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3.almeida Jr. - Rabello - 2022 - Usuário e Recuperação de Informação

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ARTIGO

DOI: https://doi.org/10.21728/logeion.20
https://doi.org/10.21728/logeion.2022v9nesp.p482
482-495

USUÁRIO E RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO:


Hiato ou ditongo?

Oswaldo Francisco de Almeida Junior1


Universidade Estadual de Londrina
[email protected]

Rodrigo Rabello2
Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília
[email protected]
______________________________
Resumo

No âmbito da Biblioteconomia e da Ciência da Informação o usuário é visto, emteoria, como a direção, como o
norteador de todas as ações desenvolvidaspelos equipamentos informacionais. Esse é apenas um discurso,
destoante daprática do profissional bibliotecário em seu trabalho com a informação. Ousuário, a partir dessa
concepção, é entendido como o sujeito principal doprocesso não só de referência, mas abrang
abrangendo todas as ações
das bibliotecasou, ampliando, dos equipamentos informacionais. Um pretenso encobrimentodas interferências,
tanto do espaço como dos que nele atuam, tende adefender uma impossível neutralidade. Tal neutralidade, a
partir do olhar daárea da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, ficaria evidenciada sob aescolha do
usuário como o fim último do fazer das bibliotecas e dosbibliotecários. Com esse olhar em perspectiva,
precisamos apontar e discutir,mais pormenorizadamente, alguns itens:
itens:- O primeiro deles, e não necessariamente
em ordem de importância, é a ideiade que tudo é feito para o sujeito informacional (ou qualquer
outradenominação presente na literatura da área e empregada
mpregada pelos que nela atuame os que a pesquisam
formalmente) e a organização
ganização inteira da biblioteca estávoltada para satisfazer as necessidades, desejos e
interesses informacionaisapresentados pelo usuário. Não é isso o que de fato ocorre e essa é uma daspropostas a
serem abordadas no presente texto.

Palavras-chave: Ciência
ia da informação. Bibliotecas. Bibliotecários.

Abstract

In the scope of Librarianship and Information Science, the user is seen, in theory, as the direction, as the guide of
all actions developed by informational equipment. This is just a speech, contrary to the practice of professional
librarians in their work with information. The user, from this conception, is understood as the main subject of the
process, not only of reference, but encompassing all actions of libraries or, expanding, of informa informational
equipment. An alleged concealment of interference, both from space and from those who work in it, tends to
defend an impossible neutrality. Such neutrality, from the point of view of Librarianship and Information
Science, would be evidenced by choos
choosing
ing the user as the ultimate purpose of what libraries and librarians do.
With this look in perspective, we need to point out and discuss, in more detail, some items: - The first of them,
and not necessarily in order of importance, is the idea that everyth
everything
ing is done for the informational subject (or
any other denomination present in the literature of the area and employed by those who work in it and those who
formally research it) and the entire organization of the library is aimed at satisfying the inform
informational needs,
desires and interests presented by the user. This is not what actually happens and this is one of the proposals to
be addressed in this text.

Keywords:: Information science. Libraries. Librarians.

1
Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo
Paulo.
2
Doutorado em Ciência da Informação pela Faculdade de Filosofia e Ciências.
Esta obra está licenciada sob uma licença
Creative Commons Attributi
Attribution
on 4.0 International (CC BY-NC-SA
BY 4.0).
LOGEION: Filosofia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, 2022, edição Especial
al, p. 482-495.
ARTIGO

1 INTRODUÇÃO

Ao contrário do início tra


tradicional
dicional dos textos de caráter acadêmico, iniciamos este
trabalho apresentando o que entendemos ser a tese nele defendida:
Seguindo as concepções hegemônicas sobre a recuperação da informação, esta impede
o protagonismo do usuário, na medida em que o ideal
idealiza
iza e o transforma em um mero objeto,
igualando-oo ao acervo, às técnicas, à administração do sistema informacional e aos serviços
oferecidos.
Posto isso, é necessário a exposição e o desenvolvimento das ideias que geraram a
construção dessa afirmação.

2 UM
M POUCO DA HISTÓRIA

Historicamente, a existência das bibliotecas e da Biblioteconomia vincula


vincula-se à própria
criação e implantação de técnicas que viabilizaram – e ainda viabilizam – a organização dos
documentos coletados e armazenados em acervos. O surgime
surgimento
nto de documentos em formatos 483
eletrônicos e virtuais, com bibliotecas consideradas e denominadas como híbridas, não mudou
essa relação histórica das bibliotecas, prioritariamente, com as técnicas. O acesso a esses
documentos eletrônicos, na maioria dos cas
casos,
os, não altera a estrutura e organização dos
documentos físicos. As revistas especializadas e de caráter acadêmico possuem a mesma
estrutura, com algumas poucas exceções, das que são veiculadas no formato em papel.
Quando muito, há links que remetem de alg
algo
o que o autor de um texto deseja ou possibilita ao
leitor um maior aprofundamento, para um local específico. Da mesma forma, os “robôs de
busca” ainda são referenciais, como o eram os indexes, abstracts etc.
Apesar dessa relação próxima, historicamente, da
dass bibliotecas e da Biblioteconomia
com as técnicas bibliotecárias, a área esquece que o nascimento delas tem como origem
demandas, necessidades e interesses. A catalogação e a classificação não foram empregadas
sem que houvesse, antes, uma “exigência” de oorganização,
rganização, oriunda da necessidade de acesso
ou de conservação. A ideia da recuperação da informação, como veremos posteriormente, tem
seu nascedouro a partir dessa exigência. Assim, as demandas são anteriores às técnicas, mas
acabaram por se descolarem, oou
u serem descoladas delas. As técnicas deveriam seguir as
demandas do público, mas passaram a, quase, determinar aquelas ou ao menos, ditar formas e
regras para que o conteúdo do acervo pudesse ser acessado.

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A preocupação com o usuário apenas se apresenta formalmente nas bibliotecas, com o


surgimento do Serviço de Referência, no final do século XIX, partindo de uma experiência
específica, concretizada na Biblioteca de Boston, nos Estados Unidos. É interessante notar
que a proposta, defendida por Samuel Sweet Green, criava um local específico na biblioteca
para o atendimento do usuário, mas, inicialmente, durante meio período (ALMEIDA
JUNIOR, 2003).
No Brasil, a formação do bibliotecário tem início na primeira década, anos 1910, do
século XX com um curso promovido pela Biblioteca Nacional, voltado para a preparação de
funcionários com conhecimentos mais específicos sobre Biblioteconomia. O currículo ou as
matérias escolhidas para compor o curso e o entendimento do fazer bibliotecário
acompanhavam as ideias e as bases conceituais europeias sobre o tema (SOUZA, 1993).
Em meados dos anos da década de 1930, em especial no seu final, surge, por iniciativa
de Rubens Borba de Moraes, um curso para formação de bibliotec
bibliotecários.
ários. Aberto para todos os
interessados, recebeu alunos de várias partes do Brasil. Voltando para seus estados de origem,
tais alunos promoveram a disseminação e multiplicação dos ensinamentos recebidos. Rubens
Borba de Moraes insere um olhar estadunidens
estadunidensee da Biblioteconomia. A criação do curso 484
coincide com o retorno de sua visita aos Estados Unidos, onde conheceu o que havia lá de
mais recente na área. Rubens possuía uma formação clássica, erudita, obtida em escolas da
Europa. Quando o convite para visita
visitarr os Estados Unidos foi formulado pela bibliotecária do
Instituto Mackenzie de São Paulo, ele acreditou que a viagem não traria muitos frutos para
seus conhecimentos de Biblioteconomia, mas ficou surpreso com o que viu e resolveu trazer
as ideias observadass para as bibliotecas brasileiras e, em especial, para o curso que estava
propondo (MORAES, 2011).
A formação do bibliotecário no Brasil teve duas bases, embora uma delas, a
estadunidense, se sobressaiu e foi amplamente aceita.
Com um caráter mais pragmá
pragmático,
tico, as concepções, a visão, o olhar, o entendimento da
Biblioteconomia professado nos Estados Unidos, envolveu o fazer e a formação do
bibliotecário. No entanto, desde sua introdução, a área não possuía materiais, teóricos ou não,
publicados em português.. Poucos foram os livros ou materiais didáticos editados e veiculados
no Brasil após o início da oferta de cursos. A aquisição de materiais provenientes de outros
países era cara e demorada. Isso determinou a construção do currículo em matérias mais
gerais – atendendo a ideia de que o bibliotecário teria que ser um erudito, um intelectual,
alguém com uma enorme bagagem cultural – com ênfase em aspectos sociais, culturais,
artísticos etc., assim como voltadas para as técnicas de organização do acervo. Muitos alunos

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dos cursos de Biblioteconomia das décadas de 1960, 1970 e 1980, estudaram as disciplinas de
classificação e catalogação dividindo códigos (pois poucos estavam disponíveis, muito aquém
do necessário) ou se utilizando de péssimas reproduções e, algum
algumas,
as, apenas de forma parcial.
As discussões mais teóricas eram iniciativas de professores de outras áreas,
professores esses que tinham dificuldade em compreender a Biblioteconomia e, por isso, não
tinham como criar relações entre suas especialidades, via disciplinas que ministravam, e os
interesses da área do curso.
O baixo número de publicações em português, específicas sobre a área da
Biblioteconomia, redundou em um fazer moldado nas ações técnicas, uma vez que estas
estavam baseadas em uma aplicação qu
quee não dependia de discussões teóricas muito
profundas. Os poucos livros publicados em português, naquele período, quase não
contemplavam e focavam o Serviço de Referência.
Na década dos anos 1980, os periódicos que se mantinham eram praticamente os
mesmos que tinham surgido no início dos anos 1970, ou seja, a RBBD – Revista Brasileira de
Biblioteconomia e Documentação
Documentação,, publicada pela FEBAB, a RBB – Revista de
Biblioteconomia de Brasília
Brasília,, publicada pela ABDF (Associação dos Bibliotecários do Distrito 485
Federal) –, a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG
UFMG,, que alterou o nome,
posteriormente, para Perspectivas em Ciência da informação e a Ciência da Informação,
Informação
publicada pelo IBICT. Alguns outros periódicos, infelizmente, tiveram vida curta.
Em relação aos livros, pode
pode-se observar que

“Em âmbito geral, alguns autores eram lidos, citados e tinham suas ideias
reproduzidas. Entre eles, Bradford, Pierce Butler (este da Escola de Chicago), Jesse
Shera, Ranganathan e suas 5 leis da Biblioteconomia (embora seu li livro tenha sido
traduzido para o português apenas em 2009), Fosket, além, claro, de Dewey e Paul
Otlet. Na área do serviço de Referência, o texto de autor estrangeiro de mais fácil
acesso no Brasil era o “Introduction to Reference Work”, de Katz e Katz (que
chegou a ser publicado em 4 volumes e nunca foi traduzido para o português).
Outros autores, com obras traduzidas: Margareth Hutchings, que foi muito bem
aceita pelos que estudavam a área e Xavier Placer. Entre os brasileiros, destacam
destacam-se
Myriam Gusmão de Martins e, principalmente, Neusa Dias de Macedo e Nice
Meneses de Figueiredo. Estas duas últimas buscaram discutir o Serviço de
Referência. (ALMEIDA JÚNIOR, 2016).

A apresentação desse momento histórico teve o intuito de defender a ideia de que a


formaçãoo do bibliotecário teve uma forte conotação técnica, principalmente pela quase
impossibilidade de os professores terem acesso a materiais e/ou eventos que priorizassem as
discussões mais teóricas. A ênfase nas técnicas, como resultado, também, do que foi aapontado
acima, tornou secundário os trabalhos voltados para o atendimento ao público, chegando até

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mesmo à defesa de muitos bibliotecários de que o Serviço de Referência poderia ser exercido
por qualquer pessoa, não necessitando de uma formação específica.

3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO

Tendo surgido formalmente no final dos anos 1890, como dito anteriormente, o
Serviço de Referência, até mesmo pela dificuldade na disseminação de ideias novas pelo
mundo, demorou muito para chegar a maioria dos luga
lugares
res do mundo. No Brasil, que
acompanhava o movimento bibliotecário da Europa, as propostas de um atendimento
específico aos usuários eram conhecidas por poucos, mesmo após a implantação de um
modelo estadunidense de formação desse profissional, iniciado no
noss anos de 1930.
A exemplo das técnicas bibliotecárias, o serviço de referência também foi idealizado e
construído para a organização dos documentos e direcionado para um espaço específico do
acervo, o de “obras de referência”. Os primeiros livros publicad
publicados
os no Brasil – e muitos
editados no exterior, dos quais tivemos acesso – apresentavam o serviço de referência com a
preocupação voltada para esse tipo de documento. Há uma lógica – embora distorcida – nesse 486
pensamento: serviço de referência – obras de referência.
Vale um parêntese neste momento. O termo utilizado nos Estados Unidos quando da
proposta de um espaço exclusivo para atendimento ao público foi “Reference Work”.
Chegando ao Brasil, foi ele simplesmente traduzido para “Serviço de Referência”, sem a
preocupação em adaptar o termo original para que fosse adequadamente entendido pelos
usuários. Até hoje o termo dá nome a espaços nas bibliotecas e continua sem compreendido
pelos que frequentam as bibliotecas. Assumiu
Assumiu-se
se o termo, mas não necessariamente, o que ele
de fato representa. Para amenizar essa falta de entendimento por parte do usuário, acresceu
acresceu-se
“Informação” após Serviço de Referência, passando a ser conhecido como Serviço de
Referência e Informação. Uma nova sugestão troca os termos finais: S
Serviço
erviço de Informação e
Referência. Qual o motivo para que os bibliotecários continuem ferrenhamente agarrados ao
termo?
Além do vínculo do serviço de referência com obras de referência, uma outra relação
pode ser aqui evidenciada: a de que esse serviço é cconstruído,
onstruído, estudado e pensado sob bases
apenas metodológicas. Não há teorias, mas tão somente maneiras de atendimento, passos,
etapas e, no bojo dessa visão, a procura por barreiras e formas que obstaculizam o “bom”
atendimento. Assim que cada barreira é ddescoberta,
escoberta, surgem respostas pontuais para resolvê-
resolvê
las.

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A não existência de teorias no serviço de referência e informação faz com que seu
ensino também se faça a partir e com base em ações, em práticas. Os professores se valem das
metodologias existentes e veiculadas pelos livros especializados e esse caráter prático é
assimilado e reproduzido.
O controle existente em outros segmentos do fazer bibliotecário, entretanto, é de difícil
implantação no serviço de referência e informação, uma vez que é ali que o contato com o
usuário de fato se concretiza e todas as ações que envolvem o ser humano traz problemas
quase intransponíveis. Não é possível controlar o usuário fora do ambiente da biblioteca, mas
é possível, sim, determinar e orientar as formas de uso dos espaços aos quais tem ele acesso; é
possível, sim, exigir que o usuário se molde à estrutura organizacional e de acesso aos
materiais; é possível, sim, determinar como se dá o processo de recuperação da informação,
focado nos documentos e não em seus cont
conteúdos
eúdos ou na apropriação por parte do usuário.
O bibliotecário busca maneiras práticas para atender, de forma adequada, eficiente e
eficaz o usuário que, por sua vez, deve sair satisfeito com as respostas que conseguiu. Esse é o
objetivo dos que atuam no serviço de atendimento ao público. O nosso entendimento é
completamente diferente desse. Acreditamos que a biblioteca organiza os documentos, 487
preparando-os,
os, sob um olhar coletivo, para a posterior recuperação. A base do fazer
bibliotecário na organização vvolta-se
se para uma compreensão das necessidades, interesses e
desejos dos usuários de maneira geral, coletiva. No atendimento, o bibliotecário – e não outro
profissional –,, a partir do seu conhecimento da organização do sistema da biblioteca, da
linguagem artificial
tificial implantada, dos estudos de usuários realizados e que lhe dão um
conhecimento sobre eles, procura relacionar a construção coletiva com demandas individuais.
A formação do bibliotecário enfatizou – e em muitos casos ainda enfatiza – a relação
do serviço
viço de referência e informação com as obras de referência e com seu não verdadeiro
caráter prático.
A falta de teorias junto ao serviço de referência e informação propiciou que emergisse
a mediação da informação. Esta perspectiva aborda reflexões e discu
discussões que ocupam
lacunas presentes nos estudos, pesquisas e discussões sobre aquele serviço. Vale ressaltar, no
entanto, que essa foi a origem da mediação da informação e que, na sequência, assume ela
proporções que abarcam todo o fazer do profissional da informação, tornando-se
tornando base da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação e, para alguns autores, até mesmo considerada
como o objeto dessas áreas.

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4 USUÁRIO

No âmbito da Biblioteconomia e da Ciência da Informação o usuário é visto, em


teoria, como a direção, como o norteador de todas as ações desenvolvidas pelos equipamentos
informacionais. Esse é apenas um discurso, destoante da prática do profissional biblio
bibliotecário
em seu trabalho com a informação. O usuário, a partir dessa concepção, é entendido como o
sujeito principal do processo não só de referência, mas abrangendo todas as ações das
bibliotecas ou, ampliando, dos equipamentos informacionais. Um pretenso encobrimento das
interferências, tanto do espaço como dos que nele atuam, tende a defender uma impossível
neutralidade. Tal neutralidade, a partir do olhar da área da Biblioteconomia e da Ciência da
Informação ficaria evidenciada sob a escolha do usuário ccomo
omo o fim último do fazer das
bibliotecas e dos bibliotecários. Com esse olhar em perspectiva, podemos discutir melhor
vários pontos, mas nos ateremos aqui apenas a apontamentos sobre alguns deles.
A área trabalha com a ideia de que tudo é feito para o su
sujeito
jeito informacional (ou
qualquer outra denominação presente na literatura da área e empregada pelos que nela atuam
e os que a pesquisam formalmente) e a organização inteira da biblioteca está voltada para 488
satisfazer as necessidades, desejos e interesses in
informacionais
formacionais apresentados pelo usuário. Não
é isso o que de fato ocorre.
O importante a salientar aqui é que se o usuário é, de fato, o principal objeto das
bibliotecas qualquer ação técnica deve partir de estudos previamente aplicados para
compreender e entender
ntender o usuário – e não apenas com o objetivo de conhecer a satisfação dele
no uso do que lhe é oferecido e oportunizado acessar. Outro ponto a ser incluído nesta
reflexão, e já indicado anteriormente, é que a construção do acervo se dá com base em um
entendimento
tendimento médio dos interesses, necessidades e desejos dos usuários que vivem no entorno
da biblioteca e esse entendimento médio é sustentado, na maioria das vezes, por suposições
provindas de visões empíricas realizadas pelos bibliotecários.
É preciso também
mbém reconhecer que o interesse maior da biblioteca não é o usuário, mas
a preservação do conhecimento, é a memória histórica de um determinado grupo, mais
especificamente, a elite. A biblioteca existe e é mantida com a finalidade de reproduzir e
validar a explicação de mundo de um determinado grupo, assim, o que é preservado tem uma
conotação classista. Esse conhecimento, que se dá através do próprio enaltecimento da ciência
como único saber válido, é classista, uma vez que cria a propriedade do saber, da ciência, da
cultura, das artes etc. A biblioteca exige do usuário que ele se adapte a ela e aceite seu acervo
como aquele que representa o verdadeiro conhecimento. Atender às necessidades, interesses e

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desejos do usuário – mesmo que não “puros” – significa considerar seus saberes e
conhecimentos. Se o usuário não se adapta à biblioteca, esta não o atende, não tem como
atendê-lo.
A ideia de se entender o usuário como a principal direção da biblioteca, a despeito,
como dissemos, de tal conceito existir apenas no plano do discurso, também acontece em
relação ao próprio bibliotecário. O bibliotecário também acredita ingenuamente que todo o
seu trabalho é voltado para satisfazer o usuário? Qual é o conteúdo das informações que são
fornecidas e que são acessadas ppelo
elo usuário? Basta o acesso ao material físico? Além disso, o
usuário não é uma coisa o que implica em afirmar que o que importa para o atendimento, para
o processo de referência é o que ele consegue emitir como sendo a sua necessidade, o seu
interesse, o seu desejo. Mas, a biblioteca e os bibliotecários se esquecem que o usuário é um
todo e essa necessidade, interesse ou desejo não é um item excluído do todo do usuário, ao
contrário, ela reflete apenas um aspecto dentro desse todo usuário.
Rodrigo Rabello e Almeida Junior (2020) defendem a existência, além do usuário real
e do usuário potencial, do não
não-usuário

489
Acima foi afirmado que os estudos de usuários entendem estes em dois grandes
segmentos: o usuário efetivo (ou usuário real) – o que faz uso, o que está presente
nos espaços e ações da biblioteca – e o usuário potencial – aquele que não faz
uso dos espaços e serviços oferecidos pela biblioteca, mas, desejando e sendo
incentivado, pode se transformar em um usuário efetivo (real). O tterceiro tipo de
usuário simplesmente não é mencionado pela literatura, não está presente nas
pesquisas sobre o tema, ou seja, em não sendo mencionado, esse segmento não
existe, e, em não existindo, não deve ser motivo de preocupação. (p. 13).

O não-usuárioo é aquele que não pode fazer uso da biblioteca, pois ela é constituída de
tal forma que impede esse uso, independente da vontade ou do desejo desse tipo de usuário.
As ideias de educação de usuário querem afirmar, ou deixar transparecer, que existe
uma preocupação
reocupação das bibliotecas em tornar o usuário mais independente e criar a ilusão de
que ele faz e dirige a recuperação da informação que necessita, quando isso não ocorre, pois o
usuário está preso a toda a estrutura administrativa e técnica da biblioteca
biblioteca.

5 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO

Há o entendimento de que toda a ação, todo o objetivo maior das bibliotecas é a


recuperação da informação e tudo é feito em função dela. No entanto, a ideia de recuperação
da informação carrega, intrinsecamente, inúmeros en
entendimentos
tendimentos e que não são, ao menos

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claramente, explicitados. A recuperação da informação, por exemplo, parte da ideia de que há


formas de identificar as necessidades, interesses e desejos do usuário a partir de um processo
de referência bem desenvolvido. Assim, bastaria um adequado – e, nessa ótica, possível –
entendimento da questão de referência para que se possa localizar informações que a atendam
e a satisfaçam. Há que se atentar que a recuperação da informação, apesar de todas as
ferramentas digitais e virtuais, tende a focar e ser dependente do acervo físico (ou que, mesmo
digitais, estejam armazenados nos repositórios da instituição) presente no espaço das
bibliotecas. Assim, ela se concretiza – e essa afirmação é outro questionamento que nós, da
área,
a, precisamos ampliar nossas reflexões – sob o acervo e este, com base nas ações técnicas
desenvolvidas pela biblioteca, possibilita que o interesse, necessidade e desejo do usuário seja
plenamente satisfeito.
A biblioteca atua com o entendimento de que hháá um acervo e esse acervo é passível de
recuperação. Dessa forma, ela trabalha com um determinado acervo e é só esse acervo que
possibilita a recuperação da informação por parte do usuário. O que é importante afirmar e
salientar aqui é que em uma época em que a informação está presente e pode ser acessada em
qualquer âmbito, inclusive o virtual, a biblioteca só recupera aquilo que ela possui de fato em 490
seu acervo. E isso é esquecido, é deixado de lado um grande espaço de informação. Essa é
uma ideia que precisa
cisa ser repensada. Se o usuário é, de fato, o principal objeto, o principal
norte das bibliotecas, então o acervo deve ser construído em seu interesse, a partir do seu
interesse e não é isso o que ocorre na recuperação da informação. Deveria ela acontecer a
partir do interesse do usuário, mas, contrariamente, ela ocorre em cima do acervo que a
biblioteca possui. Como já aventado, é preciso também reconhecer que o interesse maior da
biblioteca não é o usuário, é a preservação do conhecimento, é a memória hi
histórica de um
determinado grupo, ou seja, a elite.

6 PROTAGONISMO

Devemos acrescentar a tudo o que foi dito em relação ao usuário, que é ele, mesmo
que de maneira não consciente, visto como uma coisa. O que importa para o atendimento,
para o processo de referência é o que ele consegue emitir como sendo a sua necessidade, o seu
interesse, o seu desejo. Mas, a biblioteca se esquece, e os bibliotecários também, que o
usuário é um todo e essa necessidade não é um item excluído do todo do usuário, ao contrári
contrário,
ela reflete apenas um aspecto dentro do todo do usuário. Então, o que tem que se buscar é sim,
o que ele procura, o que ele quer, mas integrando ao todo do usuário, integrando nele inteiro.

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A partir do olhar de alguns autores, muitos entendem a informação como coisa,


passível de ser manipulada, de ser controlada. De maneira semelhante, o usuário, se entendido
como coisa, também pode ser manipulado e controlado. A ideia de “controle” não se ap
aplica
apenas aos fazeres do profissional bibliotecário, mas seu propagado norte, ao propagado
objetivo maior da biblioteca, o usuário.
O usuário como coisa tende a se perder entre o mobiliário, o prédio, os códigos, as
ferramentas de trabalho, os documento
documentoss administrativos, o acervo, as sisudas, intransigentes e
imutáveis políticas de desenvolvimento de acervo, assim como inúmeros outros itens que são
controláveis pelos bibliotecários.
Idealizado, o usuário deve se ater ao que se espera dele e todo desvio ddo que foi
previamente traçado, deve ser punido com sanções presentes nos regulamentos da biblioteca.
Fora dos regulamentos, o usuário é apenas uma coisa, sem direito de fala ou de participação.
Quando muito, de maneira a presentear o usuário, a biblioteca oferece a oportunidade dele se
fazer ouvir, apondo uma caixa no balcão de empréstimo para receber sugestões. Claro que
essas sugestões passam pelo crivo dos bibliotecários, sendo analisadas e avaliadas,
submetendo-as
as às normas da biblioteca e ao que se esp
espera
era de adequados usuários. 491
O próprio termo “usuário” já traz uma conotação sustentada pelo entendimento de que
os que procuram a biblioteca deve fazer uso dela – mas faz uso do que é permitido. A palavra
dá um entendimento de passividade e não de protagoni
protagonismo.
smo. Vários termos que foram
empregados para designar o que predominantemente é chamado de usuário, também traziam
essa ideia de passividade, como “consulente” e “cliente”. Outro termo, utilizado
anteriormente e que hoje ressurge com outra conotação, é “le
“leitor”.
itor”. A postura e a ação do leitor
não são passivas, ao contrário, a leitura exige uma ação de interferência no texto. Entendemos
hoje o leitor como um coautor, como um com
com-autor.
autor. Além disso, a concepção de leitor hoje
traz a ideia de leitura em um sentid
sentidoo “lato”, ou seja, não apenas a leitura da palavra escrita,
mas a ela estão incluídas a imagem fixa, da imagem em movimento (com a leitura do outro, a
leitura do mundo) e do som (com a leitura da oralidade).
Nós somos, hoje, objeto das máquinas, o homem é objeto das máquinas, como nos diz
Robert Kurz (2002). Da mesma forma, os usuários foram, e continuam sendo, objeto das
bibliotecas, coisa das bibliotecas.
Marilena Chauí (2014) defende que a dominação se dá, atualmente, pela
“tecnociência”. As bibliotecas enfatizam o emprego das tecnologias como forma de organizar
seus acervos e, mais importantes, controlar as informações que podem ser geradas por eles.
Da mesma forma, o discurso considerado válido nas bibliotecas é apenas aquele proveniente

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das ciências, como se elas abarcassem todos os segmentos e campos do conhecimento


humano.
Um livro juvenil chamado “Alcatraz contra os bibliotecários do mal”, de Brandon
Sanderson (2010), apresenta um menino que, por circunstâncias do destino, deve lutar contra
uma seita
ta de bibliotecários que domina o mundo.

- Todo mundo tem uma razão para fazer o que faz. Os Bibliotecários foram criados
por um homem chamado Biblioden. A maioria das pessoas o chama simplesmente
de O Escrivão. Ele ensinou que o mundo é um lugar estranh
estranho demais, um lugar que
precisa ser posto em ordem, organizado e controlado. [...] Controladas.
- Controladas por aqueles que supostamente sabem mais – acrescentou Bastilla. –
Bibliotecários.
- Então – disse eu -, toda essa ocultação...
- É para criar o mun
mundo que O Escriba idealizou – explicou Sing. – Para criar um
lugar em que a informação seja cuidadosamente controlada por poucos eleitos, e em
que o poder esteja nas mãos de seus seguidores. Um mundo onde não existe nada de
estranho ou anormal. Onde a magia é ridicularizada e tudo pode ser ditosamente
comum. (SANDERSON, 2010, p.139)

A relação de poder no fazer profissional também pode ser observada no ensaio de


Rabello (2021) por meio do qual associa o profissional de informação ou o bibliotecário
tradicional
al a um “usurário”, ou seja, a um penhorista que realiza a prática da “usura”. Para
492
tanto, o autor propõe uma comparação, tomando como referência o personagem “usurário” do
conto fantástico “A dócil”, escrito em 1876 pelo romancista russo Fiódor Dostoiévski
Dostoiévsk (2011).

Nos paradigmas da posse/guarda e do acesso pode ser observado o poder do


profissional responsável por intermediar recursos bibliográficos. Tais paradigmas
ainda hoje representam uma concepção tradicional de bibliotecas. Em analogia, se o
penhori
penhorista
sta decide a quem emprestar o dinheiro, o bibliotecário decidirá quem terá
acesso ao conhecimento. Se aquele acumula poder econômico e simbólico em tais
escolhas, este o faz, simbolicamente, ao saber que detém a chave que permite o
acesso ao conhecimento. Ambos, cada qual a sua maneira, definem destinos. O
poder da posse e da guarda, bem como o poder do acesso a recursos informacionais
leva a uma reflexão ética sobre a figura dos profissionais “usurários” de informação.
Assim como o penhorista do conto “A ddócil” ócil” define se aceitará o objeto [a ser
penhorado], qual o seu preço e qual o juro incidente, os profissionais de informação
definem qual será o público, isto é, quem serão os usuários de informação efetivos e
potenciais. Em ambas as escolhas, consideram
consideram-se
se ou desconsideram-se
desconsideram sujeitos,
guardam
guardam-se ou compartilham-se se recursos materiais e simbólicos. Eis aqui uma
observação a ser ponderada. O narrador penhorista, no conto de Dostoiévski,
aparentemente tinha consciência da violência simbólica por ele exercida
exercida; já os
profissionais “usurários” de informação nem sempre a tem. (RABELLO, 2021).

De imediato – a despeito da figura do bibliotecário que quer “dominar o mundo” ou da


postura centralizadora do profissional “usurário” –,, tendemos a responder que o protagonista
protago
da biblioteca é o usuário da informação. Essa é uma resposta automática e não se fundamenta

LOGEION: Filosofia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, 2022, edição Especial


al, p. 482-495.
ARTIGO

em grandes reflexões, mas em quase slogans divulgados na área, boa parte das vezes
dissociados do que realmente ocorre. Ao observarmos, no entanto, as ações ddesenvolvidas
pelas bibliotecas, é fácil entender que o verdadeiro protagonista não é o usuário, mas o
bibliotecário. Pensando melhor, o protagonista, de fato, é o sistema da biblioteca.
Aparentemente, o sistema é algo impalpável, subjetivo, concretizado pe
pelos que atuam no
ambiente da biblioteca, mas, mesmo assim, é ele, sistema, que determina e dita regras e
normas. A Biblioteconomia tem entre seus objetivos o controle. Essa ideia faz parte do
“ideário” biblioteconômico, tanto em concepções basilares da áre
área, como até mesmo
denominando ações dela, como o CBU – Controle Bibliográfico Universal. A concepção de
“controle” impede a participação de estranhos aos seus “intestinos”. Dessa forma, o usuário,
mesmo sendo alardeado como o protagonista da biblioteca, nã
nãoo pode ser considerado como
tal. O sistema, apesar de existir concretamente, passa a ideia de algo não presente, de algo
cujo controle é exercido pelos que dele fazem parte. Essa expressão – “dele fazem parte”,
evidencia o poder escamoteado do sistema, uma vez que, na aparência, os que atuam nos
espaços das bibliotecas é que o constroem. Assim, o sistema determina normas, dita regras,
impõe olhares, cria impedimentos e forja, no microcosmo aquilo que é prescrito no 493
macrocosmo. Sem os usuários, a biblioteca é mera reprodutora de um sistema bibliotecário
que se alimenta em sistemas maiores.
Mesmo, talvez, não sendo conscientemente do mal, os bibliotecários têm
comportamento e ações como se o fossem.
Controlar documentos, controlar informações, controlar conh
conhecimentos
ecimentos impede, na
maioria das vezes e dos locais, que o diferente surja, que novas ideias e concepções, novas
visões de mundo, novas explicações do mundo possam se apresentar.

7 CONCLUINDO O QUE AINDA ESTÁ POR SE CONCLUIR

Seguindo as concepções hegem


hegemônicas
ônicas sobre a recuperação da informação, esta impede
o protagonismo do usuário, na medida em que o idealiza e o transforma em um mero objeto,
igualando-oo ao acervo, às técnicas, à administração do sistema informacional e aos serviços
oferecidos.
O que pretendemos
tendemos defender, como explicitado no início do texto, é que,
acompanhando as ideias mais aceitas e dominantes na área, o entendimento sobre a
recuperação da informação deve ser revisado e rediscutido. Dentro dos olhares sobre ela e

LOGEION: Filosofia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, 2022, edição Especial


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ARTIGO

sobre o usuário, não háá possibilidade deste último assumir o papel de protagonista no
ambiente e na ambiência da biblioteca.
Aceitando que a biblioteca, na recuperação, atende as necessidades informacionais do
usuário, passa ele a ser o objetivo do fazer das bibliotecas. Mas, não é isso o que ocorre. As
necessidades dele, já antecipadamente moldadas, são satisfeitas com base no acervo e nas
políticas criadas e implantadas, além dos serviços oferecidos. O usuário sempre foi
compreendido pela biblioteca como coisa, como objeto, apesar de os bibliotecários
ingenuamente acreditarem no oposto.
Os estudos de usuários, em sua maioria, estão preocupados em analisar a relação deles
com o sistema, mas não buscando formas de alterar a estrutura da biblioteca para atender às
necessidades, interesses e desejos deles. A procura é por tentar formas que melhorem o que já
está posto, que levem os usuários a serem autônomos no processo de recuperação da
informação, embora seguindo os instrumentos e ferramentas utilizados pela biblioteca. A
relaçãoo entre usuário e biblioteca sempre pende para esta.
De maneira próxima ao que ocorre com os estudos de usuários, a educação de usuários
também visa dar ênfase à estrutura do sistema e treinar os usuários no uso e emprego do que é 494
oferecido para que eles possam
ossam recuperar a informação desejada. Parte
Parte-se, tanto nos estudos
como na educação de usuários que eles – os usuários – sabem o que precisam e basta oferecer
produtos documentários que permitem o acesso a necessidades previamente constatada.
Como muitoss entendem a informação como coisa, o usuário também é entendido da
mesma maneira. A coisa nunca será protagonista.

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