A divisão do trabalho em angola
Introdução
O uso de algumas inovações técnicas dará lugar a uma reduzida
especialização, dedicando-se alguns indivíduos mais à procura de
pedra, madeira ou outros materiais e à manufactura de artefactos,
deixando a prática da caça. As investigações históricas confirmam
este primeiros indícios de organização de trabalho dentro dos grupos
humanos.Chamou-se de trabalho a repartição diferenciada de tarefas
entre os membros de uma comunidade. O trabalho é dividido pela
sociologia em : como divisão biológica, divisão territorial e divisão
social do trabalho. Com essa divisão do trabalho surgiram as
primeiras formas de discriminação social. As mulheres por não se
prestarem a serviços de uso da força eram consideradas menos
importantes do que os homens.Toda a divisão de trabalho pode ser
horizontal ou vertical . A primeira divisão é caracterizada pela
especialização nas tarefas, sem haver nenhuma discriminação. Já a
divisão vertical é hierárquica, portanto, injusta.
DESENVOLVIMENTO
Com o passar do tempo baseado nestas trocas nasce o ato
"comércio", de início através do escambo, depois com formas mais
sofisticadas. Para desenvolver o comércio estabeleceu-se a divisão
regional do trabalho. Um grupo produzia um bem que no seu
território fosse fácil de produzir; outro grupo fazia o mesmo; então
negociavam entre si produções excedentes.O pleno desenvolvimento
do comércio internacional só se deu com as civilizações. Mas, mesmo
entre essas, houve aquelas que se encaminharam para a guerra,
visando obterem bens escassos em seu território.A partir do século
XIhouve domínio de territórios pouco explorados economicamente por
seus habitantes e que impunham que produzissem bens
inexistentes.Mesmo após a independência desses povos, tal estrutura
econômica gerou o seu subdesenvolvimento.Os fenômenos
extremamente importantes para a Sociologia só passaram a existir
com nitidez a partir das primeiras civilizações angolanas . O poder
estatal gerou a dualidade entre governantes e governados, portanto
se tratava de uma extrema desigualdade entre grupos inteiros,
independentemente de suas características naturais. Gerou-se então
a origem das classes sociais, sejam elas estamentos, castas ou
múltiplos estratos.O trabalho profissional iniciou-se de uma forma
basicamente independente, ou seja, cada trabalhador sabia realizara
tarefa inteira. Tal sistema foi alterado com o surgimento do
mercantilismo.Surge então a automação, na qual a operação é feita
pela máquina. Seu estágio atual é o da robotização. O problema é
que tanta modernização diminuiu a presença de seres humanos nas
fábricas.
A DIVISÃO DO TRABALHO A ECONOMIA E O ESTADO
A divisão do trabalho estava ainda muito pouco desenvolvida na
economia recolectora, limitando-se a uma divisão natural e
espontânea em virtude da força física, das necessidades ou do acaso.
Embora não existam provas concretas, admite-se que uma divisão de
tarefas tinha já lugar nas etapas iniciais do desenvolvimento humano.
As fontes de preferência seriam as diferenças naturais quanto ao
sexo e a idade, sem que isso conduzisse ao aparecimento de grupos
especializados de pessoas com os seus interesses próprios, ou seja, a
diferenças sociais. Os homens estariam mais virados para a caça ou
pesca e para a manufactura de certos artefactos, que requeriam
maior vigor físico, e as mulheres mais ocupadas com a colheita de
sementes e frutos, a confecção dos alimentos ou o cuidar dos
filhos.Esta divisão de trabalho dentro da comunidade não conduz
ainda ao aparecimento de grupos inteiramente especializados de
pessoas com os seus próprios interesses e, portanto, não origina
diferenças de natureza social. Quanto muito, nas suas formas
rudimentares dá lugar a um sistema de relações diferenciadas entre
os indivíduos, que não assume ainda o significado duma divisão entre
classes. O uso de algumas inovações técnicas dará lugar a uma
reduzida especialização, dedicando-se alguns indivíduos mais à
procura de pedra, madeira ou outros materiais e à manufactura de
artefactos, deixando a prática da caça. As investigações históricas
confirmam este primeiros indícios de organização de trabalho dentro
dos grupos,humanos.
A DA DIVISÃO( SOCIAL ) DO TRABALHO EM ANGOLA
No modo de produção alimentar em Angola assiste-se, no decorrer de
alguns milénios, a uma especialização progressivamente mais
acentuada na utilização dos meios de trabalho com reflexos na
separação entre o trabalho doméstico e de recolha de plantas, o
trabalho agrícola e pastoril, a caça e a pesca, a extracção de silex e
outras matérias-primas, a manufactura de artefactos. Aparecem os
primeiros seres humanos que dedicam todo ou parte do seu tempo,
duma forma predominante, a estas actividades.Não se trata já duma
simples atribuição de tarefas com base na idade, no sexo ou na
aptidão dos indivíduos, de acordo com as diferenças naturais entre os
membros da comunidade, mas numa divisão de trabalho que se
concretizou em várias áreas com os consequentes efeitos nas
relações económicas e sociais entre os homens. Não será fácil
estabelecer uma ordenação temporal nesta divisão social do
trabalho.Com a introdução de pesados instrumentos agrícolas, o
trabalho dos campos tornou-se demasiado árduo e a criação de gado
demasiado perigosa. Este trabalhos passaram a estar mais
reservados aos homens, que assim passam a deter uma maior
intervenção na posse dos meios de trabalho e dos alimentos
produzidos. Lavrar a terra é um trabalho mais duro e era feito pelos
homens com a ajuda de animais de tracção. A evolução para a
criação do gado transumante constituiu um factor decisivo dessa
mutação. A criação de gado, a caça e o cultivo de cereais passaram a
ser trabalhos essencialmente realizados por homens. Formaram-se
campos de actividade nos quais o homem foi substituindo
gradualmente a mulher, reservando esta a sua actividade para a
recolha directa de plantas comestíveis, a horticultura ou a criação de
animais domésticos, fiação ou tecelagem, o trabalho doméstico. Esta
mudança deu lugar a uma divisão social de trabalho por sexos, com
reflexo na posição social e na instituição da família.A continuação da
caça e da pesca, a par da actividade agrícola, pastoril ou artesã,
motivou uma separação e maior especialização daquelas actividades.
A procura de matérias-primas e a manufactura de artefactos de
pedra, madeira ou osso e, mais tarde, a olaria e a cerâmica,
originaram um tipo de especialização em actividades que se isolaram
das restantes. À medida que a manufactura de utensílios e
instrumentos de trabalho se torna mais complexa e intensa, certos
indivíduos mais hábeis e engenhosos passam a dedicar a quase
totalidade do seu tempo a essa tarefa. A especialização artesanal foi
o resultado directo do sedentarismo e do desenvolvimento da
produção agrícola. A separação entre a agricultura e o artesanato
origina uma outra divisão social do trabalho.Em muitos casos, os
artesãos continuaram a trabalhar por conta da colectividade, como
ainda acontece actualmente, realizando-se a troca no seio da
comunidade como situação excepcional. Os artefactos produzidos
passaram a ser também objecto de permuta com outras camadas
sociais, em vez de produzidos e consumidos apenas por toda a
comunidade no seu conjunto. As tribos que povoam territórios
dotados de ricas pastagens tendem a abandonar a agricultura em
proveito da criação de animais, o que conduziu à existência dum
grupo social definido que deu origem às comunidades nómadas. A
criação de gado começa a formar um ramo produtivo diferente. As
tribos pastoris separam-se das restantes dedicadas prioritariamente
ao plantio ou à sementeira.
A DIVISÃO DO TRABALHO E A PRODUÇÃO DE BENS E CERVIÇOS
Os excedentes de produção de alimentos, possibilitaram o
aparecimento de indivíduos total ou parcialmente dedicados a um
trabalho mental e criativo que exerceu grande influência na expansão
artística e científica e sobretudo no desenvolvimento dos mitos e
religiões. Surge uma separação entre trabalho físico e intelectual e o
aparecimento de indivíduos que não intervêm directamente na
produção material, mas beneficiam na repartição comunal dos bens
produzidos.Antes o angolano era simultaneamente caçador,
recolector, artesão, pescador e guerreiro, exercendo a sua actividade
em agrupamentos muito homogéneos. Com o novo tipo de vida os
camponeses e os pastores exercem uma actividade mais isolada, as
populações dos acampamentos ou das aldeias sentem-se indefesas e
necessitam de protecção para si próprios e para os bens produzidos e
guardados. Surge assim um grupo de guerreiros com a missão de
defender as pessoas e os bens.Com os sacerdotes e os guerreiros
criou-se uma nova actividade caracterizada pelos serviços prestados
à comunidade por uma camada de indivíduos especializados que
acabaram por vir a exercer um domínio na governação das tribos e
das futuras aldeias.
A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA DIVISÃO DE TAREFAS
Em relação aos assuntos do género, existe uma falta total de
organização a nível do Governo, o que parece resultar
essencialmente da falta de vontade política para questionar as
relações de poder histórica e culturalmente definidas entre homens e
mulheres. Assunto este que não é específico da realidade angolana,
tendo uma dimensão global. A escassa informação qualitativa e
quantitativa sobre as mulheres empresárias, a falta de um apoio
concreto do Estado que introduza reformas nos códigos sobre a
propriedade, sobre o acesso aos recursos e as novas tecnologias,
dificulta a percepção dos comportamentos dos actores reais
existentes no mercado angolano e a compreensão das características
específicas da economia angolana. falar de desenvolvimento
económico no contexto angolano significa fazer algumas adaptações
do pensamento convencional sobre os problemas económicos. Um
dos factores chave parece ser a aceitação da existência de um sector
informal que controla, em parte, o desemprego e que contribui em
larga medida para a melhoria das condições de vida da maioria da
população. As unidades domésticas produzem uma parte substancial
dentro e para a economia de mercado e é importante olhar para as
relações económicas do ponto de vista da unidade doméstica, dentro
da qual a mulher desempenha um papel predominante, que se torna
mais visível no sector informal.Se de um ponto de vista económico-
produtivo a mulher está sempre mais presente, ao mesmo tempo
existem discriminações baseadas no género que resultam em
desigualdades no acesso ao mercado de trabalho, à educação, aos
recursos e aos rendimentos. Um dos caminhos a seguir poderia ser a
introdução no modelo da economia de mercado das variáveis
necessárias à eliminação das diferenças de rendimentos e de riqueza
entre homens e mulheres.
A participação das mulheres no mundo do trabalho tem sido
grandemente afectada pela estratificação do género e sexual quer
dentro da família quer no mercado , que se justifica principalmente
com assuntos ideológicos sobre os papéis sexuais e com a resistência
à mudança mesmo quando esta é economicamente racional. As
mudanças nas motivações das mulheres em relação ao trabalho não
têm sido analisadas de maneira satisfatória pelos economistas, assim
como as consequências das mudanças económicas necessárias aos
indivíduos dentro da família. Trata-se, portanto, de injectar o género
na análise teórica da disciplina económica. Há muitas razões para a
aparente inércia na introdução do género na análise económica.
Quando não existia a economia do desenvolvimento a abordagem do
género era vista como não científica. Havia uma tendência
generalizada e um esforço pela cientificidade que excluía “a priori” a
análise de comportamentos de actores e a análise das actividades de
não mercado. Foi na microeconomia que se iniciaram as pesquisas do
género na análise do mercado do trabalho. Se consideramos o
problema do emprego, neste contexto, temos que fazer as contas
com uma realidade que nos apresenta um vasto panorama de
actividades e actores que influenciam o fluxo das despesas e receitas
da economia: os agregados familiares, os mercados, as empresas, os
governos, outras instituições. Portanto, introduzir variáveis como o
género na macroeconomia torna-se fundamental à compreensão da
realidade do mercado angolano onde as mulheres constituem, a meu
ver, uma estrutura de intervenção na sociedade, enquanto grupo de
identidade em formação, e um grupo de pressão potencial que
poderia ameaçar o neo-patrimonialismo do Estado angolano e
favorecer o desenvolvimento.
CONCLUSÃO
O avanço no processo de divisão do trabalho em Angola contribuiu
para um aumento do nível de produtividade com a consequente
obtenção dum excedente de bens de consumo. O produtor deixou de
se limitar a consagrar grande parte ou todo o seu esforço diário à
garantia dos meios de subsistência. Esta mudança representou
inevitavelmente profundas alterações na estrutura e no
desenvolvimento económico e social, tornou-se a condição
fundamental da divisão social do trabalho e gerou o embrião da
formação posterior de classes sociais.Esta divisão de trabalho dentro
da comunidade não conduz ainda ao aparecimento de grupos
inteiramente especializados de pessoas com os seus próprios
interesses e, portanto, não origina diferenças de natureza social.
Quanto muito, nas suas formas rudimentares dá lugar a um sistema
de relações diferenciadas entre os indivíduos, que não assume ainda
o significado duma divisão entre classes.
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