Planejamento do paper
Equipe: Diogo, Hérik, Ivo, Sayd, Israel, Natany, Layza e Brunna.
Tema geral: Direito digital: fraudes em plataformas
Tema específico do nosso grupo:
Como a ausência do letramento digital para idosos no Brasil influencia nas fraudes
bancárias em plataformas digitais?
Porque é que os idosos são particularmente vulneráveis? Quais são os
mecanismos específicos que tornam esta população um alvo privilegiado?
Objetivo geral:
Este paper tem como objetivo investigar como a ausência de letramento digital entre
idosos contribui para a vulnerabilidade a fraudes em plataformas digitais.
Os objetivos específicos reorganizados com norte para desenvolvimento
Conceito do letramento digital
Deficiência do letramento digital para os idosos
Leis de proteção contra fraudes aos idosos
Identificar as principais formas de fraude enfrentadas pelos idosos: Este
objetivo busca mapear as fraudes mais comuns em plataformas digitais voltadas aos
idosos, especificamente as bancárias, detalhando as estratégias utilizadas pelos
fraudadores.
Analisar as lacunas no conhecimento digital que facilitam essas fraudes:
Explorar como a falta de letramento digital entre os idosos contribui para a exposição
a fraudes e quais aspectos específicos do uso das plataformas os tornam
vulneráveis.
Investigar as barreiras tecnológicas e cognitivas enfrentadas pelos idosos:
Examinar as dificuldades tecnológicas e cognitivas que afetam o uso de plataformas
digitais e como essas barreiras contribuem para a vulnerabilidade às fraudes.
Avaliar o impacto das redes sociais na disseminação de golpes digitais
direcionados a idosos: Analisar o uso das redes sociais pela população idosa e
sua vulnerabilidade em relação …
Propor recomendações para melhorar a segurança e a educação digital dos
idosos:Desenvolver estratégias práticas para minimizar a vulnerabilidade dos
idosos, incluindo iniciativas de educação e políticas de proteção digital
Conclusão
Propor recomendações para melhorar a segurança e a educação digital dos idosos
Uma forma de introdução
Com o aparecimento meteórico das tecnologias digitais, a sociedade moderna
atravessou um limiar de transformação sem precedentes, redefinindo a interação
humana, as trocas económicas e o acesso à informação. No entanto, esta revolução
digital, ao mesmo tempo que oferece imensas oportunidades, também exacerbou as
desigualdades, particularmente entre as populações mais vulneráveis. Entre estas,
os idosos, sobretudo nas regiões social e economicamente frágeis do Brasil,
encontram-se na linha da frente quando se trata dos perigos insidiosos da fraude
nas plataformas digitais. A falta de literacia digital - a capacidade de compreender e
navegar no mundo digital - mergulha uma grande parte dos idosos numa
insegurança invisível mas palpável. Essa fragilidade diante de um mundo digital em
constante mudança os expõe a golpes sofisticados, muitas vezes orquestrados para
explorar sua falta de familiaridade com ferramentas digitais. Mais preocupante ainda
é o facto de as disparidades socioeconómicas que caracterizam a região do
Nordeste amplificarem esta vulnerabilidade, criando um terreno fértil para os
cibercriminosos. Neste estudo, propomo-nos analisar de que forma a falta de
competências digitais das pessoas idosas desta região contribui para a sua maior
exposição à fraude bancária em plataformas digitais. Ao identificar as formas mais
comuns de fraude e decifrar as lacunas cognitivas e tecnológicas que facilitam estes
abusos, pretendemos desenvolver recomendações concretas. Estas visam não só
reforçar a segurança digital dos cidadãos seniores, mas também promover uma
verdadeira inclusão digital, capaz de colmatar as lacunas geracionais e sociais. Ao
explorar os fatores estruturais, cognitivos e sociais que alimentam esta
vulnerabilidade, este trabalho lança as bases para a reflexão necessária para
compreender e combater as ameaças digitais com que se depara uma geração
demasiadas vezes negligenciada nos debates tecnológicos.
Desenvolvimento
2.1 Conceito de letramento digital
Atualmente, a sociedade está marcada pelos avanços constantes da
tecnologia, com o surgimento de novas inteligências artificiais a cada dia. Para
acompanhar essas transformações, é essencial que todos se adaptem a essas
mudanças. Nesse contexto, surge o letramento digital, que é muito mais do que
apenas receber informações escritas por meio de plataformas digitais. Ele envolve a
capacidade de localizar informações rapidamente, avaliar sua credibilidade, gerar e
disseminar conhecimento e compartilhar suas criações on-line.
Além disso, envolve colaborar em projetos de grupo, envolver-se com
diversas ferramentas de comunicação dentro do ambiente virtual e, principalmente,
agir constantemente de forma crítica,potencializando os usos das TIC no
cotidiano,melhorando assim a condição de interação social no meio virtual. segundo
Soares:
[...] letramento digital: um certo estado ou condição que
adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e
exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do
estado ou condição – do letramento – dos que exercem
práticas de leitura e de escrita no papel.
(Soares, 2002, p.151 apud Oliveira).
Todos esses desenvolvimentos tecnológicos beneficiam uma grande parte da
população, incluindo os idosos que experimentam a facilidade de acessibilidade
para diversas atividades do cotidiano e incremento da própria qualidade de vida.
Com o acesso a internet, podem utilizar serviços bancários, efetuar compras,
estabelecer e ampliar as redes sociais e facilitar a sua comunicação.
Porém, essa parcela da população, muitas vezes, é vítima de golpistas. Por
isso, torna-se de extrema importância que os idosos tenham acesso ao letramento
digital para que saibam como agir perante o mundo virtualizado e não serem vítimas
de crimes virtuais.
2.2 Deficiência do letramento digital aos idosos
Uma vez definido o letramento digital, nota-se a importância de tal prática,
sobretudo para a parcela da população idosa. Isto porque, na contemporaneidade
marcada pela grande necessidade de utilização do meio digital e os grandes
benefícios por este proporcionados, como bem elenca Lilian Dias Bernardo, doutora
em saúde coletiva e docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio de Janeiro, em seu artigo: “As pessoas idosas e as novas tecnologias:
desafios para a construção de soluções que promovam a inclusão digital”:
“Inúmeras são as atividades mediadas pelas tecnologias, a saber: uso de
caixas eletrônicos ou aplicativos para realizar o gerenciamento financeiro; reuniões virtuais em
atividades de trabalho, educacionais ou para o lazer; aparelhos multifuncionais no âmbito da
comunicação e informação, como os Smartphones e o fax e scanners acoplados à impressora;
consultas e agendamentos de serviços pela internet; tour virtual em museus como uma alternativa
cultural; e diversos recursos ou dispositivos tecnológicos que estimulam a atividade física, a
promoção e o monitoramento da saúde.”
(Dias, 2022)
Em virtude dessas necessidades, a sociedade encontra-se dependente deste
mundo tecnológico, sendo evidente a necessidade de dominá-lo com técnica, ética e
respeito, uma vez que essas ações podem afetar outras pessoas.
Todavia, há resistência e dificuldade às novas tecnologias por parte dos
idosos. Segundo pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), (outubro de 2013), fatores como interação tardia, dificuldades com os
próprios dispositivos tecnológicos como as letras pequenas, idiomas estrangeiros e
principalmente o medo contribuem para essa dificuldade às novas tecnologias.
Em razão disso, há uma maior exposição aos golpes e fraudes financeiras a
esta parcela da população.
2.3 Leis sobre proteção contra fraude aos idosos
No mundo contemporâneo, com a inovação na área de tecnologia da
comunicação, a sociedade presenciou uma revolução neste último século, período
marcado pela presença do meio digital nas atividades diárias. Essa revolução
cibernética do período contemporâneo traz diversos benefícios à sociedade, como a
possibilidade de trabalhos remotos, pagamentos digitais, comunicação a distância e
entretenimentos dos mais variados tipos.
Porém, no meio digital, também há aspectos negativos, como a
vulnerabilidade a ataques cibernéticos, engenharia social, fraudes em bancos
digitais e até mesmo vícios em jogos de azar digitais. Com isso, existe a
necessidade de regulamentar e criar leis para a proteção de dados de todos os civis,
já que muitos acham que os ambientes digitais são locais onde a lei não consegue
chegar. Por essa razão, foi promulgada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), Lei Federal 13.709, de 14 de agosto de 2018.
Segundo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a LGPD tem
o intuito de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade das
pessoas nos processos por meios físicos ou digitais, realizados por pessoa física ou
jurídica de direito público ou privado, englobando um amplo conjunto de operações
que podem ocorrer no meio digital (Brasil, 2018).
Apesar da criação de uma lei para regulamentar as relações no meio digital,
as adversidades virtuais são enfrentadas por pessoas de classe sociais e faixas
etárias diversas. Por essa razão, deve-se ter maior atenção com a população idosa,
pois apresenta maior vulnerabilidade atrelada à idade avançada, declínio cognitivo e
a falta de conhecimento sobre as novas tecnologias ( ); o que a faz ser um alvo
frequente de golpes, fraudes financeiras e abusos digitais dos mais variados tipos.
Tendo em vista o desafio relacionado a este grupo da população brasileira,
foram criadas diversas leis em prol da segurança dos seus direitos, destacando-se o
Estatuto do Idoso (Lei n°10.741/2003). Neste documento, se estabelece uma série
de direitos e garantias para pessoas com idade a partir de 60 anos. Sendo assim, o
Estatuto aplica diversas penalidades para quem aplicar fraudes contra idosos no
Brasil. Como exemplo, cita-se o artigo 99, que prevê pena de 2 a 12 anos, para
indivíduos que utilizem a fraqueza ou deficiência do idoso para obter vantagens
indevidas para si próprio (Brasil, 2003).
Há outras leis que visam proteger pessoas de idade avançada contra fraudes
financeiras e digitais no Brasil, como o Código de Defesa do Consumidor ´(CDC, Lei
nº 8.078/1990); o qual, em seu artigo 54-C, determina que:
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao
consumidor, publicitária ou não:
IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o fornecimento de
produto, serviço ou crédito, principalmente se se tratar de consumidor idoso,
analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada ou se a
contratação envolver prêmio; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
(Brasil, 1990).
Observa-se que o CDC é uma importante arma na proteção contra fraudes,
pois garante que instituições financeiras e prestadoras de serviços sejam
responsabilizadas por práticas abusivas, incluindo golpes e enganos direcionados
aos consumidores mais vulneráveis, como a população idosa.
Além disso, o Código Penal (1940) brasileiro também traz punições para
indivíduos que atuam no crime de estelionato (artigo 171), que é a prática de
enganar alguém para obter vantagens ilícitas. Caso ocorra um crime contra uma
pessoa da terceira idade, a pena pode ser agravada em até um terço, conforme o
parágrafo 4º do artigo 171, reconhecendo a maior fragilidade desse grupo (Brasil,
1940).
2.4 Identificar as principais formas de fraude enfrentadas pelos idosos
De acordo com o veículo midiático on-line G1 (Globo, 2024), com base em
dados do Ministério dos Direitos Humanos, no Brasil, o número de fraudes
financeiras está aumentando significativamente. Um dos grupos bastante afetados
são os idosos, devido a sua vulnerabilidade, refletida na falta de conhecimento
acerca das transações financeiras e digitais.
Dentro da mencionada reportagem (Globo, 2024), um dos recorrentes golpes
de cunho digital trata-se do Falso Namorado Digital, onde o golpista utiliza sites de
namoro para procurar vítimas - geralmente idosos ou pessoas que moram sozinhas.
Logo, se aproximam, demonstram interesse e iniciam contato por aplicativos de
conversa. Após envolvimento emocional, o golpista diz precisar de dinheiro para, por
exemplo, tratamento de saúde (Globo, 2024).
De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC, 2023), um golpe
digital recorrente sobre a terceira idade trata-se do Golpe da Compra pela Internet.
Neste, o idoso pode ser induzido a realizar compras em sites desconhecidos (IDEC,
2023).
Ao realizar a compra, seu cartão pode ser clonado, e os dados pessoais da
vítima podem ser utilizados indevidamente para a realização de empréstimos
financeiros em nome do idoso. Além disso, o pagamento da falsa compra é
realizado, o que resulta em não posse da mercadoria, entre outros golpes a partir do
que foi fornecido pelo lesado (IDEC, 2023).
Golpe digital recorrente diariamente sobre os idosos brasileiros, trata-se do
golpe do Whatsapp, que de acordo com o Serasa (Serasa, 2024):
//OBS: perguntar à professora sobre a formatação da citação abaixo
“O golpista tenta cadastrar o WhatsApp da vítima no seu aparelho. Este tipo
de operação exige um código de segurança, que é enviado pelo app por SMS. Ao
enviar uma mensagem de WhatsApp para a vítima fingindo ser de um serviço de
atendimento ao consumidor, o criminoso solicita o código recebido por SMS,
alegando ser necessário para atualizar o cadastro na falsa empresa. Com esta
informação, é possível clonar o WhatsApp da vítima.” (Serasa, 2024).
A então reportagem ainda trata do golpe do Phishing (Pescaria Digital), onde
normalmente a vítima recebe um link suspeito enviado por mensagens ou e-mail.
Esse endereço virtual pode solicitar o compartilhamento de dados ou simplesmente
instalar um vírus capaz de roubar informações (Serasa, 2024).
2.5 Analisar as lacunas no conhecimento digital que facilitam essas fraudes
contra idosos
As fraudes contra idosos, como golpes de falsas centrais de atendimento e
fraudes em empréstimos consignados, se tornaram mais comuns, especialmente
durante e após a pandemia de covid-19, quando houve um aumento no número de
casos. O que facilita essas fraudes é a falta do letramento digital com as novas
tecnologias e a tendência de confiar em informações recebidas no telefone, seja por
ligações ou mensagens. Ademais, esse grupo também desconhece as práticas de
segurança online que evitam a ação de golpistas.
Nos golpes de empréstimos consignados, os fraudadores passam por
funcionários de instituições financeiras, oferecendo empréstimos com condições
bem atrativas, como juros baixos ou o valor a ser emprestado mais elevado do que o
normal. Desse modo, os golpistas solicitam que os idosos façam depósitos
antecipados ou forneçam informações pessoais e bancárias; as quais, depois, serão
utilizadas para abrir contas fraudulentas ou realizar transações não autorizadas pela
vítima.
Esses golpes ocorrem porque os idosos não estão letrados com o ambiente
digital, como os celulares e aplicativos. Desse modo, eles tendem a ser vítimas de
golpes por não reconhecerem os sinais de uma fraude em uma mensagem que
imita uma falsa central de atendimento ou um email com phishing. Por exemplo,
para identificar se um site é seguro, deve-se verificar se utiliza o padrão “https”, que
é um modelo que basicamente criptografa os dados para que as pessoas mal
intencionadas não tenham acesso aos seus dados (Rescorla, Eric. 2000).
Para minimizar os impactos desses golpes, é preciso que haja investimento em
educação digital, para os idosos, com o escopo de melhorar o letramento digital e
auxiliá-los no processo de identificação de fraudes. já que, muitas vezes, o ambiente
de pouca familiaridade com a tecnologia cria um ambiente propício para os idosos
serem alvo de golpes.
2.6 Investigar as barreiras tecnológicas e cognitivas enfrentadas pelos idosos
Em termos de tecnologia, vários estudos mostram que essa população idosa
é particularmente vulnerável a fraudes on-line, devido às barreiras específicas que
encontram ao usar plataformas digitais. Os idosos, em sua maioria, não cresceram
com tecnologias modernas e, portanto, não se beneficiaram de uma familiarização
natural com ferramentas digitais. Nessa conjuntura, a falta de formação inicial e
contínua apresenta-se como um grande obstáculo.
Além disso, as interfaces de aplicativos bancários e outros serviços online
são, muitas vezes, projetadas sem levar em conta as necessidades específicas dos
idosos, como interfaces simplificadas ou ajudas visuais. De acordo com um estudo
conduzido por Gabriel et al. (2019), mais de 60% das pessoas com mais de 65 anos
relatam ter dificuldade em navegar em interfaces digitais complexas.
Os obstáculos técnicos também incluem a falta de acesso ou a dificuldade de
usar ferramentas de proteção como antivírus, sistemas de autenticação dupla ou
alertas de segurança. A incapacidade de reconhecer sinais de atividade fraudulenta,
como e-mails de phishing ou anúncios falsos, é acentuada pelo baixo domínio das
ferramentas digitais (Nascimento et al., 2021).
Ademais, os idosos também sofrem barreiras cognitivas, que contribuem para
sua vulnerabilidade. Com a idade, a capacidade de processamento de informações
diminui, assim como a memória de curto prazo. Essas dificuldades podem levar a
erros ao navegar na Internet, como esquecer senhas ou não distinguir sites seguros
de sites fraudulentos.
Além disso, a tomada de decisões se torna mais lenta com a idade, o que
pode expor os idosos a fraudes que exploram a velocidade e a capacidade de
resposta (Oppenheimer & Boaz, 2020). Por exemplo, alguns golpes online são
projetados para criar um senso de urgência, o que pode levar os idosos a tomar
decisões impulsivas sem verificar a autenticidade das informações.
A combinação de barreiras tecnológicas e cognitivas expõe os idosos a um
risco aumentado de fraude. Eles são mais propensos a divulgar informações
pessoais sem entender as consequências. Além disso, eles podem ser menos
propensos a questionar mensagens ou comunicações suspeitas, especialmente se
vierem de fontes aparentemente legítimas, como seu banco ou provedor de
serviços.
2.7 Propor recomendações para melhorar a segurança e a educação digital dos
idosos
Com o avanço da tecnologia e a crescente digitalização do dia a dia, é
fundamental que os idosos se sintam confortáveis e protegidos ao acessar o mundo
digital. Para isso, a educação e a segurança online são temas que merecem atenção
especial, de modo a garantir que essa faixa etária possa aproveitar os benefícios da
tecnologia sem enfrentar grandes desafios ou correr riscos desnecessários.
Inicialmente, é importante proporcionar uma educação digital personalizada.
Cursos e oficinas direcionados para idosos, com uma linguagem compreensível e
exemplos práticos, podem ser extremamente benéficos. Estes cursos devem se
concentrar em atividades diárias, como a utilização de redes sociais, e-mails e
aplicativos de mensagens, sempre enfatizando as boas práticas de segurança.
De acordo com a pesquisadora Marjory Blumenthal (2015), "é essencial que
os programas de educação para idosos sejam elaborados de forma a descomplicar
conceitos digitais complexos, oferecendo confiança para uma navegação segura".
Além disso, iniciativas de tutoria individual, nas quais voluntários ou parentes
proporcionam apoio direto, podem enriquecer essa educação, possibilitando que os
idosos aprendam de acordo com seu próprio ritmo.
Outro ponto relevante em relação à conscientização é discutir sobre a
segurança na internet para que os idosos possam identificar fraudes e golpes, tais
como e-mails de phishing ou mensagens duvidosas, para sua proteção. Isso pode
ser realizado por meio de recursos pedagógicos visuais, tais como manuais
ilustrados e vídeos breves que instruam claramente sobre a criação de senhas
seguras, ativação da autenticação em duas etapas e navegação mais segura.
Segundo um documento da Federal Trade Commission (FTC, 2021), "os idosos são
comumente vítimas de fraudes digitais, o que torna a formação em cibersegurança
uma prioridade crítica".
Além disso, oferecer assistência técnica acessível é uma maneira de
assegurar que eles se sintam seguros ao manusear a tecnologia. Estabelecer um
canal direto de assistência voltado para idosos, onde possam esclarecer dúvidas ou
solucionar questões de segurança de maneira ágil, é uma ação que pode evitar
diversos incidentes.
Por fim, promover a interação social e a participação familiar pode ter um
impacto significativo na proteção digital dos idosos. Comunidades virtuais dedicadas,
onde eles podem trocar experiências e conselhos, além do suporte de familiares,
contribuem para a formação de uma rede de proteção mais extensa. Por exemplo,
os familiares podem ajudar na configuração de aparelhos, acompanhar atividades
suspeitas e manter os idosos atualizados sobre novas ameaças na internet.
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