V6 - Nº 1 - jan/jun - 2017
REVISTA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM FOCO
V6 - Nº1, Jan-Jun 2017
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R454 Revista Educação Matemática em Foco - 2017 - Campina Grande: EDUEPB
V6 - Nº 1 - Jan/Jun. - 2017
Semestral
Editora: Kátia Maria de Medeiros
ISSN - 1981.6979
1. Formação de Professores. 2. Geometria. 3. Ensino-aprendizagem de Matemática. Pensamento
geométrico 5. Interdisciplinaridade 6. Prova e demonstração em Geometria Plana. 27. ed. CDD
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[email protected]VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS
JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
Jacinto Ordem
Saddo Ag Almouloud
SUBMISSÃO: 30 de abril de 2017
ACEITAÇÃO: 09 de maio de 2017
VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
Vision of prospective teachers on the justifications in geometry presented at the basic school
Lilian Nasser
PEMAT e Projeto Fundão – IM/UFRJ
[email protected]
RESUMO
Este artigo relata parte de uma pesquisa que visa conscientizar futuros professores de Matemática sobre a necessidade de explorar
tarefas geométricas na Escola Básica, visando ao desenvolvimento do pensamento dedutivo. O trabalho foi motivado na observação
de que muitos professores de Matemática não valorizam as justificativas informais apresentadas, nem se preocupam em desenvolver
a habilidade de argumentação de seus alunos. A pesquisa é baseada numa investigação de Hoyles (1997) com alunos e professores
da Grã-Bretanha, e nos tipos de prova sugeridos por Balacheff (1988). Licenciandos de Matemática são convidados a analisar e dar
notas a diferentes argumentos apresentados por alunos do Ensino Fundamental a uma questão de Geometria. Enquanto a maioria
dos alunos apresenta argumentações ingênuas, nem sempre os professores em exercício ou em formação inicial dão valor a essas
justificativas, tomando como padrão as provas formais.
Palavras-chave: Geometria; Argumentação; Raciocínio Dedutivo; Formação inicial.
ABSTRACT
This article reports part of a research aiming to alert future mathematics teachers about the need to explore geometric
tasks in the Basic School, in order to develop the deductive thinking. The work was motivated by the observation that many
Mathematics teachers neither value the informal justifications presented by their pupils, nor they worry in developing their
ability of argumentation. The research is based on an inquiry by Hoyles (1997) with pupils and professors of Great-Britain, and
on the types of proof suggested by Balacheff (1988). Future Mathematics teachers are invited to analyze and to give to marks
the different arguments presented by Basic School pupils to a Geometry question. While the majority of the pupils present
ingenuous arguments, not always the teachers in continuous or initial formation give value to these justifications, taking as
standard the formal tests.
Keywords: Geometry; Argumentation; Deductive reasoning; Undergraduate students.
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
INTRODUÇÃO
Durante anos, o ensino de Geometria foi deixado em segundo plano, o que
ocasionou a falta de ênfase em atividades que estimulassem o raciocínio lógico na
resolução de tarefas geométricas, e a ausência do domínio do processo dedutivo.
Como consequência, observa-se que, atualmente, os alunos da Escola Básica
não são estimulados a pensar ou raciocinar, limitando-se a aplicar fórmulas
ou algoritmos, sem a necessidade de justificar os procedimentos adotados.
A habilidade de argumentar e justificar, importante tanto para o desenvolvimento
em Matemática quanto para a formação do cidadão crítico, não é suficientemente
desenvolvida pelos professores de Matemática em suas salas de aula.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) recomendam que o
currículo de Matemática do Ensino Básico, contemple a aprendizagem significativa
dos conteúdos, observando a utilidade da Matemática como conhecimento para a
resolução de problemas. Além disso, deve proporcionar atividades que possibilitem
aos educandos o contato com o exercício da construção de argumentos lógicos para
provar e demonstrar a validade de afirmações matemáticas, ou mesmo refutá-los. Por
esta razão, os parâmetros defendem que é um dos objetivos do ensino-aprendizagem
da Matemática possibilitar ao aluno:
Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados
com precisão e argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e
estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas. (BRASIL,
1997, p. 37)
Um grupo do Projeto Fundão (IM/UFRJ) desenvolveu pesquisa para investigar
meios de aprimorar a habilidade de argumentação de alunos a partir do 6º ano do
Ensino Fundamental, contando com a colaboração de professores das redes municipal
e estadual do Rio de Janeiro, e licenciandos do Instituto de Matemática da UFRJ.
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
Várias estratégias com esse objetivo foram testadas em sala de aula, com resultados
positivos. Nasser e Tinoco (2001) compilaram os resultados desse estudo, que sugere
uma valorização da experimentação e argumentação informal, como etapas iniciais
para o domínio do processo dedutivo. Vários problemas abordados recaíam sobre
situações geométricas e de medidas.
Segundo Balacheff (1988), há vários tipos de provas pragmáticas, que devem
ser valorizadas na Escola Básica, e que contribuem para o domínio das provas
conceituais. Além disso, as funções da prova, sugeridas por Hanna (1990), indicam
que, nesse nível de ensino, muitas vezes uma demonstração tem mais valor como
explicação do que como validação de um resultado. Mas será que os licenciandos
estão cientes dessas visões das provas e demonstrações?
Este trabalho foi inspirado na pesquisa desenvolvida na Grã-Bretanha por Hoyles
(1997), que aborda a visão de professores da Escola Básica sobre as justificativas
apresentadas por seus alunos a diversas questões. Aguillar Jr. (2012) desenvolveu
um estudo semelhante em sua dissertação de mestrado, em que analisa justificativas
de alunos do Ensino Fundamental a questões de Álgebra e Geometria e a visão de
professores a respeito dos tipos de prova apresentados. Neste trabalho, Licenciandos
de Matemática foram convidados a analisar e dar notas às cinco respostas apresentadas
à questão de Geometria da pesquisa de Aguillar Jr., indicando também qual delas era
mais próxima da sua própria resolução.
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1. O Ensino de Geometria no Brasil
O abandono do ensino de Geometria no Brasil tem sido tema de diversas
pesquisas e artigos, refletido a preocupação com a falta dos conteúdos geométricos
na Escola Básica. Pavanello (1993) analisou causas e consequências do abandono
do ensino de Geometria, com base num relato histórico do ensino dessa disciplina e
afirma que:
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
Existem fortes motivos para a inquietação dos professores com o abandono da geometria
e sua insistência em melhorar seus conhecimentos com relação a ela. A ausência do
ensino de geometria e a ênfase no ensino de álgebra pode estar prejudicando a formação
dos alunos por privá-los da possibilidade do desenvolvimento integral dos processos de
pensamento necessários à resolução de problemas matemáticos. (PAVANELLO, 1993,
p.16)
Um exemplo da ênfase no aspecto algébrico em detrimento ao aspecto
geométrico, praticado no ensino básico pode ser observado na abordagem ao
Teorema de Pitágoras. Os livros textos, em geral, apresentam o Teorema como:
“O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”, eliminando
sua interpretação geométrica. Os alunos memorizam a fórmula a2 = b2 + c2, sem
mesmo saber o significado dado a cada uma das letras. Na realidade, o enunciado do
Teorema de Pitágoras deve ser ensinado como: “A área do quadrado construído sobre
a hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma das áreas dos quadrados
construídos sobre os catetos”, de acordo com a figura 1. O que deveria ser explorado
também é que a igualdade vale para as áreas de outros polígonos construídos sobre
os lados de um triângulo retângulo, desde que sejam semelhantes, como na figura
2, por exemplo.
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
O número 4 da revista da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM),
Educação Matemática em Revista, de 1995, teve como tema a Geometria e os artigos
publicados refletem a preocupação dos pesquisadores, já naquele ano, com o ensino
e a aprendizagem de Geometria (LORENZATTO, 1995).
Gomes (2007) também pesquisou sobre o ensino de Geometria no Brasil
nas últimas décadas, apontando o surgimento de abordagens experimentais, em
substituição ao formalismo. Outros pesquisadores que corroboram a preocupação
com o ensino de Geometria no Brasil, e a formação de professores para lecionar
esse tópico, principalmente nos anos iniciais, são Nacarato (2007), Grando (2009) e
Fonseca, Lopes et al (2002).
2.2 Argumentação e Provas
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p.26), um dos
objetivos do ensino de Matemática no Ensino Fundamental é o desenvolvimento no
educando da capacidade/habilidade de comprovação, argumentação e justificação,
com vistas à formação do cidadão crítico. Além disso, recomenda que a Matemática
seja reconhecida pelo estudante como uma disciplina que possibilita o desenvolvimento
de seu raciocínio. Para tanto, o ensino de Matemática deve apoiar-se em estratégias
que explorem o raciocínio lógico-dedutivo, e isso é feito, em geral, em conteúdos
geométricos.
Estudos sobre o desenvolvimento da habilidade de argumentação mostram que
grande parte dos professores de Matemática não valoriza argumentos informais de
seus alunos. Influenciados pelo rigor da academia, os professores esperam que os
estudantes da Escola Básica apresentem justificativas formais. Como estes raciocinam
nos primeiros níveis de van Hiele (NASSER, 1992) e o domínio do processo dedutivo só
ocorre no último nível, não são capazes de criar demonstrações. Mas têm condições
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
de justificar seu raciocínio, indicando desenvolvimento do processo para atingir o
domínio do processo dedutivo. Essa habilidade deve ser incentivada, solicitando que
o aluno justifique sempre suas resoluções de problemas ou explique porque escolheu
uma determinada estratégia. O professor deve levar o aluno a raciocinar sempre, em
todas as tarefas desenvolvidas.
Um grupo do Projeto Fundão (IM/UFRJ) desenvolveu pesquisa para investigar
meios de aprimorar a habilidade de argumentação de alunos a partir do 6º ano do
Ensino Fundamental, contando com a colaboração de professores das redes municipal
e estadual do Rio de Janeiro, e licenciandos do Instituto de Matemática da UFRJ.
Várias estratégias com esse objetivo foram testadas em sala de aula, com resultados
positivos. Nasser e Tinoco (2001) compilaram os resultados desse estudo, que sugere
uma valorização da experimentação e argumentação informal, como etapas iniciais
para o domínio do processo dedutivo.
Segundo Balacheff (1989), há vários tipos de provas pragmáticas, que devem ser
valorizadas na Escola Básica, e que contribuem para o domínio das provas conceituais.
O autor destaca quatro modalidades de prova: empirismo ingênuo (naiveempiricism),
experimento crucial (crucial experiment), exemplo genérico (genericexample), e experimento
mental (thought experiment). Estes quatro desdobramentos se originam dos movimentos
existentes entre os tipos de prova: o empirismo natural e o experimento crucial são tipos
de prova pragmática, e o experimento mental reside no campo da prova conceitual. Já o
exemplo genérico transita entre os dois tipos. Em sua pesquisa, Hoyles (1997) observou
que os estudantes podem apresentar provas pragmáticas com indícios de que compreendem
a situação envolvida, com justificativas informais, quando não alcançaram ainda o domínio
pleno do processo dedutivo. Em alguns casos, as justificativas não contêm palavras, mas são
esquematizadas por meio de desenhos. Esse tipo de justificativa é mais usada em situações
geométricas.
Por outro lado, as funções da prova, sugeridas por Hanna (1990), indicam que,
na Escola Básica, muitas vezes uma demonstração tem mais valor como explicação do
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
que como validação de um resultado. É importante dar oportunidade aos estudantes
de explorar uma conjectura usando ferramentas diversas, permitindo a verificação
da sua validade, antes de proceder à sua demonstração.
Um bom exemplo é a verificação do Teorema de Varignon, que afirma que o
quadrilátero definido pelos pontos médios dos lados de um quadrilátero qualquer é
um paralelogramo. A figura 3 exibe a situação do Teorema de Varignon.
Figura 3 - Teorema de Varignon
De acordo com a figura, o aluno pode explorar diferentes possibilidades para
o quadrilátero ABCD com o software Geogebra, e perceber que os lados opostos do
quadrilátero PQRS, formado ligando-se seus pontos médios, são sempre paralelos.
Além disso, com a movimentação, percebe-se que os lados opostos PQ e RS são
paralelos à diagonal AC do quadrilátero ABCD. Identificando que os triângulos ABC
e PBQ são semelhantes, assim como os triângulos ADC e SDR, pode-se concluir que
PQ//RS. Analogamente, verifica-se que PS//QR.
Outras estratégias podem ser usadas para a verificação da validade de uma
afirmativa, como recortes, dobraduras e as transformações no plano (NASSER e
SANT’ANNA, 1997). As isometrias, transformações de translação, rotação e reflexão,
constituem ferramentas valiosas na verificação da congruência de polígonos, enquanto
a semelhança pode ser verificada com o auxílio da homotetia (NASSER e TINOCO,
2011).
2.3. Revisão de literatura
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
Algumas dissertações e teses têm como tema o ensino de Geometria e a
visão de estudantes, licenciandos ou professores de Matemática em relação ao uso
de argumentação e provas na justificativa de afirmativas ou soluções de situações
geométricas. Nesse sentido, argumentações e provas veem se constituindo como
uma forte linha de pesquisa em Educação Matemática.
Pietropaulo (2005) investigou a significação das demonstrações no currículo da
Educação Básico, assim como sua importância nos cursos de Formação de Professores.
O autor defende que as provas não devem ser usadas apenas com a função de
compreender ou validar um resultado, mas também para refletir a “evolução” do
pensamento matemático por meio de uma perspectiva didática, curricular e histórica.
Mais recentemente, Ferreira (2016) propôs uma organização didática acerca
dos quadriláteros, de modo a aprimorar o domínio de demonstrações geométricas de
licenciandos do Estado da Bahia.
Por sua vez, Mateus (2015) investigou os conhecimentos necessários ao
professor de Matemática para a exploração de demonstrações e provas na Educação
Básica. Sua pesquisa, com licenciandos de Matemática da Universidade Federal de
Sergipe, levou em consideração a importância da exploração de provas sob os pontos
de vista didático e curricular. Um dos temas escolhidos para a sua pesquisa foi o
Teorema de Pitágoras. A pesquisadora recomenda que:
na Licenciatura em Matemática, o trabalho com provas envolvendo material concreto e
verificações empíricas esteja presente em certa medida não apenas nas disciplinas ditas
pedagógicas, mas também nas consideradas duras; por outro lado, as discussões sobre
provas em disciplinas pedagógicas não deveriam ficar restritas ao concreto e ao empírico,
mas que se pondere a possibilidade de inclusão das provas rigorosas nesse processo
(MATEUS, 2015, p.175).
Os resultados mostraram que os licenciandos passaram a adotar um sentido mais
amplo para as provas, admitindo substituir a reprodução das demonstrações presentes
nos livros pelo fazer matemática, incluindo experimentações, argumentações,
conjecturas e, quando fosse necessário, provas rigorosas.
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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A dissertação de Aguilar Jr (2012) envolve a temática da prova matemática na
sala de aula sob dois aspectos: os tipos de argumentação apresentados pelos alunos
e a visão do professor sobre este desafio: desenvolver no aluno da Escola Básica a
habilidade de argumentar e provar em Matemática. Além disto, investigou como o
professor valoriza e aceita os diversos níveis e tipos de argumentação apresentados
pelos estudantes. Na primeira etapa, foram analisadas respostas de alunos do Ensino
Fundamental a questões que exigiam a construção de argumentos que comprovassem
a validade das afirmações matemáticas. A partir das respostas obtidas, algumas
foram selecionadas e categorizadas segundo os modelos e tipos de prova para montar
um formulário que foi aplicado a 59 professores, seguindo a metodologia da pesquisa
de Hoyles (1997). Da análise dos dados, o pesquisador constatou que, nesse grupo,
os professores, de maneira geral, não estavam inclinados ao desenvolvimento de
atividades que possibilitassem a construção, em sala de aula, das habilidades de
argumentar e provar em Matemática. Além disso, a preferência desses docentes, em
termos de avaliação de respostas discentes, é pelas argumentações mais próximas
ao modelo de prova conceitual de Balacheff (1988), que é aprova rigorosa, formal,
praticada e aceita na Academia. Em resumo, depreende-se das considerações da
pesquisa de Aguilar Jr.(2012) que a Universidade não prepara o professor para o
ensino-aprendizagem da argumentação matemática no ensino em sala de aula e,
consequentemente, o ensino de prova não faz parte da prática pedagógica da maioria
dos professores da Escola Básica.
Apesar de não ter sido alvo de sua pesquisa, Aguilar Jr. analisou também as
respostas dadas ao questionário por 10 alunos de Licenciatura que participaram da
oficina em que foram coletados os dados dos professores. A comparação entre as
respostas dos estudantes de graduação e dos professores mostrou não haver muitas
distinções entre os dois grupos. A conclusão foi de que:
A Academia não contribui como deveria na formação de uma consciência pedagógica
sobre a prova matemática, isto é, na formação docente que ressalte a importância da
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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prova matemática para o desenvolvimento e construção do raciocínio-lógico dedutivo,
uma vez que a forma de pensar e analisar do estudante de graduação é bem similar com a
de professores formados e com certa experiência profissional. (AGUILAR JR, 2012, p. 116)
Considerando que os licenciados que participaram da pesquisa de Aguilar Jr.
eram de Fortaleza e que os dados foram coletados em 2012, decidimos replicar
esses resultados com licenciandos da UFRJ, cinco anos depois, especificamente com
a questão de Geometria. O objetivo desta pesquisa é verificar se a visão dos
licenciandos do Rio de Janeiro também seria conservadora em relação à avaliação
das argumentações apresentadas por alunos do ensino básico a essa questão de
Geometria.
1. METODOLOGIA
O formulário utilizado na pesquisa de Aguilar Jr. (2012) continha um questionário
inicial sobre a formação e experiência do professor, com perguntas referentes à sua
concepção sobre argumentação, prova matemática e seu ensino (p. 68). Na segunda
parte, eram apresentadas respostas de cinco alunos a duas questões que pediam
justificativas, sendo uma de Álgebra e uma de Geometria (p. 70). Os professores
deram notas a cada uma dessas respostas, justificando-as. Na coleta de dados, alguns
licenciandos também participaram, mostrando uma visão próxima a dos professores.
Para esta pesquisa, apresentamos a 20 licenciandos de Matemática da UFRJ
um formulário com as cinco respostas de alunos de 8º e 9º Anos à mesma questão
de Geometria utilizada na pesquisa de Aguilar Jr. Foi solicitado aos licenciandos que
atribuíssem uma nota (de zero a dez) a cada uma das respostas, justificando suas
notas. Além disso, o licenciando deveria indicar a qual das respostas daria a maior
nota e qual delas se parecia mais com a que ele próprio daria, sempre indicando o
porquê das escolhas.
A figura 4 mostra a questão de Geometria da pesquisa de Aguillar Jr. que
apresentamos aos licenciandos, seguida da resolução de Renata. A figura 2 apresenta
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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as resoluções de Matheus, Pietra, Érica e João para a mesma questão. Os alunos são
representados pelos nomes fictícios usados por Aguilar Jr.
A seguinte questão foi apresentada a alunos de 8º ou 9º Anos:
Os alunos Renata, Matheus, Érica, João e Pietra apresentam as seguintes
soluções:
Figura 4 - Enunciado da questão apresentada aos professores
com a solução de Renata.
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Figura 5 - As soluções dos demais alunos, constantes do questionário.
3.1. Análise das respostas
O quadro 1 mostra as notas atribuídas pelos licenciandos às 5 respostas
apresentadas para o problema. Observa-se que todos perceberam que Matheus deu
a resposta correta ao afirmar que a medida do ângulo x era igual à soma das medidas
dos ângulos a e b. No entanto, nem todos atribuíram a esse aluno a nota máxima.
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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O licenciando nº 3 justificou sua nota 9 alegando que “não havia necessidade de
prolongar “c” e “d”. Mas esses prolongamentos foram necessários, sim, para Matheus
identificar os ângulos correspondentes aos ângulos a e b. É claro que era possível
justificar que x = a + b sem prolongar “c” e “d”, mas nesse caso, em vez de identificar
ângulos correspondentes, seria preciso identificar ângulos alternos internos a a e b,
como na solução de Érica.
Tabela 1 - Notas atribuídas às respostas dos cinco alunos.
Licenciando Renata Matheus Pietra Érica João
1 5 10 0 0 1
2 3 10 0 10 0
3 0 9 0 10 4
4 5 10 0 8 0
5 5 10 0 8 0
6 0 8 1 3 0
7 0 10 0 6 0
8 0 10 0 7 0
9 0 10 0 10 0
10 2 10 5 10 0
11 3 10 3 9 0
12 5 10 0 5 0
13 0 10 0 9 0
14 0 10 0 7 0
15 3 10 4 8 3
16 4 10 0 10 0
17 0 10 0 9,5 0
18 0,5 10 0 3 0
19 2 10 2 7 0
20 4 10 0 9 2
Média 2,075 9,85 0,75 7.425 0,5
Apesar de Érica também ter dado a resposta correta, os respondentes foram
muito rigorosos ao analisar sua resposta. As notas para Érica variaram de 0 a 10,
sendo que apenas cinco licenciandos deram a nota máxima. O licenciando nº 1 deu
16
VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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nota 0 para Érica, alegando que tanto ela, quanto Pietra e João, “utilizaram a intuição
para achar resultados”. É interessante observar que esse mesmo licenciando atribuiu
nota 5 para a resposta de Renata, justificando que esta “utilizou de forma errada os
conceitos de geometria”. Assim, este licenciando deu nota maior a uma resolução
errada do que à de Érica, que chegou à resposta correta, apesar de não justificar sua
solução.
Ao atribuir nota 3 à resposta de Érica, o licenciando nº 6 alegou que a aluna
“não justifica nada com palavras (transversal passando por retas paralelas)”. Foi
este mesmo licenciando quem deu 8, a menor nota atribuída à resposta de Matheus.
Neste caso, ele alegou que “usa artifícios interessantes, embora não justifique que
seu uso só é possível pelas retas serem paralelas”. O licenciando nº 18 também deu
nota 3 para Érica, alegando que “fez certo, mas não justificou ou colou”.
Por sua vez, as notas do licenciando nº 12 não foram coerentes. Ele atribui a
nota 5 tanto para a resposta errada de Renata quanto para a resposta correta de
Érica, alegando que esta “não explicou, mas tentou demonstrar”.
As notas dadas às soluções de Renata e Pietra variaram de 0 a 5, sendo que a
média de Renata foi maior que a de Pietra. O licenciando nº 5, que deu nota 5 para
Renata, procurou explicar o raciocínio tentado por Renata, ao afirmar que esta era a
resposta mais parecida com a que ele daria, conforme a figura 6.
A maior nota atribuída à resposta de Pietra, que ficou com média de 0,75, foi
4, dada pelo licenciando nº 10, com a justificativa de que ela “teve a idéia certa da
questão, mas não conseguiu terminá-la”.
A resposta de João foi a que obteve a menor média, tendo recebido nota zero
17
VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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de 16 licenciandos (75%). O fato de que esta resposta foi a única que tentou atribuir
valores aos ângulos comprova a rigidez dos licenciandos com justificativas do tipo
empirismo ingênuo. Por outro lado, o licenciando nº 3 pareceu ser mais receptivo a
esse tipo de justificativa, tendo dado nota 4 à resposta de João, com a justificativa de
que “o aluno soube aplicar alguns conteúdos de geometria, mas não soube resolver
a questão”.
A rigidez na avaliação levou 5licenciandos a atribuir a nota 0 para as soluções
de Renata, Pietra e João, que não chegaram ao resultado correto, não levando em
consideração as tentativas usadas para resolver o problema.
A segunda pergunta pedia para o licenciando indicar a qual das repostas daria
a maior nota, justificando sua escolha. Dos 20 licenciandos, 16 responderam que
dariam a maior nota para Matheus, alegando que sua resolução era a mais correta. O
licenciando nº3 disse que Érica merecia a maior nota, alegando que ela foi “coerente”.
Outros três licenciandos disseram que Matheus e Érica mereciam a maior nota, como
a resposta do licenciando nº 2, reproduzida na figura 7.
A terceira e última pergunta do formulário pedia para o licenciando indicar qual
das respostas parecia mais com a que ele próprio daria, justificando essa escolha.
Enquanto 11 licenciandos apontaram a resposta de Matheus, os de números 3, 10,
11, 16 e 20 indicaram a resposta de Érica como a mais próxima da sua resolução,
acrescentando as justificativas. No entanto, três licenciandos, de números 1, 4 e 5,
escolheram a resposta de Renata, apesar de não ter chegado ao resultado correto.
Olicenciando número 6não indicou nenhuma das resoluções apresentadas: “Na
verdade, nenhuma. Tracei uma perpendicular a r (que também será perpendicular a
18
VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
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s, pois são paralelas) e a partir daí, calculei a soma dos ângulos internos do triângulo
que contem o ângulo x.”Mas observa-se que esta resolução segue a estratégia tentada
por Renata, que não conseguiu chegar à conclusão correta.
De modo geral, as respostas dos licenciandos indicam uma tendência à
valorização das provas formais, desde que bem justificadas.
4. Considerações finais
O objetivo desta pesquisa é investigar a visão de um grupo delicenciandos de
Matemática em relação aos tipos de justificativas apresentadas por alunos do Ensino
Fundamental a uma questão de Geometria.
Em particular,a intenção era comparar a visão destes licenciandos com a visão
daqueles que participaram da pesquisa de Aguilar Jr (2012). Analisando as mesmas
respostas apresentadas à questão de Geometria, observa-se que a solução de Matheus
foi a mais valorizada por aquele grupo, obtendo média 8,7. No caso da resposta de
Érica, a média das notas atribuídas foi de 6,1. Ambas médias são menores que as
obtidas nesta pesquisa. Por outro lado, a média de Renata, que apresentou uma
resposta incorreta, foi de 5,1, bem maior que a média obtida na amostra do Rio de
Janeiro, que ficou em, 2,75.Essa comparação indica que os licenciandos do Rio de
Janeiro discriminaram mais as soluções corretas das incorretas do que os da pesquisa
de Aguilar Jr.
No que se refere à escolha da resolução mais parecida com a do próprio
licenciando, na amostra de Aguilar Jr (2012), a resposta de Matheus foi indicada por
oito dos 10 respondentes. O pesquisador afirma que “a concentração maior sobre
a resposta de Matheus deu-se por causa dos argumentos utilizados, recorrendo a
conhecimentos matemáticos prévios, das construções realizadas e pela forma como
organizou sua justificativa” (p. 111). Nesta pesquisa, a escolha foi mais variada,
sendo que apenas 11 dos 20licenciandos escolheram a resposta de Matheus,
correspondendo a 55% da amostra. Os licenciandos cariocas se mostraram mais
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
condescendentes, admitindo outras escolhas, mas sempre alegando ser necessário
justificar a resolução, oque faltou na resposta de Érica.
Quanto ao modelo de provas sugerido por Balacheff (1989), embora as
justificativas apresentadas não se enquadrem exatamente como empirismo ingênuo,
experimento crucial, exemplo genérico ou experimento mental, asduas amostras
valorizaram mais as provas conceituais, em detrimento das pragmáticas, como no
caso da resposta de João.
Dos 20 licenciandos que participaram desta pesquisa, 7 disseram que também
exercem a função de professor. Analisando as respostas destes 7 licenciandos,
designados pelos números 2, 4, 5, 9, 13, 15 e 19, observa-se que todos deram
nota 10 a Matheus. Já as notas dadas a Érica foram mais variadas, ficando a média
em torno de 8,5. Observa-se que as médias das notas destes licenciandos, que
já têm experiência com o ensino, para as respostas corretas, ficaram acima das
médias da amostra geral. Em relaçãoàs respostas incorretas, as médias das notas
destes licenciandos foram semelhantes às médias da amostra geral. Isso indica que
este grupo, talvez devido à experiência em avaliar seus alunos, deu mais valor às
respostas corretas que os demais. Em relação à escolha da resolução mais parecida
com a que ele próprio daria, 4 dos 7 licenciandos/professores indicaram a resposta
de Matheus, enquanto dois escolheram a de Renata e um disse que a resposta de
Érica seria mais parecida com a sua, alegando que “foi como aprendi no ensino
fundamental”. Na realidade, talvez ele também ensine usando essa estratégia.
Assim como nas conclusões da pesquisa de Aguilar Jr., os resultados desta
pesquisa não indicam diferença significativa entre a visão dos licenciandos deste grupo
e a dos professores de Matemática de modo geral, que priorizam as demonstrações
formais, aceitas pela Academia.
Os professores universitários responsáveis pela formação inicial dos professores
que dão aulas de Matemática, em todos os níveis, devem se conscientizar de que é
preciso mostrar aos futuros professores a possibilidade de considerar as justificativas
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VISÃO DE LICENCIANDOS SOBRE AS JUSTIFICATIVAS EM GEOMETRIA
APRESENTADAS NA ESCOLA BÁSICA
informais e as tentativas de argumentação dos alunos da Escola Básica. Ao corrigir
uma tarefa dos alunos apenas como certo ou errado, sem considerar as tentativas
e estratégias utilizadas, mesmo não chegando ao resultado correto, o professor da
Escola Básica impede os alunos de observar métodos distintos de resolução. Além
disso, é aconselhável que seja requisitado aos alunos que sempre justifiquem suas
estratégias de resolução, pois o domínio do processo dedutivo dos alunos deve ser
construído, ao longo de toda a sua vida escolar.
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