1 INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)9, Transtornos
Mentais Comuns (TMC) compreendem duas categorias diagnósticas principais:
transtornos depressivos e transtornos ansiosos. Os sintomas influenciam no humor e
nos sentimentos das pessoas afetadas e variam em relação à sua gravidade e
duração. Na população geral, estima-se que 5,8% dos indivíduos com 18 anos ou
mais desenvolvem depressão e que 9,3% possuem ansiedade. (OMS, 2017)
A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão,
caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo
desconhecido ou estranho. ( Allen AJ, Leonard H, Swedo SE,2001). Apresentam
também sintomas somáticos como: sudoreses; tremores; dores pelo corpo; dispneia;
agitação e medo (Alberto Stoppe Júnior, Táki Athanássios Cordás, 2017).
Diante desse contexto, onde está cada vez mais aumentando o número de
pessoas diagnosticadas com depressão e ansiedade, pesquisadores tem se
dedicado a estudarem a fundo a conexão entre a microbiota intestinal e a saúde
mental, particularmente no contexto do transtorno de ansiedade. A disbiose, definida
como uma desregulação da flora intestinal com inserção de filos microbianos
diferentes e nocivos, que não são capazes de produzir ou impedem a produção de
substâncias importantes para a homeostase corporal, como por exemplo, a
serotonina (LIANG S, et al., 2018; MORKL S et al., 2020) Este fenômeno que ocorre
no interior das nossas entranhas tem despertado interesse, pois nosso intestino
acaba se tornando capaz de modular a produção de neurotransmissores no cérebro
humano.
A microbiota intestinal influencia o SNC tanto em condições normais ou na
doença, há uma extrema importância entre a microbiota e a maturação do SNC em
estado fisiológico. As emoções e o estresse podem influenciar a composição da
microbiota intestinal por meio de liberação de hormônios ou neurotransmissores que
manipulam a fisiologia intestinal e modificam o habitat da microbiota, resultando no
crescimento preferencial de certas comunidades microbianas. (PEREIRA, Valtélia
Santos, 2021) Estudos sobre a microbiota, associada com doenças mentais indicam
que boa parte do funcionamento do intestino influencia tanto no aparecimento
quanto no agravamento da depressão e ansiedade.
A microbiota intestinal produz o neurotransmissor serotonina, o qual está
diretamente ligada a sensações de felicidade e humor prevenindo ansiedade e
depressão. (CASTRO, et al, 2021).
A serotonina é uma molécula biológica do grupo monoamina, é também um
neurotransmissor envolvido na regulação de quase todas as funções cerebrais e
modulam alguns processos fisiológicos como dor, sono, humor, agressão e
comportamentos sexual. A sua desregulação tem sido implicada na patogênese de
muitas doenças neuropsiquiátricas. (PEREIRA, Valtélia Santos, 2021)
- Nesta pesquisa, exploraremos mais a fundo através de uma revisão de
literatura a relação entre transtorno de ansiedade, disbiose intestinal e os níveis de
serotonina.
O estudo visa descobrir a relação entre disbiose intestinal e os sintomas de
ansiedade, demostrar como acontece a disbiose e quais fatores influenciam para
que ocorra esse desequilíbrio, identificar possíveis diferenças nos níveis de
serotonina em pacientes que tem disbiose e pacientes que não apresentam
disbiose. Além disso, a pesquisa será feita com o objetivo de que mais profissionais
compreendam o funcionamento dos mecanismos que estão envolvidos nesse
transtorno, para um melhor aperfeiçoamento das intervenções terapêuticas para que
aja uma evolução da disbiose para a homeostasia nesses pacientes, garantindo a
regulação dos níveis de serotonina e reduzindo os sintomas da ansiedade.
- Este trabalho está estruturado da seguinte forma: a próxima seção fornecerá
uma visão geral do que a literatura nos mostra sobre ansiedade, seus principais
sintomas e os neurotransmissores envolvidos, com ênfase especifica na serotonina.
Em seguida, nossa metodologia de pesquisa será discutida e os resultados serão
apresentados e analisados. Finalmente, resumiremos os resultados, avaliaremos as
implicações clínicas e daremos orientações para pesquisas futuras