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Dezembro | 2016 Provimento de Acesso à Internet

Ano 8 – Número 2

Panorama
setorial da
Internet
Os provedores de acesso à Internet no Brasil:
Como atuam e qual sua importância para
o desenvolvimento da Internet brasileira

Os provedores de serviços de Internet (PSI) serviço mais ofertado, e, de certo, o segmento de


são atores fundamentais para o funcionamen- mercado no qual há o maior volume de empresas
to da Internet no Brasil e no mundo. O setor de atuando. No Brasil, de acordo com a pesquisa
provimento desempenha um papel relevante tan- TIC Provedores 2014, uma iniciativa do Comitê
to para a ampliação da oferta de acesso à rede Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), conduzida
quanto no provimento de serviços de acesso de pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvol-
qualidade. À medida que operam e mantêm uma vimento da Sociedade da Informação (Cetic.br),
parte crítica da infraestrutura de Internet, con- 97%, ou seja, quase a totalidade dos PSI, ofere-
solidam-se como um meio crucial para garantir cem esse tipo de serviço.
a conectividade entre pessoas, organizações, go-
vernos e todos os participantes da rede mundial
de computadores.
O setor de PSI é formado por um grupo de Quem são e como
empresas que presta uma diversificada gama de funcionam
serviços de Internet. As categorias desse grupo
vão desde os provedores de backbone até os pro-
vedores de conteúdo, passando pelos provedores A Internet é uma rede estruturada sobre uma
de acesso, provedores de hospedagem, entre plataforma física que utiliza a mesma infraestru-
outros. Os serviços de provimento de acesso à tura de telecomunicação para permitir a troca
Internet, particularmente, representam o tipo de de dados e informações entre computadores.

1
/Panorama Setorial

Na definição de Ricardo Patara, gerente de recursos de numeração do NIC.


br, “a Internet é uma rede de redes, composta de milhares de redes, indepen-
Principalmente em dentes e autônomas, que se interconectam e assim estabelecem caminhos
países de grandes que permitem a comunicação entre dispositivos de forma global”.
A Internet que conhecemos hoje se popularizou com a criação da World
dimensões Wide Web (WWW)1, ou simplesmente Web, como é mais conhecida. Os pri-
como o Brasil, é meiros dispositivos computacionais eram utilizados como máquinas, pro-
cessadores que dificilmente trocavam informações entre si, ainda que ar-
muito comum quitetados em rede, sob o sistema de identificação do Internet Protocol – ou
encontrar as mais IP. A Web criou um mecanismo para organização de diferentes conteúdos,
em formatos de links e hipertextos, de modo que pudessem ser comparti-
diversas escalas lhados em formato digital. Em suma, ela possibilitou, a partir dos protocolos
de operação HTTP (HyperText Transfer Protocol), e HTML (HyperText Markup Language),
a comunicação entre sistemas de informação de hipermídia, distribuídos e
dos provedores colaborativos, consequentemente, permitindo que houvesse comunicação
de acesso, entre os dispositivos IP.
No entanto, para que toda a comunicação efetivamente ocorresse, e a
cenário que, Internet funcionasse de fato como a “rede das redes”, toda uma arquitetura
invariavelmente, foi concebida, para tanto, contando com a presença de inúmeros outros
componentes de rede. A começar pela estruturação de uma primeira cama-
incorre em da da Internet, desenvolveu-se a infraestrutura a partir da qual camadas de
questões de custo aplicações e conteúdo pudessem funcionar para o usuário da rede . Neste
ponto, encontram-se os provedores de acesso como atores fundamentais
de operação desse processo.
e serviço. As primeiras figuras da cadeia de valor no provimento de acesso são os
provedores de backbone, as empresas que, efetivamente, detêm a conexão
com o sistema de cabeamento de transporte de dados (LEONARDI, 2005).
Por questões, principalmente, de custo e infraestrutura, o provimento desse
serviço fica, em geral, restrito a grandes empresas e instituições. Outro elo
importante nessa cadeia são os provedores de acesso à Internet que, ao co-
nectarem-se aos provedores de backbone, provêm conexão à Internet para
pessoas, empresas, governos, ou instituições. Como explica Ricardo Patara,
“de uma forma bastante simplificada, um provedor de acesso tem como
principal serviço prover conexão à Internet para algum usuário externo, seja
ele residencial ou corporativo. Esse meio de acesso físico é o que permitirá
a conexão dos equipamentos dos usuários aos demais serviços disponíveis
na Internet. Pode-se fazer uma comparação entre lojas que atendem o va-
rejo e que atendem o atacado. Os provedores de acesso são aqueles que
atendem o varejo, disponibilizando conexões de largura de banda menor,
mas suficiente para a demanda de seus clientes. Já um provedor de trânsito
atende o atacado fornecendo conexões com largura de banda maior devido
ao volume de dados que recebem de seus clientes, e tem como principal
função interconectar outras redes e assim permitir o ‘trânsito’ de informa-
ções de uma rede para outra”.
Em 1996, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), um dos primeiros órgãos
que estiveram ligados ao desenvolvimento da Internet no Brasil, elaborou o
Guia do Usuário, no qual, também, descreve os provedores de acesso como

1
http://webfoundation.org/about/vision/history-of-the-web/

2
Os provedores de acesso à Internet no Brasil

“um varejista de conectividade à Internet”. O guia explica que esses prove-


dores podem operar em diferentes escalas, o que, aliás, é uma característi-
ca bastante típica do setor, composto por micro e pequenas empresas atu-
ando em níveis locais e com pouca infraestrutura, em oposição a grandes
empresas que atuam regional e nacionalmente, aproximando-se, algumas
vezes, à atuação de provedores de backbone (RNP, 1996).
Nesse sentido, Eduardo Parajo, presidente da Associação Brasileira de In-
ternet (Abranet), explica que o acesso à Internet “envolve duas atividades, o
serviço de telecomunicação, que é a ligação entre a casa do usuário e um
ponto da operadora de telecomunicações, e posteriormente a atividade de co-
nexão a Internet”. Ele explica, ainda, que “hoje os provedores de conectividade
podem ter dois níveis de funcionalidades: no nível mais simples, o provedor
provê a conectividade, mas faz uso de outro provedor (de trânsito) para sua
interligação à Internet; e, no outro nível, executa todas as funcionalidades ne-
cessárias, inclusive a interligação com a Internet”.
Assim, o setor de provimento evolui a partir do próprio desenvolvimento
da Internet, o que leva a constantes questionamentos sobre o setor e as
condições para a sua atuação. Portanto, Parajo destaca que “a modelagem
da Internet leva o provimento do segundo nível para cada vez mais próxi-
mo dos usuários, ampliando a qualidade e a disponibilidade de aplicações.
Mas, em qualquer caso, é necessário interligar os usuários ao provedor de
conectividade e esse transporte de dados é realizado por serviços de te-
lecomunicações fixo e móvel”. Por isso, ele afirma que “as dificuldades e
barreiras para que provedores pudessem utilizar serviços de telecomunica-
ções estão presentes desde o momento que as prestadoras de serviços de
telecomunicações passaram a realizar também a atividade de provimento
de conectividade à Internet. Como consequência, provedores de conectivi- Os serviços
dade à Internet passaram a desenvolver a prestação de serviços de teleco-
municações em escalas muito menores do que as grandes operadoras de
de provimento
telecomunicações”. Esses mercados foram se confluindo e, por isso, ele es- de acesso
clarece: “não temos pequenos provedores de conectividade à Internet, mas
pequenos prestadores de serviço de telecomunicações. Para competir com
à Internet,
as grandes prestadoras de telecomunicações, essas pequenas empresas particularmente,
buscaram nichos de mercado e, em geral, atendem áreas em que a presen-
ça de competição inexiste ou é muito baixa. Como em qualquer atividade, a
representam o tipo
empresa de pequeno porte tem a seu favor o conhecimento da comunidade de serviço mais
e a proximidade entre seus gestores e clientes”.
Principalmente em países de grandes dimensões como o Brasil, é muito
ofertado, e, de
comum encontrar as mais diversas escalas de operação dos provedores de certo, o segmento
acesso, com a presença de micro e pequenos provedores até as grandes
empresas. Esse cenário, invariavelmente, incorre em questões de custo de
de mercado
operação e serviço, em que o Brasil também se destaca. Sobre tal aspecto, no qual há o
Parajo argumenta que “o Brasil tem praticamente uma extensão continental,
e o maior custo não está relacionado ao custo da Internet, mas sim aos ser-
maior volume de
viços de telecomunicações para levar a Internet até todas estas localidades. empresas atuando.
Também podemos dizer que uma grande parte deste custo está na altíssima
carga tributária sobre os serviços de telecomunicações, que chega a mais

3
/Panorama Setorial

ou menos 43% do valor dos serviços. O ganho de escala tem feito os custos
baixarem ano a ano para os usuários, entretanto uma política pública com
menos impostos poderia melhorar a penetração dos serviços de telecomu-
nicações e por consequência, da internet nas residências”.
É importante destacar que o desenvolvimento da Internet necessita de
infraestrutura robusta e de boa qualidade. Por isso, é fundamental que a
cadeia de provimento seja estabelecida com a presença integral de todos
os participantes, assim, constituindo-se em Sistemas Autônomos (AS – Au-
tonomous Systems). Nesta rede interconectada, eles são atores fundamen-
tais, como destaca Patara: “as redes mencionadas acima, que compõem a
Internet, são normalmente chamadas de Sistemas Autônomos, e, como o
próprio nome dá a entender, eles possuem autonomia nas suas decisões e
também nas formas de se interconectar com os demais sistemas. Algumas
redes menores podem não possuir essa autonomia e depender exclusiva-
mente de seu provedor de trânsito de Internet para decisões de como se
interconectar às demais redes”. Os AS são, portanto, elementos-chave, pois
representam as sub-redes que compõem a Internet e possuem estruturas
mais complexas, maior autonomia de gestão dos endereçamentos IP para
atender a seus clientes.

Os provedores de acesso à Internet no


Brasil em números
De acordo com o levantamento TIC Provedores 2014 existe, atualmente,
no Brasil, pouco mais de dois mil PSI ativos. Entre eles, 97% são provedores
de acesso à Internet, podendo ser, também, provedores de outros serviços.
Como se vê no Gráfico 1, a seguir, esse mercado é composto primordialmen-
te por empresas de pequeno e médio porte.
Gráfico 1: PROPORÇÃO DE PSI, POR SERVIÇOS DE INTERNET OFERTADOS, POR PORTE (2014)
Percentual sobre o total de empresas provedoras de serviços de Internet

100 97 97 96
86
80 72
68 67
63
60 58 58 56
50
47
50 49 51 51
47
42 40 37 40 43 40
40 36 34
30 28 29 27 28 27 26
23
20 16 13

0
Serviço de Provimento Serviço de Provimento de Provimento Provimento de Serviços de Provimento Provimento
acesso à de e-mail infraestrutura hospedagem de telefonia homepages segurança de conteúdo de aplicações
Internet com hosting sobre IP (ASP)
ou co-location
Total De 1 a 49 pessoas ocupadas De 50 a 249 pessoas ocupadas De 250 ou mais pessoas ocupadas
Fonte: Pesquisa TIC Provedores 2014

4
Entrevista

O mercado domiciliar é atendido prioritariamente pelas pequenas em-


presas provedoras de acesso à Internet: 94% daquelas com 1 a 9 pessoas
ocupadas, e 92% e 91% daquelas com 10 a 19 e 20 a 49, respectivamente
(entre os provedores de grande porte, aqueles com 250 a 499 e mais de
500 pessoas ocupadas, 56% e 52%, respectivamente, atendem esse mer-
cado). Nesse sentido, os pequenos provedores desempenham um papel
de fundamental importância para o desenvolvimento da Internet no país,
sobretudo no que se refere ao atendimento à população e às regiões mais
afastadas dos grandes centros urbanos.
A pesquisa apresenta, também, uma concentração da atuação das em-
presas provedoras de acesso nas regiões Sudeste (42%) e Sul (30%). Além
disso, vale destacar o avanço que a região Sul teve relativamente à infra-
estrutura disponível com relação aos dados da Pesquisa TIC Provedores
conduzida pela primeira vez no ano de 2011 (Gráfico 2).

Gráfico 2: PROPORÇÃO DE PROVEDORES DE ACESSO À INTERNET, POR REGIÃO


(2011 - 2014)
Percentual sobre o total de empresas provedoras de acesso

100

80

60
43 42
40
30
23 22 21
20 14
8 11
5
0
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro Oeste
2011 2014
Fonte: Pesquisa TIC Provedores 2014

Sobre esse aspecto, é válido destacar, como lembrou Eduardo Parajo,


que “não é só a atividade de Internet que possui maior desenvolvimento
na região Sudeste, o fato de a região concentrar um enorme mercado
consumidor acaba por concentrar empresas e infraestrutura. Vale lem-
brar que provimento de conectividade exige infraestrutura apropriada,
fornecimento de energia estável e, principalmente, facilidade para interli-
gação com a Internet mundial”.
As desigualdades que se observam no cenário de provimento de acesso
à Internet no Brasil não se limitam apenas às regiões brasileiras. Com exce-
ção da região Sul, onde se verifica uma atuação mais equilibrada entre os
seus estados, a atuação dos provedores de acesso se mostra despropor-
cional, também, entre os demais estados brasileiros em cada região, como
fica bem ilustrado no Gráfico 3.

5
/Panorama Setorial

Gráfico 3: PROPORÇÃO DE PROVEDORES DE ACESSO À INTERNET,


POR ESTADO DE ATUAÇÃO (2014)
Percentual sobre o total de empresas provedoras de acesso
80

62
60

43
40 37
36 35
31 32
27 26 28
25
20 20
17
15
12 12 13
10 10
7 8 7 6 5
4 4
2
0
SP MG RJ ES PR RS SC GO MT DF MS PA RO AM TO RR AC AM BA PE PB CE RN MA SE AL PI

Sudeste Sul Centro Oeste Norte Nordeste

Fonte: Pesquisa TIC Provedores 2014

Em 2014, 84% dos provedores disponibilizaram acesso sem fio (wire-


less) via frequência livre, o tipo de tecnologia mais ofertado. O acesso via
fibra ótica foi oferecido por 49% das empresas, enquanto outras 45% ofe-
receram acesso sem fio (wireless) via frequência licenciada, como o rádio.
Assim como o que foi registrado na Pesquisa TIC Provedores 2011, o
resultado continua apontando para a predominância de conexões sem
fio, ou wireless. Outro aspecto importante a ser destacado é a variação
dos tipos de conexão ofertados segundo cada região. Um dos tipos de
conexão disponibilizados pelas empresas que mais varia em relação à
região é a conexão via fibra ótica, cuja oferta se dá predominantemente
nas regiões Sul (53%), Sudeste (51%) e Nordeste (55%), e expõe clara-
mente a disponibilidade da infraestrutura no Brasil.
O levantamento, também, indica que 70% dos provedores possuem
sistemas autônomos, sendo que, desses, 35% fazem parte de um Ponto
de Troca de Tráfego (PTT), dos quais 51% o utilizam como a sua conexão
principal. Os impactos mais mencionados pelos provedores de acesso,
decorrentes dessa participação, são a melhoria da qualidade dos servi-
ços de acesso (84%) e a redução do custo de tráfego (71%).

6
Entrevista

Entrevista
“Tão fundamental quanto a
necessidade de se ter boa estrutura dos
Pontos de Troca de Tráfego, em âmbito
nacional, para melhorar a qualidade
da Internet em um país, é disseminar a
cultura de Sistemas Autônomos”.
Milton Kashiwakura, do Núcleo de Informação do Ponto BR – NIC.
br, comenta o projeto IX.br (Ponto de Intercâmbio de Internet - IXP) e a
importância dos Pontos de Troca de Tráfego, projeto executado pelo NIC. Milton
br com apoio de várias instituições de governo e RNP, aprovado pelo Co- Kashiwakura
mitê Gestor da Internet (CGI.br), para o desenvolvimento e a melhoria da
qualidade da Internet no Brasil. é diretor de Projetos
Especiais e de
P.S_Os Pontos de Troca de Tráfego (PTT), que já estão presentes
em todas as regiões do país, consistem em uma infraestrutura Desenvolvimento
física que favorece o trânsito da informação trocada na Internet do NIC.br
entre provedores de acesso, redes acadêmicas, redes de governo,
de grandes empresas e de conteúdo e pode beneficiar a todos os
usuários. Você poderia nos dar uma visão geral sobre o que são e
como atuam os Pontos de Troca de Tráfego?

M.K_ Os Pontos de Troca de Tráfego são muito interessantes à medida


que facilitam a interligação das diversas redes que compõem a Internet. A
partir de um PTT, um participante que queira se interligar a vários outros
encontra uma infraestrutura disponível na qual diversos outros atores da
rede já estão presentes. Desse modo, torna-se possível reduzir custos e
aumentar a eficiência na troca de tráfego entre redes. Tomemos como
exemplo o caso de São Paulo, onde já temos quase mil redes de Sistemas
Autônomos (AS) conectados nessa infraestrutura. Quando um novo parti-
cipante se conecta ao PTT, ele já estará automaticamente interligado com
todos esses outros AS. Imagine você trocar tráfego Internet automatica-
mente com essas mil redes que já estão presentes!
Além disso, da perspectiva de um provedor de conteúdo que deseja dis-
ponibilizar seu conteúdo, se ele estiver numa localidade desse tipo, esse
conteúdo vai rapidamente se disseminar e beneficiar os provedores que
já estão conectados. Por isso, essa infraestrutura facilita muito toda a dis-
tribuição de tráfego e de conteúdo na rede. É importante frisar que esse
conteúdo de troca de tráfego não está aberto para todo mundo, mas ape-

7
/Panorama Setorial

nas para aquelas redes que a gente chama de Sistemas Autônomos. Essas
“Temos 26 redes são sistemas autônomos depois de passarem por todo um proce-
dimento e uma avaliação, feitos pelo Registro.br, que garantam que elas
localidades com tenham uma infraestrutura disponível e apta para servir aos seus clientes
infraestrutura e, também, aos demais integrantes do PTT, de forma que todos sejam de
fato beneficiados. Ao se enquadrar nessas regras, o provedor recebe uma
do IX.br em numeração que identifica a sua rede, tornando-o um Sistema Autônomo,
todo o Brasil. que, por sua vez, poderá conectar-se ao PTT.

O PTT de São P.S_ Então os provedores devem se tornar


Paulo, sozinho, um Sistema Autônomo para poder participar?

tem pico de M.K_ Sim. E é importante lembrar que um Sistema Autônomo não são
1.4 Tbits/s. apenas redes de provedores de acesso. Podem ser, também, redes de
conteúdo, redes de banco, grandes empresas, universidades, governo, etc.
Enquanto no
agregado total P.S_ E que requisitos essas redes precisam ter para
se tornar um Sistema Autônomo?
chegamos
a 1.8 Tbits/s. M.K_ Elas precisam ter uma rede de um determinado tamanho, que é me-
dido pela quantidade de endereços IP, e estes são direcionados aos siste-
Em termos de mas finais que podem ser computadores, tablets, celulares, servidores etc.
número de Esse é o primeiro requisito. O próximo requisito é com relação à compra de
trânsito. O provedor precisa ter opções de rotas, ou seja, ser possível enca-
participantes, só minhar seu tráfego Internet por mais de um caminho. Para poder atender
em São Paulo, a esse requisito, precisa ser um sistema autônomo. Ao mesmo tempo, o
PTT, também, ajuda nesse quesito à medida que oferece vários caminhos
temos mais de distintos às redes de provedores que nele estão conectadas. Esses são os
950, mas cresce dois grandes requisitos, tamanho da rede e essa diversidade de caminhos
com a Internet.
toda semana.”
Milton Kashiwakura P.S_ O IX.br é o maior ponto de troca de tráfego no mundo em
termos de número de participantes. Como ele se coloca frente a
outras iniciativas nacionais e internacionais?

M.K_ A estrutura dos PTTs pode ser considerada simples ou de pequeno


porte, quando tem poucos participantes que podem ser atendidos com
equipamentos que chamamos de switch. No entanto, quando a estrutura
começa a crescer, nem o maior switch que existe no mercado consegue
atender adequadamente. Nesses casos, faz-se necessário o uso de equi-
pamentos interligados e de maior complexidade, às vezes só encontrados
em roteadores. Isso requer, também, que façamos associação a outros
operadores de ponto de troca de tráfego, em âmbito internacional. Atu-
almente, além de estarmos associados a associações de operadores de
pontos de troca de tráfego Internet, tanto da América Latina como da Euro-
pa, também, fazemos parte do Board da Federação do Internet Exchange
(IXP). O que permite, em primeiro lugar, trocar experiências de natureza
técnica, operacional e estratégica. Como estruturas maiores implicam em

8
Relatório de Domínios

maior complexidade, faz-se necessário um maior detalhamento de opera-


ções para a qual a troca de experiência é fundamental. Do mesmo modo
em que técnicos do NIC.br já passaram algumas semanas em outros PTT
ao redor do mundo, como, por exemplo, no Internet Exchange de Amster-
dam, nós recebemos e treinamos técnicos de outros PTT, como foi o caso
dos técnicos do PTT da Costa Rica treinados em São Paulo. Essa ajuda
mútua entre os operadores de PTT é interessante porque, de certa ma-
neira, padroniza a operação e é importante para poder desenvolver uma
infraestrutura robusta e que funcione bem. O fato de sermos o maior PTT
em número de participantes em âmbito mundial traz alguns desafios que
outros IXP não enfrentam. Temos soluções que foram executadas aqui, por
exemplo, que são únicas no mundo.

P.S_ Em que posição o IX.br se encontra em termos


de tráfego trocado?

M.K_ Os maiores PTT em âmbito mundial estão com um tráfego de 4 a 5


Tbits/s. No IX.br estamos com 1.4 Tbits/s no ponto de troca de tráfego de
São Paulo. Isso nos coloca em uma posição privilegiada, o quinto maior
do mundo e o maior do hemisfério sul. Enquanto a taxa de crescimento
média dos PTT está na casa de 40% de crescimento ao ano, o tráfego
do IX.br cresce 100% ao ano. Então, se continuarmos nesse ritmo, logo,
vamos igualar ou passar para primeiro do mundo, também, em termos
de tráfego. E tudo isso torna-se um desafio porque quem está na frente
tem de enfrentar os desafios inerentes a essa posição, seja em volume
de tráfego, seja em quantidade de participante.

P.S_ Você falou que só o PTT de São Paulo já possui um tráfego


de 1.4 Tbits/s. Como se comportam as demais localidades?
E em termos de participante?

M.K_ Temos 26 localidades com infraestrutura do IX.br em todo o Bra-


sil. O PTT de São Paulo, sozinho, tem pico de 1.4 Tbits/s. Enquanto no
agregado total chegamos a 1.8 Tbits/s. Em termos de número de parti-
cipantes, só em São Paulo, temos mais de 950, mas cresce toda sema-
na. Muito provavelmente chegaremos a mil participantes nas próximas
semanas. O PTT de São Paulo atingiu o que chamamos de um ciclo vir-
tuoso, já temos muito conteúdo local que atrai os provedores de aces-
so. Ao mesmo tempo que temos presentes os provedores de acesso, Os
provedores de conteúdo querem se conectar, então entramos num ciclo
virtuoso. Mas, em outras localidades, ainda está faltando que os pro-
vedores de conteúdo disponibilizem seu conteúdo para poderem entrar
nesse mesmo ciclo. Em alguns casos, as redes de conteúdo não querem
investir e acham que um baixo número de participantes conectados em
um PTT e baixo volume de tráfego Internet trocado em uma determinada
localidade o torna pouco atrativo. Além disso, nessas outras localidades,
diferente das grandes capitais, a infraestrutura de banda e transporte
costuma ser mais cara. Então, ainda encontramos provedores de con-

9
/Panorama Setorial

teúdo reticentes a investir nessas localidades. Por isso, inclusive, que


“Ao ter uma lançamos uma ideia de fazer um rateio de custo dessa infraestrutura
envolvendo todas as localidades e participantes. Com isso, a ideia é faci-
estrutura litar com que os provedores consigam colocar seus conteúdos em outros
de troca de locais rateando os custos necessários para isso. Esse projeto, chamado
Open-CDN, está em fase de execução, mas já apresentamos em alguns
tráfego robusta fóruns e está tendo boa aceitação. O entendimento de todos é confluente
e conhecida, sobre a necessidade de alavancar as localidades de PTT onde o tráfego
não cresce a partir da chegada de provedores de conteúdo para que se
viabilizando possa ver um ciclo virtuoso.
acordos para
P.S_ Você poderia explicar mais detalhadamente
trocar tráfego o que são estes CDN?
Internet, estamos
M.K_ CDN (Content Delivery Network ou Rede de Fornecimento de Con-
contribuindo teúdo) são redes para distribuição de conteúdos, seja de provedores de
para uma conteúdos ou de empresas especializadas, uma solução que surgiu no
final da década de 1990 que, hoje, é considerada uma solução de núcleo
Internet melhor da rede. O que isso significa, efetivamente, é que ela integra a Internet
e mais eficiente.” como replicadores de conteúdo a partir de três grandes centros de dis-
tribuição. No primeiro, ela armazena o conteúdo, é o centro de dados
Milton Kashiwakura onde o conteúdo fica armazenado. Depois, numa segunda estrutura,
que chamamos de rede CDN, replica o conteúdo em pontos localizados,
principalmente nos grandes PTT. Ou seja, ela interliga essas infraestru-
turas construindo uma rede de comunicação onde trafega os conteúdos
mais acessados. E aí tem um terceiro centro, conhecido como cache do
CDN. As CDNs negociam com os provedores de acesso que têm inte-
resse e atendam a um mínimo de volume de seu conteúdo consumido
pelos assinantes do ISP a colocação de cache dentro da rede dos prove-
dores de acesso. Então, quando falamos de uma Rede de Distribuição
de Conteúdo que não tem interesse de instalar em PTT menor, estamos
referenciando a segunda estrutura, que é uma estrutura completa de-
les. Enquanto que o cache são servidores disponibilizados para serem
colocados dentro dos provedores de acesso. Quando isso acontece, os
provedores de acesso precisam fornecer link de trânsito para as CDNs,
para poder alimentar esses servidores, além de, também, precisar ceder
uma infraestrutura mínima, com ar-condicionado, energia elétrica sufi-
ciente, segurança física etc. Isso significa que um grande provedor de
conteúdo poderia colocar o seu conteúdo localmente, por exemplo, em
Belém do Pará, e os usuários que consomem o seu conteúdo não preci-
sariam vir até São Paulo para buscar esse conteúdo. As grandes redes
CDN, ou seja, os grandes provedores de conteúdo, geralmente têm essa
hierarquia de distribuição de conteúdo, apesar de nem todos possuírem
o último nível (cache).

P.S_ De uma forma geral, como você vê o papel dos


PTT para o desenvolvimento ou mesmo para a melhoria
da Internet no Brasil?

10
Relatório de Domínios

M.K_ Eu acho que a grande contribuição está relacionada à organização


da infraestrutura da Internet. Ao ter uma estrutura de troca de tráfego
robusta e conhecida, viabilizando acordos para trocar tráfego Internet,
estamos contribuindo para uma Internet melhor e mais eficiente. Então,
a estrutura de PTT ajuda nesse sentido da própria organização e, com
uma rede organizada e estruturada, acaba sendo mais barato para todo
mundo. Além disso, melhora a qualidade do acesso que os provedores
de acesso estão oferecendo.

P.S_ E o projeto IX.br, ele tende a ser um modelo para


outros países da América Latina? Como é que vocês estão
ampliando esse modelo, que já é uma contribuição para
a Internet brasileira?

M.K_ Tão fundamental quanto a necessidade de se ter boa estrutura de


PTT, em âmbito nacional, para melhorar a qualidade da Internet em um
país, é divulgar a importância dos provedores de acesso serem Siste-
mas Autônomos. É fundamental disseminar a cultura dos SA. Porque tem
muitos provedores, mesmo brasileiros, que ainda desconhecem o que é
um sistema autônomo e quais são as vantagens de se tornar um para
prover seus serviços de acesso à Internet. O ideal seria que todos fossem
um sistema autônomo, principalmente, para, a partir de então, terem a
vantagem de participar dos PTT. E, uma vez que as redes de conteúdo,
também estivessem conectadas, poderiam trocar tráfego entre si com
melhor qualidade e menor custo.

P.S_ Para finalizarmos, a pesquisa TIC Provedores mostra


que os principais motivos, alegados pelos participantes,
de se estar presente em um PTT, são melhoria de tráfego
e redução do custo. Essa redução pode ser entendida
como uma otimização do tráfego?

M.K_ Muito provavelmente. Ao conversar com alguns provedores, o que


eles reportam é que, ao conectar-se a um PTT, no caso de São Paulo, por
exemplo, algo como mais de 60% do conteúdo que eles necessitam já
está ali. Aliás, mais de 60% do tráfego para poder atender seus usuários
finais. Isso faz com que eles tenham de contratar banda de tráfego so-
mente do que sobra, ou quando eles quiserem fazer redundância para
não ficar vulneráveis. Agora, o fato de ele ter o tráfego necessário para
poder atender a seus usuários finais, evidentemente, melhora a sua qua-
lidade porque esse conteúdo é acessado sem intermediários. Não tem
gargalo nessa estrutura. O provedor transmite o conteúdo sem nenhum
atraso, seja de equipamento ou enlace, que ele normalmente encontra
quando contrata um link de trânsito. Então, quer dizer que, quando ele
assume que reduz o tráfego da internet, é o link de trânsito. Significa que
a infraestrutura necessária é mais barata e de melhor qualidade.

11
/Panorama Setorial

Relatório de Domínios

A dinâmica dos registros de domínios


no Brasil e no mundo
O Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)
monitora mensalmente a quantidade de nomes de domínios registrados entre os 16
maiores ccTLDs no mundo.
Os 16 maiores ccTLDs somados ultrapassam 106,23 milhões de nomes de do-
mínios registrados. Os domínios registrados sob o .tk (Tokelau) chegaram a 22,27
milhões em agosto de 2016. Em seguida, encontram-se China (.cn), Alemanha (.de)
e Reino Unido (.uk) com, respectivamente, 19,46 milhões, 16,12 milhões e 10,05
milhões de registros. O Brasil ocupa a sétima posição, com 3,90 milhões de registros
sob o .br, e, na décima sexta posição, com 1,7 milhões de registros, estão os Estados
Unidos (.us), como observado na tabela 1, a seguir.

TABELA 1 – REGISTRO DE NOMES DE DOMÍNIOS NO MUNDO – AGOSTO/2016

Posição ccTLD Domínios Ref. Fonte


1 Tokelau (.tk) 22.279.661 ago/16 research.domaintools.com/statistics/tld-counts/
2 China (.cn) 19.496.965 mai/16 cnnic.com.cn/sjzs/CNymtj/
3 Alemanha (.de) 16.127.823 jul/16 www.denic.de/
4 Reino Unido (.uk) 10.056.819 jul/16 db.nominet.org.uk/
5 Países Baixos (.nl) 5.649.650 ago/16 www.sidn.nl/
6 Rússia (.ru) 5.275.108 ago/16 cctld.ru
7 Brasil (.br) 3.900.220 ago/16 registro.br/estatisticas.html
8 União Europeia (.eu) 3.753.542 ago/16 research.domaintools.com/statistics/tld-counts/
9 Austrália (.au) 3.060.422 ago/16 www.auda.org.au
10 França (.fr) 2.958.536 jul/16 statdom.ru/global#27:attribute=fr
11 Itália (.it) 2.950.485 jul/16 www.nic.it/
12 Polônia (.pl) 2.708.868 jul/16 www.dns.pl/english/zonestats.html
13 Canadá (.ca) 2.488.504 ago/16 www.cira.ca
14 Suíça (.ch) 2.005.411 jun/16 www.nic.ch/reg/cm/wcm-page/
15 Espanha 1.824.286 jul/16 www.dominios.es/dominios/
16 Estados Unidos (.us) 1.701.120 ago/16 research.domaintools.com/statistics/tld-counts/

12
Relatório de Domínios

O mês de agosto de 2016 encerrou com mais de 3,90 milhões de regis-


tros de domínios sob o .br. No gráfico 1 é apresentado o desempenho do .br
desde o ano de 2012.

GRÁFICO 1 – TOTAL DE REGISTROS DE DOMÍNIOS AO ANO DO .BR – AGOSTO/2016


4.000.000
Quantidade de Domínios

3.900.000

3.800.000

3.700.000

3.600.000

3.500.000

3.400.000

3.300.000

3.200.000

3.100.000

3.000.000
2012 2013 2014 2015 2016*
*Dado referente ao mês de agosto de 2016.
Fonte: Registro.br

Os cinco principais domínios genéricos (gTLDs2) totalizam mais de 162 mi-


lhões de registros. O .com se destaca com 127,67 milhões de registros, confor-
me se pode observar na tabela 2.
TABELA 2 – PRINCIPAIS GTLDS – AGOSTO/2016

Posição gTLD Domínios

1º .com 127.676.338

2º .net 15.744.540

3º .org 10.857.521

4º .info 5.534.376

5º .biz 2.266.741

Fonte: http://research.domaintools.com/statistics/tld-counts/
Acesso em: 23/08/2016

13
/Tire suas dúvidas

Como funciona a
INTERNET?
Para o usuário, a Internet pode ser entendida telecomunicações. Ela é composta por diversos
como uma “teia” repleta dos mais diversos con- recursos computacionais, incluindo o IP, que é o
teúdos, que chega até o seu dispositivo por meio endereço numérico único atribuído a cada dispo-
de uma infraestrutura física. Há também uma sitivo, como computador, tablet, notebook, celular.
camada lógica que a distingue de outros meios O endereço IP permite que cada dispositivo único
de comunicação, separando-a do universo das se conecte à Internet.

Endereço IP público
A Internet é de fato uma rede das
redes, sem ela seria impossível Provedor de Transito/AS
que determinada rede se conec-
tasse às demais que compõem
a Internet. Seria preciso dezenas
de milhares de meios de conexão. Provedor de acesso/AS
Ainda assim, há caminhos entre
quaisquer duas redes que com-
põem a Internet e isso é possível
devido à forma como as redes se
interconectam. Todas as aplica-
ções e os serviços que a Internet Dessa forma, são estabelecidos os
oferece, como e-mail, redes so- caminhos possíveis entre quais-
ciais, websites, vídeos, estão em quer desses objetos na rede, ou,
uma dessas redes. Podemos, en- no nosso caso, na Internet. As re-
tão, imaginar a Internet como uma des podem desempenhar serviços
rede de objetos interconectados. específicos, como, por exemplo,
prover acesso a usuários externos.
São milhares de empresas inde- Com isso, instalam meios de co-
pendentes, provedores, servido- municação entre a residência ou
res, roteadores... Esse meio de escritório até seus centros de ope-
acesso físico é o que permite a ração, criando um “caminho” entre
conexão dos equipamentos dos os dispositivos e serviços disponí-
usuários aos demais serviços dis- veis na Internet.
poníveis na Internet.
Algumas redes que compõem a
Internet podem se tornar um sis-
tema autônomo, ou “Autonomous
Systems (AS)”, por possuírem
autonomia nas suas decisões de
alocação de endereços IP e nas
formas de se interconectar com
Camada Física os demais sistemas.
Camada Lógica
Créditos
REDAÇÃO AGRADECIMENTOS CREATIVE COMMONS
ARTIGO PRINCIPAL Milton Kashikawura (NIC.br) Atribuição
Luiza Affonso Ferreira Mesquita (Cetic.br) Ricardo Patara (Registro.br)
Uso Não Comercial
RELATÓRIO DE DOMÍNIOS Eduardo Parajo (Abranet)
Não a Obras Derivadas
José Márcio Martins Júnior (Cetic.br) (by-nc-nd)
COORDENAÇÃO EDITORIAL PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Alexandre Barbosa (Cetic.br) Comunicação NIC.br
Tatiana Jereissati (Cetic.br)

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POR UMA
INTERNET CADA
VEZ MELHOR
NO BRASIL
CGI.BR, MODELO DE GOVERNANÇA MULTISSETORIAL
www.cgi.br

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