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Apostila Tratamento Cirúrgico

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ASSISTÊNCIA A CLIENTES E/OU

PACIENTES EM TRATAMENTO
CIRÚRGICO

Enfermagem
na Clínica
Cirúrgica

NATAL/RN

2022
INSTITUTO DE ENSINO E CULTURA – IEC
Rua: Rua Apodi 392, Tirol - Natal – RN
Telefone: (84) 3344-3686
e-mail: [email protected]

EQUIPE GESTORA
Diretora Geral: Oscarina Saraiva Coelho
Vice-Diretora: Maria José Fernandes Torres

Coordenadora Pedagógica: Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos

Normalização Bibliográfica
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos

Dados Catalográficos
AACR2 – Anglo-American Cataloguing Rules 2.
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos
Bibliotecária/Documentalista
CRB 15ª Região / 457

S719e Souza, Daniele Santana de, et al.

Enfermagem na clínica cirúrgica / Daniele Santana de


Souza. ___ Natal, RN: IEC, 2022.

Instituto de Ensino e Cultura – IEC.

45 p.

1. Clínica cirúrgica. 2. Enfermagem. I. Souza, Daniele


Santana de. II. Título.

IEC/NATAL/RN CDU 616.011


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 04
2. PACIENTE CIRÚRGICO 04
2.1 ASPECTOS PSICO-SOCIAIS E PSICO-ESPIRITUAIS 04
3. TRATAMENTO CIRÚRGICO E ENFERMAGEM EM
PERIOPERATÓRIO 05
4. CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES CIRÚRGICAS 05
5. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO À INFECÇÃO
OU CONTAMINAÇÃO 06
6. PRÉ-OPERATÓRIO 06
7. INTRA-OPERATÓRIO 08
8. PÓS-OPERATÓRIO 09
9. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES
OPERATÓRIAS 10
10. PRINCIPAIS CIRURGIAS 16
10.1 CIRURGIAS NEUROLÓGICAS 16
10.2 CIRURGIAS OFTÁLMICAS 18
10.3 TREPANAÇÃO CÓRNEO-ESCLERÓTICA 19
11. CIRÚRGIAS OTORINOLARINGOLÓGICAS 20
11.1 CIRURGIA DO OUVIDO 20
11.2 CIRURGIA DO NARIZ 21
11.3 CIRURGIA DAS AMIGDALAS E DA LARINGE 22
11.4 CIRURGIA DO SISTEMA ENDÓCRIMO 24
11.5 CIRURGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 25
11.6 CIRURGIA DO APARELHO CARDIOVASCULAR 27
11.7 CIRURGIA DO INTESTINO GROSSO 29
12. FERIDAS E CURATIVOS 34
13. ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO 37
13.1 CONCEITO 37
13.2 LOCALIZÇÃO 37
13.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 37
13.4 SALA DE CIRURGIA 37
13.5 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE UMA SALA DE
CIRURGIA 38
14. NORMAS E ROTINAS DO CENTRO CIRÚRGICO 38
15. FUNÇÕES DO CIRCULANTE 40
16. FUNÇÕES DO INSTRUMENTADOR 41
17. ESTERILIZAÇÃO E TIPOS DE ANESTESIA 42
4

1. INTRODUÇÃO

A cirurgia é a parte da medicina que lida com doenças e condições físicas


que necessitam da incisão dos tecidos humanos para a remoção, reparação ou
substituição da parte acometida, através de técnicas operatórias.
O tratamento cirúrgico pela sua radicalidade apresenta riscos aos
indivíduos. É indicado como formas seguras de tratar as patologias. Entretanto,
prevenir doenças é o objetivo primordial nas ações de enfermagem, mas quando
isto foge do nosso alcance, o tratamento precoce passa a ser a meta de escolha,
evitando grande debilidade física e emocional ou sequela proveniente dos longos
períodos de atuação da doença.
O desenvolvimento científico e tecnológico vem proporcionando grande
êxito, reduzindo as complicações operatórias. Cabe ao profissional de
Enfermagem obter conhecimento e se atualizar continuamente para prestar uma
assistência eficiente, que leve o indivíduo a retornar o mais rápido possível ao seu
equilíbrio, livre de desconfortos e complicações.

2. PACIENTE CIRÚRGICO

2.1 ASPECTO PSICO-SOCIAIS E PSICO-ESPIRITUAIS

Frequentemente, o cliente que submeterá um procedimento cirúrgico


apresenta alguns temores específicos, como medo da anestesia, medo das
alterações morfológicas e fisiológicas, medo do desconhecido, medo da dor e da
morte. Estes “medos” manifestam-se fisicamente e emocionalmente e a equipe
de enfermagem deve permanecer atenta para detecta-los precocemente.
As alterações podem apresentar-se como: aumento da frequência cardíaca
e da respiração, sudorese, boca seca, diarréia, hiperatividade, agressão verbal ou
física e choro. A manutenção ou crescimento da ansiedade aumenta a
probabilidade de ocorrência de retenção urinária, insônia, anorexia, que elevam
as dosagens de anestésicos e analgésicos utilizados nestes pacientes.
Para reduzir stress emocional o técnico de enfermagem deve prestar uma
assistência humanizada ao paciente; proporcionar o acolhimento, ouvi-lo com
atenção; esclarecer dúvidas; proporcionar recreação com rádio, televisão, leitura,
e trabalhos manuais, estimular a participação da família no tratamento,
assistência espiritual através da leitura da bíblia e orações com a presença do
líder espiritual. Pois a fé tem grande força de sustentação, ou seja, independente
das aflições do paciente, as crenças espirituais podem ser tão terapêuticas
quanto os medicamentos. Portanto as crenças de cada paciente sejam espirituais,
religiosas e culturais, deverão ser respeitadas e comunicar ao Enfermeiro para
que o mesmo solicite um profissional adequado, “psicólogo” quando necessário
para ajudar no processo.
Aspectos Físicos
5

O trauma cirúrgico acomete tecidos, órgão e vasos sanguíneos,


provocando menor mobilidade, alterações hormonais, hídricas, eletrolíticas,
peristálticas, dor e entre outros. A observação frequentemente, as anotações
pertinentes e a assistência de enfermagem individualizada permitirão o retorno do
equilíbrio orgânico e o alcance do objetivo proposto.

3. TRATAMENTO CIRÚRGICO E ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA

O tratamento cirúrgico ocorre fundamentalmente em três fases


interdependente. Com intervalo de tempo que constitui a experiência cirúrgica, e
divide-se em:

 Pré-Operatório: Período que antecede o ato cirúrgico. Começa quando se


toma a decisão de prosseguir com a intervenção cirúrgica e termina com a
transferência do paciente para a mesa da sala de cirurgia.
 Intra-operatório: Começa quando o paciente é transferido para a mesa da
sala de cirurgia e termina com a admissão na Sala de Recuperação Pós-
anestésica (SRPA).
 Pós-operatório: Período posterior ao ato cirúrgico. Começa com a
admissão do paciente na SRPA e termina com uma avaliação de
acompanhamento no ambiente clínico ou em casa.

4. CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES CIRÚRGICAS

 Emergência: Cirurgia realizada imediatamente, sem programação, quando


a vida do cliente encontra-se em risco.
 Urgência: Cirurgia que precisa ser realizada dentro das 24 horas.
 Eletiva: Cirurgia planejada com antecedência durante o período de espera
e são realizados todos os exames pré-operatório. Podendo ser realizada
dias ou meses após o diagnóstico.

 Pode ser:
 Paliativa: Realizada para melhorar as condições orgânicas do cliente ou
sua qualidade de vida, sem efetuar a cura.
 Reconstrução (plástica): Realizada com a finalidade estética ou corretiva.
 Curativa: Realizada com a finalidade de retirar um órgão que não está
fazendo bem ao organismo e proporcionar a cura.
 Radical: Remoção parcial ou total de um órgão ou segmento.

ANOTAÇÕES:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
6

5. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO À INFECÇÃO OU


CONTAMINAÇÃO

 Cirurgias limpas: São aquelas nas quais os tecidos estão isentos de


infecção. Sem processo infeccioso e sem penetração.Cirurgias em que não
ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário.
 Cirurgias potencialmente contaminadas: São aquelas realizadas mesmo na
ausência de contaminação local, há tecidos com flora bacteriana residente.
Realizada em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local,
com penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação
significativa.
 Cirurgias contaminadas: O local da cirurgia encontra-se contaminada, devido à
flora bacteriana significamente presente. Realizadas em tecidos recentemente
traumatizados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório,
mas sem supuração.
 Cirurgias infectadas: São aquelas em que já existe a infecção instalada, com
presença de supurações, tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem
suja.

Principais Especialidades Cirúrgicas

 Cirurgias neurológicas: cirurgias do sistema nervoso;


 Cirurgias oftálmicas: cirurgias dos olhos;
 Cirurgias otorrinolaringologia: cirurgias dos ouvidos, nariz e laringe;
 Cirurgia geral: cirurgias da glândula tireóide, da traquéia, das hérnias, do
fígado, das vias biliares, do baço, do estômago e dos intestinos;
 Cirurgia torácica: cirurgia da parede do tórax e dos pulmões;
 Cirurgias cardiovasculares: cirurgia do coração e dos vasos sangüíneos;
 Cirurgia ginecológica: cirurgia do aparelho reprodutor feminino;
 Cirurgia urológica: cirurgia do aparelho urinário e do aparelho reprodutor
masculino;
 Cirurgia ortopédica: cirurgia do aparelho locomotor.

6. PRÉ-OPERATÓRIO

Objetivo

 Elevar o máximo as condições físicas e emocionais do paciente para


enfrentar o ato cirúrgico;
 Prevenir desconfortos e complicações Pós-operatórias.

Classificação
 Pré-operatório mediato: período que vai do momento da internação até
24 horas antes da cirurgia;
7

 Pré-operatório imediato: período que inicia 24 horas antes da cirurgia e


termina quando o paciente é encaminhado ao centro cirúrgico.

Cuidados de enfermagem

Pré-operatório mediato
 Assistir psicologicamente o paciente, chamando-o pelo nome, ouvi-lo e
colaborar para sua adaptação hospitalar e esclarecer dúvidas;
 Verificar os sinais vitais em 6/6 horas;
 Pesar o paciente é importante para o cálculo das doses medicamentosas,
detectar retenção hídrica e controlar o peso;
 Colher material para exames laboratoriais (EPF, EAS, Hemograma,
Bioquímica), para detectar infecções urinárias e parasitoses que deverão
ser tratadas antes de submeter o ato cirúrgico e evitar complicações
cirúrgicas;
 Realizar risco cirúrgico (ECG);
 Observar e anotar a aceitação da dieta; pois a nutrição inadequada
interfere na cicatrização da ferida operatória, possibilita ocorrência de
infecção, aumentando o repouso no leito e o tempo de hospitalização;
 Melhorar a capacidade respiratória: através de exercícios respiratórios,
nebulização, drenagem postural, técnica de percussão, ingestão hídrica e
exclusão do fumo;
 Orientar quanto ao uso de comadre e compadre para prevenir desconfortos
pós-operatórios;
 Promover recreação, ocupando o tempo com distrações e permitir a
socialização. Importante para equilíbrio emocional.
 Promover assistência espiritual, pois a fé traz esperança e segurança,
diminuindo a ansiedade.

OBS: A drenagem postural é contra-indicado nos casos de pós-operatório


imediato, EAP, ICC, embolia pulmonar, broncoespasmos, hemoptise, lesão
medular aguda, fratura de costela, pressão intracraniana, hemorragias, derrames
pleurais , IAM e sempre que o paciente referir intolerância à posição.

Pré-operatório imediato
 Higiene corporal na manhã que antecede o ato cirúrgico e uma hora antes
do mesmo, para reduzir a flora bacteriana cutânea;
 Lavar os cabelos na véspera da cirurgia;
 Higiene oral após as refeições e uma hora antes da cirurgia
 Cortar as unhas e limpá-las e retirar esmalte, para prevenir infecção e
permitir a avaliação da circulação;
 Oferecer alimentos até 8 horas antes da cirurgia, sendo que a última
refeição deverá ser mínima em resíduos, para evitar distensão gástrica,
vômitos e aspiração;
8

 Orientar quanto aos procedimentos pré-operatório (higiene, jejum, enema);


 Verificar sinais vitais de 6/6 horas e 30’ antes da cirurgia;
 Puncionar acesso venoso calibroso e iniciar hidratação venosa conforme
prescrição médica; retirar prótese dentária e adornos (jóias e relógios);
 Realizar enema a critério médico, na noite da véspera da cirurgia para
prevenir contaminação do peritônio no transoperatório e eliminações fecais
durante a operação;
 Fazer tricotomia com cuidado nas áreas operatória 1 hora antes de
encaminhar o paciente ao centro-cirúrgico, para evitar o acúmulo de
microorganismo nas lesões microscópicas, devido à consequência deste
procedimento;Orientar o paciente esvaziar a bexiga 30’ antes da cirurgia;
 Encaminhar o paciente ao centro-cirúrgico na maca com roupa adequada,
touca, pro-pés e com a folha da prescrição/evolução médica , relatório de
enfermagem e exames.

7. INTRA-OPERATÓRIO

Objetivos

 Fornecer e manter um ambiente seguro durante o ato cirúrgico;


 Aderir à prática asséptica.

Cuidados de enfermagem no Intra-operatório

 Fornecer segurança e o bem-estar do paciente;


 Exercer as atividades de instrumentador e /ou circulante;
 Realizar registros de enfermagem nos impressos adequados (anotar
início/término da anestesia e cirurgia; intercorrências, medicamentos
administrados, materiais utilizados e nome dos profissionais);
 Manter o ambiente limpo e organizado;
 Fornecer materiais necessários como gazes e compressas estéreis, lapes
cirúrgicos, agulhas, seringas, fio de suturas, soros, medicamentos, luvas
estéreis, soluções antissépticas, caixa de instrumentos cirúrgicos, entre
outros;
 Contar gases, compressas, agulhas das suturas e instrumentos quando a
incisão cirúrgica for fechada pelo médico, evitando que estes fiquem dentro
da cavidade;
 Realizar as atividades com técnicas assépticas;
 Monitorar o paciente, observando os SSVV e possíveis complicações;
 Auxiliar na aspiração endotraqueal quando necessário;
 Manter a posição adequada do paciente, evitando lesões cutâneas e mau
funcionamento dos equipamentos;
9

 Identificar as amostras tissulares obtidas durante a cirurgia com nome do


paciente, nome da peça, data e hora e enviar ao laboratório
anatomopatológico;
 Observar o bom funcionamento de drenos e sondas quando houver;
 Proteger a dignidade do paciente enquanto ele estiver anestesiado.

8. PÓS-OPERATÓRIO

Objetivos

 Restabelecer as funções orgânicas;


 Prevenir os desconfortos, as complicações e ensino do autocuidado.

Classificação

 Pós-operatório imediato: período que inicia após o ato cirúrgico e vai até
completar 24 horas que realizou a cirurgia;
 Pós-operatório mediato: após 24 horas que procedeu ao ato cirúrgico em
diante;
 Pós-operatório tardio: esse período normalmente é de difícil
determinação. Geralmente se relaciona com o desaparecimento dos
achados clínicos como dor, mal estar e instabilidade hemodinâmica.

Cuidados de enfermagem

Pós-operatório imediato:
 Transferir o paciente da maca para o leito, com dois ou três técnicos de
enfermagem, através de movimentos uniformes e leves para evitar queda
da pressão arterial, trações de sondas e cateteres, perdas de punções
venosas e tubo endotraqueal;
 Posicionar o paciente em decúbito dorsal /horizontal com a cabeça
lateralizada e o pescoço estendido, para prevenir aspiração nos casos de
vômitos e favorecer a respiração;
 Observar o estado de consciência;
 Conectar os tubos de drenagem os frascos coletores e mantê-los abertos;
 Observar e anotar o estado externo dos curativos;
 Verificar SSVV de 15/15’, de 30/30’, de 45/45’ até atingir de 4/4 horas (o
espaçamento depende do retorno aos padrões normais);
 Estimular inspirações profundas de 1/1 hora e Espirometria de incentivo;
 Aliviar a dor através do posicionamento adequado no leito, mudança de
decúbito, ambiente tranquilo, roupas de cama limpas e secas,
administração de analgésico prescrito;
10

 Manter corretos os gotejamentos das infusões venosas para prevenir


hipovolemia, distúrbios eletrolíticos ou sobrecarga cardíaca;
 Observar sinais de choque: sudorese abundante, hipotermia, hipotensão,
dispnéia, oligúria, taquicardia, alterações da consciência;
 Umedecer os lábios;
 Fazer leves movimentos passivos com os MMII de 1/1 hora até cessarem
os efeitos anestésicos sobre os mesmos, e prevenir complicações
circulatória;
 A primeira refeição deve ser oferecida após o retorno do peristaltismo e
conforme indicação médica;
 Fazer controle da diurese para avaliar a função renal;
 Anotar volume e aspecto da drenagem
 Esclarecer dúvida.

Pós-operatório mediato:
 A deambulação é precoce na maioria dos casos, ou seja, 12 ou 24 horas
aproximadamente após o ato cirúrgico;
 Ajudar na higiene corporal se necessário ou supervisionar. Cobrir os
curativos com plásticos, pois a umidade favorece o desenvolvimento de
infecções;
 Manter HV, a administração de medicamentos como antibióticos e
analgésicos conforme prescrição médica;
 Supervisionar higiene oral;
 Observar e anotar a aceitação da dieta;
 Administrar antieméticos prescrito em caso de náuseas e vômitos;
 Oferecer líquido por via oral quando liberado;
 Observar e anotar drenagem dos drenos e sondas;
 Realizar curativo diário de acordo com a prescrição do enfermeiro e /ou
médico preconizado pelos serviços de controle de infecção hospitalar.

9. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES


OPERATÓRIAS

9.1 CIRCULATÓRIOS

Hemorragia
É a perda de sangue consequente ao rompimento de vasos sanguíneos,
podendo ser de origem arterial ou venosa. A hemorragia é uma complicação
incomum, mas grave da cirurgia, podendo resultar em morte. Pode apresentar-se
de maneira insidiosa ou em caráter de emergência a qualquer momento, seja
aquela que ocorre durante a cirurgia ou ocorrem 24 horas após a cirurgia.
11

Classificação:
a) Hemorragia interna - Quando o sangramento se faz para o interior de uma
cavidade. Pode haver exteriorização do sangue através dos orifícios naturais
como: boca, nariz, ouvido, orifício vaginal e reto.
b) Hemorragia externa - A localização do sangramento é visível e o sangue se
exterioriza através da pele que foi rompida.
c) Sinais e sintomas:
Taquicardia;
Hipotensão;
Agitação ou prostração;
Taquipnéia;
Sensação de sede e sudorese;
 Visão turva
 Pele úmida e fria
 Lipotimia
d) Cuidados prestados pelo Técnico de Enfermagem:
 Deitar o paciente com MMII elevados;
 Manter o paciente aquecido;
 Realizar lavagem gástrica em casos de hemorragia digestiva e quando
indicado pelo médico;
 Realizar curativo compressivo nas incisões cirúrgicas;
 Monitorar SSVV;
 Providenciar coleta de amostras sanguíneas para exames laboratoriais;
 Realizar transfusão sanguínea ou hemoderivados conforme solicitação
médica;
 Auxiliar o médico e enfermeiro na realização de procedimentos invasivos;
 Preparar o paciente para que, havendo necessidade, seja submetido uma
nova intervenção cirúrgica de urgência.

Hemorragias específicas:
 Hemorragia nasal:
 Colocar o paciente sentado;
 Inclinar a cabeça para trás;
 Colocar bolsa contendo gelo sobre o nariz;
 Pressionar a face lateral do nariz que está sangrando.
 Hemorragia digestiva:
 Colocar o paciente em decúbito dorsal;
 Jejum absoluto;
 Colocar bolsa contendo gelo, sobre o abdômen;
 Elevar os MMII.
Hemorragia genital:
 Repousar a paciente com os MMII mais elevados;
 Colocar bolsa contendo gelo, na região suprapúbica;
 Fazer tamponamento vaginal;
12

Choque: É a diminuição do fluxo sanguíneo adequado a manutenção da perfusão


tecidual.

Classificação:
a) Choque hipovolêmico: Ocorre quando existe uma diminuição no volume
intravascular.
Causas: Quadro Clínico:
 Hemorragias;  Retorno venoso reduzido;
 Desidratação;  Pulso filiforme;
 Queimaduras;  Hipotensão;
 Taquicardia.
b)Choque Cardiogênico: Ocorre quando o coração apresenta a capacidade de
bombeamento prejudicado.

Causas: Quadro Clínico:


 Infarto;  Congestão pulmonar;
 Tamponamento Cardíaco;  Hipotensão;
 Embolia Pulmonar.  Taquicardia;
 Hipoperfusão;
 Pulso filiforme.

c) Choque séptico: Ocorre quando é causado por uma infecção generalizada.

Causas: Quadro Clínico:


 Infecção generalizada.  Hipotensão;
 Taquicardia  Pulso filiforme;
 Hipertermia.  Oligúria;

d) Choque neurogênico: Ocorre devido à lesão do sistema nervoso ou


complicações associadas a medicamentos anestésicos.

Causas: Quadro Clínico


 Traumatismo;  Hipotensão;
 Anestesia medular;  Bradicardia;
 Intoxicações.  Pele quente e seca.

Cuidados prestados pelo técnico de enfermagem:


 Posicionar o paciente em decúbito dorsal/ horizontal;
 Garantir a permeabilidade das vias aéreas
 Oxigenioterapia conforme prescrito;
 Monitorização da respiração, pressão arterial, pulso e temperatura;
 Realizar balanço hídrico (medir líquidos administrados e eliminação da
diurese);
 Providenciar bandeja para dissecção venosa;
 Providenciar material para instalação da P.V.C.;
13

 Vigilância rigorosa quanto aos sinais: coloração da pele, sudorese,


taquipnéia, nível de consciência e edema.

Parada Cardíaca: É a interrupção abrupta das funções do coração seguida do


colapso do sistema cardíaco, respiratório e cerebral.
Causas:
 Obstrução das vias aéreas superiores;
 Choque elétrico;
 Hipoventilação;
 Superdosagem de anestésicos;
 Hipotermia;
 Infarto do miocárdio;
 Arritmias cardíacas.

Quadro clínico:
 Apnéia;
 Queda da saturação;
 Arritmia e ausência dos batimentos cardíacos;
 Hipotensão ou pressão arterial inaudível;
 Palidez;
 Cianose;
 Sudorese;
 Estado de inconsciência;
 Midríase.

Cuidados prestados pelo Técnico de Enfermagem:


 Auxiliar o enfermeiro e o médico na ressuscitação cardiopulmonar;
 Manter o paciente em decúbito dorsal/ horizontal em superfície rígida;
 Proporcionar material e frasco para aspiração;
 Providenciar o material para o uso de intubação orotraqueal e ventilação
mecânica;
 Manter acesso venoso calibroso;
 Administrar os medicamentos usados na reanimação cardiopulmonar;
 Manter a privacidade do paciente;
 No momento da desfibrilação, todos devem ficar afastados da cama para
não receber o choque;
 Manter o setor organizado seja centro-cirúrgico, quarto ou enfermaria, sem
descuidar em nenhum momento do paciente, se este permanecer na
unidade; ou aguardar a sua transferência para a UTI.

Tromboflebite: É a inflamação de uma veia em associação com uma trombose.


São componentes etiológicos:
 Lesão endotelial;
 Alteração do equilíbrio dos fatores da coagulação;
14

 Estase circulatória.

Sintomas e sinais:
 Desconforto ou queimação na porção posterior da perna;
 Febre;
 Sensação de formigamento e de peso na perna;
 Pode haver vermelhidão, edema, calor no trajeto da veia.
 Dor persistente no local ou cãibra .

Cuidados prestados pelo Técnico de enfermagem:


 Elevar MMII;
 Orientar o paciente para mover-se no leito;
 Hidratação adequada, principalmente nos pacientes idosos; não os deixar
com má postura evitando deixar os membros inferiores pendentes;
 Administrar anti-inflamatório e anticoagulante conforme prescrito;
 Enfaixamento dos membros inferiores e utilização de meias pneumáticas
quando indicado;
 Verificar sinais vitais a cada 4 horas na fase aguda;
 Observar a presença dos sinais clínicos associados à embolia pulmonar;
com dispnéia, ansiedade, agitação, sudorese, taquicardia, dor aguda e
latente no peito.

Complicações respiratórias:

Pneumonia: Inflamação dos pulmões associada à presença de exsudato nas


luzes dos alvéolos, comumente causada por agentes infecciosos e químicos. No
entanto em clientes cirúrgicos é frequentemente acometido, principalmente em
casos de longa permanência no leito.
Sinais e sintomas:
 Calafrios;
 Febre alta
 Dor torácica;
 Sudorese;
 Tosse produtiva com expectoração purulenta;
 Dispnéia;
 Prostração.

Cuidados prestados pelo Técnico e Auxiliar de Enfermagem:


 Auxiliar o enfermeiro em suas condutas;
 Executar a prescrição do enfermeiro;
 Verificar sinais vitais em 4/4 horas;
 Intensificar a mudança de decúbito;
 Incentivar a ingestão hídrica;
 Realizar balanço hidroeletrolítico;
15

 Observar o paciente quanto a náuseas e vômitos;


 Promover drenagem postural e manobras de vibropercussão (se prescrito
pelo médico), realizado por fisioterapeuta;
 Administrar antibioticoterapia em horários rigoroso conforme prescrição
médica;
 Estimular deambulação precoce quando solicitado pelo médico.

Atelectasia: É o colapso alveolar pela diminuição da ventilação pulmonar,


obstrução dos brônquios e retenção de secreções mucosas com consequente
colabamento na região pulmonar.
Sinais e sintomas:
 Dispnéia;
 Tosse produtiva;
 Dor pleurítica;
 Febre;
 Retração do hemotórax;
 Redução dos espaços intercostais;
 Diminuição da expansibilidade;
 Tiragem intercostal;
 Desvio do mediastino.

Cuidados prestados pelo Técnico de Enfermagem:


 Auxiliar o enfermeiro em suas condutas;
 Executar a prescrição do enfermeiro;
 Permeabilização das vias aéreas por meio de aspiração traqueal e
posicionamento adequado no leito;
 Administrar medicamentos broncodilatadores quando prescrito;
 Realizar NBZ para fluidificação das secreções traqueobrônquicas quando
prescrito;
 Estimular deambulação precoce;
 Incentivar exercícios respiratórios quando prescrito pelo médico ou
enfermeiro.

Enfisema Pulmonar: É uma doença caracterizada pela perda da elasticidade do


tecido pulmonar, que destrói as estruturas e os capilares pela dilatação excessiva
dos alvéolos pulmonar.
Sinais e sintomas:
 Tórax rígido e expandido;
 Dispnéia progressiva;
 Edema dos MMII;
 Fadiga;
 Anorexia e fraqueza;
 Hipóxia;
 Deformidades nas unhas;
16

 Retração intercostal e supraclavicular.

Assistência prestada pelo Técnico de Enfermagem:


 Auxiliar o enfermeiro em sua conduta;
 Executar a prescrição do enfermeiro
 Estimular a ingestão hídrica;
 Estimular e auxiliar na deambulação;
 Anotar aceitação alimentar;
 Colocar o paciente na posição de Fowler;
 Verificar os sinais vitais de 2/2 horas;
 Administrar medicação prescrita;
 Manter o ambiente limpo, arrumado e calmo;
 Preparar o material para dissecação venosa e traqueostomia disponível
para uso em caso de urgência.

OBS.: Outras complicações operatórias: Náuseas e vômitos, hipotermias,


gastrointestinais, anafilaxia, renais e urológicas.

10. PRINCIPAIS CIRURGIAS

10.1 CIRURGIAS NEUROLÓGICAS

Craniotomia: Abertura do crânio para tratamento cirúrgico intracraniano.


Indicações: tumores, intracranianos, traumatismos cranioencefálicos, em
abcessos ou hematomas intracranianos.

 Pré-operatório:
 Observar ocorrência de paralisia, rebaixamento do nível de consciência
alterações auditivas e visuais, alterações na fala, incontinências urinária e
intestinal;
 Observar a marcha, acompanhar nas deambulações, se necessário, e
fornecer apoio.
 Controlar de 2/2 hs a pressão arterial, pois a hipertensão poderá indicar
aumento de pressão intracraniana;
 Estar atento às queixas de cefaléia;
 Anotar e controlar o débito urinário;
 Realizar controle hídrico;
 Fazer tricotomia do couro cabeludo;
 Ajudar na higienização;
 O cateterismo vesical deverá ser feito de preferência no centro cirúrgico;
 Apoiar psicológico.

OBS: Os enemas são contra indicados, pois aumentam a pressão intracraniana.


17

Pós-operatório:
 Avaliar nível de consciência;
 Elevar a cabeceira quando indicado;
 Verificar sinais vitais rigorosamente;
 Fazer mudanças de decúbito em bloco em 2/2 horas quando indicado;
 Fazer controle hidroeletrolítico;
 Administrar medicamentos prescritos para reduzir o edema cerebral e
anticonvulsivante;
 Observar sangramentos do curativo e nas ataduras que envolvem o crânio;
 Anotar volume e aspecto das drenagens (se houver dreno de sucção);
 Monitorar e medir a PIC usando técnicas assépticas;
 O curativo é compressivo e deverá ser trocado após 24 horas. Se houver
dreno de penrose, será retirado aproximadamente após 24 horas com
indicação do neurocirurgião, e se houver o de sucção, após 72 horas;
 Pesar pela manhã, antes do dejejum, parâmetro que identifica ocorrência
de retenção hídrica;
 Ensinar o autocuidado ao paciente;
 Manter corretos os gotejamentos das infusões venosas.

Complicações cirúrgicas: Fístulas, meningites, hematomas ao redor das


órbitas, cefaléia, desequilíbrio hidroeletrolítico, hemorragia intracraniana, choque
hipovolêmico, tromboflebites, atelectasias e pneumonias, estatus epilepticus e
infecção urinária.

Simpatectomia: Consiste na remoção cirúrgica do nervo simpático principal,


motivada para tratamento da hiperidrose (sudorese excessiva) nas mãos e axilas.
E em casos de isquemia grave, promove a vasodilatação cutânea. Contribui para
diminuir a dor de repouso e controlar as pequenas necroses. No entanto, só se
deve realizar a simpatectomia se as lesões necróticas estiverem restritas aos
dedos, não havendo indicação para realizá-la se já houver gangrena da mão.

Compõem os nervos simpáticos uma espécie paralela e separada do


sistema nervoso, formado por uma rede de nervos localizados perto das costelas
(região torácica), próximo às vértebras. Dentre essas ramificações, há uma
específica que formam gânglios, sendo eles os responsáveis pela sudorese
excessiva. Sua remoção pode ser feita pela remoção cirúrgica, cauterização e
corte de suas ramificações.

Indicação: obstrução arterial crônica, dor nos membros em repouso e


hiperidrose.
 Pré-operatório:
 Excluir o fumo;
 Dieta hipolipídicas;
 Não colocar calor no membro atingido;
18

 Mudanças de decúbito para prevenir estase venosa;


 Evitar ambiente frio;
 Estimular deambulação para melhorar a circulação colateral;
 Usar calçado que não comprimam os pés;
 Jejum de 8 horas;
 Verificar SSVV.

Pós-operatório:
 Observar rigorosamente a coloração da pele, temperatura e sensibilidade
das extremidades;
 Exercícios de contrações musculares isométricas;
 Verificar SSVV;
 Cuidado com infusão venosa;
 Deambulação precoce;
 Observar se há queixas de distensão abdominal devido flatulência e visar o
enfermeiro;
 Observar se há sangramento pelo curativo;
 Ajudar na colocação de meias elásticas quando indicado.

Complicações cirúrgicas: Neurite (dor nos quadris, na parte anterior da coxa


e na área mediana da perna); distensão abdominal; lesão da pleura parietal ou
visceral; lesão da artéria intercostal.

10.2 CIRURGIAS OFTÁLMICAS

Facectomia: Extração do cristalino.


Indicação cirúrgica: catarata (opacidade do cristalino).

 Pré-operatório:
 Assistir psicologicamente e esclarecer dúvidas;
 Realizar higiene corporal e oral;
 Tricotomia facial no sexo masculino;
 Orientar o paciente sobre o efeito do colírio;
 Administrar colírios a cada 10’ durante quatro doses, pelo menos 1 hora
antes da cirurgia (midriaticotópico - facilita a retirada do cristalino);
 Ao terminar a cirurgia, a enfermagem deve preparar o opérculo para o
curativo;
 Verificar sinais vitais.

Pós-operatório:
 Evitar decúbito do lado cirurgiado;
 Manter curativo oclusivo por 24 horas (usar óculos por 5 dias, após a
retirada do tampão ocular);
 Deambular no final do dia, levantar devagar do leito e com ajuda;
19

 Manter a cabeceira do leito entre 30ᵒ a 45ᵒ graus de elevação;


 Evitar correntes de ar, espirro e tosse aumentam a pressão intra-ocular;
 Dieta líquida no P.O.I.;
 Não esfregar os olhos, fechá-los lentamente sem comprimir as pálpebras;
 Aliviar a dor;
 Providenciar grades laterais para o leito dos pacientes idosos;
 Manter o ambiente calmo;
 Anotar e avisar imediatamente ao enfermeiro queixa de dor ocular súbita;
 Orientar para usar óculos escuros após a retirada do curativo ocular.
 Orientá-lo a procurar o médico se notar alterações impróprias;

OBS: Dor e vermelhão no olho, edema, drenagem, dor nas sobrancelhas,


obscurecimento da visão, diplopia, película à frente da visão, chuviscos,
escotomas, halo em volta da luz, cefaléia persistente e secreção ocular deve
procurar o médico.

Complicações cirúrgicas:

 Hemorragias;
 Deiscência das suturas.

10.3 TREPANAÇÃO CÓRNEO-ESCLERÓTICA

Abertura na junção da córnea com a esclerótica para escoamento do


líquido intra-ocular e diminuição da pressão, no interior do olho.

Indicação: Glaucoma (aumento da pressão intra-ocular).

 Pré-operatório:
 Educar o paciente quanto às atividades que aumentam a pressão ocular:
correr, subir escadas, inclinar para pegar objetos e girar a cabeça
rapidamente e espirrar;
 A assistência psicológica é muito importante; poderá haver perdas visuais
significativas e apreensão quanto ao prognóstico;
 Administrar colírios (Pilocarpina - substância miótica, afasta a íris da córnea
para permitir a drenagem do humor aquoso através dos espaços linfáticos
para o canal de Schlemn);
 Diminuir a ingestão hídrica;
 Jejum de 8 horas;
 Higienização completa.

Pós-operatório:
 Manter repouso no leito por 24 horas para evitar prolapso da íris;
20

 Evitar espirros, tosse e esfregar as pálpebras, pois aumentam a pressão


intra-ocular;
 Dieta líquida;
 Deitar do lado oposto à área operada;
 Aliviar a dor;
 Curativo oclusivo por 24 horas; após a sua retirada é recomendado o uso
de óculos escuros.

Complicações cirúrgicas: Infecções e prolapso da íris.

11. CIRURGIAS OTORRINOLARINGOLÓGICAS

11.1 CIRURGIA DO OUVIDO

a) Miringotomia: Incisão no tímpano com instalação ou não de um tubo plástico


com a finalidade de drenar secreções e aliviar a pressão.
Indicações: Otite média secretora, otite média aguda, ocasionalmente
mastoidite.
 Pré-operatório:
 Falar pausadamente e em tonalidade mais elevada para facilitar a
compreensão;
 Colher material (secreção do ouvido afetado) para cultura e antibiograma;
 Administrar antibióticos cumprindo rigorosamente os horários;
 Observar e anotar aspecto e quantidade das secreções (pequena,
moderada ou grande);
 Verificar sinais vitais de 6/6 h. (A temperatura poderá estar elevada);
 Orientar quanto ao jejum para cirurgia (8 horas antes), avisar a equipe na
passagem de plantão;
 Fazer tricotomia periauricular;
 Lavar os cabelos no dia anterior ao da cirurgia;
 Evitar correntes frias de ar.

Pós-operatório:
 Deitar do lado afetado para facilitar a drenagem pela força da gravidade;
 Aliviar a dor;
 Deambulação precoce;
 Observar quantidade e aspecto das secreções;
 Dieta líquido-pastosa na tarde da cirurgia;
 Nos pacientes com instalação do tubo plástico no ouvido: não molhar o
ouvido durante o banho; após a alta ele deve estar orientado que os
mergulhos são contra indicados e que devem ser utilizados tampões
auditivos durante a natação.

Complicações cirúrgicas: Recidiva.


21

b) Timpanoplastia ou miringonoplastia: Cirurgia plástica que tem o objetivo de


fechar as perfurações da membrana timpânica prevenindo contaminação do
ouvido médio e melhorando a audição.

Indicações: Perfuração traumática (acidente automobilístico) da membrana


timpânica, perfuração por infecção (otite média), perfuração timpânica por
explosões, objetos estranhos (cotonetes), água (mergulhos).

Pré-operatório:
 Não molhar o ouvido acometido;
 Jejum 8 horas;
 Verificar SSVV;
 Tricotomia periauricular;
 Evitar resfriados;
 Oferecer líquidos orais de 2/2 h para prevenir desidratações (até 8 horas
antes do ato cirúrgico).
Pós-operatório:
 Decúbito ao lado operado;
 Dieta pastosa no pós-operatório imediato e, após, livre;
 Observar: tonteiras, vômitos e simetria de face;
 Curativo: não retirá-lo até segunda ordem médica e observar se há
sangramento;
 Antibioticoterapia por cinco dias aproximadamente, obedecendo, com rigor,
os horários;
 Não lavar os cabelos.

Complicações cirúrgicas: Recidiva, paralisia facial.

11.2 CIRURGIAS DO NARIZ

a) Septoplastia: É o deslocamento da membrana mucosa com remoção e


deflexão óssea e cartilaginosa do septo nasal.

Indicações: Deflexão do septo nasal, hipertrofia dos ossos dos cornetos e


presença de pólipos.

Pré-operatório:
 Verificar SSVV;
 Higiene oral e corporal uma hora antes da cirurgia;
 Jejum de 8 horas;
 Apoiar psicologicamente.
22

Pós-operatório:
 Manter a cabeceira do leito elevada para reduzir o edema e favorecer a
drenagem;
 Fazer higiene oral com frequência (quatro vezes ao dia ou de acordo com a
necessidade), pois a respiração é oral e possibilita ocorrência de halitose;
 Oferecer dieta líquida pastosa no jantar;
 Deambulação precoce;
 O curativo deverá ser retirado em torno de 36 horas;
 Evitar correntes de ar frio;
 Verificar SSVV de 2/2 horas nas primeiras 6 horas;
 Atentar para ocorrência de sangramento, náuseas, vômitos e dispnéia.
Comunicar o enfermeiro.

Complicações cirúrgicas: Hemorragia e infecção.

b) Rinoplastia: Cirurgia plástica que corrige as deformações do nariz.

Indicações: Nas deformações nasais congênitas, traumáticas ou patológicas.

 Pré-operatório:
 Assistir psicologicamente;
 Higienização completa;
 Jejum 8 horas;
 Verificar sinais vitais.

Pós-operatório:
 Manter o paciente em decúbito dorsal com a cabeceira ligeiramente
elevada;
 Compressas de gelo para reduzir sangramentos, edemas e dor;
 Dieta líquida no dia da cirurgia;
 Evitar assoar o nariz e fazer pressão sobre o mesmo (não usar óculos por
algumas semanas);
 O tampão nasal é retirado em torno de 24 horas;
 Deambulação precoce;
 Observar sinais e sintomas de hemorragia.

Complicações cirúrgicas: A hemorragia é a principal complicação e infecção.

11.3 CIRURGIAS DAS AMÍGDALAS E DA LARINGE

a) Amigdalectomia e adenoidectomia
Amigdalectomia: Remoção cirúrgica das amígdalas palatinas (par de estruturas
linfóides localizadas na orofaringe);
23

Adenoidectomia: Retirada cirúrgica das adenóides (constituídas por tecido


linfóide, localizadas no centro da parede posterior da nasofaringe).

Indicações:
 Amigdalectomia: Em casos de abscessos ou hipertrofia periamigdalianos
severos que dificultam a deglutição e a respiração;
 Adenoidectomia: Em casos de hipertrofia acentuada das adenóides.

Pré-operatório:
 Atentar às queixas de tosse e resfriado;
 Higienização;
 Jejum de 8 horas;
 Tricotomia facial nos indivíduos adulto do sexo masculino;
 Verificar SSVV.

Pós-operatório:
 Decúbito dorsal com a cabeça lateralizada para facilitar a drenagem por via
oral;
 Aplicar compressa de gelo no local nos casos de hemorragias;
 Atentar para ocorrência de náuseas e vômitos. Fornecer recipiente para
coletá-los, se necessário;
 Evitar tossir e falar, pois provocam dor;
 Auxiliar na higiene oral, utilizar soluções alcalinas para facilitar a remoção
de secreções espessas e prevenir odores desagradáveis;
 Dieta líquida ou semilíquida, fria, natural ou gelada, sendo que a última, em
excesso, poderá provocar resfriados. Evitar sucos cítricos, pois aumentam
a dor;
 Aliviar a dor, mas deve ser evitado o ácido acetilsalicílico, pois é contra
indicado por aumentar os sangramentos;
 Evitar exposição ao sol;
 Verificar SSVV de 2/2 horas nas primeiras 6 horas;
 Observar sinais de hemorragia.

Complicações cirúrgicas: Hemorragias, infecções faringe.

b) Laringectomia: Remoção parcial ou total da laringe.

Indicação: Neoplasias.

Pré-operatório:
 Assistir psicologicamente, alguns não consegue falar e ficam curiosos com
os resultados do tratamento, temem o câncer e a morte;
 Proporcionar assistência espiritual;
 Verificar SSVV;
24

 Higiene oral criteriosa e com uso de antissépticos orais para reduzir a flora
bacteriana;
 Jejum de 8 horas;
 Enema na noite de véspera ou 8 horas antes da cirurgia;
 Tricotomia facial, cervical anterior e torácica nos indivíduos do sexo
masculino.

Pós-operatório:
 Observar rigorosamente a eficiência respiratória e atentar quanto à
ocorrência de inquietação, dispnéia e taquicardia;
 Verificar SSVV;
 Antes e após administração de analgésicos e sedativos verificar SSVV; as
medicações que deprimem a respiração devem ser evitadas;
 Evitar falar por aproximadamente três dias e oferecer papel e caneta para
facilitar a comunicação;
 Cuidados com tubo de laringectomia;
 Manter o leito em semi-Fowler após recuperação anestésica;
 Estimular deambulação precoce;
 Cuidados com hidratação venosa;
 Atentar para a higiene oral;
 Aproximadamente após uma semana iniciar a alimentação oral; até este
momento, ela será realizada por sonda nasogástrica;
 Transmitir confiança;
 Umidificar o ambiente, pois o ar frio e seco é irritante às mucosas.

Complicações cirúrgicas: Atelectasias, pneumonias, alterações olfativas e


gustativas, fístula laríngea e infecção da ferida operatória.

11.4 CIRURGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO

a) Tireoidectomia: Exérese da glândula tireóide.

Indicações: Bócios tóxicos, bócios atóxicos que comprometem a respiração, a


deglutição e a estética, tumores benignos ou malignos.

Pré-operatório:
 Assistir psicologicamente: os pacientes com hiperfunção glandular são
bastante inquietos e apreensivos. Ocupar o seu tempo com recreações ou
atividades que o motivem e tranquilizem;
 Estimular inspirações profundas;
 Verificar SSVV;
 Enema na noite de véspera da cirurgia;
 Orientar quanto ao jejum de 8 horas antes da operação;
 Fazer tricotomia cervical anterior e facial quando houver pêlos.
25

Pós-operatório:
 Após a recuperação anestésica manter o leito em semi-Fowler para
favorecer a drenagem, regredir o edema e reduzir a dor;
 Verificar SSVV;
 Observar e anotar ocorrência de sangramento pelo curativo e comunicar o
enfermeiro;
 Atentar quanto ao aparecimento de taquicardia, palidez, cianose,
hipotensão, hipotermia e dispnéia;
 Manter material para traqueostomia de emergência à vista, necessários
nos casos de edema de glote;
 A primeira dieta deve ser líquida para facilitar a ingestão e evitar a dor;
 Bolsa de gelo na região cervical poderá ser indicada quando houver
hemorragia intensa e grandes edemas;
 Orientar para que o paciente fale baixo e observar e anotar ocorrência de
rouquidão;
 Deambulação após 24 horas;
 Controlar diurese;
 Aliviar a dor.

Complicações cirúrgicas: Hemorragia, edema de glote, hipocalcemia e afonia.

11.5 CIRURGIAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

a) Traqueostomia: Abertura cirúrgica entre o 2º e o 3º anéis da traquéia para


Inserção de um tubo de demora (cânula).

Indicações: Nas obstruções das vias aéreas superiores por objetos estranhos,
tumores, colapso da parede por compressão dos bócios tireoidianos, queda da
língua (A.V.C., T.C.E), excessivas secreções traqueobrônquicas; para uso de
respiradores.

Pré-operatório:
 Manter-se calmo, transmitir tranquilidade e confiança;
 Verificar SSVV;
 Fazer tricotomia (quando não for emergência) cervical anterior e facial nos
homens;

Pós-operatório:
 Observar rigorosamente SSVV;
 Após estabilização dos sinais vitais, manter o leito em Fowler, para facilitar
as drenagens e favorecer a mecânica respiratória;
 Aspirar às secreções traqueobrônquicas de 2/2 horas ou quando
necessário, seguindo rigorosamente a técnica asséptica;
 Estimular a tosse para facilitar a eliminação das secreções;
26

 O paciente teme asfixiar-se; manter vigilância e tranquilizá-lo;


 Oferecer prancheta, lápis e papel para proporcionar comunicação;
 Umedecer o ambiente com nebulizadores ou borbulhadores;
 Desinsuflar o balonete da cânula de 2/2 hs por dois minutos para prevenir
ulceração e necrose da traquéia, sendo que a aspiração traqueobrônquica
antecede este cuidado. (Este tipo de cânula é utilizado nos indivíduos em
coma ou em uso de respiradores, para que a luz traqueal mantenha
ocluída e não escape ar e para que não haja aspiração do conteúdo
gástrico).
 Manter gazes limpas entre a pele e as partes laterais da cânula (curativo-
asséptico);
 As cânulas internas ou anti-cânulas devem ser trocadas diariamente ou
quando necessário, pelo enfermeiro;
 Fazer higiene oral quatro vezes ao dia ou sempre que necessário.

Complicações cirúrgicas: Infecção, estenose, necrose, perfuração na


traquéia, fístulas, broncopneumonia, atelectasia;

Drenagem torácica: Colocação cirúrgica de um dreno tubular no espaço


interpleural para remoção do gás, líquidos e/ou sólidos.

Assistência prestada pelo Técnico de Enfermagem:


 Manter o leito em Fowler para facilitar a drenagem e a expansão pulmonar;
 Verificar SSVV;
 Anotar volume e aspecto das drenagens;
 Trocar o frasco de drenagem, 1 vez ao dia ou quando necessário, com
técnica asséptica, mantendo o selo d’água, não se esquecendo de pinçar o
dreno durante o procedimento, para prevenir o pneumotórax (entrada de ar
na cavidade pleural);
 Rotular o frasco: volume do líquido para selo d’água (soro fisiológico ou
água bidestilada), hora, data e assinatura;
 Ordenhar o látex de 1/1 hora quando houver drenagem de coágulos;
 Estimular exercícios respiratórios de 2/2 horas;
 Durante a deambulação, pinçar o dreno para evitar complicações
(pneumotórax) nos casos de acidentes;
 Não molhar o curativo durante o banho e anotar se há sangramento ou
secreções externamente;
 Orientar para que o frasco de drenagem não seja elevado, para que não
haja refluxo das drenagens.

Complicações: Pneumonias, atelectasia e pneumotórax.

Toracotomia: Abertura cirúrgica do tórax.


27

Indicações: diagnóstico duvidoso, tumor maligno para determinar


operabilidade, traumas torácicos.

Pré-operatório:
 Interromper o fumo;
 Aumentar a ingestão hídrica para fluidificar as secreções
traqueobrônquicas;
 Fazer nebulização;
 Estimular a tosse;
 Anotar aspecto e volume das secreções expectoradas;
 Estimular deambulação;
 Verificar SSVV;
 Orientar e supervisionar os exercícios respiratórios;
 Jejum de 8 horas;
 Enema 8 horas antes da cirurgia ou logo após o início do jejum;
 Tricotomia nas regiões axilar torácica e pubiana;
 Realizado cateterismo vesical preferencialmente na sala de cirurgia;
 Apoiar psicologicamente.

Pós-operatório:
 Observar o estado de consciência e resposta aos estímulos;
 Verificar SSVV;
 Após estabilização dos SSVV, manter o leito em semi-Fowler;
 Controlar a diurese;
 Cuidado com drenagem torácica;
 Estimular inspirações profundas;
 O uso de analgésicos deve ser mínimo para prevenir depressão
respiratória;
 Estimular a tosse;
 Mudanças de decúbito de 2/2 horas no P.O.I. e estimular deambulação
após este momento;
 Cuidados com infusão venosa;
 Observar se há sangramento pelos curativos;
 Esclarecer as dúvidas; auxiliar quando necessário;
 NBZ para fluidificar as secreções.

Complicações cirúrgicas: Hemorragia, fístula bronco pulmonar, insuficiência


respiratória, pneumonia, atelectasia, arritmias cardíacas, distensão gástrica,
insuficiência renal.

11.6 CIRURGIA DO APARELHO CARDIOVASCULAR

Safenectomia: Remoção da veia safena.


Indicação: varizes nos M.M.I.I.
28

Pré-operatório:
 Manter o leito em Trendelemburg, para facilitar o retorno venoso, reduzir o
edema e aliviar a dor;
 Usar meias elásticas;
 Deambular periodicamente;
 Estimular a ingestão hídrica;
 Higienização completa;
 Enema e na noite de véspera da cirurgia;
 Jejum de 8 horas;
 Tricotomia do membro afetado, da região inguinal e pubiana

Pós-operatório:
 Controlar SSVV;
 Observar sinais de choque;
 Observar coloração e temperatura da extremidade enfaixada;
 Observar sangramento nas ataduras;
 Manter o leito em Trendelemburg;
 No 1º P.O. deambular de 2/2 hs por 5’ e retornar ao leito;
 Dieta livre após o retorno do peristaltismo.

Complicações cirúrgicas: Hemorragias, trombose e embolia

OBS.: Circulação extracorpórea: É o aparelho que substitui a função cardíaca ,


pulmonar e renal durante as cirurgias cardíacas e tratamento de hemodiálise.

Cirurgias cardíacas
a) Revascularização da artéria coronária: É o enxerto de um vaso na artéria
coronária ocluída.

Indicação: Angina pectoris não controlada com medicamentos, tratamento de


estenose da artéria coronária, IAM e ICC.

Pré-operatório
 Ajudar o paciente a enfrentar a situação encorajando com apoio
psicológico;
 Preparar a família para eventos pós-operatório;
 Administrar ansiolítico conforme prescrito;
 Adquirir os exames pré- internação (RX de tórax, ECG, hemograma
completo, bioquímica);
 Realizar prova cruzada para possível transfusão sanguínea, além de
doação do sangue autólogo;
 Explicar o procedimento e tratamento;
 Orientar quanto ao jejum;
 Higiene corporal e oral com solução antisséptica 1 hora antes da cirurgia;
29

 Realizar tricotomia na região torácica 1 hora antes da cirurgia com cuidado


evitando lesões;
 Verificar SSVV;
 Detectar alguns distúrbios como hiperglicemia, hipertensão, infecções que
poderão complicar a evolução pós-operatória;
 Esclarecer sobre hábitos alimentares e sono saudáveis;
 Cessação do tabagismo e do álcool;
 Encaminhar o paciente de maca para o centro cirúrgico;

Pós-operatório:
 Obtenção da estabilidade hemodinâmica e recuperação da anestesia geral;
 Observar nível de consciência;
 Cuidados intensivos em UTI;
 Desmame da ventilação mecânica conforme indicação médica e ofertar
oxigênio;
 Aspiração traqueobrônquica quando necessário;
 Exercício respiratório por fisioterapia;
 Administrar medicamentos conforme prescrito;
 Controlar hidratação venosa em bomba de infusão;
 Observar o local da incisão cirúrgica (curativo e sangramento);
 Monitorização cardíaca e SPO2;
 Verificar PA em 15’ em 15’ no POI, em 30’/30’, em 1/1 hora; depois em 2/2
e aumentando o intervalo até receber alta;
 Verificar SSVV;
 Observar SNG
 Observar cateter de Swan-Ganz;
 Medir PAM e PVC
 Realizar ECG
 Manter a permeabilidade dos drenos e anotar aspecto e volume da
drenagem;
 Pinçar drenos antes de desprezar as secreções;
 Observar SVD e notar débito urinário para controle hídrico;
 Deambulação quando solicitado pelo médico;
 Incentivar o autocuidado
 Programa de reabilitação cardíaca;
 Consulta de acompanhamento com cirurgião.

Complicações cirúrgicas: Débito cardíaco diminuído, arritmias, desequilíbrio


hidroeletrolítico, parada cardíaca, hemorragias, hipotermia, .

11.7 CIRURGIAS DO INTESTINO GROSSO

Colectomia: Ressecção de parte do cólon.


Indicações: Carcinomas de cólon, enterites cicatrizantes.
30

Pré-operatório:
 Observar e anotar a aceitação da dieta, que deverá ser pobre em resíduos
(dieta líquida 48 a 72 horas antes da operação);
 Enemas diários, que iniciam na antevéspera da cirurgia (alterados no caso
de oclusão ou suboclusão intestinal);
 Colher fezes para exame coprológico;
 Estimular a ingestão hídrica;
 Observar e anotar aspecto e frequência das eliminações intestinais;
 Orientar quanto ao jejum (12 horas antes do ato operatório) e identificar
com placa no leito;
 Preparar o paciente psicologicamente para o tratamento cirúrgico;
 Fazer tricotomia ampla abdominal, axilar e perineal; sondagem
nasogástrica.

Pós-operatório:
 Manter o paciente em posição confortável;
 Observar sinais de choque;
 Verificar sinais vitais;
 Observar e anotar aspecto dos curativos (sangramento);
 Manter sonda nasogástrica aberta e anotar volume e aspecto das
drenagens;
 Estimular exercícios respiratórios;
 Ajudar nas mudanças de decúbito;
 Deambulação precoce;
 Manter corretos os gotejamentos dos soros.

Complicações cirúrgicas: deiscência da linha de anastomose, infecção da


parede abdominal.

Colostomia ou ileostomia: Comunicação da luz do cólon com a parede


intestinal.

Indicações: Obstrução aguda do cólon, neoplasia intestinal, trauma intestinal,


necrose de delgado com peritonite.

 Pré-operatório:
 Ouvir com atenção, minimizar os receios, contribuir para a aceitação da
modificação anatômica e adaptação à nova forma de eliminação intestinal,
compreender a ansiedade e irritação, depressão ou agressividade do
paciente;
 Orientar como usar o dispositivo de ileostomia ou colostomia;
 Observar e anotar frequência e aspecto das eliminações intestinais;
 Dieta pobre em resíduos;
 Colher fezes para enxames;
31

 Jejum de 12 horas;
 Preparo intestinal de acordo com a orientação (contra indicada a
enteróclise nos casos de abdome agudo);
 Tricotomia axilar, abdominal e pubiana;
 Orientar para esvaziar a bexiga;
 Verificar SSVV.

 Pós-operatório
 A bolsa coletora para ileostomia deve conter um orifício que ultrapassa o
estoma e que não deixa a pele, ao redor do mesmo, exposta pois a
excreção contém enzima que escarifica a pele. (bolsa com orifício na parte
inferior são apropriadas para o esvaziamento da mesma, sem necessidade
de trocá-las frequentemente);
 Aspirina triturada ou pequenos pedacinhos de carvão atuam com o
desodorizante quando colocados na bolsa coletora;
 Após o retorno do peristaltismo é oferecido dieta em pequena quantidade,
líquidos sem resíduos. O espinafre e a salsa são excelentes
desodorizantes e deve ser estimulado a sua ingestão;
 Alimentos muito quente e gelado devem ser evitados, bem como o fumo,
porque excita o peristaltismo; peixe, feijão, cebola, repolho, pepino,
rabanete, ovos, dão odor fedido às eliminações;
 Manter o ambiente bem ventilado;
 Observar e anotar o aspecto da eliminação pela ileostomia ou colostomia;
 Orientar o paciente quanto o auto cuidado;
 Ouvir com atenção o paciente;
 Ingerir bastante líquido (água de coco previne distúrbios hidroeletrolíticos);
 Em torno de 60 dias o paciente pode voltar gradualmente as sua atividades
normais.

Complicações cirúrgicas: Prolapso, necrose, distúrbios hidroeletrolíticos,


estenose, cálculo renal, cálculos biliares, problemas psicológicos.

OBS: A região colostomizada deve ser lavada com água e sabão e em volta
pincelar povidine. Encaminhar o paciente ao grupo de ostomizados.

Colecistectomia: Remoção cirúrgica da vesícula biliar.

Indicações: cálculos biliares

 Pré-operatório:
 Exames pré- admissionais;
 Encorajar o paciente com apoio psicológico;
 Verificar SSVV;
 Puncionar acesso venoso periférico;
32

 Orientar quanto evitar o uso de tabaco e álcool;


 Instrui o paciente que evite se automedicar com uso de anticoagulante;
 Realizar tricotomia na região abdominal 1hora antes da cirúrgia;
 Orientar quanto ao jejum;
 Orientar o paciente quanto o uso de sondas e drenos no pós-operatório;

Pós-operatório
 Aliviar a dor com analgésico prescrito e promover bem estar;
 Verificar SSVV;
 Avaliar nível de consciência;
 Observar icterícia coloração das fezes;
 Relatar queixas de dor, náuseas e vômitos;
 Exercício respiratório;
 Observar curativo e sangramento na incisão cirúrgica;
 Desprezar e anotar drenagem biliar pelo dreno;
 Administrar medicamentos por acesso venoso;
 Observar sonda SNG;
 Incentivar a ingerir uma dieta hipolipídicas;
 Deambulação precoce;
 Orientar o paciente que vai para casa com o dreno;
 Instruir aos familiares em casos de complicações pós-alta.

Complicações cirúrgicas: Hemorragias e sintomas gastrointestinais,


tromboflebite, complicações pulmonares.

Hipertrofia benigna da próstata: É o aumento da glândula prostática que


acometi os homens após os 50 anos de idade.

Patogenia:
É de causa desconhecida, mas parece ser um distúrbio hormonal que
ocorre no processo de envelhecimento. O aumento da glândula causa o
estreitamento da uretra prostática e pressão na bexiga, dificultando a passagem
normal da urina.

Sinais e sintomas:
 Inicialmente é assintomático;
 Nictúria e polaciúria
 Sintomas de infecção urinária: disúria e febre;
 Diminuição no tamanho e força do jato urinário;
 A obstrução prolongada ao fluxo urinário poderá determinar complicações
renais: Hidronefrose e insuficiência renal.

Meios de diagnósticos:
 Anamnese e exame físico;
33

 Exame citoscópico: visualizar o aumento da próstata e comprometimento


da parede da bexiga;
 Urografia excretora;
 Sondagem vesical após micção: determina a quantidade de urina residual
na bexiga;
 Exame retal: avaliar o tamanho da próstata.

Tratamento:
 Clínico - Administrar analgésico conforme prescrição médica.
- Administrar antibiótico conforme prescrição médica (profilático).

 Cirúrgico Prostatectomia por via:


 Transuretral: Introduz-se um instrumento pela uretra para
retirar a próstata (geralmente parcial);
 Perineal:
- Retropúbica
- Suprapúbica
 Indicação: Hiperplasia prostática

Pré-operatório:
 Realizar controle de diurese;
 Observar o funcionamento da sonda vesical ou da cistostomia,
quando houver, sendo que a primeira deve está fixada na região
medial da coxa e a segunda no abdome;
 Oferecer entre 2.500 ml a 3.000ml / dia de líquido orais para corrigir e
prevenir desidratação, exceto em pacientes com insuficiência
cardiovascular e renal;
 Excluir fumo e fazer exercício respiratório;
 Auxiliar na colocação de meias antiembólicas, quando indicado
(prevenção de complicações circulatórias devido à posição de
litotomia no trans-operatório);
 Jejum de 8 horas;
 Fazer enteróclise para prevenir o esforço na evacuação pós-
operatório, que favorece a ocorrência de hemorragia;
 Tricotomia: Nas técnicas por via uretral, tricotomizar a região pubiana
e nas abdominais acrescer a região abdominal e pélvica.

Pré-operatório:

 Observar hipovolemia: hipotensão, sudorese, palidez e taquicardia;


 Observar e anotar o aspecto externo dos curativos (nas técnicas
abdominais ou pélvicas). O curativo deverá ser trocado pela
enfermeira;
 Manter o gotejamento rápido da irrigação vesical (mais ou menos 70
34

gotas/min); trocar os frascos dos líquidos irrigadores (soro fisiológico


0,9%); Anotar em gráfico especial para irrigação vesical as estradas
e as saídas e o aspecto da drenagem; manter vigilância, pois a
obstrução do sistema poderá acarretar sérias complicações
(hemorragias severas, ruptura de bexiga e morte);
 Realizar movimentos passivos nos MMII de 1/1 hora até passarem os
efeitos anestésicos e depois estimular exercícios ativos;
 A deambulação deve ser evitada no pré-operatório imediato para
prevenir ocorrência de hemorragia;
 Aliviar a dor, pois o aumento da pressão venosa estimula os
sangramentos;
 A alimentação oral deverá ser iniciada após o retorno do
peristaltismo. Observar e anotar a aceitação;
 Orientar o paciente a não sentar por longos períodos, para prevenir o
aumento da pressão intra-abdominal e, consequentemente os
sangramentos;
 Verificar SSVV;
 Estimular a ingestão hídrica;
 Estimular os exercícios respiratórios.

Complicações cirúrgicas: Hemorragia, infecções urinárias, trombose venosa e


embolia pulmonar.

12. FERIDAS E CURATIVOS

O curativo consiste na limpeza e na aplicação de cobertura estéril em uma


ferida, quando necessário, com a finalidade de prevenir contaminação e infecção
e promover rápida cicatrização. Os princípios e cuidados de enfermagem devem
ser adaptados de acordo com a avaliação da lesão, a fim de empregar o curativo
adequado à ferida, evitando principalmente infecções no local e infecção cruzada.
A avaliação deve ser contínua do sítio cirúrgico, com inspeção da
aproximação das bordas da ferida, integridade das suturas, observando se há
rubor, hiperemia, edema, drenagem e dor. Como também a área ao redor da
ferida deve ser inspecionada quanto à reação ao esparadrapo. Saber como
manusear os drenos e como trocar os curativo cirúrgicos.

Material para Curativo

A bandeja deve conter:


 Pacotes de gazes estéreis
 Pacote de curativo com pinças
 Máscara descartável
 Ataduras (quando necessário)
 Luvas estéreis
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 Luvas de procedimentos
 Soro fisiológico 0,9%
 Solução antisséptica
 Lamina de bisturi (quando necessário para retirada de pontos de sutura)
 Micropore ou esparadrapo

Curativos com drenos

Os drenos de feridas são tubos que saem da área periincisional quer para
dentro de um dispositivo de aspiração de ferida (fechado), quer para dentro de
curativos (aberto). O princípio consiste em permitir a saída do sangue e dos
líquidos serosos que poderiam de outra forma, servir como um meio de cultura
para as bactérias. A quantidade de drenagem sanguinolenta no curativo cirúrgico
é avaliada com frequência, pois a quantidade excessiva deverá ser relatada de
imediato, observar hemorragias e comunicar ao Enfermeiro e o Médico cirurgião.
As feridas cicatrizam-se por diferentes mecanismos, são estes a cicatrização por
primeira, segunda e terceira intenção. Com a redução do tempo de internação,
grande parte da cicatrização ocorre em casa, e a enfermagem deve desempenhar
seu papel informando ao paciente sobre os cuidados que deverão ter com a
ferida.

Existem três tipos de drenagem: Drenagem laminar; Drenos de aspiração;


Drenos túbulo-laminares:

Drenagem laminar: Dreno de Penrose de látex, flexível, de largura variável e


sistema aberto, com a finalidade de drenar exsudatos do tecido subcutâneo ou
muscular, pode-se colocar gaze ou qualquer outro material sintético absorvente
dentro do penrose com a finalidade de aumentar a drenagem. Seu mecanismo de
ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade. Tem a preferência nas
cirurgias do aparelho digestivo com anastomoses.

Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos


de silicone ou cloridrato de polivinil. É um sistema de drenagem fechado que
utiliza de uma leve sucção (vácuo), apresentando um aspecto de sanfona. É
usada em cirurgias que se espera sangramento no pós-operatório, ou seja,
secreção sanguinolenta.

Dreno Portovac: São utilizados em cirurgias com grande descolamento tecidual


(hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos ganglionares) Este tipo
de drenagem diminui o risco de contaminação a partir do dreno, porém, deve ser
retirado em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de ação funciona por sucção, sendo
uma drenagem ativa.
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Dreno Jackson-Pratt (silicone): Indicados para neurocirurgia, cirurgia plástica,


cirurgia da face e pescoço, mastectomia, cirurgia obstétrica /ginecológica e
cirurgia geral e laparoscópica. São de maior maciez, flexibilidade e moldados
com mais resistência e integridade, ajudam a promover aproximação na superfície
do tecido e a prevenir o colapso e obstrução do dreno.

Drenos túbulos-laminares: São formados por dois ou três drenos tubulares de


látex, silicone ou teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno
de Penrose. Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja
lavar a cavidade abdominal. O sistema funciona instilando solução fisiológica por
um dos tubos, ao mesmo tempo em que se aspira sob baixa pressão por meio de
outro. O terceiro tubo é o respiro, que evita o colabamento do sistema de sucção.
Os tubos são fixados ao Penrose por meio de suturas individuais. O
funcionamento é por capilaridade e por drenagem ativa.

Retirada de pontos
A retirada dos fios de sutura é colocada para aproximar as bordas de uma
lesão, facilitando a cicatrização. A retirada completa dos pontos ocorre em torno
de oito dias após a cirurgia. Em alguns casos, os pontos podem ser retirados
alternados para evitar deiscência de sutura, caso não tenha ocorrido à
cicatrização da ferida. Neste caso os pontos alternados que não foram retirados
poderão permanecer por mais alguns dias. Já em suturas contínuas, deve-se
cortar uma extremidade e retirar os pontos pelo lado oposto.

Tipos de cicatrização da ferida operatória:


 Cicatrização por primeira intenção: Método de cicatrização em que as
bordas da ferida são cirurgicamente aproximadas e a continuidade tegumentar
é restaurada sem granulação.
 Cicatrização por segunda intenção: Método de cicatrização em que as
bordas da ferida não são aproximadas por meios cirúrgicos e a continuidade
tegumentar é restaurada pelo processo conhecido como granulação.
 Cicatrização por terceira intenção: Métodos de cura usados para feridas
profundas que foram suturadas anteriormente ou não, em que há aproximação
cirúrgica das bordas da ferida (sutura secundária) juntando, dessa forma, duas
superfícies de granulação apostas.
 Deiscência: É a ruptura da incisão cirúrgica ou da ferida com separação
parcial ou completa.

ANOTAÇÕES:
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_________________________________________________________________
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13. ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO

13.1 CONCEITO
Centro cirúrgico é uma unidade especializada de um hospital, constituída
por mais de uma sala de cirurgia, destinada à realização de procedimentos de
qualquer natureza, que venha requerer intervenção cirúrgica, bem como à
recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

13.2 LOCALIZAÇÃO
A unidade de Centro Cirúrgico deve ocupar uma área independente da
circulação geral, ficando livre do trânsito de pessoas e materiais estranho ao
serviço, devendo ser acessível ás enfermarias cirúrgicas.

13.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS


Elementos da unidade de centro cirúrgico
 Vestiários masculino e feminino - devem ser localizados na entrada do centro
cirúrgico. Devem conter armários e sanitários anexos com chuveiros;
 Posto de enfermagem;
 Copa
 Sala para material de limpeza;
 Sala de expurgo;
 Sala para estocagem de material esterilizado;
 Local para lavabo;
 Sala de cirurgia;
 Sala de estar e para relatórios médicos;
 Sala de estar e repouso para pessoal;
 Sala para guarda de aparelhos e equipamentos;
 Rouparia;
 Sala de reserva de medicamento e soluções usados no centro cirúrgico
 Sala de recuperação.

13.4 SALA DE CIRURGIA


 Área física:
 Sala de cirurgia geral - 25 m2
 Sala de neurocirurgia - 36 m2
 Sala de cirurgia ortopédica - 20 m2

 Forma: As salas podem ser: retangulares, quadradas ou circulares;


 Características das paredes: o revestimento das paredes tem que ser de
material resistente, lavável e de cor neutra. Os cantos da parede com o
piso, do teto com a parede e da parede com a parede devem ser
arredondados; os gases (vácuo, oxigênio e ar comprimido) devem estar
próximo ao leito, interruptores e tomadas com voltagem adequadas para
ligar os aparelhos;
38

 Características do piso: o piso deve ser de material de fácil limpeza;


 Características das portas: as portas devem ser amplas com os cantos
protegidos por aço inoxidável;
 Características das janelas: as janelas devem estar localizadas de modo a
espalhar luminosidade em todo o ambiente.

13.5 EQUIPAMENTO E MATERIAIS DE UMA SALA DE CIRURGIA


 Equipamentos fixos: Armários embutido; balcão; negatoscópio; foco
central; ar condicionado;
 Equipamentos móveis: Mesa cirúrgica; mesa auxiliar; mesa para
instrumental; suporte de bacia; suporte de soro; banco giratório; balde para
lixo; hamper; foco auxiliar; escadinha; aspirador portátil; bisturi elétrico;
esfignomanômetro; ambú, laringoscópio;
 Material utilizado na sala de cirurgia: Pacotes de avental; campo simples
ou duplo; impermeável; compressas grandes ou pequenas; cuba rim;
bacias; sondas e drenos; luvas; caixa de instrumentos anestésicos; cabo
de bisturi elétrico; equipo de soro; seringas; agulhas e materiais específicos
para cada cirurgia;
 Impressos
 Medicamentos.

14. NORMAS E ROTINAS DO CENTRO CIRÚRGICO

Problemas éticos

Ética é o conjunto de normas pelas quais a pessoa deve orientar o seu


comportamento.
A ética profissional concernente à instrumentação, consiste em prover o
ajustamento do técnico no ambiente hospitalar, contribuindo para um trabalho
racional, agradável, eficiente e propenso ao alcance de êxito na profissão. O
profissional desta área deve ter consciência profissional, sabendo discernir o certo
do errado. Não hesitar no momento da dúvida e aceitar com modéstia o que lhe é
ensinado.
A consciência e a responsabilidade constituem a base da consciência
profissional, que deve sofrer constante aprimoramento para que suas ações
sejam sempre corretas.
A discrição é o objetivo exigido para um bom profissional. Guardar para si
fatos que viu ou ouviu no exercício da profissão. Discrição significa também
reserva nas atitudes e nos falatórios desnecessários.

Ser leal para com o paciente, mesmo nos momentos de angústia ou de medo;
Ser leal para com os colegas de profissão, ser cortês e cooperativo, são
atitudes necessárias para a boa harmonia;
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Ser leal para com a instituição em que trabalha, respeitando os


regulamentos vigentes.

A equipe cirúrgica é constituída por:


 Cirurgião,
 Assistente do cirurgião,
 Enfermeiro,
 Instrumentador, que pode ser um Técnico em enfermagem.

OBS.: O instrumentador é o integrante da equipe que se responsabiliza pelo


preparo da mesa, fornece instrumentais ao cirurgião e ao assistente; mantém a
mesa em ordem e deve estar atento para que não falte nenhum material. É de
sua competência prever o material necessário à cirurgia e separar os
instrumentais após o uso.

Técnicas usadas no centro cirúrgico


Escovação das mãos:
 A escovação tem por propósito ajudar e prevenir a possibilidade de
contaminação da ferida operatória por bactérias das mãos e dos braços.
 Devemos gastar no mínimo cinco minutos para escovação de cada mão e
antebraço. Escovar cinco vezes as unhas, cinco vezes cada dedo, cinco
vezes o antebraço e cinco vezes o cotovelo.
 Lavar as mãos, os antebraços e o cotovelo;
 Enxaguar as mãos, os antebraços e o cotovelo;
 Começar a escovação pelas unhas, depois iniciando pelo dedo mínimo e
face anterior com movimento que vai e vem da ponta do dedo até a palma
da mão; proceder assim até o dedo polegar;
 Escovar a face posterior da mão usando o mesmo método;
 Escovar a face anterior e posterior do antebraço, em movimentos de vai e
vem;
 Escovação do cotovelo deve ser em movimentos circulares;
 Durante e após a lavagem, mantenha as mãos mais elevadas do que os
cotovelos.

Vestir avental
 Apanhe o avental com uma das mãos, puxando-o diretamente para cima
do pacote;
 Segurando a gola com as mãos, desfaça suavemente as dobras do
avental;
 Colocar as mão dentro das aberturas das mangas e mantenha-as para
cima, ao nível dos ombros;
 Vestir e oferecer as fiaxas para o circulante.
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Calçar luvas
 Calçar primeiro a mão esquerda;
 Levantar parte do envelope com a mão esquerda e retirar a luva;
 Calçar a mão esquerda deixando o punho dobrado;
 Calçar a mão direita, depois poderá pegar na parte interna da dobra do punho
com a mão esquerda já enluvada;
 Ajustar as luvas e colocar o punho da luva sobre o punho do capote.

Posições para cirurgias: A escolha da posição cirúrgica depende do tipo de


cirurgia a ser realizada e da técnica a ser empregada:
o Decúbito dorsal - As pernas e braços ficam estendidos ao longo do corpo;
o Decúbito ventral - Deitado sobre o abdome, com pernas e braços esticados
ao longo do corpo, e a cabeça voltada para um dos lados. Colocar dois
coxins sob os ombros e um sob a região infra-umbilical;
o Decúbito lateral - O paciente é colocado sobre um dos lados, tendo a perna
inferior fletida e a superior estendidas, separadas por um coxim e o
paciente é fixado à mesa cirúrgica por uma faixa larga, passada sobre o
quadril;
o Posição ginecológica - A paciente é colocada, em decúbito dorsal, tendo as
pernas abertas e apoiadas em perneiras acolchoadas;
o Trendelemburg - É a posição dorsal com elevação da pelve e membros
inferiores. Por inclinação da mesa a cabeça ficará mais baixa que os pés;
o Proclive - É a posição dorsal com elevação da cabeça e tórax e
abaixamento dos membros inferiores.

15. FUNÇÕES DO CIRCULANTE

 Preparar a sala de operação juntamente com o e/ou a instrumentador


observando os princípios técnicos científicos usados no hospital;
 Receber e identificando o paciente pelo nome; conferir a papeleta, os
exames e encaminha-lo ao centro cirúrgico;
 Colocar o paciente na mesa de operação; verificar os SSVV; admiti-lo,
protege-lo e passar segurança, colocar os braços na braçadeira e inserir a
placa metálica do bisturi elétrico na coxa ou na panturrilha do paciente;
 Ajudar a equipe vestir-se, abrir os pacotes dos materiais e suprir a mesa de
Instrumentação;
 Contar gazes e compressas e outros, juntamente com o e/ou a
instrumentador;
 Realizar a antissepsia da área prevista para a incisão cirúrgica;
 Aproximar a mesa de instrumentação, os baldes para colocar as gazes e
compressas utilizadas; conectar o aspirador e bisturi elétrico;
 Ajustar o foco adequadamente se necessário;
 Remover da S.O. o que não vai mais ser necessário;
41

 Observar o desenrolar da cirurgia, mantendo a mesa suprida com o


material necessário.
 Observar se as frontes do profissional estão suadas e enxugue-as;
 Manter a sala arrumada;
 Preencher as requisições, folhas de material, medicamentos utilizados e
relatórios de enfermagem;
 Permanecer na S.O.; estar a par das condições do paciente; da evolução
da cirurgia e informar a enfermeira supervisora;
 Receber a peça, identificar e encaminhar para patologia;
 Auxiliar na realização do curativo;
 Transferir o paciente da mesa cirúrgica para maca e leva-lo até o SRPA.
(conectar drenos + tubos e soros);
 Limpar a sala e deixar em condições para a próxima cirurgia.

OBS:
o Não aproximar do campo esterilizado;
o Ao abrir em recipiente não coloque a tampa para baixo (emborcada) e sim
para cima;
o Quando colocar objetos esterilizados na mesa de instrumentação faça com
técnica asséptica;
o Entrar 15’ antes do cirurgião.

16. FUNÇÕES DO INSTRUMENTADOR

 Realizar uma escovação completa de acordo com a técnica recomendada;


 Vestir o capote e calçar as luvas (com técnica fechada);
 Preparar a mesa de Instrumentação;
 Ordene os instrumentos
 Conte compressas e gazes
 Arrume os fios e abra só que for usar
 Entregue os campos ao cirurgião;
 Oferecer os instrumentos a equipe sendo primeiro ao cirurgião pela ordem;
 Manter o campo limpo e nunca deixe um objeto sobre o outro;
 Limpar o sangue dos instrumentos com uma compressa úmida de soro;
 Manter as mãos livres e não segurar instrumentos desnecessários;
 Notificar ao circulante a necessidade de algum objeto que vai ser preciso e
que não está sobre a mesa;
 Seja flexível, sempre alerta, calmo e um bom membro da equipe;
 Trabalhe tão rapidamente quanto possível sem sacrificar a precisão e a
técnica;
 Retirar as compressas e gazes sujas da mesa e não deixa-las soltas após
abertura do
 peritônio e Contá-las;
42

 Entregue a peça ao circulante e faça o curativo;


 Colocar o material sujo em uma bacia com solução e encaminhe à sala
de expurgo;
 Encaminhe o paciente a SRPA;
 Ajude o circulante a deixar a sala pronta para uma próxima cirurgia.

OBS:
o Não vire as costas para a mesa esterilizada ou para os membros da
equipe.
o Se a luva for furada troque-a imediatamente.
o Conserve a mesa de Instrumentação seca.
o Mantenha o máximo de silêncio, evite tossir e respirar.

17. ESTERILIZAÇÃO E TIPOS DE ANESTESIA

Processo de Esterilização

 Microorganismos - organismos vivos, invisíveis a olho nu;


 Microorganismos patogênicos - são microorganismos que causam doenças
infecciosas;
 Esporos - são formas inativas de bactérias;
 Esterilização - é o processo de destruição de todos os microorganismos,
seja patogênicos e não patogênicos, incluindo os esporos;
 Desinfecção - o processo de destruição de todos os microorganismos
patogênicos, exceto os esporulados em artigos hospitalares e ambiente;
 Desinfetante - é uma substância química utilizada para fazer a desinfecção;
 Antisséptico - é toda substância capaz de impedir a proliferação das
bactérias, inativando-as ou destruindo-as em tecido vivo (pele e mucosas);
 Bactericida - agente que matam as bactérias.

Métodos de esterilização

calor úmido - vapor d’água sob pressão


Calor calor seco - ar quente

Físicos

Radiação Raio gama - cobalto 60

Métodos de Peroxido de hidrogênio


esterilização Óxido de etileno
43

Gases
Químicos
Ácido peracetico
Líquidos Glutoraldeído

Esterilização pelo calor úmido.


Este método é processado na autoclave. Pois a pressão faz aumentar a
temperatura para mais de 100º C. Deve-se considerar o tipo de material a ser
esterilizado, pois para cada um exige-se um tempo de exposição diferente.

Os materiais são divididos em:


 Material de superfície - é constituído de material pouco denso. Esse
material necessita de tempo de exposição de 15 minutos a uma
temperatura de 120ºC.
 Exemplos: seringas(vidro), cubas, bandejas, afastadores e etc.
 Material de densidade - é constituído de material espesso. Esse material é
exposto por 30 minutos a 121ºC.
 Exemplos: gazes, compressas, campos fenestrados, capotes, lapes
cirúrgicos, etc.

Cuidados com o carregamento da autoclave:


 Carregar o aparelho com material que requer o mesmo tempo de
exposição;
 Utilizar apenas 80% da capacidade da autoclave;
 Dispor o material na autoclave, de modo a facilitar a penetração e
circulação do vapor, e a eliminação do ar.

Esterilização pelo calor seco


É na estufa que se processa a esterilização pelo calor seco. O
aquecimento do material se dá por condução. O material a ser esterilizado é
acondicionado em caixas metálicas e recipientes de vidro refratário. Para que se
efetue a esterilização faz-se necessário um período de 2 horas de exposição a
160ºC. As substâncias oleosas exigem 4 horas e 45 minutos para que haja
aquecimento e esterilização a 160ºC. Durante a esterilização a estufa não pode
ser aberta.

ANOTAÇÕES:
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44

TEMPO DE EXPOSIÇÃO E TEMPERATURA POR GRUPO DE MATERIAIS

MATERIAL TEMPO DE EXPOSIÇÃO TEMPERATURA

Instrumental 60’ 160º C.


Vaselina e óleos 120’ 160º C.
Gaze vaselinada 150’ 160º C.
Vidros refratários 60’ 160º C.
Pós (até 7g) 120’ 160º C.

Esterilização por produtos químicos.


A escolha deste método faz-se pela impossibilidade de determinados
materiais não poderem ser expostos ao calor.

 Ao escolher um produto químico, observar as seguintes propriedades:


 Não ser irritante e tóxico para os tecidos humanos;
 Ter o poder para destruir os microorganismos patogênicos;
 Ser estável;
 Não ser corrosivo.

 Quando utilizar um produto químico como esterilizante, observar:


 Concentração da solução a ser usada;
 Temperatura;
 PH do produto químico;
 Tensão superficial e umectação;
 Limpeza do material;
 Submersão do material;
 Tempo de exposição.

Tipos de anestesias

 Anestesia geral: A dor é controlada pela insensibilidade geral. O paciente


fica inconsciente; ele não pode ouvir; sentir ou mover-se. Todo o seu corpo
fica anestesiado.
 Anestesia local: A dor é controlada sem a perda da consciência. Uma área
ou região do corpo é anestesiada.
 Raquianestesia: Neste procedimento o paciente está acordado e
consciente. Pode-se anestesiar do tórax até as extremidades inferiores,
pela introdução de drogas anestésicas no espaço subaracnóide.
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ANOTAÇÕES:

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