0% acharam este documento útil (0 voto)
40 visualizações4 páginas

Capa Abnt

Enviado por

renallyemir
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
40 visualizações4 páginas

Capa Abnt

Enviado por

renallyemir
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 4

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DA PARAÍBA

CAMPUS CAMPINA GRANDE


CURSO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO EM QUÍMICA

MATHEUS MARQUES DE ARAÚJO

ANÁLISE DE DAVID HARVEY, CIDADES REBELDES: CAPÍTULO


“LIBERDADE NA CIDADE”

Campina Grande
2024
Introdução

David Harvey, autor do livro Cidades Rebeldes, é um geógrafo britânico formado pela
Universidade de Cambridge. Em sua obra, ele argumenta que a luta por liberdade nas cidades
não deve ser entendida apenas em termos de direitos individuais, mas como uma luta coletiva
pela transformação do espaço urbano e das relações nele estabelecidas. A cidade, enquanto
corpo social, atuaria como um ponto de potencialização para essa rebeldia.

Desenvolvimento

No capítulo abordado, Harvey problematiza a "liberdade da cidade", afirmando que o


espaço urbano, organizado segundo as necessidades do mercado e do poder político, limita as
possibilidades de uma liberdade verdadeira para todos os seus habitantes. Em vez de ser um
espaço de realização plena, a cidade, sob o capitalismo, torna-se um local de exclusão e
desigualdade. Essa análise casa com os conceitos de liberdade apresentados por Isaiah Berlin
em sua obra Four Essays on Liberty (Quatro Ensaios Sobre a Liberdade).

Para Berlin, existem duas formas de liberdade: a liberdade negativa, que refere-se à
ausência de interferências externas, e a liberdade positiva, que envolve a capacidade dos
indivíduos se autorrealizarem e viverem plenamente. Sob essa ótica, Harvey discute o
ambiente urbano e o papel da cidade enquanto sociedade. Ele afirma que a liberdade não deve
ser reduzida à ausência de limitações externas, mas deve ser entendida como uma liberdade
que possibilite o desenvolvimento pleno e igualitário dos indivíduos.

Harvey destaca a importância dos centros urbanos como locais de potencialidade


coletiva, encontros, sociabilidade e confluência de lutas por interesses comuns, bem como de
possibilidades de insurgência. Embora reconheça a centralidade capitalista e seus efeitos, ele
também vê a potencialidade de subversão popular dentro desse contexto. A eficácia dessa luta
por liberdade, da rebeldia das cidades, manifestada nos protestos urbanos, dependem de seu
poder de interromper a economia, fazendo assim que suas demandas sejam ouvidas e
atendidas pela própria lógica de mercado capitalista.

O grande desafio enfrentado por essa rebeldia, seria sua designação em compreender
seu potencial revolucionário e promover a união política entre diversos grupos sociais, com
interesses distintos, além de desenvolver habilidades políticas e organizacionais para controlar
as divisões internacionais do trabalho e as relações de troca no mercado global. Harvey
também destaca que as sucessivas rebeliões urbanas precisam ser consolidadas e
generalizadas, para evitar que o movimento retroceda ao nível do Estado reformista e
neoliberal.

Conclusão

A rebeldia, naturalmente anticapitalista, na visão de Harvey, busca a abolição das


relações de classe entre capital e trabalho, assim como dos poderes e da lei capitalista do
valor. Para o autor, qualquer formulação ou solução deve responder a três questões
fundamentais: O enfrentamento do acúmulo de riqueza mundial para superar a pobreza, a
degradação ambiental (material, espiritual e moral) e a necessidade de mudança no estilo de
vida e a abolição da lei capitalista do valor, ou seja, a abolição da classe dominante.

Em comum com a luta de classe, está o descontentamento social com o ciclo da


mercadoria, o entendimento de que a urbanização é um processo socialmente produzido, que
envolve a produção, circulação e consumo. Assim, as lutas não se restringem apenas ao
mundo laboral, mas também envolvem as condições de vida urbana cotidiana; a conformação
subjetiva e a consciência política dos grupos marginalizados; a importância dos espaços
comunitários para a formação de laços de solidariedade e desenvolvimento político e social
em larga escala; e, finalmente, o direito à cidade como um direito coletivo, de todos aqueles
que buscam a reprodução da vida cotidiana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HARVEY, David. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Tradução de


João G. Rodrigues e David L. B. Almeida. São Paulo: Boitempo, 2012.

HARVEY, D.; CORRÊAA. A Justiça Social e a Cidade. São Paulo: Hucitec, 1980.

SILVA; PENNA, N. A. RESENHA: HARVEY, DAVID. Cidades Rebeldes: Do Direito À


Cidade À Revolução Urbana. MARTINS FONTES, SÃO PAULO, 2014. Revista
Mato-Grossense de Geografia, v. 17, n. 01, 2014.

BERLIN, I. Four Essays on Liberty. Oxford University Press, USA, 1969.

Você também pode gostar