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AGENTES PÚBLICOS IV
Conforme a Constituição Federal de 1988, art. 37, inciso III:
III – o prazo de validade do concurso público será de ATÉ dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
O prazo de validade de um concurso inicia a partir da homologação. A Constituição Fede-
ral (CF) estabelece o período de até dois anos, mas o edital determinará o tempo fixo, por
exemplo: 6 meses, 1 ano, 2 anos. No entanto, pode haver uma única prorrogação, mas em
tempo igual ao da abertura inicial, isto é, se um concurso tem prazo de um ano, pode ser
prorrogado por mais um ano.
5m
Há casos, contudo, de suspensão do prazo. Isso foi muito utilizado no período da pande-
mia de Covid-19. Mesmo o concurso estando suspenso, pode haver nomeações, pois não há
impeditivo. Após essa interrupção, é retomada a contagem normal.
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concur-
so público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; .
10m
Nesse caso, não há problema em abrir um concurso antes de finalizar o outro. Durante
esse período, entretanto, deve-se nomear os aprovados no concurso anterior e, apenas no
fim da validade do primeiro concurso (ou após o fim da lista), convocar os aprovados no novo
concurso. Isso representa um desafio à jurisprudência. Convém lembrar que o direito líquido
e certo, o chamado “direito subjetivo”, de nomeação no concurso é só para quem está apro-
vado em consonância com o número de vagas, ou seja, se em um concurso há 10 vagas para
um cargo e foram aprovados candidatos em maior número, há apenas uma mera expectativa
de direito que esse chamamento se concretize. No entanto, no caso da desistência de um
dos aprovados, o próximo da fila terá o direito líquido e certo à vaga.
15m
Obs.: vagas novas ou novos cargos não garantem direito líquido e certo, a não ser que isso
esteja previsto em edital.
ATENÇÃO
Na Lei n. 8112, de 11 de dezembro de 1990, no art. 12, parágrafo 2º, há uma redação antiga:
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§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.
Então, embora seja inconstitucional, se a questão for embasada nessa lei, deve-se aceitar
a afirmação como verdadeira.
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
O percentual de pessoas com deficiência (PcD) não é predefinido, pois cabe à legislação
de cada ente federativo (estados). Interessante ressaltar que nem todas as PcD têm direito a
disputar o concurso com essa prerrogativa, pois algumas deficiências não são consideradas
para fins de concurso ou são impeditivas ao exercício do cargo.
20m
ATENÇÃO
Pessoas com deficiência concorrem tanto na lista específica quanto na geral. Existem
concursos em que não há vagas para PcD, ou apresentam disponibilidade de vagas não
imediatas. Isso porque, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), só passa a ter obriga-
toriedade quando houver a quinta vaga aberta imediatamente, isto é, se há cinco vagas,
essa quinta obrigatoriamente deverá ir para a PcD, porque há o entendimento de que é
justamente o percentual de 20% destinado a essas pessoas (mesmo que esse percentual
seja variável de acordo com os estados).
25m
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentu-
ais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Embora as terminologias de funções de confiança (FC) e cargos em comissão (CC)
variem em cada Poder, adotaremos a nomenclatura conforme a Constituição. Ambas estru-
turas somente podem ter atribuições de direção, chefia e assessoramento. Não se pode usar
esses cargos ou funções para preencher lacunas, e o desrespeito a isso é inconstitucional.
30m
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ATENÇÃO
As diferenças entre função de confiança e cargo de confiança estão expostas no quadro a seguir:
Função de confiança (FC) Cargo de confiança (CC)
Destinam-se às atribuições de direção, chefia e assessoramento
• Ocupada apenas por servidor • Ocupados por servidor efetivo (concursado)
efetivo (concursado) e com percentual mínimo (não definido pela
• A convocação se dá por meio Constituição) ou não servidor
de designação (exercício) • A convocação se dá por nomeação (posse)
• Fim do vínculo: dispensa • Fim do vínculo: exoneração
35m
Para ambas, pode haver a penalidade de destituição (demissão)
DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/2021/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO) A Lei Orgânica da Po-
lícia Civil do Estado Alfa foi alterada pela Assembleia Legislativa, de maneira que foi inse-
rido um artigo dispondo que é vedado ao servidor público ocupante de cargo efetivo ou
comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma mencionada é:
a. Constitucional, porque existe presunção de ofensa aos princípios expressos da admi-
nistração pública da impessoalidade e da moralidade;
b. Constitucional, porque está de acordo com os princípios da administração pública e a
súmula vinculante que veda o nepotismo, e é aplicável para todos os entes federativos;
c. Constitucional, porque cada Estado da Federação tem autonomia para ampliar livre-
mente as hipóteses de nepotismo previstas em súmula vinculante;
d. Inconstitucional, porque os ocupantes de cargos efetivos ou comissionados no âmbito
da polícia civil são considerados agentes políticos e, por isso, não incide a súmula
vinculante que proíbe o nepotismo;
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e. Inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitó-
rias do nepotismo não têm como campo próprio de incidência os cargos efetivos sob
pena de violação ao concurso público.
COMENTÁRIO
A norma é inconstitucional, porém policial não é agente político. E, nesse caso, as normas
do nepotismo não incidem nos cargos efetivos, apenas nos em comissão.
40m
ATENÇÃO
Se for um cargo comissionado político, não há vedação ao nepotismo. Por exemplo, quan-
do um governador nomeia a esposa a um cargo em comissão de secretária estadual, é
possível, pois a vedação ao nepotismo não se aplica a cargos políticos, desde que compa-
tível com a área de formação ou atuação.
2. (CESPE/2018/MPU/TÉCNICO DO MPU – ADMINISTRAÇÃO) A respeito da organização
político-administrativa do Estado brasileiro e da Administração Pública, julgue o item seguinte.
Para exercer função de confiança na Administração Pública, o servidor deverá ser ocu-
pante de cargo efetivo.
COMENTÁRIO
O servidor obrigatoriamente deverá ser ocupante de cargo efetivo para exercer função de
confiança.
3. (FCC/2018/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATI-
VO – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA) Considerando que Rita é servidora que
ocupa cargo público efetivo e João é advogado, servidor de carreira não efetivo no
serviço público, conforme o tratamento constitucional dado aos servidores públicos,
levando em conta apenas os dados ora apresentados, é correto afirmar que
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a. Rita pode exercer função de confiança e João pode exercer cargo em comissão nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, com atribuições apenas de
direção, chefia e assessoramento.
b. Rita e João podem exercer função de confiança e João pode exercer cargo em comis-
são nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, com atribuições
apenas de direção, chefia e assessoramento.
c. João pode exercer função de confiança e Rita pode exercer cargo em comissão nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, com atribuições apenas de
assessoramento.
d. João pode exercer função de confiança, e Rita e João podem exercer cargo em comis-
são nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, com atribuições
apenas de chefia e assessoramento.
e. Rita e João podem exercer função de confiança e cargo em comissão nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, com atribuições apenas de chefia
e assessoramento.
COMENTÁRIO
Rita pode exercer tanto função de confiança quanto cargo em comissão porque é efetiva.
João, porém, só pode exercer cargo em comissão.
ATENÇÃO
Não confundir efetivação com estabilidade. Efetivo é qualquer pessoa que assumiu vaga
em concurso público, mesmo estando em estágio probatório.
4. (FCC/2019/TJ-MS) Ao dispor sobre a criação de cargos em comissão, o legislador deve
observar as normas constitucionais e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
nessa matéria, segundo as quais
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a. A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de
direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades
burocráticas, técnicas ou operacionais, pressupondo necessária relação de confiança
entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado.
b. Cabe à lei que os instituir definir, objetivamente, suas atribuições, podendo, todavia,
delegar essa competência ao administrador, para que discipline a matéria por meio
de ato regulamentar, uma vez que a Constituição Federal não veda a delegação de
competências entre os Poderes.
c. Pode a lei do ente federativo facultar aos servidores públicos ocupantes exclusiva-
mente de cargo público em comissão a opção entre aderir ao Regime Geral de Previ-
dência Social ou ao Regime Próprio de Previdência Social.
d. Os servidores públicos ocupantes exclusivamente de cargo público em comissão
devem aposentar-se compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade ou, na forma
da lei complementar federal, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade.
e. É inconstitucional, por violação à norma constitucional que permite a livre nomeação
pelo administrador público, norma estadual que estabeleça requisito de formação, em
curso de nível superior, para o preenchimento de cargo em comissão.
COMENTÁRIO
A criação de cargos comissionados destina-se exclusivamente às funções de direção, che-
fia e assessoramento. É a própria Constituição quem definirá o exercício de funções, por-
tanto, não cabe discussão. Para os ocupantes de cargo público em comissão, obrigatoria-
mente será o Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
GABARITO
1. e
2. C
3. a
4. a
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandré Borges de Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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