0% acharam este documento útil (0 voto)
18 visualizações34 páginas

Cap.1 e 2

Enviado por

Pedro Tuendy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
18 visualizações34 páginas

Cap.1 e 2

Enviado por

Pedro Tuendy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 34

UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


CURSOS DE FINANÇAS E CONTABILIDADE E GESTÃO E MARKETING

CONTABILIDADE ANALÍTICA
POR:
MANUEL LEMOS GABRIEL

LUANDA – 2022/2023
PROGRAMA ANUAL

CAP. 1 Introdução;
CAP. 2 Custos completos;
CAP. 3 O tratamento de encargos directos e indirectos;
CAP. 4 Custo de produção;
CAP. 5 Custeio Variável;
CAP. 6 Limiar de Rentabilidade;
CAP. 7 O Método baseado sobre os Coeficientes de equivalência;
CAP. 8 O Método da imputação Racional dos Encargos Fixos;
CAP. 9 Custo Marginal;
CAP. 10 Os Novos Instrumentos de Gestão;
CAP. 11 A Contabilidade por Actividade o método ABC;
CAP. 12 Custos Pré- Estabelecidos
1. INTRODUÇÃO
1.1 Evolução histórica

A contabilidade Geral iniciou em 1494, com o tratado de contabilidade em


partidas dobradas do frei Lucas Pacioly, tornando-se num instrumento de
informação financeira e de gestão.

Apesar disto, a contabilidade geral não permite a direcção da empresa o


controlo, de uma forma analítica e efectiva, das operações efectuadas durante
o exercício contabilístico (trata-se do controlo das matérias primas, Mão de
obra, encargos de fabricação, assim como os encargos de venda e de
administração).

Deixou sem resposta várias perguntas e dúvidas de ordem económica e


financeira. Ela não permite a tomada de decisões sobre a gestão geral da
empresa porque falta-lhe a definição real da maneira como foram aplicados os
fundos da empresa nos produtos ou serviços produzidos.
1. INTRODUÇÃO
Exemplo 1: Apuramento de resultados na Contabilidade Geral

RESULTADO
CONTA VALOR CONTA VALOR
Custo de mercadorias vendidas 100,00 Vendas 1.800,00
Despesas com pessoal 300,00 Outros proveitos 0,00
Fornecimentos e serviços de terceiros 400,00
Amortizações do Exercício 100,00
Provisões 100,00

Saldo Credor 800,00

TOTAL 1800,00 TOTAL 1800,00


1. INTRODUÇÃO
Exemplo 2: Apuramento de resultados na Contabilidade Analítica

RESULTADOS

PRODUTOS

Produto A Produto B Produto C

700,00 1000,00 100,00


Vendas
0,00 0,00 0,00
Outros proveitos

300,00 500,00 200,00


Preço de custo (Custo de produção + Custo de Distribuição)
Resultados (Vendas – Preço de Custo) 400,00 500,00 (100,00)
1. INTRODUÇÃO

De acordo às duas formas de apuramento de resultados apresentados,


podemos concluir:
 O apuramento de resultados através da Contabilidade geral permite-nos
aferir que a empresa realizou um lucro de 800,00, sem para o efeito poder
informar sobre o tipo e número de produtos fabricados que levaram o
referido resultado, bem como o resultado por produto.

 Já na Contabilidade analítica, o seu apuramento permite-nos aferir o


resultado, de forma mais detalhada, por produto, ou seja, do porque que a
empresa apresenta um resultado global de 800,00.
1. INTRODUÇÃO
Assim, no século XIX nasce a Contabilidade Analítica, não obstante terem
existido registo de algumas operações de forma isolada no que concerne
aos custos, antes desta data, ajudando os gestores das empresas na
resolução de novos problemas que surgiram com complexidade das
empresas nascidas com a revolução industrial.

Foi em 1815 que nasceu o primeiro sistema elaborado de custos.

A Contabilidade analítica pode ser considerada um triângulo cujos


elementos fundamentais são: as matérias-primas, a mão-de obra-directa
e os custos indirectos de fabricação.
1. INTRODUÇÃO

Matérias-Primas Mão-de-obra directa

Encargos Indirectos
1. INTRODUÇÃO
1.2 Objecto da Contabilidade Analítica

Enquanto que o objeto da contabilidade geral são as relações da empresa


com o exterior, seu movimento externo, a Contabilidade analítica tem como
objecto as operações internas, realizadas no seio da própria empresa e
relacionadas com o processo de produção.

Na realidade embora o movimento interno seja o domínio específico da


contabilidade analítica, esta não estará alheia nas restantes etapas do
circuito económica, que possibilitam e condicionam o processo de
transformação de valores, sendo então indispensável reclassificar os
custos e proveitos não por natureza, mas sim por destino (por função,
divisões, secções e produtos).
1. INTRODUÇÃO

 Entende-se processo de produção, no seu mais amplo sentido,


quaisquer operações internas transformadoras ou não que
constituam a actividade típica de uma empresa.

Em toda empresa existe um processo que converte os factores em


produtos, ainda que esta conversão de produtos não seja suscetível aos
produtos físicos que possam ser armazenados, como acontece com as
empresas industriais, pois existe sempre pelo menos uma transformação
de valores (Empresas de prestação de serviços).

A contabilidade analítica não se limita Às empresas industriais, tendo


também aplicação em outras empresas, como as de prestação de
serviços (comercial, financeira, educativa, etc..)
1. INTRODUÇÃO
1.3 Finalidade da Contabilidade Analítica

A contabilidade analítica deverá fornecer aos gestores a informação


necessária e suficiente para uma racional tomada de decisões,
relativamente ao planeamento e controlo, permitindo a previsão das
respectivas consequências financeiras.

Entre os múltiplos problemas de gestão que exigem uma opção, temos


como exemplo:
 Comprar ou produzir;
 Transporte e manutenção própria;
 Investir ou não;
 Programas de produção e vendas.
1. INTRODUÇÃO
Particularidade da Contabilidade Analítica

1. Proporcionar a informação básica para o planeamento de gestão,


nomeadamente:
 Conhecer os custos e rendimentos das divisões, secções e centros de
atividades da empresa;
 Calcular os custos dos produtos fabricados;
 Comparar os custos e rendimentos reais com os custos e rendimentos
potenciais, analisar os respectivos desvios e promover a sua correcção;
 Aplicar as margens industriais e comerciais dos vários produtos e da
empresa.

2. Proporcionar a informação básica para o cálculo dos custos dos produtos


vendidos e para a avaliação das existências e dos trabalhos realizados para
a própria empresa.
1. INTRODUÇÃO

 Permite facilitar a preparação de uma série de informações


fundamentais para a tomada de decisões sobre:
 A comparação periódica das matérias-primas, mão-de-obra e outros
encargos de fabricação;
 O custo das operações de fabricação e das máquinas, elemento que
permite verificar a variabilidade da capacidade de produção da
empresa;
 Os custos de distribuição que devem ser utilizados para a
determinação dos preços de custo dos produtos acabados destinando
para a comercialização.
1. INTRODUÇÃO

3. Salientar que as informações da contabilidade analítica devem ter em


conta o processo de decisão, fornecendo os dados necessários aos
diversos níveis de direcção, no que diz respeito a avaliação das situações,
a orientação dos trabalhos e a solução dos problemas.

4. Em suma, o fim último da contabilidade analítica é ajudar os


responsáveis da empresa a tomar decisões convergentes para os
objectivos gerais da empresa.
1. INTRODUÇÃO
Critérios de Comparação Contabilidade Geral Contabilidade Analítica

Perante a Lei Obrigatória Facultativa

Visão da Empresa Global Pormenorizada

Horizontes Passado Presente - Futuro

Natureza dos movimentos observados Externos Internos

Documentos básicos Externos Externo e interno

Classificação de encargos Por natureza Por destino

Objecto Financeiro Económico

Regras Rígidas e normativas Flexível e evolutivas

Utilizadores Terceiros e a Direcção Todos os responsáveis

Natureza da informação Precisa – certificada - formal Rápida – pertinente -


aproximativa
2. Custo completo

2.1 A Contabilidade analítica e a empresa

A actividade de uma empresa, qualquer que seja a sua natureza, é


sempre uma repetição, um encadeamento ou uma combinação elementar
das suas operações, as quais são realizadas por órgãos (centros de
actividades) mais ou menos especializados.

Normalmente os órgãos mais simples correspondem a um posto de


trabalho.

No entanto por função entende-se como tal, todo o conjunto de tarefas


com caracter ou finalidade comum que corresponde a uma
responsabilidade.
2. Custo completo

Assim, os órgãos empresariais encontram-se agrupados por funções com


responsabilidades distintas e relacionadas com as operações
fundamentais de uma empresa:

 As compras: aquisição de bens que entram no processo produtivo


(função de aprovisionamento)
 Produção: é a transformação dos bens em produtos finais (função de
produção)
 Vendas de produtos fabricados (função de comercialização ou
distribuição)
 Função financeira ou de financiamento
 Função administrativa ou de administração.
2. Custo completo

2.2 Custos nas empresas comerciais e nas empresas industriais

Numa linguagem vulgar, o custo é um sacrifício de recursos com vista


a atingir um determinado objectivo.

Economicamente, custo é o valor dos factores de produção


consumidos por uma empresa para produzir ou distribuir os
produtos ou serviços.

Custos tecnológicos ou materiais é o conjunto formado pelas


quantidades de bens e serviços que se consomem ou se utiliza num
processo produtivo.
2. Custo completo

Custo monetário é a soma do produto das quantidades pelos respectivos


preços.

Preço de custo é a soma das despesas para a produção de um bem ou


serviço.

Custo de oportunidade: pode ser definido como o benefício rejeitado


quando se escolhe um curso de acção e não outro. Exemplo: se para
produzir mesas é preciso produzir menos cadeiras então o custo de
oportunidade é o benefício que se rejeita em relação as cadeiras que se
deixam produzir.
2. Custo completo

Os custos de oportunidade não correspondem a nenhuma das categorias


de gastos registados especificamente na contabilidade, mas têm de ser
calculados e levados em consideração no processo de decisão.

2.3 Classificação dos custos

1. Custos funcionais

 Custo de Aprovisionamento – corresponde as despesas de matéria


desde a compra até a sua utilização na produção. Exemplo: i) Valor da
factura das materiais facturadas pelo vendedor; ii) Despesas adicionais
de compras, transporte, comissões, seguros, etc.; Despesas de
armazenagem, remuneração, amortização, seguros, energia, telefone,
etc.;
2. Custo completo

 Custo de produção – corresponde ao somatório de todas as


despesas relativas à produção.

Exemplo: Matérias primas + Mão de obra + Gastos Gerais de fabrico. Os


GGF são referentes a produção, ou seja, a empresa suporta os mesmos
no processo de fabrico (Amortização de equipamento, despesas de
energia e água, telefone, etc.) ;

 Custo de distribuição, venda ou comercialização – corresponde ao


somatório de todas as despesas relativas a venda ou comercialização
dos produtos. Ex.: os meios de transporte, remunerações pagas ao
pessoal vendedor, transporte dos produtos acabados atá ao armazém
dos clientes, despesas relativas a publicidade/política de marketing;
2. Custo completo

 Custos administrativos – correspondem aos gastos relativos a área


do escritório ou área administrativa. Ex.: remunerações pagas ao
pessoal do escritório, encargos sociais, despresas de representação,
deslocações, despesas em compra de material de escritório, encargos
sociais e impostos;

 Custos financeiros ou de financiamento – correspondem a todos os


descontos de venda, juros, despesas de serviços bancários.
2. Custo completo

2. Custos por nível de actividade/ volume de actividade/ Planeamento


e controle
 Custos fixos – são os encargos necessários para a empresa manter a
capacidade de produzir e vender. Os custos fixos não variam a curto
prazo, não variam com o volume de uma actividade. Ex.: Renda dos
imóveis, seguros, etc.

 Custos variáveis – são encargos que variam de acordo com o volume


de actividade. Ex.: mão de obra directa e matéria prima.

 Custos semi-fixos e semi-variaveis – são os que têm uma


componente fixa e uma componente variável. Ex.: Salário pago aos
operários (que têm uma componente fixa) e as remunerações
referentes ao n.º de horas extras (componentes variáveis).
2. Custo completo

Custos directos e indirectos

Os custos são definidos como directos e indirectos tendo em conta o


objecto do custo:

Entende-se por objecto de custo aquilo de que se calcula o custo, ou seja,


a entidade a que o custo diz respeito. Se os utilizadores da informação
contabilísticas necessitam conhecer o custo de algo, esse algo constitui
objecto de custo. Exemplo: custo de um produto, custo de um serviço,
custo da actividade de um departamento ou custo de qualquer factor
aplicado ao processo produtivo.
2. Custo completo

Custos directos: são custos que se relacionam de forma clara com o


objecto de custo. Podem ser controlados economicamente de forma
individualizada. Exemplo: se o objecto de custo for o custo de um produto,
então o consumo das matérias e mão de obra envolvida directamente na
fabricação do produto são custos directos.

Custos indirectos: são também conhecidos como custos comuns. Como


não podem ser atribuídos aos produtos de forma directa, a sua afectação
terá de ser feita com base em critérios mais ou menos subjectivos
2. Custo completo

3. Custo de produção, complexivo e económico-técnico

Das primeiras noções de custo a serem consideradas, e que fazem parte


do Custo Industrial de Produção, é a de Custo Primo ou Custo Primário,
por ser dos custos mais facilmente atribuíveis e também dos mais
importantes, sendo no entanto considerado muito incompleto pela sua
simplicidade.

Custo Primo = Matérias Primas (MP) + Mão-de-Obra Direta (MOD)

Outro constituinte do Custo Industrial de Produção é o Custo de


Transformação (CT) que é obtido pela soma dos Gastos Gerais de
Fabrico (GGF) com a MOD.
2. Custo completo

CT= MOD + GGF

As MP´s são as que correspondem às matérias ou materiais consumidos


na fabricação que irão sofrer operações de transformação e irão constituir
o produto terminado.

A MOD corresponde às remunerações e aos encargos dos trabalhadores


que estão afetos diretamente à fabricação dos produtos.

Adicionando os Gastos Gerais de Fabrico (GGF) ao Custo Primo, é


obtido o Custo de Produção.

Custo Industrial de Produção = Custo Primo + GGF


2. Custo completo

Relativamente aos GGF, incluem todos os custos de produção que não


são considerados mão-de-obra direta nem matérias-primas.

Os GGF incluem os gastos da mão-de-obra indireta, gastos de


eletricidade, de seguros, das amortizações e das matérias subsidiárias,
englobando de forma geral os custos fixos e variáveis associados à
produção (não diretamente).

Caso exista produtos em curso, também conhecidos como produtos em


vias de fabrico (PVF), o custo relacionado a estes produtos devem ser
considerados para efeito de cálculo do CIPA.
2. Custo completo

O Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA) será igual ao somatório


do Custo Industrial de Produção com a variação de existências dos
produtos em vias de fabrico, considerando desta forma as existências
iniciais e finais dos produtos em curso.

CIPA corresponderá à diferença entre as Existências Iniciais (Ei) e as


Existências Finais (Ef) dos PVF adicionando os Custos de MP, MOD e de
GGF.

CIPA = Ei(pvf) – Ef(pvf) + MP + MOD + GGF


2. Custo completo
Considerando o Custo Primo:

CIPA = Ei(pvf) – Ef(pvf) + Custo Primo + GGF

Considerado o Custo de Transformação:

CIPA = Ei(pvf) – Ef(pvf) + MP + CT

Assumindo que os produtos acabados (PA) dos setores são transferidos


para o armazém de produtos acabados e que se verificam existências
destes produtos em armazém, o Custo Industrial dos Produtos Vendidos
(CIPV) é dado pela variação de existências de produção acabada
acrescendo o CIPA.
CIPV = Ei(pa) – Ef(pa) + CIPA
2. Custo completo

O custo complexivo (CC) é obtido adicionando os Custos de não-


produção (CNI) aos Custos Industriais, sendo o tipo de Custo mais
completo por incluir tanto os Custos Industriais (CIPV) como os não-
industriais ou Custos Comerciais.

O Custo Complexivo deverá ser o valor mínimo de venda para que a


empresa não tenha prejuízo.

Os Custos não-industriais ou Custos Comerciais correspondem à


soma dos Custos de distribuição, custos administrativos e custos
financeiros.

CC = CIPV + CNI
2. Custo completo

O Custo Económico-Técnico (CET) é o resultado da soma do Custo


Complexivo com os gastos figurativos/custo de oportunidade.

Gastos figurativos (GF), correspondem a rentabilidade exigida pelos


sócios/acionistas da empresa pelo facto de terem investido na empresa
em detrimento de outras alternativas de investimento de idêntico risco.

CET = CC + GF
2. Custo completo

Ao preço de venda normal, considera-se a quota parte a atribuir ao


produto na remuneração dos capitais investidos na empresa pelos seus
sócios, determinada a partir da taxa de juro corrente do mercado de
capitais e o prémio relativo ao risco, decorrente do exercício da actividade
que se dedica.

Um preço superior ao custo complexivo (lucro apurado na contabilidade


financeira, nem sempre assegura a remuneração do capital próprio e do
empresário).

Só um preço superior ao custo económico-técnico proporciona um


verdadeiro lucro, chamado lucro puro. Só após a remuneração de todos
os factores de produção, incluindo o Capital próprio e trabalho do
empresário, os resultados adquirem um significado económico.
2. Custos completos

Você também pode gostar