PENAL GERAL PROFª.
TANIRA NOVAES
REVISÃO
1. No dia 23/02/2021, Marcos praticou um crime, tipificado na Lei A, cuja pena prevista era de 5 (cinco) a 9
(nove) anos de reclusão. No dia 27/06/2021 entrou em vigência a Lei B, que estabeleceu para o mesmo crime a
pena de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de reclusão. Entretanto, no dia 28/11/2021 entrou em vigência a Lei C, que
estabeleceu para o mesmo crime a pena de 7 (sete) a 10 (dez) anos de reclusão. Nesse caso, ao prolatar a sentença
condenatória no dia 21/01/2022, o juiz deveria aplicar a
A) Lei A, visto que ela possui ultratividade penal.
B) Lei B, visto que ela possuiu retroatividade e ultratividade penal.
C) Lei C, face ao princípio tempus regit actum.
D) Lei B, face ao princípio tempus regit actum.
E) Lei A, visto que ela estava em vigência na data do crime.
2. Frank Kruger foi acusado de ter praticado um crime no ano de 1981. Posteriormente, em 1983, o fato
considerado como criminoso deixou de existir favorecendo Frank. Nos termos do Código Penal e da doutrina
aplicável, está caracterizada a denominada:
a) ultra-atividade do crime
b) modificação do crime
c) abolição do crime
d) desconsideração do crime
3. Sobre a aplicação da lei penal, de acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, é correto afirmar que:
a) considera-se praticado o crime no lugar em que se produziu o resultado, quando se tratar de crime de mera
conduta;
b) admite-se, por força do princípio da legalidade em matéria penal, a criação de tipo penal por medida
provisória com força de lei;
c) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes cometidos contra a honra do
presidente da República;
d) implica abolitio criminis o decurso do período de duração da lei temporária ou, no caso da lei excepcional,
a cessação das circunstâncias que a determinaram;
e) não se admite a analogia in malam partem para o estabelecimento de norma penal incriminadora.
4. São elementos do fato típico, exceto:
a) conduta.
b) resultado.
c) tipicidade.
d) nexo causal.
e) antijuricidade.
5. O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito da aplicação
e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da culpabilidade.
Joaquim, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresistível coação física, crime de extrema gravidade e
hediondez.
Nessa situação, Joaquim não é passível de punição, porquanto a coação física, desde que absoluta, é causa
excludente da culpabilidade.
6. Considerando-se o conceito analítico de crime, exclui-se a conduta quando
a) presente coação física, seja resistível, seja irresistível.
b) presente embriaguez preordenada.
c) presente coação moral irresistível.
d) presentes caso fortuito e força maior
7. Com relação ao conceito de crime, à lei penal no tempo e aos demais institutos previstos na parte geral do
Código Penal, julgue o item seguinte.
Nos crimes materiais, conduta, resultado, tipicidade e nexo causal entre conduta e resultado constituem elementos
do fato típico.
8. No tocante aos institutos da tentativa e consumação, desistência voluntária, arrependimento eficaz,
arrependimento posterior e crime impossível, é correto afirmar que o agente:
a) que, após iniciar os atos de execução, voluntariamente, impede que o resultado se produza, responderá
pelo resultado pretendido inicialmente;
b) que, por ato voluntário, repara o dano causado, em crime praticado com violência à pessoa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3;
c) que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, só responde pelos atos até então praticados;
d) responde pela tentativa, nos crimes culposos, ao não observar o dever de cuidado a que estava obrigado;
e) não responde pela tentativa, quando, por ineficácia relativa do meio, é impossível consumar-se o crime.
9. Tendo em conta as disposições penais relativas à aplicação da lei penal e ao crime constante de Código Penal,
assinale a alternativa correta.
a) A tentativa não é punida quando o meio empregado para a prática do crime é absolutamente ineficaz para
a consumação.
b) Considera-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que a ação ou a omissão tenham se dado
em momento diverso.
c) Na hipótese de abolitio criminis, a execução da pena decorrente de sentença condenatória cessará
imediatamente, mas não os demais efeitos da condenação.
d) A reparação do dano pelo agente, nos crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, até a
sentença, implica redução da pena.
e) É relevante penalmente a omissão quando restar comprovado que o omitente tinha possibilidade de evitar
o resultado, ainda que inexista dever de agir.
10. Joana, com dolo de matar, injeta substância mortífera em Plínio ao observar que ele estava deitado e por julgar
que sua pretensa vítima estava em sono profundo. Não sabia Joana, contudo, que Plínio, naquele momento, já se
encontrava morto, o que foi devidamente constatado por laudo pericial.
Nessa hipótese, de acordo com a legislação, é correto afirmar que Joana
a) responderá por crime doloso contra a vida praticado com dolo eventual.
b) não será punida porque, nessa hipótese, não se pune a tentativa.
c) responderá por crime contra a vida, mas na modalidade culposa.
d) poderá beneficiar-se com a causa de diminuição de pena da tentativa.
e) não será punida a título de dolo, mas poderá beneficiar-se do erro na execução.
11. Analise os itens abaixo sobre o crime.
I. Enquanto o dolo é elemento da tipicidade, a culpa é causa excludente da ilicitude.
II. O erro sobre os elementos do fato típico é irrelevante para fins de responsabilização criminal.
III. Não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito.
Pode-se afirmar que
a) apenas o item I está correto.
b) apenas os itens I e II estão corretos.
c) apenas o item III está correto.
d) todos os itens estão corretos.
12. Com a intenção de matar seu eterno rival, Pompeu Magno desferiu três facadas em Júlio César, fugindo do
local em seguida. Socorrido e levado ao hospital pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a
vítima foi imediatamente submetida a uma cirurgia de emergência, contudo não resistiu e veio a óbito. Ocorre
que, realizada a perícia, concluiu-se que Júlio César faleceu por obra da imperícia médica do profissional
responsável pela cirurgia. Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta de acordo com o direito penal.
a) Como se trata de causa superveniente relativamente independente que produziu por si só o resultado,
Pompeu Magno deverá responder por tentativa de homicídio.
b) Pompeu Magno deverá responder por tentativa de homicídio, eis que a imperícia médica reflete causa
superveniente absolutamente independente.
c) A imperícia médica não foi capaz de romper o nexo causal, razão pela qual Pompeu Magno deverá
responder por homicídio consumado.
d) Pompeu Magno deverá responder por lesão corporal seguida de morte, pois a imperícia médica, por si só,
não é capaz de romper o nexo causal.
e) Como a situação narrada descreve um caso de imperícia, uma das modalidades de culpa, Pompeu Magno
deverá responder por homicídio culposo.
13. Julgue o item.
Encontra-se no exercício regular de direito o particular que realiza a prisão em flagrante de alguém que esteja
praticando um crime.
14. Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de exclusão da ilicitude, julgue o item
que se segue.
O agente policial, ao submeter o preso aos procedimentos estabelecidos na lei, como, por exemplo, à identificação
datiloscópica, quando autorizada, e ao reconhecimento de pessoas e de coisas, no curso do inquérito policial,
encontra-se amparado pelo exercício regular de direito, respondendo criminalmente nos casos de excesso doloso
ou culposo.
15. O estado de necessidade caracteriza-se por ser um conflito entre interesses legítimos, no qual um destes é
salvo à custa do outro, em face da impossibilidade fática de que ambos subsistam.
São requisitos legais do estado de necessidade:
a) risco atual não provocado, evitabilidade do sacrifício ao bem jurídico, direito próprio ou alheio e
inexigibilidade do sacrifício;
b) perigo atual não provocado, evitabilidade do sacrifício ao bem jurídico, direito próprio ou alheio e
inexigibilidade do sacrifício;
c) perigo atual não provocado, evitabilidade do sacrifício ao bem jurídico, direito próprio ou alheio e
exigibilidade do sacrifício;
d) risco atual não provocado, inevitabilidade do sacrifício ao bem jurídico, direito próprio ou alheio e
exigibilidade do sacrifício;
e) perigo atual não provocado, inevitabilidade do sacrifício ao bem jurídico, direito próprio ou alheio e
inexigibilidade do sacrifício.
16. Ainda no que se refere à Teoria do Crime, assinale a alternativa incorreta.
a) Se o fato é cometido sob coação irresistível, só é punível o autor da coação
b) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço
c) Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico,
só é punível o autor da ordem
d) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem
e) Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo iminente, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, era razoável exigir-se
17. Bruna, com 19 anos de idade, grávida, e Celso, com 17 anos de idade, combinaram de subtrair bens de uma
residência cujos moradores estavam viajando. Bruna ficou responsável por vigiar a entrada da casa e pegar os
objetos que Celso lhe entregasse pela janela. Quando Celso estava dentro da casa, foi surpreendido pela
empregada da família e acabou por acertar-lhe a cabeça com um objeto pontiagudo, causando-lhe a morte. Bruna
somente tomou conhecimento do fato quando Celso lhe narrou o ocorrido ao chegarem com os objetos a um
esconderijo.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
Celso não tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato, sendo cabível, portanto, a redução de pena
pelas condutas praticadas por ele.
18. Juliana, depois de descobrir uma traição por parte de sua esposa, embebedou-se e decidiu riscar o carro de
seu cônjuge durante a noite. De acordo com o Código Penal,
a) Juliana é imputável
b) Juliana é inimputável pela emoção e paixão com que foi movida.
c) Juliana é inimputável pela embriaguez.
d) Juliana responde pelo crime com a pena reduzida de um terço à metade.
19. Com base nos conceitos de tipicidade, ilicitude e culpabilidade, assinale a opção correta.
a) A coação moral irresistível exclui a conduta dolosa do agente, uma vez que, embora tenha consciência,
ele não tem a vontade de agir em desconformidade com o direito.
b) Atua com dolo eventual o agente que, querendo um resultado criminoso, entre os previstos, se conforma
com qualquer resultado objetivo que ocorrer.
c) O cumprimento legal de ordem de superior hierárquico, não manifestamente ilegal, exclui a tipicidade,
pois o inferior hierárquico cumpre a ordem nos exatos limites da lei, sendo-lhe inexigível outra conduta.
d) O agente que ultrapassar os limites de uma causa justificante, por acreditar que agia conforme o direito,
incorre em erro de proibição, que constitui uma causa exculpante, se escusável.
e) O agente que, diante do risco atual de colidência de bens jurídicos, sacrificar um bem jurídico de menor
valor para salvar o de maior valor não comete crime, pois atua diante da inexigibilidade de conduta
diversa.
20. No que diz respeito a aspectos relacionados à Teoria do Crime, assinale a alternativa incorreta.
a) Responde pelo crime o terceiro que determina o erro
b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei
c) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o
crime
d) Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência
e) É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que,
se existisse, tornaria a ação legítima. Há igualmente isenção de pena quando o erro deriva de culpa,
ainda que o fato seja punível como crime culposo