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Diretor Editorial Revisão
Luis Matos Alberto Bononi Neto
Assistência Editorial Projeto Gráfico
Tatiana Costa Fabiana Pedrozo
Tradução Diagramação
Felipe Lyrio Daniele Fátima
Preparação dos Originais Capa
Dida Bessana Jorge Godoy de Oliveira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
M155l Mackey, Albert G.
Os princípios das leis maçônicas / Albert G.
Mackey. – São Paulo: Universo dos Livros, 2009.
128 p. – (v. 2)
ISBN 978-85-7930-016-5
1. Maçonaria. 2. Sociedades secretas.
I. Título.
CDD 133.6
UM TRATADO SOBRE AS LEIS
CONSTITUCIONAIS, USOS E
REGRAS DA FRANCO-MAÇONARIA
Por Albert G. Mackey, M.D.,
Grande Conferencista e Grande Secretário da Grande Loja da
Carolina do Sul; Secretário Geral do Concílio Supremo dos Ritos
Antigos e Aceitos para a Jurisdição do Sul dos Estados Unidos.
Est enim unum jus, quo devincta est hominum societas, quod
lex constituit una; quæ lex est recta ratio imperandi atque pro-
hibendi, quam qui ignorat is est injustus.
Cicero. De Legibus. c. XV.
Para
Irmão J.J.J. Gourgas,
Soberano Grão Inspetor Geral do Concílio Supremo para a Ju-
risdição do Norte dos Estados Unidos,
Eu dedico este trabalho,
como um singelo testemunho de minha amizade e estima;
como homem, por minha profunda veneração por seu caráter;
como maçom; cuja vida duradoura e útil tem sido bem aprovei-
tada na laboriosa busca do desenvolvimento científico, e na inces-
sante conservação dos princípios de nossa sublime instituição.
SUMÁRIO
Tomo III – A Lei dos Indivíduos ....................................... 9
Capítulo 1 – Das Qualificações dos candidatos .................... 11
Capítulo 2 – Os direitos do Aprendiz Ingressado .................. 61
Capítulo 3 – Os direitos dos Trabalhadores
de Segundo Grau.................................................................. 67
Capítulo 4 – Os direitos dos Mestres Maçons ....................... 69
Capítulo 5 – Os direitos dos Mestres passados ...................... 85
Capítulo 6 – A afiliação ........................................................ 91
Capítulo 7 – A demissão ...................................................... 95
Capítulo 8 – Os Maçons não-afiliados ................................. 99
Tomo IV – Os crimes e as punições maçônicas .............. 105
Capítulo 1 – O que são crimes maçônicos? ......................... 107
Capítulo 2 – Punições maçônicas ........................................111
Capítulo 3 – Julgamentos maçônicos .................................. 121
Capítulo 4 – A jurisdição penal de uma Loja ...................... 131
Capítulo 5 – Os recursos .................................................... 135
Capítulo 6 – A reabilitação ................................................. 137
Capítulo 7 – A demissão .................................................... 147
Capítulo 8 – Os Maçons não-afiliados ................................151
III
Tomo
A Lei dos Indivíduos
Considerando a lei que se refere aos Maçons em suas massas
congregadas, como constituintes de Grandes Lojas e Lojas subor-
dinadas, eu, em seguida, inicio a discussão sobre quem os governa,
em suas capacidades individuais, no início de suas vidas maçôni-
cas, como candidatos à iniciação, ou em seu progresso gradual por
meio de cada um dos três graus que formam um Maçom – situação
em que ele assume novas obrigações adicionais, e é apresentado
sob nova luz, assume novas tarefas e é recebe novas prerrogativas e
privilégio.
Capítulo 1
Das Qualificações
dos candidatos
As qualificações de um candidato à iniciação nos mistérios da
Maçonaria são fundamentadas em quatro aspectos: moral, físico,
intelectual e político.
O caráter moral é destinado à assegurar a respeitabilidade da
Ordem, pois é pelo merecimento de seus candidatos, por sua con-
duta virtuosa e boa reputação, que o caráter da instituição será
avaliado, enquanto a admissão de libertinos sem fé que desprezam
a lei moral, necessariamente prejudicaria sua dignidade e honra.
As aptidões físicas do candidato contribuem para o proveito da
Ordem, pois quem é deficiente de qualquer um dos membros e
quem não possui todos os seus sentidos naturais e dons, é incapaz
de realizar, com satisfação pessoal ou mérito para a Fraternidade,
aquelas tarefas peculiares nas quais todos deveriam assumir partes
iguais. Ele então se torna uma espécie de zangão na colmeia e,
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 11
portanto, prejudica o conceito de Loja como “lugar onde Maçons
se reúnem para trabalhar e se instruir e se aperfeiçoar nos mistérios
de sua ciência antiga”.
As qualificações intelectuais se referem à segurança da Ordem,
porque exigem que seus mistérios sejam confiados apenas àqueles
cujo desenvolvimento mental os torna aptos à apreciação adequada,
é fielmente preservada a partir da imposição – os segredos, assim,
lhes são confiados. É evidente, neste momento, que um idiota não
entenderia as doutrinas ocultas que poderiam-lhe ser comunicadas,
nem poderia assegurar tais porções quando se lembrasse, no “fun-
do de seu coração”, como se prevenir de se tornar um patife; como
o esperto Salomão disse: “uma boca idiota é sua destruição, e seus
lábios são a armadilha de sua alma”.
As qualificações políticas pretendem manter a independência
da Ordem; suas obrigações e privilégios são assim confiados apenas
àqueles que, a partir de sua posição na sociedade, são capazes de
obedecer ao representante escolhido e de desenvolver os outros sem
o perigo de desrespeitar a autoridade superior.
Das qualificações moral, física e política de um candidato, não
se pode ter dúvidas, já que eles são claramente definidos por antigas
e constituições. O intelectual não é facilmente reconhecido.
Essas quatro divisões das qualificações podem ser brevemente
resumidas nos seguintes axiomas:
Moralmente, o candidato deve ser um homem de conduta ir-
repreensível, um acreditador na existência de Deus, e viver “sob a
língua de um bom histórico”.
Fisicamente, deve ser um homem de, pelo menos, 21 anos de
idade, de corpo ereto, com os sentidos de um homem, não defor-
mado ou desmembrado, mas robusto e com os membros inteiros,
como um homem deve ser.
Intelectualmente, ele deve ser um homem em total possessão
de seus intelectos, não tão jovem que sua mente não deve ter sido
formada nem tão velho que ela já deve ter caído na senilidade; não
12 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
ser um tolo, um idiota, nem demente; e de educação suficiente
para que lhe permita se beneficiar do aprendizado da Maçonaria
e cultivar em seu tempo livre um conhecimento dos princípios e
doutrinas de nossa arte real.
Politicamente, ele deve ser de uma alegria incontrolável, de sua
liberdade civil e política, e esta, também, da herança pelo direito
de nascimento, e não pela subsequente aquisição, em consequência
de ser libertado da hereditária servidão.
O grupo que rigorosamente demandar estas qualificações de
seus candidatos pode ter menos membros que uma menos rigorosa,
mas indubitavelmente terá os melhores.
Mas pela a importância do tema, para cada classe de qualifica-
ções, uma seção separada e uma mais estendida consideração.
SEÇÃO I. AS QUALIFICAÇÕES
MORAIS DOS CANDIDATOS
Os Antigos Encargos do Estado, afirmam que “um Maçom é
obrigado pelo título a obedecer à lei moral”. É necessário muito pou-
co para dizer que a frase “lei moral”, que é uma expressão técnica de
teologia, e se refere aos Dez Mandamentos, que assim também são
chamados, porque eles definem as regras necessárias para o governo
das morais e maneiras dos homens. A violação habitual de algum
desses mandamentos pareceria, de acordo com o espírito das Antigas
Constituições, desqualificar um candidato à Maçonaria.
Os mesmos encargos continuam a dizer, em relação ao caráter
religioso de um Maçom, que ele não deveria ser “um estúpido ateu,
nem um irreligioso libertino”. Uma negação da existência de um
Arquiteto Supremo do Universo não pode, evidentemente, ser apli-
cada a um Maçom, e, nesse sentido, não há um marco mais certo,
que o que exclui todos os ateus da Ordem.
A palavra “libertino” tem, nos dias de hoje, um significado mui-
to diferente do que tinha quando os Antigos Encargos foram com-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 13
pilados. Essa então, significava o que nós agora chamamos de “li-
vre pensador” ou desacreditador da revelação divina das Escrituras.
Esta regra deveria, portanto, resumir a universalidade e tolerância
da Instituição, se não fosse pela seguinte cláusula de qualificação
no mesmo instrumento:
“Embora em tempos antigos, Maçons fossem aconselhados em
cada país a seguir a religião daquele local ou nação, seja lá qual
fosse, ainda achavam formas de seguir sua principal convicção:
guardando opiniões particulares para si mesmos; isto é, ser ho-
mens bons e verdadeiros, homens de honra e honestidade, seja
quais fossem suas denominações ou crenças”.
A construção agora dada universalmente para a qualificação re-
ligiosa do candidato é simplesmente, que ele deve ter uma crença
na existência e superintendência do controle de um Ser Supremo.
Esses Antigos Encargos, dos quais decorrem toda nossa doutri-
na para as qualificações morais de um candidato, além disso, orde-
nam que quanto às relações políticas de um Maçom, que ele é “um
assunto pacífico para os poderes civis, onde quer que resida ou tra-
balhe, e nunca é de se preocupar com planos secretos prejudiciais e
conspirações contra a paz e bem-estar da nação, nem se comportar
com desobediência para os magistrados inferiores. Ele é cheio de
animação para se comportar de acordo com qualquer autoridade
legal; apoiar em qualquer ocasião o interesse da comunidade e ze-
losamente, promover a prosperidade de seu próprio país”.
Sendo tais, as características de um verdadeiro Maçom, o can-
didato que deseja obter este título deve possuir virtudes; e, por
isso, os mesmos encargos declaram, em referência para todas estas
qualificações morais, que “Maçons, devem ser bons e verdadeiros
homens – nem imorais, nem escandalosos homens, mas de bom
histórico”.
14 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
SEÇÃO II. AS QUALIFICAÇÕES
FÍSICAS DOS CANDIDATOS
As qualificações físicas de um candidato referem-se ao seu sexo,
idade e à condições físicas.
O primeiro e o mais importante requisito de um candidato é
que ele seja “um homem”. Mulher não pode ser um Maçom. Este
marco é tão indiscutível que seria totalmente supérfluo aduzir qual-
quer argumento ou autoridade em seu apoio.
Como para a idade, os velhos encargos prescrevem à regra pela
qual o candidato deve ser “de uma idade madura e discreta”. Mas
qual é o exato período em que uma pessoa supostamente chegou a
esta maturidade e discrição? Isso não pode ser atribuído a partir de
qualquer prática uniforme de habilidades e experiências em países
diferentes. As disposições do direito civil, que faz de maturidade
21 anos, no entanto, têm sido geralmente seguidas. Esse, também,
foi o regulamento adotado pela Assembleia Geral que se reuniu no
dia 27 de dezembro de 1663 e que estabeleceu que “ninguém podia
ser aceito a menos que tenha 21 anos”.1 Na Prússia, o candidato
deve ter 25 anos; na Inglaterra, 212, “salvo pela dispensa do Grão
Mestre ou Grão Mestre da Província”; na Irlanda, 21, exceto “pela
dispensa do Grão Mestre ou da Grande Loja”; na França, 21, salvo
o candidato que for o filho de um Maçom que tenha prestado ser-
viço importante para os membros, com o consentimento de seus
pais ou guardião, ou um homem jovem que serviu por seis meses o
corpo das forças armadas, tal pessoa deve ser iniciada aos 18 anos;
na Suíça, a idade de qualificação é fixada nos 21, e, em Frankfurt-
on-Mayn, aos 20. Neste país, como já tinha observado, o regula-
1 Oliver’s Preston, p. 163, nota (U.M.L., vol. iii., p. 135).
2 Assim é a provisão nas constituições modernas da Inglaterra, mas o quarto dos
39 Regulamentos exige que o candidato tenha pelo menos 25 anos.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 15
mento de 1663 é rigidamente reforçado, e nenhum candidato que
não tenha chegado aos 21 anos pode ser iniciado.
Nosso ritual exclui “um homem velho com perda mental” assim
como um “rapaz menor de idade”. Mas perdas mentais não signifi-
cam imbecilidade. Este sujeito será mais considerado sob o âmbito
de qualificações intelectuais.
As qualificações físicas que se referem à condição do corpo e
membros do candidato têm sua origem, no passado: em uma gran-
de quantidade de discussões e muita variedade de opinião. O regu-
lamento que rezava, por volta de 1721, que o candidato devia ser
de “uma juventude perfeita”, tem sido em algumas jurisdições, rigi-
damente executada a própria carta da lei, enquanto nos outros tem
sido tão completamente explicado como a significar alguma coisa
ou nada. Assim, na Carolina do Sul, onde a regra é rígida, o candi-
dato não deve ser deformado nem desmembrado, e sim saudável e
forte em seus membros, como um homem deve ser. Enquanto em
Maine uma pessoa deformada pode ser admitida, desde que “tal
deformação não o impeça de ser instruído nas artes e mistérios da
Maçonaria”, em outros países isso não é permitido.
A primeira lei escrita que achamos sobre esse assunto é a que
foi promulgada pela Assembleia Geral realizada em 1663, e que
declara “que nenhuma pessoa de agora em diante deve ser aceita
um Maçom a não ser que tenha um corpo capaz”.3
Vinte anos depois, no reinado de James II ou por volta do ano
de 1683, parece ter achado a necessidade, mais exatamente para
definir o significado desta expressão, “do corpo capaz”, e nesse sen-
tido encontramos, entre os encargos ordenados para serem lidos
por um Mestre, o seguinte regulamento:
3 Veja estes regulamentos no Preston, p. 162, Oliver’s ed. (U.M.L., vol.iii., p.
135).
16 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
“Em terceiro lugar, que ele poderá ser feito em todos os graus;
quer dizer, livre nascimento, de bons parentes, verdadeiros, e
não fiador, e que ele tenha seus membros corretos como um ho-
mem deve ter”.4
Os Antigos Encargos, publicados no Livro das Constituições ori-
ginal em 1723, contêm o seguinte regulamento: “Nenhum Mestre
deve tomar um Aprendiz, a menos que ele seja de uma perfeita
juventude, não tendo nenhuma mutilação ou defeito que possa tor-
ná-lo incapaz de aprender a arte”.
Não obstante, os resultados positivos da demanda de perfeição,
e a positiva e explícita declaração que não deve ter nenhuma mu-
tilação ou defeito, o restante da frase tem sido considerado pelas
Grandes Lojas, em poucos anos passados, como uma cláusula de
qualificação que permitiria a admissão de candidatos dos quais de-
feitos físicos não excederiam um ponto particular. Mas na perfei-
ção pode não haver graus de comparação, e a ele é exigido que seja
perfeito, é necessário que não tenha modificação ou diminuição.
Isso é ser perfeito, ser completo em todas as suas partes, e pela de-
ficiência em qualquer porção de seus constituintes materiais não se
torna menos perfeito (expressão que seria um erro de gramática),
mas uma vez pela deficiência cessa de ser perfeito em tudo – en-
tão se torna imperfeito. Na interpretação de uma lei, “palavras”,
diz Blackstone, “são geralmente para ser entendidas em comum e
mais conhecido significado” e, então, “perfeito” significaria “com-
pleto, inteiro, nem defeituoso nem redundante”. Mas outra fonte
de interpretação é a “comparação de uma lei com outras leis, que
são feitas pelo mesmo legislador, que tem alguma afinidade com o
assunto ou que expressamente relata sobre o mesmo ponto”.5 Apli-
4 Oliver’s Preston, p. 72, (U.M.L., vol. iii., p. 59).
5 Blackstone, Com. I., Introd., § 2.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 17
cando esta lei dos juristas, não teremos dificuldade para chegar a
um verdadeiro significado da palavra “perfeito”, se nos referirmos
ao regulamento de 1683, do qual a cláusula em questão parece ter
sido tirada. Agora, o regulamento de 1683 diz, em termos explí-
citos, que o candidato deve “ter seu membros corretos, como um
homem deve”.
Comparando uma lei com a outra, não pode haver dúvida de
que a requisição da Maçonaria é, e sempre foi, que a admissão ape-
nas pode ser concedida para quem não for deformado nem des-
membrado, mas com os membros inteiros, fortes e saudáveis como
um homem deve ser.
Porém outra, e, como Blackstone determina: “o mais universal
e efetivo caminho para descobrir o verdadeiro significado de uma
lei” é considerar “sua razão e seu espírito, ou a causa que fez com
que o legislador a promulgasse”. Agora, devemos procurar a origem
da lei que se requere a perfeição física, não para o caráter ex-opera-
tivo da instituição (pois nunca houve um momento em que não foi
especulativo, bem como operativo), mas para sua simbólica nature-
za. No templo antigo, era necessário que toda pedra fosse perfeita;
uma pedra perfeita era o símbolo da verdade. Em nossa associação
mística, todo Maçom representa uma pedra naquele templo espi-
ritual, “aquela casa não feita com as mãos eternamente nos céus”,
da qual o templo de Salomão era a imagem. Por isso, era exigido
que ele se apresentasse como a pedra perfeita no templo material,
um homem perfeito na construção espiritual. “A simbólica rela-
ção de cada membro da Ordem com seu templo místico proíbe
a ideia”, diz Bro. W. S. Rockwell, da Georgia,6 “que suas porções
constituintes, suas pedras vivas deveriam ser menos perfeitas, ou
6 Em um relatório disponível sobre este assunto, nos processos da Grande Loja
da Geórgia para 1852. De acordo com as visões lá expressadas, o Irmão Rockwell
decidiu oficialmente, como Distrito Representante da Grande Mestre, em 1851,
que um homem que tivesse perdido um olho, não seria admitido.
18 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
menos um tipo de sua grande original, que o material imaculado
que formou o terreno morada de seu Deus de adoração”. Se, então,
como presumo que será prontamente concedido por todos, exceto
aqueles que erroneamente supuserem que a instituição foi uma vez
inteiramente operativa e depois especulativa; perfeição é necessária
em um candidato, não por motivos físicos os quais podem ser ne-
cessários para dar sinais de reconhecimento, mas porque o defeito
destruiria o simbolismo daquela pedra perfeita os quais todo Ma-
çom deve representar no templo espiritual; nós, assim, chegamos
a um conhecimento das causas que fazem com que os legisladores
da Maçonaria ativem a lei e vemos uma vez, e sem dúvida, que as
palavras “juventude perfeita” são utilizados no sentido de compe-
tente, como significando alguém que tem “seus membros corretos
como um homem deve ter”.7
É, portanto, justo declarar, que a cláusula restante do antigo
encargo, que afirma o candidato não deve ter nenhuma mutilação
ou defeito que possa torná-lo incapaz de aprender a arte, tem sido
utilizada para pretender uma modificação da palavra “perfeito” e
para permitir a admissão de alguém cuja mutilação ou defeito não
é de tal natureza a preveni-lo dos aprendizados da arte da Maçona-
ria. Mas deveria respeitosamente sugerir, que uma crítica deste tipo
é baseada em uma visão errada da utilização das palavras. A frase
não é que o candidato não deve ter tal defeito como poderia impe-
dí-lo de aprender a arte; embora essa seja a interpretação dada por
aqueles que são a favor de admitir candidatos levemente mutilados,
ou seja, pelo contrário, assim redigido como dar um consequente
significado à palavra “que”. Ele não deve ter nenhuma mutilação
ou defeito “que” possa torná-lo incapaz de adquirir nossa arte.
7 Potter, 184.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 19
Em Ahiman Reson, publicado por Laurence Dermott em 1764,
e adotado para o governo da Grande Loja dos Maçons antigos York
na Inglaterra, e muitos da Grande Província e grupos da América
subordinados, no regulamento está previsto que os candidatos de-
vem ser “homens de boa reputação, nascidos livres, de idade ma-
dura, não deformados nem desmembrados no momento de sua ini-
ciação, e nenhuma mulher ou eunuco”. É verdade que, no referido
dia, este livro não possuía nenhuma autoridade legal sobre a arte;
mas cito-o para mostrar qual foi a interpretação dada a Lei antiga
por uma grande parte, talvez uma maioria, dos Maçons ingleses e
americanos no meio do século XVIII.
Uma interpretação similar parece, a todo o momento, ter sido
dada pelas Grandes Lojas dos Estados Unidos, com exceção de
alguns, que, passados os anos têm começado a adotar uma cons-
trução mais tolerante.
Na Pensilvânia foi declarado, em 1783, que os candidatos não
podem ser “deformados no momento de sua tomada”.
Na Carolina do Sul, o Livro de Constituições, primeiramente
publicado em 1807, requeria que “toda pessoa que deseja admis-
são deve ser de corpo ereto, não deformada ou desmembrada no
momento da iniciação, mas de membros inteiros fortes, saudáveis,
como um homem deve ser”.
No Ahiman Rezon e Ritual Maçônico, publicado por ordem da
Grande Loja da Carolina do Norte e Tenessee, no ano de 1805,
os candidatos necessitam ser “fortes e, saudáveis e em boas condi-
ções, não deformados ou desmembrados no momento de sua ini-
ciação”.8
8 Página 18. Em Dezembro, 1851, o Comitê de Correspondências da Carolina do
Norte, sem nenhum arrependimento da rígida regra de seus antecedentes, decidiu
que candidatos mutilados poderiam ser iniciados “desde que suas perdas ou enfer-
midade não os previna de realizar a completa proficiência na Maçonaria”.
20 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Maryland, em 1826, sancionou o Ahiman Rezon de Cole, que
declara de modo preciso, a Lei da Carolina do Sul, já citada.
Em 1823, a Grande Loja do Missouri aprovou por unanimi-
dade, um relatório que declara que a admissão de todos que não
estavam “em boas condições mentais e com todos seus membros
prefeitos” foi recusada, e ela aprovou uma resolução afirmando que
“a Grande Loja não pode conceder uma carta ou dispensa para
um grupo subordinado, trabalhando sob jurisdição, para iniciar
qualquer pessoa mutilada, deficiente, ou querendo estabelecer as
qualificações por antigos usos”.9
Mas é desnecessário multiplicar instâncias. Nunca pareceu ha-
ver qualquer desvio do princípio que requeira perfeição física, até,
poucos anos atrás, o espírito de aptidão10 era considerado menos
importante.
Aqueles cujas mutilações e deformidades não impediam de cum-
prir o cerimonial de iniciação podiam entrar. Ainda assim, um gran-
de número de Grandes Lojas se opôs rapidamente à nova norma, e
ainda se espera que tudo retorne à primeira fidelidade. Este é um
assunto importante, e, portanto, algumas das mais recentes autori-
dades, em nome da antiga lei, podem ser citadas com vantagem.
“Nós temos analisado cuidadosamente os argumentos ‘prós e
contras’, que têm acompanhado o trabalho de vários Grandes
Lojas, submeter, convicção de ter sido forçada sobre nossas men-
tes, mesmo contra nossas vontades, que nos afastamos do marco
9 Processos do G.L. de Mo. para 1823, p. 5. O relatório e resolução estavam na
petição de dois candidatos a serem iniciados, um com um único braço e o outro
muito deformado nas pernas.
10 Quando o espírito da conveniência uma vez começa, não sabemos onde irá
parar. Assim um homem cego foi iniciado no Mississipi, e um com um braço no
Kentucky; e na França, alguns anos depois, os graus foram conferidos pela lingua-
gem dos sinais a um surdo e mudo!
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 21
antigo e usos da Maçonaria, sempre admitindo um querer indi-
vidual em um dos sentidos humanos, ou quem é de algum modo
particular mutilado ou deformado.”
Comitê de Correspondência G. Grupos da Geórgia, 1848, pág. 36.
“A lógica da lei, excluindo pessoas fisicamente imperfeitas e de-
formadas, fica mais profunda e é mais antiga do que a fonte
atribuída a ela.11 Baseia-se em um princípio reconhecido nas
primeiras idades do mundo; e será achada idêntica com àquela
que obteve dentre os judeus antigos. Neste aspecto, a lei da tribo
hebraica de Levi sacerdotal era a mesma que a maçônica, que
não permitiria qualquer membro ‘para ir até diminuir a fre-
quência como sinal de respeito ou submissão’ quem tivesse um
defeito – um homem cego, ou coxo, ou um homem que tivesse
quebrado o pé ou a mão, ou um anão, não era aceito etc.”
“O culto e estudioso Maçônico poderia satisfatoriamente expli-
car a metafísica desta requisição em nosso Livro das Constitui-
ções. Para o verdadeiro e fiel Irmão, é suficiente saber que tal
requisição existe. Ele recompensará isso devido à sua antiguida-
de... Homem nenhum pode, na perfeição ser ‘ feito um Irmão’,
nem verdadeiramente ‘aprender nossos mistérios’ e praticá-los,
ou ‘ fazer o trabalho de um Maçom’, se ele não é um homem com
o corpo livre de mutilações, defeitos e deformidades.”
Declaração de um Comitê Especial da Grande Loja de Nova York, em
1848.12
11 Especificamente, a origem operante da Ordem é incorretamente presumida. O
completo relatório, que é do Venerável Giles F. Yates, contém uma possível e não
respondida defesa da antiga lei em oposição a qualquer qualificação.
12 Veja os processos de Nova York, 1848, pp. 36, 37.
22 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
“Os registros desta Grande Loja podem ser confidencialmente
apelados para sua repetida recusa a permitir que pessoas muti-
ladas fossem iniciadas, e não simplesmente como fundamento de
que os antigos usos o proíbem, mas devido à constituição funda-
mental da Ordem – os Antigos Encargos – de que o proíbem”.
Comitê de Correspondência de Nova York, de 1848, p. 70.
“As Lojas subordinadas a essa Grande Loja são, por este meio
requeridas, na iniciação de candidatos à Maçonaria, a aderir
à Lei antiga (como estabelecida em nossos livros impressos), que
diz que ele deve estar com os membros inteiros.”
Resolução do G.L. de Maryland, Novembro, 1848.
“Eu recebi de um grupo, em Ashley, uma petição para iniciar
em nossa Ordem, um cavalheiro de alta respeitabilidade, que,
infelizmente, tinha sido mutilado. Eu recusei minha aprova-
ção... Recusei ainda um pedido similar da Loja de que sou um
membro. O fato de que o mais ilustre órgão maçônico na terra
recentemente reiterou um dos marcos deveria nos ensinar a ser
cuidadosos em como nós lidamos com estas antigas fronteiras”.
Endereço do Grão Mestre, Nova Jersey em 1849.
“A Grande Loja da Flórida aprovou tal disposição em sua consti-
tuição, [a cláusula qualificativa que permitia a iniciação de uma
pessoa mutilada, se sua deformidade não o privasse de seus movi-
mentos], mas uma reflexão mais madura de nossas Grandes Lojas
irmãs, mantiveram a rigidez original em nossa constituição”.
Endereço do Gov. Tho. Brown, Grão Mestre da Flórida em 1849.
“Quanto à qualificação física, o Ahiman Rezon não deixou dú-
vida sobre o assunto, mas expressamente declara que todo candi-
dato à iniciação deve ser um homem, nascido livre, de idade le-
gal, em perfeita condição dos sentidos, forte e saudável, em boas
condições e não deformado ou desmembrado; este é um antigo
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 23
marco da Ordem, o qual não está no poder de nenhum homem
mudar. Um homem ter apenas um braço ou uma perna, ou que
está, de alguma forma, privado de suas devidas proporções, é tão
incapaz para a iniciação quanto uma mulher”.
Encíclica Carta das Grandes Lojas da Carolina do Sul para seus subordinados
em 1849.
Impressionado, então, pelo peso destas autoridades, que seria
fácil, mas é desnecessário, para multiplicar – guiado pela referência
a simbólico e especulativo (não operante) razão da lei – e governa-
do pelas palavras expressas no regulamento de 1683 – sou obriga-
do a acreditar que o espírito, bem como a carta de nossos antigos
marcos, exijam que um candidato para admissão seja perfeito em
todas as suas partes, quer dizer, nem redundante nem deficiente,
nem deformado nem desmembrado, e sim forte e saudável e com
os membros inteiros, como um homem deve ser.
SEÇÃO III. AS QUALIFICAÇÕES
INTELECTUAIS DOS CANDIDATOS
Os Antigos Encargos e Antigas Constituições não são explí-
citas em relação ao intelectual, como a moral e as qualificações
físicas dos candidatos, e, portanto, ao chegar a uma decisão sobre
este assunto, somos obrigados a tirar nossas conclusões a partir
de um senso comum e de um caráter peculiar da instituição. A
questão aqui sugerida sobre este assunto é: qual porção particu-
lar do aprendizado humano é necessária como uma qualificação
para iniciação?
Durante a rigorosa análise de todos os documentos antigos aos
quais tenho tido acesso, tenho encontrado com negativa inclina-
ção, proibições à admissão de pessoas menos instruídas, inclusive
aquelas que não sabem ler ou escrever. As leis da Ordem não-es-
critas, bem como as escritas, exigem que o candidato não seja um
24 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
demente nem um idiota, mas que ele possua uma opinião discreta
e que esteja em boas condições de todos os sentidos de um homem.
Mas quem for incapaz de escrever seu nome, ou lê-lo quando es-
crito, poderá vir a se provar muito facilmente para estar dentro dos
requerimentos deste regulamento. As Constituições da Inglaterra
formadas desde a união das duas Grandes Lojas em 1813 estão,
sem dúvida, suficientemente explícitas neste tema. Eles requerem
ainda mais do que um conhecimento de leitura e escrita:
“Deve ser um amante das artes liberais e ciências e ter feito al-
guns progressos em um ou outro destes; e deve ainda, antes da
iniciação, escrever seu nome completo, para uma declaração da re-
levãncia do fato” etc. E, em uma nota a este regulamento, é dito:
“Qualquer indivíduo que não pode escrever é, consequentemente,
inelegível dentro da Ordem”. Se esta autoridade fosse universal em
seu caráter, não haveria necessidade de uma nova discussão sobre o
assunto. Mas, as constituições modernas da Grande Loja da Ingla-
terra são apenas de força dentro de sua própria jurisdição, e portan-
to, novamente obrigados a recorrer a um modo de raciocínio para
que cheguemos a conclusões sobre esse assunto.
É indubitavelmente verdade, que no período do início do mun-
do, de quando os se originam Maçons, as artes de ler e escrever não
eram tão disseminadas entre todas as classes da comunidade quan-
to são agora, quando as maravilhas da educação podem facilmente,
e de forma mais barata, ser obtidas. Pode, portanto, ser suposto que
entre nossos antigos Irmãos haviam muitos que não sabiam ler nem
escrever. Mas, apesar de tudo, trata-se de uma mera suposição, que,
embora possa se basear na probabilidade, não tem evidência direta
que a comprove. Por outro lado, nós vemos em todos os nossos an-
tigos regulamentos, que uma marcada distinção foi feita por nossas
regras entre o Maçom livre e o Maçom que não era livre; como, por
exemplo, na conclusão do quinto capítulo dos Antigos Encargos,
no qual foi dito: “Nenhum trabalhador deve ser empregado no
usual trabalho da Maçonaria, nem os Maçons livres devem traba-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 25
lhar com aqueles que não são livres, sem uma necessidade urgente”.
E isso pareceria indicar uma maior preferência da Fraternidade de
por uns, de acordo com suas maiores realizações em conhecimen-
to. Que naqueles dias os Maçons não podiam ler nem escrever é
um fato estabelecido. Mas isso endossa que os Maçons livres, que
formavam uma sociedade à parte, formada por artesãos, estavam
numa categoria superior; provavelmente a razão da distinção feita
entre estas duas classes de trabalhadores.
Mas, além disso, todos os ensinamentos da Maçonaria são en-
tregues ao pressuposto que todos os destinatários são homens de
alguma educação, com estes meios de melhorar suas mentes e au-
mentar seu conhecimento. Mesmo o Aprendiz que entrou é lem-
brado, pela grosseira e perfeita Pedra Angular, da importância e
necessidade de uma educação virtuosa, que o habilite para o exer-
cício de suas tarefas. Para o Companheiro Maçom, o estudo das
artes liberais e ciência é impetuosamente recomendado; e também
aquele sagrado hieroglífico, o conhecimento do oculto, cuja signifi-
cação constitui a parte mais solene de sua instrução, pressupõe um
conhecimento, pelo menos, da arte da leitura. E o Mestre Maçom
foi introduzido na Maçonaria para ensinar aos Irmãos o valor das
artes e ciências, e que o Maçom, como o descobridor do problema,
nosso antigo Irmão Pitágoras afirmou, deveria ser um diligente
cultivador do aprendizado. Nossas palestras também abundam nas
alusões de que nada, a não ser uma pessoa de alguma cultura da
mente, poderia entender ou apreciar, e que uma porção de nossos
encargos que se referem à melhora do intelecto e à argumentação
do conhecimento, para pessoas que não podem ler nem escrever,
parece-nos que seria uma zombaria indigna do caráter sagrado de
nossa instituição.
A partir desses fatos e desse método de raciocínio, concluo que
as molduras da Maçonaria, em sua organização apresentada como
instituição especulativa, devem ter pretendido não admitir nada em
suas fraternidades, cujas mentes não receberam nenhuma cultura
26 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
preliminar, e eu sou, portanto, de opinião clara, que uma pessoa
que não pode ler nem escrever não é legalmente qualificada para
admissão.
Quanto à incapacidade em receber tais candidatos, não deve haver
dúvidas. Se a Maçonaria for, como seus discípulos reivindicam, uma
instituição científica, cujo grande objetivo é melhorar a compreensão e
para ampliar e embelezar a mente, cujo caráter não pode ser apreciado
e cujas lições do conhecimento simbólico não podem ser adquiridas,
sem muita dedicação aos estudos, como seria um absurdo colocar, en-
tre seus discípulos, alguém que tenha vivido até a idade adulta, sem ter
conhecido a necessidade ou ter sentido a ambição por conhecimento
do alfabeto de sua língua mãe? Tal homem não poderia ter avanço
na arte da Maçonaria; e enquanto ele não poderia conferir vantagem
substancial sobre a instituição, ele iria, pela sua incapacidade e igno-
rância manifestadas, diminuir aos olhos de estranhos, da sua honra e
dignidade como uma sociedade intelectual.
Idiotas e dementes são excluídos da admissão para a Ordem pela
evidente razão que, o primeiro de uma ausência e o último pela perver-
são das faculdades intelectuais, são incapazes de compreender os obje-
tivos ou de assumir as responsabilidades e obrigações da instituição.
Uma questão aqui sugere a si mesma: se uma pessoa que apre-
senta uma boa ideia, que tinha sido anteriormente demente, pode
ser iniciada legalmente. A resposta para esta pergunta se volta para
o fato de se ela está perfeitamente recuperada. Se a sanidade apre-
sentada do candidato for um simples intervalo de lucidez, o qual os
médicos sabem ser algumas vezes lunáticos, com a absoluta certeza,
ou na melhor das hipóteses, de um retorno eventual ao estado men-
tal de demência, ele não é, é claro, qualificado para iniciação. Mas
se houver uma real e duradoura recuperação (da qual um médico
será um competente juiz), então não pode ser possível ter objeção à
sua admissão. Não estamos para olhar para o que o candidato uma
vez foi, mas para o que ele é agora.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 27
Senilidade, ou imbecilidade mental produzida pela idade mui-
to avançada, são também desqualificações para admissão. Ilus-
tre como isso é pelos desejos pueris e perseguições, pela falha da
memória, uma deficiência do julgamento e geral obliteração dos
poderes mentais, seus sinais externos são facilmente apreciados, e
fornecem de uma vez a abundante razão pela qual, como idiotas
e dementes, a pessoa com déficit mental em idade avançada não
serve para ser destinatária de nossas místicas instruções.
SEÇÃO IV. AS QUALIFICAÇÕES
POLÍTICAS DOS CANDIDATOS
As Constituições da Maçonaria exigem, como única qualifica-
ção para a posição do candidato na sociedade, ou que tenha nasci-
do livre. O escravo ou até o homem nascido em servidão – embora
possa, posteriormente, obter sua liberdade – está excluído pelos
antigos regulamentos da iniciação. A não admissão de um escravo
parece ter sido fundamentada sobre as melhores razões; porque,
como a maçonaria envolve um solene contrato, ninguém pode se
vincular legalmente a nada, a não ser que seja livre e agente e dono
de suas própria vida. A restrição é estendida àqueles que tinham
originalmente uma condição servil mas, ocasionalmente adquirira
sua liberdade. Ao que parece, situação de servidão vem acompa-
nhada de degradação mental e humilhação espiritual, podendo en-
tão virar um partido qualificado a desempenhar suas tarefas, como
um Maçom, com esta “liberdade, fervor e zelo”, que são ditos para
ter diferenciado nossos antigos Irmãos. “Crianças”, diz Oliver, “não
podem herdar o espírito livre e nobre, exceto as que nascem de
uma mulher livre”.
O mesma abordagem existiu na falsa Maçonaria ou nos Misté-
rios do mundo antigo. Lá, nenhum escravo, ou homem nascido na
escravidão, poderia ser iniciado, porque os pré-requisitos exigem
imperativamente que o candidato não só deve ser um homem de
28 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
conduta irrepreensível, mas também nascido livre habitante do país
em que os mistérios foram celebrados.
Alguns redatores maçônicos têm achado que, nesse regulamen-
to em relação ao livre nascimento, alguma alusão é pretendida,
ambas nos Mistérios e na Maçonaria livre, a condições relaciona-
das a Isaac e Ismael. O primeiro – o aceito, para quem a promessa
foi cumprida – era o filho de uma mulher livre, e o último, que foi
preterido por ter “sua mão contra cada homem, e a mão de cada
homem contra ele”, era o filho de um escravo. Portanto, lemos que
Sarah exigiu de Abraão: “Expulse esta escrava e seu filho; o filho
de uma escrava não será herdeiro com meu filho”. Dr. Oliver, para
falar da grande festa com o qual Abraão celebrou o desmame de
Ismael, diz que ele “não tinha prestado mesmas homenagens no
desmame de Ismael, porque ele era filho de uma escrava e, conse-
quentemente, não poderia ser admitido a participar na Maçonaria
de seu pai, honra conferida apenas a homens livres nascidos de mu-
lheres livres”. Os antigos gregos eram da mesma opinião, uma vez
que usaram a palavra douloprepeia, do grego, ou “comportamento
escravo”, para designar qualquer impropriedade de comportamen-
to muito grave.
A Grande Loja da Inglaterra estendeu essa doutrina pela qual
Maçons devem ser livres em seus pensamentos e ações, e até agora
não permitiu a iniciação de um candidato que é apenas tempora-
riamente privado de sua liberdade. Em 1782, o Mestre do Grupo
Militar Real, em Woolwich, foi confinado, muito provavelmente
por débito. Foi na prisão do rei Bench, em Londres, a Loja, que era
itinerante, que o Mestre tornou muitos outros prisioneiros Maçons.
A Grande Loja, sendo informada das circunstâncias, imediatamen-
te convocou Diretores da loja “para responder por sua conduta de
fazer junto aos Maçons, na prisão do rei Bench”, e ao mesmo tempo
aprovou uma resolução afirmando que “isso é inconsistente com os
princípios da Maçonaria”, pelos quais nenhum maçom pode estar
preso e não se pode forma-los em ambiente de confinamento.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 29
SEÇÃO V. A PETIÇÃO DOS CANDIDATOS PARA
ADMISSÃO E A AÇÃO SOBRE ELA
O requerimento de um candidato a uma Loja, para iniciação,
é chamado de “petição”. Esta deve sempre ser por escrito e, geral-
mente, contém a idade do requerente, sua ocupação e lugar de resi-
dência, bem como declaração dos motivos que o levam ao pedido,
que deve ser “uma opinião favorável sobre a instituição e um desejo
de conhecimento”.13 Esse documento deve ser recomendado por
pelo menos dois membros da Loja.
A petição deve ser lida em uma declaração ou em uma comunica-
ção regular da Loja e dirigida a um comitê de três membros para uma
pesquisa das qualificações e do caráter do candidato. O comitê, tendo
feito as averiguações necessárias, irá relatar o resultado na próxima co-
municação regular, e não antes desta. A razão para esse procedimento
pode ser encontrada no 5º dos 39 Regulamentos Gerais:
“Nenhum homem pode ser feito ou admitido membro de uma
Loja particular, sem aviso prévio dado um mês antes da referida
apresentação, a fim de possibilitar a devida averiguação da repu-
tação e capacidade do candidato; a não ser por dispensa acima
referida”.
A última cláusula desse artigo, prevê apenas uma forma pela
qual esse período de um mês pode ser evitado, quando o Grão
Mestre, por razões satisfatórias para si próprio, em casos de emer-
gência, deve emitir uma permissão de dispensa da Loja para proce-
der imediatamente à eleição.
Mas onde essa dispensa não é emitida, o comitê deveria proce-
der com diligência e lealdade com seus responsáveis deveres. Eles
devem inquirir sobre as qualificações moral, física, intelectual e
13 Assim é a fórmula prescrita pelas Constituições da Inglaterra, bem como todos
os Monitores deste país.
30 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
política do candidato e fazer seu próprio relatório de acordo com o
resultado de suas investigações.
O relatório não pode ser feito em uma comunicação especial,
precisa sempre ser apresentado oficialmente. A necessidade de tal
regra é óbvia. Como o Mestre pode, a qualquer hora, sob sua deli-
beração, convocar um encontro especial de sua Loja, é evidente que
um oficial presidindo, caso se pretenda aceitar um indigno e impo-
pular candidato na Loja, pode facilmente servir-se para o efeito de
uma ocasião quando a Loja sendo chamada por outro propósito, a
participação dos membros era pequena, e causando um voto a ser
tomado, conseguiremos eleger um candidato, que iria, a um en-
contro regular, ter sido boicotado por alguns daqueles que estavam
ausentes da comunicação especial.
Esse regulamento é promulgado pela Grande Loja da Inglaterra,
nas seguintes palavras: “Ninguém deve ser feito um Maçom sem
uma proposta regular apresentada em uma das Lojas, e um voto na
próxima declaração regular dela”; isso parece ter sido quase univer-
salmente adotado em documentos, similares, pelas Grandes Lojas
deste país; e, se as exatas palavras da lei impõem, em qualquer
das Constituições, a tradição tem fornecido equivalente autoridade
para o regulamento.
Se o relatório do comitê for desfavorável, o candidato deve ser
considerado rejeitado, sem qualquer referência à votação. Essa regra
também está baseada na razão. Se o comitê, após um inquérito so-
bre o candidato, achar que o resultado é tão desfavorável para ele,
que seria prejudicial fazer um relatório a respeito, podem rejeitá-lo
sem a necessidade de votação. Os grupos não irão supor, para a
honra de seus comitês, que tal procedimento ocorrera, e conse-
quentemente o relatório desfavorável do comitê é sempre conside-
rado como uma rejeição.
O quinto Regulamento Geral declara que nenhuma Loja deve
tornar alguém um Maçom sem o “devido inquérito” sobre sua per-
sonalidade, e como a tarefa de fazer esses inquéritos é confiada a
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 31
um comitê competente, quando este comitê tiver relatado que o
candidato não é confiável para se tornar um Maçom, essa peitção
não deveria ser posta em votação. Mas se o comitê de investigação
apresentar um relatório favorável, a loja irá proceder à votação; po-
rém, como se é um separado e importante passo no processo de
“fazer Maçons”, irei abordá-la em outra seção
SEÇÃO VI. A VOTAÇÃO DOS CANDIDATOS
Os 30 Regulamentos não afirmam que a urna de votos é uma
maneira de testar a opinião do grupo sobre o mérito de uma inicia-
ção. O sexto regulamento simplesmente diz que o consentimento
dos membros é para ser “formalmente pedido pelo Mestre; e eles
devem manifestar sua concordância ou discórdia em sua própria
maneira prudente, tanto virtual quanto pessoalmente, mas com
unanimidade”. O uso universal quase sancionou, no entanto, a
urna e o uso das bolas pretas e brancas como o próprio modo de
obter a opinião dos membros.
A partir da responsabilidade em expressar essa opinião, e de ad-
mitir um candidato para a Fraternidade, ou repulsá-lo da mesma,
não é permitido espantar nenhum Maçom. Na votação sobre a
petição, portanto, se espera que todos os membros da Loja votem;
eles não podem ser dispensado da realização dessa importante ta-
refa, exceto pelo unânime consentimento de seus Irmãos. Todos
os membros devem, portanto, aparecer para o desempenho dessa
confiança como prova de firmeza, franqueza, e cheios de determi-
nação para fazer o que é certo – não permitir que a timidez pessoal
proíba o depósito da bola preta, se o candidato for indigno, e ne-
nhum preconceito que o previna de depositar a branca, se o caráter
e qualificações do candidato forem lícitos. E em todos os casos
onde um membro não tiver nenhum conhecimento pessoal ou ad-
quirido dessas responsabilidades, deve relatar e, após ser regida pela
recomendação de seus Irmãos do Comitê de Investigação, quem ele
32 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
deve acreditar que faria um relatório favorável sobre a petição de
um candidato indigno.
O grande objetivo do voto é assegurar a independência de quem
vota; para este propósito, seu sigilo deve ser inviolável. E esse sigilo
dá origem a uma norma particular que necessariamente flui para
fora dele.
Nenhum Maçom deve ser unido pelo voto depositado. O si-
gilo absoluto do voto tem a intenção de assegurar a independên-
cia e para a loja eleitora. E, embora isto seja indubitavelmente um
crime para um membro, votar contra a petição de um candidato
por conta de ressentimento privado ou preconceito pessoal, ainda a
loja não tem direito de julgar tais razões. Os motivos dos homens,
a menos que divulgados por eles mesmos, podem ser conhecidos
apenas por Deus; “e se”, como Wayland diz, “a partir de quaisquer
circunstâncias somos levados a ter qualquer dúvida das razões dos
homens, somos obrigados a conservar esta dúvida dentro de nossos
próprios corações”. Assim, nenhuma nota judicial pode ser ou deve
ser enviada por uma loja de um voto dado por um membro, por-
que é impossível para ela chegar legalmente a este conhecimento;
em primeiro lugar, do voto que ele deu, e secundariamente, pelas
razões pelas quais ele foi controlado.
E ainda, se um membro voluntariamente deve divulgar a natu-
reza do seu voto e suas razões, é muito questionável se a loja deve
tomar alguma notificação do ato, porque fazê-lo pode ameaçar a
independência do voto.
É através de um modo similar de raciocínio que a constituição
dos Estados Unidos prevê que os membros do Congresso não de-
vem ser questionados, em qualquer outro lugar, por qualquer dis-
curso ou debate em cada Parlamento. Assim a liberdade do debate
é preservada em corpos legislativos, então de maneira semelhante a
liberdade do voto deveria ser assegurada nos grupos.
O sexto regulamento exige unanimidade nos votos. Sua lin-
guagem é: “porém nenhum homem pode se tornar um Irmão em
qualquer loja particular, ou admitido um membro deste fato, sem
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 33
o consentimento unânime dos membros daquela loja, então apre-
sentado quando o candidato fez a proposta”. Este regulamento, foi
adotado em 1721. Mas nos “Novos regulamentos”, adotados em
1754, e que são declarados terem sido promulgados apenas para
“alterar ou explicar o Antigo Regulamento para o bem da Maço-
naria, sem quebrar sobre as antigas regras da Fraternidade, ainda
preservando os marcos antigos”, é dito: “mas foi achado inconve-
niente insistir sobre a unanimidade em vários casos; e, portanto,
os Grãos-mestres permitiram às lojas admitir um membro, se não
houver mais que três bolas pretas contra ele. Porém algumas lojas
não aprovam tal permissão”.
A Grande Loja da Inglaterra atua sob este novo regulamento, e
limita um número de bolas pretas que irão rejeitar à três, embora
permita seus subordinados, se eles o desejarem, a requerer unani-
midade. Mas quase todos os Grandes Lojas deste país têm aderido
ao antigo regulamento, que indubitavelmente é o melhor, e por
uma promulgação especial tem feito o consentimento unânime de
todos os Irmãos necessariamente apresentados para eleição de um
candidato.
Outra questão aqui se coloca. Pode um membro, por motivos
pessoais ser privado de depositar seu voto sobre uma candidatura?
Que por tal lei adotada pode ser desfeita a validação de seu voto
em eleger oficiais, ou o exercício de suas funções serão admitidas.
Mas as palavras do antigo regulamento parecem expressamente, e
sem equívocos, requerer que todo membro presente. O candidato
deve somente ser admitido “por consentimento unânime de todos.
Esse direito sobre os membros a eleger ou rejeitar seus candidatos
é subsequentemente chamado “um privilégio inerente”, que não é
assunto de dispensa. As palavras estão explícitas, e o aparecimento
correto para ser garantido para cada membro que nenhuma ado-
ção de lei pode tirar a autoridade suprema, regulamentada pelos
Trinta e nove Regulamentos Gerais. Eu deveria dizer então, que
cada membro de um grupo presente a votação para candidato teve
34 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
o direito de depositar seu voto; e não apenas um direito, mas um
dever que é obrigado a cumprir.
Nossas leis particulares estão todas registradas, inclusive a sobre
voto portanto, geralmente direcionadas pelo uso local de diferentes
jurisdições. Uniformidade, contudo, nisto, como em todas as ou-
tras cerimônias, é de ser louvado, e devo, em conformidade, aqui
descrever o método que eu mesmo tenho preferido e praticado no
voto de candidatos, e que é o tradicionalmente adotado na jurisdi-
ção da Carolina do Sul.
Assim que o comitê de investigações apresenta o relatório favo-
ravelmente, o Mestre direciona o Diácono Sênior para preparar a
urna. Modo no qual, este se completa como segue:
O Diácono Sênior pega a urna, e, abrindo-a, coloca todas as to-
das as bolas brancas e pretas indiscriminadamente em um compar-
timento, deixando o outro completamente vazio. Ele então, proce-
de com a caixa para os diretores Junior e Sênior, que se satisfazem
pela inspeção que nenhuma bola tenha ficado no compartimento
no qual os votos foram depositados. Eu observo aqui, de passagem,
que a caixa, neste caso e os outros a serem referidos a seguir, é
apresentada ao primeiro, e depois ao seu superior hierárquico, cuja
decisão pode ser fundamentado e confirmado autoridade. Deixe,
aliás, ser lembrado, que em todos esses casos, o uso maçônico, do
andar em círculos, é para ser observado, e que, portanto, temos de
passar a primeira estação do Junior, antes de podermos chegar a
esse do Diretor Sênior.
Esses oficiais, satisfeitos com a caixa que está em condições ade-
quadas para a recepção dos votos, colocam-na sobre um altar pelo
Diácono Sênior, que vai para seu assento. O Mestre, em seguida,
direciona o Secretário a fazer uma chamada, que é feita começando
com o Venerável Mestre, e procedendo através de todos os oficiais
até o membro mais jovem. Por uma questão de conveniência, o
Secretário geralmente vota por último, e então, se o Porteiro é um
membro, ele é chamado enquanto o Diácono Júnior cobre para
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 35
ele, e o nome do candidato ter sido dito a ele, ele é direcionado a
depositar seu voto, que o faz, e se retira.
Como o nome de cada oficial e membro é chamado, ele se apro-
xima do altar, fazendo sua saudação maçônica para a Cadeira, de-
posita seu voto e se retira para seu assento. A lista deve ser chamada
vagarosamente, para que não tenha mais de uma pessoa presente
na urna; possibilitando o voto secreto. Nenhum Irmão deve estar
muito perto do membro que está votando, para distinguir a cor da
bola que ele deposita.
A caixa é colocada sobre o altar e os votos, depositados com
solenidade de uma saudação maçônica, que os eleitores podem ser
devidamente impressionados com a sagrada e responsável natureza
do dever cumprido, eles são chamados para concluir. O sistema
de votação, assim descrito, é, portanto, muito melhor levando em
conta ao que às vezes adotado nas lojas, de entregar a caixa para os
membros depositarem seus votos de seus assentos.
O Mestre, tendo perguntado aos diretores se todos votaram,
então ordena o Diácono Sênior a “se encarregar da urna”. Este ofi-
cial em conformidade se dirige ao altar, e tomando posse da caixa,
a leva até o Diretor Júnior, que analisa o voto, e relata se todas as
bolas são brancas, que “a caixa está limpa no Sul”, ou se tem uma
ou mais bolas pretas, que “a caixa está suja no Sul”. O Diácono a
leva para o Diretor Sênior, e depois ao Mestre que, é claro, relata
a mesma coisa, de acordo com as circunstâncias, com a variação
verbal necessária de “Oeste” e “Leste”.
Se a caixa estiver limpa, quer dizer, se todos os votos são brancos
– o Mestre então anuncia que o candidato foi devidamente eleito,
e o Secretário faz um registro do fato.
Mas se a caixa é declarada ser suja, o Mestre inspeciona o núme-
ro de bolas pretas; se ele achar duas, declara que o candidato foi re-
jeitado; se apenas uma, ele reporta o fato para a loja e ordena que o
Diácono Sênior prepare novamente a urna, e uma segunda votação
acontece da mesma maneira. Isto é feito com medo de que uma bola
preta pudesse ter sido inadvertidamente usada no primeiro turno.
36 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Se, no segundo escrutínio, uma bola preta for achada novamente, o
fato é anunciado pelo Mestre, que ordena a espera da eleição até o
próximo encontro declarado e pede ao Irmão que depositou a bola
preta para vir até ele e relatar suas razões. No segundo encontro, o
Mestre anuncia estas razões à loja, caso alguém seja levado ao seu
conhecimento, escondendo, é claro, o nome do Irmão que se opôs.
Neste momento, a validade ou verdade das objeções podem ser
discutidas, e os amigos do candidato terão a oportunidade de ofe-
recer alguma defesa ou explicação. A votação é então tomada pela
terceira vez, e o resultado, seja lá qual for, é o final. Como já tenho
observado, na maioria das lojas deste país, uma reaparição da bola
preta será uma rejeição. Naquelas lojas que não requerem unanimi-
dade, isto irá, obviamente, ser necessário que o número requisitado
de bolas pretas seja depositado nesta terceira votação para assegurar
a rejeição. Mas se, na inspeção, a caixa é encontrada “limpa”, ou
sem uma bola preta, o candidato é claramente declarado eleito. Em
qualquer caso, o resultado do terceiro turno de votação é o último,
não pode ser posto de lado nem revertido pela ação do Grão Mestre
ou da Grande Loja; porque, pelo sexto Regulamento Geral, já tão
citado, os membros de cada grupo particular são considerados os
melhores juízes das qualificações de seus candidatos; e, para usar
a linguagem do Regulamento, “se um membro rebelde pudesse se
impor a eles, poderia destruir a harmonia, ou prejudicar a liberda-
de, ou até dispersar ou dividir a loja”.
SEÇÃO VII. A RECONSIDERAÇÃO DA VOTAÇÃO
Infelizmente existem alguns homens em nossa Ordem, regidos,
não essencialmente por maus motivos, mas pelos frágeis julgamen-
tos e pela total ignorância do verdadeiro objetivo e funcionamento
da Maçonaria. Quem nunca, sob quaisquer circunstâncias, tem
recorrido à bola preta como o grande baluarte da Maçonaria, e
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 37
são sempre mais ou menos provocados quando algum Irmão mais
criterioso exerce seu privilégio de excluir aqueles nos quais ele vê
a possibilidade de haver alguma indignidade em relação à nossos
mistérios.
Eu tenho dito que esses homens não são regidos por razões
essencialmente más. Este é o fato. Eles honestamente desejam a
prosperidade da instituição, e não fariam um ato premeditado que
a impedisse. Mas seus julgamentos são fracos e seu zelo é sem co-
nhecimento. Eles não entendem em quê a verdadeira prosperidade
consiste, mas realmente e conscientemente acreditam que seu atual
poder será promovido pelo aumento no número de seus discípulos;
eles olham mais para a quantidade do que para a qualidade dos
candidatos que batem às portas de nossas lojas.
Agora uma grande diferença a respeito do modo pelo qual a
votação é conduzida será encontrada naquelas lojas que são livres
da presença daqueles Irmãos indiscretos, e outros que obtiveram
permissão para tal.
Em uma loja no qual cada membro tem uma noção correta da
adequada qualificação moral dos candidatos à Maçonaria, e onde
existe uma disposição geral para trabalhar bem com poucos, ao
invés de trabalhar de uma maneira ruim com muitos, quando a
votação é ordenada, cada Irmão, tendo depositado seu voto, quie-
ta e calmamente espera ouvir o resultado da urna anunciado pela
Cadeira. Se for “limpo”, todos ficam felizes que um cidadão tenha
sido confiável a receber uma porção dos raios iluminados da Ma-
çonaria. Se for “sujo”, cada um está satisfeito com a rescisão, e se
alegram que, embora não se sabia nada contra o candidato, alguém
com um maior conhecimento da personalidade do candidato este-
ve presente e habilitado a interpor o seu veto, e prevenir a pureza da
Ordem de ser manchada pela admissão de um candidato indigno.
Aqui a questão termina, e a loja prossegue para outros assuntos.
Mas em uma loja onde um destes Irmãos indiscretos e super-
zelosos é presente, a cena é bem diferente. Se o candidato é eleito,
ele, também, se alegra, mas sua alegria é por que a loja ganhou
38 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
mais um membro cujos dividendos anuais e taxas da iniciação irão
aumentar um montante em sua receita. Se ele é rejeitado, é indigno
que a loja tenha se privado desta pecuniária adesão, e imediatamen-
te ele se decidirá a trabalhar para reverter, se possível, a decisão da
urna, e pela defesa voluntária de um candidato rejeitado, e denún-
cias violentas, que o reprovaram, busca alarmar a tímida e adversa
inteligência, que então, em uma reconsideração, eles podem ser in-
duzidos a retirar sua oposição.
O movimento para a reconsideração é, então, o meio geralmente
adotado, por tais pesquisadores, para assegurar o sucesso de seus
esforços para se reunir todas as vezes que buscaram nossa admis-
são, independente do valor ou qualificação. Em outras palavras,
podemos dizer que o movimento para reconsideração é antagônico
à pureza e segurança da urna. A importância, então, da posição que
assim assume, exige uma resumida discussão do momento e modo
em que a votação deve ser reconsiderada.
No começo da discussão, pode ser afirmado que é competente
a qualquer irmão mover a reconsideração de uma urna, ou para o
grupo votar em tal movimento. A votação é parte do trabalho de
iniciação de um candidato. É o passo preparatório, e é tão neces-
sário para sua formação legal como a obrigação ou investimento.
Como tal, então, isto está, claramente, inteiramente sob o controle
do Mestre. As constituições da Maçonaria e as Regras e Regu-
lamentos de cada loja Grande e Subordinada prescreve o modo
pelo qual a votação deve ser conduzida, de modo que o bom senso
dos membros possa ser usado. A Grande Loja também exige que
o Mestre dela também veja que o modo exato do escrutínio deva
ser prosseguido, e irá mantê-lo responsável por não haver nenhuma
violação da regra. Se, então, o Mestre está satisfeito que a vota-
ção tenha sido regularmente e corretamente conduzida, e que ne-
nhum resultado positivo e negativo surgisse desta reconsideração, é
sua solene tarefa, recusar a permissão de qualquer reconsideração.
Qualquer irmão pode pedir que o Venerável Mestre reconsidere.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 39
Se, portanto, o Mestre não estiver satisfeito com que o escrutí-
nio, seja uma verdadeira indicação do bom senso da loja, ele pode
ordenar uma reconsideração. Assim, pode haver mais uma bola
preta; – mas uma só bola preta pode algumas vezes inadvertida-
mente decidir – o voto de um membro pode ter sido favorável à
aprovação do candidato, e ainda, na pressa e confusão de votar, ou
da falta de iluminação ou a enfermidade de seus próprios olhos,
ou de alguma outra igualdade de causa natural, ele pode ter sele-
cionado a bola preta, quando na verdade pretendia ter escolhido a
branca. É, portanto, questão de prudência e precaução necessárias,
que, quando apenas uma bola preta aparece, o Mestre deva ordenar
um novo escrutínio. No segundo escrutínio, é presumido que mais
cuidado e vigilância sejam usados, e a reaparição da bola preta irá,
então, mostrar que foi depositada de propósito.
Mas quando duas, três ou mais bolas pretas aparecem no pri-
meiro escrutínio, tal curso de raciocínio não é autorizado e o Mes-
tre, então, estará certo em recusar a reconsideração. A votação foi
regularmente tomada – a loja decidiu enfaticamente pela rejeição e
qualquer ordem para renovar o escrutínio seria um insulto àqueles
que se opuseram à admissão do candidato, e uma tentativa indireta
de colocar um intruso indesejável no grupo.
Mas, embora isto esteja no poder do Mestre, sob as circunstân-
cias que nós temos descrito, para ordenar a reconsideração, ainda
essa prerrogativa é acompanhada de certas restrições, que podem
ser claramente descritas.
Em primeiro lugar, o Mestre não pode ordenar uma reconside-
ração em qualquer outra noite que não a do escrutínio original. De-
pois a loja é fechada, a decisão tomada final seja, e não há nenhuma
autoridade humana que possa reverter isto. A razão desta regra é
evidente. Se assim não fosse, um Mestre indigno (pois, infelizmen-
te, nem todos os Mestres não são dignos) poderia, nem qualquer
noite, subsequente, valer-se da ausência daqueles que votaram bolas
pretas, para ordenar uma reconsideração, e assim introduzir um
40 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
candidato impróprio e rejeitado na loja, contrariamente aos desejos
de vários de seus membros.
Ele não pode ordenar uma reconsideração na mesma noite, se
algum dos Irmãos que votaram tenha se retirado. Todos os que
expressaram suas opiniões no primeiro escrutínio devem estar pre-
sentes para expressar no segundo. As razões para esta restrição são
tão evidentes como a primeira e são do mesmo caráter.
Deve ser compreendido, que eu não me refiro aqui àquelas recon-
siderações que são necessárias para uma completa compreensão da
opinião da loja sobre o escrutínio, e que tem sido detalhada no modo
de votação, como foi descrito na seção anterior.
Pode ser perguntado se o Grande Mestre pode, não permitir uma
reconsideração. Eu respondo enfaticamente: NÃO. O Grão-mestre
não possui tal prerrogativa. Não há lei em toda jurisprudência da
instituição. Mais clara que essa – que nem a Grande Loja nem o
Grão-mestre podem com a decisão da urna. Nas Constituições de
Anderson, a lei é apresentada, sob o título de “Tarefa dos Mem-
bros”14, na qual, os Irmãos “estão para dar seu consentimento em
seus próprios modos prudentes, tanto virtual como pessoalmente,
mas com unanimidade”. O regulamento segue dizendo: “Nem nes-
te privilégio inerente, assunto de recusa, porque os membros de uma
loja são os melhores juízes disso; e porque, se um membro proble-
mático se impuser sobre eles, poderá destruir a harmonia, ou pre-
judicar a liberdade de suas comunicações, ou até dividir e dispersar
a loja”. Isso resolve a questão. A autorização para reconsiderar um
escrutínio seria uma interferência com o direito dos membros de
“dar seu consentimento de seu próprio modo prudente”; isso seria
uma infração de um “privilégio inerente”, e nem a Grande Loja nem
o Grão-mestre pode utilizar sua autorização para essa finalidade.
Cada loja deve ser deixada gerenciar suas próprias eleições de candi-
datos de seus próprios modos prudentes.
14 1755, p. 312.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 41
Concluo nesta Seção pelo resumo dos princípios que foram dis-
cutidos, e que eu tenho me esforçado para fazer valer, por um con-
fiar que podem ser considerados suficientemente convincentes. Eles
são resumidamente:
1. Nunca é para um membro mover a favor da reconsideração
de um escrutínio sobre a petição de um candidato à iniciação,
nem para uma loja pensar sobre tal movimento.
2. O Mestre sozinho pode, por razões que considerar satisfató-
rias, ordenar tal reconsideração.
3. O Mestre não pode ordenar uma reconsideração em qualquer
noite subsequente, ou na mesma noite, depois que algum mem-
bro, que estava presente e votou, tenha se retirado.
4. O Grão-mestre não pode conceder uma dispensa para a re-
consideração, nem qualquer outra coisa que interfira com o es-
crutínio. A mesma restrição se aplica para a Grande Loja.
SEÇÃO VIII. A RENOVAÇÃO DAS INSCRIÇÕES
POR CANDIDATOS REJEITADOS
Como é evidente, a partir do último ponto, que não pode haver
reconsideração pela Loja, de petições rejeitadas, uma questão sur-
girá naturalmente como um erro cometido por ela se for rejeitado
um candidato digno; para que se corrija tal erro, uma vez este rejei-
tado, deve-se sempre haver um segundo julgamento, pois se admite
que podem haver circunstâncias em que um candidato que recebeu
votos negativos poderia, em uma renovação de sua petição, ser con-
siderado digno de admissão. Isso pode ser feito se o candidato ti-
ver se recuperado ou abandonado os hábitos viciosos que causaram
sua primeira rejeição, ou se for percebido que a rejeição foi injusta.
Como, então, um candidato deve fazer uma nova inscrição?
42 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
É uma regra de inscrição universal na Maçonaria que nenhum
candidato, tendo uma vez sido rejeitado, possa se inscrever para
admissão em qualquer outra loja, exceto naquela que o rejeitou
pela primeira vez. Sobre esse regulamento, o recurso da segunda
inscrição é da seguinte forma.
Algumas Grandes Ordens têm prescrito que, quando um can-
didato foi rejeitado, não deve caber a ele se inscrever em um ano,
ou em seis meses, ou em algum outro período definido. Este é um
regulamento local – não existe tal lei nas Constituições Antigas
– e, portanto, onde os regulamentos da Grande Ordem de jurisdi-
ção são omissos sobre esse assunto, os princípios gerais consideram
como caminho mais adequado, que um candidato rejeitado faça
uma segunda inscrição. Ele deve enviar uma nova carta, recomen-
dada e assinada como antes, pelos mesmos ou por outros Irmãos
– deve ser novamente dirigida a um comitê – que espera por um
mês – e a votação é então adotada como de costume em outros
casos. Deve-se tratar, em todos os aspectos, de uma nova petição,
totalmente independente do fato de a mesma pessoa já ter se inscri-
to uma vez antes, evitando que seja dado um aviso aos irmãos e que
todas as possibilidades de uma eleição injusta estejam presentes.
Se os regulamentos locais são omissos sobre o assunto, a segun-
da inscrição pode ser feita a qualquer momento depois da primeira
rejeição, sendo necessário apenas, que a segunda inscrição passe
pela mesma aprovação e sejam seguidas as mesmas regras observa-
das em relação a uma inscrição original.
SEÇÃO IX. A PROVAÇÃO NECESSÁRIA E
DEVIDA PROFICIÊNCIA DOS CANDIDATOS
ANTES DO AVANÇO
Talvez não exista nenhuma parte da jurisprudência da Maçona-
ria que do que aquela que relata o avanço dos candidatos através de
vários graus. O método que é adotado na passagem dos Aprendizes
e aumenta a capacidade dos Indivíduos – a provação que eles re-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 43
querem para servir em cada grau antes avança para uma mais alta
– e as instruções que eles recebem em seus progressos, frequente-
mente e materialmente afeta a estima dos iniciados pela institui-
ção. O candidato que permanece por mais tempo no alpendre do
templo, e retardatários no meio da câmara notando tudo digno de
observação em sua passagem mais interior para sagrada câmara do
tabernáculo e templo, enquanto ele entende melhor a natureza da
profissão que escolheu e tenha opinião mais exaltada sobre beleza e
excelências do que alguém de grau mais avançado.
No primeiro caso, o modelo, o simbolismo, a história, e a moral
e comportamento filosófico de cada grau serão não debilitadamen-
te impressos sobre a mente, e a apreciação tanto do que se passou
como do que virá, mas, na última, as lições de uma hora serão
obliteradas pelas do êxito; que foram aprendidas em um grau se-
rão esquecidas no próximo; e quando tudo houver terminado, e as
últimas instruções serão transmitidas, o novato insatisfeito achará
sua razão, em todos os relatos da Maçonaria, dentro de um estado
de confusão caótica. Como Cássio, ele lembrará “uma massa de
coisas, mas nada distintamente”.
Uma centena de anos atrás foi dito que “a Maçonaria foi uma
ciência progressiva e nunca fechada em conceitos de perfeição, mas
evoluir através do tempo, paciência e para não ser atingido em
qualquer grau de perfeição, mas pelo tempo, paciência, e consi-
derável grau de dedicação e diligência”. E isto devido à proporção
de tempo, paciência e dedicação, no entanto, é tão comum o fato
desses princípios não estarem sendo observados, que nós vemos tão
frequentemente os Maçons indiferentes às reivindicações da insti-
tuição, e totalmente incapazes de discernir seus verdadeiros pro-
gressos. O arcano da profissão, como Dr. Harris observa, deveria
ser gradualmente transmitido para seus membros, de acordo com
suas melhoras.
Não existe nenhum regulamento de nossa Ordem mais frequen-
temente repetido em nossas constituições, nem um que devesse ser
mais rigidamente observado, que o que exige que todos os candida-
44 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
tos tenham uma “proficiência adequada” em um grau, antes que seja
permitido passar para um outro. Mas como este regulamento é tão
frequentemente negligenciado, para o prejuízo manifestado de toda
a Ordem, tão bem quanto a loja em particular que o viola, pela in-
trodução de um trabalhador ignorante e sem habilidade para dentro
do templo, pode valer a pena o trabalho que devemos fazer como
o sujeito, para investigar algumas das autoridades que nos ajudam
na declaração, que nenhum candidato deve ser promovido até, por
uma devida provação, é necessário que ele tenha feito a “proficiência
adequada no grau antecedente”.
Em uma das séries de regulamentos mais novas que foram pre-
servadas – feitas no reinado de Edward III – foi ordenado – “que
tais como estavam a ser admitidos pelos Mestres Maçons, ou Mes-
tres de trabalho, deveriam ser examinados se eles são capazes de
servir seus respectivos Lordes, tão bem os mais baixos quanto os
mais altos, para a honra e admiração da supracitada arte, e para o
benefício de seus Lordes”.
Aqui, então, nós podemos ver a origem deste uso, que ainda é
praticado em todo grupo bem liderado, não somente a demanda de
um grau adequado de proficiência no candidato, mas também de
testar esta proficiência pelo exame.
Esses cuidados e medos honestos da Fraternidade, medo de que
qualquer Irmão devesse assumir as tarefas de uma posição que ele
não poderia honestamente desenvolver, e que é, em nosso tempo,
indispensável para o avanço de um candidato para um grau para o
qual ele não está preparado, é ainda exibido em encargos promul-
gados no reinado de James II, o manuscrito do qual foi preservado
nos arquivos do Grupo de Antiguidade em Londres. Nestes encar-
gos exige-se “que nenhum Maçom execute nenhum trabalho do
Lorde, nem de qualquer outro homem, a menos que ele seja bem
capaz de desempenhá-lo que este não sofra nenhum prejuízo”. Nos
mesmos encargos, é prescrito que “nenhum mestre, ou colega, deve
tomar nenhum aprendiz por menos de sete anos”.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 45
Em outra série de encargos, cuja data exata não for apurada,
mas de que a linguagem e ortografia indica a sua origem antiga,
é dito: “Vocês devem ordenar o mais esperto para ser Mestre do
trabalho; e nem por amor nem linhagem, riquezas nem favor se
estabelece alguém para o trabalho a não ser que tenha um pouco
de conhecimento, afim de que não envergonhe o mestre a ser ser-
vido”.
Estes encargos mostram, de forma evidente, o grande estresse
que foi colocado pelos nossos antigos Irmãos sobre a necessidade
de habilidade e proficiência, e eles são precedentes nos quais todos
regulamentos similares, que têm sido subsequentemente aplicados
à Maçonaria Especulativa, são baseados.
No ano de 1722, a Grande Loja da Inglaterra ordenou que “Ve-
lhos Encargos dos Maçons Aceitos e Livres” a serem recolhidos dos
registros antigos, e, os tendo aprovado, eles se tornaram uma parte
da constituição da Maçonaria Especulativa. Nestes encargos, orde-
na-se que “um Irmão mais jovem deve ser instruído no trabalho,
para evitar o estrago de materiais por falta de conhecimento, e para
o crescente e contínuo amor fraterno”.
Subsequentemente, em 1767, foi declarado pela Grande Loja,
que “nenhum grupo deve ser permitido a fazer e elevar o mes-
mo Irmão, em um único e mesmo encontro, sem uma dispensa
do Grão-mestre, ou seu Representante”; e muito menos frequente
deve ser tomada vantagem desse poder de dispensa para acelerar
os candidatos através dos graus, é adicionado que a dispensa, “em
situações muito particulares somente, pode ser pedida”.
A Grande Loja da Inglaterra mais tarde achou necessário ser
mais explícita sobre o regulamento adotado pela loja:
“Nenhum candidato deve ser permitido receber mais que um
grau no mesmo dia, nem um grau mais elevado na Maçonaria
ser conferido a qualquer Irmão em um intervalo menor que
quatro semanas a partir de seu recebimento de um grau ante-
46 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
rior, nem até que ele tenha passado por um exame na loja aberta
neste grau”.
Isto parece ser o princípio reconhecido sobre o que é a Fraterni-
dade, neste dia, atuando neste país. A regra está, talvez, algumas
vezes, e em alguns lugares, em suspensão. Algumas lojas, a partir
de um desejo não político para aumentar sua força numérica, ou
rapidamente avançar homens de prosperidade mundial ou influên-
cia para altas estações na Ordem, pode infringir isto, e negligenciar
a procura de seus candidatos a proficiência adequada que deve ser
na Maçonaria, uma recomendação essencial para a promoção, mas
a grande doutrina de cada grau deve ser bem estudada, e o candi-
dato prova sua proficiência nele pelo exame, tem sido uniforme-
mente aplicada pela Grande Loja dos Estados Unidos, desde que
eles expressaram sua opinião sobre o assunto.
Assim, por exemplo, em 1845, o falecido Irmão A. A. Robert-
son, Grande Mestre de Nova York, deu a seguinte opinião, para o
grupo inteligente de pessoas q ue ele presidia:
“A prática de examinar candidatos nos primeiros graus, antes
ainda da admissão para um mais nível elevado, para certificar
sua proficiência, está sendo apreciado pelos Mestres das lojas, e
não pode ser tão valorizada, nem recomendada para todas as
lojas nesta jurisdição. Isto necessariamente exige que o novato
reflita sobre o comportamento de todos que até agora o ensina-
ram, para se lembrar da beleza e utilidade daquelas sublimes
verdades, que ele tem presenciado em seu progresso na mística
arte. Resumindo, isto os fará competentes superintendentes do
trabalho – e nenhum candidato deve avançar, até que prove à
loja, por meio de teste exame, que ele tenha progredido o sufi-
ciente nos graus mais baixos”.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 47
Em 1845, a Grande Loja de Iowa emitiu uma circular aos seus
subordinados, no qual ele deu a seguinte advertência:
“Para se prevenir contra o trabalho precipitado e impróprio, ela
proíbe um candidato de avançar até ele que tenha progredido de
forma satisfatória nos graus anteriormente. E para um candi-
dato sofrer para o progresso de quem é ignorante neste ignorante
particular, é calculado em um alto grau para prejudicar a insti-
tuição e retardar sua utilidade”.
A Grande Loja de Illinois praticamente declarou sua adesão ao
regulamento antigo; para, no ano de 1843, a promoção da Loja
Nauvoo, um de seus subordinados, revogado principalmente na
área que ela era acusada “de empurrar através do segundo e ter-
ceiro graus, antes ele tivesse condições de ser qualificado no grau
anterior.” E o comitê que recomendou a revogação, observou que
eles não estavam certos de que qualquer período da provação iria,
assegurar a habilidade, mas eles estavam certos de que pelos mar-
cos antigos da Ordem, o grupo deveria saber que o candidato é
desenvolveu-se bem em um grau antes de ser admitido para outro.
As Grandes Lojas de Massachusetts e Carolina do Sul adota-
ram, quase que integralmente, o regulamento da Grande Loja da
Inglaterra, já citado, que exige um intervalo de um mês para passar
entre a atribuição dos graus. A Grande Loja de New Hampshire
exige uma prova maior para seus candidatos; sua constituição pres-
creve o seguinte regulamento: “Todos os Aprendizes Ingressados
devem trabalhar cinco meses como tal, antes que eles possam ser
promovidos para o Segundo Grau de Trabalho. Todos do Segundo
Grau devem trabalhar nessa loja por três meses, antes que possam
ser admitidos ao sublime grau de Mestre Maçom. Provado, que se
qualquer Aprendiz Ingressado, ou Trabalhador de Segundo Grau,
deve se familiarizar com todas as informações pertencentes ao seu
grau, ele pode ser promovido em um período mais curto, de acordo
com o critério da loja”.
48 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Porém, talvez, a regra mais rigorosa sobre esse assunto seja a que
existe na constituição das Grandes Lojas de Hanover, que está nas
seguintes palavras:
“Nenhum Irmão pode ser eleito um oficial de uma loja até que
tenha sido um Tertre Maçom por três anos. Um Segundo Gru-
po de Trabalhadores deve trabalhar pelo menos um ano nesse
grau, antes que ele possa ser promovido para o terceiro grau.
Um Aprendiz Ingressado deve permanecer pelo menos dois anos
nesse grau”.
Parece desnecessário estender estas citações. A existência do re-
gulamento, que requer uma evolução constante nos candidatos,
até a devida proficiência ser obtida, é universalmente admitida. As
constituições antigas afirmam isto repetidamente, e têm recebido
a sanção de inúmeras autoridades Maçônicas. Mas, infelizmente,
a prática não está sempre de acordo com a regra. E, por isso, o ob-
jetivo deste artigo não é tanto para demonstrar a existência da lei,
como para realçar aos nossos leitores a necessidade de uma rigorosa
adesão a isto. Não há nenhum prejuízo maior que ter a Ordem Ma-
çônica (a admissão de pessoas imorais excluídas), que os candidatos
correrem pelos vários graus. A injustiça é feita para a instituição,
cujos os princípios e excelências nunca são devidamente apresen-
tados. Além disso para prejuízo irreparável do candidato, que, ad-
quirindo injusta impressão das cerimônias através do qual ele passa
rapidamente, ou das instruções que praticamente não ouve passa
a ter impressões sobre a ordem, as quais depois, serão dificilmente
mudados. A Maçonaria é traída em tal caso pelos seus amigos, e
pode inclusive perde a influência de um membro inteligente, que,
se tivesse sido instruído devidamente, poderia ter se tornado um de
seus interessados e mais constantes defensores.
Esse assunto é tão importante que não hesitarei acrescentar a de
Preston, uma autoridade sobre o assunto.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 49
“Muitas pessoas” dizem que as habilidades de um filósofo da Ma-
çonaria “são iludidas pelas vagas suposições de que nossos mistérios
são simplesmente nominais; e que as práticas estabilizadas dentre
nós são frívolas, e que nossas cerimônias podem ser adotadas, ou
dispensadas ao bel prazer. Sobre esta fundação falsa, achamos cor-
rendo através dos graus da Ordem, sem pensar na responsabilidade
disso, ou possuindo uma simples qualificação requisitam o avanço.
Passando pelas formalidades comuns, eles se consideram intitula-
dos para ter o seu lugar como mestre das artes, solicitam e aceitam
oficiais, e assumem o governo da loja. Como consequência óbvia;
anarquia e confusão acontecem, e a essência é perdida nas sombras.
Daí, homens eminentes de habilidade, classificação, e fortuna, são
frequentemente deixados à margem das honras da Maçonaria com
tal indiferença que, quando o auxílio é solicitado, eles tanto acei-
tam os cargos com relutância quanto os rejeitam com desdém”.
Não deixar, então, que seja admitido qualquer candidato para
um grau mais alto, até que ele tenha feito a proficiência adequada
no anterior.
SEÇÃO X. A VOTAÇÃO PARA OS
CANDIDATOS EM CADA GRAU
Embora não haja lei nenhuma, nas Constituições Antigas, que
em palavras expressas exija um processo seletivo para promoção
dos candidatos em cada grau, ainda todo teor e espírito destas
constituições parecem indicar que deveria haver recurso para tal
ato. A constante referência, nas numerosas passagens que foram ci-
tadas na Seção anterior, à necessidade de um exame de proficiência
daqueles que comprovam avanço, deveria necessariamente aparecer
para mostrar que uma decisão da loja sobre a questão deve ser da
proficiência. Dessa forma, as Grandes Lojas modernas têm geral-
mente, exigência de votação na inscrição de um Aprendiz ou de um
50 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Trabalhador de Segundo Grau para o avanço, e onde nenhum foi
estabelecido, opta-se a favor de tal votação.
As Constituições Antigas foram omitidas sobre o assunto da
carta da lei, utilidade local e regulamentos devem necessariamente
suprir a regra específica.
Caso não fosse providenciada pelas Constituições de um Gran-
de Loja ou as regras adotadas pela instituição de uma loja subordi-
nada, analogamente se instruiria que a votação, sobre a inscrição
de Aprendizes ou Trabalhadores de Segundo Grau, a promoção
deveria ser governada pelos mesmos princípios que regulam os pro-
cessos seletivos para iniciação.
Evidentemente, então, deveria ser unânime: para que eu veja a ra-
zão na qual uma loja de Trabalhadores de Segundo Grau deveria ser
menos considerada em sua admissão dos Aprendizes, que um grupo
de Aprendizes é em sua admissão dos profanos.
Novamente, a votação deveria ocorrer em um encontro regular,
para que cada membro pudesse ter “a devida e oportuna partici-
pação”, e ser preparado para exercitar seu “privilégio inerente” de
concessão ou retenção de seu consentimento. Para isto, deve ser re-
lembrado que o homem que foi digno, quando iniciado como um
Aprendiz Ingressado, pode provar ser indigno quando ele se inscreve
para um grupo de Trabalhadores de Segundo Grau, e cada membro
deveria, portanto, ter meios e oportunidades de passar pelo julga-
mento de dignidade ou indignidade.
Se o candidato ao avanço for rejeitado uma vez, ele pode nova-
mente se inscrever, se não houver nenhum regulamento local. Mas,
em tal caso, devida oportunidade de participar deveria ser dada a
todos os menbros, por meio de candidatura num dia, inscrição no
outro. Contudo, suponho que seja apenas necessário neste caso de
uma inscrição renovada após uma rejeição. Um Aprendiz Ingres-
sado ou Trabalhador de Segundo Grau é intitulado após a devida
aprovação o avanço; e sua primeira inscrição pode ser votada na
mesma noite, sendo proporcionado em um encontro regular da
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 51
loja. Os membros devem a conhecer o trabalho dele antes de votar,
e deveria estar lá para fazê-lo.
Mas de outro modo, o caso é sempre que um candidato para o
avanço tenha sido rejeitado ele agora foi posto de lado pela loja, e
logo se estabelece nos regulamentos do trabalho para sua segunda
inscrição tempo que pode ser de três meses, um ano, ou cinco anos.
Se, contudo, a segunda inscrição não for feita em um encontro re-
gular e estabelecida ao longo do próximo, a possibilidade é de que o
grupo possa ser pego de surpresa, ou nas palavras do Regulamento
velho, “um membro indisciplinado pode ser imposto a isto”.
A inconveniência de qualquer outro curso pode ser prontamen-
te vista, a partir de um caso de suposições. Nós iremos assumir
que em certa loja, A, que é de Trabalhadores de Segundo Grau,
inscreve-se regularmente para avançar para o terceiro grau. Sobre
esta ocasião, por razões boas e suficientes, dois dos membros, B
e C, expressam suas divergências pela deposição de bolas pretas.
Sua inscrição para ser levantada, e, por conseguinte, é rejeitada,
e permanece como um Trabalhador de Segundo Grau. Dois ou
três encontros da loja passam, e em cada, B e C são apresentados;
mas, no quarto encontro, as circunstâncias obrigam sua ausência,
e os amigos de A, levando vantagem da ocorrência, novamente
propõem a ele para o avanço; a votação é iniciada imediatamente,
e ele é eleito e promovido na mesma noite. A injustiça do curso B
e C, causaria mal para a loja e para a Fraternidade inteira, nessa
promoção de alguém que é provavelmente indigno, se passará por
um Maçom inteligente e correto.
Portanto, eu não acredito que um candidato devesse ter sua pro-
moção rejeitada, em consequência das objeções sobre sua dignida-
de moral e caráter. Em tal caso, o devido avaliador iria preferir tes-
tes, para testá-lo como um Aprendiz ou Trabalhador de Segundo
Grau; e, se encontrada culpa: suspender, expulsar, ou punir. O can-
didato, é, neste caso, levado a um julgamento justo. Exigência de
proficiência, ou uma qualificação mental ou física adquirida desde
52 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
a recepção do grau anterior, é uma legítima causa para um embar-
go na promoção pelo escrutínio. Mas este assunto será tratado no
capítulo sobre os direitos de Aprendizes Ingressados.
SEÇÃO XI. O NÚMERO DE INICIADOS
EM UMA COMUNICAÇÃO
O quarto regulamento geral decreta que “nenhuma Loja deve
formar mais que cinco novos Irmãos ao mesmo tempo”. Isso tem
sido universalmente interpretado (e com grande exatidão) para
mostrar que não mais que cinco decretos podem ser conferidos na
mesma comunicação.
Esse regulamento é, portanto, utilizado para dispensa pelo
Grão-mestre, ou pelo Grão-mestre Presidente, e, no caso do nú-
mero a ser iniciado ter aumentado, ficará comprovado apenas pelas
palavras de dispensa.
O seguinte, ou quinto regulamento geral, diz que “nenhum ho-
mem pode ser formado ou admitido membro de uma Loja particu-
lar, sem notificação prévia de um mês, dada a mesma”.
Conclui-se então, que um Aprendiz não pode ser admitido
membro da loja de Mestres de Segundo Grau, nem um Mestre
de Segundo Grau de um Mestre, sem a devida provação. Pois as
palavras do regulamento que se aplicam a alguém serão igualmente
aplicadas aos outros. E, por isso, constituiu-se a lei, segundo a qual
deve decorrer pelo menos um mês entre o recebimento de um grau
e a ascensão para outro. Mas essa, também deve ser submetida a
uma Ordem.
SEÇÃO XII. O ENCERRAMENTO DOS CANDIDATOS
DE UMA LOJA EM OUTRA
Esse é um regulamento antigo e universal: nenhuma loja deve
interferir no trabalho de outra para iniciar seus candidatos, ou pro-
mover seus Aprendizes e Mestres de Segundo Grau. Supõe-se que
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 53
cada Loja é competente para gerenciar seus próprios assuntos, e
deve ser o melhor juiz de seus próprios membros; por isso, seria
altamente inapropriado para qualquer Loja conferir um grau a um
Irmão que não faça parte dela.
Esse regulamento é fundamentado nas Antigas Obrigações, a lei
fundamental da Maçonaria:
“Ninguém deve descobrir inveja na prosperidade de um Irmão,
nem tomar seu lugar ou colocá-lo para fora de seu trabalho, se
ele for capaz de concluí-lo; nenhum homem pode terminar o
trabalho do outro, tanto para o benefício do Senhor, a menos
que ele esteja familiarizado com os modelos que o iniciaram”.
Existe, portanto, um caso no qual uma loja pode, legalmente,
concluir o trabalho de outra. Permita-nos supor que um candidato
foi iniciado em uma Loja em A, e, antes de receber seu segundo
grau, se muda para B, e que dada a urgência de seus negócios, é
incapaz tanto de adiar sua saída de A, que depende de aprovação
e elevação, ou para retornar ao propósito de receber seu segundo e
terceiro graus. Nesse caso cabe à Loja A conceder permissão à loja
B para conferir-lhe tal grau.
Mas como essa permissão deve ser dada – por votação unânime,
ou simplesmente da maioria dos membros em A? Me parece que
nesse caso, as considerações da loja A e as razões para unanimidade
não existem mais. Não há perigo de que um “membro rebelde, seja
imposto a eles”, pois ao fim, o membro se tornará parte da loja e
outra. A questão do consentimento é simples, e pode ser determi-
nada pelos votos favoráveis da maioria dos membros em A. Deve-
se compreender que, se algum Irmão acredita que o candidato é
indigno, de ascensão, ele pode suspender a questão do consenti-
mento, ter restrições à ele. Se isso não for feito, e o consentimento
da Loja for obtido, onde o candidato pode se inscrever para a loja
em B; quando sua petição for lida, deve, obviamente, passar pelo
54 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
crivo da aprovação de um mês, e com uma votação unânime ser
aprovada.
Não conheço nenhuma lei antiga sobre esse assunto, mas me
parece que o que tenho descrito, é apenas uma sugestão.
SEÇÃO XIII. A INICIAÇÃO DOS NÃO-RESIDENTES
O assunto desta seção é naturalmente dividido em duas ques-
tões: primeiro, a iniciação de um candidato por uma Loja, que,
residindo no mesmo Estado ou jurisdição da Grande Loja, ainda
não é um habitante da cidade na qual o grupo aonde ele se inscre-
veu está situado, mas mora mais perto de um outro; e, o segundo
a iniciação de um estranho, cuja residência é em um outro Estado,
ou que está sob a jurisdição de outra Grande Loja.
1. O primeiro desses regulamentos apresenta uma questão que
é facilmente respondida. Embora eu não tenha encontrado ne-
nhum regulamento antigo sobre o assunto até agora, pela auto-
ridade concomitante de todas as Grandes Lojas neste país, pelo
menos, todo grupo é proibido de iniciar qualquer pessoa que
resida mais perto de qualquer outra loja maçônica. Se, portanto,
tal iniciação ocorreu. A punição deve cair sobre a loja e não so-
bre o recém-formado Irmão.
2. A segundo regulamento apresenta uma questão mais emba-
raçosa. Uma loja pode em um Estado, ou na jurisdição de um
Grande Loja, iniciar um residente de outro Estado, e tal inicia-
ção seria lícita, e a pessoa a ser iniciada como Maçom ou, para
usar a linguagem técnica da Ordem, um Maçom formado “na
devida maneira”, e ideal para todos os direitos e privilégios da
Ordem?
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 55
Como a questão é uma das maiores dificuldades; isto deu mo-
tivo para muita controvérsia, e tem sido calorosamente discutido
nos últimos anos por vários Mestres das Grandes Lojas dos Estados
Unidos.
Em 1847, a Grande Loja de Alabama adotou o seguinte regu-
lamento, que foi anteriormente promulgado pela Grande Loja de
Tennessee:
“Qualquer pessoa residindo na jurisdição desta Grande Loja,
deva futuramente, viajar para qualquer jurisdição estrangeira,
e lá receber os graus da Maçonaria, não deve ser intitulada para
os direitos, benefícios, e privilégios da Ordem, até que ele seja
regularmente admitido como um membro do grupo, mais pró-
ximo de onde ele resida neste período”.
A regra adotada pela Grande Loja de Maryland é ainda mais
rigorosa. Ela declara, “que se algum indivíduo, a partir de motivos
egoístas, de desconfiança de sua aceitação, ou outras causas pes-
soas, intencionalmente e premeditadamente viaja para dentro de
outra jurisdição, e lá recebe os graus maçônicos, ele deve ser consi-
derado um Maçom formado clandestinamente”.
A Grande Loja de Nova York, especialmente, se opôs a esses
regulamentos, infligindo uma penalidade sobre o início, e atribui
suas razões para a oposição na seguinte linguagem:
“Antes que um homem se torne um Maçom, ele não é submetido
a nenhuma lei que qualquer Grande Loja pode promulgar. Ne-
nhuma Grande Loja tem o direito de fazer uma lei para impe-
dir qualquer cidadão de ser iniciado em um grupo específico, ou
na cidade ou Estado de sua residência; Grande Loja nenhuma
pode proibir um cidadão a ir para onde lhe agrada para buscar
aceitação para uma corporação; e onde não há direito de obrigar
ou proibir, não pode haver direito para punir; mas será obser-
vado que as leis referidas foram feitas para punir os cidadãos de
56 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Maryland e Alabama, como Maçons e Irmãos, para fazer algo
antes que eles fossem Maçons e Irmãos, por direito perfeito de
fazer como cidadãos e homens livres, e o qual deve certamente
considerado como um ato de decepção e deslealdade. Pense em
um jovem Maçom, retornando para casa, para descobrir que ele
é um ‘Maçom clandestino’, que ele ‘ deve ser expulso’, ou que ele
não pode ser reconhecido como um Irmão até que ele ‘se junte ao
grupo onde se encontra sua residência’, porque foi iniciado em
Nova Iorque, na Inglaterra, ou na França”.
Parece-nos que a Grande Loja de Nova York tem tido a própria
visão do assunto; embora nós confessemos que não estamos satis-
feitos com toda a forma como se chegou à conclusão. Por mais que
nós pudéssemos pensar sobre a inconveniência de formar pessoas
em curto prazo (e certamente nós acreditamos que seria melhor
que o caráter e as qualificações de cada candidato fossem submeti-
dos à inspeção de seus vizinhos ao invés de estranhos, muito de nós
podem condenar a falta de cuidado e facilidade de uma loja que
inicia um estranho, sem que o devido exame de seu caráter, que,
evidentemente, pode raramente ser analisada. Nós somos obrigados
a admitir que tais iniciações são legais – a pessoa assim iniciada não
pode ser chamada de Maçom clandestino, porque ele foi iniciado
em um grupo constituído legalmente – e por ser Maçom regular,
nós não conhecemos de nenhum princípio pelo qual ele recusou a
admissão como um visitante em qualquer uma das lojas.
A Maçonaria é universal em seu caráter, e não conhece nenhu-
ma distinção de nação ou religião. Embora cada estado ou reino
tenha sua distinta Grande Loja, isto é simplesmente convenção.
A jurisdição dessa lojas é de um caráter maçônico, e apenas sobre
os membros da Ordem, que se comprometem a ser fiéis volunta-
riamente. Não podem afetar quem não é iniciado. É verdade que
o quanto antes um candidato se inscreve para a iniciação em um
grupo, antes ele começa a desfrutar dos privilégios da Lei maçô-
nica. Deve submeter-se a padrões determinados de inscrições e
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 57
entrada, anteriormente sua entrada na Ordem. Mas como esta
fórmula é universal em sua operação, deve ser derivada a partir
de alguma autoridade universal. A maneira, portanto, pela qual
um candidato é admitido, e as qualificações preliminares que são
requisitadas, são estabelecidas pelos marcos, a utilidade geral, e
as constituições antigas da Ordem. E como eles têm dirigido o
modo de fazer, poderiam também determinar o lugar onde um
homem deve se formar um Maçom. Mas eles não têm feito tal
coisa. Não podemos, após a mais diligente pesquisa, encontrar
qualquer regulamento constitucional do ofício, que se refere à
iniciação dos não residentes. O assunto tem sido deixado de lado;
e como as autoridades universalmente reconhecidas da Maçona-
ria não têm elaborado leis sobre o assunto, agora é muito tarde
para qualquer autoridade moderna e local, como a de um Grande
Loja, começar fazer isto.
Um Grande Loja pode, é verdade, proibir – como Missouri,
Carolina do Sul, Geórgia, e vários outros Grandes Lojas têm feito
– a iniciação de não residentes, dentro de sua própria jurisdição.
Porque é uma Lei local promulgada por uma autoridade local; mas
isto não pode vigorar acima de seu próprio território, e determinar
a mesma regra para outra Grande Loja, que não pode, na verdade,
estar propensa a adotá-la.
As conclusões então, às quais chegamos a respeito desse assunto
são: as antigas constituições não têm determinado nenhum regula-
mento sobre a iniciação dos não residentes; isto é, contudo, opcional
em cada Grande Loja, decide como são formados os candidatos em
suas próprias jurisdições; a formação, onde é permitida, é legal, e o
candidato recém-formado que posição se torna um Maçom regular,
e é intitulado para a correta visitação.
Então, qual é o remédio, quando uma pessoa de mau caráter,
e tendo, na linguagem da Grande Loja de Maryland, “uma des-
confiança de sua aceitação” em casa, vai para o exterior e recebe os
graus da Maçonaria? Ninguém deve negar que tal estado de coisas
pode causar grande mal para o ofício. Felizmente, o remédio é sim-
58 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
ples e facilmente aplicado. Deixe o grupo, dentro das jurisdições,
exercitar seu poder de disciplina, e se seu caráter e conduta mere-
cerem punição, deixe-o ser expelido da Ordem. Se ele for indigno
de permanecer nela, ele deve ser removido desta de uma vez; mas
se ele for digno de continuar nela, certamente não pode haver ne-
nhuma em relação a isso.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 59
Capítulo 2
Os direitos do
Aprendiz Ingressado
Em relação aos direitos do Aprendiz Ingressado, não devemos ser
auxiliados pelas Constituições Antigas que, ao deixar o assunto aon-
de estava nada dizem em relação ao que é a regra. Em todos os casos,
devemos (como frequentemente observado antes), no estabelecimen-
to da lei, aplicar a regra aos princípios gerais de igualdade, e os sen-
tidos comuns ditados, e, com essa três diretrizes, encontrar somente
uma pequena dificuldade para chegar à conclusão correta.
Na fundação, um Aprendiz Ingressado não era considerado um
membro do Grupo, no qual o privilégio era apenas estendido aos
Mestres Maçons. Na época, o grau de Mestre não era tão indis-
criminadamente concedido como o é agora. Longos testes e uma
maior qualificação intelectual ou moral eram exigidas para habili-
tar um candidato a essa sublime condição. Ninguém era chamado
Mestre Maçom a não ser os que presidiram seus Grupos e, o ofí-
cio dos Diretores era preenchido pelos Trabalhadores de Segundo
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 61
Grau. Os Aprendizes Ingressados, bem como os Trabalhadores de
Segundo Grau, podiam participar das comunicações da Grande
Loja, e expressar suas opiniões; e, em 1718, isso era decretado em
todo regulamento novo, pelo o qual devia ser submetido à consi-
deração até do mais jovem Aprendiz Ingressado. Os Irmãos deste
grau compuseram, naquele tempo, uma grande corporação de tra-
balhadores. Mas, todas essas coisas, desde que, têm sofrido mui-
tas alterações pela melhoria de nossa organização; e os Aprendizes
Ingressados parecem agora, por consentimento universal, estarem
restritos a poucos direitos. Eles têm o direito de participar em todas
as Lojas maçônicas de seu grau, de receber todas as instruções do
grupo ao qual pertencem, mas não de falar ou votar, e, por último,
de se oferecer como candidatos para promoção, sem a necessidade
de uma petição formal por escrito.
Os direitos de um Aprendiz Ingressado é para ele, tão impor-
tante quanto aqueles de um Mestre Maçom são para quem tenha
avançado para tal grau; e ele é e deve ser firmemente garantido em
sua posse. Contudo, como nenhum Maçom pode ser privado de
seus direitos e privilégios, exceto depois de um justo e imparcial
julgamento, e o veredicto de seus companheiros, está claro que o
Aprendiz Ingressado não estará livre destes direitos sem tal julga-
mento e veredicto.
Porém, no próximo lugar, nós seremos indagados: o privilégio
de ser passado como um Trabalhador de Segundo Grau é para ser
enumerado como um desses direitos? E, nós claramente respon-
demos, “Não”. O Aprendiz Ingressado tem o direito de fazer sua
inscrição. Neste assunto, ele difere de um leigo, que não tem tal
direito de inscrição até que seja qualificado para tal, por tornar-se
um Aprendiz Ingressado. Mas, se a inscrição for garantida, não
é compelida por direitos legais, ou, pela vontade do grupo, que
pode impedir isso, se o agrada. Se esses não eram o caso, o grupo
não possuiria nenhuma liberdade sobre o assunto do avanço dos
candidatos; e a regra exige um teste e um exame, – porque, a negli-
62 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
gência da melhoria ou o querer da competência como algo positivo
nenhuma penalidade.
Me parece, então, que, quando um Aprendiz se inscreve para
seu segundo grau, o grupo pode, se pensar adequadamente, recu-
sar; e pode expressar a recusa pela votação. Nenhum julgamento
é necessário, porque nenhum direito do candidato é afetado. Ele
é, por uma rejeição de seu pedido, deixado na mesma posição que
ocupava inicialmente. Ele ainda é um Aprendiz Ingressado, em boa
forma; e o grupo pode ao mesmo tempo pensar adequado, reverter
sua decisão e prosseguir em promovê-lo.
Se, contudo, ele é especificamente encarregado de qualquer
ofensa contra as leis da Maçonaria, seria necessário submetê-lo a
um julgamento. As testemunhas deveriam ser ouvidas, tanto a fa-
vor como contra ele, e o Aprendiz deveria ser tomado, como em
todos os outros casos de julgamento, e, de acordo com o veredicto,
deveria ser suspenso, expulso, ou por outro lado, punido.
O efeito destes dois métodos de procedimento é muito diferente.
Quando, pelo voto, o grupo recusa o avançar de um Aprendiz In-
gressado, não há, necessariamente, qualquer desonra em seu caráter
moral. Isso se deve ao fato de recusa ser baseada na área que ele
não teve a proficiência suficiente para autorizá-lo a passar. Conse-
quentemente, sua postura como um Aprendiz Ingressado não é, de
qualquer forma, afetada. Seus direitos permanecem os mesmos. Ele
ainda pode participar do grupo quando esse é aberto a reuniões
no seu grau; e receber instruções; discutir assuntos maçônicos com
Maçons de mesma posição e novamente se inscrever para se tornar
um Trabalhador de Segundo Grau.
Mas, se ele tiver tentado um cargo específico, e for suspenso
ou expulso, seu caráter moral é afetado. Seus direitos maçônicos
são perdidos; e ele não pode mais ser considerado um Aprendiz
Ingressado de boa reputação. A ele não será mais permitido parti-
cipar do grupo, receber instruções maçônicas ou discutir assuntos
maçônicos com outros Maçons; nem pode se inscrever novamente
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 63
para o avanço até que a suspensão ou expulsão seja removida por
ação espontânea do grupo.
Esses dois procedimentos funcionam de maneira diferente em
outro aspecto. A Grande Loja não irá se sobrepor a um grupo su-
bordinado a obrigá-lo a promover um Aprendiz Ingressado; porque
acredita-se que cada grupo deve ser competente para terminar, em
seu próprio tempo, e ao seu próprio modo, o trabalho que começou.
Mas, que a Grande Loja, sozinha, pode tirar os direitos e privilé-
gios da Maçonaria, e que uma expulsão por um grupo subordinado
é ineficiente até que ela seja confirmada pela Grande Loja, segue
que a expulsão do Aprendiz deve ser confirmada pela corporação;
e que, portanto, ele tem direito de apelar a isto para reverter sua
sentença, se esta foi injustamente proferida.
Ser nomeado aprendiz, em pé de igualdade com os Grandes
Mestres Maçons, é considerada uma incomensurável honra.]
Ninguém se tornaria um Aprendiz a menos que ele, a longo pra-
zo se formar um Trabalhador de Segundo Grau, e então um Mes-
tre. Ele é, portanto, moralmente e legalmente prejudicado quando
questionado, sem causa suficiente, sobre a capacidade de preencher
eassa expectativa. A tarefa da Grande Loja é assegurar que nem
mesmo o membro mais humilde tenha seus direitos injustamente
violados.
A próxima questão: “qual número de bolas pretas deveria impe-
dir um Aprendiz de passar para o segundo grau?” Eu respondo: o
mesmo número que rejeitaria a inscrição de alguém indigno para
a iniciação na Ordem. E por que não deveria ser assim? As qualifi-
cações requeridas a alguém que se inscreve, pela primeira vez, para
admissão ao grau de um Aprendiz mais que subsequentemente se-
ria exigido da mesma pessoa sobre sua inscrição para uma maior
benevolência e maior honra – que sendo avançado para o segundo
grau? Ou fazer as requisições que existem nos estágios anteriores da
Maçonaria, que se tornam menos com cada fase do progresso pre-
tendido? Vendo a questão por este aspecto – e, realmente, não sei de
nenhum outro para ver isto – me parece ser perfeitamente evidente
64 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
que a constituição peculiar e os princípios de nossa Ordem exigi-
rão unanimidade na eleição de um leigo para a iniciação, de um
Aprendiz para um Trabalhador de Segundo Grau para um Mestre
Maçom; e que, enquanto nenhum Aprendiz Ingressado possa ser
expulso da Ordem, exceto pelo devido curso do julgamento, cabe à
loja, a qualquer hora, sobre um escrutínio, recusar avançá-lo para o
Segundo Grau. Mas, deixe isto ser relembrado, que a Loja que re-
cusa promover um Aprendiz, por conta de qualquer objeção ao seu
caráter moral ou dúvidas de sua dignidade, é uma barreira e uma
vantagem num julgamento, e expulsá-lo de uma vez, se culpado,
inocente ou avançá-lo quando por outro lado, qualificado.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 65
Capítulo 3
os direitos dos
Tr abalhadores de Segundo Gr au
Em tempos antigos havia, sem dúvidas, muitos direitos atrela-
dos ao Segundo Grau, mas que agora têm se tornado obsoletos ou
repelidos; anteriormente, a maior parte da corporação da Frater-
nidade era composta por Trabalhadores de Segundo Grau, e, de
acordo com os antigos encargos, mesmo o Grão-mestre poderia
ser eleito por eles. O Mestre e os Guardas das Lojas Subordinadas
sempre o foram. Assim, somos avisados que nenhum Irmão pode
ser Grão-mestre, “a menos que ele tenha sido um Trabalhador de
Segundo Grau antes de sua eleição”; e, sobre a maneira antiga de
constituir uma Loja, contida no Livro das Constituições, é dito que
“se os candidatos, tanto o novo Mestre como Guardas, estiverem
ainda entre os Trabalhadores de Segundo Grau, o Grão-mestre
deve questionar seu Representante se ele os examinou” etc. Mas,
agora que a grande corporação da Fraternidade consiste de Mestres
Maçons, as prerrogativas dos Trabalhadores de Segundo Grau es-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 67
tão circunscritas dentro de limites quase tão estreitos como aqueles
dos Aprendizes Ingressados. Contudo, os Aprendizes não têm per-
missão para falar ou votar, desde os tempos antigos, até na verdade,
uma data bem tardia. Os Trabalhadores de Segundo Grau foram
intitulados a tomar parte em qualquer discussão na qual a Loja,
enquanto aberta no primeiro e no segundo grau, poderia partici-
par, mas não votar. Este privilégio é expressamente declarado por
Preston como pertencente ao Trabalhador de Segundo Grau, em
seu cargo para um candidato, recebendo este grau.
Como um Trabalhador, em nossas assembleias privativas, você
pode oferecer seus sentimentos e opiniões sobre os assuntos con-
forme eles forem regularmente introduzidos na Palestra, sob a su-
perintendência de um Mestre experiente, que irá guardar o marco
contra a usurpação.
Este privilégio não é agora concedido neste país para os Traba-
lhadores de Segundo Grau. Tudo que foi dito no capítulo anterior,
sobre os direitos dos Aprendizes Ingressados, será igualmente apli-
cado, mutatis mutandis, aos direitos dos Trabalhadores de Segundo
Grau.
68 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Capítulo 4
os direitos dos
Mestres Maçons
Quando um Maçom alcança o terceiro grau, ele se torna inti-
tulado para receber todos os direitos e privilégios da Antiga Habi-
lidade da Maçonaria. Esses direitos são extensos e complicados; e,
como suas tarefas, que são igualmente extensas, exigem um exame
cuidadoso e minucioso para compreendê-los. Quatro deles, pelo
menos, são de tanta importância quanto a demanda de uma con-
sideração distinta. Esses são os direitos dos membros, da visitação,
do auxílio, e do enterro. Para cada um, dedicarei uma seção sepa-
rada.
SEÇÃO I. O DIREITO DOS MEMBROS
Todo espírito e conteúdo dos Regulamentos Gerais, bem como
o uso uniforme da habilidade, sustentam a doutrina, que quando
um Maçom é intitulado em um grupo, ele tem o direito, assinando
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 69
as leis adotadas pela organização, de tornar-se um membro sem a
necessidade de se submeter a outro escrutínio. Na constituição da
Grande Loja de Nova York, este princípio é declarado para ser um
dos marcos antigos e é anunciado nas seguintes palavras: “a inicia-
ção faz um homem um Maçom; mas ele precisa receber o grau de
Mestre e assinar leis adotadas pela organização antes que se torne
um membro do grupo.” Se a doutrina não for exatamente um mar-
co (que eu confesso não estar muito preparado para aceitar), isto
nos vem quase provido com a autoridade de um, a partir da sanção
da utilidade universal e ininterrupta.
Quanto tempo antes ele perde esse direito por alguém que não o
usa, ou negligencia o benefício disso, presumo que é uma questão
a ser decidida por uma autoridade local. Uma Loja ou a Grande
Loja pode fixar o período de acordo com seu juízo; mas o costume
geral é, para exigir a assinatura das leis adotadas pela organização,
e um consequente registro na loja, dentro de três meses depois de
receber o terceiro grau. Um Maçom deveria negligenciar à utilida-
de deste privilégio, perdendo o direito a isso (a menos que, sobre
causa suficiente, ele é desculpado pelo grupo) e deve ser submetido
a um escrutínio.
A razão para tal lei é evidente. Se um Maçom não se une de
uma vez à Loja no qual ele cresceu, mas permite passar um período
estendido, não há certeza que seu caráter ou hábitos podem não
ter mudado, e que ele pode não ter se tornado, desde sua iniciação,
indigno de afiliação. Sob a lei geral, é necessário que ele deva em
tal caso, se submeter à provação habitual de um mês, e uma inves-
tigação de suas qualificações pelo comitê, bem como um escrutínio
pelos membros.
Mas existem outros privilégios também conectados com este di-
reito de membro. É exigido que o leigo se inscreva para a iniciação
na Loja mais perto de sua casa, e, se rejeitado, não pode mais se
inscrever em qualquer outra Loja. Mas a regra é diferente no que
diz respeito à inscrição de um Mestre Maçom para membro.
70 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Um Mestre Maçom não é restrito a qualquer limite geográfico
em seu privilégio de inscrição como membro. Tudo o que é exigido
é que ele seja um Maçom afiliado; que ele deveria ser um membro
contribuinte de uma loja, sem qualquer referência a esta peculiar
localidade, quer esteja perto ou distante de sua residência. Os An-
tigos Encargos simplesmente determinam que todo Maçom deve
pertencer a uma Loja. Um Maçom, contudo, concorda estritamen-
te com o regulamento, quando ele se une a uma Loja, assim con-
tribuindo para o auxílio da instituição, e é então intitulado para
todos os privilégios de um Maçom afiliado.
Uma rejeição de inscrição de um Mestre Maçom para membro
por uma Loja não o priva do direito de se inscrever para outra. Um
Maçom possui “boa reputação” até que seja privado deste caráter
pela ação de alguma autoridade maçônica competente; e esta ação
apenas pode se dar somente por suspensão ou expulsão. A rejeição
não afeta a “boa reputação” do candidato; dentro de uma rejeição
não há forma legal de julgamento, e consequentemente o Irmão re-
jeitado permanece na mesma posição tanto depois quanto antes da
sua rejeição. Ele possui os mesmos direitos de antes, intactos e não
reduzidos; e dentre estes direitos está o da inscrição para membro
em qualquer grupo que ele possa escolher.
Então, se um Maçom pode ser um membro de uma Loja dis-
tante de sua residência, e, talvez, até situada em uma jurisdição
diferente, então a questão local que surge é: se no local que ele resi-
de, mas do qual ele não é um membro, pode exercer sua disciplina
sobre ele caso cometa alguma ofensa exigindo uma punição maçô-
nica. Sobre esse assunto há, dentre as escrituras maçônicas, uma
diferença de opinião. Contudo, eu concordo com o Irmão Pike, o
Presidente do Comitê de Correspondência de Arkansas autorizado,
que o grupo pode exercer tal disciplina. Eu argumento que um
Maçom está propício para sua conduta não somente para a Loja do
qual ele possa ser membro, mas também para qualquer uma dentro
da jurisdição que ele reside permanentemente. Uma Loja é a con-
servadora da pureza e a protetora da integridade da Ordem dentro
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 71
de seu recinto. A conduta indigna de um Maçom, vivendo como
se estivesse imediatamente sob seu governo, é calculada mais inju-
riosamente para afetar a pureza e integridade. Uma Loja, portanto,
não deveria ser privada do poder de forçar tal Maçom indigno,
e, pela punição saudável, de reivindicar o caráter da instituição.
Permita-nos supor, por exemplo, que um Maçom vivendo em São
Francisco, Califórnia, mas mantendo sua participação em Nova
York, se comporte de maneira imoral e indecorosa de modo a obter
maior descrédito sobre a Ordem, e para lesá-la materialmente na
defesa de uma comunidade não-iniciada. Por um momento, será
sustentado que um grupo em São Francisco não pode deter o mal
trazendo um Maçom indigno sob disciplina, e até expulsando-o da
Fraternidade, pergunta-se: uma severidade como esta é necessária
para a proteção da instituição? Ou será sustentado que a reparação
pode ser solicitada somente por meio do atraso e incerteza de um
apelo para o seu grupo em Nova York? Mesmo se as palavras das
antigas leis são omitidas sobre este assunto, a razão e justiça pare-
ciam manter a propriedade e conveniência da doutrina que a Loja
em São Francisco é amplamente competente para estender sua ju-
risdição e exercitar sua disciplina sobre o acusado.
A respeito do número de votos necessários para admitir um
Mestre Maçom que se inscreve por uma petição para ser membro
de uma Loja, não pode haver dúvida que ele deve se submeter pre-
cisamente nas mesmas condições determinadas para um leigo na
sua petição para iniciação. Não há espaço para argumentar, aqui,
os Regulamentos Gerais que estão expressos nesse assunto.
“Nenhum homem pode ser formado ou admitido como um
membro de uma Loja em particular”, diz o quinto regulamento,
“sem consultar com um mês de antecedência à Loja mencionada”.
O sexto regulamento complementa que “nenhum homem pode
se tornar um Irmão em qualquer Loja em especial, ou ser admiti-
do um membro dela, sem o consentimento unânime de todos os
membros dessa Loja então apresentados”.
72 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Assim, isto pode ser considerado como uma lei determinada, na
medida em que os Regulamentos Gerais podem determinar uma
lei da Maçonaria, que um Mestre Maçom pode apenas ser admiti-
do um membro de uma Loja ao se inscrever por uma petição, após
uma provação de um mês, depois de devido inquérito sobre seu
caráter, e depois de uma votação unânime a seu favor.
Mas existem outros direitos dos Mestres Maçons consequentes
sobre o membro, que ainda falta ser considerado. Na união com
uma Loja, um Mestre Maçom se torna um participante de todos
seus interesses, e é intitulado para falar e votar sobre todos os as-
suntos que vêm diante do grupo para investigação. Ele, também
é intitulado, se devidamente eleito pelos seus companheiros, para
manter qualquer ocupação no grupo, exceto a ocupação de Mestre,
pela qual ele deve ser qualificado tendo ocupado um posto de Di-
retor anteriormente.
Um Mestre tem o direito, em todos os casos, a um apelo da
decisão do Mestre ou da Loja.
Um Mestre Maçom de boa reputação tem um direito, a qual-
quer hora, de exigir da sua Loja um certificado para tal efeito.
Quaisquer outros direitos que podem pertencer aos Mestres
Maçons serão assuntos de seções separadas.
SEÇÃO II. O DIREITO DE VISITA
Todo Mestre Maçom, que é um membro afiliado de uma Loja,
tem o direito de visitar qualquer outra, tão frequente quanto for
de sua vontade. Esse direito é assegurado a ele pelos Regulamentos
Antigos, e é, portanto, irreversível. Nos Antigos Encargos na cons-
tituição de uma Loja, primeiramente contido em um MS da Loja
de Antiguidade em Londres, e cuja data não é posterior a 1688,
diz “que todo Maçom recebe e acalenta companheiros estranhos
quando eles vêm ao país, e os põe para trabalhar do modo que é; ou
seja, se o Maçom tem alguma pedra moldada na sua casa, ele deve
dar a pedra moldada, e colocá-lo para trabalhar; e se ele não tem
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 73
nenhuma, o Maçom deve reanimá-lo com dinheiro para a próxima
Loja”.
Este regulamento é explícito. Não apenas deduz o direito da
visita, mas declara que o Irmão estranho deve ser bem vindo, “rece-
bido, e acalentado”, e “posto para trabalhar”, quer dizer, permitido
a participar no trabalho de sua Loja. Suas provisões são igualmente
aplicáveis para os Irmãos residentes onde a loja está situada como
para os Irmãos que estão de passagem, munidos de que eles são
Maçons afiliados.
No ano de 1819, a lei foi na Inglaterra autoritariamente deter-
minada por um decreto da Grande Loja. Uma queixa tinha sido
proferida contra uma Loja em Londres por ter recusado a admissão
de alguns Irmãos que eram bem conhecidos para eles, alegando
que, como a Loja estava a ponto de iniciar um candidato, nenhum
visitante poderia ser recebido até que a cerimônia fosse concluída.
Foi então, declarado, “que é inquestionável o direito de todo Ma-
çom bem conhecido, ou adequadamente certificado, visitar qual-
quer grupo durante o tempo que este está aberto para os negócios
maçônicos gerais, observando as formas de ser bem atendido em
tais ocasiões, e de modo que o Mestre não pode ser interrompido
no desempenho de sua tarefa”.
Uma Loja, quando não estiver aberta para os “negócios maçôni-
cos gerais”, mas quando comprometida nas considerações de pro-
blemas que interessam apenas a elas, e que seria inconveniente ou
indelicado tornar público, pode recusar a recepção de um visitante.
As Lojas comprometidas desta forma, em negócios particulares,
dos quais visitantes são excluídos, são ditos pelos Maçons franceses
para serem abertos en famille.
Para nomeá-lo a este direito de visita, um Maçom deve ser afilia-
do, ou seja, ele deve ser membro contribuinte de alguma loja. Esta
doutrina foi assim estabelecida nas Constituições da Grande Loja
da Inglaterra:
74 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
“Um Irmão que não é um membro contribuinte de algum gru-
po, não deve ser permitido visitar qualquer outra loja na cidade
ou lugar em que reside, mais que uma vez durante sua dissidên-
cia a partir do seu ofício”.
Um Maçom não-contribuinte ou não-afiliado pode visitar cada
loja uma vez, e apenas uma vez, porque supõe-se que esta visita seja
feita pelo propósito de capacitá-lo a fazer uma escolha de algum
que ele possa preferir se unir permanentemente. Mas ele logo perde
esse direito de visita para atrapalhar aqueles Irmãos que desejam
continuar a ser membros da Ordem, e participar dos prazeres e das
vantagens, sem contribuir para esse auxílio.
Um Mestre Maçom não é intitulado a visitar uma loja, a menos
que ele se submeta anteriormente a um exame, ou é pessoalmente
determinado para isto por um Irmão competente presente; mas
isto é um assunto de tanta importância que o consideraremos em
uma seção distinta.
Outro regulamento diz que um Irmão estranho deve fornecer à
loja pretendida um certificado de sua boa reputação da loja ao qual
ele saudou por último. Este regulamento tem, nos últimos anos,
trazido muita discussão. Muitas das Grandes Lojas deste país, e
vários escritores maçônicos, tenazmente alegam, pela sua antigui-
dade e necessidade, enquanto outros declaram positivamente que
é uma inovação sobre o antigo uso.
Portanto, não pode haver dúvida da antiguidade dos certificados.
O sistema exigido deles foi forte aproximadamente duzentos anos
atrás, pelo menos será evidente do terceiro Regulamento feito na As-
sembleia Geral, de 27 de Dezembro de 1663, sob o Grão-mestrando
do Conde de St. Albans, e que está nas seguintes palavras:
“3. De hoje em diante, nenhuma pessoa que deve ser aceita como
um Maçom livre deve ser admitido para qualquer loja ou as-
sembleia, até que ele traga um certificado do tempo e lugar de
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 75
sua aceitação, a partir da loja que o aceitou para o Mestre do
qual o limite ou divisão onde tal loja está mantida”.
Este regulamento tem sido reiterado em várias ocasiões pela
Grande Loja da Inglaterra em 1772, e nos períodos subsequentes
por várias Lojas, também de outros países. Não está, contudo, em
vigor dentro de muitas das jurisdições americanas.
Um outro direito, conectado com o direito da visita é, de exigir
uma visão do mandado da constituição. Este instrumento não é, na
verdade, apenas um direito, mas sim uma tarefa que todo visitante
estranho deve cuidadosamente inspecionar, antes que ele entre em
uma Loja Maçônica, que ele pode se satisfazer da legalidade e regu-
laridade de seu caráter e autoridade. Sobre tal demanda sendo feita
por um visitante para a visão de seu mandado, cada loja é instigada
a concordar com a requisição e produzir o instrumento. A mesma
regra, do curso, se aplica às lojas sob dispensa, cujo mandado de
dispensa fornece no lugar de um mandado de constituição.
SEÇÃO III. O EXAME DOS VISITANTES
Já foi declarado, na seção anterior, que um Mestre Maçom não
pode visitar uma loja a menos que ele se submeta previamente a
um exame, ou seja, pessoalmente determinado por algum Irmão
competente presente. A prerrogativa da determinação por um Ir-
mão é importante e constituirá o assunto da próxima seção. Agora
permita-nos confinar para a consideração do modo de exame de
um visitante.
Todo visitante que se ofereça para o comitê apontado da loja
para exame é esperado, como um passo preliminar, para submeter
à obrigação do porteiro; então chamado, porque é o administrador
do lugar da portaria. Como esta obrigação não é parte do ritual
secreto da Ordem, mas é administrada para cada pessoa antes de
qualquer conhecimento legal que um Maçom recebe, não pode
haver objeção nenhuma ao inseri-lo aqui, e na verdade, será van-
76 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
tajoso ter as precisas palavras de uma declaração tão importante
colocada acima da possibilidade de mudar ou omitir pelos Irmãos
inexperientes.
O juramento, que é administrado ao visitante, e que ele pode,
se ele escolher, exigir que cada um presente o leve consigo, está nas
seguintes palavras:
“Eu, A.B., faço a doravante solenidade e sincero juramento, que
eu tenho sido regularmente iniciado, passado e crescido, para o
sublime grau de um Mestre Maçom, em uma loja justa e legal-
mente constituída a qual eu agora não estou suspenso ou expulso,
e não conheço nenhuma razão por que eu não deveria manter
uma comunicação com meus Irmãos”.
Esta declaração é dada na mais solene maneira. O exame deve,
então, ser conduzido nas formas necessárias. A boa e velha regra
de “começar do começo” deveria ser observada. Cada questão deve
ser feita e cada resposta exigida, que é necessário convencer o exa-
minador que a facção examinada é conhecida com o que ele deve
saber, para intitulá-lo para a alcunha de um Irmão. Não se espera
que aconteça nada de um modo em particular que nunca mude
– respostas de categoria devem ser exigidas para tudo o que é con-
siderado importante deve ser perguntado. Nenhum esquecimento
deve ser perdoado, nem a falta de memória deve ser aceita como
uma desculpa válida para a falta de conhecimento. O Maçom desa-
tento de suas tarefas, como ter esquecido as instruções que recebeu,
deve pagar a penalidade de seu descuido, e ser privado de sua visita
contemplada para a sociedade cujos modos secretos de reconhe-
cimento ele tem valorizado tão pouco que não os tem guardado
na memória. Enquanto existem algumas coisas que podem ser se-
guramente ultrapassadas no exame de alguém que confessa estar
“enferrujado”, ou mais recentemente iniciado, porque eles são de-
talhes que requerem muito estudo para adquirir e prática constante
para reter, existem ainda outras fatores de grande importância que
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 77
devem ser rigidamente exigidos, e com o conhecimento do qual o
examinador não pode, sob quaisquer circunstâncias, dispensar.
Caso surjam suspeitas de impostura, não deixe que nenhuma
expressão destas suspeitas sejam feitas até que o decreto final para
rejeição seja pronunciado. Deixe este decreto ser proferido em ter-
mos gerais, tal como: “Eu não estou satisfeito”, ou “Eu não o re-
conheço”, e não em mais termos específicos, tal como: “Você não
respondeu este inquérito”, ou “Vocês são ignorantes sobre este pon-
to”. O visitante é apenas intitulado a saber, geralmente, que ele não
concordou com as requisições do examinador. Descer para caracte-
rísticas técnicas é sempre impróprio e frequentemente perigoso.
Acima de tudo, o examinador nunca deve perguntar como são
chamadas “as questões de liderança”, ou como é incluso nelas uma
indicação de qual resposta deve ser; nem deve de maneira alguma
ajudar a memória da parte examinada por menor que seja a dica.
Se ele possui isto, conseguirá sem assistência, e se ele não tiver, ele
será claramente nomeado a não ajudar.
Por último, uma injustificável delicadeza nunca deverá enfra-
quecer o rigor destas regras. Deixe isto ser lembrado, para que o
mais sábio e as mais evidentes razões, as misericordiosas leis dita-
das, que diz que é melhor que noventa e nove homens culpados es-
capem do que um homem inocente ser punido, seja revertido com
a gente, e que na Maçonaria, é melhor noventa e nove verdadeiros
os homens devem ser mandados porta afora de uma Loja Maçônica
do que um homem que trabalha em uma loja maçônica sem ter
servido o aprendizado adequado, ser admitido.
SEÇÃO IV. A DECLARAÇÃO DE UM IRMÃO
Um exame algumas vezes pode ser omitido, quando algum Ir-
mão competente presente declarar sobre a reputação e qualificações
de um visitante maçônico. Esta prerrogativa de declarar é importan-
te para que todo Mestre Maçom seja intitulado, sob certas restrições,
ao exercício; mas também é uma que pode afetar materialmente o
78 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
bem estar de toda a Fraternidade – dado que, por sua utilização im-
prudente, impostores poderiam ser introduzidos entre os fiéis - que
deveria ser controlada pelos mais rigorosos regulamentos.
Declará-lo é evidenciá-lo e, testemunhando a verdade, todo cui-
dado deve ser observado, para que não haja falsidade ao assumir
habilidosamente sua farda. O Irmão que declara deve, portanto, ter
a certeza de que para quem ele declara, é realmente quem ele afir-
ma ser. Ele deve saber que isso não é uma conversa informal, nem
um inquérito perdido e descuidado, mas, como a lei não escrita da
Ordem manifesta, a partir de “um rigoroso julgamento, exame do
direito, ou informação legal”.
Do julgamento rigoroso e exame do direito eu já tratei na seção
anterior; e resta apenas dizer que, quando a declaração é funda-
mentada no conhecimento obtido neste modo, é absolutamente
necessário que o Irmão que então declara deva ser competente a
conduzir tal exame, e que sua inteligência geral e astúcia e seu co-
nhecimento da Maçonaria devam colocá-lo acima da probabilidade
imposta. A importante e indispensável qualificação de um decla-
rante é, contudo, que seja competente. O Mestre do grupo não tem
o direito de aceitar, sem outro inquérito, a declaração de um jovem
e inexperiente, ou até de um velho, se ignorante, Maçom.
Informação legal, que é a área restante para uma declaração, pode
ser derivada tanto da declaração de outro Irmão, ou de ter encontra-
do a parte declarada para um grupo sobre a ocasião anterior.
Se a informação for derivada de outro Irmão, que relata que ele
examinou a parte, então todos os que já foram avisados da compe-
tência de alguém dar uma informação igualmente aplicável. O Ir-
mão, dando a informação original, deve ser competente ao fazer um
exame rigoroso. Novamente, a pessoa que dá a informação, a que re-
cebe e a pessoa da qual a informação é dada, devem estar presentes
neste momento; por outro lado, não haveria certeza da identidade. A
informação dada por carta ou por meio da terceira facção, portanto,
é altamente irregular. A informação deve também ser positiva, não-
fundamentada em crenças ou opinião, mas derivada de uma fonte
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 79
legítima. E por último, ela não deve ser recebida casualmente, mas
sim para o objetivo de ser usada para um propósito maçônico. Para
alguém dizer para outro no curso de uma conversa informal: “A.B.
é um Maçom”, não é suficiente. Ele pode não estar falando com o
devido cuidado, ao não esperar que suas palavras sejam considera-
das de peso. Ele deve dizer algo para este efeito: “Eu sei que este
homem é um Mestre Maçom”, para tal ou tais razões e você pode
seguramente reconhecê-lo como tal. Apenas isto assegura o cuidado
necessário e adequada execução de prudência.
Se a informação dada refere-se à área que a pessoa declarada foi
vista em um grupo pelo declarante, deve-se tomar cuidado ao in-
dagar se este era uma “Loja de Mestres Maçons”. Uma pessoa pode
esquecer, por um lapso de tempo, e declarar um estranho como
um Mestre Maçom, quando a loja onde ele foi visto estava apenas
aberto no primeiro e segundo grau.
SEÇÃO V. OS DIREITOS DE
REIVINDICAÇÃO DE AUXÍLIO
Um dos grandes objetivos de nossa instituição é permitir auxí-
lio para um Irmão digno e aflito. Em sua necessidade e pobreza, a
reivindicação de um Maçom sobre seus Irmãos é bem maior que de
um leigo. Esta é uma doutrina cristã bem como maçônica. “Como
temos, portanto, oportunidade”, diz St. Paul, “permita-nos fazer
algo de bom para todos os homens, especialmente para os que são
de mesma fé que nós”.
Esta reivindicação por auxílio pode ser apresentada tanto para
uma loja como para um Irmão Maçom. A regra, bem como os prin-
cípios pelos quais é regulada, é estabelecida na lei fundamental da
Maçonaria, os Antigos Encargos, nas palavras explícitas seguintes,
sob o título de “Comportamento relativo a um Irmão estranho”:
“Você está a examiná-lo cautelosamente, de tal forma que a
prudência deve direcioná-lo e não pode ser imposto sobre tal mé-
todo como por um ignorante, falso, fingido, que vocês estão a
80 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
ponto de rejeitar com desprezo e escárnio, e ter cuidado a dar a
ele qualquer sinal de conhecimento”.
Mas se você descobrir que ele é um Irmão verdadeiro e genuíno,
você deverá respeitá-lo devidamente; e se ele está em necessidade,
você deve aliviar-lhe se puder, ou também direcioná-lo para que ele
seja ajudado. Deve empregá-lo por alguns dias, ou recomendar que
alguém o empregue. Mas você não é encarregado de fazer isto acima
de suas habilidades, apenas prefira um Irmão pobre, que é um ho-
mem bom e verdadeiro, do que quaisquer outras pessoas nas mesmas
circunstâncias.
Esta lei estabelecida será percebida como dois pré-requisitos im-
portantes, sobre os quais encontrados importantes reivindicações
de auxílio, em que a pessoa que reivindica deve ser afiliada, e que
ele deve ser digno de assistência.
Ele deve ser afiliado. Nós não somos uma companhia de seguro,
uma associação de fundos em comum, no qual, para certo prêmio
pago, um equivalente pode ser demandado. Nenhum Maçom ou
loja é direcionado a dar ajuda financeira a um Irmão, a menos que
ele realmente precise. A palavra “benefício”, como normalmente
usada nas modernas sociedades amigáveis, não tem lugar no vo-
cabulário de um Maçom. Se um Irmão rico está aflito com uma
tristeza ou doença, nós devemos nos esforçar para confortá-lo com
nossa simpatia, gentileza, e nossa atenção, mas devemos outorgar
nossa pobre ajuda apenas sobre o indigente ou desamparado.
Ele também deve ser digno. Não há obrigação de sobre um Ma-
çom de aliviar angústias de um Irmão indigno, embora ele possa.
A pessoa que pede ajuda deve, na linguagem do Encargo, ser “ver-
dadeira e genuína”. A verdade aqui é usada em seu bom e velho
sentido saxônico, “fiel” ou “confiável”. Um verdadeiro Maçom é
consciente de suas obrigações, e que fielmente observa e pratica to-
das as suas tarefas. Tal homem pode sozinho reivindicar assistência
corretamente aos seus Irmãos.
Mas uma terceira provisão é feita na lei fundamental; isto é, a
assistência não está acima da habilidade de quem a fornece. Um
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 81
dos mais importantes marcos, contidos em nossa lei escrita, mais
definidamente anuncia esta provisão, pelas palavras que auxiliam e
assistem não devem resultar em prejuízo para ninguém. A Maço-
naria não exige que sacrifiquemos nosso próprio bem-estar para o
bem-estar de um Irmão; mas que com prudente liberalidade, e uma
consideração justa aos nossos próprios meios mundanos, devemos
dar destes meios com a qual a Providência pode nos abençoar para
o alívio de nosso Irmão angustiado.
É desnecessário dizer que o pedido de ajuda de um Maçom dig-
no e angustiado se estende também à sua família.
SEÇÃO VI. OS DIREITOS DO
ENTERRO MAÇÔNICO
Após um cuidadoso exame, não pude encontrar nada nos An-
tigos Encargos ou Regulamentos Gerais, nem em qualquer outra
parte da lei fundamental, em relação ao enterro maçônico de Ir-
mãos falecidos. É provável que, em um período anterior, quando
a grande corporação de ofício consistia de Aprendizes Ingressados,
o costume permitia o enterro de primeiro e segundo grau, com as
honras da Maçonaria. Já em 1754, as procissões com a finalidade
de enterrar Maçons pareceram ter sido conduzidas por alguns gru-
pos com tanta frequência, ou alguma outra irregularidade; em no-
vembro daquele ano, que a Grande Loja adotou um regulamento
que os proibia, sob grave penalidade, a menos que pela permissão
do Grão-mestre, ou seu Representante. Como havia, comparativa-
mente falando, poucos Mestres Maçons naquele período, parecia
uma consequência natural que a maioria das procissões funerárias
era para o enterro de Aprendizes, ou pelo menos, de Trabalhadores
de Segundo Grau.
Porém, o costume, desde então, tem mudado muito e por um
consentimento universal; a lei, como primeiramente comprometi-
da em escrever, por Preston, cujo autor de nosso presente serviço
funerário, é agora adotada.
82 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
O Regulamento, como estabelecido por Preston, é tão explícito,
que eu prefiro citá-lo em suas próprias palavras.
“Nenhum Maçom pode ser enterrado com as formalidades da
Ordem, a menos que seja de um pedido especial próprio, comu-
nicado ao Mestre do Grupo do qual o membro morreu – ex-
cluindo estrangeiros e visitantes; nem que ele tenha avançado
para o terceiro grau da Maçonaria, a partir de tal restrição, não
pode haver exceções. Trabalhadores de Segundo Grau ou Apren-
dizes não são autorizados aos obséquios do funeral”.
Essa regra tem sido incorporada nas modernas constituições da
Grande Loja da Inglaterra; e, como já observei, aparece por um con-
sentimento universal para ser adotada como um costume geral.
A necessidade para uma dispensa, que também é exigida pe-
las constituições inglesas modernas, não parece ter encontrado a
mesma aprovação geral, e neste país, dispensas para procissões fu-
nerárias não são frequentes, isso se forem requeridas. Na verdade,
o próprio Preston, em uma explicação da lei, diz que não era a
intenção restringir os privilégios de lojas regulares, mas que, “por
uma prática universal de Maçons, toda loja regular é autorizada
pela Constituição a atuar em tais ocasiões quando limitadas a seus
próprios membros”. Isso ocorre apenas quando membros de ou-
tras lojas, que não estão sob o controle do Mestre, são convocadas,
que uma dispensa é requerida. Mas, na América, Grandes Lojas
ou Grão-mestres geralmente não têm interferido com os direitos
das lojas para enterrar o morto; o Mestre sendo obviamente res-
ponsável das autoridades constituídas para qualquer indecoro ou
impropriedade.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 83
Capítulo 5
os direitos dos
Mestres passados
Eu já discuti o direito dos Mestres passados de se tornarem
membros de um Grande Loja Maçônica, em uma parte anterior
deste trabalho, e cheguei à conclusão de que não existe tal direito, e
que a Grande Loja pode ou não admiti-lo como membro, de acor-
do com sua própria noção de conveniência. Isso deve-se ao fato de
que eles são competentes pelas suas posições maçônicas em aceitar
tal cortesia quando estendida, e nisto se constitui uma prerrogati-
va; para ninguém, a não ser os Mestres, os Diretores, ou os Mestres
passados, sob qualquer circunstância pode se tornar membro de
uma Grande Loja.
Mestres passados possuem outros direitos positivos.
Em primeiro lugar, eles têm o direito de instalar seus sucessores,
e em todos os momentos subsequentes à sua instalação serem apre-
sentados em uma cerimônia de instalação de Mestres das Lojas.
Eu deveria ter considerado que raramente é necessário ocupar uma
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 85
posição tão evidente por si só, não que isto não envolva a discussão
de uma questão que, nos últimos anos, tem sido calorosamente
discutida em algumas jurisdições, isto é, se este direito a ser apre-
sentado a uma instalação deveria ou não ser estendido aos Mestres
passados, feitos nos Astutos Membros Reais.
Na visão do fato, que são dois tipos muito diferentes de possui-
dores do mesmo grau, a Grande Loja da Inglaterra há muito tempo
os distinguiu como Mestres passados “virtuais” e como reais. Os ter-
mos são suficientemente explícitos e têm a vantagem de nos habilitar
a evitar um circunlóquio, e eu devo, portanto, adotá-los.
Um Mestre passado real é quem foi regularmente instalado a
presidir sobre um grupo simbólico sob a jurisdição de uma Grande
Loja. Um Mestre passado virtual foi quem recebeu o grau em um
capítulo, para a finalidade de se qualificar para exaltação à Astúcia
Real.
Agora a questão a ser considerada é a seguinte: um Mestre pas-
sado virtual pode ser apresentado em uma instalação de um Mestre
passado real?
O Comitê de Correspondência de Nova Iorque, em 1851, anun-
ciou a doutrina, que um Membro, ou Mestre passado virtual, não
pode legalmente instalar o Mestre de uma Loja Simbólica; mas
que não existe nenhuma regra proibindo-o de ser apresentado na
cerimônia. Essa doutrina tem sido aceita por várias Grandes Lo-
jas, enquanto outras novamente recusam admitir a presença de um
Mestre passado virtual no serviço de instalação.
Na Carolina do Sul, por exemplo, por costume ininterrupto,
Mestres passados virtuais são excluídos da cerimônia de instalação.
Na Louisiana, sob a elevada autoridade do último Irmão Ged-
ge, afirma-se que “é o sagrado dever de todas as Grandes Lojas
prevenir os (membros) possuidores de grau a partir do exercício de
qualquer função pertencente ao ofício e atribuir de um Mestre de
uma loja de Maçonaria Simbólica instalado, e recusar reconhecê-
los como pertencentes à ordem dos Mestres Passados”.
86 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
O Irmão Albert Pike, cuja opinião sobre a jurisprudência ma-
çônica é intitulada para a mais respeitosa consideração, anunciou
uma doutrina similar em uma de suas elaboradas declarações ao
Grande Membro de Arkansas. Ele não considera que “o grau do
Mestre passado, conferido a um membro, investe o recipiente com
qualquer posição ou autoridade, exceto com o próprio membro;
que de forma alguma o qualifica ou autoriza a presidir na cadeira
de uma loja: que uma loja não tem nenhum meio legal de saber que
ele recebeu o grau em uma assembléia: por isso, não é suposto sa-
ber o que toma o lugar em uma Loja de Perfeição, ou uma Loja de
Cavaleiros de Ordem Maçônica”; e, evidentemente, se os Mestres
passados de uma loja não têm tais “meios legais” de reconhecimen-
to da Loja de Mestres, eles não podem permitir serem apresentados
em uma instalação.
Na verdade, isto não é nenhuma doutrina nova. Preston, em sua
descrição da cerimônia de instalação, diz: “O novo Mestre é então
conduzido para uma sala adjacente, onde ele é regularmente insta-
lado, e confinado à sua confiança na forma antiga, na presença de
pelo menos três Mestres instalados”. E o Dr. Oliver, ao comentar
essa passagem, diz: “esta parte da cerimônia apenas pode ser comu-
nicada verbalmente, ninguém pode a não ser o Mestre instalado a
ser apresentado”.
Esta regra parece ser fundada nos princípios da razão. Não
pode haver dúvidas, se nós cuidadosamente examinarmos a his-
tória da Maçonaria neste país e na Inglaterra, em que o grau de
Mestre passado foi originalmente conferido pelas Lojas Simbóli-
cas como em honorário ou recompensa concedida sobre os Irmãos
que foram achados dignos de ocupar a Cadeira Oriental. Até ago-
ra foi apenas um grau de ofício, e que poderia ser obtido apenas
a partir da Loja no qual o ofício foi conferido. Em um período
posterior, foi considerado um pré-requisito essencial para a exalta-
ção no grau de Astúcia Real e foi, para essa finalidade, conferido
sobre os candidatos para esta posição, enquanto o grau de Astú-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 87
cia Real estava sob o controle das Lojas Simbólicas, mas ainda
somente conferidos pelos Mestres passados da Loja. Mas subse-
quentemente, quando o sistema da Astúcia Real da Maçonaria foi
estendido neste país, e os grupos foram organizados independente
das Grandes e Simbólicas Lojas Maçônicas, estes Membros leva-
ram consigo o grau de Mestre passado e assumiram o direito de
conferi-lo sobre seus candidatos. Daí surgiu a anomalia que agora
existe na Maçonaria Americana, de dois graus suportando o mes-
mo nome, e dito para ser quase idêntico no caráter, conferidos por
dois orgãos diferentes sob qualificações totalmente diferentes e
para finalidades distintas. Como era de se esperar, quando o tem-
po obliterou em alguns graus os detalhes da história, cada facção
começou a reivindicar uma virtude de legitimidade soberana. Os
Mestres passados das Lojas negaram o direito das Lojas Maçôni-
cas Simbólicas para conferir o grau, e por último, afirmou que o
grau, como conferido à Loja, era uma inovação.
A prevalência da primeira doutrina, é claro, tenderia a privar as
Lojas Maçônicas Simbólicas de um interesse específico no direito
mantido por eles nos tempos mais antigos – que, especificamente,
confere um honorário em eleger seus Mestres.
No geral, a partir desta visão do caráter supersticioso do Grau
do Membro, e o apoio pela elevada autoridade de quem eu citei,
bem como pelo melhor costume, eu sou obrigado a acreditar que
a verdadeira regra é, para negar ao Membro, ou ao Mestre passado
virtual, o direito de instalar ou estar presente na instalação do Mes-
tre de uma Loja Simbólica. Um Mestre passado pode presidir uma
loja na ausência do Mestre, desde que seja convidado a fazê-lo pelo
Diretor Sênior presente. O segundo regulamento geral permitiu
presidir, durante a ausência do Mestre, para o último Mestre pas-
sado real, após uma loja ter sido congregada pelo Diretor Sênior;
mas dois anos depois, a regra foi revogada, e o poder de presidir em
tais casos foi depositado ao Diretor Sênior. E, neste país, isto tem
mantido devidamente, que na ausência do Mestre, sua autoridade
desce para o Diretor Sênior, que pode, contudo, por cortesia, ofe-
88 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
recer a cadeira para um Mestre passado, presente na loja em que foi
congregado. Algumas jurisdições têm permitido um Mestre passa-
do presidir na ausência do Mestre e ambos os Diretores, munido
de que ele foi um membro daquela mesa. Mas confesso que eu
não posso encontrar garantia para esta regra em nenhuma parte de
nossas leis fundamentais. O poder de congregar a loja na ausência
do Mestre sempre foi confinado aos Diretores; e isto, contudo, me
parece que quando ambos, o Mestre e os Diretores, estão ausentes,
embora um Mestre passado possa estar presente, a Loja Maçônica
não pode ser aberta.
Um Mestre passado é aceitável para a eleição da cadeira, sem ter
que passar novamente por um ofício do Diretor.
Ele também é submetido a um assento no Leste e a usar uma
jóia e um colar especial por sua dignidade.
Por um regulamento antigo, contido nos Antigos Encargos, os
Mestres passados sozinhos foram aceitos para o ofício do Guarda.
O representante do Grande Mestre também era para ser selecio-
nado dentre os Mestres, ou Mestres passados das Lojas. Nenhum
regulamento estava em vigor para o cargo de Grão-mestre, que
poderia ser selecionado entre a massa da Fraternidade. No presente
momento, neste país, é comum selecionar grandes oficiais entre os
Mestres passados da jurisdição, embora eu não saiba de nenhuma
lei antiga que estabelece tal regulamento obrigatoriamente, exceto
a respeito dos assuntos dos Grão-guardas e representantes do Grão-
mestre.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 89
Capítulo 6
A afiliação
A afiliação é definida pelo ato no qual um grupo recebe um
Maçom entre seus membros. Um leigo é considerado “iniciado”,
mas um Maçom é “afiliado”.
Agora, o modo pelo qual um Maçom se torna afiliado a um
grupo, em algum respeito difere, em outras comparações, no modo
com o qual um leigo é iniciado.
Um Maçom que deseja ser afiliado a uma loja deve se inscre-
ver por petição; esta petição deve ser referida a um comitê para
a investigação do caráter, ele deve permanecer em um estado de
provação por um mês e deve, então, se submeter a uma votação,
na qual a unanimidade é exigida para a sua admissão. Em todos
esses aspectos, não há diferença nos modos que regulamentam as
inscrições para a iniciação e a afiliação. O quinto e o sexto regula-
mentos gerais, sobre os quais estes costumes são fundamentados,
não mostram distinção entre o ato de formar um Maçom e admi-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 91
tir um membro. Os dois processos estão opostamente conectados
na linguagem de ambos os regulamentos. “Nenhum homem pode
ser formado, ou admitido como membro, sem aviso prévio de um
mês”; são as palavras do quinto regulamento. De forma similar, o
sexto adiciona: “Mas nenhum homem pode ser iniciado um Irmão
em qualquer grupo particular, ou admitido como um membro dele,
sem o consentimento unânime de todos os membros da loja”.
Ninguém além dos Mestres Maçons possui permissão para se
inscrever para a afiliação; e cada Irmão interessado deve trazer à loja
em que se inscreveu, um certificado de sua demissão regular da an-
tiga loja onde ele era um membro. Esee documento é agora normal-
mente um estilo de “demitir” e deve ser especificada a boa reputação
do portador no momento de sua resignação ou demissão.
Sob os regulamentos de várias Grandes Lojas deste país, um
leigo não pode, como já foi observado, se inscrever para a iniciação
em qualquer outra loja que não o mais perto de sua residência.
Portanto, não existe tal regulamento em relação à inscrição de um
Maçom para a afiliação. Uma vez admitido para a Ordem, ele tem
o direito de escolher a loja com o qual ele deseja se unir. Ele não
é limitado a se afiliar à loja em que foi iniciado, mas depois de ter
crescido, pode deixá-lo sem assinar as leis adotadas pela organiza-
ção e se vincular à outra.
Um leigo que foi rejeitado por uma loja não pode se inscrever para
ser iniciado em qualquer outra loja. Mas um Maçom, sendo rejeitado
por uma loja, pela sua inscrição para afiliação, não é assim desenca-
minhado a fazer uma inscrição similar para qualquer outro.
Em algumas poucas jurisdições, um regulamento local tem sido
promulgado, nos últimos anos, em que nenhum Maçom deve per-
tencer a mais de uma loja. Isto, eu presumo, cabe à Grande Loja
promulgar tal regulamento; mas onde tal decreto não funcionar,
nós devemos ser governados pelo antigo princípio geral.
Os Regulamentos Gerais, adotados em 1721, não contêm ne-
nhuma referência a este caso; mas em um novo regulamento, ado-
tado em 19 de fevereiro de 1723, foi decretado que “nenhum Irmão
92 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
deve pertencer a mais de uma loja dentro das contas de morta-
lidade”. Esta regra foi, portanto, confinada às lojas na cidade de
Londres e não afetou às lojas do país. Ainda, restrita como era em
sua operação, Anderson comenta: “este regulamento é negligen-
ciado por várias razões, e agora obsoleto”. Agora personalizado na
Inglaterra e em outras partes da Europa, bem como em algumas
pequenas porções deste país, é contrário ao regulamento; e onde
nenhuma lei local existe em uma jurisdição particular, sei que ne-
nhum princípio da jurisprudência maçônica proíbe um Maçom de
se afiliar em mais de uma loja.
A única objeção a isto é a que ela deve ser estimulada, não pela
Ordem, mas pelos indivíduos. É assim que suas tarefas e suas res-
ponsabilidades são assim multiplicadas, bem como suas despesas.
Se ele deseja se expor a todo peso adicional na correira da Maçona-
ria, isto não é para os outros resistirem a esta exuberância de zelo.
O Maçom que é afiliado a mais de uma loja deve se lembrar que
ele está sujeito à jurisdição independente de cada uma; pode pelo
mesmo delito ser julgado em cada uma e, embora já se absolvido
por todos os aspectos, exceto um que, se condenado por este, em
sua condenação ele poderá ser suspenso ou expulso, sendo que a
suspensão ou expulsão é válida para todas as outras.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 93
Capítulo 7
A demissão
Demitir-se de uma loja é renunciar ao título de membro, sobre
a ocasião na qual um certificado de boa reputação e liberação de
todos os encargos é dado ao candidato, que é tecnicamente chama-
do de despedido.
O direito de demitir ou renunciar nunca foi negado, até acer-
ca de alguns anos. Em 1853, a Grande Loja de Connecticut ado-
tou um regulamento em que “nenhum grupo deve conceder uma
demissão a qualquer um de seus membros, exceto pelo propósito
de se juntar a alguma outra loja; e que nenhum membro deve ser
considerado como retirado de uma loja até que tenha realmente se
tornado membro de outra“. Regulamentos similares têm sido tan-
to adotados quanto propostos por algumas outras Grandes Lojas,
mas eu duvido muito de ambas: da conveniência e sua legalidade.
Este método compulsório de manter Maçons, após eles terem sido
formados, me parece ser um tanto quanto repugnante para a natu-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 95
reza voluntária de nossa instituição como seria um modo compul-
sório de formá-los no começo. A conveniência de tal regulamento
também é altamente questionável. Todo candidato é exigido a vir
às nossas portas “por livre e espontânea vontade e acordo”, e cer-
tamente não devemos desejar manter ninguém entre nós após a
sua vontade não ser mais sentida. Estamos todos familiarizados
com o provérbio satirizado, que “Um homem convencido contra
sua vontade,/ Ainda é da mesma opinião”, e ele que não é mais
acionado por aquela ardente estima pela instituição que iria gerar
um desejo de continuar sua participação, poderia dificilmente ter o
seu zelo inativo, despertado, ou sua frigidez aquecida pelas barras e
parafusos de um regulamento que deveria mantê-lo um prisioneiro
relutante dentro das paredes das quais ele escaparia alegremente.
Maçons com tais disposições, nós podemos alegremente dispensar
da nossa loja.
Os Antigos Encargos, enquanto eles afirmam que todo Maçom
deve pertencer a uma loja, não acrescentam nenhuma penalidade
pela desobediência. Nenhum homem pode ser proibido de conti-
nuar sua união com a sociedade, seja ela religiosa, política ou so-
cial, por mais tempo que irá adequar suas próprias inclinações ou
senso de tarefa. Interferir com esta inalienável prerrogativa de um
homem livre seria uma infringir sobre os direitos privados. Uma
iniciação de Maçom foi voluntária e sua continuação na Ordem
deveria prosseguir assim.
Mas nenhum homem é intitulado a uma demissão, a não ser no
momento da exigência de que ele tenha boa reputação e seja livre
de todos os encargos. Se sob acusações por um crime, ele deve per-
manecer e cumprir o seu julgamento, e no caso de pendências, ele
deve pagar suas dívidas.
Há, contudo, um caso de demissão para o qual uma lei especial
foi decretada. Seria quando vários Irmãos exigem demissão de uma
loja ao mesmo tempo. Como esta ação é algumas vezes o resultado
de ressentimento ou de raiva, e como a retirada de vários membros
de uma vez poderia prejudicar seriamente a prosperidade, ou talvez
96 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
até pôr em perigo a existência do grupo, isso tem sido expressamente
proibido pelos Regulamentos Gerais, a menos que o grupo tenha se
tornado muito numeroso por trabalho conveniente; e mesmo assim,
não é permitido, exceto por uma dispensa. As palavras dessa lei são
fundamentadas no oitavo regulamento geral, como segue:
“Nenhum conjunto ou número de Irmãos deve se retirar ou se
separar de um grupo no qual eles foram formados Irmãos, ou fo-
ram mais tarde admitidos como membros, a menos que o grupo
se torne muito numeroso; e mesmo assim, sem uma dispensa do
Grande Mestre ou seu Representante; e quando eles são assim se-
parados, eles devem tanto se juntar a outro grupo quanto eles de-
vem gostar o máximo, como o consentimento unânime do outro
grupo para o qual eles irão, ou também devem obter o mandado
do Grande Mestre para se juntarem ao novo grupo”.
Parece, contudo, que, embora um grupo não possa negar o
direito de uma única demissão, quando uma espécie de conspi-
ração pode ser suposta a ser formada, e vários Irmãos apresen-
tam suas petições para demissão de uma vez e ao mesmo tempo,
o grupo pode não apenas recusar, mas é uma barreira para tal, a
menos que sob uma dispensa, que pode apenas ser dada no caso
de superpopulação do grupo.
Com estas restrições e qualificações, não pode ser duvidado que
todo Mestre Maçom tem o direito de se demitir do seu grupo por
sua própria vontade. O que será o resultado sobre ele, em suas fu-
turas relações com a Ordem, de tal demissão, constituirá o assunto
do capítulo seguinte.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 97
Capítulo 8
Os Maçons não-afiliados
Um Maçom não-afiliado quer dizer é aquele que não está ligado
como membro a nenhuma loja. Não pode haver dúvidas que tal po-
sição é contraditória ao espírito de nossa instituição, e esta afiliação
é uma tarefa obrigatória de cada Maçom. Os Antigos Encargos, que
têm sido frequentemente citados como lei fundamental da Maçonaria,
dizem sobre este assunto: “cada Irmão deve pertencer a uma loja e ser
submetido às leis adotadas pela mesma e aos Regulamentos Gerais”.
Explicitamente como esta doutrina tem sido anunciada, isto tem
sido muito pouco observado, em consequência de nenhuma pena-
lidade precisar ter sido anexada à sua violação. A todo momento,
Maçons não-afiliados têm existido – Maçons que se retiraram de
toda participação ativa em suas tarefas e responsabilidades da Or-
dem, e que, quando na hora de perigo ou angústia, não hesitaram
em reivindicar sua proteção ou assistência, enquanto a recusaram
em seus dias de prosperidades, adicionar às suas riquezas, seus po-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 99
deres ou influência. Neste país, as perseguições anti-maçônicas de
1828, e de alguns anos subsequentes, por causar o desaparecimento
de muitas Lojas, afastaram um vasto número de Irmãos da cone-
xão direta com a instituição; sobre a restauração da paz e renovação
do trabalho pelos grupos, muitos destes Irmãos se negaram a reu-
nir-se com a organização, e assim permaneceram não-afiliados. O
hábito, assim introduzido, foi seguido por outros, até que o pecado
da não-afiliação tenha chegado a tal ponto de excesso, e tenha se
tornado um sério mal, atraindo a atenção e recebido a condenação
de quase toda Grande Loja.
Poucos das Grandes Lojas negaram o direito de um Maçom
se demitir permanentemente da Ordem. Texas, por exemplo, de-
clarou que “não reconhece o direito de um Maçom de se demitir
ou se separar de uma loja em que ele foi formado, ou pode mais
tarde ser admitido, exceto com a finalidade de se juntar a outro
grupo, ou quando ele pode estar a ponto de sair sem a jurisdição
do grupo que ele foi um membro”. Algumas outras Grandes Lojas
adotaram um regulamento similar; mas a opinião prevalecente das
autoridades parece ser que é competente interferir no direito de
demissão, certos direitos e prerrogativas sendo, contudo, perdidos
por tal demissão.
Arkansas, Missouri, Ohio, e outras duas Grandes Lojas, enquan-
to não negam o direito de demissão, têm, em vários momentos, co-
brado uma taxa ou contribuição sobre o Maçom demitido ou não-
afiliado dentro das respectivas jurisdições. O princípio, portanto,
também falhou em obter cooperação geral de outras Grandes Lo-
jas, e alguns deles, como Maryland, denunciou isto abertamente.
Depois de uma cuidadosa análise das autoridades, eu não posso ne-
gar para homem nenhum o direito de se retirar, sempre que for de
sua vontade, de uma associação voluntária – as leis da terra não nos
sustentariam na aplicação de tal regulamento; e nossa auto-estima
deveria nos prevenir de tentar isto. Então, ele tem o direito de sair,
isso segue que nós não temos o direito de tributar-lhe, que é apenas
de um modo de infligir uma multa ou penalidade para o ato, o
100 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
direito de nós temos aderido. Na forte linguagem do Comitê de
Correspondência de Maryland: “O objetivo da Maçonaria nunca
foi extorquir, propositalmente ou não, o dinheiro de seus devotos.
Esses não são seus princípios de ensino. A defesa de tais doutrinas
não pode aumentar o interesse ou reputação da instituição; mas
fará, como seu comitê teme, muito para a destruição de sua utilida-
de. Membros compulsivos se privam do título, livre e aceito”.
Mas como é um preceito inquestionável pela Ordem, que todo
Maçom deve pertencer a um grupo e contribuir, até onde o seu
meio lhe permitir, para o apoio à instituição, e como, pela sua de-
missão, para outras finalidades temporárias, ele viola os princípios
e desobedece aos preceitos dela, naturalmente segue que sua saída
deve colocá-lo em uma diferente posição da que ele ocuparia como
um Maçom afiliado. Agora, é o momento para indagar qual é essa
nova posição.
Podemos dizer, então, que, sempre que um Maçom permanen-
temente deixa seu grupo, ele rompe toda a conexão entre ele e a
organização, a Loja Maçônica da Ordem. Por esta atitude, ele se
deixa todos os direitos e privilégios que o pertencem como um
membro dela. Dentre esses estão: visitação, ajuda financeira, e en-
terro maçônico. Sempre que ele se aproximar da porta de uma Loja
Maçônica, pedindo para entrar ou procurando por ajuda, é para
ser visto como um leigo. Ele pode bater, mas a porta não deve ser
aberta – ele pode pedir, mas não irá receber. O trabalho de um gru-
po não é para ser dividido com os que deixaram de lado as vestes
oficiais e acessórios e abandonaram a tarefa do Templo – os fundos
do grupo são para serem distribuídos apenas entre os que estão
ajudando, por suas contribuições individuais, para a formação de
fundos similares em outras Lojas Maçônicas.
Mas a como diz o ditado de que “uma vez Maçom, sempre Ma-
çom”, segue que um Irmão demitido não pode por tal demissão
separar-se de todas as suas responsabilidades maçônicas com seus
Irmãos, nem ser privado de suas responsabilidades correlativas a
ele. Um Maçom não-afiliado é ainda limitado por certas obriga-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 101
ções, das quais não pode, sob quaisquer circunstâncias, se separar,
e por similares obrigações, a Fraternidade também tem limitações
com relação a ele. Essas dizem respeito às funções de sigilo e de aju-
da na hora de perigo iminente. Do princípio, nesses não pode haver
nenhuma dúvida; e por último, as palavras do ensinamento orien-
tando a não nos deixar nenhuma opção; nem é um momento que
o G.H.S. de D. é expulso para indagar na condição da facção.
Falando nesse assunto, o Irmão Albert Pike, em sua declaração
para a Grande Loja de Arkansas, diz que “se uma pessoa apela
para nós como um Maçom em perigo, ou tal pressão da necessi-
dade que nós não temos tempo para inquirir sobre sua dignidade,
então, a fim de que não pudéssemos recusar o auxílio e ajuda para
um Maçom digno, nós não devemos parar para perguntar, como a
qualquer coisa”. Mas eu não acho que o Irmão tem aprendido a co-
locar o caso em uma maior luz. Isso não está sozinho “a fim de que
não pudesse recusar o alívio e a ajuda a um Irmão digno”, “que nós
estamos em casos de “perigo iminente” para não fazer nenhuma
pausa para deliberação. Mas isto é porque nós estamos limitados
pelas mais altas obrigações a todo tempo, e para todos os Maçons,
para dar esta ajuda quando devidamente requisitada.
Eu posso então, após esta discussão um pouco extensa, recapi-
tular brevemente a posição, dos direitos e das responsabilidades de
um Maçom não-afiliado como segue:
1. Um Maçom não-afiliado ainda é limitado na realização de
todas essas tarefas maçônicas e obrigações, exceto aquelas co-
nectadas com a organização do grupo.
2. Ele tem o direito da ajuda de um perigo iminente quando ele
pede por esta ajuda da maneira convencional e adequada.
3. Ele perde o direito de receber auxílio financeiro.
102 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
4. Ele perde o direito geral de visitar os grupos, ou de caminhar
em procissões maçônicas.
5. Ele perde o direito do enterro maçônico.
6. Ele ainda continua sujeito ao governo da Ordem, e pode ser
julgado e punido por qualquer delito como um Maçom afiliado
seria, pelo grupo cuja jurisdição geográfica ele reside.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 103
IV
Tomo
Os crimes e as
punições maçônicas
Capítulo 1
O que são crimes maçônicos?
A distinção de delitos, segundo os redatores da legislação muni-
cipal, quer na vida privada, quer na pública, no que se refere a danos
civis, crimes e delitos, não se aplica à jurisprudência da Maçonaria.
Nesta todos os erros são crimes, porque todos são uma violação
do conhecimento da instituição; e um delito contra o indivíduo,
implica punição, não tanto porque se trata de uma transgressão dos
direitos privados dele, mas porque isso afeta o bem-estar de toda a
comunidade maçônica.
Respondendo à questão, “O que são crimes maçônicos?” – ou
seja, por que determinados crimes são passíveis de punição – nosso
guia mais seguro será a lei fundamental contida nas Antigas Obri-
gações. Elas apresentam um resumo sucinto dos deveres de um
Maçom, e, evidentemente, qualquer violação desses deveres será
considerada um crime maçônico, e o autor estará sujeito à punição
maçônica.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 107
Antes de considerarmos esses delitos penais, seria interessante,
perguntar quais crimes e delitos não se enquadram no âmbito da
jurisprudência maçônica.
Religião e política são temas que, como se sabe, são rigorosamen-
te proibidos na Maçonaria. Por isso, surgiu a doutrina: a Maçonaria
não tomará conhecimento de delitos religiosos ou políticos.
Heresia, por exemplo, não é um crime maçônico. Os Maçons
são obrigados a usar as palavras das Antigas Obrigações, “para essa
religião na qual todos os homens concordam, guardando suas opi-
niões particulares a si mesmos”. Portanto, enquanto um Maçom
reconhece sua crença na existência de um Deus, o grupo não pode
tomar nenhuma atitude a respeito de sua opinião particular; con-
tudo, eles podem ser heterodoxos.
Da mesma forma, embora todos os mais antigos e famosos re-
comendem obediência aos poderes civis, e proíbam rigorosamente
qualquer confusão localizada ou conspiração contra a paz e o bem-
estar da nação, nenhum delito contra o Estado, que é político em
seu caráter, pode ser observado por um grupo. Sobre esse impor-
tante assunto, as Antigas Obrigações são notavelmente explícitas.
Elas afirmam, com o mais forte caso para exemplificar o princípio,
“que se um Irmão for um rebelde contra o Estado, não será consis-
tente em sua rebelião, portanto, ele pode ser penalizado como um
homem infeliz; e, se não for condenado por nenhum outro crime,
embora a leal Irmandade venha a renegá-lo, e ele não tenha ne-
nhum ressentimento político para momento em que, eles não po-
dem expulsá-lo do grupo, e sua relação permanece imprescritível”.
Contudo, o grupo pode não tomar nenhum conhecimento dos
delitos políticos ou religiosos.
O primeiro dever afirma: “Um Maçom é obrigado a obedecer a
Lei moral”. Agora, embora em um sentido teológico, os dez man-
damentos citados são: abraçar a lei moral, porque são seus melhores
expoentes. Os juristas têm dado ao termo uma amplitude mais
geral, definindo as leis morais a como “as eternas e imutáveis leis do
bem e do mal, para qual o próprio Criador, em todas as dispensas,
108 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
sujeita-se, e que ele tem ativado a razão humana para descobrir,
uma vez que são necessárias para conduzir as ações humanas”. [96]
Talvez o bem conhecido resumo de Justiniano dê uma idéia me-
lhor do que essa lei é, algo como “deveríamos viver honestamente
(isto é, sem desgraça), [97] deveria prejudicar e retribuir cada um
devidamente”.
Se, então, esse for o significado da lei moral, cada Maçom é,
por sua ocupação, obrigado a obedecer isso: todos os crimes, como
juramento profano ou grande impiedade de qualquer forma, ne-
gligência de tarefas sociais e domésticas, assassinatos e seus con-
comitantes vícios de crueldade e ódio, adultério, desonestidade
de qualquer forma, falso testemunho ou maledicência, mentira
constante, desordenada cobiça, e, em suma, todas as ramificações
desses delitos primários que afetam negativamente a jurisdição da
loja. Qualquer que seja o defeito moral que constitua um homem
mau, também faz um Maçom mau, e consequentemente vem sob a
categoria de delito maçônico. O princípio é tão simples e compre-
ensível que não precisa de outros exemplos. Em poucas palavras:
sempre que uma ação feita por um Maçom for contrária ou sub-
verta as três grandes tarefas que ele deve a Deus, a seu vizinho e a
ele mesmo, se torna de uma vez sujeito à investigação e à punição
maçônica.
Mas além desses delitos contra a Lei moral universal, há mui-
tos outros que surgem da natureza peculiar de nossa instituição. E
entre esses, podemos mencionar, e em ordem, os que estão enume-
rados em diversas seções do sexto capítulo das Antigas Obrigações.
Elas são referentes à conduta imprópria e no grupo, aos excessos de
todo tipo, aborrecimentos privados ou discórdias trazidas para o
grupo, conversas imprudentes em relação à Maçonaria na presença
de estranhos não-iniciados; recusa de ajuda a um Irmão angustia-
do, e todas as brigas, desavenças, calúnia e difamação.
As palestras nos diferentes graus e as Antigas Obrigações lidas
sobre atribuições do Mestre de um grupo nos fornecem outro cri-
tério para definir quais são caracteristicamente, os delitos maçôni-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 109
cos. Nenhum deles precisa ser detalhado; mas, entre eles, podem
ser mencionados os seguintes: as revelações impróprias, solicitações
indevidas aos candidatos, argumentos raivosos e com excesso de
zelo a favor da Maçonaria contra seus inimigos, cada atitude que
tende a comprometer a pureza da Ordem, falta de obediência e re-
verência para os superiores maçônicos, a expressão de uma opinião
insolente das regras originais e dos patronos da Maçonaria, ou da
própria instituição; toda fisionomia de impostores; e por último,
manter participação maçônica com Maçons clandestinos, ou visi-
tando grupos irregulares.
A partir desse rol, que, extenso como já é, poderia ainda ser
ampliado, será rapidamente percebido, que a esfera da jurisdição
penal maçônica não é de maneira nenhuma limitada. Ela deveria,
portanto, ser o objetivo de cada Maçom, para evitar a censura ou a
desgraça de seus Irmãos, atendo-se estritamente às atividades que
lhe foram apresentadas quando foi iniciado.
110 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Capítulo 2
Punições maçônicas
Após dedicar o último capítulo a uma consideração do que
constitui os crimes maçônicos, agora examinaremos como essas
ofensas são punidas; e proponho nas seções a seguir, das várias for-
mas como as leis maçônicas são validadas, a começar pela maneira
mais branda de punição, a censura, até chegar à mais severa, ou
seja, a expulsão de todos os direitos e privilégios da Ordem.
SEÇÃO I. A CENSURA
A censura é a mais moderada das punições que podem ser aplicadas
pelo grupo maçônico, e é simplesmente a expressão de uma opinião
dos membros da loja. Eles não aprovam a conduta de uma pessoa em
questão, de um ponto de vista particular, e como esta não afeta em ne-
nhum grau a posição maçônica do censurado, em nenhum momento
seus direitos e benefícios são suspensos ou reduzidos. Não tenho dú-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 111
vidas de que a censura pode ser um simples impulso, sem notificação
prévia, e adotada, como qualquer outra resolução, pela maioria dos
membros presentes.
A cortesia maçônica deveria, ditar que uma notificação deveria
ser feita ao Irmão em caso de ausência, de que cada ato de censura
é praticamente proposto ou considerado para capacitá-lo a mostrar
a causa, se tiver alguma, de que ele não deveria ser censurado. Mas
como foi dito, a notificação não é necessária para o voto de censura.
Contudo, algumas vezes, esse resultado de um julgamento e,
nesse caso, sua adoção deverá ser guiada segundo as regras do tri-
bunal maçônico que serão expostas a seguir.
SEÇÃO II. A REPRESSÃO
A repressão é a segunda forma mais branda de punição ma-
çônica. Ela nunca deve ser adotada por simples moção, mas deve
resultar sempre de um julgamento regular, no qual o delinquente
deverá ter a oportunidade de defesa. A repressão pode ser tanto
privada quanto pública.
Se for privada, ninguém, além do Mestre e do ofensor, deve
estar presente, ou, se for feita por carta, nenhuma cópia deve ser
preservada. Se for pública, o lugar apropriado será a loja e a pena
deverá ser dada pelo Mestre de sua própria loja.
O Mestre é sempre o executor oficial da loja, e ao aplicar essa
sentença, deve exercitar sempre sua própria e prudente discrição
para ser o modelo de comportamento.
A repressão, privada ou pública, não afeta a posição maçônica
do ofensor.
SEÇÃO III. A EXCLUSÃO DA LOJA
A exclusão do grupo pode ocorrer em diferentes níveis:
1. Um membro pode ser excluído de uma reunião da loja por
ser indecoroso ou não-maçônico. Isso deve ser feito pelo Mestre,
112 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
de acordo com as regras adotadas pela instituição, ou, sob sua
própria responsabilidade, caso que deixa a Grande Ordem apta
a corregí-las. Dessa forma, a exclusão não afeta a posição maçô-
nica da pessoa excluída, e não requer julgamento prévio.
Não tenho nenhuma dúvida de que o Mestre de uma Loja tem o
direito de excluir temporariamente qualquer outro membro quando
pensar que tanto sua admissão, se ele for de fora, como sua per-
manência, se já filiado, prejudicarão a paz e a harmonia da mesma.
Trata-se de uma prerrogativa necessária para o desempenho de suas
funções e intransferível das suas responsabilidades perante a Grande
Ordem e o Grande Arquiteto que confiou a seus cuidados.
Se, como é descrito do modo antigo da constituição da Or-
dem, o Mestre for cobrado por “preservar o vínculo de amizade
da Ordem”, isso caracterizaria uma insensatez a não ser que ele
seja investido do poder de excluir um membro indisciplinado ou
desordeiro. Mas, como Mestres são intimados a não julgar sua
loja de maneira injusta ou arbitrária, e como todo Maçom é clara-
mente chamado a reparar qualquer acontecimento errado que lhe
ocorra, segue-se que o Mestre é responsável pela Grande Ordem,
e como tal, deve ser posto à prova e punido por esse corpo, por
expulsá-los sem critérios claros.
2. Um membro deve ser excluído de seu grupo por período de-
finido ou indefinido por não pagar suas dívidas. A punição deve
ser aplicada de diferentes modos e sob diferentes nomenclaturas.
É chamada, às vezes, de suspensão da Loja, em outras, de ex-
clusão da Loja. Ambas as punições, apesar de diferirem em seus
efeitos, são pronunciadas não antes de um julgamento, mas sob
a provisão de uma lei criada pela associação da Loja.
Por essa simples razão, se não houver outra, devo afirmar que os
demais membros da loja não terão sua credibilidade afetada pelos
membros suspensos, ou excluídos. Nenhum Maçom pode ser pri-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 113
vado de seus direitos maçônicos, exceto depois de um julgamento,
com a oportunidade de defesa e de um veredicto sobre seus atos.
Mas antes de uma conclusão definitiva sobre esse assunto, é neces-
sário que o vejamos de outro ponto de vista, ou seja, como suspensão
dos direitos e benefícios da Maçonaria, por não-pagamento de dívi-
das, fato que é completamente variável nos princípios da Ordem.
O sistema de pagamento das dívidas do grupo não pertence aos
antigos costumes da Fraternidade. Trata-se de de um costume mo-
derno, estabelecido pelos propósitos da conveniência e decorrente de
outras modificações na organização da Ordem. Não é obrigação da
parte de um Maçom, mas, é um contrato especial no qual as únicas
partes são o grupo especial e seus membros, à qual a Fraternidade,
como um grupo, não está necessariamente ligada. Não é representado
por nenhuma lei maçônica e por nenhum preceito maçônico. Ne-
nhuma Grande Ordem tentou controlar ou regulamentar isso, e está
implícito que não integra as regras gerais da Ordem.
Mesmo na Antiga Obrigação, na qual o grupo é descrito e a
necessidade de membros é reforçada, nenhuma palavra é dita em
relação ao pagamento das dívidas ou sobre as obrigações de contri-
buição para seu apoio. Por isso, o não pagamento das dívidas é uma
violação de um contrato especial e voluntário com a loja, e não é
obrigação geral dos membros.
A lógica de tudo isso é, evidentemente, que a punição aplicada
a um desses casos deveria ser a de alguém que está afetando as re-
lações de um “réu” (delinquente) com uma loja em particular, no
qual as leis anteriormente estabelecidas são infringidas, e não uma
em geral, em que a Ordem seria afetada em seu todo.
Depois da consideração de todas essas circunstâncias, fico cons-
trangido em pensar que a suspensão de um filiado, por não paga-
mento de dívidas, deve só suspender os direitos do membro como de
sua própria loja, mas não deve afetar seu direito de visitar outras lo-
jas, nem qualquer outro privilégio inerente e ele como um Maçon.
Essa não é, confesso, a opinião geral, ou o uso do ofício na re-
gião, mas ainda não posso acreditar que seja a doutrina mais har-
114 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
moniosa do verdadeiro espírito da instituição. É a prática seguida
pela Grande Ordem da Inglaterra, da qual a maioria das Grandes
Ordens é derivada, direta ou indiretamente, em sua existência.
Essa é também a regulamentação da Grande Ordem de Mas-
sachusetts. A Grande Ordem da Carolina do Sul proíbe expressa-
mente a suspensão dos direitos e dos benefícios da Maçonaria pelo
não-pagamento das dívidas, e a Grande Ordem de Nova Iorque
tem uma disposição similar a essa em sua Constituição.
Nas outras duas modalidades de exclusão de uma Loja pelo
não-pagamento de dívidas, isto é, suspensão e supressão, os efeitos
são muito diferentes. A suspensão não elimina a conexão entre o
membro e sua loja, só suspende seus direitos. Em consequência do
pagamento da dívida, ele é então reabilitado imediatamente. Mas
a supressão rescinde em toda conexão entre o réu e a Loja, e ele
deixa de ser um membro desta. O simples pagamento das dívidas
não deve reabilitá-lo; para isso é necessário que ele seja novamente
eleito pelos Irmãos, sob uma aplicação formal.
A palavra “expulsão” na Inglaterra tem um significado diferente
do que tem sido apresentado nesta seção. Lá, a prerrogativa de ex-
pulsão é, como considero correto, exercitada pela Grande Ordem.
O termo “expulso” é, portanto, usado apenas quando um Irmão é
retirado de seu ofício pela Grande Ordem. A remoção pelo Distrito
da Grande Ordem, ou por uma loja subordinada, é chamada “ex-
pulsão”. Assim, o efeito de punição por expulsão é similar ao que
já foi mencionado.
SEÇÃO IV. A SUSPENSÃO DEFINITIVA
A suspensão é uma punição pela qual o membro é tempora-
riamente privado de seus direitos e privilégios como um Maçon.
Porém, isso não implica a perda de seu cargo, mas aplica à esse uma
suspensão temporária.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 115
Em relação ao tempo, a suspensão pode ser definida ou indefi-
nida, e como os efeitos produzidos sobre o réu são diferentes, em
especial em relação à sua reabilitação, é adequado que cada uma
seja considerada separadamente.
Em caso de suspensão definida, o tempo que o réu é suspenso,
quer por um, três ou seis meses, ou por períodos mais curtos ou
mais longos, é sempre mencionado na sentença.
Então, ao expirar o tempo da sentença, o grupo suspende a pena,
sem maiores ações da Loja. Mas esse é um ponto em que há muitas
diferenças de opinião, e esse argumento será amplamente discutido
no capítulo sobre Reabilitação.
Por uma suspensão definida, o réu é posto temporariamente
fora da Maçonaria. Ele é privado de todos os seus direitos como
Mestre Maçom – não é permitido visitar outras Lojas ou estabe-
lecer comunicação maçônica com seus Irmãos – não é atribuído a
ele nenhum auxílio maçônico e, se ele morrer durante esse período,
não terá o enterro segundo as tradições da fraternidade. Em suma,
o modo de punição difere da suspensão indefinida ou da expulsão
somente em relação ao tempo de duração da pena.
A punição da suspensão definida é a mais branda que pode ser
aplicada, entre aquelas que afetam as relações entre o Maçom e a
Fraternidade em geral. Deve ser sempre precedida de um julgamento
e a a opinião prevalente deve ser a de dois terços dos votos da Loja.
SEÇÃO V. A SUSPENSÃO INDEFINIDA
A suspensão indefinida é a punição em que a pessoa suspensa é
privada de todos os seus direitos e privilégios como um Maçom até o
tempo em que a Loja considere o apto a ser reabilitado.
Tudo que foi dito sobre a suspensão definida na seção anterior,
será igualmente aplicado à indefinida, exceto pelo fato de que no
caso anterior a pessoa suspensa pode ser reabilitada depois de certo
período, ao passo que nesta última não há período no qual possa
efetivamente haver alguma reabilitação.
116 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Mesmo com a suspensão da ligação do membro da Loja e com
a instituição, esses não são separados; ele continua sendo um mem-
bro de sua Loja, por mais que seus direitos sejam suspensos. Nesse
aspecto, este difere materialmente da expulsão e, como um grau
inferior de punição, é aplicado por ofensas mais leves de caráter do
que aquelas outras que a expulsão prescreve.
A questão surge em relação aos encargos do membro de um
grupo, se eles continuam a se acumular durante sua suspensão.
Acredito que não. Dívidas ou obrigações são pagamentos feitos por
um grupo com certos direitos e benefícios – o exercício e o prazer
que os sustentam como membros em relação às dívidas pagas por
eles. Mas, com a suspensão, quer definida, quer indefinida, ele fica,
por algum tempo, privado desses direitos e benefícios. Seria, então,
injusto requerer um pagamento de algo de que ele não se beneficia.
Sustento, portanto, que a suspensão dos direitos e benefícios da
Maçonaria inclui a suspensão por aquele período, do pagamento
das dívidas.
Ninguém pode ser suspenso indefinidamente, a não ser depois
de um julgamento formal e com no mínimo dois terços de votos
dos membros presentes.
SEÇÃO VI A EXPULSÃO
A expulsão é a penalidade mais alta que pode ser aplicada a um
réu Maçom. Ela priva a pessoa expulsa de todos os direitos e privi-
légios maçônicos dos quais ela poderia ter-se valido – não só como
membro da loja da qual foi expulsa, mas também como de todos
aqueles que foram membros da Fraternidade. O membro é com-
pletamente afastado de sua condição maçônica como se ele nunca
tivesse sido admitido nela. Ele não poderá mais pedir ajuda a seus
Irmãos, nem requerer deles o desempenho de nenhuma dívida da
qual ele foi formalmente investido, nem visitar outra loja, nem se
unir a qualquer outra cerimônia pública ou privada da Ordem.
Nenhuma conversa maçônica pode ser mantida com ele, que deve
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 117
ser considerado completamente fora da instituição, e ser visto do
mesmo modo que um estranho em relação à de qualquer informa-
ção maçônica.
É um costume, em geral adotado nesse campo, que grupos su-
bordinados apliquem essa punição, e consequentemente, muitos
supõem que o poder de aplicar seja adquirido por grupos subor-
dinados. Mas o fato é que o único tribunal próprio para impor
essa penalidade pesada é a Grande Ordem. Um subordinado deve,
realmente, tentar convencer seu “réu” (membro delinquente) a se
considerar culpado, declarando sua expulsão. Mas a sentença ainda
é sem validade até que a Grande Ordem, da jurisdição em que ele
atua, a confirme. Cabe á Grande Ordem confirmar, ou, como é
feito com frequência, reverter a decisão e reabilitar o Irmão. Alguns
dos grupos nesse campo pedem o direito de expulsar independen-
temente da ação da Grande Ordem, mas o pedido não é aceito. O
fato de a expulsão ser uma penalidade, ao afetar as relações gerais
da punição da pessoa com a Fraternidade como um todo, é prova
de que esse exercício nunca pode, com propriedade, ser confiado a
um grupo consideradop subordinado. Além disso, a prática geral
da Fraternidade é contra isso. A Constituição Inglesa investe-se do
poder de expulsar exclusivamente em uma Grande Ordem.
A severidade de uma punição indicará a propriedade de aplicar
penas só às ofensas mais sérias, como a conduta imoral, um assunto
que levaria uma candidatura ao fracasso.
Como a punição, em geral, afeta a relação de quem foi expulso
com toda a Fraternidade, essa não deveria ser imposta branda-
mente pela violação de qualquer ato maçônico. A realização de um
ato gravemente imoral é uma violação do contrato celebrado entre
cada Maçom e sua Ordem. Se sancionado pelo silêncio ou pela
impunidade, traria descrédito à instituição e tenderia a prejudicar
sua utilidade. Um Maçom que é considerado um homem mau é,
para a Fraternidade, o mesmo que uma parte mortificada do corpo,
e deve ser tratado do mesmo modo que se cura o corpo, pela eli-
118 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
minação dessa parte, antes que seu exemplo se espalhe e a doença
se propague.
A pena de expulsão só pode ser aplicada após determina-
do tempo útil de julgamento e após os votos de pelo menos
dois terços dos membros presentes, que devem sempre ser apro-
vados e confirmados pela Grande Ordem. Uma questão que
se coloca, a seguir, é em relação não só ao afastamento, mas a
outras atribuições maçônicas, das quais tenho tratado nas últimas
seções: a suspensão ou a expulsão de um Membro do Real Arco
Maçom, de um Acampamento dos Cavaleiros Templários, ou de
qualquer outro daqueles que são chamados dos mais elevados graus
da Maçonaria, afetam as relações do membro expulso com a Loja
Simbólica ou com o Ancião Ofício da Maçonaria?
Eu respondo, sem hesitar, que não, e por razões que, anos atrás,
apontei, nos seguintes termos, o que parece ter recebido a aprova-
ção da maioria de meus companheiros:
“Um Membro do Real Arco Maçônico, por exemplo, não é, e
não pode ser, reconhecido como um organismo maçônico, por
representar um dos Mestres Maçons. ‘Eles os ouviam, mas não
sabiam como eram’, por qualquer modo de reconhecimento da
Maçonaria. Novamente: Através da atual organização da Ma-
çonaria, as Grandes Ordens são supremos tribunais maçônicos.
Se, portanto, a expulsão de um Membro do Real Arco Maçom
envolveu expulsão de um Grupo Azul, o direito da Grande Loja
ouvir e determinar causas, para regular preocupações da insti-
tuição, seria perturbado por outro corpo para além de seu con-
trole. Mas o inverso dessa proposição não vale, a expulsão de um
Grupo Azul envolve a expulsão de todos os graus mais elevados,
porque, como são compostos por Maçons Azuis, os membros não
podem, por direito, se sentar e manter as comunicações sobre
assuntos com um maçon que foi expulso da Maçonaria.”
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 119
Capítulo 3
Julgamentos maçônicos
Tendo discutido as sanções que são impostas aos delitos maçô-
nicos, estamos perto de ver o processo de julgamento pelo qual um
grupo determina a culpa ou a inocência do acusado. Esse assunto
será melhor considerado sendo dividido em duas seções: em pri-
meiro lugar, quanto à forma de julgamento, e em segundo, quanto
ao caráter das provas.
SEÇÃO I. A FORMA DE JULGAMENTO
Embora a autoridade para dividir julgamentos maçônicos por de-
litos de grupos seja derivada das Antigas Obrigações, nenhum dos
antigos regulamentos da Ordem prescreveu os detalhes pelos quais
esses julgamentos são governados. A forma de julgamento deve,
portanto, ser extraída dos costumes e dos usos da maçonaria e dos
regulamentos aprovados por várias Grandes Ordens. Essa seção for-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 121
necerá, portanto, um resumo desses regulamentos, em geral obser-
vados em um país. Uma declaração do delito imputado ao membro
é sempre uma etapa preliminar para cada passo de todo julgamento.
Essa comunicação deve ser feita por escrito, assinada pelo acusador
e entregue à Secretaria, que a lê na próxima comunicação regular da
Ordem. Em seguida, escolhe-se hora e local para o julgamento. O
acusado tem direito a uma cópia da acusação e deve ser informado
sobre quando e onde será o julgamento.
Contudo, é necessário que a acusação seja designada por meio
de uma comunicado específico, a fim de que ninguém esteja em
desvantagem. O julgamento deve ser feito em um lugar de comu-
nicação especial. Porém, deve-se dar tempo suficiente e oportuni-
dade para o acusado preparar sua defesa.
Não é essencial que o acusador seja um Maçom. A acusação de
conduta imoral pode ser feita por um não maçom e, se o delito é
devidamente estabelecido, e se trata da competência da Ordem ou
da Loja, deve ser investigado. Não é o acusador, mas o acusado que
está em julgamento, e a Ordem deve olhar apenas para a natureza
da acusação, e não para o indivíduo que a executa. Os motivos do
acusador devem ser examinados, não seu caráter.
Se o acusado está morando fora da jurisdição da Ordem
– ou seja, se ele é um membro e foi removido para outro local
sem retirar sua adesão, ou se é um membro, mas depois de co-
meter a ofensa deixou a jurisdição; a acusação deve ser trans-
mitida para seu local de residência atual, pelo correio ou outra
forma e, depois de um tempo determinado, deve ser permiti-
da sua resposta antes que o grupo prossiga com seu julgamento.
O grupo deverá ser estabelecido no mais alto grau que o acusado
tenha atingido; e os interrogatórios devem ser feitos na presença do
acusado e do acusador (caso este último seja um Maçom). A deci-
são final, deve ser sempre tomada no terceiro grau.
O acusado e o acusador têm o direito de estar presentes em
todos os interrogatórios das testemunhas, se estes forem tomados
122 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
em aberto ou em um comitê, para que possam apresentar questões
relevantes que lhes digam respeito.
Quando o processo for concluído, acusado e acusador devem se
afastar, e o Mestre ou o agente responsável deve colocar em questão
a culpa ou a inocência para o grupo. Claro que, se existem várias
acusações ou especificações, as questões devem ser consideradas em
separado. Para fins de defesa e independência na expressão de opi-
nião, geralmente concede-se que esta questão seja decidida por vo-
tação secreta; e são exigidos dois terços dos votos “secretos” para se
obter uma condenação. A bola branca é, naturalmente, equivalente
à absolvição, e a preta, à condenação.
Cada membro é obrigado a votar, exceto se excluído por consen-
timento unânime.
Se, pela votação, conclui-se que o veredicto é culpado, o Mestre
ou o agente responsável deve questionar o tipo de punição a ser
aplicada.
Ele terá início com a maior pena ou expulsão, e se necessário,
ao lhe negar essa punição, deve ser proposta suspensão indetermi-
nada ou determinada, exclusão, repreensão pública ou privada e
censura.
Para a expulsão ou para qualquer outro tipo de suspensão, dois
terços dos votos presentes são necessários. Para qualquer uma das
outras penas, inclusive as mais leves, a maioria de votos será sufi-
ciente.
O voto sobre a natureza da punição deve ser decidido por um
levantar de mãos.
Se a residência do acusado não é conhecida ou se, após a devida
intimação, ele desconhece ou recusar a participação, a Ordem deve
dar prossseguimento ao julgamento, sem a presença dele.
Nos julgamentos realizados pelas Grandes Ordens, é costume
que o depoimento preliminar seja feito perante um comitê, mas a
decisão final deve ser sempre da Grande Ordem.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 123
SEÇÃO II. AS PROVAS EM
JULGAMENTOS MAÇÔNICOS
Considerando a natureza da prova apresentada no julgamento
maçônico, é bom que se saiba primeiro quais tipos de pessoas serão
consideradas testemunhas.
A Lei da terra, que, neste caso, é a mesma que a Lei da Maço-
naria, declarou que as seguintes categorias são proibidas de prestar
depoimento.
1. Pessoas que não usam da razão são, a partir da enfermida-
de de sua natureza, consideradas absolutamente incapazes de
testemunhar. Esta categoria inclui deficientes mentais, loucos e
crianças muito jovens para estarem cientes das implicações de
um juramento e para distinguirem entre o bem e o mal.
2. As pessoas totalmente desprovidas de qualquer princípio religioso
ou crença e descomprometidas com sua consciência de falar a verda-
de são desqualificadas como testemunhas,. Assim, o testemunho de
um ateu deve ser rejeitado; porque, como tem sido muito enfatiza-
da, essa pessoa não pode estar sujeita à sanção na qual se considera
indispensável uma prova da verdade. Mas como a Maçonaria não
exige de seus candidatos qualquer outra declaração religiosa além
da crença em Deus, não se pode exigir das testemunhas, qualquer fé
mais explícita. Mas, mesmo aqui, parece semelhante a lei da terra,
promulgada pelo Chefe do Barão Willes, que “um cético acredita
em um Deus, que irá recompensá-lo e puni-lo no mundo, mas não
acredita em um Estado, pode ser analisado mediante juramento”.
3. As pessoas que tenham sido submetidas a condenação de
grandes crimes são consideradas inaptas para prestar depoimen-
to. Essa regra foi adotada porque cometer um crime abominável
implica em, como Sir William Scott observou, “total degra-
dação moral de princípios em relação à testemunha, sendo ele
124 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
totalmente desprezado da obrigação de um juramento”. Desse
tipo de testemunha foi dito, por outro eminente juiz, que “a
credibilidade de seu testemunho é desacreditada pela mácula de
sua iniquidade”.
4. Pessoas interessadas no resultado do julgamento são considera-
das inaptas para prestar depoimento. Da natureza das ações hu-
manas e das paixões, e do fato de que todas as pessoas, mesmo as
mais virtuosas, são inconscientemente influenciadas por seus inte-
resses, o testemunho de tais pessoas carece de credibilidade. Essa
regra será, talvez, de difícil aplicação em julgamentos maçônicos,
embora se adeque de modo civil à lei, pois é fácil definir o que é
de suficiente interesse particular para invalidar esse depoimento.
Mas sempre que é evidente que os interesses de uma testemunha
são bastante beneficiados pela absolvição ou condenação do acu-
sado, seu depoimento deve ser totalmente descartado, ou, se for
admitido, seu valor deve ser ponderado com o mais escrupuloso
cuidado.
Essas são as regras que a sabedoria de sucessivas gerações de ho-
mens aprendeu com as leis e tem adotado para o estabelecimento da
competência ou incompetência de testemunhas. Não há nada nelas
que conflito com os princípios da justiça ou com as constituições
da Maçonaria; e, portanto, podem, muito corretamente, ser con-
sideradas uma parte do nosso próprio código. De fato, portanto, a
regra para a admissão de testemunhas no julgamento maçônico é
regida pelo simples ato que foi enunciado por Mr. Lawrence Law
nos seguintes termos:
“Não encontro outra regra menos admissível do que essa, que
todas as pessoas são possíveis testemunhas pois estão de pos-
se de sua razão e suas crenças, como a de se sentir na obri-
gação de um juramento, que não tenham sido condenados
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 125
por qualquer crime abominável, e que não sejam influenciados
por interesse”.
O peculiar e isolado caráter de nossa instituição, neste caso, su-
gere como uma questão importante se é admissível tomar o depoi-
mento de um profano (uma pessoa que não seja um Maçom), no
julgamento de um Maçom perante seu grupo.
Sinto-me obrigado a responder a essa questão. Esse depoimen-
to é geralmente aceito, mas, uma vez que existam casos especiais,
parece adequado qualificar essa resposta após uma breve pesquisa
sobre os motivos dessa admissibilidade e o modo e situação em que
tal depoimento é tomado.
O grande objetivo de qualquer julgamento, na Maçonaria, como
em outros campos, é suscitar a verdade, e, no espírito da verdade,
administrar a justiça. Portanto essa verdade pode ser obtida de qual-
quer fonte, não sendo apenas autorizado que seja investigada, mas
obrigatório que assim seja feito. Esse é o princípio da Lei, bem como
do senso comum. Mr. Phillips, no início de seu grande Tratado sobre
o direito da prova afirma: “Em investigações sobre este assunto, o
grande objeto deve sempre ser a determinação mais conveniente e se-
gura para realização da verdade; as regras estabelecidas são os meios
utilizados para o alcancedesse objetivo”.
Agora, se A, que é um Maçom, tiver cometido um delito, dos
quais B e C presenciaram sozinhos e estavam cientes como testemu-
nhas, deve ser dito que A deve ser absolvido por falta de prova, por-
que B e C não são membros da Ordem? Nós aprendemos que nesse
caso os fins da justiça seriam derrotados, em vez de serem úteis. Se a
veracidade e honestidade de B e C são consideradas válidas, seu tes-
temunho quanto à circunstância não pode ser legalmente rejeitado
sob qualquer alegação, exceto de que eles possam estar interessados
no resultado do julgamento, e poderiam ser beneficiados pela con-
denação ou pela absolvição do acusado. Mas essa é uma objeção que
deveria conter as provas contra um Maçom, bem como contra um
profano.
126 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Qualquer outra regra seria frequentemente considerada como
consequência prejudicial para nossa instituição. Podemos facilmen-
te utilizar um caso para ilustração. A, que é um membro de uma
Loja, é acusado de habitual impaciência, um vício condenado pela
maçonaria, denunciará degradação do condenado à sociedade, que
deve sustentar e defender sua inocência. Mas pode acontecer – e
esse é um caso muito provável – que, em consequência da distância
de suas atividades, ou de alguma outra suposta causa, seus Irmãos
não tenham oportunidade de estar com ele. Não existe, portanto,
nenhum Maçom para testemunhar a verdade dos fatos, ao passo
que seus vizinhos e parceiros, que estão diariamente em sua com-
panhia, estão todos conscientes de seu hábito de exceder-se.
Se, então, uma dúzia ou mais homens, todos de reputação e cre-
dibilidade, vier prontos e dispostos a testemunhar sobre este fato,
por que razão, seu testemunho poderia ser rejeitado, simplesmente
porque eles não são Maçons? E se rejeitada – apesar de todas as
provas contrárias vier a ser absolvido, devido a questões técnica,
e, portanto, ser mantido triunfantemente em seu vício, e em face
da própria comunidade, que era conhecedora da sua degradante
vida e costumes, quem poderia avaliar as consequências desastrosas
para o grupo e para a Ordem que deverá, assim, apoiá-lo e defen-
dê-lo em sua conduta como culpado? O mundo não deveria e não
poderia apreciar as causas que levaram à rejeição de tão incontes-
tável testemunho, e seria por meio da vigilância, que a instituição
poderia reprovar, e assim estender seu afeto fraternal a alguém de
culpa inegável. Mas, além disso, essa não é uma mera teoria: o
princípio de aceitar o depoimento de testemunhas não-maçônicas
tem sido adotado repetidamente. Se um maçom tiver sido julgado
pelos tribunais de seu país por uma acusação de pequeno roubo,
ou qualquer outro crime infame, e for condenado pelo veredicto
de um júri, embora nem o juiz nem o júri, nem as testemunhas se-
jam Maçons, após essa condenação nenhuma Loja permitiria a ele
manter sua filiação, mas, ao contrário, ele seria pronta e indigna-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 127
mente expulso da Fraternidade. Se, portanto, a loja recusar sua ex-
pulsão, considerando como fundamento que sua condenação pe-
rante o tribunal baseada no depoimento de testemunhas não-ma-
çônicas, deveria conceder lhe um julgamento para o mesmo delito,
então baseado no princípio de que as provas dessas testemunhas
“profanas” seriam rejeitadas. Em outras palavras o membro seria
absolvido por falta de provas, e mesmo que um criminoso fosse
condenado e punido pelas leis de seu país, por um crime infame,
seria absolvido e sustentado por um grupo de Maçons.
Mas nós seremos afetados pela inconveniência e injustiça desse
princípio, quando olharmos para sua operação de um outro ponto
de vista. Diz-se se tratar de uma regra ruim que não funcionará
em ambos os sentidos; e, portanto, se o depoimento de uma tes-
temunha não-maçônica contra o acusado é rejeitado baseada no
fundamento de inadmissibilidade, isso também deve ser rejeitado
quando favorável a ele. Agora, se supusermos um caso no qual um
Maçom foi acusado perante seu grupo, de ter cometido um delito,
em certo lugar e hora, e, pelo depoimento de uma ou duas pessoas
desinteressadas, ele pudesse estabelecer o que a lei chama de álibi,
isto é, que num específico momento ele estava em um lugar dis-
tante, e não poderia, portanto, ter cometido o delito imputado a
ele, então perguntaríamos: que mostra de justiça ou razão pode-
ria haver para tal depoimento ser rejeitado? Simplesmente porque
as partes que acusaram não são Maçons? Mas, se a prova de um
profano é admitida a favor do acusado, refutando o depoimento
da mesma maneira que não pode ser rejeitado consistentemente;
e por isso a regra é determinada no julgamento de Maçons, que é
competente receber as provas de pessoas que não são Maçons, mas
cuja competência, por outro lado, não é negada.
Deve portanto, ser notado que o depoimento de pessoas não-ma-
çônicas não é para ser apresentado em um julgamento; e qualquer
que seja o depoimento apresentado, deve ser tomado pelo comitê
para ser exatamente relatado ao grupo. Mas, em todos os casos, o
acusado tem o direito de estar presente e interrogar a testemunha.
128 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
O único tópico que falta ser discutido é o método para tomar o
depoimento, e este pode ser facilmente demonstrado.
O depoimento dos Maçons deve ser tomado tanto na loja quan-
to no comitê, e sob sanção de suas obrigações.
O depoimento de leigos deve sempre ser tomado por um comi-
tê, e sob juramento administrado por um oficial legal competente
– o modo mais conveniente de tomar tal depoimento é por decla-
ração jurada.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 129
Capítulo 4
A jurisdição penal de uma Loja
A jurisdição penal de uma Ordem é aquela autorizada a exercer o
julgamento de delitos maçônicos e a imposição da punição maçôni-
ca. Isso pode ser considerado tanto geográfica quanto pessoalmente.
A jurisdição geográfica de uma Loja se estende em todas as di-
reções, até metade da distância da Loja mais próxima. Assim, se
duas Lojas estão situadas à distância de 25 quilômetros uma da
outra, então a jurisdição penal de cada uma se estenderá até 12,5
quilômetros na direção da outra.
A jurisdição pessoal é aquela que uma loja pode exercer sobre
certos indivíduos, respectiva ou não à jurisdição geográfica. Essa ju-
risdição é mais complicada que a outra, e requer enumeração mais
detalhada das classes sobre as quais será exercida.
1. Uma Loja exerce a jurisdição penal sobre todos os seus membros,
independentemente de onde eles morem. A remoção da jurisdição
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 131
geográfica não irá, nesse caso, liberar o indivíduo da jurisdição pes-
soal. A fidelidade de um membro à sua Loja é imprescíndivel.
2. Uma Loja exerce a jurisdição penal sobre todos os Maçons
não-filiados vivendo em sua jurisdição geográfica. Um Maçom
não-filiado não pode ser liberado de suas responsabilidades com
a Ordem. E se, por uma conduta lamentável ou imoral, ele viola
os regulamentos da Ordem, ou tende a prejudicar sua reputação
na avaliação da comunidade, ele é de responsabilidade da Loja
mais próxima de sua residência, sem levar em consideração se a
residência é temporária ou permanente, e pode ser repreendido,
suspenso ou expulso.
Esta doutrina está fundada sobre o princípio de que, como uma
Loja é a guardiã da pureza e da segurança da instituição, dentro
de sua própria jurisdição, esta deve, para exercer sua proteção
com sucesso, ser investida do poder de corrigir qualquer mal que
ocorra dentro de seus conhecimentos. E se um Maçom não-afi-
liado estiver isento desse controle, a instituição poderia ser seria-
mente afetada aos olhos da comunidade, por sua má conduta.
3. A jurisdição pessoal de uma Loja, pela mesma boa razão, se
estende sobre todos os Maçons que estiverem morando em sua
vizinhança. Um Mestre Maçom pertencente a uma Loja distan-
te, mas morando dentro da jurisdição geográfica de outra Loja,
se torna responsável pela conduta desta última, assim como pela
primeira Loja. Mas se sua própria Loja estiver a uma certa dis-
tância, a cortesia exige que a Loja que está perto dele faça uma
reclamação ao grupo e a própria instituição prossegue contra
ele. Mas a reputação da Ordem não deve ser colocada em peri-
go; caso isso ocorra, seria inconveniente estender esta cortesia,
e a loja deveria se sentir obrigada a proceder ao julgamento e à
punição do delito, sem apelar à Loja dele. A jurisdição geográfi-
ca irá, em todos os casos, legalizar o processo.
132 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
4. Mas se uma Loja estiver situada perto dos confins de um esta-
do, não pode estender sua jurisdição sobre os Maçons residentes
nos estados vizinhos; e não sendo seus membros, eles poderão
residir perto dele, para que nenhuma loja exerça sua jurisdição
sobre os membros na jurisdição de outra Grande Ordem. A sua
jurisdição geográfica, bem como a pessoal, não pode estender-se
mais do que a da sua própria Grande Ordem.
5. Por último, nenhuma Loja pode exercer a jurisdição penal
sobre seu próprio Mestre, por ele ser o único responsável por sua
conduta na Grande Ordem. Mas pode atuar como seu acusador
perante essa corporação, e impedi-lo de algum delito que possa
ter cometido. Uma Loja não pode exercer jurisdição penal sobre
o Grão-mestre, embora, sob outras circunstâncias, possa ter am-
bas as jurisdições, geográfica e pessoal, sobre ele, a partir de sua
residência e Fraternidade.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 133
Capítulo 5
Os recursos
Todo Maçom, que foi julgado e condenado por uma Loja, tem o
inalienável direito de recorrer da condenação e da sentença, sendo
acompanhado pela Grande Ordem.
Como recurso, ele pode requerer uma revisão de todo o caso;
a Loja limita-se a fornecer à Grande Ordem uma cópia de seus
processos no julgamento, e outro depoimento sob sua posse, de
acordo com o que o requerente pode considerar necessário para sua
defesa.
A Grande Ordem pode, sob investigação, confirmar o veredicto
de sua subordinada. Nesse caso, o recurso é negado e a sentença
segue para imediata aplicação, sem qualquer outro processo sobre
o membro.
A Grande Ordem pode, portanto, aprovar o julgamento apenas
em parte, e reduzir a penalidade aplicada, como de expulsão para
suspensão. Nesse caso, a sentença original da Loja se torna nula,
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 135
e uma mais branda da Grande Ordem é aplicada. O mesmo pro-
cesso se realiza inversamente na Grande Ordem: ela pode aumen-
tar em vez de diminuir a punição, como de uma suspensão para
a expulsão. Cabe à Grande Ordem, sobre um recurso, aumentar,
reduzir ou revogar totalmente a pena aplicada por suas Lojas su-
bordinadas.
Mas a Grande Ordem pode não agir diretamente sobre a pena-
lidade aplicada, e sim apenas remeter o caso de volta para a Loja
subordinada para um novo julgamento. Nesse caso, os processos
sobre o julgamento serão iniciados novamente, se a referência foi
feita em área de qualquer informalidade ou ilegalidade no julga-
mento anterior. Mas, se o caso for referido de volta, não para um
novo julgamento, mas para outras considerações, no que diz res-
peito à punição inadequada (tanto muito severa quanto não severa
o suficiente), não é necessário repetir o julgamento. A discussão
da natureza da pena a ser aplicada deveria, portanto, ser revista,
levando em consideração qualquer nova prova avaliada, para então
esclarecer a natureza da punição mais apropriada a ser recebida.
Por último, a Grande Ordem pode reverter inteiramente a de-
cisão de sua subordinada, e decretar a restauração de todos os di-
reitos e privilégios do requerente, inocentando-o das acusações que
teriam sido proferidas contra ele. Mas, como esta ação é frequente-
mente de alta importância em seus resultados, e põe o requerente e
a Loja em posições relativamente diferentes, acredito que sua con-
sideração é digna de um novo capítulo.
Durante as pendências de um recurso, a sentença da Loja subor-
dinada é mantida inativa temporariamente, e não pode ser execu-
tada. O requerente, nesse caso, permanece na posição de Maçom
sob “obrigações”.
136 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
Capítulo 6
A reabilitação
As penalidades de suspensão e expulsão são encerradas pela rea-
bilitação, que pode ocorrer tanto pela ação da Loja que os infligiu
quanto pela Grande Ordem.
A reabilitação de uma suspensão definida é encerrada sem qual-
quer ação especial da loja, mas simplesmente pelo fim do período
no qual o membro foi suspenso. Ele então retoma de uma vez a
posse de todos os seus direitos, benefícios e funções, dos quais ha-
via sido temporariamente suspenso.
Não tenho dúvida da exatidão deste princípio; mas como este
tem sido negado por alguns autores, embora a grande maioria das
autoridades esteja a seu favor, pode ser recomendável discutir seus
méritos, ainda que brevemente.
Permita-nos supor que em 1º de janeiro A. B. foi suspenso por
três meses, até o primeiro dia de abril. Ao fim dos três meses, isto
é, no dia 1º de abril, A. B. não será mais um membro suspenso –
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 137
pois a punição decretada expirou; e, como a sentença do grupo tem
expressamente declarado que sua suspensão era para durar até 1º de
abril, a sentença dada deve significar que a suspensão foi, no citado
1º de abril, cessada e determinado. Se ele, contudo, esperasse até 1º
de maio pela ação da Loja, declarando sua reabilitação, ele sofreria
uma punição de quatro meses de suspensão, a qual não foi decre-
tada por sua Ordem no julgamento, e seria considerada, portanto,
injusta e ilegal.
Mais uma vez: se o crime que ele cometeu foi, sob julgamento,
considerado tão leve que exige apenas uma exoneração por uma noi-
te da Loja, será mantido que, em sua saída da sala da Loja Maçônica
decretada pela sentença, ele deve deixá-la para não retornar a ela até
receber a comunicação, a menos que um voto o permita? Certamen-
te não. Sua punição de exoneração por uma noite foi executada; e na
noite seguinte ele entrará novamente com todos os seus direitos. Mas
se ele pode fazer isso depois de uma exoneração ou suspensão de uma
noite, por que não depois de um, três, seis ou doze meses? O tempo
é longo, mas o princípio se mantém o mesmo.
Mas a doutrina de que, depois da expiração do termo da sus-
pensão definida, uma ação pela Ordem, ainda é necessária para
completa reabilitação, é capaz de produzir mais injúria e opressão.
Se o grupo não apenas tem o direito, mas necessita assumir o caso
novamente, e ao decidir que a pessoa suspensa por três meses, e
cujo período de suspensão tenha expirado, deve agora ser reabilita-
da, assim se mantêm os membros do grupo, no curso de seu inqué-
rito, e se lhes permite chegar a tal conclusão como podem pensar
de forma correta e adequada; para dizer que eles, após todas as suas
deliberações, estão votando apenas de uma maneira, seria muito
absurdo exigir qualquer consideração. Eles podem, contudo, deci-
dir que A. B., tendo sofrido a sentença da loja, deve ser reabilitado,
e então, obviamente, tudo se resolveria e nada mais deveria ser dito.
Mas suponha que eles decidam, por outra maneira, e dizem que A.
B., tendo sofrido a sentença de suspensão de três meses, não deve
138 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
ser reabilitado, mas precisa permanecer suspenso até segunda or-
dem. Aqui, então, um membro seria punido uma segunda vez pelo
mesmo delito, e, também, depois de ter sofrido o que, no momento
de sua condenação, era presumido ser uma punição competente
– sem um julgamento, ou a necessidade de oportunidades de defe-
sa, novamente encontra-se culpado, e sua relativa leve punição de
suspensão por três meses foi alterada para uma mais severa, e por
um período indefinido. Os registros históricos do governo mais
arbitrário do mundo – a história do maior tirano que já viveu – não
poderiam mostrar um exemplo mais sem escrúpulos de violação da
lei e justiça do que este. E ainda pode naturalmente ser o resultado
da doutrina, que, em uma sentença definida de suspensão, o mem-
bro possa ser reabilitado apenas por um voto da Loja, em ocasião
da expiração de seu termo de suspensão. Se a Loja pode reabilitá-lo,
também pode recusar sua reabilitação, e recusar reabilitá-lo seria
aplicar uma nova punição a ele por um velho e extinto delito.
Em 1º de janeiro, por exemplo, A. B. foi posto sob julgamento,
testemunhas foram ouvidas, sua defesa foi ouvida, a Ordem con-
siderou-o culpado de algum crime; a seu ver o caso parecia exigir
uma suspensão da Maçonaria por justos três meses, nem mais, nem
menos. Se a Loja tivesse pensado em uma punição ainda maior, teria,
evidentemente, nós presumimos, decretado uma suspensão de seis,
nove ou doze meses. Mas considerando (depois de justa, imparcial
e competente investigação dos méritos do caso) que a lei infringida
seria satisfeita com a suspensão de três meses, a punição é decretada.
O tribunal é suspenso indefinidamente; para se fazer tudo que é
exigido, – o delinquente recebe sua sentença, se tornando penitente,
e após a expiração do tempo, a penitência tendo sido cumprida e o
débito quitado, diz-se a ele que ainda precisa receber a aprovação
de outro julgamento, perante outro tribunal, e perante o qual terá
de reassumir o que foi tirado dele apenas por um período definido;
e que ainda é duvidoso, já que a sentença do primeiro tribunal não
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 139
pode nem mesmo agora, depois de sua conclusão, ser revertida, e
uma nova e mais severa será aplicada.
A analogia de uma pessoa que foi sentenciada para detenção
em certo período, e que, na expiração desse período, é de uma vez
liberado, foi referida ao adequado caso de uma definida suspen-
são. Ainda mais apropriadamente, podemos nos referir ao caso da
pessoa transportada para o termo de suspensão de anos, e que não
pode retornar até que o termo expire, mas que está em liberdade de
uma vez para fazê-lo quando expirada. “Outro delito capital contra
a justiça pública”, diz Blackstone, “é o retorno de uma deportação,
ou sendo visto na Grã-Bretanha, antes da expiração do termo para
o qual o criminoso foi sentenciado a ser deportado”. Marque essas
significativas palavras: “antes da expiração do termo”; elas incluem,
a partir da força de expressão, a proposição de que isso não é delito,
para retornar após a expiração do termo. Então, mudando certas
palavras para encontrar a mudança das circunstâncias, mas deixan-
do o princípio inalterado, podemos estabelecer a lei em relação às
reabilitações de definidas suspensões, como segue:
Isto é um delito contra o código maçônico, para reclamar os
privilégios da Maçonaria, ou atentar a visita para uma Loja, depois
de ter sido suspenso, antes da expiração do termo pelo qual o cri-
minoso foi suspenso.
Obviamente não é crime reassumir esses privilégios, após o termo
ter expirado; certamente ele tem estranhas noções dos poderes da
linguagem, que supôs tal suspensão por três meses, e não por mais,
não significa que quando os três meses tiverem terminado a suspen-
são cessa. E, se a suspensão cessar, a pessoa não está mais suspensa; e,
se não mais suspensa, ela está em boa condição e não requer nenhu-
ma outra ação para restaurar a boa saúde maçônica e moral.
Mas diz-se que, embora originalmente apenas suspenso por
três meses, na expiração desse período, sua conduta permanecerá
a mesma de antes da suspensão, apesar de sua reabilitação, e causa
de reprovação pública. O que se deve fazer em tal caso? Parece
estranho que essa questão deva ser levantada. A reparação é apenas
140 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
aparente. Deve-se fazer novas acusações e deixar que um novo jul-
gamento ocorra para tratar dessa conduta durante o termo de sua
suspensão. Então, o grupo pode suspendê-lo novamente por um
período maior, ou mesmo expulsá-lo, se achar que ele merece tal
punição. Mas em nome da justiça, da lei e do bom senso, não in-
sidiosa e negligentemente continua uma sentença para o primeiro
delito, como uma punição por outro e um último, e também, sem
as devidas formas de julgamento.
Permita-nos, neste caso, fazer novamente uma analogia com as
leis da terra. Suponha que um criminoso tenha sido sentenciado a
seis meses de detenção por um pequeno roubo e durante o perído
que está na prisão tenha cometido outros crimes. Quando os seis
meses de sua sentença expirarem, o xerife se sentiria legitimamente
em condições de dizer a ele: “Não irei liberá-lo; você é culpado
de outro crime durante sua detenção, e, portanto, devo mantê-lo
confinado por mais seis meses”? É claro que não. O xerife ou o
juiz que deveria mostrar alguma consideração por seus direitos, iria
rapidamente se ver responsável pela violação de direitos privados.
Mas o procedimento a ser adotado seria prendê-lo por um novo
crime, dar-lhe um julgamento justo, e, se condenado novamente,
prendê-lo ou puni-lo de acordo com sua nova sentença, ou se ab-
solvido, liberá-lo.
O mesmo procedimento deveria ser adotado com um Maçom,
cuja conduta durante o período de sua suspensão tenha sido passí-
vel de vergonha ou suspeita. Os Maçons têm direitos assim como
os cidadãos – todos devem ser considerados inocentes até que se
prove o contrário – e ninguém deve sofrer uma punição, mesmo
que da forma mais leve, exceto depois de um julgamento imparcial
por seus semelhantes.
Mas o caso de uma suspensão indefinida é diferente. Aqui, ne-
nhum tempo em particular foi apontado para o término da puni-
ção. Ela pode continuar durante toda a vida, a menos que o tribu-
nal que o pronunciou ache adequado determinar um período para
o que anteriormente era indeterminado, e para declarar que em tal
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 141
dia a suspensão deveria cessar, e o criminoso seria reabilitado. Em
casos desse tipo, a ação sobre o membro da loja é necessária para se
chegar à reabilitação.
Tal sentença, sendo estendida indefinidamente – quer dizer, se-
gundo o desejo da Loja – pode ser revertida a qualquer momento,
e o indivíduo reabilitado pelo simples voto da maioria do grupo.
Algumas autoridades acham que o voto de dois terços é necessário;
mas eu não vejo razão pela qual uma loja não pode, neste como em
outros casos, reverter sua decisão pelo voto da maioria simples. As
constituições antigas são completamente omissas sobre esse ponto
e todos os outros semelhantes; e, portanto, onde uma Grande Or-
dem não tenha escrito um regulamento sobre o assunto, devemos
ser guiados pelos princípios da analogia, sendo que ambos nos
conduzem à conclusão de que um grupo poder expressar sua von-
tade, em questões não regulamentadas pela constituição.
Mas a reabilitação de um Maçom expulso exige uma ação di-
ferente. Pela expulsão, como eu já disse, todas as conexões com a
Ordem estão completamente quebradas. O indivíduo expulso dei-
xa de ser um Maçom, uma vez que respeita quaisquer exercícios dos
direitos ou privilégios maçônicos. Sua reabilitação para a Ordem é,
contudo, equivalente à admissão de um leigo. Tendo com sua ex-
pulsão deixado de ser um membro da Loja que o expulsou, sua rea-
bilitação seria como a admissão de um novo membro. O Maçom
expulso e um candidato não-iniciado devem ser postos no mesmo
patamar – os dois são igualmente desvinculados da instituição –,
um nunca tendo estado nela e o outro sendo completamente des-
ligado desta.
A regra para a admissão de novos membros, como estabelecida
em trinta e nove regulamentos, me parece, contudo, ser aplicável a
este caso; e, por isso, acredito que para reverter a sentença de expul-
são e reabilitar um Maçom expulso será exigida votação unânime
como a que é necessária ao escrutínio para a iniciação.
Toda ação tomada por uma Loja para a reabilitação deve ser feita
em uma comunicação declarada e mais tarde devidamente notifica-
142 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
da, para que, se qualquer membro tiver boas e suficientes razões para
ser contra a reabilitação, deve ter a oportunidade de apresentá-las.
Concluindo, a Grande Ordem pode reabilitar um Maçom sus-
penso ou expulso, contrariamente aos desejos do grupo.
Nesse caso, só a parte suspensa reassume de uma vez seu lugar
e as funções da Loja da qual, na verdade, ele havia sido separado
apenas temporariamente.
Mas em casos de reabilitação de um Maçom expulso dos direi-
tos e privilégios da Maçonaria, por uma Grande Ordem, ele con-
segue a reabilitação em sua Loja? Essa é uma importante questão,
e em geral tem sido decidida negativamente pelas Grandes Ordens
deste país. Mas como eu, infelizmente, discordei dessas altas auto-
ridades, não posso me abster, como uma apologia para essa dife-
rente opinião, a partir da apresentação das considerações que têm-
me levado à conclusão que tenho adotado. Não posso, é verdade,
em face da grande quantidade de autoridades de opinião diferente,
oferecer essa conclusão como lei maçônica. Mas, eu tenho a espe-
rança de que, em um tempo não distante, isso possa ocorrer dada a
mudança das Grandes Ordens contrárias às decisões que eles têm
tomado.
A opinião geral neste país é, que quando um Maçom é expulso
por sua loja, a Grande Ordem pode reabiltar seus direitos e pri-
vilégios, mas não pode reabilitá-lo para fazer parte de sua Loja
novamente. Minha própria opinião, em contradição a isto, é que
quando uma Grande Ordem reabilita um Maçom expulso, fun-
damentada na punição de expulsão dos direitos e privilégios da
Maçonaria, sendo tão severa e desproporcional ao delito, pode-se
ou não reabilitá-lo como membro de sua Loja. A Grande Ordem
poderia, por exemplo, recusar a reabilitação de sua filiação baseada
em que a exclusão de sua Loja é uma punição apropriada; mas a de-
cisão da Loja, declarando-o culpado é revertida, e a Grande Ordem
o declara inocente, ou se a acusação contra ele não for provada,
então, mantenho que é obrigado por uma consideração justa dos
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 143
direitos do membro expulso reabilitar não somente os direitos e os
privilégios da Maçonaria, mas também a filiação à sua Loja.
Não posso conceber como um Irmão, cuja inocência é declara-
da por um veredicto de sua Grande Ordem, pode ser privado de
fazer uso dos direitos como um membro de uma Loja particular,
sem uma violação dos princípios da justiça. Se culpado, deixe sua
expulsão em vigor; mas, se inocente, deixe que ele seja colocado
na mesma posição na qual estava antes da passagem pela sentença
injusta da Loja, que foi revertida.
Todo o erro, em relação a esta questão de reabilitação da filiação,
que surja, suponho eu, de um equívoco de um regulamento antigo,
que diz que “nenhum homem pode entrar como um Irmão em
qualquer Loja particular, ou admitido como um membro dela, sem
o consentimento unânime de todos os membros” – cujo inerente
privilégio é dito não ser caso para dispensa, “com receio de que um
membro rebelde seja assim imposto sobre eles, que poderia abalar
a harmonia, ou prejudicar a liberdade da comunicação deles, ou
até quebrar e dispersar a Loja”. Mas deveria ser lembrado que esse
regulamento se refere inteiramente à admissão de novos membros,
e não para a reabilitação dos antigos – para a permissão de um
favor que o candidato solicite, e que a Loja pode ou não, por seus
próprios motivos, entender e conferir, e para não recomeçar de um
direito garantido e já adquirido, que, se for correto, nenhuma Loja
pode impedir. O funcionamento prático do sistema de uma reabiil-
tação incompleta, que não seja um caso extremo, irá prontamente
mostrar seu absurdo e sua injustiça. Um membro, pode recorrer de
sua expulsão por sua Loja à Grande Ordem, que investiga o caso
calmamente e de forma justa. Esta, se acha que o membro expulso
foi erroneamente acusado de um crime que nunca cometeu; que
foi injustamente julgado e condenado, declara-o inocente – clara e
indubitavelmente inocente, e está agora livre de qualquer condena-
ção a que os jurados o condenaram. Sob essas circunstâncias, cabe
à Grande Ordem reabilitá-lo à posição que ele ocupava de início
e reinvesti-lo dos direitos de que ele tinha sido injustamente sido
144 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
afastado, mas que ele não pode utilizar. A Grande Ordem deve
reabilitá-lo aos privilégios da Maçonaria em geral; mas, embora ele
seja inocente, a Grande Ordem, a despeito do preconceito de seus
Irmãos que deve perpetuar como um erro, e punir essa pessoa ino-
cente com a expulsão de sua Loja. Não posso, não ouso, enquanto
eu me lembrar dos eternos princípios de justiça, concordar com tal
monstruoso erro cometido – tão flagrante um ultraje aos direitos
privados.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 145
Capítulo 7
A demissão
Demitir-se de um grupo é renunciar ao título de membro, oca-
sião em que um certificado de boa reputação e liberação de todas
as obrigações é dado ao candidato, tecnicamente chamado de des-
pedido.
O direito de se demitir ou renunciar nunca foi negado, até há
alguns anos. Em 1853, a Grande Loja de Connecticut adotou em
regulamento “que nenhum grupo deve conceder uma demissão a
qualquer um de seus membros, exceto pelo propósito de se juntar
a alguma outra Loja, e que nenhum membro deve ser considerado
retirado de uma Loja, até que tenha realmente se tornado membro
de outra”. Regulamentos similares têm sido tanto adotados como
propostos por algumas outras Grandes Lojas, mas duvido muito de
sua conveniência e legalidade. Este método compulsório de manter
Maçons, após eles terem sido formados, me parece um tanto quan-
to repugnante para o caráter voluntário de nossa instituição, como
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 147
seria um modo compulsório de formá-los no começo. A conveni-
ência de tal regulamento também é altamente questionável. Todo
candidato deve vir à nossa porta “de livre e espontânea vontade e
acordo”, e certamente não devemos desejar manter ninguém entre
nós, contra sua vontade. Estamos todos familiarizados com o pro-
vérbio satirizado, que “Um homem convencido contra sua vontade,
ainda é da mesma opinião”; e ele não é mais acionado por aquela
ardente estima pela instituição a ponto de gerar um desejo de con-
tinuar sua participação, poderia dificilmente ter o seu zelo inativo,
despertado, ou sua frigidez aquecida pelas barras e parafusos de um
regulamento que deveria mantê-lo um prisioneiro relutante dentro
das paredes das quais ele escaparia alegremente. Podemos dispen-
sar alegremente de nossa Ordem, Maçons com tais disposições.
As Antigas Obrigações, enquanto afirmam que todo Maçom
deve pertencer a uma Loja, não acrescentam nenhuma penalidade
pela desobediência. Nenhum homem pode ser proibido de manter
sua união com a sociedade, seja ela religiosa, política ou social, por
mais tempo que leve para se adequar a suas próprias inclinações ou
senso de tarefa. Interferir com essa inalienável prerrogativa de um
homem livre seria infringir sobre os direitos privados. A iniciação
de um Maçom foi voluntária e sua permanência na Ordem deveria
prosseguir assim.
Mas nenhum homem é intitulado a uma demissão, a não ser no
momento da exigência de que ele tenha boa reputação e seja livre
de todas as obrigações. Se, sob acusações por um crime, ele deve
permanecer e cumprir o seu julgamento, e no caso de pendências,
ele deve pagar suas dívidas.
Há, contudo, um caso de demissão para o qual uma lei especial
foi decretada. Ocorre quando vários Irmãos exigem demissão de
um grupo ao mesmo tempo. Como essa ação é, às vezes, resultado
de ressentimento ou de raiva, e como a saída de vários membros
de uma vez poderia prejudicar seriamente a prosperidade, ou talvez
até pôr em perigo a existência da Loja, isso tem sido expressamente
proibido pelos Regulamentos Gerais, a menos que o grupo tenha-
148 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
se tornado muito numeroso por trabalho conveniente; e mesmo
assim, não é permitido, exceto por uma dispensa. As palavras dessa
lei estão lastreadas no oitavo Regulamento Geral, como segue:
“Nenhum conjunto ou número de Irmãos deve se retirar ou se
separar de uma Loja na qual foram formados, ou em que foram
mais tarde admitidos como membros, a menos que a Loja se
torne muito numerosa; e mesmo assim, sem uma dispensa do
Grão-mestre ou de seu Representante; e quando eles são assim se-
parados, devem tanto se unir à outra Loja quanto devem gostar
o máximo, como o consentimento unânime da outra Loja para
a qual eles irão, ou também devem obter o mandado do Grão-
mestre para se juntarem à nova Loja”.
Parece, contudo, que, embora um grupo não possa negar o di-
reito de uma única demissão, quando supõe-se que uma espécie
de conspiração pode ser formada, e vários Irmãos apresentam suas
petições para demissão de uma vez e ao mesmo tempo, a Loja pode
não apenas recusar, mas é uma barreira para tal, a menos que sob
uma dispensa, que pode apenas ser dada no caso de superpopula-
ção do grupo.
Com essas restrições e qualificações, não pode haver dúvida que
todo Mestre Maçom tem o direito de se demitir de sua Loja por
própria vontade. Qual será o resultado de tal demissão para ele,
em suas futuras relações com a Ordem, constituirá o assunto do
próximo capítulo.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 149
Capítulo 8
Os Maçons não-afiliados
Um Maçom não-afiliado é o mesmo que um Maçom que não
está conectado a nenhuma Loja. Não pode haver dúvidas de que tal
posição é contraditória ao espírito de nossa instituição, e essa filiação
é uma tarefa obrigatória de cada Maçom. As Antigas Obrigações,
que têm sido frequentemente citadas como lei fundamental da Ma-
çonaria, afirmam: “cada Irmão deve pertencer a uma Loja e ser sub-
metido às leis adotadas por esta e aos Regulamentos Gerais”.
Do modo como está explicitamente anunciada, essa doutrina
tem sido muito pouco observado, em consequência de nenhuma
penalidade ter sido relacionada à sua violação. Em todos os tem-
pos, Maçons não-afiliados têm existido – Maçons que se retira-
ram de toda participação ativa em suas tarefas e responsabilidades
da Ordem, e, que, na hora de perigo ou angústia, não hesitaram
em reivindicar sua proteção ou assistência, embora tenham recusa-
do, no dia de sua prosperidade, adicionar algo que acrescentasse à
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 151
Ordem riquezas, seus poderes ou influência. Neste país, as perse-
guições antimaçônicas de 1828, e anos subsequentes, por causar o
desaparecimento de muitas Lojas, deixaram um vasto número de
Irmãos sem conexão direta com a instituição; sobre a restauração
da paz e renovação do trabalho pelas Lojas, muitos desses Irmãos
se negaram a se reunir na organização, e assim permaneceram não-
filiados. O hábito, assim introduzido, foi seguido por outros, até o
pecado da não-filiação ter chegado a tal ponto que se tornou um
sério mal e atraiu a atenção e foi condenado por quase toda Grande
Loja.
Poucas das Grandes Lojas negaram a um Maçom o direito de
se demitir em definitivo da Ordem. O Texas, por exemplo, decla-
rou que “não reconhece o direito de um Maçom de se demitir ou
se separar da Loja em que ele foi formado, ou que seja admitido
posteriormente, exceto com a finalidade de se unir a outra Loja, ou
quando ele está a ponto de sair sem a autorização da Loja de que
foi membro”. Algumas outras Grandes Lojas adotaram um regula-
mento similar; mas a opinião prevalecente das autoridades parece
ser a de que é competente interferir no direito de demissão, sendo
que, com esta, certos direitos e prerrogativas são perdidos.
Arkansas, Missouri, Ohio e uma ou duas outras Grandes Lojas,
enquanto não negam o direito de demissão, têm, em vários mo-
mentos, cobrado uma taxa ou contribuição por Maçom demitido
ou não-filiado em suas respectivas jurisdições. O princípio, portan-
to, também falhou em obter a cooperação geral de outras Grandes
Lojas, e algumas delas, como Maryland, denunciaram isso aber-
tamente. Depois de uma cuidadosa análise das autoridades, não
posso negar a nenhum homem o direito de se retirar, sempre que
for de sua vontade, de uma associação voluntária – as leis da terra
não nos lastreariam na aplicação de tal regulamento; e nossa au-
toestima deveria nos prevenir de tentar fazê-lo. Se, então, ele tem
o direito de sair, isto significa para nós que não temos o direito de
tributar-lhe, pois se trata apenas de um modo de infligir uma mul-
ta ou penalidade a esse ato, ao direito que nós temos aderido. Na
152 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
forte linguagem do Comitê de Correspondência de Maryland: “O
objetivo da Maçonaria nunca foi extorquir, quer queira quer não, o
dinheiro de seus devotos. Estes não são seus princípios de ensino. A
defesa de tais doutrinas não pode ir além do interesse ou da repu-
tação da instituição; mas fará, como seu comitê teme, muito para
a destruição de sua utilidade. Membros compulsivos se privam do
título, livre e aceito”.
Mas como esse é um preceito inquestionável pela Ordem de
que todo Maçom deve pertencer a uma Loja, e contribuir, até onde
seu meio lhe permitir, para o apoio da instituição; e como, por sua
demissão, para outras finalidades temporárias, ele viola os princí-
pios e desobedece aos preceitos da Ordem, naturalmente significa
que sua saída deve colocá-lo em uma posição diferente da que ele
ocuparia como um Maçom filiado. Este é o momento de indagar
qual é essa nova posição.
Podemos dizer, então, que, sempre que um Maçom deixa perma-
nentemente sua Loja, rompe com toda conexão entre ele e a orga-
nização, que é a Loja Maçônica da Ordem, de uma vez e enquanto
ele continuar não-filiado. Por essa atitude, ele se separa de todos os
direitos e privilégios que lhe pertencem como membro dessa orga-
nização. Dentre esses direitos e privilégios estão: a visitação, a ajuda
financeira e o enterro maçônico. Sempre que ele se aproximar da
porta de uma Loja Maçônica, pedindo para entrar ou procurando
ajuda, deverá ser visto como um leigo. Ele pode bater, mas a porta
não deve ser aberta – ele pode pedir, mas não receberá. O trabalho
de uma Loja não é para ser dividido com os que deixaram de lado
as vestes oficiais e acessórios e abandonaram a tarefa do Templo
– os fundos da loja existem para serem distribuídos apenas entre
os que estão ajudando, com suas contribuições individuais, para a
formação de fundos similares em outras Lojas Maçônicas.
Mas, a partir do bem conhecido e universal ditado de que “uma
vez Maçom, sempre Maçom”, considera-se que um Irmão demitido
não pode por tal demissão separar-se de todas as suas responsabi-
lidades maçônicas com seus Irmãos, nem ser privado de suas res-
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 153
ponsabilidades correlativas a ele. Um Maçom não-filiado é ainda
limitado por certas obrigações, das quais ele não pode, sob quais-
quer circunstâncias, se separar, e por similares obrigações, a Fra-
ternidade também tem limitações com relação a ele. Estas dizem
respeito às funções de sigilo e de ajuda na hora de perigo iminente.
Do primeiro desses não pode haver nenhuma dúvida; e, quanto ao
último, as palavras do ensinamento não nos deixa nenhuma opção;
nem é um momento que o G. H. S. de D. é expulso para indagar
na condição da facção.
Falando deste assunto, o Irmão Albert Pike, em sua declaração
para a Grande Loja, de Arkansas, afirma que, “se uma pessoa apela
para nós como um Maçom em perigo, ou sob pressão da necessi-
dade, nós não temos tempo para inquirir sobre sua dignidade, por
isso, a fim de que não pudéssemos recusar auxílio e ajuda a um
Maçom digno, nós não devemos parar para fazer perguntas como
se faz em outras situações”. Mas eu não acho que o Irmão tenha
colocado bem o caso. Não me parece que, “a fim de que não pudés-
semos recusar auxílio e ajuda a um Irmão digno”, estejamos em tal
“perigo iminente”, para não fazer nenhuma pausa para deliberação.
Mas isso ocorre porque nós estamos limitados, pelas nossas mais
altas obrigações, todo o tempo, e para todos os Maçons, a dar essa
ajuda quando devidamente requisitada.
Eu posso então, após essa discussão um pouco extensa, recapi-
tular brevemente a posição dos direitos e das responsabilidades de
um Maçom não-filiado como segue:
1. Um Maçom não-filiado ainda é limitado por todas essas ta-
refas maçônicas e obrigações, exceto aquelas ligadas com a or-
ganização da Loja.
2. Ele tem o direito de ser ajudado, em caso de perigo iminen-
te, quando ele pede por essa ajuda, da maneira convencional e
adequada.
154 OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME II
3. Ele perde o direito de receber auxílio financeiro.
4. Ele perde o direito geral de visitar as lojas, ou de caminhar em
procissões maçônicas.
5. Ele perde o direito ao enterro maçônico.
6. Ele ainda continua sujeito ao governo da Ordem, e pode ser
julgado e punido por qualquer delito como um Maçom filiado,
pela Loja em cuja jurisdição geográfica ele reside.
OS PRINCÍPIOS DAS LEIS MAÇÔNICAS – VOLUME 1I 155