0% acharam este documento útil (0 voto)
19 visualizações7 páginas

Resumo 2 Aritmética

Enviado por

Yasmin Laraia
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
19 visualizações7 páginas

Resumo 2 Aritmética

Enviado por

Yasmin Laraia
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 7

Universidade Federal de Lavras

Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional – PROFMAT

Prof. Dra. Adriana Xavier Freitas

Aritmética
Resumo 2

Yasmin de Oliveira Laraia

Lavras, 2024
1 Aplicações do Máximo Divisor Comum - Capı́tulo 5
1.1 Equações Diofantinas Lineares
aX + bY = c,
com a, b, c ∈ Z.

• Nem sempre essas equações possuem solução.

Proposição 1.1 Sejam a, b, c ∈ Z. A equação aX + bY = c, admite solução em números inteiros


se,e somente se, (a, b)|c

Proposição 1.2 Seja x0 , y0 uma solução da equação aX + bY = c, onde (a, b) = 1. Então, as


soluções x, y em Z da equação são

x = x0 + tb
y = y0 − ta,

t ∈Z

• As demonstrações baseiam-se nas propriedades de MMC e divisão euclidiana.

• Para equações aX + bY = c, com (a, b) = 1 usamos o algoritmo euclidiano estendido.

ma + nb = (a, b) = 1
cma + cnb = c

• x0 = cm e y0 = cn é uma solução particular da equação.

• Em algumas situações, resolvemos as equações diofantinas em N ∪ { 0}.

Proposição 1.3 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1. Todo número inteiro c pode ser escrito de modo
único da seguinte forma:

c = ma + nb
com 0 ≤ m < b e n ∈ Z

• Semigrupo gerado por a e b: S(a, b) = {xa + yb; x, y ∈ N ∪ {0}}.

• aX + bY = c , com (a, b) = 1, tem solução em N ∪ {0} se, e somente se, c ∈ S(a, b)

Proposição 1.4 Tem-se que c ∈ S(a, b) ∃ m, n ∈ N ∪ {0}, com m < b (univocamente determina-
dos por c) tais que c = ma + nb.

• Conjunto de lacunas de S(a, b): L (a, b) = N\S(a, b).

Corolário 1.5 Temos que L (a, b) = {ma − nb ∈ N; m, n ∈ N, m < b}

1
Teorema 1.6 A equação aX + bY = c, onde (a, b) = 1, tem solução em números naturais se, e
somente se,

c ̸∈ L (a, b) = {ma − nb ∈ N; m, n ∈ N, m < b}.

Corolário 1.7 Sejam a, b ∈ N, tais que (a, b) = 1. Tem-se que (a − 1)(b − 1) é o menor inteiro
tal que c ∈ S(a, b) para todo c ≥ (a − 1)(b − 1).

Proposição 1.8 Suponha que a equação aX + bY = c, com (a, b) = 1, tenha solução e seja
x0 = m, y0 = n a solução minimal. As soluções x, y da equação são dadas pelas fórmulas

x = m + tb
y = n − ta

t ∈ N ∪ {0}, n − ta ≥ 0.

1.2 Expressões Binômias


Usa-se o Algoritmo de Euclides para calcular o mdc de pares de números da forma an ± bn ,
onde a, b ∈ N, n ∈ N ∪ {0} e (a, b) = 1.

Proposição 1.9 Dada uma sequência (an )n = (a0 , a1 , a2 , . . . ) de números naturais tal que (a0 ) =
0 e ∀m ≥ n, (am , an ) = (an , ar ), onde r é o resto da divisão de m por n, então tem-se que

(am , an ) = a(m,n) .

Proposição 1.10 Sejam a, b ∈ N, m, n ∈ N ∪ {0} e (a, b) = 1. Se d = (n, m), então

(am − bm , an − bn ) = ad − bd .

Lema 1.11 Sejam a, b ∈ N, m, n, q, r ∈ N ∪ {0} tais que mq + r e (a, b) = 1, então

(an + bn , am − bm ) = (am − bm , ar + br ).

Lema 1.12 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1, e m, n, q, r ∈ N ∪ {0} tais que m = nq + r. Então,


(
m m n n (an + bn , an − bn ), se q é par,
(a − b , a + b ) =
(an + bn , an + bn ), se q é ı́mpar.

Lema 1.13 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1, e m, n, q, r ∈ N ∪ {0} tais que n = nq + r. Então,


(
(an + bn , an + bn ), se q é par,
(am + bm , an + bn ) =
(an + bn , an − bn ), se q é ı́mpar.

Corolário 1.14 Sejam a, b, n, m ∈ N, com (a, b) = 1, n|m e mn par. Tem-se que


(
1, se a e b têm paridades distintas,
(am + bm , an + bn ) =
2, se a e b são ambos ı́mpares.

2
Teorema 1.15 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1, e n, m ∈ N \ {0}. Se d = (m, n), então

(am − bm , an − bn ) = ad − bd ,

(am + bm , an + bn ) ∈ {1, 2, ad + bd }.

Corolário 1.16 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1 e n, m ∈ N \ {0}. Se d = (n, m), então



d d mn
a + b , se d 2 é ı́mpar,

(am + bm , an + bn ) = 2, se mn
d2
é par e ab é ı́mpar,
mn

1, se d 2 é par e ab é par.

Corolário 1.17 Sejam a, b ∈ N, com (a, b) = 1, e n, m ∈ N \ {0}. Se d = (n, m), então



d d m
a + b , se d é par,

(am − bm , an + bn ) = 2, se md é ı́mpar e ab são ı́mpares,
se md é ı́mpar e ab é par.

1,

1.3 Números de Fibonacci


Os números de Fibonacci são os termos da sequência (un ) definida recursivamente por

un+2 = un+1 + un , com u1 = u2 = 1

Lema 1.18 Dois termos consecutivos da sequência de Fibonacci são coprimos.

Lema 1.19 Se m, n ∈ N são tais que m|n, então um |un .

Teorema 1.20 Seja (un )n a sequência de Fibonacci; então

(um , un ) = u(m,n)

Corolário 1.21 Sejam m ≥ n > 2. Na sequência de Fibonacci, temos que un |um ⇐⇒ n|m.

2 Números Primos
2.1 Teorema Fundamental da Aritmética
• Um número natural maior do que 1 que só possui como divisores positivos 1 e ele próprio
é chamado de número primo.

• Dados dois números primos p e q e um número inteiro a qualquer, decorrem da definição


acima os seguintes fatos:

I) Se p | q, então p = q.
II) Se pa, então (p, a) = 1.

• Um número maior do que 1 e que não é primo será dito composto.

3
• Se um número natural n > 1 é composto, existirá um divisor natural n1 de n tal que
1 < n1 < n. Logo, existirá um número natural n2 tal que
n = n1 n2 , com 1 < n1 < n e 1 < n2 < n.

Proposição 2.1 (Lema de Euclides) Sejam a, b, p ∈ Z, com p primo. Se p | ab, então p | a ou


p | b.
Corolário 2.2 Se p, p1 , . . . , pn são números primos e, se p|p1 · · · · pn , então p = pi , para algum
i = 1, . . . , n.
Teorema 2.3 (Teorema Fundamental da Aritmética) Todo número natural maior do que 1
ou é primo ou se escreve de modo único (à menos da ordem dos fatores) como um produto de
números primos.
Teorema 2.4 Dado um número inteiro n ̸= 0, 1, −1, existem primos p1 < · · · < pr e α1 , . . . , αr ∈
N, univocamente determinados, tais que
n = ±pα1 1 · · · pαr r .
Proposição 2.5 Seja n = pα1 1 · · · pαr r um número natural. Se n′ é um divisor positivo de n, então

n′ = p1 1 · · · pβr r ,
β

onde 0 ≤ βi ≤ αi , para i = 1, . . . , r.
• A fórmula acima nos mostra que um número natural n = pα1 1 · · · pαr r possui uma quanti-
dade ı́mpar de divisores positivos se, e somente se, cada αi é par, ou seja, se, e somente
se, n é um quadrado perfeito.
β β
Teorema 2.6 Sejam a = ±pα1 1 · · · pαr r e b = ±p1 1 · · · pr r . Pondo
γi = min{αi , βi }, δi = max{αi , βi }, i = 1, . . . , n,
tem-se que
γ
(a, b) = p11 · · · pγrr e [a, b] = pδ11 · · · pδr r .
Proposição 2.7 Se m e n são dois números naturais, então
m=n ⇔ E p (m) = E p (n) para todo número primo p.

2.2 Sobre a Distribuição dos Números Primos


Teorema 2.8 Existem infnitos números primos
Lema 2.9 Se um número p primo, p ̸ | n, n ∈ N, n > 1 tal que p2 ≤ n, então n é primo.

2.3 Pequeno Teorema de Fermat


p
Lema 2.10 Seja p um número primo. Os números (i ), onde 0 < i < p, são todos divisı́veis por
p.
Teorema 2.11 (Pequeno Teorema de Fermat) Dado um número primo p, tem-se que p|a p −
a, ∀ a ∈ Z.
Corolário 2.12 Se p é um número primo e se a ∈ N, tal que p ̸ | a, então p|a p−1 − 1.

4
3 Congruências
Seja m um número natural. Diremos que dois números inteiros a e b são congruentes módulo m
se os restos de sua divisão euclidiana por m são iguais. Quando os inteiros a e b são congruentes
módulo m, escreve-se
a ≡ b (mod m).

Proposição 3.1 (Relação de equivalência) Seja m ∈ N. Para todos a, b, c ∈ Z, tem-se que:

(i) a ≡ a (mod m);

(ii) Se a ≡ b (mod m), então b ≡ a (mod m);

(iii) Se a ≡ b (mod m) e b ≡ c (mod m), então a ≡ c (mod m).

Proposição 3.2 Suponha que a, b, m ∈ Z, com m > 1. Tem-se que a ≡ b (mod m) se, e somente
se, m | (b − a).

• Chamaremos de sistema completo de resı́duos módulo m a todo conjunto de números


inteiros cujos restos pela divisão por m são os números 0, 1, . . . , m − 1, sem repetições e
numa ordem qualquer.

• Um sistema completo de resı́duos módulo m possui m elementos.

• Seja R um sistema completo de resı́duos módulo m. Então a divisão euclidiana por m


pode ser generalizada como:

Para todo a ∈ Z existem inteiros q e r univocamente determinados tais que

a = mq + r, com r ∈ R.

• Se tomarmos
m m
R = {r ∈ Z | − ≤ r < },
2 2
a correspondente divisão será chamada de divisão com menor resto.

Proposição 3.3 Sejam a, b, c, d, m ∈ Z, com m > 1. Tem-se que:

(i) Se a ≡ b (mod m) e c ≡ d (mod m), então a + c ≡ b + d (mod m);

(ii) Se a ≡ b (mod m) e c ≡ d (mod m), então ac ≡ bd (mod m).

Corolário 3.4 Para todos n ∈ N, a, b ∈ Z, se a ≡ b (mod m), então tem-se que an ≡ bn (mod m).

• Com a notação de congruências, o Pequeno Teorema de Fermat enuncia-se como segue:


Se p é número primo e a ∈ Z, então

ap ≡ a (mod p).

• Além disso, se pa, então


a p−1 ≡ 1 (mod p).

5
• Seja p um número primo e a, b ∈ Z. Vamos mostrar que

(a ± b) p ≡ a p ± b p (mod p).

• Se a1 , . . . , ar ∈ Z e p é primo, então
p
(a1 + · · · + ar ) p ≡ a1 + · · · + arp (mod p).

Proposição 3.5 Sejam a, b, c, m ∈ Z, com m > 1. Tem-se que:

a + c ≡ b + c (mod m) =⇒ a ≡ b (mod m).

Proposição 3.6 Sejam a, b, c, m ∈ Z, com m > 1. Temos que:


m
ac ≡ bc (mod m) ⇐⇒ a ≡ b (mod ).
gcd(c, m)

Proposição 3.7 Sejam a, b ∈ Z e m, n, m1 , . . . , mr inteiros maiores que 1. Temos que:

(i) Se a ≡ b (mod m) e m | n, então a ≡ b (mod n);

(ii) a ≡ b (mod mi ), ∀i = 1, . . . , r ⇐⇒ a ≡ b (mod lcm[m1 , . . . , mr ]);

(iii) Se a ≡ b (mod m), então (a, m) = (b, m).

Você também pode gostar