o
que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de
sábado e o santificou”. Êxodo 20:11. A razão parece bela e convincente quando
compreendemos que o relato da Criação designa dias literais.
Os primeiros seis dias de cada semana são dados ao homem para que trabalhe
neles, porque Deus empregou o mesmo período da primeira semana na obra da
criação. O sétimo dia Deus reservou como dia de descanso, em comemoração de
Seu descanso durante o mesmo período de tempo, após haver realizado a obra da
criação em seis dias.
Mas a suposição de que os acontecimentos da primeira semana requereram
sete vastos períodos indefinidos para sua realização golpeia diretamente o funda-
mento do sábado do quarto mandamento. Ela torna indefinido e obscuro o que
Deus tornou bem claro. É o pior tipo de infidelidade. Para muitos que profes-
sam crer na história da Criação, é infidelidade disfarçada. Acusa a Deus de nos
mandar observar a semana de sete dias literais em comemoração a sete períodos
indefinidos, o que é contrário à Sua conduta para conosco, e é uma depreciação
de Sua sabedoria. [...]
A Palavra de Deus é dada como lâmpada para os nossos pés, e luz para o
nosso caminho. Os que lançam Sua Palavra atrás de si, e procuram por sua própria
e cega filosofia decifrar os maravilhosos mistérios de Jeová tropeçarão nas trevas.
Foi dado um guia pelo qual eles podem conhecer a Jeová e Sua obra até onde
isso lhes seja benéfico. Ao dar-nos a história do Dilúvio, a Inspiração elucidou
maravilhosos mistérios que a geologia, independentemente da Inspiração, não
poderia elucidar. — The Signs of the Times, 20 de Março de 1879. [150]

151
O poder criador de Deus, 23 de Maio

Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a Sua grandeza é


insondável. Salmos 145:3.

Geólogos ateus afirmam que o mundo é muito mais velho do que indica o
relato bíblico. Eles rejeitam o relato bíblico devido a certas coisas que para eles
são evidências, da própria Terra, de que o mundo tem existido por dezenas de
milhares de anos. E muitos que professam crer no relato da Bíblia não sabem
como explicar maravilhosas coisas que se encontram na Terra, com o conceito de
que a semana da Criação consistiu apenas de sete dias literais e de que o mundo
tem agora apenas cerca de seis mil anos. Estes, para se livrarem de dificuldades
lançadas em seu caminho por geólogos irreligiosos, adotam a visão de que os
seis dias de Criação foram seis vastos e indefinidos períodos, e que o dia de
descanso de Deus foi outro período indefinido, tornando sem sentido o quarto
mandamento da santa lei de Deus. Alguns impulsivamente aceitam essa visão,
pois ela destrói a força do quarto mandamento e assim se sentem livres de sua
reivindicação sobre eles.
Ossos humanos e de animais são encontrados na terra, em montanhas e
vales, mostrando que seres humanos e feras muito maiores um dia existiram.
Instrumentos de guerra são às vezes encontrados e também madeira petrificada.
Uma vez que os ossos encontrados são maiores do que os de homens e animais
que vivem atualmente, ou que existiram durante as gerações passadas, alguns
concluem que a Terra foi habitada antes do registro da criação por uma raça de
seres muito superiores em tamanho aos dos homens de hoje. Os que raciocinam
dessa maneira têm idéias limitadas sobre o tamanho das pessoas, animais e
árvores antes do dilúvio, e sobre as grandes mudanças que têm ocorrido na Terra.
Sem a história da Bíblia, a geologia não pode provar nada. [...] Quando os
homens deixam a Palavra de Deus a respeito da história da Criação e procuram
explicar as obras criadas por Deus valendo-se de princípios naturais, eles se
encontram num ilimitado oceano de incertezas. Deus nunca revelou aos mortais
exatamente como realizou a obra da Criação em seis dias literais. As obras
criadas por Ele são tão incompreensíveis como Sua existência. — The Signs of
[151] the Times, 20 de Março de 1879.

152
A confiabilidade da palavra, 24 de Maio

As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas


nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos
todas as palavras desta lei. Deuteronômio 29:29.

Tem sido a obra especial de Satanás levar o homem caído a rebelar-se contra
o governo de Deus, e tem tido muito sucesso em seus esforços. Ele tem procurado
obscurecer a lei de Deus, a qual, em si, é bem clara. Tem manifestado especial
aversão ao quarto preceito do Decálogo, porque este define o Deus vivo, o Criador
dos céus e da Terra. Há um desvio dos mais claros preceitos de Jeová, para a
aceitação de fábulas de ateus.
O homem ficará sem desculpa. Deus lhe deu suficientes evidências em que
basear a fé, se quiser crer. Nos últimos dias a Terra quase estará destituída de ver-
dadeira fé. Pelo mais insignificante pretexto, a Palavra de Deus será considerada
indigna de confiança, ao passo que se aceitarão os argumentos humanos, embora
estejam em oposição aos claros fatos das Escrituras. Homens procurarão explicar
a obra da criação, que Deus nunca revelou, pelas causas naturais. Mas a ciência
humana não pode descobrir com mais facilidade os segredos do Deus do Céu.
[...]
Seres humanos professando serem ministros de Deus erguem a voz contra a
investigação da profecia, e dizem às pessoas que as profecias, especialmente as
de Daniel e Apocalipse, são obscuras e que não podemos entendê-las; contudo
estas mesmas pessoas recebem avidamente as suposições dos geólogos, em
contradição com o registro mosaico. Mas se aquilo que Deus revelou é tão difícil
de entender, quão incoerente é aceitar meras suposições com relação àquilo que
Ele não revelou! Os caminhos de Deus não são como os nossos caminhos, nem os
Seus pensamentos como os nossos pensamentos. [...] Mas os homens, com o seu
vão raciocínio, fazem mau uso dessas coisas que, de acordo com o desígnio de
Deus, deviam levá-los a exaltá-Lo. Caem no mesmo erro do povo antediluviano
— as coisas que Deus lhes deu para bênção tornaram-se maldição, pelo mau uso
delas. — The Signs of the Times, 20 de Março de 1879. [152]

153
O sábado preservado, 25 de Maio

Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e


adorai Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas. Aqui
[estão] [...] os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
Apocalipse 14:7, 12.

O profeta indica a ordenança que tem estado esquecida: “Levantarás os funda-


mentos de muitas gerações e serás chamado Reparador de Brechas e Restaurador
de Veredas para que o país se torne habitável. Se desviares o pé de profanar o
sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia, se chamares
ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor”. Isaías 58:12-14.
Santificado pelo descanso e bênção do Criador, o sábado foi guardado por
Adão em sua inocência no santo Éden; por Adão, depois de caído mas arrepen-
dido, quando expulso de sua feliz morada. Foi guardado por todos os patriarcas,
desde Abel até o justo Noé, até Abraão, Jacó. Quando o povo escolhido esteve
em cativeiro no Egito, muitos, em meio da idolatria imperante, perderam o co-
nhecimento da lei de Deus; mas, quando o Senhor libertou Israel, proclamou-a
com terrível majestade à multidão reunida, para que conhecesse a Sua vontade, e
a Ele temesse e obedecesse para sempre.
Desde aquele dia até o presente, o conhecimento da lei de Deus tem-se
preservado na Terra, e o sábado do quarto mandamento tem sido guardado. Posto
que o “homem do pecado” conseguisse calcar a pés o santo dia de Deus, houve,
contudo, mesmo no período de sua supremacia, ocultas nos lugares solitários,
pessoas fiéis que lhe dispensavam honra. Desde a Reforma, alguns tem havido, em
cada geração, a manterem-lhe a observância. Embora freqüentemente em meio
de ignomínia e perseguição, constante testemunho tem sido dado da perpetuidade
da lei de Deus e da obrigação sagrada relativa ao sábado da Criação.
Essas verdades, conforme são apresentadas no Capítulo 14 de Apocalipse, em
relação com “o evangelho eterno”, distinguirão a igreja de Cristo ao tempo de Seu
aparecimento. Pois, como resultado da tríplice mensagem, é anunciado: “Aqui
estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. Apocalipse
14:12. E essa mensagem é a última a ser dada antes da vinda do Senhor. Seguindo-
se imediatamente à sua proclamação, pelo profeta é visto o Filho do homem
[153] vindo em glória, para ceifar a colheita da Terra. — O Grande Conflito, 452-454.

154
O sábado em família, 26 de Maio

Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a
aliança e a misericórdia até mil gerações aos que O amam e cumprem os
Seus mandamentos. Deuteronômio 7:9.

Pais, examinem as Escrituras, não sejam apenas ouvintes, mas praticantes da


Palavra. Alcancem a norma de Deus na educação de seus filhos. Permitam que
eles os vejam fazendo os preparativos para o sábado nos dias úteis da semana.
Todos os preparativos devem ser feitos, cada conserto reparado nos seis dias
da semana; a refeição para o sábado deve estar pronta no dia de preparação. É
possível deixar tudo em ordem, se se tomar isso como regra.
Expliquem aos filhos esse seu procedimento e induza-os a ajudarem na
preparação, a fim de observar o sábado segundo o mandamento. Levem seus
filhos a considerarem o sábado deleitoso, o dia dos dias, o santo dia do Senhor,
digno de honra. [...]
Na sexta-feira, a roupa das crianças [...] já deve ter sido toda preparada por
suas próprias mãos sob a direção da mãe, para que possam vesti-la calmamente,
sem qualquer confusão ou correria e palavras precipitadas. [...] Este é o santo dia
de Deus, o dia que Ele reservou para comemorar Suas atividades criadoras, um
dia que Ele abençoou e santificou. [...]
No sábado, os pais devem dedicar todo o tempo que puderem para seus filhos,
tornando-o assim um deleite. Tenho visto muitas famílias em que pais, mães e
outros membros mais velhos do lar se afastam das crianças mais jovens, deixando
que entretenham a si mesmas do melhor modo que puderem. Depois de algum
tempo, as crianças se cansam, vão para fora e se envolvem em jogos ou outro
tipo de travessura. Assim o sábado não tem significado santo para eles. Quando
o clima está agradável os pais podem sair com seus filhos para uma caminhada
nos campos e bosques, e conversar com eles sobre as altas árvores, os arbustos
e as flores, e ensinar-lhes que Deus é o Criador de todas essas coisas. Então
ensinem-lhes a razão do sábado, que é comemorar as obras criadas por Deus.
Após trabalhar seis dias, Ele descansou no sétimo, e abençoou e santificou o dia
de Seu descanso. Desse modo, a mais proveitosa instrução pode ser dada. —
Lake Union Herald, 14 de Abril de 1909. [154]

155
Obra contínua, 27 de Maio

E os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas


Ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também. João
5:16-17.

Em Jerusalém, onde Jesus Se encontrava, havia muitos rabinos instruídos


na lei. Ensinavam ao povo muitas de suas falsas idéias a respeito do sábado.
Um grande número de pessoas vinha adorar no templo e então as idéias desses
mestres eram divulgadas. Cristo desejava corrigir tais erros. Por esse motivo
curou o homem em um dia de sábado e lhe ordenou que carregasse sua cama.
Sabia que tal ato chamaria a atenção dos rabinos e daria a Ele a oportunidade
de instruir o povo. Foi o que aconteceu. Os fariseus levaram Jesus perante o
Sinédrio, o supremo conselho dos judeus, para que Se justificasse da acusação de
ter violado o sábado.
O Salvador declarou que Sua ação estava em harmonia com a lei do sábado,
e com a vontade e o procedimento de Deus: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu
trabalho também.”
Deus trabalha incessantemente para sustentar a vida de cada criatura. Deveria
Seu trabalho cessar no dia de sábado? Deveria Deus proibir o Sol de cumprir sua
função de iluminar e aquecer a Terra e nutrir a vegetação no dia de sábado? [...]
Se assim fosse, o homem perderia os frutos da terra e as bênçãos que sustêm
a vida. A natureza deve continuar o seu trabalho para que o homem não morra.
As necessidades da vida devem ser atendidas, os doentes devem ser cuidados
e supridas as necessidades dos carentes. Deus não deseja que Suas criaturas
sofram horas de dor e sofrimento que podem ser aliviados no dia de sábado ou
em qualquer outro dia.
O Céu jamais cessa a sua obra de fazer o bem. A lei proíbe de fazermos
nosso próprio trabalho no dia do repouso de Deus. As atividades para a nossa
subsistência devem cessar; nenhum trabalho para nossa satisfação pessoal ou
lucro deve ser feito nesse dia. Mas o sábado não deve ser gasto em ociosidade.
Como Deus cessou a Sua obra de criar e descansou no sábado, assim devemos
nós também repousar de nossas atividades. Ele nos ordena colocar de lado nossas
ocupações diárias e devotar a essas horas sagradas um repouso saudável, para
[155] adoração e para boas obras. — Vida de Jesus, 73, 74.

156
Uma visão sobre o sábado, 28 de Maio

O sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho,
nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva,
nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o
estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva
descansem como tu. Deuteronômio 5:14.

Jesus estava junto à arca e, ao subirem a Ele as orações dos santos, a fumaça
do incenso subia, e Ele oferecia suas orações ao Pai com o fumo do incenso.
Na arca estava o pote de ouro contendo o maná, a vara de Arão que florescera
e as tábuas de pedra que se fechavam como um livro. Jesus abriu-as, e eu vi os
Dez Mandamentos nelas escritos com o dedo de Deus. Numa das tábuas havia
quatro mandamentos e na outra seis. Os quatro da primeira tábua eram mais
brilhantes que os seis da outra. Mas o quarto, o mandamento do sábado, brilhava
mais que os outros; pois o sábado foi separado para ser guardado em honra do
santo nome de Deus. O santo sábado tinha aparência gloriosa — um halo de
glória o circundava. [...]
E eu vi que, se Deus tivesse mudado o sábado do sétimo dia para o primeiro,
Ele teria mudado a redação do mandamento do sábado, escrito nas tábuas de
pedra, que estão agora na arca no lugar santíssimo do templo no Céu; e seria
lido assim: O primeiro dia é o sábado do Senhor teu Deus. Mas eu vi que nele se
lê da mesma maneira como foi escrito nas tábuas de pedra pelo dedo de Deus,
e entregue a Moisés no Sinai: “Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu
Deus”. Êxodo 20:10. Vi que o santo sábado é, e será, o muro de separação entre
o verdadeiro Israel de Deus e os incrédulos, e que o sábado é o grande fator que
une o coração dos queridos de Deus, os expectantes santos.
Vi que Deus tinha filhos que não reconheciam o sábado e não o guardavam.
Eles não haviam rejeitado a luz sobre este ponto. E ao início do tempo de
angústia fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado
mais amplamente. — Primeiros Escritos, 32-33. [156]

157
Adoração a Deus, 29 de Maio

Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para
que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus. Ezequiel 20:20.

No Capítulo 14 de Apocalipse, os homens são convidados a adorar o Criador;


e a profecia revela uma classe de pessoas que, como resultado da tríplice men-
sagem, observam os mandamentos de Deus. Um desses mandamentos aponta
diretamente para Deus como sendo o Criador. O quarto preceito declara: “O
sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus [...] porque em seis dias fez o Senhor
os céus e a Terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto
abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou”. Êxodo 20:10-11. [...]
“A importância do sábado como memória da criação consiste em conservar
sempre presente o verdadeiro motivo de se render culto a Deus” — porque Ele é o
Criador, e nós as Suas criaturas. “O sábado, portanto, está no fundamento mesmo
do culto divino, pois ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante,
e nenhuma outra instituição faz isso. O verdadeiro fundamento para o culto
divino, não meramente o daquele que se realiza no sétimo dia, mas de todo o
culto, encontra-se na distinção entre o Criador e Suas criaturas. Este fato capital
jamais poderá tornar-se obsoleto, e jamais deverá ser esquecido” (J. N. Andrews,
História do Sábado, cap. 27).
Foi para conservar esta verdade sempre perante o espírito dos homens que
Deus instituiu o sábado no Éden; e, enquanto o fato de que Ele é o nosso Criador
continuar a ser razão por que O devamos adorar, permanecerá o sábado como
sinal e memória disto. Se o sábado tivesse sido universalmente guardado, os
pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto
de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incrédulo.
A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus,
“Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas”. Apocalipse 14:7.
Segue-se que a mensagem que ordena aos homens adorar a Deus e guardar Seus
mandamentos, apelará especialmente para que observemos o quarto mandamento.
[157] — O Grande Conflito, 437-438.

158
O dia do Senhor, 30 de Maio

Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga,
segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler. Lucas 4:16.

Como podemos considerar a observância do primeiro dia da semana por


parte da maioria dos professos cristãos, quando a Bíblia não apresenta autoridade
alguma para essa mudança nos preceitos nem no exemplo de Cristo ou de Seus
seguidores? Podemos considerar pelo fato de que o mundo tem seguido as
tradições humanas em vez do “Assim diz o Senhor”. Essa é a obra que Satanás
tem sempre buscado realizar — desviar as pessoas dos mandamentos de Deus para
a veneração e obediência às tradições do mundo. Através de agentes humanos
ele provocou desprezo pelo sábado de Jeová, e o estigmatizou como “o velho
sábado judeu”.
Milhares ecoam irrefletidamente esse opróbrio, como se fosse algo marcado
com grande peso de argumento; porém, perderam de vista o fato de que o
povo judeu foi especialmente escolhido por Deus como guardião de Sua verdade,
guardador de Sua Lei, depositário de Seus oráculos sagrados. Receberam os vivos
oráculos para os transmitirem a nós. Tanto o Antigo como o Novo Testamento
chegaram até nós através dos judeus. Toda promessa da Bíblia, todo raio de luz
da palavra de Deus que brilha sobre nós, veio através da nação judaica.
Cristo foi o líder dos hebreus enquanto marchavam do Egito para Canaã. Em
união com o Pai, Cristo proclamou a lei para os judeus entre os trovões do Sinai, e
quando veio à Terra como homem, veio como descendente de Abraão. Devemos
nós usar o mesmo argumento concernente à Bíblia e a Cristo, e rejeitá-los como
judeus, assim como é feito ao se rejeitar o sábado do Senhor nosso Deus? A
instituição do sábado é tão estritamente identificada com os judeus como o é a
Bíblia, e existe a mesma razão para a rejeição tanto de um como do outro. Mas o
sábado não é judeu em sua origem. Ele foi instituído no Éden antes que houvesse
um povo conhecido como judeu. O sábado foi feito para toda a humanidade, e foi
instituído no Éden antes da queda de Adão e Eva. O Criador o chamou de “Meu
santo dia”. Cristo apresentou a Si mesmo como o “Senhor do sábado”. Lucas 6:5.
Começando com a criação, ele é tão antigo quanto a raça humana e, tendo sido
criado para os seres humanos, existirá enquanto eles existirem. — The Signs of
the Times, 12 de Novembro de 1894. [158]

159
O sábado na eternidade, 31 de Maio

E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro,


virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor. Isaías 66:23.

Jesus descansou, afinal. Findara o longo dia de vergonha e tortura. Ao in-


troduzirem os derradeiros raios do sol poente o dia do sábado, o Filho de Deus
estava em repouso, no sepulcro de José. Concluída Sua obra, as mãos cruzadas
em paz, Ele descansava durante as sagradas horas do sábado.
No princípio, o Pai e o Filho repousaram no sábado após Sua obra de criação.
Quando “os céus, e a Terra e todo o seu exército foram acabados” (Gênesis 2:1),
o Criador e todos os seres celestiais se regozijaram na contemplação da gloriosa
cena. “As estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus
rejubilavam”. Jó 38:7.
Agora Jesus descansava da obra de redenção; e se bem que houvesse dor
entre os que O amavam na Terra, reinou contudo alegria no Céu. Gloriosa era
aos olhos dos seres celestiais a perspectiva do futuro. [...] Com esta cena se acha
para sempre ligado o dia em que Jesus descansou. Pois Sua “obra é perfeita”
(Deuteronômio 32:4); e “tudo quanto Deus faz durará eternamente”. Eclesiastes
3:14. Quando se der a “restauração de todas as coisas, as quais Deus falou por
boca dos Seus santos profetas, desde o princípio do mundo” (Atos 3:21, TF), o
sábado da criação, o dia em que Jesus esteve em repouso no sepulcro de José,
será ainda um dia de descanso e regozijo. O Céu e a Terra se unirão em louvor,
quando, “desde um sábado até ao outro” (Isaías 66:23), as nações dos salvos se
inclinarem em jubiloso culto a Deus e ao Cordeiro.
Nos acontecimentos finais do dia da crucifixão, foi dada nova prova de
cumprimento da profecia, e novo testemunho da divindade de Cristo. Quando
a treva se erguera de sobre a cruz, e o Salvador soltara Seu brado agonizante,
ouviu-se imediatamente outra voz, dizendo: “Verdadeiramente, este era o Filho
[159] de Deus”. Mateus 27:54. — O Desejado de Todas as Nações, 769-770.

160
Junho
Seja como Jesus, 1 de Junho

Na tua bolsa, não terás pesos diversos, um grande e um pequeno. Na tua


casa, não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno.
Deuteronômio 25:13-14.

Os que professam amar e temer a Deus, devem nutrir simpatia e amor uns
pelos outros, e proteger os interesses dos outros como se fossem seus. Os cristãos
não devem regular sua conduta pelos padrões do mundo. Em todas as épocas, o
povo de Deus é tão distinto dos mundanos quanto a sua profissão é mais elevada
que a do incrédulo. Todo o povo de Deus na Terra é um corpo, desde o princípio
até o fim do tempo.
“O amor do dinheiro é a raiz de todo o mal”. 1 Timóteo 6:10. Nesta geração,
o desejo de ganho é paixão absorvente. Se a riqueza não pode ser assegurada por
meio de trabalho honesto, os homens recorrerão à fraude a fim de obtê-la. Viúvas
são roubadas em seus escassos recursos, e pobres são levados a sofrer pela falta
de coisas indispensáveis à vida. Isso ocorre para que os ricos possam manter sua
extravagância ou satisfazer seu desejo de acumular bens.
O terrível registro de crime em nosso mundo é suficiente para gelar o sangue
e encher a alma de pavor. O fato de que, em maior ou menor grau, existem
os mesmos pecados entre aqueles que professam piedade exige uma profunda
humilhação de alma e cuidadosa ação dos seguidores de Cristo. Os crimes que
são cometidos por causa do amor à exibição e ao dinheiro transformam este
mundo num covil de ladrões e salteadores. Mas os cristãos são peregrinos na
Terra; estão em terra estranha, parando, por assim dizer, por apenas uma noite.
Eles não devem ser influenciados pelos mesmos motivos e desejos daqueles que
têm seu lar e tesouro aqui. Deus planejou que nossa vida representasse a vida de
nosso grande Modelo Jesus ao fazer o bem aos outros. [...]
Cada erro praticado em relação aos filhos de Deus é feito ao próprio Cristo na
pessoa de Seus santos. Toda tentativa de tirar vantagem da ignorância, fraqueza
ou infortúnio de outrem, é registrada como fraude no livro do Céu. — The
[160] Southern Work, 10 de Maio de 1904.

162
Integridade nos negócios, 2 de Junho

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós
também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. Mateus 7:12.

Aquele que sinceramente teme a Deus preferiria antes labutar dia e noite e co-
mer o pão da pobreza, a condescender com a paixão do ganho que oprima a viúva
e o órfão, ou prive o estrangeiro do seu direito. Nosso Salvador buscou gravar em
Seus ouvintes o fato de que a pessoa que ousasse defraudar o próximo no menor
ponto, enganaria, se a oportunidade fosse favorável, em questões maiores. O mais
leve afastamento da retidão quebra as barreiras, e prepara o coração para injustiça
maior. Por preceito e exemplo Cristo ensinou que integridade absoluta deve
governar nossa conduta para com nossos semelhantes. Disse o Divino Mestre:
“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também
a eles”. Mateus 7:12.
Exatamente na medida que o homem se beneficia à custa de seu semelhante,
seu coração se tornará endurecido à influência do Espírito de Deus. O ganho
assim obtido é uma perda terrível. É melhor padecer necessidade do que mentir;
melhor passar fome do que defraudar; melhor morrer do que pecar. Extravagân-
cia, excessos e extorsões estão corrompendo a fé de muitos, e destruindo sua
espiritualidade. A igreja é em grande medida responsável pelos pecados dos seus
membros. Ela encoraja o mal se deixa de levantar a voz contra isso. A influência
mais temida pela igreja não é a dos francos opositores, dos infiéis e blasfemos,
mas a dos incoerentes professos seguidores de Cristo. Há aqueles que afastam de
Israel as bênçãos de Deus. [...]
O mundo dos negócios não está fora dos limites do governo de Deus. O
cristianismo não deve ser meramente mostrado no sábado e exibido no santuário;
é para todos os dias da semana e todos os lugares. Seus reclamos devem ser
reconhecidos e obedecidos em cada ato da vida. Homens possuindo o genuíno
artigo da verdadeira religião revelarão em todas as suas transações comerciais
tão clara percepção do direito como quando oferecem suas súplicas diante do
trono da graça. — The Southern Work, 10 de Maio de 1904. [161]

163
Honestidade em tudo, 3 de Junho

Terás peso integral e justo, efa integral e justo; para que se prolonguem os
teus dias na terra que te dá o Senhor, teu Deus. Deuteronômio 25:15.

É melhor tratar honestamente com os seus semelhantes e com Deus. Vocês


são dependentes de Cristo em cada favor que desfrutam; são dependentes dEle
quanto ao futuro, à vida imortal; e não podem permitir-se faltar com o respeito
até a atribuição do prêmio. Os que reconhecem que dependem de Deus sentirão
dever ser honestos para com os seus semelhantes, e sobre tudo para com Deus,
de quem todas as bênçãos da vida advêm. A evasão a Suas ordens positivas
concernentes ao dízimo e às ofertas acha-se registrada nos livros do Céu como
roubo a Deus.
Nenhum homem desonesto para com Deus ou seus semelhantes pode real-
mente prosperar. [...] O Senhor nos comprou com Seu precioso sangue, e é por
causa de Sua misericórdia e graça que podemos ter esperança no grande dom da
salvação. E somos ordenados a praticar a justiça, amar a misericórdia, e andar
humildemente com o nosso Deus. No entanto, o Senhor declara: “A Mim Me
roubais, vós, a nação toda”. Malaquias 3:9. Quando lidamos injustamente com
os nossos semelhantes ou com nosso Deus, desprezamos-Lhe a autoridade e
ignoramos o fato de que Cristo nos comprou com a Sua própria vida.
O mundo está roubando a Deus por atacado. Quanto mais Ele concede
riquezas, tanto mais completamente reclamam os homens que elas são suas,
para serem usadas como lhes aprouver. Mas seguirão os professos seguidores de
Cristo os costumes do mundo? Perderemos a paz de espírito, a comunhão com
Deus e com os nossos irmãos porque deixamos de dedicar a Sua causa a parte
que Ele reivindica como Sua?
Tenham em mente aqueles que pretendem ser cristãos estarem negociando
com capital que lhes foi confiado por Deus, e que deles se exige que sigam
fielmente a direção das Escrituras quanto a seu emprego. Se seu coração for
reto para com Deus, não se apropriarão dos bens do seu Senhor empregando-os
em seus próprios empreendimentos egoístas. — The Review and Herald, 17 de
[162] Dezembro de 1889.

164
A ética de Jesus, 4 de Junho

Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também


cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus. Filipenses 2:4-5.

A ética apontada pelo evangelho não reconhece outro padrão senão a perfei-
ção da mente e da vontade de Deus. Deus requer de Suas criaturas conformidade
com Sua vontade. A imperfeição de caráter é pecado, e pecado é transgressão da
lei. Todos os atributos virtuosos do caráter se concentram em Deus, formando um
todo harmonioso e perfeito. Toda pessoa que aceita a Cristo como seu Salvador
pessoal tem o privilégio de possuir esses atributos. Essa é a ciência da santidade.
Quão gloriosas são as possibilidades que se deparam à raça caída! Por inter-
médio de Seu Filho, Deus revelou a excelência que o homem é capaz de atingir.
Através dos méritos de Cristo, o homem é erguido de sua condição depravada,
purificado, e tornado mais precioso que as barras de ouro de Ofir. Ele tem possi-
bilidade de se tornar companheiro dos anjos na glória, e de refletir a imagem de
Jesus Cristo, resplandecendo mesmo no magnificente esplendor do trono eterno.
Ele tem o privilégio de aceitar pela fé o fato de que através do poder de Cristo
ele se tornará imortal. Entretanto, quão raras vezes ele compreende as alturas a
que poderia chegar se permitisse que Deus dirigisse cada passo seu!
Deus permite que cada ser humano exerça sua individualidade. Ele não
deseja que ninguém submerja sua mente na de outro mortal. Os que desejam ser
transformados na mente e no caráter não devem contemplar os homens, mas o
Exemplo divino. [...]
Como nosso Exemplo, temos Alguém que é tudo em todos, o primeiro en-
tre milhares de milhares, e cuja excelência é incomparável. Ele bondosamente
adaptou Sua vida para servir de imitação universal. Unidos em Cristo estavam
riqueza e pobreza; majestade e degradação; poder ilimitado e humildade, a qual se
refletirá em toda pessoa que O recebe. NEle, através das qualidades e faculdades
da mente humana, foi revelada a sabedoria do maior Mestre que o mundo já
conheceu. — Refletindo a Cristo, 27. [163]

165
Não explore o próximo, 5 de Junho

Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em


penhor a roupa da viúva. Deuteronômio 24:17.

A Palavra de Deus não aprova nenhum plano que enriqueça uma classe pela
opressão e o sofrimento de outra. Em todas as nossas transações comerciais,
ela nos ensina a colocar-nos no lugar daqueles com quem estamos tratando, a
considerar, não somente o que é nosso, mas também o que é dos outros. Aquele
que se aproveitasse do infortúnio de um outro para se beneficiar a si mesmo, ou
que buscasse para si lucros por meio da fraqueza ou incompetência de outros
seria um transgressor, tanto dos princípios como dos preceitos da Palavra de
Deus.
“Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor
a roupa da viúva”. Deuteronômio 24:17. “Quando emprestares alguma coisa
ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor. Fora estarás,
e o homem, a quem emprestaste, te trará fora o penhor. Porém, se for homem
pobre, te não deitarás com o seu penhor”. Deuteronômio 24:10-12. “Se tomares
em penhor a veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr-do-sol, porque
aquela é a sua cobertura; [...] em que se deitaria? Será, pois, que, quando clamar
a Mim, Eu o ouvirei, porque sou misericordioso”. Êxodo 22:26-27. “E, quando
venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso
próximo, ninguém oprima a seu irmão”. Levítico 25:14.
“Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na me-
dida”. Levítico 19:35. “Na tua bolsa não terás diversos pesos, um grande e um
pequeno. Na tua casa não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno”.
Deuteronômio 25:13-14. “Balanças justas, pedras justas, efa justo e justo him
tereis”. Levítico 19:36.
“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes”.
Mateus 5:42. “O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo compadece-se
e dá”. Salmos 37:21. [...]
O plano de vida que Deus deu a Israel destinava-se a servir de lição objetiva
para toda a humanidade. Se esses princípios fossem postos em prática hoje em
[164] dia, quão diverso seria o mundo!. — A Ciência do Bom Viver, 187-188.

166
A prova do caráter, 6 de Junho

Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de


espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a
viúva será; para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas
mãos. Deuteronômio 24:19.

Vi que é pela providência de Deus que viúvas e órfãos, cegos, surdos, coxos e
pessoas atribuladas por diversos modos foram postos em íntima relação cristã com
Sua igreja; é para provar Seu povo e desenvolver seu verdadeiro caráter. Os anjos
de Deus estão observando para ver como tratamos essas pessoas necessitadas de
nossa simpatia, amor e desinteressada generosidade. Essa é a maneira de Deus
provar nosso caráter.
Se possuímos a verdadeira religião da Bíblia, perceberemos que temos para
com Cristo um débito de amor, bondade e interesse, em favor de Seus filhos.[...]
Os dois grandes princípios da lei de Deus são o supremo amor a Deus e
amor altruísta ao próximo. Os primeiros quatro mandamentos e os últimos seis
dependem desses dois princípios, ou deles provêm. Cristo explicou ao doutor
da lei que seu próximo se encontrava na ilustração do homem que viajava de
Jerusalém para Jericó e caiu entre ladrões, sendo roubado, espancado e deixado
meio morto.
O sacerdote e o levita viram o homem sofrendo, mas seu coração não cor-
respondeu a suas necessidades. Evitaram-no, passando de largo. O samaritano
passou por aquele caminho e, quando viu a necessidade de auxílio em que se
achava o estranho, não perguntou se era parente, conterrâneo ou da mesma fé;
mas pôs-se a trabalhar a fim de ajudar o sofredor, pois havia algo que devia ser
feito. Aliviou-o da melhor maneira que pôde, pô-lo sobre a própria cavalgadura
e levou-o a uma hospedaria, tomando providências para suas necessidades, por
conta própria.
Esse samaritano, disse Cristo, era o próximo daquele que caiu entre ladrões. O
levita e o sacerdote representam, na igreja, uma classe que manifesta indiferença
até para com os que precisam de sua simpatia e auxílio. Essa classe, apesar de
sua posição na igreja, é transgressora dos mandamentos. O samaritano representa
uma classe de fiéis auxiliadores de Cristo, que Lhe imitam o exemplo em fazer o
bem. — Testemunhos para a Igreja 3:511-512. [165]

167
Princípios nos negócios, 7 de Junho

Que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a


misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. Miquéias 6:8.

As leis das nações trazem os indícios das debilidades e paixões do coração


não renovado; mas a lei de Deus traz o selo divino e, se forem obedecidas, levarão
à cuidadosa atenção para com os direitos e privilégios dos outros. [...] Seu atento
cuidado está acima de todos os interesses de Seus filhos, e Ele declara que Se
comprometerá com a causa do aflito e do necessitado. Se Lhe clamarem, Ele diz:
“Eu o ouvirei, porque sou misericordioso”. Êxodo 22:27.
Se um homem de recursos possui absoluta integridade, ama e teme a Deus,
pode ser um benfeitor aos pobres. Pode ajudá-los, sem ganhar juro algum [com
o dinheiro que empresta] daquilo que pode ser misericordiosamente cobrado.
Desse modo, sem nenhuma perda para si mesmo, o próximo desafortunado é
grandemente beneficiado, pois é salvo das mãos do desonesto. Os princípios
da regra áurea não devem ser perdidos de vista em momento algum em toda
transação comercial. [...] Deus jamais planejou que uma pessoa afligisse a outra.
Ele zelosamente guarda os direitos de Seus filhos, e nos livros do Céu grande
perda é escrita ao lado do negociante injusto.
Nas Escrituras Sagradas acusações terríveis são pronunciadas contra o pecado
da avareza. “Nenhum [...] avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo
e de Deus”. Efésios 5:5. O salmista diz: “O perverso se gloria da cobiça de sua
alma, o avarento maldiz o Senhor e blasfema contra Ele”. Salmos 10:3. Paulo
classifica os avarentos com idólatras, adúlteros, ladrões, bêbados, maldizentes
e roubadores, nenhum dos quais herdarão o reino de Deus. Esses são os frutos
de uma árvore corrompida, e Deus é desonrado por eles. Não devemos fazer dos
costumes e máximas do mundo o nosso critério. Reformas devem acontecer; toda
injustiça deve ser banida.
Somos ordenados a “examinar as Escrituras”. Toda a Palavra de Deus é a
nossa regra de ação. Devemos executar seus princípios em nossa vida diária;
não há marca mais certa de cristianismo do que esta. Devemos executar os
grandes princípios de justiça e misericórdia em nossas relações uns com os
outros. Devemos cultivar diariamente as qualidades que nos moldarão para a
sociedade do Céu. Se assim o fizermos, Deus Se torna a nossa segurança, e
promete abençoar tudo a que nos dedicarmos, e “jamais seremos abalados”. —
[166] The Signs of the Times, 7 de Fevereiro de 1884.

168
Plano para evitar a pobreza, 8 de Junho

O ano qüinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que
nele nascer de si mesmo, nem nele colhereis as uvas das vinhas não
podadas. [...] Quando venderes alguma coisa ao teu próximo ou a
comprares da mão do teu próximo, não oprimas teu irmão. Levítico
25:11-14.

No plano de Deus para Israel, toda família tinha um lar no campo, e terreno
suficiente para o cultivo. Assim eram proporcionados tanto os meios como
o incentivo para uma vida útil, laboriosa e independente. E nenhuma medida
humana jamais suplantou esse plano. A pobreza e a miséria que hoje existem se
devem, em grande parte, ao fato de o mundo ter se afastado dele.
Ao estabelecer-se Israel em Canaã, a terra foi dividida entre todo o povo,
sendo excetuados apenas os levitas, como ministros do santuário, nessa eqüitativa
distribuição. As tribos eram contadas por famílias, e a cada uma destas era
concedida, segundo o seu número, uma herança proporcional.
E embora uma pessoa pudesse, por algum tempo, dispor de sua possessão,
não poderia vender permanentemente a herança de seus filhos. Quando habilitada
a resgatar sua terra, estava em qualquer tempo na liberdade de o fazer. As dívidas
eram perdoadas cada sete anos, e no qüinquagésimo, ou ano do jubileu, toda
propriedade em terras revertia a seu original possuidor.
“A terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é Minha; pois vós sois
para Mim estrangeiros e peregrinos. Portanto, em toda a terra da vossa possessão
dareis resgate à terra. Se teu irmão empobrecer e vender alguma parte das suas
possessões, então, virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que seu irmão
vendeu. Se alguém [...] achar o bastante com que a remir, [...] tornará à sua
possessão. Mas, se as suas posses não lhe permitirem reavê-la, então, a que for
vendida ficará na mão do comprador até ao Ano do Jubileu”. Levítico 25:23-28.
[...] Assim cada família era garantida em sua possessão, sendo proporcionada
uma salvaguarda contra os extremos, quer da opulência, quer da miséria. — A
Ciência do Bom Viver, 183-185. [167]

169
Refinados pela graça de Deus, 9 de Junho

Não oprimais ao vosso próximo; cada um, porém, tema a seu Deus; porque
Eu sou o Senhor, vosso Deus. Levítico 25:17.

Vocês estão em perigo de cometer graves erros em suas transações comerciais.


Deus os adverte a estarem alerta para não sobrecarregarem uns aos outros. Sejam
cuidadosos para não cultivarem a habilidade do trapaceiro; pois isso não suportará
o teste do dia de Deus. Perspicácia e cálculos precisos são necessários, pois vocês
lidam com todas as classes de pessoas. [...] Que esses aspectos, porém, não se
tornem um poder dominante. Sob o devido controle, são elementos essenciais
ao caráter; se vocês conservarem diante de si o temor de Deus, e Seu amor no
coração, estarão seguros.
É muito melhor renunciar a certas vantagens que poderiam ser obtidas do
que cultivar um espírito de avareza, e assim torná-lo uma lei da natureza. A
astúcia mesquinha é indigna de um cristão. Fomos separados do mundo pela
grande talhadeira da verdade. Nossos maus traços de caráter nem sempre são
visíveis a nós mesmos, embora sejam muito evidentes a outros. Mas o tempo e
as circunstâncias certamente nos provarão, e trarão à luz o ouro do caráter ou
descobrirão o metal inferior. [...]
Todo pensamento baixo e toda ação errada revelam algum defeito no caráter.
Esses traços rudes devem ser levados sob o cinzel e o martelo na grande oficina de
Deus, e a graça de Deus deve suavizar e polir, antes que possamos ser preparados
para um lugar no glorioso templo.
Deus pode tornar esses irmãos [líderes de nossas instituições] mais preciosos
“do que o ouro puro e mais” raros “do que o ouro fino de Ofir” (Isaías 13:12) se
eles se submeterem à Sua mão transformadora. Eles devem estar determinados a
empreender o mais nobre uso de todas as faculdades e oportunidades. A Palavra
de Deus deve ser o seu estudo e guia ao decidirem o que é mais elevado e melhor
em todas as situações. [...]
Os mais fracos seguidores de Cristo entraram em aliança com o poder infinito.
Em muitos casos, Deus pode fazer pouco com os homens de erudição, porque
não sentem necessidade de apoiar-se nAquele que é a fonte de toda a sabedoria;
por isso, após uma prova, Ele os põe de lado por homens de talento inferior
que aprenderam a confiar nEle, cuja alma é fortalecida pela bondade, verdade
e inabalável fidelidade, as quais não se rebaixarão a nada que deixe qualquer
[168] mácula na consciência. — Testemunhos para a Igreja 4:540-541.

170
Os princípios do evangelho, 10 de Junho

Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta
figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando
inutilmente a terra? Lucas 13:7.

O Senhor ficaria satisfeito se Seu povo fosse mais atencioso do que é agora,
mais misericordioso e mais solícito uns para com os outros. Quando o amor de
Cristo está no coração, cada um terá mais terna consideração pelos interesses dos
outros. Irmão não quererá levar vantagens sobre irmão em transações comerciais.
Outro não cobrará exorbitantes taxas de juros, em virtude de ver seu irmão em
situação difícil, necessitado de ajuda.
Aqueles que procuram tirar proveito das necessidades do semelhante provam
conclusivamente que não são governados pelos princípios do evangelho de Cristo.
Suas ações são registradas nos livros do Céu como fraude e desonestidade e,
onde quer que esses princípios atuem, a bênção do Senhor não será derramada.
Tais pessoas estão recebendo as impressões do grande adversário antes que do
Espírito de Deus. Aqueles que finalmente herdarão o reino celestial devem ser
transformados pela divina graça. Precisam ser puros de coração e vida, e possuir
caráter simétrico. [...]
Todos os meios que possa acumular, mesmo que sejam milhões, não serão
suficientes para pagar o resgate de sua alma. Não permaneça na impenitência
e incredulidade que [...] anulam os graciosos propósitos de Deus; não force a
destruição pela relutante mão divina sobre sua propriedade, nem traga aflição
sobre si mesmo.
Quantos há que estão agora tomando um rumo que certamente, em breve,
atrairá atos de juízo. Essas pessoas vivem, dia após dia, mês após mês, ano após
ano, para os próprios interesses egoístas. Sua influência e meios, acumulados
mediante as habilidades e tino dados por Deus, são usados para si mesmos e suas
famílias, sem um só pensamento para seu gracioso Benfeitor. Não permitem que
coisa alguma retorne ao Doador. [...]
Finalmente, Sua paciência com esses mordomos infiéis se esgota, e Ele faz
com que todos os seus projetos egoístas e mundanos cheguem a um fim repentino,
para mostrar-lhes que, como ajuntaram para a própria glória, Ele pode espalhar e
deixá-los desamparados para resistir ao Seu poder. — Testemunhos para a Igreja
5:350-351. [169]

171
Os negócios revelam o caráter, 11 de Junho

Poderei eu inocentar balanças falsas e bolsas de pesos enganosos?


Miquéias 6:11.

Homem honesto, à maneira de Cristo julgar, é o que manifesta inflexível


integridade. Pesos enganosos e balanças falsas, com os quais muitos buscam
aumentar seus ganhos no mundo, são abominação à vista de Deus. Não obstante,
muitos dos que professam guardar os mandamentos de Deus fazem uso de
balanças e pesos falsos. Quando um homem se acha realmente ligado a Deus, e
observando Sua lei em verdade, sua vida revelará esse fato; pois todas as suas
ações se encontrarão em harmonia com os ensinos de Cristo. Não venderá sua
honra por lucro. Seus princípios são edificados sobre o firme fundamento, e sua
conduta em assuntos temporais é um transcrito de seus princípios.
A firme integridade brilha como o ouro entre o cascalho e o lixo do mundo.
Engano, falsidade e infidelidade podem ser dissimulados e ocultos dos olhos
humanos, mas não dos olhos de Deus. Os anjos de Deus, que observam o de-
senvolvimento do caráter e pesam o valor moral, registram nos livros do Céu
essas pequeninas transações reveladoras do caráter. Se um trabalhador for infiel
nas ocupações diárias da vida, e negligenciar sua obra, o mundo não julgará
incorretamente se avaliar a norma religiosa desse trabalhador segundo a que
mantém nos negócios.
“Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo,
também é injusto no muito”. Lucas 16:10. Não é a magnitude da questão que a
torna justa ou injusta. Como o homem se conduz para com o semelhante, assim se
conduzirá com Deus. Aquele que é infiel na riqueza da injustiça nunca merecerá
confiança com a verdadeira riqueza. Os filhos de Deus nunca devem deixar de
lembrar que, em todas as suas transações comerciais, estão sendo provados e
[170] pesados nas balanças do santuário. — Testemunhos para a Igreja 4:310-311.

172
Pequenos pecados, grandes conseqüências, 12 de Junho

A integridade dos retos os guia; mas, aos pérfidos, a sua mesma falsidade
os destrói. Provérbios 11:3.

Disse Cristo: “Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar
frutos bons. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. Mateus 7:18, 20. Os atos
da vida do homem são os frutos que produz.[...]
A Bíblia condena nos mais fortes termos toda falsidade, fraude e desones-
tidade. O justo e o errado são discriminados claramente. Mas foi-me mostrado
que o povo de Deus se colocou em terreno do inimigo; cedeu a suas tentações e
seguiu-lhe os artifícios, até se tornarem perigosamente embotadas as suas sensibi-
lidades. Um leve desvio da verdade, uma pequenina variação das reivindicações
de Deus, não é, afinal, considerado muito pecaminoso, quando se acham envol-
vidos ganho ou perda de dinheiro. Mas pecado é pecado, seja cometido pelo
milionário ou pelo que pede esmolas nas ruas. Os que adquirem bens mediante
engano, trazem sobre si a condenação. Tudo quanto for adquirido por meio de
engano e fraude só trará maldição a quem o receber.
Adão e Eva sofreram as terríveis conseqüências de desobedecerem ao ex-
presso mandamento de Deus. Podem ter arrazoado: Este é um pecado muito
pequenino, e jamais será levado em conta. Mas Deus tratou o caso como um ter-
rível mal; e a desgraça trazida por sua transgressão será sentida através de todos
os tempos. Nos dias em que vivemos, pecados de muito maior magnitude são
muitas vezes cometidos pelos que professam ser filhos de Deus. Nas transações
comerciais, são pelo professo povo de Deus pronunciadas e praticadas falsidades
que trazem sobre eles a desaprovação de Deus, e vergonha sobre Sua causa.
O menor desvio da veracidade e retidão constitui transgressão da lei de Deus.
A contínua condescendência com o pecado acostuma a pessoa ao hábito de proce-
der mal, mas não diminui o grave caráter do pecado. Deus estabeleceu princípios
imutáveis, que Ele não pode mudar sem uma revisão de toda a Sua natureza. Se a
Palavra de Deus fosse estudada fielmente por todos os que professam crer na ver-
dade, eles não seriam pigmeus nas coisas espirituais. Os que desrespeitam nesta
vida as reivindicações de Deus, não Lhe respeitariam a autoridade se estivessem
no Céu. — Testemunhos para a Igreja 4:311-312. [171]

173
Construa o caráter sobre a rocha, 13 de Junho

Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos [...] até


que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles. Salmos 73:3, 17.

O primeiro passo na vida é manter a mente fixa em Deus, ter sempre diante dos
olhos o Seu temor. Um único desvio da integridade moral embota a consciência
e abre a porta à tentação seguinte. “Quem anda em sinceridade anda seguro, mas
o que perverte os seus caminhos será conhecido”. Provérbios 10:9.
É-nos ordenado amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós
mesmos; a diária experiência da vida, entretanto, mostra que essa lei é rejeitada.
A sinceridade no trato e a integridade moral assegurarão o favor de Deus, e
tornarão o homem uma bênção para si mesmo e para a sociedade; mas em meio
da variedade de tentações que assaltam uma pessoa em qualquer parte para onde
se vire, impossível é manter uma consciência limpa e a aprovação do Céu sem
auxílio divino e o princípio de amar o que é reto por amor da própria justiça.
Um caráter aprovado por Deus e pelo homem é preferível à riqueza. É preciso
pôr-se um fundamento amplo e profundo, assentado na rocha — Cristo Jesus.
Muitos há que professam trabalhar baseados no verdadeiro fundamento, e cuja
frouxidão nos tratos mostra que estão construindo em areia movediça; mas a
grande tempestade lhes varrerá o fundamento, e não terão refúgio. [...]
Muitos alegam que, a menos que sejam espertos e cuidem para tirar proveito
para si mesmos, sofrerão perdas. Seus inescrupulosos vizinhos, que tiram provei-
tos egoístas, são prósperos; enquanto eles, embora tentem negociar estritamente
de acordo com os princípios bíblicos, não são tão prósperos. Vêem porventura
essas pessoas o futuro? Ou estão seus olhos demasiado fracos para ver, através
da cerração carregada de corrupção do mundo, que a honra e a integridade não se
galardoam em moedas deste mundo? Recompensará Deus a virtude meramente
com o êxito mundano? Ele lhes tem os nomes gravados nas palmas de Suas
mãos, como herdeiros de honras perduráveis, riquezas imperecíveis. — SDABC,
[172] 3:1158.

174
Integridade no serviço público, 14 de Junho

Não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida
forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de
todos os aflitos. Provérbios 31:4-5.

Homens intemperantes não devem ser colocados em posições de confiança


pelo voto do povo. Sua influência corrompe a outros, e acham-se envolvidas
sérias responsabilidades. Tendo o cérebro e os nervos narcotizados pelo fumo e
outros estimulantes, fazem uma lei segundo sua natureza, e uma vez dissipada
a imediata influência dos mesmos, há um colapso. Acham-se freqüentemente
em jogo vidas humanas; da decisão de homens nessas posições de confiança
dependem vida e liberdade, ou servidão e desespero. Quão necessário que todos
quantos tomam parte nessas transações sejam homens provados, homens de
cultura, homens honestos e verazes, de sólida integridade, que rejeitam suborno
e não consintam que seu juízo ou convicções do direito sejam desviados por
parcialidade ou preconceito.
Assim diz o Senhor: “Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda.
De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo, porque
não justificarei o ímpio. Também presente não tomarás, porque o presente cega
os que têm vista, e perverte as palavras do justo”. Êxodo 23:6-8.
Unicamente homens estritamente temperantes e íntegros devem ser admitidos
em nossas assembléias legislativas e escolhidos para presidir nossas cortes de
justiça. As propriedades, a reputação e a própria vida se acham inseguras quando
deixadas ao juízo de homens intemperantes e imorais. Quantos inocentes foram
condenados à morte, como tantos mais foram roubados de todas as suas proprie-
dades terrenas pela injustiça de jurados, advogados, testemunhas e mesmo juízes
dados à bebida. [...]
Há em nossos dias necessidade de homens como Daniel — homens que
possuam a abnegação e a coragem de serem radicais reformadores de temperança.
Cuide todo cristão em que seu exemplo e sua influência se encontrem ao lado da
reforma. Sejam os ministros do evangelho fiéis em instruir e advertir o povo. E
lembrem-se todos de que nossa felicidade em dois mundos depende do devido
aproveitamento de um deles. — Temperança, 47-48, 237. [173]

175
Juramento judicial, 15 de Junho

Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres
testemunha maldosa. Êxodo 23:1.

Vi que o Senhor tem ainda que ver com as leis do país. Enquanto Jesus está
no santuário, o refreador Espírito de Deus é sentido por governantes e pelo povo.
Mas Satanás domina em grande parte a massa do mundo, e não fossem as leis
do país, experimentaríamos muito sofrimento. Foi-me mostrado que, quando é
realmente necessário, e eles são chamados a testemunharem de modo legal, não
é violação da Palavra de Deus que Seus filhos tomem solenemente a Deus para
testemunhar de que o que dizem é verdade, e coisa alguma senão a verdade.
O homem é tão corrupto que são feitas leis para lhe lançarem a responsa-
bilidade sobre a própria cabeça. Alguns homens não temem mentir aos seus
semelhantes; mas foram ensinados — e o refreador Espírito de Deus os impres-
sionou — no sentido de ser coisa terrível mentir a Deus. O caso de Ananias e
Safira, sua esposa, é-nos dado como exemplo. A questão é levada do homem para
Deus, de maneira que se alguém der falso testemunho, não o faz para o homem,
mas para o grande Deus. [...]
Vi que, se existe na Terra alguém que possa coerentemente testemunhar sob
juramento, esse é o cristão. Ele vive à luz do semblante de Deus. Ele se fortalece
em Sua força. E quando questões de importância têm de ser resolvidas por lei,
ninguém pode apelar para Deus com tanta justiça como o cristão. [...]
Jesus submeteu-Se ao juramento na hora de Seu julgamento. Disse-Lhe o
sumo sacerdote: “Conjuro-Te pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Cristo, o
Filho de Deus.” Jesus respondeu: “Tu o disseste”. Mateus 26:63-64. Se Jesus,
em Seus ensinos aos discípulos, Se referisse ao juramento judicial, Ele teria
reprovado o sumo sacerdote, e ali mesmo reforçado os Seus ensinos, para o bem
de Seus seguidores que se achavam presentes.
Satanás tem-se agradado com o fato de alguns considerarem o juramento sob
um prisma falso, pois isso lhe tem dado oportunidade de oprimi-los e tirar-lhes o
dinheiro de seu Senhor. Os mordomos de Deus devem ser mais sábios, elaborar
seus planos e preparar-se para resistir às armadilhas de Satanás; pois ele fará
[174] maiores esforços que nunca. — Testemunhos para a Igreja 1:202-203.

176
Escolhendo entre dois lados, 16 de Junho

Não perverterás o julgamento do teu pobre na sua causa. Da falsa


acusação te afastarás; não matarás o inocente e o justo, porque não
justificarei o ímpio. Êxodo 23:5, 7.

Cristo profere um ai sobre todos os que transgridem a lei de Deus. Ele proferiu
um ai sobre os intérpretes da lei em Seu tempo porque eles usavam seu poder
para afligir os que se volviam para eles em busca de justiça e juízo. Todas as
terríveis conseqüências do pecado sobrevirão aos que, embora sejam membros
nominais da igreja, consideram de somenos importância pôr de lado a lei de
Jeová, não fazendo distinção entre o bem e o mal.
Nas representações que o Senhor me tem dado, tenho visto os que seguem
seus próprios desejos, deturpando a verdade, oprimindo seus irmãos e pondo
dificuldades diante deles. Caracteres estão agora sendo desenvolvidos, e homens
estão tomando partido, uns ao lado do Senhor Jesus Cristo, e outros ao lado
de Satanás e seus anjos. O Senhor convida todos os que desejam ser leais e
obedientes a Sua lei a saírem e se separarem de toda conexão com os que se
colocaram ao lado do inimigo. Junto a seus nomes está escrito: “TEQUEL:
Pesado foste na balança e achado em falta”. Daniel 5:27.
Há muitos homens, aparentemente virtuosos, que porém não são cristãos.
Acham-se equivocados em sua avaliação do que constituem verdadeiros cristãos.
Possuem uma imperfeição de caráter que destrói o valor do ouro, e não podem
receber o selo da aprovação divina. Terão de ser rejeitados como metal impuro e
sem valor.
Não podemos, por nós mesmos, aperfeiçoar um autêntico caráter moral, mas
podemos aceitar a justiça de Cristo. Podemos ser participantes da natureza divina,
livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo. Cristo deixou-nos um
modelo perfeito do que devemos ser como filhos e filhas de Deus. — Darkness
Before Dawn, 220. [175]

177
Pobres em meio à abundância, 17 de Junho

Mas ajuntai para vós outros tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu
tesouro, aí estará também o teu coração. Mateus 6:20-21.

Muitos pais e mães são pobres em meio à abundância. Diminuem, em certo


grau, seu conforto pessoal e freqüentemente se privam daquelas coisas que são
necessárias para desfrutar vida e saúde, enquanto possuem recursos abundantes
à sua disposição. Sentem-se como se fossem proibidos de apropriar-se de seus
recursos para conforto próprio e para fins caritativos. Têm um objetivo diante de
si, e este é economizar os bens para deixar para os filhos.
A idéia é tão notável, tão ligada com todas as suas ações, que os filhos
aprendem a antecipar o dia quando essa propriedade será sua. Dependem disso, e
essa perspectiva tem influência importante, mas não favorável, sobre seu caráter.
Alguns se tornam esbanjadores, outros se tornam egoístas e avarentos, e ainda
outros se tornam indolentes e irresponsáveis. Muitos não cultivam hábitos de
economia; não procuram tornar-se independentes. Não têm um alvo, e têm pouca
estabilidade de caráter. As impressões recebidas na infância e juventude são
entretecidas em seu caráter e se tornam o princípio de ação na vida adulta. [...]
Com a luz da Palavra de Deus, tão simples e clara em relação a dinheiro
emprestado a mordomos, e com as advertências e reprovações que Deus tem dado
através dos Testemunhos quanto à disposição de seus bens — se, com toda essa
luz diante deles, os filhos direta ou indiretamente influenciam os pais a dividir a
propriedade enquanto vivem, ou a passá-la em testamento aos filhos para que a
recebam depois da morte de seus pais, eles assumem responsabilidades terríveis.
Filhos de pais idosos que professam amar a verdade devem, no temor de
Deus, aconselhar e pleitear com seus pais a serem leais à sua profissão de fé, e
a tomarem uma decisão, que Deus possa aprovar, quanto a seus bens. Os pais
devem depositar para si tesouros no Céu doando seus bens eles mesmos para o
avanço da causa de Deus. Não devem privar-se do tesouro celeste deixando um
excesso de bens para aqueles que têm suficiente; pois assim fazendo não só se
privam do privilégio precioso de depositar no Céu um tesouro que não falha, mas
[176] roubam da tesouraria de Deus. — Testemunhos para a Igreja 3:119-120.

178
Renúncia ao ganho pessoal, 18 de Junho

Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas
as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome;
assim de abundância como de escassez; tudo posso nAquele que me
fortalece. Filipenses 4:12-13.

Em cada século Satanás tem procurado prejudicar os esforços dos servos de


Deus pela intromissão na igreja do espírito de fanatismo. Assim foi nos dias
de Paulo e assim foi também durante o tempo da Reforma. Séculos mais tarde,
Wycliffe, Lutero e muitos outros que abençoaram o mundo por sua influência
e fé, encontraram as astúcias pelas quais o inimigo busca levar ao fanatismo
extremado mentes desequilibradas e não santificadas.
Criaturas desorientadas têm ensinado que a conquista da verdadeira santidade
coloca a mente acima de todos os pensamentos terrestres, e leva os homens a
se absterem inteiramente do trabalho. Outros, interpretando com extremismo
determinados textos das Escrituras, têm ensinado que é pecado trabalhar — que
os cristãos não devem preocupar-se quanto aos seus interesses temporais e de
sua família, mas dedicar sua vida inteiramente às coisas espirituais. Os ensinos e
exemplos do apóstolo Paulo são uma reprovação a tais extremismos.
Quando Paulo visitou Corinto pela primeira vez, encontrou-se entre um povo
que punha em dúvida as intenções dos estrangeiros. Os gregos do litoral eram
negociantes perspicazes, e por tão longo tempo se haviam dedicado à prática
de negócios desonestos, que chegaram a crer que o ganho era piedade, e que
fazer dinheiro, quer por meios lícitos ou ilícitos, era louvável. Paulo estava
familiarizado com suas características, e não lhes desejava dar ocasião de dizer
que ele pregava o evangelho para enriquecer. Ele podia com justiça reclamar
manutenção da parte de seus ouvintes coríntios; mas deste direito se dispunha
a abrir mão, com receio de que sua utilidade e sucesso como pastor fossem
prejudicados pela suspeita injusta de estar ele pregando o evangelho por ganho.
Ele procurava remover toda a oportunidade de mistificação, para que não se
perdesse a força da sua mensagem. — Atos dos Apóstolos, 348-349. [177]

179
Prioridades corretas na vida, 19 de Junho

Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33.

Por toda parte existe algo que tentaria o cristão a abandonar o caminho es-
treito; mas os que desejam aperfeiçoar um caráter adequado para a eternidade
devem tomar a vontade de Deus como seu padrão, separando-se completamente
de tudo que é desagradável a Ele. Milhares são induzidos ao pecado porque
deixam a fortaleza do coração desprotegida. Ficam absortos com os cuidados
deste mundo, e a verdadeira piedade é afastada do coração. Avançam ansiosa-
mente na especulação, buscando acumular mais dos tesouros deste mundo. Assim
colocam-se onde é impossível avançar na vida cristã. [...]
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele”. 1 João 2:15. Cada momento do nosso tempo
pertence a Deus, e não temos o direito de nos sobrecarregar com preocupações
a ponto de não haver espaço em nosso coração para o Seu amor. Ao mesmo
tempo devemos obedecer à ordem: “No zelo, não sejais remissos”. Romanos
12:11. Devemos trabalhar, para que possamos ter para dar ao que necessita. Deus
não deseja que permitamos que nossas faculdades se enferrujem pela falta de
ação. Os cristãos devem trabalhar, devem se envolver em uma ocupação, e podem
seguir uma certa distância nesta linha sem cometer pecado algum contra Deus.
[...]
Mas freqüentemente os cristãos permitem que os cuidados da vida tomem o
tempo que pertence a Deus. Dedicam seus preciosos momentos em negociações
ou diversões. Toda a sua energia é empregada em adquirir tesouros terrenos. E,
ao fazerem isso, colocam-se em solo proibido.
Muitos professos cristãos são bem cuidadosos para que todas as suas tran-
sações comerciais ostentem o selo da estrita honestidade, mas a desonestidade
marca seu relacionamento com Deus. Absortos em negócios mundanos, deixam
de desempenhar as obrigações que devem aos que estão ao seu redor. Seus filhos
não são criados na disciplina e admoestação do Senhor. O altar da família é
negligenciado; a devoção pessoal é esquecida. Os interesses eternos, em vez de
serem colocados em primeiro lugar, recebem apenas o segundo lugar. Deus é
roubado, pois seus melhores pensamentos são dedicados ao mundo, porque seu
tempo é gasto em coisas de menor importância. Assim ficam arruinados, não por
causa de sua desonestidade ao lidar com os outros, mas por defraudarem a Deus
[178] no que é Seu por direito. — The Signs of the Times, 17 de Dezembro de 1896.

180
O cristão e a integridade, 20 de Junho

Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante
dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado
entre homens é abominação diante de Deus. Lucas 16:15.

Em todos os pormenores da vida devem ser mantidos os mais estritos princí-


pios de honestidade. Não são estes os princípios que governam o mundo, pois
Satanás — o enganador, mentiroso e opressor — é o patrão, e seus súditos o
seguem e executam seus propósitos. Os cristãos, porém, servem sob um Senhor
diferente, e seus atos têm de ser efetuados segundo Deus, independentemente de
todo o ganho egoísta.
O desvio da perfeita honestidade nos negócios pode, na opinião de alguns,
ser coisa de pouca importância, mas não a considerava assim o nosso Salvador.
Suas palavras, nesta questão, são claras e explícitas: “Quem é fiel no pouco
também é fiel no muito”. Lucas 16:10. O homem que assim engana o próximo,
em pequena escala, enganará em escala maior se a tentação lhe vier. Uma falsa
representação em questões de pouco valor, tanto é desonestidade à vista de Deus
como a falsidade em assuntos de maior importância.
No mundo cristão de hoje é praticada a fraude em medida pavorosa. O povo
de Deus, observador dos mandamentos, deve mostrar que está acima de todas
essas coisas. As práticas desonestas que mancham o negócio dos homens com
seus companheiros, não devem jamais ser praticadas por alguém que professe
crer na verdade presente. O povo de Deus causa à verdade grave prejuízo pelo
menor desvio da integridade.
Um homem pode não ter um exterior agradável, pode ser deficiente em muitos
aspectos, mas se tem a reputação de ser honesto, íntegro, ele será respeitado.
A inflexível integridade cobre muitos traços de caráter objetáveis. O homem
que perseverantemente pratique a verdade, ganhará a confiança de todos. Não
só confiarão nele os irmãos na fé, mas os descrentes serão constrangidos a
reconhecê-lo como homem de honra.
Os servos de Deus são obrigados a estar mais ou menos relacionados com os
mundanos por transações comerciais, mas devem comprar e vender lembrados
de que os olhos de Deus estão sobre eles. Nada de balanças falsas ou pesos
fraudulentos deve ser usado, pois estes são uma abominação para o Senhor. Em
cada uma das transações comerciais deve o cristão ser justamente o que ele quer
que seus irmãos julguem ele seja. Seu procedimento é presidido por princípios
subjacentes. Ele não usa de astúcia; por isso nada tem que esconder, coisa alguma
a disfarçar com verniz. — Mente, Caráter e Personalidade 2:437-438. [179]

181
Ternura de coração, 21 de Junho

Qual a mosca morta faz o ungüento do perfumador exalar mau cheiro,


assim é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia. Eclesiastes 10:1.

Apelo aos meus irmãos na fé, e com eles insisto, para que cultivem a ternura
de coração. Seja qual for a sua vocação ou posição, se acariciarem o egoísmo e a
cobiça, sobre vocês recairá o desagrado do Senhor. Não façais da obra e da causa
de Deus uma desculpa para tratar de maneira opressiva e egoísta com qualquer
pessoa, mesmo que estejam fazendo um negócio que se relacione com Sua obra.
Deus não aceita coisa alguma no sentido de ganho que seja levado para o Seu
tesouro por meio de transações egoístas.
Todo ato relacionado com Sua obra deve passar pelo exame divino. Toda
transação desonesta, toda tentativa de tirar vantagem de pessoas que estejam sob
pressão das circunstâncias, todo plano para lhe comprar a terra ou a propriedade
por uma importância abaixo do valor, não será aceita por Deus, muito embora o
dinheiro ganho seja doado a Sua causa. O preço do sangue do Filho unigênito
de Deus foi pago por todo homem, e para seguir os princípios da lei de Deus, é
preciso lidar honestamente, tratar com eqüidade com cada homem. [...]
Caso um irmão, que trabalhou abnegadamente pela causa de Deus, enfraqueça
fisicamente e se torne incapaz de realizar seu trabalho, não seja ele demitido e
obrigado a se haver da melhor maneira possível. Dai-lhe salário suficiente para a
sua manutenção; pois devem se lembrar de que pertence à família de Deus, e de
que todos vocês são irmãos. [...]
Somos ordenados a amar o nosso próximo como a nós mesmos. Essa ordem
não é para amarmos simplesmente os que pensam e crêem exatamente como
nós pensamos e cremos. Cristo ilustrou o significado do mandamento através da
parábola do bom samaritano. Mas quão estranho é perceber que essas preciosas
palavras são negligenciadas, e quão freqüentemente as pessoas oprimem seus
semelhantes e exaltam o próprio coração até a presunção. — The Review and
[180] Herald, 18 de Dezembro de 1894.

182
Imitando Cristo, 22 de Junho

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça,


se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1
Timóteo 6:10.

Vi que o povo de Deus está em grande perigo. Muitos são moradores da Terra;
seu interesse e afeições estão centralizados no mundo. Seu exemplo não é correto.
O mundo é enganado pela conduta seguida por muitos que professam grandes
e nobres verdades. Nossa responsabilidade é de acordo com a luz recebida e as
graças e dons conferidos. Sobre os obreiros cujos talentos, meios, oportunidades
e habilidades são os maiores, repousa pesadíssima responsabilidade. [...]
O irmão A me foi apresentado como representante de uma classe que está
em semelhante posição. Esses nunca foram descuidosos com relação às menores
vantagens seculares. Por diligente tato mercantil e bem-sucedidos investimentos,
pela comercialização, não em dólares, mas em centavos e frações de centavos,
acumularam propriedades. Mas, assim fazendo, suas faculdades se tornaram
inconsistentes com o desenvolvimento do caráter cristão. Sua vida de modo
algum representa a Cristo, pois amam o mundo e seus lucros mais do que a Deus
ou a verdade. “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. 1 João
2:15.
Todas as habilidades que os homens possuem pertencem a Deus. Confor-
midade e ligações mundanas são terminantemente proibidas em Sua Palavra.
Quando o poder da transformadora graça de Deus é sentido no coração, ele
impelirá o homem, até então um mundano, em todo o caminho da beneficência.
Aquele que se determina a ajuntar tesouros no mundo, cai “em tentação, e em
laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens
na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de ma-
les [o fundamento de toda a avareza e mundanidade]; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”. 1 Timóteo
6:9-10.
Jesus abriu a cada pessoa um caminho pelo qual a sabedoria, a graça e o
poder podem ser alcançados. Ele é nosso exemplo em todas as coisas, e nada nos
deve desviar a mente do principal objetivo na vida, que é ter a Cristo abrandando
e subjugando o coração. Quando esse for o caso, cada membro da igreja, cada
ensinador da verdade, será semelhante a Cristo no caráter, em palavras e ações.
— Testemunhos para a Igreja 5:277-278. [181]

183
Espírito de compaixão, 23 de Junho

Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a


repreensão será honrado. Provérbios 13:18.

Na parábola, o senhor intimou à sua presença o devedor malvado e disse-


lhe: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não
devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive
misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores,
até que pagasse tudo o que devia”. Mateus 18:32-34. Assim, disse Jesus, “vos
fará também Meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu
irmão, as suas ofensas”. Mateus 18:35. Aquele que recusa perdoar rejeita a única
esperança de perdão.
Os ensinos dessa parábola não devem ser mal-empregados, porém. O perdão
de Deus não nos diminui de modo algum nosso dever de obedecer-Lhe. Assim
também o espírito de perdão para com nosso próximo não diminui o direito de
justa obrigação. Na oração que Cristo ensinou aos discípulos, disse: “Perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Mateus
6:12.
Com isso não queria Ele dizer que para nos serem perdoados os pecados não
devemos requerer de nossos devedores nossos justos direitos. Se não puderem
pagar, embora isso seja o resultado de má administração, não devem ser lançados
na prisão, oprimidos ou mesmo tratados severamente; todavia, a parábola tam-
pouco nos ensina a animar a indolência. A Palavra de Deus declara: “Se alguém
não quiser trabalhar, não coma também”. 2 Tessalonicenses 3:10.
O Senhor não requer do trabalhador diligente que suporte outros na ociosi-
dade. Para muitos, a causa de sua pobreza é um desperdício de tempo, uma falta
de esforço. Se essas faltas não forem corrigidas por aqueles que com elas con-
descendem, tudo que se fizer em seu auxílio será como pôr riquezas em saco sem
fundo. Todavia, há uma pobreza inevitável, e devemos manifestar ternura e com-
paixão para com os desafortunados. Devemos tratar os outros como quereríamos
[182] ser tratados sob circunstâncias idênticas. — Parábolas de Jesus, 247-248.

184
A genuína misericórdia, 24 de Junho

Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que


O temem, e a Sua justiça, sobre os filhos dos filhos, para com os que
guardam a Sua aliança e para com os que se lembram dos Seus preceitos e
os cumprem. Salmos 103:17-18.

A misericórdia é um atributo de que o instrumento humano pode participar,


juntamente com Deus. Como fez Cristo, assim pode o homem apoderar-se do
braço divino e manter comunicação com o poder divino. Foi-nos dado um ser-
viço de misericórdia para ser feito em favor de nossos semelhantes. Efetuando
esse serviço, trabalhamos em sociedade com Deus. Bem faremos, pois, em ser
misericordiosos, como é misericordioso nosso Pai no Céu.
“Misericórdia quero”, diz Deus, “e não sacrifício”. Mateus 9:13. A mise-
ricórdia é bondosa, compassiva. A misericórdia e o amor de Deus purificam a
alma, aformoseiam o coração e limpam do egoísmo a vida. A misericórdia é uma
manifestação do amor divino e é manifestada pelos que, identificados com Deus,
O servem, refletindo a luz do Céu sobre o caminho dos semelhantes.
O estado de muitas pessoas requer a prática da genuína misericórdia. Os
cristãos, em seus negócios uns com os outros, devem ser controlados pelos
princípios da misericórdia e amor. Devem aproveitar todas as oportunidades
de ajudar seus semelhantes em aflição. O dever de todo cristão está claramente
delineado nas palavras: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis
e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa
medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque
com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:37-38.
“Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles”.
Lucas 6:31. Esses são os princípios que bem faremos em cultivar.
Que os que desejam aperfeiçoar um caráter cristão sempre tenham em mente
a cruz na qual Cristo morreu morte cruel, para redimir a humanidade. Nutram
sempre o mesmo espírito misericordioso que levou o Salvador a fazer, para nossa
redenção, um sacrifício infinito. — The Signs of the Times, 21 de Maio de 1902. [183]

185
Sabedoria ao lidar com dinheiro, 25 de Junho

Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mateus 25:21.

[O irmão C] se encontra em posição de responsabilidade, mas se os membros


da família à qual se ligou mediante o casamento se provarem verdadeiros para
com ele, exercerão uma influência que o levará a tornar-se fiel mordomo dos
bens do Senhor. Disporá então de seus bens como que à vista de todo o universo
celestial. Não participará de esquemas ilegais para ganhar dinheiro, antes fará
tudo tendo como objetivo a glória de Deus. Evitará todas as artimanhas e se
esquivará de todos os meios mesquinhos e desonestos, e nada fará que seja
contrário ao cultivo da verdadeira piedade. Compreenderá que todas as suas
transações estão sob o domínio de Deus.
Não devemos perder de vista o fato de que o mordomo deve negociar com os
bens de seu Senhor, e que desempenha sagrada responsabilidade. A Bíblia requer
que os homens comprem, vendam e façam todas as suas transações comerciais
sob profundo senso de suas obrigações religiosas, tal como se estivessem apre-
sentando petições ao Pai celestial, suplicando força e graça. O Senhor não deixou
a cargo de qualquer pessoa proceder como bem lhe pareça com seus bens, ou
conforme lhe dite o impulso, ou conforme o demandem seus amigos. O dinheiro
que a pessoa manuseia não lhe pertence, não devendo ser gasto desnecessaria-
mente, pois a vinha do Senhor precisa ser trabalhada, e tal trabalho requer o gasto
de meios.
Agora é o nosso dia de oportunidade, sendo que se aproxima o ajuste de con-
tas. O Senhor confiou recursos a Seus servos para que sejam usados sabiamente,
pois todos são agentes morais e deles se requer que assumam responsabilidades.
Nossos vários talentos são concedidos na proporção de nossa habilidade em
usá-los, mas não devemos aplicá-los meramente para satisfazer desejos egoístas,
tal como possam ditar as inclinações.
[O irmão C] fracassou, por vezes, no passado, ao manusear os bens do Senhor,
e nem sempre levou em conta que deveria dispor dos bens confiados a seu encargo
de tal forma que agradasse ao Mestre e contribuísse para o avanço da causa da
verdade. Deverá prestar contas do modo como utiliza os bens que lhe foram
entregues. Não deve considerar a própria vontade nesse aspecto. Necessita buscar
sabedoria de Deus. — Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio,
[184] 70-71.

186
Invista para glorificar a Deus, 26 de Junho

Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da


vossa boca; porque o Senhor é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos
na balança. 1 Samuel 2:3.

Fui convidada, à noite, para contemplar os edifícios que se erguiam, andar


sobre andar, para o céu. Garantia-se que esses edifícios seriam à prova de fogo,
e haviam sido construídos para glorificar seus proprietários e construtores. [...]
Aqueles a quem essas construções pertenciam não perguntavam a si mesmos:
“Como melhor poderemos glorificar a Deus?” O Senhor não fazia parte de suas
cogitações.
Pensei: “Quem dera que os que desse modo estão empregando seus recur-
sos vissem o seu procedimento como Deus o vê! Estão amontoando edifícios
magnificentes, mas quão loucos são, à vista do Dominador do Universo, seus
planos e projetos! Não estão estudando com todas as faculdades do coração e da
mente, como podem glorificar a Deus. Perderam de vista isso que deve constituir
o primeiro dever do ser humano.”
Enquanto se erguiam esses edifícios, os proprietários se regozijavam com
ambicioso orgulho de que tivessem dinheiro para empregar na satisfação do
próprio eu e provocar a inveja de seus vizinhos. Grande parte do dinheiro que
assim empregavam havia sido alcançado por extorsões, oprimindo os pobres. Es-
queciam-se de que no Céu se conserva registro de todas as transações comerciais;
todo negócio injusto, cada ato fraudulento, acha-se ali registrado. Tempo virá em
que em suas fraudes e insolências os homens e mulheres atingirão o ponto que
o Senhor não permitirá que transponham, e aprenderão que há um limite para a
longanimidade de Jeová. [...]
Não há muitos, mesmo entre educadores e estadistas, que compreendam as
causas que servem de base para o presente estado da sociedade. Os que têm
nas mãos as rédeas do governo não têm condições de resolver o problema da
corrupção moral, da pobreza, da miséria e do crime crescente. Estão lutando
em vão para colocar as operações comerciais sobre base mais segura. Se os
homens dessem mais atenção aos ensinamentos da Palavra de Deus, achariam
uma solução para os problemas que os desconcertam. — Testemunhos para a
Igreja 9:12-13. [185]

187
Represente Cristo em toda circunstância, 27 de Junho

Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não
pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação,
segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Romanos 12:3.

Viva para algo além de si mesmo. Se seus motivos forem puros e altruístas,
se estiver sempre em busca de um trabalho que alguém tem que fazer, se estiver
sempre alerta para demonstrar bondosas atenções e praticar atos corteses, estará
inconscientemente erguendo meu próprio monumento. Na vida familiar, na igreja,
e no mundo você está representando Cristo no caráter. Essa é a obra que Deus
convida todos a fazer. [...]
Que suas aspirações e motivos sejam puros. Sejam rigidamente honestos
em toda transação comercial. Embora tentados, nunca enganem ou mintam na
mínima coisa. Às vezes, um impulso natural pode trazer a tentação de desviá-los
do trilho reto da honestidade, mas não variem nem um fio de cabelo sequer. Se
fizerem, em qualquer questão, uma declaração quanto ao que fariam, e depois
descobrirem que favoreceram a outros com prejuízo próprio, não se desviem nem
um fio de cabelo dos princípios. Cumpram seu acordo.
Procurando mudar seus planos, mostrariam que não se pode confiar em
vocês. E se recuarem em pequenas transações, voltarão atrás nas maiores. Em
tais circunstâncias, alguns são tentados a enganar, dizendo: Não fui entendido.
Minhas palavras foram tomadas como significando mais do que eu pretendia. O
fato é que queriam dizer justamente o que disseram, mas perderam o bom impulso
e então quiseram retroceder do acordo para que não se demonstrasse uma perda
para eles. O Senhor requer que façamos justiça, que amemos a misericórdia, a
verdade e a retidão. [...]
Homens e mulheres estão destituídos das firmes virtudes requeridas para
edificar a igreja. São incapazes de delinear métodos e planos de caráter sólido e
sadio. São deficientes nas qualificações essenciais para a prosperidade da igreja. É
esse tipo de educação que precisa ser mudada para uma educação sadia e sensível,
[186] em harmonia com os princípios bíblicos. — Manuscript Releases 20:343, 344.

188
Planejando para o futuro, 28 de Junho

Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é
proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser.
1 Timóteo 4:8.

Os cálculos de cada negócio, os pormenores de cada transação passam pelo


exame de auditores invisíveis, agentes dAquele que nunca transige com a injus-
tiça, nem abona o mal, nem passa por alto o erro. [...]
Contra todo malfeitor a lei de Deus profere condenação. Pode ele deixar de
atender àquela voz, pode procurar fazer silenciar o seu aviso, mas em vão. Ela
o acompanha. Faz-se ouvir. Destrói-lhe a paz. Desatendida, persegue-o até à
sepultura. Dá testemunho contra ele no juízo. Qual fogo, inextinguível, consumirá
finalmente corpo e alma.
“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?”. Marcos 8:36-37.
Essa é uma questão que exige consideração por parte de todo pai, professor e
estudante, todo ser humano, jovem ou idoso. Não pode ser integral ou completo
nenhum projeto de negócios ou plano para a vida que apenas compreenda os
breves anos da existência presente, e não tome providências para o interminável
futuro. Que se ensinem os jovens a tomar em consideração a eternidade. Sejam
ensinados a escolher princípios e buscar possessões que sejam duradouros, a
acumular para si aquele “tesouro nos Céus que nunca acabe, aonde não chega
ladrão, e a traça não rói”. Lucas 12:33. [...]
Todos os que fazem isto estão efetuando a melhor preparação possível para a
vida neste mundo. Ninguém poderá acumular tesouro no Céu sem que venha por
isso mesmo a ver sua vida na Terra enriquecida e enobrecida.
“A piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da
que há de vir”. 1 Timóteo 4:8. — Educação, 144-145. [187]

189
Princípios justos, 29 de Junho

Tal é a sorte de todo ganancioso; e este espírito de ganância tira a vida de


quem o possui. Provérbios 1:19.

A cada pessoa é dado o seu trabalho. Cada um tem seu lugar no plano eterno
do Céu. É dever do pai e da mãe dominar a própria falta de regras, os hábitos
desleixados. A verdade é clara e pura e de grande valor e necessita ser aplicada
na edificação do caráter. Aqueles que têm a verdade e o amor à verdade em seu
coração, farão todo e qualquer sacrifício para que essa verdade tenha o primeiro
lugar em tudo. [...]
Há pessoas em nossas igrejas que têm muito a dizer em relação ao cristia-
nismo, mas em cuja presença devemos estar sempre protegidos, pois rejeitam a
Palavra de Deus em suas transações comerciais. Quando uma venda ou compra
deve ser feita, Deus não Se encontra ao lado deles. O inimigo está no terreno
e toma posse deles. A fraternidade cristã e o amor são sacrificados no altar da
ganância. Deus, o Céu, os preceitos de Jeová e Suas ordens tantas vezes repetidas
são eliminados do coração. Não sabem o que significa praticar os princípios esta-
belecidos na Palavra de Deus. Vendem a própria alma por ganhos ilícitos. Tão
denso é o véu que cega seus olhos que podem ver apenas os lucros fraudulentos.
Tão dura é a incrustação que lhes envolve o coração que este não sente o amor, a
ternura e a compaixão de Cristo pelo próximo. A santidade e a verdade de Deus
são excluídas do coração.
O povo de Deus desaprovará todas essas influências corruptas? Darão eles o
coração a Deus? Lidarão com misericórdia para com seus semelhantes mortais?
Será que os Adventistas do Sétimo Dia guardarão na memória que não podem
se desviar da verdade em suas negociações com o próximo, não podem violar a
justiça ou abandonar a integridade sem renunciar a Deus? Qualquer coisa que
desonra a Deus jamais beneficiará a você. As pessoas que esperam prosperar
violando os princípios eternos da justiça estão armazenando para si mesmos uma
ceifa que não desejarão colher. Posicionam-se nas fileiras do inimigo e trazem
degradação a si mesmos. Embora por algum tempo pareçam prosperar, jamais
[188] ajudarão a compor a família de Deus. — Sermons and Talks 2:133, 134.

190
Mordomos fiéis, 30 de Junho

Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e


te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios. Isaías 42:6.

Foi-me mostrado que alguns homens espertos, prudentes e atentos na transa-


ção de negócios em geral, homens que se destacam por prontidão e meticulosi-
dade, manifestam uma falta de previsão e presteza quanto à disposição adequada
de sua propriedade enquanto vivem. Não sabem quão logo seu tempo de graça
pode findar; contudo, passam de ano a ano com seus negócios não resolvidos,
e freqüentemente sua vida finda quando já não fazem uso da razão. Ou podem
morrer repentinamente, sem um momento de aviso, e sua propriedade é disposta
de um modo que não teriam aprovado. Eles são culpados de negligência; são
mordomos infiéis.
Cristãos que crêem na verdade presente devem manifestar sabedoria e previ-
dência. Não devem negligenciar a disposição de seus recursos, esperando uma
oportunidade favorável de ajustar seus negócios durante uma longa enfermidade.
Devem manter seus negócios de tal forma que, se fossem chamados a qualquer
hora para deixá-los e não tivessem voz nos arranjos, pudessem ser solucionados
como gostariam que fossem se estivessem vivos.
Muitas famílias têm sido defraudadas desonestamente de toda sua propriedade
e ficaram sujeitas à pobreza porque o trabalho que podia ter sido bem-feito numa
hora foi negligenciado. Aqueles que preparam seu testamento não devem poupar
esforço ou despesa para obter conselho jurídico e os preparar de modo a resistir
à prova.
Vi que aqueles que professam crer na verdade devem mostrar sua fé por suas
obras. Devem granjear “amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando
estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos”. Lucas 16:9. Deus
fez o homem mordomo de recursos. Colocou em suas mãos o dinheiro com
o qual levar adiante a grande obra para a salvação de pecadores pelos quais
Cristo deixou Sua morada, Suas riquezas, Sua glória, e tornou-Se pobre para que
pudesse, por Sua humilhação e sacrifício, trazer muitos filhos e filhas de Adão a
Deus.
Em Sua providência o Senhor ordenou que o trabalho em Sua vinha fosse
sustentado pelos recursos confiados às mãos de Seus mordomos. Negligência de
sua parte em atender aos apelos da causa de Deus para levar adiante Sua obra
mostra que são servos infiéis e ociosos. — Testemunhos para a Igreja 3:116-117. [189]

191
Julho
Novo estilo de vida, 1 de Julho

Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que,
agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si
mesmo Se entregou por mim. Gálatas 2:20.

O eu deve ser morto se desejamos ser contados entres os seguidores de


Cristo. O apóstolo diz: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo,
buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. [...]
Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”.
Colossences 3:1, 3. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. 2 Coríntios 5:17.
Quando homens e mulheres são convertidos a Deus, um novo gosto moral
se forma; e eles amam as coisas que Deus ama, pois sua vida está ligada à
vida de Jesus pelas correntes douradas das promessas imutáveis. Seu coração é
atraído a Deus. Sua oração é: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple
as maravilhas da Tua lei”. Salmos 119:18. Na regra imutável vêem o caráter
do Redentor e sabem que, ainda que tenham pecado, não serão salvos em seus
pecados, mas de seus pecados, pois Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo. É através do sangue de Cristo que são levados para perto de Deus.
Ao contemplar a justiça de Cristo nos preceitos divinos, exclamam: “A lei do
Senhor é perfeita e restaura a alma”. Salmos 19:7. Quando pecadores são perdo-
ados de suas transgressões através dos méritos de Cristo, quando são vestidos
com a justiça de Cristo através da fé nEle, declaram com o salmista: “Quão doces
são as Tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca”. Salmos
119:103. “São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado;
e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”. Salmos 19:10. Isso é
conversão.
Quando o Espírito de Deus controla a mente e o coração, ele volta o coração
dos pais aos filhos, e o desobediente à sabedoria do justo. A lei de Jeová será
então considerada uma transcrição do caráter divino, e brota uma nova canção de
corações que foram tocados pela graça divina, pois constatam que a promessa de
Deus foi cumprida em sua experiência, que suas transgressões foram perdoadas
e seus pecados encobertos. Eles se arrependeram perante Deus pela violação da
Sua lei, e exerceram fé para com nosso Senhor Jesus Cristo, o qual morreu para a
[190] sua justificação. — The Review and Herald, 21 de Junho de 1892.

194
Comprometimento sincero, 2 de Julho

Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Lucas 10:27.

O Senhor está testando e provando as pessoas. Ele tem aconselhado, adver-


tido e suplicado. Todas essas solenes advertências tornarão a igreja melhor ou
decididamente pior. Quanto mais o Senhor fala para corrigir ou aconselhar e
vocês desrespeitam Sua voz, mais dispostos se tornam em rejeitá-la, até Deus
dizer: “Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a Minha mão, e
não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes todo o Meu conselho e não
quisestes a Minha repreensão; [...] Então, a Mim clamarão, mas Eu não respon-
derei; de madrugada Me buscarão, mas não Me acharão. Porquanto aborreceram
o conhecimento e não preferiram o temor do Senhor; não quiseram o Meu conse-
lho e desprezaram toda a Minha repreensão. Portanto, comerão do fruto do seu
caminho e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos”. Provérbios 1:24-25, 28-31.
Está você equilibrando-se entre dois pensamentos opostos? Estará negli-
genciando atender à luz que Deus lhe deu? Atente a ela a fim de que não haja
um coração maligno de incredulidade que o afaste do Deus vivo. O irmão não
conhece o tempo de sua visitação. O maior pecado dos judeus foi negligenciar
e rejeitar as oportunidades presentes. Quando Jesus olha para o estado de seus
professos seguidores hoje, vê ingratidão, formalismo oco, hipocrisia, orgulho
farisaico e apostasia.
As lágrimas que Cristo verteu no cume do monte das Oliveiras foi pela
impenitência e ingratidão de cada indivíduo no final dos tempos. [...]
A quem tem por tanto tempo professado a fé e ainda presta homenagens
exteriores a Cristo, rogo que não engane a si próprio. Jesus quer contar com
a integridade do coração do homem. Somente a lealdade é de valor à vista de
Deus. “Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz
pertence!”. Lucas 19:42. “Se tu conhecesses [...]” Cristo, neste momento, Se
dirige pessoalmente a cada um, inclinando-Se de Seu trono, curvando-Se com
infinita ternura sobre aqueles que não sentem o perigo que correm, que não têm
piedade de si mesmos. — Testemunhos para a Igreja 5:72-73. [191]

195
Advertências divinas, 3 de Julho

Naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas e castigarei os


homens que estão apegados à borra do vinho e dizem no seu coração: O
Senhor não faz bem, nem faz mal. Sofonias 1:12.

Estamos perto do final dos tempos. Foi-me mostrado que os juízos de Deus
já estão caindo sobre a Terra. O Senhor nos advertiu quanto aos acontecimentos
que estão prestes a ocorrer. Luz irradia de Sua Palavra, contudo as trevas cobrem
a Terra e densa escuridão os povos. “Quando disserem: Há paz e segurança;
então, lhes sobrevirá repentina destruição, [...] e de modo nenhum escaparão”. 1
Tessalonicenses 5:3.
É o nosso dever inquirir a causa de tão terríveis trevas, a fim de podermos
evitar os caminhos pelos quais os homens acalentaram tão grande ilusão. Deus
deu ao mundo uma oportunidade de conhecer e de obedecer a Sua vontade.
Deu-lhe em Sua Palavra a luz da verdade e lhe enviou advertências, conselhos e
exortações; mas poucos obedecerão à Sua voz. Como a nação judaica, a maioria
dos cristãos professos se gloria de suas superiores vantagens, porém não se
mostra grata a Deus por essas grandes bênçãos.
Por causa de Sua graça infinita uma última mensagem de advertência é envi-
ada ao mundo, anunciando que Cristo está às portas e chamando a atenção para a
desprezada lei divina. Mas como os antediluvianos rejeitaram com zombaria a
advertência de Noé, assim os amantes dos prazeres hoje em dia hão de rejeitar
a mensagem dos fiéis servos de Deus. O mundo segue o seu curso inalterado,
absorvido como sempre em seus negócios e prazeres, enquanto a ira divina está
prestes a ser derramada sobre os transgressores de Sua lei.
Nosso compassivo Redentor, prevendo os perigos que haveriam de cercar
Seus seguidores neste tempo, lhes dirige esta admoestação especial: “Olhai
por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de
embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a Terra.
Vigiai pois em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar
todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do
[192] homem”. Lucas 21:34-36. — Testemunhos para a Igreja 5:99-100.

196
Fanatismo e barulho, 4 de Julho

Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós.
Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento,
para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua. 1 Coríntios
14:18-19.

O único remédio [...] é completa disciplina e organização. O espírito de


fanatismo tem dominado certa classe de observadores do sábado [...]; eles não
têm bebido senão levemente da fonte da verdade, e não estão familiarizados com
o espírito da mensagem do terceiro anjo. Coisa alguma se pode fazer por essa
classe enquanto seus pontos de vista fanáticos não forem corrigidos. Alguns que
participaram do movimento de 1854 trouxeram consigo errôneos pontos de vista
tais como a não-ressurreição dos ímpios e a era vindoura. Eles estão buscando
unir esses pontos de vista e sua experiência passada com a mensagem do terceiro
anjo. Não podem fazer isso; não há concórdia entre Cristo e Belial.
Algumas dessas pessoas têm formas de culto a que chamam dons, e dizem
que o Senhor os pôs na igreja. Têm um palavreado sem sentido a que chamam
língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a todo
o Céu. Tais dons são inventados por homens e mulheres ajudados pelo grande
enganador. O fanatismo, a exaltação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos
têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. Alguns têm sido iludidos
a esse respeito. Os frutos de tudo isso não têm sido bons. “Pelos seus frutos os
conhecereis”. Mateus 7:20.
O fanatismo e o ruído têm sido considerados evidências especiais de fé.
Algumas pessoas não se satisfazem com uma reunião, a menos que experimentem
momentos de poder e de alegria. Esforçam-se por isso, e chegam a uma confusão
dos sentimentos. A influência dessas reuniões, porém, não é benéfica. Ao passar
o feliz entusiasmo de sentimento, essas pessoas imergem mais fundo que antes
da reunião, pois sua satisfação não proveio da devida fonte. As mais proveitosas
reuniões para o crescimento espiritual são as que se caracterizam pela solenidade
e o profundo exame do coração, cada um procurando conhecer a si mesmo e, com
sinceridade e profunda humildade, buscando aprender de Cristo. — Testemunhos
para a Igreja 1:411, 412. [193]

197
Deus aprecia a ordem, 5 de Julho

Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã.


Lavem eles as suas vestes [...] E Moisés levou o povo fora do arraial ao
encontro de Deus. Êxodo 19:10, 17.

Alguns adquirem a idéia de que, para efetuar a separação do mundo que a


Palavra de Deus requer, devem negligenciar o vestuário. Há uma classe de irmãs
que pensa que estão pondo em prática o princípio da não-conformidade com o
mundo, usando no sábado [...] a mesma roupa por elas usada através da semana,
assim aparecendo na assembléia dos santos para entregar-se à adoração de Deus.
E alguns homens que professam ser cristãos olham à questão do vestuário
sob o mesmo prisma. Reúnem-se com o povo de Deus no sábado, com a roupa
empoeirada e encardida, e mesmo grandes rasgos, e posta sobre o corpo de
maneira negligente.
Essas pessoas, se tivessem um compromisso de encontro com um amigo
honrado pelo mundo, e desejassem ser especialmente favorecidas por ele, se
esforçariam por aparecer [...] com a melhor roupa que pudessem obter; pois esse
amigo se sentiria ofendido se comparecessem [...] com o cabelo despenteado e
as vestes desasseadas e em desordem.
Entretanto, essas pessoas acham que não importa com que roupa apareçam, ou
qual o aspecto de sua pessoa, quando se reúnem aos sábados para adorar o grande
Deus. Reúnem-se em Sua casa, que é como a câmara de audiência do Altíssimo,
onde anjos celestiais estão presentes, com pouco respeito ou reverência, como
o indicam sua pessoa e seu vestuário. Todo o seu aspecto simboliza o caráter
desses homens e mulheres.
O assunto favorito dessa classe de pessoas é o orgulho do vestuário. A decên-
cia, o bom gosto e a ordem são por eles considerados orgulho. E de conformidade
com o vestuário dessas pessoas equivocadas são sua conversa, seus atos e seu
trato. São descuidosos, e muitas vezes usam conversa vulgar, em seu lar, entre os
irmãos e perante o mundo. O vestuário, e seu arranjo na pessoa, são geralmente
considerados o índice do homem ou da mulher. Os que são descuidosos e desas-
seados no traje, raramente são elevados na conversação, e possuem sentimentos
pouco delicados. Às vezes consideram humildade as extravagâncias e a grosseria.
[...]
Nosso Deus é Deus de ordem, e de modo algum Se agrada com a desordem,
[194] com a imundícia ou com o pecado. — Mensagens Escolhidas 2:475-476.

198
Como derrotar o inimigo, 6 de Julho

Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a


concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas
procede do mundo. 1 João 2:16.

Muitos do povo de Deus são entorpecidos pelo espírito do mundo e estão


negando sua fé pelas suas obras. Cultivam o amor ao dinheiro, às casas e terras, a
ponto de isto lhes absorver as faculdades da mente e do ser e excluir o amor ao
Criador e às pessoas por quem Cristo morreu. O deus deste mundo lhes cegou os
olhos; seus interesses eternos se tornam secundários; e o cérebro, os ossos e os
músculos são sobrecarregados ao máximo para lhes aumentar as posses terrenas.
E todo esse acúmulo de cuidados e aflições é suportado em direta violação da
exortação de Cristo: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem
tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”. Mateus 6:19.
Esquecem-se de que Ele disse também: Ajuntem para vocês tesouros no
Céu; que assim fazendo estarão trabalhando em seu próprio interesse. O tesouro
acumulado no Céu está seguro; ladrão algum pode aproximar-se nem a traça
corroê-lo. Mas seu tesouro está na Terra, e têm suas afeições em seu tesouro.
Defrontou-Se Cristo, no deserto, com as maiores e principais tentações que
assediaram ao homem. Ali, sozinho, encontrou-Se com o inimigo astuto e sutil, e
o venceu. A primeira e grande tentação foi sobre o apetite; a segunda, a presunção;
a terceira, o amor do mundo. A Cristo foram oferecidos os tronos e reinos do
mundo e a glória deles. Satanás chegou com honras mundanas, riquezas e os
prazeres da vida, e os apresentou na mais atraente luz, para seduzir e enganar.
“Tudo isto”, disse ele a Cristo, “Te darei se, prostrado, me adorares”. Mateus 4:9.
Contudo, Cristo repeliu o astuto inimigo, e saiu vitorioso. [...]
Diante de nós temos o exemplo de Cristo. Ele venceu a Satanás, mostrando-
nos como também podemos vencer. Cristo resistiu a Satanás com as Escrituras.
Poderia ter recorrido ao Seu próprio poder divino, e usado Suas próprias palavras;
mas disse: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra
que sai da boca de Deus”. Mateus 4:4. Se as Sagradas Escrituras fossem estudadas
e seguidas, o cristão seria fortalecido para enfrentar o astuto inimigo; mas a
Palavra de Deus é negligenciada, seguindo-se o desastre e a derrota. — Conselhos
sobre Mordomia, 209, 210. [195]

199
Esforços contra o pecado, 7 de Julho

Quem acolhe a disciplina mostra o caminho da vida, mas quem ignora a


repreensão desencaminha outros. Provérbios 10:17 (NVI).

Muitos apresentam desculpas por suas fraquezas espirituais, por suas explo-
sões de ira, pela falta de amor que têm mostrado a seus irmãos e irmãs. Sentem
um senso de alienação de Deus, uma percepção de que são escravos do eu e do
pecado; mas seu desejo de fazer a vontade de Deus está baseado nas próprias
inclinações, não na profunda e íntima convicção do Espírito Santo. Crêem que
a lei de Deus deve ser obedecida; porém, não comparam suas ações com a lei
com o ávido interesse de pessoas constrangidas pelo julgamento. Admitem que
Deus deve ser adorado e amado de modo supremo, mas Deus não está em todos
os seus pensamentos. Acreditam que os preceitos que ordenam amar o próximo
devem ser observados; mas tratam seus companheiros com fria indiferença e,
por vezes, com injustiça. Assim se desviam do caminho da pronta obediência.
Não levam até o fim a obra de arrependimento. A percepção de seus erros deve
levá-los a buscar a Deus com a maior sinceridade a fim de adquirirem poder para
revelar a Cristo por meio da bondade e paciência.
Muitos esforços espasmódicos de reforma são feitos, mas os que fazem esses
esforços não crucificam o eu. Não se entregam completamente às mãos de Cristo,
buscando o poder divino para fazer Sua vontade. Não estão dispostos a ser
moldados segundo a semelhança divina. De um modo geral reconhecem suas
imperfeições, mas não abandonam os pecados particulares. “Temos feito coisas
que não devíamos”, dizem, “e temos deixado de fazer as coisas que devíamos ter
feito.” Mas seus atos de egoísmo, tão ofensivos a Deus, não são vistos à luz de
Sua lei. Plena contrição não é expressa pelas vitórias que o eu tem conseguido.
O inimigo concorda que esses esforços espasmódicos sejam feitos, pois os que
assim fazem não se comprometem em decidida luta contra o mal. Um emplastro
suavizante, por assim dizer, é colocado sobre sua mente, e em auto-suficiência
decidem começar novamente a fazer a vontade de Deus.
Mas uma convicção geral do pecado não reforma. Podemos ter um vago e
desagradável senso de imperfeição, mas isto em nada nos beneficiará, a menos
que façamos um firme esforço para obter a vitória sobre o pecado. Se desejarmos
cooperar com Cristo para vencer assim como Ele venceu, devemos, em Seu poder,
resistir com determinação ao eu e ao egoísmo. — The Signs of the Times, 11 de
[196] Março de 1897.

200
Temperança em todas as coisas, 8 de Julho

Na vereda da justiça, está a vida, e no caminho da sua carreira não há


morte. Provérbios 12:28.

Deus tem permitido que a luz da reforma de saúde brilhe sobre nós nestes
últimos dias, a fim de que, andando na luz, escapemos de muitos dos perigos a
que seremos expostos. Satanás está trabalhando com grande poder para levar os
homens a condescender com o apetite, satisfazer a inclinação e passar seus dias
em descuidada insensatez. Ele apresenta atrações numa vida de prazer egoísta e
condescendência sensual.
A intemperança debilita as energias tanto da mente como do corpo. Quem
assim é vencido colocou-se no terreno de Satanás, onde será tentado e afligido,
sendo finalmente controlado à vontade pelo inimigo de toda a justiça.
Os pais precisam compenetrar-se de sua obrigação de dar ao mundo filhos
que tenham um caráter bem desenvolvido — filhos que tenham força moral
para resistir à tentação e cuja vida seja uma honra para Deus e uma bênção
para os semelhantes. Os que iniciam a vida ativa com firmes princípios estarão
preparados para permanecer incólumes no meio das poluições morais desta época
corrupta. Aproveitem as mães toda oportunidade de educar os filhos para a
utilidade.
A obra da mãe é sagrada e importante. Ela deve ensinar aos filhos, desde o
berço, hábitos de abnegação e domínio próprio. Seu tempo, em sentido especial,
pertence a seus filhos. [...]
A intemperança começa na mesa, e a maioria condescende com o apetite
até que a condescendência se torne segunda natureza. Quem quer que coma em
demasia ou ingira alimentos que não sejam saudáveis está enfraquecendo sua
força para resistir aos reclamos de outros apetites e paixões.
Muitos pais, para evitar a tarefa de ensinar pacientemente hábitos de abnega-
ção aos filhos, permitem que comam e bebam todas as vezes que lhes aprouver.
O desejo de satisfazer o gosto e de condescender com a inclinação, não diminui
com o passar dos anos; e, à medida que crescem, esses jovens mimados são
governados pelo impulso, escravos do apetite. Quando assumem o seu lugar na
sociedade e começam a viver por si mesmos, são incapazes de resistir à tentação.
— Fundamentos da Educação Cristã, 139-140. [197]

201
Sagrada responsabilidade, 9 de Julho

Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas


impuras; e Eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para Mim filhos e
filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. 2 Coríntios 6:17-18.

Qual não será a cena quando pais e filhos se encontrarem no final ajuste de
contas! Milhares de filhos, que têm sido escravos do apetite e de vícios aviltantes
e cuja vida é uma ruína moral, ficarão face a face com os pais que fizeram deles o
que são. Quem, a não ser os pais, terá de arcar com essa terrível responsabilidade?
Foi o Senhor que corrompeu esses jovens? Oh, não! Quem, então, realizou essa
terrível obra? Os pecados dos pais não foram transmitidos aos filhos em apetites
pervertidos e paixões? E não foi completada a obra pelos que negligenciaram
educá-los segundo a norma dada por Deus? Tão certo como eles existem, todos
esses pais serão examinados na presença de Deus.
Satanás está pronto para fazer a sua obra; ele não deixará de apresentar
seduções a que os filhos não terão força de vontade ou poder moral para resistir.
Vi que, por meio de suas tentações, ele está instituindo modas que se alteram
sempre, bem como festas e diversões atraentes, a fim de que as mães sejam
levadas a dedicar seu tempo a questões frívolas, e não para a educação e o
preparo de seus filhos. Nossos jovens necessitam de mães que, desde o berço
lhes ensinem a dominar a paixão, a negar o apetite e a vencer o egoísmo. Eles
precisam de preceito sobre preceito, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco
ali. [...]
A mulher deve ocupar a posição que Deus originariamente lhe designou, de
igualdade com o marido. O mundo necessita de mães que o sejam não meramente
no nome, mas em todo o sentido da palavra. Podemos dizer com segurança que
os deveres que distinguem a mulher são mais sagrados, mais santos, que os do
homem. Compreenda a mulher a santidade de sua obra e na força e temor de
Deus assuma a missão de sua vida. Eduque seus filhos para serem úteis neste
mundo e para o lar no mundo melhor. [...]
Aconselho as mães cristãs a compreenderem sua responsabilidade, e a vi-
verem, não para agradar a si mesmas, mas para glorificar a Deus. Cristo não
agradou a Si mesmo, mas assumiu a forma de servo. Ele deixou as cortes reais e
revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de que por Seu exemplo pudesse
ensinar-nos como podemos ser elevados à posição de filhos e filhas da família
[198] real, filhos do celeste Rei. — Fundamentos da Educação Cristã, 140-142.

202
Trabalho e exercício promovem a saúde, 10 de Julho

Na tua longa viagem te cansas, mas não dizes: É em vão; achas o que
buscas; por isso, não desfaleces. Isaías 57:10.

As riquezas e a ociosidade são tidas por alguns como bênçãos genuínas. Mas
quando algumas pessoas adquirem fortuna, ou a herdam inesperadamente, seus
hábitos ativos são interrompidos, seu tempo não é utilizado, vivem ociosamente
e sua utilidade parece chegar ao fim; tornam-se inquietas, ansiosas e infelizes, e
sua vida logo se encerra.
Aqueles que estão sempre ocupados e vão alegremente ao desempenho de
suas tarefas diárias são os mais felizes e vigorosos. O repouso e a tranqüilidade
da noite trazem ao seu corpo cansado repouso ininterrupto. [...]
O exercício auxiliará o trabalho da digestão. Andar ao ar livre após a refei-
ção, conservando a cabeça erguida, pondo os ombros para trás e exercitando-se
moderadamente, será de grande benefício. A mente se desprenderá do eu para
as belezas da natureza. Quanto menos a atenção é atraída para o estômago após
a refeição, tanto melhor. Se estiverem em constante temor de que seu alimento
os prejudique, certamente o fará. Esqueçam-se de vocês mesmos, e pensem em
alguma coisa alegre. [...]
Os pulmões não devem ser desprovidos de ar puro e fresco. Se ar puro alguma
vez é necessário, o é quando alguma parte do organismo, como os pulmões ou o
estômago, está doente. Exercício criterioso levará o sangue para a superfície, e
aliviará assim os órgãos internos. Exercício vigoroso, embora não violento, ao ar
livre, com espírito alegre, estimulará a circulação, dando à pele um rubor salutar,
e enviando o sangue, vitalizado pelo ar puro, às extremidades.
O estômago doente encontrará alívio por meio do exercício. Os médicos
freqüentemente aconselham os enfermos a visitarem países estrangeiros, a irem a
estâncias hidrominerais ou viajarem pelo oceano, a fim de reaver a saúde; quando
em nove, de cada dez casos, recobrariam a saúde e poupariam tempo e dinheiro se
eles se alimentassem com temperança e se empenhassem em exercícios saudáveis
com espírito alegre. Exercício e livre e abundante uso do ar e luz solar — bênçãos
que o Céu gratuitamente tem dado a todos nós — darão vida e força ao enfermo
debilitado. — Testemunhos para a Igreja 2:529-531. [199]

203
Enfrentando as dificuldades, 11 de Julho

Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu
Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a Minha destra fiel.
Isaías 41:10.

Os pais devem inventar maneiras e meios para conservar os filhos ocupados


com o que é útil. [...] Os pais jamais devem se esquecer de que devem trabalhar
seriamente por si mesmos e por seus pequenos, para que junto com seus filhos
estejam unidos na arca de segurança. [...]
Provem sua disposição para fazer todo esforço ao seu alcance a fim de colocar
seus filhos na mais favorável condição para formar o caráter que Deus quer que
Seus servos formem. Exercitem todo tendão e músculo espiritual para salvar seu
pequeno rebanho. Os poderes do inferno conspirarão por sua destruição. Orem
muito mais do que antes. Amorosa e ternamente ensinem suas crianças a irem a
Deus como um Pai celestial.
Por seu exemplo na administração do lar, ensinem-lhes o domínio próprio.
Ensinem-lhes a serem úteis no lar. Ensinem-lhes que Cristo não viveu para
agradar a Si mesmo. O Espírito Santo encherá sua mente com os mais preciosos
pensamentos ao se empenharem na própria salvação e na salvação de seus filhos.
Pais, apanhem os raios de luz divina que estão brilhando em seu caminho.
Andem na luz, como Cristo na luz está. Ao se entregarem à obra de salvar seus
filhos e manter sua posição no caminho da santidade, as mais provocantes provas
sobrevirão. Mas não desanimem. Apeguem-se a Jesus. Ele diz: “Que se apodere
de Minha força e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo”. Isaías 27:5.
Dificuldades sobrevirão. Encontrarão obstáculos. Olhem constantemente
para Jesus. Quando surge uma situação de emergência, perguntem: “Senhor,
que farei?” Se vocês se recusarem a se exaltar, irar ou vituperar, o Senhor lhes
mostrará o caminho de saída. Ele os ajudará a usar o talento da linguagem de
maneira tão cristã que os preciosos atributos da paciência, conforto e amor serão
levados para dentro do lar. [...]
Façam tudo que estiver em seu poder para permanecerem em posição vanta-
josa diante de seus filhos. Ao agirem conforme Cristo agia, apoiando-se firme-
mente nas promessas de Deus, poderão ser evangelistas no lar, ministros da graça
[200] para seus filhos. — Spalding and Magan Collection, 185.

204
Graça para cada dificuldade, 12 de Julho

Então, Ele me disse: A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa


na fraqueza. 2 Coríntios 12:9.

Ninguém pode estar numa situação tão infeliz que não possa obedecer a Deus.
Os cristãos de hoje possuem muito pouca fé. Estão dispostos a trabalhar por
Cristo e Sua causa unicamente quando por si mesmos vêem uma perspectiva de
resultados favoráveis. A graça divina auxiliará os esforços de todo verdadeiro
crente. Essa graça é suficiente para nós sob todas as circunstâncias. O Espírito de
Cristo exercerá Seu poder renovador e aperfeiçoador sobre o caráter de todos os
que forem obedientes e fiéis.
Deus é o grande Eu Sou, a fonte de vida, o centro de autoridade e poder.
Qualquer que seja a condição ou situação de Suas criaturas, elas não têm desculpa
suficiente para recusar responder ao chamado de Deus. Somos responsáveis
perante o Senhor pela luz que brilha em nosso caminho. Podemos estar rodeados
de dificuldades que parecem terríveis para nós, e por causa delas podemos nos
desculpar por não obedecer à verdade assim como esta é em Jesus; mas desculpa
alguma suportará investigação. Se houvesse uma desculpa para a desobediência,
ela provaria que nosso Pai celestial é injusto ao estabelecer condições de salvação
as quais não podemos cumprir. [...]
Os cristãos não podem expor perante sua imaginação todas as provas que
poderão ocorrer antes do fim da raça humana. Devem, porém, começar a servir a
Deus e a cada dia viver e trabalhar para a glória de Deus nesse dia, e os obstáculos
que pareciam intransponíveis gradualmente diminuirão; ou, caso se deparem
com tudo que sempre temeram, a graça de Cristo será concedida a eles de acordo
com suas necessidades. A força aumentará com as dificuldades encontradas e
vencidas. [...]
Aqueles cujos corações estão determinados a servir a Deus encontrarão
oportunidades para servi-Lo. Orarão, lerão a Palavra de Deus, buscarão virtudes
e abandonarão vícios. Podem enfrentar desprezo e escárnio enquanto olham
para Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual suportou a contradição dos
pecadores contra Si mesmo. Socorro e graça são prometidos por Aquele cujas
palavras são verdadeiras. Deus não falhará em cumprir Suas promessas a todos
que nEle confiam. — Paulo, o Apóstolo da Fé e da Coragem, 296-298. [201]

205
Maridos atenciosos, 13 de Julho

Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento;


e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil,
tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma
graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. 1 Pedro 3:7.

O marido deve manifestar grande interesse em sua família. Em especial, deve


ser muito delicado para com os sentimentos de uma esposa débil. Ele pode cerrar
a porta a muita doença. Palavras bondosas, joviais, animadoras, demonstrarão
ser mais eficazes do que os melhores remédios. Elas darão ânimo ao coração do
desalentado e abatido, e a felicidade e a luz solar introduzidas na família por meio
de atos de bondade e de palavras animadoras recompensarão multiplicadamente
o esforço feito.
O marido deve lembrar que muito da responsabilidade de educar as crianças
recai sobre a mãe; que ela tem muito que ver com o moldar-lhes o espírito. Isto
deve chamar à atividade da parte dele os mais delicados sentimentos, fazendo-o
aliviar cuidadosamente os fardos a sua esposa. Ele deve animá-la a descansar
em sua ampla afeição, e encaminhar-lhe a mente ao Céu, onde há força e paz,
e um repouso final para o cansado. Não deve voltar para casa com a fisionomia
carregada, mas trazer com sua presença uma luz à família, e estimular a esposa a
olhar para cima e confiar em Deus. Podem, unidos, invocar as promessas divinas,
e atrair sobre a família Suas ricas bênçãos. — O Lar Adventista, 217-218.
Muitos maridos e pais deveriam aprender uma útil lição do cuidado do fiel
pastor. Jacó, sendo insistentemente convidado para fazer uma jornada penosa,
respondeu: “Estes filhos são tenros e [...] tenho comigo ovelhas e vacas de leite;
se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá. [...] Eu irei como
guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e
conforme o passo dos meninos”. Gênesis 33:13-14. — A Ciência do Bom Viver,
[202] 374.

206
A busca da santidade, 14 de Julho

Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste
mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória.
Colossenses 1:27.

Difícil é aos que se acham seguros em suas realizações, e que se acreditam


ricos em conhecimento espiritual, receber a mensagem [aos laodiceanos] que
declara se acharem enganados e necessitados de todas as graças espirituais. O
coração não santificado é “enganoso [...] mais do que todas as coisas, e perverso”.
Jeremias 17:9. Vi que muitos se estão lisonjeando de ser bons cristãos, os quais
não têm um raio de luz de Cristo. Não têm por si mesmos uma viva experiência
na vida religiosa. Necessitam de profunda e completa obra de humilhação de si
mesmos diante de Deus, antes de experimentarem sua verdadeira necessidade de
diligente e perseverante esforço para obter as preciosas graças do Espírito.
Deus guia Seu povo passo a passo avante. A vida cristã é uma contínua
batalha, marcha contínua. Não há descanso dessa luta. É por meio de constante,
incessante esforço, que mantemos a vitória sobre as tentações de Satanás. Esta-
mos, como um povo, triunfando na clareza e força da verdade. Somos plenamente
apoiados em nossos pontos de fé por avassaladora quantidade de claros testemu-
nhos escriturísticos. Carecemos muito, porém, da humildade, paciência, fé, amor
e abnegação, vigilância e espírito de sacrifício bíblicos. Precisamos cultivar a san-
tidade da Bíblia. O pecado domina entre o povo de Deus. A positiva mensagem
de repreensão aos laodiceanos não é acatada. Muitos se apegam a suas dúvidas e
a seus pecados acariciados, enquanto se encontram em tão grande engano que
dizem e sentem que não necessitam de nada. Pensam que não é necessário o
testemunho do Espírito de Deus em reprovação, ou que não se refere a eles. [...]
Não basta meramente professar a verdade. Todos os soldados da cruz de Cristo
obrigam-se virtualmente a entrar na cruzada contra o adversário das almas, para
condenar o erro e sustentar a justiça. A mensagem da Testemunha Verdadeira,
porém, revela que terrível engano pesa sobre nosso povo, o que torna necessário
dirigir-lhe advertências, para pôr fim à indiferença espiritual e despertá-lo para
uma ação decidida. — Testemunhos para a Igreja 3:253-254. [203]

207
Fidelidade nas pequenas tarefas, 15 de Julho

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que
se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 2 Timóteo 2:15.

Pela fidelidade em pequenas coisas, Eliseu estava se preparando para encargos


mais pesados. Dia a dia, mediante experiência prática, capacitava-se para uma
obra mais ampla e mais alta. Ele aprendeu a servir; e havendo aprendido isto,
aprendeu também como instruir e dirigir. A lição é para todos. Ninguém pode
saber qual é o propósito de Deus em Sua disciplina; mas todos podem estar
certos de que a fidelidade em pequenas coisas é a evidência da capacidade para
responsabilidades maiores. [...]
Aquele que sente não ser de qualquer conseqüência a maneira como realiza
suas pequenas tarefas, prova-se incapaz para uma posição mais honrosa. Ele
pode imaginar-se inteiramente competente para assumir maiores encargos; mas
Deus olha mais no fundo do que na superfície. Depois de testado e provado, está
escrita contra ele a sentença: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”.
Daniel 5:27. Sua infidelidade reage sobre ele mesmo. Ele deixa de obter a graça,
o poder, a força de caráter que se recebe mediante entrega sem reservas.
Muitos, por não estarem ligados diretamente a alguma atividade religiosa,
acham que sua vida é inútil, que nada estão fazendo para o avançamento do
reino de Deus. Se pudessem fazer alguma grande coisa, quão alegremente a
empreenderiam! Mas porque só podem servir em pequenas coisas, julgam-se
justificados em nada fazer. Erram nisto. [...]
Muitos anseiam por talento especial com que fazer uma obra maravilhosa,
enquanto deveres que estão à mão e cuja realização tornariam a vida fragrante,
são perdidos de vista. Tomem tais pessoas as atividades que estão diretamente
em seu caminho. O sucesso não depende tanto de talento quanto de energia e boa
vontade. Não é a posse de esplêndidos talentos que nos capacita a prestar serviço
aceitável; mas a conscienciosa realização dos deveres diários, o espírito contente,
o interesse sincero e sem afetação no bem-estar dos outros. Na mais humilde sorte
pode ser encontrada verdadeira excelência. As tarefas mais comuns, executadas
[204] com amorável fidelidade, são belas à vista de Deus. — Profetas e Reis, 218-219.

208
As dificuldades fortalecem o espírito, 16 de Julho

Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada;


pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum
pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. 2 Pedro 3:9.

Em tempos de tentação, parece perdermos de vista o fato de que Deus nos


prova, para que nossa fé seja firme, e achada em louvor, e honra, e glória, na re-
velação de Jesus Cristo. 1 Pedro 1:7. O Senhor nos coloca em situações diversas,
para nos aperfeiçoar. Se temos defeitos de caráter dos quais não estamos aperce-
bidos, dá-nos Ele disciplina que traga ao nosso conhecimento esses defeitos, a
fim de que os possamos vencer.
É Sua providência que nos conduz a variadas circunstâncias. Em cada nova si-
tuação, defrontamos tentação de espécie diferente. Quantas vezes, quando somos
postos em alguma situação difícil, pensamos: “Esse é um erro espantoso. Quanto
desejo ter ficado onde estava antes!” Mas, por que é que não estão satisfeitos? —
É porque suas circunstâncias serviram para trazer ao seu conhecimento novos
defeitos de caráter; no entanto, só foi revelado aquilo que estava em vocês. Que
devem fazer quando são provados pelas providências do Senhor? — Devem
erguer-se à altura da emergência do caso, e vencer seus defeitos de caráter.
É o contato com as dificuldades que lhes dará músculos e nervos espirituais.
Vocês se tornarão fortes em Cristo, se suportarem o processo de prova, vindo de
Deus. Mas se vocês encontrar falhas em sua situação e em todos ao seu redor,
apenas se enfraquecerão. Tenho visto pessoas que estavam sempre encontrando
falhas em tudo e em todos ao seu redor, mas as falhas estavam em si mesmas.
Precisavam cair sobre a Rocha e serem quebradas. Sentiam-se sãos em sua
justiça-própria. As provações que nos sobrevêm servem para nos provar. [...]
Quando começamos a compreender que somos pecadores, e então caímos
sobre a Rocha a fim de sermos despedaçados, os braços eternos nos enlaçam,
e somos levados bem perto do coração de Jesus. Então, ficaremos encantados
com Sua amabilidade e enojados de nossa justiça própria. Precisamos chegar-nos
bem ao pé da cruz. Quanto mais ali nos humilharmos, tanto mais exaltado nos
parecerá o amor de Deus. — The Review and Herald, 6 de Agosto de 1889. [205]

209
Integridade custe o que custar, 17 de Julho

Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e,


considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.
Hebreus 13:7.

Cada plano e propósito da vida deve ser submetido a este infalível teste [a
Palavra de Deus]. A Palavra da inspiração é a sabedoria de Deus aplicada às
relações humanas. Por mais que um certo percurso pareça vantajoso ao raciocínio
finito, se condenado pela Palavra resultará apenas no mal.
Para os que se encontram em posição elevada, pode ser uma questão difícil
prosseguir no caminho da firme integridade quer recebam louvor ou censura.
Mesmo assim, esse é o único rumo seguro. Todas as recompensas que poderiam
ganhar vendendo sua honra seriam apenas como o hálito de lábios impuros,
como escórias a serem consumidas no fogo. Os que têm coragem moral para
permanecer em oposição aos vícios e erros de seus companheiros — talvez
daqueles a quem o mundo honra — enfrentarão ódio, insulto, e calúnia abusiva.
Poderão ser destituídos de suas elevadas posições, porque não puderam ser
comprados ou vendidos, porque não puderam ser induzidos por subornos ou
ameaças para manchar as mãos com a iniqüidade.
Tudo na Terra pode parecer conspirar contra eles; mas Deus colocou Seu selo
sobre Sua própria obra. Podem ser considerados por outras pessoas como fracos,
[...] inadequados para ocupar o cargo; mas quão diferentemente o Altíssimo os
considera. Aqueles que os desprezam são os verdadeiros ignorantes. [...]
O Filho de Deus deixou um exemplo para todos os Seus seguidores. Não
devem buscar o louvor de outros, buscar para si mesmos facilidades ou riquezas,
mas imitar Sua vida de pureza e renúncia própria, custe o que custar. [...] Eles
não manifestarão descuido pelos direitos dos outros. A lei de Deus nos ordena
amar ao nosso próximo como a nós mesmos, não permitindo que nenhum mal
que pudermos impedir seja cometido contra eles. Mas a regra que Cristo nos
deu estende-se ainda mais. Disse o Redentor do mundo: “Que vos ameis uns aos
outros; assim como Eu vos amei”. João 13:34. Nada menos que isto pode atingir
[206] o padrão do cristianismo. — The Signs of the Times, 2 de Fevereiro de 1882.

210
Os motivos das ações, 18 de Julho

E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta


viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os
ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém,
da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento. Marcos
12:43-44.

É o motivo que dá sentido às nossas ações, assinalando-as com ignomínia ou


elevado valor moral. Não são as grandes coisas que todos os olhos vêem e toda
língua louva que Deus considera mais preciosas. Os pequenos deveres cumpridos
com contentamento, as pequeninas dádivas que não fazem vista, e podem parecer
destituídas de valor aos olhos humanos, ocupam muitas vezes diante de Deus o
mais alto lugar. Um coração de fé e amor é mais precioso para Deus que os mais
custosos dons.
A viúva pobre deu sua subsistência para fazer o pouco que fez. Privou-se de
alimento para oferecer aquelas duas moedinhas à causa que amava. E o fez com
fé, sabendo que seu Pai Celestial não passaria por alto sua grande necessidade.
Foi esse espírito abnegado e essa infantil fé que atraiu o louvor do Senhor. [...]
Quando Jesus disse da viúva pobre: Ela “lançou mais do que todos” (Lucas
21:3), Suas palavras eram verdadeiras, não somente quanto ao motivo, mas no
que respeita aos resultados da oferta. As “duas pequenas moedas correspondentes
a um quadrante” têm trazido ao tesouro do Senhor uma quantia muito superior às
contribuições daqueles ricos judeus. A influência daquela pequenina oferta tem
sido como um rio, pequeno ao começo, mas que se amplia e aprofunda à medida
que corre através dos séculos. Tem contribuído por mil maneiras para alívio dos
pobres e disseminação do evangelho.
Seu exemplo de sacrifício tem agido e tornado a agir sobre milhares de
corações em todas as terras e em todos os séculos. Tem sido como um apelo
dirigido a ricos e pobres, e as dádivas destes avolumaram o valor da oferta da
viúva. A bênção divina sobre suas moedas, tem feito delas fonte de grandes
resultados. Assim quanto a todo dom oferecido e todo ato realizado com sincero
desejo de promover a glória de Deus. Liga-se aos desígnios do Onipotente.
Seus resultados para o bem não podem ser calculados por homem algum. — O
Desejado de Todas as Nações, 615-616. [207]

211
Perto de Jesus, 19 de Julho

Tu me farás ver os caminhos da vida; na Tua presença há plenitude de


alegria, na Tua destra, delícias perpetuamente. Salmos 16:11.

Este mundo é nossa escola — uma escola de disciplina e preparo. Somos


colocados aqui para formar caracteres como o caráter de Cristo e adquirir os
hábitos e a linguagem da vida mais elevada. Influências opostas ao bem avul-
tam em toda parte. A expansão do pecado está-se tornando tão abundante, tão
profunda, tão repulsiva a Deus, que Ele logo Se levantará com majestade para
sacudir terrivelmente a Terra.
Os planos do inimigo são tão ardilosos, e tão capciosas as complicações
suscitadas por ele, que os que são fracos na fé não conseguem discernir seus
enganos. Eles caem nas ciladas preparadas por Satanás, o qual atua mediante
instrumentos humanos para enganar, se possível, os próprios eleitos. Unicamente
os que se acham firmemente ligados a Deus conseguirão discernir as falsidades e
as intrigas do inimigo.
Existem neste mundo apenas duas classes de pessoas: aquelas que servem
a Deus e aquelas que permanecem sob a bandeira negra do príncipe das trevas.
Aqueles que adentram os portões da cidade de Deus devem, neste mundo, viver
em união com Cristo. [...]
Permitamos que Deus controle nossa mente. Não digamos nem façamos coisa
alguma que desvie alguém do caminho reto. Sinto-me muito triste ao pensar em
quão poucos há que demonstram haver provado a profunda bem-aventurança
da comunhão com um Salvador ressurreto e que ascendeu ao Céu. Os homens
do mundo estão lutando pela supremacia. Os seguidores de Deus devem ter
sempre em vista a Cristo, perguntando: É este o caminho do Senhor? Nosso
coração deve estar imbuído do santo desejo de viver a vida de Cristo. NEle habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade. NEle estão escondidos todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento.
Que bom seria se nosso povo compreendesse quais as vantagens que poderiam
pertencer-lhes se olhassem constantemente para Jesus! [...] Ele é o nosso Alfa e o
nosso Ômega. Chegando-nos a Seu lado e mantendo comunhão com Ele, tornamo-
nos semelhantes a Ele. Mediante o poder transformador do Espírito de Cristo,
somos transmudados em coração e vida. — Australasian Union Conference
[208] Record, 1 de Fevereiro de 1904.

212
A verdadeira felicidade, 20 de Julho

O meu dever nesta vida é este: obedecer aos Teus mandamentos. Salmos
119:56 (NTLH).

A felicidade deve ser buscada de maneira correta e na fonte correta. Pensam


alguns poder encontrar a felicidade em um procedimento de condescendência
com os prazeres pecaminosos e nas enganosas atrações mundanas. E alguns
sacrificam as obrigações materiais e morais, julgando encontrar a felicidade,
e perdem tanto esta vida como a vindoura. Outros buscarão a felicidade na
condescendência de um apetite antinatural, e consideram a condescendência da
gula mais desejável do que a saúde e a vida. Muitos se deixam acorrentar pelas
paixões sensuais, e sacrificarão a força física, o intelecto e as faculdades morais
na satisfação da luxúria. Levarão a si mesmos a uma sepultura prematura e, no
juízo, serão considerados suicidas.
É essa a felicidade desejável que deve ser achada na senda da desobediência
e da transgressão da lei física e moral? A vida de Cristo aponta a fonte verdadeira
de felicidade bem como a maneira de atingi-la. Sua vida indica o único caminho
direto para o Céu. Permita que a voz da sabedoria seja ouvida. Que ela mostre o
caminho. [...]
As tentações estão por toda parte para seduzir os passos dos jovens para sua
ruína. A triste deficiência na educação das crianças as deixa fracas e desprote-
gidas, vacilantes no caráter, fracas no intelecto e deficientes em força moral de
modo que, longe de imitar a vida de Cristo, os jovens geralmente são como uma
cana tremulando ao vento. Não possuem constituição física nem força moral, pois
se rendem às tentações. Por meio de condescendências pecaminosas, mancham
sua pureza e sua conduta é corrompida. São impacientes à restrição, e gabam-se
de que se ao menos pudessem seguir sua própria vontade então seriam muito
felizes. [...]
Se crianças e jovens [desejam] buscar seu mais elevado bem terrestre, devem
buscá-lo no caminho da fiel obediência. Um organismo sadio, que é o maior
prêmio terrestre, pode ser obtido unicamente através da renúncia do apetite
contrário ao natural. Se quiserem ser verdadeiramente felizes, devem tratar de ser
achados no posto do dever, fazendo o trabalho que lhes resultará em fidelidade,
conformando o coração e a vida com o modelo perfeito. — The Youth’s Instructor,
1 de Abril de 1872. [209]

213
Confiança durante a provação, 21 de Julho

Meus passos seguem firmes nas Tuas veredas; os meus pés não
escorregaram. Eu clamo a Ti, ó Deus, pois Tu me respondes; inclina para
mim os Teus ouvidos e ouve a minha oração. Salmos 17:5-6 (NVI).

O Senhor ordenou a Moisés que recordasse aos filhos de Israel o Seu pro-
cedimento com eles ao libertá-los do Egito e protegê-los maravilhosamente no
deserto. Deveria ele lembrar-lhes a incredulidade e murmurações quando levados
a provações, e a grande misericórdia e benignidade do Senhor, que nunca os
abandonara. Isso lhes estimularia a fé e fortaleceria o ânimo. [...]
Igualmente necessário é que o povo de Deus hoje tenha presente como e
quando foram provados, e onde lhes fracassou a fé; onde, pela incredulidade e
presunção, puseram em perigo a Sua causa. A misericórdia de Deus, Sua provi-
dência mantenedora, Seus maravilhosos livramentos, devem ser rememorados,
passo a passo.
Ao recordar o passado, deve o povo de Deus ver que o Senhor está sempre
repetindo Seu procedimento. Deve compreender as advertências feitas, e cuidar
em não repetir os erros. Renunciando a toda confiança própria, deve acreditar que
Ele o guardará de desonrar outra vez o Seu nome. Em cada vitória que Satanás
alcança, pessoas são postas em perigo. Alguns se tornam objeto de suas tentações
para nunca mais serem reabilitados. [...]
Deus manda aflições a fim de provar quem permanecerá fiel sob a tentação.
Ele a todos leva a situações de prova, para ver se confiam num poder fora e acima
deles. Todos têm traços de caráter não descobertos ainda, que têm que vir à luz
pela aflição. Deus permite que os que confiam em suas próprias forças sejam
tentados severamente, a fim de que se compenetrem de sua incapacidade.
Quando nos sobrevêm aflições; ao vermos perante nós, não o aumento de
prosperidade, mas a pressão que exige sacrifício da parte de todos, como devemos
enfrentar as insinuações de Satanás de que haveremos de passar um tempo muito
difícil? Se dermos ouvidos às suas insinuações, surgirá a falta de fé em Deus.
[...] Devemos olhar à obra que fez, às reformas que operou. Devemos juntar as
evidências das bênçãos celestiais, os sinais para o bem, dizendo: “Senhor, cremos
[210] em Ti, nos Teus servos e na Tua obra”. — Testemunhos para a Igreja 7:210-211.

214
Andando na luz, 22 de Julho

Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre
um monte. Mateus 5:14.

Existe uma coisa neste mundo que é o mais importante objeto da solicitude
de Cristo. É a Sua igreja na Terra, pois seus membros devem ser representantes
dEle, em espírito e em caráter. O mundo deve reconhecer neles as características
do cristianismo, o depositário das sagradas verdades no qual são armazenadas
as mais preciosas jóias para o enriquecimento de outros. Através do período de
trevas morais e erro, por séculos de luta e perseguição, a igreja de Cristo foi como
uma cidade edificada sobre um monte. De era em era, por gerações sucessivas
até o presente tempo, as puras doutrinas da Bíblia têm sido reveladas dentro de
seus limites.
Mas para que a igreja na Terra seja um poder educador no mundo, ela deve
cooperar com a igreja no Céu. O coração dos que são membros da igreja deve
estar aberto para receber cada raio de luz que Deus escolher conceder. Deus tem
luz a nos conceder de acordo com nossa habilidade de receber e, à medida que
recebermos a luz, seremos capazes de receber mais e mais os raios do Sol da
Justiça. [...]
Cada um de nós está em período experimental, na escola, onde é requerido
que sejamos estudantes diligentes. Exige-se de nós que andemos na luz, assim
como Cristo está na luz. É pelo caminhar na luz que aprendemos de Deus, e “a
vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste”. João 17:3. Estas são as palavras dAquele que estava
com o Pai antes que o mundo existisse, e Ele proferiu essas palavras enquanto
orava por todos aqueles que viriam a crer em Deus através das palavras dos Seus
discípulos. Conhecer a Deus em Sua obra é verdadeira ciência. Vamos continuar
a conhecer o Senhor até que saibamos que, como a alva, Sua vinda é certa. [...]
Pessoas fiéis constituíram desde o princípio a igreja de Deus sobre a Terra.
Ele pôs essas testemunhas em relação de concerto consigo mesmo, unindo a
igreja da Terra à do Céu. Enviou Seus anjos para cuidar de Sua igreja e as portas
do inferno não puderam prevalecer contra Seu povo. — Manuscript Releases
2:265, 266. [211]

215
Amor, compaixão e ternura, 23 de Julho

E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do


Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai. Colossenses 3:17.

Grande é a responsabilidade que sobrevém aos que são batizados em nome


do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esforcem-se por compreender o significado
das palavras: “Estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”.
Colossences 3:3. Na nova vida que iniciaram, estão comprometidos a representar
a vida de Cristo. [...]
A velha vida pecaminosa está morta; iniciada a nova vida com Cristo pelo
compromisso do batismo. Pratiquem as virtudes do caráter do Salvador. Habite
em vocês, abundantemente, em toda a sabedoria, a palavra dEle; “ensinando-vos
e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais;
cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. Colossences 3:16.
Essas coisas devem ser apresentadas nas igrejas. Amor, compaixão, e ternura
devem ser revelados entre nós. Revista-se, como o eleito de Deus, de misericórdia
e bondade. Os pecados cometidos antes da conversão, têm de ser postos para
longe, juntamente com o velho homem. Junto com o novo homem, Cristo Jesus,
devemos revestir-nos de “benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.
Colossences 3:12.
Os que ressuscitaram com Cristo para andar em novidade de vida são os
eleitos de Deus. São santos ao Senhor, e são por Ele reconhecidos como Seus
amados. Como tais, acham-se sob o solene concerto de se distinguirem pela
humildade de espírito. Devem revestir-se de vestidos de justiça. São separados do
mundo, de seu espírito e costumes, e cumpre-lhes revelar que estão aprendendo
dEle, que diz “[Eu] sou manso e humilde de coração”. Mateus 11:29.
Caso compreendam que morreram em Cristo, se guardam seus votos batis-
mais, o mundo não terá poder de atraí-los de modo a negarem a Cristo. Uma
vez que vivam neste mundo a vida de Cristo, são participantes da natureza di-
vina. Então, quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, eles também se
[212] manifestarão com Ele em glória. — Manuscript Releases 19:236, 237.

216
Não acuse, interceda, 23 de Julho

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante


aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas
referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Hebreus
2:17.

Lembrem-se os seres humanos, sujeitos à tentação, que nas cortes celestes


têm um Sumo Sacerdote que Se compadece de nossas fraquezas, pois Ele próprio
foi tentado, da mesma maneira que eles o são. E que especialmente aqueles que
estão em posições de responsabilidade se lembrem que estão sujeitos a tentações
e completamente dependentes dos méritos do Salvador. Por mais sagrada que
seja a obra para a qual possam ser chamados, continuam sendo pecadores, os
quais podem ser salvos unicamente por meio da graça de Cristo. Um dia deverão
estar diante do trono de Deus, salvos pelo sangue do Cordeiro, ou condenados à
punição dos ímpios. [...]
Quão aflito fica Cristo pela falta de amor e ternura manifestada por Seu povo
em suas negociações uns com os outros! Ele observa as palavras e o tom da voz.
Ouve as críticas cruéis e severas feitas àqueles a quem Ele, em infinito amor, está
apresentando ao Pai. Ouve cada suspiro de dor e tristeza causado pela crueldade
humana e Seu Espírito fica angustiado.
Separados de Cristo nada podemos fazer de bom. Quão contraditório, então,
é para o ser humano exaltar a si mesmo! Quão estranho que alguém venha a se
esquecer de que deve se arrepender, do mesmo modo que seu próximo, e que
aqueles a quem condena com severidade podem estar justificados perante Deus,
recebendo a simpatia de Cristo e dos anjos.
Que os mensageiros de Deus ajam como homens e mulheres sábios. Que não
entreguem seu coração à vaidade, mas apreciem a humildade. “Porque assim diz
o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito
no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito,
para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” [...]
Que os que são criticados não fiquem desanimados, pois enquanto outros os
condenam, Cristo está a dizer-lhes: “Eis que nas palmas das Minhas mãos te
gravei”. Isaías 49:16. Eu te criei e Eu te remi, tu és Meu. — The Review and
Herald, 17 de Março de 1903. [213]

217
Viva de modo altruísta, 25 de Julho

Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor, vosso Deus, para
que vivais, e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de
possuir. Deuteronômio 5:33.

Cristo é o caminho, a verdade, e a vida. Eu lhe peço que estude Sua vida. [...]
Ele veio trazer o dom da vida eterna às pessoas perdidas. No sacrifício de Seu
filho, o Pai revelou o quanto deseja que os pecadores sejam salvos. “Por isso, o
Pai Me ama, ” Cristo declarou “porque Eu dou a Minha vida”. João 10:17. O Pai
nos ama com um amor que é debilmente compreendido.
É porque homens e mulheres carecem de um espírito de abnegação e sacrifício
próprio que não compreendem o sacrifício feito pelo Céu ao dar Cristo ao
mundo. Sua experiência religiosa está misturada com egoísmo e exaltação própria.
Como podem tais [cristãos] professos ter algo além de uma escassa esperança de
partilhar herança de Cristo? “Em verdade vos digo”, Ele disse aos Seus discípulos,
“se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum
entrareis no reino dos Céus”. Mateus 18:3.
Existem muitos que, ao mesmo tempo em que professam piedade, medem-se
uns pelos outros e, como conseqüência, se tornam cada vez mais fracos na vida
espiritual. O orgulho não é superado. Somente quando essas pessoas caírem
sobre a Rocha e forem quebradas compreenderão suas necessidades. Oh, que
confessem seus erros diante de Deus, e clamem pela presença do Espírito Santo
em sua vida! Verdade e justiça fluirão ao coração daqueles que forem purificados
do egoísmo e do pecado, e na vida daqueles em cujo coração a verdade ocupa o
primeiro lugar. [...]
A maldade do mundo não está diminuindo. A cada ano o mal se torna mais
dominante e é considerado com menor intensidade. Que as nossas reuniões sejam
um momento oportuno para o exame do coração e a confissão. É privilégio desse
povo que obteve tão grande bênção ser árvores de justiça, espalhando conforto e
bênçãos. Todos devem ser pedras vivas, emitindo luz. Os que receberam perdão
por seus pecados devem, com intenso propósito, guiar para os caminhos da
justiça aqueles que estão no caminho do pecado. Compartilhando a abnegação
e sacrifício próprio de Cristo, ensinarão homens e mulheres a abandonarem
o egoísmo e o pecado, e a aceitarem em seu lugar os amoráveis atributos da
[214] natureza divina. — The Review and Herald, 22 de Julho de 1909.

218
Subjugue as baixas paixões, 26 de Julho

Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos


absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo
exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, [...]
observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da
visitação. 1 Pedro 2:11-12.

Próximo ao fim da história da Terra, Satanás atuará com todo o seu poder
da mesma maneira e com as mesmas tentações com que tentou o antigo Israel
justo antes de entrarem na Terra Prometida. Ele armará laços para os que decla-
ram guardar os mandamentos de Deus, e que estão quase nos limites da Canaã
celestial. Ele utilizará ao máximo suas faculdades a fim de enredar as pessoas e
apanhar o povo de Deus em seus pontos mais fracos.
Os que não têm colocado as paixões subalternas em sujeição às faculdades
mais altas do ser, que têm permitido seja sua mente um canal de condescendências
carnais das paixões mais baixas, a estes Satanás está determinado a destruir com
suas tentações, a poluir-lhes a alma com licenciosidade. [...]
E homens em posições de responsabilidade, que ensinam os reclamos da lei
de Deus, cuja boca está cheia de argumentos em vindicação da lei de Deus, e
sobre os quais Satanás tem feito tal incursão — sobre estes ele acumula suas
diabólicas faculdades e seus instrumentos para que operem de molde a vencê-los
em seus pontos fracos de caráter, sabendo que quem transgride um ponto se
torna culpado de todos, obtendo assim completo domínio sobre o homem todo.
A mente, a alma, o corpo e a consciência são envolvidos na ruína. Se ele é um
mensageiro da justiça, e tem recebido grande luz, ou se o Senhor o tem usado
como obreiro especial na causa da verdade, quão grande então é o triunfo de
Satanás! Como ele exulta! Como Deus é desonrado! [...]
Satanás sabe que este é o seu momento. Dispõe de apenas pouco tempo
para trabalhar, e atuará com tremendo poder a fim de iludir o povo de Deus em
seus pontos fracos de caráter. [...] Importa guardar os pensamentos; cercar a
mente com os preceitos da Palavra de Deus; e ser muito cuidadoso quanto a cada
pensamento, palavra e ação a fim de não ser surpreendido pelo pecado. — The
Review and Herald, 17 de Maio de 1887. [215]

219
Refletindo a imagem de Jesus, 27 de Julho

Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como
Ele andou. 1 João 2:6.

Que sublime amor e condescendência, que quando não tínhamos direito à


misericórdia divina, Cristo esteve disposto a assegurar a nossa redenção! Mas
nosso grande Médico requer de toda pessoa submissão incondicional. Jamais
devemos prescrever nosso próprio caso. Cristo deve ter completo domínio sobre
a vontade e as ações; caso contrário, Ele não Se comprometerá em nosso favor.
Muitos não são sensíveis à própria condição e perigo, e há muito na natureza e
procedimento da obra de Cristo que é avesso a cada princípio mundano, e oposto
ao orgulho do coração humano. [...] Poderemos lisonjear-nos, assim como fez
Nicodemos, de que nosso caráter moral tem sido correto e de que não precisamos
humilhar-nos diante de Deus como o pecador comum. Temos, porém, de estar
dispostos a entrar na vida do mesmo modo que o principal dos pecadores. Não
devemos confiar em nossa própria justiça, mas depender da justiça de Cristo. Ele
é nossa força e nossa esperança.
A fé genuína é acompanhada de amor — amor que é manifesto no lar,
na sociedade e em todos os relacionamentos da vida — amor que afasta as
dificuldades e nos eleva acima das desagradáveis ninharias que Satanás coloca
em nosso caminho para nos aborrecer. A fé genuína é seguida pelo amor, e o amor
pela obediência. Todas as energias e paixões da pessoa convertida são postas
sob o controle de Cristo. Seu Espírito é um poder renovador, transformando à
imagem divina todos os que O receberem.
Tornar-se discípulo de Cristo é negar o próprio eu e seguir a Jesus tanto nas
más como nas boas circunstâncias. É fechar a porta para o orgulho, a inveja, a
dúvida e outros pecados [...]
Jesus é um padrão completo e perfeito para a humanidade. Ele propõe tornar-
nos semelhantes a Si mesmo: leais a todo propósito, sentimento e pensamento,
retos de coração, espírito e vida. O homem que mais acalenta o amor de Cristo
em seu coração, que reflete a imagem do Salvador mais perfeitamente, é, à vista
de Deus, o mais verdadeiro, nobre e honrado sobre a Terra. Mas aqueles que não
têm o Espírito de Cristo, “não são Seus”. — The Signs of the Times, 14 de Julho
[216] de 1887.

220
Esperança ao caído, 28 de Julho

E vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo


homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Efésios 4:23-24.

Cristo reprovava com fidelidade. Jamais viveu alguém que odiasse tanto o
mal; ou alguém que o condenasse tão destemidamente. A todas as coisas falsas e
vis, Sua própria presença era uma reprovação. À luz de Sua pureza os homens
se viam impuros, e medíocres e falsos os objetivos de sua vida. Não obstante,
Ele os atraía. Aquele que criara o homem compreendia o valor da humanidade.
Condenava o mal como o inimigo daqueles que procurava abençoar e salvar. Em
cada ser humano, apesar de decaído, contemplava um filho de Deus, ou alguém
que poderia ser restaurado aos privilégios de seu parentesco divino.
“Deus enviou o Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo por Ele”. João 3:17. Olhando aos homens em
seu sofrimento e degradação, Cristo entrevia lugar para esperança onde apenas
apareciam desespero e ruína. Onde quer que se sentisse a percepção de uma
necessidade, ali via Ele oportunidade para reerguimento. As pessoas tentadas,
derrotadas, que se sentiam perdidas, prontas a perecer, Ele defrontava, não com
acusações mas com bênçãos.
As bem-aventuranças foram a Sua saudação à família humana toda. Olhando
para a vasta multidão reunida para ouvir o Sermão da Montanha, parecia Ele por
momentos haver-Se esquecido de que não estava no Céu, e empregou a saudação
usual no mundo da luz. De Seus lábios brotaram bênçãos como o jorro de uma
fonte havia muito fechada.
Desviando-Se dos ambiciosos e bem-favorecidos deste mundo, declarou
serem bem-aventurados os que, embora grandes as suas necessidades, recebessem
Sua luz e amor. [...]
Em cada ser humano Ele divisava infinitas possibilidades. Via os homens
como poderiam ser, transfigurados por Sua graça — na “graça do Senhor, nosso
Deus”. Salmos 90:17. Olhando para eles com esperança, inspirava-lhes esperança.
Encontrando-os com confiança, inspirava-lhes confiança. [...] Em muitos corações
que pareciam mortos para as coisas santas, despertavam-se novos impulsos. A
muito desesperançado abriu-se a possibilidade de uma nova vida. — Educação,
79-80. [217]

221
Tempo para orar e estudar, 29 de Julho

Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas


os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições,
concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Marcos 4:18-19.

Cristo especificou as coisas que são perigosas para a alma. Como relata
Marcos, menciona Ele os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as
ambições de outras coisas. Lucas especifica: cuidados, riquezas e deleites da
vida. Estes são os que sufocam a Palavra, a crescente semente espiritual. A alma
cessa de extrair alimento de Cristo, e extingue-se no coração a espiritualidade.
“Os cuidados deste mundo”. Mateus 13:22. Nenhuma classe está livre da
tentação de cuidados deste mundo. Aos pobres a labuta, privação e temor de
pobreza trazem perplexidades e fardos; aos ricos vêm o temor de perda e uma
multidão de ansiosas preocupações. Muitos dos seguidores de Cristo esquecem
as lições que Ele nos ordenou aprender das flores do campo. Não confiam em
Sua constante providência. Cristo não pode carregar-lhes os fardos, porque não
os depõem sobre Ele. [...]
Muitos que podiam produzir frutos na obra de Deus tornam-se propensos
a conquistar riquezas. Toda a sua energia é absorvida em empreendimentos
comerciais, e sentem-se obrigados a desprezar as coisas de natureza espiritual.
Deste modo separam-se de Deus. [...] Devemos trabalhar para que possamos
dar alguma coisa aos necessitados. Os cristãos precisam trabalhar, precisam
ocupar-se em atividades, e podem fazê-lo sem cometer pecado. Mas muitos se
tornam tão absortos em negócios que não têm tempo para orar, para estudar a
Bíblia, para procurar e servir a Deus.
Às vezes os anseios da alma são pela santidade e o Céu; mas não há tempo
para retrair-se do tumulto do mundo para ouvir as palavras majestosas e autoriza-
das do Espírito de Deus. As coisas da eternidade são tidas como secundárias, e
as do mundo, supremas. [...]
Muitos que agem com propósito muito diferente, caem no mesmo erro. Estão
trabalhando para o bem de outros; seus deveres são urgentes, muitas as responsa-
bilidades, e permitem que sua labuta exclua a devoção. [...] Caminham separados
de Cristo, sua vida não está impregnada de Sua graça, e as características do eu
[218] são reveladas. — Parábolas de Jesus, 51-52.

222
Estude as palavras de Cristo, 30 de Julho

Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade


vieram por meio de Jesus Cristo. João 1:17.

Jesus era a luz do mundo. Ele veio de Deus com uma mensagem de esperança
e salvação para os filhos caídos de Adão. Se tão-somente homens e mulheres
O receberem como seu Salvador pessoal, Ele prometeu restaurá-los à imagem
de Deus e redimir todos que se houverem perdido pelo pecado. Ele apresentou
aos seres humanos a verdade, sem nenhum filete de erro entrelaçado. Quando
ensinava, Suas palavras vinham com autoridade, pois falava com conhecimento
positivo da verdade.
O ensino dos mortais é completamente diferente dos ensinos de Cristo.
Existe uma constante tendência da parte dos seres humanos de apresentar suas
próprias teorias e opiniões como assunto digno de atenção, mesmo quando não
se fundamentam na verdade. São muito persistentes em suas idéias errôneas
e opiniões inúteis. Sustentam firmemente as tradições da humanidade, e as
defendem tão vigorosamente como se fossem a verdade genuína. Jesus declarou
que todo aquele que fosse da verdade ouviria a Sua voz.
Quão maior poder acompanharia a pregação da Palavra atualmente se os
ministros dessem menos ênfase a teorias e argumentos humanos e mais ênfase
às lições de Cristo e à piedade prática. Aquele que se encontrara no conselho de
Deus, que habitara em Sua presença, estava bem familiarizado com a origem e
com os elementos da verdade, e compreendia sua relação e importância para a
humanidade. Ele apresentou ao mundo o plano da salvação e revelou verdade da
mais elevada ordem, até mesmo as palavras de vida eterna.
Patriarcas, profetas e apóstolos falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo,
e declararam plenamente que não falaram por seu próprio poder, nem em seu
próprio nome. Não desejaram que crédito algum fosse a eles atribuído, que
ninguém os considerasse originadores de qualquer coisa acerca da qual pudessem
se gloriar. [...]
Cristo é o Autor de toda a verdade. Todo conceito brilhante, todo pensamento
de sabedoria, toda capacidade e talento dos homens, é dom de Cristo. Não tomou
Ele emprestadas novas idéias da humanidade, pois Ele deu origem a todas. —
The Review and Herald, 7 de Janeiro de 1890. [219]

223
Dedicação ao serviço do mestre, 31 de Julho

Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso!


Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não
temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor? Pois só Tu és santo; por
isso, todas as nações virão e adorarão diante de Ti. Apocalipse 15:3-4.

Deus agirá sobre homens de posição humilde para proclamar a mensagem da


verdade presente. Muitos desses estarão correndo para cá e para lá, direcionados
pelo Espírito de Deus a levar a luz aos que estão em trevas. A verdade será
como um fogo a arder-lhes nos ossos, enchendo-os de um fervoroso desejo
de iluminar aqueles que estão em trevas. Muitos, mesmo entre os iletrados,
proclamarão a Palavra do Senhor. Crianças serão impelidas pelo Espírito Santo
a sair e anunciar a mensagem do Céu. O Espírito será derramado sobre aqueles
que se submeterem a Suas incitações. Sacudindo os antiquados regulamentos e
movimentos cautelosos dos homens, se unirão ao exército do Senhor.
No futuro, homens de vida simples serão impressionados pelo Espírito do Se-
nhor a deixar seu emprego para se dedicar à proclamação da última mensagem de
misericórdia. Tão rápido quanto possível, estarão preparados para esse trabalho,
e o êxito vai coroar seus esforços. Cooperam com as agências do Céu; porque
estão dispostos a gastar-se completamente no serviço do Mestre. Ninguém está
autorizado a impedir esses obreiros. Serão abençoados por Deus na proclamação
da grande comissão. Nenhuma palavra de reprovação deve ser dirigida contra
esses que semeiam a semente do evangelho nos lugares mais difíceis.
As melhores coisas da vida — simplicidade, verdade, pureza e imaculada
integridade — não podem ser compradas ou vendidas; são de graça [...]
Obreiros humildes que não confiam na sua própria força, mas que trabalham
com simplicidade, confiando sempre em Deus, irão compartilhar o regozijo do
Salvador. Suas perseverantes orações atrairão pessoas à cruz. Cooperando com
eles, no esforço de sacrifício próprio, Jesus opera sobre os corações, produzindo
milagres de conversão. Homens e mulheres se reunirão na igreja para a adoração
Casas de oração serão edificadas, e escolas estabelecidas. O coração dos obreiros
se encherá de regozijo ao verem a salvação de Deus. — Testemunhos para a
[220] Igreja 7:26-28.

224
Agosto
O ambiente natural, 1 de Agosto

À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, mares. E


viu Deus que isso era bom. Gênesis 1:10.

Pai e Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham planejado


— a criação do mundo. A Terra saiu das mãos de seu Criador extraordinariamente
bela. Havia montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por rios e lagos. A
Terra não era uma extensa planície. A monotonia do cenário era quebrada por
montanhas e colinas, não altas e abruptas como hoje são, mas de formas regulares
e belas. As rochas altas e desnudas não podiam ser vistas sobre ela, mas estavam
debaixo da superfície, correspondendo aos ossos da Terra.
As águas estavam distribuídas regularmente. As montanhas, as colinas e as
belíssimas planícies eram adornadas com plantas, flores e altas e majestosas
árvores de toda espécie, muitas vezes maiores e mais belas do que são agora. O
ar era puro e saudável, e a Terra parecia um nobre palácio. [...]
Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram
a cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem
à Sua própria imagem. Eles tinham atuado juntos na criação da Terra e de cada
ser vivente sobre ela. E agora, disse Deus a Seu Filho: “Façamos o homem à
Nossa imagem”. Gênesis 1:26. Ao sair Adão das mãos do Criador, era de nobre
estatura e perfeita simetria. Tinha mais de duas vezes o tamanho dos homens que
hoje vivem sobre a Terra, e era bem-proporcionado. Suas formas eram perfeitas e
cheias de beleza. Sua pele não era branca ou pálida, mas rosada, reluzindo com a
rica coloração da saúde. Eva não era tão alta quanto Adão. Sua cabeça alcançava
pouco acima dos seus ombros. Ela, também, era nobre, perfeita em simetria e
cheia de beleza.
Esse casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais. Estavam
revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos. Enquanto
viveram em obediência a Deus, essa veste de luz continuou a envolvê-los. Embora
todas as coisas que Deus criou fossem belas e perfeitas, e aparentemente nada
faltasse sobre a Terra criada para fazer Adão e Eva felizes, ainda manifestou Seu
grande amor plantando para eles um jardim especial. [...] Esse belo jardim devia
ser o seu lar, sua residência especial. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de
[221] 1897.

226
O mundo de Adão e Eva, 2 de Agosto

Também disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a


Nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os
répteis que rastejam pela terra. Gênesis 1:26.

Enquanto permanecessem fiéis a Deus, Adão e sua companheira deveriam


exercer governo sobre a Terra. Foi lhes dado domínio ilimitado sobre todo ser
vivente. O leão e o cordeiro brincavam pacificamente em redor deles, ou se
deitavam aos seus pés. Os felizes pássaros esvoaçavam ao seu redor, sem temor;
e, ao elevarem seus alegres cantos em louvor ao Criador, Adão e Eva uniam-se a
eles em ações de graças ao Pai e ao Filho.
O santo par não era apenas filhos sob o cuidado paternal de Deus, mas
estudantes a receberem instrução do sábio Criador. Eram visitados pelos anjos,
e lhe era concedida comunhão com seu Criador, sem nenhum véu protetor de
separação. Estavam cheios do vigor comunicado pela árvore da vida, e sua
capacidade intelectual era apenas pouco menor do que a dos anjos. Os mistérios
do Universo visível [...] conferiam-lhes uma fonte inesgotável de instrução e
deleite.
As leis e operações da natureza, que têm incitado o estudo dos homens
durante seis mil anos, estavam-lhes abertas à mente pelo infinito Construtor e
Mantenedor de tudo. Entretinham conversa com a folha, com a flor e a árvore,
aprendendo de cada uma os segredos de sua vida. Com cada criatura vivente,
desde o poderoso leviatã que folga entre as águas, até o minúsculo inseto que
flutua no raio solar, era Adão familiar. Havia dado a cada um o seu nome, e
conhecia a natureza e hábitos de todos.
A glória de Deus nos Céus, os mundos inumeráveis em suas ordenadas
revoluções, “o equilíbrio das grossas nuvens” (Jó 37:16), os mistérios da luz e do
som, do dia e da noite, tudo estava patente ao estudo de nossos primeiros pais.
Em cada folha na floresta, ou pedra nas montanhas, em cada estrela brilhante,
na terra, no ar, e no céu, estava escrito o nome de Deus. A ordem e harmonia da
criação falavam-lhes de sabedoria e poder infinitos. Estavam sempre a descobrir
alguma atração que lhes enchia o coração de mais profundo amor, e provocava
novas expressões de gratidão. — Patriarcas e Profetas, 50-51. [222]

227
A natureza revela a glória de Deus, 2 de Agosto

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a


Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todo animal que rasteja pela Terra. Gênesis 1:28.

O santo par olhava à natureza como um quadro de incomparável beleza. A


terra marrom achava-se revestida de um tapete de vivo verdor, esmaltado por
infinita variedade de flores aptas a se propagarem e se perpetuarem. Arbustos,
flores e trepadeiras regalavam os sentidos com sua beleza e fragrância. As muitas
variedades de árvores altaneiras achavam-se carregadas de frutos de toda espécie,
e de delicioso sabor, adaptados para agradar o gosto e suprir as necessidades do
feliz casal Adão e Eva. Deus proveu este lar do Éden para nossos primeiros pais,
dando-lhes evidências inconfundíveis de Seu grande amor e cuidado por eles.
Adão foi coroado rei no Éden. A ele fora dado domínio sobre toda coisa viva
que Deus havia criado. O Senhor abençoou Adão e Eva com inteligência, como
não havia dado a qualquer outra criatura. Ele tornou Adão o legítimo soberano
de todas as obras de Suas mãos. [...]
Adão e Eva podiam divisar a habilidade e a glória de Deus em cada haste
de grama, arbusto e flor. A beleza natural que os envolvia refletia-se como um
espelho de sabedoria, excelência e amor do seu Pai celestial. Seus cânticos de
afeição e louvor subiam ao Céu suave e reverentemente, em harmonia com
os suaves cânticos dos elevados anjos, e com a passarada feliz que gorjeava
despreocupadamente suas músicas. Não havia doença, decrepitude, nem morte.
[...]
O Senhor sabia que Adão não podia ser feliz sem o trabalho; portanto, deu-lhe
a agradável ocupação de cuidar do jardim. À medida que ele cuidava das coisas
bonitas e úteis ao seu redor, podia ver a bondade e a glória de Deus em Suas
obras criadas. Adão tinha temas a contemplar nas obras de Deus no Éden, que
era uma miniatura do Céu.
Deus não formou o homem meramente para contemplar Suas obras gloriosas;
porém, deu-lhe mãos para trabalhar, bem como mente e coração para contemplar.
Se a felicidade do homem consistisse em não fazer nada, o Criador não teria
apontado o trabalho para Adão. O homem deveria encontrar felicidade no trabalho
[223] e também na meditação. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874.

228
O trabalho como fonte de alegria, 4 de Agosto

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden


para o cultivar e o guardar. Gênesis 2:15.

Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de sua própria
existência. Ele era um súdito do governo divino, e não pode haver governo sem
lei. Deus poderia ter criado o homem sem a faculdade de transgredir a Sua lei;
poderia ter privado a mão de Adão de tocar no fruto proibido; neste caso, porém,
o homem teria sido, não uma entidade moral, livre, mas um simples autômato.
Sem liberdade de opção, sua obediência não teria sido voluntária, mas forçada.
Não poderia haver desenvolvimento de caráter. Tal maneira de agir seria contrária
ao plano de Deus ao tratar Ele com os habitantes de outros mundos. Seria indigna
do homem como um ser inteligente, e teria apoiado a acusação, feita por Satanás,
de governo arbitrário por parte de Deus. [...]
O lar de nossos primeiros pais deveria ser um modelo para outros lares, ao
saírem seus filhos para ocuparem a Terra. Aquele lar, embelezado pela mão
do próprio Deus, não era um suntuoso palácio. Os homens, em seu orgulho,
deleitam-se com edifícios magnificentes e custosos, e gloriam-se com as obras
de suas mãos; mas Deus colocou Adão em um jardim. Esta era a sua morada.
O céu azul era a sua cúpula; a terra, com suas delicadas flores e tapete de relva
viva, era o seu pavimento; e os ramos folhudos das formosas árvores eram o seu
teto. De suas paredes pendiam os mais magnificentes adornos — obra do grande
e magistral Artífice.
No ambiente em que vivia o santo par havia uma lição para todos os tempos,
a lição de que a verdadeira felicidade é encontrada, não na satisfação do orgulho
e luxo, mas na comunhão com Deus mediante Suas obras criadas. Se os homens
dessem menos atenção às coisas artificiais, e cultivassem maior simplicidade,
estariam em muito melhores condições de corresponderem com o propósito de
Deus em Sua criação. [...]
Aos moradores do Éden foi confiado o cuidado do jardim, “para o lavrar
e o guardar”. Sua ocupação não era cansativa, antes agradável e revigoradora.
Deus indicou o trabalho como uma bênção para o homem, a fim de ocupar-lhe o
espírito, fortalecer o corpo e desenvolver as faculdades. — Patriarcas e Profetas,
49-50. [224]

229
O resultado do trabalho, 5 de Agosto

As árvores do campo darão o seu fruto, e a Terra dará a sua novidade, e


estarão seguras na sua terra; e saberão que Eu sou o Senhor, quando Eu
quebrar as varas do seu jugo e as livrar das mãos dos que as escravizavam.
Ezequiel 34:27.

É necessário muito mais amplo conhecimento acerca da preparação do ter-


reno. Não há suficiente largueza de visão no tocante ao que se pode obter da
terra. Segue-se uma rotina estreita e invariável, com resultados desalentadores. —
Fundamentos da Educação Cristã, 317.
Empregue-se a capacidade já educada a idear melhores métodos de trabalho.
Isto é o que o Senhor deseja. [...]
É necessário inteligência e esmerada aptidão para idealizar os melhores
métodos na agricultura, na construção ou em qualquer outro ramo, a fim de que
o obreiro não trabalhe em vão. [...] O Deus que fez o mundo para benefício do
homem proverá da terra recursos para sustentar o trabalhador diligente.
A semente lançada no solo devidamente preparado produzirá seu resultado.
Deus pode preparar uma mesa para Seu povo no deserto. [...] Há muitas queixas
acerca da improdutividade do solo; entretanto, se os homens lessem as Escrituras
do Antigo Testamento, veriam que o Senhor conhece muito melhor do que eles o
que se refere ao apropriado cultivo da terra. Depois de haver cultivado durante
vários anos certas porções do terreno e de haver obtido seus tesouros, se deve
conceder-lhes descanso. [...]
A terra tem seus tesouros escondidos, e o Senhor gostaria de ter trabalhando o
solo milhares e dezenas de milhares que estão aglomerados nas cidades à espera
de uma oportunidade para ganhar uma bagatela. [...] Deve-se fazer com que a
terra dê sua força; mas, sem a bênção de Deus, ela nada poderia fazer.
No princípio, Deus contemplou tudo quanto fizera e disse que era muito bom.
A Terra foi amaldiçoada em conseqüência do pecado. Mas será essa maldição
multiplicada pelo aumento do pecado? A ignorância está realizando sua obra
funesta. Servos indolentes estão aumentando o mal por meio de seus hábitos
ociosos. [...] Mas nas profundezas da Terra há bênçãos ocultas para os que têm
coragem, disposição e perseverança para ajuntar seus tesouros. — Fundamentos
[225] da Educação Cristã, 315-316, 319, 323, 326.

230
Trabalho e estudo, 6 de Agosto

Eis que os Céus e os céus dos Céus são do Senhor, teu Deus, a Terra e tudo
o que nela há. Deuteronômio 10:14.

Em si mesma a beleza da natureza afasta a mente do pecado e das atrações


mundanas, e a leva à pureza, à paz, e a Deus. Por essa razão, o cultivo do terreno
é bom trabalho para as crianças e os jovens. Leva-os ao contato direto com a
natureza e com o Deus da natureza. E, para que possam ter essa vantagem, deve
haver, tanto quanto possível, em conexão com nossas escolas, grandes jardins
e vastas terras para cultura. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes,
186-187.
Na escola que aqui é iniciada em Cooranbong [Austrália], procuramos ter
verdadeiro êxito nos ramos agrícolas, combinados com um estudo das ciências.
Pretendemos que este lugar seja um centro, do qual irradie a luz, precioso co-
nhecimento avançado que resulte em serem trabalhadas terras incultas, de modo
que montanhas e vales floresçam como a rosa. Tanto para as crianças como para
os homens, o trabalho combinado com o esforço mental darão a espécie certa
de educação completa. O cultivo da mente trará tato e novos incentivos para o
cultivo do solo. — Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 244.
Bem, a escola fez um excelente começo. Os alunos estão aprendendo a
plantar árvores, morangos, etc.; a conservar cada pedacinho e fibra das raízes
desembaraçadas para lhes dar oportunidade de crescerem. Não é essa uma lição
muito preciosa sobre a maneira de tratar a mente humana, bem como o corpo?
Não embaraçar nenhum dos órgãos do corpo, mas lhes dar plena condição para
desempenhar o seu trabalho? [...]
Devemos trabalhar no solo com alegria, esperança e gratidão, crendo que a
terra conserva em seu seio ricas provisões para o fiel obreiro entesourar, mais
ricas que ouro ou prata. [...] Com um cultivo próprio e inteligente, cederá a terra
seus tesouros para o benefício do homem. [...]
O cultivo de nossas terras requer o exercício de todas as energias do cérebro
e tato que possuímos. As terras ao nosso redor testificam da indolência do
homem. Esperamos despertar para a ação os sentidos adormecidos. Esperamos
ver fazendeiros inteligentes, que sejam recompensados por seu ardoroso labor.
A mão e o coração devem cooperar, pondo em ação planos novos e sensatos no
cultivo do solo. — Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 242-244. [226]

231
Trabalho promove a felicidade, 7 de Agosto

E nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando


somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos. 1
Coríntios 4:12.

Na criação, o trabalho foi designado como uma bênção. Significava desenvol-


vimento, poder, felicidade. A mudada condição da Terra em virtude da maldição
do pecado acarretou uma mudança nas condições de trabalho; contudo, apesar
de efetuado hoje com ansiedade, cansaço e dor, é ainda uma fonte de felicidade
e desenvolvimento. Outrossim, é uma salvaguarda contra a tentação. Sua disci-
plina opõe uma barreira à condescendência própria, e promove indústria, pureza
e firmeza. Assim, torna-se parte do grande plano de Deus para que sejamos
recuperados da queda. [...]
Em nosso trabalho devemos ser coobreiros de Deus. Ele nos dá a terra e seus
tesouros; nós, porém, devemos adaptá-los a nosso uso e conforto. Ele faz com
que as árvores cresçam, mas nós preparamos a madeira e construímos a casa.
Ele ocultou na terra o ouro e a prata, o ferro e o carvão; todavia, é mediante o
trabalho, apenas, que podemos obtê-los.
Mostrem-lhes que, ao mesmo tempo em que Deus criou todas as coisas e
constantemente as dirige, dotou-nos Ele de um poder não totalmente diferente
do Seu. Foi-nos dado até certo ponto o domínio sobre as forças da natureza.
Assim como Deus do caos evocou a Terra em sua beleza, também nós podemos
da confusão produzir ordem e beleza. E posto que todas as coisas estejam hoje
desfiguradas pelo mal, contudo em nossos trabalhos acabados sentimos uma
alegria idêntica à dEle, quando, olhando para o lindo mundo, o pronunciou
“muito bom”. Gênesis 1:31.
Em regra, o exercício mais proveitoso aos jovens será encontrado nas ocu-
pações úteis. A criancinha encontra no brinquedo tanto distração como desen-
volvimento; e suas brincadeiras devem ser tais que promovam não somente o
crescimento físico, mas também o mental e espiritual. Ao adquirir força e inteli-
gência, se encontrará o melhor recreio para ela em alguma espécie de esforços
que sejam úteis. Aquilo que treina as mãos para a utilidade, e ensina o jovem a
encarar com a sua participação nos encargos da vida, é o mais eficaz na promoção
[227] do crescimento do espírito e do caráter. — Educação, 214-215.

232
Trabalho e desenvolvimento, 8 de Agosto

Porque a Terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela e
produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção
da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto
está da maldição; e o seu fim é ser queimada. Hebreus 6:7-8.

Aos jovens precisa ser ensinado que a vida significa trabalho diligente, res-
ponsabilidade, cuidados. Precisam de um preparo que os torne práticos, a saber,
homens e mulheres que possam fazer face às emergências. Deve lhes ser ensi-
nado que a disciplina do trabalho sistemático, bem regulado, é essencial, não
unicamente como salvaguarda contra as dificuldades da vida, mas também como
auxílio para o desenvolvimento completo.
Apesar de tudo quanto se tem dito ou escrito acerca da dignidade do trabalho,
prevalece a idéia de que ele é degradante. Os jovens estão ansiosos por se
tornarem professores, escriturários, negociantes, médicos, advogados, ou ocupar
alguma outra posição que não exija o trabalho físico. As moças fogem do trabalho
doméstico, e procuram uma educação em outros ramos. Necessitam aprender
que nenhum homem ou mulher se degrada pelo trabalho honesto. O que degrada
é a ociosidade e egoísta dependência. A ociosidade favorece a condescendência
própria, e o resultado é uma vida vazia [...]
Leiam acerca dos “filhos dos profetas” (2 Reis 6:1-7), estudantes em uma
escola, os quais estavam construindo uma casa para si, e para quem foi operado
um milagre a fim de se salvar da perda o machado que fora tomado emprestado.
Leiam acerca de Jesus, carpinteiro, e Paulo, fabricante de tendas, que ao trabalho
de seu ofício ligaram o mais elevado ministério, humano e divino. Leiam acerca
daquele rapaz, cujos cinco pães foram usados pelo Salvador, naquele maravilhoso
milagre de alimentar a multidão; acerca de Dorcas, a costureira, ressuscitada
para que pudesse continuar a fazer roupas para os pobres; acerca da mulher
sábia descrita no livro dos Provérbios, a qual “busca lã e linho e trabalha de boa
vontade com as suas mãos, [...] dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas,
[...] planta uma vinha, [...] e fortalece os braços, abre a mão ao aflito, [...] ao
necessitado estende as mãos, olha pelo governo de sua casa e não come o pão da
preguiça”. Provérbios 31:13, 15-17, 20, 27. — Educação, 215-217. [228]

233
O grande livro da natureza, 9 de Agosto

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro


vem do Senhor, que fez o Céu e a Terra. Salmos 121:1-2.

Certa vez, tive o prazer de contemplar um belo pôr-do-sol no Colorado. O


grande Artista havia exposto na tela móvel dos céus, para o beneficio de todos,
tanto ricos como pobres, uma de Suas mais lindas pinturas. Quase parecia que os
portões do Céu estavam entreabertos e que podíamos ver as belezas que haviam
lá dentro. Oh! pensei, à medida que pessoa após outra passava sem notar aquela
cena, se ela tivesse sido pintada por mãos humanas, quantos estariam prontos
para se prostrar e adorá-la!
Deus ama o belo. E, acima de tudo que é exteriormente atraente, ama a beleza
de caráter; deseja que cultivemos a pureza e a simplicidade, as silenciosas graças
das flores. [...]
Pais, que tipo de educação estão vocês dando aos seus filhos? Estão vocês
ensinando-os a apreciar o que é puro e amável, ou estão vocês buscando colocar
as mãos deles naquilo que é do mundo? Estão vocês gastando tempo e bens
para que possam aprender as propriedades da vida exterior, e obter os adornos
superficiais e ilusórios do mundo?
Desde sua mais tenra infância, abram diante deles o grande livro da natureza.
Ensinem-lhes o ministério das flores. Mostrem-lhes que, se Jesus não tivesse
vindo à Terra e morrido, não teríamos as coisas belas que agora desfrutamos.
Chamem a atenção deles para o fato de que a cor e mesmo o arranjo de cada
delicado botão de flor é uma expressão do amor de Deus pelos seres humanos, e
que afeição e gratidão ao Pai Celestial devem ser despertadas em seu coração por
todas essas dádivas.
Jesus, o mais importante Mestre que o mundo já conheceu, tirou as mais
valiosas ilustrações de verdade das cenas da natureza. Pais, imitem Seu exemplo,
e usem as coisas que encantam os sentidos para imprimir importantes verdades
sobre a mente de seus filhos. Saiam de manhã e permitam que seus filhos ouçam
os passarinhos gorjeando canções de louvor. Ensinem-lhes que nós também
devemos expressar gratidão ao generoso Doador de tudo pelas bênçãos que
recebemos diariamente. Ensinem-lhes que não é o adorno que faz o homem ou a
mulher, mas a verdadeira bondade do coração. — The Review and Herald, 27 de
[229] Outubro de 1885.

234
Expressão do amor de Deus, 10 de Agosto

Que é o homem, que dele Te lembres e o filho do homem, que o visites?


Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de
honra o coroaste. Salmos 8:4-5.

Nosso amável Pai celestial deseja que Seus filhos confiem nEle assim como
uma criança confia em seu pai terrestre. Mas quão freqüentemente vemos pobres,
fracos mortais sobrecarregando-se com cuidados e perplexidades que Deus jamais
intentou que carregassem. Eles reverteram a ordem; estão buscando o mundo
primeiro, e o reino do Céu em segundo lugar. Se até mesmo o pequeno pardal,
que não tem preocupação quanto às necessidades futuras, é cuidado, por que
deveria o tempo e a atenção dos seres humanos, que são feitos à imagem de Deus,
ser completamente absorvidos com essas coisas?
Deus nos deu toda evidência de Seu amor e cuidado, e ainda assim quão
freqüentemente falhamos em discernir a mão divina em nossas múltiplas bênçãos.
Cada faculdade do nosso ser, cada fôlego que tomamos, cada conforto que
desfrutamos, vêem dEle. Cada vez que nos reunimos em volta da mesa da família
para participar da refeição devemos nos lembrar de que tudo isto é uma expressão
do amor de Deus. Deveríamos nós tomar a dádiva, e negar o Doador? [...]
Quando Adão e Eva foram colocados em seu lar edênico, tinham tudo que um
Criador benevolente pudesse lhes dar para somar ao seu conforto e felicidade. Mas
se aventuraram a desobedecer a Deus e foram, portanto, expulsos de seu agradável
lar. Foi então que o grande amor de Deus nos foi expresso em uma dádiva, o Seu
amado Filho. Se nossos primeiros pais não tivessem aceitado a dádiva, hoje a raça
humana estaria em desesperadora miséria. Mas quão alegremente aclamaram a
promessa do Messias. [...]
Apesar de a maldição ter sido pronunciada sobre a terra e ela posteriormente
produzir espinhos e cardos, existe uma flor sobre o cardo. Este mundo não é
todo tristezas e misérias. O grande livro divino da natureza acha-se aberto ao
nosso estudo, e dele temos de tirar idéias mais elevadas de Sua grandeza e Seu
inexcedível amor e glória. — The Review and Herald, 27 de Outubro de 1885. [230]

235
O poder de Deus na natureza, 11 de Agosto

Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos Céus aos
palmos, e recolheu em uma medida o pó da Terra, e pesou os montes e os
outeiros em balanças? Isaías 40:12.

Diz o salmista: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia


a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sa-
bedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes”. Salmos
19:1-3. Podem alguns supor que essas grandes coisas do mundo natural sejam
Deus. Não são Deus. Todas essas maravilhas nos céus estão apenas fazendo a
obra que lhes é designada. São instrumentos do Senhor. Deus é o superintendente,
assim como Criador, de todas as coisas. O Ser Divino empenha-Se em manter as
coisas por Ele criadas. A própria mão que sustenta as montanhas e as mantém
em posição, guia os mundos em sua misteriosa marcha em volta do Sol.
Dificilmente se encontra uma operação da natureza à qual a Palavra de Deus
não faça referência. A Palavra declara que Deus “faz que o Seu Sol se levante”
(Mateus 5:45), e que a chuva caia. Ele “faz brotar nos montes a erva”. Salmos
147:8. Ele “dá a neve como lã e esparge a geada como cinza; [...] lança o seu
gelo em pedaços [...] Manda a Sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento,
e correm as águas”. Salmos 147:16-18. “Faz os relâmpagos para a chuva; tira os
ventos dos seus tesouros”. Salmos 135:7.
Essas palavras da Santa Escritura nada dizem de leis da natureza independen-
tes. Deus fornece a matéria e as propriedades com as quais executar Seus planos.
Emprega Seus instrumentos para que a vegetação cresça. Manda o orvalho e a
chuva e o sol, para que a relva germine e estenda sobre a terra seu tapete verde;
para que os arbustos e as árvores frutíferas desabrochem os botões e produzam.
Não se pode supor que seja posta em ação uma lei para que a semente opere
por si mesma, e a folha apareça porque isso tenha que fazer por si mesma. Deus
instituiu leis, mas estas são apenas servos pelos quais Ele efetua resultados. É
pela imediata atuação de Deus que cada pequenina semente irrompe através da
terra e surge para a vida. Cada folha cresce, cada flor desabrocha, pelo poder de
[231] Deus. — Mensagens Escolhidas 1:293, 294.

236
Beleza natural, 12 de Agosto

Quem é que abre um canal para a chuva torrencial, e um caminho para a


tempestade trovejante, para fazer chover na terra em que não vive
nenhum homem, no deserto onde não há ninguém, para matar a sede do
deserto árido e nele fazer brotar vegetação? Jó 38:25-27 (NVI).

Aquele que estabeleceu os fundamentos da Terra, que decorou os céus e


colocou as estrelas em ordem; Aquele que vestiu a Terra com um tapete vivo, e
o embelezou com flores encantadoras de toda cor e variedade, deseja que Seus
filhos apreciem as Suas obras e se deleitem na singela e serena formosura com
que adornou seu lar terrestre. Deus deseja que Seus filhos apreciem as Suas obras
e se deleitem na singela e serena formosura com que adornou nosso lar terrestre.
Cristo procurava desviar a atenção de Seus discípulos do artificial para o
natural: “Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é
lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?”.
Mateus 6:30. Por que não atapetou nosso Pai celestial, a terra com marrom ou
cinza? Ele escolheu a cor mais repousante, a mais adequada aos sentidos. Como
alegra o coração e refrigera o espírito cansado olhar a terra revestida de vivo
verdor! Sem essa cobertura, o ar ficaria cheio de pó, e o solo se assemelharia a
um deserto. Cada haste de relva, cada botão a desabrochar e cada flor — tudo
é um sinal do amor de Deus, e nos deveria ensinar uma lição de fé e confiança
nEle. Cristo nos chama a atenção a sua natural beleza, e assegura-nos que os
mais suntuosos trajes do maior dos reis que já empunharam um cetro terreno,
não eram iguais aos da mais humilde flor. [...]
Eu lhe apresento Cristo e este crucificado. Dê a Ele os melhores sentimentos
do seu coração. Dê a Ele seu intelecto; pois Lhe pertence. Dê a Ele o talento
de seus recursos e influência; estes lhe foram apenas emprestados para serem
aperfeiçoados. [...]
Não há salvação exceto a que vem através de Cristo. Ele veio à Terra para
levantar o caído. Com Seu braço humano Ele abraça a humanidade, enquanto
alcança o trono infinito com Seu braço divino, conectando assim os seres humanos
finitos com o Deus infinito, e unindo a Terra ao Céu. — The Review and Herald,
27 de Outubro de 1885. [232]

237
Mensagens de esperança, 13 de Agosto

Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão
de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua
sede. Salmos 104:10-11.

A natureza e a Revelação, ambas dão testemunho do amor de Deus. Nosso


Pai celeste é a fonte de vida, de sabedoria e de felicidade. Contemplem as
belas e maravilhosas obras da natureza. Considerem a sua admirável adaptação
às necessidades e à felicidade, não só do homem, mas de todas as criaturas
viventes. O sol e a chuva, que alegram e refrigeram a terra; as colinas, e mares
e planícies — tudo nos fala do amor de quem tudo criou. É Deus quem supre
as necessidades cotidianas de todas as Suas criaturas, como tão belamente o
exprime o salmista nestas palavras: “Os olhos de todos esperam em Ti, e Tu lhes
dás o seu mantimento a seu tempo. Abres a mão e satisfazes os desejos de todos
os viventes”. Salmos 145:15-16.
Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a formosa Terra, ao sair
das mãos do Criador, não apresentava nenhum vestígio de decadência ou sombra
de maldição. [...]
Contudo, mesmo em meio dos sofrimentos que resultam do pecado, revela-se
ainda o amor de Deus. Está escrito que Deus amaldiçoou a terra por causa do
homem. Gênesis 3:17. Os espinhos e cardos — as dificuldades e provações que
tornam a vida cheia de trabalhos e cuidados — foram designados para o seu
bem, constituindo no plano de Deus uma parte da escola necessária para seu
reerguimento da ruína e degradação que o pecado operou.
O mundo, embora caído, não é todo tristeza e miséria. Na própria natureza
há mensagens de esperança e conforto. Há flores sobre os cardos, e os espinhos
acham-se cobertos de rosas.
“Deus é amor” (1 João 4:8), está escrito sobre cada botão que desabrocha,
sobre cada haste de erva que brota. Os amáveis passarinhos, a encher de música
o ar, com seus alegres trinos; as flores de delicados matizes, em sua perfeição,
impregnando os ares de perfume; as altaneiras árvores da floresta, com sua
luxuriante ramagem de um verde vivo — todos testificam da terna e paternal
solicitude de nosso Deus, e de Seu desejo de tornar felizes os Seus filhos. —
[233] Caminho a Cristo, 9-10.

238
Lições das árvores, 14 de Agosto

Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do


homem, de sorte que da terra tire o seu pão. Salmos 104:14.

Em certo lugar estavam-se fazendo preparativos para limpar o terreno para


a construção de um hospital. Foram instruídos de que há saúde no perfume dos
pinheiros, dos cedros e dos abetos. E há várias outras espécies de árvores que
têm propriedades medicinais e promovem a saúde.
Não sejam essas árvores cortadas desapiedadamente. É melhor mudar o local
do prédio [sanatório] do que cortar essas árvores sempre verdes. Existem lições
para nós nessas árvores. A palavra de Deus declara: “O justo florescerá como
a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano”. Salmos 92:12. Davi diz: “Sou
como a oliveira verdejante, na casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para
todo o sempre”. Salmos 52:8.
O cristão é comparado ao cedro do Líbano. Li que essa árvore faz mais que
enviar para baixo algumas pequenas raízes na fofa terra argilosa. Faz penetrar
vigorosas raízes profundamente na terra, e deita-as mais e mais longe, em busca
de um sustentáculo ainda mais forte. E na feroz rajada da tempestade, ela fica
firme, segura por sua rede de cabos subterrâneos.
Assim lança o cristão raízes profundas em Cristo. Ele tem fé em seu Redentor.
Sabe em quem crê. Está plenamente convencido de que Jesus é o Filho de Deus e
o Salvador dos pecadores. O agradável som do evangelho é recebido sem dúvidas
conflitantes. As raízes da fé aprofundam-se. Os cristãos genuínos, como o cedro
do Líbano, não se desenvolvem no solo da fofa superfície, mas estão firmados
em Deus, presos nas fendas das rochas da montanha.
Estude essas lições das árvores. Eu poderia me demorar bastante neste as-
sunto, mas não devo fazê-lo agora. Peço que não cortem os pinheiros, pois são
uma benção a muitos. Deixem-nos viver.
Quero dizer a vocês, meus irmãos e irmãs, que têm as minhas orações e a
minha simpatia em suas obras. Lembrem-se de que vocês são árvores no jardim
do Senhor, e que a proteção divina está ao seu redor. Quanto mais visível a linha
de demarcação entre as flores de Deus e o arbusto espinhoso plantado por Satanás,
mais o Senhor é glorificado. — Spalding and Magan Collection, 228-229. [234]

239
A energia de Deus sustenta a natureza, 15 de Agosto

Cantai ao Senhor com ações de graças; entoai louvores, ao som da harpa,


ao nosso Deus, que cobre de nuvens os céus, prepara a chuva para a Terra,
faz brotar nos montes a erva. Salmos 147:7-8.

Muitos ensinam que a matéria possui força vital: que certas propriedades
são comunicadas à matéria, e que então fica ela a agir por meio de sua própria
energia inerente; e que as operações da natureza são dirigidas de acordo com leis
fixas, nas quais o próprio Deus não pode interferir. Isto é ciência falsa, e não é
apoiado pela Palavra de Deus.
A natureza é serva de seu Criador. Deus não anula Suas leis, nem age contra-
riamente a elas; mas está continuamente a empregá-las como Seus instrumentos.
A natureza testifica de uma inteligência, de uma presença, de uma energia ativa,
que opera em suas leis e por meio das mesmas leis. Há na natureza a operação
contínua do Pai e do Filho. [...]
A obra de Deus, da criação, está completa, mas a Sua energia ainda é exercida
ao sustentar os objetivos de Sua criação. Não é porque o mecanismo, que uma
vez fora posto em movimento, continue a agir por sua própria energia inerente
que o pulso bate, que respiração se segue a respiração; mas cada respiração,
cada pulsar do coração é uma prova daquele cuidado que tudo penetra, por parte
dAquele em quem “vivemos, e nos movemos, e existimos”. Atos 17:28.
Não é por causa de um poder inerente que ano após ano a Terra produz
seus dons, e continua seu movimento em redor do Sol. A mão de Deus guia os
planetas, e os conserva em posição na sua marcha ordenada através dos céus.
[...] É pelo Seu poder que a vegetação floresce, que as folhas aparecem e as
flores desabrocham. [...] Sua palavra governa os elementos; e por Ele os vales se
tornam férteis. [...] Ele cobre os céus de nuvens, e prepara a chuva para a terra.
[...] Ele “faz brotar nos montes a erva”, [...] “dá a neve como lã e esparge a geada
como cinza”. Salmos 147:8, 16. “Ao som do seu trovão, as águas no céu rugem, e
formam-se nuvens desde os confins da Terra. Ele faz os relâmpagos para a chuva
e dos seus depósitos faz sair o vento”. Jeremias 10:13 (NVI). [...]
Seu cuidado está sobre todas as obras de Suas mãos. Nada é tão grande que
não possa ser dirigido por Ele, e nada tão pequeno para escapar a Sua atenção. —
[235] The Signs of the Times, 20 de Março de 1884.

240
Um mundo mais glorioso, 16 de Agosto

Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 2
Coríntios 4:18.

A Terra e as coisas terrestres perecerão com o uso. Uns poucos anos passarão
e a morte virá. Seu destino eterno será estabelecido, eternamente estabelecido.
Se sua alma está perdida, o que lhe compensará essa perda? Cristo, o Doador da
vida, o Redentor, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo mostra a você
um mundo mais nobre. Ele o coloca ao alcance de sua visão. Leva-o ao limiar do
Céu e o faz contemplar as glórias das realidades eternas, para que suas aspirações
possam ser estimuladas a compreender o eterno peso de glória, acima de toda
comparação. Ao contemplar cenas celestiais, começa a arder em seu coração o
desejo de ter amizade com Deus e ser completamente reconciliado com Ele.
O trabalho do nosso Salvador é ajustar as reivindicações entre os interesses
do Céu e os da Terra, colocar os deveres e as responsabilidades da vida que
agora existe na devida relação com os que concernem à vida eterna. O temor e
amor a Deus são as primeiras coisas que devem reivindicar nossa atenção. Não
podemos deixar para amanhã aquilo que é de interesse da nossa alma. A vida que
agora vivemos devemos viver pela fé no Filho de Deus. Somos redimidos dos
elementos miseráveis do mundo com uma redenção que é total e completa. [...]
Mas em meio a esse mar de misericórdias, essa plenitude de amor divino,
muitos corações continuam indiferentes, descuidosos e não impressionados pelas
provisões da graça de Deus. Não devemos nós que alegamos ser cristãos fazer
esforços para quebrar o encanto que Satanás lançou sobre essas pessoas? Deve-
mos deixá-los continuar em dureza de coração, sem Deus e sem esperança no
mundo? Não; mesmo que todo apelo que venhamos a fazer seja desprezado e
recusado, não podemos cessar de orar por eles e de suplicar por sua salvação. De-
vemos fazer tudo o que pudermos, com o auxílio do Santo Espírito de Deus, para
derrubar as barreiras através das quais eles procuram se tornar inconquistáveis à
luz da verdade de Deus. Devemos procurar abrir seus olhos para sua cegueira,
livrando-os do cativeiro de Satanás. — The Signs of the Times, 17 de Julho de
1893. [236]

241
Lições da natureza, 17 de Agosto

Louvem o nome do Senhor, pois mandou Ele, e foram criados. E os


estabeleceu para todo o sempre; fixou-lhes uma ordem que não passará.
Salmos 148:5-6.

Quão bela é a descrição que o salmista faz do cuidado de Deus pelas criaturas
dos bosques: “Os altos montes são um refúgio para as cabras monteses, e as
rochas, para os coelhos”. Salmos 104:18. Ele envia as fontes a correrem por
entre as colinas, onde os pássaros têm sua habitação, “cantando entre os ramos”.
Salmos 104:12. Todas as criaturas dos bosques e colinas fazem parte de Sua
grande família. Abre Sua mão e satisfaz “os desejos de todos os viventes”. Salmos
145:16.
A águia dos Alpes é algumas vezes derrubada pela tempestade nos estreitos
desfiladeiros das montanhas. A essa poderosa ave das florestas rodeiam nuvens
tempestuosas, cujas negras massas a separam dos píncaros batidos de sol em que
ela estabeleceu o lar. Parecem infrutíferos seus esforços para escapar. Bate aqui
e acolá, açoitando o ar com as fortes asas, e despertando, com seus guinchos,
ecos nas montanhas. Finalmente, com uma nota de triunfo, arremessa-se para
cima e, cortando as nuvens, de novo se acha na clara luz solar, com a escuridão e
tempestade muito abaixo.
Igualmente nos podemos achar rodeados de dificuldades, desânimo e trevas.
Cercam-nos falsidade, calamidades, injustiças. Há nuvens que não podemos
dissipar. Batemo-nos em vão com as circunstâncias. Há um meio de salvamento,
e apenas um. Cerração e neblina cercam a terra; para além das nuvens resplandece
a luz de Deus. Para a luz de Sua presença podemos ascender com as asas da fé.
Muitas são as lições que assim se podem aprender. A de confiança, pela árvore
que, crescendo sozinha na planície ou ao lado da montanha, penetra profunda-
mente suas raízes na terra, e sua força vigorosa desafia a tempestade. A lição
do poder exercido pelas primeiras influências, a percebemos no tronco nodoso e
informe, arqueado quando era um renovo, ao qual nenhum poder terrestre poderá
restaurar a simetria perdida. O segredo de uma vida santa aprende-se do lírio
aquático, que à tona de alguma poça viscosa, rodeado de ervas ruins e imundícias,
penetra suas raízes nas puras areias abaixo e, dali derivando sua vida, ergue à luz
[237] as perfumadas flores, em pureza imaculada. — Educação, 118-119.

242
Ilustrações da natureza, 18 de Agosto

Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto? Na Sua mão
está a alma de todo ser vivente e o espírito de todo o gênero humano. Jó
12:9-10.

Assim, enquanto as crianças e jovens obtêm conhecimento dos fatos por meio
de professores e livros, aprendam por si mesmos a tirar lições e discernir verdades.
Nos seus trabalhos de jardinagem, interroguem-nos sobre o que aprendem com
o cuidado das suas plantas. Olhando eles para uma bela paisagem, perguntem-
lhes por que Deus vestiu os campos e os bosques com tais matizes formosos
e variados. Por que não foi tudo colorido com um marrom sombrio? Quando
colherem flores, façam-nos pensar por que Ele nos poupou essas belezas que
desapareceram do Éden. Ensinem-nos a observar por toda parte na natureza as
manifestas evidências do pensamento de Deus para conosco, e a maravilhosa
adaptação de todas as coisas à nossa necessidade e felicidade.
Somente aquele que reconhece na natureza a obra de seu Pai, e que na riqueza
e beleza da Terra lê a Sua escrita, é que aprende as mais profundas lições das
coisas da natureza, e recebe seu mais elevado auxílio. [...]
Muitas ilustrações da natureza são empregadas pelos escritores da Bíblia;
e, observando nós as coisas do mundo natural, habilitamo-nos, sob a guia do
Espírito Santo, para compreender mais amplamente as lições da Palavra de Deus.
É assim que a natureza se torna uma chave do tesouro da Palavra.
Devem-se animar as crianças a buscar na natureza objetos que ilustrem
os ensinos da Bíblia, e estudar nesta as semelhanças tiradas daquela. Devem
procurar, tanto na natureza como na Escritura Sagrada, todos os objetos que
representem a Cristo, e também os que Ele empregou para ilustrar a verdade.
Dessa maneira poderão aprender a vê-Lo na árvore e na videira, no lírio e na
rosa, no Sol e na estrela. Poderão aprender a ouvir a Sua voz no canto das aves,
no sussurro das árvores, no retumbante trovão, na música do mar. E todos os
objetos na natureza lhes repetirão Suas preciosas lições.
Aos que assim se familiarizam com Cristo, a Terra jamais será um lugar
solitário e desolado. Será a casa de seu Pai, repleta da presença dAquele que uma
vez habitou entre os homens. — Educação, 119-120. [238]

243
Em contato com a natureza, 19 de Agosto

Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles
cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Mateus 10:29 (NVI).

O grande Mestre colocava Seus ouvintes em contato com a natureza, a fim


de ouvirem a voz que fala em todas as coisas criadas; e quando o coração deles
se sensibilizava e o espírito se achava numa disposição de receptividade, Ele os
ajudava a interpretar os ensinos espirituais das cenas sobre que pousava seu olhar.
As parábolas por meio de que gostava de ensinar lições da verdade mostram quão
aberto se achava Seu espírito às influências da natureza, e como Ele Se deleitava
em tirar os ensinos espirituais do ambiente da vida diária.
As aves do céu, os lírios do campo, o semeador e a semente, o pastor e
as ovelhas — tais eram as coisas com que Cristo ilustrava a verdade imortal.
Ele tirava também ilustrações dos acontecimentos da vida, fatos da experiência
familiar aos ouvintes — o fermento, o tesouro escondido, a pérola, a rede de
pescar, a moeda perdida, o filho pródigo, a casa na rocha, e na areia. Em Suas
lições havia sempre algo que despertava o interesse das pessoas, que falava a todo
coração. Assim, a lida diária, em vez de ser mera rotina de labutas, despojada de
pensamentos elevados, iluminava-se e erguia-se pelas constantes lembranças de
coisas espirituais e invisíveis.
Dessa maneira devemos ensinar. Que aprendam as crianças a ver na natureza
uma expressão do amor e da sabedoria de Deus; que o pensamento a respeito
dEle se entrelace com pássaros, flores e árvores; que todas as coisas visíveis se
tornem para elas os intérpretes do invisível, e todos os acontecimentos da vida
sejam os meios para o ensino divino.
Aprendendo elas assim as lições que há em todas as coisas criadas, e em
todas as experiências da vida, mostrem que as mesmas leis que dirigem as coisas
na natureza e os fatos da vida são as que nos governam; que foram dadas para
o nosso bem, e que unicamente na obediência às mesmas podemos encontrar a
[239] verdadeira felicidade e êxito. — Educação, 102-103.

244
O fogo purificador, 20 de Agosto

Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da


aflição. Isaías 48:10.

Os fogos da fornalha não se destinam a destruir, antes a refinar, enobrecer


e santificar. Sem as provações não sentiríamos tanto nossa necessidade; e, con-
seqüentemente, nos tornaríamos orgulhosos e auto-suficientes. Nas provas que
lhe estão sobrevindo, posso vislumbrar evidências de que os olhos do Senhor
repousam sobre o irmão, e que Ele pretende aproximar você ainda mais de Si
próprio. Não são os sadios, senão os enfermos, que necessitam de médico; são
aqueles que procuram avançar para pontos quase insuportáveis os que necessitam
de um ajudador.
O fato de ser-nos pedido que suportemos aflições prova que o Senhor Jesus
vê em nós alguma coisa muito preciosa, que quer desenvolver. [...]
O ferreiro põe no fogo o ferro e o aço a fim de lhes provar a têmpera. O
Senhor permite que Seus escolhidos sejam postos na fornalha da aflição, a fim de
que Ele possa ver de que têmpera são feitos, e se Ele os pode moldar e adaptar
para a Sua obra.
É possível que, para a formação de nosso caráter, muito trabalho seja ainda
requerido e sejamos ainda pedra tosca que tem de ser burilada antes de poder
preencher dignamente seu lugar no templo de Deus. Não devemos nos surpreen-
der, pois, que, com o martelo e o cinzel, Deus Se ponha a desbastar as arestas
para ocuparmos o lugar que nos destina. Ser humano algum pode efetuar essa
obra. Só Deus a pode executar. E podemos estar certos de que nenhum golpe
será dado em falso. Todos os Seus golpes são dados com amor, para a nossa
felicidade perpétua. Ele conhece nossas fraquezas e trabalha para restaurar, não
para destruir.
Se surgem provações que parecem inexplicáveis, não devemos permitir que
nossa paz nos seja roubada. Conquanto sejamos tratados injustamente, não de-
monstremos raiva. Alimentando o espírito de represália, prejudicamo-nos a nós
mesmos. Destruímos nossa confiança em Deus e entristecemos o Espírito Santo.
Ao nosso lado está uma Testemunha, um Mensageiro celestial, que levantará o
estandarte contra o inimigo. Ele nos envolverá com os brilhantes raios do Sol da
Justiça. Além disso, Satanás não pode penetrar. Não pode atravessar esse escudo
de luz sagrada. — The Signs of the Times, 18 de Agosto de 1909. [240]

245
O artista mestre, 21 de Agosto

Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra


noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum
som. Salmos 19:2-3.

As coisas da natureza que agora contemplamos não nos dão senão uma
fraca idéia da glória do Éden. O pecado manchou a beleza da Terra; podem-
se ver em tudo os vestígios da obra do mal. Todavia, permanece muita coisa
bela. A natureza testifica de que Alguém, infinito em poder, grande em bondade,
misericórdia e amor, criou a Terra, enchendo-a de vida e alegria. Mesmo em
seu estado defeituoso, todas as coisas revelam a mão-de-obra do Artista por
excelência. Para onde quer que nos volvamos, podemos ouvir a voz de Deus, e
ver testemunhos de Sua bondade. [...]
As montanhas eternas falam-nos de Seu poder. As árvores, agitando os verdes
leques ao sol, e as flores em sua delicada beleza, apontam para seu Criador. O
verde vivo, que atapeta a bronzeada terra, fala do cuidado de Deus para com a
mais humilde de Suas criaturas. As profundezas do mar e as entranhas da terra
revelam-Lhe os tesouros. Aquele que pôs as pérolas no oceano e a ametista e o
crisólito entre as rochas é um amante do belo. O Sol que se ergue no firmamento
é um representante dAquele que é a vida e a luz de todos quantos foram por Ele
criados. Todo esplendor e beleza que adornam a Terra e Abrilhantam os Céus
falam de Deus. [...] Todas as coisas falam do Seu terno e paternal cuidado, e de
Seu desejo de tornar felizes os Seus filhos.
A poderosa força que opera em toda a natureza, e sustém todas as coisas,
não é, como fazem parecer alguns homens de ciência, unicamente um princípio
que tudo penetra, uma energia. Deus é Espírito; é, todavia, um Ser pessoal; pois
como tal Se tem Ele revelado: “O Senhor Deus é verdade; Ele mesmo é o Deus
vivo e o Rei eterno”. Jeremias 10:10. [...]
A mão-de-obra de Deus na natureza não é o próprio Deus na natureza. As
coisas da natureza são uma expressão do caráter e do poder de Deus; não devemos,
porém, considerá-la como Deus. A habilidade artística das criaturas humanas
produz obras muito belas, coisas que deleitam a vista; e essas coisas nos revelam
algo de seu autor; a obra feita não é, no entanto, seu autor. Não é a obra, mas o
obreiro, que é considerado digno de honra. Assim, ao passo que a natureza é uma
expressão do pensamento de Deus, não é a natureza, mas o Deus da natureza que
[241] deve ser exaltado. — A Ciência do Bom Viver, 411-413.

246
A generosidade da terra, 22 de Agosto

Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também
suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa
justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que,
por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. 2 Coríntios 9:10-11.

Assim como continuamente estamos recebendo as bênçãos de Deus, assim


devemos nós estar continuamente dando. Quando o Benfeitor celeste deixar de
nos dar, então poderemos ser desculpados; pois então nada teremos para dar.
Deus nunca nos deixou sem nenhuma evidência de Seu amor, pelo fato de nos
ter feito o bem. Ele nos dá chuva do céu e estações frutíferas, provendo-nos
abundantemente com Sua generosidade e enchendo nosso coração de alegria. Ele
declarou que “enquanto durar a Terra, não deixará de haver sementeira e ceifa,
frio e calor, verão e inverno, dia e noite”. Gênesis 8:22.
Cada momento somos mantidos pelo cuidado de Deus e sustentados pelo Seu
poder. Ele enche nossa mesa de alimento. Dá-nos sono pacífico e refrigerador.
Semanalmente traz-nos o sábado, a fim de que possamos descansar de nossos
trabalhos temporais e adorá-Lo em Sua própria casa. Deu-nos Sua Palavra, para
que fosse uma lâmpada para os nossos pés e uma luz para o nosso caminho.
Nas suas sagradas páginas, encontramos sábios conselhos; e, sempre que a Ele
elevamos nosso coração em contrição e fé, concede-nos as bênçãos de Sua graça.
Acima de tudo, está o dom infinito do querido Filho de Deus, através do qual
fluem todas as outras bênçãos para esta vida e para a vida vindoura.
Certamente que a bondade e a misericórdia nos seguirão a cada passo. Tão-
somente quando desejarmos que o Pai infinito deixe de nos conceder as Suas
bênçãos sobre nós, devemos nós impacientemente exclamar: Não há fim para
o dar? Não devemos, apenas, devolver fielmente a Deus os nossos dízimos,
que Ele reclama como Seus, mas também devemos trazer à Sua tesouraria um
tributo como oferta de gratidão. Com coração alegre levemos ao nosso Criador as
primícias de toda a Sua liberalidade — as nossas mais acariciadas posses, nosso
melhor e mais santo serviço. — The Review and Herald, 9 de Fevereiro de 1886. [242]

247
O mundo natural fala do criador, 23 de Agosto

Louvem-no os Céus e a Terra, os mares e tudo quanto neles se move.


Porque Deus salvará Sião e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão e
hão de possuí-la. Salmos 69:34-35.

A mesma energia criadora que trouxe o mundo à existência exerce-se ainda


na manutenção do Universo e continuação das operações da natureza. A mão
de Deus guia os planetas em sua marcha ordenada através dos céus. Não é por
causa de uma força inerente que a Terra, ano após ano, continua seu movimento
ao redor do Sol, e produz suas bênçãos. A Palavra de Deus governa os elementos.
Ele cobre os céus de nuvens, e prepara a chuva para a Terra. Torna frutíferos os
vales, e “faz produzir erva sobre os montes”. Salmos 147:8. É pelo Seu poder
que a vegetação floresce, que as folhas aparecem e desabrocham as flores.
Todo o mundo natural destina-se a ser um intérprete das coisas de Deus. Para
Adão e Eva, em seu lar edênico, a natureza estava repleta do conhecimento de
Deus, cheia de instrução divina. Para seus ouvidos atentos ela como que ecoava
a voz da sabedoria. A sabedoria falava aos olhos, e era recebida no coração; pois
eles entretinham comunhão com Deus por meio de Suas obras criadas. Logo que
o santo par transgrediu a lei do Altíssimo, o brilho da face de Deus apartou-se da
face da natureza. A natureza está hoje arruinada e contaminada pelo pecado. As
lições objetivas de Deus, porém, não estão obliteradas. Mesmo hoje, devidamente
estudada e interpretada, ela [a natureza] fala de seu Criador.
Assim como a verdade divina é revelada nas Escrituras Sagradas, de igual
modo é refletida, como por um espelho, na face da natureza; assim, pela criação,
devemos conhecer o Criador. O livro da natureza é um grande guia que devemos
usar em conexão com as Sagradas Escrituras, para ensinar a outros sobre Seu
caráter e reconduzir ovelhas perdidas ao redil de Deus. Ao estudarmos as obras
de Deus, o Espírito Santo faz raiar convicção na mente. [...]
A maneira mais eficaz de instruir os gentios que não conhecem a Deus é
mediante Suas obras. Deste modo, muito mais facilmente do que por qualquer
outro método, podem ser levados a compreender a diferença entre seus ídolos,
obras de suas próprias mãos, e o verdadeiro Deus, Criador do céu e da Terra. —
[243] Special Testimonies On Education, 58-60.

248
Descanso para o solo, 24 de Agosto

Seis anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás
os seus frutos. Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene
para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem
podarás a tua vinha. Levítico 25:3-4.

A Festa dos Tabernáculos, ou da colheita, com suas ofertas dos pomares e


campos, seus acampamentos durante uma semana em cabanas de ramos, suas
reuniões sociais, seu sagrado culto comemorativo, e com a generosa hospitali-
dade aos obreiros de Deus, ou seja aos levitas do santuário e a Seus filhos, os
estrangeiros e os pobres, reerguia todos os espíritos em gratidão para com Aquele
que tinha coroado o ano da Sua beneficência e cujos caminhos destilam bênçãos.
Em cada ano era totalmente ocupado um mês desta maneira, pelo israelita
devoto. Era um período isento de cuidados e trabalho e quase inteiramente
dedicado, no mais estrito sentido, aos fins da educação.
Distribuindo a herança a Seu povo, era o intento de Deus ensinar-lhes, e por
meio deles ao povo das gerações vindouras, princípios corretos a respeito da
posse da terra. A terra de Canaã foi dividida entre o povo todo, excetuando-se
apenas os levitas, como ministros do santuário. Conquanto qualquer um pudesse
por algum tempo dispor de suas posses, não poderia transferir a herança de seus
filhos. Ficava na liberdade de redimi-la em qualquer tempo que o pudesse fazer.
Perdoavam-se as dívidas em cada sétimo ano e, no qüinqüagésimo, ou o ano do
jubileu, toda propriedade territorial voltava ao seu dono original. Assim toda
família estava garantida em suas posses, e havia uma salvaguarda contra os
extremos ou da riqueza ou da pobreza. [...]
Uma providência mais vasta em favor da educação era a interrupção do tra-
balho agrícola a cada sétimo ano, ficando as terras abandonadas, sendo deixados
aos pobres os seus produtos espontâneos. Assim se oferecia oportunidade para
mais dilatado estudo, comunhão social e culto, bem como para o exercício da
beneficência, tantas vezes excluída pelos cuidados e trabalhos da vida.
Fossem observados no mundo hoje os princípios das leis de Deus relativas à
distribuição da propriedade, e quão diferente não seria a condição do povo!. —
Educação, 42-44. [244]

249
Os direitos dos pobres, 25 de Agosto

Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que


nele habitam. Salmos 24:1.

“No mês sétimo, aos dez do mês, [...] no dia da expiação”, soava a trombeta
do jubileu. Por toda a terra, onde quer que morasse o povo judeu, ouvia-se o som,
convidando a todos os filhos de Jacó a darem as boas-vindas ao ano da remissão.
No grande dia da expiação, oferecia-se reparação pelos pecados de Israel, e com
verdadeira alegria o povo recebia o jubileu.
Como no ano sabático, não se devia semear nem colher, e tudo que a terra
produzisse devia ser considerado propriedade lícita dos pobres. Certas classes
de escravos hebreus — todos os que não recebiam liberdade no ano sabático —
ficavam agora livres.
Mas aquilo que especialmente distinguia o ano do jubileu era a reversão de
toda a propriedade territorial à família do possuidor original. Por determinação
especial de Deus, a terra fora dividida por sorte. Depois que a divisão fora feita,
ninguém tinha a liberdade de negociar sua terra. Tampouco devia vendê-la, a
menos que a pobreza o compelisse a tal; e, então, quando quer que ele ou qualquer
de seus parentes desejasse resgatá-la, o comprador não devia recusar-se a vendê-
la; e, não sendo remida, reverteria ao seu primeiro possuidor ou seus herdeiros,
no ano do jubileu.
O povo devia ser impressionado com o fato de que era a terra de Deus que
se lhes permitia possuir por algum tempo; de que Ele era o legítimo possuidor,
o proprietário original, e de que desejava se tivesse consideração especial pelos
pobres e infelizes. A mente de todos devia ser impressionada com o fato de que
os pobres têm tanto direito a um lugar no mundo de Deus como o têm os mais
ricos.
Tais foram as disposições tomadas por nosso misericordioso Criador a fim de
diminuir o sofrimento, trazer algum raio de esperança, lampejar uma réstia de
luz na vida dos que são destituídos de bens e se acham angustiados. — Patriarcas
[245] e Profetas, 533-534.

250
A noite da terra, 26 de Agosto

Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e


os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e
eternamente. Daniel 12:3.

A obra que nos foi confiada é importante, e nela são necessários homens
sábios, abnegados, pessoas que compreendam o que significa dedicar-se a desin-
teressados esforços para salvar os perdidos. Mas não há necessidade do serviço de
homens mornos; pois tais pessoas Cristo não pode usar. Necessitam-se homens e
mulheres cujo coração se comova ante o sofrimento humano e cuja vida dê prova
de que estão recebendo e comunicando luz, vida e graça.
O povo de Deus deve aproximar-se de Cristo, em abnegação e sacrifício,
tendo como único alvo dar a todo o mundo a mensagem de misericórdia. Alguns
trabalharão de um modo, e outros de outro, conforme o Senhor os chamar e guiar.
Mas todos devem lutar juntos, procurar fazer do trabalho uma unidade perfeita.
Pela pena e pela viva voz devem trabalhar para Deus. A palavra da verdade,
impressa, deve ser traduzida para diferentes línguas e levada aos confins da Terra.
Meu coração muitas vezes fica sobrecarregado porque tantos que poderiam
trabalhar nada fazem. Agem como joguete das tentações de Satanás. De todo
membro de igreja que possui conhecimento da verdade se espera que trabalhe
enquanto é dia; porque vem a noite, quando ninguém poderá trabalhar. Em breve
haveremos de compreender o que significa essa noite. O Espírito de Deus está
sendo agravado a ponto de estar-Se retirando da Terra. As nações estão iradas
umas contra as outras. Vastos preparativos de guerra estão sendo feitos. A noite
está cada vez mais escura. Desperte a igreja e ponha-se a cumprir a obra que
lhe foi confiada. Todo crente, mais instruído ou menos preparado, pode levar a
mensagem.
Estende-se perante nós a eternidade. A cortina está para ser aberta. Em que
estamos pensando, para que assim nos apeguemos ao nosso amor egoísta pela
comodidade, enquanto por toda parte ao nosso redor perdidos estão a perecer?
Ficou completamente calejado o nosso coração? Não podemos ver nem compre-
ender que temos uma obra para fazer em favor de outros? Irmãos e irmãs, estamos
nós entre os que, tendo olhos, não vêem, e tendo ouvidos, não ouvem? Foi em
vão que Deus nos deu o conhecimento de Sua vontade? Foi em vão que Ele
nos enviou advertência após advertência da proximidade do fim? Acreditamos
nas declarações de Sua Palavra acerca do que está para sobrevir ao mundo?
Acreditamos que os juízos de Deus impendem sobre os habitantes da Terra?
Como, então, podemos ficar de braços cruzados, descuidosos e indiferentes? —
Testemunhos para a Igreja 9:26-27. [246]

251
O cultivo do solo, 27 de Agosto

E eis que a videira [...] em boa terra, à borda de muitas águas, estava [...]
plantada, para produzir ramos, e dar frutos, e ser excelente videira.
Ezequiel 17:7-8.

O sistema do dízimo foi instituído pelo Senhor como o melhor arranjo para
ajudar as pessoas a executarem os princípios da lei. Se essa lei fosse obedecida,
às pessoas seria confiada toda a vinha, toda a terra. [...]
Os seres humanos deviam cooperar com Deus na restauração da saúde da
doentia terra, para que esta rendesse louvor e glória ao Seu nome. E conforme a
terra que possuíam, se manejada com habilidade e zelo, produzisse seus tesouros,
de igual modo seus corações, se controlados por Deus, refletiriam Seu caráter.
[...]
Nas leis que Deus deu para o cultivo do solo, Ele estava dando ao povo a
oportunidade de vencer o egoísmo e pensar nas coisas celestiais. Canaã seria
para eles como o Éden se obedecessem à palavra de Deus. Através deles o
Senhor planejava ensinar todas as nações do mundo como cultivar o solo para
que produzisse fruto saudável, sem doenças. A terra é a vinha do Senhor, e deve
ser tratada conforme o Seu plano. Os que cultivavam o solo deviam perceber
que estavam fazendo a obra de Deus. Estavam em seu terreno e lar exatamente
como os homens chamados para ministrar no sacerdócio e na obra associada ao
tabernáculo. Deus disse ao povo que os levitas eram um presente para eles e,
não importava qual a sua ocupação, deviam ajudar a sustentá-los. — SDABC,
1:1112.
Por desobediência a Deus, Adão e Eva perderam o Éden, e por causa do
pecado toda a Terra foi amaldiçoada. Mas se o povo de Deus seguisse as ins-
truções, sua terra seria restaurada à fertilidade e beleza. Deus mesmo lhes dera
ensinos quanto à cultura do solo, e deveriam cooperar em sua restauração. Assim,
toda a Terra, sob a direção de Deus, se tornaria uma lição objetiva da verdade
espiritual. Assim como, em obediência às leis naturais, a terra deve produzir seus
tesouros, da mesma forma, como em obediência à Sua lei moral o coração do
povo deveria refletir os atributos de Seu caráter em obediência à Sua lei moral.
Até os pagãos reconheceriam a superioridade dos que servem e adoram o Deus
[247] vivo. — Parábolas de Jesus, 289.

252
Fonte inesgotável de instrução, 28 de Agosto

Onde você estava quando lancei os alicerces da Terra? Responda-Me, se é


que você sabe tanto. Quem marcou os limites das suas dimensões? Talvez
você saiba! E quem estendeu sobre ela a linha de medir? Jó 38:4, 5 (NVI).

Aos cuidados de Adão e Eva foi confiado o jardim, “para o lavrar e o guardar”.
Gênesis 2:15. Conquanto fossem ricos em tudo que o Possuidor do Universo
pudesse proporcionar, não deveriam estar ociosos. Foi-lhes designada uma útil
ocupação, como uma bênção, para fortalecer-lhes o corpo, expandir a mente e
desenvolver o caráter.
O livro da natureza, que estendia suas lições vivas diante deles, ministrava
uma fonte inesgotável de instrução e deleite. Em cada folha da floresta, ou pedra
das montanhas, em cada estrela brilhante, na terra, no mar e no céu, estava escrito
o nome de Deus. Tanto com a criação animada como com a inanimada; ou seja,
com a folha, flor e árvore, e com todos os viventes desde o leviatã das águas
até ao ser microscópico em um raio de luz, entretinham os habitantes do Éden
conversa, juntando de cada um o segredo de seu viver. A glória de Deus nos
céus, os incontáveis mundos nas suas sistemáticas revoluções, o “equilíbrio das
grossas nuvens” (Jó 37:16), os mistérios da luz e do som, do dia e da noite —
tudo era objeto para estudo, aos alunos da primeira escola terrestre. [...]
Ao sair das mãos do Criador, não somente o Jardim do Éden, mas a Terra
toda era eminentemente bela. Mancha alguma do pecado, nem sombra de morte,
deslustravam a linda criação. A glória de Deus cobria “os céus, e a Terra encheu-
se do Seu louvor”. Habacuque 3:3. [...]
O Jardim do Éden era uma representação do que Deus desejava se tornasse
a Terra toda; e era Seu intuito que, à medida que a família humana se tornasse
mais numerosa, estabelecesse outros lares e escolas semelhantes à que Ele havia
dado. Dessa maneira, com o correr do tempo, a Terra toda seria ocupada com
lares e escolas em que as palavras e obras de Deus seriam estudadas e onde os
estudantes mais e mais ficariam em condições de refletir pelos séculos sem fim a
luz do conhecimento de Sua glória. — Educação, 21-22. [248]

253
O solo do coração, 29 de Agosto

Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o


campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha,
e chova a justiça sobre vós. Oséias 10:12.

Quero encorajar aos que estão em posições de responsabilidade que despertem


para o seu dever, e que não coloquem em perigo a causa da presente verdade
empregando homens e mulheres ineficientes para fazer a obra de Deus. Queremos
aqueles que estão dispostos a ir para novos campos e fazer o serviço difícil para
o Senhor.
Lembro-me de ter ido visitar Iowa ao tempo em que o país era novo, e vi
os fazendeiros revolvendo o solo novo. Observei que usavam pesadas juntas
de bois, e faziam tremendos esforços para fazerem sulcos profundos, mas os
trabalhadores adquiriam resistência e músculos pelo exercício de suas faculdades
físicas. Tornará fortes nossos jovens o irem para campos novos, e cultivar o
campo não cultivado de corações humanos. Essa obra os levará para mais perto
de Deus. Ela os ajudará a ver que, de si mesmos, são de todo ineficientes, que
devem ser por completo do Senhor. [...]
Aconselho-os a usarem colírio, para que possam discernir o que Deus quer
que façam. Muitos sermões sem Cristo têm sido pregados. Uma exibição de
palavras sem poder apenas confirma as pessoas em sua apostasia. Que Deus nos
ajude, para que Seu Espírito seja manifesto entre nós. Não devemos esperar até
chegarmos ao lar para obter as bênçãos do Céu. Os pastores devem começar aqui
mesmo a buscar a Deus com o povo e a trabalhar do ponto de vista certo. Aqueles
que estão no trabalho por muito tempo têm estado extremamente satisfeitos em
esperar pelo derramamento da chuva serôdia para lhes reavivar.
Nós somos o povo que, como João, deve preparar o caminho para o Senhor;
e, se estamos preparados para a segunda vinda de Cristo, devemos trabalhar com
toda diligência para preparar outros para o segundo advento de Cristo, como
fez o precursor de Cristo para o Seu primeiro advento, chamando homens e
mulheres ao arrependimento. [...] Que Deus nos ajude a buscar as Escrituras por
nós mesmos, e quando todos nós estivermos cheios da verdade de Deus, ela fluirá
[249] como água de uma fonte viva. — The Review and Herald, 8 de Outubro de 1889.

254
Eficiência e consagração, 30 de Agosto

Quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a


verdade; porque não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. João 16:13.

Cada dia que passa nos leva para mais perto do fim. Mas, leva-nos, também,
para mais perto de Deus? Estamos vigilantes em oração? As pessoas com quem
nos associamos dia a dia precisam de nosso auxílio, nossa guia. Podem estar em
tal estado de espírito que uma palavra oportuna lhes seja, pela atuação do Espírito
Santo no coração, como um ponto de apoio em lugar firme. Amanhã, talvez,
algumas dessas pessoas possam estar onde nunca mais as poderemos alcançar.
Qual é a nossa influência sobre esses companheiros de jornada? Que esforço
estamos fazendo para ganhá-los para Cristo?
O tempo é breve, e nossas forças têm que ser organizadas para produzir
uma obra maior. Há necessidade de obreiros que compreendam a grandeza do
trabalho, e nele se empenhem, não por amor ao salário que recebem, mas por
saberem da proximidade do fim. O tempo demanda maior eficiência e mais
profunda consagração. Oh! estou tão preocupada com esse assunto que clamo a
Deus: “Suscita e envia mensageiros possuídos do sentimento de responsabilidade,
mensageiros em cujo coração tenha sido crucificada a idolatria do próprio eu, a
qual faz parte do fundamento de todo pecado.” [...]
Pondo em Deus nossa confiança, devemos avançar constantemente, fazendo
Sua obra com abnegação, com humilde confiança nEle, submetendo-nos, bem
como nosso presente e futuro a Sua sábia providência, conservando firme o
princípio de nossa confiança até o fim, lembrando que não é pelos nossos mere-
cimentos que recebemos as bênçãos do Céu, mas pelos méritos de Cristo e por
nossa aceitação da abundante graça de Deus, através da fé nEle. — Testemunhos
para a Igreja 9:27, 29. [250]

255
A lei da administração divina, 31 de Agosto

Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo:
erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. João
4:35.

O poder humano não estabeleceu a obra de Deus, nem tem o humano poder
para destruí-la. Para os que levam avante a Sua obra enfrentando dificuldade e
oposição, Deus dará a guia e a guarda constantes dos Seus santos anjos. Sua obra
na Terra nunca cessará. A construção do templo espiritual prosseguirá, até ficar
terminada e ser trazida a pedra angular, com brados de “Graça, graça a ela”.
O cristão deve ser um benefício aos outros. Assim ele mesmo será benefi-
ciado. “Quem dá a beber será dessedentado”. Provérbios 11:25. Essa é a lei da
administração divina — lei pela qual Deus determina que as torrentes de benefi-
cência sejam mantidas, quais águas do grande abismo, em constante circulação,
retornando perpetuamente a sua fonte. Na fidelidade a essa lei reside o poder das
missões cristãs.
Fui instruída que, em todos os lugares, através de sacrifício próprio e ur-
gentes esforços, onde foram providenciados locais para o estabelecimento e o
desenvolvimento da obra, e o Senhor a fez prosperar, os que estão nesses lugares
devem dar de seus meios para ajudar os servos de Deus que foram enviados para
novos campos. Onde a obra foi estabelecida sobre uma boa fundação, os crentes
devem se sentir na obrigação de ajudar os que estão em necessidade, transferindo,
ainda que com grande sacrifício, uma porção ou recursos correspondentes aos
que foram investidos em favor da obra em sua localidade. É dessa maneira que
o Senhor providenciou para que Seu trabalho cresça. Essa é a correta lei da
[251] restituição. — Testemunhos para a Igreja 7:170.

256
Setembro
Testemunhas de Cristo, 1 de Setembro

Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor, o Meu servo a quem escolhi;
para que o saibais, e Me creiais, e entendais que sou Eu mesmo, e que
antes de Mim Deus nenhum se formou, e depois de Mim nenhum haverá.
Isaías 43:10.

Satanás está constantemente desviando a atenção da fidelidade e aplicação


nas obras essenciais de preparação para o grande evento que provará a alma
de todo homem. A obra no santuário celestial está sendo levada avante. Jesus
está purificando o santuário. A obra na Terra corresponde à obra no Céu. Os
anjos celestiais devem atuar constantemente para levar o homem, o instrumento
vivente, a olhar para Jesus, contemplá-Lo e meditar sobre Ele, a fim de poder,
em face à perfeição de Cristo, ficar impressionado com as imperfeições de Seu
próprio caráter. O Confortador prometido, Cristo [...] declarou: “dará testemunho
de Mim”. João 15:26. Essa é a essência da mensagem para este tempo. [...]
Falem como Cristo falou. Trabalhem como Cristo trabalhou. Precisamos olhar
para Cristo e viver. Ao mantermos em vista Seu amor, ansiaremos por praticar as
virtudes e a justiça dEle. É contemplando a Cristo que nos moldamos segundo a
Sua imagem, e ao renunciar ao eu — entregando o coração totalmente a Cristo
para que Seu Espírito o refine, enobreça e eleve — estaremos em íntima ligação
com o mundo futuro, que é banhado pelos brilhantes raios do Sol da Justiça.
Regozijamo-nos com indescritível alegria e glória plena. Somos então ordenados
a ir a outras cidades e vilas falar das boas-novas, com coração totalmente aceso
pelo amor divino, até mesmo àqueles que estão distantes e a todos quantos o
Senhor nosso Deus chamar.
Falem a outros das benditas verdades de Sua Palavra e, ao obedecerem às
palavras de Cristo, prossigam em Seu amor. Como Ele nos exorta, pelo amor
que por Ele temos, a guardar Seus mandamentos. Ele o faz não para induzir-
nos a realizar coisas impossíveis, mas porque sabe o que significa observar os
mandamentos de Seu Pai. Ele deseja que toda pessoa que ouve o Seu convite
possa transmiti-lo a outros, e receber Seus mais preciosos dons, pois sabe que,
ao guardarmos os mandamentos de Deus, não nos tornamos escravizados, mas
[252] sim livres mediante o sangue de Jesus Cristo.. — Olhando Para O Alto, 344.

258
O dever de testemunhar, 2 de Setembro

Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas


testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até
aos confins da Terra. Atos 1:8.

Meu coração alegrou-se ao ver entre os conversos tantos moços e moças, com
o coração enternecido e abrandado pelo amor de Jesus, reconhecendo a boa obra
operada por Deus em prol de sua salvação. Foi realmente uma ocasião preciosa.
“Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da
salvação”. Romanos 10:10. [...]
É essencial que esses recém-chegados à fé tenham o senso de sua obrigação
para com Deus, que os chamou para o conhecimento da verdade e encheu-lhes o
coração de Sua sagrada paz, para que exerçam uma influência santificadora sobre
todos aqueles com quem se relacionam. “Vós sois as Minhas testemunhas, diz o
Senhor”. Isaías 43:10.
A cada um Deus confiou a obra de tornar conhecida Sua salvação ao mundo.
Na religião verdadeira não há nada de egoísta ou exclusivo. O evangelho de Cristo
é difusivo e dinâmico. É descrito como o sal da terra, o fermento transformador,
a luz que brilha nas trevas. É impossível reter o favor e o amor de Deus e manter
comunhão com Ele, não sentindo responsabilidade pelas pessoas pelas quais
Cristo morreu, que se acham em erro e trevas, perecendo em seus pecados.
Se os que professam ser seguidores de Cristo deixam de brilhar como luzes
no mundo, o poder vital se retirará deles, e se tornarão frios e sem espírito cristão.
Estará sobre eles a fascinação da indiferença, um torpor de alma semelhante ao da
morte, que farão com que sejam corpos mortos, ao invés de vivos representantes
de Jesus. Todos devem levar a cruz e, com modéstia, mansidão e humildade de
espírito, assumir os deveres que lhes foram dados por Deus, fazendo esforços
pessoais em favor dos que os rodeiam, os quais necessitam de auxílio e luz.
Todos os que aceitarem esses deveres terão preciosa e variada experiência,
seu próprio coração vibrará de fervor, e serão fortalecidos e estimulados, para
renovados e perseverantes esforços a fim de desenvolver sua própria salvação
com temor e tremor, porque Deus é quem neles efetua tanto o querer como o
realizar, segundo a Sua boa vontade. — The Review and Herald, 21 de Julho de
1891. [253]

259
Luz e esperança, 3 de Setembro

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus. Mateus 5:16.

O serviço prático será muito mais eficiente do que meramente pregar ser-
mões. Devemos alimentar o faminto, vestir o nu e asilar o desabrigado. E somos
chamados para fazer mais do que isto. As necessidades da alma só o amor de
Cristo pode satisfazer. Se Cristo em nós habitar, nosso coração estará cheio de
simpatia divina. Abrir-se-ão as fontes cerradas do zeloso amor cristão.
Deus requer não somente as nossas dádivas para os necessitados, mas também
nosso semblante amável, nossas palavras de esperança, nosso cordial aperto de
mão. Quando curava os doentes, Cristo punha sobre eles as mãos. Também
devemos achegar-nos em contato íntimo com quem procuramos beneficiar.
Muitos há que não têm mais esperança. Dêem-lhes novamente a luz do Sol.
Muitos perderam o ânimo. Digam-lhes palavras de conforto. Orem por eles. Há os
que carecem do pão da vida. Leiam para eles a Palavra de Deus. Muitos padecem
de uma enfermidade da alma que bálsamo nenhum pode restaurar, médico algum
curar. Orem por essas pessoas, encaminhem-nas a Jesus. Contem-lhes que há um
bálsamo e um Médico em Gileade. [...]
A mensagem de esperança e misericórdia tem que ser levada aos confins da
Terra. [...] Não mais devem os pagãos estar envoltos em trevas da meia-noite. A
escuridão deve desaparecer diante dos brilhantes raios do Sol da Justiça. O poder
do inferno foi vencido.
Mas ninguém pode dar aquilo que não possui. Na obra de Deus, a humanidade
nada pode originar. [...] Vertido pelos mensageiros celestes nos tubos de ouro, para
ser conduzido do áureo vaso às lâmpadas do santuário, o dourado óleo produzia
luz contínua, clara e brilhante. O amor de Deus, continuamente transmitido ao
homem, é que o habilita a comunicar luz. O áureo óleo do amor corre livremente
no coração de todos os que pela fé estão unidos a Deus, para resplandecer
novamente em boas obras, em serviço real e sincero para Ele. — Parábolas de
[254] Jesus, 417-419.

260
É necessário crucificar o eu, 4 de Setembro

Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como
testemunha para que testificasse a respeito da Luz, a fim de todos virem a
crer por intermédio dele. João 1:6-7.

A palavra de Deus para nós é: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é
o vosso Pai celeste”. Mateus 5:48. Ele roga que todos crucifiquem o eu. Os que
lhe atendem ficam cada vez mais fortes nEle. Aprendem diariamente de Cristo e,
quanto mais aprendem, maior é o seu desejo de edificar o reino de Deus ajudando
seu próximo. Quanto mais luz recebem, maior é o desejo de iluminar aos outros.
Quanto mais falam com Deus, menos vivem para si mesmos. Quanto maior seus
privilégios, oportunidades e facilidades para a obra cristã, maior é a obrigação
que sentem de trabalhar pelos outros.
A natureza humana está sempre lutando por se manifestar. A pessoa que
é aperfeiçoada em Cristo deve primeiro ser esvaziada do orgulho e da auto-
suficiência. Então haverá silêncio no coração e a voz de Deus pode ser ouvida.
Assim o Espírito poderá encontrar livre acesso. Deixe Deus trabalhar em e através
de você. Então você poderá dizer com Paulo: “Logo, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2:20. Mas até que o eu seja sacrificado no
altar, até que deixemos o Espírito Santo nos moldar e nos formar à semelhança
divina, não podemos alcançar o ideal de Deus para nós.
Cristo disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.
João 10:10. Esta é a vida que precisamos ter, e precisamos tê-la abundante. Deus
insuflará esta vida em toda vida que morrer para o próprio eu e viver para Cristo.
Requer-se, porém, inteira renúncia de si mesmo. A menos que isso aconteça,
levamos conosco o mal que destrói nossa felicidade.
O Senhor necessita de homens e mulheres que levem com eles na vida
diária a luz de um exemplo piedoso, homens e mulheres cujas palavras e ações
mostrem que Cristo está habitando no coração, ensinando, conduzindo e guiando.
Ele precisa de homens e mulheres de oração, que, ao lutarem junto com Deus,
obtenham a vitória sobre o eu, e então saiam para comunicar aos outros o que
eles receberam da Fonte de poder.. — The Signs of the Times, 9 de Abril de
1902. [255]

261
Filhos de Deus, 5 de Setembro

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos
chamados filhos de Deus [...] Por essa razão, o mundo não nos conhece,
porquanto não O conheceu a Ele mesmo. 1 João 3:1.

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que


haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes
a Ele, porque haveremos de vê-lo como Ele é. E a si mesmo se purifica todo o
que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro”. 1 João 3:2-3.
Nesse texto bíblico estão retratados os privilégios cristãos que são compreen-
didos apenas por um número relativamente pequeno de pessoas. Cada um deve se
tornar familiarizado com as bênçãos que Deus tem nos oferecido em Sua Palavra.
Ele nos tem dado muitas certezas quanto ao que deseja fazer por nós. E tudo o
que Ele prometeu se torna possível através do sacrifício de Cristo em nosso favor.
João Batista testemunhou dAquele através de quem podemos nos tornar filhos
e filhas de Deus. [...] “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu nome”. João 1:12.
A filiação divina não é qualquer coisa que obtenhamos por nós mesmos.
Unicamente aos que recebem Cristo como seu Salvador é dado o poder de
tornarem-se filhos e filhas de Deus. O pecador não pode, por nenhum poder a ele
inerente, livrar-se do pecado. Para conseguir isso, ele precisa olhar a um Poder
mais alto. João exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado”. João
1:29. Unicamente Cristo possui poder de purificar o coração. Aquele que busca o
perdão e aceitação só pode dizer: “O preço do resgate eu não o tenho; à Tua cruz,
somente, eu me sustenho.”
Mas a promessa de filiação é feita a todos quantos “crêem no Seu nome”.
Todo aquele que vai ter com Jesus em fé, receberá perdão. Assim que o penitente
busca a ajuda do Salvador para abandonar o pecado, o Santo Espírito começa
Sua obra transformadora no coração. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus”. João 1:12.
Que incentivo para maior esforço este deve ser para todos que estão tentando
levar a esperança do evangelho aos que ainda se encontram nas trevas do erro.. —
[256] The Review and Herald, 3 de Setembro de 1903.

262
A cooperação dos anjos, 6 de Setembro

DEle todos os profetas dão testemunho de que, por meio de Seu nome,
todo aquele que nEle crê recebe remissão de pecados. Atos 10:43.

Deus atua através de agentes celestes para que os que conhecem a verdade
possam ser colocados em contato com pessoas que necessitam de luz e conheci-
mento. Leia o décimo capítulo de Atos. O Deus do Céu olhou para a devoção
e piedade de Cornélio. Ele testemunhou suas orações e seus atos de caridade, e
observou o poder de sua influência. Desejou dar-lhe luz a respeito da missão de
Cristo e uni-lo com Sua obra.
O Senhor mandou seu anjo para anunciar isso a Cornélio, e para colocá-lo
em contato com o apóstolo Pedro. O anjo disse a Cornélio apenas onde Pedro
morava, e lhe declarou: “Ele lhe dirá o que você deve fazer”. Atos 10:6. Então um
anjo foi enviado a Pedro para remover suas dúvidas quanto à conduta de pregar
para os gentios. “Ao que Deus purificou não consideres comum.” Enquanto Pedro
estava ponderando a respeito da misteriosa revelação que lhe fora dada, o Espírito
lhe disse: “Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, [...] e vai com eles,
não duvidando; porque Eu os enviei”. Atos 10:19-20.
Que história incrível para nos mostrar que o Céu está em intima ligação com
o nosso mundo. Na escada que Jacó viu, anjos de Deus subiam e desciam. Deus
estava acima da escada, e raios de luz e glória estavam brilhando em toda a
extensão entre o Céu e a Terra. Essa linha de comunicação continua aberta.
E qual foi o resultado do procedimento de Deus para com Cornélio? Leia a
preciosa história, aprenda, e louve a Deus, pois essa lição é para nós. [...] E Deus
“nos mandou pregar ao povo e testificar que Ele é quem foi constituído por Deus
Juiz de vivos e de mortos. DEle todos os profetas dão testemunho de que, por
meio de Seu nome, todo aquele que nEle crê recebe remissão de pecados”. Atos
10:42-43.
Quando Pedro falou essas coisas, o Espírito Santo desceu sobre a congregação
e as pessoas foram batizadas em nome do Senhor. Assim foi estabelecido em
Cesárea um grupo de crentes cristãos para erguer a luz da verdade.
Essa é a obra que deve ser realizada hoje. Nós temos uma mensagem para
levar às pessoas. [...] Cristo declara: “Eu sou o pão da vida; o que vem a Mim
jamais terá fome; e o que crê em Mim jamais terá sede. [...] Todo aquele que o
Pai Me dá, esse virá a Mim; e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei
fora”. João 6:35, 37. — Australasian Union Conference Record, 1 de Janeiro de
1900. [257]

263
Discrição ao testemunhar, 7 de Setembro

Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A
vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais
como vos convém responder a cada um. Colossenses 4:5-6.

É verdade que nos é ordenado: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta
a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de
Jacó, os seus pecados”. Isaías 58:1. Essa mensagem tem de ser dada, mas, apesar
disso, devemos ter o cuidado de não acusar, constranger e condenar os que não
possuem a luz que possuímos. [...]
Os que têm grandes privilégios e oportunidades, e que não têm aproveitado
suas faculdades físicas, mentais e morais, mas antes vivido para agradar a si
mesmos e se têm recusado a desempenhar sua responsabilidade, esses estão em
maior perigo e em maior condenação diante de Deus, do que os que se acham
em erro no que respeita à doutrina, mas, não obstante, procuram viver para fazer
bem aos outros.
Não censuremos os outros; não os condenemos. Se permitirmos que consi-
derações egoístas, raciocínio falso e falsas desculpas nos levem a um perverso
estado de espírito e coração, de maneira que não saibamos os caminhos e a
vontade de Deus, seremos muito mais culpados do que um pecador declarado.
Precisamos ser cautelosos para não condenar os que, diante de Deus, são menos
culpados do que nós.
Que todos conservem em mente que, em nenhuma situação, devemos convi-
dar a perseguição. Não devemos utilizar palavras ásperas e cortantes. Que tais
palavras sejam mantidas longe de qualquer artigo escrito ou de qualquer discurso
proferido. Seja a Palavra de Deus que repreenda e corrija[...]
Está por ocorrer um tempo de angústia como nunca houve desde que existe
nação. É nosso trabalho retirar de todas as nossas apresentações qualquer coisa
que tenha o sabor de retaliação ou desafio, aquilo que poderia causar ações contra
igrejas ou indivíduos, pois esse não é o caminho nem o método de Cristo.
O fato de que o povo de Deus, que conhece a verdade, haver fracassado
em cumprir seu dever de acordo com a luz oferecida na Palavra de Deus, torna
necessário que tomemos mais cuidado, a fim de que não venhamos a ofender os
descrentes antes que tenham a oportunidade de ouvir as razões de nossa fé em
[258] relação ao sábado e ao domingo. — Testemunhos para a Igreja 9:243-244.

264
O momento de trabalhar para Cristo, 8 de Setembro

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos,


pela Sua manifestação e pelo Seu reino: Prega a palavra, insta, quer seja
oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade
e doutrina. 2 Timóteo 4:1-2.

Que uso têm vocês feito do dom de Deus? Ele lhes disponibilizou a força
motivadora para a ação, de modo que com paciência, esperança e vigilância
incansável vocês possam apresentar a Cristo, o crucificado, apelando para que as
pessoas se arrependam dos seus pecados, e fazendo soar a nota de advertência de
que Cristo logo deverá vir com poder e grande glória.
Se os membros da igreja [...] não despertarem agora e não forem trabalhar
em campos missionários, eles cairão em sonolência mortal. De que modo o
Espírito Santo trabalhou em seu coração? [...] Não foram vocês inspirados a
exercitar os talentos que Deus lhes deu, os quais todo homem, mulher e jovem
deveria empregar para repartir a verdade para este tempo, fazendo esforços
pessoais, entrando nas cidades onde a verdade nunca foi proclamada, e elevando
o estandarte?
Não foram as suas energias aumentadas pelas bênçãos que Deus derramou
profusamente sobre vocês? Não foi a verdade claramente gravada em seu cora-
ção? Não conseguem vocês ver mais claramente a sua importância para os que
estão perecendo sem Cristo? Desde a manifesta revelação da bênção de Deus,
estão vocês testemunhando em favor de Cristo mais distinta e decididamente que
em qualquer ocasião anterior?
O Espírito Santo colocou em sua mente as importantes e vitais verdades
para este tempo. Será correto embalar e esconder na terra esse conhecimento?
Não, não. Deve ser colocado junto aos mercadores. Conforme o homem usa os
seus talentos, embora pequenos, com fidelidade, o Espírito Santo toma as coisas
de Deus e as apresenta como algo novo à mente. Por meio do Espírito, Deus
faz de Sua Palavra um poder vivificador. É rápida e poderosa, exercendo uma
forte influência sobre a mente, não por causa do conhecimento ou inteligência
do agente humano, mas porque o Poder divino está atuando junto com o poder
humano. E é ao poder divino que todo louvor deve ser dado. — Testemunhos
para a Igreja 8:54-55. [259]

265
Cristianismo prático, 9 de Setembro

Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não


dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua
mãe. Marcos 10:19.

Homens que não admitem as reivindicações da lei de Deus, que são tão claras,
geralmente seguirão uma conduta ilegal; mas têm há tanto tempo se aliado ao
grande rebelde em guerrear contra a lei de Deus, que é o fundamento de Seu
governo no Céu e na Terra, que estão acostumados com este trabalho. Em sua
luta não abrirão os olhos nem a consciência à luz. Fecham os olhos, com receio
de serem iluminados.
Seu caso é tão sem esperança como o foi o dos judeus que não queriam ver a
luz que Cristo lhes trouxera. As maravilhosas evidências que Ele lhes dera de
Seu caráter messiânico nos milagres que fez, curando os doentes, ressuscitando
os mortos e fazendo as obras que nenhum outro homem tinha feito ou podia
fazer, em vez de enternecer e subjugar-lhes o coração, e vencer seus preconceitos
ímpios, os inspiraram com ódio e fúria satânicos como Satanás possuía ao ser
expulso do Céu. Quanto maior luz e evidência tinham, tanto maior era seu ódio.
Estavam decididos a extinguir a luz condenando Cristo à morte. [...]
Devemos abraçar toda oportunidade de apresentar a verdade em sua pureza
e simplicidade onde houver qualquer desejo ou interesse para ouvir as razões
de nossa fé. Aqueles que têm se demorado mais sobre as profecias e os pontos
teóricos de nossa fé devem sem demora tornar-se estudantes da Bíblia sobre
assuntos práticos. Devem tomar um gole maior na fonte da verdade divina.
Devem estudar cuidadosamente a vida de Cristo e Suas lições de piedade prática,
dadas para o benefício de todos e para serem a norma do viver correto para todos
os que venham a crer em Seu nome. Devem estar imbuídos do espírito de seu
grande Modelo e ter uma percepção elevada da vida consagrada de um seguidor
[260] de Cristo. — Testemunhos para a Igreja 3:213, 214.

266
Soldados ativos, 10 de Setembro

O Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu


intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a
ouvissem. 2 Timóteo 4:17.

Decidam, não em sua própria força, mas na força e graça concedidas por
Deus, que vocês consagrarão a Ele agora, sem deixar passar mais tempo, todo
poder e toda habilidade. Então vocês seguirão a Jesus porque Ele o solicita, e
vocês não perguntarão para onde, ou que recompensa lhes será dada. Tudo estará
bem com vocês porque estarão obedecendo à ordem: “Segue-Me.” Sua parte é
conduzir outros à luz através de esforços insistentes e fiéis. Sob a proteção do
Líder divino, devem realizar e agir, sem hesitação por um só momento.
Quando vocês morrerem para o eu, quando se renderem a Deus para fazer
o Seu trabalho, para deixar que a luz que lhes foi dada brilhe em boas obras,
não trabalharão sozinhos. A graça de Deus está a postos para cooperar com cada
esforço para iluminar os ignorantes e os que não sabem que o fim de todas as
coisas está tão perto.
Mas Deus não realizará a obra em lugar de vocês. A luz pode até brilhar em
abundância, mas a graça dada só converterá seu coração na medida em que ela
os despertar para cooperarem com as providências divinas. O chamado é para
que usem a armadura cristã e entrem no serviço de Deus como soldados ativos.
O poder divino vai cooperar com o esforço humano para quebrar a magia do
encantamento mundano que o inimigo lança sobre as pessoas. [...]
Deixem que o coração seja atraído em amor pelas pessoas que perecem.
Obedeçam aos impulsos dados pelo Céu. Não entristeçam o Espírito Santo
através da demora. Não resistam aos métodos de Deus para recuperar pessoas
imersas em pecado. A todo homem, de acordo com suas várias habilidades, é
determinada uma atividade. Façam o melhor, e Deus aceitará seus esforços. —
Testemunhos para a Igreja 8:55-56. [261]

267
O clamor dos necessitados, 11 de Setembro

O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o
fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Mateus
25:40.

Enquanto, em Sua providência, Deus tem carregado a Terra com Suas bênçãos,
e enchido seus tesouros com os confortos da vida, não existe desculpa, seja qual
for, para permitir que a casa do tesouro do Senhor fique vazia. Os cristãos não
são desculpados por permitirem que o clamor das viúvas e as orações dos órfãos
subam ao Céu em virtude de sua penosa necessidade, enquanto uma liberal
Providência colocou nas mãos desses cristãos abundância para suprimento de
suas necessidades.
Não permitamos que o clamor das viúvas e dos órfãos atraia sobre nós, como
um povo, a vingança do Céu. No professo mundo cristão o que é gasto em
extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, daria para suprir as necessidades
de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses
professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do
necessário alimento nem do vestuário confortável.[...]
Vemos senhoras que professam piedade usando elegantes correntes de ouro,
colares, anéis e outras jóias [...] enquanto a necessidade está à espreita nas ruas e
os sofredores e desamparados estão por toda parte. Isto não lhes interessa, não
lhes desperta a simpatia; mas chorarão pelo sofrimento imaginário descrito no
mais recente romance. Não têm ouvidos para o pranto dos necessitados, nem
olhos para contemplar os corpos frios e quase despidos de mulheres e crianças ao
seu redor. Consideram a real carência como uma espécie de crime, e afastam-se
do sofrimento da humanidade como que de uma doença contagiosa. Para estas,
Cristo dirá: “Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me
destes de beber; [...] achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me”. Mateus
25:42-43.
Mas, por outro lado, Cristo diz aos justos: “Porque tive fome, e me destes de
comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu,
e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”. Mateus 25:35-
36. [...] Desse modo Cristo identifica Seus interesses com os da humanidade
sofredora. Atos de amor e caridade feitos ao sofredor são como se fossem feitos
[262] a Ele mesmo. — The Review and Herald, 21 de Novembro de 1878.

268
Capacidade para testemunhar, 12 de Setembro

Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do


Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Atos 4:33.

Qual foi o resultado do derramamento do Espírito no dia do Pentecostes? As


boas-novas de um Salvador ressuscitado foram levadas até as mais longínquas
partes do mundo habitado. O coração dos apóstolos estava repleto de uma be-
nevolência tão profunda, mas tão profunda, que os impeliu a testificar até aos
confins da Terra. Deus os proibiu de gloriar-se a não ser na salvação de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Ao proclamarem a verdade tal como é em Jesus, corações se rendiam ao
poder da mensagem. A igreja viu conversos a ela afluírem de todas as direções.
Pessoas apostatadas, de novo se converteram. Pecadores uniam-se aos cristãos
em busca da pérola de grande preço. Os que haviam sido os mais fortes oponentes
do evangelho tornaram-se os seus campeões. [...] A única ambição dos crentes
era revelar a semelhança do caráter de Cristo e trabalhar pelo engrandecimento
de Seu reino. [...]
Em resultado de seus trabalhos, acrescentaram-se à igreja homens escolhidos
que, recebendo a Palavra da vida, consagravam-se à obra de comunicar a outros
a esperança que lhes enchera de paz e alegria o coração. Centenas proclamavam
a mensagem: “O reino de Deus está próximo”. Marcos 1:15. Não podiam ser
impedidos nem intimidados por ameaças. O Senhor por eles falava; e, aonde
quer que fossem, os doentes eram curados e aos pobres era pregado o evangelho.
De maneira assim poderosa pode Deus atuar quando os homens se entregam ao
controle de Seu Espírito!
A nós hoje, tão certamente como aos primeiros discípulos, pertence a pro-
messa do Espírito. [...]
É importante notar que só depois de haverem os discípulos entrado em união
perfeita, quando não mais contendiam pelas posições mais elevadas, foi o Espírito
derramado. Estavam unânimes. Todas as divergências haviam sido postas de lado.
E o testemunho dado a seu respeito depois de derramado o Espírito é o mesmo.
Note a expressão: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam”. Atos
4:32. O Espírito dAquele que morreu para que os pecadores vivessem dirigia a
inteira congregação de crentes. — Australasian Union Conference Record, 1 de
Junho de 1904. [263]

269
Graça aos que crêem, 13 de Setembro

De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que


aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna
galardoador dos que O buscam. Hebreus 11:6.

Foi-me mostrado que muitas pessoas têm idéias confusas no tocante à con-
versão. Ouviram freqüentemente repetir do púlpito as palavras: “Vocês precisam
nascer de novo.” “Precisam ter coração novo.” Essas expressões nos desconcerta-
ram. Não podiam compreender o plano da salvação.
Muitos tropeçaram para a ruína devido a doutrinas errôneas ensinadas por
alguns pastores, no tocante à mudança que ocorre na conversão. Alguns têm
curtido tristeza durante anos, esperando alguma notável evidência de haverem
sido aceitos por Deus. Separaram-se do mundo, em grande medida, e encontram
prazer em associar-se com o povo de Deus; não obstante não ousam professar a
Cristo por temerem que seria presunção dizerem que são filhos de Deus. Estão
esperando essa mudança característica que foram induzidos a crer que está
relacionada com a conversão.
Depois de algum tempo, alguns destes têm a prova de sua aceitação da parte
de Deus, e então são induzidos a identificar-se com Seu povo. Datam a sua con-
versão a partir desse momento. Foi-me mostrado, porém, que haviam sido aceitos
na família de Deus antes desse tempo. Deus os aceitara quando se sentiram
enfadados do pecado e, havendo perdido a satisfação pelos prazeres munda-
nos, decidiram buscar a Deus diligentemente. Mas, por não compreenderem a
simplicidade do plano da salvação, perderam muitos privilégios e bênçãos que
poderiam haver implorado se, quando pela primeira vez se voltaram para Deus,
apenas houvessem crido que Ele os aceitara. [...]
A obra da graça no coração não se opera instantaneamente. Efetua-se por
uma vigilância contínua e cotidiana e crendo nas promessas de Deus. A pessoa
arrependida e crente, que nutre fé e ardentemente anela a graça renovadora
de Cristo, não será por Deus despedida vazia. Ele lhe concederá graça. E os
anjos ministradores a ajudarão enquanto perseverar nos esforços para avançar. —
[264] Evangelismo, 286, 287.

270
Grandes resultados, 14 de Setembro

Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do
caminho, [...] outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta
e a trinta por um. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Mateus 13:3-4, 8-9.

Depois de concluída a reunião [um culto na reunião campal de Michigan],


uma irmã me tomou cordialmente pela mão, manifestando grande alegria por
haver encontrado novamente a irmã White. Indagou se eu não me lembrava de
haver feito uma visita em uma casa de toras de madeira, na floresta, vinte e dois
anos antes. Ela nos oferecera lanche, e eu havia deixado com eles um livrinho
intitulado Experience and Views.
Ela declarou haver emprestado aquele livro aos vizinhos, ao se estabelecerem
novas famílias ao seu redor, até que o mesmo já se achava todo gasto; manifestou
grande desejo de obter outro exemplar do livrinho. Os vizinhos se interessavam
profundamente nele, e desejavam ver a autora. Ela disse que, quando eu a visitara,
falara de Jesus e das belezas do Céu, e que as palavras haviam sido proferidas
com tanto fervor, que ela ficara encantada, e nunca as esquecera. [...]
Depois daquela ocasião, o Senhor mandara pastores para lhes pregarem
a verdade, e que agora havia um bom grupo de observadores do sábado. A
influência daquele livrinho, agora gasto pelo muito manuseio, estendera-se de
um para outro, efetuando sua obra silenciosa, até que o solo estava preparado
para as sementes da verdade.
Lembro-me bem da longa viagem que fizemos vinte e dois anos atrás, em
Michigan. Estávamos a caminho para realizar uma reunião em Vergennes. Achá-
vamo-nos a uns vinte e quatro quilômetros de nosso destino. Nosso condutor
havia passado por aquele caminho repetidamente, e estava bem familiarizado
com ele, mas foi forçado a reconhecer que se perdera. [...]
Não podíamos compreender por que era permitido que assim andássemos
errando pela mata. Nunca nos sentimos mais satisfeitos do que ao avistar uma
pequena clareira onde havia uma casinha de madeira, na qual encontramos a
mencionada irmã. Ela nos acolheu bondosamente em seu lar, e ofereceu-nos
alimentação que foi recebida com gratidão. Enquanto descansávamos, falei com
a família, e deixei-lhes o livrinho. Ela o aceitou de boa vontade, havendo-o
conservado até o presente.. — Evangelismo, 448-449. [265]

271
Ministério pessoal, 15 de Setembro

Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro
homens. [...] Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus
pecados estão perdoados. Marcos 2:3, 5.

É necessário pôr-se em íntimo contato com o povo mediante esforço pessoal.


Se se empregasse menos tempo a pregar sermões, e mais fosse dedicado a
serviço pessoal, maiores seriam os resultados que se veriam. Os pobres devem ser
socorridos, cuidados os doentes, os aflitos e os que sofreram perdas confortados,
instruídos os ignorantes e os inexperientes aconselhados. Cumpre-nos chorar
com os que choram, e alegrar-nos com os que se alegram. Aliado ao poder de
persuasão, ao poder da oração e ao poder do amor de Deus, esta obra jamais
ficará sem frutos.
Devemos lembrar sempre que o objetivo da obra médico-missionária é enca-
minhar homens e mulheres enfermos de pecado ao Homem do Calvário, que tira
os pecados do mundo. Contemplando-O, serão eles transformados à Sua imagem.
Temos de animar os doentes e sofredores a olharem a Jesus, e viver. Mantenham
os obreiros a Cristo, o grande Médico, constantemente diante daqueles a quem a
doença física e espiritual levou ao desânimo. [...]
Eis o elevado dever e o precioso privilégio do médico-missionário. E o
ministério pessoal prepara muitas vezes o caminho para isso. Deus utiliza nossos
esforços para alcançar os corações e aliviar o sofrimento físico. [...]
Há, em quase todas as localidades, grande número de pessoas que não escutam
a pregação da Palavra de Deus nem assistem aos cultos. Se elas tiverem de ser
alcançadas pelo evangelho, este lhes há de ser levado em casa. Muitas vezes o
socorro a suas necessidades físicas é o único caminho pelo qual essas pessoas
podem ser abordadas.
Enfermeiras-missionárias que tratam dos doentes e aliviam a aflição dos
pobres encontrarão muitas oportunidades de orar com eles, ler-lhes a Palavra
de Deus e falar do Salvador. Elas podem orar com os impotentes, destituídos
de força de vontade para reger os apetites que a paixão tem degradado. Podem
levar um raio de esperança à vida dos vencidos e desanimados. Seu abnegado
amor, manifestado em atos de desinteressada bondade, tornará mais fácil a esses
[266] sofredores crerem no amor de Cristo. — A Ciência do Bom Viver, 143-145.

272
O valor da pessoa, 16 de Setembro

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque,


fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes. 1
Timóteo 4:16.

A obra que estão fazendo para ajudar nossas irmãs a sentirem sua respon-
sabilidade individual para com Deus, é boa e necessária. Por muito tempo tem
ela sido negligenciada. Quando, porém, essa obra for exposta em linhas claras,
simples e definidas, podemos esperar que os deveres domésticos, em vez de
serem negligenciados, serão cumpridos muito mais inteligentemente. O Senhor
quer que insistamos sempre no valor da alma humana junto daqueles que não lhe
compreendem o valor.
Caso nos seja possível arranjar as coisas de modo a termos grupos organiza-
dos regulares que sejam inteligentemente instruídos quanto à parte que devem
desempenhar como servos do Mestre, nossas igrejas terão uma vida e vitalidade
de que há muito necessitam.
A excelência da pessoa salva por Jesus será apreciada. Nossas irmãs têm
geralmente muitos problemas com sua família em crescimento, e suas provações
não apreciadas. Tenho almejado muito mulheres que se pudessem educar para
ajudar nossas irmãs a se erguerem de seu abatimento, e sentirem que podem fazer
uma obra para o Senhor. Isto é levar raios de luz à sua própria vida, raios que se
refletirão no coração de outros. Deus os abençoará e a todos quantos se unirem
com vocês nessa grande obra.
Muitas jovens, bem como irmãs de mais idade, mostram-se tímidas no que
respeita a conversas religiosas. Não aproveitam as oportunidades. A Palavra de
Deus deve constituir sua certeza, sua esperança e paz. Fecham as janelas da alma,
as quais deveriam ser abertas em direção ao Céu, e abrem-nas de par em par para
as coisas da Terra. Quando, porém, virem a excelência da alma humana, cerrarão
essas janelas para a Terra, que mostra diversões e convívio mundano na estultícia
e no pecado, e as abrirão para o Céu, à contemplação das coisas espirituais.
Então, poderão dizer: “Receberei a luz do Sol da Justiça, para que ela possa
irradiar para outros.” Os mais bem-sucedidos obreiros são aqueles que empreen-
dem de bom ânimo a obra de servir a Deus nas coisas pequenas. Toda criatura
humana tem de trabalhar com o fio de sua vida, tecendo-o na trama, a fim de
ajudar a concluir o modelo. — The Review and Herald, 9 de Maio de 1899. [267]

273
O poder da música, 17 de Setembro

Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras.


Cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome; proclamai a Sua salvação, dia
após dia. Salmos 96:1-2.

Algumas noites atrás, meu espírito ficou perturbado, pensando o que podería-
mos fazer para levar a verdade ao povo nessas grandes cidades. Estamos certos
de que, se tão-somente ouvissem a mensagem, alguns receberiam a verdade,
comunicando-a por sua vez a outros.
Os pastores advertem sua congregação, dizendo ser perigosa a doutrina apre-
sentada, e que se eles forem ouvir, serão enganados e iludidos por essa estranha
doutrina. Os preconceitos seriam removidos se nos fosse possível atrair o povo a
ouvir. Estamos orando sobre este assunto, e cremos que o Senhor providenciará
um lugar para as mensagens de advertência e instrução chegarem ao povo nestes
últimos dias.
Uma noite parecia-me estar em uma reunião de conselho, onde se discutiam
os assuntos. E um homem muito sério e cheio de dignidade, disse: “Estão orando
para que o Senhor suscite homens e mulheres de talento que se dediquem à obra.
Têm em seu meio talentos que precisam ser reconhecidos.”
Fizeram-se várias propostas sábias, e depois foram, em substância, ditas
palavras como eu as escrevo. Ele disse: “Chamo vossa atenção para o talento
do canto, que deve ser cultivado; pois a voz humana no canto é um dos talentos
dados por Deus para ser empregados para Sua glória. O inimigo da justiça faz
muito caso desse talento em seu serviço. E aquilo que é um dom de Deus, para
ser uma bênção às pessoas, é pervertido, mal aplicado, e serve ao desígnio de
Satanás.
“Este talento da voz é uma bênção, uma vez que seja consagrado ao Senhor
para servir em Sua causa. [Carrie Gribble] tem talento, mas não é apreciado.
Sua posição deve ser considerada e seu talento atrairá o povo, e eles ouvirão a
[268] mensagem da verdade”. — Evangelismo, 497-498.

274
A verdade deve ser vivida, 18 de Setembro

Dizei entre as nações: Reina o Senhor. Ele firmou o mundo para que não se
abale e julga os povos com eqüidade. Salmos 96:10.

Homens e mulheres não devem ser atrofiados espiritualmente por uma li-
gação com a igreja, mas fortalecidos, elevados, enobrecidos, preparados para a
mais sagrada obra já confiada a mortais. É propósito do Senhor ter um exército
bem-treinado, pronto para entrar em ação a qualquer momento. Esse exército
será composto por homens e mulheres bem-disciplinados que se colocaram sob
influências que os prepararam para o serviço.
Os servos de Deus devem cuidar das pessoas como aqueles que devem prestar
contas, e necessitam da permanente presença de Cristo em seu coração, para
que possam levar pecadores a Ele. Precisam eles mesmos ter entregado tudo a
Deus, para que possam falar àqueles por quem labutam sobre a necessidade e o
significado de uma entrega sem reservas. Devem lembrar-se de que são obreiros
juntamente com Deus, e devem se proteger contra movimentos lentos e incertos.
Satanás busca incansavelmente oportunidades para ganhar controle sobre aqueles
que eles estão procurando levar a Cristo. Somente através de constante vigilância
podem os obreiros de Jesus combater o inimigo. Somente pelo poder do Redentor
podem conduzir à cruz aquele que é tentado. Não é a ciência nem a eloqüência
que realizará isso, mas a apresentação da verdade de Deus, falada em simplicidade
e com o poder do Espírito.
Há um único poder que pode levar o pecador do pecado à santidade — o
poder de Cristo. [...] Somente Ele pode perdoar o pecado. Só Ele pode tornar
homens e mulheres firmes, e mantê-los assim.
A verdade não deve ser meramente falada pelos que trabalham por Cristo;
deve ser vivida. As pessoas estão observando e avaliando os que alegam acreditar
nas verdades especiais para este tempo. Estão observando para ver se a vida deles
representa a Cristo. Envolvendo-se com humildade e sinceridade na obra de fazer
o bem ao mundo, o povo de Deus exercerá uma influência que alcançará a todos
com quem entrarem em contato. Se os que conhecem a verdade abraçarem essa
obra conforme as oportunidades surgirem, dia a dia praticando atos de amor e
bondade na vizinhança onde residem, Cristo será revelado em sua vida. — The
Review and Herald, 2 de Junho de 1903. [269]

275
Norma elevada, 19 de Setembro

Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado,
porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve
testemunho de haver agradado a Deus. Hebreus 11:5.

O Senhor tem uma grande obra para realizar, e mais legará na vida futura aos
que na presente serviram mais fiel e voluntariamente. O Senhor escolhe Seus
agentes e dá-lhes cada dia, sob diferentes circunstâncias, oportunidades em Seu
plano de operação. Escolhe Seus agentes em cada esforço sincero de levar a
efeito o Seu plano, não porque sejam perfeitos, mas porque pela conexão com
Ele podem alcançar a perfeição.
Deus somente aceitará os que estão decididos a ter um alvo elevado. Coloca
cada agente humano sob a obrigação de fazer o melhor. De todos é requerido per-
feição moral. Nunca devemos abaixar a norma de justiça com o fim de acomodar
à prática do mal, tendências herdadas ou cultivadas. Precisamos compreender
que imperfeição de caráter é pecado. Todos os justos atributos de caráter habitam
em Deus como um todo perfeito e harmonioso, e todo aquele que aceita a Cristo
como Salvador pessoal, tem o privilégio de possuir esses atributos. [...]
Ninguém diga: Não posso corrigir meus defeitos de caráter. Se chegarem a
essa decisão, certamente deixarão de alcançar a vida eterna. A impossibilidade
está em nossa própria vontade. Se não quiserem não vencerão. A dificuldade real
vem da corrupção de um coração não santificado, e da involuntariedade de se
submeter à direção de Deus.
Muitos a quem Deus capacitou para fazer trabalho excelente pouco con-
seguem porque pouco empreendem. Milhares passam esta vida como se não
tivessem alvo definido pelo qual viver, nem norma para alcançar. Os tais receberão
recompensa proporcional às suas obras. [...]
Almeje cultivar toda graça do caráter para a glória do Mestre. Vocês devem
agradar a Deus em cada aspecto da formação de seu caráter. Isto podem fazer,
porque Enoque Lhe agradou, embora vivesse num século degenerado. E há
[270] Enoques em nosso tempo. — Parábolas de Jesus, 330-332.

276
Sementes do evangelho, 20 de Setembro

E muito se maravilhavam da Sua doutrina, porque a Sua palavra era com


autoridade. Lucas 4:32.

Recebi instruções que, ao nos aproximarmos do fim, haverá grandes agrupa-


mentos em nossas cidades, [...] e que devemos preparar-nos para apresentar a
verdade nessas reuniões. Quando Cristo esteve na Terra, aproveitou tais oportu-
nidades. Onde quer que houvesse grande ajuntamento de pessoas, com qualquer
objetivo, Sua voz se fazia ouvir, clara e audível, proclamando Sua mensagem. E,
em resultado disso, depois de Sua crucifixão e ascensão, milhares se converteram
num dia. A semente semeada por Cristo calou fundo nos corações, germinou e,
quando os discípulos receberam o dom do Espírito Santo, a colheita foi recolhida.
Os discípulos saíram e pregaram a palavra por todas as partes, com tamanho
poder, que os oponentes ficaram apavorados e não ousaram fazer o que teriam
feito, não fosse a positiva evidência de que Deus estava operando.
Em cada grande ajuntamento, alguns de nossos pastores devem estar presen-
tes. Devem agir com sabedoria, a fim de obter ouvintes, de modo que possam
apresentar a luz da verdade a tantos quantos possível. [...]
Em todos esses ajuntamentos devem estar presentes homens a quem Deus
possa usar. Devem ser espalhados, como folhas do outono, entre o povo, folhetos
que contenham a luz da presente verdade. Para muitos que assistem a essas
reuniões, esses folhetos serão como as folhas da árvore da vida, que servem para
cura das nações.
Eu lhes enviei esta, meus irmãos, para que a enviem a outros. Os que saem
a proclamar a verdade serão abençoados por Aquele que lhes deu o encargo de
pregarem esta verdade. [...]
Chegou o tempo em que, como nunca antes, os adventistas do sétimo dia se
devem erguer e brilhar, porque sua luz tem vindo e a glória do Senhor brilhado
sobre eles. — Evangelismo, 35-36. [271]

277
Diferentes do mundo, 21 de Setembro

Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele
que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2:9.

Quando lemos a Palavra de Deus, quão claro está que Seu povo deve ser
peculiar e distinto do mundo incrédulo que o cerca. Nossa posição é interessante e
temível. Vivendo nos últimos dias, quão importante é que imitemos o exemplo de
Cristo, e andemos como Ele andou. “Se alguém quer vir após Mim, renuncie-se
a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me”. Mateus 16:24. As opiniões e
sabedoria dos homens não nos devem guiar ou governar. Elas sempre nos afastam
da cruz.
Os servos de Cristo não devem ter seu lar nem tesouros aqui. Que todos
pudessem compreender que é apenas porque o Senhor reina que nos é permitido
habitar em paz e segurança entre nossos inimigos. Não é privilégio nosso rei-
vindicar favores especiais do mundo. Devemos consentir em sermos pobres e
desprezados entre os homens, até que o conflito termine e obtenhamos a vitória.
Os membros do corpo de Cristo são chamados para saírem, separarem-se das
amizades e espírito do mundo; sua força e poder consistem em serem escolhidos
e aceitos por Deus. [...]
O mundo está maduro para sua destruição. Deus não tolerará os pecadores
por muito mais tempo. Eles devem beber até os resíduos da taça de Sua ira, não
misturada com misericórdia. Os que haverão de ser “herdeiros de Deus e co-
herdeiros com Cristo” (Romanos 8:17) na herança imortal, serão peculiares. Sim,
tão peculiares que Deus porá uma marca sobre eles como Seus, totalmente Seus.
Vocês pensam que Deus receberá, honrará e reconhecerá um povo tão misturado
com o mundo que apenas difere dele no nome? Leia novamente. Tito 2:13-15.
Logo será conhecido quem está ao lado do Senhor e quem não se envergonhará
de Jesus. Aqueles que não têm coragem moral para conscienciosamente assumir
sua posição diante dos incrédulos, deixando as modas do mundo e imitando a
abnegada vida de Cristo, envergonham-se dEle e não apreciam Seu exemplo. —
[272] Testemunhos para a Igreja 1:286-287.

278
O objetivo da Escola Sabatina, 22 de Setembro

A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém


não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. João 3:3.

O professor da Escola Sabatina deve ser um obreiro juntamente com Deus,


cooperando com Cristo. Não se contente com uma religião inerte e formal. O
objetivo da Escola Sabatina deve ser a conquista de pessoas. A ordem do trabalho
pode ser irrepreensível; as instalações, tudo quanto se possa desejar; mas se as
crianças e jovens não forem levados a Cristo, a escola será um fracasso, pois, a
menos que as pessoas sejam atraídas a Cristo, tornam-se mais e mais incapazes
de serem influenciadas por uma religião formal.
O professor deve cooperar ao bater à porta do coração dos que necessitam de
auxílio. Se os alunos atendem à influência do Espírito e abrem a porta do coração
para que Jesus possa entrar, Ele lhes abrirá o entendimento para compreenderem
as coisas de Deus. É simples o trabalho do professor, mas, se for feito no Espírito
de Jesus, a operação do Espírito de Deus o tornará profundo e eficiente.
Deve-se fazer muito mais trabalho pessoal na Escola Sabatina. A necessidade
dessa espécie de atividade não é reconhecida e apreciada como deveria ser. Com
o coração cheio de gratidão pelo amor de Deus, deve o professor trabalhar terna
e fervorosamente pela conversão de seus alunos.
Que evidência podemos dar ao mundo de que o trabalho da Escola Sabatina
não é mera pretensão? Será julgado pelos seus frutos. Será estimado pelo caráter e
obra dos alunos. Em nossas Escolas Sabatinas devem-se confiar responsabilidades
aos jovens, para que desenvolvam sua capacidade e obtenham poder espiritual.
Entreguem-se os jovens primeiramente a Deus e depois, já nos princípios de
sua vida cristã, sejam ensinados a ajudar os outros. Esse trabalho lhes exercitará as
faculdades, habilitando-os a aprender, a planejar e executar seus planos para o bem
de seus companheiros. Procurem eles a companhia dos que necessitam de auxílio,
não para se entregarem a fúteis conversações, mas para representarem o caráter
cristão, para colaborarem com Deus, conquistando os que não se entregaram a
Ele. — Conselhos sobre a Escola Sabatina, 61-62. [273]

279
Trabalho nas grandes cidades, 23 de Setembro

O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região
da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. Isaías 9:2.

Todo cristão deve ter espírito missionário. Produzir fruto é trabalhar como
Cristo trabalhou, amando as pessoas como Ele nos amou. O primeiro impulso
do coração renovado é levar outros ao Salvador também; e tão logo a pessoa se
converta à verdade, sentirá um desejo sincero de que os que se encontram em
trevas vejam a preciosa luz brilhando da Palavra de Deus. [...]
Missionários são necessários para propagar a luz da verdade em [...] grandes
cidades, e os filhos de Deus — aqueles a quem Ele chama de luz do mundo —
têm a obrigação de estar fazendo tudo o que for possível nesse sentido. Vocês
enfrentarão desânimo; sofrerão oposição; o inimigo sussurrará: Que podem essas
poucas e fracas pessoas fazer nesta grande cidade? Se andarem na luz, poderão
ser luzes brilhando no mundo.
Não busquem realizar alguma grande obra e negligenciar as pequenas opor-
tunidades à sua mão. Muito podemos fazer exemplificando a verdade em nossa
vida diária. [...]
Os homens podem combater e desafiar sua lógica; podem resistir a seus
apelos; mas uma vida de santo propósito, de desinteressado amor em seu favor, é
um argumento a favor da verdade que não podem contradizer. Muitíssimo mais
pode ser realizado por vidas simples, devotadas e virtuosas do que pela pregação
quando um bom exemplo falha. Podem trabalhar para edificar a igreja, encorajar
os irmãos, e realizar reuniões sociais interessantes; e podem elevar orações, como
afiadas foices, com os obreiros para o campo da seara. Cada um deve ter um
interesse pessoal, uma preocupação pelas pessoas, para vigiar e orar pelo sucesso
da obra.
Podem também com amor apelar à atenção dos outros para as preciosas
verdades da Palavra de Deus. Devem-se instruir rapazes a fim de trabalharem
nessas cidades. Talvez eles nunca sejam aptos a apresentar a verdade do púlpito,
mas podem ir de casa em casa, e encaminharem o povo para o Cordeiro de Deus,
que tira os pecados do mundo. O pó e o lixo do erro têm enterrado as preciosas
jóias da verdade; mas os obreiros do Senhor podem descobrir esses tesouros, de
modo que muitos os contemplem com deleite e respeito. — Historical Sketches
[274] of the Foreign Missions of the Seventh-day Adventists, 181-182.

280
Expressões de simpatia, 24 de Setembro

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo


línguas, cessarão; havendo ciência, passará. 1 Coríntios 13:8.

Deus espera serviço pessoal da parte de todo aquele a quem confiou o conhe-
cimento da verdade para este tempo. Nem todos podem ir a terras missionárias
estrangeiras, mas todos podem ser missionários entre os familiares e vizinhos. Há
muitas maneiras pelas quais os membros da igreja podem dar a mensagem aos
que estão ao seu redor. Uma das maneiras mais bem-sucedidas é o viver cristão
prestativo, altruísta.
Os que estão travando a batalha da vida com grandes desvantagens podem ser
refrigerados e fortalecidos por pequeninas atenções que nada custam. Palavras
bondosas, proferidas com simplicidade, pequenas atenções dispensadas sem
ostentação, hão de afugentar as nuvens da tentação e dúvida que se adensam por
sobre a pessoa. A verdadeira e sincera expressão de simpatia cristã transmitida
com simplicidade tem poder para abrir a porta de corações que necessitam do
simples e delicado toque do Espírito de Cristo.
Cristo aceita — oh! com que prazer! — todo ser humano que a Ele se renda.
Leva o humano em união com o divino, para que possa comunicar ao mundo os
mistérios do amor encarnado. Fale sobre a mensagem de Sua verdade, ore por ela,
cante-a, encha dela o mundo, e prossiga avançando para as regiões longínquas.
Seres celestiais desejam cooperar com os seres humanos para que revelem ao
mundo no que as pessoas podem ser transformadas, e o que, por sua influência,
realizarão para salvar os que estão prestes a perecer. Aquele que está convertido
de fato estará tão cheio do amor de Deus que almejará comunicar a outros a
alegria que ele próprio possui.
O Senhor deseja que Sua igreja revele ao mundo a beleza da santidade. Ela
deve demonstrar o poder da religião cristã. [...]
Pelas boas-novas do evangelho, por suas promessas e certezas, devemos
exprimir nossa gratidão, procurando fazer o bem aos outros. A realização dessa
obra trará raios de celestial justiça aos cansados, perplexos e sofredores. É como
uma fonte para o viajante cansado e sedento. A cada obra de misericórdia, em
cada ato de amor, acham-se presentes anjos de Deus. — Testemunhos para a
Igreja 9:30-31. [275]

281
A necessidade do Espírito Santo, 25 de Setembro

Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce


sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos;
mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti.
Isaías 60:1-2.

Nosso Redentor passou noites inteiras em oração a Seu Pai; e o fundamento


da igreja cristã e da atividade missionária é lançado no próprio elemento da
oração. Os discípulos estavam de comum acordo em um mesmo lugar, clamando
ao Senhor para que o derramamento do Seu Santo Espírito lhes sobreviesse.
Embora o Espírito Santo seja dado ricamente por vários meios, quanto mais
o buscamos tanto mais amplo será o derramamento. Assim sendo, quando se está
fazendo trabalho sincero pela salvação de pessoas, haverá constante necessidade
de renovada busca na Fonte de todo poder; e assim será estabelecida uma comu-
nicação habitual entre a pessoa e Deus. Pela fé se extrairá constantemente da
fonte de água viva e ela jamais se esgotará.
O trabalho é progressivo: envolve ação e reação. Amor e dedicação a Deus
ativarão a boa vontade e esta fará aumentar a fé e a espiritualidade. Oh, como
precisamos da sabedoria celestial! Bem, não é ela prometida a nós? “Se, porém,
algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente
e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada
duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada
pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa.”
[Tiago 1:5.] [...]
Devemos pessoalmente compreender a solene obrigação do cristão de colocar
em atividade todos os recursos e habilidades que lhe foram divinamente confiadas
para fazer a obra que o Senhor espera que faça, com o melhor que estiver em seu
poder. [...]
Necessitamos de mais fé, capacidade mais santificada. Motivos elevados e
enobrecedores estão diante de nós. Não temos tempo, nem palavras para gastar
em controvérsia. [...] Há necessidade de energia santificada. Os exércitos do Céu
estão em atividade, mas onde está o agente humano para cooperar com Deus? —
[276] Testimonies to Southern Africa, 43, 44.

282
Obreiros consagrados, 26 de Setembro

Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém


considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo,
porém, lhes era comum. Atos 4:32.

O mundo carece de missionários, consagrados missionários no país natal,


e não será nos livros do Céu registrado como cristão ninguém que não tenha
espírito missionário. Nada, porém, faremos sem energia santificada. Tão logo o
espírito missionário é perdido do coração, e o zelo pela causa de Deus começa
a declinar, o peso dos nossos testemunhos e planos é um clamor à prudência e
economia, e verdadeira apostasia começa na obra missionária.
Em vez de diminuir a obra, que os concílios sejam conduzidos de modo
que crescentes propósitos sejam manifestos para levar adiante a grande obra
de advertência ao mundo, mesmo que custe abnegação e sacrifício. Se cada
membro da igreja estivesse constantemente impressionado com o pensamento:
Não pertenço a mim mesmo, mas fui comprado por um preço, todos sentiriam
que estão debaixo da mais sagrada obrigação de aperfeiçoar cada habilidade
concedida por Deus, para duplicar sua utilidade ano após ano e não ter desculpas
pela negligência espiritual. Então não haveria falta de simpatia com o Mestre na
grande obra da salvação de pessoas.
Quem dentre nós, com percepção espiritual, pode discernir o agitado conflito
que está ocorrendo no mundo entre as forças do bem e do mal? Você compreende
a natureza da grande controvérsia entre Cristo, o Príncipe da vida, e Satanás, o
príncipe das trevas? Será que para você o conflito parece ser o mesmo que é para
os agentes celestiais?
Ah, se todos que professam ser seguidores de Cristo estivessem realmente
vivendo como condutos de luz para o mundo, imbuídos pelo Espírito de Deus,
com coração transbordante da mensagem do evangelho, com a própria face
radiante de devoção a Deus e amor ao próximo, que tamanha obra poderia ser
realizada em tão curto tempo! Os mensageiros da verdade não falariam com
hesitação nem incerteza, mas com destemor e confiança. Suas palavras e o próprio
tom de sua voz imprimiriam convicção ao coração dos ouvintes. — The Review
and Herald, 23 de Agosto de 1892. [277]

283
Cortesia cristã, 27 de Setembro

Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz. Romanos 13:12.

Depois dos mais diligentes esforços feitos para levar a verdade àqueles a
quem Deus confiou grandes responsabilidades, não se desanimem se eles rejeitam
a verdade. Fizeram o mesmo nos dias de Cristo. Certifiquem-se de manter alta a
dignidade da obra através de bem organizados planos e piedosa conversação.
Não temam nunca elevar demasiado alto a norma. As famílias que se empe-
nham na obra missionária devem aproximar-se bem dos corações. O espírito de
Jesus deve penetrar o coração do obreiro; são as palavras agradáveis, de simpatia,
a manifestação de desinteressado amor pela salvação deles, que derribam as
barreiras do orgulho e do egoísmo [...]
Afastemos de nós toda vulgaridade, tudo quanto é rústico. Cultivemos a
cortesia, o refinamento, a polidez cristã. Guardem-se de ser abruptos e grosseiros.
Não considerem tais peculiaridades como virtudes; pois Deus não as olha como
tais. Antes busquem em todas as coisas não ofender aqueles que não são da nossa
fé. Jamais ressaltem com proeminência os aspectos mais censuráveis da nossa fé,
quando não solicitados. Tal atitude é tão somente um prejuízo para a causa. [...]
Os que são enviados para trabalhar juntos devem colocar de lado suas opiniões
e idéias particulares, e buscar trabalhar unidos, coração e alma, para executar a
vontade de Deus. Eles devem planejar trabalhar em harmonia a fim de fazer a
obra prosperar.
Desejamos mais, muito mais, do Espírito de Cristo, e menos, muito menos,
do eu e das peculiaridades de caráter que levantam um muro para nos separar
de nossos companheiros. Podemos fazer muito para derrubar essas barreiras ao
revelar as graças de Cristo em nossa vida. Jesus tem confiado Seus bens à igreja,
século após século. Geração após geração, século após século, o depósito herdado
desses bens tem se acumulado, até que responsabilidades cada vez mais maiores
alcançaram nosso tempo. [...] Desejamos estar vestidos, não com nossas próprias
roupas, mas com a completa armadura da justiça de Cristo. — The Atlantic
[278] Canvasser, 18 de Dezembro de 1890.

284
A consagração do eu, 28 de Setembro

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no


ermo vereda a nosso Deus. Isaías 40:3.

Você sente o poder santificador da sagrada verdade no coração, na vida e no


caráter? Tem você a certeza de que Deus, por causa do Seu amado Filho, perdoou
os seus pecados? Está você se esforçando para viver com a consciência livre de
ofensas para com Deus e com a humanidade? Roga você freqüentemente a Deus
em favor dos seus amigos e do seu próximo? Se você está em paz com Deus
e colocou tudo sobre o altar, então pode se empenhar em benefício da obra de
evangelizar pessoas.
Seguindo qualquer plano que se possa pôr em execução para levar aos outros
o conhecimento da verdade presente e das maravilhosas providências ligadas à
causa que avança, em primeiro lugar consagremo-nos completamente Àquele
cujo nome desejamos exaltar. Oremos, também, fervorosamente em favor dos
que esperamos visitar, levando-os, um a um, com fé viva, à presença de Deus.
O Senhor conhece os pensamentos e propósitos do homem, e com que facili-
dade nos pode enternecer! Como pode o seu Espírito, como um fogo, dominar o
coração empedernido! Como pode Ele encher a alma de amor e ternura! [...]
Deveria se sentir em toda a igreja, hoje, o poder da graça vencedora, e ele pode
ser sentido, se dermos ouvidos aos conselhos de Cristo aos Seus seguidores. Ao
aprendermos a praticar a doutrina de Cristo, nosso Salvador, certamente veremos
a salvação de Deus.
A todos os que estão prestes a empreender trabalho missionário especial [...]
eu diria: Sejam diligentes em seus esforços; vivam sob a direção do Espírito
Santo. Aumentem diariamente sua experiência cristã. Os que têm especial aptidão
trabalhem pelos descrentes, e tanto nas camadas mais elevadas como nas mais
humildes da sociedade. Busquem diligentemente as pessoas que perecem. [...]
Vigiem pelas pessoas como quem tem de dar contas. Em seu trabalho mis-
sionário na igreja e na vizinhança, façam sua luz brilhar com raios tão claros
e constantes que nenhum homem se possa levantar no juízo e dizer: “Por que
você não me falou dessa verdade? Por que não cuidou de minha alma?”. — The
Church Officers’ Gazette, Setembro de 1914. [279]

285
Serviço abnegado traz alegria, 29 de Setembro

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
desfalecermos. Gálatas 6:9.

Nossa obra para Deus parece muitas vezes quase infrutífera nesta vida. Nossos
esforços para fazer o bem talvez sejam diligentes e perseverantes, e todavia é
possível que não consigamos ver os seus resultados. Talvez o esforço pareça para
nós perdido. Mas o Salvador assegura-nos de que nossa obra se acha registrada
no Céu, e que a recompensa não vai falhar. [...] E lemos nas palavras do salmista:
“Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida,
com alegria, trazendo consigo os seus molhos”. Salmos 126:6.
Conquanto a grande recompensa final seja dada na vinda de Cristo, o serviço
feito de coração para Deus proporciona mesmo nesta vida uma recompensa. O
obreiro tem de enfrentar obstáculos, oposição, desânimo amargo e desolador.
Talvez ele não veja o fruto de seu trabalho. A despeito de tudo isso, porém,
encontra em seu trabalho uma bendita recompensa.
Todos quantos se entregam a Deus num serviço desinteressado pela huma-
nidade estão cooperando com o Senhor da glória. Esse pensamento adoça toda
fadiga, retempera a vontade, revigora o espírito para qualquer coisa que possa so-
brevir. Trabalhando com coração abnegado, enobrecidos por serem participantes
dos sofrimentos de Cristo, partilhando de Sua compaixão, eles contribuem para
avolumar a onda de Seu gozo, e trazem honra e louvor a Seu exaltado nome.
Na companhia de Deus, de Cristo e dos santos anjos, são envolvidos num
ambiente celestial, ambiente que traz saúde ao corpo, vigor ao intelecto e alegria
espiritual.
Todos quantos consagram corpo, mente e espírito ao serviço de Deus hão de
receber continuamente uma nova provisão de energia física, mental e espiritual.
Os inexauríveis abastecimentos celestiais se acham a sua disposição. Cristo lhes
dá a proteção de Seu espírito, a vida de Sua vida. O Espírito Santo põe Suas mais
elevadas energias a operar no coração e na mente. — Testemunhos para a Igreja
[280] 6:305, 306.

286
Cada membro, um missionário, 30 de Setembro

De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem Me


segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida. João 8:12.

Os que seguem a Jesus são cooperadores de Deus. Não andarão em trevas,


mas encontrarão o caminho verdadeiro, onde Jesus, a Luz do mundo, é o Guia;
e ao dirigirem decididamente seus passos rumo de Sião, avançando com fé,
alcançarão uma experiência excelente nas coisas de Deus. A missão de Cristo,
compreendida tão vagamente, e tão debilmente assimilada, e que O chamou do
trono de Deus para o mistério do altar da cruz do Calvário, se desdobrará mais
e mais ao espírito, e se verá que no sacrifício de Cristo se encontra a fonte e
princípio de todas as outras missões de amor. É o amor de Cristo que tem sido o
incentivo de todo verdadeiro missionário nas cidades, vilas, rodovias e caminhos
do mundo.
A igreja de Cristo foi organizada na Terra para propósitos missionários, e é de
suma importância que cada membro da igreja seja um sincero obreiro juntamente
com Deus, cheio do Espírito, tendo a mente de Cristo, perfeito em simpatia com
Cristo, aplicando, portanto, toda energia de acordo com a habilidade que lhe foi
confiada para a salvação de pessoas. Cristo requer que todo aquele que é chamado
por Seu nome faça a Sua obra com a primeira e mais elevada consideração, e
desinteressadamente coopere com os seres celestiais na salvação dos que estão a
perecer, por quem Cristo morreu.
Desviar recursos, influência ou qualquer capital da mente ou do corpo que
lhes foi confiado, é roubar a Deus e roubar o mundo; pois é desviar as energias
para outro canal que não aquele para o qual Deus planejou que fossem usadas para
a salvação do mundo. Quando Cristo esteve aqui na Terra, enviou Seus discípulos
para proclamarem o reino de Deus por toda Judéia, e neste exemplo Ele revelou
claramente que é dever de Seu povo, em todos os tempos, comunicar aos outros o
conhecimento que possuem do caminho, da verdade e da vida. Em todos os Seus
labores Jesus procurou treinar Sua igreja para a obra missionária, e à medida
que seu número aumentasse, a missão se expandiria, até que eventualmente a
mensagem do evangelho circundaria o mundo através do seu ministério. — The
Review and Herald, 30 de Outubro de 1894. [281]

287
Outubro
As leis da vida, 1 de Outubro

Filho Meu, atenta para as Minhas palavras; aos Meus ensinamentos


inclina os ouvidos. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no
mais íntimo do teu coração. Porque são vida para quem os acha e saúde,
para o seu corpo. Provérbios 4:20-22.

Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso


de água e confiança no poder divino — eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa
deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de
aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento
do doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente
esse conhecimento.
O uso dos remédios naturais requer certo cuidado e esforço que muitos não
estão dispostos a exercer. O processo da natureza para curar e construir é gradual,
e isso parece vagaroso ao impaciente. Demanda sacrifício e abandono das nocivas
condescendências. Mas no fim se verificará que a natureza, não sendo estorvada,
faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que perseveram na obediência a suas
leis ganharão em saúde de corpo e de alma.
Bem pouca é a atenção dada em geral à conservação da saúde. É incom-
paravelmente melhor evitar a doença do que saber tratá-la uma vez contraída.
É o dever de toda pessoa, por amor de si mesma, e por amor da humanidade,
instruir-se quanto às leis da vida, e a elas prestar conscienciosa obediência. [...]
Nunca será demais lembrar que a saúde não depende do acaso. É resultado
da obediência da lei. Isso é reconhecido pelos competidores nos jogos atléticos e
nas provas de resistência. Esses homens preparam-se da maneira mais cuidadosa.
Submetem-se a um treino perfeito, e uma estrita disciplina. Todo hábito físico é
cuidadosamente regulado. Sabem que a negligência, o excesso ou a indiferença,
que enfraquecem ou prejudicam qualquer órgão ou função do corpo, resultariam
na derrota certa. [...]
Mas, em vista das conseqüências em jogo, coisa alguma daquilo com que
temos de tratar é insignificante. Toda ação lança seu peso na balança que deter-
mina a vitória ou a derrota da vida. O texto nos manda: “Correi de tal maneira
[282] que o alcanceis”. 1 Coríntios 9:24. — A Ciência do Bom Viver, 127-129.

290
Os líderes e a reforma de saúde, 2 de Outubro

Vinde e vede as obras de Deus: tremendos feitos para com os filhos dos
homens! Salmos 66:5.

A igreja está fazendo história. Cada dia é uma batalha e uma marcha. Achamo-
nos cercados de inimigos invisíveis por todos os lados; e, ou vencemos pela graça
que nos é dada por Deus ou somos vencidos. Insisto em que os que estão tomando
atitude neutra quanto à reforma de saúde se convertam. Esta luz é preciosa, e o
Senhor dá-me a mensagem de instar para que todos os que têm responsabilidades
em qualquer ramo da Sua obra cuidem para que ela tenha ascendência no coração
e na vida. Unicamente assim alguém pode enfrentar as tentações que há no
mundo.
Por que alguns de nossos irmãos pastores manifestam tão pouco interesse
na reforma de saúde? É porque as instruções quanto à temperança em todas as
coisas se acham em oposição a sua prática de condescendência consigo mesmos.
Em alguns lugares, isso tem sido a grande pedra de tropeço que impede o povo de
pesquisar, praticar e ensinar a reforma de saúde. Homem algum deve ser separado
como mestre do povo enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o testemunho
que o Senhor deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime, pois
isso trará confusão. Sua desconsideração pela reforma de saúde o desqualifica
para levantar-se como mensageiro do Senhor.
A luz comunicada pelo Senhor sobre essa questão em Sua Palavra é clara, e os
homens serão provados e experimentados de muitos modos, a ver se a atendem.
Toda igreja, toda família, necessita ser instruída com referência à temperança
cristã. Todos devem saber como comer e beber de maneira a conservar a saúde.
[...]
O Senhor tem me revelado que muitos, muitos serão salvos de degenerescên-
cia física, mental e moral por meio da influência prática da reforma de saúde.
Serão realizadas conferências e multiplicadas as publicações sobre a saúde. Seus
princípios serão recebidos com agrado e muitos serão iluminados. As influências
relacionadas com a reforma de saúde irão recomendá-la ao julgamento de todos
os que desejam a luz, e esses avançarão passo a passo para receber as verda-
des especiais para este tempo. Assim a verdade e a justiça andarão juntas. —
Testemunhos para a Igreja 6:377-379. [283]

291
Mudança de hábitos, 3 de Outubro

Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio


entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará
as tuas veredas. Provérbios 3:5-6.

Há uma mensagem acerca da reforma de saúde, a qual deve ser apresentada


em todas as igrejas. Há uma obra por fazer em cada escola. Nem a um diretor
nem a professores a educação dos jovens deve ser confiada antes que possuam
um conhecimento prático desse assunto. Alguns têm se sentido na liberdade de
criticar e pôr em dúvida os princípios da reforma de saúde, achando defeitos
neles, embora pouco conheçam por experiência. Devem colocar-se ombro a
ombro, coração a coração, com os que trabalham no rumo certo.
O assunto da reforma de saúde tem sido apresentado nas igrejas; a luz, porém,
não tem sido recebida de coração. As condescendências egoístas, destruidoras da
saúde, de homens e mulheres, têm anulado a influência da mensagem que deve
preparar um povo para o grande dia de Deus. Se as igrejas esperam ter poder,
terão de pôr em prática a verdade que Deus lhes deu. Se os membros de nossas
igrejas desprezam a luz sobre esse assunto, colherão os resultados, na forma de
degeneração espiritual e física. E a influência desses membros da igreja mais
idosos contagiará os novos na fé.
O Senhor não opera agora para trazer muitas pessoas para a verdade, por causa
dos membros da igreja que nunca foram convertidos, e dos que, uma vez con-
vertidos, voltaram atrás. Que influência teriam esses membros não consagrados
sobre os novos conversos? [...]
Que todos examinem suas práticas pessoais a fim de descobrir se não es-
tão sendo condescendentes com algo que lhes é definitivamente danoso. Que
dispensem todo e qualquer prazer não saudável no tocante ao comer e beber.
Alguns se dirigem a países distantes em busca de melhor clima. Porém, aonde
quer que vão, o estômago lhes cria uma atmosfera maléfica. Acarretam sobre
si mesmos sofrimentos que ninguém consegue aliviar. Que eles coloquem suas
práticas diárias em harmonia com as leis da natureza; ao viverem do mesmo
modo como crêem irão criar em torno de si uma atmosfera que será um cheiro de
[284] vida para a vida. — Testemunhos para a Igreja 6:370-371.

292
Luz sobre o viver saudável, 4 de Outubro

Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a
tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Isaías 58:8.

Nossos pastores se devem tornar entendidos quanto à reforma de saúde. Eles


devem compreender as leis que regem a vida física, e sua ação sobre a saúde da
mente e a espiritualidade.
Milhares e milhares pouco sabem quanto ao maravilhoso corpo que Deus
lhes deu, ou do cuidado que ele deve receber; consideram de mais importância o
estudar assuntos de muito menos conseqüência. Os pastores têm aí uma obra a
fazer. Quando eles se colocarem na devida posição a esse respeito, muito será
conseguido. Devem obedecer às leis da vida em sua maneira de viver e em
sua casa, praticando os sãos princípios, e vivendo saudavelmente. Então estarão
habilitados a falar acertadamente a esse respeito, levando o povo cada vez mais
acima na obra da reforma. Vivendo eles próprios na luz, podem apresentar uma
mensagem de grande valor aos que se acham em necessidade desses mesmos
testemunhos.
Há preciosas bênçãos e ricas experiências a serem alcançadas se os pastores
unirem a apresentação da questão da saúde com todos os seus trabalhos nas
igrejas. O povo precisa receber a luz sobre a reforma de saúde. Essa obra tem
sido negligenciada, e muitos estão quase a perecer, por necessitarem da luz que
devem e precisam ter para que abandonem as condescendências egoístas.
Os presidentes de nossas associações devem compreender que é alto tempo
de eles tomarem a devida posição neste assunto. Pastores e professores devem
transmitir aos outros a luz que têm recebido. Sua obra é necessária em toda linha.
Deus os ajudará; Ele fortalecerá Seus servos para que fiquem firmes, e não sejam
abalados na verdade e justiça para se acomodar à satisfação egoísta.
A obra de educar nos ramos médico-missionários é um passo avançado de
grande importância no despertar os homens quanto a suas responsabilidades
morais. Se os pastores houvessem lançado mãos a essa obra em seus vários
departamentos em harmonia com a luz comunicada por Deus, teria havido a mais
decidida reforma no comer, beber e vestir. [...] Eles próprios e grande número
de outros têm sofrido a ponto de morrer, mas nem todos aprenderam ainda a
sabedoria. — Conselhos sobre o Regime Alimentar, 452-453. [285]

293
Vigor intelectual, 5 de Outubro

Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do


rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que
lhe permitisse não contaminar-se. Daniel 1:8.

O intelecto humano precisa expandir-se, e adquirir vigor, perspicácia e ativi-


dade. Deve-se obrigá-lo a fazer trabalho árduo, pois do contrário se tornará fraco
e ineficiente. É necessário energia cerebral para pensar com mais afinco; deve-se
exigir do cérebro o máximo a fim de resolver e dominar problemas difíceis, se
não haverá um decréscimo de vigor mental e da capacidade de pensar. A mente
deve criar, trabalhar e esforçar-se a fim de dar solidez e vigor ao intelecto; e se os
órgãos físicos não são mantidos nas melhores condições por meio de alimentos
substanciosos e nutritivos, o cérebro não recebe a nutrição que lhe corresponde
para poder trabalhar. [...]
O intelecto deve manter-se desperto com trabalho novo, diligente e ardoroso.
Como isso deve ser feito? O poder do Espírito Santo deve purificar os pensamen-
tos e limpar a mente de sua contaminação moral. Os hábitos corruptores não só
envilecem a mente, mas degradam o intelecto.
Quando os professores e os estudantes consagrarem a Deus alma, corpo e
espírito e purificarem seus pensamentos pela obediência às leis de Deus, recebe-
rão continuamente nova dotação de força física e mental. Então haverá ardentes
anelos de Deus e fervorosas orações para discernir com clareza. [...]
O estudo diligente é essencial, bem como o árduo trabalho diligente. [...] Um
espírito bem-equilibrado não é obtido, em geral, pelo devotamento das faculdades
físicas às diversões. O trabalho físico associado ao esforço mental com o fim
de ser útil, é uma disciplina na vida prática, dulcificada continuamente pela
lembrança de que está habilitando e educando a mente e o corpo para executar
melhor a obra que é desígnio de Deus que os homens realizem em diversos
setores. [...] A mente assim educada a desfrutar o esforço físico na vida prática se
expande, e, mediante a cultura e o preparo, torna-se bem disciplinada e ricamente
provida para prestar serviço, adquirindo além disso o conhecimento essencial
para ser um auxílio e bênção aos próprios jovens e aos outros. — Fundamentos
[286] da Educação Cristã, 226-229.

294
O domínio sobre o corpo, 6 de Outubro

Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa


corruptível; nós, porém, a incorruptível. Mas esmurro o meu corpo e o
reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu
mesmo a ser desqualificado. 1 Coríntios 9:25, 27.

O progresso da reforma depende de um claro reconhecimento da verdade


fundamental. Ao passo que, de um lado, espreita o perigo em uma estreita filosofia
e numa rígida e fria ortodoxia, há, por outro lado, maior perigo num descuidado
liberalismo. O fundamento de toda reforma estável é a Lei de Deus. Cumpre-nos
apresentar em linhas distintas e claras a necessidade de obedecer a essa lei. Seus
princípios devem ser mantidos perante o povo. Eles são tão eternos e inexoráveis
como o próprio Deus.
Um dos mais deploráveis efeitos da apostasia original foi a perda do poder
de domínio próprio por parte do homem. Unicamente à medida que esse poder é
reconquistado pode haver real progresso.
O corpo é o único agente pelo qual a mente e a alma se desenvolvem para
a edificação do caráter. Daí o adversário dirigir suas tentações para o enfraque-
cimento e degradação das faculdades físicas. Seu êxito nesse ponto importa na
entrega de todo o corpo ao mal. As tendências de nossa natureza física, a menos
que estejam sob o domínio de um poder mais alto, certamente produzirão ruína e
morte.
O corpo tem de ser posto em sujeição. As mais elevadas faculdades do ser
devem dominar. As paixões devem ser regidas pela vontade, e essa deve, por sua
vez, achar-se sob a direção de Deus. A régia faculdade da razão, santificada pela
graça divina, deve ter domínio em nossa vida.
As exigências de Deus devem impressionar a consciência. Homens e mu-
lheres precisam ser despertados para o dever do império de si mesmos, para
a necessidade da pureza, a liberdade de todo aviltante apetite e todo hábito
contaminador. [...]
Naquele antigo ritual que era o evangelho em símbolo, nenhuma oferta
defeituosa podia ser levada ao altar de Deus. O sacrifício que devia representar
Cristo tinha de ser sem mancha. A Palavra de Deus refere-se a isso como uma
ilustração do que devem ser Seus filhos — um “sacrifício vivo, santo” (Romanos
12:1), e sem defeito. Efésios 5:27. — A Ciência do Bom Viver, 129-130. [287]

295
Saúde e sucesso, 7 de Outubro

A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a


enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei
com justiça. Ezequiel 34:16.

Desde que o espírito e a alma encontram expressão mediante o corpo, tanto o


vigor mental como o espiritual dependem em grande parte da força e atividade
física. O que quer que promova a saúde física, promoverá o desenvolvimento
de um espírito robusto e um caráter bem-equilibrado. Sem saúde ninguém pode
compreender distintamente suas obrigações, ou completamente cumpri-las para
consigo mesmo, seus semelhantes ou seu Criador. Portanto, a saúde deve ser tão
fielmente conservada como o caráter. Um conhecimento de fisiologia e higiene
deve ser a base de todo esforço educativo.
Apesar de serem hoje os fatos da fisiologia tão geralmente compreendidos,
há uma indiferença alarmante em relação aos princípios da saúde. Mesmo dentre
os que conhecem esses princípios, poucos há que os ponham em prática. Seguem
a inclinação ou o impulso tão cegamente, como se a vida fosse dirigida por mero
acaso em vez de o ser por leis definidas e invariáveis.
A juventude, no frescor e vigor da vida, pouco se compenetra do valor de sua
abundante energia. Tesouro mais precioso do que o ouro, mais essencial para o
progresso do que a erudição, posição social ou riquezas, em quão pouca conta é
ela tida! Quão temerariamente é dissipada! Quantos homens, sacrificando a saúde
na luta pelas riquezas ou poderio, têm quase atingido o objeto de seu desejo,
apenas para cair inertes, enquanto outro, possuindo resistência física superior, se
apodera da recompensa há tanto tempo almejada! Mediante condições doentias,
resultantes da negligência das leis da saúde, quantos têm sido levados a práticas
ruins com sacrifício de toda a esperança para este mundo e o próximo!
No estudo da fisiologia, os alunos devem ser levados a ver o valor da energia
física, e como pode ela ser preservada e desenvolvida de modo a contribuir no
mais alto ponto para o sucesso na grande luta da vida. [...]
Toda escola deve ministrar instrução tanto em fisiologia como em higiene, e
tanto quanto possível ser provida de instalações para ilustrar a estrutura, o uso e
[288] cuidado do corpo. — Educação, 195-196.

296
Santidade e saúde, 8 de Outubro

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o


vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional. Romanos 12:1.

Aqueles que estão ligados a esse grande empreendimento [o Instituto de


Saúde em Battle Creek] não devem cessar de olhar seu trabalho a partir da elevada
perspectiva religiosa e rebaixar os exaltados princípios da verdade presente para
imitar em teoria e prática aquelas instituições onde os doentes são tratados apenas
visando a recuperação da saúde. A especial bênção de Deus não será concedida à
nossa instituição, mais do que o seria sobre aquelas em que corruptas teorias são
ensinadas e praticadas.
Vi que uma grande e extensa obra não poderia ser realizada a curto prazo,
como se fosse coisa fácil encontrar médicos a quem Deus possa aprovar, e que
trabalhem harmoniosa, desinteressada e zelosamente em favor da humanidade
sofredora. Deve sempre ser mantido em destaque que o grande objetivo a ser
alcançado por esse meio não é apenas a saúde, mas perfeição e santidade, as
quais não podem ser conseguidas com corpo e mente doentes. E essa meta não
será atingida com base em uma filosofia mundana. [...]
A idéia de que aqueles que abusaram de suas forças físicas e mentais, ou
que arruinaram mente e corpo, devem suspender todas as atividades para reaver
a saúde, é um grande erro. Em muito poucos casos o repouso absoluto por um
curto período pode ser necessário, mas eles são bem raros. Na maioria dos casos
a mudança seria muito grande.
Aqueles que abalaram sua saúde por intenso trabalho mental, deveriam re-
pousar a mente. Mas dizer-lhes que é errado e mesmo perigoso exercitar as
faculdades mentais até certo grau, os levaria a considerar seu caso como pior do
que é. [...]
Aqueles que se têm debilitado por esforço físico devem ter menos trabalho, e
que esse seja leve e agradável. Privá-los, porém, de todo trabalho e exercício seria
nocivo. [...] A inatividade é a maior maldição que lhes poderia sobrevir. Suas
energias se tornam tão entorpecidas que lhes seria impossível resistir à doença e
à debilidade e recobrar a saúde. — Testemunhos para a Igreja 1:554-556. [289]

297
Hábitos saudáveis, 9 de Outubro

E dá alimento a toda carne, porque a Sua misericórdia dura para sempre.


Oh! Tributai louvores ao Deus dos Céus, porque a Sua misericórdia dura
para sempre. Salmos 136:25-26.

O Senhor, em Sua providência, concedeu luz em relação ao estabelecimento


de clínicas onde os doentes pudessem ser tratados conforme os princípios de
higiene. O povo deve ser ensinado a depender dos remédios do Senhor: ar puro,
água pura e alimentos simples e saudáveis.
Todo esforço feito em prol da saúde física e moral do povo deve se basear
nos princípios morais. Os defensores de reforma que trabalham visando a glória
de Deus fixarão seus pés firmemente sobre os princípios de higiene e adotarão
uma prática correta. O povo precisa de conhecimento verdadeiro. Através de seus
errôneos hábitos de vida, os homens e as mulheres desta geração estão trazendo
sobre si mesmos incalculável sofrimento.
Os médicos têm um trabalho a fazer para efetuar essa reforma através da
educação do povo, para que este possa compreender as leis que governam sua
vida física. As pessoas devem saber como comer corretamente, trabalhar inteli-
gentemente, vestir-se de modo saudável, e devem ser ensinadas a colocar todos os
seus hábitos em harmonia com as leis da vida e da saúde, e a rejeitar as drogas. Há
uma grande obra a ser feita. Se os princípios da reforma de saúde forem adotados,
essa obra certamente estará intimamente associada à terceira mensagem angélica
assim como a mão está ao corpo.
Por que existe tanta divergência? Por que tanta ação independente, tanta
ambição egoísta neste grande campo missionário? Deus é desonrado. A ação
deve ser concentrada, unida. Isto é tão necessário na obra médica como em
qualquer outra área da obra de preparação para o grande dia de Deus. [...]
Ensine às pessoas como evitar doenças. Diga-lhes que deixem de se rebelar
contra as leis da natureza e, removendo todo obstáculo, experimentem esforçar-se
ao máximo para corrigir as coisas. A natureza deve ter uma oportunidade justa
para aplicar seus agentes de cura. Devemos fazer intensos esforços para alcançar
um padrão mais elevado quanto aos métodos de tratamento de doentes. Se a luz
que Deus deu prevalecer, se a verdade vencer o erro, grandes passos serão dados
[290] na reforma da saúde. Assim deve ser. — Manuscript Releases 13:177, 178.

298
Santificação do corpo e da alma, 10 de Outubro

Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim
como é próspera a tua alma. 3 João 2.

O propósito de Deus em relação a Seus filhos é que cresçam até a estatura


perfeita de homens e mulheres em Cristo Jesus. Para conseguir isso, cumpre que
façam uso legítimo de toda faculdade do espírito, mente e corpo. [...]
A questão de como preservar a saúde é de primordial importância. Quando a
estudamos no temor do Senhor, aprendemos que o melhor para nosso progresso,
tanto físico como espiritual, é a observância de um regime alimentar simples.
Estudemos com paciência esse assunto. Precisamos de conhecimento e bons
critérios para progredir sabiamente nessa questão. Não se deve resistir, mas sim
obedecer às leis da natureza.
Os que receberam instruções sobre os males causados por alimentos cárneos,
chá, café e preparações alimentares ricas e não saudáveis, e que estão dispostos a
fazer com Deus um concerto de sacrifício, deixarão de satisfazer seu apetite por
alimentos que, sabem, não são sadios. Deus exige que o apetite seja purificado e
que se pratique a renúncia quando se trata de coisas que não são boas. Essa obra
tem de ser executada antes que Seu povo possa aparecer perfeito diante dEle.
O povo remanescente de Deus deve estar convertido. A apresentação desta
mensagem tem como objetivo a conversão e santificação das pessoas. Devemos
sentir neste movimento o poder do Espírito de Deus. É esta uma mensagem
maravilhosa e definida; significa tudo para quem a recebe e deve ser proclamada
em alta voz. [...]
Arcam com grande responsabilidade os que conhecem a verdade, para con-
seguir que todas as suas obras correspondam à sua fé, sua vida seja purificada
e santificada, e eles preparados para a obra que tem de ser rapidamente feita
nestes últimos dias. Não dispõem de tempo nem de forças para gastá-los com
satisfazer o apetite. As seguintes palavras devem soar-nos aos ouvidos com
impressiva gravidade: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apa-
gados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença
do Senhor”. Atos 3:19. — Testemunhos para a Igreja 9:153-155. [291]

299
Condições para boa saúde, 11 de Outubro

Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante
dos Seus olhos, e deres ouvido aos Seus mandamentos, e guardares todos
os Seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre
os egípcios; pois Eu sou o Senhor, que te sara. Êxodo 15:26.

Cristo fora o guia e mestre do antigo Israel, e ensinara-lhe que a saúde é o


prêmio da obediência às leis divinas. O grande Médico que curava os doentes da
Palestina falara a Seu povo da coluna de nuvem, dizendo-lhe o que devia fazer, e
o que Deus faria por ele. “Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus”, disse, “e
fizeres o que é reto diante dos Seus olhos, e deres ouvido aos Seus mandamentos,
e guardares todos os Seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que
enviei sobre os egípcios; pois Eu sou o Senhor, que te sara”. Êxodo 15:26. Cristo
deu a Israel definidas instruções acerca de seus hábitos de vida, e assegurou-lhe:
“E o Senhor de ti desviará toda a enfermidade”. Deuteronômio 7:15. Quando
cumpriam as condições, verificavam-se as promessas. “Entre as suas tribos não
houve um só enfermo”. Salmos 105:37. [...]
Essas lições são para nós. Há condições que devem ser observadas por todos
os que queiram conservar a saúde. Cumpre aprenderem todos quais são essas
condições. Deus não Se agrada da ignorância com respeito a Suas leis, sejam
naturais, sejam espirituais. Devemos ser coobreiros Seus, para restauração da
saúde do corpo bem como da mente.
E devemos ensinar os outros a conservar e a recuperar a saúde. Empregar para
os doentes os remédios providos por Deus na natureza, bem como encaminhá-los
Àquele que, unicamente, pode restaurar. É nossa obra apresentar os doentes e
sofredores a Cristo, nos braços de nossa fé. Devemos ensinar-lhes a crer no
grande Médico. Lançar mão de Sua promessa, e orar pela manifestação de Seu
poder. A própria essência do evangelho é restauração, e o Salvador quer que
induzamos os enfermos, os desamparados e os aflitos a se apoderarem de Sua
força. [...]
Tomar o Seu jugo é uma das primeiras condições para receber-Lhe o poder.
A própria vida da igreja depende de sua fidelidade em cumprir a comissão do
Senhor. Negligenciar essa obra certamente é convidar a fraqueza e a decadência
espirituais. Onde não há ativo trabalho em benefício de outros, o amor diminui e
[292] definha a fé. — O Desejado de Todas as Nações, 824-825.

300
Desenvolvimento pessoal, 12 de Outubro

Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por
Minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo
inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? Lucas 9:24-25.

Apenas uma fração da vida nos é assegurada; e a pergunta que cada um deve
fazer é: “Como posso empregar minhas energias de maneira que elas possam
render o maior dividendo? Como posso fazer o máximo para a glória de Deus e
em benefício dos meus semelhantes?” Pois a vida vale apenas quando é usada
para a realização desses fins.
Nosso primeiro dever para com Deus e os nossos semelhantes é o do de-
senvolvimento próprio. Cada faculdade com a qual o Criador nos dotou deve
ser cultivada no mais alto grau de perfeição, a fim de que sejamos capazes de
realizar a maior soma de bem que nos seja possível. Por isso que o tempo gasto
no estabelecimento e preservação da saúde física e mental é um tempo bem
aproveitado. Não podemos permitir-nos diminuir ou invalidar qualquer função
do corpo ou da mente. Tão certamente quanto fizermos isto, devemos sofrer as
conseqüências.
Todo homem tem a oportunidade, até certo ponto, de tornar-se tudo quanto
escolher ser. As bênçãos desta vida, bem como as do estado imortal, estão ao seu
alcance. Pode edificar um caráter de valor duradouro, conseguindo nova energia
a cada passo. Pode crescer diariamente em conhecimento e sabedoria, cônscio de
novos prazeres enquanto progride, acrescentando virtude a virtude, graça a graça.
[...] Sua inteligência, conhecimento e virtude se desenvolverão assim com maior
vigor e mais perfeita simetria.
Por outro lado, pode ele permitir que suas faculdades se entorpeçam por falta
de uso ou por serem pervertidas por meio de hábitos maus, falta de domínio
próprio ou de vigor moral e religioso. Seu caminho então conduz para baixo; é
ele desobediente à lei de Deus e às leis da saúde. O apetite o domina; arrasta-o
para longe a inclinação. É-lhe mais fácil permitir que as forças do mal, que
estão sempre ativas, o arrastem para trás, do que lutar contra elas e avançar. A
dissipação, a doença e a morte se seguem. Esta é a história de muitas vidas que
poderiam ter sido úteis à causa de Deus e à humanidade. — Conselhos sobre
Saúde, 107-108. [293]

301
Vigor físico e mental, 13 de Outubro

Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza,


tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor
de Deus. 2 Coríntios 7:1.

Muitos deles têm sofrido por árduo esforço mental, não aliviado por exercício
físico. O resultado é a deterioração de suas energias e a tendência para eximir-se
a responsabilidades. O que eles necessitam é mais trabalho ativo. Isto não se
restringe apenas àqueles cuja cabeça está embranquecida pela neve do tempo,
mas homens jovens em idade têm caído no mesmo estado e se têm tornado
mentalmente enfraquecidos.
Hábitos de estrita temperança aliados com o exercício muscular e mental
preservarão o vigor físico e mental, e comunicarão poder de resistência aos que
se empenham no ministério, aos redatores e a todos cujos hábitos são sedentários.
Os pastores, professores e alunos não reconhecem como devem a necessidade
de exercício físico ao ar livre. Negligenciam esse dever por demais essencial
para a conservação da saúde. Aplicam-se profundamente aos livros, e comem
a quantidade própria para um trabalhador. Com tais hábitos, alguns se tornam
corpulentos, porque o organismo está sobrecarregado. Outros, ao contrário, ema-
grecem, ficam fracos, pois suas energias vitais se esgotam no esforço de eliminar
o excesso do que é ingerido. [...] Caso o exercício físico fosse combinado com
o esforço mental, o sangue seria estimulado na circulação, mais perfeito seria
o trabalho do coração e eliminadas as toxinas, experimentando-se nova vida e
vigor em cada parte do corpo. [...]
É uma obra sagrada esta em que estamos empenhados. [...] Conservar o
espírito puro, como um templo para o Espírito Santo é um sagrado dever que
temos para com Deus. Se o coração e mente são dedicados ao serviço de Deus,
obedecendo a todos os Seus mandamentos, amando-O de todo o coração, alma,
entendimento e força, e a nosso semelhante como a nós mesmos, seremos achados
fiéis e verdadeiros aos requisitos do Céu. [...]
A consciência de estar procedendo bem é o melhor remédio para corpos e
mentes enfermos. A bênção especial de Deus repousando sobre o recebedor é
saúde e força. A pessoa cuja mente esteja calma e satisfeita em Deus está no
[294] caminho para a saúde. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 160-162.

302
O exemplo dos quatro Hebreus, 14 de Outubro

Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das
finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos. [...] No fim
dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do
que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei. Daniel 1:13, 15.

“Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em


toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e
sonhos. Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe
dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor. Então, o rei falou com
eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e
Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei. Em toda matéria de sabedoria
e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais
sábios do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino”.
Daniel 1:17-20.
Esse registro contém muita importância na questão da reforma de saúde. Na
experiência dos quatro jovens hebreus uma lição é dada a respeito da necessidade
de abstinência de toda bebida alcoólica e da condescendência com o apetite
pervertido. A posição assumida por esses jovens hebreus foi provada, e no fim
de dez dias foram encontrados com melhor aparência e com mais conhecimento
que os demais a quem o rei estava testando.
Em nossos dias, o Senhor Se agradaria de que os que estão se preparando
para a futura vida imortal seguissem o exemplo de Daniel e seus companheiros
em buscar manter o corpo forte e a mente limpa. Quanto mais aprendemos a
cuidar do nosso corpo, mais capazes seremos de escapar dos males que estão no
mundo pela concupiscência. [...]
Devemos aprender como equilibrar o trabalho feito pelo cérebro, pelos ossos
e músculos. Se você sobrecarrega as faculdades da mente com fardos pesados,
enquanto os músculos ficam sem exercício, tal procedimento contará sua história
de modo tão certamente como o sábio procedimento dos jovens hebreus contou
sua história. Os pais devem seguir uma conduta coerente na educação de seus
filhos. Nossos jovens devem ser ensinados desde a infância como exercitar o
corpo e a mente proporcionalmente. — The General Conference Bulletin, 30 de
Maio de 1909. [295]

303
O controle do apetite, 15 de Outubro

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos


pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de
refrigério. Atos 3:19-20.

Somente o poder de Cristo pode realizar uma transformação do coração e


do espírito, a qual todos necessitam a fim de com Ele partilhar a nova vida no
reino do Céu. [...] Para podermos servi-Lo como convém, importa nascer do
Espírito divino. Seremos então induzidos à vigilância, tendo purificado o coração
e renovado o entendimento, e obtido graça para conhecer e amar a Deus. Isso
nos tornará dispostos para obedecer a todos os reclamos divinos. Esse é o culto
legítimo.
Deus requer de Seu povo crescimento contínuo. Devemos aprender que
condescender com o apetite constitui o maior obstáculo para o desenvolvimento
mental e a santificação. Apesar de sua adesão à reforma do regime alimentar,
muitos seguem regime impróprio. A transigência com o apetite é a causa principal
da debilidade física e mental, e é em grande parte responsável pela fraqueza e
morte prematura de muitos. Todo indivíduo que aspira à pureza de espírito, deve
ter sempre presente que em Cristo há poder para vencer o apetite. [...]
A alimentação cárnea é prejudicial ao bem-estar físico e devemos aprender a
passar sem ela. Os que estão em condições de seguir o regime vegetariano, mas
atêm-se às suas preferências, comendo e bebendo o que lhes apraz, aos poucos se
tornarão descuidosos das instruções que o Senhor lhes deu no tocante às outras
verdades e serão por fim incapazes de entendê-las, colhendo o que semearam.
[...]
Apelo aos idosos, aos jovens e aos adultos em geral. Não satisfaçam seu
apetite com o que lhes pode causar dano. Sirvam ao Senhor com sacrifício. As
próprias crianças devem desempenhar uma parte inteligente nessa obra. Somos
todos membros de uma só família e Deus quer que Seus filhos, tanto jovens
quanto idosos, resolvam negar-se ao apetite e a poupar os meios necessários para
a construção de casas de culto e o sustento dos missionários. [..]
Sou instruída a dizer aos pais: Coloquem-se de corpo e alma do lado do
Senhor nessa questão. Precisamos lembrar constantemente que estamos em juízo
perante o Senhor do Universo nestes dias de graça. Não é hora de se libertarem
das condescendências que os estão prejudicando? É fácil fazer uma profissão
formal de fé; testifiquem, porém, os seus atos de renúncia, de sua obediência aos
preceitos que Deus estabelece para Seu povo peculiar. — Testemunhos para a
[296] Igreja 9:156, 157.

304
Cristãos temperantes, 16 de Outubro

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus. 1 Coríntios 10:31.

Escreve o apóstolo Paulo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio,
todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar
uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não
como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o
meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não
venha de alguma maneira a ficar reprovado”. 1 Coríntios 9:24-27.
Há neste mundo muitos que condescendem com hábitos nocivos. O apetite
é a lei que os governa; e por causa de seus hábitos errôneos, o senso moral é
embotado, e o poder de discernir as coisas sagradas é em grande parte destruído.
Mas é necessário que os cristãos sejam estritamente temperantes. Devem elevar
a norma. A temperança no comer, beber e vestir é essencial. Deve dominar
o princípio, em vez do apetite ou do gosto. Os que comem demais, ou cujo
alimento é de qualidade objetável, são facilmente levados à dissipação, e a
“muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição
e ruína”. 1 Timóteo 6:9. [...]
Significa muito ser fiel a Deus. Ele tem reivindicações sobre todos os que
se empenham em Seu serviço. Deseja que espírito e corpo sejam preservados
na melhor condição de saúde, cada faculdade e dom sob o controle divino, e tão
vigorosos e cuidadosos como os possam tornar os hábitos de estrita temperança.
Estamos sob obrigação a Deus, para nos consagrar sem reservas a Ele, corpo e
alma, considerando todas as faculdades como dons por Ele confiados, para serem
empregados em Seu serviço.
Todas as nossas energias e capacidades devem ser constantemente fortaleci-
das e aperfeiçoadas durante este período de graça. Unicamente os que apreciam
esses princípios, e foram educados no sentido de cuidarem de seu corpo inteli-
gentemente e no temor de Deus, devem ser escolhidos para assumirem responsa-
bilidades nesta obra. [...] Toda igreja precisa de um testemunho claro, vigoroso,
dando à trombeta um sonido certo. — Conselhos sobre o Regime Alimentar,
156-157. [297]

305
Alimento saudável e saboroso, 17 de Outubro

Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo
que não satisfaz? Ouvi-Me atentamente, comei o que é bom e vos
deleitareis com finos manjares. Isaías 55:2.

Alguns de nosso povo, ainda que se abstenham conscienciosamente de ali-


mentos impróprios, deixam, entretanto, de suprir-se dos elementos necessários
ao sustento do corpo. Nutrindo idéias exageradas a respeito da reforma de saúde,
correm o risco de preparar pratos tão insípidos que não satisfazem o apetite. É
necessário preparar o alimento de modo a ser não só apetitoso, como substancial.
Não se deve subtrair ao corpo o que ele necessita. Eu uso sal e sempre o usei,
porque o sal é realmente essencial para o sangue. Os vegetais podem tornar-se
mais saborosos com um pouco de leite, nata, ou algo equivalente.
Posto que se tenha advertido contra o perigo de contrair enfermidades pelo uso
de manteiga e contra os males provenientes do uso abundante de ovos por parte
das crianças, não devemos considerar violação do princípio usar ovos de galinhas
bem tratadas e convenientemente alimentadas. Os ovos contêm propriedades que
são agentes medicinais neutralizantes de certos venenos.
Abstendo-se de leite, ovos e manteiga, alguns deixaram de prover ao orga-
nismo o alimento necessário e, em conseqüência, se enfraqueceram e ficaram
incapacitados para o trabalho. Assim é que a reforma de saúde perde o seu
prestígio. A obra que temos procurado construir solidamente acaba confundida
com coisas estranhas que Deus não exigiu. [...]
Tempo virá em que talvez tenhamos que deixar alguns dos artigos de que se
compõe o nosso atual regime, tais como leite, nata e ovos, mas não é necessário
provocar dificuldade para nós mesmos com restrições exageradas e prematuras.
Esperemos até que as circunstâncias o exijam e o Senhor prepare o caminho para
isso. [...]
Evitemos dar testemunho contra ela, deixando de usar alimentos nutritivos e
saborosos em lugar das coisas prejudiciais do regime que abandonamos. De forma
alguma satisfaçamos o apetite quando ele requer estimulantes. Usemos somente
alimentos simples, nutritivos e agradeçamos a Deus constantemente os princípios
da reforma de saúde. Em tudo sejamos verdadeiros e retos, e ganharemos vitórias
[298] preciosas. — Testemunhos para a Igreja 9:161-162.

306
Hábitos na infância, 18 de Outubro

O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a


sabedoria e o ensino. Provérbios 1:7.

A doença não tem apenas sido transmitida de geração a geração, mas os


pais transmitem aos filhos os próprios hábitos errôneos, o apetite pervertido e as
paixões corruptas. Homens e mulheres são lentos em obter sabedoria baseados
na história do passado. É surpreendente a estanha ausência de princípio e a negli-
gência das leis da vida e da saúde que caracterizam a presente geração. Embora
o conhecimento dessas coisas possa ser prontamente obtido, uma deplorável
ignorância prevalece.
A principal ansiedade, por parte da maioria, é: “Que comerei? Que beberei? e
com que me vestirei?” Apesar de tudo o que foi dito e escrito sobre a importância
da saúde e os recursos para preservá-la, geralmente o apetite é a grande lei que
governa homens e mulheres.
Que pode ser feito para deter a onda de enfermidade e crime que está arre-
batando nossa raça e levando-a à ruína e à morte? Como a grande causa do mal
se deve achar na condescendência com o apetite e a paixão, assim a primeira e
grande obra de reforma deve ser aprender e praticar as lições de temperança e
domínio próprio.
Para se efetuar uma mudança permanente para melhor na sociedade, a educa-
ção das massas deve começar no início da vida. Os hábitos formados na infância
e juventude, os gostos adquiridos, o domínio de si mesmo conquistado, os prin-
cípios infundidos desde o berço, determinam quase com segurança o futuro do
homem e da mulher. [...]
Um dos maiores auxílios no aperfeiçoar caráter puro e nobre nos jovens, for-
talecendo-os para dominar o apetite e refrear-se contra os excessos degradantes,
é a boa saúde física. E, por outro lado, esses mesmos hábitos de domínio próprio
são essenciais à manutenção da saúde. [...]
E a juventude, especialmente, a fase própria para acumular conhecimentos
que se ponham em uso diário através da vida. É o tempo de estabelecer os bons
hábitos, de corrigir os maus já adquiridos, de conquistar e manter o poder do
governo de si mesmo, delinear o plano e habituar-se à prática de ordenar todos
os atos da vida com relação à vontade divina e ao bem de nossos semelhantes. —
The Review and Herald, 13 de Dezembro de 1881. [299]

307
Temperança à mesa, 19 de Outubro

Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não
permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais
suportar. 1 Coríntios 10:13.

Com toda a nossa profissão de reforma de saúde, nós, como povo, comemos
muito. A condescendência com o apetite é a maior causa de debilidade física e
mental [...].
A intemperança começa à nossa mesa, no uso de alimentos inadequados.
Depois de algum tempo, devido à continuada condescendência com o apetite, os
órgãos digestivos se enfraquecem, e o alimento ingerido não satisfaz. Estabelece-
se um estado doentio, experimentando-se intenso desejo de ingerir comida mais
estimulante. O chá, o café e os alimentos cárneos produzem efeito imediato.
Sob a influência desses venenos, o sistema nervoso fica agitado e, em certos
casos, momentaneamente, o intelecto parece revigorado e a imaginação mais
viva. Como esses estimulantes produzem no momento resultados tão agradáveis,
muitos chegam à conclusão de que realmente deles necessitam, e continuam a
usá-los.
Há sempre, porém, uma reação. O sistema nervoso, havendo sido indevida-
mente estimulado, tomou emprestado para o uso presente energias reservadas
para o futuro. Todo esse temporário fortalecimento do organismo é seguido de
depressão. Proporcional a esse passageiro aumento de forças do organismo será
a depressão dos órgãos assim estimulados, após haver cessado seu efeito. O
apetite é educado a desejar intensamente algo mais forte, que tenda a manter e
acrescentar a aprazível excitação, até que a condescendência se torne um hábito,
havendo contínuo e intenso desejo de mais forte estímulo, como o fumo, vinhos
e outras bebidas alcoólicas. [...]
O grande objetivo por que Cristo suportou aquele longo jejum no deserto
foi ensinar-nos a necessidade da abnegação e da temperança. Essa obra deve
começar à nossa mesa, e ser estritamente efetuada em todos os aspectos da vida.
O Redentor do mundo veio do Céu para ajudar o ser humano em sua fraqueza
para que, no poder que Jesus veio lhe trazer, ele se torne forte para vencer o
apetite e a paixão, tornando-se vitorioso em todos os pontos. — Testemunhos
[300] para a Igreja 3:487-488.

308
A fonte da saúde, 20 de Outubro

Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara,


porque eram amargas; por isso, chamou-se-lhe Mara. E o povo murmurou
contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Êxodo 15:23, 24.

O Senhor tinha uma lição para ensinar aos filhos de Israel. As águas de Mara
foram a lição, representando as enfermidades trazidas sobre os seres humanos
por causa do pecado. Não é nenhum mistério que os habitantes da Terra estejam
sofrendo de enfermidades de toda espécie e tipo. É pelo fato de transgredirem a
lei de Deus.
Assim faziam os filhos de Israel. Eles quebraram as barreiras que em Sua
providência havia Deus construído para preservá-los das doenças, para que
pudessem viver com saúde e em santidade, e dessa forma aprendessem obediência
em seu jornadear através do deserto. Eles andavam sob a especial direção de
Cristo, que Se dera a Si mesmo como sacrifício para preservar um povo que devia
conservar sempre Deus na lembrança, apesar das magistrais tentações de Satanás.
Envolvido na coluna de nuvem, era desejo de Cristo manter sob Suas protetoras
asas todos os que desejassem fazer Sua vontade.
Não foi por acaso que em sua jornada os filhos de Israel vieram a Mara. Antes
que eles deixassem o Egito o Senhor começou Suas lições de orientação, a fim
de que pudesse levá-los a compreender que Ele era o seu Deus, seu Libertador,
seu Protetor. Eles murmuraram contra Moisés e contra Deus, mas o Senhor ainda
procurou mostrar-lhes que aliviaria todas as suas dificuldades se eles se voltassem
para Ele. Os males que enfrentaram e pelos quais passaram foram parte do grande
plano de Deus, pelo qual Ele queria prová-los.
“Então, chegaram a Mara. [...] E o povo murmurou contra Moisés, dizendo:
Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe um
lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces; ali lhes deu estatutos e
uma ordenação e ali os provou.” [...] Embora invisível a olhos humanos, Deus era
o líder dos israelitas, seu poderoso Restaurador. Foi Ele quem pôs no pedaço de
madeira as propriedades que tornaram doces as águas. Dessa maneira desejava
Ele mostrar-lhes que pelo Seu poder era capaz de curar os males do coração
humano.. — Medicina e Salvação, 119-120. [301]

309
As leis da natureza e a saúde, 20 de Outubro

Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos


fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. 1 Timóteo
4:12.

Não há um em mil, casado ou solteiro, que compreenda a importância da


pureza de hábitos, de preservar o asseio do corpo e a pureza de pensamento. En-
fermidade e doença são conseqüência certa da desobediência às leis da natureza e
da negligência das leis da vida e da saúde. É o lar onde vivemos que precisamos
preservar, para a honra de Deus, Aquele que nos redimiu. Precisamos saber como
preservar o mecanismo vivo, para que nossa mente, corpo e espírito possam ser
consagrados ao Seu serviço.
Como seres racionais, somos deploravelmente ignorantes quanto ao corpo
e suas exigências. Embora as escolas que estabelecemos ofereçam estudos em
fisiologia, não têm assumido a questão com a decidida energia que deveriam. [...]
Apesar de toda luz que brilham das Escrituras sobre esse assunto; apesar das
lições dadas na história de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; apesar do
resultado do regime alimentar simples e saudável, há pouca consideração pelas
lições escritas por aqueles que foram inspirados por Deus. Os hábitos alimentares
das pessoas são geralmente negligenciados. [...]
Vocês são propriedade do Senhor, Seus pela criação e Seus pela redenção.
“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Romanos 13:9. A lei do respeito
a si próprio e à propriedade do Senhor é aqui apresentada. E isto levará a res-
peitar as obrigações a que cada ser humano está sujeito a fim de conservar o
organismo vivo, que é tão tremenda e maravilhosamente feito. Esse maquinismo
vivo deve ser compreendido. Cada parte desse maravilhoso mecanismo deve ser
cuidadosamente estudada. A preservação da própria vida deve ser praticada. [...]
A transgressão da lei física é transgressão da lei de Deus. Nosso Criador é
Jesus Cristo. Ele é o autor de nosso ser. Criou a estrutura humana. É o autor
das leis físicas, assim como da lei moral. E o ser humano que se descuida, que
negligencia os hábitos e práticas concernentes à sua saúde e vida física, peca
[302] contra Deus. — The Kress Collection, 45, 46.

310
Como preservar a saúde, 22 de Outubro

O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Sem dúvida,
desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado
demais para ti; tu só não o podes fazer. Êxodo 18:17-18.

Quando fazemos tudo que podemos para ter saúde, então podemos esperar
que abençoados resultados se sigam, e podemos pedir com fé a Deus que abençoe
nossos esforços pela preservação da saúde. Ele responderá então a nossas orações,
se Seu nome puder ser glorificado por isso. Mas compreendam todos que há
uma obra para fazerem. Deus não operará de maneira miraculosa para preservar
a saúde de pessoas que estão seguindo um caminho que fatalmente os fará
enfermos, por causa de sua desatenção para com as leis da saúde. — Conselhos
sobre o Regime Alimentar, 26.
Uma cuidadosa conformidade com as leis que Deus implantou em nosso ser,
assegurará saúde, e não haverá debilidade na constituição. — Conselhos sobre o
Regime Alimentar, 20.
Muitos me têm perguntado: Que procedimento devo seguir para preservar
minha saúde? Minha resposta é: Deixem de transgredir as leis do ser; deixem de
condescender com o apetite depravado; ingiram alimentos simples; vistam-se de
maneira saudável, o que requererá modéstia e simplicidade; trabalhem de forma
adequada; e não adoecerão. [...] Muitos sofrem em conseqüência da transgressão
de seus pais. Estes não podem ser censurados pelo pecado de seus pais; não
obstante, é seu dever indagar em que seus pais violaram as leis do seu ser [...];
e naquilo em que os hábitos de seus pais foram errados, devem eles mudar de
procedimento, e guiar-se por hábitos corretos, em melhor relação para com a
saúde. [...]
A ação harmoniosa e salutar de todas as energias do corpo e da mente resulta
em felicidade; quanto mais elevadas e aprimoradas as energias, tanto mais pura
e perfeita a felicidade. Uma vida sem objetivo é uma vida morta. A mente
deve deter-se sobre assuntos relacionados com nossos interesses eternos. Isso
conduzirá à saúde do corpo e da mente. — Conselhos sobre Saúde, 37, 51.
Deus Se comprometeu a manter esse maravilhoso sistema em saudável funci-
onamento desde que o instrumento humano obedeça às Suas leis e coopere com
Ele. [...]. — Conselhos sobre o Regime Alimentar, 17, 38. [303]

311
Causa e efeito, 23 de Outubro

Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau;
porque pelo fruto se conhece a árvore. Mateus 12:33.

Adão e Eva no Éden eram nobres em estatura e perfeitos em simetria e beleza.


Estavam sem pecado e em perfeita saúde. Que contraste com a humanidade
agora! A beleza perdeu-se. A saúde perfeita é desconhecida. Por toda parte
vemos doenças, deformidade e imbecilidade. [...]
Desde a queda a intemperança tem existido sob quase todas as formas. O
apetite tem dominado a razão. A família humana tem adotado uma conduta de
desobediência, e, como Eva, tem sido induzida por Satanás a desrespeitar as
proibições de Deus, iludindo-se com a suposição de que as conseqüências não
seriam tão terríveis como se inferira. A família humana tem violado as leis da
saúde, chegando ao excesso em quase todas as coisas. As enfermidades têm
estado a progredir firmemente. À causa tem-se seguido o efeito.
Deus deu aos nossos primeiros pais o alimento que pretendia que a huma-
nidade comesse. Era contrário ao Seu plano que se tirasse a vida a qualquer
criatura. Não devia haver morte no Éden. Os frutos das árvores do jardim eram
o alimento que as necessidades do homem requeriam. Deus não deu ao homem
permissão para comer alimento animal, senão depois do dilúvio. [...]
Muitos se admiram de que a humanidade se tenha degenerado tanto física,
mental e moralmente. Não compreendem que é a violação dos estatutos e leis
divinas, e a violação das leis da saúde, que têm produzido essa triste degene-
rescência. A transgressão dos mandamentos de Deus tem feito com que Sua
próspera mão seja removida. [...]
Muitos têm esperado que Deus os guarde de enfermidades, simplesmente
porque suplicaram que o fizesse. Mas Deus não considerou suas orações, porque
sua fé não foi aperfeiçoada pelas obras. Deus não operará milagres para livrar de
enfermidades aqueles que não cuidam de si mesmos, mas estão continuamente
violando as leis da saúde, e não fazem esforços para evitar as enfermidades. [...]
Deus não operará de maneira miraculosa para preservar a saúde de pessoas que
estão seguindo um caminho que fatalmente os fará enfermos, por causa de sua
desatenção para com as leis da saúde. — The Review and Herald, 2 de Abril de
[304] 1914.

312
Mente lúcida, 24 de Outubro

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e


corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo. 1 Tessalonicenses 5:23.

O apóstolo Paulo exorta a igreja: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão


de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional”. Romanos 12:1. [...]
Quando seguimos no comer e beber uma direção que diminui o vigor físico e
mental, ou nos tornamos presa de hábitos que tendem aos mesmos resultados,
desonramos a Deus, pois O privamos do serviço que Ele de nós reivindica. Os
que adquirem o antinatural desejo de fumar e com ele condescendem, fazem-no
à custa da saúde. Estão destruindo energia nervosa, diminuindo a força vital, e
sacrificando a resistência da mente.
Os que professam ser seguidores de Cristo, e todavia têm à porta esse terrível
pecado, não podem ter elevado apreço pela expiação e alta estima das coisas
eternas. Mentes nubladas e parcialmente paralisadas por narcóticos são facilmente
vencidas pela tentação, e não podem fruir comunhão com Deus.
Os fumantes pouco apelo podem fazer aos bebedores. Dois terços dos bêbados
de nossa terra desenvolveram a sede da bebida alcoólica em virtude do fumo. Os
que pensam que o fumo não lhes faça mal, podem convencer-se de seu engano,
privando-se dele por alguns dias; os nervos trêmulos, a cabeça atordoada, a
irritação que experimentam, lhes provarão que essa pecaminosa condescendência
os ligou em cadeias de servidão. Venceu-lhes a força de vontade. Acham-se
escravizados a um vício terrível em seus resultados. [...]
Deus requer que Seu povo seja temperante em tudo. O exemplo de Cristo,
durante aquele longo jejum no deserto, deve ensinar Seus seguidores a repelir
Satanás quando se aproxima sob o disfarce do apetite. Então terão eles influência
para reformar aqueles que foram desencaminhados pela satisfação do apetite, e
perderam a força moral para vencer a fraqueza e o pecado que deles tomou posse.
Assim podem os cristãos adquirir saúde e felicidade, em uma vida pura e bem
ordenada, e numa mente clara e incontaminada diante de Deus. — The Signs of
the Times, 6 de Janeiro de 1876. [305]

313
Os benefícios do trabalho, 25 de Outubro

Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu


fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que
outros comam; porque a longevidade do Meu povo será como a da árvore,
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos.
Isaías 65:21-22.

Agora, como nos dias de Israel, todo jovem precisa ser instruído nos deveres
da vida prática. Cada um deve adquirir conhecimentos em algum ramo de trabalho
manual que, em caso de necessidade, lhe possa proporcionar um meio de vida.
Isso é essencial, não somente como salvaguarda contra as dificuldades da vida,
mas em virtude de seu efeito sobre o desenvolvimento físico, mental e moral.
Ainda que fosse certo não vir alguém nunca a precisar de recorrer ao trabalho
manual como meio de subsistência, devia ainda assim aprender a trabalhar.
Sem exercício físico, ninguém pode ter constituição sadia e vigorosa saúde; e
a disciplina de serviços bem regulados não é menos essencial no conseguir-se
mente ativa e caráter nobre.
Os alunos que adquiriram conhecimento de livros sem obter o do trabalho
prático não podem pretender educação simétrica. As energias que deveriam
ter sido consagradas a vários ofícios têm sido negligenciadas. A educação não
consiste em empregar o cérebro apenas. A ocupação física é parte do preparo
essencial a todo jovem. Falta um importante aspecto de educação, se o estudante
não aprender a se empenhar em trabalho útil.
O saudável exercício de todo o ser proporcionará uma educação vasta e
compreensiva. Todo estudante deve consagrar parte de cada dia ao trabalho ativo.
Assim se formarão hábitos produtivos, animando-se um espírito de confiança
em si mesmo, ao mesmo tempo que a juventude será protegida contra muitas
práticas más e degradantes [...]
A disciplina para a vida prática, adquirida mediante o trabalho físico aliado
ao esforço mental, é suavizada pela reflexão de estar ele habilitando a mente e o
corpo para melhor executar a obra que Deus designou que os homens fizessem.
Quanto mais perfeitamente os jovens compreenderem a maneira de realizar os
deveres da vida prática, tanto maior será cada dia sua satisfação em ser útil aos
outros. A mente educada a fruir trabalho útil amplia-se; por meio de exercício e
da disciplina, é habilitada a servir; pois adquiriu assim o conhecimento essencial
a tornar seu possuidor uma bênção para os outros. — Mensagens aos Jovens,
[306] 177-179.

314
Temperança em todas as coisas, 26 de Outubro

Segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei


envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora,
será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte.
Filipenses 1:20.

Acham-se agora sob a sombra da morte muitos que se prepararam para fazer
uma obra pelo Mestre, mas que não julgaram ter repousado sobre eles a sagrada
obrigação de observar as leis da saúde. As leis do organismo físico são realmente
leis de Deus; este fato, porém, parece ter sido esquecido.
Alguns se têm limitado a um regime que os não pode manter com saúde.
Não proveram alimento nutritivo em substituição aos artigos prejudiciais; e não
consideraram que é preciso exercer tato e perícia para preparar o alimento da
maneira mais saudável. [...]
Há neste mundo muitos que condescendem com hábitos nocivos. O apetite
é a lei que os governa; e por causa de seus hábitos errôneos, o senso moral é
embotado, e o poder de discernir as coisas sagradas é em grande parte destruído.
Mas é necessário que os cristãos sejam estritamente temperantes. Devem elevar
a norma. A temperança no comer, beber e vestir é essencial. Deve dominar o
princípio, em vez do apetite ou do gosto. [...]
Significa muito ser fiel a Deus. Ele tem reivindicações sobre todos os que
se empenham em Seu serviço. Deseja que espírito e corpo sejam preservados
na melhor condição de saúde, cada faculdade e dom sob o controle divino, e tão
vigorosos e cuidadosos como os possam tornar os hábitos de estrita temperança.
[...]
Se pudermos despertar as sensibilidades morais de nosso povo em relação ao
assunto da temperança, grande vitória será alcançada. A temperança em todas as
coisas desta vida deve ser ensinada e praticada. Temperança no comer, no beber,
no dormir e vestir é um dos grandes princípios da vida religiosa. A verdade,
introduzida no santuário da alma, há de dirigir no tratamento do corpo. Coisa
alguma que diga respeito à saúde do ser humano deve ser considerada com
indiferença. Nosso bem-estar eterno depende do uso que fizermos, nesta vida,
de nosso tempo, força e influência. — The Review and Herald, 11 de Junho de
1914. [307]

315
A alimentação e o pensamento, 27 de Outubro

Eis que lhe trarei a ela saúde e cura e os sararei; e lhes revelarei
abundância de paz e segurança. Jeremias 33:6.

Os princípios do regime alimentar significam muito para nós, individual-


mente, e como povo. Quando pela primeira vez me veio a mensagem da reforma
alimentar, eu era fraca e muito débil, sujeita a desmaios freqüentes. Roguei a
Deus que me auxiliasse, e Ele me apresentou a grande questão da reforma de
saúde. Revelou-me que os que pretendem guardar os Seus mandamentos devem
ser postos em relação sagrada com Ele e, por meio da temperança no comer e no
beber, conservar o espírito e o corpo nas condições mais favoráveis para o Seu
serviço. [...]
Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar, mas
dizemos que nos países onde há muita fruta, cereais e nozes, os alimentos cárneos
não constituem alimentação própria para o povo de Deus. Fui instruída de que a
alimentação de carne tende a embrutecer a natureza e a privar as pessoas daquele
amor e simpatia que devem sentir umas pelas outras, dando aos instintos baixos
o domínio sobre as faculdades superiores do ser. Se a alimentação de carne foi
saudável algum dia, é perigosa agora. Constitui em grande parte a causa dos
cânceres, tumores e moléstias dos pulmões.
Não nos compete fazer do uso da alimentação cárnea uma prova de comunhão;
devemos, porém, considerar a influência que crentes professos, que fazem uso de
carne, têm sobre outras pessoas. Como mensageiros de Deus, não deveríamos
testemunhar ao povo: “Quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa,
fazei tudo para glória de Deus”? 1 Coríntios 10:31.
Não deveríamos dar um testemunho decidido contra a transigência com o
apetite pervertido? Pode ser considerado apropriado que os ministros do evan-
gelho, que estão a proclamar a verdade mais solene já enviada aos mortais, se
constituam em exemplo no regresso às panelas de carne do Egito? [...]
A saúde do corpo deve ser considerada essencial para o crescimento na graça
e para a aquisição de bom temperamento. Se o estômago não for bem cuidado,
a formação de caráter moral íntegro será prejudicada. O cérebro e os nervos
relacionam-se com o estômago. O comer e o beber impróprios resultam num
[308] pensar e agir também impróprios. — Testemunhos para a Igreja 9:158-160.

316
Educação alimentar, 28 de Outubro

Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois,


não se realizou a cura da filha do meu povo? Jeremias 8:22.

Todos estão sendo agora experimentados e provados. Fomos batizados em


Cristo, e, se desempenharmos nossa parte em renunciar a tudo o que nos afeta
desfavoravelmente, fazendo de nós o que não devemos ser, ser-nos-á concedida
força para o crescimento em Cristo, que é a nossa cabeça viva, e veremos a
salvação de Deus.
Somente quando dermos atenção inteligente aos princípios do viver saudável
seremos habilitados a ver os males que resultam do regime impróprio. Os que,
depois de reconhecerem seus erros, tiverem coragem para reformar seus hábitos;
hão de experimentar que o processo da reforma exige lutas e muita perseverança.
Uma vez educados os gostos, porém, reconhecerão que o uso de alimentos que
antes haviam considerado inofensivos estivera, pouco a pouco, mas de modo
contínuo, lançando bases para a dispepsia e outras moléstias.
Os pais e mães devem vigiar em oração. Devem colocar-se em guarda rigorosa
contra a intemperança sob qualquer forma. Ensinem aos filhos os princípios
da verdadeira reforma de saúde. Ensinem-lhes o que convém evitar, a fim de
preservar a saúde.[...]
Devem ser feitos os maiores esforços para educar o povo nos princípios da
reforma de saúde. Importa fundar escolas culinárias e instruir o povo, de casa em
casa, na arte de preparar alimentos saudáveis. Todos, adultos e jovens, necessitam
aprender a cozinhar com maior simplicidade. Onde quer que a verdade seja
apresentada, o povo terá de aprender a preparar alimentos de modo simples
e apetitoso. Cumpre mostrar-lhe como é possível seguir um regime alimentar
adequado sem lançar mão dos alimentos animais. [...]
Muito cuidado e habilidade devem ser empregados na preparação dos alimen-
tos destinados a substituir os que antigamente constituíam o regime alimentar dos
que agora estão aprendendo a ser reformadores de saúde. Para esse fim requer-se
fé em Deus, firmeza de propósito e o desejo de promover o auxílio mútuo. Um
regime que deixa de fornecer os elementos próprios da nutrição acarreta opróbrio
à causa da reforma de saúde. Somos mortais e temos que prover o alimento
próprio para o corpo. — Testemunhos para a Igreja 9:160-161. [309]

317
O cultivo das faculdades, 29 de Outubro

Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está
em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1
Coríntios 6:19.

A saúde é um grande tesouro. É o mais valioso bem que os mortais podem


possuir. Riqueza, honra ou cultura custam muito caro se forem adquiridas com
prejuízo do vigor da saúde. Nenhuma dessas realizações pode assegurar a felici-
dade, se não houver saúde. É um terrível pecado abusar da saúde que Deus nos
deu; pois todo abuso dessa natureza debilita a nossa vida e constitui um prejuízo,
mesmo que obtenhamos toda a educação possível. [...]
A pobreza, em muitos casos, é uma bênção; pois evita que os jovens e as
crianças sejam arruinados pela inatividade. Tanto as faculdades físicas como
as mentais devem ser cultivadas e desenvolvidas devidamente. O primeiro e
constante cuidado dos pais deve ser o de ver que os filhos tenham constituição
vigorosa, para que possam ser homens e mulheres sadios. É impossível alcançar
esse objetivo sem exercício físico.
Para a própria saúde física e bem moral, as crianças devem ser ensinadas a
trabalhar, mesmo que a necessidade não o requeira. Se querem ter caráter puro
e virtuoso, devem desfrutar da disciplina de um trabalho bem equilibrado, que
ponha em atividade todos os músculos. A satisfação das crianças por serem úteis
e praticarem atos de abnegação para ajudar a outros será o prazer mais salutar
que já experimentaram. [...]
O trabalho físico não impedirá o cultivo do intelecto. Longe disso. As vanta-
gens obtidas pelo trabalho físico darão equilíbrio à pessoa e impedirão que se
sobrecarregue a mente. O trabalho atuará sobre os músculos e aliviará o cérebro
cansado. [...]
Não se requer uma coisa frágil, impotente, adornada com exagero e que ri
tolamente para fazer uma mulher nobre. É necessário um corpo são para ter um
intelecto são. Saúde física e conhecimento prático de todos os deveres domésticos
necessários jamais constituirão um obstáculo para um intelecto bem desenvolvido
[...]
A mente humana precisa ter atividade. Se não estiver ativa na direção certa,
estará ativa na direção errada. A fim de conservá-la em equilíbrio, o trabalho e o
[310] estudo devem estar unidos nas escolas. — Testemunhos para a Igreja 3:150-153.

318
Ar fresco e puro, 30 de Outubro

Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do
mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos.
Provérbios 3:7-8.

A mente satisfeita, o espírito alegre, é saúde para o corpo e força para o


coração. Nada é tão eficaz para causar doenças do que a depressão, a melancolia
e a tristeza. A depressão mental é terrível. [...]
Ar, ar, a preciosa dádiva do Céu, que todos podem ter, lhes beneficiará com sua
revigorante influência, caso lhe não recusem a entrada. Dêem-lhe as boas-vindas,
tenham-lhe afeição e ele se revelará um precioso calmante dos nervos. O ar deve
estar em constante circulação para manter-se puro. O efeito do ar puro e fresco é
fazer com que o sangue circule de maneira saudável através do organismo. Ele
refresca o corpo e tende a comunicar-lhe força e saúde, ao mesmo tempo que
sua influência é claramente sentida sobre a mente, comunicando um certo grau
de calma e serenidade. Desperta o apetite, torna mais perfeita a digestão dos
alimentos e conduz a sono saudável e tranqüilo.
Os efeitos produzidos por permanecer em aposentos fechados e mal ventilados
são os seguintes: O organismo torna-se fraco e doentio, a circulação diminui,
o sangue corre lentamente através do organismo, porque não é purificado e
vitalizado pelo puro, revigorante ar do céu. [...]
Você crê que o fim de todas as coisas está próximo e que as cenas da história
terrestre estão rapidamente chegando ao fim? Se assim é, demonstre sua fé pelas
suas obras. [...]
“A fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”. Tiago 2:17. Poucos têm
aquela fé genuína que age por amor e purifica o coração. Todos, porém, que são
tidos por dignos da vida eterna devem possuir aptidão moral para ela. “Amados,
agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas
sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque
assim como é O veremos. E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si
mesmo, como também Ele é puro”. 1 João 3:2-3. Essa é a obra que está diante do
irmão, e você não terá tempo de sobra se empenhar-se nela com todo seu coração.
— Testemunhos para a Igreja 1:702-705. [311]

319
O amor é essencial para a saúde, 31 de Outubro

Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso
corpo. 1 Coríntios 6:20.

Nosso corpo pertence a Deus. Ele pagou o preço da redenção pelo corpo
tanto quanto pela alma. [...]
O Criador vela sobre a estrutura humana, mantendo-a em movimento. Não
fosse o Seu constante cuidado, o pulso não bateria, a ação do coração cessaria, o
cérebro não mais desempenharia a sua parte.
O cérebro é o órgão e instrumento da mente, e controla o corpo todo. Para as
outras partes do organismo serem sadias, tem de o cérebro ser sadio. E para o
cérebro ser sadio, o sangue tem de ser puro. [...]
É a falta de ação harmoniosa no organismo humano que produz enfermidades.
A imaginação pode controlar as outras partes do corpo, para dano seu. Todas as
partes do organismo precisam trabalhar harmoniosamente. As diferentes partes
do corpo, especialmente as partes distantes do coração, devem receber abundante
circulação de sangue. Os membros desempenham uma parte importante, e devem
receber a devida atenção.
Deus é o grande operador do organismo humano. No cuidado de nosso corpo
precisamos cooperar com Ele. Amor a Deus é essencial para a vida e saúde. [...]
A fim de que tenhamos saúde perfeita, deve nosso coração estar cheio de amor,
esperança e alegria no Senhor. [...]
Os que colocam toda a sua alma no trabalho médico-missionário, que in-
cansavelmente trabalham, em perigo, em privação muitas vezes, em cansaço e
dor, estão em risco de esquecer que devem ser fiéis guardadores de suas próprias
faculdades físicas e mentais. Não se devem permitir excessivo desgaste. Mas,
cheios de zelo e fervor, eles muitas vezes agem desavisadamente, colocando-se
sob demasiada tensão. A menos que tais obreiros façam mudança, o resultado
será que sobre eles virá a doença, e entrarão em colapso. [...]
Temos uma vocação tão mais alta do que interesses comuns e egoístas, quão
mais altos são os céus do que a Terra. Mas esse pensamento não deve levar os
dispostos e sacrificados servos de Deus a levar todos os fardos que possivelmente
[312] consigam levar, sem períodos de descanso. — Medicina e Salvação, 291-293.

320
Novembro
Podemos vencer, 1 de Novembro

Sacia-nos de madrugada com a Tua benignidade, para que nos


regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. Salmos 90:14.

Caso o povo de Deus reconhecesse Sua maneira de lidar com eles, e Lhe
aceitassem os ensinos, encontrariam caminho reto para seus pés, e uma luz para
guiá-los por entre as trevas e o desânimo. Davi aprendeu sabedoria do trato
de Deus para com ele, e curvou-se humildemente sob o castigo do Altíssimo.
O quadro fiel de sua verdadeira condição, feito pelo profeta Natã, deu a Davi
o conhecimento dos próprios pecados, e ajudou-o a afastá-los de si. Aceitou
humildemente o conselho, e humilhou-se diante de Deus. “A lei do Senhor é
perfeita, e refrigera a alma”, exclama ele. Salmos 19:7.
Os pecadores arrependidos não têm motivo de desesperar-se por lhes serem
lembradas suas transgressões e serem advertidos do perigo em que se encontram.
Esses próprios esforços em seu favor indicam quanto Deus os ama e deseja
salvá-los. [...]
Deus é tão poderoso hoje para salvar do pecado como o era nos tempos dos
patriarcas, de Davi, e dos profetas e apóstolos. A multidão de casos registrados
na história sagrada em que o Senhor livrou Seu povo das iniqüidades deles deve
tornar os cristãos de hoje ansiosos de receberem as instruções divinas e zelosos
de aperfeiçoarem um caráter que suporte a íntima inspeção do juízo.
A história bíblica sustém o coração desfalecido com a esperança da miseri-
córdia de Deus. Não precisamos desesperar quando vemos que outros têm lutado
através de desânimos semelhantes aos nossos, e caíram em tentações da mesma
maneira que nós, e não obstante reconquistaram o terreno e foram abençoados
por Deus. As palavras da inspiração confortam e animam a pessoa errante.
Se bem que os patriarcas e os apóstolos fossem sujeitos às fragilidades
humanas, obtiveram, pela fé, boa reputação, combateram seus combates na força
do Senhor, e venceram gloriosamente. Assim, podemos confiar na virtude do
sacrifício expiatório, e ser vencedores no nome de Jesus. A humanidade é a
humanidade em todo o mundo, desde os tempos de Adão, até a geração atual;
e o amor de Deus é, através de todos os séculos, um amor incomparável. —
[313] Testemunhos para a Igreja 4:14-15.

322
Fé inabalável, 2 de Novembro

Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação


de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e
compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o
mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Filipenses 2:1, 2 (NVI).

Eu me lembro bem de que, quando morávamos na Carroll House [em Takoma


Park, Maryland], perto da caixa d’água, o jovem que trabalhava no terreno da
escola se unia a nós em uma sala grande dessa casa todas as manhãs, às cinco e
meia, para o culto familiar. Enquanto juntos adorávamos a Deus, sabíamos que o
Espírito Santo estava entre nós.
Buscávamos ao Senhor com todo o coração, e Ele vinha para bem perto
de nós. Apresentávamos a promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis;
batei, e abrir-se-vos-á”. Mateus 7:7. Não é essa certeza poderosa o suficiente?
Levávamos essa promessa conosco ao lugar de oração, pedindo ao Senhor que
guiasse e direcionasse o trabalho que deveria ser feito ali. [...]
Se existe alguém entre vocês que possui fé fraca, lembre-se de que é porque
você não trabalha no lado positivo. Não adianta pensar que podemos levar adiante
a gloriosa obra de Deus sem fé forte e inabalável. O mundo está rapidamente se
tornando como nos dias de Noé. Satanás está trabalhando com intenso esforço,
sabendo que tem pouco tempo. A maldade prevalece em extensão assustadora.
[...]
Quando penso em tudo o que Deus fez por nós, digo: “Louvado seja Deus, de
quem todas as bênçãos fluem.” Enquanto a obra é estabelecida em vários lugares,
possamos nós sempre nos lembrar que devemos puxar cordas uniformes. Os que
acostumaram a permanecer do lado negativo devem sem demora se arrepender e
se converter. [...] Lembre-se de que quando você permanece do lado negativo,
acusando e condenando, dá espaço para os agentes do poder das trevas. Tempo
precioso deve ser gasto travando guerra contra esses agentes, porque existem
aqueles que se recusam a permanecer do lado positivo. [...]
“Nada façais por partidarismo ou vanglória”. Filipenses 2:3. Satanás está
por trás de toda contenda e vanglória. Vamos nos afastar de sua companhia, e
permanecer com os que dizem: “A vitória é para nós, e nos apegaremos ao braço
de infinito poder”. — The Review and Herald, 15 de Junho de 1905. [314]

323
Torne interessante o culto familiar, 3 de Novembro

Senhor meu Deus! Quantas maravilhas tens feito! Não se pode relatar os
planos que preparaste para nós! Eu queria proclamá-los e anunciá-los,
mas são por demais numerosos! Salmos 40:5 (NVI).

Seus filhos devem ser ensinados a ser bondosos, atenciosos, dóceis, prestati-
vos, mas sobretudo respeitadores das coisas santas e das reivindicações divinas.
Devem ser instruídos a respeitar as horas de oração e a levantar-se cedo para
tomar parte no culto da família. — Testemunhos para a Igreja 5:424.
O pai, que é o sacerdote da família, deve dirigir os cultos matutino e ves-
pertino. Não há razão para que esse não seja o exercício mais interessante e
agradável da vida no lar, e Deus é desonrado quando ele se torna sem vida e
tedioso. Sejam os períodos de culto familiar curtos e espirituais. Não deixem que
seus filhos, ou qualquer membro da família, os tema, devido à sua monotonia ou
falta de interesse. Quando um capítulo comprido é lido e explicado e se faz uma
longa oração, esse precioso culto se torna enfadonho e é um alívio quando passa.
Deve ser o alvo principal dos chefes da família tornar a hora de culto mui-
tíssimo interessante. Por uma pequena atenção e cuidadoso preparo [...] o culto
familiar pode tornar-se agradável, e será acompanhado de resultados que só a
eternidade revelará.
Escolha o pai um trecho das Escrituras que seja interessante e facilmente
compreendido; alguns versos serão suficientes para dar uma lição que possa ser
estudada e praticada durante todo o dia. [...] Podem ser cantadas, pelo menos,
algumas estrofes de cânticos animados; e a oração feita deve ser curta e ao ponto.
O que dirige a oração não deve orar a respeito de todas as coisas, antes deve
exprimir suas necessidades com palavras simples e louvar a Deus com ações de
graças. — Orientação da Criança, 521-522.
Para que se desperte e fortaleça o amor ao estudo da Bíblia, muito depende
do uso feito da hora de culto. As horas do culto matutino e vespertino devem ser
as mais agradáveis e auxiliadoras do dia. [...]
Seja o culto breve e cheio de vida, adaptado à ocasião, e variado de tempo em
tempo. Tomem todos parte na leitura da Bíblia, e aprendam e repitam muitas vezes
a lei de Deus. Contribuirá para maior interesse das crianças ser-lhes algumas
[315] vezes permitido escolher o trecho a ser lido. — Educação, 186.

324
O resultado do culto familiar diário, 4 de Novembro

Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o


Senhor, teu Deus, te guardará a aliança e a misericórdia prometida sob
juramento a teus pais. Deuteronômio 7:12.

Por alguma razão, muitos pais não gostam de dar aos filhos instrução religi-
osa; e deixam que eles recebam na Escola Sabatina o conhecimento que é seu
privilégio e dever comunicar. Esses pais deixam de atender à responsabilidade
sobre eles posta, de darem aos filhos uma educação completa. Deus ordena a Seu
povo criar os filhos na doutrina e admoestação do Senhor. [...]
Pais, seja simples a instrução que dão a seus filhos, e certifiquem-se de que
ela é claramente compreendida. As lições que aprendem da Palavra, devem
apresentar às mentes juvenis, tão claramente que não deixem de compreender.
Por meio de lições simples, tiradas da Palavra de Deus e da própria experiência,
podem ensiná-los a conformar a vida à mais elevada norma. Mesmo na infância
e juventude podem aprender a viver vida ponderada, séria, que produza ótimos
resultados.
Em todo lar cristão, Deus deve ser honrado pelo sacrifício de oração e louvor,
de manhã e à noite. As crianças devem ser ensinadas a respeitar e reverenciar
a hora da oração. É dever dos pais cristãos, pela manhã e à noite, mediante
oração fervorosa e perseverante fé, construir em redor de seus filhos uma cerca
de proteção.
Na igreja do lar devem as crianças aprender a orar e confiar em Deus. Ensi-
nem-nas a repetir a lei de Deus. Com referência aos mandamentos, ensinou-se
aos israelitas: “E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa,
e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Deuteronômio 6:7.
Venham humildemente, com o coração cheio de ternura, e com intuição das
tentações e perigos que estão diante de vocês e de seus filhos; pela fé liguem-nos
ao altar, rogando para eles o cuidado do Senhor. Ensinem as crianças a proferirem
suas simples palavras de oração. Digam-lhes que Deus Se deleita em que elas
clamem a Ele.
Passará o Senhor do Céu por alto a tais lares, sem deixar bênção alguma ali?
Por certo não. Anjos ministradores guardarão as crianças que assim são dedicadas
a Deus. Eles ouvem o oferecimento de louvores e a oração da fé, e levam as
petições Àquele que ministra no santuário em favor de Seu povo, e oferece Seus
méritos em prol deles. — Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, 109-110. [316]

325
Adoração em família, 5 de Novembro

Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as pratica será
comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Mateus 7:24.

Tenham em mente os membros de cada família que estão intimamente ligados


aos Céus. O Senhor tem especial interesse nas famílias de Seus filhos aqui. Os
anjos oferecem a fumaça de fragrante incenso pelos santos que oram. Então, em
cada família ascendam ao Céu orações tanto de manhã como na hora fresca do
pôr-do-sol em nosso favor, apresentando diante de Deus os méritos do Salvador.
De manhã e à tarde, o universo celestial toma nota de cada família que ora.
Antes de sair de casa para o trabalho, toda a família deve ser reunida, e o
pai, ou a mãe na ausência dele, deve rogar fervorosamente a Deus que os guarde
durante o dia. [...]
Em cada família deve haver um tempo determinado para os cultos matutino
e vespertino. Quão apropriado é reunirem os pais em redor de si aos filhos,
antes de quebrar o jejum, agradecer ao Pai celestial Sua proteção durante a noite
e pedir-Lhe auxílio, guia e proteção para o dia! Quão adequado, também, em
chegando a noite, é reunirem-se uma vez mais em Sua presença, pais e filhos,
para agradecer as bênçãos do dia findo!
O culto familiar não deve ser governado pelas circunstâncias. Não devem
orar ocasionalmente e, quando têm um grande dia de trabalho à sua frente,
negligenciar a oração. Assim fazendo, levam os filhos a considerar a oração sem
importância especial. Muito significa a oração para os filhos de Deus, e as ofertas
de gratidão devem ascender diante de Deus de manhã e à tarde. [...]
Em nossos esforços pelo conforto e felicidade dos hóspedes, não esqueçamos
nossas obrigações para com Deus. A hora de oração não deve ser negligenciada
por consideração nenhuma. Não conversem nem se divirtam até que fiquem
demasiado cansados para fruir o período de devoção. Fazer isso é apresentar
a Deus uma oferta defeituosa. Cedo ainda ao anoitecer, quando podemos orar,
sem atropelamento e de maneira inteligente, devemos apresentar nossas súplicas,
[317] erguendo a voz em feliz e grato louvor. — Orientação da Criança, 519-521.

326
Reforma no lar, 6 de Novembro

Faze-me ouvir, pela manhã, da Tua graça, pois em Ti confio; mostra-me o


caminho por onde devo andar, porque a Ti elevo a minha alma. Salmos
143:8.

Quando Deus deu Jesus ao nosso mundo, incluiu todo o Céu nesta dádiva.
Não nos deixou a manter nossos defeitos e deformidades de caráter, ou a servi-Lo
do melhor modo que pudéssemos na corrupção de nossa natureza pecaminosa.
Fez provisões para que pudéssemos ser completos em Seu Filho, não tendo nossa
própria justiça, mas a justiça de Cristo. Em Cristo está ao nosso alcance o com-
pleto depósito de sabedoria e de graça; “porquanto, nele, habita, corporalmente,
toda a plenitude da Divindade”. Colossences 2:9.
Cristo deu Sua vida por nós; somos Sua propriedade. “Não sabeis”, Ele diz,
“que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes
da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por
preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”. 1 Coríntios 6:19-20. Os
filhos de Deus devem mostrar seu amor por Ele cumprindo o que Ele requer,
entregando-se a Ele. Somente então poderá Ele usá-los em Seu serviço, para que
outros, através deles, possam discernir a verdade e se regozijar nela.
Mas o povo de Deus está adormecido quanto ao seu bem presente e eterno.
O Senhor lhe diz: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do
Senhor nasce sobre ti”. Isaías 60:1. Ele deseja que Seu povo vá ao trabalho em
unidade, em fé e amor. Deseja que a obra da reforma comece no lar, com os
pais e as mães, então a igreja perceberá a obra do Santo Espírito. A influência
dessa obra será transmitida à igreja como fermento. Pai e mães necessitam de
conversão. Não educaram a si mesmos para moldar e formar o caráter de seus
filhos corretamente. [...]
É necessário apresentar a religião às crianças de maneira atrativa, não re-
pulsiva. Torne-se a hora do culto de família a mais feliz do dia. A leitura das
Escrituras seja bem escolhida e simples; as crianças tomem parte nos cânticos; e
sejam as orações curtas e específicas. [...]
Considerem [...] que estão a serviço de Deus, que têm acesso Àquele que é
socorro bem presente na tribulação. — The Review and Herald, 18 de Março de
1902. [318]

327
O momento do culto é sagrado, 6 de Novembro

Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a Minha carne.
João 6:51.

O incenso que subia com as orações de Israel representa os méritos e in-


tercessão de Cristo. Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo, e
que unicamente pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante
do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do
lugar santo, um altar de expiação contínua. Pelo sangue e pelo incenso deveriam
aproximar-se de Deus — símbolos aqueles que apontam para o grande Mediador,
por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de Jeová, e por meio
de quem unicamente a misericórdia e a salvação podem ser concedidas à pessoa
arrependida e crente.
Quando os sacerdotes, pela manhã e à tardinha, entravam no lugar santo à
hora do incenso, o sacrifício diário estava pronto para ser oferecido sobre o altar,
fora, no pátio. Essa era uma ocasião de intenso interesse para os adoradores que
se reuniam junto ao tabernáculo. Antes de entrarem à presença de Deus pelo
ministério do sacerdote, deviam empenhar-se em ardoroso exame de coração e
confissão de pecado. Uniam-se em oração silenciosa, com o rosto voltado para o
lugar santo. Assim ascendiam suas petições com a nuvem de incenso, enquanto a
fé se apoderava dos méritos do Salvador prometido prefigurado pelo sacrifício
expiatório.
As horas designadas para o sacrifício da manhã e da tardinha eram consi-
deradas sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como
um tempo reservado para a adoração. E, quando, em tempos posteriores, os
judeus foram espalhados como cativos em países distantes, ainda naquela hora
designada voltavam o rosto para Jerusalém e proferiam suas petições ao Deus
de Israel. Neste costume têm os cristãos um exemplo para a oração da manhã e
da noite. Conquanto Deus condene um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito
de adoração, olha com grande prazer àqueles que O amam, prostrando-se de
manhã e à noite, a fim de buscar o perdão dos pecados cometidos e apresentar
[319] seus pedidos de bênçãos necessitadas. — Patriarcas e Profetas, 353-354.

328
Tempo de graça, 6 de Novembro

Senhor, tem misericórdia de nós; em Ti temos esperado; sê Tu o nosso


braço manhã após manhã e a nossa salvação no tempo da angústia. Isaías
33:2.

A história de Jacó é também uma segurança de que [no tempo final de


provação] Deus não rejeitará os que forem enganados, tentados e arrastados ao
pecado, mas voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento. Enquanto Satanás
procura destruir esta classe, Deus enviará Seus anjos para a animar e proteger, no
tempo de perigo.
Os assaltos de Satanás são cruéis e decididos, seus enganos, terríveis; mas os
olhos do Senhor estão sobre o Seu povo, e Seu ouvido escuta-lhes os clamores.
Sua aflição é grande, as chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los; mas
Aquele que os refina e purifica os apresentará como ouro provado no fogo. O
amor de Deus para com os Seus filhos durante o período de sua mais intensa
prova é tão forte e terno como nos dias de sua mais radiante prosperidade [...]
O tempo de agonia e angústia que diante de nós está exigirá uma fé que
possa suportar o cansaço, a demora e a fome — fé que não desfaleça ainda
que severamente provada. O tempo de graça é concedido a todos, a fim de
se prepararem para aquela ocasião. Jacó prevaleceu porque era perseverante
e decidido. Sua vitória é uma prova do poder da oração importuna. Todos os
que lançarem mão das promessas de Deus, como ele o fez, e como ele forem
fervorosos e perseverantes, serão bem-sucedidos como ele o foi. Os que não estão
dispostos a negar o eu, a sentir verdadeira agonia perante a face de Deus, a orar
longa e fervorosamente rogando-Lhe a bênção, não a obterão.
Lutar com Deus — quão poucos sabem o que isto significa! Quão poucos
têm buscado a Deus com contrição de alma, com intenso anelo, até que toda
faculdade se encontre em sua máxima tensão! [...]
Os que agora exercem pouca fé correm maior perigo de cair sob o poder
dos enganos de Satanás, e do decreto que violentará a consciência. E, mesmo
resistindo à prova, serão imersos em uma agonia e aflição mais profundas no
tempo de angústia, porque nunca adquiriram o hábito de confiar em Deus. As
lições da fé as quais negligenciaram, serão obrigados a aprender sob a pressão
terrível do desânimo. — O Grande Conflito, 621-622. [320]

329
Consagração da família, 9 de Novembro

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a Sua


vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia
que rega a Terra. Oséias 6:3.

Vocês jamais devem separar Cristo da vida e da família, e fechar as portas


para Ele através de palavras e ações anticristãs. Existem aqueles que professam
a verdade e que negligenciam a oração familiar. Mas como podem vocês se
aventurar a seguir com seus afazeres sem depositar o cuidado de sua alma ao Pai
Celeste? Vocês devem mostrar que confiam nEle. Devem consagrar a família a
Deus antes de sair de casa.
Toda oração que elevam a Deus em fé certamente será respeitada e atendida
pelo Pai Celeste. Quando foi dito a Abraão que fosse a um lugar desconhecido,
onde quer que armasse sua tenda construía um altar e elevava sua oração a Deus
pela manhã e pela tarde. E o Senhor disse a respeito de Abraão: “Eu o escolhi
para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o
caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo.”
Esta é exatamente a obra que deve ser realizada em cada família, mas que é
estranhamente negligenciada. Queremos viver como que à vista de Deus neste
mundo. É muito importante que constantemente nos preparemos aqui para a vida
futura e imortal. Podemos ter uma vida que se compara à vida de Deus; se formos
fiéis [...]
Devemos sentir a importância da educação e da instrução de nossos filhos,
para que possam buscar e apreciar a vida eterna. Sua vontade deve ser submetida
à vontade de Deus, e devem buscar constantemente reprimir tudo que é mau em
sua natureza. Se pais e mães querem que seus filhos tenham uma disposição
cristã, devem dar o exemplo. Todos os seus atos devem tornar vocês e seus filhos
aptos para o Céu, e terão ajuda especial nesta questão.
O Salvador deseja que a sua alegria seja completa; por essa razão lhes diz
para permanecer nEle e Ele permanecerá em vocês. Abram a porta do coração,
e aceitem a Jesus e os esplendorosos raios de Sua justiça. Ele nos ama com
amor inexprimível, e, se em algum momento, vocês começarem a recear estarem
perdidos, ou pensarem que Jesus não os ama, olhem para o Calvário. — The
[321] Review and Herald, 5 de Agosto de 1890.

330
Caminho aberto, 10 de Novembro

Aquele que oferece sacrifício de louvor Me glorificará; e àquele que bem


ordena o seu caminho Eu mostrarei a salvação de Deus. Salmos 50:23.

Todos os habitantes do Céu se unem a louvar a Deus. Aprendamos o cântico


dos anjos agora, para que o possamos entoar quando nos unirmos a suas fileiras
resplendentes. Digamos com o salmista: “Louvarei ao Senhor durante a minha
vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver”. Salmos 146:2. “Louvem-Te
a Ti, ó Deus, os povos; louvem-Te os povos todos”. Salmos 67:5.
Deus, em Sua providência, trouxe os hebreus ao aperto das montanhas, diante
do mar, para que pudesse manifestar Seu poder no livramento deles, e humilhar
de maneira extraordinária o orgulho de seus opressores. Ele os poderia ter salvado
de qualquer outro modo, mas escolheu este, a fim de lhes provar a fé e fortalecer
a confiança nEle. O povo estava cansado e aterrorizado; todavia, se se tivessem
conservado para trás quando Moisés lhes ordenou avançar, Deus nunca lhes
haveria aberto o caminho.
Foi “pela fé” que “passaram o Mar Vermelho, como por terra seca”. Hebreus
11:29. Descendo em marcha para a própria água, mostraram que acreditavam na
palavra de Deus, conforme fora proferida por Moisés. [...]
A grande lição ali ensinada é para todos os tempos. Freqüentemente a vida
cristã é assediada de perigos, e o dever parece difícil de cumprir-se. A imaginação
desenha uma ruína iminente perante nós, e, atrás, o cativeiro ou a morte. Contudo,
a voz de Deus fala claramente: “Avante!” Devemos obedecer a esta ordem, mesmo
que nossos olhares não possam penetrar nas trevas, e sintamos as frias vagas
em redor de nossos pés. Os obstáculos que embaraçam o nosso progresso nunca
desaparecerão diante de um espírito que se detém ou duvida.
Aqueles que adiam a obediência até que toda a sombra da incerteza desa-
pareça, e não fique perigo algum de fracasso ou derrota, nunca absolutamente
obedecerão. A incredulidade fala ao nosso ouvido: “Esperemos até que os impe-
dimentos sejam removidos, e possamos ver claramente nosso caminho”; mas a fé
corajosamente insiste em avançar, esperando tudo, em tudo crendo. — Patriarcas
e Profetas, 289, 290. [322]

331
Os anjos adoram conosco, 11 de Novembro

Então, ouvi que toda criatura que há no Céu e sobre a Terra[...] estava
dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a
honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. Apocalipse 5:13.

A igreja de Deus na Terra é uma com a igreja de Deus no Céu. Os crentes


na Terra, e os que não caíram nunca, no Alto, formam uma igreja. Todo ser
celestial se interessa nas assembléias dos santos, que na Terra se reúnem para
adorar a Deus em espírito e verdade, e na beleza da santidade. No pátio interior
do Céu, eles escutam os testemunhos das testemunhas de Cristo no pátio exterior
da Terra, e os louvores e ações de graças que vão da igreja embaixo são colhidos
na antífona celeste, e ressoa o louvor e o regozijo pela corte celeste, por Cristo
não haver morrido em vão pelos caídos filhos de Adão.
Enquanto os anjos bebem da fonte de origem, os santos na Terra bebem das
puras correntes que procedem do trono de Deus, alegrando a cidade de Deus.
Oh, se pudéssemos todos avaliar quão próximo da Terra está o Céu! Ainda que
os filhos da Terra não o saibam, têm os anjos de luz como companheiros; pois
os mensageiros celestes são enviados para ministrar aos que hão de herdar a
salvação.
Uma testemunha silenciosa guarda todo ser vivente, procurando conquistá-lo
e atraí-lo para Cristo. Os anjos nunca deixam o tentado como presa ao inimigo
que destruiria a vida dos homens, caso isto lhe fosse permitido. Enquanto há
esperança, até que eles resistam ao Espírito Santo para sua ruína eterna, os
homens são guardados por seres celestes.
Devemos lembrar sempre que, em cada assembléia de crentes na Terra, anjos
de Deus estão escutando os testemunhos, hinos e orações. [...]
A imagem de Cristo gravada no coração é refletida no caráter, na vida prá-
tica, dia a dia, porque representamos um Salvador pessoal. O Espírito Santo é
prometido a todos os que O pedirem. Quando examinam as Escrituras, o Espírito
Santo está ao seu lado, personificando a Jesus Cristo.
Se abrirmos a porta para Jesus, Ele entrará e permanecerá conosco. Nossa
força sempre será reforçada pelo Seu autêntico representante, o Espírito Santo.
[323] — The General Conference Bulletin, 15 de Fevereiro de 1895.

332
Cristo purifica nossa adoração, 12 de Novembro

Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal Sumo
Sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus.
Hebreus 8:1.

Cristo Jesus é representado como estando continuamente junto ao altar, ofe-


recendo a cada momento o sacrifício pelos pecados do mundo. É Ele ministro do
verdadeiro tabernáculo, do qual o Senhor é construtor, e não o homem. As prefi-
gurações simbólicas do tabernáculo judeu não mais possuem qualquer virtude.
Não mais tem que ser feita a diária e anual expiação simbólica, mas o sacrifí-
cio expiatório por meio de um mediador é necessário, por causa do constante
cometimento de pecado. Jesus está oficiando na presença de Deus, oferecendo
Seu sangue derramado, como de um cordeiro morto. Jesus apresenta a oblação
oferecida por toda ofensa e toda fraqueza do pecador.
Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente intercedendo
em favor do homem, mas o Espírito não pleiteia por nós como faz Cristo, que
apresenta Seu sangue, derramado desde a fundação do mundo; o Espírito opera
em nosso coração, extraindo dele orações e penitência, louvor e ações de graças.
[...]
Os cultos, as orações, o louvor, a penitente confissão dos pecados, sobem
dos crentes fiéis, como incenso ao santuário celestial, mas ao passar através dos
corruptos canais da humanidade, ficam tão maculados que, a menos que sejam
purificados por sangue, jamais podem ser de valor perante Deus. Não ascendem
em imaculada pureza, e a menos que o Intercessor, que está à direita de Deus,
apresente e purifique tudo por Sua justiça, não será aceitável a Deus. [...]
Todo o incenso dos tabernáculos terrestres tem de ser umedecido com as
purificadoras gotas do sangue de Cristo. Ele lança perante o Pai o incenso de Seus
próprios méritos, no qual não há mancha de corrupção terrestre. No incensário
reúne Ele as orações, o louvor e as confissões de Seu povo, juntando-lhes Sua
própria justiça imaculada. Então, perfumado com os méritos da propiciação de
Cristo, o incenso ascende perante Deus completa e inteiramente aceitável. Voltam
então graciosas respostas.
Oh, que todos pudessem ver que quanto a obediência, penitência, louvor e
ações de graças, tudo tem que ser colocado sobre o ardente fogo da justiça de
Cristo! A fragrância desta justiça ascende qual nuvem em torno do propiciatório.
— SDABC, 6:1077-1078. [324]

333
A alegria de ser cristão, 13 de Novembro

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. [...] É Ele que nos
conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que
estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos
somos contemplados por Deus. 2 Coríntios 1:3-4.

Se nosso povo não se agrada muito do serviço ministerial, é ainda mais impor-
tante que coloquem a si mesmos em direta relação com Deus, para que possam
receber Suas bênçãos e se tornar um conduto de luz para outros. Muito mais está
incluso no termo “trabalho missionário” do que comumente é pressuposto. Cada
verdadeiro seguidor de Cristo é um missionário, e há quase que uma infinidade
de modo de atuar.
Mas existe uma coisa que é freqüentemente omitida e negligenciada. A obra
de tornar as reuniões sociais e de oração tão interessantes quanto possível. Se
todos cumprissem suas obrigações com fidelidade, estariam tão cheios de paz,
fé e coragem, e teriam tal experiência para relatar quando viessem às reuniões,
que outros seriam influenciados pelos seus testemunhos claros e poderosos sobre
Deus. [...]
Se não permitirem que a escuridão e a descrença entrem em seu coração, essas
não serão manifestadas em suas reuniões. Não agradem o inimigo demorando-se
no lado escuro de suas experiências, mas confiem mais completamente em Jesus
a fim de conseguir ajuda para resistir à tentação. Se pensássemos e falássemos
mais em Jesus e menos em nós mesmos, teríamos muito mais de Sua presença
em nossas reuniões.
Quando deixamos que a nossa experiência cristã pareça aos descrentes, ou uns
aos outros, ser desagradável, cheia de provas, dúvidas e dificuldades, desonramos
a Deus; e não representamos corretamente a Jesus ou a fé cristã. Temos um amigo
em Jesus, que nos tem dado a mais marcante evidência de Seu amor, e que é
capaz e está disposto a dar a vida e a salvação a todos os que a Ele se dirigem.
[...]
Não é necessário estar sempre tropeçando e nos arrependendo, lamentando e
escrevendo amarguras contra nós mesmos. Para que a nossa alegria seja completa
é nosso privilégio crer nas promessas da Palavra de Deus e aceitar as bênçãos
[325] que Jesus ama conceder. — The Review and Herald, 20 de Julho de 1886.

334
A prática da verdade, 14 de Novembro

De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha


oração e fico esperando. Salmos 5:3.

Leitor cristão, permita que o grande propósito que constrangeu Paulo a seguir
avante em face de sofrimento e dificuldade o leve a se consagrar completamente
ao serviço de Deus. Tudo que lhe vier às mãos para fazer, faça conforme as suas
forças. Que a sua oração diária seja: “Senhor, ajuda-me a fazer o meu melhor.
Ensina-me como fazer um trabalho melhor. Ajuda-me a incluir em meu serviço o
amorável ministério do Salvador.”
A responsabilidade de cada agente humano é medida pelos dons que lhe
foram confiados. Todos devem ser obreiros; mas sobre o obreiro que teve maiores
oportunidades e maior clareza mental na compreensão das Escrituras repousa
a mais elevada responsabilidade. Todos os recebedores devem considerar a si
mesmos responsáveis para com Deus e usar seus talentos para a glória de Deus.
O êxito na obra de Deus não é resultado de sorte, acaso, ou destino; é a
realização da providência divina e a recompensa da fé e discrição, da virtude e
do trabalho perseverante. [...]
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16.
Este é o amor que constitui o cumprimento da lei. Toda pessoa cujo coração está
cheio de compaixão pela humanidade caída, que ama com um propósito, revelará
esse amor executando ações semelhantes às de Cristo. O verdadeiro cristianismo
difunde amor através do ser todo. Toca em todas as partes vitais — cérebro,
coração, mãos ajudadoras, pés — habilitando os homens a permanecer firmes
onde Deus requer que estejam. A contemplação dAquele que nos amou e a Si
mesmo Se deu por nós tornará a vida fragrante e dará poder para aperfeiçoar uma
experiência cristã.
Nós podemos, nós podemos revelar a semelhança de nosso divino Senhor.
Podemos conhecer a ciência da vida espiritual. Podemos glorificar a Deus em
nosso corpo e nosso espírito, que são Seus. Cristo nos mostrou o que poderemos
realizar através da cooperação com Ele. “Permanecei em Mim”, Ele diz, “e Eu
permanecerei em vós”. João 15:4. — The Review and Herald, 4 de Abril de 1912. [326]

335
Religião no lar, 15 de Novembro

Mas quem poderá suportar o dia da Sua vinda? E quem poderá subsistir
quando Ele aparecer? Porque Ele é como o fogo do ourives e como a
potassa dos lavandeiros. Malaquias 3:2.

Estamos rapidamente nos aproximando do fim da história da Terra. O fim


está bem próximo, muito mais próximo do que muitos supõem, e sinto a respon-
sabilidade de enfatizar ao nosso povo a necessidade de buscar ao Senhor com
sinceridade. Muitos estão dormindo e o que pode ser dito para despertá-los de
seu sono carnal? O Senhor deseja ver Sua igreja purificada antes que Seus juízos
caiam de modo mais evidente sobre o mundo. [...]
Como os levitas, o povo escolhido de Deus é separado por Ele para Sua obra
especial. Todo verdadeiro cristão carrega as credenciais sacerdotais. Todos são
honrados com a sagrada responsabilidade de representar ao mundo o caráter de
seu Pai Celeste. Devem atentar bem às palavras: “Portanto, sede vós perfeitos
como perfeito é o vosso Pai celeste”. Mateus 5:48. [...]
Fui instruída a insistir mais seriamente com nosso povo quanto à necessidade
de religião no lar. Entre os membros da família deve sempre existir consideração
bondosa e atenta. Manhã e noite, unam-se os corações em culto reverente. No
período da noite, indague cada membro da família o próprio coração. Seja endi-
reitado todo mal cometido. Se, durante o dia, alguém procedeu mal contra outrem
ou proferiu palavras injuriosas, busque o transgressor perdão daquele a quem
ofendeu. Muitas vezes se sofre da fobia de ofensas, e criam-se incompreensões e
aborrecimentos que não têm razão de ser. Se for dada oportunidade àquele que é
suspeitado de haver procedido mal, poderia ele dar explicações que produziriam
alívio nos demais membros da família.
“Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros” (Tiago
5:16, NVI), para que sarem de todas as suas enfermidades espirituais, e possam ser
mudadas as tendências pecaminosas. Façam trabalho diligente para a eternidade.
Orem fervorosamente ao Senhor e apeguem-se à fé. Não confiem no braço da
carne, mas confiem implicitamente na guia do Senhor. Diga cada qual agora:
“Quanto a mim, eu me separarei do mundo, e servirei o Senhor de todo o coração”.
[327] — The Review and Herald, 8 de Novembro de 1906.

336
Vitória certa, 16 de Novembro

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em Mim. No mundo,
passais por aflições; mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo. João 16:33.

Cristo veio ao mundo como um penhor para a humanidade, preparando o


caminho para que todos alcancem a vitória ao conceder-lhes poder moral. Não é
Seu desejo que alguém seja colocado em desvantagem. Ele não deixaria os que
estão se esforçando para vencer, assustados e desencorajados pelos astuciosos
ataques da serpente. “Tende bom ânimo”, Ele diz, “Eu venci o mundo.”
Com este General a nos guiar para a vitória, podemos, de fato, ter alegria e
coragem. Ele veio como nosso campeão. Ele tem conhecimento das batalhas que
devem combater todos os que estão em inimizade contra Satanás. Ele apresenta
diante de Seus seguidores um plano de batalha, salientando suas peculiaridades
e severidade, e alertando-os a não se unirem ao Seu exército sem primeiro
calcularem o custo. Ele lhes diz que a vasta confederação do mal está armada
contra eles e lhes mostra que estão lutando com um mundo invisível, e que
Seu exército não é composto meramente de seres humanos. Seus soldados são
colaboradores com os agentes celestiais, e com Alguém mais elevado que a
categoria dos anjos, pois o Espírito Santo, o representante de Cristo, está ali.
Então Cristo intima cada decidido seguidor, cada verdadeiro soldado, a lutar
por Ele, assegurando-lhes que há libertação para todo aquele que obedecer às
Suas ordens. Se os soldados de Cristo aguardarem fielmente as ordens de seu
Comandante, o êxito os acompanhará em sua luta contra o inimigo. Não importa
quanto sejam assediados, no fim serão triunfantes.
Suas fraquezas podem ser muitas, grandes os seus pecados, sua ignorância
aparentemente irredutível; se, porém, reconhecerem sua fraqueza, e buscarem
de Cristo o auxílio, Ele será sua eficiência. Ele está sempre pronto para aclarar a
sua lentidão e [ajudá-los a] vencer sua pecaminosidade. Ao se valerem do Seu
poder, seu caráter será transformado; serão envolvidos com uma atmosfera de luz
e santidade. Através dos méritos de Cristo e do poder concedido, serão “mais que
vencedores”. Romanos 8:37. Ajuda sobrenatural lhes será dada, capacitando-os
em suas fraquezas para fazerem as obras da onipotência.. — The Signs of the
Times, 27 de Maio de 1897. [328]

337
Bênçãos disfarçadas, 17 de Novembro

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de
mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus
meu. Salmos 42:11.

Temos aprendido no meio de sombrias providências que não é sábio seguir a


própria vontade ou caminho, e não considerar e refletir sobre a fidelidade divina.
Sinto que somos aqueles que podem compreender e simpatizar-se um com o
outro. Estamos unidos pela graça de Jesus Cristo e nos laços de afinidades cristãs
santificados pelas aflições. [...]
Aflições são freqüentemente misericórdias disfarçadas. Não sabemos o que
seríamos sem elas. Quando Deus, em Sua misteriosa providência, impede todos
os nossos acariciados planos, e recebemos tristeza no lugar de alegria, devemos
nos curvar em submissão e dizer: “Seja feita a Tua vontade, ó Deus.” Precisamos
alimentar uma calma e devota confiança nAquele que nos ama, e que deu Sua
vida por nós. “O Senhor, durante o dia, me concede a Sua misericórdia, e à noite
comigo está o Seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida. Digo a Deus,
minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando
sob a opressão dos meus inimigos?” [...]
O Senhor considera nossas aflições. Graciosa e distintamente, Ele as limita e
as distribui. Como um refinador de prata, Ele nos observa a cada momento até
que a purificação seja completa. A fornalha serve para purificar e refinar, não
para destruir e consumir. Ele motivará aqueles que colocam sua confiança nEle a
cantarem das misericórdias no meio de juízos. Ele está observando para conceder,
quando mais for necessário, novas e frescas bênçãos, força no momento de
fraqueza, auxílio na hora de perigo, amigos na hora de solidão, simpatia, humana
e divina, na hora de tristeza.
Estamos caminhando rumo à pátria. Ele, que nos ama tanto a ponto de morrer
por nós, construiu-nos uma cidade. A Nova Jerusalém é nosso lugar de descanso.
Não haverá tristeza na Cidade de Deus. Nenhum vestígio de tristeza. Nenhum
lamento de esperanças frustradas será novamente ouvido. — Filhas de Deus,
[329] 223-224.

338
O amor e a misericórdia de Jesus, 18 de Novembro

As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos,


porque as Suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.
Grande é a Tua fidelidade. Lamentações 3:22-23.

“Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”. Lucas


6:36. O Senhor honra Seus agentes humanos tomando-os em parceria consigo
mesmo. O coração de Cristo está cheio de misericórdia perdoadora e de verdade.
Ele é afligido em todas as aflições de Seu povo. Devemos ser compassivos, e
encontrar alegria ao vir, com bondoso interesse, curar as feridas dos que foram
perseguidos e deixados semimortos pelas mãos cruéis do destruidor. Devemos
estar prontos para curar as feridas que o pecado fez.
Os que fazem isto são ministros de Cristo, e em Seus representantes o mundo
tem diante de si um testemunho vivo do amor de Deus. Deus é revelado diante
do mundo por meio dos que praticam as obras de Cristo e através de Seus
mensageiros Ele é conhecido como um Deus de misericórdia, bondade e perdão.
“Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou,
porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” Romanos
8:32. [...]
Homens e mulheres não mais seriam escravos do pecado se tão-somente se
desviassem das sedutoras e ilusórias atrações de Satanás, e olhassem para Jesus
o suficiente para ver e compreender o Seu amor. Novos hábitos serão formados e
fortes propensões para o mal serão refreadas. Nosso Líder é um vencedor, e Ele
nos guia para a vitória certa.
Nosso Advogado, Jesus, está intercedendo diante do trono de Seu Pai em
nosso favor, e Ele também está pleiteando com o pecador, dizendo: “Convertei-
vos, pois por que haveis de morrer?” Não fez Deus todo o possível através de
Cristo para nos livrar do engano satânico? [...] Não é Ele o Salvador ressurreto,
vivendo continuamente para fazer intercessão por nós? Não está Ele constante-
mente prosseguindo em Sua grande obra de expiação por meio da atuação do
Espírito Santo em cada coração? O arco de misericórdia ainda cobre o trono de
Deus, testificando do fato de que toda pessoa que crê em Cristo como Salvador
pessoal deverá ter a vida eterna. Misericórdia e justiça são combinadas no pro-
cedimento de Deus para com Sua herança. — The Signs of the Times, 19 de
Setembro de 1895. [330]

339
Luz em um mundo escuro, 19 de Novembro

Porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei


também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO.
Pois Esse que adorais sem conhecer é precisamente Aquele que eu vos
anuncio. Atos 17:23.

Jesus ensinou aos discípulos, que eram devedores tanto aos judeus como
aos gregos, aos sábios como aos iletrados, e fê-los compreender que a distinção
de raça, as castas e as linhas de demarcação traçadas pelos homens, não são
aprovadas pelo Céu, não devendo ter influência na obra de disseminar o evangelho.
Os discípulos de Cristo não deviam fazer distinção entre seu próximo e seus
inimigos, mas considerar todo homem como alguém necessitado de auxílio, assim
como deviam considerar o mundo o seu campo de trabalho, buscando salvar os
perdidos.
Jesus deu a cada homem a sua obra, tirando-o do estreito círculo que seu
egoísmo lhe prescrevera, aniquilando fronteiras territoriais e todas as distinções
artificiais da sociedade; Ele não delimita fronteiras para o zelo missionário, mas
ordena a Seus seguidores que estendam seus trabalhos até aos confins da Terra.
[...]
O campo de trabalho apresenta uma vasta comunidade de seres humanos que
estão nas trevas do erro, que estão cheios de saudade, que estão orando a Alguém
que não conhecem. Eles precisam ouvir a voz dos que são obreiros juntamente
com Deus, dizendo-lhes, como Paulo disse aos atenienses: “Pois Esse que adorais
sem conhecer é precisamente Aquele que eu vos anuncio.”
Os membros da igreja de Cristo devem ser fiéis obreiros no grande campo
de colheita. Devem estar trabalhando diligentemente e orando com sinceridade,
fazendo progresso, e difundindo a luz em meio à escuridão moral do mundo; pois
não estão os anjos do Céu concedendo-lhes inspiração divina? Jamais devem
pensar, e muito menos falar de fracasso em sua obra. [...] Devem estar cheios de
esperança, sabendo que não confiam em habilidades humanas ou recursos finitos,
mas no prometido auxilio divino, o ministério dos agentes celestiais que estão se
empenhando em abrir o caminho diante deles. [...]
Anjos de Deus abrirão o caminho diante de nós, preparando corações para
a mensagem do evangelho, e o poder prometido acompanhará os obreiros, “e a
glória do Senhor será a tua retaguarda”. Isaías 58:8. — The Review and Herald,
[331] 30 de Outubro de 1894.

340
O único Deus, 20 de Novembro

Derribareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis os seus


postes-ídolos e queimareis as suas imagens de escultura. Porque tu és povo
santo ao Senhor, teu Deus. Deuteronômio 7:5-6.

Deus desejava que Seu povo entendesse que somente Ele devia ser o objeto
do seu culto. Quando derrotassem as nações idólatras ao seu redor, não deviam
preservar nenhuma das imagens de sua adoração, mas destruí-las totalmente.
Muitas dessas divindades pagãs eram caras e belíssimas esculturas, que podiam
tentar aqueles que haviam testemunhado a idolatria, muito comum no Egito, a
mesmo considerar esses objetos insensíveis com algum grau de reverência. O
Senhor queria que Seu povo soubesse que era por causa da idolatria daquelas
nações, que as conduzira a todos os graus da impiedade, que Ele usaria os
israelitas como Seus instrumentos para puni-los e destruir seus deuses. [...]
“E porei os teus termos desde o Mar Vermelho até ao mar dos filisteus, e
desde o deserto até ao rio; porque darei nas tuas mãos os moradores da terra, para
que os lances fora de diante de ti”. Êxodo 23:31. [...]
Essas promessas de Deus a Seu povo foram condicionadas à obediência. Se
servissem ao Senhor inteiramente, Ele faria grandes coisas por eles. Depois de
Moisés ter recebido os juízos de Deus, tendo-os escrito para o povo, e também as
promessas, condicionadas à obediência, disse-lhe o Senhor: “Sobe ao Senhor, tu
e Aarão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e inclinai-vos de longe.
E só Moisés se chegará ao Senhor; mas eles não se cheguem, nem o povo suba
com ele. Vindo pois Moisés, e contando ao povo todas as palavras do Senhor,
e todos os estatutos, então o povo respondeu a uma voz, e disseram: Todas as
palavras, que o Senhor tem falado, faremos”. Êxodo 24:1-3.
Moisés escrevera, não os Dez Mandamentos, mas as ordenanças que Deus
queria que observassem, e as promessas sob condição de sua obediência a Ele.
Leu isto ao povo, e eles se comprometeram a obedecer a todas as palavras que o
Senhor tinha dito. Moisés então escreveu seu solene compromisso num livro e
ofereceu sacrifício a Deus pelo povo. “E tomou o livro do concerto, e o leu aos
ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem falado faremos e
obedeceremos”. Êxodo 24:7. — História da Redenção, 143-145. [332]

341
Vida de abnegação, 21 de Novembro

Bom é render graças ao Senhor e cantar louvores ao Teu nome, ó


Altíssimo, anunciar de manhã a Tua misericórdia e, durante as noites, a
Tua fidelidade. Salmos 92:1-2.

Cristianismo prático significa trabalhar junto com Deus cada dia; trabalhando
por Cristo, não agora e depois, mas continuamente. Uma negligência em revelar
retidão prática em nossa vida representa negação de nossa fé e do poder de Deus.
Deus está à procura de um povo santificado, um povo separado para Seu serviço,
um povo que dará atenção e aceitará o convite: “Tomai sobre vós o Meu jugo e
aprendei de Mim”. Mateus 11:29.
Quão fervorosamente Cristo Se dedicou à obra de nossa salvação! Que
dedicação revelou Sua vida, ao procurar valorizar o homem caído, atribuindo a
todo pecador arrependido e crente os méritos de Sua imaculada justiça! Quão
incansavelmente trabalhava Ele! No templo e na sinagoga, nas ruas das cidades,
na praça, na oficina, junto ao mar, entre as montanhas, pregava Ele o evangelho e
curava os doentes. Deu de Si totalmente, a fim de que pudesse efetuar o plano da
graça remidora.
Cristo não estava sob obrigação nenhuma de fazer esse grande sacrifício.
Voluntariamente se entregou para sofrer a punição devida ao transgressor de Sua
lei. Seu amor era Sua obrigação única, e sem um queixume suportou Ele toda
dor e recebeu toda indignidade que eram parte do plano da salvação. [...]
Tendo diante de si a Sua vida de labuta e sacrifício, podem porventura aqueles
que professam o Seu nome hesitar em se negar a si mesmos, tomar a cruz e segui-
Lo? Ele Se humilhou às mais baixas profundezas a fim de que nós fôssemos
erguidos às alturas da pureza e santidade e perfeição. Tornou-Se pobre para
que pudesse derramar em nossa vida opressa pela pobreza a plenitude de Suas
riquezas. Suportou a cruz de ignomínia a fim de que nos pudesse dar paz, descanso
e alegria, e fazer-nos participantes das glórias de Seu trono.
Não deveríamos apreciar o privilégio de trabalhar para Ele, e estarmos ansio-
sos para praticar o desprendimento e a abnegação por amor a Ele? Não deveríamos
devolver a Deus tudo que Ele redimiu, as afeições que purificou e o corpo que
comprou, para serem guardados em santificação e santidade? — The Review and
[333] Herald, 4 de Abril de 1912.

342
Memorize as escrituras, 22 de Novembro

Sereis odiados de todos por causa do Meu nome; aquele, porém, que
perseverar até ao fim, esse será salvo. Marcos 13:13.

Os servos de Cristo não deviam preparar determinado discurso para apresen-


tar, quando levados a juízo. Sua preparação devia ser feita dia a dia, entesourando
as preciosas verdades da Palavra de Deus, e robustecendo a própria fé mediante
a oração. Quando levados a julgamento, o Espírito Santo lhes traria à memória as
próprias verdades que fossem necessárias.
Um diário e sincero esforço para conhecer a Deus, e Jesus Cristo, a quem
Ele enviou, traria poder e eficiência à alma. O conhecimento obtido por meio de
diligente exame das Escrituras seria trazido, qual relâmpago, a iluminar a memó-
ria no momento oportuno. Mas se alguém houvesse negligenciado relacionar-se
com as palavras de Cristo, se nunca houvesse experimentado o poder da graça na
provação, não poderia esperar que o Espírito Santo lhe trouxesse à lembrança
as Suas palavras. Deviam servir diariamente a Deus com não dividida afeição, e
então confiar nEle.
Tão amarga era a inimizade contra o evangelho, que mesmo os mais ternos
laços terrestres seriam desconsiderados. Os discípulos de Cristo seriam entregues
à morte pelos membros da própria família. [...] Advertiu-os, porém, a que não
se expusessem desnecessariamente à perseguição. Ele próprio deixou muitas
vezes um campo de labor em busca de outro, a fim de escapar dos que Lhe
procuravam a vida. Quando rejeitado em Nazaré, e Seus próprios concidadãos
tentavam matá-Lo, Ele desceu a Cafarnaum, e aí o povo se admirou de Seus
ensinos; “porque a Sua palavra era com autoridade”. Lucas 4:32. Assim, Seus
servos não se deveriam desanimar diante da perseguição, mas procurar um lugar
onde pudessem trabalhar ainda pela salvação de pessoas.
O servo não é mais que seu senhor. O Príncipe do Céu foi chamado Belzebu,
e Seus discípulos serão da mesma maneira apresentados sob um falso aspecto.
Seja qual for o perigo, porém, os seguidores de Cristo devem confessar seus
princípios. Devem desdenhar a dissimulação. Não podem permanecer sem se
expor até se certificarem de estar a salvo ao confessar a verdade. São colocados
como atalaias, para advertir os homens contra o perigo em que estão. A verdade
recebida de Cristo deve ser comunicada franca e abertamente a todos. — O
Desejado de Todas as Nações, 355. [334]

343
Graça ilimitada para fazer o bem, 23 de Novembro

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas coisas aos que Lhe
pedirem? Mateus 7:11.

Todos nós estamos sob a obrigação de negar o eu diariamente por amor a


Cristo. Jesus diz: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a
sua cruz e siga-Me”. Mateus 16:24. “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier
após Mim não pode ser Meu discípulo”. Lucas 14:27.
Ao recorrermos a Deus a cada passo, implorando por sabedoria divina à
medida que avançamos, buscando luz e graça para que em toda e qualquer
circunstância possamos fazer aos outros como gostaríamos que eles fizessem a
nós se estivessem em nosso lugar, sentiremos a necessidade de cumprir os amplos
e profundos requisitos da santa lei de Deus. Assim perderemos de vista o eu e,
olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé, depositaremos no alicerce
obras de misericórdia, bondade, compaixão e amor que são comparadas com
ouro, prata e pedras preciosas, que o fogo dos últimos dias não poderá consumir.
O Senhor Jesus é nossa eficiência em todas as coisas; Seu Espírito deve ser
nossa inspiração; e, ao colocarmo-nos em Suas mãos para ser condutos de luz,
jamais se esgotarão nossos recursos para fazer o bem, pois os recursos do poder
de Jesus Cristo estarão ao nosso dispor. Podemos tirar de Sua plenitude, e receber
daquela graça que não tem limites. O Capitão de nossa salvação quer, a cada
passo, ensinar-nos que um poder onipotente está às ordens da fé viva. Diz Ele:
“Sem Mim nada podereis fazer” (João 15:5); declara, porém, ainda, “que aquele
que crê em Mim fará também as obras que Eu faço e as fará maiores do que estas,
porque Eu vou para Meu Pai”. João 14:12.
Devemos orar sem cessar. Ao suplicarmos ao trono da graça, em nome de
Cristo, a promessa é certa: “E tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei,
para que o Pai seja glorificado no Filho”. João 14:13. “Até agora nada tendes
pedido em Meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”.
João 16:24. Quando você faz de Deus a sua confiança, quando roga a Ele com
todo o seu coração, você o encontrará. “Então, clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás por socorro, e Ele dirá: Eis-Me aqui”. Isaías 58:9. — The Review and
[335] Herald, 30 de Outubro de 1894.

344
Comunhão com Jesus, 24 de Novembro

Ó Deus, Tu és o meu Deus forte; eu Te busco ansiosamente; a minha alma


tem sede de Ti; meu corpo Te almeja, como terra árida, exausta, sem água.
Salmos 63:1.

Nenhum agente humano pode suprir aquilo que satisfará a fome e a sede da
alma. Mas Jesus diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz
e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo”. Apocalipse
3:20. “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome; e quem crê
em Mim nunca terá sede”. João 6:35.
Como precisamos de alimento para sustentar nossas forças físicas, assim
necessitamos de Cristo, o pão do Céu, para manter a vida espiritual, e comunicar
forças para efetuar as obras de Deus. Como o corpo está continuamente recebendo
a nutrição que sustém a vida e o vigor, assim a alma deve estar constantemente
comungando com Cristo, a Ele submissa, e confiando inteiramente nEle.
Como o fatigado viajante procura a fonte no deserto e, encontrando-a, sacia a
sede abrasadora, assim há de o cristão ansiar e obter a pura água da vida, de que
Cristo é a fonte.
Ao discernirmos a perfeição do caráter de nosso Salvador, havemos de desejar
ser inteiramente transformados, e renovados à imagem de Sua pureza. Quanto
mais conhecermos a Deus, tanto mais elevado será nosso ideal de caráter, e mais
veemente o nosso anseio de Lhe refletir a imagem. Um elemento divino combina-
se com o humano, quando a alma se dilata, em busca de Deus, e o ansioso coração
pode exclamar: “Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dEle vem a
minha esperança”. Salmos 62:5. [...]
As palavras de Deus são a fonte da vida. Ao buscarem essas vivas fontes hão
de, mediante o Espírito Santo, ser postos em comunhão com Cristo. Verdades
familiares se apresentarão ao seu espírito sob novo aspecto; como o clarão de um
relâmpago, novas significações cintilarão de textos familiares da Escritura; verão
a relação de outras verdades com a obra da redenção, e saberão que Cristo os
está guiando; que têm ao lado um Mestre divino. — O Maior Discurso de Cristo,
18-20. [336]

345
Atitude bondosa, 25 de Novembro

Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente


amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria
por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes
chamados, a fim de receberdes bênção por herança. 1 Pedro 3:8, 9.

Os que trabalham para Cristo devem ser puros, íntegros e dignos de confiança,
sendo também bondosos, compassivos e corteses. Há um encanto no trato dos que
realmente são corteses. Palavras bondosas, aspecto agradável e boas maneiras são
de inestimável valor. Cristãos descorteses, por sua desconsideração aos outros,
demonstram não estar em união com Cristo. É impossível estar em união com
Cristo e ser descortês.
Todo cristão deve ser o que Cristo foi em Sua vida na Terra. Ele é o nosso
exemplo, não somente em Sua ilibada pureza, mas também em Sua paciência,
delicadeza e disposição cativante. Ele era firme como uma rocha no que dizia
respeito à verdade e ao dever, sendo, porém, invariavelmente bondoso e cortês.
Sua vida era uma ilustração perfeita de verdadeira cortesia. Sempre tinha um
olhar bondoso e uma palavra de conforto para os necessitados e oprimidos.
Sua presença criava em casa uma atmosfera mais pura, e Sua vida era como
um fermento operando entre os elementos da sociedade. Puro e incontaminado,
andava entre os excluídos, os rudes, os descorteses; entre injustos publicanos,
ímpios samaritanos, soldados pagãos, rústicos camponeses e a multidão mista.
Proferia uma palavra de simpatia aqui, e outra palavra ali, ao ver homens fatigados
e compelidos a levar pesados fardos. Partilhava de suas cargas e repetia-lhes
as lições que aprendera da natureza, a respeito do amor e da bondade e da
benevolência de Deus.
Procurava infundir esperança nos mais rudes e menos prometedores, dando-
lhes a certeza de que podiam tornar-se irrepreensíveis e puros, obtendo tal caráter
que evidenciasse serem eles filhos de Deus.
O amor de Cristo enternece o coração e abranda toda aspereza nas atitudes.
Aprendamos dEle como combinar elevado senso de pureza e integridade com um
temperamento agradável. Um cristão bondoso e cortês é o mais poderoso argu-
mento que pode ser produzido em favor do evangelho. — Mensagens Escolhidas
[337] 3:237, 238.

346
Piedade, pureza e amor, 26 de Novembro

Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é
que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso. 1 Pedro 2:2, 3.

Deus tomou toda provisão para a salvação de cada pessoa; mas se rejeitarmos
o dom da vida eterna, comprado por preço infinito para nós, virá o tempo em que
Deus também nos rejeitará de Sua presença, quer sejamos ricos ou pobres, nobres
ou humildes, cultos ou incultos. Os princípios da justiça eterna terão completo
controle no grande dia da ira de Deus.
Não ouviremos contra nós a acusação de pecados de grande significado
que tenhamos cometido, porém a acusação será pela negligência dos nobres e
piedosos deveres que nos foram ordenados pelo Deus de amor. Serão apontadas
as deficiências do nosso caráter. Ficará então sabendo que todos os que são dessa
forma condenados tiveram luz e conhecimento; foram-lhes confiados os talentos
de seu Senhor, e foram achados infiéis a essa comissão. Será visto que não foi
apreciada a segurança celeste, que não foi usado o capital no serviço de amor
pelos outros, que não foi cultivada a fé e a devoção, por preceito e exemplo, nos
que com eles se associaram. Serão julgados e punidos de acordo com a luz que
receberam.
Deus requer que todo agente humano desenvolva todos os meios da graça
que o Céu tem providenciado, e se torne mais e mais eficiente na obra do Senhor.
Toda provisão tem sido feita a fim de que a piedade, pureza e amor do cristão se
desenvolvam continuamente. [..]
Mas pensando que essa provisão tem sido feita, muitos que professam crer
em Jesus não a manifestam pelo crescimento que testifica do poder santificador
da verdade na vida e no caráter. Quando primeiro recebemos Jesus em nosso
coração, somos como crianças na religião; mas não devemos ficar sempre como
infantis na experiência. Precisamos crescer na graça e no conhecimento de nosso
Senhor e Salvador, Jesus Cristo; devemos alcançar a completa estatura de homens
e mulheres nEle. Precisamos avançar, obter novas e ricas experiências pela fé,
crescendo em confiança, ânimo e amor, conhecendo a Deus e a Jesus Cristo a
quem Ele enviou. — The Youth’s Instructor, 8 de Junho de 1893. [338]

347
Chaves que abrem corações, 27 de Novembro

Com minha alma suspiro de noite por Ti e, com o meu espírito dentro de
mim, eu Te procuro diligentemente; porque, quando os Teus juízos reinam
na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Isaías 26:9.

É o amor do Salvador que constrange o mensageiro a levar a mensagem ao


perdido. Oh, que maravilhosa é a insistência de Cristo com os pecadores! Apesar
de Seu amor ser rejeitado pela recusa de corações duros e obstinados, Ele volta a
suplicar com maior força: “Eis que estou à porta e bato”. Apocalipse 3:20. Seu
amor persuade com força cativante, até que as pessoas são compelidas a vir.
Os que vêm à ceia voltam-se para o amado Jesus e dizem: “A Tua clemência
me engrandeceu”. 2 Samuel 22:36. Ele os conquista pela palavra do Seu amor e
poder; pois a Palavra de Deus é o bordão do Seu poder. Ele diz: “Não é a Minha
palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” Jeremias 23:29.
Quando a Palavra de Deus é enviada diretamente ao coração humano através
do Espírito Santo, ela é poderosa para demolir as fortalezas de Satanás. Homens
e mulheres finitos não poderiam fazer coisa alguma na grande guerra, não fosse
pela palavra de Deus. Não poderiam suplicar com sucesso aos corações humanos
que são duros como aço, que estão ferrolhados e trancados para que Jesus ali não
encontre entrada; mas o Senhor dota homens e mulheres com a Sua sabedoria, e
o mais fraco pode se tornar como Davi, pela fé em Deus.
O Senhor toma os que são devotos a Ele, embora sejam incultos e humildes, e
os envia adiante com Sua mensagem de advertência. Ele impressiona seu coração
por meio de Seu Espírito, lhes dá força e energia espiritual, e eles são capacitados
a ir adiante com a Palavra de Deus, e a constranger seres humanos a irem a Ele.
Desse modo, muitas pessoas pobres e desfalecidas, que estão famintas pelo Pão
da Vida, da fraqueza tiram força, se tornam valentes na peleja e põem em fuga os
exércitos hostis.
“Não recuseis ao que fala”. Hebreus 12:25. Toda vez que se recusam a ouvir
a mensagem da graça, fortificam-se na incredulidade. Toda vez que deixarem de
abrir a porta do coração para Cristo, ficarão menos e menos inclinados a atender
à voz dAquele que fala. Diminuem as probabilidades de atender ao último apelo
da graça. [...] Não deixem Jesus chorar por vocês, como chorou por Jerusalém,
dizendo: “Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os
seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará
[339] deserta”. Lucas 13:34-35. — The Review and Herald, 24 de Setembro de 1895.

348
Graça e poder, 28 de Novembro

O aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder,


e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que
perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. 2
Tessalonicenses 2:9-10.

A grande controvérsia entre o bem e o mal há de assumir proporções cada


vez maiores até o seu final desenlace. Em todas as épocas a ira de Satanás
esteve voltada contra a igreja de Cristo, motivo pelo qual Deus a dotou do Seu
Espírito e de Sua graça para que pudesse enfrentar todas as oposições do mal.
Ao receberem os apóstolos a incumbência de levar o evangelho até os confins da
Terra e escrevê-lo para as gerações futuras, Deus lhes deu a iluminação do Seu
Espírito.
À medida, porém, que a igreja se aproxima da hora de sua libertação definitiva,
Satanás há de agir com redobrada energia. Ele desceu a vocês, e tem grande ira,
sabendo que já tem pouco tempo. Apocalipse 12:12. [...] Durante seis mil anos
esse espírito superior, que ocupou outrora lugar preeminente entre os anjos de
Deus, tem estado devotado a uma obra de destruição e engano. E toda habilidade
e astúcia satânicas adquiridas, toda a crueldade desenvolvida nessa luta de longos
séculos, serão empregadas contra o povo de Deus no conflito final.
É nesse tempo cheio de perigos que os seguidores de Cristo terão de anunciar
ao mundo a mensagem do segundo advento de Cristo, a fim de preparar um povo
“imaculado e irrepreensível” para a volta do Senhor. 2 Pedro 3:14. Então, como
nos dias dos apóstolos, a igreja terá necessidade de uma dotação especial da
graça e poder divinos. [...]
Os esforços de Satanás para representar de maneira falsa o caráter de Deus,
para fazer com que os homens nutram um conceito errôneo do Criador, e assim
O considerem com temor e ódio em vez de amor; seu empenho para pôr de
parte a lei divina, levando o povo a julgar-se livre de suas reivindicações e sua
perseguição aos que ousam resistir a seus enganos, têm sido prosseguidos com
persistência em todos os séculos. Podem ser observados na história dos patriarcas,
profetas e apóstolos, mártires e reformadores. — O Grande Conflito, 11-13. [340]

349
Sede de justiça, 29 de Novembro

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Salmos 42:1-2.

O Senhor tem verdades significativas para revelar aos que gostariam de


compreender as coisas do Espírito. [..] Enquanto suas lições são revestidas de
uma linguagem tão simples que uma criança as pode compreender, a verdade é
tão profunda que até os mais instruídos podem ficar fascinados, e adorarem o
autor de incomparável sabedoria. Apesar do mais sábio encontrar alimento para
a alma em Sua mais simples declaração, o mais humilde pode compreender Sua
verdade e apoderar-se de Suas promessas para a necessidade da alma.
Jesus ensinou homens e mulheres com o propósito de despertar o desejo para
uma compreensão das coisas de Deus, para que pudessem contemplar a excelência
do caráter divino, e solicitar a justiça de Cristo, na qual podem permanecer aceitos
perante o Senhor Jeová.
Vocês têm na alma uma sensação de necessidade? Têm fome e sede de
justiça? É isto então evidência de que Cristo operou em seu coração, criando
essa intuição de necessidade, a fim de que O buscassem para que, mediante
o outorgamento de Seu Espírito Santo, fizesse por vocês as coisas que lhes é
impossível fazerem vocês mesmos. [...]
As parábolas de Cristo foram registradas, e, para o sincero e diligente pesqui-
sador da verdade, seus significados serão explicados, e seus mistérios revelados.
Os que não buscarem a verdade como a um tesouro escondido manifestarão o
fato de que não desejam com sinceridade conhecer a verdade. Cristo ainda diz aos
Seus verdadeiros seguidores: “Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios
do reino dos Céus. [...] Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância”.
Mateus 13:11-12.
Os que atenderem ao apelo de Cristo serão encontrados inquirindo quanto ao
que é a verdade, para que seus pés possam ser direcionados ao caminho da justiça.
Cristo está chamando a todos, mas nem todos respondem ao seu chamado. Os
que sujeitam sua vontade à vontade de Deus, que estão dispostos a irem onde o
Espírito do Senhor os levar, receberão a luz e andarão nela, buscarão ainda mais
iluminação do Céu, e a “terão em abundância”. — The Signs of the Times, 7 de
[341] Novembro de 1892.

350
Ajuda aos necessitados, 30 de Novembro

Que homens se apoderem da Minha força e façam paz comigo; sim, que
façam paz comigo. Isaías 27:5.

Muitos há que erram e sentem a sua vergonha e loucura. Consideram seus


enganos e erros até serem arrastados quase ao desespero. Não devemos desprezar
essas pessoas. Quando alguém tem que nadar contra a correnteza, toda a força da
mesma o impele para trás. Estenda-se-lhes uma mão auxiliadora, como o fez a
Pedro [...], a mão do Irmão mais velho. Fale-lhe palavras de esperança, palavras
que fortaleçam a confiança e despertem amor.
Seu irmão doente espiritualmente necessita de você, como você mesmo
careceu do amor de um irmão. [...] O conhecimento de nossa própria debilidade
deve auxiliar-nos a ajudar a outros que estejam em amarga necessidade. Nunca
devemos passar por uma pessoa sofredora sem tentar comunicar-lhe o conforto
com que fomos consolados por Deus.
A comunhão com Cristo, o contato pessoal com o Salvador vivo, é que habilita
a mente, o coração e a alma a triunfar sobre a natureza inferior. [...] [O peregrino]
necessita apertar uma mão cálida, confiar num coração cheio de ternura. Que
sua mente se demore no pensamento de que Deus está ao seu lado, sempre
contemplando-o com amor piedoso.
Ocupando-se nesta obra vocês têm companheiros invisíveis aos olhos huma-
nos. Os anjos do Céu estavam ao lado do samaritano que cuidou do estrangeiro
ferido. Os anjos das cortes celestes assistem a todos quantos fazem o serviço
de Deus, cuidando dos semelhantes. E têm a cooperação do próprio Cristo.
Ele é o Restaurador, e se trabalharem sob Sua superintendência, verão grandes
resultados.
De sua fidelidade nessa obra não só depende o bem-estar de outros como
também seu destino eterno. Cristo procura erguer todos quantos querem ser
alçados à Sua companhia para que sejamos um com Ele, como Ele é um com
o Pai. Permite que tenhamos contato com o sofrimento e calamidade para nos
tirar de nosso egoísmo; procura desenvolver em nós os atributos de Seu caráter
— compaixão, ternura e amor. Aceitando essa obra de beneficência entramos
em Sua escola para sermos qualificados para as cortes de Deus. — Parábolas de
Jesus, 387-389. [342]

351
Dezembro
Cristo, o grande pastor, 1 de Dezembro

Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no Céu por um pecador que se
arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento. Lucas 15:7.

O ministro deve ser um pastor. Nosso redentor é chamado de o grande pastor.


O apóstolo escreve: “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a
Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança,
vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a Sua vontade, operando em vós
o que é agradável diante dEle, por Jesus Cristo”. Hebreus 13:20-21. Por humildes,
por elevados que possamos ser, quer nos achemos nas sombras da adversidade
ou à luz do Sol da prosperidade, somos ovelhas dEle, rebanho de Seu pasto, e
achamo-nos sob os cuidados do sumo Pastor.
Mas o grande Pastor possui seus sub-pastores, a quem delegou o cuidado
de Suas ovelhas e cordeiros. O grande Pastor nunca perde um dentre os que
estão sob Seus cuidados, nunca é indiferente mesmo para com o mais frágil do
seu rebanho. A bela parábola dada por Cristo, da ovelha perdida, do pastor que
deixou as noventa e nove para ir em busca da perdida, ilustra o cuidado do sumo
Pastor. Ele não passou os olhos descuidadamente sobre as ovelhas do rebanho,
dizendo: “Tenho noventa e nove, e me dará demasiado trabalho ir em busca da
desgarrada; ela que volte, e lhe abrirei a porta do curral e a deixarei entrar. Mas
não posso ir em sua busca.”
Não! Pois, assim que a ovelha se desvia, o semblante do pastor fica cheio de
tristeza e preocupação. Ele conta e reconta o rebanho, e quando se certifica de
que uma ovelha está perdida, não descansa. Deixa no redil as noventa e nove; por
escura e tempestuosa que seja a noite, por arriscado e incômodo o caminho, por
longa e tediosa a procura, ele não se cansa, não hesita até que tenha encontrado a
perdida. [...]
Quando é encontrada a perdida, Céu e Terra unem-se em regozijo e ações de
graças. [...] Diz Jesus: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as Minhas ovelhas, e
das Minhas sou conhecido”. João 10:14. Justamente como um pastor terrestre
conhece suas ovelhas, assim conhece o sumo Pastor o Seu rebanho, espalhado,
[343] através do mundo todo. — The Review and Herald, 23 de Agosto de 1892.

354
Concentre-se em Cristo, 2 de Dezembro

Então, convocando a multidão e juntamente os Seus discípulos, disse-lhes:


Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-Me. Marcos 8:34.

A Palavra de Deus dá a descrição de um verdadeiro cristão, que corresponde


à obra do Espírito Santo no coração e na vida. Os filhos de Deus imediatamente
sabem que possuem no próprio coração evidências de que são nascidos de
Deus. [...] Isso significa profundidade e amplidão de experiência para seguir o
Cordeiro aonde quer que Ele vá. A abnegação e o sacrifício próprio serão sempre
encontrados no caminho que conduz pela porta estreita aos amplos prados das
pastagens do Senhor.
Para os que crêem, Cristo é precioso. Seu Espírito, atuando no espírito e
coração do crente, está em perfeita harmonia com aquilo que se acha escrito na
Palavra. O Espírito e a Palavra harmonizam-se perfeitamente. Assim o Espírito
testifica com o nosso espírito que somos nascidos de Deus.
Os que não encontram em seu coração semelhança alguma do grande padrão
moral de justiça, a Palavra de Deus, não possuem um Cristo a confessar. Sua
linguagem, seus pensamentos, não estão em harmonia com o Espírito de Cristo.
Sua profissão de fé é falsa. Você pode porventura encontrar nata sobre a água? A
alma precisa ter as vivificantes influências do fôlego de vida de Cristo a fim de
poder revelar na conversação que Cristo, a esperança da glória, está formado no
seu interior.
Ninguém colhe uvas de cardos. As palavras dos cristãos estarão de acordo
com a sua alegria em Cristo. Os que estão perpetuamente falando de dúvidas e
exigindo mais provas para banir sua nuvem de incredulidade não edificam sobre
a Palavra. [...]
Grande infelicidade é ser um duvidador crônico, mantendo sempre em si
mesmo os pensamentos. Enquanto contemplam o próprio eu, enquanto esse é
o tema do pensamento e conversação, não podem esperar conformarem-se à
imagem de Cristo. O próprio eu não é seu salvador. Não têm em vocês mesmos
nenhuma virtude redentora. “Eu” é um barco por demais avariado para sua fé
nele embarcar. Se a ele se confiar, certo naufragará. Ao bote salva-vidas, ao bote
salva-vidas! Eis sua única salvação. Jesus é o Comandante do bote salva-vidas, e
Ele jamais perdeu um passageiro. — Manuscript Releases 21:22, 24. [344]

355
A busca da perfeição, 3 de Dezembro

Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. Mateus
5:48.

Significa muito ser um firme cristão. Significa andar com cautela diante de
Deus, prosseguir para o alvo, para o prêmio da nossa soberana vocação em Cristo.
Significa produzir muitos frutos para a glória dAquele que deu Seu Filho para
morrer por nós. Como filhos e filhas de Deus, devem os cristãos esforçar-se
por alcançar o elevado ideal perante eles colocado no evangelho. Não se devem
contentar com nada menos que a perfeição. [...]
Tornemos a santa Palavra de Deus o nosso estudo, introduzindo em nossa
vida seus santos princípios. Andemos diante de Deus em mansidão e humildade,
diariamente corrigindo nossas faltas. Não separemos de Deus a alma, por meio do
orgulho egoísta. Não acariciem um sentimento de elevada supremacia, julgando-
se melhores que outros. “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não
caia”. 1 Coríntios 10:12. Paz e descanso lhes advirão ao levarem sua vontade
em sujeição à de Cristo. Então o amor de Cristo reinará no coração, levando em
cativeiro ao Salvador as secretas fontes de ação. [...]
Há os que ouvem a verdade e se convencem de que vivem em oposição a
Cristo. São condenados e arrependem-se de suas transgressões. Confiando nos
méritos de Cristo, nEle exercendo verdadeira fé, recebem o perdão do pecado. Ao
deixarem de fazer o mal e aprenderem a praticar o bem, crescem na graça e no
conhecimento de Deus. Vêem que precisam sacrificar-se a fim de separar-se do
mundo; e, depois de calcular o custo, consideram tudo como perda se tão-somente
puderem ganhar a Cristo. Alistaram-se em Seu exército. Acha-se perante eles a
luta e nela entram valorosa e alegremente, combatendo suas inclinações naturais e
desejos egoístas, levando a vontade em sujeição à de Cristo. Diariamente buscam
do Senhor graça para obedecer-Lhe, e são fortalecidos e ajudados.
Isso é verdadeira conversão. Em humilde e grata submissão, o que recebeu
um coração novo confia no auxílio de Cristo. Revela na vida os frutos da justiça.
Outrora amava a si mesmo. Os prazeres mundanos eram seu deleite. Agora
o ídolo é destronado, e Deus reina supremo. — The Youth’s Instructor, 26 de
[345] Setembro de 1901.

356
Vida nova, 4 de Dezembro

Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as


vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração
de pedra e vos darei coração de carne. Ezequiel 36:25-26.

Muitos que falam a outros da necessidade de um novo coração não sabem


eles próprios o que significam essas palavras. Especialmente a juventude tropeça
nesta expressão: “um coração novo”. Ezequiel 36:26. Não sabem o que ela
quer dizer. Esperam que se verifique mudança especial em seus sentimentos. A
isso chamam conversão. Nesse erro milhares têm tropeçado e se perderam, não
compreendendo a frase: “Necessário vos é nascer de novo”. João 3:7.
Satanás induz as pessoas a pensarem que, por terem experimentado êxtase
de sentimentos, estão convertidas. Mas sua experiência não muda. Seus atos são
os mesmos que antes. Sua vida não demonstra bons frutos. Oram freqüente e
longamente, e constantemente se referem aos sentimentos que tiveram em tal
e tal ocasião. Não vivem, porém, a vida nova. Estão iludidas. Sua experiência
não vai além de sentimento. Edificam sobre a areia e, ao soprarem os ventos da
adversidade, sua casa é assolada. [...]
Ao falar Jesus do novo coração, refere-Se Ele à mente, à vida, ao ser todo.
Ter uma mudança de coração é retirar as afeições do mundo, e uni-las a Cristo.
Ter um coração novo é possuir novo espírito, novos propósitos, motivos novos.
Qual é o sinal de um coração novo? — A vida transformada. Há um morrer dia a
dia, hora a hora, para o egoísmo e o orgulho.
Alguns cometem grande erro ao supor que uma alta profissão substituirá o
verdadeiro serviço. Mas a religião que não é prática, não é genuína. A verdadeira
conversão nos torna estritamente honestos em nosso relacionamento com os
semelhantes. Torna-nos fiéis em nosso trabalho diário. Todo sincero seguidor
de Cristo demonstrará que a religião bíblica o habilita a usar seus talentos no
serviço do Mestre. [...]
São os nobres princípios introduzidos no trabalho que o tornam inteiramente
aceitável à vista do Senhor. O verdadeiro serviço liga o mais humilde dos servos
de Deus, na Terra, ao mais elevado de Seus servos nas cortes celestiais. —
Mensagens aos Jovens, 71-73. [346]

357
O manto da justiça de Cristo, 5 de Dezembro

Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e


abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a
quem bate, abrir-se-lhe-á. Lucas 11:9-10.

Devemos entregar nosso coração a Deus, para que nos renove e santifique, e
nos habilite para Sua corte celestial. Não devemos esperar por alguma ocasião
especial, mas entregar-nos a Ele hoje, recusando-nos a ser servos do pecado. [...]
Quando começamos a compreender que somos pecadores, e então caímos
sobre a Rocha a fim de sermos despedaçados, os braços eternos nos enlaçam, e
somos levados bem perto do coração de Jesus. Então ficaremos encantados com
Sua amabilidade e enojados de nossa justiça própria.
Precisamos chegar-nos bem ao pé da cruz. Quanto mais ali nos humilharmos,
tanto mais exaltado nos parecerá o amor de Deus. A graça e justiça de Cristo
nada valerão àquele que se julga são, que se considera razoavelmente bom, que se
contenta com sua própria condição. Não há lugar para Cristo no coração daquele
que não reconheça sua necessidade de divina luz e auxílio.
Diz Jesus: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos
Céus”. Mateus 5:3. Há plenitude de graça em Deus, e podemos ter Seu Espírito e
poder em grande medida. Não se alimentem com as bolotas da justiça própria,
mas vão ao Senhor. Ele tem as melhores vestes para lhes dar, e Seus braços estão
abertos para recebê-los. [...]
São provados por Deus mediante Sua Palavra. Não devem esperar por emo-
ções maravilhosas, antes de crerem que Deus os ouviu; os sentimentos não devem
ser seu critério, pois as emoções são mutáveis como as nuvens. Devem ter alguma
coisa sólida como fundamento de sua fé. A palavra do Senhor é palavra de poder
infinito, com o qual podem contar, e Ele disse: “Pedi e recebereis”. João 16:24.
Olhem ao Calvário. Não disse Jesus ser Ele seu advogado? Não disse Ele que se
pedirdes qualquer coisa em Seu nome o receberão? [...]
Devem ir a Deus como pecador arrependido, em nome de Jesus, o Advogado
divino, para um Pai misericordioso e perdoador, crendo que Ele fará justamente o
que prometeu. Que os que desejam a bênção de Deus batam, e esperem junto ao
[347] trono de misericórdia, com firme confiança. — Mensagens Escolhidas 1:327-329.

358
O convite de Jesus, 6 de Dezembro

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te,


pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e,
se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te
arrependas. Apocalipse 2:4-5.

O Redentor do mundo declara que há maiores pecados do que aqueles pelos


quais Sodoma e Gomorra foram destruídas. Aqueles que ouvem o convite do
evangelho chamando os pecadores ao arrependimento, e não o atendem, são mais
culpados perante Deus do que o foram os moradores do vale de Sidim. E ainda
maior pecado é o daqueles que professam conhecer a Deus e guardar os Seus
mandamentos, e contudo negam a Cristo em seu caráter e vida diária. À luz da
advertência do Salvador, a sorte de Sodoma é um aviso solene [...]
O Salvador aguarda a resposta a Seus oferecimentos de amor e perdão, com
uma compaixão mais terna do que aquela que move o coração de um pai terrestre
para perdoar um filho transviado e sofredor. Ele clama aos errantes: “Tornai-vos
para Mim, e Eu tornarei para vós”. Malaquias 3:7. Mas se aquele que vagueia,
recusa persistentemente atender à voz que o chama com amor compassivo e terno,
será finalmente deixado em trevas.
O coração que durante muito tempo desdenhou a misericórdia de Deus torna-
se endurecido no pecado, e não mais é susceptível à influência da graça de Deus.
Terrível será a sorte da pessoa da qual o Salvador, pleiteando por sua defesa,
declarará finalmente: “Está entregue aos ídolos; deixa-o”. Oseias 4:17. Haverá
menos rigor no dia do juízo para as cidades da planície do que para aqueles que
conheceram o amor de Cristo, e contudo se desviaram à escolha dos prazeres de
um mundo de pecado.
Vocês que estão a desdenhar os oferecimentos da misericórdia, pensem nos
inúmeros registros que contra vocês se acumulam nos livros do Céu: pois há
um relatório feito das impiedades das nações, das famílias, dos indivíduos. Deus
pode suportar muito enquanto a conta prossegue; e convites ao arrependimento e
oferecimentos de perdão podem ser feitos; contudo, tempo virá em que a conta
se completará, em que se fez a decisão da alma, em que se fixou o destino do
homem pela sua própria escolha. Dar-se-á então o sinal para ser executado o
juízo. — Patriarcas e Profetas, 165. [348]

359
Alegria no céu, 7 de Dezembro

Assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. E


a favor deles Eu Me santifico a Mim mesmo, para que eles também sejam
santificados na verdade. João 17:18-19.

Na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada


por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. “Não há ninguém que
entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram”. Romanos
3:11-12. Não nos arrependemos para que Deus nos ame, porém Ele nos revela
Seu amor para que nos arrependamos. [...]
Os rabinos tinham um dito, segundo o qual há alegria no Céu quando alguém
que pecou contra Deus é destruído; contudo, Jesus ensinava que a obra de des-
truição é estranha a Deus. Aquilo em que todo o Céu se compraz é a restauração
da imagem de Deus nos homens por Ele criados.
Quando alguém que vagou longe no pecado procura voltar para Deus, en-
contrará suspeita e crítica. Há os que duvidarão de que o arrependimento seja
genuíno, ou insinuarão: “Ele não tem estabilidade; não creio que resista.”
Tais pessoas não fazem a obra de Deus, porém a de Satanás, que é o acusador
dos irmãos. Por suas críticas, o maligno espera desencorajá-las, afastá-las ainda
mais da esperança e de Deus. Contemple o pecador arrependido a alegria do Céu
pela volta daquele que se perdera. Confie no amor de Deus e não desanime de
maneira alguma pelo escárnio e suspeita dos fariseus.
Os rabinos compreendiam que a parábola de Cristo se aplicava aos publicanos
e pecadores; mas tinha uma significação mais ampla. Cristo representava pela
ovelha perdida, não somente o pecador individual, mas o mundo que apostatou
e se arruinou pelo pecado. Este mundo é apenas um átomo no vasto domínio
sobre que Deus preside; contudo, este pequeno mundo perdido — a única ovelha
extraviada — é mais precioso a Seus olhos, que as noventa e nove que não se
desviaram do redil. [...]
Todo pecador que Cristo salvou é chamado a atuar em Seu nome pela salva-
ção dos perdidos. Essa obra fora negligenciada em Israel. Não é também hoje
negligenciada pelos que professam ser seguidores de Cristo? Parábolas de Jesus,
[349] 189-191.

360
Conversão e mudança, 8 de Dezembro

No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem,


que se corrompe segundo as concupiscências do engano. Efésios 4:22.

Deus agora o convida ao arrependimento, a ser zeloso em fazer a obra.


Sua felicidade eterna será determinada pelo rumo que agora tomar. Pode você
rejeitar os convites de misericórdia agora oferecidos? Pode escolher os próprios
caminhos? Acariciará orgulho e vaidade e afinal perderá a vida eterna? A Palavra
de Deus claramente nos afirma que poucos serão salvos, e que a grande maioria
que foi chamada se provará indigna da vida eterna. Não têm parte no Céu, mas
receberão sua recompensa com Satanás e experimentarão a segunda morte.
Homens e mulheres podem escapar à ruína se quiserem. É verdade que
Satanás é o grande originador do pecado; contudo, isso não desculpa o pecado
de ninguém, porque ele não pode forçar os seres humanos a fazer o mal. Tenta-
os, procurando mostrar o pecado como sendo atrativo e agradável; mas terá
que deixar que a pessoa decida praticá-lo ou não. Ele não força os homens a
se embriagarem nem a permanecerem ausentes das reuniões religiosas. Mas
apresenta tentações de modo a fascinar para o mal. O ser humano é um agente
moral livre para aceitar ou recusar.
A conversão é uma obra que a maioria das pessoas não aprecia. Não é
coisa pequena transformar um espírito terreno, amante do pecado, e levá-lo
a compreender o inexprimível amor de Cristo, os encantos de Sua graça e a
excelência de Deus, de maneira que a alma seja possuída de amor divino e fique
cativa dos mistérios celestes. Quando a pessoa compreende essas coisas, sua vida
anterior parece desagradável e odiosa. Aborrece o pecado; e, quebrantando o
coração diante de Deus, abraça a Cristo como a vida e alegria da alma. Renuncia
a seus antigos prazeres. Tem mente nova, novas afeições, interesses novos e nova
vontade; suas tristezas, desejos e amor são todos novos. A concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida até então preferidas a
Cristo, são agora desviadas, e Cristo é o encanto de sua vida, a coroa de seu
regozijo.
O Céu, que antes não possuía nenhum atrativo, é agora considerado em sua
riqueza e glória; e ela o contempla como sua futura pátria, onde verá, amará e
louvará Aquele que a redimiu por Seu precioso sangue. — Testemunhos para a
Igreja 2:293-294. [350]

361
O arrependimento autêntico, 9 de Dezembro

Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a


Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo. Atos 2:37-38.

Como pode alguém ser justo diante de Deus? Como pode o pecador ser justi-
ficado? É unicamente por meio de Cristo que podemos ser postos em harmonia
com Deus, com a santidade; mas como devemos chegar a Cristo? Muitos fazem
hoje a mesma pergunta que fez a multidão no dia de Pentecostes, quando, con-
vencidos do pecado, clamaram: “Que faremos?” Atos 2:37. A primeira palavra
da resposta de Pedro foi: “Arrependei-vos”. Atos 2:38. Pouco tempo depois,
em uma outra ocasião, ele disse: “Arrependei-vos [...] e convertei-vos, para que
sejam apagados os vossos pecados”. Atos 3:19.
O arrependimento compreende tristeza pelo pecado e afastamento do mesmo.
Não renunciaremos ao pecado enquanto não reconhecermos a sua malignidade;
enquanto dele não nos afastarmos sinceramente, não haverá em nós uma mudança
real da vida.
Muitos há que não compreendem a verdadeira natureza do arrependimento.
Multidões de pessoas se entristecem pelos seus pecados, efetuando mesmo exte-
riormente uma reforma, porque receiam que seu mau procedimento lhes traga
sofrimentos. Mas não é este o arrependimento segundo o sentido que lhe dá a
Bíblia. Lamentam antes os sofrimentos, do que o próprio pecado. Tal foi a tristeza
de Esaú quando viu que perdera para sempre o direito da primogenitura. [...]
Judas Iscariotes, depois de haver traído seu Senhor, exclamou: “Pequei,
traindo sangue inocente”. Mateus 27:4. A confissão foi arrancada de sua alma
culpada, por uma horrível consciência de condenação e temerosa expectação
do juízo. As conseqüências que o aguardavam enchiam-no de terror; mas não
houve em sua alma uma profunda e dolorosa tristeza por haver traído o imacu-
lado Filho de Deus e negado o Santo de Israel. [...] Todos esses lamentaram as
conseqüências do pecado, mas não se entristeceram pelo próprio pecado.
Quando, porém, o coração cede à influência do Espírito de Deus, a consciência
é despertada, e o pecador discerne alguma coisa da profundeza e santidade da
lei de Deus, base de Seu governo no Céu e na Terra. [...] O pecador [...] vê o
amor de Deus, a beleza da santidade, a exaltação da pureza; [e] anseia por ser
[351] purificado e reintegrado na comunhão do Céu. — Caminho a Cristo, 23-24.

362
Humanidade aliada à divindade, 10 de Dezembro

Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que
João o batizasse. Ele, porém, O dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser
batizado por Ti, e Tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por
enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o
admitiu. Mateus 3:13-15.

Ao cumprir “toda a justiça”, Cristo não veio acabar com a justiça. Ele cumpriu
todos os requisitos de Deus em arrependimento, fé e batismo, os passos em graça
na genuína conversão. Em Sua humanidade Cristo preencheu a medida das
exigências da lei. Ele foi o cabeça da humanidade, seu substituto e fiador. Ao
unir sua fraqueza com a natureza divina de Cristo, os seres humanos podem se
tornar participantes do Seu caráter.
Cristo veio para dar exemplo da perfeita conformidade com a lei de Deus,
requerida de todos — desde Adão, o primeiro homem, até ao último homem que
viver na Terra. Ele declarou que Sua missão não era destruir a lei, mas cumpri-la
em perfeita e integral obediência.
Dessa maneira Ele engrandeceu a lei e a fez gloriosa. Em Sua vida revelou
Ele sua natureza espiritual. À vista dos seres celestiais, dos mundos não caídos, e
de um mundo desobediente, ingrato e profano, Ele cumpriu os vastos princípios
da lei. Ele veio para demonstrar que a humanidade, unida à divindade por viva
fé, pode guardar todos os mandamentos de Deus.
As ofertas típicas apontavam para Cristo, e quando o sacrifício perfeito foi
feito, as ofertas sacrificais não mais eram aceitas por Deus. O tipo encontrou-se
com o antítipo na morte do Filho Unigênito de Deus. Ele veio para tornar claro o
imutável caráter da lei, para declarar que a desobediência e a transgressão jamais
podem ser premiadas com a vida eterna. Veio para a humanidade como homem,
para que a humanidade pudesse tocar a humanidade.
De modo algum, porém, Ele veio diminuir as obrigações dos mortais de serem
perfeitamente obedientes. Ele não destruiu a validade do Antigo Testamento.
Cumpriu aquilo que foi predito pelo próprio Deus. Ele não veio libertar o ser
humano da lei: veio abrir um caminho através do qual pudessem obedecer à lei e
ensinar outros a fazerem o mesmo. — Manuscript Releases 10:292, 293. [352]

363
Proteção contra o engano, 11 de Dezembro

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca. Marcos 14:38.

Homens que professam ter nova luz, pretendendo ser reformadores, terão
grande influência sobre certa classe de pessoas convencidas das heresias que
existem no século presente, e que não estão satisfeitas com a condição espiritual
das igrejas. Com coração verdadeiro e sincero, desejam estas ver uma mudança
para melhor, no sentido de alcançar-se uma norma mais alta. Se os fiéis servos
de Cristo apresentassem a essa classe a verdade pura e cristalina, a aceitariam e
se purificariam pela obediência a ela. Mas Satanás, sempre vigilante, persegue
os rastos dessas pessoas indagadoras. Alguém vai falar com elas, como se fosse
um verdadeiro reformador, do mesmo modo que Satanás acercou-se de Cristo,
disfarçado em anjo de luz, e as atrai ainda para mais longe do caminho da justiça.
A infelicidade e degradação que vêm após a licenciosidade, não podem ser
avaliadas. O mundo está contaminado por seus habitantes. Quase que encheram
a medida de sua iniqüidade; mas o que trará a mais pesada retribuição é a prática
do pecado sob o disfarce da piedade. O Redentor do mundo nunca repele o
arrependimento verdadeiro, por grande que seja a culpa; mas Ele lança ardentes
acusações contra os fariseus e os hipócritas. Há mais esperança para o pecador
aberto, do que para essa classe. [...]
Nesta época de corrupção, quando nosso adversário, o diabo, anda em der-
redor bramando como leão, buscando a quem possa tragar, vejo a necessidade
de erguer minha voz em advertência: “Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação”. Mc 14:38. Há muitos que possuem talentos brilhantes, e que os devo-
tam impiamente ao serviço de Satanás. [...] Muitos deles acariciam pensamentos
impuros, imaginações ímpias, desejos não santificados e vis paixões. Deus abor-
rece o fruto produzido em semelhante árvore. Anjos, puros e santos, olham com
aversão o seu procedimento, enquanto Satanás exulta.
Oh! que os homens e mulheres considerassem o que se ganha pela transgres-
são da lei de Deus! Sob toda e qualquer circunstância, a transgressão é desonra a
Deus e maldição ao homem. Assim a devemos considerar, por lindo que seja seu
[353] disfarce e seja quem for que a pratique. — Testemunhos para a Igreja 5:144-146.

364
Arrependimento para salvação, 12 de Dezembro

Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação,


que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte. S2
Coríntios 7:10.

O amor de Deus nunca induzirá a fazer parecer insignificante o pecado;


nunca encobrirá ou desculpará uma ofensa não confessada. Adão aprendeu
demasiado tarde que a lei de Deus, como o seu Autor, é imutável. Tem que
ver com todos os nossos atos, pensamentos e sentimentos. Acompanha-nos, e
atinge todo motivo secreto de ação. Condescendendo com o pecado, os homens
são levados a considerar levianamente a lei de Deus. Muitos escondem suas
transgressões dos semelhantes, e se lisonjeiam com o pensamento de que Deus
não será estrito em notar a iniqüidade.
Sua lei, porém, é a grande norma de justiça, e com ela deve ser julgado todo
ato da vida naquele dia em que Deus trará a juízo toda obra, com tudo quanto
é secreto, seja bom, seja mau. A pureza do coração conduzirá à pureza da vida.
Vãs são todas as desculpas para o pecado. Quem poderá pleitear pelo pecador
quando Deus testificar contra ele? (FF, p. 214).
Genuíno arrependimento provém do senso do caráter repulsivo do pecado.
Essas confissões gerais não constituem o fruto de verdadeira submissão diante de
Deus. Deixam o pecador com um espírito orgulhoso para prosseguir como antes,
até que sua consciência fique endurecida e as advertências que outrora tendiam a
despertá-lo dificilmente produzam uma sensação de perigo, e, depois de algum
tempo, sua conduta pecaminosa parece ser correta. Quando for demasiado tarde,
seus pecados irão desmascará-lo, naquele dia em que nunca mais serão expiados
com sacrifício nem com oferta. Há grande diferença entre admitir fatos depois de
estarem provados e confessar pecados conhecidos unicamente por nós mesmos e
Deus. — Darkness Before Dawn, 132.
Acã, o indivíduo culpado, não sentiu o fardo. Aceitou-o com frieza. Nada
encontramos no relato que signifique que ele sentiu pesar. [...]
A confissão de Acã, embora tarde demais para prover-lhe qualquer virtude
salvadora, inocentava, entretanto, o caráter de Deus em Sua maneira de agir
com ele, e fechou a porta da tentação que tão freqüentemente assaltava os filhos
de Israel, de encarregarem os servos de Deus da obra que o próprio Deus lhes
ordenara que cumprissem. — SDABC, 2:997. [354]

365
Os ideais de Cristo, 13 de Dezembro

Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e


em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a
vossa força. Isaías 30:15.

O Senhor reconhecerá cada esforço que faz por alcançar o Seu ideal para
com você. Quando comete um erro, quando é traído em pecado, não julgue que
não poderá orar, que não é digno de vir perante o Senhor. “Meus filhinhos, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado
para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. 1 João 2:1. Com os braços abertos aguarda
o filho pródigo e o acolhe. [...]
Provações hão de sobrevir. Assim é que o Senhor refina a rudeza de seu
caráter. Não murmure. Lamentando-se, torna mais difícil a provação. Honre a
Deus com uma submissão bem disposta. Suporte pacientemente a pressão. Ainda
que lhe tenha sido feito algum mal, conserve o amor de Deus no coração. [...]
As palavras são impotentes para descrever a paz e a alegria possuídas por
aquele que pega a Deus em Sua Palavra. As provações não o perturbam, os
desprezos não o afligem. O eu está crucificado. Dia a dia pode-se tornar mais
pesados os seus deveres, suas tentações mais fortes, mais rigorosas as suas pro-
vações; ele, porém, não vacila; pois recebe força proporcional à sua necessidade.
— Mensagens aos Jovens, 97-98.
Cristo, porém, não nos deu garantia alguma de que é fácil alcançar perfeição
de caráter. Não se herda caráter perfeito e nobre. Não o recebemos por acaso.
O caráter nobre é ganho por esforço individual mediante os méritos e a graça
de Cristo. Deus dá os talentos e as faculdades mentais; nós formamos o caráter.
É formado por combates árduos e relutantes com o próprio eu. As tendências
herdadas devem ser banidas por um conflito após outro. Devemos esquadrinhar-
nos detidamente e não permitir que permaneça traço algum incorreto.
Ninguém diga: Não posso corrigir meus defeitos de caráter. Se chegardes a
essa decisão, certamente deixareis de alcançar a vida eterna. A impossibilidade
está em nossa própria vontade. Se não quiser não vencerá. A dificuldade real
vem da corrupção de um coração não santificado, e da involuntariedade de se
[355] submeter à direção de Deus. — Parábolas de Jesus, 331.

366
Pedra polida, 14 de Dezembro

Por isso, o Senhor espera, para ter misericórdia de vós, e se detém, para Se
compadecer de vós, porque o Senhor é Deus de justiça; bem-aventurados
todos os que nEle esperam. Isaías 30:18.

O evangelho destina-se a todos, e reunirá, como membros de igreja, homens


e mulheres diferentes na educação, no caráter e na disposição. Entre esses haverá
alguns que são naturalmente negligentes, que julgam ser a ordem orgulho, e que
não é necessário ser tão exigentes. Deus não descerá a suas baixas normas. Ele
lhes deu provações e instruções necessárias em Sua Palavra, e requer que sejam
transformados a um caráter perfeito e santo. [...]
O povo de Deus tem alta e santa vocação. São representantes de Cristo.
Paulo dirige-se à igreja de Corinto como àqueles que “são santificados em Cristo
Jesus, chamados santos”. 1 Coríntios 1:2. [...] Diz Pedro: “Vós, porém, sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a
fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz”. 1 Pedro 2:9.
Essas passagens foram planejadas para impressionar a mente com o sagrado
e exaltado caráter da obra de Deus, e com a elevada e santa posição que Seu povo
deve ocupar. Poderiam essas coisas ser ditas dos que não procuram ser refinados
pela verdade?
O templo judaico foi construído de pedras cortadas e alisadas, das montanhas;
e cada pedra foi adaptada ao lugar que lhe era destinado no templo, cortada,
polida e provada antes de ser levada a Jerusalém. E quando todas foram levadas
ao local, o edifício foi formado sem som de machado ou martelo. Esse edifício
representa o templo espiritual de Deus, composto de material reunido de toda
nação e língua e povo, de todas as classes, altas e baixas, ricas e pobres, cultas e
ignorantes. Essas não são substâncias mortas, a serem adaptadas com martelo e
cinzel. São pedras vivas tiradas da pedreira do mundo pela verdade; e o grande
Construtor-Mestre, o Senhor do templo, está agora cortando-as e polindo-as, e
ajustando-as a seus respectivos lugares no templo espiritual. Quando completos,
esse templo será perfeito em todas as partes, a admiração dos anjos e dos homens;
pois seu artífice e construtor é Deus. Verdadeiramente, os que devem formar esse
glorioso edifício são “chamados santos”. — The Review and Herald, 6 de Maio
de 1884. [356]

367
Trabalho diligente, 15 de Dezembro

Porque a Minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o
Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de
espírito e que treme da Minha palavra. Isaías 66:2.

Em Sua Palavra Deus nos indicou a única maneira pela qual deve ser rea-
lizada esta obra. Devemos efetuar um trabalho diligente e fiel, labutando pelas
pessoas como quem deve prestar contas. “Arrependei-vos, arrependei-vos” era a
mensagem proclamada por João no deserto. [...]
A mensagem de Cristo ao povo era: “Se não vos arrependerdes, todos igual-
mente perecereis”. Lucas 13:5. E os apóstolos receberam a ordem de pregar por
toda parte que os homens deviam arrepender-se. O Senhor quer que os Seus
servos preguem hoje em dia a antiga doutrina evangélica de tristeza pelo pecado,
arrependimento e confissão. Precisamos de sermões à moda antiga, costumes
à moda antiga, pais e mães à moda antiga, em Israel, que tenham a ternura de
Cristo.
Deve-se labutar perseverante, fervorosa e sabiamente pelo pecador, até que
ele veja que é transgressor da lei de Deus e manifeste arrependimento para com
Deus e fé para com o Senhor Jesus Cristo. Quando o pecador está ciente de sua
condição desamparada e sente necessidade de um Salvador, ele pode chegar-se
com fé e esperança ao “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João
1:29. Cristo aceitará a pessoa que vem ter com Ele em verdadeiro arrependimento.
Ele não desprezará o coração quebrantado e contrito.
O grito de combate está soando ao longo da linha. Avance todo soldado da
cruz, não em auto-suficiência, mas em mansidão e humildade de coração. A sua
obra e a minha obra não cessarão nesta vida. Por um pouco de tempo poderemos
descansar na sepultura; mas, quando vier o chamado, continuaremos nossa obra
no reino de Deus para o progresso da glória de Cristo. Essa santa obra deve ser
iniciada na Terra. Não devemos considerar nosso próprio prazer ou conveniência.
Nossa pergunta deve ser: Que posso fazer para levar outros a Cristo? Como posso
tornar conhecido aos outros o amor de Deus que excede todo entendimento? —
[357] The Signs of the Times, 27 de Dezembro de 1899.

368
Olhe para Jesus, 16 de Dezembro

Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor


confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar
fazendo assim. Lucas 12:42-43.

Espero que ninguém fique com a idéia de que está obtendo o favor de Deus
por confessar a seres humanos. Tem de haver na vida aquela fé que atua por amor
e purifica a vida. O amor de Cristo subjugará as tendências sensuais. A verdade
não só traz em si mesma a evidência de sua origem celestial, mas prova que, pela
graça do Espírito de Deus, ela é eficaz na purificação da alma. O Senhor deseja
que recorramos a Ele diariamente, com todas as nossas dificuldades e confissões
de pecado, e Ele pode dar-nos descanso ao usarmos Seu jugo e levarmos Seu
fardo. Seu Santo Espírito, com Sua afável influência, encherá o coração, e cada
pensamento será levado cativo à obediência de Cristo.
Agora estou temerosa de que, por algum erro de sua parte, a bênção de Deus
que lhes foi dada [...] se torne em maldição; que alguma falsa idéia venha à
tona, fazendo-os, em poucos meses, ficar em pior condição do que antes do
reavivamento. Se vocês não permanecerem vigilantes, aparecerão sob a pior
luz possível diante dos incrédulos. Deus não seria glorificado com esse tipo de
serviço espasmódico. Sejam cuidadosos para não levar as coisas a extremos e
atrair permanente censura sobre a preciosa causa de Deus. A falha que muitos
cometem é de, após terem sido abençoados por Deus, não buscarem, na humildade
de Cristo, ser uma bênção aos outros. [...]
Não olhe para os homens nem ponha sua esperança neles, achando que são
infalíveis, mas contemple a Jesus constantemente. Confesse seus pecados se-
cretos somente a seu Deus. Confesse os descaminhos de seu coração Àquele
que sabe perfeitamente como tratar seu caso. Se você tem defraudado seu pró-
ximo, reconheça o pecado [...] e mostre o fruto desse reconhecimento fazendo a
restituição. Então reclame a bênção. Venha a Deus assim como está, e O deixe
curar todas as suas enfermidades. Apresente o seu caso diante do trono da graça;
deixe que a obra se complete. Seja sincero no trato com Deus e com sua alma.
Se vier a Ele com o coração verdadeiramente contrito, Ele lhe dará a vitória. —
Testemunhos para a Igreja 5:648-649. [358]

369
A grande controvérsia se intensifica, 17 de Dezembro

Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria


verdade. Porque nos regozijamos quando nós estamos fracos e vós, fortes;
e isto é o que pedimos: o vosso aperfeiçoamento. 2 Coríntios 13:8-9.

Deus designou apóstolos, pastores, evangelistas e professores, para o aperfei-


çoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de
Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé. Deus declara a Seu povo: “Vós
sois lavoura de Deus e edifício de Deus”. 1 Coríntios 3:9. [...]
Os que querem trabalhar para Deus devem fazê-lo inteligentemente para
suprir as deficiências em si mesmos e glorificar o Senhor Deus de Israel por
permanecerem na luz e trabalharem à luz do Sol da Justiça. Assim conduzirão
eles a igreja para a frente, para cima e rumo ao Céu, tornando cada vez mais
distinta a sua separação do mundo.
Ao assemelharem seu caráter ao Modelo divino, não guardarão os homens a
sua própria dignidade pessoal. Com cioso, insone, amável e devotado interesse,
protegerão eles o sagrado interesse da igreja contra os males que ameaçam toldar
e obscurecer a glória que Deus deseja que dela irradie. [...]
Nunca haverá um tempo na história da igreja em que o obreiro de Deus
possa cruzar os braços e ficar à vontade, dizendo: “Há paz e segurança”. 1
Tessalonicenses 5:3. Então é que vem a repentina destruição. Tudo se pode
mover para a frente em meio a aparente prosperidade, mas Satanás está bem
desperto, e está estudando e se aconselhando com seus anjos maus no sentido de
descobrir outro modo de ataque em que possa ter êxito. A luta se tornará cada
vez mais feroz da parte de Satanás, pois ele é movido por um poder inferior.
Ao avançar a obra do povo de Deus com santificada e irresistível energia,
implantando na igreja o estandarte da justiça de Cristo, movida por um poder
que vem do trono de Deus, a grande controvérsia se tornará cada vez mais forte,
e se tornará cada vez mais determinada. Mente se aparelhará contra mente,
plano contra plano, princípios de origem celestial contra princípios de Satanás.
A verdade em seus variados aspectos estará em conflito com o erro em suas
formas sempre variadas e crescentes, e que, se possível, enganariam os próprios
[359] escolhidos. — Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 406-407.

370
Crescimento constante, 18 de Dezembro

Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas
abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim
vê ou de mim ouve. 2 Coríntios 12:6.

Os seguidores de Cristo devem tornar-se semelhantes a Ele — pela graça de


Deus devem formar caráter em harmonia com os princípios de Sua santa lei. Isto
é santificação bíblica.
Essa obra unicamente pode ser efetuada pela fé em Cristo, pelo poder do
Espírito de Deus habitando em nós. [...] O cristão sentirá as insinuações do
pecado, mas sustentará luta constante contra ele. Aqui é que o auxílio de Cristo é
necessário. A fraqueza humana se une à força divina, e a fé exclama: “Graças a
Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”. 1 Coríntios 15:57.
As Escrituras claramente revelam que a obra da santificação é progressiva.
Quando na conversão o pecador acha paz com Deus mediante o sangue expiatório,
apenas iniciou a vida cristã. [...]
Pedro nos apresenta os passos por que a santificação bíblica deve ser atingida:
“Pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude
a ciência, e à ciência temperança, e à temperança paciência, e à paciência piedade,
e à piedade amor fraternal; e ao amor fraternal caridade [...] porque fazendo isto
nunca jamais tropeçareis”. 2 Pedro 1:5-10.
Os que experimentam a santificação bíblica manifestarão um espírito de hu-
mildade. Como Moisés, depois de contemplarem a augusta e majestosa santidade,
vêem a sua própria indignidade contrastando com a pureza e excelsa perfeição
do Ser infinito. O profeta Daniel é um exemplo da verdadeira santificação. Seus
longos anos foram cheios de nobre serviço a seu Mestre. Foi um homem “mui
desejado” do Céu. Daniel 10:11. [...]
Não pode haver exaltação própria, jactanciosa pretensão à libertação do
pecado, por parte dos que andam à sombra da cruz do Calvário. Sentem eles que
foi seu pecado o causador da agonia que quebrantou o coração do Filho de Deus,
e esse pensamento os levará à humilhação própria. Os que mais perto vivem de
Jesus, mais claramente discernem a fragilidade e pecaminosidade do ser humano,
e sua única esperança está nos méritos de um Salvador crucificado e ressurgido.
— O Grande Conflito, 469-472. [360]

371
Mudança de caráter, 19 de Dezembro

Portanto, Eu vos julgarei, a cada um segundo os seus caminhos, ó casa de


Israel, diz o Senhor Deus. Convertei-vos e desviai-vos de todas as vossas
transgressões; e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Ezequiel 18:30.

O instruído Nicodemos lera essas penetrantes profecias [Salmos 51:10-13;


Ezequiel 36:26, 27] com a mente anuviada, mas agora começou a compreender o
seu verdadeiro significado, e a entender que até mesmo um homem tão justo e
honrado como ele precisava experimentar um novo nascimento através de Jesus
Cristo, como a única condição pela qual poderia ser salvo e garantir a entrada no
Reino de Deus. Jesus disse positivamente que a menos que uma pessoa nascesse
de novo não poderia discernir o reino que Cristo veio à Terra para estabelecer.
Perfeita exatidão na obediência à lei conferirá ao homem direito de entrar no
reino do Céu.
Haverá um novo nascimento, uma nova mente pela atuação do Espírito de
Deus, que purifica a vida e enobrece o caráter. Essa ligação com Deus habilita o
homem para o glorioso reino do Céu. Nenhuma invenção humana pode jamais
encontrar um remédio para o pecador. Unicamente por meio de arrependimento e
humilhação, e submissão às exigências divinas, pode a obra da graça ser realizada.
[...]
Nada menos que aceitação e aplicação prática da verdade divina abrem o
Reino de Deus ao ser humano. Somente um coração puro e humilde, obediente e
amorável, firme na fé e no serviço do Altíssimo, pode entrar ali. [...]
A serpente no deserto foi levantada em uma estaca perante o povo, para
que todo que tivesse sido picado para a morte pela inflamada serpente pudesse
contemplar a serpente de bronze, símbolo de Cristo, e ser imediatamente curado.
Mas deviam olhar com fé, ou não teria proveito algum. Do mesmo modo as
pessoas hoje devem olhar para o Filho do homem como seu Salvador para a vida
eterna. O ser humano se separou de Deus pelo pecado. Cristo trouxe à Terra
Sua divindade, coberta pela humanidade, para resgatar os seres humanos de sua
perdida condição. A natureza humana é vil, e o caráter deve ser transformado
antes de se harmonizar com o que é puro e santo no reino imortal de Deus. Essa
transformação é o novo nascimento. — The Signs of the Times, 15 de Novembro
[361] de 1883.

372
Arrependimento e perdão, 20 de Dezembro

Deus, porém, com a Sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de


conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados. Atos 5:31.

Muitos há que possuem idéias errôneas a respeito da natureza do arrepen-


dimento. Pensam que não podem chegar a Cristo sem primeiro arrepender-se e
que é o arrependimento que os prepara para o perdão de seus pecados. É certo
que o arrependimento precede o perdão dos pecados, pois unicamente o coração
quebrantado e contrito é que sente a necessidade de um Salvador. [...]
Ao contemplarmos o Cordeiro de Deus sobre a cruz do Calvário, começa a
desdobrar-se ao nosso espírito o mistério da redenção, e a bondade de Deus nos
leva ao arrependimento.
Embora o plano da salvação requeira o mais profundo estudo do filósofo,
não é profundo demais para a compreensão de uma criança. Morrendo pelos
pecadores, Cristo manifestou um amor que é incompreensível; e esse amor, ao
ser contemplado pelo pecador, abranda-lhe o coração, impressiona-lhe o espírito
e inspira-lhe à alma contrição. “Que é o pecado, que devesse exigir tão grande
sacrifício pela redenção de sua vítima? [...]” O apóstolo Paulo deu instruções a
respeito do plano da salvação. Ele declarou: “Jamais deixando de vos anunciar
coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em
casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus
e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”. Atos 20:20-21. Falando do Salvador, João
declara: “Sabeis também que Ele Se manifestou para tirar os pecados, e nEle não
existe pecado”. 1 João 3:5. [...]
Os pecadores devem ir a Cristo para que sejam capazes de se arrepender,
pois O vêem como seu Salvador, seu único auxílio; se pudessem se arrepender
sem ir a Cristo, poderiam também ser salvos sem Cristo. É a virtude que emana
de Cristo, que conduz ao genuíno arrependimento. [...] O arrependimento é um
dom de Cristo tanto quanto o perdão, e não pode ser encontrado no coração em
que Cristo não atuou. Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo,
também não podemos arrepender-nos sem que o Espírito de Cristo nos desperte a
consciência. Cristo atrai o pecado através da manifestação de Seu amor na cruz,
e abranda-lhe o coração, impressiona-lhe o espírito e inspira-lhe à alma contrição
e arrependimento. — The Review and Herald, 1 de Abril de 1890. [362]

373
Viver santificado, 21 de Dezembro

Porque Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele,
a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o
juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu
respeito. Gênesis 18:19.

O plano de Deus para a nossa salvação é perfeito em todo aspecto. Se


cumprirmos fielmente a parte que nos corresponde, tudo irá bem conosco. É
a nossa apostasia que causa discórdia e traz miséria e ruína. Deus nunca usa
Seu poder para oprimir as criaturas de Suas mãos. Ele nunca requer mais do
que podem desempenhar. Nunca pune Seus filhos desobedientes mais do que é
necessário para levá-los ao arrependimento, ou para impedir que outros sigam
seu exemplo. A rebelião contra Deus é indesculpável.
Os julgamentos de Deus prontamente após a transgressão, Seus conselhos
e reprovações, as manifestações de Seu amor e misericórdia, e as exibições
do Seu poder freqüentemente repetidas — todos são parte do plano de Deus
para preservar Seu povo do pecado, para torná-lo puro e santo, para que Ele
seja sua força e proteção e sua extraordinariamente grande recompensa. Mas as
persistentes transgressões dos israelitas, sua prontidão em desviar-se de Deus e
o esquecimento de Suas misericórdias, mostraram que muitos escolheram ser
servos do pecado em vez de filhos do Altíssimo.
Deus os criara, Cristo os redimira. Da casa da escravidão seu clamor de
angústia subiu ao trono de Deus, e Ele estendeu Seu braço para os resgatar, por
amor a eles, trazendo desolação sobre toda a terra do Egito. Ele lhes concedeu
grandes honras. Fez deles Seu povo peculiar, e derramou sobre eles incontáveis
bênçãos. Se Lhe tivessem obedecido, Ele os teria tornado uma nação poderosa —
um louvor e excelência em toda a Terra. Deus planejou exaltar Seu nome através
do Seu povo escolhido, mostrando a grande diferença que existe entre o justo e o
ímpio, os servos de Deus e os adoradores de ídolos. [...]
Se o favor de Deus valia alguma coisa, valia tudo. Assim Josué decidiu; e
depois de pesar toda a questão, determinou servi-Lo com todo o propósito do
coração. Mais que isso, se esforçaria por influenciar sua família a seguir o mesmo
[363] rumo. — The Signs of the Times, 19 de Maio de 1881.

374
Deus recebe aquele que se arrepende, 22 de Dezembro

Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua


carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne; para que andem
nos Meus estatutos, e guardem os Meus juízos, e os executem; eles serão o
Meu povo, e Eu serei o seu Deus. Ezequiel 11:19-20.

O Senhor revelou aí de modo muito claro Sua vontade com respeito à salvação
do pecador. A atitude que muitos tomam em expressar dúvidas e descrença se o
Senhor os salvará é uma reflexão sobre o caráter de Deus. Aqueles que reclamam
de Sua severidade estão virtualmente dizendo: “O caminho do Senhor não é
justo.” Mas Ele faz retornar a acusação ao pecador: “Não são os vossos caminhos
torcidos?”. Ezequiel 18:29. Posso Eu perdoar suas transgressões quando vocês
não se arrependem e se desviam de seus pecados? [...]
O Senhor acolherá o pecador quando ele se arrepender e abandonar seus
pecados, a fim de que Deus possa cooperar com seus esforços na busca da
perfeição de caráter. [...] O propósito integral de Deus em dar Seu Filho pelos
pecados do mundo é que o homem seja salvo não em transgressão e injustiça,
mas abandonando o pecado, lavando suas vestes de caráter, tornando-as alvas no
sangue do Cordeiro. Ele Se propõe a remover do homem as coisas ofensivas que
odeia, mas o homem precisa cooperar com Deus nessa obra. O pecado precisa
ser deixado, odiado, e a justiça de Cristo aceita pela fé. Dessa maneira, o divino
coopera com o humano.
Deveríamos tomar cuidado para não dar lugar à dúvida e incredulidade, e em
nosso desespero queixarmo-nos de Deus e dEle dar uma impressão falsa perante
o mundo. Isso equivale a nos colocarmos do lado de Satanás. Ele diz: “Pobres
almas, eu tenho piedade de vocês, afligindo-se sob o pecado, mas Deus não Se
compadece. Vocês anseiam por um raio de esperança, porém Deus os deixou a
perecer e fica satisfeito com sua miséria.”
Esse é um terrível engano. Não dêem ouvidos ao tentador, mas digam: “Jesus
morreu para que eu pudesse viver. Ele me ama e não quer que eu pereça. Tenho
um compassivo Pai celestial, e embora tenha abusado de Seu amor e dissipado as
bênçãos que Ele graciosamente me concedeu, me levantarei, irei ter com meu
Pai e direi: ‘Pequei e não sou digno de ser chamado Seu filho; faz-me como um
dos Seus servos assalariados’”. — Testemunhos para a Igreja 5:631-632. [364]

375
A atração de Cristo, 23 de Dezembro

Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será
expulso. E Eu, quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim
mesmo. João 12:31-32.

Cristo veio para manifestar o amor de Deus ao mundo, para atrair a Si o


coração de todos os homens. [...] O primeiro passo rumo da salvação é corres-
ponder à atração do amor de Cristo. Deus envia aos homens mensagem após
mensagem, instando com eles para que se arrependam, a fim de que os possa
perdoar, escrevendo “perdão” junto de seus nomes. Não haverá arrependimento?
Ficarão sem ser atendidos os Seus apelos? Deverão ser passadas por alto as Suas
propostas de misericórdia, inteiramente rejeitado o Seu amor?
Oh! neste caso o homem se excluirá do meio pelo qual pode ele alcançar
a vida eterna, pois Deus só perdoa ao penitente! Pela manifestação do Seu
amor, pela súplica de Seu Espírito, Ele convida o homem ao arrependimento;
pois o arrependimento é dom de Deus, e aquele a quem Ele perdoa, primeiro
faz penitente. A mais doce alegria sobrevém ao homem mediante seu sincero
arrependimento para com Deus, pela transgressão de Sua lei, e mediante a fé em
Cristo como Redentor e Advogado do pecador.
É para que os homens compreendam a alegria do perdão e da paz de Deus
que Cristo os atrai mediante a manifestação de Seu amor. Se correspondem à Sua
atração, rendendo o coração a Sua graça, Ele os guiará passo a passo, a um pleno
conhecimento dEle, e isto é vida eterna.
Cristo veio para revelar ao pecador a justiça e o amor de Deus, a fim de que
desse Ele arrependimento e remissão de pecados a Israel. Quando o pecador
contempla a Jesus erguido na cruz, sofrendo a culpa do transgressor, suportando
a pena do pecado; quando ele contempla o aborrecimento de Deus ao pecado,
na terrível manifestação da morte na cruz, e Seu amor pelo homem caído, ele
é levado ao arrependimento para com Deus por haver transgredido a lei, que é
santa, justa e boa. Exerce ele fé em Cristo, por haver o divino Salvador Se tornado
seu substituto, seu penhor e advogado, aquele em quem se concentra sua própria
vida. Ao pecador arrependido pode Deus mostrar Sua misericórdia e verdade, e
[365] conceder-lhe Seu perdão e amor.. — Mensagens Escolhidas 1:323-325.

376
Fuja dos extremos, 24 de Dezembro

Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os


pecados e nos purificar de toda injustiça. 1 João 1:9.

Quem vive pela fé em Cristo não deseja maior bem do que conhecer e atender
à vontade de Deus. É a vontade de que a fé em Cristo seja aperfeiçoada pelas
obras. Ele une a salvação e a vida eterna dos crentes a essas obras, e através delas
providencia para que a luz da verdade chegue a todas as nações e povos. Isso é
fruto da operação do Espírito de Deus.
A verdade se apossou dos corações. Isso não é um impulso espasmódico,
mas um retorno real ao Senhor, onde a perversa vontade do homem é levada
em sujeição à vontade de Deus. Roubar a Deus nos dízimos e ofertas é uma
transgressão da clara ordem de Jeová e produz o maior prejuízo àquele que
age assim, pois priva-o da bênção de Deus que é prometida aos que tratam
honestamente com Ele. [...]
Se Satanás não consegue prender as pessoas no gelo da indiferença, ele pro-
curará impeli-las para o fogo do fanatismo. Quando o Espírito do Senhor Se faz
notar entre o Seu povo, o inimigo aproveita a oportunidade para também atuar
sobre várias mentes, levando-as a misturar seus próprios traços de caráter peculi-
ares com a obra de Deus. Assim, sempre há o perigo de que eles permitam que
suas idéias se misturem com a obra e se tomem resoluções imprudentes. Muitos
se empenham numa obra por eles mesmos idealizada, e que não é inspirada por
Deus. [...]
Se o inimigo puder levar indivíduos a extremos, ele fica bem satisfeito. Ele
pode assim produzir maior dano do que se não houvesse um despertamento
religioso. Sabemos que nunca houve um empenho espiritual no qual Satanás não
tenha tentado fazer seu melhor para entremeter-se; nestes últimos dias ele fará
isso como nunca antes. [...]
O coração que se acha sob a influência do Espírito de Deus estará em doce
harmonia com Sua vontade. Foi-me mostrado que quando o Senhor atua através
de Seu Espírito, nada há nessas demonstrações que degrade o povo do Senhor
perante o mundo, mas, pelo contrário, o exalta. A religião de Cristo não torna
ásperos e rudes aqueles que a seguem. Os súditos da graça não são intratáveis,
mas sempre dispostos a aprender de Jesus e se aconselharem uns com os outros.
— Testemunhos para a Igreja 5:644-647. [366]

377
Jesus paga o débito, 25 de Dezembro

Ou desprezas a riqueza da Sua bondade, e tolerância, e longanimidade,


ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?
Romanos 2:4.

Entre os discípulos que ministraram a Paulo em Roma estava Onésimo, um


escravo fugitivo da cidade de Colosso. Ele pertencia a um cristão chamado
Filemom, membro da igreja colossense. Mas ele havia roubado seu mestre e
fugido para Roma. [...] Na bondade de seu coração, Paulo procurou aliviar a
pobreza e angústia do desventurado fugitivo, e em seguida procurou derramar a
luz da verdade em sua mente obscurecida. Onésimo ouviu as palavras da vida,
confessou seus pecados e foi convertido à fé em Cristo. Ele agora confessou seu
pecado contra o mestre, e com gratidão aceitou o conselho do apóstolo.
Onésimo tornou-se caro a Paulo por sua piedade e sinceridade, não menos
que por seu terno cuidado pelo conforto do apóstolo, e seu zelo em promover a
obra do evangelho. Paulo viu nele traços de caráter que poderiam torná-lo útil
auxiliar no labor missionário, e com alegria o manteria em Roma. Não faria isto,
porém, sem o pleno consentimento de Filemom.
Assim ele decidiu que Onésimo deveria voltar ao seu mestre. [...] Era uma
severa prova esta para o servo, apresentar-se ao senhor a quem havia lesado,
mas havia sido convertido de verdade, e não se furtou a este dever. Paulo tornou
Onésimo portador de uma carta a Filemom, na qual, com seu usual tato e bondade,
o apóstolo pleiteava a causa do servo arrependido, e manifestava o desejo de
retê-lo para seu serviço no futuro. [...]
Ele pediu a Filemom que o recebesse como seu próprio filho. Disse que
era seu desejo conservar Onésimo, para que pudesse cumprir a mesma parte de
servi-lo em suas algemas, como Filemom o teria feito. Mas não desejaria seus
serviços a menos que Filemom, voluntariamente, lhe concedesse a liberdade, pois
poderia estar de acordo com a providência divina que Onésimo tivesse deixado
seu mestre por algum tempo de modo tão impróprio, para que, sendo convertido,
pudesse em seu retorno ser perdoado e recebido com tanta afeição que escolheria
habitar com ele para sempre, “não como escravo; antes, muito acima de escravo,
como irmão caríssimo”. Filemom 1:16. [...]
Quão apropriadamente isto ilustra o amor de Cristo.. — Paulo, o Apóstolo da
[367] Fé e da Coragem, 284-287.

378
Refletindo sua glória, 26 de Dezembro

O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu


para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os
quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em
liberdade os algemados. Isaías 61:1.

O Senhor não Se agrada em que o Seu povo seja um grupo de lamentadores.


Quer que se arrependam de seus pecados, para que fruam a liberdade dos filhos
de Deus. Então se encherão dos louvores de Deus, e serão uma bênção aos outros.
O Senhor Jesus foi ungido também para “ordenar acerca dos tristes de Sião que
se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por
espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do
Senhor, para que Ele seja glorificado”. Isaías 61:3. [...]
Oh, fosse este o propósito de nossa vida! Então haveríamos de cuidar mesmo
da expressão de nosso rosto, nossas palavras, e mesmo do tom de nossa voz
ao falarmos. Todas as nossas negociações comerciais seriam feitas em fé e
integridade. Então o mundo se convenceria de que há um povo que é leal ao Deus
do Céu. [...]
Deus convida todos a se harmonizarem com Ele. Ele os receberá se aban-
donarem suas ações malignas. Pela união com a natureza de Cristo, escaparão
das corruptoras influências deste mundo. É tempo de cada um de nós decidir
o lado em que nos achamos. Os instrumentos de Satanás trabalharão com toda
mente que permitir ser trabalhada por ele. Há, porém, agentes celestiais esperando
para comunicar os brilhantes raios da glória de Deus a todos quantos estiverem
dispostos a recebê-lo. O que queremos é a verdade, a preciosa verdade em toda a
sua graça. A verdade trará liberdade e alegria. — SDABC, 4:1153-1154. [368]

379
Trabalho pelos perdidos, 27 de Dezembro

E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e
aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. 1 João
4:16.

“Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o Seu amor é, em
nós, aperfeiçoado” (1 João 4:12), e esse amor não pode ser refreado. [...] A
lei de Deus só pode ser cumprida por homens e mulheres quando se tornam
participantes da natureza divina. Apenas os que amam a Deus de todo o coração,
alma, entendimento e força, e ao seu próximo como a si mesmo, podem render
glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade.
Essa foi a obra de Cristo; e quando a Sua obra é apreciada e representada por Seus
seguidores, grande resultado será alcançado na “alegria que lhe estava proposta”
(Hebreus 12:2) na salvação das pessoas por quem deu a Sua vida.
O Senhor tem labutado incessantemente em todas as épocas para despertar
no coração do ser humano uma compreensão de seu parentesco real, e assim
estabelecer ordem e harmonia divinas proporcionais à grande e eterna libertação
que proveu para todo que O receber.[...]
Essa é a única esperança de transformação de caráter; isso trará paz e alegria
aos que crerem e os tornará aptos para a sociedade dos anjos celestiais no reino
de Deus. Oh, quão sinceros, perseverantes e incansáveis devem ser os esforços
de cada pessoa perdoada em procurar levar outros a Jesus Cristo, para que seu
semelhante possa ser co-herdeiro com Jesus!
Seja quem for o seu próximo, você deve buscá-lo e trabalhar por ele. São
eles ignorantes? Que a sua comunicação e amizade os tornem mais inteligentes.
Os rejeitados, os jovens, cheios de defeitos de caráter, são exatamente os que
Deus nos ordena que ajudemos. “Não vim chamar justos”, disse Jesus, “e sim
pecadores, ao arrependimento”. Lucas 5:32. [...]
Os que forem humildes o suficiente para aprender, a própria nobreza do
mundo considerará uma honra ir para o Céu em sua companhia, e os anjos de
Deus cooperarão com tais obreiros juntamente com Deus. Precisamos ter fome e
sede de justiça, para que possamos ter Cristo em nós como uma fonte de água,
[369] jorrando para a vida eterna (SI, p. 4-6).

380
O dia da expiação, 28 de Dezembro

Então, ouvi grande voz do Céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o


poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, pois foi expulso
o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite,
diante do nosso Deus. Apocalipse 12:10.

Deus está tirando Seu povo das abominações do mundo, a fim de que guardem
Sua lei; e, por causa disto, a ira do “acusador de nossos irmãos” não tem limites.
“O diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”. Ap
12:10, 12.
A terra antitípica da promessa está precisamente diante de nós, e Satanás
está resolvido a destruir o povo de Deus, e separá-lo de sua herança. O aviso:
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Marcos 14:38), nunca foi mais
necessário do que hoje. Vivemos hoje no grande dia da expiação. No cerimonial
típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos
que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante
o Senhor, para que não acontecesse serem extirpados dentre o povo.
De igual modo, todos quantos desejem que seu nome seja conservado no livro
da vida devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante
de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver
um exame de coração, profundo e fiel. O espírito leviano e frívolo, alimentado
por tantos cristãos professos, deve ser deixado. Há uma luta intensa diante de
todos os que desejam subjugar as más tendências que insistem no predomínio.
A obra de preparação é uma obra individual. Não somos salvos em grupos. A
pureza e devoção de um não suprirá a falta dessas qualidades em outro. Embora
todas as nações devam passar em juízo perante Deus, examinará Ele o caso de
cada indivíduo, com um exame tão íntimo e penetrante como se não houvesse
outro ser na Terra. [...]
Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá
sido decidido, ou para a vida, ou para a morte. O tempo da graça finaliza pouco
antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Cristo, no Apocalipse,
prevendo aquele tempo, declara: “Eis que cedo venho, e o Meu galardão está
comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”. Apocalipse 22:12. — The
Gospel Herald, Agosto de 1910. [370]

381
O espelho divino, 28 de Dezembro

Bem pode ser que ouçam e se convertam, cada um do seu mau caminho;
então, Me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da
maldade das suas ações. Jeremias 26:3.

O apóstolo Paulo escreveu: “Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por
intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não
cobiçarás”. Romanos 7:7. [...] A lei que promete vida ao obediente pronuncia
morte ao transgressor. “Por conseguinte”, diz ele, “a lei é santa; e o mandamento,
santo, e justo, e bom”. Romanos 7:12.
Quão grande é o contraste entre essas palavras de Paulo e as palavras que
vêm de muitos nos púlpitos de hoje. O povo é ensinado que a obediência à lei
de Deus não é necessária para a salvação; que precisam apenas crer em Jesus, e
serão salvos. Sem a lei os homens não têm verdadeira convicção do pecado, e não
sentem necessidade de arrependimento. Não vendo a sua condição perdida, como
transgressores da lei de Deus, não se compenetram da necessidade do sangue
expiatório de Cristo como sua única esperança de salvação. [...]
Para enxergar sua culpa, o pecador deve testar seu caráter pelos grandes
padrões de justiça de Deus. Para descobrir seus defeitos, deve olhar no espelho
dos estatutos divinos. A lei revela ao homem os seus pecados, mas não provê
remédio. Unicamente o evangelho de Cristo pode oferecer perdão. Deve ele
exercer o arrependimento em relação a Deus, cuja lei transgrediu, e fé em Cristo,
seu sacrifício expiatório.
Sem o verdadeiro arrependimento, não pode haver verdadeira conversão.
Muitos são enganados aqui, e freqüentemente toda a sua experiência prova ser
uma ilusão. Essa é a razão pela qual muitos dos que estão unidos à igreja nunca
se uniram a Cristo. [...]
No novo nascimento o coração é renovado pela graça divina, e posto em
harmonia com Deus, ao colocar-se em conformidade com a Sua lei. Quando
essa poderosa transformação se efetua no pecador, passou ele da morte para a
vida, do pecado para a santidade, da transgressão e rebelião para a obediência e
lealdade. Terminou a velha vida de afastamento de Deus, começando a nova vida
de reconciliação, de fé e amor. Então, “a justiça da lei” se cumpre “em nós, que
não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Romanos 8:4. — The
[371] Spirit of Prophecy 4:297, 298.

382
A justiça de Cristo, 30 de Dezembro

Agora, pois, emendai os vossos caminhos e as vossas ações e ouvi a voz do


Senhor, vosso Deus; então, se arrependerá o Senhor do mal que falou
contra vós outros. Jeremias 26:13.

Embora, como pecadores, estejamos sob a condenação da lei, Cristo, por Sua
obediência prestada à lei, reclama para a pessoa arrependida, o mérito de Sua
própria justiça. A fim de obter a justiça de Cristo, é necessário que o pecador
saiba o que é aquele arrependimento que opera uma mudança radical da mente
e do espírito e da ação. A obra da transformação tem de começar no coração, e
manifestar seu poder por meio de todas as faculdades do ser; mas o homem não
é capaz de originar um arrependimento como esse, e só o pode experimentar por
meio de Cristo, que subiu ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
Quem está desejoso de se tornar verdadeiramente arrependido? Que deve ele
fazer? — Deve ir ter com Jesus, tal qual está, sem demora. Deve crer que a palavra
de Cristo é verdadeira e, crendo na promessa, pedir, para que possa receber.
Quando o desejo sincero levar os homens a pedir, eles não orarão em vão. O
Senhor cumprirá Sua palavra e dará o Espírito Santo para levar ao arrependimento
para com Deus e fé para com nosso Senhor Jesus Cristo. O homem orará e vigiará,
e abandonará seus pecados, tornando manifesta sua sinceridade pelo vigor de seu
esforço para obedecer aos mandamentos de Deus. Com a oração ele misturará
a fé, e não só crerá nos preceitos da lei, mas também lhes obedecerá. Ele se
manifestará olhando a questão do lado de Cristo. Renunciará a todos os hábitos e
associações que tendam a afastar de Deus o coração. [...]
Cristo não perdoa a ninguém senão ao penitente, mas àquele a quem Ele
perdoa, primeiro faz penitente. A providência tomada é completa, e a eterna
justiça de Cristo é colocada ao crédito de todo crente. As vestes, preciosas e sem
mácula, tecidas nos teares do Céu, foram providas para o pecador arrependido e
crente, e ele poderá dizer: “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se
alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o
manto de justiça, como o noivo que se adorna com atavios, e como noiva que se
enfeita com as suas jóias”. Isaías 61:10. — Mensagens Escolhidas 1:393-394. [372]

383
Perdoado e aceito, 31 de Dezembro

Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes
dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e
sem preço, vinho e leite. Isaías 55:1.

Embora Davi tivesse caído, o Senhor o levantou. Estava agora em mais


completa harmonia com Deus e simpatia para com seus semelhantes do que
antes de cair. No júbilo de seu livramento, cantou: “Confessei-Te o meu pecado,
e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas
transgressões; e Tu perdoaste a maldade do meu pecado. [...] Tu és o lugar em
que me escondo; Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de
livramento”. Salmos 32:5-7.
Muitos têm murmurado a respeito daquilo que chamam injustiça de Deus
ao poupar Davi, cujo crime foi tão grande, após haver Ele rejeitado a Saul pelo
que lhes parece ser pecados muito menos flagrantes. Mas Davi humilhou-se e
confessou seu pecado, ao passo que Saul desprezou a reprovação, e endureceu o
coração na impenitência.
Esse período da história de Davi está repleto de significação para o pecador
arrependido. É uma das ilustrações mais flagrantes que nos são dadas das lutas
e tentações da humanidade, do arrependimento genuíno para com Deus e da fé
em nosso Senhor Jesus Cristo. Durante todos os séculos, tem-se mostrado uma
fonte de animação às pessoas que, tendo caído em pecado, achavam-se a lutar
sob o fardo de sua culpa. Milhares de filhos de Deus, quando traídos pelo pecado
e prontos a entregar-se ao desespero, têm-se lembrado como o arrependimento e
confissão sincera de Davi foram aceitos por Deus, não obstante sofrer ele pela
sua transgressão[...]
Quem quer que, sob a reprovação de Deus, humilhe a alma com confissão
e arrependimento, como fez Davi, pode estar certo de que há esperança para
ele. Quem quer que com fé aceite as promessas de Deus, encontrará perdão. O
Senhor nunca lançará fora uma pessoa verdadeiramente arrependida. Ele fez
esta promessa: “Apodere-se da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça
paz comigo”. Isaías 27:5. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno
os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne
para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”. Isaías 55:7. — Patriarcas e
Profetas, 726.

384

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