PRÓTESE E ÓRTESE
PROF. MA. CAROLINE COLETTI DE
CAMARGO
AULA 3
SEÇÃO 1.3 TIPOS DE PRÓTESES
INTRODUÇÃO A PROTETIZAÇÃO
• O primeiro registro de tentativa de protetização foi descrito por Heródutos, em 484
a.C.
• Um prisioneiro que estava condenado à morte e, para fugir, amputou o próprio pé
para escapar das correntes que estavam presas a ele.
• Após a fuga, utilizou um pé artificial confeccionado com madeira com o objetivo de
preenchimento da parte amputada.
INTRODUÇÃO A PROTETIZAÇÃO
• A primeira prótese de mão foi registrada no período da
Segunda Guerra Púnica do século II a.C.
• Um general romano chamado Marcus Sergius, após
amputar a mão, utilizou-se de uma prótese mecânica
confeccionada por ferro para lutar nas batalhas da
guerra.
• Já o século XV foi marcado pelo início da protetização
dos cotos, teve o desenvolvimento das próteses, porém
esse tipo de prótese não permitia a deambulação.
INTRODUÇÃO A PROTETIZAÇÃO
• As próteses confeccionadas a partir da madeira
tiveram início no século XIX e se utilizavam
tendões artificiais que possibilitavam alguns
movimentos do membro amputado por meio de
outras partes íntegras do corpo.
INTRODUÇÃO A PROTETIZAÇÃO
• A partir do século XX, passaram a ser
desenvolvidas por processos industriais
avançados.
• As próteses tornaram-se mais leves devido à
substituição do material antes utilizado por
componentes poliméricos (materiais orgânicos
que compõem os plásticos e as borrachas), o
que possibilitou maior adaptação para os
pacientes amputados.
INTRODUÇÃO A PROTETIZAÇÃO
• No final do século XX e início do XXI, a
biomecatrônica veio para evoluir radicalmente a
confecção das próteses.
• Essa ciência estuda a integração de sistemas
mecatrônico com os sistemas orgânicos do
corpo humano.
• Permite à prótese interagir com o sistema
nervoso e receber seus impulsos neurais,
resultando nos movimentos.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS PRÓTESES
Próteses passivas ou estéticas: são consideradas mais leves, porém com pouca ou
nenhuma funcionalidade, cujo objetivo é praticamente estético.
Próteses ativas ou funcionais: esse tipo de prótese apresenta certa funcionalidade, que
é acionada a partir do movimento realizado pelo coto.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS PRÓTESES
Próteses mioelétricas: são acionadas por meio de eletrodos inseridos na superfície da
pele, os quais captam os estímulos do músculo e enviam para o processador da prótese,
resultando no movimento.
Próteses hidráulicas: possuem uma unidade hidráulica que controla a fase de balanço
da marcha.
Próteses metálicas: componentes que são implantados no corpo do paciente, por
exemplo, prótese de quadril e de joelho.
PRÓTESES DE MEMBRO SUPERIOR
Próteses estéticas: são também denominadas passivas, pois seu principal objetivo é
restabelecer a morfologia do membro amputado sem priorizar função. Geralmente, são
confeccionadas com material modular em alumínio, o que as tornam leves e de fácil
manuseio. São utilizadas em todos os níveis de amputação e, principalmente, quando
as funcionais são malsucedidas.
PRÓTESES DE MEMBRO SUPERIOR
Próteses ativas: possibilitam seu acionamento pelo próprio paciente, seus movimentos
são realizados a partir da ação dos músculos do coto ou da articulação, por meio da
tração de tirantes (tiras de fixação da prótese). Podem ser prescritas para todos os níveis
de amputação, com exceção das parciais de mão. É importante ressaltar que, quanto
mais alto o nível de amputação, mais difícil será o controle da
prótese pelo tirante.
PRÓTESES DE MEMBRO SUPERIOR
Próteses mioelétricas: possuem fonte de energia externa, a qual aciona os movimentos
da prótese, e sistema de eletrodos conectados à pele os quais captam os estímulos
elétricos da contração muscular do coto, amplificam-nos e enviam para o processador,
que proporciona o fechamento e a abertura da mão, por exemplo. São indicadas para
todos os níveis de amputação de membro superior, desde o nível do punho até o ombro.
É necessário certo controle de contração muscular do coto por parte do paciente.
PRÓTESES DE MEMBRO SUPERIOR
Próteses híbridas: são indicadas para amputação acima do cotovelo e utilizam um
sistema de articulação de cotovelo mecânico acionado pela tração de tirantes em
combinação com a mão mioelétrica, com fonte de energia externa.
TIPOS DE ENCAIXE PARA PRÓTESES DE MEMBRO
SUPERIOR
Deve manter o contato em toda a extensão do coto, portanto deve permitir, também,
total liberdade de movimento articular.
Existem dois tipos de encaixes para membro superior: o fechado, que envolve todo o
coto e a articulação, e o semiaberto, utilizado em cotos com deformidades, como o
caso de malformações congênitas.
FUNDAMENTAL A AVALIAÇÃO MINUCIOSA DOS ASPECTOS DO COTO ANTES DE INICIAR A CONFECÇÃO DA PRÓTESE.
PRÓTESE DE MÃO
Tipo de prótese vai depender do nível da amputação, por exemplo, nos casos de
amputações parciais, geralmente, é indicada a prótese estética especial revestida por
uma luva cosmética. Nos demais níveis, pode-se utilizar mãos estéticas, mecânicas ou
mioelétricas.
ESTÉTICA MECÂNICA MIOLÉTRICA
PRÓTESE DE MÃO
Mão estética: passiva, indicada nos casos de amputações parciais, composta
internamente por espumas e dedos reforçados por arames.
Mão mecânica: ativa, acionada por tração de tirantes, seu mecanismo interno possui
três dedos funcionais e permite o movimento de pinça.
Mão mioelétrica: ativada por potenciais elétricos captados pelos eletrodos sobre a pele.
Existem dois sistemas de controle nesse tipo de prótese de mão: sistema digital,
apresenta a velocidade de abertura e fechamento da mão constante,
independentemente da amplitude do sinal mioelétrico; e sistema proporcional, no qual a
velocidade é de acordo com a intensidade do sinal mioelétrico, por isso é considerado
controle fisiológico dos movimentos.
PRÓTESE DE MÃO
Mão DMC® (Dynamic Mode Control®): ativada a partir de um processamento
proporcional para mão mioelétrica, permite ao paciente o controle da velocidade de
abertura e fechamento da mão e, também, da preensão, tornando os movimentos mais
rápidos e precisos.
Mão com Sensor-Suva®: modelo mais moderno e sofisticado da DMC, chamada de
“mão Suva”, sendo equipada com controle DMC denominado “Sensor-Suva de
autopreensão”, o qual proporciona gerenciamento proporcional da velocidade e
preensão. Esse sistema permite, por exemplo, à prótese perceber um objeto deslizando
por ela e ajustar a preensão, conseguindo segurar o objeto novamente sem deixá-lo
cair.
Gancho: é, geralmente, utilizado em próteses funcionais ou mioelétricas, denominado
“Greifer”. Seu sistema de controle pode ser tanto o digital quanto o proporcional.
PRÓTESE DE PUNHO, COTOVELO E OMBRO
A escolha do punho depende do tipo de mão e da função desejada. Para desarticulação
de punho, utiliza-se uma protetização de punho sem alongamento excessivo do
antebraço. Nos demais níveis, utilizam-se punhos fixos e articulados, que podem ser
passivos, ativos ou mioelétricos. A fixação deve permitir a troca rápida de uma mão por
um gancho quando necessário
PRÓTESE DE PUNHO, COTOVELO E OMBRO
Para as amputações de braço, existem as próteses de cotovelo modulares em alumínio
e as convencionais de plástico ou resina. As modulares são utilizadas em próteses
estéticas com trave de desbloqueio. Já as convencionais são indicadas nos casos de
próteses ativas e são mais resistentes do que as modulares. Ainda no tipo convencional,
a articulação pode apresentar um sistema de auxílio de movimento de flexão,
denominado “lifter”, o que facilita o manuseio da prótese dispensando o uso dos tirantes.
PRÓTESE DE PUNHO, COTOVELO E OMBRO
As articulações de ombro são confeccionadas no sistema modular e permitem os
movimentos de abdução, adução, flexão e extensão. Seu controle é passivo e, por isso,
seu ajuste é feito apenas manualmente.
PRÓTESES DE MEMBRO INFERIOR
Próteses convencionais ou exoesqueléticas: possuem estrutura externa rígida e
responsável pela sustentação do peso e pela característica cosmética. São
confeccionadas com material pré-fabricado com madeira ou plástico, seu interior é oco,
o que reduz muito seu peso (são bem leves).
Próteses modulares ou endoesqueléticas: possuem estrutura interna de sustentação
rígida, constituída de componentes mecânicos, denominados módulos, revestidos com
espuma cosmética. Seus componentes pré-fabricados são altamente resistentes,
compactos e com alto grau de funcionalidade.
TIPOS DE ENCAIXE PARA PRÓTESES DE MEMBRO
INFERIOR
PTB (Patela – Tendão – Bearing): descarga sobre o tendão patelar, bordo
proximal de encaixe termina no nível central do joelho.
KBM (Kondylen – Bettung – Münster): descarga sobre o tendão patelar, bordo
proximal possui o formato de duas orelhas envolvendo os côndilos e mantem a patela
livre.
PTS (Prothèse tibiale supracondylienne): seu encaixe envolve toda a patela, o
bordo anterior termina acima da patela e exerce pressão sobre o músculo quadríceps,
é indicado para cotos muito curtos.
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