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UERJ - Cálculo2 Vol2

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lOMoARcPSD|49532657

CÁLCULO II: VOLUME II

MAURICIO A. VILCHES - MARIA LUIZA CORRÊA

Departamento de Análise - IME


UERJ

Baixado por Iago Emanuel ([email protected])


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Baixado por Iago Emanuel ([email protected])


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Copyright by Mauricio A. Vilches c


Todos os direitos reservados
Proibida a reprodução parcial ou total

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PREFÁCIO

"Por favor, poderia me dizer que caminho devo seguir agora?


Isso depende bastante de até onde você quer chegar."
Lewis Carrol - Alice no País das Maravilhas

Esta notas são a continuação natural dos livros CÁLCULO I: VOLUME I e CÁLCULO
I: VOLUME II, que é pré-requisito para este livro.
Da mesma forma que o Cálculo Diferencial e Integral de uma variável, os conceitos
centrais do Cálculo Diferencial e Integral de várias variáveis são relativamente pro-
fundos e não se espera que possam ser assimilados de uma só vez. Neste nível, o
importante é que o leitor desenvolva a habilidade de calcular e adquira a compreensão
geométrica dos problemas.
Esperamos que o livro permita ao leitor um acesso rápido e agradável ao Cálculo Di-
ferencial e Integral de uma variável.
Não podemos deixar de recomendar aos alunos a utilização, criteriosa, dos softwares
de Cálculo existente no mercado, pois eles são um complemento útil ao aprendizado
da disciplina.
Desejamos agradecer aos nossos colegas do Departamento de Análise e do IME-UERJ
que, de algum modo, nos motivaram e deram condições para escrever estas notas e à
Sra. Sonia Maria Alves pela digitação.
Certamente, todos os erros são exclusivamente de responsabilidade dos autores.

Mauricio A. Vilches - Maria Luiza Corrêa


Rio de Janeiro

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Conteúdo

1 INTEGRAÇÃO DUPLA 7
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2 Integração Dupla sobre Retângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Significado Geométrico da Integral Dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Integrais Iteradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Teorema de Fubini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.6 Extensão do Teorema de Fubini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.7 Integração Dupla sobre Regiões mais Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.8 Regiões de tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.9 Regiões de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.10 Regiões de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.11 Regiões Elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.12 Extensão da Integral Dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.13 Integral Dupla e Volume de Sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.13.1 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.14 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

2 MUDANÇA DE COORDENADAS 45
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.2 Jacobiano da Mudança de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.3 Mudança de Coordenadas e Integrais Duplas . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.4 Mudança Linear de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
2.5 Mudança Polar de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
2.6 Regiões Limitadas por Círculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
2.7 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
2.8 Exercícios de Mudança de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
2.9 Outras Aplicações da Integral Dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
2.10 Massa Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.11 Momento de Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.11.1 Centro de Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.12 Momento de Inércia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

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6 CONTEÚDO

2.13 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

3 INTEGRAÇÃO TRIPLA 97
3.1 Integração Tripla sobre Paralelepípedos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3.2 Integrais Triplas sobre Regiões mais Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.2.1 7.2.1 Regiões Elementares no Espaço . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.2.2 Regiões de tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.2.3 Regiões de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3.2.4 Regiões de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3.2.5 Região de tipo IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
3.3 Extensão da Integral Tripla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
3.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

4 MUDANÇA DE COORDENADAS 115


4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
4.2 Coordenadas Cilíndricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.3 Coordenadas Esféricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
4.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

5 APÊNDICE 139
5.1 Limite e Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
5.2 Diferenciabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
5.3 Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

Bibliografia 159

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Capítulo 1

INTEGRAÇÃO DUPLA

1.1 Introdução
As integrais duplas tem inúmeras aplicações em diversas Áreas da Ciência, como por
exemplos na Geometria e a Física. Na Geometria as integrais duplas podem ser utiliza-
das no cálculo de áreas de regiões planas, e do vólume de sólidos no espaço. Na Física
podem ser utilizadas para cálcular massa, momentos de massa e de inercia de regiões
planas.
Inicialmente, estudaremos o conceito de integração dupla para funções, que tem como
domínio, retângulos, posteriormente extenderemos o conceito para outros tipos de do-
mínios bem mais gerais.
Estudaremos nos próximos parágrafos, como reconhecer o domínio de integração das
integrais duplas, pois saber reconhecer estes domínios é fundamental para cálculo das
integrais duplas.

1.2 Integração Dupla sobre Retângulos


Denotemos por:

R = [a, b] × [c, d] = {(x, y) ∈ R2 /a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d}

um retângulo em R2 .
Consideremos P1 = {x0 , x1 , ...., xn } e P2 = {y0 , y1 , ...., yn } partições de ordem n de [a, b]
e [c, d] respectivamente, tais que:

a = x0 < x1 < . . . . . . < xn = b e c = y 0 < y1 < . . . . . . < y n = d

e:

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8 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

b−a d−c
xi+1 − xi = e yj+1 − yj = .
n n

yj+1 R
R ij
yj

c
a xi x i+1 b

Figura 1.1: Partição de R

Note que se P1 determina n sub-intervalos e P2 determina m sub-intervalos, então


P1 × P2 determina n · m sub-retângulos.

Definição 1.1. O conjunto P1 × P2 é denominada partição do retângulo R de ordem n.

Observações 1.1.

1. Lembremos que f : A ⊂ R2 −→ R é uma função limitada se existe k ∈ R tal que


|f (x, y)| ≤ k, para todo (x, y) ∈ A.

2. Isto é, se f é limitada, então G(f ) está contido entre os planos paralelos z = ±k.

3. A função f (x, y) = sen(x y) é limitada. De fato, temos que |f (x, y)| ≤ 1, para todo
(x, y) ∈ R2 .
2 +y 2 )
4. A função f (x, y) = e−(x é limitada. De fato, temos que 0 < f (x, y) ≤ 1, para
todo (x, y) ∈ R2 .

Consideremos a função limitada:

f : R ⊂ R2 −→ R,

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1.2. INTEGRAÇÃO DUPLA SOBRE RETÂNGULOS 9

os n2 sub-retângulos:

Rij = [xi , xi+1 ] × [yj , yj+1 ]

e cij ∈ Rij arbitrário tal que i, j = 0, ...., n − 1.

Definição 1.2. A soma:


n−1 X
X n−1
Sn = f (cij ) ∆ x ∆ y,
i=0 j=0

onde:

b−a d−c
∆x = e ∆y = .
n n

é dita soma de Riemann de f sobre R.

Definição 1.3. Uma função f : R ⊂ R2 −→ R limitada é integrável sobre R se


n−1 X
X n−1
lim Sn = lim f (cij ) ∆ x ∆ y,
n→+∞ n→+∞
i=0 j=0

existe independente da escolha de cij ∈ Rij e da partição.

Definição 1.4. Se f íntegrável sobre R, denotamos este limite por:


ZZ
f (x, y) dx dy,
R

que é denominada integral dupla de f sobre R.

Teorema 1.1. Seja R ⊂ R2 é um retângulo e f : R ⊂ R2 −→ R é contínua, então f é


integrável sobre R.
A prova deste teorema pode ser vista em [EL].

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10 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

1.3 Significado Geométrico da Integral Dupla


Seja:

f : R ⊂ R2 −→ R

contínua tal que f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ R.


A existência da integral dupla de f sobre R tem um significado geométrico direto.
Consideramos o sólido W ⊂ R3 definido por:

W = {(x, y, z) ∈ R3 / a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d, 0 ≤ z ≤ f (x, y)}

Figura 1.2: Vista do sólido W

W é um conjunto fechado e limitado superiormente pelo gráfico da função z = f (x, y),


inferiormente pelo retângulo R e lateralmente pelos planos x = a, x = b, y = c e y = d.
Se denotamos por V (W ) o volume de W , então:
ZZ
V (W ) = f (x, y) dx dy
R

Observemos primeiramente, que os conjuntos Rij são fechados e limitados, por outro
lado, as restrições de f a estes sub-intervalos são contínuas, então, pelo Teorema de
Weierstrass f atinge seu máximo e seu mínimo sobre Rij .

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1.3. SIGNIFICADO GEOMÉTRICO DA INTEGRAL DUPLA 11

Escolhendo cij como o ponto onde f atinge seu máximo sobre Rij , então:

f (cij ) × ∆x × ∆y

é o volume de cada paralelepípedo de base Rij e altura f (cij ).

Figura 1.3: Partição e os paralelepípedos de W , respectivamente

n−1 X
X n−1
Sn = f (cij ) ∆x ∆y
i=0 j=0

é o volume do sólido circunscrito a W .


Analogamente se eij é o ponto onde f atinge seu mínimo sobre Rij (pois R é fechado,
limitado e f é contínua), então:
n−1 X
X n−1
sn = f (eij ) ∆x ∆y
i=0 j=0

é o volume do sólido inscrito em W .


Como f é integrável, os limites das somas de Riemann Sn e sn independem da escolha
de cij e eij :

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12 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

ZZ
lim Sn = lim sn = f (x, y) dx dy.
n→∞ n→∞ R

Em outras palavras os volumes dos sólidos inscritos e circunscritos a W , tendem ao


mesmo limite. Portanto, é razoável chamar este limite de volume de W .

Figura 1.4: Partição e os paralelepípedos de W , respectivamente

Figura 1.5: Reconstrução do sólido

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1.3. SIGNIFICADO GEOMÉTRICO DA INTEGRAL DUPLA 13

Figura 1.6: Reconstrução do sólido

Observações 1.2.

1. Novamente notamos que é possível mostrar rigorosamente que o significado ge-


ométrico da integral dupla independe da escolha da partição e dos pontos cij e
eij .

2. A integral dupla tem propriedades análogas às das integrais das funções de uma
variável.

Proposição 1.1.

1. Linearidade da integral dupla. Se f e g são funções integraveis sobre R então


para todo α, β ∈ R, α f + β g é integrável sobre R, e:

ZZ ZZ ZZ

α f (x, y) + β g(x, y) dx dy = α f (x, y) dx dy + β g(x, y) dx dy
R R R

2. Se f e g são integráveis sobre R e g(x, y) ≤ f (x, y), para todo (x, y) ∈ R, então:

ZZ ZZ
g(x, y) dx dy ≤ f (x, y) dx dy
R R

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14 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

3. Se R é subdividido em k retângulos e f é integrável sobre cada Ri , i = 1, ..., k


então f é integrável sobre R e,

ZZ k ZZ
X
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy
R i=1 Ri

1.4 Integrais Iteradas


Uma integral iterada de f sobre R é uma integral do tipo:
Z d Z b 
f (x, y) dx dy.
c a

Z b
Para calculá-la fixamos y e calculamos a integral f (x, y) dx como integral de uma
a
veriável em x; o resultado é uma função de y que é novamente integrada em y, com
limites de integração c e d.
Z b Z d 
A integral f (x, y) dy dx é calculada de forma análoga.
a c

Exemplo 1.1.
Z 2 Z 3 
2
[1] Calcule x y dy dx.
0 1
3 3 Z 2 Z 3  2
32
Z Z Z
2 2 2 2
x y dy = x y dy = 4x e x y dy dx = 4x2 dx = .
1 1 0 1 0 3

Z π Z π 
[2] Calcule cos(x + y) dx dy.
0 0
Z π x=π
cos(x + y) dx = sen(x + y) = sen(y + π) − sen(y),
0 x=0

e
Z π Z π  Z π
cos(x + y) dx dy = (sen(y + π) − sen(y)) dy = −4.
0 0 0

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1.4. INTEGRAIS ITERADAS 15


Z 1 Z 1 
2 2
[3] Calcule (x + y ) dx dy.
−1 −2
1 x=1
x3
Z
2 2
+ x y2 = 3 + 3 y2

(x + y ) dx =
−2 3 x=−2

e
Z 1 Z 1  Z 1
2 2
(x + y ) dx dy = (3 + 3 y 2 ) dy = 8.
−1 −2 −1

π
Z
3
Z 4 
2 ρ3
[4] Calcule ρ e sen(φ) dρ dφ.
π
6
0

4 4 3 4

Z Z
2 ρ3 2 ρ3
ρ e sen(φ) dρ = sen(φ) ρ e dρ = sen(φ) ;
0 0 3 0

logo:
4
e64 − 1
Z
3
ρ2 eρ sen(φ) dρ == sen(φ)
0 3
e
π π
4
e64 − 1
Z Z  Z
3 3
2 ρ3
ρ e sen(φ) dρ dφ = sen(φ) dφ
π
6
0 3 π
6

logo:
π
4

(e64 − 1) ( 3 − 1)
Z Z 
3
2 ρ3
ρ e sen(φ) dρ dφ = .
π
6
0 6

Z 1 Z √1−y2 p 
[5] Calcule 1− y2
dx dy.
0 0
Z √1−y2 p
1 − y 2 dx = 1 − y 2
0

e:
Z 1 Z √1−y2 p  Z 1
2
e 2
1 − y dx dy = (1 − y 2 ) dy = .
0 0 0 3

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16 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

[6] Seja a função f : [0, 1] × [0, 1] −→ R definida por:


(
1 se x ∈ Q
f (x, y) =
2y se x ∈/ Q.

Então:
Z 1


 dy = 1 se x ∈ Q
1
Z 
 0
dy =
0 
 Z 1
se x ∈


 2 y dy = 1 / Q.
0
Z 1 Z 1 
Logo, dy dx = 1.
0 0
1
1
Z
Por outro lado f (x, y) dx não existe, exceto quando y = ; logo,
0 2
Z 1Z 1 
dx dy
0 0

não existe. Em geral, nada garante a existência das integrais iteradas.

1.5 Teorema de Fubini


O seguinte teorema fundamental relaciona a integral dupla com as integrais iteradas,
o que facilitará seu cálculo.

Teorema 1.2. (Fubini): Seja f : R −→ R contínua sobre R. Então:


ZZ Z d Z b  Z b Z d 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx
R c a a c

Prova: Veja o apêndice.

Observações 1.3.
1. Uma visualização geométrica do teorema de Fubini pode ser feita usando o prin-
cípio de Cavalieri: “ Dado um sólido, se denotamos por A(y) a área da seção
transversal ao sólido, medida a uma distância y de um plano de referência, o vo-
Rd
lume do sólido é dado por: V = c A(y) dy, onde c e d são as distâncias mínima e
máxima ao plano de referência”.

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1.5. TEOREMA DE FUBINI 17

2. Se f é uma função contínua e f (x, y) ≥ 0 em todo R, então:


ZZ
f (x, y) dx dy
R

representa o volume do sólido W :

W = {(x, y, z) ∈ R3 /a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d, 0 ≤ z ≤ f (x, y)}.

c d
a

R
b

Figura 1.7:

3. Se intersectamos o sólido por um plano paralelo ao plano yz a uma distância x


da origem, obtemos uma seção plana que tem como área:

Z d
A(x) = f (x, y) dy.
c

Pelo princípio de Cavalieri, o volume total do sólido é:

ZZ Z b Z b Z d 
f (x, y) dx dy = A(x) dx = f (x, y) dy dx.
R a a c

4. Analogamente, se intersectamos o sólido por um plano paralelo ao plano xz a


uma distância y da origem obtemos uma seção plana de área:

Z b
A(y) = f (x, y) dx.
a

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18 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

Pelo princípio de Cavalieri:

ZZ Z d Z d Z b 
f (x, y) dx dy = A(y) dy = f (x, y) dx dy.
R c c a

Exemplo 1.2.
ZZ
[1] Calcule dx dy, onde R = [a, b] × [c, d].
R
ZZ Z b Z d  Z b
dx dy = dy dx = (d − c) dx = (b − a) (d − c);
R a c a

ZZ
numericamente a integral dupla dx dy, corresponde a área de R ou ao volume do
R
paralelepípedo de base R e altura 1.
ZZ
[2] Calcule f (x, y) dx dy, onde R = [a, b] × [c, d] e f (x, y) = h, h constante positiva.
R
ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = h dx dy = h × A(R) = h (b − a) (d − c),
R R

onde a última igualdade expressa o volume do paralelepípedo de base R e altura h.


ZZ
[3] Calcule (x y + x2 ) dx dy, onde R = [0, 1] × [0, 1].
R

ZZ Z 1 Z 1 
2 2
(x y + x ) dx dy = (x y + x ) dx dy
R 0 0

Z 1 x=1
x2 y x3

= + dy
0 2 3 x=0

Z 1 
y 1 7
= + dy = .
0 2 3 12

7
O número representa o volume do sólido limitado superiormente pelo gráfico da
12
função f (x, y) = x y + x2 , tal que (x, y) ∈ [0, 1] × [0, 1] e pelos planos coordenados.

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1.5. TEOREMA DE FUBINI 19

Figura 1.8: Sólido do exemplo [3]

ZZ
[4] Calcule x y 2 dx dy, onde R = [−1, 0] × [0, 1].
R

Z 1 Z 0  1
1 1
ZZ Z
2 2
x y dx dy = x y dx dy = − y 2 dy = − .
R 0 −1 2 0 6

ZZ
[5] Calcule sen(x + y) dx dy, onde R = [0, π] × [0, 2π].
R

ZZ Z 2π Z π 
sen(x + y) dx dy = sen(x + y) dx dy
R 0 0
Z 2π
= (cos(y) − cos(y + π)) dy = 0.
0

[6] Calcule o volume do sólido limitado superiormente por z = 1 − y e inferiormente


pelo retângulo definido por 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ 1.

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20 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

Figura 1.9: Sólido do exemplo [6]

O sólido está limitado superiormente pelo plano z = 1 − y e inferiormente pelo retân-


gulo R = [0, 1] × [0, 1]; então, o volume V é:
Z 1 Z 1  Z 1
1
ZZ
V = (1 − y) dx dy = (1 − y) dx dy = (1 − y) dy = u.v.
R 0 0 0 2

[7] Calcule o volume do sólido limitado por z = x2 + y 2 e pelos planos x = 0, x = 3,


y = 0 e y = 1.

Figura 1.10: Sólido do exemplo [7]

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1.6. EXTENSÃO DO TEOREMA DE FUBINI 21

R = [0, 3] × [0, 1]. O volume é:


ZZ Z 1 Z 3  Z 1
2 2 2 2
V = (x + y ) dx dy = (x + y ) dx dy = (9 + 3y 2 ) dy = 10 u.v.
R 0 0 0

u.v. =unidades de volume.


[8] Calcule o volume do sólido limitado por z = 1 − y 2 e pelos planos x = −1, x = 1,
y = −1 e y = 1.

Figura 1.11: Sólido do exemplo [8]

R = [−1, 1] × [−1, 1]. O volume é:


Z 1 Z 1  Z 1
8
ZZ
2 2
V = (1 − y ) dx dy = (1 − y ) dx dy = 2 (1 − y 2 ) dy = u.v.
R −1 −1 −1 3

1.6 Extensão do Teorema de Fubini


Antes de estudar a integral dupla em regiões mais gerais enunciaremos uma generera-
lização do teorema 1.1.

Definição 1.5. Seja A ⊂ R tal que R = [a, b] × [c, d]. O conjunto A ⊂ R tem conteúdo
nulo se existe um número finito de sub-retângulos Ri ⊂ R, (1 ≤ i ≤ n) tais que:
A ⊂ R1 ∪ R2 ∪ . . . ∪ Rn−1 ∪ Rn e:
n
X
lim |Ri | = 0;
n→+∞
i=1

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22 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

onde |Ri | é a área de Ri .

Exemplo 1.3.

[1] Se A = {p1 , p2 , ......., pm }, tal que pi ∈ R, (1 ≤ i ≤ m).


O conjunto A tem conteúdo nulo. De fato, utilizando uma partição de ordem n de R
como antes, temos:

(b − a) (d − c)
|Ri | = ,
n2

1 ≤ i ≤ n. Como cada ponto pode estar no máximo em quatro sub-retângulos, então:


n
X 4 m (b − a) (d − c)
0< |Ri | ≤ .
i=1
n2

Logo:
n
X
lim |Ri | = 0.
n→+∞
i=1

[2] ∂R tem conteúdo nulo.

yj+1 R
Rij
yj

c
a xi x i+1 b

Figura 1.12: ∂R

Os pontos de ∂R estão distribuido em 4 n − 4 sub-retângulos Rij :


n
X (4 n − 4) (b − a) (d − c) 4 (b − a) (d − c)
0< |Ri | ≤ 2
≤ ,
i=1
n n

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1.7. INTEGRAÇÃO DUPLA SOBRE REGIÕES MAIS GERAIS 23

n−1
pois < 1. Logo:
n
n
X
lim |Ri | = 0.
n→+∞
i=1

É possível provar que o gráfico de uma função contínua f : [a, b] −→ R tem conteúdo
nulo.

Figura 1.13: G(f )

Teorema 1.3. Se f : R −→ R é uma função limitada e o conjunto onde f é descontínua


tem conteúdo nulo, então f é integrav́el sobre R.
Prova: Veja [EL] na bibliografia.

1.7 Integração Dupla sobre Regiões mais Gerais


Definiremos três tipos especiais de subconjuntos do plano, que serão utilizados para
estender o conceito de integral dupla sobre retângulos a regiões mais gerais

1.8 Regiões de tipo I


Seja D ⊂ R2 . D é uma região de tipo I se pode ser descrita por:

D = {(x, y) ∈ R2 /a ≤ x ≤ b, φ1 (x) ≤ y ≤ φ2 (x)}

sendo φi : [a, b] −→ R (i = 1, 2) funções contínuas tais que φ1 (x) ≤ φ2 (x) para todo
x ∈ [a, b].

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24 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

φ
2

φ2

D
D

φ
1 φ1
a b a b

Figura 1.14: Regiões de tipo I

1.9 Regiões de tipo II


D é uma região de tipo II se pode ser descrita por:

D = {(x, y) ∈ R2 /c ≤ y ≤ d, ψ1 (y) ≤ x ≤ ψ2 (y)}

sendo ψi : [c, d] −→ R (i = 1, 2) funções contínuas tais que ψ1 (y) ≤ ψ2 (y) para todo
y ∈ [c, d].

D ψ D ψ
ψ ψ 2
1 2 1

Figura 1.15: Regiões de tipo II

1.10 Regiões de tipo III


D é uma região de tipo III se pode ser descrita como região de tipo I ou de tipo II.

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1.11. REGIÕES ELEMENTARES 25

1.11 Regiões Elementares


Observações 1.4.

1. As regiões de tipos I, II ou III são chamadas elementares.

2. As regiões elementares são fechadas e limitadas.

Exemplo 1.4.

[1] A região limitada pelas curvas y = x2 e y = 4 x − x2 pode ser descrita como de tipo
I:
A interseção das curvas é dada pela solução do sistema:
(
y = x2
y = 4 x − x2 ,

do qual obtemos: x = 0 e x = 2; logo, D = {(x, y) ∈ R2 / 0 ≤ x ≤ 2, x2 ≤ y ≤ 4x − x2 }.

0.5 1.0 1.5 2.0

Figura 1.16: Região de tipo I

[2] Seja a região D limitada pelas seguintes curvas: y 2 − x = 1 e y 2 + x = 1.


A região pode ser descrita por:

D = {(x, y) ∈ R2 / − 1 ≤ y ≤ 1, y 2 − 1 ≤ x ≤ 1 − y 2 };

D é uma região de tipo II.

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26 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

1.5

1.0

0.5

-1.0 -0.5 0.5 1.0

-0.5

-1.0

-1.5

Figura 1.17: Região de tipo II

[3] A região D limitada pela reta x + y = 2 e pelos eixos coordenados, no primeiro


quadrante, pode ser descrita como de tipo II:

D = {(x, y) ∈ R2 /0 ≤ y ≤ 2, 0 ≤ x ≤ 2 − y}.

2.0

1.5

1.0

0.5

0.5 1.0 1.5 2.0

Figura 1.18: Região de tipo III

[4] A região D limitada pelas curvas y = x − 1 e y 2 = 2 x + 6, pode ser descrita como


de tipo II.
A interseção das curvas é dada pela solução do sistema:
(
y =x−1
y 2 = 2 x + 6,

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1.11. REGIÕES ELEMENTARES 27

do qual obtemos: x = −1 e x = 5; logo:

y2
D = {(x, y) ∈ R2 / − 2 ≤ y ≤ 4, − 3 ≤ x ≤ y + 1}.
2

-2 2 4 6

-1

-2

Figura 1.19: Região de tipo II

[5] Seja D a região limitada pela curva x2 + y 2 = 1; esta região é do tipo III. De fato:

De tipo I:

√ √
D = {(x, y) ∈ R2 / − 1 ≤ x ≤ 1, φ1 (x) = − 1 − x2 ≤ y ≤ φ2 (x) = 1 − x2 }.

De tipo II:

p p
D = {(x, y) ∈ R2 / − 1 ≤ y ≤ 1, ψ1 (y) = − 1 − y 2 ≤ x ≤ ψ2 (y) = 1 − y 2 }.

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28 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

1.0

0.5

-1.0 -0.5 0.5 1.0

-0.5

-1.0

Figura 1.20: Região de tipo III

1.12 Extensão da Integral Dupla


Seja D uma região elementar tal que D ⊂ R, onde R é um retãngulo e f : D −→ R uma
função contínua (logo limitada). Definamos f ∗ : R −→ R por:
(
∗ f (x, y) se (x, y) ∈ D
f (x, y) =
0 se (x, y) ∈ R − D.
f ∗ é limitada e contínua, exceto, possivelmente, em ∂D; mas se ∂D consiste de uma
união finita de curvas que são gráficos de funções contínuas, pelo teorema 1.1, f ∗ é
integrável sobre R.

R
R
D D

Figura 1.21: Gráficos de f e f ∗ , respectivamente

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 29

Definição 1.6. f : D −→ R é integrável sobre D se f ∗ é integrável sobre R e em tal caso


definimos:
ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = f ∗ (x, y) dx dy.
D R

Se R1 é outro retângulo tal que D ⊂ R1 e f1∗ : R1 −→ R é definida como antes, então:


ZZ ZZ

f (x, y) dx dy = f1∗ (x, y) dx dy,
R R1

pois f ∗ = f1∗ = 0 onde R e R1 diferem.

f* =f* =0
1
R

R1

Figura 1.22: Região de tipo III


ZZ
Logo, f (x, y) dx dy não depende da escolha do retângulo.
D

1.13 Integral Dupla e Volume de Sólidos


Proposição 1.2. Se f : D −→ R é uma função contínua e limitada sobre D, então:

1. Se D é uma região de tipo I:

ZZ Z b Z φ2 (x) 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx
D a φ1 (x)

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30 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

2. Se D é uma região de tipo II:

ZZ Z d Z ψ2 (y) 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy
D c ψ1 (y)

Para a prova, veja o apêndice.

Corolário 1.1. Se f (x, y) = 1 em todo D, então:


ZZ
dx dy = Área(D)
D

ZZ Z b
De fato, se D é de tipo I, temos

dx dy = φ2 (x) − φ1 (x) dx = A(D).
D a

Corolário 1.2. Se f (x, y) ≥ 0 e é contínua em D, podemos novamente interpretar a


integral dupla de f sobre D como o volume do sólido W limitado superiormente pelo
gráfico de f e inferiormente por D.

W = {(x, y, z) ∈ R3 /(x, y) ∈ D, 0 ≤ z ≤ f (x, y)}

D é a projeção de W sobre o plano xy e:


ZZ
V (W ) = f (x, y) dx dy
D

1.13.1 Exemplos
Z 1 Z 1 
x2
[1] Calcule e dx dy. A integral não pode ser calculada na ordem dada. Ob-
0 y
serve que:
ZZ Z 1 Z 1 
x2 x2
e dx dy = e dx dy.
D 0 y

A região D, onde está definida a integral, é de tipo II: 0 ≤ y ≤ 1 e y ≤ x ≤ 1.

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 31

1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2

Figura 1.23: Região D

A região D é de tipo III; logo, D também é de tipo I. De fato: 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ x e:


Z 1 Z x  1
e−1
ZZ Z
x2 x2 2
e dx dy = e dy dx = x ex dx = .
D 0 0 0 2

Z 1 Z 1 
sen(y)
[2] Calcule dy dx.
0 x y

1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Figura 1.24: Região D

A região D, onde está definida a integral é de tipo I: 0 ≤ x ≤ 1 e x ≤ y ≤ 1. Por outro


lado, D é de tipo III, logo D também é de tipo II: 0 ≤ y ≤ 1 e 0 ≤ x ≤ y, logo:

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32 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

Z 1 Z 1  Z 1 Z y 
sen(y) sen(y)
dy dx = dx dy
0 x y 0 0 y

Z 1
= sen(y) dy = 1 − cos(1).
0

ZZ p
[3] Calcule 1 − y 2 dx dy, onde D é a região limitada por x2 + y 2 = 1 no primeiro
D
quadrante.

1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Figura 1.25: Região D

Consideramos D como região de tipo II:


p
D = {(x, y) ∈ R/0 ≤ y ≤ 1, 0 ≤ x ≤ 1 − y 2 }.

Pela proposicão:

ZZ p Z 1 Z √1−y2 p 
1− y2 dx dy = 1− y2 dx dy
D 0 0

1
2
Z
= (1 − y 2 ) dy = .
0 3

Note que se escrevemos D como região de tipo I, a integração é muito mais complicada.

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 33


ZZ
[4] Calcule (x + y)2 dx dy, se D é a região limitada por y = x, 2 y = x + 2 e o eixo
D
dos y.

2.0

1.5

1.0

0.5

0.5 1.0 1.5 2.0

Figura 1.26: Região D

As retas se intersectam no ponto (2, 2). Escrevendo D como região de tipo I:

x
D = {(x, y) / 0 ≤ x ≤ 2, x ≤ y ≤ + 1}.
2

Logo:

Z 2 Z x
ZZ
2
+1 
2 2
(x + y) dx dy = (x + y) dy dx
D 0 x

Z 2 
1 3x 3 3 21
= + 1 − 8x dx = .
3 0 2 6

[5] Determine o volume do sólido limitado por y−x+z = 1 e pelos planos coordenados.

Para ter uma visão geométrica do problema, fazemos o desenho do sólido, que é li-
mitado superiormente pelo plano que passa pelos pontos (0, 0, 1), (0, 1, 0), (−1, 0, 0) e
inferiormente pelo plano z = 0.

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34 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

-1

Figura 1.27: O sólido e a região, respectivamente

A integral dupla representa o volume do sólido limitado superiormente pelo gráfico


da função z = f (x, y) = 1 + x − y e, inferiormente pela região D projeção de W no
plano xy.

W = {(x, y, z) ∈ R3 / (x, y) ∈ D, 0 ≤ z ≤ 1 + x − y},

onde:

D = {(x, y) ∈ R2 / − 1 ≤ x ≤ 0, 0 ≤ y ≤ x + 1}

é região do tipo I. Logo, o volume é:

ZZ
V (W ) = (1 + x − y) dx dy
D

Z 0 Z x+1 
= (1 + x − y) dy dx
−1 0

0
1 1
Z
= (x + 1)2 dx = u.v.
2 −1 6

[6] Determine o volume do sólido limitado por z = 2 x + 1, x = y 2 e x − y = 2.

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 35

Figura 1.28: O sólido

Vista da reigião D:

1 2 3 4

Figura 1.29: A região D

Observe que z = f (x, y) = 2 x + 1 e


ZZ
V (W ) = (2 x + 1) dx dy,
D

onde D é a projeção do sólido no plano xy. Considerando D como região do tipo II, ela
é definida por:

D = {(x, y) ∈ R2 / − 1 ≤ y ≤ 2, y 2 ≤ x ≤ y + 2}.

O volume é:

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36 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

ZZ
V (W ) = (2x + 1) dx dy
D

Z 2 Z y+2 
= (2 x + 1) dx dy
−1 y2

2
189
Z
= (5 y + 6 − y 4 ) dy = u.v.
−1 10

[7] Calcule o volume do sólido que está acima do plano xy e é limitado por z = x2 +4 y 2
e x2 + 4 y 2 = 4.

O gráfico de z = x2 + 4 y 2 é um parabolóide elítico e o de x2 + 4 y 2 = 4 é um cilindro


elítico.

Figura 1.30: O sólido

Vista da rigião D:

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 37

-2 2

-1

Figura 1.31: A região D

Pela simetria do sólido, calculamos o volume no primeiro octante e multiplicamos o


resultado por 4.

Figura 1.32: A região D

D é a projeção do cilindro no plano xy. D é do tipo I:


4 − x2
D = {(x, y) / 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ }.
2

e:

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38 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

ZZ
V =4 (x2 + 4y 2 ) dx dy
D


Z 2 Z 4−x2 
2
2 2
=4 (x + 4 y ) dy dx
0 0

3
Z 2
2
√ (4 − x2 ) 2 
=2 x 4− x2 + dx
0 3

= 4 π u.v.

[8] Calcule a área da região plana limitada pelas curvas y = x2 e y = 4 x − x2 .

As curvas são parábolas:


(
y = x2
y = 4 x − x2 ,

os pontos de interseção das curvas são: (0, 0) e (2, 4).

0.5 1.0 1.5 2.0

Figura 1.33: A região D

D é do tipo I: 0 ≤ x ≤ 2 e x2 ≤ y ≤ 4x − x2 .

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 39

ZZ Z 2 Z 4x−x2 
A= dx dy = dy dx
D 0 x2

2
8
Z
=2 (2x − x2 ) dx = u.a.
0 3

[9] Calcule o volume do sólido obtido pela interseção dos cilindros:

x2 + y 2 = a2 e x2 + z 2 = a2 , a 6= 0.

O sólido determinado pela interseção dos cilindros:

Figura 1.34: O sólido do exemplo [9]

Como o sólido é simétrico em relação à origem, calculamos o volume da porção do


sólido no primeiro octante e multiplicamos o resultado por 8.

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40 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

Figura 1.35: O sólido no primeiro octante


Claramente D é região do tipo I: D = {(x, y) / 0 ≤ x ≤ a, 0 ≤ y ≤ a2 − x2 }.

Figura 1.36: A região D


A altura do sólido W é dada por z = f (x, y) = a2 − x2 e:

ZZ √
V =8 a2 − x2 dx dy
D

Z a Z a2 −x2 √ 
=8 a2 − x2 dy dx
0 0

a
16 a3
Z
2 2
=8 (a − x ) dx = u.v.
0 3

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1.13. INTEGRAL DUPLA E VOLUME DE SÓLIDOS 41

[10] Calcule o volume do sólido limitado por 3 x + 4 y = 10, z = x2 + y 2 e situado acima


do plano xy, no primeiro octante.

Figura 1.37: Sólido e região do exemplo [10], respectivamente

D é uma região do tipo II:

5 10 − 4 y
D = {(x, y) / 0 ≤ y ≤ , 0 ≤ x ≤ };
2 3

logo:

ZZ Z 5 Z 10−4 y 
2 3
2 2 2 2
V = (x + y ) dx dy = (x + y ) dx dy
D 0 0

5
2
Z
2
43 y 2 − 80 y + 100 dy
  
=− 2y − 5
81 0

5
2 15625
Z
2
86 y 3 − 375 y 2 + 600 y − 500 dy =
 
=− u.v.
81 0 1296

[11] Calcule o volume do sólido limitado por z − x y = 0, z = 0, y = x2 e y 2 − x = 0.

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42 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA

Figura 1.38: Sólido do exemplo [11]



D é uma região do tipo I: D = {(x, y) / 0 ≤ x ≤ 1, x2 ≤ y ≤ x}.

Figura 1.39: Região D

Logo:

Z 1 Z √
ZZ x 
V = x y dx dy = x y dy dx
D 0 x2

1
1 1
Z
= [x2 − x5 ] dx = u.v.
2 0 12

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1.14. EXERCÍCIOS 43

1.14 Exercícios
ZZ
1. Calcule f (x, y) dx dy, se:
R

(a) f (x, y) = x2 y 3 e R = [0, 1] × [0, 1]

(b) f (x, y) = (x + y)2 (x2 − y 2 ) e R = [0, 1] × [0, 1]

(c) f (x, y) = x2 + 4 y e R = [0, 2] × [0, 3]

x2
(d) f (x, y) = e R = [−1, 1] × [−1, 1]
y2 + 1
(e) f (x, y) = ex y (x2 + y 2 ) e R = [−1, 3] × [−2, 1]

(f) f (x, y) = x y − y 2 e R = [0, 5] × [0, 4]

(g) f (x, y) = 5 x y 2 e R = [1, 3] × [1, 4]

(h) f (x, y) = 2 x + c2 y e R = [−2, 2] × [−1, 1]

(i) f (x, y) = x2 − y 2 e R = [1, 2] × [−1, 1].

2. Calcule o volume do sólido limitado superiormente pelo gráfico da função e in-


feriormente pelo retângulo dado:

(a) z = 9 − y 2 e R = [0, 4] × [0, 2]


p

(b) z = x2 + y 2 e R = [−2, 2] × [−3, 3]

(c) z = y 2 − x2 e R = [−1, 1] × [1, 3]

(d) z = 2 x + 3 y + 6 e R = [−1, 2] × [2, 3]

(e) z = a cos(2 θ) + b sen(2 α) e R = [0, π2 ] × [0, π2 ]

(f) z = x sen(y) e R = [0, π] × [0, π]

3. Calcule as seguintes integrais mudando a ordem de integração:

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44 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO DUPLA


Z 1 Z 1  Z 1 Z 1 
2 2
(a) tg(x ) dx dy (d) sen(y ) dy dx
0 y 0 x

2 x 1 y
x2
Z Z  Z Z 
x2
(b) dy dx (e) e dx dy
1 1 y2 0 3y

Z 1 Z 1−x2  Z 3 Z 9 
2
(f)
p
(c) 1 − y 2 dy dx y cos(x ) dx dy
0 0 0 y2

4. Calcule as seguintes integrais sabendo que D é limitada pelas curvas dadas:


ZZ
(a) y dx dy; y = 2 x2 − 2, y = x2 + x
D
ZZ
x2 y2
(b) x y dx dy; a2
+ b2
= 1, x, y ≥ 0
D
ZZ
(c) x dx dy; x − y 2 = 0, x = 1
D

dx dy
ZZ
(d) ; y − x2 = 0, y = 1
D x2 + 1
ZZ
(e) (x2 + y 2 ) dx dy; y = 0, y = x − 1 e x = 1, x = 0
D
ZZ
(f) ex+y dx dy; y = 0, y = x e x − 1 = 0
D
ZZ
(g) x cos(y) dx dy; y = 0, y = x2 e x = 1
D
ZZ
(h) 4 y 3 dx dy; y = x − 6 e y 2 = x
D
ZZ
(i) (y 2 − x) dx dy; y 2 = x e x = 3 − 2 y 2
D
ZZ
(j) (x2 + 2 y) dx dy; y = 2 x2 e y = x2 + 1
D
ZZ
(k) (1 + 2 x) dx dy; x = y 2 e y + x = 2
D
ZZ
(l) dx dy; y 2 = x3 e y = x
D

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Capítulo 2

MUDANÇA DE COORDENADAS

2.1 Introdução

Seja D∗ ⊂ R2 uma região elementar no plano uv e:

x, y : D∗ −→ R,

onde x = x(u, v) e y = y(u, v) são funções contínuas e com derivadas parciais contínuas
num retângulo aberto R tal que D∗ ⊂ R.

Estas duas funções determinam uma transformação do plano uv no plano xy. De fato:

T : D∗ −→ R2 ,

onde T (u, v) = (x(u, v), y(u, v)). A transformação T é também denotada por:

(
x= x(u, v)
y= y(u, v), (u, v) ∈ D∗ .

Denotemos a imagen de D∗ por T como D = T (D∗ ), contida no plano xy.

45

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46 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

v y

D*
T
D

u x

Figura 2.1: Mudança de coordenadas

Exemplo 2.1.
Seja D∗ = [0, 1] × [0, 2π] e T (r, t) = (r cos(t), r sen(t)).
Determinemos D = T (D∗ ) no plano xy.
(
x= r cos(t)
y= r sen(t);

logo: x2 + y 2 = r2 ≤ 1; então D = {(x, y) ∈ R2 /x2 + y 2 ≤ 1}.

y

T
L D* D

Figura 2.2: Mudança do exemplo

Definição 2.1. Uma transformação T é injetiva em D∗ se:

T (u1 , v1 ) = T (u2 , v2 )
implica em u1 = u2 e v1 = v2 , para todo (u1 , v1 ), (u2 , v2 ) ∈ D∗ .

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2.2. JACOBIANO DA MUDANÇA DE COORDENADAS 47

Observação 2.1. No exemplo 2.1, temos que:

D∗ = [0, 1] × [0, 2π] e T (r, t) = (r cos(t), r sen(t)).

A transformação T não é injetiva.


De fato, T (0, t1 ) = T (0, t2 ) = (0, 0) para t1 6= t2 . Observe que:

T (L) = (0, 0), onde L = {(0, t)/0 ≤ t ≤ 2 π}.

Mas se D∗ = (0, 1] × (0, 2π], T é injetiva.

2.2 Jacobiano da Mudança de Coordenadas


Seja T : D∗ −→ D uma transformação definida por:
(
x= x(u, v)
y= y(u, v), (u, v) ∈ D∗ .

Considere a seguinte matriz:

∂x ∂x
 
 ∂u ∂v 
J(u, v) = 
 

 ∂y ∂y 
∂u ∂v
onde as derivadas parciais são calculadas nos pontos (u, v) ∈ D∗ .

Definição 2.2.

1. J é chamada matriz Jacobiana (de Jacobi) da transformação T .

2. O determinante da matriz J, dito jacobiano de T , é denotado e definido por:

∂(x, y)
= det(J(u, v)) ,
∂(u, v)

onde as derivadas parciais são calculadas nos pontos (u, v) ∈ D∗ .

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48 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Observações 2.1.

1. O jacobiano de T :

∂(x, y) ∂x ∂y ∂x ∂y
= − ,
∂(u, v) ∂u ∂v ∂v ∂u

onde as derivadas parciais são calculadas nos pontos (u, v) ∈ D∗ .

2. A importância da matriz Jacobiana de uma transformação deverá ser estudada


com mais rigor, em disciplinas mais avançadas. Por enquanto citaremos a se-
guinte proposição, sem prova:

Proposição 2.1. Se:

∂(x, y)
(u0 , v0 ) 6= 0, (u0 , v0 ) ∈ D∗ ,
∂(u, v)

então existe uma vizinhança do ponto (u0 , v0 ) tal que a restrição de T a esta vizinhança
é injetiva.

Exemplo 2.2.

[1] No exemplo 2.1, temos que:


D∗ = [0, 1] × [0, 2π] e T (r, t) = (r cos(t), r sen(t)). Logo,

∂(x, y)
= r.
∂(r, t)

Note que para todo (r, t) ∈ L temos:

∂(x, y)
= 0.
∂(r, t)

[2] Seja o quadrado D∗ = [0, 1] × [0, 1] e T (u, v) = (u + v, u − v).


(
x =u+v
y = u − v.

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2.2. JACOBIANO DA MUDANÇA DE COORDENADAS 49

Se u = 0, então y = −x; se v = 0, então y = x, se u = 1; então y = 2 − x e se v = 1, então


y = x − 2.

A região D = T (D∗ ) é a região do plano xy limitada pelas curvas y = x, y = −x,


y = x − 2 e y = 2 − x.

O jacobiano:

∂(x, y)
= −2.
∂(u, v)

-1

Figura 2.3: Regiões D∗ e D, respectivamente

[3] Seja D∗ a região limitada pelas curvas u2 − v 2 = 1, u2 − v 2 = 9, u v = 1 e u v = 4 no


primeiro quadrante, sendo T (u, v) = (u2 − v 2 , u v).

Determinemos T (D∗ ) = D, fazendo:

(
x= u2 − v 2
y= u v;

se u2 − v 2 = 1, então x = 1; se u2 − v 2 = 9, então x = 9, se u v = 1, então y = 1 e se


u v = 4, então y = 4

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50 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

1 2 3 1 9

Figura 2.4: Regiões D∗ e D, respectivamente

∂(x, y)
= 2 (u2 + v 2 ) 6= 0,
∂(u, v)

para todo (u, v) ∈ D∗ .

2.3 Mudança de Coordenadas e Integrais Duplas


O seguinte teorema nos ensina o comportamento das integrais duplas sob mudanças
de coordenadas.

Teorema 2.1. Sejam D e D∗ regiões elementares no plano, T uma transformação de


classe C 1 e injetiva em D∗ . Suponha que T (D∗ ) = D. Então, para toda função integrá-
vel f sobre D temos:

∂(x, y)
ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = f (u, v) du dv
D D∗ ∂(u, v)

onde:

∂(x, y)
∂(u, v)

é o valor absoluto do determinante Jacobiano e a função nas novas coordenadas:

f (u, v) = f (x(u, v), y(u, v)).

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2.4. MUDANÇA LINEAR DE COORDENADAS 51

Corolário 2.1. Em particular a área de D é:

∂(x, y)
ZZ ZZ
A(D) = dx dy = du dv
D D∗ ∂(u, v)

Observações 2.2.

1. É possível mostrar que o teorema anterior é ainda válido se T não é injetiva num
subconjunto de conteúdo nulo de D∗ , como no caso de L, no exemplo 1.

2. Observe que podemos ir do plano uv ao plano xy e vice-versa, pois T é bijetiva.

2.4 Mudança Linear de Coordenadas


A mudança linear é definida pela seguinte transformação:

x = x(u, v) = a1 u + b1 v
y = y(u, v) = a2 u + b2 v

onde a1 b2 − a2 b1 6= 0. Como:

∂(x, y)
= |a1 b2 − a2 b1 |,
∂(u, v)

do teorema anterior, segue:

Corolário 2.2. Se f (u, v) = f (a1 u + b1 v, a2 u + b2 v), então:

1. ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = |a1 b2 − a2 b1 | f (u, v) du dv
D D∗

2. Em particular, a área de D é:
ZZ
A(D) = |a1 b2 − a2 b1 | du dv = |a1 b2 − a2 b1 | A(D∗ )
D∗

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52 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Observação 2.2. As inversas da transformação linear são:

b2 x − b1 y

 u= u(x, y) =
a1 b2 − a2 b1



,


v = −a2 x + a1 y
v(x, y) =

a1 b2 − a2 b1

e que:
−1
∂(x, y) ∂(x, y)
= .
∂(u, v) ∂(u, v)

Exemplo 2.3.

[1] Seja D a região limitada pelas curvas y = 2 x, y = x, y = 2 x − 2 e y = x + 1, calcule:


ZZ
x y dx dy.
D

1 2 3

Figura 2.5: Região D

A presença dos termos 2 x − y e y − x sugerem a seguinte mudança:


(
u = 2x − y
v = y − x.

A nova região D∗ é limitada pelas seguintes curvas: u = 0, u = −2, v = 0 e v = 1.

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2.4. MUDANÇA LINEAR DE COORDENADAS 53

-2

Figura 2.6: Região D∗

Note que:
(
x =u+v
y = u + 2 v,
logo:

∂(x, y)
=1 e f (u, v) = (u + v) (u + 2 v) = u2 + 3 u v + 2 v 2 .
∂(u, v)
Então:
ZZ Z 1 Z 0 
2 2
x y dx dy = (u + 3 u v + 2 v ) du dv = 1.
D 0 −2

[2] Seja D a região limitada pela curva y + x = 2 e pelos eixos coordenados, calcule:
ZZ
y−x
e x+y dx dy.
D

1 2

Figura 2.7: Região D

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54 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

A presença dos termos x + y e x − y sugerem a seguinte mudança:


(
u =x+y
v = y − x.
D é limitada pelas curvas x = 0, y = 0 e x + y = 2; então, D∗ é limitada pelas curvas
u = v, u = −v e u = 2, respectivamente.
2

1 2

-2

Figura 2.8: Região D∗

∂(u, v) ∂(x, y) 1 v
= 2, = e f (u, v) = e u ;
∂(x, y) ∂(u, v) 2
então:

1
ZZ ZZ
y−x v
e x+y dx dy = e u du dv
D 2 D∗

Z 2 Z u 
1 v
= e dv du
u
2 0 −u

2 v=u
1
Z
v
= u eu du
2 0 v=−u

 Z 2
e − e−1
= u du = e − e−1 .
2 0

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2.4. MUDANÇA LINEAR DE COORDENADAS 55

[3] Determine a área da região D limitada pela curva fechada

(2 x − 4 y + 7)2 + (x − 5 y)2 = 16.

-10 -5

-3

Figura 2.9: Região D

Considere a mudança:
(
u= 2x − 4y
v= x − 5 y.
D∗ é a região limitada pela curva (u + 7)2 + v 2 = 16 que é um círculo centrado em
(−7, 0) de raio 4.

-10 -5

-4

Figura 2.10: Região D∗

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56 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

∂(x, y) ∂(x, y) 1
= 6; então =
∂(u, v) ∂(u, v) 6

e:

1 1 8π
ZZ
A(D) = du dv = A(D∗ ) = u.a.
6 D∗ 6 3

[4] Seja D a região limitada pela curva y + x = 1 e pelos eixos coordenados, calcule:

x − y
ZZ
cos dx dy.
D x+y

Figura 2.11: Região D

A presença dos termos x + y e x − y sugerem a seguinte mudança:

(
u =x−y
v = x + y.

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2.4. MUDANÇA LINEAR DE COORDENADAS 57

-1 1

Figura 2.12: Região D∗

D∗ é a região limitada pelas seguintes curvas: u = v, u = −v e v = 1, logo:

∂(x, y) 1 u
= e f (u, v) = cos ;
∂(u, v) 2 v

então:

 
y−x 1 u
ZZ ZZ
cos dx dy = cos du dv
D x+y 2 D∗ v
1 1
Z Z v 
u
= cos du dv
2 0 −v v
1 1
Z

= v sen(1) − sen(−1) dv
2 0
Z 1
= sen(1) v dv
0
sen(1)
= .
2

[5] Seja D a região limitada pelas curvas y − 2 x = 2, y + 2 x = 2, y − 2 x = 1 e y + 2 x = 1,


calcule:

y + 2x
ZZ
2
dx dy.
D (y − 2 x)

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58 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

-1 -0.5 0.5 1

Figura 2.13: Região D

A presença dos termos y + 2 x e y − 2 x sugerem a seguinte mudança:


(
u = y + 2x
v = y − 2 x.
D∗ é a região limitada pelas seguintes curvas: u = 1, u = 2, v = 1 e v = 2.

1 2

Figura 2.14: Região D∗

∂(x, y) 1 u
= e f (u, v) = ;
∂(u, v) 4 v2

então:

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2.4. MUDANÇA LINEAR DE COORDENADAS 59

y + 2x 1 u
ZZ ZZ
2
dx dy = du dv
D (y − 2 x) 4 D∗ v 2
1 2
Z Z 2 
u
= 2
du dv
4 1 1 v
3
= .
16

[5] Seja D a região limitada pelas curvas y + x = 1, y + x = 4, x − y = −1 e x − y = 1,


calcule:

ZZ
(x + y)2 ex−y dx dy.
D

1 2 4

Figura 2.15: Região D

A presença dos termos y + x e y − x sugerem a seguinte mudança:

(
u =x+y
v = x − y.

D∗ é a região limitada pelas seguintes curvas: u = 1, u = 4, v = −1 e v = 1.

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60 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

2 4

-1

Figura 2.16: Região D∗

∂(x, y) 1
= e f (u, v) = u2 ev ;
∂(u, v) 2

então:

1
ZZ ZZ
2 x−y
(x + y) e dx dy = u2 ev du dv
D 2 D∗

Z 1 Z 4 
1 2 v
= u e du dv
1 −1 1

21 (e − e−1 )
= .
2

2.5 Mudança Polar de Coordenadas


Um ponto P = (x, y) em coordenadas retangulares tem coordenadas polares (r, θ) onde
r é a distância da origem a P e θ é o ângulo formado pelo eixo dos x e o segmento de
reta que liga a origem a P .

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2.5. MUDANÇA POLAR DE COORDENADAS 61

P’
y P

r
r

θ
x

Figura 2.17: Mudança polar de coordenadas

A relação entre as coordenadas (x, y) e (r, θ) é dada por:


( p
r = x2 + y 2
y
θ = arctg x 6= 0.
x
Ou, equivalentemente:
(
x= r cos(θ)
y= r sen(θ).

Esta mudança é injetiva em:

D∗ = {(r, θ)/r > 0, θ0 < θ < θ0 + 2π},


com θ0 =constante.

Note que a região circular D = {(x, y) /x2 + y 2 ≤ a2 } corresponde, em coordenadas


polares, à região retangular:

D∗ = {(r, θ) /0 ≤ r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2 π} = [0, a] × [0, 2 π].

Exemplo 2.4.

[1] A cardióide é uma curva de equação cartesiana x2 + y 2 = x2 + y 2 − y; em coorde-


p

nadas polares fica r = 1 − sen(θ), r ≥ 0.

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62 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS


1

-1 1

-2

Figura 2.18: Cardióide

[2] A lemniscata de Bernoulli é uma curva de equação cartesiana:

(x2 + y 2 )2 = a2 (x2 − y 2 );
em coordenadas polares fica r2 = a2 cos(2θ).

-1 1

Figura 2.19: Lemniscata

[3] O cilindro circular reto de raio a, em coordenadas cartesianas é definido como o


seguinte conjunto:

C = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 = a2 , a ≥ 0};
em coordenadas polares:

C ∗ = {(r, θ, z) ∈ R3 /r = a, 0 ≤ θ ≤ 2 π}.

Calculemos o jacobiano da mudança de coordenadas polares:

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2.6. REGIÕES LIMITADAS POR CÍRCULOS 63

∂(x, y)
= r > 0.
∂(u, v)

Do teorema anterior, segue:

Corolário 2.3. Se f (r, θ) = f (r cos(θ), r sen(θ)), então:

1.
ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = r f (r, θ) dr dθ
D D∗

2. Esta igualdade ainda é válida se:

D∗ = {(r, θ)/r ≥ 0, θ0 ≤ θ ≤ θ0 + 2π}.

3. Em particular a área de D é:

ZZ ZZ
A(D) = dx dy = r dr dθ
D D∗

2.6 Regiões Limitadas por Círculos


Seja a > 0. A região D, limitada pelo círculo x2 + y 2 = a2 , em coordenadas polares é
dada por:

D∗ = {(r, θ) ∈ R2 /0 ≤ r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2 π}.

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64 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Figura 2.20: A região D

Neste caso:
ZZ Z 2π Z a 
f (x, y) dx dy = r f (r, θ) dr dθ
D 0 0

A região D, limitada pelo círculo (x − a)2 + y 2 ≤ a2 , em coordenadas polares é:


π π
D∗ = {(r, θ) ∈ R2 /0 ≤ r ≤ 2 a cos(θ), − ≤ θ ≤ }.
2 2

Figura 2.21: A região D

Neste caso:

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2.6. REGIÕES LIMITADAS POR CÍRCULOS 65

π
ZZ Z
2
Z 2 acos(θ) 
f (x, y) dx dy = r f (r, θ) dr dθ
D − π2 0

A região D, limitada pelo círculo x2 + (y − a)2 ≤ a2 , em coordenadas polares é:

D∗ = {(r, θ) ∈ R2 /0 ≤ r ≤ 2 a sen(θ), 0 ≤ θ ≤ π}.

Figura 2.22: A região D

Neste caso:

ZZ Z π Z 2a sen(θ) 
f (x, y) dx dy = r f (r, θ) dr dθ
D 0 0

Exemplo 2.5.
ZZ
[1] Calcule (x2 + y 2 ) dx dy, onde D é a região limitada pelas curvas:
D

2 2 2 2 3x
x + y = 1, x + y = 4, y=x e y= ,
3

no primeiro quadrante.

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66 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Figura 2.23: A região D

Usando coordenadas polares, a nova região D∗ no plano rθ é determinada por:


π π
D∗ = {(r, θ) /1 ≤ r ≤ 2, ≤ θ ≤ }.
6 4
Como x2 + y 2 = r2 , temos:
π Z 2 

ZZ ZZ Z
4
2 2 3 3
(x + y ) dx dy = r dr dθ = r dr dθ = .
D D∗ π
6
1 16
ZZ
[2] Calcule ln(x2 + y 2 ) dx dy, onde D é a região limitada pelas curvas:
D

x 2 + y 2 = a2 e x2 + y 2 = b2 , (0 < a < b).


Usando coordenadas polares temos que D∗ está determinada por:

D∗ = {(r, θ) / a ≤ r ≤ b, 0 ≤ θ ≤ 2π}.
Por outro lado, ln(x2 + y 2 ) = 2 ln(r),
ZZ ZZ
2 2
ln(x + y ) dx dy = 2 r ln(r) dr dθ
D D∗
Z b
= 4π r ln(r) dr
a
b
2
= π (r (2 ln(r) − 1))
a
= π (2 b2 ln(b) − 2 a2 ln(a) + a2 − b2 ).

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2.6. REGIÕES LIMITADAS POR CÍRCULOS 67

[3] Determine o volume do sólido situado acima do plano xy e limitado pelos gráficos
de z = x2 + y 2 e x2 + y 2 = 2 y.

O gráfico de z = x2 + y 2 é um parabolóide centrado na origem e o do cilindro circular


reto x2 + y 2 = 2y que é centrado em (0, 1, 0) e de raio 1, pois, podemos escrever x2 +
y 2 − 2 y = x2 + (y − 1)2 − 1.

Figura 2.24: O sólido do exemplo [3]

Logo D = {(x, y) ∈ R2 /x2 + (y − 1)2 ≤ 1}, em coordenadas polares é:

D∗ = {(r, θ) ∈ R2 /0 ≤ r ≤ 2 sen(θ), 0 ≤ θ ≤ π}.

O sólido W é limitado superiormente pelo parabolóide; logo:

ZZ
V = (x2 + y 2 ) dx dy.
D

Utilizando coordenadas polares temos x2 + y 2 = r2 e:

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68 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

ZZ ZZ Z π Z 2sen(θ) 
2 2 3 3
V = (x + y ) dx dy = r dr dθ = r dr dθ
D D∗ 0 0

Z π
=4 sen4 (θ) dθ
0

Z π 
3 cos(4θ sen(2θ
=4 + − dθ
0 8 8 2

π
 3 3 3 θ
= − sen (θ) cos(θ) − cos(θ) sen(θ) +
2 2 0


= u.v.
2

[4] Calcule o volume do sólido limitado externamente por x2 + y 2 + z 2 = 25 e interna-


mente por x2 + y 2 = 9.

Figura 2.25: O sólido do exemplo [4]

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2.6. REGIÕES LIMITADAS POR CÍRCULOS 69


5

3 5

Figura 2.26: A região D

Pela simetria do sólido, calculamos o volume no primeiro octante e multiplicamos o


resultado por 8.
ZZ p
V =8 25 − x2 − y 2 dx dy,
D

onde D é a projeção do sólido no plano xy. Usando coordenadas polares obtemos a


nova região D∗ definida por:
π
D∗ = {(r, θ) / 3 ≤ r ≤ 5, 0 ≤ θ ≤ }
2

e 25 − r2 :
p
25 − x2 − y 2 =
π
5 √
Z 
256π
ZZ p Z
2
V =8 25 − x2 − y 2 dx dy = 8 r 25 − r2 dr dθ = u.v.
D 0 3 3

[5] A seguinte integral é muito utilizada em Estatística:


Z +∞
2
e−x dx.
0

Seja R = [−a, a] × [−a, a]. Então:

ZZ Z a Z a 
−(x2 +y 2 ) −x2 −y 2
e dx dy = e dy dx e
R −a −a
Z a  Z a 
−x2 −y 2
= e dx e dy .
−a −a

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70 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

2 +y 2 )
Figura 2.27: Gráfico de f (x, y) = e−(x

Se denotamos por :
Z a Z a
−u2 2
L(a) = e du = 2 e−u du,
−a 0

temos:
ZZ
2 2 +y 2 )
L (a) = e−(x dx dy.
R

Sejam D e D1 regiões elementares tais que D ⊂ R ⊂ D1 onde D é a região limitada pelo


círculo inscrito em R e D1 é a região limitada pelo círculo circunscrito a R:

R D

D1

Figura 2.28:

2 2 2 2
Como f (x, y) = e−(x +y ) é contínua em D1 e e−(x +y ) > 0, para todo x, y,
ZZ ZZ
−(x2 +y 2 ) 2 2 2
e dx dy ≤ L (a) ≤ e−(x +y ) dx dy.
D D1

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2.6. REGIÕES LIMITADAS POR CÍRCULOS 71

Usando coordenadas
√ polares, D é definida por 0 ≤ r ≤ a e 0 ≤ θ ≤ 2π, D1 é definida
por 0 ≤ r ≤ 2 a e 0 ≤ θ ≤ 2π:

2 +y 2 ) 2
e−(x = e−r

e:
Z 2π Z a 
−r2 2
re dr dθ = π (1 − e−a );
0 0

então,
q q
π (1 − e ) ≤ L(a) ≤ π (1 − e−2a2 ).
−a 2

Como:
Z a Z +∞
−u2 2
lim e du = e−u du,
a→+∞ 0 0

temos:

+∞ √
π
Z
−u2
e du = .
0 2

[6] Se D = {(x, y) ∈ R2 /1 ≤ (x − y)2 + (x + y)2 ≤ 4, y ≤ 0, x + y ≥ 0}, calcule:

x+y
e x−y
ZZ
2
dx dy.
D (x − y)

Usamos mudança linear:


(
u= x−y
v= x + y.

Logo, a nova região D∗ é limitada pelas curvas u2 + v 2 = 1, u2 + v 2 = 4, v ≤ u e 0 ≤ v:

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72 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS


2

1 2

Figura 2.29: A região D

∂(x, y) ∂(x, y) 1
= 2; então =
∂(u, v) ∂(u, v) 2
e:
x+y v
e x−y 1 eu
ZZ ZZ
2
dx dy = 2
du dv.
D (x − y) 2 D∗ u

Usando coordenadas polares obtemos a região D∗∗ definida:


π
D∗∗ = {(r, θ) / 1 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ }.
4

v
1 eu 1 r etg(θ)
ZZ ZZ
2
du dv = 2 2
dr dθ
2 D∗ u 2 D ∗∗ r cos (θ)

ln(2) (e − 1)
= .
2

2.7 Aplicação
Seja D região do tipo II, limitada por curvas de equações (em forma polar): r = g(θ) e
r = h(θ) e definida por:

D = {(r, θ)/g(θ) ≤ r ≤ h(θ), θ1 ≤ θ ≤ θ2 },

onde g, h : [θ1 , θ2 ] −→ R são funções contínuas tais que 0 ≤ g(θ) ≤ h(θ). Então:

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2.7. APLICAÇÃO 73

ZZ Z θ2 Z h(θ2 ) 
f (x, y) dx dy = r f (r, θ) dr dθ
D θ1 g(θ1 )

Em particular, a área de D é:

θ2  
1
ZZ Z
2 2
A(D) = dx dy = (h(θ)) − (g(θ)) dθ
D 2 θ1

Exemplo 2.6.

[1] Calcule o volume do sólido limitado pelo cone z = x2 + y 2 e pelo cilindro


p

r = 4 sen(θ), no primeiro octante.

Usando coordenadas polares temos que o cone escreve-se z = r; no plano r θ o cilindro


π
projeta-se no círculo r = 4 sen(θ); logo 0 ≤ r ≤ 4 sen(θ) e 0 ≤ θ ≤ .
2

Figura 2.30: A região D

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74 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS


4

-2 -1 1 2

Figura 2.31: A região D

π Z 4 sen(θ) 
128
ZZ Z
2
2 2
V = r dr dθ = r dr dθ = u.v.
D∗ 0 0 9

[2] Calcule a área da região limitada pelo interior do círculo r = 4 sen(θ) e pelo exterior
do círculo r = 2.
4

-2 -1 1 2

Figura 2.32: A região D

π 5π
Os círculos se intersectam em: θ = eθ= e:
6 6
1
Z 5π/6
2π √ 
A(D) = (16 sen2 (θ) − 4) dθ = + 2 3 u.a.
2 π/6 3

[3] Calcule a área da região limitada por r = 2(1 + sen(θ)).

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 75

Figura 2.33: A região limitada por r = 2(1 + sen(θ))

0 ≤ θ ≤ 2 π. Logo:
Z 2π
A(D) = 2 (1 + sen(θ))2 dθ = 6πu.a.
0

[4] Calcule a área da região limitada por r = sen(3θ).

Figura 2.34: A região D

0 ≤ θ ≤ 2 π. Logo:

1 π
Z
A(D) = sen2 (3θ) dθ = u.a.
2 0 2

2.8 Exercícios de Mudança de Coordenadas


Nesta seção apresentaremos mudanças de coordenadas não usuais. Lembremos, que
utilizaremos o teorema de mudança de coordenadas e a fórmula:

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76 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

∂(x, y)
ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = f (u, v) du dv
D D∗ ∂(u, v)

onde:

∂(x, y)
∂(u, v)

é o valor absoluto do determinante Jacobiano e f (u, v) = f (x(u, v), y(u, v)).

Exemplo 2.7.

[1] Calcule:

Z 2 Z x √

x
ye dy dx.
1 0

Primeiramente observamos que:



Z 2 Z x √
 ZZ √
x x
ye dy dx = ye dx dy,
1 0 D


onde D = {(x, y) / 1 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ x}; D é região de tipo I.

1 2

Figura 2.35: A região D

Utilizemos a mudança de coordenadas:

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 77


x=1 =⇒ u = 1

( 

2

x=u x = 2 =⇒ u = 2
=⇒
y = v;  y=0 =⇒ v = 0



y= x =⇒ v = u.


Logo, D∗ = {(u, v) / 1 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ u}.

1 2

Figura 2.36: A região D∗

O jacobiano da mudança é:
" #
∂(x, y) 2u 0
= det = 2 u;
∂(u, v) 0 1

que é não nulo em D∗ e f (x, y) = y e x
= v eu . Logo:

ZZ √
ZZ
x
ye dx dy = 2 u v eu du dv
D D∗


Z 2 Z u 
u
=2 u v e dv du
1 0


Z 2
= u3 eu du
1


2

= 6 + 4e (2 2 − 3).

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78 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

[2] Calcule:
ZZ
(x2 + y 2 ) dx dy,
D

onde D é limitada por x y = 2, x y = 4, x2 − y 2 = 1 e x2 − y 2 = 9, no primeiro quadrante.

1 2 3

Figura 2.37: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:



( x y = 2
 =⇒ v = 4
u = x2 − y 2

x y = 4 =⇒ v = 8
=⇒
v = 2 x y. 

 x2 − y 2 = 1 =⇒ u = 1
 2
x − y2 = 9 =⇒ u = 9.

Então D∗ = [1, 9] × [4, 8]. Por outro lado:


" #
∂(u, v) 2 x −2 y ∂(x, y) 1
= det = 4 (x2 + y 2 ) =⇒ = ;
∂(x, y) 2y 2x ∂(u, v) 4 (x + y 2 )
2

logo:

∂(x, y) 1
(x2 + y 2 ) = ,
∂(u, v) 4

e:

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 79

1
ZZ ZZ
2 2
(x + y ) dx dy = du dv
D 4 D∗

9 8
1
Z Z
= dv du = 8.
4 1 4

[3] Calcule:
ZZ
(y + 2 x2 ) (y − x2 ) dx dy,
D

onde D é limitada por x y = 1, x y = 2, y = x2 e y = x2 − 1, no primeiro quadrante.


2.0

1.5

1.0

0.5

0.5 1.0 1.5 2.0

Figura 2.38: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:



( 
 xy = 1 =⇒ u = 1

u = xy x y = 2 =⇒ u = 2
=⇒
v = y − x2 

 y = x2 =⇒ v = 0
y = x2 − 1 =⇒ v = −1.

Então D∗ = [1, 2] × [−1, 0]. O jacobiano da mudança é:


" #
∂(u, v) y x ∂(x, y) 1
= det = y + 2 x2 =⇒ = .
∂(x, y) −2 x 1 ∂(u, v) y + 2 x2

Então:

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80 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

∂(x, y)
(y + 2 x2 ) (y − x2 ) = v,
∂(u, v)
logo:
ZZ ZZ
2 2
(y + 2 x ) (y − x ) dx dy = v du dv
D D∗

0 2
1
Z Z
= v du dv = − .
−1 1 2
[4] Calcule:
ZZ
2 −x y−y 2
e−x dx dy,
D

onde D é limitada por x2 + y 2 + x y ≤ 1.

-1 1

-1

Figura 2.39: A região D

Completando os quadrados:

2 2 y 2 3 y 2
x + y + xy = x + + .
2 2
Utilizemos a mudança linear de coordenadas:
 y
 u =x+
2




v = 3 y



2

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 81

A região é dada por D∗ = {(u, v) / u2 +v 2 ≤ 1}. Por outro lado, o jacobiano da mudança
é:

1


√ √
∂(u, v)  1 2  3 ∂(x, y) 2 3
= det  √  = =⇒ = .
∂(x, y)  3  2 ∂(u, v) 3
0
2

Então:

√ ZZ
2 3
ZZ
−x2 −x y−y 2 2 2
e dx dy = e−(u +v ) du dv.
D 3 D∗

Utilizando coordenadas polares, temos que D∗∗ = {(r, θ) / 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2 π} e:

√ ZZ
2 3
ZZ
−x2 −x y−y 2 2 2
e dx dy = e−(u +v ) du dv
D 3 D∗

√ ZZ
2 3 2
= e−r r dr dθ
3 D ∗∗

√ Z 1 Z 2π
2 3 2
= r e−r dθ dr
3 0 0


2π 3
= (1 − e−1 ).
3

[5] Calcule:

ZZ
(x2 − y 2 ) exy dx dy,
D

onde D é limitada por x y = 1, x y = 4, y = x e y = x + 2 no primeiro quadrante.

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82 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0

Figura 2.40: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:



( x y = 1


=⇒ u = 1
u = xy x y = 4 =⇒ u = 4
=⇒
v = −x + y. 

 −x + y = 0 =⇒ v = 0
−x + y = 2 =⇒ v = 2.

Logo a região D∗ = [1, 4] × [0, 2]:

1 4

Figura 2.41: A região D

O jacobiano da mudança é:
" #
∂(u, v) y x ∂(x, y) 1
= det = x + y =⇒ = ;
∂(x, y) −1 1 ∂(u, v) x+y

observe que como x, y > 0, temos:

∂(x, y) (x − y) (x + y) exy
(x2 − y 2 ) exy = = (x − y) exy = −v eu .
∂(u, v) x+y

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 83

Então:

ZZ ZZ
2 2 xy
(x − y ) e dx dy = − v eu du dv
D D∗

Z 4 Z 2
=− v eu dv du = 2 (e − e4 ).
1 0

[6] Calcule:
ZZ
x3 +y 3
e xy dx dy,
D

onde D = {(x, y) / y 2 − 2 x ≤ 0, x2 − 2 y ≤ 0}.


2

Figura 2.42: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:


(
x = u2 v
y = u v2.

Então:
( √
y2 − 2 x ≤ 0 =⇒ 0 ≤ v ≤ 3 2

x2 − 2 y ≤ 0 =⇒ 0 ≤ u ≤ 3 2.
√ √
A região D∗ = [0, 3
2] × [0, 3
2]. Por outro lado:

x3 + y 3 ∂(x, y)
= u3 + v 3 e = 3 u2 v 2 .
xy ∂(u, v)

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84 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Então:

ZZ ZZ
x3 +y 3 3 +v 3
e xy dx dy = 3 u2 v 2 e u du dv
D D∗

ZZ
3 3
=3 u2 v 2 eu ev du dv
D∗


3 √
3
Z 2 Z 2 
2 2 u3 v3
=3 u v e e du dv
0 0


3

3
Z 2 2
2 v3 u3
 
= v e e dv
0 0


3
2
1 2
Z
3
= (e2 − 1) v 2 ev dv = (e − 1)2 .
0 3

[7] Calcule:
ZZ p
x3 y 3 1 − x4 − y 4 dx dy,
D

onde D = {(x, y) / x4 + y 4 ≤ 1}, no primeiro quadrante.

-1 1

-1

Figura 2.43: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 85

 p
x = r cos(θ)

 p
y= r sen(θ).

O jacobiano da mudança é:

∂(x, y) 1
= p p
∂(r, θ) 4 sen(θ) cos(θ)
Então:
p ∂(x, y) 1 √
x3 y 3 1 − x4 − y 4 = cos(θ) sen(θ) r3 1 − r2
∂(r, θ) 4
π
Logo, D∗ = {(r, θ) / 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ } e:
2
ZZ p 1
ZZ √
x3 y 3 1 − x4 − y 4 dx dy = cos(θ) sen(θ) r3 1 − r2 dr dθ
D 4 D∗

1 √ π/2
Z Z 
1 3
= r 1 − r2 dr cos(θ) sen(θ) dθ
4 0 0

1
= .
60

[8] Determine a área da região limitada por y 2 = 2 p x, y 2 = 2 q x, x2 = 2 r y e x2 = 2 s y


tais que 0 < p < q e 0 < r < s.

Figura 2.44: A região D

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86 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:

y2
  2

 u =  y = 2 p x =⇒ u = p
2x
 

 y 2 = 2 q x =⇒ u = q

=⇒

 x2

 x2 = 2 r y =⇒ v = r
v =
 
 2
x = 2 s y =⇒ v = s.

2y

Então D∗ = [p, q] × [r, s]. Por outro lado:

y2 y
 
∂(u, v)  − 2x2 x  3 ∂(x, y) 4
= det  2  = − =⇒
 = .
∂(x, y)  x x 4 ∂(u, v) 3
− 2
y 2y

Então:

4 4
ZZ ZZ
A(D) = dx dy = du dv = (q − p) (s − r).
D D∗ 3 3

r r r r
x y x y bx
[9] Determine a área da região limitada por: + = 1, + = 4, y = e
a b a b a
9bx
y= , tal que a, b > 0.
a

Figura 2.45: A região D

Façamos a seguinte mudança de coordenadas:

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2.8. EXERCÍCIOS DE MUDANÇA DE COORDENADAS 87


r ay = bx =⇒ u = 1
ay
 



 u = 
 ay = 9bx =⇒ u = 3
bx

 

 r r
=⇒ x y
+ =1 =⇒ v = 1



r
x
r
y


 a rb
v = +
r
 
 x y
a b + =4 =⇒ v = 4.


a b

Então D∗ = [1, 3] × [1, 4]. Não é difícil calcular a inversa da transformação de coorde-
nadas:

a v2
x =


(1 + u)2



b u2 v 2


y = .


(1 + u)2

Logo:

2 v2 a 2va
 

 (1 + u)3
∂(x, y) (1 + u)2  4 a b u v3
= det  = − .
 
∂(u, v)  2 u v2 b 2 u2 v b  (1 + u)4

(1 + u)3 (1 + u)2

E:

4 a b u v3
ZZ ZZ
A(D) = dx dy = du dv
D D∗ (1 + u)4

3 4
4 a b u v3
Z Z 
= dv du
1 1 (1 + u)4

3
u 935 a b
Z
= 255 a b 4 du = .
1 (1 + u) 64

[10] Calcule o volume do sólido limitado pelo elipsóide:

x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 = 1;
a2 b c

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88 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

onde a, b, c 6= 0.
Pela simetria do sólido calculamos o volume relativo ao primeiro octante; logo:
ZZ s  2
y2

x
V = 8c 1 − 2 + 2 dx dy.
D a b

x2 y 2
A região D é limitada pela porção de elipse 2 + 2 = 1 no primeiro quadrante. Use-
a b
mos a seguinte mudança:
(
x = a r cos(θ)
y = b r sen(θ);
o determinante Jacobiano da mudança é:
" #
∂(x, y) a cos (t) −ar sin (t)
= = a b r.
∂(r, θ) b sin (t) br cos (t)
Por outro lado:
s
x2 y 2 √
 
1 − 2 + 2 = 1 − r2 .
a b
π
A região D∗ = [0, 1] × [0, ]:
2
ZZ √
V = 8abc r 1 − r2 dr dθ
D∗

Z 1 √ 4abcπ
= 4abcπ r 1 − r2 dr = u.v.
0 3
Em particular, se a = b = c, temos uma esfera de raio a e:

4 π a3
V = u.v.
3

2.9 Outras Aplicações da Integral Dupla


Como em uma variável, outras aplicações, além do cálculo de volumes, podem ser de-
finidas através de integrais duplas, tais como, massa total, centro de massa e momento
de inércia.

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2.10. MASSA TOTAL 89

2.10 Massa Total


Suponha que uma lâmina fina tem a forma de uma região elementar D e consideremos
que a massa está distribuida sobre D com densidade conhecida, isto é, existe uma
função z = f (x, y) > 0 em D que representa a massa por unidade de área em cada
ponto (x, y) ∈ D. Se a lâmina é feita de material homogêneo, a densidade é constante.
Neste caso a massa total da lâmina é o produto da densidade pela área da lâmina.
Quando a densidade f varia de ponto a ponto em D e f é uma função integrável sobre
D, a massa total M (D) de D é dada por:
ZZ
M (D) = f (x, y) dx dy
D

2.11 Momento de Massa


O momento de massa de uma partícula em torno de um eixo é o produto de sua massa
pela distância (na perpendicular) ao eixo. Então, os momentos de massa da lâmina D
em relação ao eixo dos x e dos y são respectivamente:
ZZ ZZ
Mx = y f (x, y) dx dy, My = x f (x, y) dx dy
D D

(x,y)

Figura 2.46: A região D

2.11.1 Centro de Massa


O centro de massa da lâmina é definido por (x, y), onde:

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90 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

My Mx
x= , y=
M (D) M (D)

Fisicamente (x, y) é o ponto em que a massa total da lâmina poderia estar concentrada
sem alterar seu momento em relação a qualquer dos eixos. Se f (x, y) = k, (k > 0)
em todo D, (x, y) é chamado centróide de D. Neste caso o centro de massa é o centro
geométrico da região D.

Exemplo 2.8.

[1] Calcule o centro de massa do retângulo [0, 1] × [0, 1] se a densidade é dada pela
função: f (x, y) = ex+y .
A massa total de D = [0, 1] × [0, 1] é:
Z 1 Z 1 
x+y
M (D) = e dx dy = e2 − 2e + 1.
0 0

Os momentos de massa respectivos são:


Z 1 Z 1  Z 1 Z 1 
x+y x+y
Mx = ye dx dy = e − 1 e My = xe dx dy = e − 1
0 0 0 0

1 1
e o centro de massa de D é ( , ).
e−1 e−1
[2] Determine o centro de massa da região limitada por um semicírculo D de raio a cen-
trado na origem, sabendo que sua densidade em cada ponto é proporcional à distância
do ponto à origem.

Figura 2.47: A região D

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2.11. MOMENTO DE MASSA 91

f (x, y) = k x2 + y 2 . Calculamos a massa total p


usando coordenadas polares. A nova
p

região D é definida por: 0 ≤ r ≤ a e 0 ≤ θ ≤ π; x2 + y 2 = r:


Z π Z a
k π a3

2
M (D) = k r dr dθ = .
0 0 3

Os momentos de massa respectivos são:


Z a Z π Z a Z π
a4
 
3 3
Mx = r cos(θ) dθ dr = 0 e My = r sen(θ) dθ dr = ;
0 0 0 0 2

3a
o centro de massa de D é (0, ).
2kπ
[3] Determine o centróide da região limitada pelas curvas y = x2 e y = 4 x − x2 .

1 2

Figura 2.48: A região D

Neste caso f (x, y) = 1 para todo (x, y) ∈ D, onde:

D = {(x, y) ∈ R2 /0 ≤ x ≤ 2, x2 ≤ y ≤ 4 x − x2 }

8
e M (D) = A(D) = . Esta área já foi calculada anteriormente.
3
Z 2 Z 4x−x2  Z 2 Z 4x−x2 
16 8
Mx = y dy dx = e My = x dy dx = ;
0 x2 3 0 x2 3

o centróide de D é (2, 1).


[4] Determine o centro de massa da região limitada pelas curvas y = x + x2 , y = 0 e
y
x = 2 se a densidade em cada ponto é Exe f (x, y) = 1+x .

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92 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

Z 2 Z x(x+1)
1 2 3

y 10
Z
M (D) = dy dx = (x + x2 ) dx = ,
0 0 1+x 2 0 3

Z 2 Z x(x+1)
y2 1 2 4

412
Z
Mx = dy dx = (x + x3 ) dx = ,
0 0 1+x 2 0 45

Z 2 Z x(x+1)
1 2 5

xy 26
Z
My = dy dx = (x + 2 x4 + x3 ) dx = ;
0 0 1+x 3 0 5

39 206
o centro de massa de D é ( , ).
25 75

2.12 Momento de Inércia


Sejam L uma reta no plano, D uma lâmina como antes e δ(x, y) = d((x, y), L), onde d é
a distância no plano e (x, y) ∈ D.

(x,y) L

Figura 2.49:

Se f (x, y) é a densidade em cada ponto de D, o momento de inércia da lâmina em


relação à reta L é:
ZZ
IL = δ 2 (x, y) f (x, y) dx dy
D

Em particular, se L é o eixo dos x:

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2.12. MOMENTO DE INÉRCIA 93

ZZ
Ix = y 2 f (x, y) dx dy
D

Se L é o eixo dos y:
ZZ
Iy = x2 f (x, y) dx dy
D

O momento de inércia polar em relação à origem é:


ZZ
I0 = Ix + Iy = (x2 + y 2 ) f (x, y) dx dy
D

O momento de inércia de um corpo em relação a um eixo é sua capacidade de resistir


à aceleração angular em torno desse eixo.

Exemplo 2.9.

[1] Determine o momento de inércia polar da região limitada pelas curvas y = ex ,


x = 1, y = 0 e x = 0, se a densidade em cada ponto é f (x, y) = x y.

Z 1 Z ex 
1
ZZ
3
Ix = xy dx dy = x y dy dx = (3 e4 + 1),3
D 0 0 64
Z 1  Z ex 
1
ZZ
Iy = yx3 dx dy = y x3 dy dx = (e2 + 3);
D 0 0 16

logo, o momento de inércia polar é:


1
I0 = Ix + Iy = (3 e4 + 4 e2 + 13).
64
[2] Uma lâmina fina com densidade constante k é limitada por x2 +y 2 = a2 e x2 +y 2 = b2 ,
(0 < a < b). Calcule o momento de inércia polar da lâmina.
Usando coordenadas polares, a nova região é definida por: a ≤ r ≤ b e 0 ≤ θ ≤ 2 π e o
momento de inércia polar é:
Z 2 π Z b
k (b4 − a4 )π

3
I0 = k r dr dθ = .
0 a 2

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94 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

2.13 Exercícios
1. Determine o volume dos seguintes sólidos:

(a) Limitado superiormente por z = x2 + y 2 e inferiormente pela região limitada


por y = x2 e x = y 2 .

(b) Limitado superiormente por z = 3 x2 + y 2 e inferiormente pela região limi-


tada por y = x e x = y 2 − y.

(c) Limitado por y 2 + z 2 = 4 , x = 2 y, x = 0 e z = 0, no primeiro octante.

(d) Limitado por z = x2 + y 2 + 4 , x = 0, y = 0, z = 0 e x + y = 1.

(e) Limitado por x2 + y 2 = 1 , y = z, x = 0 e z = 0, no primeiro octante.

2. Calcule a área da região limitada pelo eixo dos y e as curvas y = sen(x) e y =


cos(x).

3. Calcule a área das regiões limitadas pelas seguintes curvas:

(a) y = x2 , y = 2x + 5
4
(e) y 3 = x, y = x
(b) y = −x2 − 4, y = −8 (f) y = −x2 − 1, y = −2x − 4
(c) y = 5 − x2 , y = x + 3 (g) x = y 2 + 1, y + x = 7
(d) x = y 2 , y = x + 3, y = −2, y = 3
(h) y = 4 − x2 , y = x2 − 14

4. Determine o centro de massa da lâmina plana R, no plano xy e densidade dada


f:

(a) R é limitado por x2 + y 2 = 1 no (b) R é limitado por y = x e y = x2 e


primeiro quadrante e f (x, y) = x y f (x, y) = x2 + y 2

5. Definimos o valor médio de f sobre a região D por:

1
ZZ
VM = f (x, y) dx dy,
A D

onde A é a área de D. Calcule VM se:

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2.13. EXERCÍCIOS 95

(a) f (x, y) = x2 , e D do retângulo de vértices (0, 0), (4, 0), (4, 2) e (0, 2)

(b) f (x, y) = x2 y 2 e D do retângulo de vértices (0, 0), (4, 0), (4, 2) e (0, 2)

(c) f (x, y) = x2 y 2 e D do triângulo de vértices (0, 0), (4, 0), e (0, 2)

(d) f (x, y) = x2 y 2 e D do triângulo de vértices (−1, 0), (1, 0), e (0, 1)

Mudanças de Variáveis
1. Utilizando a mudança de variáveis: x = u + v e y = u − v, calcule:
Z 1 Z 1 
2 2

x +y dx dy.
0 0

2. Utilizando a mudança de variáveis: x + y = u e x − y = v, calcule:


ZZ
2
x+y (x − y)2 dx dy,
D

onde D é limitado pelo quadrado de vértices (1, 0), (2, 1) e (0, 1).

3. Utilizando a mudança de variáveis: u = x − y e v = x + y, calcule:


ZZ
x2 − y 2 sen2 (x + y) dx dy,

D

onde D = {(x, y)/ − π ≤ x + y ≤ π, −π ≤ x − y ≤ π}.

4. Utilizando coordenadas polares, calcule as seguintes integrais duplas:


ZZ
2 2
(a) ex +y dx dy, sendo D = {(x, y)/x2 + y 2 ≤ 1}
D
ZZ
(b) ln(x2 + y 2 ) dx dy, sendo D = {(x, y)/x ≥ 0, y ≥ 0, a2 ≤ x2 + y 2 ≤ b2 }
D
p
sen( x2 + y 2 )
ZZ
π2
(c) p dx dy, sendo D limitadas por x2 + y 2 = 4
e x2 + y 2 = π 2
2
x +y 2
D

5. Calcule a área da região limitada pelas seguintes curvas: x = 4−y 2 e x+2 y−4 = 0.

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96 CAPÍTULO 2. MUDANÇA DE COORDENADAS

6. Utilizando coordenadas polares, calcule a área da região limitada pelas curvas:

2cos(θ)
(a) r = 1 e r = √
3
(fora a circunferência r = 1).

(b) r = 2 (1 + cos(θ)) e r = 2 cos(θ).

(c) r = 2 (1 − cos(θ)) e r = 2.
ZZ
7. Calcule sen(x2 + y 2 ) dx dy, sendo D o disco unitário centrado na origem.
D

8. Sendo dadas a parábola y 2 = x + 1 e a reta x + y = 1, calcule o momento de inércia


em relação a cada eixo e o momento de inércia polar.
ZZ
9. Calcule (x2 − y 2 ) dx dy, onde D é a região limitada por x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0 e
D
x2 + y 2 = 2.

y+1
ZZ
10. Calcule dx dy, onde D é a região limitada por x2 + y 2 ≤ 1 e
D x2 + (y + 1)2
y ≥ 0.

y ln(x + y)
ZZ
11. Calcule dx dy, onde D é a região limitada por x + y = 1, x + y = 2,
D x2
y = x e y = 0.

12. Determine a área da região limitada por x2 + 3 y 2 − 2 x − 6 y + 1 = 0.

13. Determine a área da região limitada por x y = 4, x y = 8, x y 3 = 5 e x y 3 = 15.


ZZ
14. Calcule cos(x + 2 y) sen(x − y) dx dy, onde D é a região limitada por y = x,
D
x + 2 y = 2 e y = 0.
ZZ r
x+y
15. Calcule dx dy, onde D é a região limitada por y = 0, 2 y = x e
D x − 2y
y = 1 − x.

16. Determine o momento de inércia polar da região limitada por x2 −y 2 = 1, x2 −y 2 =


9, x y = 2 e x y = 4.

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Capítulo 3

INTEGRAÇÃO TRIPLA

O conceito de integrais triplas é análogo ao das integrais duplas, as propriedades e


teoremas são análogos aos estudados no capítulo anterior. As definições são obtidas
através de somas triplas de Riemann. As aplicações são, cálculo de volume de sólidos,
massa, centros de massa e de momentos de inercia de corpos no espaço.

3.1 Integração Tripla sobre Paralelepípedos


Este capítulo é totalmente análogo ao anterior.

Sejam R ⊂ R3 o paralelepípedo retangular definido por:

R = [a, b] × [c, d] × [p, q]

Consideremos as seguintes partições de ordem n dos intervalos: [a, b], [c, d] e [p, q]:

a = x0 < x1 < ...... . . . . . . < xn = b

c = y0 < y1 < ...... . . . . . . < yn = d

p = z0 < z1 < ...... . . . . . . < zn = q.

Subdividamos R em n3 sub-paralelepípedos:

Rijk = [xi , xi+1 ] × [yj , yj+1 ] × [zk , zk+1 ], i, j, k = 1 . . . n.

97

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98 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

c d
a

Figura 3.1: Subdivisão de R

Denotemos por:
b−a d−c q−p
∆x = , ∆y = e ∆z = .
n n n
Seja:

f : R ⊂ R3 −→ R

uma função limitada. Escolhamos cijk ∈ Rijk e formemos a seguinte soma de Riemann:

X n−1
n−1 X
n−1 X
Sn = f (cijk )∆x ∆y ∆z.
i=0 j=0 k=0

Definição 3.1. Se lim Sn existe e é independente da escolha dos cijk ∈ Rijk e da par-
n→+∞
tição, denominamos este limite de integral tripla de f sobre R e a denotamos por:
ZZZ
lim Sn = f (x, y, z) dx dy dz
n→+∞ R

Em tal caso f é dita integrável sobre R.

Teorema 3.1. Se f é contínua em R, então f é integrável sobre R.


Para a prova do teorema veja [EL].

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3.1. INTEGRAÇÃO TRIPLA SOBRE PARALELEPÍPEDOS 99

Observação 3.1. No capítulo anterior vimos que se:

f : [a, b] × [c, d] −→ R,
f (x, y) ≥ 0 e contínua para todo (x, y) ∈ [a, b] × [c, d], a integral dupla:
ZZ
f (x, y) dx dy
R

representa o volume do sólido:

W = {(x, y, z) ∈ R3 / (x, y) ∈ [a, b] × [c, d], 0 ≤ z ≤ f (x, y)}.


Para integrais triplas esta interpretação geométrica não é conveniente, pois o gráfico
de f é um subconjunto de R4 o qual não é possível visualizar.
Mas se f (x, y, z) = 1 para todo (x, y, z) ∈ R:
ZZZ
dx dy dz
R

representa o volume de R (veja o exemplo 1). Isto se justifica, pois a soma de Riemann
correspondente:

X n−1
n−1 X
n−1 X
Sn = ∆x ∆y ∆z
i=0 j=0 k=0

é a soma dos volumes dos n3 sub-paralelepípedos formado pela partição; então:

lim Sn
n→+∞

é exatamente o volume de R.

A integral tripla tem propriedades análogas às das integrais duplas.

Proposição 3.1. Seja x = (x, y, z) ∈ R.


1. Linearidade da integral tripla. Se f e g são funções integráveis sobre R, então
para todo α, β ∈ R, α f + β g é integrável sobre R, e:

ZZZ ZZZ ZZZ



α f (x) + β g(x) dx dy dz = α f (x) dx dy dz + β g(x) dx dy dz
R R R

onde x = (x, y, z).

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100 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

2. Se f e g são integráveis sobre R e g(x) ≤ f (x), para todo x ∈ R, então:


ZZZ ZZZ
g(x) dx dy dz ≤ f (x) dx dy dz
R R

3. Se R é subdividido em k paralelepípedos e f é integrável sobre cada Ri , i =


1, ..., k então f é integrável sobre R e,

ZZZ k ZZZ
X
f (x) dx dy dz = f (x) dx dy dz
R i=1 Ri

A prova segue diretamente das definições.

Observações 3.1.
1. A noção de conteúdo nulo poder ser estendida ao paralelepípedo R de forma
completamente análoga ao caso do retângulo; mudando sub-retângulos por sub-
paralelepípedos e área por volume.

2. Como antes, o teorema é válido se o conjunto de descontinuidades de f é de


conteúdo nulo.

3. Para integrais triplas continua valendo o teorema de Fubini. Agora temos 3 ! = 6


possíveis integrais iteradas.

Teorema 3.2. (Fubini) Seja f : R −→ R contínua em R. Então:

ZZZ Z b Z d Z q  
f (x, y, z) dx dy dz = f (x, y, z) dz dy dx
R a c p
Z q Z d Z b  
= f (x, y, z) dx dy dz
p c a
Z d Z b Z q  
= f (x, y, z) dz dx dy
c a p
Z b Z q Z d  
= f (x, y, z) dy dz dx
a p c
= ..................

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3.1. INTEGRAÇÃO TRIPLA SOBRE PARALELEPÍPEDOS 101

A prova do teorema de Fubini para integrais triplas é completamente análoga à das


integrais duplas, que pode ser vista no apêndice.

Exemplo 3.1.

[1] Se R = [a, b] × [c, d] × [p, q], calcule


ZZZ
dx dy dz.
R

ZZZ Z b Z q Z d  
dx dy dz = dy dz dx = (d − c) (q − p) (b − a),
R a p c

que é o volume de R.

[2] Se R = [0, 1] × [1, 2] × [0, 3], calcule:


ZZZ
xyz dx dy dz.
R

ZZZ Z 2 Z 1 Z 3  
xyz dx dy dz = xyz dz dx dy
R 1 0 0

Z 2 Z 1 
9 27
= x y dx dy = .
2 1 0 8

[3] Se R = [0, π] × [0, π] × [0, π], calcule:


ZZZ
sen(x + y + z) dx dy dz.
R

ZZZ Z π Z π Z π  
sen(x + y + z) dx dy dz = sen(x + y + z) dz dx dy = −8.
R 0 0 0

[4] Se R = [0, 1] × [0, 1] × [0, 1], calcule:


ZZZ
(x2 + y 2 + z 2 + x y z) dx dy dz.
R

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102 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

ZZZ Z 1 Z 1 Z 1  
2 2 2 2 2 2
(x + y + z + x y z) dx dy dz = (x + y + z + xyz) dz dx dy
R 0 0 0

Z 1 Z 1 
2 1 12
= (x + y + + x y)) dx dy
0 0 3 2

1
2 y 9
Z
+ + y 2 dy = .

=
0 3 4 8

3.2 Integrais Triplas sobre Regiões mais Gerais


3.2.1 7.2.1 Regiões Elementares no Espaço
De forma análoga ao estudado no capítulo das integrais duplas definidas em regiões
mais gerais. Consideremos W ⊂ R3 .

3.2.2 Regiões de tipo I


A região W é do tipo I se pode ser descrita por:

W = {(x, y, z) ∈ R3 /(x, y) ∈ D, f1 (x, y) ≤ z ≤ f2 (x, y)}

onde D é a região elementar do plano, projeção de W no plano xy e f1 , f2 : D −→ R


contínuas, sendo f1 ≤ f2 .
z=f
2

z=f 1

Figura 3.2: Região de tipo I

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3.2. INTEGRAIS TRIPLAS SOBRE REGIÕES MAIS GERAIS 103

3.2.3 Regiões de tipo II

W é do tipo II se pode ser descrita por:

W = {(x, y, z) ∈ R3 /(x, z) ∈ D, g1 (x, z) ≤ y ≤ g2 (x, z)}

onde D é a região elementar do plano, projeção de W no plano xz e g1 , g2 : D −→ R


contínuas, sendo g1 ≤ g2 .

W
y=g 1
D
y=g
2

Figura 3.3: Região de tipo II

3.2.4 Regiões de tipo III

W é do tipo III se pode ser descrita por:

W = {(x, y, z) ∈ R3 /(y, z) ∈ D, h1 (y, z) ≤ x ≤ h2 (y, z)}

onde D é a região elementar do plano, projeção de W no plano yz e h1 , h2 : D −→ R


contínuas, sendo h1 ≤ h2 .

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104 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

x=h2 x=h
1

Figura 3.4: Região de tipo III

3.2.5 Região de tipo IV


A região W é de tipo IV se é do tipo I, ou tipo II, ou tipo III.
como por exemplo região limitada por uma esfera, ou por um elipsóide.

Observações 3.2.
1. Em qualquer dos casos anteriores, W é chamada região elementar do espaço.

2. As regiões W são conjuntos fechados e limitados em R3 .

3. Alguns exemplos de regiões elementares:

Figura 3.5: Região elementar

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3.3. EXTENSÃO DA INTEGRAL TRIPLA 105

De tipo III:

Figura 3.6: Região elementar

Em geral:

Figura 3.7: Região elementar

3.3 Extensão da Integral Tripla


Seja W uma região elementar em R3 tal que W ⊂ R, R um paralelepípedo como antes.
Se f : W −→ R é uma função contínua, definamos f ∗ : R −→ R por

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106 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

(
f (x, y, z) se (x, y, z) ∈ W
f ∗ (x, y, z) =
0 se (x, y, z) ∈ R − W.

Se ∂W tem conteúdo nulo, então, f ∗ é integrável sobre R e definimos a integral tripla


de f sobre W como:
ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dx dy dz = f ∗ (x, y, z) dx dy dz.
W R

Em tal caso dizemos que f é integrável sobre W . A integral não depende da escolha
do paralelepípedo R.

Proposição 3.2. Seja f : W ⊂ R3 −→ R contínua.

1. Se W é do tipo I:

ZZZ Z Z Z f2 (x,y) 
f (x, y, z) dx dy dz = f (x, y, z) dz dx dy
W D f1 (x,y)

2. Se W é do tipo II:

ZZZ Z Z Z g2 (x,z) 
f (x, y, z) dx dy dz = f (x, y, z) dy dx dz
W D g1 (x,z)

3. Se W é do tipo III:

ZZZ Z Z Z h2 (y,z) 
f (x, y, z) dx dy dz = f (x, y, z) dx dy dz
W D h1 (y,z)

Observação 3.2. Observe que em todos os casos anteriores D é uma região elementar
do plano e, portanto, pode ser do tipo I, II ou III; dependendo do tipo continuamos
com a integral dupla.

Baixado por Iago Emanuel ([email protected])


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3.3. EXTENSÃO DA INTEGRAL TRIPLA 107

Corolário 3.1. Se f (x, y, z) = 1 para todo (x, y, z) ∈ W , então:


ZZZ
dx dy dz = V (W )
W

onde V (W ) é o volume de W .

Exemplo 3.2.
2 4−x2 x
sen(2 z)
Z Z Z
[1] Calcule dy dz dx.
0 0 0 4−z

Note que:
2 4−x2 x ZZ  Z x 
sen(2 z) sen(2 z)
Z Z Z
dy dz dx = dy dz dx,
0 0 0 4−z D 0 4−z

onde:

D = {(x, z) / 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ z ≤ 4 − x2 }.

Figura 3.8: A região D

Calculamos primeiro:
x
sen(2 z) x sen(2 z)
Z
dy = ;
0 4−z 4−z

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108 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

a seguir, precisamos calcular:


2 4−x2 x
sen(2 z) x sen(2 z)
Z Z ZZ Z
dy dz dx = dz dx,
0 0 0 4−z D 4−z

onde consideramos D = {(x, z) / 0 ≤ x ≤ 4 − z, 0 ≤ z ≤ 4} como uma região de tipo
III; logo,


2 4−x2 x 4 4−z
sen(2 z) x sen(2 z)
Z Z Z Z Z
dy dz dx = dx dz
0 0 0 4−z 0 0 4−z

4
sin(2 z) 1 − cos(8)
Z
= dz = .
0 2 4

[2] Calcule o volume do sólido limitado superiormente por z + x2 = 9 e inferiormente


z + y = 4, tal que y = 0 e y = 4.
O sólido W é limitado superiormente por z = 9 − x2 e inferiormente por z = 4 − y. O
sólido W é do tipo I.

Figura 3.9: Vistas do sólido do exemplo [2]

W = {(x, y, z) ∈ R3 /(x, y) ∈ D, 4 − y ≤ z ≤ 9 − x2 },

Determinação de D:

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3.3. EXTENSÃO DA INTEGRAL TRIPLA 109

A região D é a projeção de W no plano xy; para determinar D basta eliminarmos z das


equações ou, equivalentemente achar a interseção de ambas as superfícies:

(
z= 9 − x2
z= 4 − y;

obtemos x2 = y + 5 e:

p p
D = {(x, y) ∈ R2 / − y + 5 ≤ x ≤ y + 5, 0 ≤ y ≤ 4}.

-2 2

Figura 3.10: O espaço H

Logo:


ZZZ Z 4 Z y+5 Z 9−x2  
V (W ) = dx dy dz = √
dz dx dy;
W 0 − y+5 4−y

então:

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110 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

Z 4 Z √
y+5 
2

V (W ) = √
5 − x + y dx dy
0 − y+5


4 y+5
x3
Z

= 5x − + xy dy
0 3 √
− y+5

4
4
Z
3
= (y + 5) 2 dy
3 0

4 √
8 5 648 40 5
= (y + 5) 2 = − u.v.
15 0 5 3
ZZZ
[3] Calcule x dx dy dz onde W é limitado por z = x2 + y 2 , z = 2, no primeiro
W
octante.

Figura 3.11: O sólido do exemplo [3]



Se considerarmos W como região de tipo II, W é definida por 0 ≤ y ≤ z − x2 e D é a
projeção de W no plano√xz; fazendo y = 0 obtemos a parábola z = x2 e z = 2; logo, D
é definida por 0 ≤ x ≤ z e 0 ≤ z ≤ 2, logo:
√ √
W = {(x, y, z) / 0 ≤ x ≤ z, 0 ≤ y ≤ z − x2 , 0 ≤ z ≤ 2}.

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3.3. EXTENSÃO DA INTEGRAL TRIPLA 111

Figura 3.12: A região do exemplo [3]

√ √
ZZZ Z 2 Z z Z z−x2  
x dx dy dz = x dy dx dz
W 0 0 0

Z 2 Z z √


= x z− x2 dx dz
0 0
1 2 3
Z
= z 2 dz
3 0

8 2
= .
15
Se consideramos W como região I:
√ √
W = {(x, y, z) / 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2 − x2 , x2 + y 2 ≤ z ≤ 2}.

Figura 3.13: A região do exemplo [3], no plano xy


2 Z √
2−x2 Z √
2
√  
8 2
Z
x dz dy dx = .
0 0 x2 +y 2 15

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112 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

3.4 Exercícios
1. Calcule as seguintes integrais:

Z 3 Z 2 Z 1
(a) (x2 + y 2 + z 2 ) dx dy dz
0 0 0
Z 1 Z 1 Z 1
(b) x2 y 2 z 2 dx dy dz
−1 −1 −1
Z 1 Z x Z xy
(c) x dz dy dx
0 0 0
Z 4 Z π Z 1−x
(d) x2 sen(y) dz dx dy
0 0 0

π 1
Z
2
Z y Z
y
(e) sen(y) dz dx dy
0 0 0
Z 1 Z x Z y
(f) x2 z 4 dz dy dx
−2 0 0

2. Considere o sólido limitado por x+y+z = 3, x+y−z = 1 e os planos coordenados.


Calcule o volume do sólido, fazendo:
Z Z Z  
(a) dz dy dx

Z Z Z  
(b) dx dy dz

Z Z Z  
(c) dy dx dz

Z Z Z  
(d) dx dz dy

ZZZ
3. Calcule x dx dy dz se W é o paralelepípedo limitado pelos planos x = 2,
W
y = 3 e z = 1.

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3.4. EXERCÍCIOS 113


ZZZ
4. Calcule z 2 dx dy dz se W é o sólido limitado pelo cilindro x2 +y 2 = 1 e pelos
W
planos z = 0 e z = 4.

dx dy dz
ZZZ
5. Calcule 3
se W é o sólido limitado pelo plano x + y + z = 1
W (x + y + z + 1)
e pelos planos coordenados.
ZZZ
6. Calcule (x3 + y 3 + z 3 ) dx dy dz se W é o sólido limitado pela esfera: (x −
W
a)2 + (y − a)2 + (z − a)2 = a2 .
ZZZ p
7. Calcule z x2 + y 2 dx dy dz se W é o sólido limitado pelo cilindro x2 +y 2 =
W
2 x e os planos y = 0, z = 0 e z = a.

8. Determine o volume do sólido limitado pelos planos 4 y + 2 x + z = 8, x = 0, y = 0


e z = 0.

9. Determine o volume do sólido limitado por z = 9 − x2 , z = 5 − y, y = 0 e y = 5.

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114 CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO TRIPLA

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Capítulo 4

MUDANÇA DE COORDENADAS

4.1 Introdução
Sejam W ∗ uma região elementar no espaço e x, y e z as seguintes funções:

x, y, z : W ∗ −→ R,
onde x = x(u, v, w), y = y(u, v, w) e z = z(u, v, w) são funções contínuas e com deriva-
das parciais contínuas num paralelepípedo aberto R tal que W ∗ ⊂ R.
Estas três funções determinam uma transformação do espaço uvw no espaço xyz. De
fato:

T : W ∗ −→ R3 ,
onde T (u, v, w) = (x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w)).
A transformação T é também denotada por:

x = x(u, v, w)

y = y(u, v, w)

z = z(u, v, w), (u, v, w) ∈ W ∗

Denotemos a imagem de W ∗ por T como W = T (W ∗ ), contida no espaço xyz.


Definição 4.1.
1. T é injetiva em W ∗ se

T ((u1 , v1 , w1 )) = T ((u2 , v2 , w2 ))

para todos (u1 , v1 , w1 ), (u2 , v2 , w2 ) ∈ W ∗ implica em u1 = u2 , v1 = v2 e w1 = w2 .

115

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116 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

2. O determinante Jacobiano de T é denotado e definido por:

∂x ∂x ∂x
 
 ∂u ∂v ∂w 
 
 
∂(x, y, z)  ∂y ∂y ∂y 
= det  ,
∂(u, v, w)  ∂u
 ∂v ∂w 

 
 ∂z ∂z ∂z 
∂u ∂v ∂w

onde as derivadas parciais são calculadas no ponto (u, v, w) ∈ W ∗ .

Teorema 4.1. Sejam W e W ∗ regiões elementares no espaço, T uma transformação de


classe C 1 e injetiva em W ∗ . Suponha que T (W ∗ ) = W . Então para toda função integrá-
vel f sobre W temos:

∂(x, y, z)
ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dx dy dz = f (u, v, w) du dv dw
W W∗ ∂(u, v, w)

onde f (u, v, w) = f (x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w)) e:

∂(x, y, z)
∂(u, v, w)

é o valor absoluto do determinante Jacobiano.

Observação 4.1. Novamente, é possível mostrar que o teorema anterior é ainda válido
se T não é injetiva num subconjunto de W ∗ que seja de conteúdo nulo.

4.2 Coordenadas Cilíndricas


Se P = (x, y, z) é um ponto no espaço xyz, suas coordenadas cilíndricas são (r, θ, z),
onde (r, θ) são as coordenadas polares da projeção de P no plano xy e são definidas
por:

x =
 r cos(θ),
y= r sen(θ),

z= z,

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4.2. COORDENADAS CILÍNDRICAS 117

ou, explicitamante r = x2 + y 2 , z = z e:
p

 y
 arctg se x, y > 0,
x y



θ = π + arctg se x < 0,
x 
2π + arctg y

se x > 0, y < 0.


x
π 3π
Se x = 0, então θ = quando y > 0 e θ = quando y < 0. Se x = y = 0, θ não é
2 2
definido.

(x,y,z)

θ r

(x,y,0)

Figura 4.1: Coordenadas cilíndricas

Esta transformação é injetiva no seguinte subconjunto:

{(r, θ, z)/r > 0, θ0 < θ < θ0 + 2π, z ∈ (−∞, +∞)}

e o jacobiano da transformação é:

∂(x, y, z)
=r
∂(r, θ, z)

Exemplo 4.1.
[1] O cilindro circular reto C de raio a é dado por:

C = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 = a2 , z ∈ (−∞, +∞)}.

Em coordenadas cilíndricas x2 + y 2 = r2 ; logo r = a, então:

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118 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

C = {(r, θ, z) ∈ R3 / r = a, 0 ≤ θ ≤ 2 π, z ∈ (−∞, +∞)}.

[2] O cone com base num disco D de raio 1.5 centrado na origem e altura 3.
Em coordenadas cilíndricas:
3
z = z, 0≤r≤ , 0 ≤ θ ≤ 2π
2
logo, o cone em coordenadas cilíndricas:
3
S = {r, θ, z) ∈ R3 / 0 ≤ r ≤ , 0 ≤ θ ≤ 2 π, 0 < z < 3}.
2

Figura 4.2: O cone do exemplo [2]

Do teorema anterior:

Corolário 4.1. Seja f (r, θ, z) = f (r cos(θ), r sen(θ), z); então:


1. ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dx dy dz = r f (r, θ, z) dr dz dθ
W W∗

2. Esta igualdade ainda é válida se

W ∗ = {(r, θ, z)/r ≥ 0, θ0 ≤ θ ≤ θ0 + 2π, z ∈ (−∞, +∞)}.

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4.2. COORDENADAS CILÍNDRICAS 119

3. Em particular, se f (x, y, z) = 1 para todo (x, y, z, ) ∈ W , então:


ZZZ
V (W ) = r dz dr dθ.
W∗

Exemplo 4.2.
[1] Determine o volume do sólido limitado por x2 + y 2 = a2 , z = 0 e z = b; a, b 6= 0.

O sólido W é um cilindro centrado na origem, de raio a e altura z onde 0 ≤ z ≤ b.


Usando coordenadas cilíndricas obtemos a nova região W ∗ definida por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 0 ≤ r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2 π, 0 ≤ z ≤ b} = [0, a] × [0, 2π] × [0, b].


ZZZ Z b Z 2 π Z a  
V (W ) = r dz dr dθ = r dr dθ dz = π a2 b u.v.
W 0 0 0

ZZZ
[2] Calcule x dx dy dz, onde W é limitado superiormente por z = 4 e inferormente
W
por z = x2 + y 2 , tal que x = 0 e y = 0.

Figura 4.3: Vistas do sólido e a região do exemplo [2]

O sólido W é definido por:

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120 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

W = {(x, y, z)/(x, y) ∈ D, x2 + y 2 ≤ z ≤ 4}.

Para determinar D resolvemos o sistema:


(
z = x2 + y 2
=⇒ x2 + y 2 = 4.
z=4

Usando coordenadas cilíndricas obtemos a nova região W ∗ definida por:

π
W ∗ = {(r, θ, z) / r2 ≤ z ≤ 4, 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ };
2

D é a projeção do parabolóide no plano xy, no primeiro quadrante:

1 2

Figura 4.4: A região do exemplo [2]

ZZZ ZZZ
x dx dy dz = r2 cos(θ) dz dr dθ
W W∗

π Z 2 Z 4  
64
Z
2
2
= r cos(θ)dz dr dθ = .
0 0 r2 15

ZZZ p
[3] Calcule x2 + y 2 dx dy dz, onde W é o sólido limitado por x2 + y 2 = 1,
W
z = 1 − x2 − y 2 abaixo do plano z = 4.

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4.2. COORDENADAS CILÍNDRICAS 121

Figura 4.5: O sólido do exemplo [3]

W é determinado por 1 − x2 − y 2 ≤ z ≤ 4. A projeção no plano xy é limitada por


x2 + y 2 ≤ 1.
1

-1 1

-1

Figura 4.6: A região D

Usando coordenadas cilíndricas obtemos a nova região W ∗ determinada por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 1 − r2 ≤ z ≤ 4, 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2 π};

logo:
2π Z 1 Z 4  
12 π
ZZZ p Z
2 2 2
x + y dx dy dz = r dz dr dθ = .
W 0 0 1−r2 5

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122 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

[4] Se W é limitado por z = 8 − x2 − y 2 e z = x2 + y 2 , calcule:


p p

ZZZ
z dx dy dz.
W

Figura 4.7: O sólido do exemplo [4]

W é determinado por:
p p
W = {(x, y, z) / (x, y) ∈ D, x2 + y 2 ≤ z ≤ 8 − x2 − y 2 }.

Onde D, no plano xy, é limitada por x2 + y 2 ≤ 4. Usando coordenadas cilíndricas


obtemos a nova região W ∗ determinada por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2 π, r ≤ z ≤ 8 − r2 };

logo:

ZZZ Z 2 Z 2π Z 8−r2  
z dx dy dz = r z dz dθ dr = 8 π.
W 0 0 r

[5] Determine o volume do sólido limitado por uma esfera de raio a.


Pela simetria do sólido calculamos o volume da calota superior da esfera e multiplica-
mos o resultado por 2. O sólido é definido por:
p
W {(x, y, z) / (x, y) ∈ D, 0 ≤ z ≤ a2 − x2 − y 2 },

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4.2. COORDENADAS CILÍNDRICAS 123

onde D, no plano xy, é limitada por x2 + y 2 = a2 . Usando coordenadas cilíndricas


temos que o novo sólido é definido por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 0 ≤ r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2 π, 0 ≤ z ≤ a2 − r2 };

logo:

Z a Z 2π Z a2 −r2  
4
ZZZ
V (W ) = 2 dx dy dz = 2 r dz dθ dr = π a3 u.v.
W 0 0 0 3

[6] Determine o volume do sólido limitado por:


p p
z= 1 − x2 − y 2 e z+1= x2 + y 2 .

Figura 4.8: O sólido do exemplo [6]

W é definido por:
p p
W = {(x, y, z) / (x, y) ∈ D, x2 + y 2 − 1 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2 },

onde D, no plano xy é limitada por x2 + y 2 = 1. Usando coordenadas cilíndricas temos


que o novo sólido é definido por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2 π, r − 1 ≤ z ≤ 1 − r2 };

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124 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

logo:

ZZZ Z 1 Z 2π Z 1−r2  
V (W ) = dx dy dz = 2 r dz dθ dr = πu.v.
W 0 0 r−1

[7] Determine o volume do sólido limitado por z = 9 − x2 − y 2 e z = 1 + x2 + y 2 .

Figura 4.9: O sólido do exemplo [7]

W é definido por:

W = {(x, y, z) / (x, y) ∈ D, 1 + x2 + y 2 ≤ z ≤ 9 − x2 − y 2 },

onde D, no plano xy é limitada por x2 + y 2 = 4. Usando coordenadas cilíndricas temos


que o novo sólido é definido por:

W ∗ = {(r, θ, z) / 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2 π, 1 + r2 ≤ z ≤ 9 − r2 };

logo:
ZZZ Z 2π Z 2 Z 9−r 2  
V (W ) = dx dy dz = r dz dr dθ = 16 πu.v.
W 0 0 1+r 2

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4.3. COORDENADAS ESFÉRICAS 125

4.3 Coordenadas Esféricas


Seja P = (x, y, z) um ponto no espaço xyz. Suas coordenadas esféricas são (ρ, θ, φ) onde
ρ é a distância do ponto P à origem, θ é o ângulo formado pelo eixo positivo dos x e o
segmento de reta que liga (0, 0, 0) a (x, y, 0) e φ é o ângulo formado pelo eixo positivo
dos z e o segmento de reta que liga P à origem:

x =
 ρ cos(θ) sen(φ)
y= ρ sen(θ) sen(φ)

z= ρ cos(φ),

onde:
 p
2 2 2
ρ = x + y + z

0 ≤ θ < 2π

0 ≤ φ ≤ π,

o que define uma região no espaço ρ θ φ.

(x,y,z)

(x,y,0)

Figura 4.10: Coordenadas esféricas

O jacobiano da transformação é:

∂(x, y, z)
= −ρ2 sen(φ)
∂(ρ, θ, φ)

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126 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

Exemplo 4.3.

[1] Em coordenadas esféricas uma esfera de raio a, centrada na origem é:

S = {(ρ, φ, θ) ∈ R3 /ρ = a, 0 ≤ φ ≤ π, 0 ≤ θ ≤ 2 π}.

[2] Os cones circulares com eixos coincidentes com o eixo dos z são caracterizados por:

S = {(ρ, φ, θ) ∈ R3 / ρ ∈ [0, +∞), φ = c0 , 0 ≤ θ ≤ 2 π},

onde c0 ∈ R.

Casos particulares:

1. Se c0 = 0 e φ = 0, S representa o semi-eixo positivo dos z.

2. Se c0 = π e φ = π, S representa o semi-eixo negativo dos z.

π π
3. Se c0 = e φ = , S representa o plano xy.
2 2

π
4. Se 0 < c0 < e φ = c0 , o cone "abre"para cima.
2

π
5. Se < c0 < π e φ = c0 , o cone "abre"para baixo.
2

[3] O sólido limitado por x2 + y 2 + z 2 ≥ 1 e x2 + y 2 + z 2 ≤ 4 em coordenadas esféricas


é dado por:

W = {(ρ, φ, θ) ∈ R3 / ρ ∈ [1, 2], 0 ≤ φ ≤ π, 0 ≤ θ ≤ 2 π}.

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4.3. COORDENADAS ESFÉRICAS 127

Figura 4.11: O sólido do exemplo [3]

Do teorema anterior:

Corolário 4.2. Seja f (ρ, θ, φ) = f (ρcos(θ)sen(φ), ρsen(θ)sen(φ), ρcos(φ)), então:

1. ZZZ ZZZ
f (x, y, z) dx dy dz = ρ2 sen(φ) f (ρ, θ, φ) dρ dθ dφ
W W∗

2. Esta igualdade ainda é válida se:

W ∗ = {(ρ, θ, φ) / ρ ∈ [0, +∞), 0 ≤ θ ≤ 2 π, 0 ≤ φ ≤ π}.

3. Em particular, se f (x, y, z) = 1 para todo (x, y, z, ) ∈ W , então:


ZZZ
V (W ) = ρ2 sen(φ) dρ dθ dφ
W∗

Exemplo 4.4.

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128 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

[1] Calcule o volume do sólido limitado por uma esfera de raio a centrada na origem.
O sólido é definido por x2 + y 2 + z 2 ≤ a2 . Utilizando coordenadas esféricas:

W ∗ = {(ρ, φ, θ) / 0 ≤ ρ ≤ a, 0 ≤ φ ≤ π, 0 ≤ θ ≤ 2 π} = [0, a] × [0, π] × [0, 2π]

ZZZ Z a Z π Z 2π  
2
dx dy dz = ρ sen(φ) dθ dφ dρ
W 0 0 0

Z a Z π 
2
= 2π ρ sen(φ) dφ dρ
0 0

π
2
Z
= πa3 sen(φ) dπ
3 0

4
= πa3 u.v.
3
[2] Se W é o sólido limitado por x2 + y 2 + z 2 = 1, calcule:
ZZZ √
2 2 2 3
e (x +y +z ) dx dy dz.
W

Usando coordenadas esféricas temos:

W ∗ = {(ρ, φ, θ) / 0 ≤ ρ ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2 π, 0 ≤ φ ≤ π}.
√ 2 2 23 3
Por outro lado e (x +y +z ) = eρ
ZZZ 3
Z 1 Z π Z 2π  
(x2 +y 2 +z 2 ) 2 2 ρ3
e dx dy dz = ρ e sen(φ) dθ dφ dρ
W 0 0 0

Z 1 Z π 
2 ρ3

= 2π ρ e sen(φ) dφ dρ
0 0

Z 1
3
= 4π ρ2 eρ dρ
0

4
= π(e − 1).
3

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4.3. COORDENADAS ESFÉRICAS 129

[3] Se W é o sólido limitado inferiormente por z = x2 + y 2 e superiormente por


p
1 1
x2 + y 2 + (z − )2 = , calcule
2 4
ZZZ p
x2 + y 2 + z 2 dx dy dz.
W

Figura 4.12: O sólido do exemplo [3]

1 1
A esfera x2 + y 2 + (z − )2 = , em coordenadas esféricas, tem como equação:
2 4

ρ = cos(φ)

e o cone:

π
φ= ;
4

então:

π
W ∗ = {(ρ, φ, θ) / 0 ≤ ρ ≤ cos(φ), 0 ≤ φ ≤ , 0 ≤ θ ≤ 2 π}
4

Logo:

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130 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

π
ZZZ p Z
4
Z cos(φ) Z 2π  
2 2 2 3
x + y + z dx dy dz = ρ sen(φ) dθ dρ dφ
W 0 0 0

π
Z
4
Z cos(φ) 
3
= 2π ρ sen(φ) dρ dφ
0 0

π
π
Z
4
= cos4 (φ) sen(φ) dφ
2 0


π 2
= (1 − ).
10 8
ZZZ 3
2 +y 2 +z 2 ) 2
[4] Calcule e(x dx dy dz onde W é o sólido limitado pela esfera centrada
W r
x2 + y 2
na origem de raio 4 e os cones z = 3(x + y ) e z = .
p
2 2
3

Figura 4.13: O sólido do exemplo [4]

Usando coordenadas esféricas r a equação da esfera x + y + z = 16 é ρ = 4 e as dos


2 2 2

x2 + y 2 π π
cones z = 3(x2 + y 2 ) e z = são, φ = e φ = , respectivamente.
p
3 6 3

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4.3. COORDENADAS ESFÉRICAS 131

A região no espaço ρθφ é definida por:

π π
W ∗ = {(ρ, φ, θ) / 0 ≤ ρ ≤ 4, 0 ≤ θ ≤ 2π, ≤φ≤ }
6 3

Logo:

π
ZZZ 3
Z 2π Z 3
Z 4  
(x2 +y 2 +z 2 ) 2 2 ρ3
e dx dy dz = ρ e sen(φ) dρ dφ dθ
π
W 0 6
0

π √
= ( 3 − 1)(e64 − 1).
3

[5] Determine o volume do sólido limotado por x2 + y 2 + z 2 = a2 , x2 + y 2 + z 2 = b2 e


z 2 = x2 + y 2 tal que z ≥ 0 e 0 < a < b.

Figura 4.14: O sólido do exemplo [5]

O sólido é limitado por a2 ≤ x2 + y 2 + z 2 ≤ b2 . Utilizando coordenadas esféricas:

π π
W ∗ = {(ρ, φ, θ) / a ≤ ρ ≤ b, 0 ≤ φ ≤ , 0 ≤ θ ≤ 2 π} = [a, b] × [0, ] × [0, 2π]
4 4

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132 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

ZZZ Z b Z π/4 Z 2π  
2
dx dy dz = ρ sen(φ) dθ dφ dρ
W a 0 0

Z b Z π/4 
2
= 2π ρ sen(φ) dφ dρ
a 0

√ Z b
= π (1 − 2) ρ2 dρ
a

π √
= (2 − 2) (b3 − a3 )u.v.
3

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4.4. EXERCÍCIOS 133

4.4 Exercícios
1. Faça a mudança de variável necessária para calcular as seguintes integrais:


Z 2 Z 4−x2 Z 4
(a) √
x dz dy dx.
−2 − 4−x2 x2 +y 2

Z 2 Z √
4−x2 Z √16−x2 −y2 p
(b) x2 + y 2 dz dy dx.
0 0 0
√ √
Z 1 Z 1−x2 Z 1+ 1−x2 −y 2
(c) √
xdz dy dx.
−1 − 1−x2 1

Z 1 Z √
1−x2 Z √1−x2 −y2 p
(d) x2 + y 2 + z 2 dz dy dx.
0 0 0

ZZ
2. Calcule: x dx dy dz, onde W é o sólido limitado pelos planos x = 0, y = 0,
W
z = 2 e pelo parabolóide z = x2 + y 2 .
ZZ
3. Calcule: x dx dy dz, onde W é o sólido limitado pelo parabolóide x = 4 z 2 +
W
4 y 2 e pelo plano x = 4.
ZZ
4. Calcule: 6 x y dx dy dz, onde W está acima da região plana limitada pelas
√W
curvas y = x, y = 0, x = 1 e abaixo do plano z = 1 + x + y.
ZZ
5. Calcule: x y dx dy dz, onde W é o tetraedro de vértices (0, 0, 0), (1, 0, 0),
W
(0, 2, 0) e (0, 0, 3).

6. Determine o volume:

(a) do sólido limitado pelo cilindro x = y 2 e pelos planos z = 0 e x + z = 1.

(b) do sólido limitado pelo cilindro y = cos(x) e pelos planos z = y, x = 0, x = π


2
e z = 0.

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134 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

7. O valor médio de uma função w = f (x, y, z) sobre a região W é definido por:

1
ZZZ
VM = f (x, y, z) dx dy dz.
vol(W ) W

Determine o valor médio da função f (x, y, z) = x y z sobre o cubo com lados de


comprimento L que está no primeiro octante com um vértice na origem e arestas
paralelas aos eixos coordenados.

Calcule, usando coordenadas cilíndricas


ZZZ p
8. x2 + y 2 dx dy dz, onde W é a região contida dentro do cilindro
W
x + y 2 = 16 e entre os planos z = −5 e z = 4.
2

ZZZ
9. x2 + y 2 dx dy dz, onde W é o cone x2 + y 2 ≤ z ≤ 1.
 p
W

ZZZ p
10. x2 + y 2 dx dy dz, onde:

1+
W
p
W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 ≤ z ≤ 1}.

Calcule, usando coordenadas esféricas


ZZZ p
11. x2 + y 2 + z 2 dx dy dz, onde W é o sólido limitado por abaixo pelo cone
W
π
ρ= e acima pela esfera ρ = 2.
6
ZZZ
12. x2 + y 2 + z 2 dx dy dz, onde:

W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ 1}.

dx dy dz
ZZZ
13. p 3 , onde W é o sólido limitado pelas esferas:
W x2 + y2 + z2
x2 + y 2 + z 2 = a2 e x2 + y 2 + z 2 = b2 , (a < b).

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4.4. EXERCÍCIOS 135

dx dy dz
ZZZ
14. , onde W é o sólido limitado pelas superfícies
W z2
z = x2 + y 2 , z = 1 − x2 − y 2 e z = 4 − x2 − y 2 .
p p p

ZZZ p
15. x2 + y 2 + z 2 dx dy dz, onde:
W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ 2 z , 1 ≤ z}.

16. Calcule o volume do sólido limitado:

(a) Por z = 4 − x2 − y 2 e pelo plano xy.

(b) Por z = x2 + y 2 e x2 + y 2 + z 2 = 2.

(c) Por z = x2 + 9 y 2 e z = 18 − x2 − 9 y 2 .

(d) Por z = 2 x2 + 2 y 2 e z = 48 − x2 − y 2 .

x2 y 2 y 2
ZZZ  
17. Calcule + 2 + 2 dx dy dz, onde a, b, c > 0 e o sólido definido por:
W a2 b c
x2 y 2 y 2
W = {(x, y, z) ∈ R3 / + 2 + 2 ≤ 1}.
a2 b c
ZZZ
18. Calcule x y z dx dy dz, onde W é formado pelo primeiro octante do elip-
W
sóide do exercício anterior, (x, y, z ≥ 0).

19. Utilizando coordenadas cilíndricas, calcule:


ZZZ
(a) (x2 + y + z 2 )3 dx dy dz, onde W é o sólido limitado pelo cilindro x2 +
W
z 2 = 1 e pelos planos y = 0 e y = 1.
ZZZ
(b) (x2 + y 2 ) dx dy dz, onde W é o sólido limitado pela superfície 2 z =
W
x2 + y 2 e o plano z = 2.
ZZZ
(c) dx dy dz, onde W é o sólido limitado por x2 + y 2 + z 2 = 2 R z, x2 + y 2 =
W
z 2 e que contem o ponto (0, 0, R).

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136 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

20. Utilizando coordenadas esféricas, calcule:

ZZZ
(a) (x2 + y 2 ) dx dy dz, onde:
W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ a2 , z ≥ 0}.

ZZZ q
(b) 1 + (x2 + y 2 + z 2 )3/2 dx dy dz, onde:
W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ 1}.

ZZZ p
(c) x2 + y 2 + z 2 dx dy dz, onde:
W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ x}.

ZZZ
(d) a dx dy dz, onde:
W

W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ 1, x ≥ 0}.

21. Calcule o volume do sólido limitado:

(a) pelo cilindro x2 + 4 y 2 = 4 e pelos planos z = 0 z = x + 2

(b) pelo parabolóide z = x2 + y 2 e pelo plano z = x

(c) pelos parabolóides z = 9 x2 + y 2 e z = 18 − 9 x2 − y 2

(d) pelas superfícies z = x2 + y 2 e z = x2 + y 2


p

(e) pela superfície z = 4 − 4 x2 − y 2 e o plano xy

(f) pelos cilindros x2 + z 2 = 1 e y 2 + z 2 = 1.

(g) pelos planos z = 0, y = 0, z = x e pelo cilindro x2 + y 2 = 9

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4.4. EXERCÍCIOS 137

22. Se W é um sólido não homogêneo com densidade em cada ponto dada por w =
f (x, y, z), a massa de W é definida por:
ZZZ
MW = f (x, y, z) dx dy dz.
W

As coordenadas do centro de massa do sólido W são definidas por:


ZZZ
x f (x, y, z) dx dy dz
W
x= ,
MW
ZZZ
y f (x, y, z) dx dy dz
W
y=
MW

e:
ZZZ
z f (x, y, z) dx dy dz
W
z=
MW

(a) Calcule a massa de W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 ≤ 9, 0 ≤ z ≤ 9 − x2 − y 2 } se


a densidade é f (x, y, z) = z

(b) Calcule o centro de massa do sólido limitado por z 2 = x y, x = 5, y = 5 e


z = 0 se a densidade é f (x, y, z) = 1

(c) Calcule o centro de massa do sólido limitado pela esfera x2 + y 2 + z 2 = a2


e situado acima do plano z = 0, sabendo que a densidade em cada ponto é
proporcional á distância do ponto ao centro da esfera.

(d) Se a densidade num ponto de uma estrla esférica gaseosa é dada por f =
3
C e−(ρ/R) , onde C > 0, R é o raio da estrela e ρ é a distância do ponto ao
centro da estrela. Calcule a massa da estrela

23. Se W é um sólido não homogêneo com densidade em cada ponto dada por
w = f (x, y, z), então os momentos de inércia em torno dos eixos coordenados
são definido por:

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138 CAPÍTULO 4. MUDANÇA DE COORDENADAS

ZZZ
Ix = (y 2 + z 2 ) f (x, y, z) dx dy dz,
W

ZZZ
Iy = (x2 + z 2 ) f (x, y, z) dx dy dz
W

e:
ZZZ
Iz = (x2 + y 2 ) f (x, y, z) dx dy dz
W

Determine o momento de inércia de cada sólido em relação ao eixo indicado su-


pondo que a densidade é K constante.

(a) W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 ≤ a2 , 0 ≤ z ≤ h} em relação ao eixo dos x

(b) W = {(x, y, z) ∈ R3 / a2 ≤ x2 + y 2 ≤ b2 , 0 ≤ z ≤ h} em relação ao eixo dos z

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Capítulo 5

APÊNDICE

5.1 Limite e Continuidade


Teorema 5.1. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função. Se o limite de f quando x aproxima-
se de x0 existe, então ele é único.
Prova: Suponha que lim f (x) = L e lim f (x) = M . Então, para todo ε > 0 existe δ > 0
x→x0 x→x0
ε ε
tal que 0 < kx − x0 k < δ implica em |f (x) − L| < e |f (x) − M | < .
2 2
Como x0 ∈ A ∪ ∂A, podemos escolher x ∈ A tal que 0 < kx − x0 k < δ, o que acarretará:
ε ε
|L − M | ≤ |L − f (x)| + |f (x) − M | < + = ε.
2 2

Como ε é arbitrário, L = M .

5.2 Diferenciabilidade
Teorema 5.2. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função definida no conjunto aberto A tal que
existem todas as derivadas parciais em cada ponto de A e cada uma delas é contínua
no ponto x0 ∈ A. Então f é diferenciável em x0 .
Prova: Faremos a prova do teorema para n = 2. O caso geral é análogo. Sejam -
x0 = (x0 , y0 ) e h = (h, k) tal que x0 + h ∈ A.
Denotemos por M = f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ); então:

M = (f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 + k)) + (f (x0 , y0 + k) − f (x0 , y0 )).

139

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140 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

Definamos a função g(t) = f (x0 + t h, y0 + k), t ∈ [0, 1]; pelo teorema do valor médio
para funções de uma variável, existe θ1 ∈ (0, 1) tal que

g(1) − g(0) = g ′ (θ1 ),

ou equivalentemente:
∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 + k) = h (x0 + θ1 h, y0 + k).
∂x
Definamos a função h(t) = f (x0 , y0 + t k), t ∈ [0, 1]; pelo teorema do valor médio para
funções de uma variável, existe θ2 ∈ (0, 1) tal que

h(1) − h(0) = h′ (θ2 )

ou:
∂f
f (x0 , y0 + k) − f (x0 , y0 ) = k (x0 , y0 + θ2 k).
∂y

∂f ∂f
Então M = h (x0 + θ1 h, y0 + k) + k (x0 , y0 + θ2 k), ou:
∂x ∂y
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) = h (x0 + θ1 h, y0 + k) + k (x0 , y0 + θ2 k).
∂x ∂y

Denote por:
∂f ∂f
K = f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − h (x0 , y0 ) − k (x0 , y0 ),
∂x ∂y
∂f ∂f
L=( (x0 + θ1 h, y0 + k) − (x0 , y0 ))
∂x ∂x
∂f ∂f
S = ( (x0 , y0 + θ2 k) − (x0 , y0 )). Então
∂y ∂y
|K| |h| |k|
√ ≤√ |L| + √ |S|.
2
h +k 2 2
h +k 2 h + k2
2

|h| |k|
0≤ √ ≤1e0≤ √ ≤ 1.
h2 + k 2 h2 + k 2
Pela continuidade das derivadas parciais no ponto x0 , segue que f é diferenciável no
ponto x0 .

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5.2. DIFERENCIABILIDADE 141

Proposição 5.1. Se f é diferenciável no ponto x0 , então f é contínua em x0 .


Prova: (n = 2). O caso geral é análogo. Devemos provar, que para todo ε > 0 existe
δ > 0 tal que: |f (x, y) − f (x0 , y0 )| < ε se 0 < kx − x0 k < δ.
Se f é diferenciável no ponto x0 , então, para ε1 = 1 existe δ1 > 0 tal que:

∂f ∂f
|f (x, y) − f (x0 , y0 ) − (x0 )(x − x0 ) − (x0 )(y − y0 )| < kx − x0 k,
∂x ∂y

se 0 < kx − x0 k < δ1 . Denotaremos por:


∂f ∂f
k(x, y) = ( (x0 , y0 ) (x − x0 ) + (x0 , y0 ) (y − y0 )); então:
∂x ∂y

|f (x, y) − f (x0 , y0 )| = |f (x, y) − f (x0 , y0 ) − k(x, y) + k(x, y)|


≤ |f (x, y) − f (x0 , y0 ) − k(x, y)| + |k(x, y)|
< kx − x0 k + |k(x, y)|.

Por outro lado,

∂f ∂f p
(x0 )(x − x0 ) ≤ (x0 ) (x − x0 )2 + (y − y0 )2 ,
∂x ∂x

∂f ∂f p
(x0 )(y − y0 ) ≤ (x0 ) (x − x0 )2 + (y − y0 )2 .
∂y ∂y

∂f ∂f
Denotemos por M o maior entre (x0 ) e (x0 ) . Teremos: |k(x, y)| ≤ 2 M kx−x0 k;
∂x ∂y
então:

|f (x, y) − f (x0 , y0 )| < (2 M + 1) kx − x0 k.


ε
Dado ε > 0, seja δ = min{δ1 , }; se kx − x0 k < δ, temos
2M + 1
f (x, y) − f (x0 , y0 ) < ε.

Teorema 5.3. (Schwarz)Se f : A ⊂ Rn −→ R é uma função de classe C 2 no ponto x0 ,


então para todo i, j = 1.....n tem-se:

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142 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

   
∂ ∂f ∂ ∂f
(x0 ) = (x0 ) , i 6= j.
∂xj ∂xi ∂xi ∂xj

Prova: Faremos a prova do teorema para n = 2. O caso geral é análogo.


Consideremos x0 = (x0 , y0 ). Sejam ε > 0 tal que (x0 − ε, x0 + ε) × (y0 − ε, y0 + ε) ⊂ A e
t ∈ (−ε, ε). Definamos as funções:

φ(t) = f (x0 + t, y0 + t) − f (x0 + t, y0 ) − f (x0 , y0 + t) + f (x0 , y0 ) e


r(x) = f (x, y0 + t) − f (x, y0 );

então φ(t) = r(x0 + t) − r(x0 ). Aplicando o teorema do valor médio para funções de
uma variável à função: r(x) onde x ∈ [x0 , x0 + t], existe θ1 ∈ (0, 1) tal que:

r(x0 + t) − r(x0 ) = t r′ (x0 + t θ1 )

ou:
∂f ∂f
φ(t) = t ( (x0 + t θ1 , y0 + t) − (x0 + t θ1 , y0 )).
∂x ∂x
∂f ∂f
As funções e são contínuas no ponto (x0 , y0 ). Aplicando o teorema do valor
∂x ∂y
médio para funções de uma variável a:
∂f
m(y) = (x0 + t θ1 , y), y ∈ [y0 , y0 + t],
∂x
existe θ2 ∈ (0, 1) tal que:

∂ 2f
m(y0 + t) − m(y0 ) = t (x0 + t θ1 , y0 + t θ2 )
∂y∂x
ou:

∂ 2f
φ(t) = t2 (x0 + t θ1 , y0 + t θ2 ).
∂y∂x

De forma análoga para s(y) = f (x0 + t, y) − f (x0 , y), obtemos:

∂ 2f
φ(t) = t2 (x0 + t θ3 , y0 + t θ4 ), θ3 , θ4 ∈ (0, 1),
∂x∂y
e:

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5.2. DIFERENCIABILIDADE 143

∂ 2f ∂ 2f
(x0 + t θ1 , y0 + t θ2 ) = (x0 + t θ3 , y0 + t θ4 );
∂y∂x ∂x∂y

fazendo t −→ 0 e lembrando que as derivadas parciais de segunda ordem são contí-


nuas, provamos o teorema.

Proposição 5.2. Se f é uma função de classe C 1 então:

∂f
(x) = ∇f (x) · ~v.
∂v

Prova: Seja g(t) = f (x + t v1 , y + t v2 , z + t v3 ); g é uma função derivável de uma variável;


utilizando a regra da cadeia, derivamos g:

∂f ∂f ∂f
g ′ (0) = v1 + v2 + v3 = ∇f (x, y, z) · ~v;
∂x ∂y ∂y

por outro lado:

∂f
(x, y, z) = g ′ (0).
∂v

Definição 5.1.

1. Uma curva diferenciável parametrizada γ pasando por x0 em Rn é determinada


por n funções diferenciáveis:

xi : I ⊂ R −→ R,

i = 1, 2, ..., n tal que γ(t) = (x1 (t), x2 (t), ........, xn (t)) e γ(t0 ) = x0 , onde I ⊂ R.

2. A derivada de γ é γ ′ (t) = (x1 (t), x2 (t), ........, xn (t)).


′ ′ ′

3. Uma curva parametrizada γ em A ⊂ Rn é tal que γ(I) ⊂ A.

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144 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

Proposição 5.3. Seja (x0 , y0 , z0 ) ∈ Sc . Suponha que ∇f (x0 , y0 , z0 ) 6= ~0, então


∇f (x0 , y0 , z0 ) é normal ao plano tangente a Sc no ponto (x0 , y0 , z0 ).
Prova: Seja γ uma curva sobre a superfície Sc tal que γ(t0 ) = (x0 , y0 , z0 ), para algum
t0 ∈ R. Então f (γ(t)) = c, pois γ pertence à Sc .

d
(f (γ(t)) =0 e ∇f (γ(t)) · γ ′ (t) = 0;
dt t=t0

logo: ∇f (x0 , y0 , z0 ) · γ ′ (t0 ) = 0.


Isto é válido para qualquer curva em Sc passando por (x0 , y0 , z0 ).

Teorema 5.4. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função diferenciável definida no aberto A e


x0 um ponto extremo local de f . Então

∇f (x0 ) = 0.

Prova: Suponha que x0 é ponto de máximo de f . Para todo ~v ∈ Rn a função real


h(t) = f (x0 + t~v) possui um ponto de máximo em t = 0; pela regra da cadeia:
d
0= h(t)|t=0 = ∇f (x0 ) · ~v
dt
e a igualdade vale para todo ~v; então ∇f (x0 ) = 0. A prova é análoga se x0 é ponto de
mínimo local de f .

Teorema 5.5. Seja a família de funções:

f (x, y) = A x2 + 2 B x y + C y 2 ,

tal que A, B, C ∈ R e não são todas simultaneamente nulas. Denotemos por:

∆ = A C − B2.

1. Se ∆ > 0 e A > 0, então (0, 0) é ponto de mínimo de f .

2. Se ∆ > 0 e A < 0, então (0, 0) é ponto de máximo de f .

3. Se ∆ < 0, então (0, 0) é ponto de sela de f .

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5.2. DIFERENCIABILIDADE 145

Prova: Suponha que ∆ > 0; logo A 6= 0.

B y 2 ∆ y 2
f (x, y) = A x + + ;
A A
ambas as parcelas tem o mesmo sinal que A e f (x, y) = 0 se e somente se:

By
x+ =0

A
y = 0;

então f (x, y) = 0 se e somente se x = y = 0.

1. Se A > 0, temos 0 = f (0, 0) < f (x, y) e (0, 0) é ponto de mínimo de f .

2. Se A < 0, temos f (x, y) < f (0, 0) = 0 e (0, 0) é ponto de máximo de f .

3. Suponha que ∆ < 0 e A 6= 0; denotando por:



B 2 − AC
E= ,
A

temos:

B y  B y 
f (x, y) = A x + −Ey x+ +Ey ;
A A

Ax Ax
f (x, y) = 0 se, e somente se: y = ou y = − ;
AE − B AE + B
logo:
Ax Ax
f (x, y) > 0 se y > ou y > − e
AE − B AE + B
Ax Ax
f (x, y) < 0 se y < ou y < − .
AE − B AE + B

Portanto, numa vizinhança de (0, 0) f toma valores negativos e positivos.

Se A = 0, então f (x, y) = 2 B x y + C y 2 ; logo B 6= 0, caso contrário ∆ = 0; então:

f (x, y) = y (2 B x + C y);

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146 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

portanto: f (x, y) > 0 se, e somente se


(
y>0 e B x + C y > 0 ou
y<0 e B x + C y < 0.

f (x, y) < 0 se, e somente se


(
y>0 e B x + C y < 0ou
y<0 e B x + C y > 0.

Teorema 5.6. Sejam z = f (x, y) uma função de classe C 2 definida num conjunto aberto
U ⊂ R2 e (x0 , y0 ) ∈ U um ponto crítico de f . Denotemos por:

∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f
A(x, y) = (x, y), B(x, y) = (x, y), C(x, y) = (x, y), então a hessiana:
∂x2 ∂x∂y ∂y 2

H(x, y) = A(x, y) C(x, y) − B 2 (x, y).

Então:

1. Se A(x0 , y0 ) > 0 e H(x0 , y0 ) > 0, então (x0 , y0 ) é ponto de mínimo local de f em U .

2. Se A(x0 , y0 ) < 0 e H(x0 , y0 ) > 0, então (x0 , y0 ) é ponto de máximo local de f em


U.

3. Se H(x0 , y0 ) < 0, então (x0 , y0 ) é ponto de sela de f em U .

4. Se H(x0 , y0 ) = 0, nada se pode concluir.

Prova: Seja θ ∈ [0, 2 π]. Consideramos a seguinte função de uma variável:

h(r) = f (x0 + r cos(θ), y0 + r sen(θ));

h(r) descreve o comportamento de f ao longo da reta que passa pelo ponto (x0 , y0 ) e
na direção (cos(θ), sen(θ)). Denotemos por a = x0 + r cos(θ) e b = y0 + r sen(θ); usando
a regra da cadeia, derivemos a função h:

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5.2. DIFERENCIABILIDADE 147

∂f ∂f
h′ (r) = (a, b) cos(θ) + (a, b) sen(θ);
∂x ∂y

então, r = 0 é ponto crítico de h. Derivando novamente:

∂ 2f 2 ∂ 2f ∂ 2f
h′′ (r) = (a, b) cos (θ) + 2 (a, b) cos(θ) sen(θ) + (a, b) sen2 (θ).
∂x2 ∂x∂y ∂y 2

Fazendo

∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f
A= (x0 , y0 ), B= (x0 , y0 ), C= (x0 , y0 ),
∂x2 ∂x∂y ∂y 2

x = cos(θ) e y = sen(θ), obtemos:

h′′ (0) = A x2 + 2 B x y + C y 2

Como A > 0 e H > 0, pelo teorema anterior h′′ (0) > 0; então h possui um ponto de
mínimo em r = 0. O argumento vale para todo θ ∈ [0, 2 π]. Logo f possui um ponto de
mínimo local em (x0 , y0 ).
Os demais casos ficam como exercícios.

Teorema 5.7. Sejam f, g : A ⊂ Rn −→ R funções de classe C 1 . Denotemos por S


um conjunto de nível de g. Se f tem um ponto de máximo ou de mínimo x0 ∈ S e
∇g(x0 ) 6= 0, então existe λ ∈ R tal que:

∇ f (x0 ) = λ ∇g(x0 ).

Prova: Faremos a prova para n = 2, o caso n = 3 é análogo.


Suponha que a curva de nível de g se escreva na forma paramétrica γ(t) = (x(t), y(t))
e que γ ′ (t) = (x′ (t), y ′ (t)) 6= ~0; consideremos a seguinte função de uma variável
β(t) = f (γ(t)) = f (x(t), y(t)) tal que t ∈ (a, b).
Como f possui um ponto extremo em x0 , então, existe t0 ∈ (a, b) tal que β possui um
ponto extremo em t0 ; logo, β ′ (t0 ) = 0 e pela regra da cadeia:

∂f dx ∂f dy
β ′ (t) = (x(t), y(t)) + (x(t), y(t)) = ∇f (x(t), y(t)) γ ′ (t).
∂x dt ∂y dt

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148 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

Denotando x0 = (x(t0 ), y(t0 )) e calculando β ′ (t0 ) = 0; temos, ∇f (x0 ) · γ ′ (t0 ) = 0; por-


tanto ∇f (x0 ) e γ ′ (t0 ) = 0 são ortogonais.
Como ∇f é ortogonal às curvas de nível de f , no ponto x0 as curvas de nível de g e de
f devem ser tangentes e ∇f (x0 ) = λ ∇g(x0 ).

5.3 Integração
Teorema 5.8. (Fubini) Seja f : R −→ R2 contínua sobre R. Então:
ZZ Z d Z b  Z b Z d 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx,
R c a a c

onde R = [a, b] × [c, d].


Prova: Fixemos x0 ∈ [a, b] e consideremos a função fx0 : [c, d] −→ R definida por
fx0 (y) = f (x0 , y), para todo y ∈ [c, d]. Como fx0 é contínua em [c, d], é integrável em
[c, d]; definamos:
Z d
A(x0 ) = f (x0 , y) dy.
c

Provaremos que a função: A : [a, b] −→ R é integrável em [a, b] e:


Z b ZZ
A(x) dx = f (x, y) dx dy.
a R

Como antes, seja c = y0 < y1 < ..... < yn = d uma partição de ordem n de [c, d] tal que
d−c
∆y = ; logo:
n
n−1 Z yk+1
X
A(x) = f (x, y) dy.
k=0 yk

Pelo teorema do valor médio para integrais, temos:


Z yk+1
f (x, y) dy = f (x, yk∗ (x)) (yk+1 − yk ),
yk

onde yk∗ (x) ∈ [yk , yk+1 ] (yk∗ (x) possívelmente depende de x); então:
n−1
X
A(x) = f (x, yk∗ (x)) (yk+1 − yk ).
k=0

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5.3. INTEGRAÇÃO 149

Pela definição de integral para funções de uma variável:


Z bZ d  Z b n−1
X
f (x, y) dy dx = A(x) dx = lim A(pj ) (xj+1 − xj ),
a c a n→+∞
k=0

onde a = x0 < x1 < ..... < xn = b é uma partição de ordem n de [a, b] tal que:
b−a
∆x = e pj ∈ [xj , xj+1 ].
n
n−1
X
Considere cjk = (pj , yk (pj )) ∈ Rjk , logo A(pj ) = f (cjk ) (yk+1 − yk ) e
k=0

Z bZ d  Z b n−1
X
f (x, y) dy dx = A(x) dx = lim A(pj ) (xj+1 − xj )
a c a n→+∞
j=0

n−1 X
X n−1
= lim f (cjk ), (yk+1 − yk ) (xj+1 − xj )
n→+∞
j=0 k=0

ZZ
= f (x, y) dx dy.
R

De forma análoga prova-se que:


Z dZ b  ZZ
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy.
c a R

Proposição 5.4. Se f : D −→ R é contínua e limitada sobre D, então:

1. Se D é uma região de tipo I:


ZZ Z b Z φ2 (x) 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx.
D a φ1 (x)

2. Se D é uma região de tipo II:


ZZ Z d Z ψ2 (y) 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dx dy.
D c ψ1 (y)

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150 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

Prova: Se R = [a, b] × [c, d] e D ⊂ R, podemos utilizar todos os resultados anteriores.


Em particular para integrais iteradas. De fato,

ZZ ZZ
f (x, y) dx dy = f ∗ (x, y) dx dy
D R
Z b Z d 

= f (x, y) dy dx
a c
Z d Z b 

= f (x, y) dx dy.
c a

Suponha que D é uma região de tipo I definida por: φi : [a, b] −→ R, i = 1, 2.


Consideremos:
Z b Z d 

f (x, y) dy dx.
a c

d
R
φ2

φ1
c

a x b
Figura 5.1:

Fixando x ∈ [a, b], f ∗ é limitada e contínua, exceto, possivelmente em dois pontos, logo
Z d
a integral f ∗ (x, y) dy existe.
c

Mas f ∗ (x, y) = 0 se c < y < φ1 (x) e φ2 (x) < y < d.

Z d Z φ2 (x) Z φ2 (x)
∗ ∗
f (x, y) dy = f (x, y) dy = f (x, y) dy,
c φ1 (x) φ1 (x)

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5.3. INTEGRAÇÃO 151

pois f = f ∗ em D. Então, se D é de tipo I:

ZZ Z b Z φ2 (x) 
f (x, y) dx dy = f (x, y) dy dx.
D a φ1 (x)

Se D é do tipo II, a prova é análoga.

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152 CAPÍTULO 5. APÊNDICE

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Lista de Figuras

1.1 Partição de R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2 Vista do sólido W . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 Partição e os paralelepípedos de W , respectivamente . . . . . . . . . . . 11
1.4 Partição e os paralelepípedos de W , respectivamente . . . . . . . . . . . 12
1.5 Reconstrução do sólido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.6 Reconstrução do sólido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.8 Sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.9 Sólido do exemplo [6] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.10 Sólido do exemplo [7] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.11 Sólido do exemplo [8] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.12 ∂R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.13 G(f ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.14 Regiões de tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.15 Regiões de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.16 Região de tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.17 Região de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.18 Região de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.19 Região de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.20 Região de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.21 Gráficos de f e f ∗ , respectivamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.22 Região de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.23 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.24 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.25 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.26 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.27 O sólido e a região, respectivamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.28 O sólido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.29 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.30 O sólido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.31 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

153

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154 LISTA DE FIGURAS

1.32 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.33 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.34 O sólido do exemplo [9] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.35 O sólido no primeiro octante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.36 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.37 Sólido e região do exemplo [10], respectivamente . . . . . . . . . . . . . . 41
1.38 Sólido do exemplo [11] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.39 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

2.1 Mudança de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46


2.2 Mudança do exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.3 Regiões D∗ e D, respectivamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
2.4 Regiões D∗ e D, respectivamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.5 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
2.6 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.7 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.8 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
2.9 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.10 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.11 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.12 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.13 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2.14 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2.15 Região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.16 Região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
2.17 Mudança polar de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.18 Cardióide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
2.19 Lemniscata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
2.20 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
2.21 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
2.22 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.23 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.24 O sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
2.25 O sólido do exemplo [4] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.26 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
2 2
2.27 Gráfico de f (x, y) = e−(x +y ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.28 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.29 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
2.30 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
2.31 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
2.32 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

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LISTA DE FIGURAS 155

2.33 A região limitada por r = 2(1 + sen(θ)) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75


2.34 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
2.35 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
2.36 A região D∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
2.37 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
2.38 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
2.39 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
2.40 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
2.41 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
2.42 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
2.43 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
2.44 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
2.45 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
2.46 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.47 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
2.48 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
2.49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

3.1 Subdivisão de R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
3.2 Região de tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.3 Região de tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3.4 Região de tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
3.5 Região elementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
3.6 Região elementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
3.7 Região elementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
3.8 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
3.9 Vistas do sólido do exemplo [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
3.10 O espaço H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
3.11 O sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
3.12 A região do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
3.13 A região do exemplo [3], no plano xy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

4.1 Coordenadas cilíndricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117


4.2 O cone do exemplo [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
4.3 Vistas do sólido e a região do exemplo [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
4.4 A região do exemplo [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
4.5 O sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
4.6 A região D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
4.7 O sólido do exemplo [4] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
4.8 O sólido do exemplo [6] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
4.9 O sólido do exemplo [7] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
4.10 Coordenadas esféricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

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156 LISTA DE FIGURAS

4.11 O sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127


4.12 O sólido do exemplo [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
4.13 O sólido do exemplo [4] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
4.14 O sólido do exemplo [5] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

5.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

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Índice

Área, 30 teorema de Fubini, 100


Integração Triplas
Centro de Massa, 89 regiões elementares, 102
Conteúdo Nulo, 100 Integrais Iteradas, 14
Conteúdo nulo, 21 Integral Dupla, 9
linearidade, 13
Função
integrável, 9, 98 Jacobiano, 47, 115
limitada, 8
Momento de Inércia, 92
Integração Dupla, 7 Mudança Cilíndrica, 116
aplicação, 72, 88 Mudança de Coordenadas
centro de massa, 89 cilíndrica, 116
extensão, 28 esférica, 125
linearidade, 13 linear, 51
massa total, 89 polar, 60
momento de inércia, 92 Mudança Esférica, 125
momento de massa, 89 Mudança Linear, 51
mudança de coordenadas, 45 Mudança Polar, 60
partição, 8 Mudanças de Coordenadas, 45, 115
propriedades, 13 integral dupla, 50
regiões elementares, 23 integral tripla, 116
significado geométrico, 10 jacobiano, 47, 115
sobre Retângulos, 7
soma de Riemann, 9 Partição, 98
teorema de Fubini, 16 Região
volume, 29 de tipo I, 23
Integração Tripla, 97 de tipo II, 24
extensão, 105 de tipo III, 24
linearidade, 99 Regiões Elementares, 25
mudança de coordenadas, 115 limitadas por círculos, 63
propriedades, 99 no espaço, 102
sobre paralelepípedos, 97
soma de Riemann, 98 Teorema de Fubini, 16, 100

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158 ÍNDICE

extensão, 21

Volume
integral dupla, 29
integral tripla, 106

Baixado por Iago Emanuel ([email protected])


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Bibliografia

[TA] T. Apostol: Mathematical Analysis: A Modern Approach to Advanced Cal-


culus, Reading, Mass, Addison-Wesley Pub. Co.

[EL] E. Lima: Curso de Análise, Vol. II, Ed. Universitaria.

[MW] J. Marsden- A. Weinstein: Calculus, Vol. II e III, Springer-Verlag.

[VC] M. Vilches - M. Corrêa: Cálculo: Volume I, www.ime.uerj.br/∼calculo.

159

Baixado por Iago Emanuel ([email protected])

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