CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Inquérito Policial
Trata-se de um procedimento administrativo, preliminar, presidido pelo delegado de
polícia, no intuito de identificar o autor do ilícito e os elementos que atestem a sua
materialidade, contribuindo para a formação da opinião delitiva do titular da ação penal.
Função preservadora Função preparatória
Inibe a instauração de Fornece elementos de informação para que o titular da ação penal
um processo
ingresse em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam
penal infundado,
temerário, resguardando desaparecer com o decurso do tempo.
a liberdade do inocente e
evitando custos
desnecessários para o
Estado.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
1_DISCRICIONARIEDADE; (a autoridade policial decide os rumos da investigação)
2_ESCRITO; (todos os atos serão reduzidos a termo)
3_SIGILOSO; (sigilo necessário à elucidação dos fatos)
4_INDISPONÍVEL; (a autoridade policial não poderá mandar arquivá-lo)
5_NÃO-CONTRADITÓRIO OU NATUREZA INQUISITORIAL; (o investigado/indiciado não
tem direito subjetivo a produção de provas)
6_DISPENSÁVEL; (sua instauração não é condição para a propositura da ação penal; mera
peça informativa)
1-DISCRICIONARIEDADE
O rumo das diligências no inquérito policial está a cargo do delegado, e os artigo 6 e 7, do
CPP indicam as diligências que podem ou devem ser desenvolvidas por ele.
A autoridade policial pode atender ou não aos requerimentos patrocinados pelo indiciado
ou pela própria vítima, nos termos do artigo 14, do CPP, fazendo um juízo de conveniência
e oportunidade quanto à relevância daquilo que lhe foi solicitado.
Só não poderá indeferir a realização do exame do corpo de delito, quando a infração
praticada deixa vestígios. Havendo denegação da diligência requerida, nada impede que
seja apresentado recurso administrativo ao Chefe de Polícia, por analogia ao artigo 5º,
§2º, do CPP.
Apesar de não haver hierarquia entre juízes, promotores e delegados, caso os dois
primeiros emitam requisições ao último, este está obrigado a atender, por imposição
legal.
2-ESCRITO (art 9, do CPP)
O inquérito, por exigência legal, fulcrada no artigo 9º, do CPP, deve ser escrito.
O dispositivo prevê que “todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.”
Os atos produzidos oralmente serão reduzidos a termo.
Entretanto, nada impede que outras formas de documentação sejam utilizadas, de
maneira a imprimir maior fidelidade ao ato, funcionando como ferramenta complementar
à forma documental, como a gravação de som e/ou imagem na oitiva dos suspeitos,
testemunhas e ofendidos. (artigo 405, §1º, do CPP)
3-SIGILOSO (art 20, do CPP; SV Nº 14 do STF)
O inquérito não comporta publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso,
disciplinando o artigo 20, do Código de Processo Pena que “a autoridade assegurará no
inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.
Contudo, este sigilo não se estende ao magistrado nem ao Ministério Público, que tenham
em tese atribuição e competência para praticar atos no inquérito.
Quanto ao advogado do suspeito ou indiciado, há exceções.
SIGILO EXTERNO = aquele imposto para evitar a divulgação de informações essenciais do
inquérito ao público em geral, por intermédio do sistema midiático.
SIGILO INTERNO = aquele imposto para restringir o acesso aos autos do procedimento
por parte do indiciado e /ou advogado.
DIREITO DE ACESSO DO ADVOGADO A AUTOS DE INQUÉRITO
Súmula Vinculante nº 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentado em procedimentos
investigatórios realizados por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
(A SV nº 14 do STF consagra o princípio do amplo conhecimento de provas e
investigações, além da necessidade de formalização dos atos investigativos.)
HIPÓTESES DE EXCEÇÕES AO DIREITO DE ACESSO DO ADVOGADO A AUTOS DE IP:
1_os documentos relativos a terceiras pessoas,
2_os procedimentos investigatórios em curso
3_os procedimentos investigatórios que, por sua própria natureza, exigem o sigilo, sob
pena de ineficácia da diligência investigatória.
INSTRUMENTOS PROCESSUAIS PARA DEFENDER O DIREITO DE ACESSO AOS AUTOS
1-Reclamação para o STF, com fulcro na violação da SV nº 14;
2-MS em razão do direito líquido e certo de acesso aos autos;
3-HC com arguição de que o cerceamento à atuação da Defesa poderá refletir-se em
prejuízo no processo e, em tese, resultar em condenação à pena privativa de liberdade/
risco indireto à liberdade; (chamado de HC profilático)
4-INDISPONIBILIDADE (art 17, do CPP)
A persecução criminal é de ordem pública, e uma vez iniciado o inquérito, não pode o
delegado de polícia dele dispor.
Se diante de uma circunstância fática, o delegado percebe que não houve crime, nem em
tese, não deve iniciar o inquérito policial.
Contudo, uma vez iniciado o procedimento investigativo, deve levá-lo até o final, não
podendo arquivá-lo, em virtude de expressa vedação contida no artigo 17, do CPP.
5-CARÁTER INQUISITORIAL OU NÃO-CONTRADITÓRIO DO IP (artigo 14, 184, 155 do
CPP)
A natureza inquisitorial do inquérito policial está relacionada com seu fim principal,
produzir provas que sustentem o ajuizamento da ação penal.
Esse caráter inquisitorial do IP reduz o valor probatório dos elementos de convicção a ele
angariados, não podendo servirem EXCLUSIVAMENTE para fundamentar título
condenatório.
Esta é a recomendação expressa do artigo 155, do CPP: o juiz não poderá fundamentar
sua decisão EXCLUSIVAMENTE nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Assim, interpretando o artigo 155, do CPP a contrario sensu, pode o juiz utilizar as provas
constantes no inquérito como fonte supletiva de convicção e valorar, de forma plena, as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas, ainda que realizadas no âmbito do
inquérito policial, independente da judicialização posterior, em face da impossibilidade
de repetição na fase judicial.
PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS (ex: interceptações telefônicas
judicialmente autorizadas, resultados de quebras de sigilos bancários, etc)
6-DISPENSABILIDADE DO IP
O inquérito policial, por ser peça meramente informativa, decorrente de atividade
administrativa inquisitorial, não é pressuposto para o oferecimento de denúncia, que
pode estar fundada em outros elementos que demonstrem a existência de crime e
indícios de autoria, inclusive colhidos pelo titular da ação penal pública.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Em caso do crime ser processado via ação pública incondicionada, a instauração do
inquérito poderá ocorrer:
1- de ofício; (independentemente de autorização)
2- mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (no
requerimento o delegado não é obrigado a instaurar o inquérito). Obs.: a requisição pela
autoridade judiciária é considerada não recepcionada pela Constituição Federal, sob
pena de violação ao sistema acusatório.
3-Auto de prisão em flagrante – quando a pessoa é detida em prisão em flagrante a
abertura do inquérito será automática, dispensando apresentação de portaria.
4-Delação Identificada – É a possibilidade do delegado instaurar o inquérito, por qualquer
solicitação do povo. O delegado não é obrigado a instaurar. Cabe recurso para o Chefe de
Polícia Civil.
OBS: Denuncia anônima – STJ - A denúncia anônima por si só não é capaz de instaurar o
inquérito policial, mas pode desencadear investigações preliminares que uma vez
constatada a veracidade das informações poderá dar início ao inquérito.
Em caso de ação penal pública condicionada, a instauração do inquérito
policial dependerá de representação (representação do ofendido ou requisição do
Ministro da Justiça). (art. 5º, § 4º, CPP)
Em caso de crime processado via ação privada, a instauração do inquérito
policial depende do requerimento da vítima. (art. 5º, § 5o, do CPP)
INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Ação penal Ação penal pública condicionada
pública incondicionada
De ofício pela Necessária representação do ofendido ou de seu procurador
autoridade policial
Por requisição do Ministério
Público
Por requerimento
do ofendido
Por notícia oferecida
por qualquer do povo
Auto de prisão em flagrante
delito
COISA JULGADA DA DECISÃO DE ARQUIVAMENTO
Há hipóteses em que a decisão de arquivamento faz somente coisa julgada
formal (suprida a ausência de pressuposto processual, condição da ação ou justa causa,
era plenamente
possível o oferecimento de nova peça acusatória), bem como hipóteses em que ela faz
coisa julgada formal e material. O cenário pode ser resumido da seguinte forma:
Apenas Coisa julgada formal e material
coisa
julgada
formal
Ausência de Atipicidade da conduta (art. 397, III)
pressuposto Existência manifesta de excludente de culpabilidade (art. 397, II)
processual Punibilidade extinta (art. 397, IV)
ou condição
da ação (art.
395, II)
Ausência de
justa causa
(art. 395, III)
Quanto à existência de causa excludente de ilicitude, há divergência entre o STJ e o STF,
conforme podemos visualizar em tabela adaptada do Dizer o Direito:
STJ: FAZ COISA STF: NÃO FAZ COISA JULGADA
JULGADA
STF realmente Para o STF, o arquivamento de inquérito policial em razão do reconhecimento
permitem o
de excludente de ilicitude não faz coisa julgada material. Logo, surgindo
desarquivamento
do inquérito caso novas provas seria possível reabrir o inquérito policial, com base no art. 18 do
surjam provas
novas. No entanto, CPP e na Súmula 524 do STF.
essa possibilidade STF. 1ª Turma. HC 95211, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/03/2009.STF.
só existe na 2ª Turma. HC 125101/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min.
hipótese em que o
arquivamento Dias Toffoli, julgado em 25/8/2015 (Info 796).
ocorreu por falta
de provas, ou seja,
por falta de
suporte probatório
mínimo
(inexistência
de indícios de
autoria e certeza
de
materialidade).STJ.
6ª Turma. REsp
791.471/RJ,
Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado
em
25/11/2014 (Info
554).
Ressalta-se que o STF determinou que, quando as provas da excludente de ilicitude ou de
culpabilidade fossem fraudadas, o arquivamento não fazia coisa julgada material (Info
858).
Em relação ao arquivamento realizado por juízo absolutamente incompetente, entende-
se que não faz coisa julgada, havendo a possibilidade de instauração do processo
penal perante o juízo competente, exceto na hipótese de arquivamento por atipicidade
da conduta.
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO E ARQUIVAMENTO INDIRETO
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO ARQUIVAMENTO INDIRETO
O titular da ação penal deixa O Ministério Público não oferece denúncia por entender que o
de incluir na denúncia algum
juízo não é competente, e o juiz discorda desse posicionamento
fato ou algum
investigado, sem pedir
expressamente o
arquivamento em relação a
eles, e o juiz não se
manifesta quanto a isso
A doutrina e a jurisprudência A doutrina e a jurisprudência admitem esse tipo de arquivamento
não admitem esse tipo de
arquivamento
O juiz deve aplicar o O juiz deve aplicar o procedimento do art. 28 do CPP por analogia.
procedimento do art. 28 do
Se o PGJ não oferecer a denúncia, entendia ter havido
CPP por analogia.
Caso o juiz não se manifeste, arquivamento.
a doutrina diz que há
nulidade!
INDICIAMENTO
O indiciamento consiste no ato formal de atribuir autoria ou participação de uma infração
penal a uma determinada pessoa, apontando-a como provável autora ou partícipe do
delito. Para ser realizado, é necessária a existência de um juízo de probabilidade de
autoria e da conduta criminosa. Dessa forma, o sujeito indiciado não se confunde com o
suspeito ou investi-
gado, contra o qual há indícios ainda frágeis e mero juízo de possibilidade. Trata-se, pois,
de ato formal, poder-dever da autoridade policial.
O indiciamento pode ser realizado desde o auto de prisão em flagrante até o relatório
final do delegado de polícia. Reunidos os elementos informativos suficientes que
apontem a
autoria da infração, poderá o delegado de polícia cientificar o investigado.
Isso significa que não é possível a realização de indiciamento após o início da
ação penal, ou seja, após o recebimento da denúncia, sob pena de constrangimento
ilegal à liberdade de locomoção do acusado.
Espécies
Indiciamento Indiciamento indireto
direto
Ocorre na Ocorre quando o investigado está ausente, no caso de estar foragido ou,
presença do
quando regularmente intimado para o ato, deixar de comparecer
investigado.
É a regra no injustificadamente.
processo penal.
Atribuição
O indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, nos termos da Lei nº
12.830/13, que é a “lei” do Delegado de Polícia. Assim, não é possível ao magistrado, ao
Ministério Público
ou a uma CPI requerer o indiciamento de determinado sujeito.
Desindiciamento
Caso o indiciamento configure constrangimento ilegal à liberdade de locomoção
da pessoa investigada por ausência de elementos de informação que apontem sua
autoria ou participação, é possível o desindiciamento por meio de habeas corpus.
TRAMITAÇÃO DO IP (novidade)
Alguns crimes permitem que a autoridade policial ou o MP requisitem dados ou
informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. Quais sejam: Sequestro ou cárcere
privado; Redução à condição análoga à de escravo; Tráfico de pessoas; Extorsão
mediante restrição da liberdade ("sequestro relâmpago"); Extorsão mediante sequestro e
Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA).
Ou seja, tratando-se desses crimes, o CPP expressamente autoriza a requisição direta
pela autoridade policial ou pelo MP dessas informações, podendo tal requisição ser
dirigida a órgãos públicos ou privados, como por exemplo, empresa de telefonia.
Ademais, em se tratando de crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
MP ou a autoridade policial poderão requisitar, mediante autorização judicial, às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações
e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
Apesar disso, o acesso a esse sinal:
• Não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial (é permitido apenas dados como destinatário,
local aproximado em que foi feita a ligação etc.).
• Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período (mais
30 dias). Para períodos superiores será necessária a apresentação de ordem
judicial.
Ainda, nesse crime de tráfico de pessoas, o inquérito policial deverá ser instaurado no
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência
policial (o chamado "B.O.").
DISPOSITIVO ART. 13-A ART. 13-B
QUAL CRIME? Arts. 148, 149, 149-A, Crimes relacionados ao tráfico de pessoas
158, §3º, e 159 do CP.
Art. 239 do ECA.
QUEM Membro do Ministério Membro do Ministério Público ou o delegado de polícia
REQUISITA? Público ou o delegado de Necessita de autorização judicial
polícia
Não há necessidade de
autorização judicial
A QUEM Quaisquer órgãos do Empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
REQUISITA? poder público
Empresas da iniciativa
privada
O QUE Dados e informações Meios técnicos adequados (sinais, informações e outros
REQUISITA? cadastrais da vítima ou curso
de suspeitos
Obs.: A Lei 13.964/19 chamada de pacote anticrime introduziu o art. 14-A e seus §§ ao
CPP, estabelecendo algumas regras quando se tratar de inquérito policial (ou outro
procedimento investigatório criminal) instaurado para apurar conduta em tese praticada
por agente de segurança pública no exercício da função. Como se observa, o
regramento trazido se aplica apenas quando se tratar de inquérito para apurar possível
infração penal relativa ao uso da força letal por determinados agentes públicos no
exercício da função. São eles: Integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpo de
Bombeiros Militares e Polícias Penais - agentes penitenciários (em âmbito federal,
estadual e distrital). Nos termos do §6º do referido art. 14-A, tais disposições se aplicam
também aos militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), desde
que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
Os regramentos especiais em tais casos são os seguintes: a) O indiciado poderá
constituir defensor; b) O investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta
e oito) horas a contar do recebimento da citação; e c) Intimação da instituição a que
estava vinculado o indiciado para que, no prazo de 48h, indique defensor (caso o
indiciado não o faça em 48h).
Resumindo, o que a Lei 13.964/19 trouxe foi a obrigatoriedade de que, em investigações
criminais relativas ao uso da força letal em serviço por tais agentes públicos, o indiciado
tenha, necessariamente, um defensor, seja constituído por ele mesmo ou, na falta de
constituição pelo indiciado, indicado pela instituição a qual estava vinculado o agente
público à época dos fatos.
PROCEDIMENTO PRAZOS PARA O ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
JUSTIÇA 10 dias (se o réu estiver preso)
ESTADUAL
30 dias (se o réu estiver solto)
JUSTIÇA FEDERAL 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias (se o réu estiver preso)
30 dias (se o réu estiver solto)
LEI DE DROGAS 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias (se o réu estiver preso)
90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias (se o réu estiver solto)
JUSTIÇA MILITAR 20 dias (se o réu estiver preso)
40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias (se o réu estiver solto)
LEI DE CRIMES 10 dias (se o réu estiver preso)
CONTRA A
10 dias (se o réu estiver solto)
ECONOMIA
POPULAR
COMO SE DÁ A CONTAGEM DESSE PRAZO?
Em relação ao indiciado solto, é pacífico que esse prazo tem natureza processual, de forma que será c
partir do primeiro dia útil subsequente, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencime
prorrogado até o dia útil imediato.
A controvérsia gira em torno da natureza do prazo quando o indiciado está preso, havendo quem enten
e havendo quem entenda ser prazo processual. Nas palavras de Renato Brasileiro (p. 228):
Pensamos que se trata de prazo de natureza processual. Não se deve confundir a contagem do prazo d
dia do começo no cômputo do prazo, com a contagem do prazo para a conclusão do inquérito policial
O prazo para a conclusão do inquérito policial, em caso de investigado solto é impróprio. Assim, em re
investigações.
No entanto, é possível que se realize, por meio de habeas corpus, o controle acerca da razoabilidade d
do inquérito policial, caso demonstrada a excessiva demora para a sua conclusão.
No caso concreto, o STJ reconheceu que havia excesso de prazo para conclusão de inquérito policial q
A despeito do investigado estar solto e de não ter contra si nenhuma medida restritiva, entendeu-se q
nenhuma complexidade que justificasse essa demora.STJ. 6ª Turma. HC 653299-SC, Rel. Min. Laurita
747).
PROCEDIMENTO PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA
CÓDIGO DE PROCESSO 5 dias (se o réu estiver preso)
PENAL
15 dias (se o réu estiver solto)
LEI DE DROGAS 10 dias (réu solto ou preso)
Atenção: Com a entrada em vigor da Lei 13.964/2019, a competência para promover o
arquivamento dos autos, que antes era do juiz, passou a pertencer ao Ministério Público,
conforme art. 28 do CPP. Na hipótese de o Parquet julgar necessário o arquivamento, tem
autonomia para realizar. O arquivamento, portanto, deixa de entrar na esfera de atuação
do magistrado. No entanto, o STF suspendeu a nova redação do art. 28 do CPP, até o
julgamento definitivo da ADI 6298, que aconteceu dia 24.08.2023.
Por maioria, o STF atribuiu interpretação conforme ao caput do art. 28 do CPP,para
assentar que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policialou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão doMinistério Público submeterá sua
manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
policial, podendo encaminharos autos para o Procurador-Geral ou para a instância de
revisão ministerial,quando houver, para fins de homologação, na forma da lei;
Ou seja, aquilo que era vontade do legislador de tirar totalmente a participação no âmbito
do arquivamento de investigação criminal do Poder Judiciário foi resgatado por parte do
Supremo.Então, de acordo com a posição do Supremo, vai continuar a necessidade
de análise e apreciação do Juiz competente do requerimento de arquivamento.
BIBLIOGRAFIA:
Aulas transcritas do professor Bruno Trigueiro
AVENA, Norberto. Manual de Processo Penal 3ª edição; Método; 2015;
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues; Curso de Direito Processual Penal. 12ª
edição; Saraiva; 2017.
REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; Processo Penal – Parte
Geral; 20ª edição; São Paulo; Saraiva; 2016; v 14. (Coleção sinopses jurídicas)
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