0% acharam este documento útil (0 voto)
18 visualizações8 páginas

Guerra Fria: Vietnã e Coreia

Enviado por

aryam.study
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
18 visualizações8 páginas

Guerra Fria: Vietnã e Coreia

Enviado por

aryam.study
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 8

Introdução

A Guerra Fria foi um período de grande tensão entre os Estados Unidos e


a União Soviética, que disputavam o controle mundial após a Segunda
Guerra Mundial. Mesmo tendo armas nucleares e podendo destruir um ao
outro, o medo de uma destruição total impediu que os dois países
entrassem em guerra diretamente. Em vez disso, eles começaram a
apoiar lados opostos em conflitos menores, espalhados pelo mundo.
Essas disputas ficaram conhecidas como "guerras indiretas" ou "guerras
por procuração".

Nessas guerras, os EUA e a União Soviética ajudavam outros países ou


grupos, dando dinheiro, armas ou apoio militar, sem precisar lutar
diretamente. Isso era uma forma de tentar ganhar mais influência no
mundo sem arriscar uma guerra nuclear.

Muitos países, principalmente na Ásia, África e América Latina, acabaram


se tornando o palco dessa disputa entre capitalismo e socialismo. Essas
guerras indiretas mudaram a política mundial e causaram muitos
problemas nos países envolvidos, como divisões e conflitos que duraram
muito tempo depois da Guerra Fria.
A Guerra do Vietnã

Antecedentes Históricos

A Guerra do Vietnã teve raízes profundas, começando com a dominação


colonial da França na Indochina, que se intensificou no século XIX. Essa
região, composta pelo Vietnã, Laos e Camboja, foi uma das várias áreas
do mundo colonizadas pelas potências europeias. A França estabeleceu
seu controle até a Segunda Guerra Mundial, quando a ocupação da
Alemanha Nazista levou o Japão a invadir a Indochina. Após a guerra, a
descolonização começou, gerando uma forte demanda por
independência nas colônias.

No Vietnã, o movimento nacionalista Viet Minch, liderado por Ho Chi


Minh, ganhou força, especialmente após uma devastadora fome entre
1944 e 1945 que acentuou a insatisfação popular com os governantes
estrangeiros. Após a rendição do Japão, o Viet Minch rapidamente
assumiu o controle do norte do Vietnã, proclamando a República
Democrática do Vietnã. Contudo, as potências aliadas, especialmente a
França, decidiram manter a influência sobre a região, levando à eclosão
da Primeira Guerra da Indochina em 1946.

Divisão do Vietnã e a Guerra Fria

Com a derrota da França em 1954, o Vietnã foi dividido em duas partes: o


Norte, sob influência comunista, e o Sul, apoiado por forças ocidentais,
especialmente os Estados Unidos. Essa divisão espelhava a polarização
da Guerra Fria, onde as superpotências buscavam expandir suas esferas
de influência.

Os EUA, preocupados com a propagação do comunismo na Ásia,


começaram a apoiar o Vietnã do Sul com armas e assistência militar. O
incidente no Golfo de Tonkin em 1964 foi um ponto crucial, levando à
escalada do envolvimento militar dos EUA após a autorização do
presidente Lyndon Johnson para enviar tropas ao Vietnã.

O Conflito e suas Táticas

Durante a Guerra do Vietnã, que durou de 1955 até 1975, os


combatentes do Vietnã do Norte utilizaram táticas de guerrilha,
aproveitando seu conhecimento do terreno para emboscar as forças
americanas e sul-vietnamitas. A guerra tornou-se particularmente brutal,
com os EUA empregando táticas de bombardeio em massa e armas
químicas como o napalm.

As imagens da guerra, amplamente divulgadas pela mídia, provocaram


um intenso movimento anti-guerra nos Estados Unidos. Personalidades
públicas, como o boxeador Muhammad Ali, se opuseram à guerra,
simbolizando a resistência e o crescente descontentamento popular.

Fim da Guerra e Consequências


A pressão interna e o número elevado de baixas forçaram os EUA a
buscar um cessar-fogo, que foi assinado em 1973. Em 1975, as forças
norte-americanas se retiraram definitivamente, resultando na vitória do
Vietnã do Norte e na unificação do país sob um regime comunista.

As consequências da guerra foram profundas e duradouras, tanto para o


Vietnã quanto para os EUA. O conflito deixou cicatrizes emocionais e
físicas em ambas as nações. Nos Estados Unidos, ele gerou um legado
de ceticismo em relação a intervenções militares e um ativismo contínuo
por paz e direitos humanos. O Vietnã, por sua vez, enfrentou a
devastação e a necessidade de reconstrução, mas conseguiu se reerguer
como uma nação unificada.

Hoje, a Guerra do Vietnã é lembrada como um marco significativo na


história das relações internacionais e na luta por direitos civis, com seus
ecos ressoando até os dias atuais, em debates sobre política externa e
os custos da guerra.

A Guerra da Coreia

A Guerra da Coreia foi um dos principais conflitos da Guerra Fria e durou


de 1950 a 1953, envolvendo a Coreia do Norte, a Coreia do Sul, os
Estados Unidos, a China e, em menor escala, a União Soviética. A
origem do conflito está na divisão da Península da Coreia após a
Segunda Guerra Mundial, quando o território, que havia sido ocupado
pelo Japão desde 1910, foi arbitrariamente dividido entre o norte, sob
influência soviética, e o sul, sob controle americano. Essa divisão foi
formalizada ao longo do Paralelo 38 durante a Conferência de Potsdam,
em 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Coreia foi libertada do domínio


japonês, mas a ausência de um consenso sobre seu futuro levou à
criação de dois governos separados, cada um alinhado a uma
superpotência: ao norte, o governo comunista liderado por Kim Il-sung,
com apoio da União Soviética; e ao sul, o governo capitalista de
Syngman Rhee, apoiado pelos Estados Unidos. Em 1948, as forças de
ocupação soviéticas e americanas se retiraram, deixando os dois
governos rivais responsáveis por seus respectivos territórios.

A tensão entre as duas Coreias cresceu rapidamente, impulsionada pela


rivalidade ideológica entre o comunismo e o capitalismo, além de
disputas internas e tentativas de cada lado de unificar a península sob
seu regime. Kim Il-sung, o líder da Coreia do Norte, buscava apoio de
Stalin, o líder da União Soviética, para iniciar uma invasão ao sul.
Inicialmente, Stalin era cauteloso, temendo um conflito direto com os
Estados Unidos, mas a vitória da Revolução Chinesa em 1949 e a
pressão da China por mais influência na Ásia contribuíram para que ele
reconsiderasse.
Com apoio logístico e material da União Soviética e a mobilização de
soldados chineses de etnia coreana, a Coreia do Norte estava pronta
para agir. A guerra começou oficialmente em 25 de junho de 1950,
quando tropas norte-coreanas cruzaram o Paralelo 38 e invadiram a
Coreia do Sul, tomando rapidamente boa parte do território, incluindo a
capital Seul. Este foi o início da primeira fase do conflito, que durou até
setembro de 1950. Durante esse período, as forças sul-coreanas e seus
aliados foram empurrados para o Perímetro de Pusan, uma pequena área
no extremo sul da península.

A resposta internacional à invasão foi rápida. Em 27 de junho de 1950, a


ONU condenou a agressão norte-coreana e autorizou a criação de uma
coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, para defender a
Coreia do Sul. Tropas de diversos países, mas principalmente
americanas, foram enviadas para a península, mudando o curso da
guerra. Sob o comando do general Douglas MacArthur, os aliados
lançaram um contra-ataque ousado em setembro de 1950, com um
desembarque anfíbio em Inchon, que permitiu que as forças da ONU
retomassem a iniciativa.

A partir daí, teve início a segunda fase da guerra, que durou até outubro
de 1950. As forças sul-coreanas e americanas recapturaram rapidamente
grande parte do território perdido e avançaram para o norte, cruzando o
Paralelo 38 e aproximando-se da fronteira com a China. A intenção era
derrotar completamente o regime de Kim Il-sung e unificar a península
sob o governo do sul. No entanto, o avanço das tropas da ONU causou
preocupação em Pequim, que temia uma invasão do território chinês.

Em resposta, a China entrou oficialmente no conflito em outubro de 1950,


enviando centenas de milhares de soldados para lutar ao lado da Coreia
do Norte. Essa intervenção deu início à terceira fase da guerra,
caracterizada por um equilíbrio de forças entre os dois lados. As tropas
chinesas, em grande número, conseguiram repelir as forças da ONU para
o sul, retomando Seul e consolidando suas posições no norte. O conflito
se estabilizou ao longo de 1951, com a linha de frente se mantendo
próxima ao Paralelo 38, onde a guerra havia começado.

Com a guerra em um impasse, começaram as negociações para um


cessar-fogo. No entanto, as discussões foram lentas e complicadas,
especialmente em relação a questões como a troca de prisioneiros de
guerra. Enquanto isso, os combates continuaram, resultando em pesadas
baixas para ambos os lados. O conflito se tornou cada vez mais
desgastante, tanto em termos de vidas perdidas quanto de recursos.

Finalmente, em 27 de julho de 1953, foi assinada uma trégua em


Panmunjom, estabelecendo um cessar-fogo que permanece até os dias
de hoje. A trégua, no entanto, não foi um tratado de paz formal, o que
significa que, tecnicamente, as duas Coreias ainda estão em guerra. O
acordo estabeleceu uma zona desmilitarizada (DMZ) ao longo do
Paralelo 38, que separa os dois países até hoje. Pequenas mudanças de
fronteira foram feitas, mas a divisão da península foi mantida, e a
rivalidade entre as duas Coreias persistiu.
A Guerra da Coreia foi um conflito devastador, resultando na morte de
mais de 2,5 milhões de pessoas, entre militares e civis. Embora tenha
terminado em um impasse, a guerra teve profundas consequências
geopolíticas, consolidando a divisão da península e reforçando a
polarização entre o bloco comunista e o bloco capitalista durante a
Guerra Fria. As relações entre as duas Coreias continuaram tensas nas
décadas seguintes, com episódios de violência e provocações
ocasionais. Contudo, nas últimas décadas, houve tentativas esporádicas
de aproximação, embora a paz duradoura ainda não tenha sido
alcançada.

Crise dos Mísseis de Cuba

A Crise dos Mísseis de Cuba, ocorrida em outubro de 1962, foi o ponto


mais crítico da Guerra Fria e quase levou o mundo a uma guerra nuclear.
O episódio começou quando os Estados Unidos descobriram que a União
Soviética estava instalando bases de mísseis nucleares em Cuba, a
apenas 160 quilômetros da costa americana. Esses mísseis tinham um
alcance de 1600 km, o que colocava grande parte do território dos
Estados Unidos sob ameaça direta.

A crise foi desencadeada em meio ao contexto da Guerra Fria, marcada


pela rivalidade entre as superpotências, os Estados Unidos e a União
Soviética, em várias frentes, incluindo a militar, tecnológica e ideológica.
O embate entre os dois países estava intensificado por questões como a
corrida armamentista, que envolvia a produção e o posicionamento de
armas nucleares estratégicas. Essa disputa tinha Cuba como um ponto
chave, uma vez que, após a Revolução Cubana em 1959, liderada por
Fidel Castro, o país se aproximou da União Soviética e adotou um regime
socialista, o que irritou profundamente os Estados Unidos.

Em 10 de outubro de 1962, aviões-espiões americanos detectaram


construções suspeitas em território cubano, e, quatro dias depois, novas
fotografias revelaram a presença de mísseis soviéticos sendo instalados
na ilha. Essas descobertas alarmaram o governo norte-americano, que
entendeu o posicionamento dos mísseis como uma ameaça direta à sua
segurança nacional. As informações obtidas pelos serviços de
inteligência indicaram que as armas estavam sendo transportadas em
navios soviéticos e que Cuba também contava com bombardeiros
capazes de transportar bombas nucleares.

John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos, foi informado sobre a


situação em 16 de outubro de 1962, e a partir daí iniciou-se uma série de
reuniões de emergência para decidir a melhor resposta. O conselho de
seus assessores militares e políticos foi cauteloso: um ataque direto a
Cuba ou uma invasão poderia provocar uma retaliação da União
Soviética e potencialmente desencadear uma guerra nuclear. Como
alternativa, foi decidido impor um bloqueio naval à ilha, denominado
“quarentena”, com o objetivo de impedir que mais armamentos
chegassem a Cuba.
Em 22 de outubro de 1962, Kennedy anunciou publicamente a
descoberta dos mísseis e o bloqueio naval a Cuba. A quarentena previa
que todas as embarcações soviéticas fossem inspecionadas pelos
Estados Unidos, e aquelas que transportassem armamentos seriam
barradas. A União Soviética, liderada por Nikita Khrushchov, reagiu,
denunciando o bloqueio como uma violação da soberania cubana e
acusando os Estados Unidos de atos de agressão.

Nos dias seguintes, a tensão escalou. O bloqueio naval foi formalmente


implementado em 24 de outubro, e as embarcações soviéticas que
transportavam armas nucleares recuaram, evitando a colisão direta com
a marinha dos Estados Unidos. No entanto, o ponto de maior perigo
ocorreu em 27 de outubro, quando um avião-espião americano foi abatido
sobre Cuba, matando o piloto. O incidente aumentou ainda mais os
temores de uma guerra nuclear iminente, com ambos os lados em estado
de alerta máximo.

As negociações entre Estados Unidos e União Soviética se


intensificaram, e a ONU também foi envolvida na busca por uma solução
pacífica. Khrushchov propôs retirar os mísseis de Cuba se os Estados
Unidos prometessem não invadir o país. Além disso, o líder soviético
sugeriu que os EUA desmantelassem suas bases de mísseis na Turquia,
que estavam estrategicamente posicionadas perto da União Soviética.

Finalmente, em 28 de outubro de 1962, Khrushchov anunciou que a


União Soviética desmontaria suas bases de mísseis em Cuba, e os EUA
concordaram em não tentar mais invadir a ilha. Secretamente, Kennedy
também aceitou desmantelar as bases de mísseis americanas na
Turquia, mas isso não foi amplamente divulgado na época.

Com isso, a crise chegou ao fim, e o bloqueio naval dos Estados Unidos
foi suspenso em 22 de novembro de 1962, quando os bombardeiros
soviéticos deixaram Cuba. A Crise dos Mísseis de Cuba é considerada a
maior crise diplomática da Guerra Fria e um momento decisivo em que o
mundo esteve à beira de uma guerra nuclear. A negociação evitou o pior
e destacou a importância da diplomacia na resolução de conflitos.
Conclusão
A Guerra Fria foi um dos períodos mais tensos da história do mundo,
marcado por disputas indiretas e ameaças de destruição em massa.
Mesmo sem um conflito direto entre os Estados Unidos e a União
Soviética, as guerras indiretas, como a do Vietnã e a da Coreia, e
eventos como a Crise dos Mísseis de Cuba, mostraram o impacto que
essa rivalidade teve no mundo todo. Mesmo após o fim da Guerra Fria,
suas consequências permanecem até hoje.
Referências

Guerra do Vietnã
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/gue
rra-vietna.htm

Guerra das Coreias


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerra-corei
a.htm
Crise dos Mísseis de Cuba
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise-dos-mi
sseis.htm

Você também pode gostar