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CBMF Aula 1 - Anestesiologia Local em Odontologia

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CTBMF - Fanny Castro - ODONTOLOGIA UFPE

Anestesiologia local em
odontologia
A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão
tecidual real ou potencial. É uma experiência subjetiva, pois cada pessoa experimenta a
sensação dolorosa de uma forma distinta.

● A dor não é percebida apenas em casos de lesão efetiva, mas também em casos de
potencial nocivos
○ Potenciais nocivos são considerados sinais de alerta para estímulos que
tenham potencial de causar algum dano tecidual ➟ febre e dor são sinais de
alerta
■ A partir de um estímulo que possa causar dano tecidual, é deflagrado
um impulso nervoso que é percebido pelo SNC como um estímulo
doloroso
● O paciente estará anestesiado, logo não sentirá dor, mas continuará sentindo o
estímulo tátil ➟ pressão dos instrumentos
○ Isso acontece pois as fibras que conduzem o tato são fibras mais espessas,
do tipo Aβ, e quanto mais espesso o axônio, mais rápida e mais sensível é a
condução do estímulo
○ Por isso, é importante sempre informar ao paciente que ele irá perceber o
estímulo tátil, mas que não irá sentir dor
○ Também é interessante fazer comparações ➟ tocar no lado que foi
anestesiado e no que não foi, para que o paciente possa perceber a
diferença

A anestesia local é definida como a perda da sensação em uma área circunscrita do corpo,
causada pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos ➟ Neutralização da
passagem nervosa promovida pelo estímulo doloroso

● Os anestésicos locais agem promovendo o bloqueio químico, transitório e


reversível entre a origem do estímulo e sua percepção pelo SNC

Propriedades desejáveis em um anestésico local


● Não deve ser irritante para o tecido;
● Não deve causar alterações permanentes no nervo;
● Deve ter toxicidade sistêmica baixa;
● Deve ser eficaz - uso tópico ou injetável;
● O tempo de início da anestesia deve ser o mais breve possível;
● Deve ter duração longa o suficiente para realizar o procedimento, mas não tão longa
que exija recuperação prolongada;
● Deve ter potência suficiente para proporcionar anestesia completa;
● Deve ser relativamente isento de reações alérgicas;
● Deve ser estável em solução;
● Deve ser estéril ou capaz de ser esterilizado sem deterioração
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○ Realizada pelo fabricante

● Nervo - feixe de fibras nervosas envolvidas por conjuntivo responsáveis por


transmitir as informações em relação a sensibilidade como dor, pressão, temperatura
ao SNC (nervo sensitivo) e de guiar os comandos do SNC aos órgãos do corpo
(nervo motor)
○ Nervo sensitivo ou aferente ➟ transmite os impulsos nervosos dos órgãos
receptores até o sistema nervoso central
○ Nervo motor ou eferente ➟ transmite o impulso nervoso do sistema
nervoso central para os órgãos efetores
○ Nervo misto ➟ possui fibras sensitivas e motoras
○ Para a anestesia local, o nervo sensitivo é o alvo da anestesia
● Como ocorre a transmissão de impulso elétrico?
○ O nervo, no interior de sua membrana, tem
carga negativa e, na porção exterior da sua
membrana, tem carga positiva. Nesse estado, o
nervo se encontra polarizado e, quando ocorre
um estímulo, sua membrana despolariza e, a
partir daí, a mensagem/estímulo vai sendo
transmitida. À medida em que o estímulo vai
“passando”, a membrana vai sendo
repolarizada (carga positiva em seu exterior e
negativa em seu interior).
○ O estímulo doloroso transmitido pelas fibras
nervosas na forma de potenciais de ação são
propagados pelas despolarizações transitórias
das células nervosas, devido à entrada de íons sódio (Na+) através dos
canais de sódio.
● Ação dos anestésicos locais na membrana do nervo
○ As moléculas ionizadas do anestésico local atravessam a membrana do
nervo por meio do canal de sódio e, a partir daí, bloqueiam - tamponam -
este canal, o que evita a alteração da polarização e faz com que o impulso
nervoso seja cessado.
○ Quando as moléculas de anestésico se ligam nos canais de sódio, atuam
reduzindo ou impedindo a entrada desse íon na célula, resultando no
bloqueio da condução nervosa e, consequentemente, gerando o bloqueio da
percepção de dor.
○ Em geral, os anestésicos diminuem a taxa de despolarização do neurônio por
meio do fechamento dos canais de sódio presentes na membrana ➟ o sódio
é o principal íon responsável pela condução do impulso

Características dos anestésicos


● Podem ser do tipo éster e amida, a depender da ligação na sua cadeia intermediária,
mas a maioria dos anestésicos atualmente é do tipo amida
● Fazem parte do grupo amida a lidocaína, mepivacaína, prilocaína, articaína,
bupivacaína, ropivacaína e etidocaína
● Do grupo éster, o único empregado na odontologia é a benzocaína
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● O anestésico local, em geral, tem caráter bastante ácido e quanto mais ácido, maior
é o desconforto do paciente na hora da aplicação
○ Quimicamente, o anestésico é uma base fraca, mas para uso clínico, é
adicionado o ácido clorídrico que forma o sal de cloridrato, que garante maior
solubilidade e estabilidade à solução ➟ com o sal de cloridrato, o pH varia de
3,5 (sem vasoconstritor) à 3,3 (com vasoconstritor)
● Todos os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora, o que gera uma dilatação
dos capilares próximos às fibras anestesiadas, fazendo com que sejam rapidamente
absorvidos para a corrente sanguínea, o que limita muito o tempo da sua duração
○ Por isso, a associação de um vasoconstritor é uma interação
farmacológica benéfica, pois aumenta a duração e a profundidade da
anestesia, além de reduzir os efeitos sistêmicos dos anestésicos locais
● Geralmente, é utilizado em associação à um vasoconstritor, a fim de otimizar o
tempo de ação do anestésico e diminuir o risco de toxicidade, evitando que grandes
volumes da solução sejam absorvidos rapidamente
○ Os vasoconstritores utilizados em associação com o anestésico local podem
ser aminas simpaticomiméticas ou a felipressina
■ Aminas simpaticomiméticas: Adrenalina, noradrenalina e epinefrina
● Mimetizam a atividade da descarga simpática e atuam nos
receptores alfa e beta-adrenérgicos
● A epinefrina é o vasoconstritor mais utilizado, sendo o agente
de escolha para quase todos os procedimentos odontológicos
● Pode causar vasodilatação de rebote - 6h
● Dose máxima - ASA 3 ou 4 - 0,04 mg
■ Felipressina: em associação com com a prilocaína
● Análogo sintético da vasopressina
● Atua nos receptores V1 da vasopressina, presente na
musculatura dos vasos sanguíneos
● Não é uma boa escolha para cirurgias maiores, pois não tem
controle efetivo da hemostasia
● Em relação à potência, duração e início rápido o melhor anestésico é a articaína
● O anestésico local sofre grande influência do pH
○ Em meio mais ácido, haverá uma maior dissociação do anestésico e este
será absorvido mais rápido, o que compromete sua efetividade - por isso
deve-se evitar anestesiar regiões inflamadas/infeccionadas, visto que na
inflamação há uma acidificação do meio
○ Exemplo: se há um abscesso em um pré-molar inferior, não deve-se
anestesiar a região de pré-molar (abscesso), pois nesta região o pus e
inflamação levam a uma alteração do pH, o que comprometeria a eficácia da
anestesia. Assim, deve-se anestesiar mais posteriormente à região, onde
não haja pus ou inflamação

Armamentário básico para a anestesia local


● Carpule; Agulha biselada; Tubete anestésico, Anestésico tópico
○ O calibre e extensão da agulha vão ser determinados pela região que se vai
anestesiar
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● Quanto mais lenta for a aplicação, menos desconforto o paciente irá sentir durante a
aplicação
● A carpule contém um auto-refluxo que permite a
certificação de que não se atingiu um vaso.
○ Durante a aplicação, deve-se observar o
tubete, pois se um vaso for atingido o sangue
aparecerá no tubete ➟ Neste caso, deve-se
retirar a agulha e reposicioná-la, pois se o
anestésico for aplicado diretamente dentro do
vaso, pode ocorrer uma super dosagem
● O anestésico tópico só dessensibiliza a região de
mucosa, então seu propósito é apenas minimizar o
desconforto da aplicação da anestesia local
● O bisel da agulha deve sempre estar voltado para o tecido ósseo

Local de infiltração X Área operatória


● Quanto mais distante, maior a área anestesiada
● Infiltração local
○ A dessensibilização atinge pequenas terminações nervosas, basicamente
apenas a região a ser tratada
○ Realiza-se a infiltração superficial um pouco mais na distal do elemento alvo.
● Bloqueio de campo
○ Bloqueio mais amplo, sendo uma anestesia mais profunda, na região de
ramos nervosos terminais maiores
○ Podem ser infiltrações ou supraperiosteais
● Bloqueio de nervo
○ Injeção próxima ao tronco nervoso principal, distante da área de tratamento
○ Bloqueio à distância
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● Anestesia periférica, terminal ou infiltrativa ➟ anestesia das terminações nervosas


periféricas sensitivas, promovendo insensibilidade em uma área limitada;
● Se divide em:
○ A mucosa superficial e a submucosa só insensibilizam tecido mole
○ Mucosa superficial
■ Indicação: minimizar a dor durante a punção da agulha, bandas
ortodônticas, evitar ânsia durante a moldagem e radiografias;
■ Execução: secagem perfeita do campo operatório, a fim de maximizar
a absorção da solução anestésica e, a partir daí, massagear com a
polpa do dedo ou um cotonete embebido no anestésico a região a ser
anestesiada
○ Submucosa
■ Indicação: remoção de fibroma, lipoma e cirurgia de tecidos moles
■ Execução: a solução anestésica é depositada entre a mucosa e o
periósteo, ficando ali confinada e anestesiando somente os tecidos
moles

○ Subperióstea - a solução anestésica é depositada entre o periósteo e o osso,


infiltrando-se por difusão e anestesiando as lâminas ósseas vestibular
(mandíbula ou maxila) e palatinas
■ Indicação: na maxila, procedimentos odontológicos de pequena
duração e, na mandíbula, somente na região anterior, devido à
pequena espessura das lâminas ósseas vestibulares
■ Execução:
● O ponto de punção é feito no limite da mucosa móvel inserida
● A agulha é introduzida em sentido vertical até que encontre
resistência óssea oferecida pela lâmina vestibular
● No palato duro, o ponto de punção se situa 10 mm. distante de
colo dos dentes - nesta região, a submucosa é menos
espessa, facilitando a introdução da agulha
■ Uma variação dessa técnica é a supraperióstica, que consiste em
punsionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha penetre até
a região submucosa, junto ao periósteo, mas sem atingi-lo ou
penetrá-lo
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○ Peridentária, intra-articular ou intraligamentar


■ Indicada apenas como complemento de uma anestesia regional ou
infiltrativa
■ Execução: introduz-se a agulha nas faces mesial e distal dos dentes,
injetando a solução anestésica que se difunde pelo pericemento
interno e promovendo anestesia da polpa e tecidos ósseos vestibular
e lingual

○ Intraseptal
■ É semelhante à anestesia peridental e também é uma alternativa
quando as condições dos tecidos periodontais nos sulcos gengivais
impedem o uso da anestesia peridental
■ Indicação: casos de gengivectomia ou qualquer cirurgia de natureza
semelhante devido ao alto grau de hemostasia
■ Execução: deposita-se o anestésico no septo de dois dentes
contínuos e a referência é o triângulo papilar, 2 mm abaixo do topo,
equidistante aos dentes
● Técnica troncular
○ Solução anestésica depositada nas imediações de um tronco nervoso. Toda
área anterior ao local onde foi depositada a solução anestésica torna-se
insensível
○ Indicações: pacientes que não toleram a anestesia geral; tratamento de
nevralgia; preparações cavitárias; pulpectomias; extrações em série;
sinusectomias; apicectomias; remoção de dentes inclusos; odontomas;
osteomas; rânulas; mucoceles; aprofundamento de sulcos
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○ Contra-indicações: pacientes rebeldes; cirurgia de grande duração; presença


de infecções supuradas
○ Anestesia dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal - hemarco inferior

Anestesia na maxila
● Normalmente a anestesia em maxila atinge o 2° e o 3° ramo do nervo trigêmeo. O
nervo maxilar (2° ramo) passa pelo forame redondo e apresenta suas divisões
póstero anteriores até chegar no forame infraorbitário. O nervo maxilar se ramifica
em nervo alveolar superior posterior (3° molar até a raiz distal do 1° molar), nervo
alveolar superior médio (raiz mesial 1° molar até o 1° pré-molar superior) e nervo
alveolar superior anterior (caninos, incisivos laterais e centrais).
○ Na ausência de nervo alveolar superior médio, compreende-se que o
paciente apresenta o plexo nervoso (fibras posteriores e anteriores) na
região.
○ Os nervos alveolares superiores correspondem a sensibilidade da região
pulpar e vestibular. Para a sensibilidade da mucosa palatina, outros nervos
serão anestesiados. De canino a canino - anteriores - é o nasopalatino e de
pré-molar a molar - posteriores - é o palatino maior.

● Nervo alveolar superior anterior


○ Indicação: procedimentos que envolvem dentes anteriores superiores
○ Execução: a referência é o ápice do canino superior
i. Bisel da agulha voltado para a superfície óssea.
ii. Introduzir a agulha até que alcance uma posição acima do ápice do
canino superior (10-15mm)
iii. Injetar a solução anestésica lentamente (realizando refluxo ou
aspiração)
○ Área anestesiada:Incisivo central, incisivo lateral e canino, maxilar, tecidos
periodontais, osso, periósteo, mucosa vestibular adjacente à região
anestesiada e lábio superior.
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● Nervo alveolar superior médio


○ Área anestesiada: primeiro e segundo pré-molares, raiz mesiovestibular do
primeiro molar superior, tecidos periodontais, osso, periósteo e mucosa
vestibular adjacente à região anestesiada
○ Execução: a referência é a prega mucovestibular, acima do segundo
pré-molar superior

● Nervo alveolar superior posterior


○ Indicação: Intervenção em molares superiores
○ Execução: a agulha deve entrar com um ângulo de 45°, na direção superior e
medial, com inserção de aproximadamente 15/25 mm.

● Nervo nasopalatino
○ Indicação: tratamento de mais de 2 dentes, quando necessário anestesiar
região palatina e anterior dos tecidos moles
○ Área anestesiada: porção anterior do palato duro, desde a face medial do
primeiro pré-molar superior esquerdo ao primeiro pré-molar superior direito
○ Execução: deve-se obter um ângulo de 45º em relação a papila incisiva, e
então introduzir menos de 5 mm da agulha; - Para minimizar a dor, pode ser
feita a técnica das 3 punções, que consiste em anestesiar o freio, depois a
papila e, por fim, o forame nasopalatino
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● Nervo palatino maior


○ Indicação: tratamento de mais de dois dentes, quando necessário anestesiar
região palatina e posterior dos tecidos moles
○ Execução: deve-se manter uma distância de 1 cm da borda da gengiva e
identificar o forame palatino maior, e então introduzir menos de 5 mm da
agulha
■ O ponto de referência é na altura da distal do 2º molar superior.

● Principais técnicas anestésicas em maxila


○ Injeção supraperiosteal - infiltração local
■ Indicação: tratamento restrito a um ou dois dentes superiores
■ Execução: deve-se introduzir a agulha no fundo do vestíbulo, em
direção ao ápice do dente a ser anestesiado, não podendo
ultrapassar 5 mm na introdução da agulha

○ Infiltração local no palato


■ Indicação: controle da dor regional para áreas restritas, como, por
exemplo, para adaptação de um grampo no isolamento absoluto
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■ Execução: deve-se manter uma distância de 5 à 10 mm. da margem


livre da gengiva e introduzir menos de 5 mm. da agulha

○ Bloqueio da tuberosidade - bloqueio do nervo alveolar superior posterior


■ Indicação: intervenção em molares superiores e em casos de
ineficácia da supraperiosteal
■ Execução: o paciente deve estar com a boca aberta e a agulha deve
ser introduzida na altura da prega
mucovestibular, sob o 2 ° molar superior.
Deve-se, após isso, avançar a agulha para cima,
para dentro e para trás a 45°
● Caso o 2° molar superior não seja
presente, o ponto de referência será a
crista zigomático-alveolar
● A profundidade de penetração é de 16
mm. para a tuberosidade baixa e de 30
mm. para a tuberosidade alta
○ Infraorbitário - bloqueio de nervo alveolar superoanterior
■ Indicação: dentes inclusos no palato e tratamento de mais de dois
dentes, quando a supraperiosteal for ineficaz
■ Execução: a agulha deve estar paralela ao eixo longitudinal sobre o
1° pré-molar superior. A profundidade de penetração da agulha deve
ser de 16 mm.
● É indicado fazer uma pressão digital na área para que o
anestésico penetre no forame infraorbitário

○ Palatino maior - bloqueio do nervo palatino maior


■ Indicação: tratamento de mais de 2 dentes, quando é necessária a
anestesia de tecidos moles na região posterior
● Procedimentos periodontais e cirúrgicos
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■ Execução: deve-se manter uma distância de 1 cm da borda da


gengiva e identificar o forame palatino maior, e então introduzir menos
de 5 mm. da agulha.
● O ponto de referência é na altura da distal do 2° molar
superior

○ Nervo nasopalatino - nervo incisivo


■ Indicação: tratamento de mais de dois dentes, quando é
necessário a anestesia dos tecidos moles na região
anterior
● Procedimentos periodontais e cirúrgicos
■ Execução: deve-se obter um ângulo de 45° em relação à
papila incisiva e então introduzir menos de 5mm. da
agulha
● Para minimizar a dor. pode ser feita a técnica das 3
punções, que consiste em anestesiar o freio,
depois a papila e, por fim, o forame nasopalatino

Anestesia em mandíbula
● O nervo mandibular tem um tronco anterior (para os músculos da mastigação) e um
tronco posterior (sensibilidade a nível de alvéolo).
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● Anestesia troncular - anestesiar o nervo antes dele entrar na mandíbula, que


promove já a anestesia de todos os ramos do nervo mandibular - alveolar inferior,
mental e incisivo
● Nervo alveolar inferior
○ São anestesiados os nevos incisivo, mentoniano e lingual
○ Indicação: tratamento de vários dentes no mesmo quadrante e quando é
necessário a anestesia dos tecidos moles e língua
○ Áreas anestesiadas: dentes inferiores até a linha média, corpo da mandíbula,
mucoperiósteo vestibular, membrana mucosa anterior ao primeiro molar
inferior, ⅔ anteriores da língua e assoalho da cavidade oral, tecidos moles e
periósteo lingual
○ Execução:
■ A agulha deve ser mantida em uma altura 10 mm acima da linha
oclusal dos dentes inferiores
■ Posicionar a agulha nos pré-molares do lado oposto
■ Introduzir a agulha imediatamente à frente da rafe pterigomandibular
■ A profundidade de penetração deve ser de 20 mm.

● Nervo bucal
○ Indicação: quando é necessário anestesia dos tecidos moles bucais em
região inferior e vestibular
○ Área anestesiada: região de molares inferiores
○ Execução: penetração da agulha menos de 5 mm na borda anterior do ramo
da mandíbula ou no fundo de vestíbulo dos molares inferiores
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● Nervo mentoniano
○ Indicação: intervenção cirúrgica no lábio inferior ou gengiva, como
biópsias
○ Execução: o ponto de referência para introdução da agulha é nos
pré-molares inferiores, e então deve-se introduzir menos de 5 mm. da
agulha no fundo de vestíbulo dos pré-molares
■ Para localizar o forame mentoniano pode ser feita uma
radiografia
■ É recomendado pressionar e massagear o local para que o
anestésico penetre no forame mentoniano

● Anestesias alternativas
○ Vazirani-Akinosi
■ Alternativa de bloqueio do nervo mandibular, indicada quando o
paciente apresenta dificuldade para abrir a boca

○ Gow-gates
■ Permite a aplicação na região relativamente avascular no pescoço do
côndilo - bloqueio de nervo próximo ao côndilo
■ É indicada em casos em que o bloqueio do nervo alveolar inferior é
ineficaz
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Técnicas de Injeção
● Passo a passo:
1. Orientar o paciente ➟ sempre explicar ao paciente sobre cada passo dado
durante o procedimento, o que evita sustos
a. Sustos podem promover aumento de catecolaminas, que geram
estresse ao paciente
2. Limpar a região com gaze seca e estéril
3. Aplicar antisséptico local, como clorexidina (opcional)
4. Aplicar anestésico tópico ➟ deve ser aplicado sob mucosa estreitamente
seca, pois apresenta em sua composição uma molécula altamente
hidrofóbica
5. Orientar a agulha em bisel voltado para o osso
6. Introduzir a agulha até o ponto pretendido para o bloqueio anestésico
7. Aspirar 2 vezes para garantir que o anestésico não está sendo inserido em
meio vascular
8. Injetar o anestésico lentamente
9. Retirar a seringa lentamente
● Técnica supraperiósteal
○ Pode ser utilizada em qualquer região da cavidade bucal
■ Mas em casos de bloqueio pulpar, essa técnica deve ser
predominantemente utilizada em região de mandíbula, pois o osso da
maxila é mais espesso e, por isso, o anestésico tem maior dificuldade
para penetrar e anestesiar a polpa do dente
○ Taxa de sucesso de 95%
○ Indicações: anestesias em áreas circunscritas ➟ necessidade de bloqueio de
uma área menor
■ Bloqueios em áreas maiores são mais efetivos por técnica troncular
○ Complicações:
■ Dor a punção ➟ quando se toca o periósteo, que é vastamente
inervado
○ Referência anatômica:
■ Prega mucovestibular adjacente ao dente ao qual é pretendido
anestesias
■ Deve-se atentar a relação da coroa desse dente, para que seja
possível orientar a agulha até a região periapical do dente pretendido
○ Profundidade de penetração: compatível ao ápice do dente
○ Volume de injeção indicado: 0,6 ml

Acidentes e complicações locais


● Hematoma; paralisia facial; necrose asséptica; lesões traumáticas; ulcerações;
fraturas de agulha
● Paralisia ou anestesia persistente: Paciente relata sensação de dormência,
inchaço, formigamento, coceira, mordedura da língua, perda do paladar, dificuldade
da fala e facilidade de babar.
● Parestesia: perda da sensibilidade
● Hiperestesia: aumento da sensibilidade
● Disestesia: sensação de dor associada a estímulo não nocivo

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